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acordao-1178501800
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Documento assinado digitalmente, conforme MP n. 2.200-2/2001, Lei n. 11.419/2006 e Resoluo n. 09/2008, do TJPR/OEO documento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.tjpr.jus.br
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Apelao Cvel n1178501-8 Foz do Iguau 2. Vara Fazenda Pblica. Apelantes: Sonia Maria Lembeck e outro. Apelado: Municpio de Foz do Iguau. Relator: Des. Luiz Mateus de Lima. Revisor: Juiz Substituto em 2 Grau Rogrio Ribas.
APELAO CVEL. AO ANULATRIA DE
ATO ADMINISTRATIVO. ASCENES
FUNCIONAIS CONCEDIDAS COM BASE EM
DIPLOMA EXPEDIDO PELA VIZIVALI POR
MEIO DE PORTARIAS PUBLICADAS EM 12 DE
ABRIL DE 2006 E 21 DE MAIO DE 2007.
PORTARIA QUE DETERMINOU A ANULAO
DAS ASCENSES FUNCIONAIS PUBLICADA
EM DEZEMBRO DE 2012. PRESCRIO
ADMINISTRATIVA. LEI n 9.784/99.
PRINCPIO DA SEGURANA JURDICA.
PLEITO DE INDENZAO MORAL.
IMPOSSIBILIDADE. RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO.
Este Tribunal fixou entendimento de que os
diplomas expedidos pela Vizivali, porque
originrios de instituio no reconhecida
pelo MEC, no conferem graduao ou ps-
graduao aos seus concluintes (Smula
n25 deste Tribunal).
Entretanto, para que as ascenses
profissionais concedidas com lastro em
diploma expedido pela Vizivali fossem
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Autos n. 1178501-8
anuladas a administrao deveria respeitar
o prazo de cinco anos previsto na Lei n
9.784/99, sob pena de prescrio, ainda
que luz da autotutela a administrao
possa rever seus prprios atos.
Era dever da administrao, quando da
concesso das ascenses funcionais,
examinar a regularidade dos diplomas
apresentados pelos servidores, motivo pelo
qual desarrazoado se mostra o fundamento
apresentado pelo Sr. Prefeito no sentido de
que as servidoras, por no estarem aptas a
frequentar os cursos de capacitao
oferecidos pela Vizivali, porque no
ocupantes de cargo atrelado docncia,
afastaram-se da boa-f e induziram em
erro a administrao pblica.
A situao vivida pelos apelantes, embora
desagradvel, no passou de um
aborrecimento, no havendo demonstrao
substancial concreta de que o ocorrido
tenha ensejado situao vexatria ou
humilhante, que pudesse ser passvel de
indenizao por dano moral.
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Autos n. 1178501-8
Vistos, relatados e discutidos estes autos
de Apelao Cvel n 1.178501-8, de Foz do Iguau, 2 Vara
da Fazenda Pblica, em que so apelantes Sonia Maria
Lembeck e outro e apelado Municpio de Foz do Iguau.
Rosalete Schmidt dos Santos e Snia
Maria Lembeck promoveram ao anulatria de ato
administrativo c/c indenizao por danos morais e pedido de
antecipao parcial de tutela em face do Municpio de Foz do
Iguau alegando: a) Snia Maria Lembeck, atravs da
Portaria n 36.827, publicada em 12 de abril de 2006 foi
beneficiada com a ascenso funcional para o cargo de
Assistente Administrativa Snior, do Grupo Ocupacional
Tcnico-Administrativo, em face da concluso dos cursos de
Graduao e Ps-Graduo, respectivamente; b) Rosalete
Schimdt dos Santos, atravs da Portaria n 39.142, publicada
em 21 de maio de 2007 com efeitos retroativos a 10 de
fevereiro de 2007 foi beneficiada com a ascenso funcional
para o cargo de Assistente Administrativo Snior, do Grupo
Ocupacional Tcnico - Administrativo, em face da concluso
dos cursos de Graduao e Ps-Graduao; c) os benefcios
fundamentaram-se no disposto nos artigos 32 e 35 da Lei
Municipal n 1.997/1.996, sendo que as peticionrias
cumpriram fielmente todos os requisitos legais exigidos, seja
quanto sua atuao funcional, seja no que se relaciona com
a representao dos documentos de concluso dos cursos de
Graduao e de Ps-Graduao. Desde ento, encontram-se
enquadradas como Assistente Administrativo Snior,
realizando atividades e percebendo seus vencimentos com
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Autos n. 1178501-8
base nesse enquadramento e referncia funcional; c) por
meio da Portaria n 51.409/12 foram anuladas todas as
portarias que produziram efeitos funcionais, obtidos por meio
da apresentao de declarao de curso do Programa
Especial de Capacitao dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental e da Educao Infantil ofertadas pela Faculdade
Vizinhana Vale do Iguau Vizivali; d) os benefcios cuja
implantao se discute foram concedidos h mais de 05
(cinco) anos, estando, assim, consolidados no tempo,
fulminado a pretenso anulatria da municipalidade pela
presena inequvoca da decadncia, conforme art. 54, da Lei
n 9.784/1999, restando comprovada a boa-f das
peticionrias; e) a ascenso funcional deferida legal e
validamente pela Administrao Pblica e seus efeitos
patrimoniais se deu h quase 6 (seis) anos, e que agora se
discute por cancelar, sem a observao do prazo
decadencial; f) deve observar a boa-f das autoras foi
reconhecida pela Comisso Especial.
Requereram a procedncia da ao.
Os requeridos apresentaram contestao.
Sobreveio sentena, tendo o Douto
julgado extinto o processo sem resoluo de mrito em
relao a pretenso de declarao de nulidade de ato
jurdico, frente a revogao expressa do ato administrativo
combatido, o que fao nos termos do art.267, IV do CPC. Em
relao aos demais pedidos, IMPROCEDENTES, nos moldes do
art. 269, I do CPC.
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Autos n. 1178501-8
Sonia Maria Lembeck e outro promoveram
recurso de apelao alegando: a) a pretenso das apelantes
no se resume somente em invalidar a ato que lhes suprimiu
o benefcio funcional, mas tambm e em especial, pretendem
elas seja reconhecida e declarada a decadncia quinquenal
da competncia invalidadora da administrao apelado, o
que refletir na convalidao da Portarias n 39.142, de 21
de maio de 2007 e n 36.827, de 21 de abril de 2006, que
concedeu o benefcio da ascenso funcional, bem como
todos os benefcios funcionais e remuneratrios percebidos
pela apelantes (...) mesmo tendo revogado o ato, o Municpio
ainda insiste em adotar medidas que possam vir a assumir o
benefcio funcional que lhes foi concedido atravs da Portaria
n 36.713 (...) as apelantes concluram a Graduao e ps-
graduao, e foram beneficiadas por ato administrativo
editado h mais de cinco anos (...) as portarias que
concederam a ascenso funcional para o cargo de Assistente
Administrativo Snior, do Grupo Ocupacional Tcnico-
Administrativa, em face da concluso dos cursos de
Graduao e Ps-Graduao, so das seguintes datas:
Portaria n 36.827 de 21 de abril de 2006, Portaria n
39.142 de 21 de maio de 2007 (...) teria a administrao
que anular os atos at a data de 20 de abril de 2011 (Portaria
36.837) ou at maio de 2012 (Portaria 39.142); b) os cursos
realizados pelas apelantes foram oferecidos com aprovao
do Conselho Estadual de Educao; c) tem direito
indenizao moral, pois angstia provocada pela prpria
situao de incerteza quanto aos vencimentos e a
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Autos n. 1178501-8
possibilidade de sua reduo; segundo, pela exposio
pblica sofrida, sendo acusada de m-f, quando no se
comprova esse fato (...) a prpria Comisso Especial atesta a
boa-f das apelantes e dos demais servidores envolvidos no
caso em tela.
Assim, requer o provimento do recurso.
Contrarrazes s fls. 277/ 278.
II VOTO E SUA FUNDAMENTAO.
O manuseio dos autos demonstra que
Snia Maria Lembeck, por meio da Portaria n 36.827,
publicada 12 de abril de 2006 (fl.30) e Rosalete Schmidt, por
meio da Portaria n 39.142, publicada em 21 de maio de
2007, com efeitos retroativos a 1 de fevereiro de 2007
(fl.31), obtiveram ascenso funcional para o Cargo de
Assistente Administrativo Snior, do Grupo Ocupacional
Tcnico-Administrativo, tendo em vista a concluso dos
cursos de Graduao e Ps-Graduao, bem como que por
meio da Portaria n 51.409, de 21 de dezembro de 2012
foram anuladas todas as Portarias que produziram efeitos
funcionais, obtidos por meio da apresentao de declarao
de curso de programa Especial de Capacitao dos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental e da Educao Infantil
ofertados pela Faculdade Vizinhana Vale do Iguau Vizivali,
por se tratar de curso no reconhecido pelo MEC.
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Autos n. 1178501-8
Preliminarmente, em relao aos
diplomas emitidos pela Vizivali este Tribunal j sedimentou
entendimento por meio da Smula n 25:
Os diplomas e certificados expedidos pela Vizivali, do Programa Especial de Capacitao para a Docncia dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e da Educao Infantil, ofertado na modalidade a distncia, no conferem aos alunos concluintes qualquer graduao em nvel superior, seno a necessria capacitao para o melhor exerccio de suas atividades docentes.
Do mesmo modo, luz do poder de
autotutela, a administrao pode rever seus prprios atos,
como se v pelo enunciado da Smula 473 do Supremo
Tribunal Federal:
A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornem ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia e oportunidade, respeitados os diretos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.
Neste raciocnio estaria correto o ato
administrativo que determinou a anulao das ascenses
funcionais concedidas s apelantes porque lastreadas em
cursos de graduao e ps-graduao originrio de curso no
reconhecido pelo MEC.
No obstante, o artigo 1. do Decreto n
20.910/32, estabelece que o prazo para impugnao de ato
administrativo junto ao Poder Judicirio de cinco anos.
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Autos n. 1178501-8
Ou seja, em nome do Princpio da
Segurana Jurdica, deve haver prazo razovel para a
anulao administrativa de atos seus que interfiram na
esfera jurdica de terceiros.
Referido princpio foi consagrado,
definitivamente, na Lei Federal n 9.784, de 29 de janeiro de
1999, que regulamentadora do processo administrativo no
mbito da Administrao Pblica Federal, tanto em seu artigo
2, que estabelece que a Administrao Pblica obedea ao
Princpio da Segurana Jurdica, quanto em seu artigo 54, que
fixa o prazo decadencial de 05 (cinco) anos, contados da data
em que foram praticados os atos administrativos, para que a
Administrao possa anul-los.
Sobre segurana jurdica leciona J. J.
Gomes Canotilho:
o homem necessita de segurana para conduzir, planificar e conformar autnoma e responsavelmente a sua vida. Por isso, diz: desde cedo se consideravam os Princpios da Segurana Jurdica e da Proteo da Confiana como elementos constitutivos do Estado de direito.
Em seguida, acrescenta:
Estes dois princpios segurana jurdica e proteo da confiana andam estreitamente associados a ponto de alguns autores considerarem o princpio da proteo de confiana como subprincpio ou como uma dimenso especfica da segurana jurdica. Em geral, considera-se que a segurana jurdica est conexionada com elementos objetivos
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da ordem jurdica garantia de estabilidade jurdica, segurana de orientao e realizao do direito enquanto a proteo da confiana se prende mais com as componentes subjetivas da segurana, designadamente a calculabilidade e previsibilidade dos indivduos em relao aos efeitos jurdicos dos atos dos poderes pblicos.
Por fim, o jurista conclui:
As refraes mais importantes do princpio da segurana jurdica so as seguintes: (1) relativamente a atos normativos: proibio de normas retroativas restritivas de direitos ou interesses juridicamente protegidos; (2) relativamente a atos jurisdicionais: inalterabilidade do caso julgado; (3) em relao a atos da administrao: tendencial estabilidade dos casos decididos atravs de atos administrativos constitutivos de direitos. (J. J. GOMES CANOTILHO. Direito Constitucional e Teoria da Constituio. 3. ed. Coimbra: Almedina, p. 252).
Impe-se aqui, ainda, a simetria, posto
que se, para o particular acionar a Fazenda Pblica, a
legislao de regncia estabelece o prazo prescricional de
cinco anos, no h como admitir que, para a Administrao
Pblica rever seus prprios atos, no seja tambm observado
mesmo prazo.
No debate, as portarias que concederam
ascenses funcionais s servidoras Snia Maria Lembeck e
Rosalete Schmidt foram publicadas em 12 de abril de 2006
(fl.30) e 21 de maio de 2007 (fl.31), respectivamente, razo
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pela qual se entende pela ocorrncia da prescrio
administrativa, na medida em que a Portaria n 51.409, que
anulou referidas ascenses profissionais, foi publicada em 21
de dezembro de 2012.
Por fim, impende frisar que era dever da
administrao, quando da concesso das ascenses
funcionais, examinar a regularidade dos diplomas
apresentados pelos servidores, motivo pelo qual
desarrazoado se mostra o fundamento apresentado pelo Sr.
Prefeito no sentido de que as servidoras, por no estarem
aptas a frequentar os cursos de capacitao oferecidos pela
Vizivali, porque no ocupantes de cargo atrelado docncia,
afastaram-se da boa-f e induziram em erro a Administrao
Pblica (fl.59).
Alm disto, a m-f deve ser comprovada,
situao inexistente no contexto, porquanto o Municpio no
trouxe provas para extinguir, modificar ou impedir o direito
das autoras (art. 333, II CPC), desonerando-se assim de seu
mister.
Por tudo isso, provimento do apelo para
reconhecer a prescrio administrativa quanto ato
administrativo estatudo pela Portaria n 51.409, de 21 de
dezembro de 2012.
Dos danos morais
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Entendem as recorrentes que tem direito
indenizao moral em virtude da incerteza de ter seus
vencimentos reduzidos drasticamente em face da deciso
tomada. A angstia se revela ante a possibilidade de no
poder arcar com as despesas regulares de seu dia a dia,
previstas e projetadas frente remunerao percebida com
base na ascenso funcional deferida em 2006 (f.265).
Sem razo as apelantes.
Sabe-se que a indenizao moral devida
como forma de reparao ou recomposio de uma dor,
sofrimento, desgaste profundos ocasionados pela prtica de
um ato ilcito e que para a configurao da responsabilidade
civil devem estar presentes, concomitantemente, a ao ou
omisso, o dano e o nexo causal.
Em perspectiva, ainda que as apelantes
tenham se indisposto com a situao apresentada, esta no
passou de mero dissabor ou aborrecimento, o que no se
confunde com situao vexatria, humilhante e ofensiva
personalidade, de modo a ensejar-lhes direito indenizao
por danos morais, porquanto a preocupao com a
possibilidade de no poder responder pelas despesas
regulares genrica, incapaz de amparar indenizao moral,
porquanto relacionadas a dissabores inerentes ao cotidiano.
Entender ao contrrio descaracterizaria
instituto da indenizao moral, resguardado s situaes
efetivamente humilhantes e/ou constrangedoras.
Sobre o assunto leciona Srgio Cavalieri,
verbis:
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Autos n. 1178501-8
"Nessa linha de princpio, s deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhao que, fugindo normalidade, interfira intensamente no comportamento psicolgico do indivduo, causando- lhe aflies, angstia e desequilbrio em seu bem- estar. Mero dissabor, aborrecimento, mgoa, irritao ou sensibilidade exacerbada esto fora da rbita do dano moral, porquanto, alm de fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trnsito, entre os amigos e at no ambiente familiar, tais situaes no so intensas e duradouras, a ponto de romper o equilbrio psicolgico do indivduo. Se assim no se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando aes judiciais em busca de indenizaes pelos mais triviais aborrecimentos." ("Programa de Responsabilidade Civil", pg. 89, 3 ed.)
Nesse sentido a orientao
jurisprudencial:
"APELAO CVEL E AGRAVO RETIDO - RESPONSABILIDADE CIVIL - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRNCIA - CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE VECULO - FINACIAMENTO DE IMPORTNCIA SIGNIFICATIVA - INADIMPLEMENTO INCONTROVERSO - APREENSO DO BEM PELO CREDOR FIDUCIRIO - INSCRIO DO NOME DO AUTOR EM CADASTRO DE INADIMPLENTES - EXERCCIO REGULAR DE DIREITO - INADIMPLNCIA INCONTROVERSA - TENTATIVA FRUSTRADA DE REAVER O BEM - MERO DISSABOR - DANO MORAL - INOCORRNCIA - SENTENA MANTIDA. AGRAVO RETIDO DESPROVIDO. APELAO DESPROIVDA. (...) 3. "Os danos morais surgem em decorrncia de uma conduta ilcita ou injusta, que venha a causar forte sentimento negativo em qualquer pessoa de senso comum, como vexame, constrangimento, humilhao, dor. Isso, entretanto, no se vislumbra no caso dos autos, uma vez que os aborrecimentos ficaram limitados indignao da pessoa, sem qualquer repercusso no mundo exterior. Recurso especial parcialmente provido."
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Autos n. 1178501-8
(REsp n 628.854 / ES, Rel. Min. Castro Filho, 03/05/2007)." (TJPR, 10 Cmara Cvel, Ap n 532411-0, Rel. Luiz Lopes, DJ 12/05/2009)
Tambm, cabe citar parte o voto do Min.
Csar Asfor Rocha:
"(...) O mero dissabor no pode ser alcanado ao patamar do dano moral, mas somente aquela agresso que exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando fundadas aflies ou angstias no esprito de quem ela se dirige." (STJ Resp 215.666/RJ - 4 Turma).
Portanto, o caso em tela demonstra
claramente que a situao vivida pelas apelantes, embora
desagradvel, no passou de um aborrecimento, no
havendo demonstrao substancial concreta de que o
ocorrido tenha ensejado situao vexatria ou humilhante,
que pudesse ser passvel de indenizao por dano moral.
Assim registrado, o apelo comporta parcial
provimento para reconhecer a prescrio administrativa do
ato administrativo estatudo pela Portaria n 51.409, de 21
de dezembro de 2012 e julgar improcedente o pedido de
indenizao moral. Condenar o ru ao pagamento das
despesas processuais e honorrios advocatcios no importe
de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais).
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Autos n. 1178501-8
III DECISO.
Diante do exposto, ACORDAM os
Desembargadores integrantes da Quinta Cmara Cvel do
Tribunal de Justia do Estado do Paran, por unanimidade de
votos, em conhecer do recurso de apelao e lhe dar parcial
provimento, nos termos do voto.
Participaram do julgamento os Senhores
Desembargadores Nilson Mizuta (presidente, com voto) e
Luiz Mateus de Lima e o Juiz Substituto em 2 Grau Rogrio
Ribas.
Curitiba, 13 de maio de 2014.
LUIZ MATEUS DE LIMA
Desembargador Relator
2014-05-15T12:06:15-0300Paran - BrasilValidade Legal