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EXMO(A). SR (A). DR (A). JUIZ (A) DE DIREITO DA ___VARA CÍVEL DA COMARCA DE CACHOEIRAS DE MACACU – RJ. MARCELLE DA SILVEIRA PINHEIRO SALDANHA MARINHO DE ARAUJO, brasileira, união estável, autônoma, cédula de identidade n. 20929527-8 do Detran e CPF n. 111.403.852-92, residente à rua Américo B. Martinez nº 193 – Tuim – Cachoeiras de Macacu – RJ, CEP: 28680-000, através de seus procuradores regularmente constituídos, ut instrumento de mandato incluso, vêem à presença de Vossa Excelência propor a presente AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, CONSIGNAÇÃO INCIDENTE EANTECIPAÇÃO DE TUTELA "São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurados o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de São direitos básicos do consumidor:...”. VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e 1

AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO CC INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

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EXMO(A). SR (A). DR (A). JUIZ (A) DE DIREITO DA ___VARA CÍVEL DA COMARCA DE CACHOEIRAS DE MACACU – RJ.

MARCELLE DA SILVEIRA PINHEIRO SALDANHA MARINHO DE ARAUJO, brasileira, união estável, autônoma, cédula de identidade n. 20929527-8 do Detran e CPF n. 111.403.852-92, residente à rua Américo B. Martinez nº 193 – Tuim – Cachoeiras de Macacu – RJ, CEP: 28680-000, através de seus procuradores regularmente constituídos, ut instrumento de mandato incluso, vêem à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, CONSIGNAÇÃO INCIDENTE

EANTECIPAÇÃO DE TUTELA(Procedimento Especial de Jurisdição Contenciosa).

  Com fundamento nos artigos Arts. 186; 187, 334 e seguintes do NCC, e Art. 166, 282 e 890 e seguintes do Código de Processo Civil, e incisos e demais cabíveis, da Lei nº 10.406, de 10.01.2002 c/c Art. 14 e demais úteis da Lei nº 8.078, de 11.09.1990; Art. 4º, Parágrafo único e Art. 292, § 1º e incisos, ambos da Lei nº 5.869, de 11.01.1973; Art. 5º, incisos V e X, da Constituição Federal da República e Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995 e legislação afim.

"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurados o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.(CF/88 - art. 5º, X).

“São direitos básicos do consumidor:...”.VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.”(Código de Defesa do Consumidor - Lei 8.078/90, art. 6º, VI)”.

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Em face da AMPLA, entidade de direito comercial do ramo de energia elétrica, com sede na Praça Leoni Ramos nº 1, – Niterói - Rio de Janeiro, CEP. 24210-205, inscrita no CNPJ sob o n. 33.050.071/0001-58 e inscrição estadual n. 80.046.561, na pessoa do seu representante legal, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe:

PRELIMINARES:

I. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Com base na Legislação Consumerista e antes de adentrar no mérito da questão propriamente dita, desde já, a Requerente solicita o pronunciamento judicial acerca da inversão do ônus da prova, visto que tal inversão é direito do (s) consumidor (es) (art. 6º, VIII, CDC), requerendo seja a mesma, devidamente alertada sobre essa possibilidade, "ab initio".

II. PEDIDO DE GRATUIDADE

Requer também à autora que lhe seja deferido o benefício da GRATUIDADE PROCESSUAL previsto na Lei n. 1.060/50, notadamente em seu art. 4º, em face da sua hipossuficiência financeira, esclarecendo o advogado que renuncia aos seus Honorários.

Lei n. 1.060 de 05 de fevereiro de 1.950

Estabelece normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados.

Art. 4º - A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.

III. – DOS FATOS

1. - A Requerente é usuária, por adesão, a contrato de prestação de serviço de energia elétrica (art.54 do CDC), explorado com fins econômicos pela Requerida sob regime de concessão pública.

2. - O Objeto do contrato entre as partes consiste na materialização do direito de uso de energia elétrica, registrado/identificado no cadastro da Requerida

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3. - A Requerente reside em casa alugada no endereço: Americo B. Martinez nº 193 – Tuim – Cachoeiras de Macacu – RJ, CEP: 28680-000 conforme comprova a documentação inclusa. No dia 03.02.2011, às 10:30 horas, funcionários da AMPLA, e/ou ‘XERIFES DA AMPLA” abordaram a Requerente, e, sem maiores explicações sobre do que se tratava a visita, AVISARAM que estavam ali para trocar o medidor, e, caso ela –Requerente não deixasse, eles iriam “cortar a luz” da residência. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

4. - A Reclamante assustada, e não possuindo alternativa, franqueou a entrada dos XERIFES DA AMPLA em sua casa, porém, antes de trocarem o medidor, fizeram a leitura do mesmo, e imediatamente entregaram a conta de consumo, a Requerente, no valor de R$ 55,53 (cinqüenta e cinco reais e cinqüenta e três centavos) conforme doc.anexo.

5. - Agora, pasme V.exa., a conta de consumo do mês de Mar/2011, com leitura efetuada em 14/03/2011, veio no valor de R$ 743,23 (setecentos e quarenta e três reais e vinte e três centavos). Vale informar, que os únicos eletrodomésticos que a Requerente possui, é uma geladeira com selo procel, e um aparelho de Ar condicionado também com selo procel conforme fotos em anexo.

6. - Diante de tal situação, e, no mesmo dia 14/03/2011, usou o telefone de uma vizinha em frente a sua residência, e por incrível que pareça conseguiu êxito na primeira ligação, com o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) da Requerida. Posto isso narrou os fatos para a atendente, e, foi informada pela mesma, que as reclamações deveriam ser efetuadas no próprio site da Requerida www.ampla.com., para saber o que estava acontecendo com o seu medidor. Ainda nesse mesmo dia a Requerente foi até uma lan house, e para sua surpresa espanto e revolta, após narrar os fatos informando os valores das contas de consumo dos meses de: OUTUBRO/2010 no valor de R$ 116,03; NOVEMBRO/2010 no valor de R$ 151,21; DEZEMBRO/2010 no valor de R$ 259,31 JANEIRO/2011 no valor de R$ 77,01; FEVEREIRO/2011 no valor de R$ 55,53 e MARÇO/ 2011 no valor de R$ 743,23, foi informada que deveria se dirigir ao posto de atendimento ao cliente da Requerida localizado neste Município.

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7. - Não bastassem tamanhas transgressões, ao procedimento próprio que envolve a relação de consumo, a Requerente está em vias de ter seu fornecimento se energia suspenso, em razão da impossibilidade de pagamento do valor ABSURDO referente à conta do mês de março de 2011, visto que o seu vencimento foi no dia 24/03/2011.

Vale acrescentar que a Autora, ao comparecer na sede da Requerida no dia...., para efetuar a reclamação, foi informada por um de seus atendentes, que iriam investigar esta ocorrência e ressaltou ainda que a mesma não se preocupasse, por que o fornecimento de energia elétrica não seria suspenso, e, que na próxima fatura cancelariam o débito do valor absurdo, referente ao mês de março de 2011, conforme se comprova através do protocolo de n.º....., anexo. Contudo, como se pode verificar na fatura do mês de abril de 2011, o referido débito com o valor exorbitante, não fora cancelado e, mais, na própria fatura foi a Autora notificada de que seria suspenso o fornecimento de energia elétrica, bem como seriam enviadas tais informações aos Cadastros Restritivos de Crédito. Há que se ressaltar que pelo próprio valor lançado na conta do mês de abril, ou seja, R$ 154,87, pressupõe que o valor absurdo lançado no mês anterior, ou seja, R$ 743,23, está totalmente em desacordo com a realidade de consumo da Autora.

8. - A Autora mora neste mesmo endereço desde o mês de Setembro/2010 e a AMPLA nunca fez qualquer manutenção no medidor de energia elétrica instalado em sua casa. Igualmente, como é de conhecimento público e notório, os postes de eletricidade de sua rua sempre deram problemas (curtos, faíscas, etc.) e a comunidade sempre reclamou tais fatos à AMPLA, que nunca se preocupou em resolver tais problemas (talvez porque não fosse lucrativo).  A AMPLA age NITIDAMENTE com arbitrariedade e abuso do poder econômico. 

9. - Todos sabem que os consumidores de energia elétrica sempre estão apresentando RECLAMAÇÕES, tanto à AMPLA, quanto à ANEEL, conforme se prova com as inclusas consultas extraídas da internet, (em anexo), e, em face de grande quantidade de irregularidades cometidas pela mesma nos procedimentos administrativos de averiguação de possível irregularidade em unidades consumidoras de eletricidade, no entanto, a AMPLA continua a CONSTRANGER os cidadãos de bem, que nada de irregular fizeram, assim como acontece nos autos à epígrafe. 

10. - Em CARÁTER EMERGENCIAL, é necessário que este Juízo determine à AMPLA que SE ABSTENHA de suspender o

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fornecimento de energia elétrica naquele imóvel, tendo em vista a manifesta ilegalidade do procedimento dos prepostos da Requerida. – Imagine-se o tamanho da humilhação que estará sofrendo a Requerente e sua família perante a sociedade.  A Requerente é pobre na forma da lei. É autônoma e precisa manter todas as despesas do seu lar, inclusive, porque precisa cuidar de seu filho menor impúbere.  Considerando ainda, a agravante de que seu companheiro se encontra desempregado.

11. - Saliente-se que na hipótese de inadimplemento será por culpa ou dolo da requerida, pois, a conta referente ao mês de Março/2011 com vencimento para 24/03/2011, foi emitida com o valor ABSURDO de R$ 743,23. Ou seja, 1.271 kWh. É COVARDIA o que estão fazendo contra a requerente 12. - Assim, tendo em vista a ilegalidade da AMPLA que cobra valores ilegais, NÃO TEM A REQUERENTE CONDIÇÃO DE PAGAR MENCIONADA IMPORTÂNCIA, por que não deu razão a tal dívida (nunca adulterou nada).

Igualmente, não pode concordar em pagar por tamanha ilegalidade. 

13. - Ademais, o próprio STJ já confirmou a ilegalidade da

interrupção por dívida ADVINDA DE CONSUMO NÃO FATURADO,

AFINAL DE CONTAS COMO COMPATIBILIZAR TAL CONSUMO

NÃO FATURADO ???, e, pior, COMO PROVAR QUE O DEFEITO

NO MEDIDOR REALMENTE FATURAVA ENERGIA ELÉTRICA A

MENOR ???. 

“… ressalvo o entendimento de que o corte de fornecimento de serviços essenciais – ÁGUA e

ENERGIA ELÉTRICA – como forma de compelir o usuário ao pagamento de tarifa ou multa,

extrapola os limites da legalidade e afronta a cláusula pétrea de respeito à dignidade humana,

porquanto o cidadão se utiliza dos serviços públicos posto essenciais para a sua vida … [1]”

[1] 1ª Seção no julgamento do RESP nº 363.943/MG (REsp 647853/RS, RECURSO ESPECIAL 2004/0042490, Relator: Ministro LUIZ FUX, Primeira Turma, DJ 06.06.2005, p. 194), retirada da Obra Direito Administrativo, de FERNANDA MARINELA, 3ª ed. 2007, Ed. PODIWM, vol. I, pág. 451.

14. - Portanto, tendo em vista que a possibilidade do corte de energia elétrica será indevido, ilegal e abusivo pelos motivos já expostos e

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que, portanto, poderá gerar muitos prejuízos e constrangimentos diversos para a Autora e sua humilde família, deve o Juízo determinar que a Requerida AMPLA se ABSTENHA de interromper o fornecimento de energia elétrica da Requerente, por ser medida de DIREITO e SALUTAR JUSTIÇA, face o “periculun in mora” e “fumus boni iuris” que o caso enseja. Antes de qualquer análise de mérito, é importante requerer, em caráter cautelar, URGENTE-URGENTÍSSIMO, “inaudita altera pars”, o seguinte:  

IV  .   LIMINARMENTE:

 1. Da necessidade da providência jurisdicional acauteladora 

15. - Tendo em vista os constrangimentos que a Requerente sofrera, sobretudo, em razão da possibilidade do corte indevido de energia elétrica do mencionado imóvel, mister se faz necessário que este MM. Juízo, ”data vênia”, conceda uma medida cautelar para o fim de DETERMINAR QUE A REQUERIDA SE ABSTENHA DE INTERROMPER O FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA NO IMÓVEL INDICADO NOS AUTOS, conf. autoriza o CPC: “CPC – Art. 797. Só em casos excepcionais, expressamente Autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares SEM AUDIÊNCIA DAS PARTES…. “omissis”  …Art. 804. É LÍCITO AO JUIZ CONCEDER LIMINARMENTE ou após justificação prévia a medida cautelar, SEM OUVIR O RÉU, quando verificar este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer”. 

Neste sentido: 

“Medidas cautelares não devem ser deferidas senão em casos especialíssimos, de possibilidade de prejuízo para um dos litigantes, sem que o outro possa indenizá-lo. O juiz agirá com prudente arbítrio, evitando, quanto possível, uma imposição judicial que possa prejudicar qualquer dos litigantes, injustificadamente”. 

Além do mais, o provimento jurisdicional pretendido não demonstra, em hipótese alguma, que a discussão do mérito será tendenciosa em favor da Requerente, por causa de um possível deferimento da medida cautelar: 

“Natureza e Finalidade – Da Medida Cautelar - A medida cautelar é eminentemente instrumental e objetiva assegurar NÃO A TUTELA DO

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DIREITO MATERIAL, MAS A DO PROCESSO. Nada tem a ver com o acertamento da lide, nem mesmo provisoriamente.. . .Se não existe um direito substancial de cautela, e se a medida cautelar é decretada não em razão da possibilidade de êxito da pretensão material da parte, mas da necessidade de assegurar eficácia e utilidade ao provimento do processo principal, não se pode acolher como razoável o condicionamento da tutela preventiva à verossimilhança do direito substancial da parte”. Portanto a medida cautelar em caráter liminar é bastante pertinente ao caso “sub judice”: “Justifica-se a concessão de medida liminar ‘ínaudita altera parte’, ainda quando ausente a possibilidade de o promovido frustrar a sua eficácia, DESDE QUE A DEMORA DE SUA CONCESSÃO POSSA IMPORTAR EM PREJUÍZO, MESMO QUE PARCIAL, PARA O PROMOVENTE”. 

“ . . . A iniciativa judicial só se justifica quando o INTERESSE PÚBLICO está em jogo, pondo em risco a efetiva aplicação da lei protetiva, pela demora do provimento definitivo. São situações que podem ocorrer nas questões de família, menores, acidentes do trabalho, saúde pública E OUTRAS ONDE HÁ ONDE HÁ PREVALÊNCIA DO INTERESSE SOCIAL INDISPONÍVEL, IMPONDO URGENTE PROVIDÊNCIA CAUTELAR PARA PREVINIR LESÕES DE DIFÍCIL REPARAÇÃO.

“Para cumprir sua finalidade a medida cautelar terá que ser concedida ANTES DO JULGAMENTO, dispõe expressamente o Art. 798 do CPC”.

 “Nada obsta o deferimento da liminar em ação cautelar inominada sem a oitiva da parte contrária, se presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora”. “A liminar inaudita altera parte tem apoio expresso no CPC, Art. 804, primeira parte, não, porém, incondicionalmente. Impõe-se, como freio à discrição judicial, a verificação, no caso, de que o réu, sendo citado, possa tornar o provimento ineficaz. Assim, é de se considerar excepcional a concessão, sem audiência da parte contrária. Indispensável é que o juiz, com rigor, avalie os fatos, em ordem a determinar se o retardo da providência até momento ulterior à citação do réu não implicará frustração do resultado prático colimado pela Autora”.  V.   Do “periculum in mora” e do “fumus boni iuris”:  

Caracterizado que está, portanto, o “periculun in mora” e o “fumus boni iuris” no caso dos autos: “Periculum in mora – (Latim) Situação de fato que se caracteriza pela iminência de um dano decorrente de demora de providência que o impeça.

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“Muito Utilizada a expressão em casos de medidas cautelares”. 

““Fumus boni iuris” – (Loc. lat.) Presunção de legalidade, possibilidade da existência de um direito”. 

Neste sentido: 

“A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça, qualificada e manifesta.

“Porque a dilação ilegal nas mãos do julgador contraria o direito escrito das partes, e assim, as lesa no patrimônio, honra e liberdade”. 16. - Igualmente, é, portanto, o fornecimento de energia elétrica serviço essencial, o que concede a qualquer ofendido pleitear a medida judicial a defesa do seu direito básico, para que seja observado o fornecimento de produtos e serviços (relação de consumo) a teor de art. 6º, incisos VI e X, c/c o art. 22 do CDC, assim como corre no caso dos autos. 

17. - Tal princípio proíbe o retrocesso, porque o seu art. 5º, inciso XXXII, 170 e art. 48 e suas disposições transitórias, vem protegidos pelo art.1º do CDC, o que atende à política nacional de relação de consumo, cujo objetivo é o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade de vida, bem como a transferência e harmonia de relações de consumo (Art.4º, “caput”, do CDC). 

Assim é que o jurista MARCOS MASELLE GOUVEIA afirma:  

“A defesa do consumidor é uma garantia fundamental prevista no art. 5º, inciso XXXII, bem como um princípio de relação econômica, previsto no art. 170, item V da CF” O direito do consumidor possui garantia fundamental na constituição e, a interrupção no fornecimento de energia elétrica, além de causar uma lesão, afeta diretamente a sua dignidade e flagrante retrocesso ao direito do consumidor. 

Assim é que a prática abusiva do corte já vem sendo conhecida em casos de fornecimento de eletricidade, pois é tal bem de necessidade da população, de consumo imprescindível e não pode ser cortada sob nenhum propósito. 

Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça assim se pronunciou: 

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“Seu fornecimento é serviço público subordinado ao princípio da continuidade, sendo impossível a sua interrupção e muito menos por atraso em seu pagamento “(Decisão unânime do stj, que rejeitou o recurso da Companhia Catarinense de Água e Saneamento- CASAN. Proc. RESP. 201112). 

Por analogia, o STJ fundamentou-se em que: 

“O fornecimento de água, por se tratar de serviço público fundamental, essencial e vital ao ser humano, não pode ser suspenso pelo atraso no pagamento das respectivas tarifas, já que o poder público dispõe dos meios cabíveis para a cobrança dos débitos dos usuários”. 

A eletricidade deve ser servida a população de maneira adequada, eficiente, segura e continua. Não pode ser cortado o seu fornecimento porque expõe o consumidor ao ridículo e ao constrangimento “não podendo fazer justiça privada porque não estamos mais vivendo nessa época e sim no império da lei, sendo os litígios compostos pelo Poder Judiciário e não pelo particular. A energia elétrica é bem essencial à saúde e higiene da população”. 

Nunca é demais falar que o Direito deve ser exercido, sempre, em favor de sua função social: 

“DIREITO: FUNÇÃO SOCIAL

… “omissis” …

‘Teu dever é lutar pelo direito, mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a justiça, luta pela justiça’.“… “omissis” …O direito é um fenômeno social, próprio da vida dinâmica da sociedade. É instrumento de controle e mudanças sociais. Mas, ao mesmo tempo, é sinônimo de vontade e desejo de justiça…. “omissis” …O adequado funcionamento do Direito no controle social permite a paz, estimula as transformações em harmonia. Mas o segredo do bom ajustamento social está no profícuo relacionamento entre o social e o individual, nas sociedades pluralistas, organizadas e desenvolvidas na base da liberdade da justiça…. “omissis” …O Direito tem por função estabelecer uma ordem jurídica justa (muito embora tenhamos a convicção de que só pode haver justiça onde haja

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homens justos, ou seja, aqueles que tenham dentro de si uma vontade constante e perpétua de dar a cada um o que é seu), pois quando esta tal ordem não existe, o que passa a existir na sociedade são conjuntos normativos ocos, puros regulamentos funcionais. Justiça e ordem, pois, são valores-fim do Direito que, por sinal, geram outros dois da mesma magnitude: a certeza e a segurança. Qualquer das duas soluções radicais será monstruosa (o individualismo ou a exacerbação do social).

A primeira alimenta o egoísmo, desenfreia paixões, conduz à exaustão da Autoresidade. A segunda torna o indivíduo prisioneiro e escravo do sistema político e econômico. A ordem jurídica não pode ser edificada ao alvedrio dos governantes. Ao contrário, impõe-se que ela se funde em valores que se hierarquizem e correspondam a anseios humanos e da sociedade, observados pelos governantes, de modo a permitir que o Direito – como instrumento adequado de controle e transformação da sociedade, porque fruto da vontade da própria sociedade – alcance os fins almejados.

Dentre esses fins estão a própria justiça – seu fim condicionante – e a liberdade, a igualdade, a ordem, o bem comum, a paz social e a segurança jurídica. 

Caso V. Exa., decida pelo deferimento da medida cautelar, só estará evitando males contra o Autor, conforme prova a documentação inclusa.  

VI - DO DIREITO PROPRIAMENTE DITO:

 18. - Da anulação da conta de consumo referente ao Mês de

Março do ano de 2011 (Possibilidade legal de cumulação de pedidos:

Art. 292 e demais úteis, ambos do CPC, cabível à espécie dos autos)  

Para se definir a ação anulatória, podemos também definir a ação de

anulação:  

“Ação de Anulação. Em direito civil e direito processual civil, diz-se em

geral, da que tem por fim o desfazimento de um ato ou de um

negócio jurídico viciado por erro, dolo, simulação ou fraude…”,

além das novas modalidades criadas recentemente pelo novo Código

Civil, o estado de perigo e a lesão (Cód. Civil, arts. 138, 145, 167, 158,

156,157, respectivamente).” 

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Visa a presente ação, também, a declaração da nulidade da conta de

consumo de energia elétrica na unidade consumidora da residência da

Requerente e, portanto, faturado mais do que deve. O cabimento da ação

anulatória se define como problema concernente ao direito material.  Fulcro:

Art. 5º, Inciso XXXV da Constituição Federal, etc., “in verbis”: 

“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a

direito”.  Dispositivo este que assegura constitucionalmente o amplo

acesso ao judiciário.  

Trata-se do direito constitucional de ação, previsto no dispositivo supra

mencionado e que garante o ajuizamento de uma ação ante a lesão

a um direito. É um princípio processual constitucional. 

Portanto, ato administrativo (processo administrativo para apuração de

pseudo irregularidades), para ser anulado, necessita da competente

declaração de nulidade, tendo em vista que tal ato administrativo está

maculado com os vícios de nulidade (absoluta ou relativa), conforme as

regras do direito material. 

Os artigos 138 e seguintes do Código Civil tratam das nulidades (absolutas e

relativas) dispostas no direito civil, ramo do direito privado, mas que muitas

vezes expõe normas gerais do direito, com abrangência e aplicação a todos

os ramos do direito. Portanto, os atos jurídicos em geral, nos termos da lei,

podem ser anulados via ação anulatória, podendo, assim, todo e qualquer ato

ser decretado nulo via ação declaratória de nulidade. 

 19. Dos atos nulos  

A lei brasileira considera nulo o ato jurídico, quando seu objeto for

impossível. Em outras palavras, sempre que o ato não observar as condições

de validade dos atos jurídicos, assim como poderá acontecer no caso dos

autos. Portanto, cabível a ação anulatória, sendo ou não, processualizado

referido ato. 

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O Código Civil, em seus artigos 138 a 184 prevê as hipóteses de atos que,

embora realizados, foram praticados sem validade jurídica, são os atos nulos

ou anuláveis. Existem atos jurídicos que, por serem praticados de forma

contrária à lei, são considerados nulos.

Os atos nulos são de ordem pública, de alcance geral, é a chamada nulidade

absoluta. A nulidade pode ser alegada por qualquer interessado, inclusive

pelo Ministério Público e pelo juiz, ex officio. Aliás, é dever do juiz anular

de ofício os atos inquinados de defeito grave. 

Os atos nulos são praticamente idênticos aos atos considerados inexistentes,

ou seja, uma vez nulo o ato, o mesmo não pode resultar em qualquer efeito

no mundo jurídico, deve ser considerado inexistente. 

Seriam características dos atos nulos: a nulidade é imediata; todo

interessado pode argüir a nulidade; a nulidade não pode ser reparada por um

dos interessados; a nulidade não está sujeita a prescrição. Portanto,

averiguado que a AMPLA não respeita o princípio do contraditório e da

ampla defesa, nulos são os atos decorrentes que fazem contra a Requerente. 

Portanto, agindo desta forma,  o procedimento administrativo da

“famigerada” AMPLA que TROCOU O MEDIDOR DE ENERGIA sem ao

menos perguntar a Requerente se queria fazer a troca do mesmo, aliado ao

fato de que o montante da conta (valor do consumo da PSEUDAMENTE

energia elétrica FATURADA) não encontra qualquer prova ou, pelo menos,

PLAUSIVIDADE no valor “atribuído” pela Ré e, portanto, TUDO ISSO

É NULO, não podendo ser cobrado em desfavor do usuário e, muito

menos, ser o mesmo CONSTRANGIDO a pagar sob pena de corte de

energia:

 “EMENTA: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PORTARIA. CONCEITO DE

“LEI FEDERAL”. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. ENERGIA

ELÉTRICA. SUPOSTA FRAUDE NO MEDIDOR. PERÍCIA UNILATERAL. DÍVIDA

CONTESTADA JUDICIALMENTE. INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO.

ILEGALIDADE. 1. Ainda que tenham caráter normativo, Portarias não se subsumem ao conceito de

“lei federal” do Art. 105, inciso III, alínea “a”, da Constituição da República. 2. “Inadmissível recurso

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especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada

pelo tribunal a quo” (Súmula 211/STJ). 3. Contestada em Juízo dívida apurada unilateralmente e

decorrente de suposta fraude no medidor do consumo de energia elétrica, há ilegalidade na

interrupção no fornecimento de energia elétrica, uma vez que esse procedimento configura

verdadeiro constrangimento ao consumidor que procura discutir no Judiciário débito que

considera indevido. 4. “Tornado o débito litigioso, o devedor não deverá sofrer nenhuma

retaliação por parte do credor” (AgA 559.349/RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJU de

10.05.2004). 5. Agravo Regimental improvido”. (AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO nº

697.680 – SP – 2005/0127693-2, Rel. Ministro Castro Meira, DJ 07.11.2005). 

20. - Outrossim, deveras, é concedido ao CONSUMIDOR o direito

de lhe ser proporcionado todos os mecanismos facilitadores de provar o seu

direito, inclusive a inversão do ONUS PROBANDI, de maneira a permitir

que, não tendo o Consumidor condições financeiras de pagar perito para

realizar contra-prova na perícia realizada no medidor de energia elétrica, por

exemplo, ter a Ré a responsabilidade de remunerar os honorários do perito

que, ressalte-se de passagem, deve ser indicado pelo próprio usuário,

conforme estabelece as normas e os Princípios que norteiam o CDC e a CF,

face a hipossuficiência e vulnerabilidade do Consumidor. 

  Dos atos inexistentes  

A teoria das nulidades no direito brasileiro centra-se nos arts. 138 a 184 do

Código Civil (toda ela se arquiteta a partir desses dispositivos).  

Podemos dividir os atos viciados de alguma forma em quatro categorias: os

atos nulos, anuláveis, ineficazes e inexistentes. Além dos atos inválidos,

haveria os inexistentes.  

A inexistência dos atos jurídicos se dá sempre que o ato contiver defeito tão grave que nem chega a existir. Falta-lhe pressuposto ou elemento essencial de existência.  Serão inexistentes os atos aos quais faltar elemento essencial.

Dos Efeitos da ação anulatória  

Trata-se de efeitos decorrentes do ajuizamento da ação anulatória de ato

praticado dentro de um processo administrativo, ato este viciado de alguma

forma de acordo com os preceitos de direito material. Portanto, sendo todos

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os atos do processo administrativos, DECLARADOS NULOS, qualquer

irregularidade existirá, pelo menos quanto a tentativa da AMPLA querer

atribuir a Requerente pseudo irregularidades no medidor de energia dos

autos, obrigação alguma terá a Requerente, relativo a qualquer multa. 

  Da responsabilidade da Ré:  

Conforme determina o CDC, a Ré descumpre expresso dispositivo legal

especial, quando abuso de sua Autoridade de prestador de serviços de

distribuição de energia elétrica à população:

 “Lei nº 8.078/90 – SEÇÃO II – Da Responsabilidade pelo Fato do Produto

e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o

importador respondem independentemente da existência de culpa, pela

reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de

projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,

apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por

informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos….

Art. 14. O fornecedor de serviços responde independentemente da existência

de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos

relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes

ou inadequadas sobre sua fruição e riscos….

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas

as vítimas do evento.

SEÇÃO III – Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço…

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os

tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por

aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta

ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e

à sua escolha:

I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;

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II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem

prejuízo de eventuais perdas e danos;

III – o abatimento proporcional do preço.

§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente

capacitados, por conta e risco do fornecedor.

§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins

que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as

normas regulamentares de prestabilidade….

Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por

inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade….

Art. 25. “É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite,

exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções

anteriores…”. 

Neste sentido: 

“Responsabilidade objetiva. A responsabilidade dos fornecedores quanto aos

vícios de qualidade ou quantidade do produto é objetiva, o que significa que

respondem independentemente de culpa, não importando que tenham violado o

dever de cuidado objetivo, por imprudência, negligência ou imperícia. O dever

de reparação surge com a ocorrência dos vícios de qualidade ou quantidade, que

tornem o produto impróprio ou inadequado ao consumo a que se destina, ou que

lhe diminuam o valor, ou que revelem disparidade entre o conteúdo líquido e

suas indicações[16]”. 

Logo, nada mais restou à postulante, senão bater às portas do Poder Judiciário, a fim de ser ressarcida dos danos materiais e morais, e ver feita JUSTIÇA.

Do pagamento em consignação

1. Ora, é inconteste que ao devedor assiste o direito de solver suas dívidas, sendo para tanto, amparado pelo ordenamento jurídico, que propugna, justamente, pelo adimplemento das obrigações, conforme se pode facilmente verificar, mediante disposições do Código Civil, adiante

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transcritas:

"Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais."2. Estipula, ainda, o mesmo diploma legal, as hipóteses em que se entende cabível o pagamento em consignação, sendo certo, a uma simples leitura, que o caso ora em questão subsume-se, perfeitamente, à previsão do artigo que se transcreve:

"Art. 335. A consignação tem lugar:

I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;

II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;

III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;

IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;

V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento."

11. Dos requerimentos:

 “Ex posittis”, requer: 

(a)       Seja concedida medida cautelar, “in limine”, “inaudita altera pars”, face o “periculum in mora” e “fumus boni iuris” já caracterizados com a documentação em anexo, nos seguintes termos: 

a.1. Seja determinado que a Ré AMPLA se ABSTENHA IMEDIATAMENTE de interromper o fornecimento de energia elétrica no imóvel mencionado; 

a.2. Que o Juízo determine à AMPLA que não inclua o valor de qualquer multa ou quaisquer outros encargos relacionados com os fatos aqui expostos na mencionada conta de consumo, pelo menos até que haja trânsito em julgado desta ação, referente aos direitos aqui invocados, devendo ser a AMPLA oficiada via FAX, atendo ao

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princípio da celeridade processual, urgência e efetividade do processo em tempo hábil (“periculum in mora” e “fumus boni iuris”); 

a.3 A expedição de guia para depósito da quantia referente a média de consumo das últimas 05 (cinco) contas da Requerente no valor de R$ 131,81 (cinto e trinta e um reais e oitenta e um centavos) , a ser efetivado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, uma vez que se encontra em dia com suas obrigações, sendo-lhe deferido o depósito das contas que forem vencendo, no valor equivalente a média de consumo somado das últimas 05 (cinco) contas sempre anteriores ao ABSURDO valor da conta do Mês de MAR/2011.              a4) - A citação do REQUERIDO para levantar o depósito ou para oferecer resposta, sob pena de ser acolhido o presente pedido, declarando-se extinta a obrigação, condenando o réu nas custas e honorários de vinte por cento do valor dos depósitos.              

a5) - Ao final, que se julgue procedente a ação e extinta a obrigação, condenando o REQUERIDO nas custas e honorários do advogado.

a6) - Seja determinado que as despesas com o depósito corram por conta do credor, nos termos do art. 343 do Código Civil.     

(b)         Depois de deferida a medida cautelar URGENTE-URGENTÍSSIMA, seja a Ré citada para responder aos termos da presente ação, se quiser, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato; 

(c)          Intimação do “Parquet” para acompanhar o processo (Art. 82 e úteis, CPC), se necessário; 

(d) Seja vedada a inscrição do nome e C.P.F. da autora em cadastro de devedores (SERASA, CADIN, SPC).

(e) Seja mantida a tutela antecipada, definitivamente caso deferida.

(f)         Deferimento dos pleitos formulados, com a conseqüente procedência de todos os pedidos desta ação, DEVENDO SER DECLARADA NULA A CONTA DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA, referente ao mês de MARÇO/2011, tornando sem efeito todos os atos posteriores (multa, cancelamento do fornecimento de energia elétrica, etc.), além de condenar a Ré no pagamento de uma indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais); 

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(g)          A determinação do Juízo da INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA (norma expressa do Código de Defesa do Consumidor) em favor da Autora, tendo em vista que a mesma não tem condições de melhor provar o seu direito nesta demanda, principalmente em razão do poderio econômico da Ré, além de sua presumível e reconhecida VULNERABILIDADE E HIPOSSUFICIÊNCIA; 

(h)          Seja a Ré condenada a pagar as custas do processo (custas judiciais, periciais, taxa judiciária, carta precatória, etc.) bem como os honorários de advogado, conf. Art. 20, parágrafos e alíneas, ambos do CPC c/c Lei nº 8.906/94; 

(i) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, especialmente pela juntada posterior de documentos, ouvida da Parte Ré, depoimentos testemunhais, perícias, diligências e tudo mais que se fizer necessário para a prova real no caso “sub judice”. 

Valor da causa: R$ 21.800,00 (vinte e um mil e oitocentos reais = 40 salários mínimos vigentes). 

São os termos em que, pede e espera, pois, DEFERIMENTO.

Cachoeiras de Macacu (RJ), 12 de abril do ano de 2011.

JULIO CESAR PROENÇA PINHEIROADVOGADO – OAB/RJ nº64. 838

PRISCILA DA SILVEIRA PINHEIRO S. M. DE ARAUJOOAB/RJ nº 172.341-E

Anexos: 

doc. 1.        cópia da reclamação administrativa;doc. 2.        procuração;doc. 3.        planilha de cálculo,doc. 4.        nota fiscal,doc. 6.        docs. pessoais,doc. 7.        outros.   

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Rol de Testemunhas: Serão arroladas oportunamente. 

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Light e Ampla lideram reclamações na Justiça do Rio de Janeiro Blog do GESEL- Grupo de Estudos do Setor Elétrico - UFRJ

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Segunda, 21 de fevereiro de 2011

Light e Ampla lideram reclamações na Justiça do Rio de Janeiro

A Telemar Norte Leste (Oi), Light e Ampla foram as empresas mais acionadas nos Juizados Especiais Cíveis do Rio de Janeiro entre fevereiro de 2010 e janeiro deste ano. A operadora de telefonia liderou com 31.326 ações propostas, seguida pelas 26.898 da

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Light e pelas 19.156 da Ampla. Em janeiro, a Telemar registrou 2.038 ações de reclamações de consumidores, seguida pela Light, com 1.799, e a Ampla, com 1.428. (Valor Online – 18.02.2011)

Ampla lidera reclamações na Ouvidoria do Ipem

Rio

A ouvidoria do Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Rio de Janeiro (Ipem), responsável em receber denúncias e reclamações de consumidores sobre produtos e empresas localizadas no estado, contabilizou nos seis primeiros meses deste ano, um total de 489 ligações. Dessas, 246 foram de consumidores reclamando da concessionária de energia elétrica Ampla, que atende aos consumidores de Resende. As reclamações vieram de clientes de outros municípios. Motivo: suas contas tiveram um aumento excessivo nos últimos meses. Para a presidente do órgão, Soraya Santos, o número de ligações recebidas mostra que o consumidor está cada vez mais exigente na hora da compra.

- É direito do consumidor reclamar sempre que se sentir lesado. Isso vale para qualquer tipo de produto adquirido no comércio legalizado - garantiu.

No caso do aumento elevado nas contas de energia elétrica da Ampla, a presidente do Ipem lembra que no ano de 2005 quando os chips eletrônicos começaram a ser instalados nas residências dos consumidores de São Gonçalo e Duque de Caxias, ela questionou a Ampla, o fato de estar sendo colocado um equipamento com tecnologia dominada somente por ela, fazendo assim, com que moradores de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, Maricá, Duque de Caxias e Magé, ficassem reféns da empresa.

- Além disso, cobramos da Ampla o porquê de os relógios estarem sendo instalados no alto dos postes, o que dificultava o acompanhamento do consumo pelo dono do imóvel - disse.

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Outro fato que deixou Soraya surpresa na época foi à autorização experimental concedida pela Aneel para que a Ampla instalasse chips no lugar dos relógios convencionais de luz em seis municípios.

- Como uma autorização experimental permite a substituição de equipamentos e a cobrança de contas. Sendo experimental, não cabe medir o consumo de energia por esse sistema - questionou. O consumidor que quiser denunciar algum tipo de irregularidade deve ligar de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, para o número 0800-282-3040.

Podas feitas pela Ampla são alvo de reclamações SÁB, 12 DE FEVEREIRO DE 2011 11:00

A Comissão Parlamentar de Inquérito Municipal (CPIM) que investiga

a relação entre a Prefeitura e a Ampla se reuniu ontem à tarde, na

Câmara, com a presidente da Ama-Centro Histórico, Mirian Born, que

denunciou a destruição da paisagem da cidade, devido às podas sem

critérios realizadas pela concessionária. Durante a sua participação na

CPIM/Ampla, ela disse que a empresa deveria ter mais cuidado, pois está

realizando um serviço numa cidade com um patrimônio histórico de

referência do século XIX.

Mirian Born disse aos vereadores membros da CPIM/Ampla que o

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a

Secretaria de Meio Ambiente de Petrópolis não mostraram

interesse até agora em preservar e cuidar das árvores que

compõem o paisagismo do Centro Histórico. Ela lembrou que anos

atrás foi realizada uma proposta de inventário das árvores e lamentou que o

projeto não tenha sido desenvolvido.

Para a presidente da Ama-Centro Histórico, a qualidade do

serviço prestado pela concessionária é de péssima

qualidade , pois vem privilegiando a fiação e causando sérios danos

às árvores. “As podas são realizadas de forma

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radical e sem critérios”, frisou Mirian Born, que prestou

outras informações à CPIM/Ampa, que, entre os assuntos, discute a

qualidade do serviço da concessionária.

Nesta semana, o vereador Samir Yarak (PSC) reclamou da Ampla na

Câmara Municipal. “Os serviços prestados por esta empresa na nossa

cidade são muito precários e ruins. Há muitas ruas escuras, muitas

lâmpadas queimadas que não são trocadas, além das podas de árvores,

que não sabemos como são feitas”.

“O direito positivo (legislado), sendo fruto da atividade política, é criado não poucas vezes sob a influência de certos segmentos organizados da sociedade; nem sempre para defesa do interesse geral. O juiz, por isso, tem que ter consciência de que é um instrumento do poder e saber que papel está cumprindo; se está atrelado à clássica ideologia da neutralidade (asséptica), será um funcional instrumento do Poder Político; se deseja, não obstante, superar tal ideologia, deve ter consciência ética de sua tarefa, constitucionalizando-se e transformando-se assim em instrumento da Justiça, socialmente equilibrada e eqüitativa[1]”. 

“O Direito não é uma pura teoria, mas uma força viva. Por isso a justiça sustenta em uma das mãos a balança em que pesa o Direito, e na outra a espada de que se serve para defender. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do direito[2]“.  

“Teu dever é lutar pelo direito, mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a justiça, luta pela justiça[3]“. “A esmagadora maioria dos demandantes que se socorrem do Poder Judiciário só alcançam a prestação jurisdicional com lamentável tardança. A morosidade jurisdicional aniquila direitos; desampara e condena à miséria vidas desvalidas de recursos mínimos e que vagueiam lançadas à sorte de um Estado nada democrático, descomprometido com garantias asseguradas constitucionalmente; fulmina a esperança oprimida e sedenta por Justiça; inimiga de espíritos elevados caminha no mesmo passo da desesperança[4]”.    

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