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GESTÃO DE CONTRATOS DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA PAULO CEZAR MARCELLINO FIGUEIREDO

ADMINISTRAÇÃO DE CONTRATOS DE OBRAS E SERVIÇOS DE … · processo de dispensa ou inexigibilidade (Artigo 26 da LF ... Artigo 7, § 2º. , Inciso III, condiciona a licitação à

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GESTÃO DE CONTRATOS DE OBRAS E SERVIÇOS DE

ENGENHARIA

PAULO CEZAR MARCELLINO FIGUEIREDO

Gestão de Contratos de Obras e Serviços de Engenharia

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ÍNDICE I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4

II. APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 5 III. MÓDULO ”A” – DA LICITAÇÃO À NOMEAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO ................................. 6

1. LICITAÇÃO ........................................................................................................................ 6

1.1 DEFINIÇÕES E LEGISLAÇÃO EXISTENTE ................................................. 6

1.2 RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS .................................................................. 9

1.3 EDITAL DE LICITAÇÃO ................................................................................. 9 1.4 DIVULGAÇÃO E PRAZO ............................................................................. 10

1.5 VENDA DOS EDITAIS DE LICITAÇÃO ....................................................... 11

1.6 ABERTURA DOS ENVELOPES ................................................................... 11

1.7 RESULTADO FINAL .................................................................................... 11

2. HOMOLOGAÇÃO DA LICITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DA DESPESA .......................... 12

3. EMISSÃO DA NOTA DE EMPENHO ............................................................................. 12

4. GARANTIA CONTRATUAL ............................................................................................ 12

5. CONTRATO ..................................................................................................................... 13

6. NOMEAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO ................................................................................. 13

IV. MÓDULO “B” – DO MEMORANDO DE INÍCIO ATÉ A EMISSÃO DO ATESTADO DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA ......................................... 14 1. MEMORANDO DE INÍCIO E DE COMUNICAÇÃO DE INÍCIO ............................................. 14

1.1 MEMORANDO DE INÍCIO ......................................................................................... 14 1.2 MEMORANDO DE COMUNICAÇÃO DE INÍCIO ...................................................... 14

2. EXECUÇÃO DO CONTRATO ............................................................................................... 15

2.1 FORMAS DE EXECUÇÃO ....................................................................................... 15 2.2 FISCALIZAÇÃO ....................................................................................................... 16 2.2.1 COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO ................................................................... 16

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2.3 CONTROLE DA OBRA ........................................................................................... 17 2.3.1 LIVRO DE OCORRÊNCIAS .................................................................... 18 2.3.2 BOLETIM DIÁRIO ................................................................................... 18 2.4 MEDIÇÃO DOS SERVIÇOS EXECUTADOS.......................................................... 19

2.5 MODIFICAÇÃO DAS QUANTIDADES CONTRATADAS, SEM ALTERAÇÃO DO VALOR CONTRATADO ......................................................................................... 19 2.6 MODIFICAÇÃO DO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO .............................. 20

2.7 PRORROGAÇÃO DO PRAZO CONTRATUAL .................................................... 20

2.8 SUSPENSÃO DA CONTAGEM DO PRAZO CONTRATUAL .............................. 21 2.9 MODIFICAÇÃO DAS QUANTIDADES CONTRATADAS, COM ALTERAÇÃO DO VALOR CONTRATADO ......................................................................................... 21

2.10 REAJUSTAMENTO DOS PREÇOS UNITÁRIOS................................................... 22

3. ACEITAÇÃO ....................................................................................................................... 22

3.1 ACEITAÇÃO PROVISÓRIA ................................................................................. 22

3.2 ACEITAÇÃO DEFINITIVA .................................................................................... 23 4. RESCISÃO CONTRATUAL ............................................................................................... 23 5. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS ....................................................................................... 24 6. DEVOLUÇÃO DA GARANTIA CONTRATUAL ................................................................ 24 7. ATESTADO DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA .......................................... 25

V. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 26

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I. INTRODUÇÃO Este trabalho foi idealizado, visando transmitir aos fiscais de contratos de obras e

serviços de engenharia, conhecimentos sobre as rotinas e procedimentos a cerca

da execução desses contratos, dentro da legislação vigente.

Versão atualizada em Janeiro / 2007

Paulo Cezar Marcellino Figueiredo Matrícula nº. 10/016.053-1

Engenheiro CREA / RJ nº. 81-1-07583-5 / D

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II. APRESENTAÇÃO Este trabalho será apresentado em dois grandes módulos:

MÓDULO “A” – Da licitação à nomeação da fiscalização.

MÓDULO “B” – Do memorando de início até a emissão do atestado

das obras e serviços de engenharia.

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III. MÓDULO “A" – DA LICITAÇÃO À NOMEAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

1. LICITAÇÃO

“Do latim LICITATIO (lançar em leilão, dar preço, oferecer lance, ...)

1.1 DEFINIÇÕES E LEGISLAÇÃO EXISTENTE

(Aconselhável a leitura dos Artigos 1 a 26 da Lei Federal nº. 8.666/93 e suas alterações – Lei das Licitações)

É o procedimento administrativo destinado a selecionar a proposta mais vantajosa para a administração. O objetivo é a contratação de bens e serviços dentro dos padrões previamente estabelecidos pela administração e que atendam os princípios básicos estabelecidos na CF-88, tais como: legalidade, impessoalidade, moralidade, economicidade, viabilidade, etc... Modalidades de Licitação (Artigo 22 da LF - 8.666/93):

- Concorrência – é a modalidade de licitação com ampla publicidade, a qual a Administração Municipal deve recorrer nos casos de aquisições e contratações de obras e serviços de grande porte, em que se admite a participação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que satisfaçam às condições do Edital de Licitação.

- Tomada de Preços – é a modalidade de licitação realizada entre

interessados, previamente cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o 3º. dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

- Convite – é a modalidade de licitação destinada às contratações

de pequeno valor, entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados, em número mínimo de seis, quando houver, pela Unidade Administrativa e convocados por escrito.

- Concurso

- Leilão

- Pregão

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Limites das Licitações (Artigo 23 da LF - 8.666/93): I – para obras e serviços de engenharia:

a) Convite ► até R$ 150.000,00 b) Tomada de Preços ► até R$ 1.500.000,00 c) Concorrência ► acima de R$ 1.500.000,00

II – para compras e serviços não referidos acima:

a) Convite ► até R$ 80.000,00 b) Tomada de Preços ► até R$ 650.000,00 c) Concorrência ► acima de R$ 650.000,00

O Artigo 24 da LF – 8.666/93, que trata das dispensas de licitações, bem como o Artigo 25, que trata da inexigibilidade de licitação por inviabilidade de competição, são outros dispositivos legais usados. Para viabilização do disposto nos Artigos 24 e 25, é necessário que o dirigente do órgão encaminhe à autoridade superior, para ratificação, o processo de dispensa ou inexigibilidade (Artigo 26 da LF – 8.666/93).

1.2 PREVISÃO DOS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS

Esta previsão está a cargo do setor de planejamento e orçamento do órgão, que disponibiliza, através da “RESERVA DE DOTAÇÃO”, os recursos necessários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes das obras ou serviços a serem executados no exercício financeiro vigente, de acordo com o respectivo cronograma. Após a indicação dos recursos, o setor de planejamento e orçamento encaminha o processo ao dirigente do órgão para autorizar a elaboração da minuta de edital de licitação. Fundamentação Legal: A Lei Federal nº. 8.666/93 e suas alterações – Lei das Licitações, em seu Artigo 7, § 2º. , Inciso III, condiciona a licitação à existência de previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executados no exercício financeiro em curso. A Lei Complementar nº. 101 de 04 de maio de 2001 – Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu Artigo 15, considera como não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público, a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam ao disposto nos Artigos 16 e 17 da referida Lei.

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A criação e expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa, será acompanhada de declaração do Ordenador de Despesa informando que o aumento tem adequação orçamentária anual e compatibilidade com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (Artigo 16, Inciso II da LC nº. 101). IMPORTANTE: NÃO SE PODE DAR ANDAMENTO AO PROCESSO

LICITATÓRIO, SEM QUE SE TENHA OS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS GARANTIDOS.

EXEMPLO DE PROGRAMA DE TRABALHO ( PT ) (Órgão) (U.O) SMO RIOLUZ PROJETO CODIFICAÇÃO SMF

15 . 52 . 15 . 452 . 0073 . 3 . XXX

ou

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FUNÇÃO

(URBANISMO) ATIVIDADE

SUB-FUNÇÃO (SERVIÇOS PÚBLICOS)

PROGRAMA (ILUMINAÇÃO PÚBLICA)

Define-se PROJETO e ATIVIDADE como os instrumentos de programação para alcançar objetivos previamente estabelecidos em um programa de governo. A diferença entre um e outro é o tempo de execução e o objetivo de cada um.

PROJETO é temporário e visa sempre a expansão governamental.

ATIVIDADE é permanente, visando a operacionalidade e a manutenção da ação governamental.

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EXEMPLOS DE NATUREZA DE DESPESA ( ND ) GRUPOS MODALIDADE ELEMENTO DESDOBRAMENTO CATEGORIA NATUREZA DE DE DO ELEMENTO FONTE DE ECONÔMICA DE DESPESA APLICAÇÃO DESPESA DE DESPESA RECURSOS

3 . 3 . 90 . 39 . 13 . 100 DESPESAS OUTRAS APLICAÇÕES OUTROS VEÍCULOS - ORDINÁRIO CORRENTES DESPESAS DIRETAS SERVIÇOS DE LOCAÇÃO DE NÃO CORRENTES TERCEIROS PESSOA VINCULADO (PESSOA JURÍDICA) JURÍDICA (TESOURO) GRUPOS MODALIDADE ELEMENTO DESDOBRAMENTO CATEGORIA NATUREZA DE DE DO ELEMENTO FONTE DE ECONÔMICA DE DESPESA APLICAÇÃO DESPESA DE DESPESA RECURSOS

4 . 4 . 90 . 51 . 04 . 100 DESPESA INVESTIMENTOS APLICAÇÕES OBRAS INSTALAÇÕES ORDINÁRIO DE CAPITAL CORRENTES DIRETAS E NÃO CORRENTES INSTALAÇÕES VINCULADO (TESOURO)

1.3 EDITAL DE LICITAÇÃO

Após autorização do dirigente do órgão, o processo é encaminhado ao setor de licitações para elaboração de uma minuta do edital de licitação. É parte integrante de um edital de licitação todos os seus anexos (planilha do orçamento da obra ou serviço; cronograma físico-financeiro; minuta de contrato; modelo de proposta de preços; modelo de carta de credenciamento; relação mínima de equipamentos; relação das parcelas de maior relevância; projeto(s) básico ou executivo; especificações; etc...) Uma vez pronta, a minuta é encaminhada ao setor jurídico para aprovação.

EXISTE UMA MINUTA PADRÃO APROVADA PELA PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO.

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Após aprovação do setor jurídico, o processo é encaminhado ao dirigente do órgão para autorização da abertura da licitação. Só após esta autorização, é que se pode marcar a licitação.

1.4 DIVULGAÇÃO E PRAZO

Ver § 2º. do Artigo 21 da LF – 8.666/93.

MODALIDADE

DE LICITAÇÃO

DIVULGAÇÃO

PRAZO

DE LICITAÇÃO

CONVITE PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO 05 DIAS APÓS

(DO-RIO) E POR CARTA-CONVITE, ENVIADA A 06 PUBLICAÇÃO EMPRESAS, NO MÍNIMO, ESCOLHIDAS PELA NO DO-RIO ADMINISTRAÇÃO.

TOMADA DE PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO 15 DIAS APÓS

PREÇOS (DO-RIO) E JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO PUBLICAÇÃO NO MUNICÍPIO E NO ESTADO. NO DO-RIO E NO JORNAL ( PREVALECE A QUE OCORRER MAIS TARDE )

CONCORRÊNCIA PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO 30 DIAS APÓS

(DO-RIO) E JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO PUBLICAÇÃO NO MUNICÍPIO E NO ESTADO. NO DO-RIO E NO JORNAL ( PREVALECE A QUE OCORRER MAIS TARDE )

NOTAS: 1) O prazo de licitação do tipo melhor técnica ou técnica e preço é de 45

dias após publicação no DO-RIO e jornal (§ 2º. do Artigo 21 da LF – 8.666/93).

2) A ratificação dos atos mencionados no item 1.1, deverá acontecer até

no máximo 03 dias após autorização pelo dirigente do órgão da dispensa ou inexigibilidade, para eficácia dos mesmos (Artigo 26 da LF – 8.666/93 ).

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1.5 VENDA DOS EDITAIS DE LICITAÇÃO

Após publicação no DO-RIO e no jornal, e até 48 horas antes da abertura dos envelopes é feita a venda dos editais de licitação. O edital de licitação por Convite não é vendido, é fornecido somente às empresas convidadas e àquelas que são cadastradas no Registro de Empreiteiros da Secretaria Municipal de Administração. Durante a venda e até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, podem ocorrer impugnações ao edital de licitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis ( art. 41 da LF – 8.666/93 ), sem prejuízo da faculdade prevista no §1º. do art. 113 do mesmo dispositivo legal. No caso da licitação pela modalidade de Tomada de Preços, a mesma só poderá ocorrer após análise e aprovação da Controladoria Geral do Município. No caso da licitação pela modalidade de Concorrência, a mesma só poderá ocorrer após comunicação expressa do Tribunal de Contas do Município, opinando pelo seu arquivamento. Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas ( § 4º. do art. 21 da LF – 8.666/93 ).

1.6 ABERTURA DOS ENVELOPES

O início da licitação, com a abertura dos envelopes, só se dará quando todos os procedimentos acima citados tiverem aprovação e arquivamento. A Comissão de Licitação, na análise das propostas, deverá seguir fielmente os termos do edital de licitação e da LF – 8.666/93.

1.7 RESULTADO FINAL

A Comissão de Licitação só se pronunciará quanto ao resultado final do certame, após julgamento das propostas e dos recursos, se houver, esgotados todos os prazos legais existentes. A seguir, a Comissão encaminhará o processo para o dirigente do órgão para conhecimento do resultado do certame, confirmação da reserva de dotação, e posterior homologação da licitação, autorização da despesa e da lavratura do contrato.

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2. HOMOLOGAÇÃO DA LICITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DA DESPESA

Ato expresso do dirigente do órgão, no qual ele aprova o resultado da licitação, adjudica seu objeto ao vencedor do certame, autoriza a despesa e a emissão de nota de empenho, e providencia a lavratura do contrato correspondente.

Acompanha o ato acima, a Nota de Autorização de Despesa – NAD, que

também é assinada pelo dirigente do órgão. Neste documento são explicitados todos os dados referentes à dotação orçamentária, ao adjudicatário, a licitação e tipo de despesa e empenho.

O referido ato é publicado no Diário Oficial do Município. Antes do ato de homologação, em função do resultado da licitação, deverá

ser feita a confirmação da Reserva de Dotação pelo setor de planejamento e orçamento do órgão.

3. EMISSÃO DA NOTA DE EMPENHO

Documento expedido pelo setor financeiro do órgão, com base nos dados discriminados na NAD.

Este documento é expedido antes da lavratura do contrato e seus dados

constam de cláusula específica do termo de contrato.

4. GARANTIA CONTRATUAL

Instrumento a ser fornecido pelo adjudicatário quando da assinatura do contrato. Destina-se à garantia de contratos administrativos relativos a execução de obras ou prestação de serviços de engenharia, bem como fornecimento de materiais ou outros serviços.

Caberá ao adjudicatário optar por uma das seguintes modalidades de

garantia (Artigo 56 da LF-8.666/93 e Artigo 445 do RGCAF):

- caução em dinheiro ou títulos da dívida pública; - seguro-garantia; - fiança bancária.

Usualmente são utilizados os seguintes percentuais para garantia contratual:

- para obras ► 1,5 % do valor contratado - para serviços de engenharia ► 2,0 % do valor contratado

Esta garantia contratual e seus complementos sé serão devolvidos após a

publicação da Aceitação Definitiva no caso de obra e da Aceitação Provisória no caso de serviço de engenharia (Artigo 465 do RGCAF).

Além da garantia acima citada, é retido como garantia para a perfeita

execução e funcionamento das obras ou serviços de engenharia, a parcela de 10% (dez por cento) do valor contratado, não devendo, conseqüentemente, a última fatura ser inferior a esse percentual. Esta parcela só será devolvida após a publicação da Aceitação Provisória

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da obra ou quando da publicação da Aceitação Definitiva do serviço de engenharia (Artigo 463 do RGCAF).

5. CONTRATO

Instrumento a ser assinado entre a Administração Pública e o adjudicatário, no qual devem constar com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

Hoje, ele é obrigatório nos casos de convite, tomada de preços e

concorrência, bem como dispensas e inexigibilidades. Após assinatura, é providenciada uma publicação resumida do instrumento

de contrato no Diário Oficial do Município, as expensas do contratado.

6. NOMEAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO

Ato do dirigente, normalmente através de resolução ou portaria, onde é designado um ou mais servidores para fiscalização do contrato.

Este ato é publicado no Diário Oficial do Município.

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IV. MÓDULO “B” – DO MEMORANDO DE INÍCIO ATÉ A EMISSÃO DO ATESTADO DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

1. MEMORANDO DE INÍCIO E DE COMUNICAÇÃO DE INÍCIO

1.1 MEMORANDO DE INÍCIO

O memorando de início será expedido pela fiscalização encarregada de prover a execução dos trabalhos, com a entrega da nota de empenho ou de outro documento contábil, bem como do cronograma oficial de desembolso. O memorando de início só poderá ser expedido quando não houver impecilhos ao início das obras ou dos serviços. Quando as condições locais impedirem a expedição do memorando de início, a fiscalização deverá, imediatamente, comunicar o fato ao setor a que estiver subordinada. O memorando de início (ver modelo na Resolução SMO nº. 169) será expedido pela fiscalização em 4 (quatro) vias, no mínimo, que terá seguinte destinação:

a) 1ª. Via – Firma adjudicatária; b) 2ª. Via – Processo da obra ou serviço; c) 3º. Via – Diretoria ou setor equivalente, a quem a

fiscalização está subordinada; d) 4ª. Via – Arquivo da fiscalização.

É condição indispensável para o recebimento do memorando de início, a apresentação, pela firma contratada, da matrícula no Cadastro Específico do INSS – CEI, referente ao Contrato celebrado, conforme previsto na legislação previdenciária vigente.

1.2 MEMORANDO DE COMUNICAÇÃO DE INÍCIO

O memorando de comunicação de início (ver modelo na Resolução SMO nº. 169) será expedido pela Diretoria ou setor equivalente a quem a fiscalização está subordinada, em 4 (quatro) vias, no mínimo, que terá seguinte destinação:

a) 1ª. Via – Gabinete da direção do órgão; b) 2ª. Via – Processo da obra ou serviço; c) 3º. Via – Órgão administrativo e financeiro do órgão; d) 4ª. Via – Arquivo da Diretoria ou setor equivalente.

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2 . EXECUÇÃO DE CONTRATOS

A vigência do contrato inicia-se na assinatura deste, exceto em casos excepcionais, por interesse da Administração Pública.

O contrato deverá ser executado fielmente de acordo com as cláusulas avençadas e as normas estabelecidas no edital de licitação ou na carta-convite, respondendo o inadimplente pelas conseqüências do descumprimento total ou parcial das obrigações assumidas e deverá ser acompanhado e fiscalizado por servidor especialmente designado (Artigo 66 da LF nº. 8.666/93).

O adjudicatário cumprirá o contrato empregando o material constante das especificações estabelecidas, correndo, as suas expensas e sem direito a qualquer indenização ou prorrogação de prazo, se convier à Administração, não só a demolição e a conseqüente reconstituição de qualquer obra realizada em desacordo com as condições estabelecidas e, ainda, a retirada e conseqüente substituição do material inadequado ou de má qualidade (Artigo 69 da LF nº. 8.666/93 e Artigo 483 do RGCAF).

Se não convier à Administração a demolição das obras realizadas em desacordo com o estabelecido, deverá (Artigo 484 do RGCAF):

a) ser constituída comissão especial composta de engenheiros, arquitetos

ou outros profissionais habilitados, conforme a natureza do trabalho, para apuração do valor daquelas obras que poderão ser aceitas;

b) na apuração do valor será considerada a redução de preço que leve em conta o menor custo de execução e a vida provável das obras assim realizadas;

c) a aceitação com redução de preço deverá ter concordância do adjudicatário.

2.1 – FORMAS DE EXECUÇÃO

As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:

I – execução direta – aquela que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios;

II – execução indireta – a que o órgão ou entidade contrata

com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes:

a) empreitada por preço global – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a

execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;

c) tarefa – quando se ajusta mão-de-obra para pequenos

trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de material;

d) empreitada integral – quando se contrata um

empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada

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até a sua entrega ao contratante em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada.

O contratado poderá subempreitar parte da obra ou serviço, desde que tenha a concordância da Administração e nos limites por ela estabelecidos (até 50% do valor contratado), sendo o contratado responsável pelo cumprimento das responsabilidades legais atribuídas ao subempreiteiro. Constitui motivo para rescisão do contrato a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratada com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidos no edital e no contrato.

2.2 - FISCALIZAÇÃO Cabe à Fiscalização, desde o início dos trabalhos até a aceitação definitiva, prover e verificar a perfeita execução do projeto e o atendimento das especificações e disposições contratuais. Para tanto poderá o fiscal promover ensaios de laboratórios, provas de carga e de resistência, inspeção de material e outros que entender convenientes. Estas despesas deverão ser custeadas pelo adjudicatário (Artigo 492 do RGCAF).

2.2.1 – COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO

Compete ao fiscal:

a) inteirar-se, em detalhe, de todas as cláusulas e condições do instrumento contratual e seus anexos, consultando, se necessário, os órgãos de contratação e/ou órgãos técnicos relacionados ao objeto, de forma que sejam cumpridas, pela contratada, todas as cláusulas contratuais; b) fiscalizar a qualidade técnica dos serviços, dentro dos padrões estabelecidos no projeto e/ou especificações; c) cuidar para que a contratada utilize procedimentos seguros e mantenha seu pessoal devidamente protegido, de forma a evitar acidentes. d) colaborar com a contratada, sugerindo-lhe melhores métodos de trabalho e exercendo fiscalização preventiva; e) manter diante da contratada uma postura sempre firme e adequada à situação; f) adotar posições bem definidas e coerentes para solução dos impasses que surgirem; g) fazer uso do bom senso na análise das ocorrências relativas ao instrumento contratual; h) agir de forma rígida e criteriosa na aplicação de sanções previstas no contrato, evitando que fatos importantes deixem de ser registrados;

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i) sensibilizar os diversos usuários do contrato sobre a necessidade de otimizar a utilização dos recursos disponíveis. j) solicitar a presença imediata dos responsáveis pela empresa contratada, sempre que o seu preposto se mostrar incapaz de solucionar qualquer tipo de problema.

As relações entre o fiscal e o contratado deverão ser sempre em caráter oficial, por meio do Livro de Ocorrências, ofício ou memorandos protocolizados e com atestação de recebimento pelo adjudicatário. No caso de recusa por parte do adjudicatário em tomar ciência ou conhecimento da comunicação ou, em casos que envolvam matéria relevante, deverá ser a comunicação feita através de publicação em Diário Oficial e uma cópia ser juntada ao processo instrutivo da obra ou serviço (Artigo 493 do RGCAF).

Compete exclusivamente à fiscalização:

a) proceder a entrega do empenho ao adjudicatário, mediante recibo no corpo do processo da obra ou serviço;

b) fornecer ao contratado os elementos complementares indispensáveis, inclusive documentação técnica e dados para alocação da obra;

c) autorizar providências necessárias junto a terceiros; d) elaborar, com a presença do contratado, a folha de

medição; e) elaborar pasta de documentos relativos à obra ou

serviço bem como a ficha de acompanhamento; f) informar sobre os pedidos de prorrogação,

modificação de quantidades, as instruções de modificações de projetos aprovados e alterações de prazos e cronogramas, suspensão ou rescisão de contrato, preparando os processos respectivos;

g) aplicar as penalidades de advertência e multa; h) informar sobre a oportunidade de designação de

comissão de aceitação provisória ou definitiva, preparando o processo para este fim;

i) solicitar à Administração parecer de especialistas, caso necessário;

j) tomar as demais providências específicas que lhe forem determinadas pela autoridade competente.

2.3 - CONTROLE DA OBRA

O controle da obra ou serviço será realizado pela fiscalização, através de:

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2.3.1 - LIVRO DE OCORRÊNCIAS

Caberá ao adjudicatário fornecer e manter no local da obra o Livro de Ocorrências, no modelo aprovado pela Secretaria Municipal de Obras, o qual será composto pelo conjunto de Boletins Diários;

2.3.2 - BOLETIM DIÁRIO

Este boletim deverá ser preenchido diariamente, sendo obrigatoriamente nele registrados:

1) pelo adjudicatário:

a) as condições metereológicas; b) as falhas nos serviços de terceiros que

independam da ingerência dele; c) as consultas a fiscalização; d) os acidentes ocorridos no decurso dos

trabalhos; e) as respostas às interpelações,

eventualmente feitas pela fiscalização; f) a eventual escassez de material, que resulte

em dificuldades para a obra ou serviço; g) outros fatos que, a juízo do adjudicatário,

devam ser objeto de registro.

2) pela fiscalização:

a) as considerações sobre os registros feitos em obediência às alíneas “a” e “b” acima;

b) as observações cabíveis sobre os registros do adjudicatário no Livro de Ocorrências;

c) as soluções possíveis para os problemas registrados pelo adjudicatário;

d) as restrições que lhe pareçam cabíveis a respeito do andamento dos trabalhos ou do desempenho do adjudicatário, seus prepostos e sua equipe;

e) as determinações de providências para o cumprimento do projeto e especificações;

f) outros fatos ou observações, cujo registro se torne conveniente ai trabalho da fiscalização.

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2.4 – MEDIÇÃO DOS SERVIÇOS EXECUTADOS

A medição dos serviços contratados será realizada a cada final de etapa ou mensalmente, ou intermediária a uma etapa ( em casos excepcionais) de acordo com o fixado no cronograma físico-financeiro. Quando a medição não atingir o valor previsto no cronograma, e a culpa pelo não atendimento for do adjudicatário, deverá a fiscalização assinalar na folha de medição o termo “OBRA EM ATRASO” e, tomar as providências cabíveis. Quando a culpa for do contratado, o mesmo é passível de multa, podendo ser relevada por ato do Ordenador da Despesa.

Considera-se não atingida a etapa, quando o valor medido para determinada etapa ficar abaixo 10% (dez por cento) do valor fixado.

Para cada medição será emitida, pelo adjudicatário, uma fatura correspondente. Somente em casos excepcionais, ou em caso de retenção contratual, será admitida a emissão de duas faturas para uma mesma medição.

Após cada medição, deverá o fiscal responsável pelo contrato, emitir o Boletim de Desempenho (instituído pelo Decreto “N” nº. 14574 de 07/02/96), com base nas inspeções realizadas durante a etapa medida, sem o qual a fatura não poderá ser liquidada.

Ressaltamos a necessidade de critério no momento de avaliação do contratado, quando da emissão do Boletim de Desempenho, a fim de que o desempenho reflita o discriminado na medição.

2.5 – MODIFICAÇÃO DAS QUANTIDADES CONTRATADAS, SEM ALTERA ÇÃO DO VALOR CONTRATADO (Artigo 482 do RGCAF)

No curso da execução dos contratos, poderão as quantidades dos itens constantes do orçamento oficial sofrer alterações, sem, no entanto, acarretar acréscimo de valor global:

a) a juízo exclusivo da fiscalização e sob sua inteira

responsabilidade, acrescer até 30% (trinta por cento) da quantidade prevista no orçamento oficial, por item;

b) em casos especiais, devidamente justificados e mediante prévia

autorização da autoridade que aprovar a licitação:

acrescer em percentagem superior a 30% (trinta por cento);

até 10% (dez por cento) do valor do contrato, substituir total ou parcialmente por outras quantidades de itens novos constantes da tabela de preços oficial do Município, desde que a alteração seja imprescindível à execução do contrato, e os preços

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unitários respectivos sejam relativos ao mês da tabela usada no orçamento oficial.

A proposição de modificação deverá ser devidamente justificada e deverá

ser acompanhada da ficha de alteração contratual instituída pela Resolução SMO 169, Artigos 44 e 46.

A modificação só será efetivada após aprovação do Ordenador da

Despesa, e com a lavratura de Termo Aditivo de Rerratificação ao Contrato inicialmente pactuado.

2.6 - MODIFICAÇÃO DO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO (Parágrafo Único do Artigo 480 do RGCAF)

No curso da execução das obras ou serviços de engenharia, o adjudicatário poderá solicitar alteração do cronograma físico-financeiro, inicialmente previsto no contrato, quando se verificar a impossibilidade de seu cumprimento, justificando seu pedido perante a Fiscalização, que o submeterá à autoridade competente com parecer prévio.

A modificação só será efetivada após aprovação do Ordenador da

Despesa, e com a lavratura de Termo Aditivo de Rerratificação ao Contrato inicialmente pactuado.

2.7 - PRORROGAÇÃO DO PRAZO CONTRATUAL (Artigo 57 da LF nº. 8.666/93 e Artigos 522 e 523 do RGCAF)

Quando convier ao interesse público, poderá o contrato ser prorrogado, desde que seja observado o seguinte:

I – a Fiscalização apreciará os pedidos e dará parecer, fixando, em

cada caso concreto, se a culpa do não cumprimento dos prazos cabe ou não ao adjudicatário;

II – a prorrogação de uma etapa não implica a prorrogação das demais

quando a culpa for do adjudicatário;

III – por motivos plena e expressamente aceitos pela Fiscalização, desde que a culpa não seja do adjudicatário, os prazos de etapas subseqüentes poderão ser prorrogados;

IV – os prazos de prorrogação serão estipulados segundo as condições

dos serviços e a conveniência da Administração Pública, nunca, porém, concedidos na sua totalidade, por período superior ao prazo inicial de execução das obras, do contrato ou da nota de empenho.

Compete ao adjudicatário provocar, dentro do prazo de vigência contratual, a manifestação da Administração e invocar as condições e circunstâncias que, a seu ver, o impedem de cumprir o prazo preestabelecido.

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A proposição de prorrogação deverá ser devidamente justificada e deverá ser acompanhada da ficha de alteração contratual instituída pelo Inciso I do Artigo 43 da Resolução SMO 169.

A modificação só será efetivada após aprovação do Ordenador da

Despesa, e com a lavratura de Termo Aditivo de Rerratificação ao Contrato inicialmente pactuado.

OBS.: Só poderão ser medidos serviços com cobertura de prazo

contratual.

2.8 - SUSPENSÃO DA CONTAGEM DO PRAZO CONTRATUAL (Artigo 524 do RGCAF) A Administração, quando convier ao interesse público, poderá suspender a execução do contrato, e, conseqüentemente, a contagem dos prazos, desde que sobrevenham razões justificadas.

No caso de suspensão de contagem de prazo, se o adjudicatário se sentir impossibilitado de cumprir o contrato, poderá solicitar a rescisão deste, cabendo-lhe apenas o recebimento dos serviços executados até a data da suspensão e, que estejam em condições de aceitação definitiva (Artigo 525 do RGCAF).

Nos casos de suspensão por tempo indeterminado, o reinício da execução do contrato e a contagem dos prazos serão autorizados por ato expresso da autoridade contratante (Artigo 526 do RGCAF).

A suspensão só deverá ser efetivada após aprovação do ordenador de despesa.

2.9 - MODIFICAÇÃO DAS QUANTIDADES CONTRATADAS, COM ALTERA ÇÃO DO VALOR CONTRATADO (Artigo 65 da LF nº. 8.666/93)

Os contratos pactuados poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos casos discriminados no dispositivo acima citado.

Vale ressaltar, que o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor contratado, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos. Quando da modificação ocorrer a criação de itens novos, deve ser respeitado o limite de 10% (dez por cento) imposto na alínea “b” do Inciso II do Artigo 482 do RGCAF.

A modificação só será efetivada após aprovação do Ordenador da Despesa, e com a lavratura de Termo Aditivo de Rerratificação ao Contrato inicialmente pactuado.

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2.10 - REAJUSTAMENTO DOS PREÇOS UNITÁRIOS (Decreto nº. 19810 de 23/04/2001)

Os preços contratados poderão sofrer reajustamento se no ato convocatório da licitação e no contrato houver cláusula com esta previsão e, quando o prazo contratual for superior a 24 (vinte e quatro) meses, e somente sobre a parcela que exceder esse prazo. O reajustamento será determinado pela variação do IPCA-E do IBGE, acumulado a cada 24 (vinte e quatro) meses, contados da data da assinatura de cada contrato. Não serão reajustados trabalhos de natureza exclusivamente técnica (ex: projetos de arquitetura, de estrutura, de instalações,...), materiais depositados na obra anteriormente à variação de preços e contratos que envolvam apenas fornecimento de material e equipamento. Após análise prévia, o reajustamento é autorizado pelo Ordenador da Despesa, podendo ser o mesmo registrado através de simples apostila no processo instrutivo (§ 8º. Do Artigo 65 da LF nº. 8.666/93). Porém, é usual no Município a lavratura de Termo Aditivo de Rerratificação ao Contrato inicialmente pactuado.

3 - ACEITAÇÃO DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

Executado o contrato, o seu objeto será recebido provisória ou definitivamente, de acordo com a opinião do fiscal, expedido em relatório sucinto, onde deverá ser informado o serviço executado, os ensaios de laboratório realizados, provas de carga o outros e, ainda, o estado das obras ou serviços (§ 1º. do Artigo 501 do RGCAF).

3.1 - ACEITAÇÃO PROVISÓRIA (alínea “a” do Inciso I do Artigo 73 da LF nº. 8.666/93 e Artigo 504 do RGCAF)

Será efetivada após concluídas as obras ou serviços de engenharia.

Após concluídas as obras ou serviços de engenharia contratados, o adjudicatário fará requerimento protocolizado, solicitando à Administração a aceitação provisória destes. Tal requerimento deverá estar acompanhado da Certidão Negativa de Débito (CND) junto ao INSS, do Certificado de Regularidade da Situação Fiscal junto ao FGTS e da quitação do ISS. Após o parecer da fiscalização, a autoridade providenciará a designação da comissão de aceitação composta por 03 (três membros) que lavrarão laudo de aceitação (Artigo 501 do RGCAF).

A aceitação provisória terá validade a partir da data da publicação no órgão oficial, do despacho da autoridade contratante. Estão dispensados do recebimento provisório a execução de serviços profissionais e obras e serviços de engenharia de valor até o previsto no art 23, inciso II, alínea “a” da Lei 8666/93, desde que não se componham

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de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade (Artigo 74, Lei 8666/93).

3.2 - ACEITAÇÃO DEFINITIVA (Alínea “b” do Inciso I do Artigo 73 da LF nº. 8.666/93 e Artigo 505 do RGCAF)

Dependerá sempre do transcurso dos prazos de garantia de conservação ou funcionamento, que não poderão ser inferiores a 90 (noventa) dias.

A fiscalização não precisa aguardar o requerimento do adjudicatário quanto a aceitação, para informar o fato à autoridade competente, se considerar estar concluída a obra ou serviço contratado.

O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil e profissional do contratado (§ 2º. do Artigo 73 da LF. nº. 8.666/93)

OBS.: Prazos de conservação : preparação de solo, base ou sub-base,

meios-fios, sarjetas, pavimentações, galerias de águas pluviais e drenagem – 180 (cento e oitenta) dias no mínimo.

4. RESCISÃO CONTRATUAL

Um contrato poderá ser rescindido se houver inexecução parcial ou total, com as conseqüências contratuais e as previstas em lei (Artigo 77 da LF nº. 8.666/93).

São motivos para a rescisão os discriminados no Artigo 78, da LF nº.

8666/93. A rescisão é de competência das autoridades que os celebram.

A rescisão poderá ser unilateral, amigável, ou judicial (Artigo 79 da LF nº. 8.666/93):

a) Unilateral – determinado por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos

enumerados nos Incisos I a XII e XVII do Artigo 78 da LF nº. 8.666/93; b) Amigável – por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação,

desde que haja conveniência para a Administração;

c) Judicial – nos termos da legislação vigente.

Quando for unilateral ou amigável, deverá ser fundamentada e precedida de autorização da autoridade competente.

Quando a rescisão ocorrer com base nos Incisos XII a XVII do Artigo 78 da

LF nº. 8.666/93, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito: a devolução da garantia; pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e pagamento do custo da desmobilização.

Para os casos acima, deverá ser designada Comissão Especial para

verificação e avaliação das obrigações parcialmente cumpridas pelo adjudicatário. O laudo da Comissão deverá atender ao disposto no Artigo 48 da Resolução SMO 169.

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Os casos de rescisão contratual serão formalmente nos autos do processo administrativo da obra ou serviço de engenharia, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

Toda e qualquer rescisão contratual só será efetivada após lavratura de

Termo de Rescisão ao Contrato inicialmente pactuado.

5. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

A recusa expressa ou não, do adjudicatário, em assinar o contrato dentro do prazo estipulado pela Administração, caracteriza-se como descumprimento total das obrigações assumidas, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas (Artigo 81 da LF nº. 8.666/93).

Pelo atraso injustificado na execução e na inexecução parcial ou total do

contrato, garantida a prévia defesa, poderão ocorrer as seguintes sanções (Artigos 86 e 87 da LF nº. 8.666/93 e Artigo 589 do RGCAF):

a) advertência; b) multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no

contrato;

c) suspensão temporária do direito de licitar e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a

Administração enquanto perdurarem os motivos que levaram a autoridade administrativas a aplicar a penalidade.

NOTA: Todas as penalidades e sanções administrativas imputadas ao contratado deverão ser comunicadas a todos os órgãos públicos, através de ofício-circular.

6. DEVOLUÇÃO DA GARANTIA CONTRATUAL (Artigo 465, § 2º. do RGCAF) O valor depositado inicialmente como garantia do contrato da obra ou do serviço, bem como seus complementos (se houver), só poderá ser devolvido após a publicação da aceitação definitiva dos serviços executados, junto ao Diário Oficial do Município. O adjudicatário deverá solicitar, por escrito, a devolução da garantia, que após análise da fiscalização, é encaminhada ao dirigente do órgão para autorização da devolução.

Após publicação da autorização no Diário Oficial do Município, o pedido é

encaminhado ao setor financeiro do órgão para providenciar a devolução.

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7. ATESTADO DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA A emissão de atestados que comprove a execução de obras ou serviços de engenharia pelas firmas contratadas, é de responsabilidade da fiscalização, que deverá elaborá-los com base no que dispõe a Resolução “SMO” nº. 652 de 03/09/97.

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BIBLIOGRAFIA - Lei de Licitações - Lei Federal nº. 8.666/93 e suas alterações.

- RGCAF – Regulamento Geral do Código de Administração Financeira e Contabilidade

Pública do Município do Rio de Janeiro, aprovado pelo Decreto nº. 3.221/81 e atualizado

pelo Decreto “N” nº. 15.350/96.

- Manual de Fiscalização – Aprovado pela Resolução “SMO” nº. 169/80.

- Decreto “N” nº. 17.783/99 – Dispõe sobre aperfeiçoamentos do SCO-RIO - Sistema de

Custos para Obras e Serviços de Engenharia.

- Resolução “SMO” nº. 676/99 – Institui o formulário e instruções para inclusão de itens

no SCO-RIO – Sistema de Custos para Obras e Serviços de Engenharia.

- Decreto “N” nº. 14.574/96 – Aprovou a Avaliação de Desempenho das empresas

contratadas para execução de obras e serviços de engenharia no Município do Rio de

Janeiro.

- Decreto nº. 19.810/01 – Dispõe sobre os critérios de reajustamentos de contratos no

âmbito da Administração Municipal Direta, Indireta e Fundacional.

- Resolução “SMO” nº. 652/97 – Dispõe sobre a emissão de atestados de obras e serviços

de engenharia.

- Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar nº. 101/2000.

- Resolução CGM nº. 660/06 – Atualiza o Manual de Normas e Procedimentos de Controle

Interno.