90
Página11 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ª JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CUIABÁ/MT. Cuiabá • MT │ Rua A, 5 • Setor Oeste • Morada do Ouro • 78053-064 • Fone/Cel: (65) 9606.2149

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

Embed Size (px)

DESCRIPTION

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

Citation preview

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA UMA DAS VARA CVEL DA COMARCA DE SO JOS DO RIO PRETO, ESTADO DE SO PAULO

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CVEL DA COMARCA DE CUIAB/MT.

GABRIELLE DE MORAIS LUCAS, brasileira, solteira, estudante, portador do RG n 9054838-7 SESP/PR, CPF n 075.782.479-05, residente e domiciliado na Rua Joo Cubas 131 - Novo Mundo Curitiba/PR, CEP: 81020-110, por intermdio de seu advogado devidamente constitudo (conforme procurao anexa, doc. 01), vem presena de Vossa Excelncia, propor a presente:AO DE INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAISem face de:GOL LINHAS AREAS INTELIGENTES S.A, pessoa jurdica direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. 06.164.253/0001-87, com endereo no Aeroporto Marechal Rondon, na cidade de Vrzea-Grande/MT, na Av.Governador Joo Ponce de Arruda, s/n. Bairro Jardim Aeroporto;

1. DOS FATOS No dia 12/12/2014 a requerente pretendendo passar um tempo (3 MESES) com seu namorado, contratou os servios da requerida ao adquirir passagens areas para a cidade de Cuiab/MT, com embarque no Aeroporto de Londrina/PR - Governador Jos Richa, com conexes nos aeroportos So Paulo/SP (CNH) e Braslia/DF, com data de partida para o no dia 14/01/2015, pelo valor de R$ 192,85 (cento e noventa e dois reais e oitenta e cinco centavos).Logo na hora do check-in, a requerente fora informada, que seu voo havia dado overbooking e que precisaria trocar o itinerrio, conforme citado abaixo: Itinerrio comprado: Voo G3-1143 (Londrina/So Paulo), G3-1416 (So Paulo/Braslia) e G3-1528 (Braslia/Cuiab).

Itinerrio viajado (foi trocada de voo): Voo G3-1219 (Londrina/Curitiba), G3-1115 (Curitiba/So Paulo), G3-1416 (So Paulo/Braslia) e G3-1528 (Braslia/Cuiab).

A prestao de servio da requerida j comeou causando transtornos a requerente, alterando o itinerrio e deixando a requerente frustrada, conforme comprovante de compra de passagem e bilhetes viajados, anexo, doc. 02.Na hora do embarque, a requerente questionou o funcionrio da companhia, se com todas essas conexes, a mala no iria se perder no caminho e, ela foi informada que a bagagem iria lhe acompanhar. Ou seja, que a bagagem faria as mesmas conexes que ela e chegaria ao destino final no mesmo avio.

Ao desembarcarem no Aeroporto Internacional Marechal Rondon Cuiab/MT, s 23h35min, ao chegar na esteira, constatou-se que sua BAGAGEM havia sido EXTRAVIADA.

Em contato com os funcionrios da empresa area, estes informaram que no sabiam o que havia acontecido com a bagagem. Iniciaram ento um rastreamento da bagagem para verificar o paradeiro da mala, sendo que decorridos mais de uma hora concluram que provavelmente esta foi extraviada.

Ainda no aeroporto, a requerente procedeu ao preenchimento de um Relatrio de Irregularidades com Bagagem RIB (n 708096), cpia anexa, doc. 03, procedimento padro da requerida, onde descriminaram o ocorrido, os seus dados pessoais, endereo da casa de seu namorado onde estaria hospedada, marca da mala e alguns objetos que estavam dentro, bem como todos os telefones para contato.

A r informou que seriam tomadas todas as providncias para localizar a mala e entreg-la o quanto antes, aconselhando a requerente ir para a casa, pois no existiam motivos para preocupao, e que provavelmente naquele dia ainda, seria localizada a mala.

Por ser assim, 5 (cinco) dias depois, no dia 19/01/2015, a requerente foi informada por atendentes da ANAC - Agncia Nacional de Aviao Civil, que teria direito a uma indenizao parcial, no qual fora solicitada para a requerida e paga a quantia de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais) referente a Indenizao Parcial de Bagagem (doc. 03).

At a presente data, a requerente ainda est em viagem, sem nenhum pertence, e nunca recebeu nenhuma ligao da requerida, todas s vezes quem fez algum contato foi a requerente que ligava/enviava e-mails para a empresa area para saber notcias, conforme cpia dos e-mails trocados, anexos, (doc.04) . sobremodo importante assinalar, que todo o contedo da mala extraviada pertencia a requerente, que ficou apenas com as roupas do corpo. Diante disso, a requerente foi forada a gastar uma quantia em dinheiro com a compra de novos trajes, materiais de higiene pessoal, dentre outros necessrios para o mnimo conforto, pois o valor pago de indenizao parcial fora muito pouco.Destaque-se, outrossim, que a bagagem extraviada nunca foi encontrada, causando a requerente graves prejuzos, alm de frustrao e transtornos por bvio suportados, fatos estes de total responsabilidade da r, que foi negligente na prestao dos servios contratados.

Em um ltimo contato realizado pela requerida, quase um ms aps o ocorrido, a r informou que o protocolo de reclamao havia sido finalizado, ora Excelncia, como eles podem finalizar uma reclamao, sendo o que problema ainda no foi solucionado?

Diante disso, a reclamante, na esperana de ver seu problema resolvido chegou at mesmo de efetuar uma reclamao, no site http://www.reclameaqui.com.br/11610210/gol-linhas-aereas/e (doc.05), porm, nada resolvido!Trata-se de submeter o passageiro, que arcou com o pagamento dos custos de deslocamento, a situao vexatria e constrangedora, que em hiptese alguma pode ser tida como corriqueira, sob pena de serem ignoradas as disposies da legislao consumerista e da prpria Constituio Federal, no que se refere ao direito de propriedade e da imagem do individuo.

Portanto, h de se concluir, que a requerente teve lesado o patrimnio material e moral, sendo digna a devida compensao, em decorrncia das leses materiais, psicolgicas e morais sofridas pelo casal em sua viagem.2. DO DIREITO

Da responsabilidade civil

Inicialmente, deve-se ressaltar que a relao travada entre as partes se trata de tpica relao de consumo, enquadrando-se a empresa area no conceito de fornecedora, na modalidade de prestadora de servio, e a requerente no de consumidores. Tem-se que o contrato firmado entre as partes se traduz em uma relao de consumo, impondo-se a aplicao das regras do Cdigo de Defesa do Consumidor, afastando a observncia da Conveno de Varsvia absorvida pelo Cdigo Brasileiro de Aeronutica.

Tem-se que, enquanto a Conveno limita a responsabilidade do transportador em caso de dano, a Constituio Federal e o Cdigo do Consumidor garantem a efetiva reparao de danos patrimoniais e morais.

O Cdigo do Consumidor, em seu artigo 51, inciso I determina que:

"So nulas de pleno direito, entre outras, as clusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e servios que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vcios de qualquer natureza dos produtos e servios ou impliquem renncia ou disposio de direitos. Nas relaes de consumo entre o fornecedor e o consumidor, pessoa jurdica, a indenizao poder ser limitada, em situaes justificveis;"

Neste sentido ensina o Professor Dr. Alberto do Amaral Jr., da USP:

"So nulas, nos contratos de transporte de carga, as clusulas limitativas de responsabilidade do transportador referentes perda ou avaria da coisa transportada. O mesmo raciocnio aplica-se ao transporte de pessoas em que certa clusula estabelea a quantia a ser paga desde que sobrevenha o dano." (A Invalidade das clusulas limitativas de responsabilidade nos contratos de transporte areo. In Ajuris. Maro de 1998, Edio Especial, pg. 445).

Diante de tal antinomia, pode-se dizer claramente e com toda a certeza que em conflito entre a Conveno de Varsvia e o Cdigo de Defesa do Consumidor, prevalece este ltimo, deixa livre o pedido de reparao de dano, proibindo expressamente as clusulas que atenuem a responsabilidade do fornecedor de servios.E este o entendimento do Superior Tribunal de Justia:AGRAVO REGIMENTAL. TRANSPORTE AREO DE MERCADORIAS. EXTRAVIO OU PERDA. AO DE INDENIZAO. CONVENO DE VARSVIA. CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. firme a jurisprudncia desta Corte no sentido de que a responsabilidade civil do transportador areo pelo extravio de bagagem ou de carga rege-se pelo Cdigo de Defesa do Consumidor, se o evento se deu em sua vigncia, afastando-se a indenizao tarifada prevista na Conveno de Varsvia. Agravo improvido (AgRg no Ag/MG, rel. Min. Sidnei Beneti, j. em 4-9-2008).

"RESPONSABILIDADE CIVIL. OVERBOOKING. INDENIZAO TARIFADA. CONVENO DE VARSVIA. INAPLICABILIDADE. CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. VIGNCIA. I - Consoante reiterados julgados das turmas que integram a Segunda Seo, a indenizao tarifada prevista na Conveno de Varsvia no de observncia obrigatria para fatos ocorridos aps a edio do Cdigo de Defesa do Consumidor, podendo ser considerada como mero parmetro. II - Razoabilidade do valor fixado pelo acrdo recorrido. Agravo improvido. (Agravo Regimental no Agravo de Instrumento 588.172-RJ, Rel. Min. Castro Filho, DJU 14/02/05).

Outrossim, avergua-se ser objetiva a responsabilidade civil da empresa de transporte areo, respondendo pelo evento danoso, independentemente de culpa, pois se enquadra no conceito de fornecedora e pode ser responsabilizada por eventuais defeitos na prestao do servio, seja porque o servio no funcionou, funcionou mal, ou, ainda, tardiamente.

No caso em apreo, fato incontroverso o extravio da bagagem da requerente no trecho Londrina/PR Cuiab/MT, de competncia da requerida. Nesses casos, a responsabilidade civil, configura-se to somente com a demonstrao do nexo causal entre as atividades desenvolvidas pelo fornecedor e o dano produzido.

Nesse sentido:

INDENIZAO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. TRANSPORTE AREO. PLEITOS ACOLHIDOS. ATUALIZAO MONETRIA. MARCO INICIAL. POSTULAO APELATRIA EM PARTE ACOLHIDA.I Comprovado satisfatoriamente, pelos autores, o arrombamento e o furto de pertences em vo internacional contratado com a empresa de transportes areos demandada, atravs do correspondente formulrio de reclamaes, com as especificaes de praxe, total a responsabilidade desta pelos danos da decorrentes. No lhe dado, para eximir-se do dever indenizatrio, invocar o fato de ter o furto ocorrido em aeroporto de outro Pas, sobre cujos funcionrios no tem ela qualquer ascendncia, j que objetiva a sua responsabilidade, vez que, pelo contrato de transporte celebrado, obrigou-se ela a deslocar os autores e suas bagagens, com segurana e sem danos, durante todo o percurso previsto (Ap. Civ. n. 2008.001390-8, de Lages, rel. Des. Trindade dos Santos, j. em 26-8-2008).

"Ocorrido o dano, cabe ao consumidor apenas apontar o nexo de causalidade entre ele (consumidor) e o dano, bem como o evento que ocasionou o dano, o produto ou o servio que gerou o evento e, ainda, apontar na ao judicial o fabricante, o produtor, o construtor, o importador ou o prestador de servio, que colocaram o produto ou o servio no mercado? (NUNES, Luiz Antnio Rizzato. O Cdigo de Defesa do Consumidor e sua interpretao jurisprudencial, Saraiva, 1997, pp. 272/273) (Ap. Civ. n. 2007.034333-4, da Capital/Estreito, rel. Des. Marcus Tulio Sartorato, j. em 29-7-2008).

Assim, irrelevante averiguar a culpa pelo evento danoso para que seja reconhecido o dever de indenizar da companhia area, porquanto objetiva a sua responsabilidade, e, desse modo, a procedncia do pedido insurge com a verificao do dano e do nexo causal entre os prejuzos experimentados pelo consumidor e a atividade desenvolvida pela prestadora de servios.

Caracterizada a imperfeio dos servios prestados pela empresa fornecedora ao consumidor, bem como no comprovada ocorrncia de fora maior, caso fortuito ou culpa exclusiva da vtima, imputa-se companhia area o dever de reparar os danos causados, de acordo com o art. 14 do Cdigo Consumerista, in verbis:

O fornecedor de servios responde, independentemente da existncia de culpa, pela reparao dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos prestao dos servios, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos.

[...]

3 O fornecedor de servios s no ser responsabilizado quando provar:

I - que, tendo prestado o servio, o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Tambm, acerca da responsabilidade civil do transportador, disciplina o art. 734 do novo Cdigo:

O transportador responde pelos danos causados s pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de fora maior, sendo nula qualquer clusula excludente da responsabilidade.

A esse respeito, Fernando Noronha leciona:Caracterstica essencial do caso fortuito ou de fora maior em sentido amplo ser ele sempre acontecimento inevitvel. Mas verdadeiramente inevitvel somente o fato estranho atividade da pessoa e que deixa esta na impossibilidade de agir, seja impedindoa de obstar sua ocorrncia, na responsabilidade civil em sentido estrito (isto , a resultante da violao de deveres gerais de neminem laedere), seja impedindo-a de realizar a prestao, nas obrigaes negociais (isto , nascidos de contratos e de negcios jurdicos unilaterais).

Essa caracterstica de inevitabilidade esta bem vincada no nico preceito do Cdigo Civil que procura caracterizar o caso fortuito ou de fora maior: o pargrafo nico do art. 393.

Segundo este preceito, 'o caso fortuito ou de fora maior verifica-se no fato necessrio, cujos efeitos no era possvel evitar ou impedir'.

[...]

As caractersticas da irresistibilidade e da imprevisibilidade so importantes, mas a nosso ver no so suficientes para caracterizar o caso fortuito ou de fora maior. A elas h que acrescentar um terceiro requisito que enfatizado sobretudo na doutrina e na jurisprudncia francesa: a externidade. Se este requisito no estiver presente, no poderemos considerar o fato como sendo verdadeiramente inevitvel. que h fatos que so imprevisveis e irresistveis, mas que, devido circunstncia de estarem ligados atividade desenvolvida por uma pessoa e s acontecerem devido a ela, no podem ser considerados inevitveis: se a pessoa se abstivesse de atuar, eles no se verificariam (As caractersticas da irresistibilidade e da imprevisibilidade so importantes, mas a nosso ver no so suficientes para caracterizar o caso fortuito ou de fora maior. A elas h que acrescentar um terceiro requisito que enfatizado sobretudo na doutrina e na jurisprudncia francesa: a externidade. Se este requisito no estiver presente, no poderemos considerar o fato como sendo verdadeiramente inevitvel. que h fatos que so imprevisveis e irresistveis, mas que, devido circunstncia de estarem ligados atividade desenvolvida por uma pessoa e s acontecerem devido a ela, no podem ser considerados inevitveis: se a pessoa se abstivesse de atuar, eles no se verificariam (Direito das obrigaes. So Paulo: Saraiva, 2003. p. 623-626).

Logo, no configuradas as excludentes mencionadas, subsiste o dever de indenizar.

Relativamente ao nexo de causalidade, ficou incontroverso nos autos, na medida em que a requerente adquiriu a passagem area e embarcou em voo da empresa, e no qual ocorreu o extravio de sua bagagem.

Assim, verificada a responsabilidade civil da companhia area, surge o dever de indenizar.

Da inverso do nus da provaO Cdigo de Defesa do Consumidor prev, em seu artigo 6, inciso VIII, que diante da hipossuficincia do consumidor frente ao fornecedor, sua defesa deve ser facilitada com a inverso do nus da prova. o que se postula na presente demanda. NELSON NERY JUNIOR e ROSA MARIA DE ANDRADE NERY lecionam:

"O processo civil tradicional permite a conveno sobre o nus da prova, de sorte que as partes podem estipular a inverso em relao ao critrio da lei (CPC 333 par. n. a contrario sensu). O CDC permite a inverso do nus da prova em favor do consumidor, sempre que for ou hipossuficiente ou verossmil sua alegao. Trata-se de aplicao do princpio constitucional da isonomia, pois o consumidor, como parte reconhecidamente mais fraca e vulnervel na relao de consumo (CDC 4, I), tem de ser tratado de forma diferente, a fim de que seja alcanada a igualdade real entre os partcipes da relao de consumo.

O inciso comentado amolda-se perfeitamente ao princpio da isonomia, na medida em que trata desigualmente os desiguais, desigualdade essa reconhecida pela prpria lei." (Cdigo civil anotado e legislao extravagante. 2 ed., So Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 914).

Considerando, sobretudo, a hipossuficincia tcnica e econmica da requerente, encontram-se caracterizados os requisitos do art. 6, VIII, do CDC para se impor a inverso do nus probatrio e, por conseguinte, promover o equilbrio contratual entre os litigantes. Assim, requer-se a inverso do nus da prova.

Do dano materialA Quanto aos danos materiais, como se v, at a presente data no foi solucionado o problema, a requerente sofreu inmeros prejuzos em face da perda dos objetos que se encontravam no interior da mala extraviada pela companhia area, a maioria das mercadorias que a mesma continha eram roupas...

O Cdigo de Defesa do Consumidor prev em seu artigo 6., inciso VI, a reparao integral dos danos nos casos de acidente de consumo, sem ressalvar os privilgios previstos no artigo 22 da Conveno de Varsvia, ou no artigo 260 do Cdigo Brasileiro de Aeronutica.

Nesse sentido j se decidiu:

APELAES CVEIS. AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. TRANSPORTE AREO. EXTRAVIO DE BAGAGEM. PACTO DE VARSVIA E CONVENO DE MONTREAL. INAPLICABILIDADE. INDENIZAES DEVIDAS. QUANTUM. - Deve a indenizao por danos materiais em casos de extravio de bagagem, em viagens internacionais, equivaler a todo o prejuzo sofrido, devendo ser integral, ampla, no tarifada, no se aplicando o Pacto de Varsvia, nem a Conveno de Montreal, mas o Cdigo de Defesa do Consumidor. - evidente o dano moral do viajante que perde sua bagagem, sofrendo constrangimentos, angstias e aflies. - O quantum da indenizao por danos morais deve ser fixado com prudente arbtrio, para que no haja enriquecimento custa do empobrecimento alheio, mas tambm para que o valor no seja irrisrio. (TJMG. APELAO CVEL N 1.0702.06.282424-9/001 - COMARCA DE UBERLNDIA. RELATOR: EXMO. SR. DES. PEDRO BERNARDES. Data da Publicao: 13/10/2009)

Lista-se abaixo alguns dos itens que se encontravam na mala, marca e com o valor aproximado de cada:

LISTA DE ITENS BAGAGEM EXTRAVIADACLIENTE: GABRIELLE DE MORAIS LUCAS

QUANTIDADEITEMMARCACORVALOR

1SAIA JEANSELLUSAZULR$ 229,90

1CALA JEANS ELLUSAZULR$ 244,90

1CALA JEANS FRUMAZULR$ 224,90

1CALA JEANS PERNAMBUCANASAZULR$ 89,90

1SHORTS DE TECIDODZARMVERDE, AMARELO E VERMELHOR$ 119,90

1SHORTS DE COUROHERINGROSAR$ 99,90

1SHORTS JEANSBILLIE BROTHERAZULR$ 89,90

1SHORTS JEANSHERINGAZULR$ 89,90

1SHORTS JEANSHERINGAZULR$ 79,90

1SHORTS DE TECIDODZARMAZUL E PRETOR$ 99,90

1SAIA DE SEDAPRETA FLORIDAR$ 79,90

1SHORTS DE TECIDOMARROMR$ 79,90

1SAIACINZA COM PRETAR$ 69,90

1SAIA MAKENJIVERDER$ 89,90

1MACACOPRETOR$ 109,90

1VESTIDO LONGOBILLIE BROTHERBEGE FLORIDOR$ 89,90

1VESTIDO CURTODZARMVERMELHOR$ 109,90

1VESTIDO CURTOIDICECINZA E VERDER$ 185,90

1VESTIDO DE CROCHELILACLARANJADOR$ 119,90

1VESTIDO CURTOBEGER$ 59,90

1CAMISETABILLIE BROTHERAMARELAR$ 69,90

1CAMISETADZARMVERDE COM CORRENTESR$ 99,90

1CAMISETAVERMELHO E BRANCOR$ 69,90

1CAMISETARENDA BEGER$ 130,00

1CAMISETAHERINGPRETAR$ 49,90

1CAMISETATOMMY HILFIGERCORALR$ 139,90

1CAMISETARENNERBEGER$ 59,90

1REGATAHERINGBRANCA RENDADAR$ 59,90

1REGATAHERINGVERDE RENDADAR$ 59,90

1REGATAHERINGBEGE RENDADAR$ 59,90

1REGATACIA DA ROUPAAMARELA BORDADAR$ 109,90

1REGATAZARABEGER$ 25,90

1REGATAZARALARANJADAR$ 25,90

1REGATAZARAPRETAR$ 25,90

1COLANT VERDE R$ 79,90

1REGATATRITONVERDER$ 109,90

1REGATADZARMVERDE COM BABADOSR$ 99,90

1REGATARENNERPRETA LISTRADAR$ 69,90

1SHORTSPOLO WEARAZULR$ 69,90

1PENHOARPRETO E LARANJADOR$ 189,90

1BABY DOLLHOPPEPRETOR$ 139,90

1BABY DOLLBRANCOR$ 119,90

1BABY DOLLBRANCO RENDADO VERDE E ROSAR$ 119,90

1PIJAMAHERINGCINZA E ROSAR$ 59,90

20CALCINHASMAIORIA LIZZ E HOPPEDIVERSASR$ 450,00

1SUTIAN RENNERBRANCO TOMARA QUE CAIAR$ 69,90

1SUTIAN RENNERBEGE TOMARA QUE CAIAR$ 69,90

1SUTIAN LIZZPRETOR$ 79,90

1SUTIAN LIZZAZUL PETROLEOR$ 79,90

1SUTIAN LARANJADO COM BOLINHAS BRANCASR$ 69,90

1BIKINIRECCOVERMELHOR$ 159,90

1BIKINIRENNERAMARELOR$ 89,90

1BIKINIRENNERAZULR$ 109,90

1SADA DE PRAIACIA MARTIMABRANCAR$ 289,90

1SADA DE PRAIACIA DA ROUPAROSA E PRATAR$ 279,90

1TOALHA DE MOARTEXBEGE BORDADAR$ 25,90

1TNISNIKEPRETO E ROSAR$ 249,90

1TNISNIKEBRANCO E ROSAR$ 289,90

1SANDLIA RASTEIRADOURADA COM PEDRAS AZUIS R$ 219,90

1SANDLIA RASTEIRABOTTERODOURADA COM PEDRAS BRANCASR$ 129,90

1SANDLIA DE SALTOAREZZOBEGE E AMARELOR$ 289,90

1SANDLIA DE SALTOEMPRIO NAKADOURADO VELHOR$ 259,90

1BOTA DE SEGURANAPRETA COM BIQUEIRA DE AOR$ 69,90

1CINTODOURADOR$ 69,90

1CINTOSTRASSR$ 79,90

2FRIGIDEIRASTRAMONTINAVERMELHASR$ 59,90

1FORMA DE PO DE QUEIJOPRATA / INOXR$ 39,90

1COLHER DE CHPRATA / INOXR$ 29,90

1PERFUMEMONT BLANCR$ 309,90

1PERFUMEO BOTICARIOR$ 79,90

1PERFUMEVICTORIA SECRETSR$ 49,90

1PERFUMEJ-LOR$ 129,90

1PROTETOR SOLARSUNDOWNFPS 30R$ 38,90

1PROTETOR SOLARSUNDOWNFPS 6R$ 25,90

1CHAPINHA DE CABELO TAIFF IONPRETAR$ 206,90

1NECESSAIREGATA BAKANACOLORIDAR$ 99,90

1DESODORANTENIVEAPRETO E BRANCOR$ 12,90

1SPRAY PARA OS PSGRANADOMARROMR$ 10,90

1CREME DEPILATRIOVEETAZUL E BRANCOR$ 18,90

1BUCHA NATURAL DE BANHOBEGER$ 6,99

3SABONETESLUXROSA, BEGE E LARANJAR$ 3,00

1SHAMPOOCLEARBRANCOR$ 15,90

1SHAMPOOELSEVELARANJAR$ 14,90

1ABSORVENTEINTIMUSROSAR$ 10,90

1SABONETE/ SABONETEIRASABOFENR$ 21,90

1PROTETOR FACIALVICHYFPS 30R$ 69,90

1CIDO FACIALEPIDUO60 MLR$ 67,90

2PASTAS DE DENTEORAL BAZULR$ 18,90

2ALICATES DE UNHAMUNDIALPRATA / INOXR$ 20,90

4ESMALTESRISQUDIVERSASR$ 15,60

1MOUSSE FACIALMAYBELLINEBEGER$ 53,90

1SOMBRAO BOTICARIOPRETAR$ 39,90

1LAPIS DE OLHO CAJALO BOTICARIOPRETOR$ 32,99

4PINCIS DE MAQUIAGEMPRETO E BEGER$ 19,90

1ESCOVA DE DENTEORAL BBRANCA E ROSAR$ 15,90

1ESCOVA DE ROSTOO BOTICARIOTRANSPARENTER$ 24,90

1REMDIOPONSTANR$ 22,90

1REMDIOOMEPRAZOLR$ 26,90

1REMDIONEBACETINR$ 10,98

1REMDIOBUSCOPAMR$ 11,90

1AUCAREIROTRAMONTINAPRATA / INOXR$ 69,90

1PIMENTATABASCOVERMELHAR$ 10,90

8CARTEIRAS DE CIGARRODUNHILLR$ 60,00

TOTAL ITENSR$ 9.625,06

1MALA DE VIAGEMCRUZEIROCINZA E PRETA, TAMANHO GRANDER$ 399,90

TOTAL ITENS E MALAR$ 10.024,96

(Lista completa tambm em forma de anexo, Doc.06)Estima-se a requerente, que em sua mala extraviada pela requerida, conforme acima j detalhadamente relatou, encontravam-se mercadorias no valor aproximadamente de R$ 10.024,96 (dez mil, vinte e quatro reais e noventa e seis centavos), inclusos alguns comprovantes fiscais, como bens materiais que ora reivindica a requerente.

Dessa forma, tenho que a relao de bens apresentada verossmil, pois se restringem a roupas, perfumes, bolsas, sapatos, peas ntimas, objetos bsicos para uma estadia de 3 meses.

Dos danos morais

Os danos morais surgem em decorrncia de uma conduta ilcita por parte do agente responsvel pelo dano, que venha a causar sentimento negativo em qualquer pessoa de comportamento e senso comuns, como vexame, constrangimento, humilhao, dor.

O dano moral se encontra sedimentado no artigo 5, da nossa Constituio Federal, que, em seus incisos V e X, dispe:

V - assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem;

[...]

X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao."

O Cdigo Civil Brasileiro/2002, em seus artigos 186 e 927, autoriza o requerente a pleitear tal ressarcimento, seno vejamos:

Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

Assim tambm disciplina Eduardo Arruda Alvim e Flvio Cheim Jorge: "A possibilidade de reparao do dano moral veio a ser constitucionalmente garantida com a atual Constituio, em seu art. 5, incs. V e X". (in Revista de Direito do Consumidor. Vol. 19, pg. 122).

Em seu artigo 6, inciso VI, o Cdigo do Consumidor, assim tambm assegura: "a efetiva preveno e reparao de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.Com efeito, no presente caso, vislumbram-se os prejuzos de natureza anmica experimentados pela requerente, que teve sua bagagem extraviada quando fora passar 3 meses na casa de seu namorado, que havia programado situao que lhe ocasionou transtornos que extrapolam o mero dissabor e o aborrecimento corriqueiro. Isso porque a requerente se deslocou a outro estado e, chegando ao local de destino, onde permaneceria por 3 MESES, viu-se desprovida de pertences pessoais, necessrios para a manuteno naquela localidade.

Alm do mais, fora o extravio da bagagem, ainda ocorreu o overbooking, acumulando mais ainda a angustia da requerente.

Ficou comprovado atravs do doc. 02, que a r comprometeu-se transportar a requerente nas horas marcadas, nos dias estabelecidos e at no lugar indicado. consabido, alm disso, que a obrigao da promovida no se limitava apenas ao voo. Inclui-se, obviamente, a prestao de servios adequadamente, o que no ocorreu adequadamente...

A ocorrncia do dano moral questo de ordem subjetiva, no exige do ofendido a prova efetiva do dano, bastando demonstrao dos fatos e a existncia de constrangimento que atinja a dignidade da pessoa humana e neste caso, temos dois fatos comprovados em que a requerente passou por constrangimentos em uma s viagem: OVERBOOKING (companhia alterou seu voo) e o EXTRAVIO DE BAGAGEM.Nesse sentido, a lio de CAIO MRIO DA SILVA PEREIRA:

"A vtima de uma leso a algum daqueles direitos sem cunho patrimonial efetivo, mas ofendida em um bem jurdico que em certos casos pode ser mesmo mais valioso do que os integrantes de seu patrimnio, deve receber uma soma que lhe compense a dor ou o sofrimento, a ser arbitrada pelo juiz, atendendo s circunstncias de cada caso, e tendo em vista as posses do ofensor e a situao pessoal do ofendido. Nem to grande que se converta em fonte de enriquecimento, nem to pequena que se torne inexpressiva." (Responsabilidade Civil 49, p. 67).

Os danos morais, no resultam de diminuio patrimonial, mas de dor, de desconforto. Comenta o jurista Carlos Alberto Bittar, citado pelo Desembargador Hyparco Immesi, relator do acrdo proferido pela Quarta Cmara Cvel, no mbito da Apelao Cvel n 1.0000.00.335350/000, verbis:

"Qualificam-se como morais os danos em razo da esfera da subjetividade, ou do plano valorativo da pessoa na sociedade, em que repercute o fato violador; havendo- se, portanto, como tais, aqueles que atingem os aspectos mais ntimos da personalidade humana (o da intimidade e da considerao pessoal), ou o da prpria valorao da pessoa no meio em que vive e atua (o da reputao ou da considerao social)."

E mais adiante conclui:

"Com isso, os danos morais plasmam-se no plano ftico, como leses s esferas da personalidade humana situadas no mbito do ser como entidade pensante, reagente e atuante nas interaes sociais, ou conforme os Mazeaud, como atentados parte afetiva e parte social da personalidade."

Sobre o assunto, convm destacar as seguintes jurisprudncias, que so assente em reconhecerem a ocorrncia do abalo moral decorrente do extravio de bagagem, se no vejamos:

EMENTA: APELAO CVEL - EXTRAVIO DE BAGAGEM - RESPONSABILIDADE DA COMPANHIA AREA - DANOS MATERIAIS E MORAIS - CONFIGURAO - NEXO CAUSAL - EXISTNCIA - DEVER DE INDENIZAR - FIXAO DA INDENIZAO - CRITRIO. Cabe companhia area contratada responder por danos morais causados a passageiro, pelos aborrecimentos e frustraes experimentados em razo do extravio de bagagem, bem como pelos danos materiais comprovados. Para que haja a obrigao de indenizar, tanto por danos morais quanto materiais, necessria a presena de trs requisitos, quais sejam: ilicitude da conduta, nexo de causalidade e dano. Ao fixar valor da indenizao deve-se ter em conta as condies do ofendido, do ofensor e do bem jurdico lesado. (TJMG. APELAO CVEL N 1.0701.09.263493-3/001 - COMARCA DE UBERABA - RELATOR: EXMO. SR. DES. ALVIMAR DE VILA. Data da Publicao: 01/02/2010)

[...] 3 O extravio de bagagem, em vo nacional ou internacional, enseja indenizao por dano moral, alm da indenizao pelo valor das roupas e objetos pessoais extraviados. 4 Arbitrada a indenizao por danos morais em valor que atende os critrios da razoabilidade e da proporcionalidade, levada em considerao, ademais, as circunstncias que envolveram o caso, as condies pessoais e financeiras das litigantes, bem como a gravidade das leses produzidas, de se manter o 'quantum' reparatrio sentencialmente imposto (Ap. Civ. n. 2007.053379-9, da Capital, rel. Des. Trindade dos Santos, j. em 5-6-2008).

1. responsvel pelos prejuzos materiais e morais decorrentes da perda de bagagem a empresa de transporte rodovirio, quando restar configurada a m prestao de servio no contrato de transporte. 2. "Provados o fato e as circunstncias pessoais do viajante, para o reconhecimento do dano extrapatrimonial no se exige a prova do desconforto, da dor ou da aflio, que so admitidos atravs de um juzo da experincia" (REsp. n. 234.472, Min. Barros Monteiro). 3. A indenizao por danos morais que tem por escopo atender, alm da reparao ou compensao da dor em si, ao elemento pedaggico, consistente na observao pelo ofensor de maior cuidado de forma a evitar a reiterao da ao ou omisso danosa ? deve harmonizar-se com a intensidade da culpa do lesante, o grau de sofrimento do indenizado e a situao econmica de ambos, para no ensejar a runa ou a impunidade daquele, bem como o enriquecimento sem causa ou a insatisfao deste (Ap. Civ. n. 2007.039832-2, da Capital, rel. Des. Marcus Tulio Sartorato, j. em 15-4-2008).

A r uma empresa de grande porte, com recursos suficientes para tomar cautelas para impedir que circunstncias como essas ocorram. Logo, a condenao por danos morais no dever ser fixada em quantia irrisria, sob pena da requerida no modificar os seus atos, porque seria melhor pagar pelo ato ilcito acontecido, do que investir na melhoria dos servios prestados.

Assim, a vtima de leses a direitos de natureza no patrimonial deve receber soma que lhe compense a dor e a humilhao sofrida, e arbitrada segundo as circunstncias. No deve ser fonte de enriquecimento, nem ser inexpressiva.

Tratando-se de dano moral, o conceito de ressarcimento abrange duas foras: uma de carter punitivo, com vistas a castigar o causador do dano pela ofensa praticada e outra de carter compensatrio, destinada a proporcionar vtima algum benefcio em contrapartida ao mal sofrido. cedio que os danos morais devem ser fixados ao arbtrio do juiz, que, analisando caso a caso, estipula um valor razovel, que no seja irrelevante ao causador do dano, dando azo reincidncia, nem exorbitante, de modo a aumentar consideravelmente o patrimnio do lesado.

O valor deve, pois, conforme Maria Helena Diniz, ser Proporcional ao dano causado pelo lesante, procurando cobri-lo em todos os seus aspectos, at onde suportarem as foras do patrimnio do devedor, apresentando-se para o lesado como uma compensao pelo prejuzo sofrido. (Cdigo civil anotado. 6. ed. So Paulo: Saraiva, 2000. p. 650).

A jurisprudncia acompanha:

O quantum da indenizao por danos morais que tem por escopo atender, alm da reparao ou compensao da dor em si, ao elemento pedaggico, no intuito de que o ofensor procure ter mais cuidado de forma a evitar a reiterao da ao ou omisso danosa deve harmonizar-se com a intensidade da culpa do lesante, o grau de sofrimento do indenizado e a situao econmica de ambos, para no ensejar a runa ou a impunidade daquele, bem como o enriquecimento sem causa ou a insatisfao deste (Ap. Civ. n. 2008.073496-1, de Urubici, rel. Des. Marcus Tulio Sartorato, j. em 16-12-2008).

Deste modo, destacado o ato ilcito perpetrado pela requerida e o consequente abalo moral experimentado pela requerente, o valor fixado dever servir para que a demandada seja diligente e a no mais incorrer no mesmo erro. Requer-se a indenizao seja arbitrada por V.Exa., sugerindo-se o importe de 25 (vinte e cinco) salrios mnimos a este ttulo, perfazendo o total de R$ 19.700,00 (dezenove mil e setecentos reais).4. DOS PEDIDOSEm face do exposto, requer se digne Vossa Excelncia:

1) A citao da requerida, para que, querendo, possam responder a presente ao, sob pena de revelia;

2) Seja condenada a requerida ao pagamento de indenizao por danos materiais, no importe de R$ 10.024,96 (dez mil, vinte e quatro reais e noventa e seis centavos), e indenizao por danos morais, na quantia a ser arbitrado por V. Exa, sugerindo-se o valor de 25 (vinte e cinco) salrios mnimos ou seja, R$ 19.700,00 (dezenove mil e setecentos reais);

3) A inverso do nus da prova, em conformidade com o artigo 6, inciso VIII do Cdigo de Defesa do Consumidor;4) Condenar, ainda, as requeridas no pagamento das despesas processuais eventualmente existentes, bem como honorrios advocatcios;

Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, notadamente a documental inclusa, bem como outras que se fizerem necessrias.D causa, para efeitos meramente processuais, o valor de R$ 29.724,96 (vinte e nove mil, setecentos e vinte e quatro reais e noventa e seis centavos).Nesses termos.

Pede deferimento.

De Cuiab/MT, aos 04 de fevereiro de 2015.TULIO DE BARROS BOMFIMOAB/SP 332.757PAGE Cuiab MT Rua A, 5 Setor Oeste Morada do Ouro 78053-064 Fone/Cel: (65) 9606.2149