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ADAPTAÇÕES NA DISTÂNCIA DA LINHA DE LANCES LIVRES E 3 PONTOS DO BASQUETEBOL PARA ESCOLARES. Nilton José Farias RESUMO Esta pesquisa de caráter descritivo objetivou analisar e propor uma distância apropriada para a linha de lances livres e para a linha de três pontos do basquetebol, para escolares na faixa etária de 11 a 14 anos. Assim, o presente estudo teve como foco identificar as contribuições para o desenvolvimento psicossocial e melhoria na performance com as adaptações nas referidas regras. A amostra da pesquisa foi composta por 40 jovens basquetebolistas masculino e feminino de escolas públicas, com no mínimo 18 meses de experiência, com idades entre 11 e 14 anos. Para levantamento dos dados foram utilizados testes de performance e análise qualitativa da mecânica do arremesso tipo jump em três diferentes distâncias para o lance livre (3,22 metros, 3,70 metros e 4,22 metros) e linha de três pontos (5,25 metros, 5,75 metros e 6,25 metros), medidos a partir do centro do aro. Os resultados demonstraram que para a faixa etária de 13 e 14 anos a distância 3,70 metros para o lance livre e 5,75 metros para a linha de três pontos podem contribuir para a melhoria técnica e desenvolvimento da auto eficácia dos educandos. Para a faixa etária de 11 e 12 anos, a distância para a linha de lance livre mais apropriada, para a amostra do estudo, foi de 3,70 metros e para a linha de três pontos a distância foi de 5,25 metros. Palavras-chave: Basquetebol. Distância do Arremesso. Linha de lance livre. Linha de 3 pontos. ABSTRACT The goal of this descriptive research is analyse and propose an appropriate distance for the free-throw line and of three-point line of the basketball for students between 11 and 14 years old. Thus, the purpose of this study is identify the contributions for the development psychosocial and improve in the performance with the adaptations in the referred rules. Forty young students, boys and girls, of public school that practice basketball by about 18 months approximately. For data collections was used tests of performance and quantitative analysis of mechanical of jump throw in three different distances for free-line throw (3,22 meters, 3.70 meters and 4.22 meters) and three-points line (5.22 meters, 5.75 meters and 6.25 meters), measured from of the hoop. The results demonstrate that the range age between 13 and 14 years old the distance to 3.70 meters for free-throw and 5.75 meters for the three-point line can contribute for the improvement of the technique and development of the self efficiency of the students. For the age between 11 and 12 years old the distance for the free-line throw more appropriate, for the sample of this study, was 3,70 meters and for the three-point line the distance was 5.75 meters. Key-words: Basketball. Distance of throw. Free-throw line. Three-point line.

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ADAPTAÇÕES NA DISTÂNCIA DA LINHA DE LANCES LIVRES E 3 PONTOS DO

BASQUETEBOL PARA ESCOLARES.

Nilton José Farias

RESUMO

Esta pesquisa de caráter descritivo objetivou analisar e propor uma distância apropriada para a linha de lances livres e para a linha de três pontos do basquetebol, para escolares na faixa etária de 11 a 14 anos. Assim, o presente estudo teve como foco identificar as contribuições para o desenvolvimento psicossocial e melhoria na performance com as adaptações nas referidas regras. A amostra da pesquisa foi composta por 40 jovens basquetebolistas masculino e feminino de escolas públicas, com no mínimo 18 meses de experiência, com idades entre 11 e 14 anos. Para levantamento dos dados foram utilizados testes de performance e análise qualitativa da mecânica do arremesso tipo jump em três diferentes distâncias para o lance livre (3,22 metros, 3,70 metros e 4,22 metros) e linha de três pontos (5,25 metros, 5,75 metros e 6,25 metros), medidos a partir do centro do aro. Os resultados demonstraram que para a faixa etária de 13 e 14 anos a distância 3,70 metros para o lance livre e 5,75 metros para a linha de três pontos podem contribuir para a melhoria técnica e desenvolvimento da auto eficácia dos educandos. Para a faixa etária de 11 e 12 anos, a distância para a linha de lance livre mais apropriada, para a amostra do estudo, foi de 3,70 metros e para a linha de três pontos a distância foi de 5,25 metros.

Palavras-chave: Basquetebol. Distância do Arremesso. Linha de lance livre. Linha de 3 pontos.

ABSTRACT

The goal of this descriptive research is analyse and propose an appropriate distance for the free-throw line and of three-point line of the basketball for students between 11 and 14 years old. Thus, the purpose of this study is identify the contributions for the development psychosocial and improve in the performance with the adaptations in the referred rules. Forty young students, boys and girls, of public school that practice basketball by about 18 months approximately. For data collections was used tests of performance and quantitative analysis of mechanical of jump throw in three different distances for free-line throw (3,22 meters, 3.70 meters and 4.22 meters) and three-points line (5.22 meters, 5.75 meters and 6.25 meters), measured from of the hoop. The results demonstrate that the range age between 13 and 14 years old the distance to 3.70 meters for free-throw and 5.75 meters for the three-point line can contribute for the improvement of the technique and development of the self efficiency of the students. For the age between 11 and 12 years old the distance for the free-line throw more appropriate, for the sample of this study, was 3,70 meters and for the three-point line the distance was 5.75 meters.

Key-words: Basketball. Distance of throw. Free-throw line. Three-point line.

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INTRODUÇÃO

As questões centrais da aprendizagem motora e performance nos esportes

coletivos, como o basquetebol, e suas implicações no desenvolvimento dos

educandos estão relacionadas à diversas variáveis importantes. Entre elas estão os

aspectos ergonômicos dos objetos utilizados como o tamanho e peso da bola

(OKAZAKI, 2004), as adaptações no ambiente e nas regras como a dimensão da

quadra e áreas, altura do aro, tempo de jogo, número de jogadores e distâncias de

linhas referenciais.

O basquetebol por excelência é um esporte que sofre continuas modificações

em suas regras oficiais. Entretanto, as mudanças relacionam-se à categoria adulta

e, até mesmo em competições oficiais, como é o caso dos Jogos Colegiais do

Estado do Paraná, são feitas poucas ou nenhuma adaptação nas variáveis já

citadas. Nas escolas, por questões diversas, a altura fixa do aro e a existência de

uma única referência das linhas e áreas pode afetar diretamente o interesse e a

participação no esporte, além do auto-conceito dos praticantes.

A adaptação de regras, sua função e entendimento de acordo com a faixa

etária é uma condição pedagógica essencial para a compreensão das fases de

desenvolvimento da criança e do jovem, auxíliando nas tomadas de decisão no

ensino de jogos e esportes. Okazaki (2004) salienta que se as condições de

aprendizagem na fase de iniciação fossem adequadas às crianças e suas limitações,

as habilidades não sofreriam um atraso do aprendizado e os padrões de

coordenação seriam mais próximos do atleta mais experiente.

Ao abordarem a pedagogia e metodologia do ensino do basquetebol Oliveira

e Paes (2004) afirmam que os principais problemas deste esporte no Brasil são a

especialização precoce, o desrespeito às fases de desenvolvimento da criança, o

ensino fragmentado e a falta de um processo de ensino para a tomada de decisão

frente à imprevisibilidade. No ensino do basquetebol devem ser observadas as

etapas de iniciação e treinamento especializado e a sua subdivisão em fases de

acordo com as idades biológica, escolar, cronológica e as categorias competitivas.

Os autores denominam a primeira fase de iniciação I e têm como referência o

intervalo etário de 7 a 10 anos; a iniciação II congrega a idade cronológica de 11 e

12 anos e a iniciação III a faixa etária de 13 e 14 anos. Portanto, a faixa etária a que

se propõem este estudo concentra-se na fase de iniciação e não na especialização.

Neste tocante, Gallahue e Ozmun (2005) dizem que as idades de 11 a 13 anos, e de

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14 anos em diante, corresponde a fase motora especializada e aos estágios de

aplicação e de utilização permanente, enfocando maior precisão, exatidão e controle

motor. Segundo Bompa (2002 a; 2002 b) entre 11 e 14 anos, fase de formação

esportiva, os programas de esportes devem enfatizar e reforçar o desenvolvimento

das habilidades proporcionando situações em que sejam possíveis aplicar técnicas e

táticas e não enfatizar a vitória, tomando-se todo o cuidado para não expor o jovem

à situações humilhantes.

Para Gallahue e Ozmun (2005) a participação precoce em esportes não traz

prejuízos ao desenvolvimento da criança, porém, a especialização precoce pode

acarretar problemas de ordem motora ao indivíduo. Crianças e jovens somente

deveriam participar de competições quando fossem capazes de atingir os resultados

esperados pelo seu nível de preparação, sendo contra indicado a busca de altos

resultados e a especialização precoce (FILIN, 1996).

O esporte para crianças e jovens deve ser analisado em multiplas áreas do

conhecimento, pela sua complexidade (DANTAS, 2003). A pedagogia do esporte, a

psicologia, a fisiologia, a aprendizagem e desenvolvimento motor são áreas

fundamentais para aqueles que trabalham com o esporte, seja qual for sua

concepção de educação fisica, como bem o salientam Greco e Benda (1998).

Com o intuíto de analisar a influência de várias distâncias sobre o

desempenho no arremesso tipo jump de escolares, e propormos uma distância

compatível com as características do desenvolvimento da amostra do estudo,

definimos o problema: “as adaptações na distância da linha de lance livre e linha de

três pontos para escolares experientes de 11 a 14 anos de idade, melhoram os

índices de desempenho técnico no arremesso tipo jump?”

Define-se os objetivos específicos:

- Propor três distâncias de linha de lances livres no basquetebol a serem analisadas

para educandos de 11 a 14 anos de idade de escolas públicas.

- Propor três distâncias de linha de três pontos no basquetebol a serem analisadas

para educandos de 11 a 14 anos de idade de escolas públicas.

- Analisar a qualidade do arremesso tipo jump em cada distância proposta para a

linha de lance livre e linha de três pontos.

- Analisar o desempenho de acertos em cada distância da linha de lance livre

proposta no estudo.

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- Analisar o desempenho de acertos em cada distância da linha de três pontos

proposta no estudo.

- Comparar a qualidade do arremesso tipo jump nas três distâncias estabelecidas da

linha de lance livre.

- Comparar a qualidade do arremesso tipo jump nas três distâncias estabelecidas da

linha de três pontos.

- Comparar o número de cestas convertidas nas três distâncias de lances livres por

agrupamento etário.

- Comparar o número de cestas convertidas nas três distâncias de três pontos por

agrupamento etário.

REVISÃO DE LITERATURA

A Infância e Adolescência e o Sentido da Regra

A importância da prática de esportes por crianças e adolescentes tem entre

seus argumentos a melhoria da qualidade de vida, maior rendimento escolar,

formação da personalidade através de normas e regras de conduta, e

desenvolvimento das qualidades volitivas como a perseverança e a competitividade,

que pode ser transferida para a vida social preparando o jovem para a sociedade

(FERRAZ, 2002). Para que todos esses aspectos positivos tenham sua efetividade e

colaborem para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, a iniciação esportiva

deve ser muito bem planejada por parte dos adultos, com uma orientação

cuidadosa e de acordo com a faixa etária e maturidade. De acordo com Castro

(1999), apud Marques e Kuroda (2000) o desaparecimento da infância se deve às

responsabilidades e deveres inadequados que esta população tem assumido,

tornando-se adultas antes do que deveriam.

O fenômeno esportivo para crianças não está desvinculado dos problemas

anteriormente apontados. Marques e Kuroda (2000), citando De Rose Jr (1994),

dizem que há uma relação dialética entre o desenvolvimento da criança e as tarefas

a elas dirigidas. Para o desempenho de uma tarefa a criança deve apresentar as

condições básicas nos domínios motor, emocional, social e cognitivo ao mesmo

tempo em que a própria tarefa estimula e acrescenta desafios para o

desenvolvimento.

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No esporte e no jogo as regras são aspectos fundamentais para a criação de

situações apropriadas para o desenvolvimento dos jovens. Segundo Ferraz (2002,

p.29) “a regra é a normatização da relação entre dois ou mais elementos”. De Faria

(2001) afirma que o jogo possibilita o estudo de fenômenos como a prática e

consciência das regras, ou seja o modo e a validade e obrigatoriedade destas, pois

isto implica um comportamento moral. Ferraz (2002) esclarece que toda regra moral

implica necessariamente em uma prática e uma consciência e que no jogo infantil,

apesar de estar presente o componente moral expresso no respeito e honestidade,

difere das regras genuinamente morais pelo seu caráter mutável, sendo portanto,

uma norma já que o não cumprimento das mesmas implica em sanções previstas no

regulamento do jogo.

Ferraz (2002) lembra que um dos principais componentes do jogo é o

respeito às regras e a exigência da eficácia como alcançar o objetivo de vencer.

A análise do desenvolvimento da compreensão da regra é importante pois

tenta responder a questões mais amplas como as condições educativas adequadas

para que os jovens possam participar de eventos esportivos. Ferraz (1997) analisou

o desenvolvimento da prática e da consciência das regras, baseado em Piaget

(1932). Para o autor o desenvolvimento da prática das regras obedece a quatro

níveis: a) motor individual: o jogo não apresenta uma relação social; b) egocêntrico:

há uma tênue aplicação das regras porém quase sempre não há perdedores; c)

cooperação nascente: as regras são respeitadas obrigatoriamente; d) codificação

das regras: o jogador pode utilizar a regra para melhor aproveitar as vantagens

táticas.

Em relação a consciência das regras as crianças e jovens apresentam uma

diferenciação em função da idade e maturação. “A consciência passa da não-

obrigatoriedade para a obrigatoriedade sagrada e finalmente chega à etapa da

obrigatoriedade devido ao consentimento mútuo” (FERRAZ, 1997, p. 36). O autor

conclui dizendo que a mudança nas regras se dá quanti e qualitativamente,

principalmente, pela mudança expressa pela consciência. De Faria (2001, p. 125)

defende que “a partir dos 10 -11 anos, a regra pode ser modificada ou inventada em

função das necessidades e tendências do grupo dos jogadores”.

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O Desenvolvimento Psicossocial da Criança e Adolescente

De acordo com Kaneta, Cillo e Figueiredo (2006) até a década de 80 os

programas de esporte para crianças eram organizados por pessoas que

reproduziam suas próprias experiências. Nesta mesma década a Educação Física

passou a ter um caráter mais humanizante e novas concepções emergiram em

contraposição à exacerbação do tecnicismo (DARIDO e RANGEL, 2005), surgindo

uma preocupação com o trabalho individualizado e multidisciplinar e respeitando-se

as características do desenvolvimento do indivíduo.

No período entre sete e doze anos de idade, começo da escolarização e da

prática formal do esporte em escolinhas ou nas aulas de Educação Física, o

indivíduo começa a adquirir as primeiras noções de comportamento social e a

avaliar seu próprio desempenho diante de seu grupo (KANETA, CILLO e

FIGUEIREDO, 2006).

Logo, os conteúdos da Educação Física, como o esporte e o jogo, carregam

variáveis psicológicas importantes como a autoestima e a autoavaliação

constituindo-se em fatores que contribuem para desenvolvimento psicossocial do

indivíduo. Segundo Okazaki (2005, p.4), citando Coopersmith (1967) a auto-

avaliação pode ser definida como sendo a “avaliação que o indivíduo faz, e que

habitualmente mantém, em relação a si mesmo. Expressa uma atitude de aprovação

ou desaprovação e indica o grau em que o indivíduo se considera capaz, importante

e valioso”.

Papalia, Olds e Feldman (2006), citando Erikson (1982), dizem que um dos

principais contribuintes para a autoestima na terceira infância é a capacidade ou

competência que tem a criança em lidar com a produtividade e a inferioridade na

resolução de problemas e tarefas. Harter (1985), citado por Papalia, Olds e

Feldman (2006), afirma que o apoio social de pais, colegas, amigos e professores,

nesta ordem, influenciam a autoestima, porém, não compensam uma autoestima

negativa. Desta forma, mesmo com o apoio das pessoas mais próximas da criança

sua auto-estima irá sofrer por sua preocupação excessiva com o fracasso atribuido

às suas próprias deficiências. Por outro lado, crianças que possuem uma elevada

autoestima atribuem o fracasso inicial a fatores extrínsecos e procuram diferentes

formas e estratégias para atingir o objetivo.

Para Samulski (2002, p. 117), há uma estreita relação entre a motivação e

percepção de competência uma vez que “auto-estima, percepção da própria

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competência e percepção de controle influenciam o nível de motivação atual”.

Entretanto, o nível destas variáveis se encontram relacionadas com alguns estados

emocionais como a alegria e satisfação, não as influenciando diretamente.

De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), a adolescência, que tem

início aos onze ou doze anos de idade e estende-se até catorze anos, oferece

desafios e oportunidades de crescimento – físico, cognitivo, social, autonomia, auto-

estima e intimidade. O esporte infanto-juvenil proporciona implicações significativas

para esta população, com consequências para sua auto-estima e seu

desenvolvimento social. A razão disso é a intensidade com a qual a criança participa

das atividades esportivas. Como o pico de participação em atividades esportivas é

atingindo entre dez e treze anos toda a experiência da criança neste campo pode

trazer efeitos sobre a sua personalidade e desenvolvimento psicológico (WEINBERG

e GOULD, 2008).

Dentre as várias preocupações dos professores que trabalham com a

iniciação esportiva a desistência do esporte por parte da criança é uma das mais

frequentes. Uma das razões para o abandono da prática esportiva é a baixa

percepção de competência. “Ou seja, as crianças com percepções de baixa

capacidade de aprender e de realizar habilidades esportivas não praticam esporte

(ou desistem), enquanto aquelas que persistem têm níveis mais elevados de

competência percebida” (WEINBERG e GOULD, 2008, p. 534).

Menocin Junior (2003) afirma que um dos fatores para o abandono da

prática do basquetebol, por jovens atletas da cidade de Curitiba, é de ordem

motivacional tendo como uma das causas o repetido insucesso.

A auto-eficácia pode ser outro fator preponderante para a permanência de

jovens dentro do esporte. Gallahue e Ozmun (2005, p. 328) enfatizam que o

autoconceito é “um aspecto importante do comportamento afetivo da criança que é

influenciado pelo mundo dos jogos, das brincadeiras e dos movimentos vigorosos”.

Para Ribeiro (2004) apud Souza e Souza (2004, p. 12), a auto-eficácia

refere-se ao “juízo pessoal que os indivíduos fazem acerca de quanto são capazes

de organizar e implementar atividades, em situações desconhecidas, possíveis de

conter elementos ambíguos, imprevisíveis e geradores de estresse.” De acordo com

Weinberg e Gould (2008, p. 349) a teoria da auto-eficácia de Bandura “fornece um

modelo para o estudo do efeito da autoconfiança no desempenho esportivo, na

persistência e no comportamento”. Weinberg e Gould (2008, p. 349) afirmam

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também que a teoria da auto-eficácia é uma “abordagem interacional, por meio da

qual a auto-eficácia (um fator pessoal) e determinantes ambientais interagem para

produzir mudanças de comportamento de maneira recíproca”.

Weinberg e Gould (2008) dizem que as fontes de auto-eficácia são as

realizações de desempenho, experiências indiretas, persuasão verbal, experiências

imaginativas, estados fisiológicos e estados emocionais. As realizações de

desempenho dizem respeito aos resultados das experiências. Os fracassos levam a

uma expectativa de eficácia mais baixa contrariamente se os resultados fossem

positivos. Um professor tem a possibilidade de auxiliar seu aluno a experimentar a

sensação de desempenho positivo alterando o meio ambiente da prática. Pode, por

exemplo, “incentivar a auto-eficácia alterando as condições e as regras do jogo para

que um atleta experimente o sucesso” (WEINBERG E GOULD, 2008, p.351). As

experiências indiretas são as demonstrações ou modelagem. O arremesso tipo jump

é um movimento complexo que exige uma perfeita coordenação de movimentos. As

demonstrações neste caso facilitariam a aprendizagem e a auto eficácia. Segundo

Weinberg e Gould (2008) citando Bandura (1974) a modelagem compreende um

processo de quatro estágios: atenção, retenção, reprodução motora e motivação. A

atenção exige o respeito pela pessoa observada, o interesse, a visão e audição. A

retenção é a memorização do gesto, a reprodução e realização coordenada do gesto

motor. Finalmente, a motivação é a chave para a demonstração positiva do gesto e

alcance do objetivo.

A persuasão verbal consiste no encorajamento para a realização da tarefa.

As experiências imaginativas podem influenciar o desempenho, bem como o estado

fisiológico e emocional. “Estados emocionais positivos, como a felicidade, a alegria,

e a tranquilidade têm mais probabilidade de aumentar julgamentos de eficácia do

que estados emocionais negativos, como a tristeza, a ansiedade e a depressão”

(MADDUX e MEIER, 1995, apud WEINBERG E GOULD, 2008, p.353).

Soares, Vieira e Gaion (2007) ao analisarem a influência do esporte na

percepção de competência de crianças de 10 a 12 anos, praticantes de basquetebol,

concluiram que a prática esportiva pode contribuir com a formação da percepção de

competência dos sujeitos. Grisa e Gaion (2007) encontraram resultados positivos na

percepção de competência entre escolares, na faixa etária de doze a catorze anos

praticantes de esporte, sugerindo que esta atividade pode contribuir para o melhor

desempenho motor e percepção de competência.

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Em outro estudo, Caetano e Santos (2007) analisaram o tempo de

envolvimento motor dos alunos nas aulas de educação física e a sua percepção de

competência. Os autores verificaram que os alunos com maior envolvimento eram

aqueles com maior percepção de desempenho. Salientam também que a colocação

de tarefas apropriadas ao nível dos alunos promovem experiências positivas,

levando a sentimentos de habilidade e competência.

O Crescimento Físico de Crianças e Adolescentes

O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei no 8.069, de 13 de julho de

1990, considera como criança toda pessoa com até doze anos incompletos e

adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade (ECA, 1990).

Segundo Guedes e Guedes (2006, p. 35) os indicadores do “crescimento

físico são pré-requisito para a otimização do processo de desenvolvimento no

organismo jovem, sobretudo no que se refere ao desenvolvimento motor”. Os

autores, citando Tanner (1962), afirmam que o componente genético é indiscutível

no processo de crescimento, porém, outros fatores como a alimentação, atividade

física e estímulos psicossociais podem modificar o determinante genético.

De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), a terceira infância tem

como característica uma redução na velocidade do crescimento em altura e peso

quando comparado à fase anterior. As meninas experimentam um rápido

crescimento de peso e altura entre 9,5 e 14,5 anos de idade, com média de 10 anos

de idade, e os meninos passam pelo surto de crescimento entre 10,5 e 16 anos de

idade, com média aos 12 ou 13 anos. Assim, as meninas com idade entre 11 e 13

anos são mais altas, pesadas e fortes que os meninos da mesma faixa etária.

Neste processo de desenvolvimento, Massa e Ré (2006) salientam que

durante o surto de crescimento as meninas tendem a estar dois anos à frente dos

meninos, sendo ultrapassadas em seus valores médios pelos meninos após o pico

de velocidade em estatura. Por essa razão, Barbanti (2005) afirma que competições

entre meninos e meninas, em certas faixas etárias, não seriam justas porém, é

possível a realização de atividades físicas e esportivas em conjunto.

Gallahue e Ozmun (2005), citando Malina e Bouchard (1991), dizem que os

meninos alcançam sua estatura adulta por volta dos 18 anos e as meninas aos 16

anos, e salientam que o desenvolvimento é influênciado pela idade contudo,

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independe dela. Esta constatação torna a idade cronológica incompatível e insegura

como único parâmetro para a seleção de equipes desportivas.

A velocidade do aumento de peso na adolescência é mais acentuada nos

meninos, devido basicamente ao aumento na estatura e massa muscular. Em

meninas o ganho no peso deve-se ao aumento de tecido adiposo e altura. Todavia,

a interpretação de resultados desta variável deve ser cautelosa pois é grande a

influência dos fatores ambientais e a preocupação estética do adolescente

(GALLAHUE e OZMUN, 2005).

Devemos observar ainda dentro do desenvolvimento normal o crescimento

adiantado e tardio (BARBANTI, 2005). Crianças com desenvolvimento normal, a

idade biológica e o crescimento físico são coincidentes entretanto, tanto a

aceleração e atraso no crescimento físico e biológico podem ter uma variação de um

ou mais anos (BARBANTI, 2005; WEINECK, 2003).

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2009) citando o National

Center for Health Statistics (NCHS), utiliza-se de seus dados para análise do

desenvolvimento da estatura e peso. O quadro 1 apresenta os intervalos referenciais

de estatura e peso para o gênero masculino e feminino para a idade cronológica de

11 a 14 anos, tendo como referência o percentil 50.

Quadro 1 – Referências de estatura e peso – percentil 50

Gênero Masculino Feminino Idade Estatura (cm) Peso (kg) Estatura (cm) Peso (kg)11 anos e zero meses

a 11 anos e 11 meses143,3 a 149,1 35,3 a 39,4 144,8 a 151,0 37,0 a 41,1

12 anos e zero meses

a 12 anos e 11 meses149,7 a 155,9 39,8 a 44,5 151,5 a 156,7 41,5 a 45,7

13 anos e zero meses

a 13 anos e 11 meses156,5 a 162,6 45,0 a 50,3 157,1 a 160,2 46,1 a 50,0

14 anos e zero meses

a 14 anos e 11 meses163,1 a 168,6 50,8 a 56,2 160,4 a 161,7 50,3 a 53,4

Fonte: World Health Organization (1995) apud SBP (2009) adaptado.

A Iniciação Esportiva e a Pedagogia do Esporte

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De acordo com Santana (2005, p. 14) a iniciação esportiva deve ser

analisada sob a ótica de uma pedagogia que entenda o esporte na infância como um

fenômeno complexo contrapondo-se à forma de pensamento que considera o

esporte infantil como algo simplista, reduzindo-o a busca de formação de atletas e

tendo como características a “especialização precoce, coação de parte dos pais

sobre seus filhos e de parte dos adultos sobre as crianças [...], reprodução explícita

de parte dos professores do comportamento de técnicos do esporte profissional [...]”.

Os indivíduos envolvidos na iniciação esportiva devem “considerar [...] os desejos,

necessidades e possibilidades do aprendiz e refletir sobre incompatibilidades entre

esses fatores e as idéias, atitudes e objetivos do sistema humano” (SANTANA,

2005, p. 19). O autor, citando Paes (1999), enfatiza que o jogo deve ser uma

ferramenta pedagógica pois permite modificações no espaço físico, regras e

material.

Na iniciação esportiva deve existir uma grande preocupação com a

realização de eventos esportivos para crianças e jovens pois é comum encontrar,

para esta população, regulamentos e modelos de organização com características e

padrões para adultos. As regras esportivas, para esta última categoria, se baseiam

principalmente nas “exigências mercadológicas” e forte apelo da mídia

diferentemente do esporte para crianças que deve se basear nas suas necessidades

e “em seus diferentes aspectos: motor, social, psicológico, filosófico e intelectual, ou

seja, nessa situação, a influência deve ser pedagógica” (PAES, 2006, p. 224).

Portanto, as regras esportivas para crianças devem ser adaptadas pois são

elas que organizam o ambiente da prática esportiva. De acordo com Paes (2006, p.

224) “essas adaptações nas regras devem considerar quatro indicativos: inclusão,

autonomia, cooperação e diversificação” (PAES, 2006, p. 224). Ao considerarem as

características de crianças e jovens, organizadores e professores de eventos

competitivos para crianças devem oferecer regulamentos alternativos, com o intuito

de contribuirem com o seu desenvolvimento sadio e coerente.

De Rose Júnior e Korsakas (2006) afirmam que as crianças aos 11 ou 12

anos já adquiriram uma maturação que lhes permitam participar de competições

mais organizadas, porém, com processos e organização que as diferem dos

adultos. Para Nunomura e Tsukamoto (2006) o principal argumento de técnicos

para a especialização precoce são as exigências das regras, que em sua quase

totalidade são elaboradas por adultos. Portanto, a reestruturação do esporte infanto-

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juvenil deve ser de iniciativa individual como também de todas as entidades que o

promovem “como governos, escolas de esporte, clubes, federações e confederações

esportivas” (DE ROSE JÚNIOR e KORSAKAS, 2006, p. 257).

A Regra de Três Pontos e Lance Livre

O basquetebol foi criado em 1891 nos Estados Unidos da América por James

Naismith. Inicialmente Naismith concebeu o jogo e determinou algumas regras e

princípios para que a atividade não tivesse a rispidez dos esportes praticados ao ar

livre e que oferecesse uma alternativa lúdica aos alunos da Associação Cristã de

Moços de Springfield. Uma das regras originais determinava que os jogadores que

cometessem duas faltas seriam afastados do jogo até que a equipe adversária

marcasse uma cesta. Com a evolução do basquetebol, que passa de jogo a esporte,

outras regras foram incorporadas com o intuíto de se resolver situações problemas

geradas dentro e fora da quadra. Por exemplo, as tabelas surgiram em decorrência

da interferência do público na trajetória da bola quando esta era lançada em direção

à cesta, assim como a área restritiva que foi implantada como meio de inibir as

ações de jogadores muito altos que permaneciam parados próximos à cesta

(BÉTRAN, 2003).

Em 1894, para cada falta marcada, um arremesso livre era executado de

uma distância de 6,09 metros da cesta. Ao longo do tempo a distância da linha de

lances livres sofreu algumas modificações sendo que em 1895 a linha de lance-livre

foi colocada a 4,60 metros. Em 1896 o lance-livre passou a ter o valor de um ponto

e cestas de campo valiam dois pontos (BÉTRAN, 2003).

A linha de três pontos na FIBA foi criada em 1984 sendo uma adaptação da

linha existente no basquetebol americano (BÉTRAN, 2003).

Pelas regras atuais qualquer falta em uma tentativa de arremesso à cesta é

penalizada com um, dois ou três lances livres, assim como faltas em situações

especiais.

Pelo seu aspecto dinâmico, imposto pelo desenvolvimento do campo do

treinamento desportivo, De Rose Junior e Tricoli (2005) citando Sanchez e Moreno

(1984), dizem que o basquetebol pode ser classificado como esporte de cooperação

e oposição, jogado no espaço reduzido da meia quadra na maior parte do tempo.

Para De Rose, Tadiello e De Rose Jr (2006) uma das características do basquetebol

é a realização simultânea das ações de ataque e defesa sendo que esta interação é

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dependente de algumas variáveis, entre elas as regras, que limitam esta interação

(DE ROSE JUNIOR e TRICOLI, 2005).

No jogo de basquetebol é inevitável que em um espaço reduzido, onde se

movem dez jogadores, ocorram contatos e violações, cabendo aos árbitros ou

professores definir quando estes são uma infração às regras. De acordo com a

Federação Internacional de Basquetebol (FIBA, 2008) as faltas são infrações que

envolvem contato ou comportamento antidesportivo sendo penalizadas de acordo.

Qualquer falta que envolva contato no ato do arremesso é penalizada com um ou

mais lances-livres, como também são penalizadas com lances-livres as faltas

técnicas, antidesportivas, desqualificantes e quando a equipe encontra-se em

penalidade de falta. Evidencia-se portanto a importância deste tipo de arremesso

durante uma partida.

A FIBA, entidade responsável pela organização do basquetebol, estabelece

diferenças nas regras do basquetebol praticado por jovens com idade máxima de

onze anos, denominado-o como mini-basquetebol, e o praticado por pessoas acima

desta idade. Isto significa que jovens com doze anos de idade ou mais devem se

submeter às mesmas regras de adultos incluindo-se aqui a regra de lances-livres e

três pontos, as dimensões das áreas e tamanho de bola.

De acordo com as regras do mini-basquetebol (FIBA, 2005) a linha de

lances-livres deve ter uma distância de quatro metros contados a partir de uma linha

perpendicular que tem como ponto de origem a tabela. Para esta categoria não

existe a linha de três pontos. Contudo, observa-se que nas escolas quando há a

abordagem das regras do basquetebol comumente se faz referência a esta linha e

os educandos se sentem desafiados a executar arremessos de longa distância. Em

outros países, como a Espanha, as entidades admitem a existência da linha de três

pontos em seus campeonatos oficiais com uma distância adaptada à idade (FEB,

2009).

Em situações de competição formal para adultos o lance livre pode

influenciar nos resultados. Lippert, Teixeira e Souza (2007) analisando o

campeonato nacional de basquetebol masculino adulto de 2004/2005, concluiram

que houve diferença significativa, proporcionalmente, entre o número de acertos e

erros das equipes vencedoras e perdedoras. As equipes que venceram seus jogos

acertaram em média 40% dos lances livres contra 33% das equipes perdedoras.

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Tsitskaris et al (2002), apud Lippert, Teixeira e Souza (2007), dizem que nas

categorias mais elementares há um maior número de lances livres tentados porém

com uma eficácia de acertos menor. Esta tendência também foi encontrada nos

trabalhos de Brandão, Silva e Janeira (2003) quando analisaram lances livres de

equipes juniores e cadetes de Portugal. Neste estudo enquanto equipes adultas

acertaram 73% de lances livres, as equipes juniores acertaram 58% e a categoria

cadete 39%.

O Arremesso no Basquetebol

De acordo com Wissel (2000) o arremesso é o fundamento mais importante

no basquetebol uma vez que, até mesmo, um bom arremessador pode compensar

as debilidades técnicas de outros fundamentos. Para Coutinho (2007) o arremesso

com salto, denominado jump, é o tipo de arremesso que exige uma grande

coordenação para a sua realização sendo o mais executado no basquetebol por

proporcionar maior “precisão, velocidade de execução, proteção contra a marcação

e execução a diversas distâncias da cesta (OKAZAKI, 2006, p. 62).

Segundo Okazaki (2006) o arremesso pode ser influenciado por diversos

fatores como o ângulo de incidência da bola na cesta, velocidade vertical e

horizontal da bola, ângulo e velocidade de lançamento, altura do lançamento,

estatura do jogador e altura do salto, características físicas, altura da cesta,

experiência do jogador, fadiga, tamanho e peso da bola, distância do arremesso,

deslocamentos prévios, habilidades prévias, marcação do adversário e a resistência

do ar.

Segundo Miller e Bartlett (1993) quanto maior for a distância da cesta maior

deverá ser a velocidade da bola.

De acordo com Okazaki (2006), apud Miller e Bartlett (1996) a estatura do

jogador, a altura do salto e a coordenação intersegmentar influenciam o arremesso

pois, a bola sendo arremessada no ponto mais alto do salto proporciona maior altura

e estabilidade para o arremesso.

Miller e Bartlett (1993) afirmam que o acerto no arremesso depende da

velocidade e ângulo de entrada da bola na cesta. Quanto mais próximo de 90º maior

será a área de entrada. Entretanto, Tani (2000), Teixeira (1999) e Button et al.

(2003), apud Okazaki (2006) dizem que um arremesso com maior ângulo e

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velocidade provocam maior variabilidade e menor consistência e precisão do

arremesso.

Hay (1985), apud Miller e Bartett (2003), determinou que o melhor ângulo

para um arremesso efetuado a 4.57 metros da cesta está entre 52 e 55º. Nos

estudos de Okazaki (2006) os ângulos de arremesso de jump para as mulheres

ficaram entre 42º e 54º (Satern, 1993) e para os homens entre 44º (Elliott, 1992) e

55º (Miller e Bartlett, 1996). A média dos estudos feito por Okazaki (2006) ficou entre

50º e 54º.

Outras variáveis importantes verificadas por Okazaki (2006) e que interferem

no arremesso, além da estatura e comprimento dos membros do jogador, estão a

capacidade de gerar força e velocidade. Assim, o déficit de uma ou ambas as

variáveis neuromotoras acarretam maior variabilidade do movimento.

Okazaki, Rodacki e Okazaki (2006, p. 36) encontraram algumas

características que diferenciam o arremesso de jogadores novatos e experientes e

entre homens e mulheres (OKAZAKI, RODACKI E OKAZAKI, 2008). Entre elas

estão o “posicionamento da bola, alinhamento das articulações responsáveis pela

geração de impulso, grandes amplitudes de movimento, sequências de ação no

lançamento e continuidade do movimento”. Okazaki et al (2006) analisaram a

coordenação do arremesso de jump de crianças e adultos e encontraram diferenças

nos deslocamentos e velocidades angulares das articulações do ombro, cotovelo e

punho. Os adultos “posicionam a bola mais próxima ao corpo e realizaram um

contra-movimento na articulação do cotovelo e do punho para arremessar a bola”

(OKAZAKI et al, 2006, p. 15). Por sua vez, “as crianças utilizaram uma maior

extensão de cotovelo e maior velocidade ao redor da articulação do ombro [...] elas

não sincronizam os picos de velocidade com o instante de lançamento da bola”

(OKAZAKI et al, 2006, p. 15).

A distância em que é realizado o arremesso também influencia na

performance. “Alterações na altura, ângulo e velocidade de lançamento da bola [...]

tem sido sugeridas como as principais variáveis que influenciam na diminuição da

precisão” (OKAZAKI, 2006, p. 88).

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METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se por ser descritivo e de campo, com aspectos

quantitativos e qualitativos (CERVO E BERVIAN, 2002), com uma abordagem

transversal (THOMAS, NELSON, SILVERMAN, 2007).

A população do estudo constituiu-se de todos os alunos de ambos os sexos

com idade entre 11 e 14 anos e que tiveram a vivência de no mínimo18 meses de

prática sistemática no basquetebol. A seleção dos sujeitos foi intencional e composta

por 40 (quarenta) alunos dos quais 24 sujeitos foram do sexo masculino com idade

entre 11 e 14 anos e 16 sujeitos do sexo feminino com idade entre 11 e 14 anos.

No estudo foi utilizada uma bola de basquete oficial marca Penalty 6.4 (72-

74 cm de diâmetro, 510-560 gramas de peso) para o gênero feminino e uma bola de

basquete oficial marca Penalty 7.4 (75-77 cm de diâmetro, 600-675 gramas de peso)

para o gênero masculino; tais bolas são as mesmas usadas nos Jogos Colegiais do

Paraná. A altura do aro foi mantida em 3,05 metros.

A altura dos educandos foi determinada através de um estadiômetro marca

WCS, modelo WOOD com precisão de 0,1 cm. O peso através de uma balança

marca Filizola, modelo Personal, com precisão de 100 gramas.

Empregou-se também um teste de habilidade motora para avaliar a

qualidade e número de cestas convertidas, com arremessos tipo jump, nas três

distâncias propostas para a linha de lances livres e linha de três pontos. Para a

análise qualitativa dos arremessos de lance livre e três pontos foi utilizada uma ficha

de observação do tipo check list (OKAZAKI, 2006) e ficha de descrição do jump

(OKAZAKI, 2006; DAIUTO, 1974). Todos os arremessos foram filmados para análise

da técnica, contagem do número de cestas convertidas e o valor atribuído de

acordo com as características da cesta. Para a análise da técnica de arremesso e

quantificação das características da cesta foi utilizado ainda uma grelha de

observação, modificado de Okazaki (2006).

O teste de habilidade motora foi constituído por uma única série de 10 (dez)

arremessos de cada distância para a linha de lance livre e linha de três pontos

analisado-se as características mecânicas e precisão do arremesso, com o intuito de

analisar a qualidade do arremesso em função da distância. Realizou-se uma

modificação nos dois primeiros níveis de pontuação e descrição da trajetória do

arremesso, considerando-se a menor pontuação quando não ocorresse a conversão

da cesta e uma pontuação de valor 4 quando a bola atingisse a tabela e

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posteriormente passasse através da cesta. Para as demais pontuações e descrição

conservou-se a proposta de Okazaki (2006), como mostra o quadro 2.

Quadro 2 – Precisão e trajetória do arremesso

Pontos Descrição

2 A bola toca ou não o aro ou tabela e não passa através da cesta;

4 A bola atinge primeiro na tabela e passa através da cesta;

6 A bola toca a parte superior ou lateral do aro e passa através da cesta;

8 A bola toca a parte interna e posterior do aro e passa através da cesta;

10 A bola passa através da cesta sem atingir o aro.

Fonte: Okazaki, 2006, p.103 (modificado).

A análise estatística foi realizada através do programa BioEstat 5.0.

O nível de significância foi de p< 0,05.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra foi constituida por sujeitos na faixa etá ria entre 11 e 14 anos de

ambos os sexos, sendo 24 do sexo masculino (60%) e 16 do sexo feminino (40%)

(Tabela 1). Antes do inicio do estudo, todos os participantes e seus responsáveis

foram informados quanto aos procedimentos e assinaram o termo de consentimento

livre e esclarecido.

Tabela 1 – Número de sujeitos, de acordo com gênero e idade.

Faixa Etária Meninos Meninas Total11 anos 06 05 1112 anos 03 04 0713 anos 08 04 1214 anos 07 03 10Total 24 16 40

As três distâncias para os lances livres foram determinadas tendo como

parâmetro inicial a distância utilizada por adultos, adotada em escolas e nos Jogos

Colegiais, medidas porém, a partir do centro do aro. A regra oficial (FIBA, 2009) diz

que esta linha dista 5,80 metros a partir da margem mais interna da linha final.

Medida a partir do centro do aro a linha de lance livre fica distante 4,225 metros,

considerada portanto neste estudo como a maior distância (DL3).

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Para demarcar a menor distância de lance livre (DL1), primeiramente foi

determinado um valor de referência (X1), subtraindo-se a maior distância da linha de

três pontos (DTO – distância de três pontos oficial - 6,25 metros) da maior distância

da linha de lance livre (4,225 metros - DL3) adotada para o estudo. A seguir foi

estabelecida a metade deste valor e, para determinar a terceira distância subtraiu-se

da DL3.

X1 (metros) = DTO – DL3

X1(metros) = 6,25 – 4,225

X1 (metros) = 2,025

X1(metros) = 2,025

2

X1(metros) = 1.0125

DL1(metros) = DL3 – X1

DL1(metros) = 4,225 – 1,0125

DL1(metros) = 3,2125 ( ~ 3.22 metros)

A distância intermediária (DL2) foi determinada através da soma da DL1 e

DL3 dividindo-se o resultado encontrado por dois.

DL2 (metros) = DL3 + DL1

2

DL2 (metros) = 4,225 + 3,2125

2

DL2 (metros) = 3,7185 (~ 3,70 metros)

Para a determinação das distâncias da linha de três pontos tomou-se como

ponto de referência a distância oficial para adultos (6,25 metros). Esta foi

considerada a maior distância (DT3). Para a determinação da menor distância (DT1)

subtraiu-se DT1 de X1.

Para a determinação da distância intermediária de três pontos (DT2)

somaram-se as duas distâncias limites e o resultado dividiu-se por dois.

DT1 = DT3 – X1

DT1 (metros) = 6,25 – 1,0125

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DT1 (metros) = 5,2375 ( ~ 5,25 metros)

DT2 (metros) = DT3 + DT1

2

DT2 (metros) = 6,25 + 5,2375

2

DT2 (metros) = 5,74375 ( ~ 5,75 metros)

As medidas foram aproximadas para melhor clareza e utilização prática em

escolas.

Todas as distâncias foram demarcadas partir do centro do aro através de

uma linha perpendicular que tocava o solo. Deste ponto, em direção ao centro do

aro localizado no lado oposto, estendeu-se uma linha imaginária delimitado-se as

distâncias de 6,25 metros, 5,75 metros e 5,25 metros para as linhas de três pontos,

e 4,22 metros, 3,70 metros e 3,22 metros para as distâncias de lance livre (Quadro

3).

Quadro 3 – Distâncias de lance livre e três pontos adotadas no estudo

Distâncias das linhas de lance

livre

Distâncias das linhas de três

pontosDistância 1 3,22 metros 5,25 metrosDistância 2 3,70 metros 5,75 metrosDistância 3 4,22 metros 6,25 metros

O crescimento físico dos sujeitos da amostra é apresentado na tabela 2.

Comparando-se com a tabela da WHO (1995) os sujeitos do sexo masculino, com

11 anos de idade, apresentam menor estatura em média e peso dentro da faixa

considerada no percentil 50. As meninas, para esta faixa etária, apresentam estatura

dentro da faixa de normalidade porém, com maior peso. Na faixa etária de 12 anos,

todos os valores estão dentro da normalidade exceto a estatura das meninas, que

apresentaram menor crescimento. Para a faixa etária de 13 anos, os meninos são

mais altos e pesados e as meninas estão dentro da faixa de normalidade. Na faixa

etária de 14 anos enquanto a estatura dos meninos apresenta-se dentro da faixa de

normalidade as meninas são mais altas. Quanto à variável peso tanto meninos e

meninas são mais pesados.

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Particularmente ao se observar a estatura das meninas aos 14 anos de idade

verifica-se que são mais altas que os meninos da mesma faixa etária. Esta diferença

pode ser explicada pela tradição e maior procura pelo basquetebol feito pelas

meninas na região norte do município na idade de especialização do desporto.

Tabela 2 – Médias e desvio-padrão de altura e peso por faixa etária e gênero

Faixa Etária Meninos MeninasEstatura (cm) Peso (kg) Estatura (cm) Peso (kg)

11 anos 142,5 +8,5 38,0 +11,6 149,4 +4,3 45,8 +12,212 anos 152,3 +9,2 39,7 +6,7 149,3 +3,3 43,3 +3,813 anos 167,1 +4,7 54,3 +8,5 159,5 +5,9 48,8 +5,314 anos 167,3 +7,1 58,7 +19,6 170,3 +11,6 64,3 +10,7

A qualidade dos arremessos, neste estudo, foi considerada através de um

instrumento que avaliava a trajetória da bola no momento da cesta e traduzindo-a

em valores entre 2 e 10. O valor 2 foi considerado para um arremesso de trajetória

imperfeita e 10 um arremesso perfeito, sem que a bola tocasse qualquer parte do

aro ou tabela. A figura 1 mostra que o maior número de arremessos perfeitos foi

convertido a partir da distância mais próxima ao aro, considerando a amostra como

grupo único.

Figura 1 – Qualidade dos arremessos nas distâncias de lances livres

Qualidade dos arremessos de lances livres

0

500

1000

1500

2000

Distâncias dos arremessos

Qualidade 1810 1668 1456

1 2 3

Entretanto, para as linhas de três pontos (figura 2) a distância intermediária foi

a que apresentou maior qualidade. Esta diferença pode ser explicada pela

motivação em arremessar de uma linha de três pontos mais próxima do que a linha

oficial porém, não tão próxima que não oferecesse um desafio. Esta constatação

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pode ser verificada durante a aplicação do projeto quando alunos experientes e não

experientes de aulas regulares e atletas puderam jogar e experimentar as diversas

distâncias das linhas. Os resultados foram mensurados através de questionário que

analisou a distância ideal para a idade e a distância mais justa a ser aplicada em

uma competição. Para a faixa etária de 11 e 13 anos de alunos não experientes, a

linha de lance livre considerada ideal para a idade foi a mais próxima do aro; para a

faixa etátia de 12 anos a linha de lance livre mais próxima do aro e a intermediária

tiveram o mesmo destaque; para a faixa etária de 14 anos a distância intermediária

foi a escolhida. Quando se considerou os alunos experientes, a faixa etária de 11, 12

e 13 anos as distâncias mais próxima do aro e intermediária foram as mais citadas;

para a faixa etária de 14 anos a distância oficial obteve maior destaque.

Para a linha de três pontos os alunos experientes de 12 a 14 anos preferiram

a linha intermediária em uma competição. As principais justificativas para a escolha

das linhas recairam sobre a facilidade na realização do gesto do arremesso, em

virtude do tamanho e peso da bola, maior número de pontos marcados e justiça nas

competições.

Figura 2 – Qualidade dos arremessos nas distâncias de três pontos

Qualidade dos arremessos de três pontos

1000

1100

1200

1300

Distâncias dos arremessos

Qualidade 1158 1252 1122

1 2 3

A figura 3 mostra o número de cestas convertidas considerando-se dois

agrupamentos etários. O grupamento de 13 e 14 anos de idade converteu mais

pontos nas três distâncias de lance livre que o grupamento de 11 e 12 anos. Nota-se

que a difereça entre o número de cestas feitas entre a distância D1 e D2 são

menores que o número de cestas convertidas entre a distância D2 e D3 em ambos

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os grupos. Esta diferença pode auxiliar na explicação da preferência pela escolha da

distância D2 pelos sujeitos da amostra.

Figura 3 – Cestas de lance livre convertidas por grupamento etário

Número de cestas convertidas de lance livre por agrupamento etário

0

20

40

60

80

100

120

Distâncias de lance livre

Cestas convertidas 13 e 14 anos 113 105 81

Cestas convertidas 11 e 12 anos 68 55 39

1 2 3

As cestas convertidas nas distâncias de três pontos mostram a superioridade

do grupamento de 13 e 14 anos (figura 4). A distância que mostrou maior diferença

entre os grupos foi a distância D3 (40 cestas convertidas) confirmando algumas

variáveis importantes para a execução de arremessos de longa distância, já

demonstradas na literatura, como a força, tamanho da bola e altura do aro.

Deve-se observar também que a maioria dos arremessos realizados na

distância D3, pelo grupamento de 11 e 12 anos, não chegou próximo ao aro e

quando a cesta foi convertida o esforço foi incompatível com a faixa etária e a

mecânica de arremesso foi comprometida.

Figura 4 – Cestas de três pontos convertidas por grupamento etário

Número de cestas convertidas de três pontos por agrupamento etário

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Distâncias de três pontos

Cestas convertidas 13 e 14 anos 71 57 49

Cestas convertidas 11 e 12 anos 33 21 9

1 2 3

A análise comparativa foi realizada através do teste t de student e Correlação

de Pearson. Ao considerarmos todos os sujeitos como um único grupo não

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observamos diferenças estatísticas nas comparações entre as distâncias de lances

livres e três pontos no tocante á qualidade do arremesso, conforme tabela 3.

Tabela 3 – Qualidade do arremesso - resultados do teste t e correlação de Pearson

grupo único

Qualidade dos ArremessosLance Livre Três Pontos

Distâncias t p r t p rD1 – D2 0.6833 0.532 0.8556 -0.4652 0.666 0.9124D1 – D3 1.2010 0.296 0.7184 0.1587 0.882 0.9357D2 – D3 1.2531 0.278 0.9104 1.0693 0.345 0.9937

A tabela 4 mostra que quando comparados por grupamento etário, a

qualidade do arremesso na faixa etária de 13 e 14 anos também não apresenta

diferença estatística entre as distâncias de lances livres e três pontos. Semelhante

achado também se deu para a faixa etária de 11 e 12 anos, conforme a tabela 5.

Tabela 4 – Qualidade do arremesso - resultados do teste t e correlação de Pearson

para a faixa etária de 13 e 14 anos

ArremessosLance Livre Três Pontos

Distâncias t p r t p rD1 – D2 0.7899 0.475 0.9133 0.8945 0.422 0.9672D1 – D3 0.9845 0.381 0.7509 1.2462 0.282 0.9624D2 – D3 1.0240 0.363 0.9193 0.8691 0.437 0.9858*p<0.05

Tabela 5 – Qualidade do arremesso - resultados do teste t e correlação de Pearson

para a faixa etária de 11 e 12 anos

ArremessosLance Livre Três Pontos

Distâncias t p r t p rD1 – D2 0.2230 0.834 0.6949 1.1579 0.312 0.9949D1 – D3 1.1697 0.307 0.8019 1.0630 0.348 0.9611D2 – D3 1.3509 0.248 0.9129 0.9990 0.374 0.9944

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*p<0.05

Apesar de não ser encontradas diferenças entre as distâncias quanto à

qualidade do arremesso, o número de cestas convertidas foi influenciado pelo

aumento da distância. Comparando-se a distância D1 e D3 para o grupo de 13 e 14

anos, tanto para a distância de lances livres como para a distância de três pontos,

encontrou-se diferença estatística quando comparadas a outras distâncias (tabela

6). Para o grupo de 11 e 12 anos as comparações entre as distâncias sofreram

maiores diferenças (tabela 7). Estes resultados estão de acordo com as

observaçãoes de Okazaki et al (2006, p.9) quando afirmam que “a precisão do

arremesso é diminuida quando a distância do arremesso em relação à cesta é

aumentada”.

Tabela 6 – Cestas convertidas - resultados do teste t e correlação de Pearson para a

faixa etária de 13 e 14 anos

ArremessosLance Livre Três Pontos

Distâncias t p r t p rD1 – D2 0.8015 0.432 0.6467 1.5999 0.125 0.6361D1 – D3 3.2692 0.004* 0.5413 3.2404 0.004

*

0.7396

D2 – D3 2.0423 0.054 0.5027 0.8101 0.427 0.5099*p<0.05

Tabela 7 – Cestas convertidas - resultados do teste t e correlação de Pearson para a

faixa etária de 11 e 12 anos

ArremessosLance Livre Três Pontos

Distâncias t p r t p rD1 – D2 1.7255 0.103 0.3964 2.3805 0.029* 0.6194D1 – D3 3.6918 0.002* 0.4419 3.8873 0.001* 0.1032D2 – D3 2.2039 0.042* 0.2486 2.1292 0.048* 0.2486*p<0.05

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Para a análise técnica do arremesso foi elaborado um instrumento tipo check

list com a descrição do movimento do arremesso tipo jump (Okazaki, 2006; Daiuto,

1974). Foram atribuidos 01 (um) ponto em cada fase do arremesso quando este

estava compatível com a descrição feita na literatura e 00 (zero) pontos quando a

fase do arremesso não tinha as características descritas. Os resultados da análise

técnica do arremesso foram agrupados em uma única tabela não havendo

separação por faixa etária. A tabela 8 apresenta os valores e percentuais de acerto e

erro para cada característica e fase do arremesso de lance livre e a tabela 9 para o

arremesso de três pontos.

Observa-se que quando a distância é aumentada ocorrem compensações

mecânicas para que a bola seja lançada. A partir da fase de elevação da bola o

percentual de deficiência técnica ou erro técnico aumentaram concomitantemente à

distância.

A tabela 9 apresenta os resultados para o arremesso de três pontos nas três

distâncias propostas. Também foram achados percentuais altos de deficiência

técnica conforme a distância foi aumentada. Okazaki et al (2008) ao comparar a

coordenação do arremesso de jump de adultos e crianças verificou que, nestes

últimos, a extensão do cotovelo é o movimento mais importante na execução do

arremesso por maximizar a velocidade no instante do lançamento da bola. Outro

achado nas observações deste estudo foi a pouca utilização da flexão do punho na

finalização do arremesso por alguns sujeitos da amostra. Okazaki et al (2006)

sustentam que a flexão do punho é uma importante variável no lançamento da bola

em função da distância do arremesso e não somente na sua precisão.

Tabela 8 -Análise descritiva do arremesso de lance livre

D1 D2 D3Preparação sim não sim não sim não1. Pés separados na largura do ombro. 40 00 40 00 40 002. Bola segura à altura da cintura. 40 00 40 00 40 003. Bola segura pelos dedos e parte calosa das

mãos.40 00 40 00 40 00

4. Mão de apoio ao lado da bola. 40 00 40 00 40 005. Olhos fixos no aro. 40 00 40 00 40 006. Joelhos semi-flexionados 40 00 40 00 40 00

TOTAL240

(100%)

00

(00%)

240

(100%)

00

(00%)

240

(100%)

00

(00%)

Elevação da bola sim não sim não sim não1. Bola entre a orelha e o ombro 23 17 26 14 30 102. Cotovelo posicionado embaixo da bola 34 06 17 23 20 203. Início do salto 35 05 40 00 22 18

92 28 83 37 72 48

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TOTAL(76,7%) (23,3%) (69,1%) (30,9%) (60%) (40%)

Estabilidade sim não sim não sim não1. Salto 35 05 40 00 22 182. Início da extensão do braço de arremesso. 30 10 30 10 22 18

TOTAL65

(81,2%)

15

(18,8%)

70

(87,5%)

10

(12,5%)

44

(55%)

36

(45%)

Lançamento sim não sim não sim não1. Extensão do cotovelo. 33 7 33 7 20 202. Flexão do punho. 25 15 25 15 28 12

TOTAL58

(72,5%)

22

(27,5%)

58

(72,5%)

22

(27,5%)

48

(60%)

32

(40%)

Inércia e aterrissagem sim não sim não sim não1. Olhos fixos no aro. 09 31 10 30 10 302. Queda em equilíbrio 14 26 15 25 05 353. Palma da mão de arremesso paralela ao chão

e dedos apontados para o aro.15 25 15 25 10 30

TOTAL 38

(31,7%)

82

(68,3%)

40

(33,3%)

80

(66,7%)

25

(20,8%)

95

(79,2%)

Tabela 9 -Análise descritiva do arremesso de três pontos

D1 D2 D3Preparação sim não sim não sim não1. Pés separados na largura do ombro. 40 00 40 00 40 002. Bola segura à altura da cintura. 40 00 40 00 40 003. Bola segura pelos dedos e parte calosa das

mãos.40 00 40 00 40 00

4. Mão de apoio ao lado da bola. 40 00 40 00 40 005. Olhos fixos no aro. 40 00 40 00 40 006. Joelhos semi-flexionados 40 00 40 00 40 00

TOTAL240

(100%)

00

(00%)

240

(100%)

00

(00%)

240

(100%)

00

(00%)

Elevação da bola sim não sim não sim não1. Bola entre a orelha e o ombro 34 06 34 06 38 022. Cotovelo posicionado embaixo da bola 34 06 35 05 35 053. Início do salto 34 06 34 06 35 05

TOTAL102

(85%)

18

(15%)

103

(85,8%)

17

(14,2%)

108

(90%)

12

(10%)

Estabilidade sim não sim não sim não1. Salto 34 06 34 06 05 352. Início da extensão do braço de arremesso. 40 00 40 00 32 08

TOTAL74

(92,5%)

06

(7,5%)

74

(92,5%)

06

(7,5%)

37

(46,3%)

43

(53,7%)

Lançamento sim não sim não sim não1. Extensão do cotovelo. 35 05 30 10 13 272. Flexão do punho. 33 07 38 02 38 02

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TOTAL68

(85%)

12

(15%)

68

(85%)

12

(15%)

51

(63,8%)

29

(36,2%)

Inércia e aterrissagem sim não sim não sim não1. Olhos fixos no aro. 40 00 40 00 40 002. Queda em equilíbrio 09 31 03 37 00 403. Palma da mão de arremesso paralela ao chão

e dedos apontados para o aro.20 20 20 20 15 25

TOTAL 69

(57,5%)

51

(42,5%)

63

(52,5%)

57

(47,5%)

55

(45,8%)

65

(54,2%)

CONCLUSÃO

De acordo com os resultados analisados anteriormente podemos concluir

que as distâncias da linha de lance livre e de três pontos devem merecer atenção

especial por parte dos educadores quando as mesmas fizerem parte, nas aulas de

Educação Física, da vivência e experimentação do basquetebol.. Portanto, as

adaptações nas regras, de acordo com as capacidades e limitações dos jovens, são

importantes para o desempenho de uma tarefa, acrescentando variabilidade e

desafios que contribuirão para o desenvolvimento motor, social, emocional e

cognitivo de crianças e adolescentes.

Ainda de acordo com o tratamento dos dados coletados, para os sujeitos

desta amostra o aumento da distância influenciou na qualidade do arremesso assim

como houve diferenças significativas no número de cestas convertidas de acordo

com a faixa etária utilizando-se bola e altura da cesta oficiais.

Para ambas as faixas etárias a qualidade do arremesso não apresentou

diferenças estatisticamente significativas. Porém, quando analisou-se a mecânica do

arremesso observou-se que o aumento da distância modificou o gesto técnico do

arremesso.

Para a faixa etária de 13 e 14 anos as comparações entre as distâncias de

lances livres mostraram que houve diferença entre a distância D1 e D3. Entretanto,

entre as distâncias D2 e D3 há uma pequena diferença estatística. Para a distância

de três pontos a comparação entre a distância D! e D3 apresentou diferença

significativa. De acordo com os resultados pode-se concluir que para a faixa etária

de 13 e 14 anos a distância D2 (3,70 metros) para o lance livre e D2 (5,75 metros)

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para a linha de três pontos contribuiriam para a melhoria técnica e fortalecimento da

auto eficácia dos educandos.

A faixa etária de 11 a 12 anos apresentou diferenças entre as distâncias D2 e

D3 e D1 e D3, para a linha de lance livre, e para as comparações entre todas as

distâncias de três pontos. Pode-se concluir, baseando-se nos resultados, que a

distância para a linha de lance livre mais apropriada para esta faixa etária é a D2

(3,70 metros) e para a linha de três pontos a distância D1 (5,25 metros).

Sugere-se que novos estudos considerem outras variáveis em função da

distância como o tamanho da bola e altura do aro, ambiente competitivo e gênero.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus “alunos do basquete” pela paciência e dedicação.

Agradeço ao Prof. Ms Elton Antônio Valentini, Prof. Ms Samuel Bellindo, Prof. Ddo

Pedro Ferreira Reis, do Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu – CESUFOZ,

pelas sugestões.

Agradeço ao Prof. Esp. Valter Luis Vargas dos Santos, do Colégio Estadual Prof.

Flávio Warken pelo auxílio nas correções.

Agradeço ao Prof. Ms Paulo Henrique Santos Fonseca pelas orientações. Aparar as

arestas iniciais é sempre mais difícil. Obrigado.

Agradeço à Prof. Dra Carmem Elisa Henn Brandl por acreditar que era possível.

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