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Adivinhações, ditados e expressões populares
Ditados“Toda araruta tem seu dia de mingua.” – o mesmo que “um dia é da caça outro do caçador” = A dificuldade de hoje pode se transformar em sucesso, amanhã.
“Barriga cheia, coração contente” – A euforia alegria que a comida traz.
“Quando você ia com os cajus, eu já vinha com as castanhas” – Quando você propôs a questão, eu já tinha o resultado.
“Coco velho é que dá bom azeite.” – Valorização da experiência de vida.
“Onde a fumaça há fogo.” – O boato nem sempre é destituído de veracidade.
“Não cuspas no prato que come.” – Não sejas ingrato.
Expressões populares
Abacaxi – coisa complicada, caso de difícil solução.
Dar em água – Ir mal, dar em nada.
Angu-de-caroço – Complicação, disputa, briga.
Virar bagaço – Feio, doente, acabado.
Banana – Molenga, sem vontade própria.
Apanhado com a boca na botija – Pegado em flagrante.
Dar o bolo – Faltar ao encontro.
Café pequeno – Coisa sem importância, insignificante.
Dar colher de chá – Oferecer facilidade, gratuitamente.
Fogo de palha – impressão passageira, entusiasmo de momento.
Adivinhações
Tem pé, cabeça,
tem cabelo em trança; também tem dente e não tem corpo de gente: ALHO.
Verde foi meu nascimento,infeliz a minha sorte:o primeiro filho que tivefoi causa da minha morte: BANANEIRA.
Antes da mãe nascer,a filha já está de fora;a mãe amarelou de um susto,a filha morreu queimada: CAJU E CASTANHA.
Moro no poço e tenho a carne dentro do osso: CARANGUEJO.
Está no choco, mas não é galinha;late que late e não é cachorrinha: CHOCOLATE.
No mato sou verde,na estrada sou preto,na cozinha sou vermelhoe morto sou cinzento: CARVÃO.
Nasci trepado ao relento,mas tive de me criar;meu nome tem quatro sílabas,mas uma é pra encabular: MARACUJÁ.
Redondinho, redondão,Não tem porta nem portão: OVO.
Nasci na água,na água me criei,se na água me botaremna água morrerei: SAL
Alvo de pesquisas de antropólogos e sociólogos, a exemplo de Câmara Cascudo, Numes Pereira, Mathias Assunção e muitos outros; o cuxá carrega uma tradição secular afro-brasileira, e tem sido louvado em prosa e verso, haja vista o extenso e apaixonado poema que lhe dedicou Arthur Azevedo, e no qual, reivindicava, há mais de século, a naturalidade maranhense do cuxá, e do qual transcrevemos o seguinte trecho:
(...)
Porque – deixa que t’o diga – Esse prato maranhenseAo Maranhão só pertenceE outra parte não há.Aqui fazem-no bem feito(Negá-lo não há quem ouse);Mas... falta-lhe “quelque chose”;Não é arroz de cuxá.
Pois aqui há bom quiaboE bem bom camarão seco;Há vinagreira sem peco;Bom gergelim também há!E o prato aqui preparado,Do nosso mal se aproxima!Acaso também o climaInflui no arroz de cuxá?
Ora, qual clima! qual nada!É o mesmo quitute, creio;Falta-lhe apenas o meio;Nos seus domínios não está.No Maranhão preparado.Naturalmente aconteceQue sendo o mesmo, pareceSer outro arroz de cuxá.
Eu, quando o como, revejoEntre a cheirosa fumaça,Passado que outra vez passaCom que eu não contava já;Portanto não me perguntes...Não me perguntes, amigo,Se eu quero amanhã, contigo, Comer arroz de cuxá.