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Advo gada Ellen de Paula Prudencio EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL DO FORO REGIONAL DE SANTO AMARO– SÃO PAULO DOUGLAS ONGARATTO, brasileiro, casado, portador da cédula de identidade nº 31.912.570-9 e inscrito no CPF/MF sob o º 221.570.908-19, residente e domiciliado à Rua José Gomes Ferreira, 219 – São Paulo SP Cep.: 04939-110, por intermédio de sua procuradora infra assinada (documento anexo) vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência com fulcro nos artigos nos termos do art. 186 artigo 5º, inciso V, da Constituição Federal, o artigo 927, 944 do Código Civil e demais atinentes à espécie, vem respeitosamente propor a presente 1

Acao Cobrança

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ação de cobrança

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EXMO

AdvogadaEllen de Paula Prudencio

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL DO FORO REGIONAL DE SANTO AMARO SO PAULO

DOUGLAS ONGARATTO, brasileiro, casado, portador da cdula de identidade n 31.912.570-9 e inscrito no CPF/MF sob o 221.570.908-19, residente e domiciliado Rua Jos Gomes Ferreira, 219 So Paulo SP Cep.: 04939-110, por intermdio de sua procuradora infra assinada (documento anexo) vem respeitosamente presena de Vossa Excelncia com fulcro nos artigos nos termos do art. 186 artigo 5, inciso V, da Constituio Federal, o artigo 927, 944 do Cdigo Civil e demais atinentes espcie, vem respeitosamente propor a presente

AO DE COBRANA CUMULADA COM DA NOS MORAIS E PATRIMONIAIS Contra ROBERTO SALAZAR OLIVEIRA CAETANO, brasileiro, casado, portador da cdula de identidade n 23.429014-6, inscrito no CPF/MF sob o n 183.005.418-02 residente e domiciliado Rua dos Caris, 139 Jardim Balnerio So Francisco Cep.: 04473-090 e LUIZA MORENO CAETANO, brasileira, inscrita no CPF/MF sob o n.: 213.054.928-46, residente e domiciliada Avenida Sargento Geraldo Sant,Ana, 683, apartamento 52, bloco 3 Jardim Taquaral, Cep.: 04674-225 pelas razes de fato e de direito abaixo aduzidos:

Requer, inicialmente, os benefcios da justia gratuita, em razo de no possuir recursos para arcar com as custas do processo, mormente as recursais, caso necessrio, sem prejuzo de seu prprio sustento e de sua famlia. (anexo atestado de pobreza)

I DOS FATOS

Em 14 de junho de 2007 o autor tomou conhecimento atravs de seu amigo Carlos que o primeiro ru trabalhava no ramo de compra e venda de carros.No mesmo dia, o requerente foi at o ru Roberto para informar que tinha interesse pela aquisio e firmou com este compromisso pela compra de 02 (dois) automveis Montana Sport ano 2003 1.8 pelo valor de R$ 19.300,00 (dezenove mil e trezentos reais) e um celta 1.0 ano 2004 pelo valor de R$ 12.300,00 (doze mil e trezentos reais).

O ru Roberto informou que seria feito um contrato de compra e venda de veculos e solicitou que o autor entregasse a ele cpia de seus documentos para a confeco do contrato ,porm informou que enquanto o contrato no ficasse pronto, mesmo assim o negcio de compra e venda poderia ter incio mediante o pagamento dos valores.

Como o Sr. Roberto pareceu uma pessoa idnea e de confiana e tambm pelo fato do autor ter conversado com outras pessoas que confirmaram ter recebido os carros conforme o pactuado, o autor no teve desconfianas e resolveu fechar negcio.

O ru Roberto solicitou que o autor fizesse o depsito dos valores no banco 341 (Ita) Agncia 0137 Conta corrente na titularidade da segunda r a Sra. Luiza,

PRELIMINAR DE NULIDADE

A executada foi condenado ao pagamento da quantia no valor de R$ 8.259,10 (oito mil duentos e cinqenta e nove reais e dez centavos.Ocorre Excelncia que o tanto a ao de despejo quanto a ora ao de execuo ocorreu a revelia da r, pois a mesma s tomou conhecimento da presente ao no momento em que ficou sabendo do arresto efetuado em sua conta corrente.Tal procedimento no pode prosperar tendo em vista que a executada no fora citada, nem mesmo foram esgotados todos os meios de localizao da mesma, nem mesmo fora realizada a tentativa de citao por edital.Ante tais afrontas aos princpios constitucionais da ampla defesa e contraditrio, bem como a inobservncia dos artigos 653 pargrafo nico e 654 e outros dispositivos legais do Cdigo de Processo civil requer a nulidade total do processo, bem como a nulidade do arresto pela prtica irregular de um ato processual minuciosamente descrito em lei, a nulidade do ato deve ser declarada. Especialmente quando o ato processual em questo nada menos que a citao seno vejamos:

A exeqente ingressou com ao de execuo em 15 de maio de 2008 alegando a falta de pagamento dos aluguis e encargos locatcios vencidos de 23 de dezembro de 2005 23 de junho de 2006.

Em 03 de novembro de 2008 fora o processo fora sentenciado por Vossa Excelncia condenando a executada ao pagamento de todos os encargos.Em 02 de dezembro de 2008 a Sra Oficiala de Justia em cumprimento ao mandado judicial dirigiu-se a Avenida Santa Catarina 1490 sala 04 e tambm Rua Maria Clotilde Martins Rocha 713 e deixou de citar a executada em virtude desta ter se mudado h mais de 03 anos conforme informao do Sr. Alexandre (atual morador).Aps esta nica tentativa de localizao da executada a exeqente requereu o arresto para a localizao do paradeiro da executada, o que fora aceito por Vossa Excelncia, resultado assim na constrio no importe de R$ 2.268,19 (dois mil seiscentos e sessenta e oito reais e dezenove centavos) da conta da executada.Temos a seguinte situao:

A executada s tomou conhecimento do processo em curso perante essa vara ao constatar que em sua conta corrente no havia mais saldo por conta de um arresto judicial.

sabido que a relao jurdica processual o prprio processo e,para que se forme, necessrio que o ru seja citado. "Para a validade do processo diz o art. 214 do CPC indispensvel a citao inicial do ru". Por isso, considerado o mais importante dos atos processuais, exatamente por completar a formao da relao processual e instaurar o contraditrio no processo. Alis, regra de fundo constitucional que ningum pode ser condenado, sem antes ter conhecimento do que lhe imputado e sem antes poder oferecer resposta ou defesa. a citao,portanto, o meio oficial do ru tomar conhecimento do que lhe est sendo imputado, dando-lhe oportunidade para se pronunciar sobre a acusao que lhe est sendo feita.Portanto, a finalidade principal do ato da citao completar a formao da relao jurdica processual, tanto que, se o juiz proferir sentena com vcio de citao, o processo se tornar nulo desde o incio (in RT 498/217, 498/162, 471/178). Eis o que decidiu certa vez o Tribunal: "A falta de citao nulidade absoluta e pode ser argida a qualquer tempo e mesmo decretada ex officio" (in RT 485/197).

As citaes e as intimaes sero nulas, - dispe o art. 247 do CPC quando feitas sem observncia das prescries legais, vale dizer,processo sem citao nulo ou, sem citao, no ocorre a revelia e o feito no pode receber sentena.

Imperioso deixar consignado se uma norma, violada ser uma ilegalidade. Pior ainda se for uma ilegalidade grave, que uma nulidade. O artigo 244, combinado com o 247, do CPC, afirmam ser o vcio das citaes, no realizadas conforme prescrio legal, uma nulidade.

Nesta esteira, se a citao no obedecer a norma, ser nula, o que poder ser alegado principalmente nos embargos execuo, seno em rescisria ou outro meio processual adequado.

Na verdade, poder ser alegada a qualquer momento. Por fim, nos termos do artigo 618, inciso II, do CPC, nula a execuo se o devedor no for regularmente citado, sendo assim, o processo dever ser invalidado.

Ainda no captulo das nulidades o Cdigo adjetivo traz :

Captulo V DAS NULIDADES

Art. 247- As citaes e as intimaes sero nulas, quando feitas sem observncia das prescries legais.

LOPES DA COSTA, citado por JOS FREDERICO MARQUES, in Instituies de Direito Processual Civil , ed. Forense, v. II, 2 edio, 1962, p. 406, advertia: Quando a lei autoriza o juiz a verificar oficiosamente a observncia da norma legal, a violao desta produz uma nulidade a fulminar sem reclamao da parte. H um interesse pblico no respeito s regras dessa natureza

GALENO DE LACERDA, no seu famoso Despacho Saneador, editora La Salle, 1953, p. 126 de posio anloga:

Se o preceito desrespeitado tiver como inspirao o interesse pblico, o vcio do ato apresenta-se insanvel.

No se trata aqui Ex.a., de puro ato de impulso processual. O controle da regularidade formal e dos requisitos de admissibilidade tanto da ao, quanto do despacho liminar do juiz - que ao nosso ver de contedo decisrio, pois determina ou permite que seja resolvida vrias questes -, entra no conceito amplo de saneamento. Envolve a soluo, no curso do processo, de questes incidentes. O inexcedvel PONTES DE MIRANDA, in Comentrios ao Cdigo de Processo Civil, Forense, p. 199, 1973, comenta: As nulidades, a que se refere o art. 214, verbis para a validade, so nulidades do processo, e no da citao: a citao foi, e inexistente, ou citao nula ocorreu, de modo que pelo menos no plano da eficcia, falta; de modo que a comparncia posterior eficciza. Temos, pois, a) inexistncia de citao, processo que se no angularizou para que se disse citado, e citado no foi (tudo a que se procedeu na outra linha do ngulo nulo ); b) nulidade da citao, processo que nulamente se angularizou pelo fato de ter sido o ru nulamente citado. A decretao da nulidade da citao desangulariza a relao jurdica processual, porque ele conseqente a decretao da nulidade do processo na angularizao.

To importante a citao, como elemento instaurador do indispensvel contraditrio no processo, que sem ela todo o procedimento se contamina de irreparvel nulidade, que impede a Sentena de fazer coisa julgada.

Observe-se tambm, como comenta Pontes de Miranda, que o requisito de validade do processo no apenas a citao, mas a citao vlida , pois o Cdigo fulmina de nulidade expressa, as citaes e as intimaes feitas sem observncia das prescries legais, da qual, segundo o entendimento da melhor doutrina, trata-se de nulidade insanvel.

Segundo CALDAS AULETE, in Dicionrio Contemporneo da Lngua Portuguesa, II Volume, Editora Delta, 1958, INTERESSADO quem tem interesse ou empenho em alguma coisa/ Que tem parte nos negcios interesses ou lucros de uma empresa, negcio ou demanda / Pessoa que tem parte em alguma empresa, negcio ou demanda, portanto, os Autores, quando Rus no processo anexo (Proc. n 27.729, foram pessoas interessadas na lide , visto serem tambm, sujeitos desta e, se convertendo, automaticamente, em sujeitos do processo, no podendo ter sido dispensada a sua citao visto ter os mesmos direitos e deveres processuais e, tambm, as mesmas garantias; Colorrio do Princpio Constitucional de que todos so iguais perante a lei.

Isto consiste no Princpio da Igualdade entre as partes e seus interessados, ou o simples Princpio Jurdico, que lhes assegura a paridade de tratamento no processo - (Art. 125, I, CPC).

Temos ainda a inobservncia do procedimento previsto no CPC, art. 653, pargrafo nico, o ato processual no alcanar a sua finalidade, imperiosa a declarao de nulidade do arresto, e da posterior citao editalcia. notrio que a executada deixou de cumprir adequadamente seu mister, especialmente nos 10 (dez) dias seguintes efetivao do arresto, o oficial de justia procurar o devedor trs vezes em dias distintos; no o encontrando, certificar o ocorrido, conforme determina o CPC, art. 653, pargrafo nico.No processo civil brasileiro, a forma dos atos processuais no um fim em si mesma. Ela meio para a soluo das lides, e s ser imprescindvel para a validade do ato quando o Cdigo de Processo Civil expressamente declarar que a sua inobservncia acarretar nulidade. Por isso que o art. 244 do CPC, em consagrao ao princpio da instrumentalidade das formas, preceitua que quando a lei prescrever determinada forma, sem cominao de nulidade, o juiz considerar vlido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcanar a finalidade.Infelizmente, no caso dos autos, no h como assegurar que o ato, praticado em desacordo com preceito legal expresso, atendeu sua finalidade. O fato de o oficial de justia no ter procurado o devedor em dias distintos e tentar proceder sua citao pessoal no mera irregularidade.

verdade, conforme consta dos autos, que algumas diligncias, que restaram infrutferas, foram realizadas posteriormente no imvel com vistas a localizar a executada.

Entretanto, esse fato, por si s, no autoriza concluir que, ainda que o oficial de justia tivesse sido diligente e cumprido o seu ofcio a contento, o devedor no teria sido encontrado. No h como fazer essa afirmao sem correr o risco de estar errado.Em situaes como essa, em que h dvida quanto a ocorrncia ou no de prejuzo para a parte decorrente da prtica irregular de um ato processual minuciosamente descrito em lei, a nulidade do ato deve ser declarada. Especialmente quando o ato processual em questo nada menos que a citao.O Tribunal de Justia do Distrito Federal j decidiu nesse sentido:APELAO CVEL : AC 20040750101280 DF Relator(a): NATANAEL CAETANOJulgamento: 16/05/2005rgo Julgador: 1 Turma CvelPublicao: DJU 23/06/2005 Pg. : 31

EMENTA

PROCESSO CIVIL. EXECUO. INOBSERVNCIA DO PROCEDIMENTO PREVISTO NO ART. 653, PARGRAFO NICO, DO CPC. NULIDADE.Se, da inobservncia do procedimento previsto no CPC, art. 653, pargrafo nico, o ato processual no alcanar a sua finalidade, imperiosa a declarao de nulidade do arresto, e da posterior citao editalcia.Ante o exposto, dou provimento ao recurso para, reformando a r. sentena, julgar os embargos procedentes e declarar a nulidade do processo de execuo a partir do arresto.

IV. DA JURISPRUDNCIA

A jurisprudncia ptria, nesses casos unssona. Colacionamos:

O exame de anomalia na citao independe de provocao da parte, uma vez que ao Judicirio incumbe apreciar de ofcio os pressupostos processuais e as condies da ao . CPC, ART. 267, 3, e 301, I, (4 STJ- 4 Turma, Res 22.487-5- MG, j 2.6.92, Rel. Min. Slvio de Figueiredo, deram provimento, v.u., DJU 29.6.92, p. 10.329, 2 col. )

A falta ou nulidade de citao , torna imprescritvel a faculdade de desfazer a viciada relao processual (RT 648/71).

A citao um direito fundamental do ser humano, essencial ao devido processo legal ( Min. Slvio de Figueiredo Teixeira).

So nulas as citaes feitas sem a advertncia de que, no sendo contestada a ao, se presumir-se-o aceitos pelo ru, como verdadeiros os fatos articulados pelo autor, porque inobservadas as prescries legais. ( 2 C.C. TJSC, Ap. 12.720. em 11.05.78 )

A advertncia prevista no art. 285, 2 parte do CPC, deve estar especificada expressamente no mandado de citao, no bastando a aluso ao dispositivo legal, sob pena de no se configurar a revelia (4. C.C. TARGS, Ap. 194.069.649, em 28.02.85.)

Inquestionvel a nulidade da citao e, consequentemente, do processo, se violada a regra do art. 225 do CPC, combinado com o art. 285 e tendo em vista o disposto do art. 247, todos do CPC. (TJBA, M.S. n 126/87, em 14.09.88 - ADCOAS 121.146)

A falta de citao constitui em lamentvel cerceamento de defesa, viola elementar princpio do direito e fulmina de nulidade o processo. (RJTAMG 31/340, em 09.04.87, Ap. 14.339)

A citao nula acarreta a nulidade de todo o processo, no sendo admissvel a execuo de sentena que decreta o despejo que se contamina por este vcio. (Ac. 3 C.C., do 2 TASP, em 20.11.84, M.S. 175.662-0).

EM CONCLUSO

Como cedio, pela citao que se estabelece o contraditrio, cientificando-se o acusado da imputao que sobre ele pesa e propiciando-lhe fazer sua defesa, da maneira mais ampla possvel (art. 5, LV, CF).

Tanto a lei processual quanto a material, fixam os requisitos formais de atos e de atos de procedimento, dando o modelo adequado para que este atinja a sua causa finalis . Violada que seja a forma prevista no texto legal, defeituoso o ato; e como a violao mencionada (material ou processual) atenta contra a ordem jurdico processual, imposta a sanctio juris de nulidade, visto que a lei deve garantir e tutelar.

A inobservncia do procedimento previsto no CPC, art. 653, pargrafo nico, o ato processual no alcanar a sua finalidade, imperiosa a declarao de nulidade do arresto, com a conseqente devoluo do valor penhorado.

DO PEDIDOS

Pelo Exposto, REQUER:

a) que seja DECLARADA a nulidade junto ao processo execuo, ab initio devido a falta de citao vlida , no processo de devido ao erro gravssimo, que no observou a regra bsica do art. 223 , combinada com o art. 285, segunda parte, do CPC , sendo este um vcio insanvel para o desenvolvimento vlido do processo, ANULANDO-SE A SENTENA PROLATADA,

b) Seja declarada a nulidade do arresto, com a conseqente devoluo do valor penhorado pela inobservncia do procedimento previsto no CPC, art. 653, pargrafo nico

c) Seja deferido o pedido de gratuidade processual tendo em vista que j sofreu demais prejuzos no tendo como arcar com as despesas do processo sem prejudicar o seu sustento prprio.

Termos em queEspera deferimento

So Paulo 14 de julho de 2009

_____________________________________Ellen de Paula PrudncioOAB/SP 268.780

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