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Diretoria de Estudos Sociais - DISOC
AÇÃO SOCIAL DAS EMPRESAS DO SUDESTE: QUEM SÃO E ONDE ESTÃO, EM 2003?
Brasília, dezembro de 2004
2
Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Glauco Arbix Diretora da Diretoria de Estudos Sociais Anna Maria Tiburcio Medeiros Peliano Coordenadora-geral da Pesquisa Ação Social das Empresas Anna Maria Tiburcio Medeiros Peliano Elaboração do documento Luana Simões Pinheiro Nathalie Beghin Equipe da Pesquisa Ação Social das Empresas Alda Pimentel de Matos Guerreiro Chaves Luana Simões Pinheiro Marco Antonio de Sousa Nathalie Beghin Regina Célia Issi C. Martins Roberto Sant’Anna Matos Consultores Alfonso Rodriguez Arias Antonio Eduardo R. Ibarra Eliane Rocha Araújo Joel Osório Alves Liseane Morosini Colaboradores Nilton Freitas Barbosa – CGMGI-DIRAF Equipe da Pesquisa por Telefone Leonardo Neves Alves Ângela Alves de Matos Jacileide do Socorro Castro do Monte Katiane de Carvalho Lima Lidiane Silva Soares Agradecimentos Diretoria de Administração e Finanças do IPEA Apoio RedeIpea de Pesquisa Escritório da Cepal no Brasil
3
Sumário Apresentação I. O perfil das empresas pesquisadas
II. Os resultados para a Região Sudeste
• Quem são e onde estão III. Quem fez mais para a comunidade?
• A liderança de Minas Gerais • O destaque das grandes empresas • A oscilação da idade • A similaridade entre os setores de agricultura, serviços e comércio • O combate à fome
IV. Quem nada fez para a comunidade e porquê? • A diferença entre os estados • O esforço das microempresas • A idade não é determinante • O menor investimento da construção civil • Por que motivos as empresas não atendem comunidades?
V. Quem fez mais para seus empregados? • A similaridade entre os estados • O porte diz pouco • As mais novas fazem mais • A indústria sai na frente
VI. Quem nada fez?
• Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo fazem menos • As menores pesam • O peso da idade • O menor envolvimento da construção civil
Conclusões
Anexo: tabelas suplementares
4
Apresentação
Dando continuidade à série de estudos realizados sobre o envolvimento do setor
empresarial na área social, o IPEA atualiza agora, para 2003, a Pesquisa Ação Social das
Empresas para a região Sudeste.
Inicialmente, é importante registrar que o conceito utilizado para definir a ação
social empresarial foi, deliberadamente, abrangente: para as comunidades, considerou-se
qualquer atividade que as empresas realizam, em caráter voluntário, nas áreas de assistência
social, alimentação, saúde e educação, entre outras. Essas atividades incluem desde
pequenas doações eventuais a pessoas ou instituições até grandes projetos mais
estruturados. Já para os empregados e seus familiares, foram incorporadas, como ações sociais
não obrigatórias, atividades desenvolvidas em áreas tais como saúde, educação, qualificação
profissional, redistribuição de lucros e previdência complementar. Ressalte-se que
atividades sociais, como a alimentação ao trabalhador, acordadas em convenções coletivas,
foram incluídas na Pesquisa como ações sociais, uma vez que pressupõem a anuência do
empregador independentemente de legislação prévia.
Foram, portanto, excluídas do conceito de ação social as atividades executadas por
obrigação legal, como, por exemplo, o cumprimento de normas trabalhistas, o vale-
transporte, o salário-família e as contribuições compulsórias às entidades integrantes do
chamado Sistema “S”, quais sejam, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae), Serviço Social da Industria (Sesi), Serviço Social do Comércio (Sesc),
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (Sesc), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte (Senat) e Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo (Sescoop).
A Pesquisa foi realizada a partir de uma amostra de 2.032 empresas privadas
lucrativas selecionadas no universo de empresas com um ou mais empregados para as quais
se dispunha de endereço e CEP no cadastro mantido pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, referente ao ano de 2002, e composto pela Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS) e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Este é
5
o mais completo cadastro de âmbito nacional que identifica, localiza e fornece o número de
empregados e a atividade econômica das empresas.
Na região Sudeste, das 2.032 empresas inicialmente selecionadas para compor a
amostra, 1.853 (91%) foram diretamente contatadas pelo IPEA por intermédio de pesquisa
telefônica. Desse conjunto de empresas, 118 corresponderam a unidades sem fins de lucro,
extintas ou cuja matriz estava localizada fora da região. Em virtude destas características,
tais empresas foram eliminadas da amostra inicial da Pesquisa. Outras 179 empresas não
foram localizadas. Assim, a amostra final, de 1.735 empresas pesquisadas, representa um
universo estimado de 420 mil empresas formais no Sudeste com um ou mais empregados.
O que está sendo divulgado neste documento são as informações obtidas na
primeira etapa da Pesquisa, que foi realizada por telefone, entre os meses de julho e
outubro de 2004. Embora para alguns dos grupamentos analisados os dados refiram-se a
um número pequeno de empresas, podendo eventualmente reduzir sua validade estatística
(i.e., o Estado do Espírito Santo ou os setores de Agricultura, Silvicultura e Pesca e
Construção Civil), no geral eles retratem com fidelidade o envolvimento na área social do
empresariado da região Sudeste.
Nesse sentido, levando-se em consideração a baixa representatividade estatística das
informações coletadas para o Espírito Santo, faz-se mister ressalvar que nenhuma das
informações apresentadas para este Estado nas tabelas anexas a este documento pode ser
utilizada para a elaboração de um perfil de sua atuação social.
Os resultados apresentados fornecem um retrato do conjunto das empresas
privadas do Sudeste com um ou mais empregados que realizaram ações sociais em 2003,
por ano de criação, porte e setor de atividade econômica. Permitem, ainda, avaliar quem
mais se destaca em cada um dos grupamentos pesquisados, levando-se em conta, por
exemplo, quantas empresas da região realizaram ações sociais em 2003 como proporção do
total de empresas existentes. Tais relações denotam a intensidade do envolvimento das
empresas – conforme sua localização, porte, ano de criação e setor de atividade econômica.
Este ano, a Pesquisa explorou, em caráter inédito, as razões pelas quais as empresas não
realizaram qualquer atividade social em prol das comunidades mais pobres e o que as
levaria a atuar nesse campo. Indagou-se, ainda, se a empresa fez doações ou realizou ações
sociais especificamente voltadas para o combate à fome. Destaque-se que esse conjunto de
6
informações contribui para formar um referencial importante para se avaliar o grau de
envolvimento do setor empresarial com a questão social no país.
É importante ressaltar que o contato direto por telefone é um método que se
mostra de grande valia. Por desconhecer o significado da noção de ação social, muitas
vezes o empresário, principalmente o de pequeno porte, não informa as atividades que
realiza. A interatividade proporcionada pelo telefone permite melhor esclarecimento sobre
o conteúdo do que se busca pesquisar, o que ajuda as empresas a responderem mais
adequadamente às perguntas, e fornecer, inclusive, informações complementares. Ademais,
a pesquisa por telefone permite alcançar uma alta representatividade, visto que obteve-se
respostas para mais de 90% das empresas da amostra.
Por último, restam as indagações sobre o tipo de ações que as empresas do Sudeste
realizam, como operam, porque atuam e a quem beneficiam, dentre outras questões. Estas
respostas estarão disponíveis após a conclusão da segunda etapa da Pesquisa referente à
apuração dos questionários enviados às empresas que declararam, por telefone, ter
realizado, em 2003, algum tipo de ação social em benefício da comunidade em geral. A
divulgação destes resultados está prevista para o primeiro semestre de 2005.
7
I. O perfil das empresas pesquisadas
O universo analisado pela Pesquisa é composto por 420.447 empresas privadas da
região Sudeste, com um ou mais empregados.
A maioria absoluta das empresas (61%) está concentrada em São Paulo.
Predominam ainda as empresas comerciais (54%) e aquelas com até dez empregados
(49%).
Os gráficos 1 a 3 apresentam a distribuição das empresas na região, por estado, por
ramo de atividade econômica e pelo número de empregados.
Minas Gerais 22%
São Paulo 61%
Espírito Santo3%
Rio de Janeiro14%
Gráfico 1Região Sudeste
Distribuição das Empresas em 2003, por Estado
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa PEA/DISOC (2004)
Total: 420.447 empresas
8
Gráfico 2 Região Sudeste
Distribuição das Empresas em 2003, por Setor de Atividade
Indústria17%
Comércio54%
Serviços26%
Agricultura, Silvicultura e Pesca e Construção Civil
3%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Total: 420.447 empresas
1 a 10 empregados49%
101 a 500 empregados3%
11 a 100 empregados27%
Não sabe/Não respondeu
19%
Mais de 500 empregados
2%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Total: 420.447 empresas
Gráfico 3 Região Sudeste
Distribuição das Empresas em 2003, por Número de Empregados
9
II. Os resultados para a Região Sudeste
Do total de 420 mil empresas privadas do Sudeste com um ou mais empregados,
71% declararam ter realizado, em caráter voluntário, ações sociais para a comunidade em
2003, como pode ser observado no gráfico 4. São 298 mil empresas que incluem tanto as que
fizeram pequenas e eventuais doações até aquelas que executaram projetos mais
estruturados.
Gráfico 4 A Empresa Realizou Ações Sociais para a Comunidade, em
2003?
Não 29%
Sim 71%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Total: 420.447 empresas
Dois resultados adicionais podem ser destacados:
• As empresas que realizaram atividades sociais não obrigatórias em benefício de seus
empregados (284 mil) constituem um grupamento menor (67%) do que aquele que
apoiou ações sociais para a comunidade1 (71%); e
• As empresas que não executaram qualquer espécie de ação social representam um
número bastante reduzido – 79 mil ou 19% do total (ver gráficos 5 e 6).
1 Foram consideradas como “empresas que realizam atividades em benefício de seus empregados” tanto aquelas que atuaram exclusivamente dentro de seus muros, quanto aquelas que atenderam simultaneamente a empregados e comunidade. Da mesma forma, dentre as empresas que atuaram para a comunidade foram contabilizadas tanto as que atenderam somente à comunidade quanto as que realizaram ações sociais simultaneamente para empregados e comunidades.
10
Não33%
Sim67%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Total: 420.447 empresas
Gráfico 5 A Empresa Realizou Ações Sociais para seus Empregados, em 2003?
Comunidade e Empregados
57%
Somente a Comunidade
14%
Não Realizou Ação Social 19%
Somente seus Empregados
10%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Total: 420.447 empresas
Gráfico 6 Quem se Beneficiou da Ação Social da Empresa, em 2003?
Destaque-se, ainda, que as empresas que atuaram exclusivamente em benefício da
comunidade – 57 mil ou 14% do universo – são mais numerosas do que as que
desenvolveram ações exclusivamente para seus empregados, somente 44 mil (10% do
total). A maior parte, todavia, 240 mil, combinou as duas formas de atuação (57%).
11
• Quem são e onde estão
O comércio (55%) e as empresas de menor porte (de 1 a 10 empregados) (48%)
formam a maioria entre as 298 mil empresas do Sudeste que fizeram ação social para a
comunidade em 2003. São Paulo abriga um número ainda maior dessas empresas – 255 mil
ou 58% do total (ver gráfico 7).
Essa predominância se reproduz nos outros três conjuntos analisados: o das
empresas que realizaram ação social para seus empregados, o das que não realizaram
qualquer ação para a comunidade e o das que não realizaram ações sociais nem para
comunidade nem para empregados (ver gráficos 8 a 10). Tal resultado era de se esperar na
medida em que ele simplesmente reflete o perfil das empresas localizadas no Sudeste,
conforme anteriormente apresentado nos gráficos 1 a 3.
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 7Distribuição das Empresas que Realizaram Ações Sociais para a Comunidade, em 2003
Por Estado
São Paulo58%
Minas Gerais26%
Espírito Santo3%
Rio de Janeiro13%
Por Setor de Atividade Econômica
Indústria16%
Serviços27%
Agricultura, Silvicultura e
Pesca e Construção
Civil2%
Comércio55%
Por Número de Empregados
101 a 500 empregados
3%
11 a 100 empregados
31%
Mais de 500 empregados
3%
1 a 10 empregados48%
Não sabe/Não respondeu
15% Total: 297.789 empresas
12
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 8Distribuição das Empresas que Realizaram Ações Sociais para seus Empregados, em 2003
Por Setor de Atividade Econômica
Agricultura, Silvicultura e
Pesca e Construção Civil
3%
Serviços26%
Indústria 20%
Comércio51%
Por Número de Empregados
Não sabe/Não respondeu
16%
1 a 10 empregados44%
Mais de 500 empregados
2%
11 a 100 empregados34%
101 a 500 empregados4%
Por Estado
São Paulo61%
Rio de Janeiro14%
Minas Gerais22%
Espírito Santo3%
Total: 283.989 empresas
13
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 9 Distribuição das Empresas que Não Realizaram Qualquer
Ação Social para a Comunidade, em 2003
Por Setor de Atividade Econômica
Serviços23%
Indústria 20%
Comércio51%
Agricultura, Silvicultura e Pesca e Construção Civil
6%
Por Estado
Minas Gerais15%
Rio de Janeiro14%
São Paulo67%
Espírito Santo4%
Por Número de Empregados
1 a 10 empregados51%
Mais de 100 empregados
3%
Não sabe/Não respondeu
28%
11 a 100 empregados18%
Total: 122.658 empresas
14
Para identificar aquelas empresas que se envolveram mais com os problemas sociais
é necessário efetuar uma análise que leve em conta o número total de empresas para cada
uma das seguintes variáveis: a localização, o porte, a idade e o setor de atividade econômica.
Este é o objeto da próxima seção.
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 10Distribuição das Empresas que Não Realizaram Qualquer
Ação Social nem para a Comunidade, nem para seus Empregados, em 2003.
Por Setor de Atividade Econômica
Comércio56%
Serviços27%
Indústria 10%
Agropecuária, Silvicultura e
Pesca e Construção Civil
7%
Por Estado
Minas Gerais16%
Espírito Santo5%
Rio de Janeiro15%
São Paulo64%
Por Número de Empregados
1 a 10 empregados60%
11 a 100 empregados
15%
Mais de 100 empregados
2%
Não sabe/Não respondeu
23%
Total: 78.994 empresas
15
III. Quem fez mais para a comunidade?
• A liderança de Minas Gerais
As empresas mineiras se destacaram na região Sudeste, pois 81% delas declarou ter
realizado algum tipo de ação social para a comunidade em 2003 (ver gráfico 11). Rio de
Janeiro e São Paulo apresentaram percentuais bastante semelhantes, 69% e 68%,
respectivamente, o que os coloca em posições bem próximas à média da região (71%).
68% 69% 81%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais
Média da Região 71%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 11Por Estado: Qual o Grau de Participação das Empresas em Ações Sociais
para a Comunidade, em 2003?
Não existem ainda informações para qualificar o desempenho em cada estado, mas
é importante observar que mesmo naqueles em que a participação foi menor, cerca de 70%
das empresas realizaram algum tipo de atendimento comunitário.
• O destaque das grandes empresas
A absoluta maioria das grandes empresas (mais de 500 empregados) realizou algum
tipo de ação social para a comunidade: 96% (ver gráfico 12). Faz-se mister destacar, contudo,
a expressiva participação das microempresas (de 1 a 10 empregados) onde se verifica que
16
70% delas deu sua contribuição. Como elas representam cerca da metade do setor
empresarial da região, foram elas que influenciaram, de maneira mais forte, o percentual
médio de atuação das empresas do Sudeste (71%).
70% 81% 75% 96%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500
Número de Empregados
Gráfico 12 Por Número de Empregados: Qual foi a Participação das Empresas em Ações Sociais para a Comunidade, em 2003?
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Média da Região 71%
• A oscilação da idade
A idade da empresa não parece interferir na sua atuação no campo social. Com
efeito, as empresas que apresentaram percentuais maiores foram aquelas criadas entre os
anos de 1983 e 1987, isto é, as que tinham entre 16 e 20 anos de idade: 81% delas
realizaram, em 2003, ações sociais para a comunidade. Já o grupamento com menor
participação é aquele integrado por empresas mais velhas, com mais de 20 anos de idade.
Destaque-se que este foi o único grupo que apresentou um comportamento abaixo da
média da região: 69% contra 71%. Os percentuais de atuação das demais empresas
oscilaram entre 73% e 79% (ver gráfico 13).
17
73% 79% 73% 81% 69%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20
Anos
Média da Região 71%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 13 Por Idade: Qual foi a Participação das Empresas em Ações Sociais para a
Comunidade, em 2003?
• A similaridade entre os setores de agricultura, serviços e comércio
No atendimento às comunidades, não existem diferenças relevantes de
comportamento das empresas dos setores de agricultura, serviços e comércio: 78%, 75% e
72% delas, respectivamente, declararam realizar algum tipo de ação social para a
comunidade em 2003 (ver gráfico 14). Na industria, esse percentual é menor, de 66%. Já o
setor da construção civil apresentou uma performance mais modesta. Nele, apenas 46% das
empresas informaram voltar-se para comunidades, ficando bastante abaixo da média da
região (71%).
46% 66% 72% 75% 78%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Construção Civil Indústria Comércio Serviços Agricultura,Silvicultura e Pesca
Média da Região 71%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 14 Por Setor de Atividade Econômica: Qual foi a Participação das Empresas em
Ações Sociais para a Comunidade, em 2003?
18
• O combate à fome
Para aquelas empresas que declararam ter realizado algum tipo de ação social para a
comunidade, em 2003, indagou-se a respeito da atuação específica no combate à fome. A
percepção das empresas é de que, no geral, as atividades sociais que realizam contribuem de
alguma forma para o enfrentamento da insuficiência alimentar e da miséria. No entanto,
perguntou-se na Pesquisa se foram feitas ações direcionadas especialmente para a questão
da fome (i.e., participação em mutirões, campanhas ou programas governamentais).
Observou-se que foi expressivo o número de empresas que respondeu positivamente: 83
mil, o que corresponde a 28% daquelas empresas do Sudeste que declararam atuar para a
comunidade (ver gráfico 15).
Gráfico 15 A Empresa Realizou Ações Sociais Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?
Sim28%
Não53%
Não sabe/Não respondeu
19%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Total: 297.789 empresas
Ressalte-se que o comportamento das empresas na realização de atividades de
combate à fome variou conforme sua localização, porte, setor de atividade econômica e
idade. Destacaram-se as empresas do setor agrícola (74%), as de maior porte (59%),
aquelas que foram fundadas entre 1983 e 1992 (em média, 38%), e as de Minas Gerais
(37%) (ver gráficos 16 a 19).
19
19%26%
37%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Rio de Janeiro São Paulo Minas Gerais
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Regão Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Média da Região 28%
Gráfico 16Por Estado: Qual o Percentual de Empresas que Realizou Ações Sociais
Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?
34%
19% 24%
59%
0%
20%
40%
60%
80%
1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500
Número de Empregados
Média da Região 28%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 17 Por Número de Empregados: Qual o Percentual de Empresas que Realizou
Ações Sociais Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?
20
13%
25%27%
35%
74%
0%
20%
40%
60%
80%
Construção Civil Comércio Indústria Serviços Agricultura,Silvicultura e Pesca
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Média da Região 28%
Gráfico 18 Por Setor de Atividade Econômica: Qual o Percentual de Empresas que
Realizou Ações Sociais Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?
13%
24%
39% 38%
27%
0%
10%
20%
30%
40%
Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20
Anos
Média da Região 28%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC
Gráfico 19 Por Idade: Qual o Percentual de Empresas que Realizou Ações Sociais
Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?
21
No conjunto, a maior parte das empresas que realizou ações de combate à fome
atuou doando alimentos: 80% (ver gráfico 20).
1%
3%
1%
10%
14%
80%
0% 20% 40% 60% 80%
Não sabe/Não respondeu
Outros
Doação de material e/ouequipamento
Doação de recursosfinanceiros
Doação deroupas/agasalhos
Doação de alimentos
Gráfico 20 Qual a Principal Forma de Atuação das Empresas que Realizaram Ações Sociais
Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2003?
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)Nota: As empresas tinham a opção de escolher mais de uma alternativa à essa pergunta.
22
IV. Quem nada fez para a comunidade e porquê?
Pouco mais de um quarto das empresas do Sudeste (29%) não realizou qualquer
atividade social para comunidades em 2003, o que corresponde a 123 mil empresas (ver
gráfico 4). Cabe ressaltar que isso não significa que não tenham atuado de forma alguma.
Nesse conjunto de empresas estão incluídas aquelas que concedem, de forma exclusiva,
benefícios para os seus empregados. O perfil dos estabelecimentos que nada fazem nem
para comunidade nem para funcionários será analisado mais adiante, na seção VI.
A intensidade da atuação social para as comunidades variou de acordo com o
estado em que as empresas estavam localizadas, seu porte, idade e o setor de atividade em
que atuavam. Tais detalhamentos são apresentados a seguir.
• A diferença entre os estados Pouco mais de 30% das empresas de São Paulo e Rio de Janeiro declararam não ter
realizado qualquer tipo de ação social para a comunidade em 2003. Este comportamento
mostrou-se bastante semelhante à média da região Sudeste, que foi de 29%. Destaca-se o
fato de que nas empresas mineiras apenas 19% não realizaram qualquer ação nesse sentido,
o que é reflexo do comportamento de liderança no atendimento social do estado, o qual já
havia sido apontado anteriormente (ver gráfico 21) .
32%31%
19%
0%
10%
20%
30%
40%
São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais
Gráfico 21 Por Estado: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou
Qualquer Ação Social para a Comunidade, em 2003?
Média da Região 29%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
23
• O esforço das microempresas
Conforme previsto, foram as microempresas, de 1 a 10 empregados, as que menos
realizaram ações sociais para a comunidade. Cerca de 30% do total desses estabelecimentos
não atuou em prol das comunidades, em 2003. A despeito desse resultado, deve-se levar
em conta que, aproximadamente, 142 mil empresas deste porte deram sua contribuição.
As demais empresas mantiveram-se abaixo da média da região (29%), com destaque
para as grandes empresas (mais de 500 empregados): apenas 4% delas não realizaram
qualquer ação social para as comunidades (ver gráfico 22).
30%
19%
25%
4%0%
10%
20%
30%
40%
1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500
Número de Empregados
Média da Região 29%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 22 Por Número de Empregados: Qual o Percentual de Empresas que Não
Realizou Qualquer Ação Social para a Comunidade, em 2003?
• A idade não é determinante Como já apontado anteriormente, a atuação das empresas não parece ser muito
influenciada pela sua idade. Assim, as empresas mais velhas (mais de 20 anos) foram as que
menos realizaram ações sociais para as comunidades: 31% nada fizeram nesse sentido. No
entanto, o comportamento das empresas mais novas, fundadas nos últimos 5 anos, e
daquelas empresas com 11 a 15 anos de existência não difere significativamente do das
mais antigas: 28% e 27% delas, respectivamente, nada fizeram para as comunidades em
2003 (ver gráfico 23).
24
28% 21% 27% 19% 31%
0%
10%
20%
30%
40%
Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20 Anos
Gráfico 23 Por Idade: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou
Qualquer Ação Social para a Comunidade, em 2003?
Média da Região 29%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
• O menor envolvimento da construção civil A análise por setor de atividade econômica revela que foram as empresas de
construção civil as que menos participaram na área social: mais da metade delas (54%)
declarou nada fazer para as comunidades, percentual bastante acima da média regional, que
é de 29% (ver gráfico 24). No entanto, como essas empresas representam apenas 3% do total
de empresas do Sudeste, o seu comportamento pouco influenciou a performance geral da
região.
22% 25%28% 35%
54%
0%
20%
40%
60%
Agricultura,Silvicultura e Pesca
Serviços Comércio Indústria Construção Civil
Média da Região 29%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 24 Por Setor de Atividade Econômica: Qual o Percentual de Empresas que Não
Realizou Qualquer Ação Social para a Comunidade, em 2003?
25
• Por que motivos as empresas não atendem comunidades? A Pesquisa buscou explorar, em caráter inédito, porque razões os empresários nada
fizeram no atendimento de comunidades. Assim, das 123 mil empresas nessa situação, 53%
alegaram a falta de dinheiro como principal motivo para tal comportamento. Uma
proporção bem menor, 16%, reclamou da ausência de incentivos governamentais (ver gráfico
25).
8%
9%
2%
4%
4%
5%
16%
53%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Falta dinheiro
Falta de incentivo governamental
Não é papel da iniciativa privada
Nunca pensou na possibilidade
Ninguém pediu
Não sabe como fazer
Outros
Não sabe/Não respondeu
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 25 Qual o Principal Motivo de a Empresa Não Ter Realizado Qualquer Ação Social
para a Comunidade, em 2003?
É interessante notar que é muito pequeno o percentual de empresários que
informou não ter realizado qualquer atividade social para comunidades porque nunca
pensou nessa possibilidade (4%) ou porque avalia que este não seja seu papel (5%) ou,
ainda, porque não sabe como fazê-lo (2%). Considera-se, pois, que mesmo entre as
empresas que nada fizeram para fora de seus muros há um conhecimento generalizado
sobre a possibilidade de atuação no campo social.
Quando indagadas sobre o que as levaria a participar de atividades sociais, 45%
referiram-se à já apontada limitação de recursos: mais dinheiro nas empresas seria a
principal motivação para dar início à realização de ações sociais na comunidade. Outras
empresas, 26%, disseram que atuariam se recebessem incentivos governamentais para tal.
Note-se que somente 9% das empresas que nada fizeram para a comunidade (o que
26
corresponde a 11,5 mil empresas) foram categóricas ao afirmar que nada as levaria a fazer
alguma atividade social para fora de seus muros (ver gráfico 26).
45%
26%
9%3% 5%
13%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Mais dinheiro para asempresas
Incentivosgovernamentais
Nada faria realizar Maior confiança nasentidades executoras
Outros Não sabe/Nãorespondeu
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 26 Qual a Principal Razão que Levaria a Empresa a Realizar, em Caráter Voluntário,
Ações Sociais para a Comunidade?
Em resumo, pode-se afirmar que ainda há espaço para crescimento da atuação das
empresas na área social.
27
V. Quem fez mais para seus empregados?
Conforme apresentado anteriormente, no gráfico 5, 67% das empresas da região
Sudeste realizaram, em 2003, atividades sociais voltadas para seus empregados e familiares.
Destaque-se que 85% dessas empresas promoveram atividades sociais também para a
comunidade. Os dados revelam, pois que, para os empresários, o atendimento de cunho
social à comunidade passa pela concessão de benefícios não obrigatórios aos seus próprios
trabalhadores. Vale lembrar, contudo, que os resultados dessa primeira etapa não
possibilitam auferir as especificidades desse atendimento, tampouco as razões que levam os
empresários a realizar tais ações. Acredita-se, por exemplo, que grande parte dos benefícios
não obrigatórios concedidos pelas empresas aos seus empregados e familiares é conquista
de negociações entre os trabalhadores e seus empregadores
• A similaridade entre os estados
Diferentemente do que se observa na atuação das empresas junto às comunidades,
quando se trata dos empregados o comportamento nos estados variou muito pouco: entre
66% para Minas Gerais e 71% para o Rio de Janeiro, passando por 68%, em São Paulo (ver
gráfico 27).
66% 68%71%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Minas Gerais São Paulo Rio de Janeiro
Média da Região 67%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 27Po Estado: Qual o Grau de Participação das Empresas em Ações Sociais para
seus Empregados , em 2003?
28
• O porte diz pouco
Com exceção das microempresas (1 a 10 empregados), para as quais observa-se que
61% concederam benefícios sociais não obrigatórios para seus empregados, no geral,
qualquer que seja o porte, mais de 80% das empresas declararam atender seus funcionários
com atividades sociais (ver gráfico 28).
61%
83% 84% 84%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500
Número de Empregados
Média da Região 67%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 28 Por Número de Empregados: Qual foi a Participação das Empresas no
Atendimento aos seus Empregados, em 2003?
• As mais novas fazem mais
De maneira distinta do que ocorre para as empresas que atendem as comunidades,
os dados apontam que quando está-se analisando as que atuam para dentro de seus muros,
a idade da empresa interfere na sua atuação. Pode-se observar que quanto mais antigas são
as empresas, menos elas atuam na concessão de benefícios não obrigatórios para seus
funcionários. Com efeito, dentre aquelas com até 5 anos de idade, 83% declararam realizar
ações sociais para seus empregados e familiares. Na outra ponta, entre as com mais de 20
anos de fundação, a atuação caiu para 67%, exatamente a média encontrada para a região
Sudeste (ver gráfico 29).
29
83% 81% 77% 65% 67%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20
Anos
Média da Região 67%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 29 Por Idade: Qual foi a Participação das Empresas no Atendimento aos seus
Empregados, em 2003
• A indústria sai na frente Quase 80% das empresas do setor industrial realizaram alguma ação social, não
obrigatória, para seus empregados em 2003. Destaque-se, também, os estabelecimentos do
setor serviços e de agricultura, silvicultura e pesca, que apresentaram um percentual de
atuação praticamente idêntico: cerca de 70%. As empresas da construção civil foram as que
apresentaram menor performance: metade delas declarou conceder benefícios sociais para
seus empregados além daqueles previstos em lei (ver gráfico 30).
51% 64% 69% 70% 80%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Construção Civil Comércio Serviços Agropecuária,Silvicultura e Pesca
Indústria
Média da Região 67%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 30 Por Setor de Atividade Econômica: Qual foi a Participação das Empresas no
Atendimento aos seus Empregados, em 2003?
30
É interessante ressaltar que, na média, apenas 10% das empresas do Sudeste
realizaram ações sociais exclusivamente para seus empregados. Esse percentual, no entanto,
variou segundo o setor de atividade em que as empresas atuam, atingindo quase 30% na
indústria e construção civil e apenas 2% na agricultura.
31
VI. Quem nada fez?
Cerca de um quinto das empresas da região Sudeste não realizou qualquer tipo de
ação social em 2003, seja para a comunidade, seja para seus empregados e familiares (ver
gráfico 31). Isso significa que a grande maioria do empresariado brasileiro (81%) tem a
percepção de que é necessário ir além das obrigações legais e atuaram, de uma forma ou de
outra, beneficiando exclusivamente comunidades, empregados ou os dois grupos
simultaneamente.
Não 19%
Sim81%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Total: 420.447 empresas
Gráfico 31 A Empresa Realizou Ações Sociais para a Comunidade ou para seus
Empregados, em 2003?
• Os estados de Rio de Janeiro e São Paulo fazem menos
Confirmando o que já havia sido observado, Minas Gerais se sobressai no
atendimento social: apenas 13% de suas empresas nada fizeram para atender às
comunidades ou a seus empregados em 2003. Excluídas as ações de caráter obrigatório,
aproximadamente um quinto das empresas do Rio de Janeiro e de São Paulo abstiveram-se
de qualquer contribuição de cunho social, valor bastante próximo à média da região, que
atingiu o patamar de 19% (ver gráfico 32).
32
20% 20%
13%
0%
10%
20%
30%
40%
São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Média da Região19%
Gráfico 32 Por Estado: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer
Ação Social, em 2003?
• As menores pesam
Embora as empresas menores sejam as que, proporcionalmente, contribuíram
menos para o social em 2003, como mostra o gráfico 33, esses dados não podem obscurecer
o número expressivo de mais de 157 mil microempresas que, de alguma forma, deram sua
colaboração para comunidades ou para seus empregados e familiares. Os 23% de
microempresas que não realizaram qualquer espécie de ação social não obrigatória
totalizaram cerca de 47 mil; são exatamente essas empresas, pelo seu peso no universo, que
elevaram a média da região para 19%.
23%
11%8%
1%
0%
10%
20%
30%
1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500
Número de Empregados
Média da Região19%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 33 Por Número de Empregados: Qual o Percentual de Empresas que Não
Realizou Qualquer Ação Social, em 2003?
33
Dentre as empresas de maior porte, pouco menos de 1% não realizou qualquer
ação social em 2003, enquanto aquelas de portes pequeno e médio (entre 11 e 500
empregados) apresentaram percentuais inferiores à média regional.
• O peso da idade
São as empresas mais velhas as que fazem menos: 19% das que foram criadas no
início da década de 1980, com mais de 20 anos de idade, declararam não ter realizado
qualquer ação social em 2003. Ao que tudo indica, após um certo tempo, o não
envolvimento das empresas em questões sociais transforma-se em um hábito difícil de ser
superado (ver gráfico 34).
Ressalta-se, contudo, que os resultados deste item devem ser relativizados, na
medida em que pouco mais de um terço das empresas que nada fizeram não informou sua
data de fundação.
15%
10%
12%
14%
19%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20
Anos
Média da Região19%
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas nas Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Gráfico 34 Por Idade: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer Ação
Social, em 2003?
• O menor envolvimento da construção civil
Corroborando os dados anteriormente apresentados, que indicavam baixa
participação das empresas de construção civil em ações sociais para a comunidade (apenas
46%, o menor índice dentre todos os setores) ou para seus próprios empregados e
familiares (51%, também a menor proporção de empresas atuantes), a análise do gráfico 35
34
mostra que cerca de 40% das empresas desse setor não realizaram qualquer tipo de ação
social. Esse número torna-se ainda mais significativo, quando se verifica que equivale a
pouco mais do que o dobro da média de não atuação das empresas do Sudeste (19%).
40%
21% 20%19%
12%
0%
10%
20%
30%
40%
Construção Civil Agricultura,Silvicultura e Pesca
Comércio Serviços Indústria
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Média da Região19%
Gráfico 35 Por Setor de Atividade Econômica: Qual o Percentual de Empresas que Não
Realizou Qualquer Ação Social, em 2003?
35
Conclusões
Recapitulam-se aqui os principais resultados da Pesquisa.
• É elevada a participação das empresas do Sudeste em ações sociais voltadas para a
comunidade. Cerca de 298 mil empresas, o que corresponde a 71% do empresariado da
região, declaram realizar, em caráter voluntário, atividades sociais em benefício das
comunidades.
• No que se refere ao atendimento aos empregados, uma porcentagem um pouco
menor de empresas (67%) informa atuar para dentro de seus muros. Isso não significa,
porém, que beneficiem exclusivamente seus empregados. Na realidade, a grande maioria
das empresas do Sudeste que realizam ações sociais voltam-se, simultaneamente, para
comunidades e empregados: são 240 mil empresas, o que equivale a 57% do universo.
• No atendimento à comunidade destaque-se:
a) as empresas mineiras: 81% delas informam realizar ações sociais para fora de seus
muros;
b) as microempresas (de 1 a 10 empregados): cerca de 70% das empresas deste porte
realizam atividades sociais direcionadas para a comunidade. São, aproximadamente, 142 mil
empresas que de alguma forma dão sua contribuição.
• Atuam especificamente no combate à fome cerca de 83 mil empresas (28%). Neste
particular, destacam-se os seguintes grupamentos de empresas, isto é, aquelas que
apresentam comportamento acima da média regional: as do setor de agricultura, silvicultura
e pesca (74%); as grandes empresas (59%); as que foram fundadas entre 1983 e 1992
(38%, em média); as de Minas Gerais (37%); as de serviços (35%); e aquelas com até 10
empregados (34%).
• Como é de se esperar, as grandes empresas são as mais dinâmicas: 96% delas
realizam atividades sociais que beneficiam comunidades.
• Apenas 29% dos empresários do Sudeste, o que corresponde a 123 mil empresas,
declaram nada fazer para o atendimento das comunidades. Ressalte-se, aqui, as empresas
36
do setor de construção civil, que apresentam um índice de 54% de não atendimento à
comunidade. Note-se que mais da metade das empresas do Sudeste (53%) que não realizam
ações sociais alegam a falta de recursos na empresa para tanto. Como conseqüência dessa
afirmação, mais de 70% do universo de não atuantes informa que passaria a atuar no social
caso houvesse mais dinheiro na empresa ou maiores incentivos por parte do governo. Por
outro lado, o fenômeno do ativismo social vem se generalizando de tal forma que apenas
9% destas empresas afirmam que nada as levaria a atuar no social, valor este que
corresponde a apenas 11,5 mil empresas.
• Por fim, é muito pequeno o número de empresas que declara nada fazer nem para
seus empregados, nem para as comunidades. São cerca de 79 mil empresas, ou 19% do
universo.
Os resultados até agora obtidos revelam que o envolvimento das empresas em ações de
cunho social estende-se muito além do reduzido círculo daquelas que, pelo seu porte,
dispõem de recursos e de capacidade administrativa para intervir de forma mais ampla. Das
micro às médias empresas, todas dão alguma contribuição. A Pesquisa confirma que o setor
privado lucrativo no Brasil é um ator importante na provisão de bens e serviços sociais e
seu envolvimento não pode ser desprezado.
Aprofundar o conhecimento sobre o que fazem, porque fazem e como atuam as
empresas do Sudeste na área social é o que se pretende atingir com a segunda etapa da
Pesquisa Ação Social das Empresas, que está em andamento e deve ser finalizada no
primeiro semestre de 2005. Espera-se, com isso, extrair conhecimentos úteis para o melhor
entendimento desta realidade, os quais vão possibilitar a formulação de medidas próprias
para estimular a realização de ações capazes de atenuar as carências sociais do país e
promover a cidadania.
37
Anexo: Tabelas suplementares
38
Não Realizou
Realizou Exclusivamente
para os Empregados
Realizou para Empregados e Comunidade
Realizou Exclusivamente
para a ComunidadeTotal
Minas Gerais 12.575 5.450 56.885 19.077 93.987
Espírito Santo* 4.016 371 8.138 1.960 14.485
Rio de Janeiro 11.631 5.873 34.611 4.890 57.005
São Paulo 50.772 31.970 140.691 31.537 254.970
Total 78.994 43.664 240.325 57.464 420.447Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Nota: * Devido à baixa representatividade estatística dos dados coletados para o Espírito Santo, não é possível utilizar estas informações para a construção de um perfil da atuação social do Estado.
Número de Empresas Privadas segundo Atividade Social Realizada em 2003, por Estado
Tabela 1
Atividade Social
Estado
Não Realizou
Realizou Exclusivamente
para os Empregados
Realizou para Empregados e Comunidade
Realizou Exclusivamente
para a ComunidadeTotal
De 1 a 10 47.188 15.010 109.645 32.674 204.517
De 11 a 100 12.155 9.636 86.354 7.340 115.485
De 101 a 500 1.095 2.434 9.224 1.166 13.919
Mais de 500 68 224 6.797 1.226 8.315Não sabe/Não respondeu 18.488 16.360 28.305 15.058 78.211
Total 78.994 43.664 240.325 57.464 420.447
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Número de Empresas Privadas segundo Atividade Social Realizada em 2003, por Número de Empregados
Tabela 2
Atividade Social
Número de Empregados
39
Número de Empresas Privadas
Não Realizou
Realizou Exclusivamente
para os Empregados
Realizou para Empregados e Comunidade
Realizou Exclusivamente
para a ComunidadeTotal
Até 5 anos 3.730 3.076 17.526 442 24.774
De 6 a 10 anos 7.133 8.151 50.002 6.623 71.909
De 11 a 15 anos 6.451 7.985 33.383 6.209 54.028
De 16 a 20 anos 8.067 2.760 33.663 11.456 55.946
Mais de 20 anos 23.416 14.814 66.575 17.316 122.121
Não sabe/Não respondeu 30.197 6.878 39.176 15.418 91.669
Total 78.994 43.664 240.325 57.464 420.447Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Idade
Atividade Social
Tabela 4
segundo Atividade Social Realizada em 2003, por Idade.
Não Realizou
Realizou Exclusivamente
para os Empregados
Realizou para Empregados e Comunidade
Realizou Exclusivamente
para a ComunidadeTotal
Agricultura, Silvicultura e Pesca250 17 829 120 1.216
Indústria 8.294 16.544 40.562 6.144 71.544
Construção Civil 5.358 1.908 4.932 1.320 13.518
Comércio 44.129 18.714 126.375 36.781 225.999
Serviços 20.963 6.481 67.627 13.099 108.170
Total 78.994 43.664 240.325 57.464 420.447
Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Tabela 3
Atividade Social
Setor de Atividade Econômica
Número de Empresas Privadassegundo Atividade Social Realizada em 2003, por Setor de Atividade Econômica
40
Minas Gerais Espírito Santo* Rio de Janeiro São Paulo Total
Sim 27.954 2.596 7.390 45.446 83.386
Não 36.146 4.415 19.273 96.646 156.480
Não sabe/Não respondeu 11.862 3.087 12.838 30.136 57.923
Total 75.962 10.098 39.501 172.228 297.789Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)Nota: * Devido à baixa representatividade estatística dos dados coletados para o Espírito Santo, não é possível utilizar estas informações para a construção de um perfil da atuação social do Estado.
Realizou Ações de Combate à Fome
Estado
Tabela 5
que Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome, em 2003, Número de Empresas Privadas
Por Estado.
1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500Não sabe/
Não respondeuTotal
Sim 47.980 18.051 2.473 4.696 10.186 83.386
Não 73.150 55.101 6.699 1.769 19.761 156.480
Não sabe/Não respondeu 21.189 20.542 1.218 1.558 13.416 57.923
Total 142.319 93.694 10.390 8.023 43.363 297.789Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Tabela 6
Número de Empresas Privadasque Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome, em 2003,
Por Número de Empregados.
Realizou Ações de Combate à Fome
Número de Empregados
41
Agricultura, Silvicultura e
PescaIndústria Construção Civil Comércio Serviços Total
Sim 700 12.716 839 40.726 28.405 83.386
Não 49 27.523 4.894 89.938 34.076 156.480
Não sabe/Não respondeu 200 6.467 519 32.492 18.245 57.923
Total 249 46.706 5.413 122.430 52.321 214.403Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Realizou Ações de Combate à Fome
Setor de Atividade Econômica
Tabela 7
Número de Empresas Privadasque Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome, em 2003,
Por Setor de Atividade Econômica.
Até 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 20 anosMais de 20 anos
Não sabe/ Não respondeu
Total
Sim 2.320 13.534 15.366 17.024 23.005 12.137 83.386
Não 13.090 29.764 20.253 22.575 50.028 20.770 156.480
Não sabe/Não respondeu 2.558 13.327 3.973 5.520 10.858 21.687 57.923
Total 17.968 56.625 39.592 45.119 83.891 54.594 297.789Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Realizou Ações de Combate à Fome
Idade da Empresa
Tabela 8
Número de Empresas Privadasque Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome, em 2003,
Por Idade.
42
Tipo de Doação Total
Doação de roupas/agasalhos 11.821
Doação de alimentos 66.527
Doação de recursos financeiros 8.561
Doação de material e/ou equipamento 539
Outros 2.225
Não sabe/Não respondeu 1.075
Total de Empresas* 83.386Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)Nota: * As empresas tinham a opção de escolher mais de uma alternativa de resposta à essa pergunta.
Tabela 9
Número de Empresas Privadasque Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome Por Tipo de Doação, em 2003.
Motivo Total
Falta dinheiro 65.465
Falta de incentivo governamental 19.285
Não é papel da iniciativa privada 6.586
Nunca pensou na possibilidade 4.294
Ninguém pediu 4.724
Não sabe como fazer 1.808
Outros 10.912
Não sabe/Não respondeu 9.584
Total 122.658Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Número de Empresas Privadasque Não Fizeram Ações Sociais para a Comunidade em 2003, segundo Motivos.
Tabela 10
43
44
Motivo
Incentivos governamentaisMaior confiança nas entidades executorasMais dinheiro para as empresasNada faria realizarOutrosNão sabe/Não respondeuTotalFonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Sudeste - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2004)
Total
Tabela 11
Número de Empresas Privadasque Não Fizeram Ações para a ComunidadeSegundo Motivos que as Levariam a Fazer.
31.232
3.282
55.549
5.716
11.503
15.376
122.658