Upload
12ab34cd8969
View
60
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
EDSON GURFINKEL
EFEITOS DO TRATAMENTO POR ACUPUNTURA E
MOXABUSTÃO EM PACIENTES COM
OLIGOASTENOZOOSPERMIA
Tese apresentada à Universidade Federal de São
Paulo – Escola Paulista de Medicina, para
obtenção do Título de Doutor em Medicina
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM UROLOGIA
COORDENADOR: Prof. Dr. Agnaldo Pereira Cedenho
ORIENTADOR: Prof.Dr. Agnaldo Pereira Cedenho
CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Ysao Yamamura
SÃO PAULO
2001
II
O que é necessário não é a vontade de acreditar, mas o
desejo de descobrir, que é justamente o oposto.
(Bertrand Russel)
III
DEDICATÓRIA
À VIVIANE, minha esposa e companheira, em cuja força, amor e espírito de
doação eu me inspiro para vencer os desafios da vida.
Ao meu filho YURI, que preenche minha vida, pela abdicação de nosso tempo
de convivência para eu crescer na minha carreira.
Aos meus pais, ISAAC e HELLA que, com amor e exemplo de integridade
moral, prepararam-me para a vida.
Aos meus sogros HENRIQUE e VERA, pelo constante estímulo e apoio
incondicional.
Ao senhor MOISE SAFRA que me possibilitou trilhar os caminhos do
crescimento profissional.
IV
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. AGNALDO PEREIRA CEDENHO, meu orientador, exemplo de
médico e pesquisador, cujo espírito investigativo, despojado de preconceitos,
possibilita ampliar as fronteiras do conhecimento.
Ao Prof. Dr. MIGUEL SROUGI, exemplo de dinamismo e liderança, por ter
permitido a realização desta pesquisa na Disciplina de Urologia.
Ao Prof. Dr. YSAO YAMAMURA, pelos ensinamentos e incentivos
constantes, que contribuíram decisivamente para minha formação profissional
e realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. ANUAR MALULI que, ao longo dos anos de convivência, tem me
ensinado os segredos da excelência na medicina.
Ao meu irmão, Dr. VALTER GURFINKEL, pela amizade e constante apoio
na elaboração do material de exposição.
V
À DEBORAH MONTAGNINI SPAINE, pela amizade e apoio nas várias
etapas desta pesquisa.
À VALÉRIA BARRADAS, APARECIDO GARDÃO e a todos os funcionários
do Laboratório de Reprodução Humana, pelo auxílio no desenvolvimento
desta tese.
Aos meus amigos Dr. GILMAR DE OLIVEIRA GARRONE e Dr. SAMY
TARNOVSCHY, pela paciência e estímulos constantes.
Ao Prof. Dr. NEIL FERREIRA NOVO e à Profa. Dra. YARA JULIANO, pela
orientação nas análises estatísticas.
À HANIA SOUHEIL HOUSSAMI, pela ajuda incondicional na digitação
deste trabalho.
EDSON GURFINKEL
EFEITOS DO TRATAMENTO POR ACUPUNTURA E
MOXABUSTÃO EM PACIENTES COM
OLIGOASTENOZOOSPERMIA
VI
Tese apresentada à Universidade Federal de São
Paulo – Escola Paulista de Medicina, para
obtenção do Título de Doutor em Medicina
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM UROLOGIA
COORDENADOR: Prof. Dr. Agnaldo Pereira Cedenho
ORIENTADOR: Prof.Dr. Agnaldo Pereira Cedenho
CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Ysao Yamamura
SÃO PAULO
2001
VII
O que é necessário não é a vontade de acreditar, mas o
desejo de descobrir, que é justamente o oposto.
(Bertrand Russel)
VIII
DEDICATÓRIA
À VIVIANE, minha esposa e companheira, em cuja força, amor e espírito de
doação eu me inspiro para vencer os desafios da vida.
Ao meu filho YURI, que preenche minha vida, pela abdicação de nosso tempo
de convivência para eu crescer na minha carreira.
Aos meus pais, ISAAC e HELLA que, com amor e exemplo de integridade
moral, prepararam-me para a vida.
Aos meus sogros HENRIQUE e VERA, pelo constante estímulo e apoio
incondicional.
Ao senhor MOISE SAFRA que me possibilitou trilhar os caminhos do
crescimento profissional.
IX
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. AGNALDO PEREIRA CEDENHO, meu orientador, exemplo de
médico e pesquisador, cujo espírito investigativo, despojado de preconceitos,
possibilita ampliar as fronteiras do conhecimento.
Ao Prof. Dr. MIGUEL SROUGI, exemplo de dinamismo e liderança, por ter
permitido a realização desta pesquisa na Disciplina de Urologia.
Ao Prof. Dr. YSAO YAMAMURA, pelos ensinamentos e incentivos
constantes, que contribuíram decisivamente para minha formação profissional
e realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. ANUAR MALULI que, ao longo dos anos de convivência, tem me
ensinado os segredos da excelência na medicina.
Ao meu irmão, Dr. VALTER GURFINKEL, pela amizade e constante apoio
na elaboração do material de exposição.
X
À DEBORAH MONTAGNINI SPAINE, pela amizade e apoio nas várias
etapas desta pesquisa.
À VALÉRIA BARRADAS, APARECIDO GARDÃO e a todos os funcionários
do Laboratório de Reprodução Humana, pelo auxílio no desenvolvimento
desta tese.
Aos meus amigos Dr. GILMAR DE OLIVEIRA GARRONE e Dr. SAMY
TARNOVSCHY, pela paciência e estímulos constantes.
Ao Prof. Dr. NEIL FERREIRA NOVO e à Profa. Dra. YARA JULIANO, pela
orientação nas análises estatísticas.
À HANIA SOUHEIL HOUSSAMI, pela ajuda incondicional na digitação
deste trabalho.
EDSON GURFINKEL
XI
EFEITOS DO TRATAMENTO POR ACUPUNTURA E
MOXABUSTÃO EM PACIENTES COM
OLIGOASTENOZOOSPERMIA
Tese apresentada à Universidade Federal de São
Paulo – Escola Paulista de Medicina, para
obtenção do Título de Doutor em Medicina
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM UROLOGIA
COORDENADOR: Prof. Dr. Agnaldo Pereira Cedenho
ORIENTADOR: Prof.Dr. Agnaldo Pereira Cedenho
CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Ysao Yamamura
SÃO PAULO
2001
XII
O que é necessário não é a vontade de acreditar, mas o
desejo de descobrir, que é justamente o oposto.
(Bertrand Russel)
XIII
DEDICATÓRIA
À VIVIANE, minha esposa e companheira, em cuja força, amor e espírito de
doação eu me inspiro para vencer os desafios da vida.
Ao meu filho YURI, que preenche minha vida, pela abdicação de nosso tempo
de convivência para eu crescer na minha carreira.
Aos meus pais, ISAAC e HELLA que, com amor e exemplo de integridade
moral, prepararam-me para a vida.
Aos meus sogros HENRIQUE e VERA, pelo constante estímulo e apoio
incondicional.
Ao senhor MOISE SAFRA que me possibilitou trilhar os caminhos do
crescimento profissional.
XIV
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. AGNALDO PEREIRA CEDENHO, meu orientador, exemplo de
médico e pesquisador, cujo espírito investigativo, despojado de preconceitos,
possibilita ampliar as fronteiras do conhecimento.
Ao Prof. Dr. MIGUEL SROUGI, exemplo de dinamismo e liderança, por ter
permitido a realização desta pesquisa na Disciplina de Urologia.
Ao Prof. Dr. YSAO YAMAMURA, pelos ensinamentos e incentivos
constantes, que contribuíram decisivamente para minha formação profissional
e realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. ANUAR MALULI que, ao longo dos anos de convivência, tem me
ensinado os segredos da excelência na medicina.
Ao meu irmão, Dr. VALTER GURFINKEL, pela amizade e constante apoio
na elaboração do material de exposição.
XV
À DEBORAH MONTAGNINI SPAINE, pela amizade e apoio nas várias
etapas desta pesquisa.
À VALÉRIA BARRADAS, APARECIDO GARDÃO e a todos os funcionários
do Laboratório de Reprodução Humana, pelo auxílio no desenvolvimento
desta tese.
Aos meus amigos Dr. GILMAR DE OLIVEIRA GARRONE e Dr. SAMY
TARNOVSCHY, pela paciência e estímulos constantes.
Ao Prof. Dr. NEIL FERREIRA NOVO e à Profa. Dra. YARA JULIANO, pela
orientação nas análises estatísticas.
À HANIA SOUHEIL HOUSSAMI, pela ajuda incondicional na digitação
deste trabalho.
Gurfinkel, Edson Efeitos do tratamento por acupuntura e moxabustão em pacientes com oligoastenozoospermia / Edson Gurfinkel – São Paulo, 2001. Vii, 59f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Urologia. Título em inglês – Acupuncture and moxabustion treatment effects on oligoasthenozoospermy patients 1 Acupuntura. 2. Moxabustão. 3. Sêmen. 4. Infertilidade. 5. Oligoastenozoospermia
XVI
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... XVII
2. OBJETIVO .......................................................................................................................................................XXIX
3. MÉTODO.............................................................................................................................................................XXX
3.1.CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ...................................................................................................................................XXX 3.2.CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO .................................................................................................................................XXXI 3.3.COLHEITA DE AMOSTRA DO SÊMEN ...........................................................................................................XXXI 3.4. ANÁLISE BÁSICA DO SÊMEN .......................................................................................................................... XXXII 3.5. FORMAÇÃO DOS GRUPOS ........................................................................................................................... XXXVIII 3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA .........................................................................................................................................XLII
4. RESULTADOS ........................................................................................................................................... XLIII
5. DISCUSSÃO ....................................................................................................................................................... LV
6. CONCLUSÕES ............................................................................................................................................LXII
7. PROPOSTA DE PESQUISA ................................................................................................. LXIII
8. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................LXIV
NORMAS ADOTADAS ........................................................................................................................LXIX
RESUMO ...................................................................................................................................................................... LXX
SUMMARY.............................................................................................................................................................LXXII
XVII
1. INTRODUÇÃO
Segundo KRETSER (1997), um casal entre dez busca auxílio médico por
problema de infertilidade. Estudo multicêntrico realizado pela Organização
Mundial de Saúde com casais inférteis, entre 1982 a 1985, aponta o fator masculino
como predominante em 20% e compartilhando problemas de fertilidade com a
parceira em outros 27% dos casos, estando, portanto, envolvido em pelo menos
47% das situações (OLDEREID, RUI & PURVIS, 1990; MARÍA, AGUILAR &
AYALA, 1997).
Muitas são as possíveis causas de infertilidade masculina: varicocele,
obstrução congênita ou adquirida da via seminífera, infecção, disfunção
ejaculatória, distúrbios hormonais (hipogonadismo hipogonadotrófico,
hiperprolactinemia), distúrbios imunológicos, disfunção sexual, gonadotoxinas
(drogas, radiação), alterações testiculares (criptorquidismo, falência testicular
primária, aplasia de células germinativas, anorquia bilateral), anormalidades
cromossômicas e síndrome dos cílios imóveis (WALSH, RETIK, STAMEY &
VAUGHAN Jr, 1992).
Apesar dos avanços científicos da medicina, 40% dos pacientes inférteis que
apresentam anormalidades na análise do sêmen permanecem sem diagnóstico
etiológico definido, tornando o tratamento clínico limitado e frustrante, uma vez
que não há medicamentos comprovadamente efetivos para estes casos (KRETSER,
1997; BIRENBAUM-CARMELI, CARMELI & CASPER, 1995).
XVIII
Apesar disso, é comum os pacientes masculinos com infertilidade sem causa
aparente receberem alguma forma de terapia empírica por um período limitado,de 3
a 6 meses, correspondente a um ciclo espermatogênico completo (WALSH,
RETIK, STAMEY & VAUGHAN Jr, 1992). Destas terapias, as mais comuns são:
1- Bloqueadores de Estrogênio - o hipotálamo possui receptores
estrogênicos que, quando estimulados, diminuem a secreção do
hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). Bloqueadores
antiestrogênicos atuariam nestes receptores com inibição do bloqueio e
conseqüente aumento de liberação do GnRH. Neste grupo encontram-
se o citrato de clomifeno e o tamoxifen. Estudos com grupo placebo
não mostraram bons resultados (SOKOL, STEINER, BUSTILLO e
col., 1988).
2- Inibidor de Aromatase - o estrogênio possui um efeito adverso sobre a
espermatogênese. A maior parte dos estrogênios circulantes resultam
da conversão da testosterona na periferia. O inibidor de aromatase
diminuiria esta conversão. Estudos com grupo placebo também não
mostraram bons resultados (CLARK, 1989).
3- Gonadotrofinas - a gonadotrofina coriônica humana possui um efeito
semelhante à atividade do hormônio luteinizante (LH), estimulando a
produção intratesticular de testosterona, o que levaria a uma melhor
espermatogênese. Os trabalhos realizados com grupo placebo não
foram satisfatórios (PUSCH, PÜRSTNER & HAAS, 1986).
XIX
4- Hormônio Liberador de Gonadotrofina (GnRH): o GnRH estimula a
liberação de FSH e LH pela hipófise. Seu uso em pacientes masculinos
com infertilidade sem causa aparente foi insignificante (FAUSER,
ROLLAND, DONY e col., 1985).
Decepcionados com as respostas ao tratamento medicamentoso, alguns
autores propuseram o uso das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa para
melhorar a qualidade do sêmen de pacientes com parâmetros seminais alterados,
obtendo resultados satisfatórios (FISCHL, RIEGLER, BIEGLMAYER e col.,
1984; GERHARD, JUNG & POSTNEEK, 1992; MINGHUA, 1993; SITERMAN,
1997; SITERMAN, ELTES, WOLFSON e col., 2000).
A Medicina Tradicional Chinesa, medicina milenar, com bases fisiológicas,
fisiopatológicas, diagnósticas e terapêuticas próprias, é fundamentada em dois
conceitos: o Yin e Yang, e os Cinco Movimentos. Segundo o Yin e Yang, tudo que
existe no universo, fenômeno natural, objeto inanimado ou ser vivo, possui duas
forças, Yin e Yang, opostas entre si, porém, complementares e inseparáveis que
devem estar sempre equilibradas. No ser vivo este equilíbrio manifesta-se como
saúde. Segundo o conceito dos Cinco Movimentos, o ser humano, para ter saúde,
precisa estar em harmonia com o meio no qual se encontra, ou seja, é um
microcosmo dentro de um macrocosmo. Para isso ocorrer, ele possui cinco
estruturas em seu interior cuja função é a manutenção da homeostase: Fígado
(Gan), Coração (Xin), Baço-Pâncreas (Pi), Pulmão (Fei), Rins (Shen),
denominados Órgãos, responsáveis por toda a fisiologia do organismo.
Através dos meridianos, as Energias, essenciais para as diversas atividades,
atingem todas as partes do corpo. Cada Órgão é responsável por funções
XX
específicas, como um determinado sentido, como olfação, ou, mesmo, a reprodução
sexual para a perpetuação da espécie.
Segundo a teoria dos Zang Fu (Órgãos e Vísceras) da Medicina Tradicional
Chinesa, o Shen (Rins) é o Zang (Órgão) responsável pelo desenvolvimento sexual
e pela reprodução. Cada Zang Fu possui o seu Jing (quintessência energética),
elaborado a partir da energia de nutrição (Yong Qi). Todos os Jing dos Órgãos e
Vísceras dirigem-se para o Shen (Rins) para formar o Jing Shen. Este se dirige para
a medula espinal e atinge o encéfalo. Desta forma, no dorso, ocorrem
manifestações dos pontos Jing dos Zang (Órgãos), fundamentais para a fisiologia
energética dos Órgãos internos e, no encéfalo, manifestação nas estruturas neurais,
inclusive na atividade da hipófise anterior, onde são produzidos hormônios como
LH, FSH e prolactina, relacionados com o desenvolvimento da libido, com a
espermatogênese e com a ovulação (TABOSA, YAMAMURA & FUKUYAMA,
1998).
Para os rapazes, à idade de 8 anos, a energia do Shen
(Rins) começa a se desenvolver, os dentes de leite
começam a mudar, os cabelos, em pleno desenvolvimento.
À idade de 16 anos, a energia dos Rins fortalece-se, o
rapaz está em pleno crescimento, o Jing sexual começa a
se produzir... O Jing sexual é um elemento de base da
fecundação... À idade de 64 anos, o Jing sexual esgota-se.
Este esgotamento vem do enfraquecimento do Shen (Rins)
(SO OUENN, In: NGUYEN & NGUYEN-RECOURS, 1984)
XXI
Esta explicação da Medicina Tradicional Chinesa para o desenvolvimento
sexual e reprodução destaca a importância do Jing Shen (quintessência energética),
que aqui tem dois significados: substâncias nutritivas e hormônios importantes para
o desenvolvimento sexual e corporal e energia e substâncias secretadas pelo
testículo (espermatozóides) e pelos ovários (ovulação) (TABOSA, YAMAMURA
& FUKUYAMA, 1998).
Quando a energia do Shen (Rins) está alterada ou quando existe Umidade por
insuficiência do Pi (Baço/Pâncreas), podem ocorrer alterações na qualidade do
sêmen (NGUYEN & NGUYEN-RECOURS, 1984). Segundo a Medicina
Tradicional Chinesa, podemos regularizar um Órgão comprometido por seus
meridianos ou pelos meridianos de Órgãos relacionados, graças aos pontos de
acupuntura, que são áreas restritas, localizadas ou não, sobre os meridianos que
podem ser manipulados por agulhas específicas ou pelo calor, utilizando-se, por
exemplo, um bastão de artemísia (moxabustão) a fim de obter certas reações em
outras regiões ou em algum Órgão (WENBU, 1993).
Nas últimas décadas, muitos estudos foram realizados para esclarecer os
mecanismos de ação e os fenômenos neuroquímicos que ocorrem durante a
analgesia e anestesia por acupuntura, o que levou à compreensão da importância
dos reflexos espinais como importante mecanismo de ação desta modalidade de
tratamento (WU, 1990). Os pontos de acupuntura são áreas onde histologicamente
existem maiores quantidades de receptores nervosos como terminações livres, fusos
musculares, órgão tendinoso de Golgi, mastócitos e capilares, quando comparadas
com áreas circunjacentes (DORNETE, 1975; ZONGLIAN, 1979). A inserção de
agulhas causa despolarização das membranas, capazes de gerar um potencial de
ação nos receptores dos nervos, originando um estímulo que é conduzido
principalmente pelas fibras A delta e C (DORNETE, 1975; GUOWEI,
XXII
JINGQIANG, YONGNING e col., 1981; ZONGLIAN, 1979). Os estímulos
provocados pela agulha em diferentes receptores nervosos levam a múltiplos
efeitos, uma vez que o sistema nervoso dá uma resposta específica conforme a via
de condução do estímulo. A técnica de manipulação da agulha quanto à
intensidade, no sentido de rotação (horário ou anti-horário), freqüência e
inclinação, torna-se muito importante, pois diferentes neurotransmissores são
liberados, excitando ou inibindo, resultando em interpretações cerebrais distintas e
diferentes respostas.
O estímulo da acupuntura, ao chegar à coluna posterior da medula espinal, é
conduzido por sinapses interneuronais. Dependendo da condução, através de fibras
A delta ou C, diferentes modalidades de interneurônios são excitados ou inibidos, e
diferentes sinapses com neurônios somáticos motores, neurônios autonômicos ou
neurônios de projeção são ativados, conduzindo o estímulo em direção ao encéfalo,
através do trato espino-talâmico (GUYTON, 1992), ou do trato espino-reticular
(AMMONS, 1987; HARBER, 1982). A participação das fibras nervosas como uma
via de ação da acupuntura fica evidente, quando demonstrado que bloqueio
anestésico nos pontos de acupuntura inibe sua ação (WU, 1990), devido a sua
atuação nos canais iônicos das plasmalemas das fibras nervosas que conduzem
sensação de dor, provável sítio de atuação também do estímulo da acupuntura.
Assim, fica clara a relação da fisiologia das fibras nervosas e arcos reflexos como
um dos mecanismos de ação da acupuntura. O reflexo somato-somático é o arco
reflexo que ocorre, quando um estímulo excita as fibras somáticas aferentes,
provocando contração dos músculos flexores e relaxamento dos extensores na
região do estímulo , explicando a sensação de Te Qi, ou seja, uma sensação de
inchaço ou adormecimento, que acompanha o estímulo da acupuntura e é associado
aos melhores efeitos do tratamento (NGUYEN & NGUYEN-RECOURS, 1984). O
XXIII
arco reflexo somato-visceral ocorre, quando um estímulo periférico, desencadeando
um potencial de ação nas fibras nervosas, principalmente as fibras C, é conduzido
até a medula espinal; neste nível, através de inter neurônios, as fibras nervosas
fazem sinapses com neurônios autonômicos pré-ganglionares, localizados na
coluna medular lateral, entre os segmentos T1 e L2 e, através de fibras pós-
ganglionares, alcançam as vísceras internas e vasos sangüíneos. Por este
mecanismo, os pontos de acupuntura localizados na região somática podem afetar
os órgãos internos. Em sentido inverso, por meio do reflexo víscero-somático,
alterações em órgãos internos podem se manifestar, por exemplo, no aparelho
locomotor como dor (YAMAMURA & TABOSA, 1995). Nos casos dos pontos de
acupuntura localizados nos nervos unissegmentares, o efeito sobre os órgãos
internos é direto. Os nervos plurissegmentares apresentam muitas inter-relações em
nível medular, explicando estímulos e ações em níveis diferentes, através do
sistema simpático, que se conecta com vários segmentos espinais através dos
gânglios do tronco simpático, ou através do trato de Lissauer ou do trato próprio-
espinal. Graças às sinapses da medula espinal, os estímulos podem agir via víscero-
visceral homolateral, víscero-somático cruzada ou atingir o encéfalo via trato
ascendente, no nível de formação reticular (HABER, MOORE & WILLIS, 1982;
AMMONS, 1987), tálamo, sistema límbico e córtex cerebral. O sistema
parassimpático sacral também pode ser estimulado por meio de agulhas de
acupuntura inseridas nos forâmens sacrais (TABOSA, YAMAMURA &
FUKUYAMA, 1998). Neste nível, os estímulos atingem os ramos dorsais das
raízes de S2, S3 e S4, cujo arco reflexo estimula os neurônios pré-ganglionares
parassimpáticos, cujas fibras formam o plexo ilíaco interno e são distribuídas para
os órgãos pélvicos (GUYTON, 1992).
XXIV
Outro mecanismo pelo qual a acupuntura causa vasodilatação são os
peptídeos vasodilatadores. As fibras nervosas sensitivas contêm neuropeptídeos
vasodilatadores, e já foi demonstrado relação entre tratamento por acupuntura e
vasodilatação por aumento dos níveis de peptídeo relacionado com gene da
calcitonina – CGRP - (KJARTANSSON, LUNDEBERG, SAMUELSON e col.,
1988) e do peptídeo vasodilatador intestinal – VIP - (KAADA, 1982).
A moxabustão, que consiste no aquecimento dos pontos de acupuntura, é
parte integrante do tratamento por Medicina Tradicional Chinesa-Acupuntura. Este
método terapêutico consiste em utilizar determinadas substâncias ou ervas para
queimar ou defumar os pontos ou áreas do corpo a serem tratadas. O calor
resultante deste processo produz estímulos que regularizam as funções fisiológicas
do corpo, por intermédio dos Canais de Energia (WENBU, 1993). Das várias
matérias-primas disponíveis para esta modalidade de tratamento, uma das mais
utilizadas é a folha da planta Artemísia vulgaris, que possui propriedade
antinflamatória. Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, a ação da moxabustão é
aquecer os Canais de Energia, dispersar o Frio e a Umidade, regular a circulação de
Xue (Sangue) e Energia e aumentar a atividade da energia Yang (NGUYEN &
NGUYEN-RECOURS, 1984). Existem várias técnicas para utilizar a moxabustão,
desde a aplicação de cones de moxa acesos colocados diretamente sobre os pontos
ou áreas selecionadas na pele (moxa direta), até bastões de moxa de tamanhos
variados, que, posicionados sobre as áreas selecionadas e sem tocá-las (moxa
indireta), aquecem-nas.
Nos pontos de acupuntura encontramos uma concentração maior de fibras
nervosas, capilares, mastócitos, fusos musculares e Órgão de Golgi, tornando o
potencial elétrico destas áreas diferente, quando comparadas com o das áreas
vizinhas. Isso facilita o potencial de ação nas fibras nervosas locais, que conduzem
XXV
os estímulos para o sistema nervoso central, principalmente através das fibras A
delta e C (DORNETE, 1975). Os receptores para frio, ou de Krause, e os receptores
para calor, ou de Ruffini, são os responsáveis pelas sensações térmicas que ocorrem
durante as modificações de temperatura da pele (GUYTON, 1992).
Estes termo-receptores específicos possuem certas propriedades:
- Emissão de descargas contínuas durante temperaturas cutâneas
constantes; a freqüência das descargas é diretamente
proporcional à temperatura da pele.
- Durante as variações de temperatura, ocorre aumento ou
diminuição da freqüência das descargas.
- Insensíveis a qualquer outro estímulo que não seja térmico.
- As fibras aferentes inervam áreas pequenas.
Os estímulos térmicos também podem ser conduzidos através das fibras A
delta e/ou C (GUYTON, 1992). Analisando a Figura 1, observamos a resposta dos
receptores térmicos frente à temperatura cutânea constante, com a freqüência média
das reações estáticas dos receptores para o frio e para o calor.
XXVI
Figura 1 – Freqüência de descarga de uma fibra de frio-dor, uma fibra de frio, uma fibra de calor e uma fibra de
calor-dor. (GUYTON, 1992)
Frio-dor
Calor-dor
Receptores de frio
Receptores de calor
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 TEMPERATURA (ºC)
10
8
6
4
2
Frio congelante
Frio Frescor Indiferente Morno Calor Calor extremo
XXVII
A atividade máxima dos receptores para o frio encontra-se a cerca de 30ºC,
enquanto o máximo de atividade dos receptores para o calor situa-se a cerca de
43ºC. Quando a temperatura da pele está em torno de 34ºC, ou seja, normal, os
termo-receptores disparam potencial de ação em ritmo tônico. Se houver mudança
brusca na temperatura da pele, haverá uma resposta dinâmica dos receptores
(GUYTON, 1992). Os receptores do calor respondem proporcionalmente ao
aumento de temperatura na pele acima do valor de repouso, ou seja, 34ºC. Se o
estímulo exceder 45ºC, por exemplo, estas fibras disparam intensamente vários
impulsos e cessam o estímulo, devido a um fenômeno de acomodação nos
receptores (adaptação sensorial). Temperaturas acima de 50ºC, ao invés de
estimular os termo-receptores, estimulam os nociceptores, provocando dor, uma
vez que temperaturas desta intensidade causam lesões celulares, sendo o estímulo
nóxico conduzido por vias nervosas distintas do estímulo térmico (GUYTON,
1992). Fisiologicamente, a aplicação de calor a uma temperatura média de 45ºC
estimula principalmente as fibras C, que, em nível medular, realiza um arco reflexo
somato-visceral, agindo no nível do órgão localizado no dermátomo
correspondente, melhorando seu metabolismo. Através de conexões indiretas
existentes nos centros nervosos, o estímulo calorífico leva a uma ação favorável na
atividade funcional dos órgãos, seja em nível de cavidade abdominal ou de tórax
(YAMAMURA & TABOSA, 1995).
A Medicina Tradicional Chinesa interpreta as doenças de maneira mais
filosófica que biologicamente, em termos de distúrbios de balanço de Energia, e
não em termos anatomo-morfológicos, como a medicina ocidental. Apesar das
diferentes linguagens, os resultados devem ser semelhantes, uma vez que a
medicina é uma só.
XXVIII
Em relação ao tratamento da esterilidade masculina pela acupuntura, a maior
parte dos estudos deixam algumas dúvidas, por não serem controlados ou por se
realizarem estudos com pacientes portadores de muitas variáveis associadas, como
alterações anatômicas (varicocele) ou infecciosas (prostatites). Raros trabalhos
avaliados associaram a técnica de moxabustão à acupuntura. Como esta técnica é
utilizada nos casos onde existe diminuição da atividade energética (diminuição do
Yang) no sistema ao qual os pontos aquecidos pertencem (NGUYEN & NGUYEN-
RECOURS, 1984), pareceu-nos apropriado associar esta técnica no tratamento
desses pacientes.
XXIX
2. OBJETIVO
Verificar se as técnicas de acupuntura e moxabustão são capazes de melhorar
os parâmetros seminais dos pacientes oligoastenozoospérmicos sem causa aparente.
XXX
3. MÉTODO
Trata-se de um estudo prospectivo, controlado e cego com pacientes do sexo
masculino que apresentam alterações no espermograma quanto a concentração e/ou
motilidade progressiva dos espermatozóides, inscritos no Setor Integrado de
Reprodução Humana do Departamento de Ginecologia e da disciplina de Urologia
da Universidade Federal de São Paulo por infertilidade conjugal.
Todos os pacientes incluídos no estudo foram informados quanto ao aspecto
técnico do tratamento por acupuntura e moxabustão, além da impossibilidade de se
prever os resultados. Os pacientes concordaram por escrito em participar do
protocolo, o qual foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de São Paulo, com o número 092/99.
No período entre janeiro de 1999 e setembro de 2000, selecionaram-se 19
pacientes do sexo masculino, com idade entre 24 e 40 anos, que atendiam aos
critérios de inclusão e exclusão.
3.1.CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
- Exame físico genital normal;
- Disponibilidade de tempo para submeter-se ao tratamento;
- Alterações seminais quanto a concentração e / ou motilidade progressiva
dos espermatozóides em dois espermogramas realizados no Laboratório
de Reprodução Humana da Universidade Federal de São Paulo.
XXXI
3.2.CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
- História prévia de manipulação cirúrgica nos componentes do aparelho
reprodutor;
- Concentração média dos espermatozóides menor de 5,0 x 106;
- Presença de leucocitospermia;
- Utilização de medicamentos com ação sobre o aparelho genito-urinário há
menos de um ano.
3.3.COLHEITA DE AMOSTRA DO SÊMEN
As amostras de sêmen foram obtidas por masturbação, após um período de
três a cinco dias de abstinência sexual, em área anexa ao Laboratório de
Reprodução Humana, em frascos de polipropileno estéril e descartável (Pleion,
Brasil), de um lote previamente testado quanto à toxicidade do plástico para a
motilidade espermática. Após a colheita registrou-se a presença ou ausência de
coagulação, seguindo-se a imediata colocação dos frascos em estufa de ar
(FANEM, Modelo 002, CB, São Paulo, Brasil), à temperatura de 37ºC, pelo
período máximo de uma hora, para que ocorresse a liquefação do sêmen.
XXXII
3.4. ANÁLISE BÁSICA DO SÊMEN
Após a liquefação das amostras, foram determinados os parâmetros
macroscópicos: tempo de liquefação, cor, volume, viscosidade e pH, e parâmetros
microscópicos: concentração, motilidade e vitalidade de espermatozóides e
concentração de células redondas e neutrófilos, de acordo com os critérios
estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 1999). Para análise da
forma dos espermatozóides foram utilizados os critérios estabelecidos por
KRUGER, MENKVELD, STANDER e col. (1986).Todas as análises foram
realizadas por duas profissionais com experiência.
3.4.1.Análise dos parâmetros seminais, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (1999)
Avaliação macroscópica dos parâmetros seminais
- Coagulação
A amostra do sêmen, imediatamente após a colheita, formou um coágulo.
- Tempo de liquefação
Após a observação do coágulo, o frasco contendo a amostra de sêmen era colocado
na estufa de ar (Fanem, 002CB, São Paulo, Brasil), à temperatura de 37ºC para que
ocorresse a liquefação do sêmen. O tempo necessário para que a liquefação
ocorresse era anotado em minutos, sendo o tempo máximo considerado 60 minutos.
XXXIII
- Volume
Após a liquefação da amostra, o volume do sêmen era medido com auxílio de uma
pipeta graduada com capacidade de 5 ml (Falcon, EUA) acoplada a dispositivo de
borracha (pêra de borracha), aspirando-se todo o volume do frasco.
- Viscosidade
A viscosidade ou consistência era avaliada, utilizando-se pipeta graduada com
capacidade de 5ml. Após a aspiração do volume do sêmen, o dispositivo de
borracha foi desacoplado da pipeta e a viscosidade foi verificada observando-se a
extensão do filamento formado. A amostra era considerada normal quando o
sêmen, ao sair da pipeta, gotejava ou formava um filamento de extensão até 2cm.
Quando superior a 2cm, a viscosidade do sêmen era considerada anormal.
- Cor/Aspecto
A cor da amostra seminal era classificada em branco, amarelo ou vermelho,
subclassificadas quanto ao aspecto: opalescente ou transparente.
- pH
A determinação do pH seminal era realizada pelo pHmetro (Digimed, Brasil)
acoplado a eletrodo de contato especial para baixos volumes.
XXXIV
Avaliação microscópica dos parâmetros seminais
- Concentração de espermatozóides
A concentração espermática era determinada pela diluição volumétrica associada à
hematocitometria, isto é, diluição de uma alíquota de volume conhecido da amostra
de sêmen liquefeita e contagem do número de espermatozóides presentes nessa
amostra com auxílio de uma câmara de Neubauer modificada (contendo 25
quadrantes centrais) (Spencer, EUA). Após liquefação do sêmen, 100µl da amostra
seminal eram diluídos em 1,9ml da solução diluente (50g de bicarbonato de sódio e
10ml de formalina 35% dissolvidos em água destilada até completar 1000ml). A
câmara de Neubauer era preparada, fixando-se uma lamínula e preenchendo-se com
10µl da amostra diluída. Utilizando-se microscópio óptico comum (Nikon, Eclipse
200, Japão), com aumento de 400 vezes, contava-se o número de espermatozóides
nos 25 quadrantes da câmara e a concentração de espermatozóides foi calculada
pelo fator de diluição.
- Motilidade espermática
A concentração espermática era avaliada manualmente, utilizando-se uma câmara
de contagem de Horwell (ARH, Londres), que possui 10µm de profundidade e um
retículo central de 1mm2 dividido em 100 quadrados. Após a liquefação da amostra
seminal, 5 µl de sêmen eram colocados no centro da câmara, recoberto com uma
lamínula e utilizando-se microscopia de contraste de fase (Nikon, Eclipse 200,
Japão), com aumento de 400 vezes. Contaram-se 100 espermatozóides, em campos
aleatórios, classificando-os quanto a:
- motilidade progressiva rápida;
- motilidade progressiva lenta ou não-linear;
XXXV
- motilidade não progressiva e
- imóvel.
Após a contagem de mais 100 espermatozóides, as médias da motilidade de cada
categoria foram calculadas e o resultado final da progressão espermática foi
expresso em porcentagem.
- Vitalidade
Quando a percentagem de espermatozóides imóveis, na classificação da progressão
espermática, era superior a 50%, a proporção de espermatozóides vivos era
determinada pela coloração com eosina (eosina amarela 0,5g/100ml), que leva os
espermatozóides mortos a apresentarem alteração da membrana plasmática do
segmento cefálico. Após adição do corante a uma alíquota de sêmen,
espermatozóides mortos apresentam segmento cefálico corado de rosa e
espermatozóides vivos não coram (segmento cefálico branco).Utilizando-se
microscópio óptico comum Nikom, Eclipse 200,Japão), com aumento de 400
vezes, contaram-se 100 espermatozóides e determinou-se a porcentagem dos
espermatozóides vivos.
- Contagem do número de células redondas
As células redondas na amostra de sêmen podem representar células epiteliais,
espermatócitos, espermátides e leucócitos. Para determinação do número dessas
células, utilizou-se a mesma metodologia empregada para determinação manual da
concentração espermática descrita anteriormente (2.1), isto é, contagem de células
em câmara de Neubauer modificada, porém, utilizando-se solução fisiológica 0,9%
como diluente.
XXXVI
- Contagem de neutrófilos polimorfonucleares
Quando a contagem de células redondas era superior a 1,0x106/ml de sêmen, a
coloração da peroxidase era empregada para quantificação de neutrófilos presentes.
20 microlitros da solução de peroxidase (benzidina e cianosina) foram adicionados
a 20µl do sêmen liquefeito. Após 8 minutos de incubação à temperatura ambiente,
transferiram-se 20µl da mistura para uma lâmina de vidro, recobrindo-se com uma
lamínula. Utilizando-se microscópio óptico comum (Nikon, Eclipse 200, Japão),
com aumento de 400 vezes, foram contadas 100 células: as células peroxidase
positiva (marrom) eram neutrófilos e as células peroxidase negativa (rosa), outros
tipos celulares. O número de neutrófilos foi calculado pela seguinte fórmula:
número de neutrófilos/ml = nºcélulas redondas/ml x % células marrom
XXXVII
3.4.2. Valores de normalidade para as variáveis do sêmen de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde (WHO, 1999)
Parâmetro Espermático Valor de Normalidade
Cor/Aspecto Branco-opalescente
Volume Maior ou igual a 2ml
Consistência Viscosidade normal e liquefação completa
PH Igual ou maior a 7,2
Concentração de espermatozóides Maior ou igual a 20x106
espermatozóides/ml de sêmen
Contagem total de espermatozóides Maior ou igual a 40x106
espermatozóides/ejaculado
Motilidade Maior ou igual a 50% de formas móveis
Progressão espermática
Classe a
Classe a + b
Maior ou igual a 25%
Maior ou igual a 50%
Vitalidade Maior ou igual a 50% de formas vivas
Neutrófilos Menor que 1,0x106/ ml de sêmen
XXXVIII
3.4.3.Classificação da forma dos espermatozóides segundo critério estabelecido por Kruger, Menkveld, Stander e col.(1986)
O esfregaço do sêmen foi preparado com 5 microlitros (µl) de sêmen
liquefeito e a lâmina era levada para secagem na estufa à 37 ºC, para que ocorresse
a fixação do material. A lâmina era corada pelo método de Diff Quick (KRUGER,
ACKERMAN, SIMMONS e col, 1987) e, após a secagem, a leitura foi realizada
sempre pelo mesmo examinador em microscópio óptico comum (Nikon, Microphot
FXA, Japão) com aumento de 1000 vezes, observando-se 200 células Foram
considerados normais os espermatozóides com cabeça de forma oval, lisa e regular,
dimensões entre 5 a 6 µm de comprimento e 2,5 a 3,5 µm de largura e o acrossomo
ocupando de 40 a 70% do segmento cefálico. Os espermatozóides com
deformidade da peça intermediária foram considerados anormais. A gota
citoplasmática remanescente que compreendesse mais da metade do tamanho da
cabeça do espermatozóide também era considerada anormal. A cauda era
considerada normal quando se apresentasse levemente mais fina que a porção
intermediária, não enrolada e medisse aproximadamente 45 µm de comprimento. É
considerada normal a presença de pelo menos 14% de formas ovais na amostra.
3.5. FORMAÇÃO DOS GRUPOS
Os pacientes foram divididos em dois subgrupos: Grupo-Estudo, constituído
por nove pacientes, e Grupo-Controle, por dez pacientes.
XXXIX
• Grupo-Estudo
Os pacientes foram submetidos ao tratamento clássico de acupuntura e
moxabustão nos pontos corretos dos meridianos, objetivando aumentar o Yang dos
Rins (Shem), do Baço-Pâncreas (Pi) e metabolizar a Umidade no Jiao Inferior.
Para o tratamento por acupuntura, foram utilizadas agulhas de aço inoxidável
descartáveis, de 0,25 x 30 mm (Companhia Lautz, São Carlos, SP, Brasil) e, para
aplicação de moxabustão, bastões de artemísia da China National Medicines and
Health Products Imp. e Exp. Corp Human Branch (Figura 2).
Determinou-se que o tratamento seria constituído de vinte sessões de
acupuntura e moxabustão, com duas sessões semanais de 45 minutos cada uma (25
minutos com as agulhas aplicadas e 20 minutos para aplicação de moxabustão), por
um período de 10 semanas.
QUADRO 1 - Pontos para aplicação de acupuntura
E30 (Qichong) IG4 (Hegu)
E36 (Zu Sanli) BP4 (Gongsun)
BP6 (Sanyintiao) CS6 (Neiguan)
F3 (Taichong)
R3 (Taixi)
XL
Figura 2 – Agulhas de acupuntura de aço inoxidável e bastão de artemísia para moxabustão
A profundidade e direcionamento das agulhas em cada ponto estavam de
acordo com os fundamentos do tratamento por acupuntura (YAMAMURA,
PUERTAS, WANG e col., 1995). A sensação de TEQI (formigamento, peso ou
inchaço) foi obtida em cada ponto.
QUADRO 2 - Pontos para aplicação de calor
B23 (Shen Shu) VC6 (Qi Hai) VC 5 (Shimen) PC46 (Qimen) B52 (Zhishi) VC4 (Guanyuan) P9 (Taiyuan) PC49 (Zigong) B22 (San Jiao Shu) VC3 (Zhongji) B13 (Feishu) VG4 (Mingmen) B20 (Pishu) B14 (Jue Yinshu) B32 (Ciliao) B21 (Weishu) B15 (Xinshu)
XLI
A técnica utilizada para o aquecimento dos pontos com o bastão de moxa é
descrita como Bicar da Garça (NGUYEN & NGUYEN-RECOURS, 1984),
obtendo-se em cada ponto um leve eritema (Figura 3).
Após a vigésima sessão de tratamento, os pacientes foram encaminhados
para a colheita do sêmen. A análise do material foi realizada por um profissional do
Laboratório de Reprodução Humana, o qual não sabia a que grupo os pacientes
pertenciam (estudo cego).
Figura 3 – Distribuição dos pontos para aplicação de agulha (em verde) e dos pontos para moxabustão (em
vermelho) no tronco de um paciente do Grupo-Estudo
XLII
• Grupo-Controle
Os pacientes foram submetidos ao tratamento por acupuntura e moxabustão
em pontos não corretos, ou seja, áreas nas quais não são descritas reações
biológicas específicas, quando estimuladas (ponto sham). Para o tratamento por
agulhas, foram selecionados quatro pontos ventrais, dois localizados sobre ambas
as regiões acrômio-claviculares e dois sobre as espinas ilíacas antero-superiores.
Para a moxabustão, foram utilizados quatro pontos dorsais, dois localizados sobre a
escápula e dois sobre a espina ilíaca póstero-inferior, bilateralmente.Os materiais
utilizados e o número de sessões para tratar os pacientes deste grupo foram
semelhantes aos descritos para o Grupo-Estudo.
Após a vigésima sessão de tratamento, os pacientes foram encaminhados
para a colheita do sêmen e análise do material, seguindo os mesmos critérios
descritos para os pacientes do Grupo-Estudo.
3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Foram aplicados os testes:
1. de Wilcoxon (SIEGEL & CASTELLAN JR , 1988) para comparar as
variáveis estudadas entre períodos pré e pós-tratamento.
2. de Mann-Whitney (SIEGEL & CASTELLAN JR , 1988) para comparar
os dois Grupos em relação ao delta percentual calculado
∆∆% = pós – pré x 100 pré
Fixou-se em 0.05 ou 5% (∝ ≤ 0,05) o nível de rejeição da hipótese de
nulidade, assinalando-se com um asterisco os valores significantes.
XLIII
4. RESULTADOS
Os pacientes do Grupo-Estudo apresentaram um aumento significante da
porcentagem de espermatozóides morfologicamente normais, quando comparados
com os pacientes do Grupo-Controle (Tabela 1, teste de Mann-Whitney: U
calculado = 16,0 com U crítico = 17,0).
Não foram evidenciadas diferenças estatisticamente significantes nos exames
dos pacientes do Grupo-Estudo no período pré e pós-tratamento quanto às
porcentagens de células redondas, com progressão linear lenta ou não linear,
imóveis e do número total de espermatozóides presentes no sêmen, nem para os
pacientes do Grupo-Controle. A comparação das diferenças percentuais entre os
dois Grupos (∆%) não foi estatisticamente significante (Tabelas 2, 3, 4, 5 e 6,
respectivamente).
Também não foram evidenciadas diferenças estatisticamente significantes
nos exames dos pacientes do Grupo-Estudo no período pré e pós-tratamento quanto
aos valores de concentração de espermatozóides no sêmen, volume do ejaculado,
percentagem de neutrófilos, tempo de liquefação e valores do pH, nem para os
pacientes do Grupo-Controle. Da mesma forma, a comparação das diferenças
percentuais dos dois Grupos (∆%) não acessou diferença significativa (Tabelas 7, 8,
9, 10 e 11, respectivamente).
XLIV
TABELA 1 - Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Controle e Estudo, segundo a porcentagem de espermatozóides com morfologia normal observada nos períodos de pré e pós-tratamento.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆%
1,5 7,0 366,67 10 3 -70,00 7,5 8,0 6,70 1,5 1 -33,30 4,0 6,0 50,00 7 7 0,00 2,0 2,0 0,00 4 3 -25,00 6,5 8,0 23,08 4 5 25,00 6,0 8,0 33,33 4,5 7 55,60 4,0 4,0 0,00 5 3 -94,00 6,5 5,0 -23,08 1 1 0,00 7 7 -90,00 4 3 -25,00
Média 4,8 4,0 -25,67 4,7 6,0 57,08 Mediana 4,2 3,0 -25,00 5,0 6,5 14,87
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn ( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 2,5 T calculado = 9,0 T crítico = 1 T crítico = 3
TTeessttee ddee MMaannnn -- WWhhiittnneeyy ( ∆% Controle x ∆% Estudo )
U calculado = 16,0* U crítico = 17,0 ∆% Controle < ∆% Estudo
XLV
TABELA 2 -Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo a porcentagem de células redondas observada nos períodos de pré e pós-tratamento.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 1,7 1,7 1,00 1,4 2,3 1,58 1,8 1,8 1,00 1,4 0,6 0,42 1,0 1,2 1,14 1,2 2,1 1,68 3,2 3,5 1,07 1,5 3,7 2,38 2,3 6,7 2,85 3,7 3,7 0,98 4,7 6,0 1,26 4,9 0,3 0,06 2,9 2,9 1,00 1,4 1,1 0,78 3,0 4,5 1,47 1,9 2,2 1,12 2,8 0,6 0,21 0,7 0,7 1,00 0,7 2,2 3,14
Média 2,4 3,1 1,41 2,0 1,9 1,11 Mediana 2,6 2,5 1,10 1,4 2,1 1,00
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 6,0 T calculado = 16,0 T crítico = 3,0 T crítico = 5,0
TTeessttee ddee MMaannnn -- WWhhiittnneeyy
( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 34,5 U crítico = 20,0
XLVI
TABELA 3 - Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo a porcentagem da progressão linear lenta ou não linear dos espermatozóides observada nos períodos de pré e pós- tratamento.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 39,5 43,0 1,08 53,0 52,0 0,98 27,0 38,0 1,40 66,5 67,0 1,00 33,5 37,0 1,10 36,0 34,0 0,94 46,5 53,0 1,13 38,5 52,0 1,35 27,0 24,0 0,88 45,0 35,0 0,77 47,0 45,0 0,95 59,5 62,0 1,04 73,0 69,0 0,94 66,0 77,0 1,16 26,5 40,0 1,50 62,5 56,0 0,89 68,0 73,0 1,07 71,0 77,0 1,08 44,0 45,0 1,02
Média 43,2 46,7 1,11 55,3 56,9 1,02 Mediana 41,7 44,0 1,10 59,5 56,0 1,00
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 11,0 T calculado = 18,0 T crítico = 10,0 T crítico = 8,0
TTeessttee ddee MMaannnn -- WWhhiittnneeyy
( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 34,0 U crítico = 20,0
XLVII
TABELA 4 - Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo a porcentagem de células não progressivas, observada nos períodos de pré e pós-tratamento
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 6 8 1,45 9 3 0,35 11 5 0,45 8 7 0,87 6 8 1,33 9 5 0,58 10 7 0,70 8 3 0,40 6 12 2,18 2 5 2,77 9 2 0,23 2 7 4,60 3 4 1,33 5 2 0,44 8 2 0,26 6 3 0,54 3 2 0,66 5 4 0,88 4 6 1,50
Média 6,4 5,6 1,00 5,6 4,3 1,30 Mediana 5,7 5,5 0,70 5,5 4,0 0,70
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 23,0 T calculado = 13,5 T crítico = 10,0 T crítico = 8,0
TTeessttee ddee MMaannnn -- WWhhiittnneeyy
( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 42,0 U crítico = 20,0
XLVIII
TABELA 5 - Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo a porcentagem de células imóveis, observada nos períodos de pré e pós-tratamento.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 55 49 0,89 39 45 1,18 62 57 0,91 26 26 1,02 61 55 0,90 56 61 1,09 44 40 0,91 54 45 0,83 68 64 0,94 51 60 1,18 45 53 1,19 37 31 0,83 24 27 1,12 30 21 0,70 66 58 0,87 32 41 1,28 20 25 1,25 25 19 0,77 52 49 0,94
Média 49,5 47,7 1,00 38,6 38,8 1,90 Mediana 53,5 51,0 0,90 37,0 41,0 0,90
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 17,0 T calculado = 20,5 T crítico = 10,0 T crítico = 8,0
TTeessttee ddee MMaannnn -- WWhhiittnneeyy
( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 40,0 U crítico = 20,0
XLIX
TABELA 6 - Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo os valores obtidos da contagem total de espermatozóides, nos períodos de pré e pós-tratamento.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 139,70 210,00 1,50 33,90 132,80 3,91 83,60 283,50 3,39 89,95 61,20 0,71 178,50 124,80 0,69 9,63 12,32 1,27 28,42 33,00 1,16 99,50 53,60 0,53 34,95 168,75 4,82 14,50 0,60 0,04 126,30 275,40 2,18 272,10 70,40 0,25 76,10 139,15 1,82 57,70 89,30 1,54 116,30 114,80 0,98 9,10 35,20 3,86 34,90 41,80 1,19 41,97 22,10 0,52 51,25 35,20 0,68
Média 87,0 142,6 1,80 69,8 53,1 1,40 Mediana 79,8 131,9 1,20 41,9 53,6 0,60
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 10,0 T calculado = 19,0 T crítico = 10,0 T crítico = 8,0
TTeessttee ddee MMaannnn –– WWhhiittnneeyy ( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 31,0 U crítico = 20,0
L
TABELA 7 - Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo os valores de concentração de espermatozóides, nos períodos de pré e pós-tratamento.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 20,15 30,00 1,48 10,90 29,50 2,75 46,50 81,00 1,74 14,50 12,00 0,82 32,50 32,00 1,00 7,15 5,60 0,78 7,60 10,00 1,31 61,00 11,90 0,19 9,00 37,50 4,16 5,00 0,40 0,08 41,00 102,00 2,48 61,00 17,00 0,27 13,90 25,30 1,82 14,30 23,50 1,64 35,50 26,70 0,75 15,00 88,00 5,80 15,50 11,00 0,70 14,25 6,90 0,47 16,50 11,00 0,66
Média 23,8 36,6 1,61 22,6 21,6 1,42 Mediana 18,3 28,3 1,40 14,3 12,0 0,80
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 13,0 T calculado = 20,0 T crítico = 10,0 T crítico = 8,0
TTeessttee ddee MMaannnn –– WWhhiittnneeyy
( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 31,0 U crítico = 20,0
LI
TABELA 8 – Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo os valores de volume ( ml3 ) do ejaculado, nos períodos de pré e pós-tratamento.
.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 7,0 7,0 1,00 3,3 4,5 1,36 1,7 3,5 2,05 6,2 5,1 0,82 5,6 3,9 0,70 1,4 2,2 1,62 3,9 3,3 0,85 1,6 4,5 2,81 3,9 4,5 1,16 2,9 1,5 0,52 3,1 4,7 0,87 4,7 4,4 0,94 5,4 5,5 1,01 4,2 3,8 0,81 4,4 4,3 1,00 0,6 0,4 0,66 2,3 3,8 1,65 2,5 3,2 1,28 3,5 3,2 0,91
Média 4,1 4,2 1,00 3,0 3,3 0,90 Mediana 3,8 3,8 1,10 2,8 4,0 1,20
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 21,0 T calculado = 20,0 T crítico = 8,0 T crítico = 8,0
TTeessttee ddee MMaannnn –– WWhhiittnneeyy
( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 40,0 U crítico = 20,0
LII
TABELA 9 – Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo a porcentagem de neutrófilos presentes, observados nos períodos de pré e pós-tratamento.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 0,57 0,30 0,52 0,07 0,40 5,71 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30 0,00 0,25 0,04 0,16 0,07 0,10 1,42 0,15 0,10 0,66 0,05 0,10 2,00 1,90 3,20 1,68 0,03 0,00 0,00 0,15 0,00 0,00 2,55 2,00 0,80 0,00 0,00 0,00 0,07 0,40 5,70 0,12 1,80 1,50 0,06 0,00 0,00 0,05 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00
Média 0,3 0,3 1,00 0,3 0,6 2,60 Mediana 0,1 0,1 0,30 0,1 0,0 0,20
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 25,0 T calculado = 10,0 T crítico = 10,0 T crítico = 3,0
TTeessttee ddee MMaannnn –– WWhhiittnneeyy
( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 41,0 U crítico = 20,0
LIII
TABELA 10 – Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo o tempo de liquefação ( minutos ) , observados nos períodos de pré e pós-tratamento.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 42 40 0,90 52 45 0,85 22 30 1,33 42 60 1,41 27 50 1,81 32 30 0,92 40 25 0,62 60 30 0,50 30 45 1,50 27 30 1,09 42 60 1,41 30 50 1,66 50 50 1,00 37 40 1,06 32 50 1,53 25 20 0,80 27 50 1,81 30 45 1,50 60 40 0,66
Média 37,5 44,0 1,30 37,5 38,9 1,10 Mediana 36,2 47,5 1,40 32,5 40,0 1,10
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 11,5 T calculado = 20,0 T crítico = 8,0 T crítico = 8,0
TTeessttee ddee MMaannnn –– WWhhiittnneeyy
( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 34,0 U crítico = 20,0
LIV
TABELA 11 – Pacientes portadores de alteração do sêmen, dos Grupos Estudo e Controle, segundo os valores de pH do ejaculado, observados nos períodos de pré e pós-tratamento.
Estudo Controle Pré Pós ∆∆% Pré Pós ∆∆% 7,6 7,7 1,01 7,8 8,1 1,03 8,2 7,9 0,95 7,8 8,0 1,02 7,5 7,9 1,04 8,4 7,8 0,92 7,8 8,0 1,01 7,9 8,1 1,02 8,0 7,8 0,97 8,0 8,4 1,04 7,9 7,9 0,99 7,8 7,8 1,00 7,9 8,0 1,01 7,9 8,1 1,01 8,0 7,8 0,97 8,1 7,7 0,95 8,5 7,9 0,92 7,6 7,7 1,01 7,9 7,6 0,96
Média 7,9 7,8 1,00 7,9 8,0 1,00 Mediana 7,9 7,9 1,00 7,9 8,0 1,00
TTeessttee ddee WWiillccooxxoonn
( Pré x Pós )
Estudo Controle T calculado = 17,5 T calculado = 15,0 T crítico = 10,0 T crítico = 5,0
TTeessttee ddee MMaannnn –– WWhhiittnneeyy
( ∆% Estudo x ∆% Controle )
U calculado = 30,5 U crítico = 20,0
LV
5. DISCUSSÃO
Os dados deste estudo demonstraram que o tratamento de pacientes com
oligoastenozoospermia sem causa aparente por acupuntura e moxabustão é capaz
de influenciar na qualidade seminal, uma vez que causa aumento significante da
porcentagem de espermatozóides com forma normal. Este resultado está em
concordância com o obtido por GERHARD (1992). Por um método adequado,
comprovou-se que existe resposta biológica efetiva com esta modalidade de
tratamento, descartando a possibilidade de seus efeitos serem empíricos. Julgamos
que mais um passo foi dado para confirmar os resultados citados nos textos da
Medicina Tradicional Chinesa. Contudo, uma questão se coloca: mediante qual ou
quais mecanismos o tratamento por acupuntura e moxabustão melhorou a forma
dos espermatozóides? Apesar de não ser o objetivo deste trabalho, algumas
hipóteses podem ser formuladas. Para compreender melhor esse mecanismo,
precisamos rever o processo de capacitação do gameta masculino. Ao final da
espermiogênese, os espermatozóides sofrem transformações morfológicas,
desfazendo-se de grande parte de seu citoplasma e de inúmeras enzimas. Durante
sua passagem pelo epidídimo, o gameta produz espécies reativas de oxigênio
(ERO), que são moléculas com um ou mais elétrons livres, como o ânion
superóxido (-O2- ), o radical hidroxila (-OH-), o radical hipoclorito (-OHCl) e o
peróxido de oxigênio (H2O2). A produção de ERO possibilita atividade funcional
normal, principalmente regulando a capacidade de desencadear a reação
acrossômica ao contato com o oócito (LAMIRANDE & GAGNON, 1995). Dentro
LVI
da situação fisiológica, a quantidade de ERO produzida pelos espermatozóides
normais ou presente no plasma seminal não é detectável (IWASAKI & GAGNON,
1992), existindo equilíbrio entre sua produção e os agentes antioxidantes, tanto no
gameta masculino através das enzimas superóxido dismutase, catalase, glutationa
peroxidase e glutationa redutase (SHARMA & AGARWAL, 1996), quanto no
líquido seminal, por meio da albumina, piruvato, taurina, hipotaurina e vitaminas
como a vitamina E e C (LAMIRANDE, 1992; SHARMA & AGARWAL, 1996).
O desequilíbrio entre a produção de ERO e a atividade antioxidante leva a
uma situação de estresse oxidativo, que pode comprometer, entre outros danos, a
forma e motilidade dos espermatozóides (HINSHAW, SKLAR, BOHL e col.,
1986), associando-se com a infertilidade masculina (AITKEN, IRVINE & WU,
1991). O espermatozóide, com sua membrana plasmática rica em ácidos graxos
poli-insaturados e com as defesas enzimáticas citoplasmáticas fisiologicamente
reduzidas, torna-se mais vulnerável aos danos causados pelo estresse oxidativo,
ocorrendo o processo denominado peroxidação lipídica, que é a deterioração
oxidativa dos ácidos graxos poli-insaturados da membrana plasmática (ALVAREZ,
TOUCHSTONE, BLASCO e col., 1987). O estágio inicial deste processo ocorre
com a presença do ânion superóxido ou peróxido de hidrogênio, a partir de
espermatozóides anormais ou neutrófilos. Com a presença de substâncias
catalisadoras, como íons metálicos (ferro) ou agentes redutores, ocorrem reações
como a de Haber-Weiss ou de Fenton, com formação de radical hidroxila, que é um
potente iniciador da peroxidação lipídica.
O2- + H2O2 → OH + O2 (Reação de Haber-Weiss)
Fe 2+ + H2O2 → Fe3+ + OH + OH- (Reação de Fenton)
LVII
A extensão da reação em cascata na membrana plasmática espermática
(Figura 4) depende da capacidade do mecanismo antioxidante e pode ser impedido,
levando a um acúmulo de peróxidos lipídicos (ROOH) neste nível. O dano não
resulta do estágio inicial da cadeia peroxidativa lipídica. Com o efeito catalisador
de íons metálicos, formam-se radicais alkil (RO-) e peroxil (ROO-) a partir dos
peróxidos lipídicos, que culminam na formação de malondialdeído (MDA),
substância altamente tóxica. A concentração de MDA leva a alterações da
membrana e conseqüente impedimento de trocas iônicas, comprometendo a
motilidade espermática normal, a capacidade de sofrer reação acrossômica e
causando alterações na forma da célula (SHARMA & AGARWAL, 1996).
LVIII
Figura 4 - Representação esquemática das vias de peroxidação lipídica no espermatozóide humano (SHARMA & AGARWAL, 1996)
Fonte intracelular eg. NADPH oxidase
Fonte extracelular eg. Neutrófilos
H2O2
peróxido de hidrogênioO2-
superóxido
espermatozóides defeituosos, neutrófilos
superóxido dismutase
Reação de Fenton
Fe2+
Fe3+
HO-
radical hidroxila
Protonação
HO2-
radical hidroperoxila
Iniciação da Peroxidação Lipídica RH
Lipídio hidrogênio subtração
R radical lipídico
O
ROO-
radical peroxil lipídico
mecanismos antioxidantes
ROOH peróxidos de lipídios
Transição metal
Iniciação da Peroxidação Lipídica ROOH RO- radicais alcoxil
ROO- radicais peroxil
ácidos fortes íons metálicos
malondialdeídeos
Peróxidos lipídicos estabilizados na membrana plasmática do
Radicais lipídicos
R RH O
LIX
Relacionando o papel das espécies reativas de oxigênio com o nosso estudo
para explicar o mecanismo de ação da acupuntura e moxabustão sobre o sêmen,
levantamos a hipótese da existência de estresse oxidativo no ambiente seminal,
baseados em alguns dados estatísticos. Entre os pacientes atendidos nas clínicas de
infertilidade, 40% têm níveis detectáveis de ERO no sêmen e 25%, níveis muito
elevados (ALVAREZ, TOUCHSTONE, BLASCO e col., 1987). Demonstrou-se
que o plasma seminal de homens inférteis tem níveis de antioxidantes menores que
os dos homens férteis, principalmente nos homens com motilidade espermática
comprometida (LEWIS, STERLING, YOUNG e col., 1997). Uma vez que a
população de nosso estudo é constituída de pacientes com oligoastenozoospermia,
podemos supor a existência de estresse oxidativo em nível seminal. Os trabalhos
de SITERMAN (1997e 2000) e GERHARD (1992) apontaram melhora na
qualidade do sêmen de pacientes tratados com acupuntura, principalmente naqueles
que apresentavam processo inflamatório no trato genital, evidenciado por
leucospermia. Sabe-se que uma grande fonte geradora de ERO no ejaculado são
leucócitos presentes no plasma seminal, principalmente polimorfonucleares
(AITKEN, BUCKINGHAM, BRINDLE e col., 1995). GERHARD (1992)
comprovou que pacientes portadores de varicocele, quando tratados pela
acupuntura, apresentam melhora da motilidade espermática. Outros trabalhos
mostram a implicação das ERO e do estresse oxidativo na baixa fertilidade de
pacientes com varicocele (LENZI, PICARDO, GANDINI e col., 1994; SHARMA
& AGARWAL, 1996).
Os espermatozóides, sofrendo um processo de peroxidação lipídica na sua
membrana plasmática e conseqüentes alterações funcionais e morfológicas devido
ao estresse oxidativo (RAO, SOUFIR, MARTIN e col., 1989), pelo tratamento por
acupuntura e moxabustão e a conseqüente vasodilatação receberiam aporte maior
LX
de substâncias nutricionais e antioxidativas como o ácido ascórbico, a vitamina E,
uratos e glutationa. Isso causaria uma diminuição da peroxidação lipídica das
membranas plasmáticas e recuperação do gameta. Estudos demonstram que,
aumentando a quantidade de agentes antioxidantes no sêmen, ocorre melhora
significativa na forma dos espermatozóides (SHARMA & AGARWAL, 1996;
KESSOPOULOU, POWERS, SHARMA e col., 1995; LEWIS, STERLING,
YOUNG e col., 1997).
O volume, concentração e número de espermatozóides dependem
diretamente da emissão e da ejaculação, funções que sofrem influência de muitas
variáveis, principalmente do sistema nervoso autônomo simpático, que, por sua
vez, sofre influência direta do estado emocional do indivíduo.Em nosso estudo,
devido às condições não ideais de colheita do sêmen, pode ter ocorrido
comprometimento dos parâmetros de volume, concentração e número de
espermatozóides (BENSON, 1997), o que pode explicar a discordância de nossos
resultados com os de SITERMAN (1997).
Ao contrário de GERHARD (1992), não evidenciamos melhora na
motilidade espermática, o que talvez se explique porque o grupo com melhores
resultados quanto à motilidade apresentavam varicocele e, conseqüentemente,
níveis de estresse oxidativo mais intenso, possibilitando que os resultados obtidos
pelo tratamento fossem evidenciados mais precocemente. O mesmo raciocínio pode
ser aplicado, quando comparamos os resultados de nosso trabalho com os de
SITERMAN (1997), que obteve melhora significante na forma e na motilidade dos
espermatozóides em pacientes portadores de varicocele e pacientes com prostatite
crônica e leucospermia.
A peroxidação lipídica não é o único mecanismo envolvido na alteração
seminal dos pacientes com oligoastenozoospermia sem causa aparente, tampouco a
LXI
vasodilatação é o único mecanismo de ação da acupuntura. Por meio desta pesquisa
procuramos responder à questão da efetividade de uma modalidade de tratamento
utilizada por uma grande parcela da população e que ainda encontra resistência
devido à falta de documentação adequada.
Em nosso estudo, a avaliação dos resultados do tratamento por acupuntura e
moxabustão foi realizada após um único ciclo de espermatogênese e
espermiogênese. Como nos túbulos seminíferos vários ciclos destes processos
ocorrem simultaneamente, é possível que espermogramas realizados
posteriormente evidenciem alterações dos outros parâmetros seminais, como a
motilidade, uma vez que células normais possuem peças intermediárias mais
funcionais.
LXII
6. CONCLUSÕES
Os dados desta pesquisa apontam:
1. O tratamento de pacientes portadores de oligoastenozoospermia
sem causa aparente, utilizando as técnicas de acupuntura e moxabustão da
Medicina Tradicional Chinesa, aumentou significativamente a
porcentagem de espermatozóides com forma normal no espermograma
realizado imediatamente após o tratamento.
2. Os demais parâmetros seminais avaliados não demonstraram
alterações significantes.
LXIII
7. PROPOSTA DE PESQUISA
Os dados desta pesquisa levantam algumas questões que poderão ser objetos
de outras investigações:
• Admitindo que a acupuntura e moxabustão atuam sobre as espécies reativas de
oxigênio, quais seriam as principais substâncias-tampão envolvidas?
• Qual o local onde ocorreria a melhora da forma dos espermatozóides? Nos
túbulos seminíferos intratesticulares , nos túbulos epididimários ou em ambos?
• Todas os espermatozóides alterados são passíveis de melhorar com este
tratamento ou é necessária alguma predisposição? Pacientes com graves
processos inflamatórios no aparelho reprodutor e conseqüente
comprometimento do sêmen poderiam se beneficiar desta modalidade de
tratamento?
• Além do aporte de substâncias-tampão, haveria envolvimento de alguma outra
substância no processo de melhora dos gametas, como, por exemplo, hormônios
produzidos localmente ou à distância?
• Exames colhidos posteriormente poderiam mostrar alterações de outros
parâmetros seminais?
• Quanto tempo perdura a melhora seminal obtida por meio deste tratamento?
Seria definitiva ou temporária? A última possibilidade implicaria em adotar uma
estratégia de manutenção?
LXIV
8. REFERÊNCIAS
AITKEN RJ, BUCKINGHAM DW, BRINDLE J, GOMEZ E, BAKER HWG, IRVINE DS. Analysis of sperm movement in relation to the oxidative stress created by leukocytes in washed sperm preparations and seminal plasma. Hum Reprod 10(8):2061-71, 1995.
AITKEN RJ, IRVINE DS, WU FC. Prospective analysis of sperm-oocyte fusion and reactive oxygen species generation as criteria for the diagnosis of infertility. Am J Obstet Gynecol 164(2):542-51, 1991.
ALVAREZ JG, TOUCHSTONE JC, BLASCO L, STOREY BT. Spontaneous lipid and production of hydrogen peroxide and superoxide dismutase as major enzyme protectant against oxygen toxicity. J Androl 8:38-48, 1987.
AMMONS WS. Characteristics of spinoreticular and spinothalamic neurons with renal input. J Neurophysiol 58(3):480-495, 1987.
BENSON GS. Erection, emission and ejaculation: physiologic mechanisms. In: LIPSHULTZ LI, HOWARDS SS. Infertility in the male, 3 ed, St Louis, Mosby Year Book, 1997, p. 155-72.
BIRENBAUM-CARMELI D, CARMELI YS, CASPER RF. Discrimination against men in infertility treatment. J Reprod Med 40(8):590-4, 1995.
DORNETTE WHL. The anatomy of acupuncture. N Y Acad Med 51(8):895-902, 1975.
FAUSER BCJM, ROLLAND R, DONY JMJ, CORBEY RS. Long-term, pulsatile, low dose, subcutaneous luteinizing hormone – releasing hormone administration in men with idiopathic oligozoospermia failure of therapeutic and hormonal response. Andrologia 17(2):143-9, 1985.
LXV
FISCHL F, RIEGLER R, BIEGLMAYER CH, NASR F, NEUMARK J. Die beeinfluβbarkeit der samenqualität durch akupunktur bei subfertilen männern. Geburtsh u Frauenheik 44:510-2, 1984.
FLECK H. Acupuncture and neurophysiology. NY Acad Med 51(8):903-13, 1975.
GERHARD I, JUNG I, POSTNEEK F. Effects of acupuncture on semen parameters/ hormone profile in infertile men. Mol Androl 4:9-25, 1992.
GUOWEI L, JINGQIANG X, YONGNING W, QILIN W. Afferent nerve fiber composition at point zusanli in relation to acupunture analgesia: a functional morphologic investigation. Chin Med J 94(4):255-63, 1981.
GUYTON AC. Tratado de fisiologia médica. 8 ed. Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan, 1992.
HABER LH, MOORE BD, WILLIS WD. Electrophysiological response properties of spinoreticular neurons in the monkey. J Compar Neurol 297:75-84, 1982.
HINSHAW DB, SKLAR LA, BOHL B, SCHRAUFSTATTER IU, HYSLOP PA, ROSSI MW, SPRAGG RG, COCHRANE CG. Cytoskeletal and morphologic impact of cellular oxidant injury. Am J Pathol 123(3):454-64, 1986.
IWASAKI A, GAGNON C. Formation of reactive oxygen species in spermatozoa of infertile patients. Fertil Steril 57(2):409-16, 1992.
KAADA B. Vasodilation induced by transcutaneous nerve stimulation in peripheral ischemia (Raynaud´s phenomenon and diabetic polyneuropathy. Eur Heart J 3:303-14, 1982.
LXVI
KESSOPOULOU E, POWERS HJ, SHARMA KK, PEARSON MJ, RUSSELL JM, COOKE ID, BARRAT CLR. A double-blind randomized placebo cross-over controlled trial using the antioxidant vitamin E to treat reactive oxygen species associated male infertility. Fertil Steril 64(4):825-31, 1995.
KJARTANSSON J, LUNDEBERG T, SAMUELSON UE, DALSGAARD CJ, HEDEN P. Calcitonin gene-related peptide (CGRP) and transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) increase cutaneous blood flow in a musculocutaneous flap in the rat. Acta Physiol Scand 134:89-94, 1988.
KRETSER DM. Male infertility. Lancet 349:787-90, 1997.
KRUGER TF, ACKERMAN SB, SIMMONS KF, SWANSON RJ, BRUGO SS, ACOSTA AA. A quick, reliable staining technique for human sperm morphology. Arch Androl 18:275-7, 1987.
KRUGER TF, MENKVELD R, STANDER FSH, LOMBARD CJ, VAN DER MERWE JP, VAN ZYL JA, SMITH K. Sperm morphologic features as a prognostic factor in in vitro fertilization. Fertil Steril 46(6):1118-23, 1986.
LAMIRANDE E de, GAGNON C. Impact of reactive oxygen species on spermatozoa: a balancing act between beneficial and detrimental effects. Hum Reprod 10(sup 1):15-21, 1995.
LENZI A, PICARDO M, GANDINI L, LOMBARDO F, TERMINALI O, PASSI S, DONDERO F. Glutathione treatment of dyspermia: effect on the lipoperoxidation process. Hum Reprod 9(11):2044-50, 1994.
LEWIS SEM, STERLING ESL, YOUNG IS, THOMPSON W. Comparison of individual antioxidants of sperm and seminal plasma in fertile and infertile men. Fertil Steril 67(1):142-7, 1997.
LEWIS-JONES DI, GAZVANI MR. Male infertility: modern management and prognosis. Br J Hosp Med 58(6):271-6, 1997.
LXVII
MARÍA IH, AGUILAR RC, AYALA AR. Estudio del hombre estéril. Ginecol Obstet Mex 65:368-72, 1997.
MINGHUA P. Acupunture treatment of male infertility with abnormal seminal fluid findings: a report of 39 cases. Int J Clin Acupunt 4(4):449-52, 1993.
NGUYEN V N, NGUYEN-RECOURS C. Médecine traditionnelle chinoise. Marseille, A. Robert, 1984.
OLDEREID NB, RUI H, PURVIS K. Male partners in infertile couples – Personal attitudes and contact with the Norwegian Health Service. Scand J Soc Med 18:207-11, 1990.
PUSCH HH, PÜRSTNER P, HAAS J. Treatment of asthenozoospermia with HCG. Andrologia 18(2):201-7, 1986.
RAO B, SOUFIR JC, MARTIN M, DAVID G. Lipid peroxidation in human spermatozoa as related to midpiece abnormalities and motility. Gam Res 24:127-34, 1989.
SHARMA RK, AGARWAL A. Role of reactive oxygen species in male infertility. Urology 48(6):835-50, 1996.
SIEGEL S, CASTELLAN Jr NJ. Nonparametric statistics, 2 ed. New York, Mc Graw Hill, 1988, 399p.
SITERMAN S, ELTES F, WOLFSON V, LEDERMAN H, BARTOOV B. Does acupuncture treatment affect sperm density in males with very low sperm count? A pilot study. Androl 32:31-9, 2000.
SOKOL RZ, STEINER BS, BUSTILLO M, PETERSEN G, SWERDLOFF RS. A controlled comparison of the efficacy of clomiphene citrate in male infertility. Fertil Steril 49(5):865-70, 1988.
TABOSA AMF, YAMAMURA Y, FUKUYAMA JM. Shen (Rins) e a supra-renal. Rev Paul Acupunt 4(1):35-41, 1998.
LXVIII
WALSH PC, RETIK AB, STAMEY TA, VAUGHAN Jr ED. Campbell´s urology. 6 ed. Philadelphia, WB Saunders, 1992.
WENBU X. Tratado de Medicina Chinesa. São Paulo, Roca, 1993.
WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Laboratory manual for the examination of human semen and sperm-cervical mucus interaction, 4ed. Cambridge, Cambridge University, 1999.
WU DZ. Acupuncture and neurophysiology. Clin Neurol Neurosurg 92(1):13-25, 1990.
YAMAMURA Y. Acupuntura tradicional - arte de inserir. 2ed. São Paulo, Roca, 1995.
YAMAMURA Y, PUERTAS DMAA, WANG LWI, SAIDAH A. Hoang Ti-Nei Ching-Ling Shu. Rev Paul Acupunt 1(1):58-66, 1995.
YAMAMURA Y & TABOSA A. Aspectos integrativos das medicinas occidental e chinesa. Rev Paul Acupunt 1(1):26-32, 1995.
ZONGLIAN H. A study on the histologic structure of acupuncture points and types of fibers conveying needling sensation. Chin Med J 92(4):223-31, 1979.
LXIX
NORMAS ADOTADAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM UROLOGIA. Orientação normativa para elaboração e
apresentação de teses. São Paulo, Escola Paulista de Medicina, 1999. 40p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. - COMISSÃO DE
ESTUDOS DE DOCUMENTAÇÃO. Referências bibliográficas; NB-66. IN:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normas ABNT
sobre documentação. Rio de Janeiro, 1989, p.13-30.
NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE. List of journals in Index Medicus.
Washington, NLM, 1993. 219p.
LXX
RESUMO
O objetivo deste estudo é avaliar o efeito do tratamento pela Medicina
Tradicional Chinesa – Acupuntura e Moxabustão na qualidade do sêmen de
pacientes com oligoastenozoospermia. Foram estudados 19 pacientes do sexo
masculino, entre 24 e 40 anos, inscritos no Setor de Reprodução Humana da
Disciplina de Urologia da Universidade Federal de São Paulo, devido à
infertilidade conjugal, com trato genito-urinário morfologicamente normal ao
exame físico, sem antecedentes de manipulação cirúrgica local, apresentando dois
espermogramas acusando oligoastenozoospermia, sem evidências de processo
inflamatório ou infeccioso.
Os pacientes foram separados aleatoriamente em Grupo-Estudo, constituído
de nove pacientes, e Grupo-Controle, com dez pacientes. Os pacientes do Grupo-
Estudo foram submetidos ao tratamento por acupuntura e moxabustão (sessões de
45 minutos, duas vezes por semana, durante dez semanas) em pontos de acupuntura
enquanto os pacientes do Grupo-Controle submeteram-se ao mesmo tratamento,
porém, utilizando-se pontos não corretos. No fim do tratamento foi colhido sêmen
para avaliação dos resultados. Para realização da análise estatística, foram
utilizados os testes de Wilcoxon e de Mann-Whitney, com p ≤ 0,05.
Os resultados mostraram uma melhora significante da porcentagem de
espermatozóides morfologicamente normais nos pacientes do Grupo-Estudo (U
calculado = 16,0 com U crítico = 17,0), o que não ocorreu com os pacientes do
Grupo-Controle.
LXXI
Apesar do pequeno número de pacientes estudados, os resultados desta
pesquisa apontam que o tratamento por acupuntura e moxabustão resultaram em
uma alteração favorável no espermograma de pacientes com
oligoastenozoospermia, melhorando a porcentagem de células com forma normal e,
conseqüentemente, melhorando o potencial de fertilidade do homem.
LXXII
SUMMARY
The aim of this study was to evaluate the treatment effect through Chinese
Traditional Medicine – Acupuncture and Moxabustion, in the quality of patients’
semen with oligo-zoosthenospermy. Nineteen male patients between the ages of 24
and 40 enrolled in the Human Reproduction Sector within the Urology Subject of
the Federal University of São Paulo due to matrimonial infertility were studied.
They had morphologically normal genitourinary tract in physical examination,
showed no preceding local surgical manipulation, presented two semen analyses,
which accused oligo-zoosthenospermy and had no evidence of infectious or
inflammatory process.
The patients were randomly separated into a study group formed of nine
patients and a control group of ten. Those in the study group were submitted to
acupuncture and moxabustion treatment (45-minute sessions, twice a week for ten
weeks) in acupuncture points whilst the patients in the control group submitted
themselves to the same treatment scheme, however, incorrect points, outside the
meridians were used. At the end of the treatment, semen analysis was collected for
the evaluation of results. For statistical analysis, Wilcoxon and Mann-Whitney tests
with P � 0,05 were used.
Our results showed a significant improvement in the percentage of
morphologically normal spermatozoid in the study-group patients (Ucalculated =
16,0 with Ucritical = 17,0), which did not happen with the control-group patients.
In spite of the small number of studied patients, since the average and the
median of the analysed parameters in the semen analysis were always very close,
LXXIII
the results of this research allow us to conclude that the treatment via acupuncture
and moxabustion resulted in a favourable alteration in the semen analysis of
patients with oligo-zoosthenospermy, increasing the percentage of cells with
normal forms and consequently, improving the fertility potential of man..