12
ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL NA UFRB: UMA ANÁLISE DO SITE INSTITUCIONAL Aline Pereira da Silva Matos 1 UFRB ([email protected] Maria João Ferreira Gomes 2 UMINHO ([email protected]) Eixo Temático: Contextos culturais, tecnologias e acessibilidade Resumo: Este trabalho se constitui no recortede um estudo mais amplo sobre acessibilidade em ambientes digitais no Ensino Superior, e objetivou analisar as condições de acessibilidade do site institucional da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Recursos como sites e redes sociais se expandem ao serem utilizados como meio de comunicação por diversos setores da sociedade para difundir conhecimento e tendências, assim como convencer leitores com informações sobre assuntos específicos. Diante disso, tal estudo tem relevância, diante da necessidade de garantia de ambientes digitais acessíveis para acesso a todas as pessoas, inclusive as que possuem algum tipo de deficiência. Como metodologia foi utilizada a pesquisa qualitativa, partindo de um estudo de caso, através da análise do site principal da instituição. Os resultados apontaram que a UFRB tem se adequado para tornar a comunicação com os usuários mais acessível, através da padronização dos sítios eletrônicos da instituição de acordo com as diretrizes de acessibilidade do e-Mag. Por ser uma ação ainda recente, a padronização não está totalmente adequada em todos os sites, sendo o site principal o mais avançado na adequação, o que exige a finalização da padronização de acordo com as regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas. Palavras-chave:Acessibilidade, Comunicação e informação, Ambientes digitais Introdução As tecnologias de comunicação e informação estão presentes na rotina da sociedade devido ao seu uso para comunicação, interação, troca de informações, construção de conhecimento. Diversos são os recursos tecnológicos utilizados no processo de difusão e socialização do conhecimento. Dentre eles, destacamos o uso deambientes digitais, os quais tem sido ampliado cada vez mais nas Instituições de Ensino superior, favorecendo o acesso a informação e ao conhecimento, inclusive por pessoas que possuem deficiência. 1 Técnica em Assuntos Educacionais da UFRB. Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidade do Minho (UMINHO). 2 Professora do Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa da Universidade do Minho (UMINHO). Doutora em Ciências da Educação (UMINHO).

ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL NA UFRB: UMA … · processo de difusão e ... em tempo real da língua portuguesa para Libras, ... utilizadas na tradução automática do Português

  • Upload
    buinhi

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL NA UFRB: UMA ANÁLISE DO SITE

INSTITUCIONAL

Aline Pereira da Silva Matos1 – UFRB ([email protected]

Maria João Ferreira Gomes2 – UMINHO ([email protected])

Eixo Temático: Contextos culturais, tecnologias e acessibilidade

Resumo: Este trabalho se constitui no recortede um estudo mais amplo sobre

acessibilidade em ambientes digitais no Ensino Superior, e objetivou analisar as

condições de acessibilidade do site institucional da Universidade Federal do Recôncavo

da Bahia. Recursos como sites e redes sociais se expandem ao serem utilizados como

meio de comunicação por diversos setores da sociedade para difundir conhecimento e

tendências, assim como convencer leitores com informações sobre assuntos específicos.

Diante disso, tal estudo tem relevância, diante da necessidade de garantia de ambientes

digitais acessíveis para acesso a todas as pessoas, inclusive as que possuem algum tipo

de deficiência. Como metodologia foi utilizada a pesquisa qualitativa, partindo de um

estudo de caso, através da análise do site principal da instituição. Os resultados

apontaram que a UFRB tem se adequado para tornar a comunicação com os usuários

mais acessível, através da padronização dos sítios eletrônicos da instituição de acordo

com as diretrizes de acessibilidade do e-Mag. Por ser uma ação ainda recente, a

padronização não está totalmente adequada em todos os sites, sendo o site principal o

mais avançado na adequação, o que exige a finalização da padronização de acordo com

as regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas.

Palavras-chave:Acessibilidade, Comunicação e informação, Ambientes digitais

Introdução

As tecnologias de comunicação e informação estão presentes na rotina da

sociedade devido ao seu uso para comunicação, interação, troca de informações,

construção de conhecimento. Diversos são os recursos tecnológicos utilizados no

processo de difusão e socialização do conhecimento. Dentre eles, destacamos o uso

deambientes digitais, os quais tem sido ampliado cada vez mais nas Instituições de

Ensino superior, favorecendo o acesso a informação e ao conhecimento, inclusive por

pessoas que possuem deficiência.

1Técnica em Assuntos Educacionais da UFRB. Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidade

do Minho (UMINHO). 2Professora do Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa da Universidade do Minho

(UMINHO). Doutora em Ciências da Educação (UMINHO).

Diante da atual discussão acerca da inclusão de pessoas com deficiência em

espaços sociais e educacionais, políticas e ações inclusivas que visem garantir o

desenvolvimento de estratégias que possibilitem a superação das dificuldades

vivenciadas pelas pessoas com deficiência nestes espaços tem sido implementadas,

inclusive nas instituições de ensino superior, dentre elas as que ofertem condições de

acessibilidade para tais pessoas.

Considerando a ampliação do uso dos ambientes digitais nas IES, é preciso

garantir que estes espaços também sejam acessíveis às pessoas com deficiência, pois as

mesmas possuem direito ao acesso a comunicação e informação como dos demais

usuários de tais ambientes. Ressaltamos que o Decreto 5.296 de 02 de dezembro de

2004 define acessibilidade como

condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos

espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços

de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e

informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida

(Brasil, 2004).

Também em 2004, foi lançada a Norma Brasileira ABNT NBR 9050, a qual foi

atualizada em setembro de 2015, passando a vigorar em outubro de 2015, e trata sobre

“Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos”. Na referida

norma, a acessibilidade é definida como:

possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para

utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários,

equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação,

inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações

abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona

urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.

Assim, verificamos que em ambos normativos a acessibilidade também está

relacionada ao acesso a informação e comunicação, de maneira que é preciso eliminar

qualquer tipo de barreira que impeça as pessoas poderem acessar as informações.

Sassaki (2005), classifica a acessibilidade em seis dimensões, sendo uma delas a

acessibilidade comunicacional. Para o autor para garantir acessibilidade comunicacional

não deve haver barreiras de comunicação, seja na interpessoal (face-a-face, língua de

sinais, etc), como na comunicação escrita (livro, revista, entre outros), e também na

comunicação virtual (acessibilidade virtual).

Diante do exposto, este trabalho que se configura em um recorte de um estudo

mais amplo3objetivou analisar as condições de acessibilidade do site institucional da

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Isso porque, o acesso aos recursos de

comunicação são essenciais para garantir a inclusão das pessoas com deficiência no

Ensino Superior, pois além de possibilitar a comunicação entre diversas pessoas,

favorece também o acesso às inúmeras informações veiculadas na mídia. O site

principal da instituição além de trazer informações de interesse a todos os estudantes,

inclusive aos que possuem deficiência, sendo também um dos pontos de acesso aos

demais sites da referida instituição.

Visando alcançar o objetivo proposto, o estudo foi realizado mediante uma

abordagem qualitativa de pesquisa, através da metodologia de estudo de caso, realizado

na UFRB. Enquanto percurso metodológico, foi realizada uma revisão bibliográfica

objetivando fundamentar as reflexões acerca da temática abordada na referida pesquisa.

Em seguida, o estudo contemplou também a análise do site institucional da UFRB, a

fim de identificar a existência de recursos de acessibilidade para utilização do ambiente

pelo usuário com deficiência. Tal análise foi feita considerando as diretrizes do e-Mag

(Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (Brasil, 2014)), o qual orienta como

devem ser construídos sites do governo, a fim de atender as diretrizes de acessibilidade.

Discussão dos resultados

Em relação ao acesso às informações veiculadas na IES investigada, verificamos

que a mesma tem se adequado para tornar a comunicação mais acessível. De acordo ao

estabelecido no artigo 47 do Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004, o qual afirma

ser obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da administração pública

na rede mundial de computadores, garantindo pleno acesso às informações disponíveis

pelas pessoas com deficiência visual, o sítio eletrônico da instituição atende as diretrizes

do e-Mag (Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (Brasil, 2014)), o qual

estabelece padrões de comportamento acessível para os sites do governo.Verificamos

que são apresentados na parte superior da página inicial, a barra de acessibilidade com

atalhos de navegação padronizados e a opção para alterar o contraste, conforme

3Estudo intitulado “Acessibilidade do Ambiente Virtual de Aprendizagem da Universidade Federal do

Recôncavo da Bahia para estudantes com deficiência”, desenvolvido no Doutoramento em Ciências da

Educação pela Universidade do Minho (2017).

observamos na figura 13. Assim, o usuário tem a opção de clicar em cada link

apresentado do lado esquerdo da tela (Ir para conteúdo (1); Ir para menu (2); Ir para

busca (3); Ir para rodapé (4)), ou utilizar os atalhos padrões estabelecidos pelo governo

federal, apresentados a seguir, os quais são informados aos usuários através do clique na

palavra “Acessibilidade” disponível na mesma barra:

Teclando Alt + 1 em qualquer página do portal, vai diretamente ao começo do

conteúdo principal da página.

Teclando Alt + 2 em qualquer página do portal, vai diretamente ao início do

menu principal.

Teclando Alt + 3 em qualquer página do portal, vai diretamente para a busca

interna.

Teclando Alt + 4 em qualquer página do portal, vai diretamente para o rodapé do

site.

Figura 01: Captura de tela da página web inicial da UFRB

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/ Acesso em 15 de julho de 2016.

Na figura 01 apresentamos a captura da tela com demonstração das informações,

no canto superior direito, acerca dos atalhos padrões estabelecidos pelo governo federal.

Figura 02: Captura de tela da página web da UFRB com informação acerca da

acessibilidade

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/ Acesso em 15 de julho de 2016.

A página também apresenta a função de alto contraste, conforme mostra a figura

03 sendo esta de grande valia para pessoas que possuem baixa visão, pois o fundo

escuro com uma cor de fonte que destaca, pode possibilitar uma melhor visualização das

informações.

Figura 03: Captura de tela da página web da UFRB com alto contraste ativo

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/Acesso em 15 de julho de 2016.

Verificamos também a inserção de um tradutor em tempo real da língua

portuguesa para Libras, através de um ícone de acessibilidade no canto direito da

página, conforme podemos observar na figura 04. Assim, ao clicar no ícone “Acessível

em Libras”, em destaque na referida figura, o leitor é direcionado para a página do

tradutor denominado VLibras4 . O recurso é de uso público, e é disponibilizado para

todos os portais do Governo Federal.

4Conjunto de ferramentas computacionais utilizadas na tradução automática do Português para a Língua

Brasileira de Sinais. Pode ser utilizado em computador desktop, ou smartphones e tablets. Desenvolvido

pelo Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAViD), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB),

com apoio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Secretaria de Direitos Humanos

(SDH/PR) e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

Figura 04: Captura de tela da página web da UFRB

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/Acesso em 15 de julho de 2016.

Assim, o usuário ao clicar no símbolo de acessibilidade em Libras, surge um

ícone denominado Acessível em Libras. Ao clicar nesse ícone, o usuário será

direcionado para a página principal do aplicativo, apresentada através da figura 05, a

fim de baixá-lo e instalar no computador ou outro equipamento. Após instalação, para

ter o conteúdo traduzido, o usuário deve selecionar parte do texto que pretende traduzir,

em seguida abrir o aplicativo e clicar na opção de iniciar a tradução, a qual é realizada

através de um avatar5. Assim, todo o texto selecionado é apresentado em Libras, na

janela do aplicativo que fica aberta sobrepondo parte da página web que contém a

informação, conforme verificamos na figura 06. O aplicativo possibilita ainda ao

usuário adequar a velocidade da tradução, e o tamanho da tela.

5Representação gráfica de um utilizador de computador. No caso do Vlibras, o avatar é um boneco em

três dimensões (3D), chamado Ícaro.

Figura 05: Captura de tela da página web inicial do VLibras

Fonte:http://www.vlibras.gov.br/Acesso em 15 de julho de 2016.

Figura 06: Captura de tela da página web da UFRB com janela do VLibras aberta

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/Acesso em 18 de julho de 2016.

Ressaltamos que é recente a disponibilização das referidas ferramentas de

acessibilidade na página web da UFRB, considerando que as mesmas foram inseridas a

partir do lançamento da nova versão do portal da instituição apresentada no ano de

2016, no intuito de atender aos padrões do governo federal, conforme notícia

apresentada na figura 07.

Figura 07: Captura de tela da página web da UFRB com notícia sobre lançamento

do novo portal

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/Acesso em 15 de julho de 2016.

Segundo a notícia veiculada no portal, todos os sites da instituição adotarão a

mesma identidade visual, em atendimento ao padrão do governo federal. No entanto,

nem todas as páginas da instituição passaram pela mudança, apresentando ainda o

layout do antigo site, em que as opções de ferramentas de acessibilidade apresentadas

eram: o alto contraste e possibilidade de aumentar ou diminuir fonte, conforme

verificamos nas figuras 08 e 09. Reconhecemos, contudo, que o caminho já percorrido

é positivo e temos a expectativa de que as alterações já efetuadas no sentido de uma

melhor acessibilidade sejam progressivamente implementadas em todas as páginas.

Figura 08: Captura de tela da página web da PROGRAD/UFRB

Fonte:https://www.ufrb.edu.br/prograd/Acesso em 15 de julho de 2016.

Figura 09: Captura de tela da página web da PROGRAD/UFRB com alto contraste

aplicado

Fonte:https://www.ufrb.edu.br/prograd/Acesso em 15 de julho de 2016.

Percebemos, dessa maneira, um avanço em relação à oferta de recursos de

acessibilidade para acesso às notícias veiculadas, mediante a disponibilização de barra

de ferramentas de acessibilidade, com inserção de tradutor de Libras em tempo real;

atalhos padrões de acessibilidade e manutenção de alto contraste. Porém, o ícone com a

opção de ampliar ou reduzir o tamanho da fonte não se encontra mais disponível no

novo portal, sendo esta ferramenta muito útil para pessoas com baixa visão, devido à

possibilidade de ampliar a fonte e conseguir fazer a leitura com menos esforço visual.

Considerações finais

Mediante tal análise, constatamos que a UFRB tem se adequado para tornar a

comunicação com os usuários mais acessível, através da padronização dos sítios

eletrônicos da instituição de acordo com as diretrizes do e-Mag (Brasil, 2014). Também

foi disponibilizado um tradutor em tempo real da língua portuguesa para Libras

(VLibras), que facilita o uso do portal por pessoas usuárias de Libras. As ações de

acessibilidade comunicacional dos sítios eletrônicos, foram iniciadas a partir da

adequação do portal da instituição, porém os sítios vinculados a IES, como os

pertencentes a pró-reitorias, centros de ensino ainda não foram devidamente

padronizados. Com isso, identificamos no portal da instituição uma melhoria na oferta

de recursos para garantir a acessibilidade comunicacional, como a barra de ferramentas

de acessibilidade, atalhos de padrões de acessibilidade, alto contraste, mas também,

identificamos a ausência de recursos fundamentais, como a possibilidade de ampliação e

redução da fonte utilizada.

Considerando que a padronização dos sítios é recente, compreendemos ser este

um período de ajustes, de maneira que tais recursos necessitam ser disponibilizados a

fim de favorecer os usuários com dificuldades de leitura, devido problemas visuais.

Porém ressaltamos que tais ações de acessibilidade digital favorecem a eliminação de

barreiras na comunicação, e necessitam estar ao alcance de todos, de maneira que a IES

precisa proceder à finalização da padronização de acordo com o estabelecido, e também

por se comprometer a cumprir as regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas

da ABNT.

Referências

BRASIL. ABNT NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços. Rio de

Janeiro, RJ, Brasil: ABNT, 2015.

BRASIL. Decreto 5296 de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048,

de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que

especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e

Formatado: Fonte: Times New Roman, 12 pt, Não

Negrito, Cor da fonte: Automática

critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras.

Brasília, Brasil: Presidência da República, 2004.

BRASIL. e-MAG Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico. Brasília:

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2014. Acesso em 10 de Outubro de

2016, disponível em https://www.governoeletronico.gov.br/documentos-e-

arquivos/eMAGv31.pdf

SASSAKI, R. K. Atualizações semânticas na inclusão de pessoas: Deficiência mental

ou intelectual? Doença ou transtorno mental?Revista Nacional de Reabilitação, 9-10,

2005.