4
Adivinhações, ditados e expressões populares Ditados “Toda araruta tem seu dia de mingua.” – o mesmo que “um dia é da caça outro do caçador” = A dificuldade de hoje pode se transformar em sucesso, amanhã. “Barriga cheia, coração contente” – A euforia alegria que a comida traz. “Quando você ia com os cajus, eu já vinha com as castanhas” – Quando você propôs a questão, eu já tinha o resultado. “Coco velho é que dá bom azeite.” – Valorização da experiência de vida. “Onde a fumaça há fogo.” – O boato nem sempre é destituído de veracidade. “Não cuspas no prato que come.” – Não sejas ingrato. Expressões populares Abacaxi – coisa complicada, caso de difícil solução. Dar em água – Ir mal, dar em nada. Angu-de-caroço – Complicação, disputa, briga. Virar bagaço – Feio, doente, acabado. Banana – Molenga, sem vontade própria. Apanhado com a boca na botija – Pegado em flagrante. Dar o bolo – Faltar ao encontro.

Adivinhações

Embed Size (px)

DESCRIPTION

texto

Citation preview

Page 1: Adivinhações

Adivinhações, ditados e expressões populares

Ditados“Toda araruta tem seu dia de mingua.” – o mesmo que “um dia é da caça outro do caçador” = A dificuldade de hoje pode se transformar em sucesso, amanhã.

“Barriga cheia, coração contente” – A euforia alegria que a comida traz.

“Quando você ia com os cajus, eu já vinha com as castanhas” – Quando você propôs a questão, eu já tinha o resultado.

“Coco velho é que dá bom azeite.” – Valorização da experiência de vida.

“Onde a fumaça há fogo.” – O boato nem sempre é destituído de veracidade.

“Não cuspas no prato que come.” – Não sejas ingrato.

Expressões populares

Abacaxi – coisa complicada, caso de difícil solução.

Dar em água – Ir mal, dar em nada.

Angu-de-caroço – Complicação, disputa, briga.

Virar bagaço – Feio, doente, acabado.

Banana – Molenga, sem vontade própria.

Apanhado com a boca na botija – Pegado em flagrante.

Dar o bolo – Faltar ao encontro.

Café pequeno – Coisa sem importância, insignificante.

Dar colher de chá – Oferecer facilidade, gratuitamente.

Fogo de palha – impressão passageira, entusiasmo de momento.

Adivinhações

Tem pé, cabeça,

Page 2: Adivinhações

tem cabelo em trança; também tem dente e não tem corpo de gente: ALHO.

Verde foi meu nascimento,infeliz a minha sorte:o primeiro filho que tivefoi causa da minha morte: BANANEIRA.

Antes da mãe nascer,a filha já está de fora;a mãe amarelou de um susto,a filha morreu queimada: CAJU E CASTANHA.

Moro no poço e tenho a carne dentro do osso: CARANGUEJO.

Está no choco, mas não é galinha;late que late e não é cachorrinha: CHOCOLATE.

No mato sou verde,na estrada sou preto,na cozinha sou vermelhoe morto sou cinzento: CARVÃO.

Nasci trepado ao relento,mas tive de me criar;meu nome tem quatro sílabas,mas uma é pra encabular: MARACUJÁ.

Redondinho, redondão,Não tem porta nem portão: OVO.

Nasci na água,na água me criei,se na água me botaremna água morrerei: SAL

Page 3: Adivinhações

Alvo de pesquisas de antropólogos e sociólogos, a exemplo de Câmara Cascudo, Numes Pereira, Mathias Assunção e muitos outros; o cuxá carrega uma tradição secular afro-brasileira, e tem sido louvado em prosa e verso, haja vista o extenso e apaixonado poema que lhe dedicou Arthur Azevedo, e no qual, reivindicava, há mais de século, a naturalidade maranhense do cuxá, e do qual transcrevemos o seguinte trecho:

(...)

Porque – deixa que t’o diga – Esse prato maranhenseAo Maranhão só pertenceE outra parte não há.Aqui fazem-no bem feito(Negá-lo não há quem ouse);Mas... falta-lhe “quelque chose”;Não é arroz de cuxá.

Pois aqui há bom quiaboE bem bom camarão seco;Há vinagreira sem peco;Bom gergelim também há!E o prato aqui preparado,Do nosso mal se aproxima!Acaso também o climaInflui no arroz de cuxá?

Ora, qual clima! qual nada!É o mesmo quitute, creio;Falta-lhe apenas o meio;Nos seus domínios não está.No Maranhão preparado.Naturalmente aconteceQue sendo o mesmo, pareceSer outro arroz de cuxá.

Eu, quando o como, revejoEntre a cheirosa fumaça,Passado que outra vez passaCom que eu não contava já;Portanto não me perguntes...Não me perguntes, amigo,Se eu quero amanhã, contigo, Comer arroz de cuxá.

Page 4: Adivinhações