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Acórdão TJ-SP
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2013.0000498195
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0009871-32.2009.8.26.0457, da Comarca de Pirassununga, em que é apelante DANUBIA PIRES DE SOUSA, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
ACORDAM, em 14ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DERAM PROVIMENTO ao recurso para ABSOLVER DANUBIA PIRES DE SOUSA, com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MIGUEL MARQUES E SILVA (Presidente) e MARCO DE LORENZI.
São Paulo, 22 de agosto de 2013.
Walter da SilvaRELATOR
Assinatura Eletrônica
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2 PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
14ª Câmara de Direito Criminal
APELAÇÃO 0009871-32.2009.8.26.0457 – RELATOR WALTER DA SILVA VOTO 18.362
VOTO RELATOR Nº 18.362
RECURSO DE APELAÇÃO Nº. 0009871-32.2009.8.26.0457
APELANTE: DANUBIA PIRES DE SOUSA
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO
COMARCA: PIRASSUNUNGA 2ª VARA JUDICIAL
DANUBIA PIRES DE SOUSA APELA da sentença de fls.
118/120, proferida pela MMª. Juíza de Direito, Drª. Flavia Pires de Oliveira, que a
condenou à pena de 02 (dois) anos e 01 (um) mês de reclusão, em regime inicial
aberto, e ao pagamento de 11 (onze) dias-multa, no mínimo legal, como incursa no
artigo 184, § 2º, do Código Penal.
Irresignada com o decisum, a apelante pretende a
absolvição, com a aplicação do princípio da intervenção mínima. Subsidiariamente,
requer a aplicação da pena no mínimo legal (fls. 124/130).
Regularmente processado o recurso, nas contrarrazões o
Ministério Público requer o não provimento do apelo (fls. 129/130).
A douta Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo não
provimento do recurso (fls. 133/142).
É O RELATÓRIO.
Consta dos autos que, na data e local indicados na
denúncia, a ré, ora apelante, expunha à venda, com o intuito de lucro, 110 CD's
musicais, de diversos títulos, reproduzidos com violação de direito autoral, sem a
expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.
Realmente, há previsão legal para a conduta imputada a
ré (art. 184, §2º, do Código Penal), norma essa plenamente em vigência.
Todavia, não restou comprovada a materialidade delitiva,
face à ausência do elemento normativo. Isto porque o crime em epígrafe somente se
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14ª Câmara de Direito Criminal
APELAÇÃO 0009871-32.2009.8.26.0457 – RELATOR WALTER DA SILVA VOTO 18.362
configura quando a violação autoral ocorre sem a expressa autorização dos titulares
ou de quem os represente.
Com efeito, o laudo pericial de fls. 08/10 atestou a
falsidade das peças examinadas, contudo, não se mostrou apto a constatar a
violação de direitos autorais, porquanto não indicou as vítimas prejudicadas com a
exposição à venda dos CD's apreendidos.
Sem a localização da vítima, não se pôde confirmar se os
direitos autorais eram, de fato, protegidos por lei, tampouco se havia autorização
para reproduções outras que não as originais.
Assim, no caso vertente, torna-se inviável reconhecer
violação a direito de outrem se os prejudicados sequer foram identificados e ouvidos
nos autos, de modo que não há como manter a condenação imposta em primeiro
grau de jurisdição.
Nesse sentido, confira-se precedente desta Colenda
Câmara:
“A acusação é de que a apelante, nas circunstâncias de tempo e lugar
descritas na denúncia, vendia e expunha a venda, com intuito de obter
lucro direto, 240 DVDs e 595 CDs de diversos títulos, reproduzidos
com violação de direito autoral, sem a expressa autorização dos
titulares dos direitos ou de quem os represente. Todavia, a perícia não
constatou a violação de direito autoral, que constitui elementar do tipo
do artigo 184 § 2º do Código Penal. A configuração desse delito exige
que a vítima seja detentora de direitos autorais sobre a obra
indevidamente reproduzida. Ora, a perícia realizada não permite
sequer saber quem são as vítimas; estas não foram identificadas e
seus representantes não foram ouvidos; inviável, portanto, saber se
elas detinham direitos autorais sobre as obras reproduzidas. Impõe-
se, portanto, a absolvição da apelante da imputação de prática do
crime do artigo 184, § 2º, do Código Penal, por insuficiência
probatória”. (AP Criminal nº. 0046116-46.2008.8.26.0564; Rel.
Hermann Herschander - 14ª Câmara de Direito Criminal TJSP; J.
15/9/2011).
Ante o exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso para
ABSOLVER DANUBIA PIRES DE SOUSA, com fundamento no artigo 386,
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