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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4677 • Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015 10 PATACAS

Pág. 2 Centrais

Portugueses continuam a ter“discriminação positiva”nos BIR, destaca José Cesário

José Alexandre Braga Gonçalves, o guardião da história do vinho em “Perfis da Nossa Gente”

Prisão preventivapara os seis suspeitosde rede de prostituição

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PSP rejeita apelos de taxistas para abrandar fiscalização

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Académicos de Coimbra estudam COTAI e impacto do Metro

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Politécnico ambicionaautonomia paraelevar salários

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12 associações protestam contradeclarações de Fong Chi KeongPelo menos 12 associações e grupos cívicos locais lançaram uma campanha de recolha de assinaturas em sinal de pro-testo contra as palavras do deputado Fong Chi Keong sobre a violência doméstica. Leonel Alves classificou as declarações de Fong como “retrogradas” e apelou ao pre-sidente da AL para ser “mais actuante” em casos do género.

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STDM garante cumprirleis laborais e prometecolaborar com a DSAL

A SDTM reagiu ontem à de-núncia de trabalhadores do restaurante “Palácio Lisboa”, que alegam ser vítimas de ex-ploração laboral, dizendo que está actualmente a “investi-gar e a analisar a situação”. Numa nota enviada ao JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU pelo gabinete do director--geral da empresa, refere-se ainda que a STDM “respei-tou sempre as leis laborais de Macau” e que pretende pro-videnciar “toda a colabora-ção” à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais” (DSAL) para garantir que os “direitos dos trabalhadores são protegidos de acordo com as leis de Macau”. Recorde--se que no início da semana, três dezenas de trabalhadores do restaurante Palácio Lis-boa, situado no rés-do-chão do hotel, apresentaram uma queixa na DSAL, acusando a entidade patronal de explora-ção laboral. O deputado José Pereira Coutinho apoiou a iniciativa dos funcionários, cuja situação dizem arrastar--se “há vários anos”. Falta de pagamento de horas extraor-dinárias e de subsídios do tra-balho nocturno são algumas das queixas.

Adição ao jogo agrava-seentre os mais jovensA associação Rede de Serviços Juvenis Bosco manifes-ta-se preocupada pelo facto de haver mais jovens a jo-gar em Macau. De uma percentagem de 3,8% em 2013

passou-se para uma prevalência do jogo entre jovens de 9,1%. Ao mesmo tempo, a adesão ao jogo online também se agravou, subindo de 5,8% para 8,2%. Pág. 5

Denunciado “ataque” ao patrimóniono Quartel de S. FranciscoPág. 3

VIZEU PINHEIRO LAMENTA INTERVENÇÃO “INCOMPREENSÍVEL”

02 JTM | LOCAL Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015

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JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Dinis • Director: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: André Jegundo e Pedro André Santos (Editores), Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói (jtmpublicidade@yahoo.com) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: jtmagenda@yahoo.com (serviço geral)

Santa Casa e APOMAC receberam José Cesário

Fátima Almeida

JOSÉ CESÁRIO RECEBEU GARANTIAS DO NOVO SECRETÁRIO PARA SEGURANÇA

Fixar residência com “discriminação positiva” O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas encontrou-se ontem com três responsáveis do novo Governo de Macau que manifestaram vontade “inequívoca” de reforçar a cooperação com o Governo de Portugal e criar até novas parcerias. Do Secretário para a Segurança, José Cesário ouviu a garantia que continua a existir “uma discriminação positiva” na fixação de residência de portugueses na RAEM

Alexis Tam deseja aprofundar cooperação cultural com Portugal

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura afirmou ontem que a Língua Portuguesa assume particular importância não só para “formar quadros bilingues, sem os quais a concretização do papel de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa se torna mais difícil”, como também “para a afirmação regional de Macau como centro de excelência na formação da língua portuguesa”. Alexis Tam expressou esta mensagem, ontem, durante um encontro com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. O governante da RAEM frisou ainda “que um maior intercâmbio ao nível dos recursos humanos será mutuamente benéfico para ambas as partes”. Neste sentido haverá “um aprofundamento da cooperação com Portugal na área cultural, em particular na área das indústrias criativas e culturais”, vertente que “assumirá especial relevância durante o seu mandato”.

A atribuição do bilhete de residente de Macau a cidadãos portugue-

ses foi um dos temas que José Cesário abordou “generica-mente” com o novo Secretário para a Segurança. Wong Sio Chak garantiu que “a intenção das autoridades do territorio é a de facilitar ao máximo a fixação de residência”, salien-tou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. “É muito importante que seja reafirmada esta intenção rela-tivamente à comunidade por-tuguesa, ou seja, há uma dis-criminação positiva”, afirmou José Cesário.

O representante português, que está de visita a Macau, considera natural a tendên-cia das autoridades exigirem mais documentação a quem pede residência noutro país ou região, mas acredita que o Governo de Macau mantém uma postura de abertura para receber os cidadãos portugue-ses. “Em Portugal para conce-der autorizações de residência também há exigências. Isso verifica-se em todo o mundo, é uma consequência normal da evolução que tem aspectos po-sitivos mas também uma carga burocrática, até por motivos de segurança. A outra questão é saber se temos alguma dis-criminação dos portugueses e aquilo que nos ouvimos e nos apraz registar é que há vontade de um tratamento o mais pro-ximo possível dos portugueses que aqui se fixam”, frisou.

Nos últimos anos foram atribuídas 1.600 autorizações de residência, um número “significativo” se “considerar-

mos a dimensão da comunida-de expatriada”, analisou José Cesário. “Todas as dificuldades [no âmbito do processo de fixa-ção de residência] devem ser analisadas uma a uma. E são com certezas situações pon-tuais”, expressou ainda.

O secretário de Estados das Comunidades Portuguesas reuniu-se ontem com três res-ponsáveis do novo Governo de Macau. Além de Wong Sio Chak, encontrou-se ainda com Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura (ver caixa), e Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, recebendo uma mensagem positiva no sentido do reforço da coopera-ção entre Portugal e Macau.

“São Secretários que estão a iniciar funções e entendi que era conveniente visitá-los. Nal-guns casos revê-los, noutros conhecê-los. Manifestar-lhes evidentemente a disponibili-dade do Governo português, a minha em particular e tam-bém a do Consulado-Geral, para desenvolvermos acções em comum das quais resultem vantagens para Macau, para a comunidade Portuguesa aqui e para Portugal”, explicou José Cesário.

Reforçar língua e cultura portuguesas

O secretário de Estado acredita que no futuro podem ser reforçadas e ou criadas novas cooperações “em maté-

rias como a cultura e a língua portuguesas, formação profis-sional, educação, segurança e infra-estruturas”. “Devemos compreender que, estando o novo Executivo a desempe-nhar funções há pouco tempo, não é ainda a altura de definir-mos em pormenor aquilo que pode ser feito. Mas, algumas das coisas centrar-se-ão de certeza na linha dos projectos que já vêm do passado, outras podem ser novas”, avançou.

Embora o novo Governo da RAEM esteja ainda num período de aquecimento polí-tico, José Cesário referiu que todos os Secretários manifes-taram uma “total e inequí-voca vontade de colaborar ao máximo com o Governo Português e sobretudo com a comunidade portuguesa que está aqui em Macau”. “Foi extraordinário ouvir esta afirmação porque vem ao en-contro do que já pensávamos, mas é bom que do ponto de vista político e diplomático seja reafirmada. Vou daqui muito satisfeito, porque te-mos todas as condições para dar continuidade e até au-mentar o número de projectos que permitam uma colabora-ção activa”, perspectivou.

Na sua passagem pela RAEM, José Cesário também não se esqueceu de contac-tar com as associações de

matriz portuguesa tendo on-tem visitado a Associação dos Aposentados, Reforma-dos e Pensionistas de Macau (APOMAC) e a Santa Casa da Misericordia. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesa referiu a impor-tância destas instituições em Macau para o reforço das rela-ções com Portugal. “Faz todo o sentido, num momento em que me desloco ao territorio, dar continuidade ao contacto com as associações para elas poderem manifestar o modo como olham para Portugal e para os nossos serviços aqui. Por isso, foi muito importante ouvir os membros da APO-MAC elogiarem o modo como o Consulado está hoje a reor-ganizar os seus serviços, mas mais do que elogios também nos importa ouvir críticas”, referiu.

No final da tarde, Cesário visitou ainda a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau. Hoje des-loca-se ao Consulado-Geral de Portugal para lançar uma nova plataforma online que pretende reduzir o tempo de espera dos pedidos dos utentes, nomeadamente na renovação de documentos. José Cesário visitará ainda instituições como a Casa de Portugal e a Associação dos Macaenses.

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GCS

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 03

André Jegundo

A intervenção de ampliação e remodelação prevista para a sede dos Serviços de Segurança é “incompreensível” e representa um “atentado” ao património de Macau, denuncia Francisco Vizeu Pinheiro, docente da Universidade de S. José. A obra, que segundo a DSSOPT deverá arrancar dentro de um a dois meses, prevê a construção de pelo menos dois novos edifícios dentro da área do quartel, classificado como monumento de Macau na década de 90. Vizeu Pinheiro manifesta-se incrédulo com a autorização dada para a intervenção e apela para que seja cancelada. O Instituto Cultural não comenta as críticas ao projecto mas confirma a autorização dada à obra

MONUMENTO ESTÁ A SER ALVO DE UM “ATENTADO”, DENUNCIA VIZEU PINHEIRO

Remodelação “desfigura” Quartel

De convento a fortaleza contra as invasões holandesas O “exemplo” que vem de Hong Kong

Com uma história de mais de quatro séculos, o edifício que acolhe hoje a sede da Direcção das Forças de Segurança começou por ser um convento fundado, em meados do Século XVI, por clérigos Franciscanos provenientes de Manila. O Convento de S. Francisco viria acolher depois religiosos portugueses mas junto da comunidade chinesa continuou a ser conhecido como o convento dos castelhanos. No séc. XVII, começaram a ser construídas várias fortificações a pensar na defesa do território e espaço foi transformado em Forte. Anos mais tarde viria a desempenhar um papel fundamental na defesa do território contra os ataques holandeses. Em 1861, a demolição do espaço foi autorizada pelo Governador Coelho do Amaral que mandou construir no local um quartel para um batalhão militar. Depois da retirada, em 1975, das tropas portuguesas destacadas no território, o edifício passou a acolher as Forças de Segurança de Macau.

Construído em meados do século XIX, o histórico edifício da sede da Polícia de Hong Kong está a ser alvo de um projecto de revitalização que o pretende transformar num centro dedicado à arte contemporânea e ao património. A intervenção de requalificação foi entregue ao gabinete de arquitectura Herzog & de Meuron, um dos mais conceituados do mundo, responsável pelos projectos do estádio “Ninho de Pássaro” de Pequim, que recebeu os Jogos Olímpicos de 2008, e do Museu “Tate Modern” de Londres. O espaço deve ser inaugurado em 2016, num projecto que prevê a conservação de 16 edifícios com significado histórico e arquitectónico. “É um projecto exemplar que mostra como é possível reconverter um espaço, respeitando a sua história, mas abrindo-o ao público e dando-lhe uma nova vida”, afirma Francisco Vizeu Pinheiro. Aproximadamente 37% da área de construção vai ser usada para espaços dedicados à arte contemporânea e ao património, 36% a áreas de circulação públicas e 2% para áreas comerciais, incluindo restaurantes e cafés. A ala prisional e o pátio onde se realizavam as paradas policiais são alguns dos espaços emblemáticos do edifício que serão preservados.

O Instituto Cultural (IC) deu luz verde a um projecto de ampliação e remodelação do Quartel de S.

Francisco, sede da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança. Apesar de se tratar de um edifício classificado como monumento da RAEM, a intervenção prevê não so a remodelação das fachadas como a demolição e a construção de no-vos edifícios no espaço do quartel. Uma intervenção “incompreensível”, frisa o arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro, e que representa um “atentado a um edifí-cio historico e ao patrimonio de Macau”.

A obra, que não mereceu qualquer consulta pública e que será faseada, vai ser feita por iniciativa da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança (DS-FSM) que se queixa da falta de espaço físico nas instalações. Adjudicada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Pú-blicas e Transporte (DSSOPT) à empresa “San Kei Ip” por 26,5 milhões de patacas, a intervenção deverá arrancar “dentro de um ou dois meses”, disse o organismo em respostas a questões colocadas pelo JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Segundo a descrição da DSSOPT, numa primeira fase será recuperada a fachada exterior do edifício que dá para a estrada de S. Francisco, prevendo-se também a edificação no local de uma nova construção com dois pisos que vai acolher uma oficina de reparações e uma cantina.

Apos a primeira fase, que deverá es-tar terminada até ao final do ano, será ainda construído outro edifício com três a quatro andares destinado a escritorios, para além de outras intervenções no pá-tio interior do quartel. O segundo edifício que está previsto para o local impressio-na Francisco Vizeu Pinheiro pela “volu-metria” e “impacto” que tem na fachada.

A DSSOPT descreve o estilo dos no-vos edifícios como “simples e prático” e destaca os acabamentos exteriores em

“material rochoso” e os vãos das janelas que evocam “os antigamente utilizados na artilharia do antigo quartel militar”. “Em termos de distribuição funcional das suas instalações e de protecção patrimo-nial serão cumpridas as exigências e a concepções da entidade utente [DSFSM] e do IC”, descreve-se.

A avaliação de Vizeu Pinheiro não po-dia ser mais contrastante: “É uma falácia total. Não há qualquer integração, nem harmonia, seja nas cores, na textura ou no volume das estruturas. É uma interven-ção pesada, com um estilo contrastante e conflituoso com o existente e que adultera e destroi a tradição portuguesa deste tipo de construções”, aponta.

O IC não tece para já qualquer comen-tário às críticas nem justifica a não reali-zação de consulta pública, limitando-se a confirmar que emitiu “parecer viável” à obra. Vizeu Pinheiro critica duramente a actuação do IC neste caso olhando para a aprovação da nova estrutura como uma “falta de respeito” ao patrimonio de Ma-

cau. “Surpreende-me muito que o IC tenha permitido esta intervenção”, acrescenta.

Decisões “arbitrárias” e sem consulta popular

Com uma historia de pelo menos quatro séculos (ver caixa), o espaço foi classificado como monumento da RAEM em 1992, mas está fora da área do Centro Historico e da zona de protecção do Patri-mónio Mundial que foram definidas pela Unesco.

A Lei de Salvaguarda do Patrimonio de 2013 inclui uma disposição transitoria que mantém a protecção de todos os mo-numentos e edifícios de interesse arqui-tectónico que foram classificados ante-riormente. Porém, com o novo diploma, os artigos da lei de 1984 que proibiam a demolição ou qualquer remodelação dos edifícios classificados, salvo com autori-zação do Governador, foram revogados, dando ao IC poder para decidir caso a caso, uma situação que para Vizeu Pi-nheiro está já a gerar maus resultados.

“Se se pode fazer tão facilmente edi-ficações novas em monumentos nacio-nais, pergunto para que serve o Instituto Cultural. Mais, pergunto quem fiscaliza o Instituto Cultural nas suas decisões arbi-trárias e sem consulta popular”, aponta. O arquitecto lembra que a lei enaltece o direito de todos à “fruição e preservação” do patrimonio cultural, considerando que o projecto actual representa uma “adulte-ração” e uma “desfiguração” do mesmo.

Francisco Vizeu Pinheiro faz um apelo para que haja uma reavaliação do projec-to e seja pensada uma solução alternativa que responda à falta de espaço das For-ças de Segurança. Lembrando o objectivo do Governo de transformar Macau num centro de turismo e lazer, o professor da Universidade de S. José sugere que o territorio siga o exemplo de Hong Kong (ver caixa) e promova a reconversão da estrutura militar num espaço dedicado à cultura e às artes, através de uma inter-venção de requalificação que “respeite a identidade do edifício”.

Remodelação inclui dois novos edifícios no Quartel

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 201504 JTM | LOCAL

Fátima Almeida

DEPUTADO COMENTOU POSIÇÃO “RETRÓGRADA” DE FONG CHI KEONG

Leonel Alves quer líder da AL “mais actuante”As declarações de Fong Chi Keong na Assembleia Legislativa em defesa da tolerância para alguma violência doméstica são vistas por Leonel Alves como “retrógradas”, mas que espelham uma realidade que “ainda existe” e se espera que mude a breve trecho. O deputado e advogado considera essencial ter um presidente de Hemiciclo mais actuante e capaz de cortar a palavra quando os comentários excedem as normas

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ARQ

UIVO

O deputado Leonel Alves acredita que o presidente da Assembleia Legislativa (AL) deve ser menos

benevolente em relação a determinados comentários efectuados no Hemiciclo, nomeadamente em casos como o de ter-ça-feira, quando Fong Chi Keong pediu tolerância para alguma violência domés-tica durante uma intervenção em que se referiu às mulheres como objecto e clas-sificou ainda as agressões como um acto de amor.

“O presidente da AL tem sido bastan-te benevolente. Gostaria de ter um presi-dente mais actuante e mais seguidor do regimento. Parece que não é norma nos hábitos chineses cortar a palavra a um

deputado, mas já é altura de pensar em haver uma atitude mais condizente com as normas regimentais”, afirmou Leonel Alves.

Instando a comentar o caso protago-nizado por Fong Chi Keong, Leonel Al-ves reagiu primeiro em defesa da liberda-de de expressão, não deixando, contudo, de considerar “retrograda” a posição do seu colega que espelhou uma ideologia que “infelizmente ainda existe”. “O fac-to de ser deputado nomeado pelo Chefe do Executivo e ter ideias contrárias às inscritas na proposta de lei significa que à priori existe muita liberdade na actua-ção deste deputado. Agora quanto ao seu teor foi esdrúxulo, foi uma apologia a certas realidades muito excepcionais que não condizem com as exigências actuais da sociedade de Macau”, referiu.

O também advogado frisou a impor-tância do diploma de prevenção e correc-ção da violência doméstica ter sido apro-vado na generalidade por ampla maioria. “A opinião do deputado em questão es-pelha a ideologia que infelizmente ainda existe, mas que temos que aceitar como uma realidade existente”, disse. “Há li-berdade de expressão e de pensamento e, apesar de não concordar com as ideias do deputado, que ao meu ver são um bocado retrogradas, não quer dizer que não possam ser expressas. Espero que a sociedade evolua e que esse tipo de pen-samento e de maneira de expressar sejam modificados a breve trecho”.

Apesar de várias intervenções de Fong Chi Keong gerarem riso geral, Leo-nel Alves considera que o deputado tem contribuído com as suas boas ideias para outros temas em discussão, nomeada-mente em matéria de negocios. “O depu-tado Fong Chi Keong noutras questões e assuntos tem desenvolvido ideias muito úteis para Macau. Não podemos através de um caso isolado generalizar e tirar conclusões”, disse, notando que a forma como expressa as suas ideias advêm da graça que lhe atribuem.

“Ele tomou gosto ao pensar que, pela maneira como expressa as suas ideias, se calhar ganha alguma projecção junto da comunidade chinesa, não sei, não leio os

12 associações protestam contra Fong Chi Keong

Pelo menos 12 associações e grupos cívicos locais lançaram ontem, via Facebook, uma campanha de recolha de assinaturas em sinal de protesto contra o facto do deputado Fong Chi Keong ter feito uma apologia a determinada violência doméstica, em declarações proferidas na Assembleia Legislativa. A iniciativa foi iniciada pela Associação da Educação de Género de Macau e conta com a adesão, entre outras entidades, da Associação Novo Macau, Centro Bom Pastor, Coligação Anti-Violência Doméstica, Consciência de Macau, Grupo de Assistentes Sociais e Arco-Íris. V.C.

jornais chineses. Mas, para ele que é uma pessoa adulta e continua a desenvolver esse tipo de discurso é porque há aceita-ção”, referiu.

Leonel Alves considera que a questão sobre a tolerância à exposição de opiniões recorrendo a vocabulário por vezes im-proprio e até ofensivo deve ser remetida ao presidente da AL, de quem espera um maior rigor no cumprimento das normas do regimento.

Na terça-feira, Fong Chi Keong disse ainda que não sabe se deve considerar--se abuso sexual quando a mulher não está disponível para ter relações sexuais, uma vez que, na sua perspectiva, quando duas pessoas se casam é para satisfazer essa “necessidade” do homem.

Um inquérito realizado pela Rede de Serviços Ju-venis Bosco apurou que três por cento dos in-quiridos, com idades entre os 14 e os 21 anos,

enfrentam problemas de jogo patologico. Segundo a as-sociação juvenil, entre 11 a 17,1 por cento dos jovens re-velaram ter o hábito de jogar, havendo quem tenha tido o primeiro contacto com o jogo aos cinco anos de idade.

A associação alertou ainda que a prevalência do fe-nomeno aumentou em tempos recentes por causa do Campeonato do Mundo de futebol, que aconteceu no ano passado. De uma percentagem de 3,8% em 2013 passou-se para uma prevalência do jogo entre jovens de 9,1%. Ao mesmo tempo, a adesão ao jogo online tam-bém se agravou, tendo aumentado de 5,8% para 8,2%.

O estudo revelou ainda que a capacidade dos jo-vens para se controlarem dá sinais de queda. Segundo o estudo, 28,3 por cento dos inquiridos revelaram já ter planos para jogar em 2014, enquanto que em 2013 a per-

centagem era de 25 por cento. Ao mesmo tempo, mais de 14 por cento dos inquiridos confessaram que apos perderem uma primeira vez, pretendem sempre jogar mais. Em 2013 esta taxa era apenas de 10 por cento.

A Rede de Serviços Juvenis Bosco acha que os resul-tados mostram que os jovens de Macau têm cada vez menor capacidade de controlo. Para reduzir impacto do jogo online, a mesma associação apela às autoridades para estudarem legislação que regule a área dos jogos online.

Os resultados do estudo foram revelados ontem em conferência da imprensa na sede da associação, que já realiza este inquérito há seis anos.

Entre os jovens que responderam às questões, 28,3 por cento declararam jogar cartas e 22,6 por cento ma-jhong. Além disso, o mesmo estudo descobriu que os custos e o tempo de jogo aumentaram no ano passado em comparação com 2013. Cerca de 20 por cento con-fessaram que gastam entre uma a cinco horas mensais a jogar, enquanto 10 por cento jogam entre 6 a 10 horas. Para além disso, 28 por cento dos jovens gastam entre

200 a 800 patacas, enquanto 1,1 por cento gastam mais de 800 patacas.

O director da associação, Yip Weng Keong, indicou que o resultado do estudo mostra que os jovens não jo-gam apenas sozinhos em plataformas online mas tam-bém com amigos e membros da família. A associação nota também que os jovens têm uma visão benigna do fenomeno, considerando que “não faz mal jogar de vez em quando”.

Os resultados indicam ainda que, nas famílias onde jogo está presente, os jovens têm sempre maior proba-bilidade de se tornarem jogadores. Yip Weng Keong apelou às autoridades para prestarem mais atenção à situação, definindo estratégias para educar a nova ge-ração.

O responsável considera que é importante mudar a ideia de que “jogar de vez em quando” não acarre-ta riscos. Na opinião de Yip Weng Keong, o Governo deve aumentar os apoios para as escolas reforçarem a educação civil. O estudo foi realizado entre Setembro a Dezembro em 2014, recolhendo 802 opiniões válidas.

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 05

Viviana Chan

ASSOCIAÇÃO JUVENIL PEDE AO GOVERNO PARA ATACAR PROBLEMA

Jogo patológico agrava-se entre os jovensA associação Rede de Serviços Juvenis Bosco manifesta-se preocupada pelo facto de haver mais jovens a jogar em Macau. Um inquérito sobre a prevalência do fenómeno entre as camadas mais jovens da população concluiu que três por cento dos inquiridos revelam problemas de adição

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UIVO

Zoo pode sair da FloraOs animais instalados no Jardim Zoológico da Flora poderão ser transferidos para o parque de Seac Pai Van, admitiu o presidente do IACM

O Jardim Zoologico da Flora, onde vive o urso negro asiá-tico Bo Bo, deve mudar de

localização, estando a ser estudada a transferência dos animais para o par-que de Seac Pai Van, anunciou ontem o presidente do Instituto para os As-suntos Cívicos e Municipais (IACM), Alex Vong.

“É uma preocupação nossa se numa zona residencial convém ter um jardim zoologico ou se é preciso um espaço maior. Temos de ponde-rar se vale a pena mantê-lo no Jardim da Flora. Antigamente também tinha aves, mas depois há o problema da transmissão de doenças”, explicou Alex Vong, citado pela Rádio Macau, admitindo ainda assim que em Seac Pai Van também se coloca o problema de habitações em redor.

De acordo com o mesmo respon-sável, o parque de Seac Pai Van, onde mora o panda Hoi Hoi, poderá no fu-turo ser sujeito a obras de ampliação, tendo em vista a chegada do casal de pandas prometido pelo Presidente Xi Jinping. No entanto, o presidente do IACM acredita que, numa primeira fase, o pavilhão onde vive Hoi Hoi tem condições para albergar os três

pandas. A mesma ideia foi sublinhada pela

Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, no final de uma reunião da Comissão Permanente da Assembleia Legislativa. “Mesmo com a vinda do casal, o espaço do pavilhão é suficiente para albergar os três ani-mais, não havendo por isso necessida-de de obras de remodelação”, refere uma nota do Gabinete da Secretária.

Por enquanto, ainda não foi de-finida uma data para a chegada dos novos dois pandas a Macau, mas a Secretária para a Administração e Jus-tiça explicou que um grupo de peritos já iniciou o processo de escolha dos animais.

“Os peritos irão analisar vários factores sobre o futuro do Kaikai [ou Hoi Hoi], para definir se este deve continuar em Macau, não excluindo a hipotese de voltar para o seu local de origem, mas tudo isto dependerá do resultado do estudo efectuado pelos especialistas”, indicou a mesma nota.

Noutro âmbito, a Secretária con-firmou que os serviços culturais e recreativos do IACM deverão passar este ano para a tutela do Instituto Cul-tural e Instituto do Desporto.

Diploma vai distinguir animais “domésticos” dos “económicos”O Governo aceitou um repto da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa para promover uma distinção clara entre diferentes tipos de animais

Os deputados que analisam o di-ploma na especialidade enten-dem que o texto da proposta de

lei de protecção dos animais deve ser cla-rificado por forma a diferenciar animais domésticos dos animais que se vendem em lojas e mercados. Esta questão mar-cou a reunião de ontem da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), tendo o Governo prometido alterar o texto, segundo noticiou a Rádio Macau.

De acordo com Kwan Tsui Hang, pre-sidente da 1ª Comissão Permanente da AL, os deputados reiteraram também estar em desacordo com uma “logica” legislativa que parece “mais de protecção de cães do que de protecção de animais”. Como há outros animais que merecem protecção, a regulação deve ser alargada.

“Exigimos ao Governo que haja um tratamento diferenciado entre animais domésticos e animais economicos. Tem de haver uma divisão, ou seja, temos de clarificar isso no articulado (...). Por exem-plo, os animais que são vendidos em lojas também são animais economicos e, neste momento, não há qualquer regulação em relação a estas lojas”, apontou a deputa-da, citada pela Rádio.

Em análise esteve igualmente a ques-tão dos espaços onde os donos podem ter os animais. Sobre essa matéria, os membros da 1ª Comissão instaram o Executivo a “flexibilizar” os critérios, de forma a que os mais carenciados não fiquem privados de ter animais de esti-mação.

“Se um dono é rico então poderá dis-ponibilizar um espaço maior para o seu cão, mas o ambiente pode ser diferente para as camadas mais carenciadas e para os idosos. Nestas situações os espaços correspondem à lei? Isto pode ser difícil de corresponder. Assim sendo, a propos-ta de lei não pode ser assim tão rígida porque se não, no futuro, será muito di-fícil para as camadas mais carenciadas terem animais. A lei deve ponderar isto. O fundamental é haver um ambiente cuidado, nomeadamente em termos de higiene”, afirmou Kwan Tsui Hang.

Os membros da Comissão da AL vol-taram ainda a criticar o facto da proposta estabelecer que a licença so é exigida a quem tenha cães, justificando que, se a norma se mantiver, outros animais que forem encontrados na rua não poderão ser devolvidos aos respectivos donos.

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 201506 JTM | LOCAL

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RUI JORGE D’ASSUMPÇÃO CLEMENTE

Missa de 7º Dia

A família enlutada de Rui Jorge

d’Assumpção Clemente cumpre o

doloroso dever de informar que hoje,

dia 15, pelas 18 horas, será rezada na Sé

Catedral uma missa de Sétimo Dia pelo

repouso da alma deste seu ente querido.

A todos quantos se queiram associar a

este piedoso acto, a família agradece

antecipadamente.

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WON

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Furto no estaleiro do Venetian

A PJ recebeu ontem uma queixa sobre um furto de ferramentas no estaleiro de obras do Venetian. O caso foi detectado pelos trabalhadores, que se depararam com duas caixas arrombadas quando chegaram ao trabalho. Entre os objectos furtados constam chaves de fendas e aparelhos eléctricos de pequena dimensão, avaliados em mais de 30.000 patacas.

1,1 MILHÕES DE RENMINBIS MOTIVAM VIAGEM

Do Vietname a Macau para pagar dívida de jogoUma jogadora contraiu uma dívida de jogo no Vietname e, alegando ter uma amiga que a podia ajudar na RAEM, voou com os agiotas até ao território

Liane Ferreira

A Polícia de Segurança Pú-blica (PSP) foi chamada a intervir num caso de

usura para jogo e sequestro, en-volvendo uma rede de agiota-gem no Vietname.

Segundo as autoridades, na madrugada de terça-feira, o centro de operações recebeu um telefonema de um indivíduo pedindo auxílio em nome de uma amiga que teria sido retida num quarto de hotel por alega-dos agiotas. O homem adiantou ainda que ela tinha vindo do Vietname com os suspeitos.

Cerca de meia hora depois, a PSP recebeu uma chamada da propria vítima a avisar que estava no “lobby” de um hotel. Chegados ao local, os agentes encontraram a mulher rodeada por três pessoas, no meio de uma discussão.

De acordo com a polícia, a

mulher contou que contraiu um empréstimo de 1,1 milhões de dolares de Hong Kong a dois homens, pertencentes a um gru-po criminoso, num casino de Da Nong, no Vietname. Em vez de cobrarem juros, exigiram a de-volução de 1,1 milhões de ren-minbis.

Depois da mulher conven-cer os agiotas de que tinha uma amiga em Macau que a poderia ajudar a devolver o dinheiro, vieram os três para o territorio, onde eram esperados por um terceiro indivíduo no aeroporto. Já na unidade hoteleira, conse-guiu alertar e foi ao encontro da polícia.

Os suspeitos negaram o cri-me, embora tenham admitido que vieram recuperar uma dívi-da em nome da empresa do Vie-tname. Os três detidos têm entre 23 e 35 anos, sendo que dois são cidadãos da China Continental e outro é portador de passaporte canadiano.

TODOS ARGUIDOS COM MEDIDA DE COACÇÃO MÁXIMA

Prisão preventivapara Alan HoNa sequência do inquérito preliminar do Ministério Público, foi aplicada a medida de coacção máxima aos seis suspeitos de controlo de prostituição no Hotel Lisboa, incluindo o director Alan Ho

Depois de quatro autocarros da polícia terem entregue na segunda-feira 102 pessoas ao Ministério Público (MP), no

âmbito do maior caso de controlo de prosti-tuição desde a criação da RAEM, o organismo anunciou ontem que os seis detidos da prática de controlo de prostituição viram ser-lhes apli-cada a medida de prisão preventiva. Entre os arguidos destaca-se Alan Ho, director executivo do Hotel Lisboa.

Em comunicado, o Ministério Público re-feriu que concluiu a investigação preliminar e respectivos interrogatorios, tendo chegado ao entendimento de que as provas recolhidas são suficientes para justificar a aplicação da medida de coacção mais pesada a todos os arguidos, ou seja, a prisão preventiva.

Outro suspeito de envolvimento neste caso, que não tinha sido detido, ficou proibido de sair do territorio.

Os arguidos já foram transferidos para o Es-tabelecimento Prisional em Coloane, onde vão aguardar julgamento.

Recorde-se que no domingo a Polícia Judi-ciária levou a cabo uma operação de combate ao controlo de prostituição, que resultou na deten-ção dos seis suspeitos, incluindo Alan Ho, so-brinho do magnata Stanley Ho. As autoridades acreditam que o director executivo do Hotel Lis-boa era o cabecilha da rede de prostituição, que terá começado a operar naquele hotel em 2013.

Na mesma operação foram interceptadas 96 mulheres, com idades compreendidas entre 20 e 27 anos, 30 das quais em situação irregular no territorio. Durante a operação, as autoridades apreenderam mais de um milhão de patacas em dinheiro, sendo que a Polícia Judiciária estima que o grupo terá arrecadado cerca de 400 mi-lhões de patacas.

L.F.

Alan Ho e restantes arguidos já se encontram na Prisão de Coloane

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 07

PSP garante que acções de fiscalização não vão abrandarProtesto de taxistas foi cancelado

A manifestação de taxistas que estava marcada para hoje de manhã foi cancelada, revelou um dos organizadores em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. O taxista recusou-se no entanto a revelar as razões que estiveram na base da decisão. O Departamento de Trânsito da PSP confirmou também não ter recebido nenhuma notificação sobre um eventual desfile que tinha sido anunciado. Recorde-se que seis associações do sector uniram-se esta semana para assumir uma posição pública de censura da manifestação. No entender dos responsáveis, o protesto só iria contribuir para piorar ainda mais a imagem do sector junto da população.

AUTORIDADE POLICIAL GARANTE QUE NÃO VAI ABRANDAR FISCALIZAÇÕES

PSP não cede a reivindicações de taxistas A Polícia de Segurança Pública garante que não vai ceder na fiscalização dos táxis, apesar dos apelos que têm sido formulados pelos profissionais do sector. A nova atitude das forças de autoridade face às irregularidades do sector motivou ontem uma reunião entre a Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxis de Macau e a PSP

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Novo Macau aponta faltade pessoal como maior problema na área da SaúdeA Associação Novo Macau entregou uma petição na sede do Governo, motivada pela promessa feita pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, no sentido de que Macau viverá nos proximos cinco anos a “era mais brilhante” no sector da Saúde. Em declarações aos jornalistas, o presidente da Novo Macau, Sou Ka Hou, sustentou que o problema nuclear do sis-tema de saúde de Macau reside na falta de mão-de-obra e apelou a Alexis Tam para reduzir a burocracia no Centro Hospitalar Conde de São Januário e implementar o re-gime de credenciação dos profissionais de saúde, com o objectivo de convencer mais residentes de Macau licenciados em Medi-cina a regressarem ao territorio. Além da petição ontem entregue, a Associação Novo Macau pretende agendar uma reunião com o Secretário para os Assuntos Sociais e Cul-tura até ao final do presente mês, com o in-tuito de apresentar sugestões para a refor-ma no sistema de saúde. Por outro lado, Sou Ka Hou indicou que a associação está atenta à questão da proposta sobre o erro médico e exortou as autoridades a revelarem a sua determinação para melhorar os mecanis-mos de queixa, investigação e compensação.

V.C.

ESTATÍSTICAS DO FINAL DE NOVEMBRO

Crédito para habitação sofre queda mensal de 27%Os novos empréstimos hipotecários para habitação concedidos pela banca de Macau diminuíram para 3,4 mil milhões de patacas em Novembro, indicam estatísticas oficiais

Em Novembro, os novos empréstimos hipotecários para habitação aprovados pelos bancos de Macau desceram 26,9% para 3,4 mil milhões de patacas,

face ao mês anterior. Em comparação com Novembro de 2013, verificou-se uma subida de 14,2%, revelou a Autori-dade Monetária de Macau (AMCM).

O valor do crédito hipotecário para habitação conce-dido a residentes locais em Novembro ascendeu a 3,3 mil milhões de patacas, o que representa uma quebra mensal de 26,6% e uma subida de 15,8% em termos anuais. No caso dos não residentes, o total atingiu 81,2 milhões de patacas, traduzindo descidas de 38,2% e 27,1%, respecti-vamente nas comparações mensal e anual.

Segundo a AMCM, os novos empréstimos envolvendo a alienação de fracções autonomas em edifícios em cons-trução totalizaram cerca de 400 milhões de patacas, evi-denciando uma descida mensal de 50,7%. Destes, 95,5% foram concedidos a residentes.

Até ao final de Novembro, o saldo bruto dos emprésti-mos hipotecários para habitação era de 150,9 mil milhões

de patacas, mais 1,1% do que em Outubro de 2014 e mais 29,3% do que em Novembro de 2013. Do valor total, os residentes de Macau detinham uma responsabilidade de 107,1 mil milhões de patacas, mais 36,8% do que em igual mês do ano anterior, enquanto os não residentes estavam responsabilizados em 10,8 mil milhões de patacas, ou mais 78,6%.

Os mesmos dados referem ainda que os novos emprés-timos comerciais para a actividade imobiliária totalizaram 3,6 mil milhões de patacas, traduzindo uma descida men-sal de 5,7% e um acréscimo homologo de 12,9%. Destes, 95,2% foram concedidos a residentes locais.

Por outro lado, o saldo bruto dos empréstimos comer-ciais para actividades imobiliárias aumentou 0,7% em re-lação a Outubro e 39,8% face ao período homologo, atin-gindo 118 mil milhões de patacas.

No final de Novembro de 2014, o rácio das dívidas não pagas aos empréstimos hipotecários para habitação e ac-tividades imobiliárias atingiu 0,07% e 0,06%, respectiva-mente.

Viviana Chan

O Departamento de Trânsito do Corpo da Polícia da Segurança Pública (CPSP) convidou on-

tem a Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxis para uma reunião, isto depois das críticas formuladas pe-los taxistas em relação às operações de fiscalização que têm sido levadas a cabo pelas autoridades.O chefe do Departamento de Trânsito, Che Wai, salientou que as operações da polí-cia têm por objectivo “disciplinar” os maus hábitos do sector e recuperar a confiança da população em relação aos taxistas. Os representantes do sector queixaram-se sobretudo das multas que têm sido aplicadas aos veículos que param nas vias com tra-ço amarelo, mas a chefia do Departa-mento de Trânsito frisou que as opera-ções não são dirigidas apenas a estas

infracções mas a todas as más práticas do sector. Segundo dados da polícia, nos primeiros dez dias do ano foram multados 93 taxistas por casos de abuso de cobrança nas tarifas e 43 por terem rejeitado transporte a passageiros. No total, no mesmo período, a PSP emitiu 352 multas a taxistas. Em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o presidente da Federação dos Negocios de Táxis de Macau, Wong Peng Kei, considerou que dois terços das multas são “injustas”.

Na reunião de ontem com a polícia, o presidente da Associação de Mútuo Auxílio de Condutores, Tony Kuok, realçou que a maioria dos taxistas são bons e respeitadores das regras, exis-tindo apenas um grupo de “ovelhas ne-gras”. Tony Kuok apelou à polícia para direccionar as acções de fiscalização de modo a combater os “maus hábitos” deste grupo de taxistas.

O chefe do Departamento de Trânsi-

to, Che Wai, revelou que até terça-feira foram também detectados nove casos de táxis ilegais. Face aos casos de táxis ilegais que são apoiados por agências de viagens, e que podem ser chamados por aplicações moveis, a PSP disse que até agora não recebeu nenhuma queixa em relação à referida situação. Acres-centou também que a PSP está atenta à situação e que vai manter a comuni-

cação com a Direcção dos Serviços de Turismo. O responsável frisou, porém, que so podem ser alvo de multas situa-ções que estão expressamente previstas na lei.

Na mesma reunião, o líder máximo do Departamento de Trânsito pediu aos taxistas para apresentarem provas mais concretas de que estes serviços corres-pondem a um tipo de transporte ilegal.

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 201508 JTM | LOCAL

MACAU INSPIRA DOIS PROJECTOS

Académicos de Coimbra “investigam” Metro e COTAIInvestigadores de Coimbra estão a estudar o impacto do Metro Ligeiro de Macau e a política de expansão dos casinos e da indústria do jogo, anunciou a Universidade de Coimbra

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VODois projectos de investigação sobre o impacto do Metro Li-geiro e os casinos do COTAI,

desenvolvidos no Departamento de Arquitectura (DARQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universi-dade de Coimbra (FCTUC) “vão estar em destaque numa missão de inves-tigação” daquela universidade a Ma-cau.

A missão, que vai decorrer entre segunda-feira e o dia 26, visa criar “pontes de articulação entre a cidade e a sua arquitectura”, afirma a Uni-versidade de Coimbra (UC), numa nota ontem divulgada.

As opções apresentadas nesta in-vestigação, liderada pelos professores Jorge Figueira e Nuno Grande, “cons-tituem um contributo pro-activo da UC para o debate em curso em Ma-cau” sobre “as transformações urba-nísticas e arquitectonicas do seu teci-do urbano”.

Essas transformações foram ge-radas por “recentes processos de in-fraestruturação na região”, como a “inserção do novo sistema de Metro Ligeiro” e a “nova faixa de aterros urbanos no ‘waterfront’ da cidade”, além da “política de expansão dos ca-sinos e da indústria do jogo”, susten-tam os autores dos estudos.

Declarações recentes do Governo

chinês apontam para “a necessidade deste desenvolvimento ser realizado de modo mais sustentável no futuro, contrariando a concentração excessiva da economia de Macau nas activida-des do jogo e na exagerada densifica-ção dos novos aterros urbanos”, real-çam os especialistas do Departamento de Arquitectura da UC.

Durante a missão realizar-se-á um “workshop” em parceria com a Uni-versidade de São José de Macau, du-rante o qual os projectos da equipa da UC serão debatidos com “impor-tantes instituições macaenses”, como

o “Center for Architecture and Urba-nism”, o Gabinete de Infraestruturas e Transportes da RAEM, o Instituto de Estudos Europeus de Macau e a Asso-ciação de Arquitectos de Macau, entre outras.

Sobre o impacto do novo Metro Ligeiro na “waterfront” de Macau, vão ser divulgados resultados de uma investigação “dedicada à articu-lação entre ‘Cidade e infraestrutura’, na qual os investigadores do DARQ da FCTUC analisaram a relação his-torica entre a cidade e a água e con-centraram as suas opções de projecto

urbano e arquitectonico em torno da inserção do novo sistema de Metro e do seu impacto na transformação do ‘waterfront Sul da península de Ma-cau” (área sobre a qual trabalharam outrora “importantes arquitectos por-tugueses, como Álvaro Siza e Manuel Vicente”), afirma Nuno Grande.

A investigação sobre os casinos de Macau visa analisar, em termos aca-démicos e críticos, “a presença destas estruturas no territorio, particular-mente as suas características arquitec-tonicas e urbanas, sem preconceitos no plano estilístico ou programático”, adianta Jorge Figueira.

“Pretende-se levantar e reflectir sobre estes edifícios, agora dominan-tes na cidade, partindo do Casino Lis-boa até às mais recentes construções em Cotai, inventariando e analisando ‘casos de estudo’”, sublinha Jorge Fi-gueira.

As investigações foram realizadas no âmbito do Macau-Coimbra Pro-ject, proposto pelo DARQ da FCTUC e integrado na Plataforma de Colabo-ração para as Indústrias Culturais e Criativas Portugal, do programa Inov C da UC, projecto financiado por fun-dos europeus, no âmbito do Progra-ma Operacional Regional do Centro (Mais Centro).

JTM com Lusa

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[ N.º 201501-2 ]

Torna-se público que, nos termos do artigo 29.º do Regulamento Administrativo n.º 5/2014 (Regulamentação da Lei do planeamento urbanístico), vai proceder-se à recolha de opiniões dos interessados e da população respeitantes aos projectos de Planta de Condições Urbanísticas (PCU) elaborados para os lotes abaixo indicados:

– Processo N.º: 90A068, Rua de Lei Pou Ch`ôn nºs 250-358, Rua Central de T`oi Sán nºs 253-353 e terreno junto à Rua Central de T`oi Sán – Parcela B e C – Macau;

– Processo N.º: 91A229, Terreno junto à Avenida da Praia Grande – Macau;– Processo N.º: 92A238, Beco dos Coulaus nº 28 – Macau;– Processo N.º: 97A065, Avenida de Demétrio Cinatti nºs 23-28 – Macau;– Processo N.º: 2002A022, Terreno junto à Avenida Wai Long e

Avenida do Aeroporto – Taipa (Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau);– Processo N.º: 2005A022, Terreno junto à Rua da Fábrica – Macau;– Processo N.º: 2012A068, Travessa do Pastor nº 8A – Macau;– Processo N.º: 2014A090, Rua das Estalagens nº 100 – Macau;

Para efeitos de referência, os projectos de PCU dos lotes supracitados já estão disponíveis para consulta no Departamento de Planeamento Urbanístico, situado na Estrada de D. Maria II n.º 33, 19º andar, Macau, e encontram-se afixados na Rede de Informação de Planeamento Urbanístico desta Direcção de Serviços (http://urbanplanning.dssopt.gov.mo).

O período de recolha de opiniões tem a duração de 15 dias e decorre entre 19 de Janeiro de 2015 e 02 de Fevereiro de 2015.Os interessados e a população poderão apresentar as suas opiniões sobre os projectos de PCU referidos, mediante o preen-chimento do formulário O011, o qual pode ser descarregado nos websites http://urbanplanning.dssopt.gov.mo ou www.dssopt.gov.mo, ou levantado nesta Direcção de Serviços (Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau), podendo submetê-lo no período de recolha de opiniões através dos seguintes meios:

– Comparecendo pessoalmente: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau, durante o horário de expediente nos dias úteis– Correio: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau (o prazo limite de entrega é contado a partir da data de envio indicada

no carimbo do correio)– Fax: 2834 0019– Email: pcu@dssopt.gov.mo

Para mais informações pode pesquisar o website http://urbanplanning.dssopt.gov.mo e para qualquer informação adicional queira contactar o Centro de Contacto desta Direcção de Serviços (8590 3800).

Macau, aos 9 de Janeiro de 2015

O Director da DSSOPTLi Canfeng

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015 JTM | LOCAL 09

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LEI HEONG IOK ESPERA SUPERAR ENTRAVES À CONTRATAÇÃO DE DOCENTES

Politécnico pronto para salto qualitativoO presidente do Instituto Politécnico mostrou-se satisfeito com o avanço na proposta de revisão da Lei do Ensino Superior. Segundo Leo Heong Iok, quando o diploma entrar em vigor, o IPM poderá aumentar ordenados e rever os seus estatutos

Lei Heong Iok anseia pela aprovação da nova Lei

A proposta de revisão da Lei do Ensino Superior já foi debatida pelo Conselho Executivo e rece-beu luz verde para seguir para a Assembleia

Legislativa. Este avanço no processo deixou satisfeito Lei Heong Iok, com o presidente do Instituto Politéc-nico de Macau (IPM) a salientar que quanto maior for a celeridade legislativa mais rapidamente a instituição poderá dar início aos procedimentos de revisão dos seus estatutos.

Em declarações ao “Ou Mun Tin Toi”, o mesmo res-ponsável destacou que devido aos limites estabeleci-dos nos actuais estatutos, os ordenados oferecidos pela instituição que lidera estão interligados ao Governo, pelo que o salário máximo é o equivalente ao segundo nível do sector público. Lei Heong Iok reconhece que os valores em questão não são suficientes para atrair professores qualificados de alto nível, tendo já levado a que algumas posições ficassem por preencher por um período de três anos.

Por outro lado, Lei Heong Iok disse concordar com a proposta que recomenda a criação de um Conselho de Curadores, pois permitirá definir de forma clara a posi-ção do IPM, que deixará de ser tratado como um depar-tamento do Governo.

Para além disso, o presidente do IPM salientou que o documento vai promover o aumento da eficiência em

termos de criação de cursos, contratação de pessoal e obras de construção.

Recorde-se que estes problemas que o presidente do IPM enunciou, e que acredita poderem estar assim em vias de ser solucionados, foram também identificados num relatorio do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) em 2011. Nesse relatorio, o CCAC apontou a existência de irregularidades na gestão e funcionamento do Instituto, tendo recomendado uma revisão global dos estatutos.

O processo de criação de novas unidades académicas, nomeadamente o Centro de Estudos de Culturas Sino--Ocidentais, o Centro de Estudos Políticos, Economicos e Sociais e o Centro de Estudos “Um País, Dois Sistemas”, também tinha sido criticado, por não ter sido alvo de consulta pelo Conselho Técnico e Científico (CTC).

Na altura, Lei Heong Iok veio a público defender a instituição, assegurando que, desde 2003, tinham sido “repetidamente apresentadas” propostas de revisão es-tatutária, que acabaram por ser rejeitadas pelo Governo.

O responsável justificou que as unidades tinham sido criadas de acordo com as necessidades governativas e desvalorizou a aprovação do CTC, ao declarar que, com tantos alunos, formandos e empregados, era “obvio que o CTC não conseguia gerir tudo efectivamente”.

L.F.

UM quer colaborar com universidades de Israel Uma delegação da Universidade de Macau efectuou uma visita histórica a Israel, país onde deseja desenvolver a cooperação com várias instituições de renome

Na primeira visita oficial a quatro das principais universidades is-raelitas, uma delegação da Uni-

versidade de Macau (UM), liderada pelo reitor, Wei Zhao, demonstrou um enor-me interesse em colaborar com as insti-tuições de ensino superior daquele país. Segundo um comunicado da UM, essa vai ao encontro do objectivo de contribuir para a implementação de uma ambiciosa estratégia global.

Wei Zhao garantiu que o trabalho das universidades israelitas tem sido seguido com atenção pela UM há praticamente uma década, devido ao seu sucesso e re-nome mundial.

Da delegação, fizeram também parte os professores Chuxia Deng e Ge Wei,

Minuto de silêncio pela liberdade de expressão e Paris

Dezenas de pessoas reuniram-se ontem ao final da tarde na Fundação Rui Cunha para um minuto de silêncio em defesa da liberdade de expressão e homenagem às vítimas dos ataques contra a revista satírica Charlie Hebdo, em Paris. A vigília foi organizada pela Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau, com o apoio da Fundação Rui Cunha. João Francisco Pinto, presidente da associação, relembrou que os referidos valores estão consagrados na Lei Básica de Macau e são de extrema importância.

da Faculdade de Ciências da Saúde, Hao Yufan, da Faculdade de Ciências Sociais, Philip Chen, da Faculdade de Ciências e Tecnologias, bem como Da-Hsuan Feng, director do Gabinete de Assuntos Glo-bais e assistente especial do reitor.

Reforçando a ideia de Wei Zhao, Da--Hsuan Feng declarou que, com esta visita, a UM pretende “estabelecer uma colaboração com infraestruturas de classe mundial de pesquisa em saúde, procurar melhorar os programas inci-pientes em Física Aplicada, materiais de engenharia e adotar uma comunicação aprofundada e significativa com os prin-cipais especialistas israelitas em desen-volvimentos transculturais, economicos e políticos”.

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10 JTM | LOCAL Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015

Este é um dos exemplos de português não na-tural de Macau, com maior emoção quando se fala desta terra, esteja José Alexandre Bra-

ga Gonçalves por aqui ou noutro lado qualquer do mundo. Macau é sua dama emotiva, intelectual. Ele, o seu enorme, romântico, apaixonado defensor. Sen-timento consubstanciado, principalmente, nos afec-tos construídos, nas descobertas de cantos e recantos caminhados e afagados, no seu trabalho de 12 anos à frente do Museu do Vinho como seu primeiríssimo curador que tanto dignificou aquele que foi, de certo modo e oxalá haja ideia de continuar a sê-lo, um es-paço cultural em Macau, não apenas alternativo a ou-tros espaços diferenciados de cultura, como também complementar. Falaremos disso mais adiante.

Tranquila e esclarecidamente monárquico, tal como activo Rotário, actualmente presidente do Rota-ry Club de Parede-Carcavelos, José Alexandre nasceu há 68 anos, completados exactamente hoje, em Ponte de Lima, belíssima vila, a mais antiga de Portugal, desde 1125, e que não quer ser cidade, com lendas ancestrais, muralhada no século XIV por D. Pedro I, o dos amores tremendos e trágicos por Inês de Castro, cantados por Camões. Ponte sobre o Rio Lima, burgo do tempo medieval, terra de pontes para outros mun-dos, outras gentes. Pontes que um dia José Alexandre atravessou para o sul, estudou marketing, combateu na Guiné, conviveu com a indústria farmacêutica, enamorou-se e casou com uma médica, lhes nasce-ram dois filhos, apaixonou-se por Macau.

Ficando muito cedo orfão de pai, não conheceu di-rectamente as historias da vivência do seu progenitor em Macau, Sérgio Braga Gonçalves, como oficial do Exército, por finais dos anos 40 até 1952. Um tempo em que a guerra civil corroía a grande China, matan-do milhões de cidadãos, até às Portas de Macau, his-toricamente o grande porto de abrigo, divididos en-tre “comunistas” de Mao e “nacionalistas” de Chiang Kai-shek. No pensamento de José Alexandre Braga Gonçalves, desde sempre flutuou o desejo incontido de conhecer este Oriente, a foz, até há poucos anos mais pacata, deste Rio das Pérolas.

Aspiração realizadaPortugal anos 80, inicio dos 90 do século anterior.

Crise estrutural económica e financeira já estava ins-talada, algum descontrolo nas despesas do Estado, a entrada do País na União Europeia, as necessárias transformações.

Celeste, mulher de José Alexandre, médica, en-contra casualmente, em pleno Ministério da Saúde em Lisboa, “o director dos Serviços de Saúde de Ma-cau que ali estava em serviço, que a convidou para trabalhar neste territorio”. Estava dado o primeiro passo no destino que ligou e liga Braga Gonçalves a Macau. Para aqui veio o casal trazendo dois filhos menores, o João e a Inês. O João que mais tarde se for-mou em Educação Física, regressando a Macau como professor de treino acompanhado, estando estabe-lecido com a Urban Bootcamp que proporciona aos clientes um pormenorizado programa de ginástica ao ar livre, prática de exercícios físicos baseados no peso do corpo combinados com o trabalho de pista de obs-táculos, agilidade, corrida, etc. E a Inês, também mais tarde formada e doutorada em Biologia e Ecologia na Grã-Bretanha e na Suécia.

Uns três anos depois, exercendo funções em Ma-

cau, a médica Celeste Gonçalves confronta-se com doença grave de seu pai e regressa a Portugal levan-do a filha mais nova, Inês. João, ainda adolescente, fica por cá com o pai José Alexandre: “Muito em re-sumo, tivemos que dividir geograficamente a família, minha mulher e eu. O João cresceu aqui, viveu boa parte da juventude, licenciou-se no Instituto Politéc-nico, é professor de Educação física e há pouco tempo estabeleceu aqui as suas empresas, depois de em Por-tugal ter frequentado os melhores ginásios das espe-cialidades dele, nomeadamente o Holmes Place, mul-tinacional avançadíssima, o top mundial no mundo do finess, onde trabalhou cinco anos. O que fez com que tivesse coordenado com grande sucesso o ginásio em Cascais, depois o Solinca Health Club no Parque das Nações, em Lisboa. Uma certa nostalgia pela Ma-cau onde cresceu até se licenciar, e nova crise em Por-tugal com tanta gente saindo do País, fá-lo tomar a decisão de regressar e contribuir para este tremendo crescimento macaense, erguendo aqui duas empresas dentro das suas áreas profissionais. Minha filha Inês, em Portugal com a mãe, terminado o secundário quis estudar biologia no exterior, na circunstância no País de Gales, fez depois o mestrado em Ecologia também na Grã-Bretanha, seguindo-se o doutoramento em biologia na Suécia, em Gotemburgo. Bom, neste mo-mento a Inês está fazendo o 3º ou 4º pos-doutoramen-to, agora na Universidade de Zurique, na Suíça, onde vive e onde me vou encontrar com ela depois desta minha fantástica passagem, e de minha mulher, por Macau que estou a adorar, revendo alguns amigos que aqui fiz, infelizmente não todos por motivos ób-vios, pois as solicitações são tantas e tão agradáveis, que não podemos estar com todos ao mesmo tempo”.

De volta ao tempo da chegada de José Alexandre a Macau, acompanhando sua mulher, a médica Ce-leste Gonçalves. Começando por trabalhar na área farmacêutica, dependente dos Serviços de Saúde, “a actividade era bastante complicada para quem che-ga a Macau e ainda não sabe uma palavra da língua local. Fazia o controlo dos medicamentos, dos psico--fármacos entrados. Tentava desempenhar o melhor possível, mas sentindo que a falta de domínio do can-tonês dificultava imenso um trabalho 100% válido”.

Até que se cruzou com um secretário-adjunto do Governo...”pois é verdade, foi com o dr. Salavessa da Costa que eu conhecera em 1968 em Mafra, no serviço militar, onde eu era ainda instruendo, como cadete, e ele instrutor, ainda como jovem tenente. Conversámos, revelou-me uma ideia que tinha numa das suas áreas de governação, neste caso o Turismo, encaminhando-me para o eng. Costa Antunes, então director dos Serviços de Turismo. Estava ainda em obras o Centro de Actividades Turísticas e tinha sido inaugurado o Museu do Grande Prémio. Fui respon-sável pelas montagens finais do CAT, que ainda de-moraram. Posteriormente concebeu-se e ergueu-se o Museu do Vinho de que fui o primeiro curador du-rante 12 anos”.

José Alexandre fala do Museu do Vinho com ins-pirada vivacidade, explica o projecto inicial e que se manteve pelo menos até à sua saída, por iniciativa pessoal: “Ali se contava, naturalmente de forma in-trodutória, a História do Vinho, onde nasceram as primeiras cepas, as actividades ligadas à cultura do vinho. Painéis expositores e explicativos das várias regiões portuguesas produtoras de vinho, para além de toda uma série de alfaias, prensas e outros objectos e materiais relacionados com a sua fabricação. Tudo de modo pedagogico. O Museu era um produto turís-

Helder Fernando

PERFIS DA NOSSA GENTE

O primeiro curador do Museu do Vinho durante 12 anosFilho de oficial do Exército que pelos anos 40 e 50 esteve em Macau, José Alexandre Braga Gonçalves foi em Macau funcionário público, directamente ligado ao erguer do CAT, Centro de Actividades Turísticas, no início dos anos 90. Estudou Direito na Universidade de Macau, foi o primeiro curador do Museu do Vinho, espaço cultural que chegou a ser internacionalmente considerado de grande nível. Abraçou Macau com o maior dos romantismos. Construiu afectos e amizades entre as várias comunidades. Vimos publicamente elogiado o seu trabalho à frente daquele Museu. Após completar 60 anos de idade José Alexandre Braga Gonçalves resolveu regressar a Portugal com o mesmo sentimento que deixou transbordar pelos anos que aqui viveu. Nas vésperas de fazer 68, completados precisamente nesta quinta-feira, regressa, emocionado, de visita a esta região onde tem o filho João, formado em Educação Física, que aqui estudou e se estabeleceu

JTM | LOCAL 11 Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015

cau, a médica Celeste Gonçalves confronta-se com doença grave de seu pai e regressa a Portugal levan-do a filha mais nova, Inês. João, ainda adolescente, fica por cá com o pai José Alexandre: “Muito em re-sumo, tivemos que dividir geograficamente a família, minha mulher e eu. O João cresceu aqui, viveu boa parte da juventude, licenciou-se no Instituto Politéc-nico, é professor de Educação física e há pouco tempo estabeleceu aqui as suas empresas, depois de em Por-tugal ter frequentado os melhores ginásios das espe-cialidades dele, nomeadamente o Holmes Place, mul-tinacional avançadíssima, o top mundial no mundo do finess, onde trabalhou cinco anos. O que fez com que tivesse coordenado com grande sucesso o ginásio em Cascais, depois o Solinca Health Club no Parque das Nações, em Lisboa. Uma certa nostalgia pela Ma-cau onde cresceu até se licenciar, e nova crise em Por-tugal com tanta gente saindo do País, fá-lo tomar a decisão de regressar e contribuir para este tremendo crescimento macaense, erguendo aqui duas empresas dentro das suas áreas profissionais. Minha filha Inês, em Portugal com a mãe, terminado o secundário quis estudar biologia no exterior, na circunstância no País de Gales, fez depois o mestrado em Ecologia também na Grã-Bretanha, seguindo-se o doutoramento em biologia na Suécia, em Gotemburgo. Bom, neste mo-mento a Inês está fazendo o 3º ou 4º pos-doutoramen-to, agora na Universidade de Zurique, na Suíça, onde vive e onde me vou encontrar com ela depois desta minha fantástica passagem, e de minha mulher, por Macau que estou a adorar, revendo alguns amigos que aqui fiz, infelizmente não todos por motivos ób-vios, pois as solicitações são tantas e tão agradáveis, que não podemos estar com todos ao mesmo tempo”.

De volta ao tempo da chegada de José Alexandre a Macau, acompanhando sua mulher, a médica Ce-leste Gonçalves. Começando por trabalhar na área farmacêutica, dependente dos Serviços de Saúde, “a actividade era bastante complicada para quem che-ga a Macau e ainda não sabe uma palavra da língua local. Fazia o controlo dos medicamentos, dos psico--fármacos entrados. Tentava desempenhar o melhor possível, mas sentindo que a falta de domínio do can-tonês dificultava imenso um trabalho 100% válido”.

Até que se cruzou com um secretário-adjunto do Governo...”pois é verdade, foi com o dr. Salavessa da Costa que eu conhecera em 1968 em Mafra, no serviço militar, onde eu era ainda instruendo, como cadete, e ele instrutor, ainda como jovem tenente. Conversámos, revelou-me uma ideia que tinha numa das suas áreas de governação, neste caso o Turismo, encaminhando-me para o eng. Costa Antunes, então director dos Serviços de Turismo. Estava ainda em obras o Centro de Actividades Turísticas e tinha sido inaugurado o Museu do Grande Prémio. Fui respon-sável pelas montagens finais do CAT, que ainda de-moraram. Posteriormente concebeu-se e ergueu-se o Museu do Vinho de que fui o primeiro curador du-rante 12 anos”.

José Alexandre fala do Museu do Vinho com ins-pirada vivacidade, explica o projecto inicial e que se manteve pelo menos até à sua saída, por iniciativa pessoal: “Ali se contava, naturalmente de forma in-trodutória, a História do Vinho, onde nasceram as primeiras cepas, as actividades ligadas à cultura do vinho. Painéis expositores e explicativos das várias regiões portuguesas produtoras de vinho, para além de toda uma série de alfaias, prensas e outros objectos e materiais relacionados com a sua fabricação. Tudo de modo pedagogico. O Museu era um produto turís-

tico de qualidade e não de massificação turística que dificulta ou impossibilita o exercício de pedagogia. Chamávamos à atenção de quem nos visitava, tan-tos em inúmeros eventos oficiais, como aos visitantes normais que tinham direito a uma prova de vinhos incluída no preço de entrada no Museu”.

Chegado a 1 999, transição de Macau para a admi-nistração chinesa: “Por parte das novas autoridades, no tempo do dr. Edmund Ho como Chefe do Execu-tivo, recebi os melhores elogios, recebíamos visitan-tes e organizaram-se no Museu eventos para figuras de primeiro plano da RPC, que visitavam a região, membros do Governo Central, mesmo ao nível minis-terial. Deles recebíamos sempre a mensagem de que era necessário conservar a singularidade de Macau, o cruzamento das duas culturas. Não leve a mal dizer--lhe que tenho muito orgulho em ter sido responsável pelo Museu do Vinho durantes 12 anos, e trabalhado com excelente equipa, nomeadamente a dra Yolanda Vong, senhora chinesa e uma pessoa que para além de dominar várias línguas, a portuguesa, natural-mente, é uma pessoa de alta e inteligente competên-cia, identificando-se perfeitamente, na época, com o projecto concebido para aquele espaço de cultura”.

Por outro lado, Braga Gonçalves mantém em Por-tugal algum relacionamento com diversos diploma-tas estrangeiros destacados em Lisboa, e outras fi-guras de primeiro plano, designadamente chineses “de quem oiço, entre os que conheceram o Museu do Vinho, expressões de muito agrado e, de todos em geral, a reafirmação do sentido para Macau indicado pelo Governo Central, que é Macau com característi-cas únicas na China, uma importante riqueza multi-cultural que tem de ser mantida”.

Questionado sobre se nesta passagem por Macau visitara o Museu do Vinho, depois de tentar evitar a resposta, confirmou que fôra rever alguns antigos colegas de trabalho, comentando que preferia não acrescentar mais pormenores”.

Fazendo questão de enunciar alguns nomes de amigos e de pessoas cuja personalidade e trabalho muito admirou nos anos que viveu em Macau, José Alexandre referiu, entre vários outros, “Antonio Conceição Júnior, que durante uns anos exerceu fun-ções em local proximo do Museu, uma personalida-de e um homem de cultura admirável, o Henrique Nolasco da Silva e o seu irmão Frederico, amigos inesquecíveis, tal como o engenheiro Rodrigues, já falecido, o Luis Pinto, o Nuno Soares, Jorge Rangel com quem também tive excelente relacionamento, o Victor Cordeiro, um muitíssimo interessado Rotário, com quem convivo assiduamente em Portugal, pois somos companheiros no mesmo Rotary Club. Ele, como eu, foi Rotário em Macau. Como ainda o Luis Rodrigues, o Antonio Neves Coelho, tudo excelentes amigos de boas convivências”.

Nestes dias de passagem, José Alexandre percor-re ruas e pracetas, reconhece lugares e não conhece outros, fala dos nomes da ruas, dos bairros: “Como tantos que têm Macau no coração, desejo que não destruam a matriz da Historia comum destas cultu-ras que fizeram desta terra a riqueza que ela genui-namente representa. Sigo Macau diariamente através da comunicação social local, pois utilizo as tecnolo-gias. Fiquei felicíssimo quando li e ouvi as palavras do senhor Presidente Xi Jinping, por exemplo aqui em Macau no 15º aniversário da RAEM. Ele aponta precisamente esse caminho, a importância desta úni-ca fusão cultural, a importância da língua e cultura portuguesas se manterem em Macau”.

PERFIS DA NOSSA GENTE

O primeiro curador do Museu do Vinho durante 12 anosFilho de oficial do Exército que pelos anos 40 e 50 esteve em Macau, José Alexandre Braga Gonçalves foi em Macau funcionário público, directamente ligado ao erguer do CAT, Centro de Actividades Turísticas, no início dos anos 90. Estudou Direito na Universidade de Macau, foi o primeiro curador do Museu do Vinho, espaço cultural que chegou a ser internacionalmente considerado de grande nível. Abraçou Macau com o maior dos romantismos. Construiu afectos e amizades entre as várias comunidades. Vimos publicamente elogiado o seu trabalho à frente daquele Museu. Após completar 60 anos de idade José Alexandre Braga Gonçalves resolveu regressar a Portugal com o mesmo sentimento que deixou transbordar pelos anos que aqui viveu. Nas vésperas de fazer 68, completados precisamente nesta quinta-feira, regressa, emocionado, de visita a esta região onde tem o filho João, formado em Educação Física, que aqui estudou e se estabeleceu

Como tantos que têm Macau no coração, desejo que não

destruam a matriz da História comum destas culturas que fi-

zeram desta terra a riqueza que ela genuinamente representa

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Quinta-feira, 15 de Janeiro de 201512 JTM | ACTUAL

CHINA

“Espada bem afiada” contra a corrupçãoXi Jinping pediu lealdade absoluta ao Partido Comunista chinês e exigiu o aprofundamento da campanha anti-corrupção, combate que, apesar de estar a ser “efectivo”, ainda enfrenta um caminho “árduo e complicado”

O Presidente chinês prometeu “manter a espada da anti-corrupção bem afiada”, qualificando a actual campanha como “uma questão de vida

ou de morte para o Partido Comunista e a nação”, dis-se ontem a imprensa oficial chinesa. “A nossa determi-nação para usar remédios fortes para curar a doença não mudará. A nossa coragem para eliminar o veneno dos nossos ossos não mudará”, proclamou Xi Jinping na reunião da Comissão Central de Disciplina do PCC que decorre desde segunda-feira em Pequim.

Xi Jinping considerou “efectivo” o combate à cor-rupção em 2014, mas alertou que “há ainda desafios

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UIVO

Xi Jinping deve visitar Londres este ano

O Presidente chinês, Xi Jinping, deverá efectuar este ano a sua primeira visita oficial à Grã-Bretanha, avançou a imprensa britânica, citando declarações proferidas por Hugo Swire, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, perante uma comissão parlamentar dedicada ao acompanhamento dos assuntos de Hong Kong após a transição de soberania. Embora sem indicar datas, Swire adiantou que a visita de Xi Jinping está prevista para o “final do ano”. “Vai ser um ano extraordinariamente importante”, afirmou o mesmo responsável, recordando que as relações diplomáticas entre Londres e Pequim têm sido tensas nos últimos meses na sequência dos protestos pró-democracia em Hong Kong.

pela frente”, salientou a imprensa.Dezenas de quadros dirigentes com a categoria de

vice-ministro ou superior foram presos desde que Xi Jinping assumiu a chefia do PCC, em Novembro de 2012, numa das mais prolongadas e drásticas campa-nhas do género realizadas nas últimas décadas. Na referida reunião, Xi Jinping mencionou os quatro ca-sos mais importantes investigados pelas autoridades, nomeadamente o de Zhou Yongkang, antigo chefe da

HONG KONG

Vontade de Pequim vai imperar na reforma eleitoralO sistema eleitoral de Hong Kong vai seguir as directrizes de Pequim, assegurou o líder do Governo da antiga colónia britânica

O Chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, garantiu ontem que não haverá qualquer desvio

no caminho que Pequim traçou para as eleições do territorio.

No seu primeiro discurso no Conse-lho Legislativo desde que começaram os protestos pro-democracia, Leung não fez qualquer concessão aos manifestantes e questionou o seu “entendimento” sobre a política de cidade semi-autonoma chinesa.

“O poder de Hong Kong é provenien-te das autoridades centrais [em Pequim]”, lembrou, recordando que “a autonomia de Hong Kong é elevada, mas não é absoluta”.

Pequim decidiu que os candidatos à primeira votação popular para Chefe do Executivo de Hong Kong, em 2017, têm de ser seleccionados por uma comissão, vista como proxima do poder, uma situação que muitos consideram de “falsa democracia”.

Os pro-democratas dizem ser preferí-vel não votar do que ter restrição de can-didatos, e têm instado Leung - que foi tam-bém nomeado por um comité pro-Pequim - a demitir-se.

Mas o líder do Governo afirmou que qualquer forma de voto deve ser feita de acordo com os critérios de Pequim. “A se-lecção do Chefe do Executivo inclui tanto elementos de eleição como de nomeação”, disse.

O governante afirmou ainda que os estudantes - que lideraram os protestos

de larga escala que ocuparam as ruas da cidade por mais de dois meses – “devem procurar um entendimento pleno” da rela-ção entre Hong Kong e Pequim, de modo a evitarem discussões “inúteis”.

Cerca de 20 deputados pro-democratas abandonaram o Conselho Legislativo e dois foram expulsos por seguranças antes do discurso de Leung.

Empunhando cartazes e chapéus-de--chuva amarelos - o símbolo do movimento pro-democracia de Hong Kong - gritaram “Abaixo CY Leung! Verdadeiro sufrágio universal!”

Seguranças rodearam dois membros do partido do Poder Popular que se recusaram a sair e continuaram a gritar “Vergonhoso”. Os homens acabaram por ser levados para fora do edifício. JTM com Lusa

Campo democrático voltou a protestar no LegCo

CHINA/HONG KONG

“Super Homem” deixa de ser “referência” O investimento do magnata Li Ka-Shing “é uma gota no oceano em comparação com a enorme dimensão da economia chinesa”, proclamou o “Global Times”

O jornal oficial chinês “Glo-bal Times” disse ontem que os dias do magnata Li Ka-

-Shing como grande referência no país chegaram ao fim, tendo em con-ta a reorganização anunciada para a sua empresa.

O milionário Li, de 86 anos, anun-ciou na semana passada uma reestru-turação profunda do seu império co-mercial. A construtora de Hong Kong Cheung Kong Holdings, a sua princi-pal empresa, vai assumir a subsidiá-ria Hutchison Whampoa e a entida-de conjunta será dividida em duas, criando uma empresa imobiliária e um conglomerado internacional.

Os investidores aplaudiram o negocio, causando uma valoriza-ção das acções das duas empresas na segunda-feira, mas o “Global Times” diz que Li vendeu algumas propriedades na China Continental e “aumentou as suas participações na Europa”.

O jornal cita “rumores” que a res-truturação empresarial indica que Li está prestes a retirar bens da China e de Hong Kong, numa aposta con-tra activos denominados em yuan. A estratégia, diz o diário, não vai ge-

rar mudanças na economia chinesa e representa a emergência de uma nova classe de empresários no país, como o fundador do gigante da In-ternet, Alibaba. Li tem sido o ho-mem mais rico da Ásia desde 2012, sendo ultrapassado por Jack Ma em Dezembro.

“Li criou milagres para a sua geração, mas a geração de Jack Ma pode ser mais capaz de acompa-nhar as mudanças que estão a acon-tecer na China e tem a capacidade de ser mais aventureira”, escreve o jornal em editorial.

“O investimento de Li é uma gota no oceano em comparação com a enorme dimensão da econo-mia chinesa”, acrescenta. “Já houve várias previsões pessimistas sobre a China, mas todas demonstraram es-tar à margem da realidade”.

O jornal elogiou Li pelo contri-buto que deu para as reformas eco-nomicas da China e na abertura ao mundo, mas disse que o seu papel como referência estava a diminuir. “Merece a alcunha de ‘Super Ho-mem’, mas não será a referência no futuro”, afirma o jornal.

JTM com Lusa

Segurança e o primeiro ex-membro do Comité Perma-nente do Politburo do PCC, a cúpula do poder, preso por corrupção desde a fundação da República Popular da China, há 65 anos.

“A investigação de tão altos funcionários reflecte plenamente a coragem do Partido para enfrentar os problemas e corrigir os erros”, disse Xi Jinping.

Ainda assim, o Presidente chinês e secretário-geral do PCC exigiu o aprofundamento das acções de com-bate à corrupção.

Nesse sentido, frisou que é necessário “aprofundar a reforma do sistema de inspeção disciplinar, aperfei-çoar regulamentos e mecanismos e reforçar a respon-sabilização pela supervisão, a fim de impulsionar a construção do estilo de trabalho e a administração de limpeza e honestidade do Partido e promover o com-bate à corrupção”.

Entretanto, ontem a Comissão Central de Disciplina do PCC anunciou que dois dos seus membros foram expulsos do Partido por “graves violações da lei e da disciplina”. A expulsão de Shen Weichen e de Liang Bin foi confirmada durante a reunião plenária anual da Comissão.

Shen Weichen, ex-secretário do PCC e vice-presi-dente executivo na Associação Chinesa para a Ciência e Tecnologia, “aproveitou-se do seu cargo para benefi-ciar outros e aceitou “uma grande quantidade de su-bornos”, concluiu a Comissão.

Liang Bin, antigo membro do Comité Permanente do PCC na província de Hebei, é suspeito de “graves violações da disciplina do Partido e da lei”, indicou a mesma fonte.

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015 JTM | ACTUAL 13

Papa telefonou a paciente internada em Leiria

O Papa Francisco telefonou no domingo para uma doente argentina que está internada no Hospital de Santo André, em Leiria, revelou o “site” da Diocese Leiria-Fátima. “Stella Maris Kriger enfrenta um cancro em fase avançada e Sua Santidade fez questão de lhe ligar para a abençoar”, lê-se na página da Diocese, que conta que “esta chamada do Papa Francisco foi a segunda tentativa, pois já tinha ligado antes, mas a doente não pudera atender”. A Diocese relata que o Papa “fez questão de ligar segunda vez, tão determinado estava em reconfortar esta imigrante e dizer-lhe que iria rezar por ela e a iria mencionar nas intenções da Eucaristia do próximo domingo”. O Papa Francisco terá tido conhecimento da situação de Stella, massagista terapeuta a viver em Portugal há 17 anos, através de amigas da doente e de um jornalista em Roma. Segundo a Diocese, Stella “ficou profundamente emocionada” com este gesto, que considera “um dos momentos mais marcantes da vida”.

SRI LANKA

“Verdadeiro culto de Deus não leva ao ódio”O “verdadeiro culto de Deus não leva ao ódio nem à violência”, disse ontem o Papa, ao defender a liberdade religiosa como “um direito humano fundamental”. O segundo dia da visita ao Sri Lanka ficou marcado pela canonização de Joseph Vaz, cingalês com origens portuguesas

JAPÃO

Defesa japonesa com orçamento recordeO Governo nipónico vai dispor de um orçamento anual recorde, com destaque para a ampliação das verbas destinadas à Defesa

Goeses marcaram presença na missa celebrada pelo Papa no Sri Lanka

O Japão aprovou ontem o seu maior orçamento de Defesa que vai vigorar no próximo ano fiscal a partir de Abril, com o Primeiro-Ministro, Shinzo

Abe, a reforçar a vigilância das águas territoriais em épo-ca de tensão com a China.

Até ao final de março de 2016, o Japão tem previsto gastar 4,98 biliões de yen (cerca de 340 bilhões de pa-tacas), revelou o Governo que destaca a terceira subida anual consecutiva com as despesas da Defesa.

“Este é o maior orçamento de Defesa que alguma vez tivemos”, disse o ministro da pasta ao recordar que em 2002 o Japão tinha estabelecido um recorde com 4,96 bi-liões de yen.

A decisão do Governo de Shinzo Abe demonstra o interesse em reforçar a capacidade militar devido à sem-pre possível escalada de tensão com a China pela sobe-rania de ilhas entre os dois países. A China tem man-tido regionalmente alguns atritos diplomáticos devido a questões de soberania territorial, nomeadamente em

zonas hoje consideradas importantes pontos estratégi-cos e de reservas de petroleo e gás, vitais para o desen-volvimento mundial.

Em termos globais, o orçamento anual ascende a um recorde de 96,340 bilhões de yen, apresentado como a

solução para o saneamento progressivo das finanças pú-blicas sem sacrificar o apoio ao crescimento e às políticas sociais.

Globalmente, o orçamento para o exercício entre Abril de 2015 e Março de 2016 prevê uma subida de 0,5%.

O orçamento será financiado mais pela colecta de impostos do que pela emissão de obrigações do Estado, como ocorreu nos anos precedentes.

“O orçamento deste ano dirige-se no sentido da re-forma fiscal, mas também visa o saneamento das finan-ças, porque é o único caminho viável”, declarou Abe no início da semana, durante uma reunião com membros da coligação no poder.

As receitas derivadas dos impostos deverão crescer 9,1%, em particular graças a um aumento de 8% no Im-posto ao Valor Agregado (IVA). Outro aspecto funda-mental do novo orçamento é o aumento do consumo de 2%, baseado na promoção dos aumentos dos salários.

O santo cingalês Joseph Vaz, ca-nonizado ontem em Colombo, serviu todos os habitantes do

Sri Lanka sem distinção, da mesma forma que a Igreja deve “servir a to-dos os membros desta sociedade”, su-blinhou o Papa Francisco, citado pela agência EFE.

“A Igreja serve todos os membros da sociedade sem fazer distinção de raça, credo, pertença tribal, condição social, nem de religião no serviço que oferece através das suas escolas, hos-pitais, clínicas, e outras muitas obras de caridade”, afirmou Francisco numa missa em “Galle Face Green”, em frente ao mar da capital do Sri Lanka.

Perante uma imensa multidão es-timada entre 500.000 e um milhão de pessoas, o Sumo Pontífice salientou que “o verdadeiro culto de Deus não leva à discriminação, ao odio e à vio-lência, mas ao respeito da santidade da vida, ao respeito pela dignidade e liberdade dos outros e compromisso de amor para todos”.

Recordando a figura de Vaz (1651-1711), um missionário indiano nascido na então colonia portuguesa de Goa, que chegou ao Sri Lanka no século

XVII quando o país vivia uma perse-guição aos catolicos, o Papa apelou à li-berdade religiosa que classificou como “um direito humano fundamental”. “Todas as pessoas devem ser livres individualmente ou em união com os outros para buscar a verdade e para ex-pressar abertamente as sus convicções religiosas, livre de intimidações e de coacções externas”, acrescentou.

A violência religiosa aumentou recentemente no Sri Lanka, maiorita-riamente budista, onde grupos nacio-nalistas deste credo atacam mesquitas e igrejas para denunciar a influência, segundo eles injustificada, destas mi-norias. A ilha segue dividida entre a maioria cingalesa e a minoria tamil, apesar do fim da guerra civil em 2009, quando o exército “esmagou” a guer-rilha.

“Que os cristãos (7% da popula-ção) desta nação possam fornecer um contributo cada vez maior à paz, à justiça e à reconciliação da sociedade cingalesa”, pediu o Papa.

O líder da Igreja Catolica viajará hoje para as Filipinas, país com 85% de catolicos onde deverá ser recebido por multidões.

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 201514 JTM | ROTEIRO

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40 FOX MOVIES12:15 The Twilight Saga: Breaking Dawn 14:15 Eragon 16:05 Hot

Shots! Part Deux 17:35 Alien Abduction 19:10 Sunshine 21:00 Vampire Academy 22:50 X-Men Origins: Wolverine 00:40 Hot Shots! Part Deux

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51 NGC12:30 Live Free Or Die 13:25 Inside Combat Rescue 14:20 How Hard Can It Be? 15:15 The Raising of The Costa Concordia 16:10 Ultimate Airport Dubai 17:05 To Catch A Smuggler 18:00 Inside Combat Res-cue 19:00 Live Free Or Die 20:00 Mega Factories 21:00 Laverstoke Mill 22:00 Ultimate Airport Dubai 23:00 To Catch A Smuggler 00:00 Mega Factories

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Cajun Pawn Stars 15:00 In Search Of Aliens 16:00 The Pickers 17:00 Ancient Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Storage Wars: New York 20:30 Storage Wars: Canada 21:00 Mountain Men 22:00 America’s Book Of Secrets 23:00 Pawn Stars 00:00 Mountain Men

55 FYI13:00 Flip This House 14:00 Bondi Vet 16:00 Taste Of Vietnam 17:00 Food Factory 18:00 Flipping Boston 19:00 Food Factory 21:00 Epic Meal Empire 22:00 Atul’s Spice Kitchen: Malaysia 23:00 Food Factory

63 STAR WORLD12:55 DC Cupcakes Specials 13:45 Cristela 14:10 Benched 14:35 Mas-terchef Junior US 15:25 America’s Next Top Model 16:15 Devious Maids 17:05 Masterchef US 18:00 American Idol 19:00 Masterchef Junior US 20:00 American Idol 20:55 America’s Next Top Model 21:50 Glee 22:45 Revenge 23:40 Cristela 00:05 Benched

82 RTPI14:30 Telejornal Madeira 15:00 Bom Dia Portugal-Directo 16:00 Os Nossos Dias 16:28 Gala das Quinas de Ouro 18:15 Bem-vindos a Beirais 19:00 Telejornal Ásia-Directo 19:30 Flash 7 Dias-Directo 20:02 Sabia que? 20:23 Água de Mar 21:00 Jornal da Tarde-Directo 22:11Bartolomeu Cid dos Santos - Por Terras Devastadas 23:15 Tanto Para Conversar 23:57 NOS PASSOS DE FERNÃO MENDES PINTO 00:04 Os Nossos Dias 00:34 O Preço Certo 01:23 SABORES DAS ILHAS 02:00 Portugal em Directo-Directo 03:04 Sabia que? 03:28 Água de Mar 04:00 Telejornal-Directo 04:50 A Opinião de Nuno Morais Sarmento-Directo 05:11 Agora Nós

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

110C/200C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 9.35 9.46YUAN (RPC) 1.280 1.300

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • AMANHÃ 16/01

• • • HOJE 15/01100C/190C

WWW.SMG.GOV.MO

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21:00FOX MOVIES

Vampire Academy

CINETEATROS1 Taken14:00 • 15:45 • 17:50 • 21:30

S2 Seventh Son14:30 • 16:30 • 21:30

TORRE DE MACAUTaken 314:30 • 16:30 • 19:30 • 21.30

GALAXYThe Hobbit : The Battle of the Five Armies (3D)13:40 • 16:10 • 19:50 • 21:00 • 22:00 • 00:35

Taken 316:10 • 15:35 • 19:00 • 20:00 • 22:45 • 23:40

Paddington14:20 • 18:10

Big Hero 6 (3D)14:06 • 20:40

Exodus: Gods and Kings (3D)12:30

Night at the Museum: Secret of the Tomb (2D) - 15:05 • 17:10 • 19:05 • 21:00 • 23:00

Seventh Son (3D)14:10 • 16:05 • 17:50 • 18:00 • 20:00 • 22:30

The Theory of Everything13:10

JTM | DESPORTO 15 Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015

• • • POLIDESPORTIVOVitória portistano regresso de HeldonUm FC Porto, com “segundas linhas”, venceu o União da Madeira, da II Liga, por 3-1 e isolou-se no comando do Grupo D da terceira fase da Taça da Liga de futebol, num jogo que marcou o regresso do guarda-redes Helton à competição, apos 10 meses de ausência, por lesão. Quintero (25), Quaresma (55) e Evandro (86), de penalti, fizeram os golos portistas, enquanto Élio Martins (57) apontou o tento dos ma-deirenses. No grupo B, o Estoril-Praia bateu em casa o Gil Vicente por 3-0, com golos de Kléber (15 minu-tos), Cabrera (45) e Sebá (82), colocando os gilistas sem hipoteses de seguir em frente.

Español afasta Valência da Taça do ReiApós ter vencido por 2-1 na primeira mão, o Valência perdeu por 2-0, frente ao Espanhol e está fora da Taça do Rei de Espanha em futebol. Filipe Caicedo, antigo jogador do Sporting, foi decisivo na vitoria dos catalães ao apontar os dois golos, aos 79 e 89 minutos. O Málaga também se apurou para os quartos de final da prova, mesmo perdendo, por 3-2, em casa do Levante, segu-rando a vantagem conseguida na primeira mão (2-0).

West Ham apuradoapós 20 penaltiesUma grande penalidade apontada pelo guarda-redes Adrian qualificou o West Ham para a quarta ronda da Taça de Inglaterra em futebol, numa eliminatoria de-cidida apos 20 remates no desempate. Uma semana depois de um empate a uma bola, Enner Valencia (51 minutos) e Carlton Cole (113) marcaram os golos do West Ham, enquanto que Kevin Mirallas (82) e Romelu Lukaku (97) facturaram pelos visitantes.

RALI

Portugueses aceleram no DakarO “motard” Hélder Rodrigues (Honda) venceu a nona etapa do Rali Dakar, a segunda nesta edição, enquanto Paulo Gonçalves (Honda) encurtou distâncias para o líder, o espanhol Marc Coma (KTM)

Hélder Rodrigues venceu a nona etapa

Apos ganhar a sexta tirada, Hélder Rodrigues gastou 5:06.14 horas para cumprir os 451 qui-lometros da especial disputada entre Iquique

e Calama, no Chile, a qual terminou com 3.51 minutos de avanço sobre Gonçalves e 7.34 sobre Coma, que as-sim perdeu 3.43 para o seu mais directo perseguidor.

“Ao início puxei bastante, mas sempre concentra-do. Fui em bom ritmo até ao reabastecimento, quando senti que ia na frente. O Paulo vinha atrás de mim dois minutos e eu não queria fazer po para ele não perder tempo para o Marc (Coma). Esperei e deixei-o passar, mas depois ele perdeu-se e eu encontrei o caminho mais rapidamente e vim em bom ritmo para vencer a etapa”, explicou Hélder Rodrigues.

Agora, Marc Coma tem “apenas” 5.28 de avanço para Paulo Gonçalves e já 26.52 para o chileno Pablo Quintanilla (KTM), que hoje foi apenas sexto, a 23.15 de Rodrigues.

Paulo Gonçalves disse que se começou a “forçar desde o início” numa etapa “muito difícil”, mas que depois se perdeu e teve de voltar atrás, “perdendo al-gum tempo”.

“Depois voltei a pressionar e vim bem. Recuperei algum tempo e estou em segundo. Não é importante, pois há mais quatro dias de prova. Muito pode aconte-cer. Vou continuar a lutar - eu e a equipa - para tentar a melhor posição possível. Muito pode acontecer. Não é pressão adicionei. Estou aqui para dar o meu melhor, lutar dia a dia. Sempre a lutar. A estratégia? Manter a moto segura”, completou.

Apesar do êxito, Hélder Rodrigues está a mais de

três horas do líder, apos a fatídica etapa de segunda--feira, com problemas mecânicos que também afeta-ram o antigo líder, o espanhol Joan Barreda (Honda), que comandou a prova da segunda à sétima tirada e agora está a irrecuperáveis 4:23.51 horas.

Ruben Faria (KTM) foi 12º a 34.22 minutos e man-tém o sexto lugar, agora a 1:01.22 horas do líder.

A espanhola Laia Sanz (Honda), primeira mulher numa equipa oficial, continua a surpreender e termi-nou o dia a 43.20 minutos de Rodrigues, sendo oitava da geral a 1:54.37 horas.

JTM com Lusa

BOLA DE OURO FIFA

“O meu ponto mais forte é a mente”Encarando cada temporada como “um novo desafio”, Cristiano Ronaldo acredita que poderá jogar “outros cinco, seis, sete anos ao mais alto nível”. “Quanto melhor me correrem as coisas, melhor será o futuro”, frisou o vencedor da Bola de Ouro 2014, ao site da FIFA

FOTO

GCSCristiano Ronaldo, vencedor da

Bola de Ouro 2014, destacou, em entrevista ao site da FIFA, a difi-

culdade de estar há oito anos consecuti-vos no “onze” do futebol mundial, defen-dendo que esse é um feito ao alcance de poucos.

“Oito anos seguidos no ‘onze’ ideal e a lutar para estar entre os três melhores é, para mim, um motivo de orgulho, já que são poucos os que conseguem alcançá-lo. Acho que so eu e o [Lionel] Messi, não vejo outros. Penso que ninguém o conse-guiu durante oito anos consecutivos”, fri-sou o jogador português do Real Madrid que conquistou pela terceira vez a Bola de Ouro, prémio atribuído pela revista francesa France Football e a FIFA ao me-lhor jogador do ano.

Cristiano Ronaldo confessou que sabe que já faz parte da historia do futebol, pelos recordes que vai batendo e pelos títulos que continua a conquistar, e, como tal, que terá “uma página bonita entre os melhores de todos os tempos”.

“Isso faz-me feliz. Já tenho 29 anos, mas sinto-me como se tivesse 25! Acredi-to que posso jogar outros cinco, seis, sete anos ao mais alto nível”, reconheceu na entrevista ao site da FIFA, defendendo que so vai jogar até aos 40 anos, como su-geriu o seu empresário Jorge Mendes, se tiver um nível “aceitável” para si e para o

clube em que jogar na altura.O “capitão” da seleção portuguesa re-

jeitou ter um segredo para o sucesso, que se consumou ainda mais na segunda-fei-ra com a conquista da sua terceira Bola de Ouro, considerando que o facto de estar disposto a aprender todos os dias.

“Para mim, cada temporada é um novo desafio, eu encaro-as assim. Cada nova temporada é diferente e há que dei-xar para trás o passado. Obviamente, não se pode esquecer o presente, mas há que pensar no futuro: tenho mais anos, mas

quanto melhor me correrem as coisas, melhor será o futuro. O meu ponto mais forte é a mente, é ter a ambição de querer ser sempre melhor”, explicou.

Ronaldo assegurou que não se arre-pende de nada do que fez na temporada passada, nem mesmo de ter ido lesionado ao Mundial do Brasil. “Poderia ter dito ao seleccionador que não contasse comigo, podia ter ido de férias, sem preocupa-ções, o que teria sido mais fácil para mim. Assim ninguém teria falado de mim. Mas gosto de encarar as coisas como são”,

completou.

O elogio de PlatiniO presidente da UEFA, Michel Plati-

ni, felicitou Cristiano Ronaldo pela con-quista da terceira Bola de Ouro da FIFA e reconheceu que o avançado português já deixou a sua marca na historia do futebol.

“Caro Cristiano: queria felicitar-te por teres ganho a Bola de Ouro pela terceira vez na tua carreira. É uma conquista me-recida e um feito notável no mundo do futebol. Não há dúvida que já deixaste a tua marca na historia do nosso desporto”, escreveu Platini numa mensagem envia-da ao internacional português, à qual a agência Lusa teve acesso.

Recorde-se que o presidente da UEFA, que desejou ainda boa sorte a Cristiano Ronaldo para 2015, causou polémica em Outubro passado quando numa entrevis-ta a uma rede de canais de televisão do Catar, defendeu que a Bola de Ouro de-via ser ganha por alguém que brilhou no Mundial do Brasil. “Cristiano Ronaldo não brilhou, Portugal não brilhou. Foi a Alemanha que venceu e na selecção ale-mã encontramos vários jogadores consa-grados”, disse então Platini, lembrando que, em anos de Mundial, a Bola de Ouro “vai, em princípio, para alguém que ven-ceu aquela competição”.

JTM com Lusa

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 201516 JTM | OPINIÃO

• • • CARTOON • • •

JTM/DN

OS AUTOMÓVEIS COM MATRÍCULASANTERIORES A 2000 E 1996

VÃO SER PROÍBIDOS DE CIRCULARNO CENTRO DE LISBOA

JÁ ESPERAVA QUECOMEÇASSEM A

SURGIR MEDIDASCOMO ESTAS.

TUDO PORQUE OSCARROS VELHOS

SÃO CÓMICOS.

EDITORIALSérgio Terra

Onde está a piada?1-Menos de um mês depois da tomada de posse

do quarto Governo da RAEM, cresce a convic-ção de que a nova equipa de Secretários possui

capacidade para atacar com coragem, e nalguns ca-sos surpreendente rapidez, problemas que ameaça-vam entrar no foro das doenças cronicas.

Neste curto período de tempo, em que até seria legítimo invocarem a necessidade de aprofundar conhecimentos sobre dossiers complexos ou con-troversos que herdaram, os Secretários não se têm limitado a auscultar os serviços que tutelam no âm-bito da preparação das proximas Linhas de Acção Governativa, avançando já com directrizes claras e até medidas concretas no terreno. O “cartão amare-lo” dado aos Serviços de Saúde, a vaga de multas a taxistas ou os raides contra a prostituição, consumo e tráfico de drogas são exemplos que deixam pouca margem de erro sobre a vontade de impor estilos proprios e adicionar dinâmica e pragmatismo à Ad-ministração.

Apesar da crença popular nos desaconselhar a deitar foguetes antes da festa, ou não houvesse ainda muita água por correr debaixo das pontes, já é animador vermos o alarme soar junto de al-guns interesses instalados bem como a clarificação de metas e princípios para organismos públicos. A propria estratégia de comunicação do Executivo re-vela sinais promissores de mudança, em benefício da objectividade e transparência, duas virtudes que oferecem sempre retorno positivo a quem por elas pugna.

Há quem veja nesta nova abordagem o “dedo” de Xi Jinping, por via do cumprimento de “instru-ções” transmitidas em Dezembro pelo Presidente chinês, outros destacam a vontade de Chui Sai On

deixar a sua marca depois das expectativas goradas no primeiro mandato como Chefe do Executivo, ou quem simplesmente aposte na competência e dina-mismo dos novos Secretários.

Em qualquer dos casos, quando a inércia revela sintomas de fraqueza, é sempre de esperar o me-lhor...

2-Em sentido oposto, determinada figura públi-ca do nosso burgo continua a superar o pior que dele se espera. Fong Chi Keong, o mesmo

que prometeu rever o seu “papel” e “método de tra-balho” apos ter assumido o estatuto de deputado nomeado, foi à Assembleia Legislativa provar que o disparate não so é livre como, no seu caso, anda em roda livre, excedendo já os limites da decência.

Algo vai muito mal quando um deputado que mereceu a confiança do Chefe do Executivo usa da palavra no orgão legislativo da RAEM para pedir “tolerância” para a violência doméstica, interpretar o abuso sexual entre cônjuges como mero fruto de “uma necessidade” ou defender que “quanto mais se ama a pessoa, mais se agride” e até “há pessoas que gostam de ser agredidas”. Independentemente do conhecido historial anedotico do deputado, de-

clarações deste teor são um atentado à dignidade humana, uma apologia à violência e uma falta de respeito por quem o nomeou e pela Assembleia Le-gislativa, cuja imagem e credibilidade sofrem assim mais uma machadada.

Noutros Parlamentos já vimos cadeiras ficarem vazias em sinal de protesto contra ataques a valores fundamentais dos direitos humanos. Já na Assem-bleia local, sem que tal signifique necessariamente concordância com as atordoadas em causa, ouvi-ram-se sobretudo risadas, estranho exercício de hu-mor em torno de uma questão da maior seriedade.

Uma vez que Fong generalizou a questão, não a remetendo apenas à realidade específica de Macau, importaria talvez perguntar ao deputado “humo-rista” se sabe que as estimativas das Nações Unidas indicam que pelo menos um terço das três mulheres no mundo já foi vítima de violência física ou sexual cometida pelos parceiros e quase 40% das vítimas de homicídio foram assassinadas pelos maridos.

Saberá que a violência doméstica mata muito mais do que as guerras ou que milhões de crianças são vítimas directas desse fenomeno, sem esquecer o impacto indirecto no desenvolvimento e educação daquelas que convivem diariamente com a violên-cia nos seus lares ou acabam por ficar órfãs devido a actos de brutalidade?

Na China, o Governo Central avançou em No-vembro com o seu primeiro projecto de lei sobre a violência conjugal, apos constatar que cerca de 40% das mulheres do país são vítimas de violência física ou sexual. A iniciativa não gerou risos, merecendo sim o aplauso da generalidade dos grupos de defe-sa dos direitos humanos.

Afinal, onde está a piada de Fong Chi Keong?

A deputada europeia Ana Gomes escreveu, ontem, no Twitter: “Charlie Hebdo – porquê insis-

tir na representação do Profeta, que se sabe ofender os muçulmanos? Não estou de acordo. Não em meu nome.”

Falemos da citada representação do profeta, aquela que é hoje repro-duzida na capa do semanário Charlie Hebdo: uma lágrima cai pelas barbas de Maomé.

O desenho sugere que ele tem com-paixão pelos mortos de há oito dias.

Duas frases aparecem nessa capa:

Um tweet de Ana Gomes indigno

“Está tudo perdoado” e, num cartaz seguro por Maomé, “Eu sou Charlie.”

Quer dizer, em lugar algum da capa – nas palavras e no desenho – há irrisão, sarcasmo ou, até, ironia.

Como se justifica, então, o de Ana Gomes? Justifica-se por isto: para cer-tos muçulmanos, a representação de Maomé – quer dizer, o simples dese-nho dele – está proibida.

Em Riade, na capital da Arábia Saudita, um desenhador piedoso, da-queles capazes de pintar o olhar do-loroso de Maria por ver o seu filho na cruz, tem interesse em não tentar de-senhar um bom e comovido Maomé. Não precisa de ter o lápis afiado pela crítica, bastava tentar desenhar.

Até agora era assim, em Riade. E

continua a ser porque todos receiam ser vergastados por um simples dese-nho.

Ana Gomes quer que esse medo chegue à Europa.

Ontem, na Arábia Saudita, um in-fluente clérigo lançou uma fatwa a quem faça bonecos de neve, porque “os bonecos de neve são anti-islâmi-cos”.

Quando virá o de Ana Gomes con-tra os bonecos de neve?

JTM/DN

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015 JTM | OPINIÃO 17

DICIONÁRIO CONCISO EDITADO NA CHINAO primeiro “Dicionário Conciso” Por-tuguês-Chinês editado na República Popular da China começou a ser vendi-do em Pequim no inicio do ano, disse à agência Lusa um representante da edi-tora. O dicionário, elaborado por qua-tro professores chineses, contém cerca de 50.000 palavras e foi editado pela “Imprensa Comercial”, uma das mais antigas editoras chinesas. Cada um dos três mil exemplares da edição custa 40 yuan. Fundada em 1897, a “Imprensa Comercial” já editou também dicioná-rios de espanhol, alemão, japonês, in-glês, russo, árabe e italiano.

STANLEY HO NEGA PROTAGONISMO NO BPAO empresário Stanley Ho “não pre-tende ter qualquer protagonismo” na questão da OPA sobre o Banco Por-tuguês do Atlântico e “aguarda cal-mamente o desenrolar dos aconteci-mentos antes de tomar uma posição”, garantiu um porta-voz do empresário. Rui Cunha, advogado do empresário macaense, garantiu à agência Lusa, em nome de Stanley Ho, que não tem fun-damento a notícia veiculada por uma rádio de Macau segundo a qual Stanley Ho iria lançar uma contra OPA ao pre-ço de 2900 escudos por acção do BPA. A notícia foi posteriormente desmenti-da pela rádio, contactada pelo proprio Stanley Ho. Rui Cunha adiantou que Stanley Ho não quer “participar nesta polémica” nem “entrar em qualquer tipo de disputa” e aguarda calmamente o desenrolar dos acontecimentos antes de tomar uma posição” em relação ao processo de OPA do BPA, onde detém cerca de 4 por cento do capital social.

NOVO SALVO-CONDUTO PARA CHINESES DE MACAUCidadãos de Macau de etnia chinesa com mais de cinco anos de residência no Territorio podem obter, junto do Departamento de Imigração de Hong Kong, um salvo-conduto de entrada na colonia britânica válido por dois anos. O novo sistema de entradas múltiplas, que entrou em vigor no inicio deste ano, substitui os anteriores salvos--condutos de entrada única, válidos por seis meses, e de entradas múltiplas válidos por um ano.

Tradição e diplomacia

NOTAS SOLTASCarlos Frota*

Reconhece-se desde há muito, entre membros dos diferen-tes países e governos, que a

Cidade do Vaticano, minúscula no plano territorial e vastíssima no plano simbolico, é uma das mais importantes capitais diplomáticas do mundo.

Por que razão? Porque nos gabi-netes dos chefes de missão, repre-sentantes dos diferentes países, nas recepções e outros actos oficiais... e nos corredores do Vaticano, tro-cam-se informações e analisam-se acontecimentos internacionais, cujo alcance é bem mais vasto do que a mera vida da Igreja-instituição, as recentes promoções a cardeal ou a reforma da Cúria.

De Roma vê-se o mundo. E esse olhar sobre o mundo, pelos vistos, interessa a quase todos.

Por essa riqueza de informação, resultante do modo como a Igreja Catolica está implantada em todos os continentes, países não especial-mente ligados ao catolicismo, ou mesmo de religião dominante di-versa, têm embaixadores ali acredi-tados.

Formalmente um Estado sobe-rano, esta qualidade da Santa Sé aproveita a uns e a outros - a todos afinal, facilitando também esse diá-logo entre diferenças que modela o mundo diplomático e, por conse-guinte, as relações entre Estados.

Torneado que seja pela gramáti-ca suave da diplomacia, o que cons-titui objecto do interesse de todos é o mundo real, sem fingimentos nem complacência. E ao realismo deste nosso mundo contemporâneo não se furta o Papa, como tem ficado demonstrado nas muitíssimas in-tervenções que semeiam estes qua-se dois anos de pontificado.

A denúncia da violênciapseudo-religiosa

Neste contexto, o discurso tradi-cional ao corpo diplomático, acredi-tado na Santa Sé é, no início de cada ano, uma oportunidade solene para o Chefe da Igreja Catolica fazer o diagnostico da situação internacio-nal.

Imaginam-se as longas análises que os embaixadores fazem aos seus governos, sobre o que disse o Papa, como disse, por que disse... tudo a atestar afinal a importância que deriva da sua autoridade mo-ral, único solo onde floresce a sua influência política.

******Na última segunda-feira teve

pois lugar esse tradicional encon-tro de Ano Novo, entre o Soberano Pontífice e os embaixadores acredi-tados junto da Sé de Pedro.

Foi assim descrito pelo Papa Francisco um panorama vasto do que se passa pelo mundo, em que tiveram lugar proeminente os acon-tecimentos mais recentes e mor-mente os ligados à violência do ex-tremismo pretensamente religioso.

O Papa condenou, como se espe-rava, o que se passou em França e o que tem ocorrido no Médio Orien-te e em África, como dissociado de atitude autenticamente religiosa,

qualquer que seja a confissão invo-cada. Porque as religiões não fazem a apologia da violência e da morte.

Francisco falou igualmente do esforço de reconciliação entre povos de crenças diferentes, sublinhando a virtualidade do diálogo inter-re-ligioso que a Santa Sé protagoniza.

Algo de inteiramente novo nes-ta mensagem do Papa Francisco ao corpo diplomático?

É notória a afirmação de que o extremismo “islâmico” é uma ideo-logia política e não uma Fé religiosa, que acaba por manietar o Islão au-têntico como refém. Numa lingua-gem contida, a mensagem está lá. É uma chamada reiterada de atenção aos líderes políticos e religiosos para que exerçam sem tibieza, sem hesi-tações, as suas responsabilidades. Para salvaguarda do futuro.

Mensagem essencial do Papa? Um mundo saturado de violência, de sofrimento, mas ansioso de paz. Nesta constatação convergem os im-perativos da política e da religião.

Estados Unidos-Rússia:um sinal?

Não deixa de ser interessante notar, no presente contexto de crise com a Rússia, o anúncio pelo Secre-tário da Defesa dos Estados Unidos do encerramento de quinze bases militares na Europa, onde cerca de sessenta mil soldados americanos continuam estacionados. É esta cer-tamente a conclusão de um planea-mento longamente pensado, nomea-damente de economias a fazer para aliviar os bolsos dos contribuintes, pois serão quinhentos milhões de dolares poupados por ano, diz-se. Mas a oportunidade do anúncio não deixa de ser um sinal de distensão que não será irrelevante, no actual quadro de crispação. A menos que a mera logica não funcione e o jogo seja mais subtil. De qualquer modo, os analistas prevêem uma baixa de tensão no dossier Ucrânia-Rússia, fruto em grande parte da baixa do preço do petroleo que impõe a revi-são drástica das expectativas de re-ceitas, nas economias dependentes do crude.

Na “capitaldo mundo”

Ainda a França: o luto e a festa. Sim, num certo sentido, também a festa. Para honrar os mortos e cele-brar, não obstante tudo, a vida, de forma civilizada, digna, com valo-res. Três milhões e meio de pessoas nas ruas de França, e um milhão e meio so em Paris, para defenderam a liberdade de expressão. Cinquen-ta chefes de estado e de governo de braço dado. A cadeia humana dos políticos a reforçar a das pessoas comuns que acompanharam os fa-miliares das vítimas. Esta imagem marca, sem dúvida, de modo muito

forte, o ano que começa.

Os desafiosdo Presidente Rouhani

Vai-se tornando cada vez mais apertado o calendário deste pri-meiro semestre de 2015 que reve-lará (ou não ...) a possibilidade de compromisso entre duas posições diametralmente opostas: um Irão nuclear, um Irão potência civil. Em caso de insucesso das negociações por enquanto suspensas, a vítima não seria apenas a perspectiva de levantamento das sanções que nor-malizaria o relacionamento econo-mico da república dos ayatollahs com o resto do mundo. Complica-do ficaria também o próprio desti-no político de Rouhani, eleito para concretizar as aspirações de mi-lhares de compatriotas a uma vida mais fácil, sem sanções. Como rea-girá o regime e a população á desci-da do preço do petroleo? Como rea-girá o Grande Ayatollah Khomeini e a Guarda da Revolução à derrota política do presidente, no caso de colapso negocial? Dentro em pouco saber-se-á.

Os desafiosda casa real saudita

E agora o outro termo da equa-ção, a Arábia Saudita que inicia este ano com múltiplos desafios na frente externa. O país ajusta-se à possibilidade de um compromisso entre os EUA e o Irão, construin-do o seu posicionamento regional no seio do sunismo, cujas divisões procura ultrapassar. E é a partir do quadro do Conselho de Coo-peração do Golfo que reafirma a sua posição de liderança regional. O jihadismo do Estado Islâmico veio mostrar a Riade que não há opção entre o radicalismo do pre-tenso califado e o Islão político moderado da corrente dos Irmãos Muçulmanos que subjaz em todo o mundo sunita e com que procurará entender-se. É que o mais podero-so e simbolico país sunita do mun-do muçulmano não pode abdicar de alianças dentro do seu proprio campo, de modo a esconjurar o su-nismo jihadista por um lado, e a ameaça xiita por outro. Assim, com o Koweit, Emiratos Árabes Unidos, Bahrain, Omã, Dubai e os Emira-tos Árabes Unidos, o Conselho de cooperação do Golfo, Riade vai es-treitar laços para lidar com um Irão fortalecido; e vai forjar uma vasta aliança sunita que marginalize os extremistas da Al Qaida e do ISIS. É este o sentido o seu apoio à co-ligação liderada pelos americanos. Neste quadro, uma reaproximação à Turquia de Erdogan e previsível, como são também inevitáveis difi-culdades com o Egipto do General Al Sissi. Está estimado que a Arábia Saudita tem reservas financeiras para dois ou três anos de “guerra de preços baixos” contra p petroleo americano e contra o Irão... Ano re-cheado de desafios, pois!

* Primeiro Cônsul-Geral de Portugal em Macau. Docente

da Universidade de S. José.

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau”

e “Tribuna de Macau” 15/01/1995

Dito

“As polémicas opiniões contidas na declaração de voto de Fong Chi Keong, ontem no parlamento, não se ade-quam ao vigente no primeiro sistema, pelo menos desde que Mao Zedong inscreveu que ‘a mulher ocupa meta-de do Céu’, nem ao que deve imperar no segundo sistema, conhecido por legislar os direitos humanos, tendo em conta os mais vulneráveis e a sua protecção”

Carlos Morais José, in “Hoje Macau”

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 201518 JTM | LAZER

Fãs de Bieber ameaçam Lara Stone devido a campanha sensualVárias fãs de Justin Bieber reagiram mal aos sensuais anúncios da Calvin Klein com o cantor canadiano e Lara Stone, tendo a modelo holandesa recebido já ameaças extremas. “Vou matar aquela rapariga”, “Não lhe toques outra vez ou mato-te” e “Vai matar-te com um cacto”, são alguns exemplos de mensagens enfurecidas de fãs do cantor. Já o marido de Lara Stone, o comediante David Walliams, reagiu com humor. “Porque é que alguém usou o Photoshop para colocar a cabeça do Justin Bieber naquilo que é claramente o meu corpo?”, escreveu, ilustrando uma fotomontagem com o seu rosto no lugar de Bieber.

Ellen Page “ataca” Rainha por condecorar homofóbicoEllen Page recorreu a um palavrão para criticar a Rainha Isabel II por ter homenageado Maurice Mills, político homofóbico da Irlanda do Norte que culpou os homossexuais pela ocorrência do Furacão Katrina, em 2005. A actriz, que é lésbica, partilhou uma notícia sobre a condecoração e completou com uma crítica: “F***-se isso”. Além das declarações sobre o Katrina, Maurice Mills também atribuiu a epidemia de sida em África à “prática imunda da sodomia”. Page assumiu a sua homossexualidade num discurso para jovens “gays” em 2014.

“Comeré uma felicidade”

Fã do desporto e actividades ao ar livre, Giovanna Ewbank tem tido especial cuidado com a alimentação e a silhueta desde criança, altura em que o almoço que levava para a

escola era composto por uma mistura de beterraba, cenoura e couve. “Morria de vontade de comer os biscoitos recheados

das amiguinhas”, confessou a actriz brasileira à revista “Boa Forma”, garantindo, porém, que hoje já não faz sacrifícios. “Comer é uma felicidade, um prazer. Às vezes, exagero e ataco uma pizza acompanhada por refrigerante”, disse,

explicando que faz depois exercícios funcionais como forma de revigorar energias. “Depois de um treino forte, deito-me

na relva, rezo e mentalizo coisas boas”.

Kidman esteve interessada em Fallon mas pensou que ele era gayNicole Kidman foi convidada do “Tonight Show”, programa de Jimmy Fallon na NBC, e fez revelações surpreendentes que fizeram corar o apresentador. Divertida, a actriz contou que chegou a interessar-se por Fallon quando estava solteira, mas que sentiu que era solenemente ignorada, tendo mesmo chegado a pensar que Jimmy seria “gay”. Os dois conheceram-se há vários anos através de um amigo comum, mas o apresentador, que então trabalhava no “Saturday Night Live”, desconhecia as “intenções” de Nicole. “O quê? Eu poderia ter namorado com a Nicole Kidman?”, questionou o apresentador, antes de receber um aceno positivo da actriz e gargalhadas da plateia.

Conchita Wursttambém brilhounos Globos de OuroConchita Wurst, que ficou mundialmente conhecida como “a mulher Barbuda” depois de vencer o Festival da Eurovisão, também marcou presença na 72ª cerimónia dos Globos de Ouro. Entre actores e realizadores, o “drag queen” desfilou na passadeira vermelha e despertou todas as atenções exibindo um longo vestido verde de veludo.

Woody Allen vai dirigir sériepara a AmazonWoody Allen fechou um acordo com a “Amazon Studios” para escrever e realizar pela primeira vez uma série televisiva, cujo formato será disponibilizado via Internet, através do serviço de vídeo “on-demand” da gigante do comércio electrónico. A “Amazon Studios” explicou que a série, que terá pelo menos uma temporada, será composta por episódios com meia hora de duração escritos e realizados por Woody Allen. “Não sei como estou envolvido nisto. Não tenho qualquer ideia e não sei por onde vou começar. Acho que Roy Price [vice-presidente da Amazon Studios] vai arrepender-se”, ironizou Woody Allen. Intitulada “Untitled Woody Allen Project”, a série estará disponível “em exclusivo” para os assinantes do canal da Amazon nos EUA, Reino Unido e Alemanha.

Sarah Ferguson defende ex-maridoda acusação de abuso de menoresSarah Ferguson quebrou o silêncio para defender o ex-marido, o príncipe André, que foi mencionado num escândalo de abuso sexual de menores. “A família York é muito unida. Sempre foi assim. O melhor momento da minha vida foi em 1986, quando nos casámos. Ele é um grande homem, o melhor do mundo”, sublinhou a duquesa de York ao jornal “Daily Mail”. Apesar de estar separado há vários anos, o casal mantém uma forte amizade. André e Sara são pais das princesas Beatriz e Eugénia.

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015 JTM | LAZER 19

Gente Gira Envie as suas fotos para: gente.gira@yahoo.com

O que falta em Macau? por Stephen Anderson

Macau tem realmente de apos-tar nas áreas do turismo que não estão ligadas ao jogo. É a

única cidade de estilo europeia na Ásia e é por isso que é procurada, mas depois não oferece essas coisas típicas da cultura europeia e mediterrânica, como é o caso das esplanadas, da comida e da bebida. Se os políticos viajam para Paris e gostam das esplana-

das, porque não ter aqui, quando ainda por cima sabe-mos que os turistas gostam? Para além disso, deviam trabalhar em conjunto com a comunidade portuguesa, que tem a sua marca cá, utilizando as suas característi-cas, o gosto pelos vinhos para atrair outro tipo de turis-tas. Podiam organizar jogos lusófonos, principalmente de futebol e convidavam a China. Num fim-de-semana tipo Hong Kong Sevens e enchiam o estádio. Também

deviam trabalhar com a igreja, porque há muitos turistas japoneses e coreanos, que visitam Macau porque é um local católico e podiam potencializar os feriados católi-cos. Também não podemos esquecer que Macau é uma cidade de navegadores, de barcos, onde é que está a ma-rina? Devíamos ter uma marina cheia de iates e a réplica que está na Torre de Macau e é lindíssima devia ser limpa e colocada no Museu Marítimo.

Reencontro dois anos

depoisHá dois anos,

Heidi Haines fez um programa de

reabilitação na Tailândia onde

conheceu Sharon. A foto retrata o

reencontro entre as duas em Hong Kong,

no restaurante-bar de Heidi, em vésperas

da passagem de ano. Também não faltou

“Hai Gow”, o cão “doido” de Sharon.

Um café para o desfechoNada como um cafezinho após almoço com o marido, irmão e amigos para

rematar um belo final de um Domingo animado, no Lago de Nam Wan, segredou-nos Lúcia Leão.

ComoBruce LeePaula Carion numa visita a Hong Kong,

aproveitou para visitar a exibição “Bruce

Lee: Kung Fu.Art.Life”. Como praticante de

artes marciais viu nesta oportunidade

uma forma de aprender mais sobre

a vida, filosofia e forma de treinar do

grande mestre. Junto à estátua instalada à porta do museu,

Paula Carion fez questão de copiar o estilo do mestre de

Kung Fu.

Um passeio de gelar!

Carlos Lobo deslocou-se ao Venetian com

os filhos, Lucas e Luana, para visitarem

o Ice World – Penguins Undercover. “Foi muito giro e os casacos bem

foram necessários porque lá dentro era

mesmo bem frio!”, confessou Carlos Lobo

ao GENTE GIRA.

20 JTM | ÚLTIMA Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015 • Fecho da Edição • 01:50 horas

Por alguns instantes, ontem, vários de nos, foram Charlie. Não para hon-rarmos jornalistas assassinados, mas em nome do direito à vida, o direito humano mais importante que existe, já que é o único que não tem apelo.

Foi uma cerimonia breve, simples e cheia de emoção, desprovida de pro-tagonistas. Um minuto de silêncio re-cordando as vítimas de Paris, marcou a passagem do sétimo dia dos incidentes.

Macau fez bem em manter um “low profile”.

O semanário “Charlie” não era um modelo de tolerância e a sua linha editorial radical afugentara a grande maioria dos franceses e baixara a ti-ragem, a nível da sua sobrevivência. É impossível ignorar que, tão selvati-camente como os cartoonistas, foram assassinados os polícias que os prote-giam, e os clientes de um supermerca-do que tinham ido às compras...

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Em nome dodireito à vida

Marca sediada em Macau participa na Semana da Moda de Hong KongA “Munhub”, marca criada e sediada em Macau pelos designers Manuel Correia da Silva e Clara, vai participar na edição deste ano da Semana da Moda de Hong Kong, que irá decorrer entre os proximos dias 19 e 22 no Centro de Convenções e Exposições da região vizinha. Segundo um comunicado da empresa, a “Munhub” vai representar a “Lines Lab”, uma marca também criada pelos dois designers com “orientação contempo-rânea, dedicada ao desenho e produção de peças originais”. A Semana da Moda vai acontecer em simultâneo com o evento “World Boutique”, ambos organizados pelo “Hong Kong Trade Development Council”. É espera a participação de 1.800 expositores de 27 países.

Cortou pénis do marido duas vezes para se vingar de traiçãoUma chinesa furiosa por ter sido enganada pelo marido com uma mulher mais nova re-solveu cortar-lhe o pénis...por duas vezes. Os acontecimentos datam de Dezembro, mas os contornos da historia so ontem foram divulgados pela agência AFP, que conta que a vítima, um homem de 32 anos apresentado como ‘M. Fan’, sofreu a primeira amputação enquanto dormia, sendo depois levado de urgência para o hospital, onde os cirurgiões conseguiram suturar o orgão decepado. O ataque da mulher, Fen Lung, aconteceu depois de descobrir que o marido a tinha enganado com uma mulher de 21 anos, quando repa-rou nas mensagens picantes enviadas via telemóvel, mas a sede de vingança não ficou por aqui: depois de três dias em recuperação no hospital, sempre acompanhado da mulher, esta esperou que o marido estivesse a dormir e cortou novamente o pénis, atirando-o pela janela do hospital, mas desta vez não foi possível encontrar o membro. Este duplo acto de vingança acabou por sedimentar a relação de Fan com a amante, tendo os dois resolvido casar. O estado clínico de Fang é “estável, apesar das fortes perturbações emocionais”, dizem os médicos. A esposa de Fang está detida enquanto decorre a investigação policial.

China apurada para os “quartos” da Taça da Ásia em FutebolA China virou uma desvantagem de 1-0 ao inter-valo para se impor por 2-1 ao Uzbequistão, na se-gunda jornada do Grupo B, e assegurar a qualifi-cação antecipada para os quartos de final da Taça de Ásia em futebol. O Uzbequistão inaugurou o marcador aos 22 minutos, por Odil Akhmedov, mas os chineses, que na primeira ronda tinham vencido a Arábia Saudita por 1-0, responderam por Wu Xi, aos 55, e Sun Ke, aos 68. A China isolou-se no co-mando do grupo, com seis pontos, mais três do que o Uzbequistão e a Arábia Saudita, que vão decidir o outro lugar de acesso aos quartos de final na última jornada, marcada para domingo. Os sauditas também estiveram a perder com a já eliminada Coreia do Norte, na sequência do golo de Ryang Yong-Gi aos 11 minutos, mas também consumaram a reviravolta por Naif Hazazi (37 minu-tos), Mohammad Al Sahlawi (52 e 54) e Nawaf Al Abid (77).

Ban Ki-moon alerta para riscosde “pesadelo nuclear” no Sul da ÁsiaO Sul da Ásia “enfrenta o grave perigo das armas nucleares”, advertiu o secretário-ge-ral das Nações Unidas num discurso profe-rido no Conselho Indiano para as Relações Mundiais, em Nova Deli. Alertando que “cada adição aos arsenais aumenta os riscos de um pesadelo nuclear”, Ban Ki-moon ex-plicou que nalgumas regiões, como no sul asiático, o stock de armas nucleares está a crescer e a ficar mais diversificado e sofis-ticado. O líder da ONU afirmou estar preo-cupado com a falta de desarmamento global e pediu à Índia para renovar a sua liderança no sector. Ban também citou o papel dos países da região em prol da estabilidade do Paquistão e do Afeganistão, em especial através do intercâmbio no sector da educação. Segundo o secretário-geral, a reforma política do Afeganistão precisa de ter como foco a paz e a reconciliação e contar com o apoio da Índia. Na visita à Índia, Ban disse ainda sentir orgulho por promover uma vida de qualidade para todas as pessoas, incluindo gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros, e pediu ao país para difundir a tolerância e a não-discriminação, lembrando que cerca de 500 milhões de indianos sofrem com a pobreza.

Leda Letra, JTM/ Rádio ONU; em Nova Iorque

Exemplares do Charlie Hebdo fomentam negócios em leilãoA edição especial do jornal Charlie Hebdo esgotou num ápice em todos os pontos de venda em França, sendo que o preço mais elevado de um exemplar já atingiu os 28 mil euros em leilão, um valor que ainda pode aumentar e que supera em larga escala o preço fixado para venda directa ao público que estava consolidado em três euros. Alguns dos vendedores optaram pelo sistema de leilão, fixando como valor mínimo da oferta um euro. A elevada procura levou a distribuidora MLP (Messageries Lyonnaises de Presse) a aumentar o número de tiragens para os cinco milhões de exemplares. Uma semana depois do ataque de que foi alvo, em que morreram o director e outros nove membros da equipa, o jornal satírico francês publicou ontem uma “edição dos sobreviventes” cuja capa é uma cari-catura de Maomé, de lágrima no olho, segurando uma folha com a frase “Je suis Charlie”. Várias autoridades políticas e religiosas muçulmanas condenaram a publicação da caricatura, reiterando todas a sua condenação dos atentados de Paris como contrários aos valores islâmicos.

Dois terços dos jovens da RAEHKnão querem trabalhar na China ContinentalUm estudo encomendado pelo Centro de Pesquisa da Fundação Bauhinia chegou à conclusão que dois terços dos estudantes de Hong Kong não querem trabalhar na China Continental. O estudo decorreu entre Agosto e Setembro do ano passado e envolveu 1.001 jovens do Instituto de Estudos da Ásia-Pacífico da Universidade Chi-nesa de Hong Kong, com idades compreendidas entre os 18 e 29 anos, sem qualquer experiência de trabalho no Continente. Segundo o estudo, 46,3% dos entrevistados manifestaram-se “relutantes” e 18,4% “muito relutantes” a procurar trabalho do outro lado da fronteira, contra 30,9% e 2,3%, respectivamente, que disseram estar “dispostos” ou “muito dispostos” a fazê-lo. O líder do grupo de pesquisa, Lawrence Lee, defendeu que “não há hipotese dos residentes de Hong Kong sobreviverem se so permanecerem na cidade” e é importante que os jovens percebam que o mundo “não é so a ilha de Hong Kong, Kowloon e os Novos Territorios”.