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UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRAtildeO PRETO
CAacuteTIA HELENA DAMANDO SALOMAtildeO
Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional
Ribeiratildeo Preto 2011
CAacuteTIA HELENA DAMANDO SALOMAtildeO
Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes - Graduaccedilatildeo em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem
Linha de pesquisa ldquoDoenccedilas infecciosas problemaacutetica e estrateacutegias de enfrentamentordquo
Orientadora Prof(a)Dr(a)Denise de Andrade
Ribeiratildeo Preto 2011
Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada agrave fonte
Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo Serviccedilo de documentaccedilatildeo de Enfermagem Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo
FICHA CATALOGRAacuteFICA
Salomatildeo Caacutetia Helena Damando Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das
matildeos um desafio institucional Ribeiratildeo Preto 2011 90 p il Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto ndash USP Aacuterea de concentraccedilatildeo Enfermagem
Orientadora Andrade Denise de
1antissepsia 2lavagem de matildeos 3equipe de enfermagem 4infecccedilatildeo hospitalar 5comportamento
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO SALOMAtildeO Caacutetia Helena Damando Tiacutetulo Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo
do Tiacutetulo de Mestre em Enfermagem
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem
Fundamental
Aprovado em _______________
Banca Examinadora
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
DEDICATOacuteRIA
A minha querida matildee Iracema
Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de
carinho amor e compreensatildeo
Ao meu esposo Rogeacuterio
Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e
apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho
A minha filha Thamires
Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e
incondicional
Ao meu irmatildeo Wanderlei
Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do
tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de
prosseguir
AGRADECIMENTO ESPECIAL
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos
de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
Agrave Profa Dra Denise de Andrade
Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos
sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa
dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos
AGRADECIMENTOS
A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos
Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila
Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka
Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do
banco de dados
Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na
anaacutelise estatiacutestica
A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees
desde o iniacutecio desta caminhada
A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais
profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees
A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e
presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e
alegrias
A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro
Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu
companheirismo
A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de
Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias
etapas deste trabalho
A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
Muito obrigada
ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das
experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o
misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo
Albert Einstein
RESUMO
SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-
estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
CAacuteTIA HELENA DAMANDO SALOMAtildeO
Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes - Graduaccedilatildeo em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem
Linha de pesquisa ldquoDoenccedilas infecciosas problemaacutetica e estrateacutegias de enfrentamentordquo
Orientadora Prof(a)Dr(a)Denise de Andrade
Ribeiratildeo Preto 2011
Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada agrave fonte
Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo Serviccedilo de documentaccedilatildeo de Enfermagem Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo
FICHA CATALOGRAacuteFICA
Salomatildeo Caacutetia Helena Damando Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das
matildeos um desafio institucional Ribeiratildeo Preto 2011 90 p il Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto ndash USP Aacuterea de concentraccedilatildeo Enfermagem
Orientadora Andrade Denise de
1antissepsia 2lavagem de matildeos 3equipe de enfermagem 4infecccedilatildeo hospitalar 5comportamento
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO SALOMAtildeO Caacutetia Helena Damando Tiacutetulo Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo
do Tiacutetulo de Mestre em Enfermagem
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem
Fundamental
Aprovado em _______________
Banca Examinadora
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
DEDICATOacuteRIA
A minha querida matildee Iracema
Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de
carinho amor e compreensatildeo
Ao meu esposo Rogeacuterio
Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e
apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho
A minha filha Thamires
Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e
incondicional
Ao meu irmatildeo Wanderlei
Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do
tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de
prosseguir
AGRADECIMENTO ESPECIAL
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos
de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
Agrave Profa Dra Denise de Andrade
Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos
sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa
dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos
AGRADECIMENTOS
A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos
Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila
Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka
Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do
banco de dados
Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na
anaacutelise estatiacutestica
A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees
desde o iniacutecio desta caminhada
A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais
profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees
A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e
presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e
alegrias
A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro
Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu
companheirismo
A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de
Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias
etapas deste trabalho
A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
Muito obrigada
ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das
experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o
misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo
Albert Einstein
RESUMO
SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-
estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada agrave fonte
Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo Serviccedilo de documentaccedilatildeo de Enfermagem Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo
FICHA CATALOGRAacuteFICA
Salomatildeo Caacutetia Helena Damando Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das
matildeos um desafio institucional Ribeiratildeo Preto 2011 90 p il Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto ndash USP Aacuterea de concentraccedilatildeo Enfermagem
Orientadora Andrade Denise de
1antissepsia 2lavagem de matildeos 3equipe de enfermagem 4infecccedilatildeo hospitalar 5comportamento
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO SALOMAtildeO Caacutetia Helena Damando Tiacutetulo Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo
do Tiacutetulo de Mestre em Enfermagem
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem
Fundamental
Aprovado em _______________
Banca Examinadora
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
DEDICATOacuteRIA
A minha querida matildee Iracema
Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de
carinho amor e compreensatildeo
Ao meu esposo Rogeacuterio
Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e
apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho
A minha filha Thamires
Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e
incondicional
Ao meu irmatildeo Wanderlei
Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do
tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de
prosseguir
AGRADECIMENTO ESPECIAL
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos
de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
Agrave Profa Dra Denise de Andrade
Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos
sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa
dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos
AGRADECIMENTOS
A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos
Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila
Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka
Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do
banco de dados
Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na
anaacutelise estatiacutestica
A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees
desde o iniacutecio desta caminhada
A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais
profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees
A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e
presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e
alegrias
A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro
Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu
companheirismo
A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de
Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias
etapas deste trabalho
A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
Muito obrigada
ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das
experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o
misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo
Albert Einstein
RESUMO
SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-
estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO SALOMAtildeO Caacutetia Helena Damando Tiacutetulo Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo
do Tiacutetulo de Mestre em Enfermagem
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem
Fundamental
Aprovado em _______________
Banca Examinadora
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________
Julgamento________________________ Assinatura _______________________
DEDICATOacuteRIA
A minha querida matildee Iracema
Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de
carinho amor e compreensatildeo
Ao meu esposo Rogeacuterio
Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e
apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho
A minha filha Thamires
Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e
incondicional
Ao meu irmatildeo Wanderlei
Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do
tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de
prosseguir
AGRADECIMENTO ESPECIAL
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos
de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
Agrave Profa Dra Denise de Andrade
Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos
sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa
dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos
AGRADECIMENTOS
A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos
Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila
Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka
Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do
banco de dados
Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na
anaacutelise estatiacutestica
A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees
desde o iniacutecio desta caminhada
A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais
profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees
A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e
presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e
alegrias
A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro
Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu
companheirismo
A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de
Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias
etapas deste trabalho
A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
Muito obrigada
ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das
experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o
misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo
Albert Einstein
RESUMO
SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-
estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
DEDICATOacuteRIA
A minha querida matildee Iracema
Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de
carinho amor e compreensatildeo
Ao meu esposo Rogeacuterio
Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e
apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho
A minha filha Thamires
Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e
incondicional
Ao meu irmatildeo Wanderlei
Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do
tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de
prosseguir
AGRADECIMENTO ESPECIAL
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos
de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
Agrave Profa Dra Denise de Andrade
Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos
sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa
dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos
AGRADECIMENTOS
A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos
Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila
Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka
Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do
banco de dados
Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na
anaacutelise estatiacutestica
A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees
desde o iniacutecio desta caminhada
A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais
profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees
A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e
presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e
alegrias
A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro
Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu
companheirismo
A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de
Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias
etapas deste trabalho
A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
Muito obrigada
ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das
experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o
misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo
Albert Einstein
RESUMO
SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-
estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
AGRADECIMENTO ESPECIAL
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos
de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
Agrave Profa Dra Denise de Andrade
Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos
sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa
dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos
AGRADECIMENTOS
A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos
Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila
Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka
Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do
banco de dados
Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na
anaacutelise estatiacutestica
A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees
desde o iniacutecio desta caminhada
A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais
profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees
A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e
presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e
alegrias
A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro
Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu
companheirismo
A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de
Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias
etapas deste trabalho
A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
Muito obrigada
ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das
experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o
misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo
Albert Einstein
RESUMO
SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-
estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
AGRADECIMENTOS
A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos
Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila
Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka
Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do
banco de dados
Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na
anaacutelise estatiacutestica
A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees
desde o iniacutecio desta caminhada
A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais
profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees
A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e
presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e
alegrias
A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro
Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu
companheirismo
A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de
Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias
etapas deste trabalho
A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo
Muito obrigada
ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das
experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o
misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo
Albert Einstein
RESUMO
SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-
estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das
experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o
misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo
Albert Einstein
RESUMO
SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-
estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
RESUMO
SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-
estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
ABSTRACT
SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo
Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation
in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
RESUMEN
SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de
Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
Referecircncias | 71
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar
CDC
Center for Disease Control
CIH
Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo
HM
Higiene das Matildeos
IH
Infecccedilatildeo Hospitalar
IRAS
Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede
MRSA
Methicillin resistant Staphylococcus aureus
OMS
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
RDC
Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado
SPSS
Statistical Package of Social Science
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC
Unidade Formadora de Colocircnia
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo
40
Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede
41
Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas
42
Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas
42
Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada
42
Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada
43
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa
43
Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa
44
Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios
44
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios
45
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)
45
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)
46
Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo
46
Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos
47
Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS
47
Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem
48
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede
48
Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem
49
Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)
50
Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)
51
Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)
52
Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede
53
Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede
54
Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos
55
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 16
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21
2 OBJETIVOS 29
21 Geral 29
22 Especiacuteficos 29
3 MATERIAL E MEacuteTODO 30
31 Delineamento metodoloacutegico 30
32 Local e populaccedilatildeo 30
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30
322 Variaacuteveis do estudo 31
33 Fase Conceitual 31
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36
35 Instrumento de coleta dos dados 37
36 Procedimento de coleta dos dados 37
37 Anaacutelise dos dados 38
38 Aspectos eacuteticos 38
4 RESULTADOS 39
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41
43 Treinamento de HM 46
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54
5 DISCUSSAtildeO 56
6 CONCLUSOtildeES 68
REFEREcircNCIAS 71
APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83
ANEXOS 85
ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85
ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88
ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89
ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90
Introduccedilatildeo | 16
1 INTRODUCcedilAtildeO
Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os
avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede
pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm
uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de
assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o
deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores
externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo
Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila
especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de
morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento
da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de
se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros
para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001
HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000
OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)
No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela
adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou
apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos
hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)
A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da
relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do
hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de
pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos
invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido
Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente
procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida
pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das
IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir
da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas
as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o
paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena
Introduccedilatildeo | 17
durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas
IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode
interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia
eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das
matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos
equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de
assepsia
O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe
de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de
prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos
fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas
assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo
Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes
precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo
de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores
epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees
sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus
membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)
Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade
sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de
fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da
comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar
juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade
de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da
equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede
A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS
torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade
Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009
MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)
Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma
especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON
Introduccedilatildeo | 18
2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009
THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)
Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico
nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o
comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo
e controle da infecccedilatildeo
Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o
marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de
atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de
monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que
liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos
esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em
maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma
alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial
Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes
do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede
ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas
seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em
Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a
Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)
O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da
Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento
de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das
injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O
toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a
infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das
principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados
Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na
assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia
Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e
autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e
recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave
Introduccedilatildeo | 19
assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das
Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede
Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais
Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em
decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios
enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar
tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias
comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes
cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves
mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores
em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no
controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar
os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de
comportamento
Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a
base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido
uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada
realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de
desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional
aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo
aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo
Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades
soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas
quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira
populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da
incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem
de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os
hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam
o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da
recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a
inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para
elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)
Introduccedilatildeo | 20
O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura
nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez
a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas
infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a
higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX
MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET
2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)
Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor
adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem
como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009
ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os
estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante
com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al
2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso
de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et
al 2009 TENIacuteAS et al 2009)
Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema
que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional
Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas
devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de
prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados
estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a
dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa
urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001
FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al
2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999
OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005
ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)
Introduccedilatildeo | 21
11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias
cientiacuteficas
A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser
delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na
historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)
Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-
1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros
Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no
percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da
penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em
consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na
utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas
onerando inclusive os custos da assistecircncia
Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip
Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a
compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as
parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e
epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos
meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia
para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas
infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando
obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes
de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no
reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo
da febre puerperal (CELINE 1998)
A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das
IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-
los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por
meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota
normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial
para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota
residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo
Introduccedilatildeo | 22
frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando
colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as
defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os
Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de
Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias
possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes
quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor
alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e
eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas
podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis
A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na
superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os
extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram
negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de
esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de
accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo
eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que
compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais
prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O
meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota
temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE
2001)
Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores
que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os
microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites
infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER
1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de
transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes
tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do
processo infeccioso
Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais
importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute
mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade
Introduccedilatildeo | 23
constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de
questionamentos em acircmbito mundial
Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da
metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e
109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi
detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na
deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado
Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das
indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas
Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias
acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos
nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de
controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM
foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees
Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON
1999)
A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo
governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da
Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle
de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes
(BRASIL 1998)
Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a
principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede
Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o
ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos
autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET
BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante
da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em
se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos
de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida
importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada
(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)
A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem
etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma
Introduccedilatildeo | 24
combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como
agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde
1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo
predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas
bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no
metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da
interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo
geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida
entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre
60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as
proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002
LARSON 2004)
Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo
tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele
ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo
de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em
atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)
As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais
Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente
publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente
pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol
reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou
associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)
Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a
necessidade de lavar as matildeos
Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo
(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de
microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o
descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta
ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como
lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e
suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees
Introduccedilatildeo | 25
alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de
objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos
Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da
higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio
Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute
concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de
higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees
bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM
preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de
implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais
modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em
vilas com escassos recursos
Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica
nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de
sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de
higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)
Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para
a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do
Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de
Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional
de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee
sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo
alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)
Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto
deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo
recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento
dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento
unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades
de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de
atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos
invasivos (BRASIL 2010)
Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser
disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os
Introduccedilatildeo | 26
profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento
para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso
Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de
Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995
(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos
protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas
disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes
esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais
raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter
sustentado a atividade sobre a pele
A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos
como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou
recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)
Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por
profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de
infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda
muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)
O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo
satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS
WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )
Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50
Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em
aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva
(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)
Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras
et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades
formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o
exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como
Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis
Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de
determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes
e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de
Introduccedilatildeo | 27
infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e
opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso
contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio
onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que
as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a
natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos
adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos
programas educativos e motivacionais
Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na
modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso
de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas
consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de
diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o
qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica
Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico
pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica
Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e
Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada
As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico
condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a
importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM
Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o
comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal
num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um
questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento
evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais
forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de
integrar uma abordagem psicoeducacional
Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na
promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo
comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio
Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas
fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica
com alta resolutividade
Introduccedilatildeo | 28
Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns
questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas
Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-
reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos
organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do
conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de
atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis
Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM
com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A
perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de
cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a
mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo
microbiana da infecccedilatildeo cruzada
Objetivos | 29
2 OBJETIVOS
21 Geral
Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica
na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades
eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as
funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A
Bandura
22 Especiacuteficos
Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo
acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM
Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel
bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem
de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede
Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em
fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo
alcooacutelica
Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a
praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica
Material e Meacutetodo | 30
3 MATERIAL E MEacuteTODO
31 Delineamento metodoloacutegico
Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas
em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL
et al 2002)
32 Local e populaccedilatildeo
Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se
por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica
do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede
Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais
de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas
instituiccedilotildees
321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes
Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades
Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja
aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da
pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho
Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que
aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no
periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os
Material e Meacutetodo | 31
profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como
natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a
participar do estudo
322 Variaacuteveis do estudo
Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo
local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do
conhecimento e treinamento
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica
Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo
33 Fase Conceitual
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo
gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os
microrganismos
- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de
preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida
preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave
aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se
que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele
- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e
outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com
Material e Meacutetodo | 32
atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de
suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos
Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o
ressecamento da pele
Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local
onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou
tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a
preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente
acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se
os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar
acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento
Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para
a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)
Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas
para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou
preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou
perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma
bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade
tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)
Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao
desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e
recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime
de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios
(BRASIL 2010)
Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute
sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam
assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou
diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de
assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a
disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado
de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a
Material e Meacutetodo | 33
execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na
habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)
34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM
Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as
accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais
e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo
que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo
domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em
suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos
Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa
faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera
mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA
1977 1981 1997 2008)
Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para
a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas
tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que
frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da
infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada
neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do
desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior
do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo
convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos
estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos
ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos
assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de
Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas
realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)
Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que
levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer
as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos
Material e Meacutetodo | 34
cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os
processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-
eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento
O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de
atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de
comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas
habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam
poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a
seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o
desempenho pessoal
Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de
auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees
afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA
1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir
situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS
1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados
essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo
(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a
intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no
enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa
de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho
A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento
resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de
domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos
sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)
A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como
a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar
na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do
desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo
pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo
para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo
de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se
esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)
Material e Meacutetodo | 35
As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e
modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar
em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o
sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se
concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram
sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem
aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias
potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se
reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no
desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que
fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)
A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros
sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas
persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade
proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais
sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito
principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido
(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o
julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor
depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e
fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)
A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e
generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade
ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com
sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando
seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo
quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado
A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o
comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham
certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos
adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis
A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e
ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras
situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel
Material e Meacutetodo | 36
que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou
no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando
mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido
Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida
diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis
relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo
deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o
comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado
341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-
reguladoras
A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas
como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que
contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos
serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar
os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo
envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-
regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias
autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias
internas que governam a conduta
O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras
O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de
padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios
internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por
preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos
e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas
(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de
comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas
extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo
exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos
em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as
Material e Meacutetodo | 37
pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais
contra os quais possam avaliar o seu comportamento
35 Instrumento de coleta dos dados
Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na
experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA
Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com
preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e
internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura
A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo
com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As
sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta
de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais
e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca
da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento
estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)
36 Procedimento de coleta dos dados
A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de
entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam
devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de
2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o
enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e
convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-
preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os
profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das
informaccedilotildees recebidas
Material e Meacutetodo | 38
37 Anaacutelise dos dados
Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante
dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia
absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS
(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas
dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em
ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os
valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma
amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares
38 Aspectos eacuteticos
O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres
humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)
Resultados | 39
4 RESULTADOS
A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a
acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede
seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
43 Treinamento em HM (HM)
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Assim segue-se
41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados
A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318
participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo
de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho
Resultados | 40
Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011
Variaacuteveis n ()
Sexo
Masculino 72 (226)
Feminino 246 (774)
Idade
18 a 25 anos 61 (192)
26 a 35 anos 127 (399)
36 a 45 anos 64 (201)
46 a 60 anos ou mais 66 (208)
Profissional
Auxiliar de enfermagem 118 (371)
Teacutecnico de enfermagem 34 (107)
Enfermeiro 99 (311)
Meacutedico 55 (172)
Odontoacutelogo 08 (26)
Fisioterapeuta 04 (13)
Tempo de formaccedilatildeo
Menos de 2 anos 55 (173)
3 a 10 anos 132 (415)
11 a 20 anos 63 (198)
21 a 26 anos ou mais 68 (214)
Tempo de atuaccedilatildeo
Menos de 2 anos 51 (16)
3 a 10 anos 124 (39)
11 a 20 anos 62 (195)
20 a 26 anos ou mais 81(255)
Turno de trabalho
Manhatilde 60 (189)
Tarde 33 (104)
Vespertino 09 (27)
Noturno 18 (57)
Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)
Resultados | 41
42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo
As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do
conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes
Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Atualizaccedilatildeo n()
Jornais e Revistas
Sim 93 (292)
Natildeo 225 (708)
Pesquisa informatizada
Nunca 09 (28)
Agraves vezes 142 (447)
Sempre 167 (525)
Grupos e pesquisa
Sim 126 (396)
Natildeo 192 (604)
CursoCongressoSimpoacutesio
Sim 246 (774)
Natildeo 72 (226)
Treinamento HM
Uacuteltimos 6 meses 138 (434)
Ultimo ano 69 (217)
Uacuteltimos 2 anos 57 (179)
Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)
Realizado pela instituiccedilatildeo
Sim 193 (607)
Natildeo 125 (393)
No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os
entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo
do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)
receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem
Resultados | 42
Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)
Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)
Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos
referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede
Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011
Jornal ou revista
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)
TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)
E 34 (343) 65 (657) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este
conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento
Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)
Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)
Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)
Resultados | 43
A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza
pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763
Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011
Pesquisa informatizada
PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total
n () n () n () n ()
AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)
TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)
E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)
Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada
458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de
consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes
as realizam
Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
Categoria Profissional
Sim Natildeo Total n () n () n ()
Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)
Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)
Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)
Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo
ou pesquisa
Resultados | 44
Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011
Grupos de estudo ou pesquisa
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)
TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)
E 64 (646) 35 (354) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se
envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa
participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de
enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para
refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o
conhecimento produzido
Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
Categoria Profissional Sim Natildeo Total
n () n () n ()
Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)
Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)
Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)
Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos
profissionais meacutedicos
Resultados | 45
Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011
Cursos congressos ou simpoacutesios
PE Sim Natildeo Total
n () n () n ()
AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)
TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)
E 87 (879) 12 (121) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=
Enfermeiro
A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios
estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem
(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo
Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Categoria
Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)
Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)
Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo
recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes
informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em
que atuam sendo que 74(233) negaram
Resultados | 46
Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento de HM nos uacuteltimos
PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total
n () n () n () n () n ()
AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)
TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)
E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem
receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses
43 Treinamento de HM
Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do
treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela
OMS
Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011
Treinamento HM nos uacuteltimos
Cinco
momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu
n () n () n () n ()
Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)
Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)
Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)
Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)
Resultados | 47
Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede
foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Cinco momentos para HM
Treinamento HM
uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)
Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)
Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)
Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA
525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz
Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria
profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM
Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Abordagem cinco momentos HM
Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)
Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)
Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)
Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da
equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela
OMS
Resultados | 48
Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Abordagem cinco momentos HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)
TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)
E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre
o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que
o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15
44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM
Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes
realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18
Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)
Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)
Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)
Resultados | 49
Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011
Divulgaccedilatildeo HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)
TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)
E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi
baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de
sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM
45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo
alcooacutelica antisseacuteptica para HM
Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a
disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM
Resultados | 50
Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Infra-estrutura HM n ()
Disponibilidade de aacutelcool
Nunca 12 (38)
Raramente 18 (57)
Agraves vezes 43 (135)
Frequentemente 56 (176)
Sempre 189 (594)
Tipo de dispensadores
Individual 19 (60)
Coletivo 193 (607)
Ambos 102 (321)
Natildeo tem 04 (12)
Acessibilidade
Sim 271(852)
Natildeo 47 (148)
Reabastecimento
Sim 231 (726)
Natildeo 68 (214)
Desconheccedilo 19 (60)
Limpeza
Sim 167(525)
Natildeo 136(428)
Desconheccedilo 15(47)
Cartazes
Sim 133 (418)
Natildeo 185 (582)
Recomendaccedilotildees
Sim 156 (491)
Natildeo 120 (377)
Desconheccedilo 42 (132)
Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do
produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores
Resultados | 51
46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM
A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees
envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21
Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)
Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)
Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)
Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)
Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees
dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)
Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011
Accedilotildees para HM
PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total
n () n () n () n ()
AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)
TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)
E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)
PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro
Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529
Resultados | 52
47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM
As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22
Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total
n () n () n () n ()
Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)
Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)
Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)
Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)
Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)
PE= Profissional de enfermagem
A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou
de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente
48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo
apresentadas na Tabela 23
Resultados | 53
Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Categoria Profissional
Queixas Enfermagem Meacutedico Outros
n () n() n () p
Ressecamento
Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506
Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)
Viscosidade
Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638
Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)
Odor
Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044
Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)
Velocidade de secagem
Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001
Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)
Teacutecnica de aplicaccedilatildeo
Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467
Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)
Textura
Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930
Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)
Ausecircncia
Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009
Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)
Tempo
Sim 03 (12) 0 0 0668
Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)
Sem queixas
Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418
Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)
Outras queixas
Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109
Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)
Test t student independente (plt005)
Resultados | 54
Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso
da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como
principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem
(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas
49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de
prioridade
Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos
entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)
Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Sim Natildeo
Valor p
Postura 374 374 00998
Vigilacircncia 374 417 0260
Treinamento 41 421 0788
Conhecimento 42 367 0135
Qualidade 445 388 0008
Cartazes 445 452 0847
Disponibilidade 533 538 0890
Legislaccedilatildeo 632 688 0114
Test t student independente (plt005)
De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior
representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute
mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo
considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a
meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida
Resultados | 55
Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011
Meacutedia
Treinamento HM uacuteltimos 2 anos
Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros
Postura 362 392 448
Vigilacircncia 383 408 336
Treinamento 405 457 380
Conhecimento 417 389 408
Qualidade 439 416 432
Cartazes 437 432 528
Disponibilidade 547 514 464
Legislaccedilatildeo 639 657 633
Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para
promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de
profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)
meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)
Discussatildeo | 56
5 DISCUSSAtildeO
O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede
quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem
como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o
perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os
aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
para HM
Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no
sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a
predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe
de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de
enfermagem (107) e enfermeiro (311)
De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo
(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria
profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de
enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na
cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no
cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o
investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo
Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por
trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao
trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo
(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o
trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e
todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir
do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de
trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os
moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998
PITTA 1991)
Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da
praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e
supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua
Discussatildeo | 57
vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O
ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva
carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e
os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno
que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de
duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da
sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de
uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute
danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006
MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)
Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um
viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses
trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a
caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego
sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram
para outros empregos
E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio
nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees
durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades
de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de
enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras
atividades
Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos
enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante
no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na
inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de
cursos de niacutevel superior no paiacutes
A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas
informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram
itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas
informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro
Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no
mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A
incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da
Discussatildeo | 58
roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais
modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na
organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito
mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a
pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e
eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as
pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um
grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero
cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas
em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave
disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias
estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de
censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados
prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo
de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia
do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com
selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr
disserta99kellercap3htm)
O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e
humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados
para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional
recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas
para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia
Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos
dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco
momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos
entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras
palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco
momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar
mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente
acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)
Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para
HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando
Discussatildeo | 59
questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e
apenas 283 concordaram com o referido monitoramento
Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento
claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente
direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos
de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e
higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)
Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente
(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados
Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as
ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na
(ANVISA 2010)
A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e
aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de
infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates
treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de
dados de vigilancia
Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas
para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-
nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso
a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns
apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo
estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham
diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados
por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento
passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem
padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e
ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes
atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)
Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num
momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo
habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional
Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem
conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se
Discussatildeo | 60
que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos
auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se
verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de
promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas
curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de
higiene
O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as
praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em
alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta
abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas
algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em
relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas
quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute
maior risco de transmissatildeo de microrganismos
Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica
antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual
demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro
de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a
disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos
(BRASIL 2010)
Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na
presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou
tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio
de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de
insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de
lavatoacuteriospias
Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos
dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do
produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores
devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No
caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-
se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e
secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por
semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado
Discussatildeo | 61
antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos
natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos
responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da
soluccedilatildeo (BRASIL 2007)
Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo
e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta
perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados
coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas
governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e
intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos
(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a
resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com
enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de
controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional
destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de
prevenccedilatildeo e controle)
Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios
e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das
infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores
impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na
perspectiva do controle das infecccedilotildees
Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos
humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle
de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto
requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento
O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos
buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais
proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura
organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima
competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo
Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional
de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade
Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e
reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto
Discussatildeo | 62
mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em
assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da
infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e
controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem
como envolver aspectos culturais
Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e
controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo
integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos
diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo
Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer
organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um
programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave
promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas
consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres
para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo
explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover
informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas
No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a
existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais
profissionais de sauacutede
Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo
mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de
antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor
acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho
de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)
No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo
aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada
para a melhoria da adesatildeo
O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os
dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o
acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou
dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou
direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da
viscosidade do produto
Discussatildeo | 63
A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para
HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido
documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou
ressecamento como principal queixa
No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees
alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos
profissionais de sauacutede WIDMER (2007)
Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia
a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco
de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de
microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na
microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia
e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988
LARSON et al 2000)
Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais
da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o
risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos
profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e
loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA
ARMOND 2005)
Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns
na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo
conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e
categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um
grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se
correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi
correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p
lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)
(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)
Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os
profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da
higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos
produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites
Discussatildeo | 64
por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de
produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos
riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a
exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo
aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete
imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites
Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o
ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de
produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas
A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de
sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia
entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura
positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a
qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os
aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado
obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura
positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na
promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia
a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)
Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos
tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional
qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os
participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o
conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto
vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e
legislaccedilatildeo
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso
mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a
motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de
modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas
administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede
tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de
seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila
Discussatildeo | 65
niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem
reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas
Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de
motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da
transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees
cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem
como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a
ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias
dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo
sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado
para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)
Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de
prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-
se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia
do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico
Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de
algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de
comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas
de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a
higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo
Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os
iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma
mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo
depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional
Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a
seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo
continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua
interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede
com modelos de cuidados mais seguros
O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando
como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem
a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH
transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees
complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante
Discussatildeo | 66
transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico
requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo
de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)
Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram
fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao
desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e
indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania
O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia
multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta
estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o
gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e
pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico
Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave
higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto
no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo
Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos
em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um
questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre
as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a
consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os
colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e
a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e
facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM
O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o
suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM
aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos
torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET
MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)
A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al
(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo
diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo
mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A
praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes
Discussatildeo | 67
Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de
higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo
nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem
relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico
apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais
O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente
incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002
Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a
introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais
Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal
entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo
pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino
Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias
incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback
de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)
Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou
sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para
higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para
cada 1000 pacientes-dia
O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico
preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-
estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um
processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas
em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de
educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo
mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do
ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais
Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute
influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas
experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de
desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo
relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a
praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento
da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)
Conclusotildees | 68
6 CONCLUSOtildeES
O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de
HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede
Perfil dos profissionais de sauacutede
bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e
a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida
(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais
bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram
compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema
rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)
Atualizaccedilatildeo do conhecimento
bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada
foram os recursos mais utilizados
bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis
meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem
sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os
meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela
OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em
suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos
seis meses e conhecem os cinco momentos da HM
Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos
profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a
importacircncia da HM
Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
Conclusotildees | 69
bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em
meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais
evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)
bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a
existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve
meacutedia de (525)
bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM
estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da
preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)
Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das
medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM
bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as
menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do
produto (p=0009) e odor (p= 0044)
bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos
quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM
bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia
(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o
enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)
bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave
postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)
representou o conhecimento do profissional e outros profissionais
(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes
Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas
especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM
considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute
uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes
Conclusotildees | 70
Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo
dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual
coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante
papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia
criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um
trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle
podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de
vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos
(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de
infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias
cientificas
No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-
ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos
com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que
foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de
caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo
as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de
auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo
apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez
que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem
passivos diante do problema
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Apecircndice | 83
APEcircNDICE
APEcircNDICE A
Instrumento de coleta dos dados
N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo
Apecircndice | 84
16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo
17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre
18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras
Anexos | 85
ANEXOS
ANEXO A
CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo
Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt
Anexos | 86
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 87
CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt
Anexos | 88
ANEXO B
Handwashing Assessment Inventory O`Boyle
Anexos | 89
ANEXO C
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP
Anexos | 90
ANEXO D
Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D