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domingo, 26 de abril de 2015

Adalberto, da UERJ: a nica bandeira do Acio oimpeachment26 de abril de 2015 | 10:43 Autor: Miguel do Rosrio

Excelente entrevista da Folha com o professor Adalberto Cardoso, diretor do Iesp, um dos mais valorizados institutos depesquisa em cincia poltica do pas, ligado UERJ.

A entrevista prova uma tese: existe uma profunda inteligncia nas academias, que o governo e o PT no aproveitam, noincorporam formulao de suas estratgias polticas.

Esta inteligncia, antes de Lula, ou mesmo no incio do governo Lula, era arredia poltica, por causa do estranhamentocontra um no-intelectual ocupar a presidncia. No h mais. Lula foi incorporado pelas esquerdas. As academias hoje temuma viso muito mais madura e pragmtica do processo poltico.

Quando se observa o deserto de inteligncia poltica em vastos setores do governo e do PT, e constata-se os enormes e quasevirgens lagos de inteligncia nas universidades, conclui-se rapidamente que deveria haver uma troca maior entre esses doisambientes.

Separei um trecho da entrevista abaixo:

()Como o sr. analisa o futuro do PT?Tudo vai depender do que vai acontecer nos prximos meses. Se a questo do impeachment evoluir o que no considero ocenrio mais provvelo PT vai sofrer um revs que levar anos para se refazer. H um outro cenrio de sangramento

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contnuo de Dilma, com ela ficando totalmente submissa ao Congresso, um esvaziamento da presidncia.

O cenrio mais provvel de uma crise este ano, estabilizao em 2016, retomada em 2017 e o Brasil chegar bombando em2018, como aconteceu em 2010. Isso com o ajuste produzindo os efeitos que os economistas dizem que ele vai produzir:mudana da expectativa dos empresrios, retomada de investimentos pelo Estado, mais infraestrutura, retomada do emprego,de melhoria dos salrios, inflao mais controlada. Um governo mais bem avaliado, com possibilidade de fazer sucessor.

Com Lula?

A tentativa hoje destruir o governo, o PT e o Lula. Destruir essa alternativa eleitoral. O que est em jogo no pas umprocesso de desconstruo de uma alternativa eleitoral de esquerda. Querem destruir o PT como alternativa de poder noBrasil.

O PT paga um preo alto por fazer o que os partidos de esquerda fazem: distribuio de renda, melhoria de vida para os maispobres, reduo da desigualdade social. Uma parte do Brasil est reagindo de forma muito pesada contra isso. Soempresrios, os que votaram na oposio e no aceitam o resultado eleitoral, a imprensa.

O PT no agiu contra si prprio?

O PT tem culpa nisso. Isso decore dos paradoxos do sucesso de qualquer organizao que chega ao poder central. PT foiefetivo ao dar ao capitalismo condies mais dignas de funcionamento, proporcionando melhores condies de vida para aspessoas. O PT nunca foi partido revolucionrio.

A liderana de Lula foi abalada?

Ningum est imune ao processo de desconstruo. Mas Lula o Lula. Hoje ele sofre as consequncias do dessoramento doprojeto poltico do PT em funo da crise econmica e poltica. Se cenrio da retomada se concretizar, Lula pode voltar a sero que era.

Ele estar no segundo turno de qualquer eleio e tem muito o que mostrar. Se for candidato, um dos mais fortes em 2018.A nica alternativa da oposio continuar batendo no impeachment.

Qual sua viso sobre Acio?Acio voltou com a agenda do impeachment, que parte do PSDB estava abandonando, por duas razes. Primeiro, porqueEduardo Cunha tomou a dianteira da agenda da oposio e de direita de maneira muito eficiente nos ltimos meses. Emsegundo lugar, porque os que foram s ruas no domingo comearam a chamar Acio de cago, porque ele no vinha [sruas].

A nica bandeira que ele tem nesse debate a do impeachment. ()

*

Abaixo, a ntegra da entrevista.

Impeachment hoje serve a corruptores e corruptos, diz socilogoImpeachment hoje serve a corruptores e corruptos, diz socilogoELEONORA DE LUCENA, DE SO PAULO

26/04/2015 02h00

A operao Lava Jato est expondo o corao do capitalismo brasileiro, que inteiramente corrupto. Ela fere interessesempresariais e polticos que usam o Estado em seu benefcio. Quem defende o impeachment hoje quer que essa limpezaacabe. Por isso, o impeachment serve aos corruptores e corruptos.

A viso do socilogo Adalberto Cardoso, 53, diretor do Instituto de Estudos Sociais e Polticos da Universidade Estadualdo Rio de Janeiro. Para ele, ingenuidade no identificar interesses externos na crise poltica.

O impeachment interessa s foras que querem mudanas na Petrobras: grandes companhias de petrleo, agentes nacionaisque tm a ganhar com a sada da Petrobras da explorao de petrleo, diz.

Doutor pela USP, Cardoso afirma que o projeto sobre terceirizao leva as relaes de trabalho para o sculo 19. Na suaanlise, as mobilizaes da semana passada mudaram a qualidade do debate sobre o tema, e votar a favor da mudana naCLT suicdio poltico.


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Autor de dez livros entre eles A Construo da Sociedade do Trabalho no Brasil (FGV, 2010) e Ensaios de sociologia domercado de trabalho brasileiro (FGV, 2013), ele avalia que o projeto sofrer mudanas. A seguir, trechos da entrevistaconcedida por telefone.

*

Folha Como o sr. avalia os desdobramentos da crise poltica aps a priso do tesoureiro do PT?

Adalberto Cardoso O combate corrupo necessrio. A corrupo uma prtica empresarial antiga no Brasil, bastalembrar dos usineiros. O que vivemos hoje parte de um processo de limpeza e, espero, de correo dessa herana histricade conluio entre o pblico e o privado. As elites e vrios agentes sociais no sabem separar o pbico e o privado. O Estadosempre funcionou a servio das elites econmicas.

Quando h um amplo combate corrupo, o potencial de crise muito grande. O que a Lava Jato est expondo a formacomo o capitalismo se organiza no Brasil. O capitalismo no Brasil constitudo de foras com capacidade de corromper ospoderes pblicos para que a sua atividade possa caminhar sem problemas. H uma burocracia infernal, os custosoperacionais so grandes.

A cada passo a empresa tromba com uma agncia estatal. A corrompe essa agncia para que sua atividade possa continuar. a maneira mais fcil e rpida. Existe uma simbiose muito grande entre agncias estatais e grandes corporaes e gruposeconmicos, que usam o Estado como agente seu.

A Lava Jato est mexendo com profundos interesses empresariais e polticos. Aqueles que esto clamando pelo impeachmentesto querendo impedir que essa limpeza continue. O impeachment hoje serve aos corruptores e aos corruptos. A histriarecente mostra que h um certo vis na ao anticorrupo, principalmente no Paran.

S petista ou prximo ao PT vai para cadeia. H uma profunda reviso do que o nosso capitalismo e o agente desseprocesso o governo. Nenhum outro governo jamais fez isso. Est agindo sobre o corao do capitalismo brasileiro, que inteiramente corrupto.

essa imbricao entre o pblico e o privado que est sendo desvendada hoje. Infelizmente, pelo vis antigovernista dosagentes da PF, no se investigou nada da poca do FHC. Sergio Moro um juiz ligado de muitas maneiras ao PSDB. Suaesposa assessora do PSDB. Por um vis da radicalizao poltica, est se colocando na cadeia membros do PT. Esseprocesso vai ter um impacto de longo prazo no partido.

Como o sr. analisa as posies que apontam interesses externos nesse ambiente, especialmente em relao Petrobras e aopr-sal?

Seria ingenuidade imaginar que no h interesses internacionais envolvidos nessa questo. Trata-se da segunda maior jazidado planeta. Existem interesses geopolticos de norte-americanos, russos, venezuelanos, rabes. S haveria mudana naPetrobras se houvesse nova eleio e o PSDB ganhasse de novo. Nesse caso, se acabaria o monoplio de explorao, asregras mudariam.

O impeachment interessa s foras que querem mudanas na Petrobras: grandes companhias de petrleo, agentes nacionaisque tm a ganhar com a sada da Petrobras da explorao de petrleo. Parte desses agentes quer tirar Dilma. Esse tema vaivoltar como o mais importante da eleio de 2018.

H uma ao coordenada vinda de fora?

No acho. No acredito em teorias internacionais da conspirao. Mas no h dvida que h financiadores dessesmovimentos de direita que chamam as pessoas para rua. As faixas tm a mesma tinta, mesmos dizeres, as camisetas soiguais, os enfeites. Algum est bancando.

Interessa a determinadas foras internacionais a desestabilizao poltica do Brasil. O petrleo um ativo num ambientealtamente explosivo, um recurso importante de poder. O Brasil est se tornando independente em petrleo. Daqui a pouco,ser exportador. obvio que os EUA esto olhando para isso. No tem como no estar.Como o sr. analisa a ao do Congresso?

Eduardo Cunha est agindo como manda Maquiavel: fazendo maldades de uma vez. Em parte porque no sabe se hsustentabilidade para essa agenda que resolveu abrir: reduo da maioridade penal, terceirizao, armas.

Mas os protestos na semana passada contra o projeto de terceirizao no provocaram um recuo, com o adiamento davotao?

Eduardo Cunha percebeu que cometeu um erro no caso da terceirizao. Uma coisa tirar da gaveta temas conservadores daagenda dos costumes proibio do aborto, reduo da maioridade penal. diferente de mexer em direito das pessoas,


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principalmente no direito do trabalho.

A CLT, que tem 72 anos, faz parte do que o Brasil . Foi uma conquista dos trabalhadores, fruto de lutas, greves ao longo dedcadas. Os trabalhadores nascem sabendo que tero direito. Cunha tocou num ponto muito sensvel de uma maneira muitoatabalhoada e gerou a reao que gerou.

Por que houve recuo no amplo apoio recuo ao projeto? um suicdio poltico para qualquer partido [apoiar o projeto]. No caso do PMDB mais grave porque ele foi o patrono daConstituio de 1988. O projeto da terceirizao um tiro no peito da Constituio de 88, pois destri direitos sociais e dotrabalho no Brasil. O custo para os partidos ser muito alto se isso passar e isso foi percebido. Paulo Pereira da Silva deu umtiro na cabea com esse projeto.Com as manifestaes da ltima quarta o projeto tem menos chance de passar?No tenho dvida. Houve uma mudana na qualidade do debate. A sociedade reagiu ao projeto. A CUT, os sindicatos epartidos conseguiram botar mais gente na rua no que nos protestos de 12 de maro. Os polticos que no levarem isso emconsiderao esto dando um tiro no p.

Essa mobilizao pode virar o jogo e galvanizar a esquerda?No parlamento, essa uma possiblidade real. no sei se uma reentrada no debate das posies de esquerda. Existe apossibilidade de pacificao no parlamento, principalmente na Cmara. O presidente do Senado disse que a lei como est nopassa na casa. O PMDB no s o que se diz na mdia. um partido de alguma maneira comprometido com as causassociais. Ele, em parte, herdou a histria da luta contra a ditadura e da construo da democracia. Ainda que dois de seuslderes estejam sob investigao judicial, no quer dizer que o partido tenha abdicado inteiramente da sua histria de apoio slutas sociais. Abrir mo disso um risco muito alto para esse partido tambm. Outros movimentos por parte de Dilma, comochamar Michel Temer e flexibilizar o ajuste fiscal, podem ajudar na pacificao. No vai pacificar Cunha, que tem umaagenda conservadora do lado dos costumes e vai continuar tentando implement-la.

O projeto da terceirizao vai fracassar?Metade da Cmara composta por empresrios, que apoiam o projeto e tm muito a ganhar com ele, sem exceo. Eleprecariza as relaes de trabalho e gera reduo de custos. Vai haver uma presso muito grande por parte do lobbyempresarial e financeiro. Mas haver tambm povo na rua fazendo barulho. Poltico preocupado com sua sobrevivncia ouvea rua. Poltico preocupado com sua reeleio ouve quem paga a campanha. Isso vai criar uma tenso sria no Congresso.

Suspeito que vai haver uma amenizao do projeto, mas no acho que a questo da terceirizao foi para o brejo. Foi para obrejo tal como est. A regulamentao da contratao de terceiros vai passar com algum outro formato. Esse formato doatual projeto leva as relaes de trabalho no Brasil para o sculo 19, um momento na histria do mundo ocidental que nohavia proteo para o trabalhador.

A presidente deveria ter anunciado que vetar o projeto?Ela j deveria ter feito isso.Por que no o fez? Faz parte da guinada da presidente?

No chamaria de guinada. Muitos se esquecem das maquiagens feitas nos anos anteriores. A contabilidade criativa foi aceitapelos agentes econmicos porque eles estavam ganhando com isso. O governo estava emprestando muito dinheiro viaBNDES, injetando muitos recursos na economia para ver se estimulava o investimento. Desonerou a folha de pagamento edeu subsdio a empresas. O governo perdeu R$ 28 bilhes por conta da desonerao da folha.

Isso significou a transferncia lquida de R$ 28 bilhes da mo do Tesouro para as empresas. O deficit gerado nas contas foipara sustentar a economia e transferir recursos pblicos para o empresariado.

Para ver se investiam; nem assim investiram. As empresas entesouraram o dinheiro, aplicaram no mercado financeiro eficaram esperando para ver se ela iria perder a eleio. O que o Joaquim Levy fez foi acabar com a maquiagem das contaspblicas. O ajuste era inevitvel.A presidente no fala sobre terceirizao para no se indispor com o empresariado?

No acho. Ela sabe que, em alguns setores da economia, o trabalho terceirizado d mais eficincia e pode ser necessrio. Oque inaceitvel e deveria ser inaceitvel para um governo do PT a terceirizao das atividades fim. H um pontocentral. Um artigo no fim do projeto anistia os empresrios que hoje esto em situao ilegal. Ficam anistiados todos que hojecontratam ilegalmente mo-de-obra terceirizada, inclusive os que tm trabalho escravo.


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Se o projeto for aprovado, no dia seguinte esses contratos vo ser rescindidos sem que os contratados tenham direito aqualquer tipo de recurso. Isso um descalabro to claro que qualquer um diz que o projeto est querendo destruir o Brasil.Dilma deve ter claro que o projeto como esta inaceitvel. No meu mundo ideal, no haveria terceirizao. Haveria proteodo trabalhador, e os empresrios que busquem reduo de custos em outro lugar. No naqueles que produzem a riqueza, queso os trabalhadores

Como explicar a queda abrupta na aprovao da presidente?

O ajuste fiscal profundo, mas ainda no atingiu o cotidiano das pessoas. O que atingiu foi a inflao e a queda napopularidade tem mais a ver com isso e com a construo de um ambiente poltico que diz que o Brasil acabou. Estrangeirosque chegam aqui no entendem esse clima de fim de mundo. A populao no imune a esse tipo de propaganda.

Qual a responsabilidade no governo nesse quadro?

Existe uma incapacidade de liderana poltica do governo, que poderia estar tentando liderar a construo de uma visoalternativa. Mas hoje, nesse ambiente de fim de mundo, a possibilidade de fazer isso muito pequena. Tudo a Dilma diz cainesse ambiente e triturado. A voz dela no ouvida. Se fala em petralhas, ladres, esse o clima.

A mdia tem uma importncia brutal e central nisso. O clima ps-eleitoral ainda no acabou e a oposio ainda no aceitouque perdeu a eleio.

Como o sr. analisa o futuro do PT?

Tudo vai depender do que vai acontecer nos prximos meses. Se a questo do impeachment evoluir o que no considero ocenrio mais provvelo PT vai sofrer um revs que levar anos para se refazer. H um outro cenrio de sangramentocontnuo de Dilma, com ela ficando totalmente submissa ao Congresso, um esvaziamento da presidncia.

O cenrio mais provvel de uma crise este ano, estabilizao em 2016, retomada em 2017 e o Brasil chegar bombando em2018, como aconteceu em 2010. Isso com o ajuste produzindo os efeitos que os economistas dizem que ele vai produzir:mudana da expectativa dos empresrios, retomada de investimentos pelo Estado, mais infraestrutura, retomada do emprego,de melhoria dos salrios, inflao mais controlada. Um governo mais bem avaliado, com possibilidade de fazer sucessor.

Com Lula?

A tentativa hoje destruir o governo, o PT e o Lula. Destruir essa alternativa eleitoral. O que est em jogo no pas umprocesso de desconstruo de uma alternativa eleitoral de esquerda. Querem destruir o PT como alternativa de poder noBrasil.

O PT paga um preo alto por fazer o que os partidos de esquerda fazem: distribuio de renda, melhoria de vida para os maispobres, reduo da desigualdade social. Uma parte do Brasil est reagindo de forma muito pesada contra isso. Soempresrios, os que votaram na oposio e no aceitam o resultado eleitoral, a imprensa.

O PT no agiu contra si prprio?

O PT tem culpa nisso. Isso decore dos paradoxos do sucesso de qualquer organizao que chega ao poder central. PT foiefetivo ao dar ao capitalismo condies mais dignas de funcionamento, proporcionando melhores condies de vida para aspessoas. O PT nunca foi partido revolucionrio.

A liderana de Lula foi abalada?

Ningum est imune ao processo de desconstruo. Mas Lula o Lula. Hoje ele sofre as consequncias do dessoramento doprojeto poltico do PT em funo da crise econmica e poltica. Se cenrio da retomada se concretizar, Lula pode voltar a sero que era.

Ele estar no segundo turno de qualquer eleio e tem muito o que mostrar. Se for candidato, um dos mais fortes em 2018.A nica alternativa da oposio continuar batendo no impeachment.

Qual sua viso sobre Acio?

Acio voltou com a agenda do impeachment, que parte do PSDB estava abandonando, por duas razes. Primeiro, porqueEduardo Cunha tomou a dianteira da agenda da oposio e de direita de maneira muito eficiente nos ltimos meses. Emsegundo lugar, porque os que foram s ruas no domingo comearam a chamar Acio de cago, porque ele no vinha [sruas].

A nica bandeira que ele tem nesse debate a do impeachment. No PSDB j foi dito que eles no podem cometer o mesmoerro de 2005, quando no levaram adiante o processo. Esto escaldados. Perderam em 2006 e em 2010. Acharam que o Lula


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iria sangrar at o final, mas o Brasil voltou a crescer e o Lula saiu com 80% de aprovao. Isso pode acontecer de novo.

Eles olham para traz e dizem que cometeram um erro. Dizem que Dilma no o Lula, que o Congresso no vai sustentarDilma como sustentou Lula e querem levar at o fim esse negcio. A agenda do impeachment, que o Acio diz que no golpista, nesse caso . uma agenda de quem ainda no aceitou o resultado do processo eleitoral.Como o sr. define esse momento historicamente. H paralelos?

O momento nico. Comparam com Jango, mas muito diferente. L havia paralisia decisria no Congresso, com umapresidncia muito fraca, e com os militares sendo a fora de oposio mais importante. Hoje no h isso. No temosconspirao militar. O clima hoje de fim de mundo em razo da corrupo. Isso matou Vargas. um momento de muita incerteza. nico tambm porque nunca tivemos instituies democrticas to slidas. Temos umJudicirio autnomo como nunca tivemos, um parlamento que representativo do que o Brasil, que conservador.

Temos uma crise desse tamanho com perda da capacidade do PT de liderar o centro poltico, com pedidos deimpeachment e ela no est desestabilizando o sistema poltico. Pelo contrrio, a crise refora os aspectos virtuosos danossa democracia. Isso tambm uma novidade. Antes, crises assim levavam a golpismo militar. Agora se tem golpismo, masinstitucional.

Nesse ambiente contaminado, o PT e a esquerda perderam a capacidade de liderar o centro. Lula conseguiu fazer isso. Dilmao fez at 2013, quando ela perdeu o centro, capturado pela direita. Cunha puxou o centro para o seu lado.

Como chegamos at aqui?

Essa situao de radicalizao decorre, em parte, de um processo mais longo de desgaste, no s eleitoral, mas da capacidadede conduo poltica do PT. Comeou h mais tempo, mas os movimentos de junho de 2013 so emblemticos e mudaram apauta do Brasil. At ali, o governo tinha uma aprovao acachapante e o controle da agenda poltica.

O caldeiro continuou fervendo em 2013 e 2014 e explodiu na eleio. Os temas continuaram se radicalizando nas redessociais. O caminho do meio, de conciliao de polticas contrrias, foi perdido.

Por qu?

As mdias sociais permitem um certo tipo de radicalizao que na esfera poltica no tinha como prosperar no Brasil. Asmdias sociais e a imprensa abdicaram da construo de um caminho do meio, tomaram partido, e isso ajudou no processo deradicalizao.

O governo foi se sentindo mais acuado; suas foras de apoio tambm radicalizaram suas posies, o que levou a umacampanha eleitoral muito radicalizada. No esperava que a agressividade de ambos os lados chegasse ao nvel que chegou,de ameaas prpria democracia. Foi exagerada a forma como a campanha de Dilma destruiu a Marina.

Acio tambm fez uma campanha radicalizada para a direita, porque o centro foi ocupado pela Marina. Chegamos a 1 dejaneiro sados de uma campanha eleitoral muito sangrenta. O Congresso foi impondo Dilma seguidas e grandes derrotas. Aprimeira foi a eleio de Eduardo Cunha, um inimigo declarado do PT.

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6 de 11 26/04/2015 12:38

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Comentrios(4 Responses)

Serto/PE disse:26/04/2015 s 11:39 am

Mais um chute na bunda do playboy do Leblon: A anlise pedida pelo PSDB ao jurista Miguel Reale Jnior sobre aadmissibilidade de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no atendeu s expectativas dosque sonhavam com o golpe; segundo Reale, fatos ocorridos no mandato anterior no podem servir como pretexto paraa derrubada de um governo; posio semelhante que j foi explicitada pelo procurador-geral Rodrigo Janot e pelopresidente da Cmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); bancada tucana na Cmara estuda, agora, pedir pareceres aoutros juristas, mas o prprio Acio tende a desembarcar do golpismo.Responder

1.

Messias Franca de Macedo disse:26/04/2015 s 11:43 am

FOLHA: PEDALADAS FISCAIS VM DESDE A ERA FHCJornal de Otvio Frias Filho, que h uma semana havia aderido tese do impeachment, traz reportagem principal destedomingo, 25, mostrando que o uso de recursos da Caixa Econmica Federal para o pagamento de benefcios sociais,que ganhou o apelido de pedalada, ocorre desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB); na prtica, amatria confirma o argumento defendido pela Advocacia Geral da Unio (AGU) ao Tribunal de Contas da Unio(TCU), de que a medida corriqueira durante as gestes do governo federal; o PSDB, partido de FHC, se sustenta noartifcio das pedaladas para pedir um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff, por crime deresponsabilidade; tese que nem o presidente nacional da legenda, Acio Neves, parece acreditar mais

2.

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6 comentrios

Donizete de Aguida Quem mais comentou Colgio Esquema Objetivo

Acio um cago e seus eleitores so uns cagados!...kkkkk

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Caque De Paula Pereira Quem mais comentou Rio de Janeiro

O medo, real, da direita torta, que eles tm certeza que se tudo andar como estprevisto, em 2017/18, o Governo estar bombando e tio Lula nadando debraada...e isso vai acontecer...

Responder Curtir h 1 hora1

Eduardo Albuquerque Quem mais comentou Olinda

Creio que nao se pode ver academia como algo fervilhante de analise politicaeconomica, social e etc. Academias sao espao de intensas disputas de vaidadestambm como qualquer outras e nao raro vivem a admirar seus prprios umbigos adespeito de contribuioes que deveriam vir a tona regularmente.Hoje raro seencontrar professores militantes como em outros eras, ou como se diz noscorredores, a militncia univerisitria tomou outra dimenso, quase invisivel eintocvel. E quando surge nas pginas de um jornalo legitima muito mais ocambaleante jornal do que o entrevistado...Infelizmente!

Responder Curtir h 18 minutos

Aide Silva Lopes Quem mais comentou Trabalha na empresa INSS - Instituto

Nacional do Seguro Social

Acabou com Minas, no trabalha, n tem projeto para o Brasil, perdedor, golpista eainda quer destruir o desenvolvimento do Brasil. Vai trabalhar , para com esse mi mimi . Aceita que doi menos. Tiririca, que todos achavam que seria um zero, bemmelhor que esse cidado. PSDB NUNCA MAIS.

Responder Curtir h 32 minutos


7 de 11 26/04/2015 12:38

26 DE ABRIL DE 2015 S 09:12()

FONTE: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/177760/Folha-oficializa-ades%C3%A3o-ao-impeachment-de-Dilma.htm

Responder

Eliana Juiz de Fora -MG disse:26/04/2015 s 11:57 am

Muito mais que cago,Acio mau carter.Mau perdedor.Descompensado emocionalmente.Moleque.Golpista! a cara da oposio no Brasil.Quem no tem voto, cassa com golpe.

Responder

3.

emerson57 disse:26/04/2015 s 12:00 pm

nica bandeira do Acio o impeachmentNO CONCORDOOOOOOO.Acio d uma poro de outras bandeiras:

Senador por MG e mora no Rio de Janeiro,Construiu aeroporto com dinheiro pblico nas terras da famlia,Paga fortuna para as rdios da famiglia,Dirige bbado e no sopra o bafmetro,Aparece perto demais de Helicocapteros cor de uva,Viaja sem ter o direito em aeronaves pblicas,Costuma frequentar Furnaslistas suspeitas,Chama publicamente urubu de meu loro

quem lembrar outras que relacione.

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4.

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