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1 VER BEM SEM ÓCULOS Dr. Adrian Vander SUMÁRIO PRIMEIRA PARTE ......................................................... 3 De onde provém os defeitos da vista ................................... 3 Ver bem não depende só dos olhos ...................................... 6 Influência das emoções prejudiciais sobre a vista ..................... 7 A Perda do Instinto Natural de ver bem nos tempos modernos ........... 11 SEGUNDA PARTE ......................................................... 12 Descrição dos distúrbios e defeitos da vista ......................... 12 SEU TRATAMENTO CURATIVO ............................................ 12 Vista Curta (Miopia) ............................................. 12 Tratamento de vista curta ........................................ 14 Miopia Passageira ................................................ 16 Vista Longa (Hipermetropia) .................................... 16 Vista Cansada pelos anos Envelhecimento prematuro da vista) ...... 19 Vê as coisas deformadas? Sofre de Astigmatismo ................... 24 Estrabismo (Desvio dos olhos) .................................... 25 Evite o Cansaço dos seus Olhos ................................... 28 TERCEIRA PARTE ........................................................ 32 A Arte de Ver Bem .................................................... 32 Como se Utilizar Devidamente da Vista .............................. 32 A Luz é necessária à Saúde ........................................... 36 Quanta luz convém aos olhos? Inconvenientes dos óculos escuros ..... 36 Como deve ser a Iluminação ........................................... 39 Como se deve usar a Vista par Ler, Escrever, Coser etc ............... 40 Conselhos Especiais para a Infância em Idade Escolar ................. 41 A Leitura de Livros, Jornais, Revistas etc ........................... 42 [email protected] [email protected]

Adrian Vander - Ver Bem Sem Oculos

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    VER BEM SEM CULOS

    Dr. Adrian Vander

    SUMRIO PRIMEIRA PARTE ......................................................... 3 De onde provm os defeitos da vista................................... 3 Ver bem no depende s dos olhos...................................... 6 Influncia das emoes prejudiciais sobre a vista..................... 7 A Perda do Instinto Natural de ver bem nos tempos modernos........... 11

    SEGUNDA PARTE ......................................................... 12 Descrio dos distrbios e defeitos da vista......................... 12 SEU TRATAMENTO CURATIVO ............................................ 12 Vista Curta (Miopia) ............................................. 12 Tratamento de vista curta ........................................ 14 Miopia Passageira ................................................ 16 Vista Longa (Hipermetropia) .................................... 16 Vista Cansada pelos anos Envelhecimento prematuro da vista) ...... 19 V as coisas deformadas? Sofre de Astigmatismo ................... 24 Estrabismo (Desvio dos olhos) .................................... 25 Evite o Cansao dos seus Olhos ................................... 28

    TERCEIRA PARTE ........................................................ 32 A Arte de Ver Bem.................................................... 32 Como se Utilizar Devidamente da Vista .............................. 32

    A Luz necessria Sade........................................... 36 Quanta luz convm aos olhos? Inconvenientes dos culos escuros ..... 36

    Como deve ser a Iluminao........................................... 39 Como se deve usar a Vista par Ler, Escrever, Coser etc............... 40 Conselhos Especiais para a Infncia em Idade Escolar................. 41 A Leitura de Livros, Jornais, Revistas etc........................... 42

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    QUARTA PARTE .......................................................... 44 Fortalea e Melhore os seus Olhos.................................... 44 Diversos Exerccios para Corrigir os Defeitos da Vista ............. 44 MASSAGEM ......................................................... 45 PESTANEJO ........................................................ 46 BALANO .......................................................... 50 EXERCCIOS ESPECIAIS PARA OS MOPES .............................. 50 COMO LER SEM CANSAR A VISTA ...................................... 53 BANHOS DE SOL ESPECIAIS PARA OS OLHOS ............................ 55 A M POSIO DO CORPO AO LER E DEMAIS TRABALHOS DA VISTA ......... 55 VANTAGENS QUE A BOA RESPIRAO TRAZ PARA A VISTA ................. 56 A MEMRIA E A IMAGINAO AJUDAM A VER BEM ........................ 57

    Novos processos para curar os defeitos da vista

    DE GRANDE XITO EM CRIANAS E ADULTOS

    Vista cansada. Vista curta (miopia).

    Vista longa (hipermetropia). Astigmatismo.

    Estrabismo. Fadiga dos olhos.

    NUMEROSAS ILUSTRAES

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    PRIMEIRA PARTE

    De onde provm os defeitos da vista A Cincia moderna aps minuciosas pesquisas descobriu, nestes ltimos anos, as causas dos defeitos da vista (vista curta, vista cansada etc.), hoje to comuns. Assim sendo, importante saber que muitas das causas encontradas so, a seu turno, o resultado de outras mais importantes. Descobriu-se, por exemplo, que o olho maior que o normal produz a vista curta. Mas com isto no encontramos ainda a causa primordial e fundamental deste defeito da vista, pois algum perguntar imediatamente: e por que razo o olho maior que o normal? evidente, portanto, que as comumente chamadas causas dos defeitos visuais devem-se em virtude da ao de outras muito mais importantes, que constituem as verdadeiras causas fundamentais. So as que vamos expor no presente captulo. Torna-se muito importante conhec-las, uma vez que indispensvel suprimi-las para evitar e curar os defeitos e distrbios da vista. Justamente por desconhecer tais causas que no se sabia, at h poucos anos, que os defeitos visuais so curveis a ponto de dispensar o uso de culos. A Oculstica, por meio de longas e penosas pesquisas, encontrou as causas prximas ou imediatas dos defeitos da vista. Estas, porm, no explicam porque so to freqentes as doenas dos olhos; nem tampouco porque hoje em dia quase ningum sabe usar bem os olhos, como o demonstra o fato de serem muito poucas as pessoas de vista perfeita, enquanto que, em compensao, todos sabem andar, correr e falar bem. Aceitamos as modernas descobertas neste terreno, mas procuramos ir mais longe na pesquisa das causas fundamentais dos distrbios da vista. Para isso reunimos todos os conhecimentos existentes sobre a matria, juntando-os aos resultados das nossas prprias investigaes, elaborando uma concepo baseada em fundamentos slidos, que exporemos a seguir. PRIMEIRA CAUSA FUNDAMENTAL. A vida demasiadamente artificial e antinatural . Ao primeiro contato, nossa afirmao poderia parecer muito ousada, mas ver-se- logo que no o se considerarmos o assunto com um pouco de ateno . tualmente, por fora do hbito ou da necessidade; pela concentrao dos seres humanos nas cidades, com despovoamento dos campos; pelo maquinismo e industrialismo excessivos ou mal-entendidos, que em vez de libertar o homem mais o escravizaram ;

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    pelo sem-nmero de apetites, aspiraes, paixes etc., que criaram um conjunto de necessidades artificiais, a vida do homem geralmente, antinatural. Acrescente-se a tudo isso a sede desmedida de gozos e prazeres malsos, infelizmente to disseminada. Muitos pensam do seguinte modo: "A vida curta. Para desfrut-la deve-se triunfar. Aproveitemos, pois, o tempo e inventemos novos gozos". Como resultado disso surge a febre da pressa para vencer quanto antes e depois gozar. Da o excesso, o desgaste e por fim, geralmente, o desengano. A tenso de esprito, a pressa, o sobreesforo, a ingratido alheia, a decepo, a angstia, envelhecem o organismo, produzindo danos em todos os rgos. Dentre estes, os que mais sofrem so, talvez, o sistema nervoso e depois a vista. verdade que a Higiene moderna d importantes conselhos para remediar tais embaraos. Em razo, porm, da enorme extenso do gnero de vida antinatural, a sua ajuda no bastante eficaz. Evidentemente que o homem foi constitudo para viver segundo as leis da Natureza. A Cincia e a Tcnica modernas tm feito maravilhas e produzido grandes criaes. Mas at agora no souberam ainda superar inteligentemente a Natureza ou evitar que o homem se afaste da mesma. Procurar levar uma vida mais natural no significa comer apenas razes, nem voltar a morar nas cavernas, mas habituar-se a uma vida em que atuem sobre o ser humano os estmulos naturais: sol, luz, gua, exerccio, princpios vitais dos alimentos etc., estmulos necessrios sade do homem, tanto fsica como mental. Alm disso, significa tambm suprimir uma srie de costumes mal-sos e prejudiciais. Pela ausncia de estmulos naturais o homem adquiriu uma sensibilidade doentia. A vida de todo ser vivo exige adaptao, resistncia e flexibilidade. Os estmulos naturais desenvolvem essas propriedades, necessrias sade e existncia. H no mundo um grande nmero de causas nocivas sade. Se o homem no as superar com a sua resistncia, adoece e morre prematuramente, em vez de viver sempre sadio e morrer de velhice natural. Perguntar o leitor: "E que relao tem isso com a vista?" Muito simples. Toda doena tem as suas causas prprias, mas a diminuio da resistncia e das defesas do corpo predispe a todas as doenas. Com uma resistncia perfeita bem mais difcil a atuao das causas de enfermidades.

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    Ora, aplicando o que foi dito vista, diremos que pela vida antinatural diminuram a resistncia e as defesas de todo o corpo e, portanto, dos olhos. Por outro lado, estes, pelas exigncias da vida moderna, so submetidos a um grande esforo na maioria das pessoas. Da combinao dos dois fatores (diminuio da resistncia e sobreesforo dos olhos), nascem os defeitos da vista, hoje to freqentes . Leve-se em conta que a constncia dos defeitos da vista questo relativamente moderna. Antigamente havia inflamaes dos olhos, tracoma etc. ; hoje, porm, podemos garantir que, se naquela poca existissem as lentes, ningum teria necessidade delas. Diro alguns que os antigos nem sempre levavam uma vida natural. Com efeito, todas as civilizaes comeam por uma poca de vida dura, spera e herica, quando crescem e se expandem. Depois, ao adquirirem domnio e prosperidade, muitas vezes caem na comodidade e no vcio. Nas primeiras etapas enrijecem-se corporalmente pela vida dura e em contato com a Natureza. Da sua culminncia queda, entregando-se moleza e aos vcios, a sua vida antinatural. Compare-se, por exemplo, a Roma primitiva com a da decadncia. Disse um historiador que, na poca da decadncia, os romanos abastados eram carregados em liteiras com cortinas, molestando-os um raio de sol ou o voo de uma mosca. Sem dvida, no eram assim os romanos dos tempos de luta e expanso do Imprio. Temos muitos exemplos de civilizaes antigas cujos homens seguiam uma vida natural sob muitos aspectos. Assim, por exemplo, os rias primitivos eram frugais e seguiam uma alimentao com predomnio de vegetais; os banhos de sol e de gua eram prticas muito correntes entre eles. Os germanos primitivos viviam em plena Natureza e os seus costumes eram sadios. Os gregos viviam principalmente ao ar livre; tomavam banho de sol e de gua e praticavam os desportos. Durante longas pocas foram vegetarianos. E assim poderamos dar muitos exemplos mais. verdade que hoje em dia as naes cultas observam um maior amor Natureza do que as geraes passadas. Deve-se, porm, levar em conta que os resultados desfavorveis da vida antinatural se transmitem por hereditariedade, que arcamos com a pesada carga que nos legaram muitas geraes de vida insalubre, conseqncia da ignorncia em matria de sade.

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    A vida antinatural, atravs das geraes, prejudicou a vista por dois mecanismos: atuando diretamente sobre os olhos, e tambm, indiretamente, atravs dos demais rgos do corpo. A seguir veremos com mais clareza este ltimo.

    Ver bem no depende s dos olhos

    Mas tambm da sade dos outros rgos Em virtude das mtuas relaes que h entre todos os rgos, tudo o que afetar a um deles repercutir sobre os restantes. Efetivamente, as doenas, distrbios ou defeitos de diversas partes do corpo podem repercutir sobre a vista. As que mais visivelmente chegam a perturbar a viso so as seguintes: M CIRCULAO. Pode ser devido a anemia, perdas de sangue, corao fraco, envelhecimento precoce dos condutos de sangue (arteriosclerose) e presso alta. POBREZA DE VITAMINAS OU DE MINERAIS . A pobreza de vitaminas ou de sais minerais (clcio, fsforo, ferro etc.) pode dar lugar a doenas ou defeitos da vista, ou ser causa de cura prolongada. MICRBIOS. Quase todos os micrbios podem atacar os olhos. Principalmente os micrbios dos focos infecciosos (glndulas infectadas, dentes cariados, sinusite etc.). Tambm o micrbio d reumatismo. IMPUREZAS DO SANGUE E VENENOS. Os txicos seguintes perturbam a acomodao e podem chegar a causar defeitos da vista: tabaco, bebidas alcolicas, chumbo, arsnico, toxinas produzidas plos vermes intestinais e pelas putrefaes intestinais. As substncias venenosas citadas debilitam os nervos do olho e prejudicam o cristalino e os msculos que movem os olhos. BOCA E DENTES. Cries, infeces dos dentes, piorria, infeces da boca. MA DIGESTO. Acidez de estmago, transtornos nervosos do estmago e do intestino, lcera gstrica, dilatao do estmago, inflamaes, fermentaes e putrefaes, priso de ventre, diar-reias crnicas; doenas do fgado ou da vescula biliar. DOENAS DOS RINS E VIAS URINRIAS. Inflamao crnica dos rins, enrijecimento dos rins, calculose renal, infeces da bexiga e das vias urinrias, doenas da prstata. DISTRBIOS DAS GLNDULAS DE SECREO INTERNA. Principalmente da tireide (glndula situada no pescoo). Quando essa glndula funciona com excesso h os seguintes distrbios da vista: vista fixa, cansao dos olhos, dificuldade em olhar de perto, tremor da plpebra superior.

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    DOENAS DA NUTRIO. So comuns os defeitos e distrbios da vista devidos, pelo menos em parte, magreza, obesidade, ao diabetes, gota ou ao artritismo (cido rico). A mais prejudicial destas doenas o diabetes. Nos diabticos freqente a vista curta ou a longa passageira, quando aumenta o acar do sangue, defeitos que podem tornar-se permanentes se a enfermidade no for curada. Nos diabticos a vista cansada comea prematuramente . NERVOS. Os distrbios nervosos, a fraqueza, a debilidade e instabilidade nervosa, tm muito que ver com os defeitos da vista nas pessoas nervosas. H muitos casos em que o uso de lentes bem graduadas no diminui as enfermidades visuais, enquanto que, fortalecendo os nervos, elas desaparecem e a vista melhora. Em tais casos os defeitos da vista (vista curta ou longa, vista cansada etc.) so puramente nervosos. FEBRES INFECCIOSAS. A difteria (crupe) pode enfraquecer a vista por muito tempo, dificultando a viso de perto. A gripe, no tratada devidamente e a tempo, pode produzir defeitos e molstias no rgo visual. O tifo, infeces do ventre, o sarampo e a malria podem deixar tambm, como sequelas, defeitos e doenas na vista.

    Influncia das emoes prejudiciais sobre a vista

    Para se compreender um grupo importantssimo de causas dos defeitos da vista, cujo conhecimento indispensvel cura dos mesmos, convm que expliquemos em parte como funciona a vista, Assim, compreender-se- melhor o fundamento dos exerccios de reeducao da vista, que depois exporemos . Quando vemos, usamos os olhos, os nervos e o crebro. Estes trs rgos funcionam intimamente unidos no ato de ver. Ao vermos tm lugar dois processos sucessivos: 1. A sensao, ou seja, a primeira impresso que produzem os objetos cuja luz chega aos nossos olhos. 2. A percepo, isto , o "dar-se conta" do que se v. A sensao o conjunto de luzes, sombras, cores etc.; que chegam ao olho e que constituem a imagem que deve ser trabalhada no crebro para que a pessoa se d conta do que representa.

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    Depois vem a percepo, que tem lugar no no olho, mas no crebro, quando reconhecemos o objeto que vemos: uma mesa, uma cadeira, uma fisionomia etc. A percepo corresponde, pois, mente. Esta e os olhos trabalham juntos para que ao mesmo tempo que vemos, reconheamos aquilo que vemos. Nas crianas muito pequenas, a viso termina na primeira etapa. Os olhos vem, mas o crebro no reconhece ainda o que vem. Vrias pessoas acreditam que a criana, quando abre os olhos pouco depois do nascimento, j se d conta do que a rodeia. Isto falso. O recm--nascido sente umas impresses visuais mas no reconhece as coisas. A pouco e pouco a criana aprende a diferenciar e depois, quando j tem alguns meses, comea a reconhecer o que v. Nas pessoas maiores as duas etapas da viso tm lugar ao mesmo tempo, por isso notamos o que vemos, mas no de cada uma das etapas, do mesmo modo que quando andamos notamos que andamos, mas no de cada um dos movimentos simples em que se decompe cada passo. J dissemos que a faculdade de se notar o que se v, compete mente. Esta faculdade exige, para se desenvolver e aperfeioar, a experincia que d o viver e que se acumula na memria. O aumento da experincia acumulada redunda em benefcio da vista. Assim, por exemplo, um campons ou marinhei ro vero em um relance detalhes do bosque ou do mar que, escapariam a outra pessoa. Deve-se isso sua longa experincia das coisas do campo ou do mar, respectivamente, que conservam na memria. Aps estes preliminares, o leitor j compreender o grave erro que se comete comumente ao preocupar-se to-s dos olhos, descuidando dos nervos e da mente. Em geral, para corrigir os defeitos da vista recorre-se a operaes e lentes, e nada se faz sobre o sistema nervoso e a mente, to importantes, como acabamos de ver. Isto esclarecido, j podemos expor outra das causas fundamentais dos defeitos da vista. Vimos anteriormente que a vida antinatural conduziu o homem ao estado presente de decadncia corporal, prejudicando todos os rgos e tambm os olhos. Mas a vida' antinatural alm disso a causa de emoes prejudiciais e idias perturbadoras. Com efeito, a civilizao atual desenvolveu a mente em sentido intensamente egosta. O homem, para conseguir os fins que arbitrariamente traou para si, deformou-lhe a mente, enchendo-a de idias perturbadoras.

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    Temos, pois, que em virtude da vida antinatural prejudicaram-se por um lado, os olhos e, por outro, a mente. O resultado que os

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    dois elementos fundamentais que intervm na funo da vista foram prejudicados. Os olhos podem alterar-se por diversas causas: doenas, acidentes etc. E como so os olhos que fornecem a imagem, a vista torna-se perturbada se eles funcionarem mal. mente, que se d conta daquilo que se v, faltar a imagem perfeita que necessria para ver as coisas bem e tal como so. Assim, por exemplo, em conseqncia da cicatrizao de uma ulcerazinha do olho pode ficar neste uma parte que no deixe passar a luz, o que perturbar a viso. Este aspecto da vista era considerado com muito interesse por todos os oculistas, mas geralmente no se d a devida ateno ao segundo aspecto, isto , importncia da mente para ver bem, aspecto to fundamental como o primeiro. E o mais interessante do caso que a eficcia da mente nesta funo pode alterar-se por diversos distrbios nervosos ou emocionais e pela sobrecarga em idias perturbadoras. Como dissemos, a vida antinatural moderna tem prejudicado a mente, assim, hoje em dia as mentes de quase todas as pessoas acham-se cheias de idias perturbadoras. Estas alteram os nervos, causam as manias e distrbios nervosos, transtornam o carter, diminuem a alegria de viver e favorecem os vcios e as paixes malss. Alm disso, a mente envenenada pelas idias perturbadoras cada vez menos gil para compreender e interpretar. Como o crebro que interpreta os dados que recebe dos olhos, compreenderemos que a diminuio da capacidade mental para interpretar redunde forosamente em prejuzo da vista. Os olhos e a mente formam uma unidade. Ambos so necessrios para ver bem as coisas. Mas algum poderia objetar que do afirmado no se deduz que a mente tenha algo que ver com a vista curta, vista cansada etc., em que h um defeito das lentes do olho e a imagem que se forma apagada, A isso responderemos que as modernas experincias ensinam que o mau funcionamento da mente sempre vem acompanhado de mau funcionamento do corpo. Do mesmo modo que um desgosto pode provocar uma dor de estmago, a tenso nervosa, a inquietude, o sobreesfro mental etc. perturbam o funcionamento dos olhos, produzindo vista curta, vista longa, vista cansada etc. Isto esta hoje perfeitamente demonstrado e um dos fundamentos dos modernos tratamentos curativos, que exporemos mais adiante. As emoes prejudiciais como o medo, a angstia, a dor, a inveja, a ambio, perturbam tanto a mente como o corpo, e uma das funes que primeiro se altera a vista. Estas emoes e paixes

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    prejudicam a vista atravs dos nervos e da circulao do sangue, e em parte tambm diminuem u eficcia da mente para interpretar o que se v. Por isso, diz-se s vezes que uma pessoa est "cega pelo dio ou pela raiva", ou que o temor faz que ela "veja tudo negro", ou que se "anuviam os olhos". Com efeito, o medo pode chegar a ofuscar de tal modo a mente e paralisar os sentidos que a pessoa j no seja capaz de ver nem de ouvir, expondo-se mesmo a sofrer acidentes. Os danos causados pelas emoes prejudiciais nem sempre so passageiros. Quando certos sentimentos desfavorveis como o medo ou uma grande desiluso amorosa, por exemplo, so muito intensos e prolongados, podem produzir verdadeiras doenas corporais, como lcera gstrica ou endurecimento das artrias do corao (angina do peito), e tambm defeitos duradouros da vista (vista curta, vista cansada, vista longa etc.). Outro sentimento prejudicial o medo luz, hoje comum e que tem levado ao uso e abuso de culos escuros, em parte pelo exemplo de quem os usa por imitao, transformando esse costume em moda. Em outro captulo exporemos os inconvenientes dos culos escuros. Uma emoo prejudicial a nsia de enxergar demais, dando lugar concentrao em um ponto, o que se reflete no olhar fixo. Os prejuzos dessa maneira de olhar so por ns descritos no captulo "A arte de ver bem" (veja-se). Quando, por qualquer motivo, a pessoa no v bem, surge nela uma nova idia perturbadora, que acreditar que cada dia ver pior e nunca mais tornar a ver bem. Tal convico faz com que cada vez que vai olhar alguma coisa j esteja de antemo convencida de que a ver mal. O resultado que, na realidade, v mal. D-se com a vista o mesmo que, em outro aspecto, com o homem sentindo-se impotente devido ao temor de fracassar no exerccio sexual. Falando simbolicamente, poderamos dizer que assim como a f no xito torna o homem um tit capaz de erguer montanhas, o medo de fracassar faz com que ele no possa levantar nem mesmo uma palha. Na vista, como em muitas outras atividades da mente e do corpo, necessrio cultivar a confiana em nossas foras e capacidades, e no desanimar ante possveis fracassos. Quem quiser ter uma vista normal e perfeita, dever fazer todo o possvel para evitar os sentimentos, emoes e idias prejudiciais que citamos neste captulo.

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    A Perda do Instinto Natural de ver bem nos tempos modernos Podemos verificar que nos povos primitivos, assim como ainda hoje em dia, em alguns povos afastados da nossa civilizao, o instinto estava mais desenvolvido do que em ns. O uso da razo para resolver os problemas da vida prtica enfraqueceu o instinto. O homem civilizado vem perdendo a sua intuio e o seu instinto, sem chegar a substitu-los contudo por uma faculdade mais eficaz e segura. evidente que rgos to complicados e importantes como os olhos, para que no se arrunem, devem ser usados de forma adequada, segundo umas certas leis. Estas se aprendem por instinto. Ora, como este tende a desaparecer, resulta que hoje em dia a maior parte das pessoas no usa devidamente a vista, segundo as normas da arte de ver bem. Adquire-se, portanto, uma srie de costumes prejudiciais maneira de olhar, costumes que iremos descrevendo ao longo desta obra, e que constituem uma das causas fundamentais dos defeitos da vista. (Veja-se o captulo "A arte de ver bem").

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    SEGUNDA PARTE

    Descrio dos distrbios e defeitos da vista

    SEU TRATAMENTO CURATIVO

    Vista Curta (Miopia) Os mopes ou curtos de vista so os que, para ver bem as coisas, devem aproxim-las muito dos olhos. Quer dizer, vem bem de perto e mal de longe. A esse defeito d-se o nome de "vista curta". A pessoa de vista normal adapta-se s distncias sem dificuldade, isto , v bem tanto de longe como de perto. Ao contrrio, nos olhos mopes, a imagem dos objetos afastados forma-se apagada na retina. As estrelas, em vez de pequenos pontos, so vistas como crculos mais ou menos grandes, segundo o grau de vista curta. CAUSAS. Na maioria das pessoas sofredoras de miopia o olho maior que o normal. Ora, como a vista curta no de nascena mas aparece mais tarde, quase sempre na infncia deve haver, forosamente, alguma causa que aumente o olho. Essas causas vamos descrever no captulo "Causas fundamentais dos defeitos da vista", as quais se renem na vida antinatural e no mau uso da vista (veja-se esse captulo). Vamos ver aqui como agem as referidas causas fundamentais para produzir a vista curta. A miopia costuma aparecer quando a criana vai escola e passa a olhar com ateno as coisas. Tende a progredir cada vez mais se continuar usando mal a vista. Mas depois dos vinte ou vinte e cinco anos de idade cessa a progresso, porque ento os tecidos dos olhos j so mais duros e resistentes e no podem crescer mais. Favorecem o aparecimento da vista curta: A alimentao escassa e pobre em vitaminas e minerais que debilita os tecidos dos olhos, tornando-os mais moles e deformveis. A leitura demasiada, principalmente todos os escritos de letra muito pequena ou mal impressa. Isto obriga a fixar a vista, pelo que os olhos tornam-se comprimidos plos msculos que os movem e aumentam de volume.

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    Pouca vida ao ar livre. Vida sedentria (falta de exerccio). Inclinar a cabea e as costas para trabalhar, o que dificulta a circulao do sangue nos olhos e estes ficam inchados e maiores. A predisposio hereditria, conseqncia da vida antinatural e do mau uso da vista dos antepassados. Esta predisposio faz com que os tecidos do olho sejam mais fracos e portanto mais propensos a deformar-se e aumentar. Pode compensar-se isto, em quase todos os casos, mediante o endurecimento e fortalecimento do corpo, que se consegue com os nossos tratamentos. A predisposio herdada no produz por si s a vista curta, mas facilita a ao das outras causas. Nem todos os curtos de vista tm os olhos muito grandes, s vezes so normais sob este aspecto. Em tais casos h outros fatores que causam a vista curta. Esses fatores podem ser: 1. Cristalino muito redondo, que atua como lente demasiadamente potente. como se o olho tivesse uma lupa na frente. V bem e grande o que est perto, mas enxerga apagado o que se acha longe. 2. Princpio de catarata. Esta, no comeo produz vista curta, que s vezes difcil de distinguir da vista curta comum. bvio que depois de certo tempo, os demais sintomas da catarata j permitem reconhec-la. Por outro lado, a catarata mais freqente aps os 40 anos. 3. Contrao nervosa (espasmo) dos msculos dos olhos. As contraes so freqentes, mesmo quando a miopia se deve ao olho demasia-28 do grande, e explicam que o grau de vista curta varie durante o dia. Tambm explicam a vista curta passageira de algumas pessoas. Este tal tipo de vista pode tornar-se definitiva se a pessoa comear o uso de lentes, as quais, como tm uma graduao fixa, imobilizam o defeito e dificultam a cura. Se a vista curta fosse sempre devida ao aumento do Olho, no haveria casos de vista curta passageira nem de vista curta varivel segundo as horas do dia. SINTOMAS. O mope (curto de vista) v apagadas as coisas afastadas. Para ver bem precisa aproxim-las dos olhos. A vista curta o defeito contrrio da cansada. A pessoa de vista cansada afasta o jornal para poder l-lo. O curto de vista, ao contrrio, aproxima-o.

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    O trabalho de perto, como ler, escrever, coser, bordar etc., pode faz-lo bem, porque de perto v perfeitamente, embora sempre mais perto que o Olho normal.

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    Entre os mopes uns chegam a distinguir a maior distncia que outros, conforme o grau da debilidade visual. DOENAS QUE PODEM PRODUZIR A VISTA CURTA. So, em primeiro lugar, as que descrevemos no captulo "Cansao dos olhos", que so principalmente: Olhos doloridos e cansados. Vontade de dormir. Peso de cabea ao ler ou fazer qualquer trabalho de perto. Mal-estar diante da luz. Ver manchas negras ou avermelhadas. Quando a vista muito curta, os olhos costumam ser um tanto salientes, parecem de tamanho maior e as pupilas esto sempre mais abertas que o normal. H tendncia a fechar as plpebras, pois assim se enxerga um pouco melhor. A vista curta pode ser causa de estrabismo. DIVERSAS ESPCIES DE VISTA CURTA. Geralmente a vista curta aparece durante a meninice ou a adolescncia. s vezes, apenas comeada, estaciona e no aumenta mais. Outras vezes vai aumentando aos poucos, de ano para ano, ata chegar aos 20 ou 25 anos de idade. Ento pra no grau atingido, que varia muito conforme as pessoas, mas nunca demasiado forte (no mais de 6 ou 7 dioptrias). Esta a espcie mais freqente de vista curta, tambm chamada "vista curta simples ou fixa". Existem casos, felizmente poucos, em que a vista curta aumenta rapidamente, de modo que aos 25 anos j grande a miopia (por exemplo, 8 ou 10 dioptrias ou mais). Ento pode cessar ou continuar aumentando, embora mais lentamente qu-j antes. Nestes casos trata-se da chamada "vista curta ou miopia progressiva".30 Geralmente, a miopia, ao chegar a pessoa aos 25 anos, fixa-se no grau atingido e no aumenta mais.

    Tratamento de vista curta TRATAMENTO A SEGUIR ANTES DOS 25 ANOS DE IDADE. Como compreender o leitor que tenha lido o que se disse anteriormente, este tratamento o que proporciona melhores resultados. Antes dos 25 anos muito mais fcil curar-se totalmente, sem ser preciso usar lentes, porque antes desta idade os tecidos dos olhos so ainda brandos e elsticos, e assim como podem se deformar devido ao mau uso da vista, tambm podem recuperar a sua forma normal se for seguido o tratamento adequado que indicaremos.

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    Far-se- o seguinte: Acostumar as crianas, desde muito pequenas, a olhar bem, conforme as normas que damos ao longo desta obra. Levar em conta tudo o que dissemos sobre o trabalho nas escolas (veja-se o captulo "Conselhos especiais para a infncia em idade escolar"), iluminao etc. Favorecer o desenvolvimento mediante uma alimentao sadia e nutritiva, rica em vitaminas e em minerais; exerccio, ar puro, cura por enrijecimento. Tudo o que se disse at aqui aplica-se em todos os casos e til tambm para evitar que aparea a miopia. O resto do tratamento varia conforme o grau da vista curta. TRATAMENTO ANTES DOS 25 ANOS EM CASOS DE MIOPIA LEVE. Antes de tudo, prescindir das lentes. um grave erro usar lentes nesta idade quando a miopia leve. As lentes, como tm uma graduao fixa, embora permitam ver, imobilizam o defeito e impedem os esforos que faz a natureza nesta idade para corrigir a vista curta. Os olhos acostumam-se s lentes e quando pelo esforo autocurativo da natureza ou por melhorar o estado de sade geral, melhora o defeito, como os olhos se acostumaram a ver atravs das lentes, esta melhoria da vista no se pode manifestar e perde-se. Com maior razo deve prescindir-se das lentes se a miopia nervosa (por contrao ou espasmo dos msculos do olho) e portanto varivel conforme as horas do dia. A parte principal do tratamento curativo para os curtos de vista so os exerccios para reeducar a vista descritos na terceira parte desta obra: exposio ao sol, balano, pestanejo etc. ; e especialmente os do captulo "Exerccios especiais para os mopes". Vejam-se alm disso as ilustraes correspondentes . TRATAMENTO ANTES DOS 25 ANOS EM CASOS DE MIOPIA ACENTUADA. Nestes casos no convm prescindir das lentes, de momento. verdade que no caso anterior, as lentes dificultam a cura. Deve, porm, levar-se em conta que o indivduo muito mope v mal de longe, v os rostos das pessoas apagados e encontra-se em muitas dificuldades na vida prtica, por esse motivo. Tudo isso o incomoda e altera os seus nervos, o que se deve evitar. Assim, pois, nas miopias mais fortes no h outro remdio seno usar lentes no comeo do tratamento, visto que, mais tarde, seguindo-se os conselhos que daremos, podero os mopes deixar as lentes.

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    necessrio aprender as regras de ver bem. Alm disso, praticar-se-o os exerccios reeducativos especiais para a vista curta, que descrevemos em outros captulos, (vejam-se), os quais aos poucos faro a vista melhorar e permitiro prescindir das lentes. TRATAMENTO DEPOIS DOS 25 ANOS. Se a vista curta em grau leve, ou varivel ou nervosa (por espasmos), suprimir as lentes, definitivamente. De todos os modos, depois dos 25 anos de idade, o uso das lentes j no to prejudicial como antes dessa idade. Suprimir-se-o as causas (vejam-se) e aprender-se-o as normas de bem ver. Alm disso, devero ser seguidos os exerccios de reeducao da vista, que damos para a vista curta em outro captulo (vejam-se).

    Miopia Passageira Como j dissemos ao falar das causas da miopia, estes casos de vista curta passageira so devidos a contraes nervosas (espasmos) dos msculos que h dentro do olhos. TRATAMENTO. No usar lentes. Dormir o suficiente. Vida higinica, de preferncia no campo, se possvel. Alimentao nutritiva, s e rica em vitaminas e minerais. Aprender a arte de ver bem, para evitar que o defeito se repita mais tarde. Praticar os exerccios que proporcionam um repouso para a vista, principalmente vendar os olhos com as mos espalmadas e balanar a cabea, e tambm os banhos de sol especiais para os olhos.

    Vista Longa (Hipermetropia) Assim como h vista curta (miopia) h tambm vista longa (hipermetropia) que o defeito da vista que vamos descrever em seguida. A vista longa o defeito menos comum. As pessoas de longa viso vem mal tanto de longe como de perto, embora vejam melhor de longe que de perto. Para ler o jornal ou o livro afastam-nos dos olhos. Nisto se assemelham aos de vista cansada, conquanto seja este um defeito diferente, como veremos. Vejamos em que consiste o distrbio. Se compararmos o olho a uma mquina fotogrfica, diremos que no olho normal (que v bem) a imagem dos objetos forma-se perfeitamente clara no fundo do olho (retina), que representa a chapa ou filme fotogrfico. No olho mope (curto de vista), a imagem forma-se adiante da retina. Portanto, chega retina uma imagem apagada (m focalizao na mquina fotogrfica).

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    No olho hipermetrope, a imagem forma-se atrs; portanto, a imagem tambm apagada na retina. Quem tem a vista longa no pode ver bem de longe nem de perto se no forar a vista. Mesmo para poder ver bem de longe precisa esforar-se, coisa que no necessita fazer quem possui vista normal. Os olhos normais s acomodam para olhar de perto, mas nunca para olhar de longe. Em compensao, o Olho de vista longa sempre deve acomodar para ver bem, embora tenha de acomodar muito mais quando olha de perto. O Olho hipermetrope s pode estar em repouso (sem adaptao) com a condio de ver tudo apagado, tanto de perto como de longe. Ao contrrio do mope, que um olho maior que o normal, o Olho hipermetrope um tanto curto, achatado de diante para trs. SINTOMAS. Muitas pessoas de vista longa no notam nenhum incomodo e, por isso, no se do conta do seu defeito at que o oculista o descubra . Em algum casos porm, acontece que, devido aos esforos que a pessoa faz para ver bem, principalmente de perto, sobrevm a vista cansada. Alm disso podem aparecer os inconvenientes devidos ao cansao dos olhos, sendo os seguintes os principais: Dor nos olhos ou sobre os olhos. Dor de cabea, geralmente na fronte, mas que s vezes na regio occipital ou em qualquer outra parte da cabea. Congesto dos olhos e beiradas das plpebras. Vista turva. Todos estes males notam-se principalmente depois de ler, de coser ou de fazer qualquer trabalho de perto. medida que o tempo passa, cada vez custa mais a ver bem sem lentes. Nas crianas, a vista longa pode ser causa de estrabismo (veja-se). Os olhos hipermetropes sofrem mais do que os outros: inflamaes (conjuntivite), inflamao das plpebras, estrabismo, congesto da retina e glaucoma. Mas todos estes distrbios podem evitar-se tratando devidamente a hipermetropia plos processos curativos que exporemos. CAUSAS. Este defeito deve-se ao desenvolvimento deficiente dos olhos durante a gravidez e depois do nascimento. Propriamente, mais que uma doena, um atraso no desenvolvimento. O fato de serem as crianas na sua maioria um tanto longas de vista ao nascer, demonstra a influncia prejudicial da vida antinatural de que falamos no captulo "Causas dos defeitos da vista".

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    Os selvagens e os homens dos povos primitivos, cuja vida se deslizava mais de acordo com a Natureza, no tinham defeitos da vista. Ainda hoje no os tm os selvagens do Peru nem os polinsios. Os peles vermelhas jamais sofreram de vista curta nem vista longa. As causas diretas da vista longa podem ser trs: 1.a Que o olho seja menor que o normal. esta a causa mais freqente. 2.a Que o cristalino ou a crnea sejam mais achatados, o que faz diminuir o seu poder como lentes. 3.a Que estejam alteradas as outras partes do olho que deixam passar a luz: corpo vtreo, humor aquoso etc. TRATAMENTO. Todos oculistas reconhecem que nem sempre preciso usar lentes. Nos meninos e mocinhos que ainda no terminaram seu desenvolvimento pode esperar-se que, com o crescimento, chegue a corrigir-se totalmente a vista longa, sem necessidade de usar lentes. til, pois, tudo quanto favorea o desenvolvimento corporal. Assim, so favorveis, e em muitos casos do excelentes resultados: a alimentao nutritiva, variada e rica em vitaminas; o banho vital, a cura solar, a cura de enrijecimento, a ginstica, os desportos, a vida no campo, o ar puro etc. Convm evitar a demasiada leitura ou o excessivo trabalho de perto, para no cansar a vista. Os exerccios que explicaremos para reeducar a vista sempre so convenientes. Depois dos 25 anos de idade, esses exerccios so indispensveis. Quando a idade j maior, ou a vista longa bastante acentuada, ou vem acompanhada de outros defeitos da viso, por exemplo da vista cansada, a eficcia do tratamento menos segura. Mas mesmo nos casos piores, sempre produzir algum alvio e a vista ser melhor seguindo-se o tratamento . Os exerccios para a reeducao da vista e cura dos seus defeitos sero expostos na ltima parte desta obra e nas ilustraes. As lentes devero ser usadas somente nos casos de grande defeito ou quando haja ao mesmo tempo cansao dos olhos, viso turva, estrabismo, ou quando no se puder evitar o trabalho de perto durante muito tempo.

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    Geralmente bastar usar as lentes para ver de perto, porque de longe pode-se ver bem sem as mesmas. De todos modos, as lentes no so to prejudiciais para a cura no caso de hipermetropia, como em outros defeitos da vista. As lentes na hipermetropia no se opem aos defeitos curativos do tratamento, embora seja sempre melhor no usadas se puder dispens-las desde o comeo do tratamento. Quando no for possvel delas prescindir logo no incio, com o tratamento geral e os exerccios reeducativos da vista, poder-se-o abandonar as lentes ao cabo de algum tempo, em quase todos os casos.

    Vista Cansada pelos anos Envelhecimento prematuro da vista) Este defeito chama-se tambm "vista dos velhos" e "presbitia". No se deve confundir a vista cansada com o cansao dos olhos, que descrevemos em outro captulo. O cansao dos olhos pode aparecer por no se combater devidamente qualquer defeito da vista (vista curta, vista longa, vista cansada, astigmatis mo) e mesmo pode surgir em pessoas de vista s quando trabalham demasiadamente com os olhos ou em ms condies de iluminao. A vista cansada, como se chama comumente, o defeito contrrio vista curta (miopia). Quem tem a vista cansada v bem de longe e mal de perto. Alguns oculistas dizem que a vista cansada normal depois de certa idade. Discordamos dessa opinio por vrias razes, como veremos: No se pode admitir que seja normal um defeito da vista que comea a manifestar-se atualmente, quando a pessoa conta apenas 40 anos de idade, poca que deveria ser da mxima plenitude das faculdades . Por outro lado, embora seja hoje um defeito to comum que quase ningum a ele se furte, nem sempre foi assim, e em outro captulo deste livro damos numerosas provas de que na antiguidade a vista era melhor e mais aguda, conservando-se por longos anos. De vez em quando, ainda hoje, encontramos ancios com vista excelente. Esses so os casos normais, pois normal, usando de uma comparao, aquele que anda por seus prprios ps e no o que infelizmente precisa andar com o auxlio de muletas. Os culos so, em realidade, comparveis s muletas, uma vez que ajudam a ver a quem no pode faz-lo sem eles. Admitiramos que a vista cansada pudesse ser uma manifestao normal da velhice aos 90 anos, em consonncia com o

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    envelhecimento de todo o corpo, mas no aos 40. Nesta poca, em que o corpo e a mente esto em plenitude de faculdades e energias e em que estas precisamente, para dar frutos, mais necessitam da vista, quando esta falha. O fato de ser a vista cansada to comum s significa que a vida moderna, demasiado artificial e antinatural, do mesmo modo como prejudicou a muitos rgos do corpo, tambm prejudicou a vista. Este prejuzo, pois, transmite-se por hereditariedade de pais a filhos. Efetivamente, o homem no s adquiriu costumes pouco sadios quanto ao comer, beber e modo de viver em geral, mas tambm adquiriu o mau cos tume de usar mal da vista, cansando-a e esgotando-a antes do tempo. O esquecimento das leis naturais fez com que o homem perdesse o instinto de usar bem da vista. Digamos, porm, desde j que esse instinto pode recuperar-se mediante a reeducao da vista, que ensinamos cm outro local desta obra. Embora tudo isto se pudesse dizer dos demais defeitos da vista, insistimos aqui especialmente porque na vista cansada onde se torna mais visvel a influncia prejudicial da vida antinatural e do mau uso da vista atravs de geraes. Explica-se, por isso, a enorme quantidade de pessoas relativamente jovens que tm a vista cansada. Estas idias, fruto da experincia de muitos colegas e de pesquisas pessoais, j havamos esboado cm outras obras, mas, devido a nossas numerosas ocupaes, at o momento presente no fora possvel escrever um livro inteiramente dedicado aos defeitos da vista, onde pudssemos expor com mais amplitude e detalhe os nossos pontos de vista sobre a matria. SINTOMAS, COMO CONHECER A TEMPO A VISTA CANSADA PARA PODER CURA-LA. Costuma comear por volta dos 40 ou 45 anos. O primeiro sintoma que se nota que, para ler um jornal ou livro, deve afastar-se o texto alm dos 30 centmetros (um palmo e meio) que a distncia geralmente exigida para se ler. O defeito consiste em afastar o ponto da viso prxima, ou seja a distncia mais curta da que se pode ver bem. As letras de imprensa so vistas borradas, confundindo-se umas com as outras, no se podendo ler as letras muito pequenas. Tambm se manifesta a vista cansada ao escrever, desenhar, coser, bordar etc., isto , em todos os trabalhos que exigem olhar de perto. O indivduo tende a usar uma luz forte, a qual produz uma contrao da pupila, e deste modo a viso mais clara.

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    De longe se v bem. Se a vista cansada no se corrige devidamente e se for necessrio trabalhar de perto, aparecem os sintomas do cansao dos olhos, que descrevemos em outro captulo, tais como: dor nos olhos, dor de cabea, lacrimao, obscurecimento da vista, irritao dos olhos e das plpebras. Estes indcios so mais pronunciados quando h pouca luz ou se trabalha com luz artificial. Devido ao esforo que se realiza para ver bem, a vista cansada agrava-se por si mesma, piorando cada vez mais. Se logo ao notar-se os primeiros sintomas de vista cansada se suprimissem as suas causas e praticassem os exerccios reeducadores da vista, esta se curaria. Os nervosos e os esgotados chegam antes ao grau mximo de vista cansada, ou seja, perda total do poder de acomodao, que faz com que s; vejam bem as coisas muito afastadas e tudo o mais se veja apagado, no podendo ver claras as coisas prximas embora os olhos tentem esforar-se. MECANISMO DA VISTA CANSADA. Chama-se "ponto prximo" a distncia menor da qual se pode ver bem. Este ponto vai-se afastando cada vez mais com os anos, j desde a infncia. Com a maioria das pessoas da nossa poca d-se seguinte: Aos 10 anos de idade o ponto prximo est situado a 7 centmetros dos olhos. Uma criana desta idade pode ler bem a esta distncia. Com o passar dos anos, o ponto prximo vai-se afastando cada vez mais. Ao chegar aos 40-anos, o indivduo para ler tem que colocar o jornal a 30 centmetros de distncia pelo menos. Aos 50 anos, necessita afast-lo a 60 centmetros . Aos 60 anos, precisa coloc-lo a um metro. Aos 75 anos, o ponto prximo chega ao infinito, isto , perde a possibilidade de ver de perto. Todas as coisas que no estejam muito afastadas vem-se apagadas, tanto mais quanto mais perto estiverem. CAUSAS. Atribui-se a vista cansada geralmente ao fato de o cristalino endurecer-se, a pouco e pouco, com a idade, perdendo a elasticidade e tornando-se rgido, pelo que no pode mudar de curvatura para focalizar nas diversas distncias.

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    Ora, se fosse esta a nica causa, a pessoa teria, durante o dia inteiro o mesmo grau de vista cansada. No obstante, sabemos hoje que no assim, e que a vista cansada melhora ou piora

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    durante o dia, conforme o que ela tenha dormido, as emoes, o humor, a ateno que prestar ao trabalho, o fumar, o beber etc. Todos estes fatores fazem melhorar a acomodao ou pior-la durante o dia, no s aos que tm a vista cansada mas inclusive aos de vista normal. Alm disso influem sobre o cansao dos olhos (de que falaremos em outro captulo). Cremos que, na acomodao, no s intervm o cristalino, mas tambm vrios mecanismos, que foram estabelecidos pela Natureza afim de que, quando um falhar, os outros supram o defeito. Isto explica as variaes da acomodao da mesma pessoa, segundo os diferentes fatores mencionados . As causas remotas e fundamentais da vista cansada expusemos no captulo "Causas fundamentais dos defeitos da vista", e so, em resumo, a vida antinatural e o mau uso da vista. A vista cansada a conseqncia do sobreesforo dos olhos durante anos de trabalhos forados em ms condies, impostas pela vida antinatural. Aos olhos acontece como a todos os rgos Por exemplo, o corao, pelo esforo natural a que obriga o exerccio sadio como a ginstica etc., torna--se forte e melhora o seu funcionamento, aumentando-lhe as energias de reserva, que lhe permitem em um momento dado responder a esforos muito superiores . Chama-se a isto o bom treinamento. Mas o esforo excessivo em ms condies leva ao supertreinamento, ou "surmenage", que em vez de fortalecer o corao chega a debilit-lo, como se d com alguns atletas que no sabem usar devidamente do exerccio fsico. O mesmo acontece com o uso dos olhos. Convm que falemos em particular do tabaco (fumo). Prejudica todos os rgos dos sentidos. bem sabido que enfraquece o gosto e o olfato. Tambm debilita a vista e o poder de acomodao, levando vista cansada, prematuramente. Cada dia mais freqente o nmero de pessoas com vista cansada, e este aumento progressivo corre paralelamente com o abuso do fumo. um fato perfeitamente demonstrado que os homens da antiguidade e da Idade Mdia, que no conheciam o fumo, raramente tinham defeitos da vista, mesmo aqueles que estudavam ou liam ativamente durante muitas horas por dia. Os defeitos da vista pode dizer-se que comeam na Idade Moderna, e leve-se em conta que o tabaco foi precisamente importado da Amrica em 1556, por Andr Thivet, que era mope, e que poucos anoj depois se espalhou pela Europa.

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    Outras causas da vista cansada so: alimentao deficiente, ou pobre em vitaminas e sais minerais ; anemias, abusos sexuais; falta de estmulos naturais, como o sol, ar puro, exerccio,

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    banhos de gua etc. ; dormir pouco, tresnoitar. Tambm os desgostos, emoes desagradveis e inquietudes. Tratamento da vista cansada Geralmente aconselha-se a usar lentes para trabalhar de perto. Mas as lentes no curam o defeito. E no s isto, mas tambm no impedem que v aumentando. Cada dois ou trs anos a pessoa de vista cansada tem que ir ao oculista para renovar as lentes, porque a graduao anterior j no serve. Se a pessoa tiver que mudar de lentes antes de dois anos, aconselhamos consultar um especialista, pois poder tratar-se de um comeo de glaucoma, doena grave dos olhos que convm descobrir quanto antes. Ademais, as lentes em alguns casos no evitam a progresso de enfermidades oculares. Aconselhamos o seguinte: A princpio, quando ainda se v muito bem de perto e se deseja seguir o tratamento que recomendaremos, prefervel abandonar as lentes e no se lembrar mais delas, pois a vista cansada pode curar--se, seguindo um tratamento adequado, sem necessidade de lentes. A VISTA CANSADA PODE CURAR-SE SEM LENTES. Sim, hoje em dia podemos afirm-lo. Graas aos modernos tratamentos, a vista cansada, na maioria dos casos, cura-se sem lentes. um fato que qualquer pessoa pode comprovar restabelecendo-se a si mesma da vista cansada, contanto que siga com f e constncia o tratamento que recomendamos nesta obra. J antes da descoberta dos modernos tratamentos curativos da vista cansada, algumas pessoas de vontade firme melhoraram a vista cansada por seus prprios esforos. Foi isto que fez pensar a alguns famosos oculistas, que deviam existir alguns processos para curar tais distrbios da vista. Assim comearam as pesquisas que levaram a descobrir os modernos tratamentos curativos, que expomos na presente obra. Conta um clebre autor que um ancio, notando que comeava a sofrer de vista cansada, comeou a exercit-la sobre tipos de letras muito pequenas, e ao cabo de alguns anos era capaz de realizar proezas extraordinrias com a sua vista, tais como escrever um Padre-nosso no espao correspondente a uma moeda de cinco centavos. O tratamento que recomendamos o seguinte: Em primeiro lugar, como condies prvias para ajudar ao maior xito do tratamento,

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    vida e alimentao ss e higinicas; abundncia de vitaminas, especialmente da B; reduzir ou, melhor, evitar o fumo e as bebidas alcolicas; diminuir ou suprimir o caf; no cometer excessos no uso do matrimonio. Parte principal do tratamento curativo so os exerccios reeducativos da vista, descritos na terceira parte deste livro: exposio ao sol, massagem (palmeado), balanceio, pestanejo, olhar alternada-mente com um e outro olho etc. Vejam-se, alm disso, as ilustraes correspondentes. Os que mais necessitam aprender as normas de ver bem so os que trabalham em profisses que fatigam os olhos, como as de escreventes, empregados de escritrio, contadores, revisores, alfaiates, costureiras etc., que so profisses que predispem a sofrer de vista cansada. conveniente, tambm, lavar os olhos vrias vezes ao dia com a soluo de arruda, fria que se prepara do seguinte modo: trituram-se cuidadosamente em um pilo, 20 gramas de folhas novas e aromticas de arruda. O suco e a pasta da planta, sem perder nada, colocam-se em um litro de gua fria pura. Agita-se energicamente e passa-se por um coador de pano. Com a gua resultante fazem-se duas lavagens dos olhos, que podem ser substitudas por banhos de olhos (com banheirinha especial) ou por compressas aplicadas sobre os mesmos. um processo auxiliar bastante eficaz para a vista cansada.

    V as coisas deformadas? Sofre de Astigmatismo

    O astigmatismo produz a deformao dos objetos que se vem. Isto se d quando o olho no perfeitamente redondo, mas algo achatado. CAUSAS. Geralmente a crnea ou parte dianteira do olho que no perfeitamente redonda. Mas a crnea pode ser perfeitamente normal, e ser causa do astigmatismo uma deformao do cristalino ou lente do interior do olho. s vezes, o astigmatismo, devido ao cristalino, compensa o devido crnea, e a vista conserva-se normal. Vemos nisto um exemplo do esforo que faz a Natureza para compensar os defeitos da vista. Em geral de nascena, ocorrendo durante a gestao. Em tal caso deve-se herana desfavorvel, fruto de uma vida efetivamente antinatural e do uso degenerado da vista nas geraes anteriores . Os povos primitivos, os peles vermelhas e mesmo os atuais polinsios jamais sofreram nem sofrem defeitos visuais. Os historiadores da Amrica mencionam a vista "de lince" que possuam os primitivos moradores do Novo Mundo. proverbial a excelente

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    viso dos peles vermelhas, dificilmente igualada por nenhum outro povo. Ao contrrio, nos pases civilizados, hoje em dia no h quase nenhum olho perfeito. Inclusive as pessoas de vista aparentemente normal tm um pequeno grau de astigmatismo, que no incomoda e que s se descobre com provas especiais. uma manifestao da decadncia visual devido existncia mals e artificial, e ao uso errneo da vista durante sculos. Em outros casos este defeito da viso no de nascena, porm pode surgir durante a infncia ou a adolescncia, quando os tecidos do olho so tenros e podem deformar-se. Favorecem o aparecimento de astigmatismo em tais idades: a alimentao escassa ou pobre em vitaminas e minerais, que enfraquece os tecidos dos olhos; defeitos do desenvolvimento, por m constituio hereditria, devida vida antinatural dos ancestrais etc. TRATAMENTO. Geralmente recomendam--se lentes especiais (cilndricas) para a correo do defeito. melhor, porm, prescindir das lentes desde o incio, no se sentindo grande incmodo sem elas. Devem robustecer-se o organismo e os nervos mediante uma vida sadia, alimentao rica em vitaminas, ar livre e puro, ginstica, desportos, cura de enrijecimento, banhos de sol etc., pois est demonstrado que com o corpo sadio e nervos slidos, sentem-se muito menos os males, devido a defeitos da vista. Praticar-se-o, tambm, os exerccios especiais de reeducao da vista que recomendamos na ilustrao correspondente. Devemos, porm, fazer constar que neste defeito da vista a eficcia dos exerccios no to grande como nos outros defeitos.

    Estrabismo (Desvio dos olhos) Assim como normalmente os dois olhos fitam na mesma direo, quando h "estrabismo" um olho fita um lugar e o outro fixa um lugar diferente . Convm diferenciar o estrabismo comum (em que o olho desviado pode mover-se em todas as direes) do estrabismo por paralisia. No estrabismo corrente no se enxerga duplo, enquanto tal fato acontece no estrabismo por paralisia. CLASSES DE ESTRABISMO. O desvio pode ser constante, ou ento de vez em quando. Algumas vezes h o mesmo grau de desvio quando se olha ao longe ou perto.

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    Em outros casos, o grau de desvio varia. Pode ser sempre o mesmo olho o que est desviado, ou ser um ou outro, de forma alternada. Conforme a direo do olho desviado, pode ser: Desvio para o nariz. Desvio para a orelha. Desvio para cima. Desvio para baixo. SINTOMAS. Qualquer pessoa reconhece o estrabismo a um simples golpe de vista, quando bastante acentuado. Mas nos casos muito leves, pode no se notar a uma simples inspeo, e ento s o oculista o descobre mediante certas provas. O sintoma principal o desvio do olhar. Geralmente no se enxerga de forma dupla o que se v. Pode ver-se duplicado no comeo do estrabismo, durante pouco tempo, porque o crebro consegue eliminar e no ver a imagem do Olho desviado. A vista diminui no olho desviado, devido falta de uso, podendo o referido olho chegar a ser quase cego se no se corrigir a tempo o defeito com o tratamento adequado. Pode no diminuir a vista quando se desvia um pouco ambos os olhos. CAUSAS. O estrabismo devido quase sempre a determinados msculos movedores do Olho, que so mais fortes que os outros. Este mau funcionamento dos msculos deve-se com freqncia a defeitos da vista (vista curta, vista cansada, viso deformada ou astigmatismo). De outra forma, no h nenhum defeito da vista dos aqui citados. Em tais casos, o estrabismo uma dificuldade de juntar no crebro as duas imagens, uma de cada Olho, que se formam normalmente em toda pessoa ao olhar qualquer objeto com os dois olhos. Esta faculdade de juntar as duas imagens cerebral, e normalmente se desenvolve durante a infncia, estando completamente desenvolvida aos seis anos de idade. A criana tem tendncia a ver com os dois olhos, e esta tendncia mantm os dois olhos na mesma direo, graas ao controle do crebro, sem que o notemos, sobre os msculos dos olhos. A viso com os dois olhos muito mais perfeita que a com um s olho. A primeira permite-nos notar o relevo das coisas e a distncia a que se acham de ns. J dissemos que o crebro tem a faculdade de fundir as duas imagens, controlando os movimentos dos olhos. Se essa faculdade

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    deficiente desde o nascimento, ou tarda muito a desenvolver-se, pode produzir o desvio (olhar vesgo). A falta ou atraso desta faculdade do crebro uma entre tantas manifestaes da decadncia da Humanidade por culpa da vida antinatural seguida durante longas geraes, cujas conseqncias se transmitem por herana. A seguir vamos expor as duas espcies principais de estrabismo, conforme o olho se desvie para o nariz ou para a orelha. DESVIO DE UM OLHO PARA O NARIZ. Deve-se geralmente vista longa ou viso deformada (astigmatismo). rara nos mopes ou nos olhos normais. Geralmente inicia entre um e quatro anos de idade, quando a criana comea a olhar os brinquedos, figuras etc., com ateno. A princpio o olho s se desvia quando a criana olha de perto, mas logo tem tendncia para desviar-se sempre, isto , tanto ao olhar de perto como de longe. Em algumas crianas desaparece por si s ao chegarem aos 12 ou 14 anos. TRATAMENTO. Em primeiro lugar, consultar um oculista para saber se h algum defeito da vista (vista longa, astigmatismo etc.) e, se necessrio, corrigi-lo com lentes. Fortalecer o corpo com uma alimentao s e nutritiva, rica em vitaminas e minerais, exerccio, ar puro, banhos de sol, cura de enrijecimento. Dormir o suficiente. Fazer os exerccios da vista especialmente indicados para o estrabismo (vejam-se as ilustraes). Exerccios da vista mediante aparelhos especiais que possui o oculista. Estes exerccios devem ser feitos logo, porque depois dos seis anos de idade geralmente tornam-se ineficazes. Os exerccios de reeducao que recomendamos podem fazer-se em qualquer idade. O oculista indicar se convm a operao. DESVIO DE UM OLHO PARA A ORELHA. Em muitos casos acompanha vista curta, mas tambm, embora mais raramente, pode acompanhar vista longa (hipermetropia). Costuma aparecer este defeito na juventude ou na idade adulta. menos freqente que o desvio para dentro.54

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    Pode ser tambm o resultado das operaes feitas para corrigir o desvio para dentro, quando fracassaram. TRATAMENTO. O oculista dir se convm usar lentes. Fortalecer o corpo plos processos indicados anteriormente. Dormir suficientemente. Fazer os exerccios especiais para o estrabismo (vejam-se as ilustraes). Em alguns casos pode convir a operao, o que indicar o especialista.

    Evite o Cansao dos seus Olhos

    Novos Mtodos para consegu-lo

    O Cansao dos Olhos faz perder um tero do trabalho mundial Vamos falar aqui dos sintomas e males que podem sofrer as pessoas que vem mal. So devidos ao sobreesforo e cansao dos olhos. Tais males so freqentes e variados, conforme as pessoas. Em parte dependem do estado de sade, alm do defeito da vista. Modernamente levantaram-se estatsticas nos pases mais adiantados, obtendo-se os seguintes resultados : Aos 20 anos, uns 20% das pessoas sofrem de cansao dos olhos. Aos 30 anos, 30%. Aos 40 anos, 50%, isto , a metade das pessoas. Aos 50 anos, 70%, e aos 60 anos, 80%. O nmero que demos de pessoas que sofrem de cansao dos olhos pode parecer algo exagerado ao primeiro contato. H, porm, que levar em conta que muitas dores de cabea ou de estmago, distrbios nervosos, cansao no trabalho, cansar-se ou dormir no cinema etc., so muitas vezes sintomas de cansao dos olhos. No h como estranhar que haja tantas pessoas com defeitos da vista tendo-se em conta de um lado, a vida atual, artificiosa e antinatural, e, de outro, o enorme trabalho da vista, uma vez que esta imprescindvel a todo trabalho e o sentido supremo para sentir, gozar e viver a vida. Convm prestar bastante ateno ao cansao dos olhos, por sua enorme importncia econmica e social, visto que segundo as estatsticas, cerca de tera parte do trabalho estragado, perdido ou in-servvel, em todo o mundo, deve-se ao cansao dos olhos." SINTOMAS. So numerosos os sintomas que podem aparecer, segundo o defeito da vista, o gnero de vida da pessoa, o seu estado de sade etc.

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    Para maior clareza, vamos dividir os sintomas que podem se apresentar em trs grupos: MOLSTIAS DOS OLHOS. Incmodos causados pela luz. Viso dupla. Escurecimento da vista. Incapacidade de ler durante muito pouco tempo. Moscas voadoras (manchas pretas que se movem). Ver luzes. Vermelhido dos olhos. Lacrimao. Irritao das bordas das plpebras. Inchao das plpebras. DISTRBIOS NERVOSOS. Dor nos olhos. Dor de cabea, que pode ser frontal, temporal ou na nuca. Comicho nos olhos. Enjo. Nuseas, Vmitos. Espirros. Mal-estar geral. Fraqueza. Sono fora de hora. Dormir no cinema. MOVIMENTOS ANORMAIS. Contrao dos msculos do rosto. Tiques nervosos. Movimento da cabea de um lado para outro. Tremor das plpebras. Olhar de travs. Os sintomas do cansao dos olhos podem ser mais incmodos que o prprio defeito da vista. Geralmente, todos os incmodos aumentam ao cair da noite, por se encontrar a pessoa cansada ou por trabalhar com luz artificial. Tambm aumentam ao ler, escrever, coser, bordar, desenhar, em trabalhos de preciso como os de relojoeiro etc. Pouco tempo depois de fazer trabalhos de perto, a pessoa j no pode continuar, notando vista turva e confusa. Todos os males citados costumam ser mais pronunciados nas pessoas doentias, desnutridas, anmicas, esgotadas e nervosas. H pessoas resistentes que, apesar de terem defeitos da vista, nada sofrem por cansao dos olhos. importante saber que o cansao dos olhos pode atingir tambm indivduos que no tm nenhum defeito da vista, isto , que vem perfeitamente bem. Nestes casos, as causas podem ser: abuso do caf, das bebidas alcolicas ou do fumo. Excesso de trabalho de perto, principalmente quando realizado em ms condies de iluminao: pouca luz, luz direta e de frente etc. Focos infecciosos prximos dos olhos, por exemplo um dente infectado. Distrbios nervosos, que so a causa mais freqente depois dos defeitos da vista, e que podem ser devidos a emoes ou idias perturbadoras. necessrio falarmos especialmente de duas causas importantes de cansao dos olhos, que atuam tanto nos que vem bem como nos portares de defeitos da vista: fixar a vista ao ler e o esforo demasiado da mesma. necessrio evit-las, o que se consegue aprendendo a arte de ver bemfc que ensinamos em outros captulos desta obra.

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    FIXAR A VISTA AO LER. Vamos explic-la com um exemplo, para maior clareza. Quando se l um livro ou uma^carta etc., encontra-se, por exemplo, uma palavra ou uma frase que chama a ateno. Os olhos permanecem imveis e j no se afastam do que chamou a ateno, embora nada vejam, por estar o esprito distrado. No fim de certo tempo, a ateno volta e continua-se a leitura. Ao fixar a vista, da maneira exposta, cansam-se os olhos. O natural seria que, ao permanecer a pessoa pensando no que lhe chamou a ateno, tivesse afastado o texto dos olhos, fechando-os ou olhando vagamente ao longe, pois de nada valeria continuar olhando o texto, estando o esprito distrado . SOBREESFORO DA VISTA. J falamos do sobreesforo dos olhos devido ao demasiado trababalho de perto ou por ms condies de iluminao. Agora, porm, vamos falar de uma espcie particular de sobreesforo, que se produz quando queremos ver algo que no conhecemos. O que j vimos vrias vezes e nos familiar, tornando a v-lo, reconhecemos com um simples golpe de vista, sem trabalho e sem cansar a vista. D-se o contrrio quando vemos coisas pela primeira vez, e desejamos v-las bem. Ento, fixamos a vista com muita insistncia, crendo erroneamente que desse modo veremos melhor. Assim, cansamos os olhos, principalmente se isto acontecer amide. Essa espcie de sobreesforo da vista d-se com freqncia. Por exemplo, quando vemos um escrito sobre uma matria que no conhecemos, ou que est escrito em lngua estrangeira que comeamos a aprender. O mesmo acontece ao executar trabalhos manuais que ainda no havamos feito. Mas convm que faamos um esclarecimento O cansao dos olhos no sobrevm quando contemplamos pela primeira vez uma paisagem, embora desconhecida, porque ela encerra elementos que nos so familiares, como montes, rvores, nuvens, casas etc. Alm disso, em tal caso no olhamos de perto e fixamente, mas percorremos com a vista a paisagem e desfrutamos de um amplo e longnquo horizonte. TRATAMENTO. Combater as causas que citamos. Aprender a arte de ver bem, que ensinamos em outros captulos. Seguir um gnero de vida e uma alimentao os mais sadios e naturais possveis. Descanso suficiente dos olhos. Dormir bastante .

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    Convm, se possvel, a vida no campo, onde a vista pode expandir-se. No havendo possibilidade disso, pelo menos excursionar ou passear pelo campo. Permanecer durante todo o tempo que puder ao ar livre. Procurar ter o devido controle e higiene das emoes e dos pensamentos, para evitar os distrbios nervosos (veja-se nossa obra "Nervos").* Banhos de sol gerais e especiais para os olhos. Os defeituosos da vista devero seguir os tratamentos que aconselhamos. Para dar descanso aos olhos e combater as doenas so muito eficazes os seguintes exerccios: a massagem (bater com as palmas das mos), o pestanejo e o balano. Veja-se o modo de faz-los, na ltima parte desta obra.

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    TERCEIRA PARTE

    A Arte de Ver Bem

    Como se Utilizar Devidamente da Vista De todos os objetos que em um momento dado a nossa vista abrange, vemos apenas com preciso aquela pequena parte que contemplamos diretamente, de frente. Vamos dar um exemplo. Quando lemos vemos toda a pgina do livro. H, porm, uma zona que vemos com maior clareza, que um crculo de um centmetro e meio de dimetro aproximadamente, isto , como uma pequena moeda. Mas, alm disso, dentro desta zona, o grau mximo de preciso e clareza da vista limita-se a uma s letra. Esta a que forma a sua imagem no centro da retina (fundo do olho), que o ponto da mxima preciso da vista. O resto da pgina v-se, mas muito menos claramente. O mesmo acontece ao contemplar-se qualquer outra coisa: uma paisagem, um interior etc. Sempre vemos melhor a parte central, a que olhamos diretamente. O resto v-se confuso e com cores menos vivas. Como resultado de pesquisas efetuadas sabemos, hoje, que a maneira correta de ver consiste em olhar de frente e fixar a ateno somente no que se pode ver no centro, ou seja, aquela pequena zona da mxima nitidez e preciso da vista. No se deve tentar ver vrias coisas ao mesmo tempo nem querer abarcar outras tantas com a vista fixa em um s ponto. Deve-se, pois, evitar a fixidez do olhar. Portanto, para ver um objeto deve-se percorr-lo com a vista, examinando uma aps outra as suas diversas partes e os seus detalhes. Isto principalmente importante quando se olha de perto. Quanto mais longe se olhar, menos se necessita desta precauo, pois a imagem das coisas afastadas pequena e pode projetar-se inteira no centro da retina. Em resumo, o fundamental ao olhar mover a cabea e os olhos. No fixar a vista em um ponto sem mov-la, tentando desse modo ver todo ele. A Natureza fez os olhos para que funcionem de acordo com certas leis. Estas so as que acabamos de citar. No podemos mudar arbitrariamente o modo de funcionar dos olhos, sem prejudicar a vista.

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    Observe-se como a criana move os olhos, quando ainda as circunstncias da vida no a acostumaram a mal empreg-los. O modo de olhar natural, que justamente o que descrevemos, a criana

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    aprende por instinto. E assim continuaria a viver a vida inteira se no fossem os fatores prejudiciais que a vida moderna impe e que vo de encontro ao instinto natural de usar bem da vista. Estes fatores prejudiciais so principalmente as idias perturbadoras que causam a febre da pressa. Esta obriga a ver muito ao mesmo tempo. Para isso procura-se mover o menos possvel a cabea e os olhos. Fixa-se a vista em um ponto e pretende-se ver, assim, tudo o que abrange a viso, para ganhar tempo. Vamos ver agora como se introduzem na mente estas idias perturbadoras. A vida moderna muito exigente para o homem atual. Ao que economicamente fraco pede-se que produza muito. Ao que economicamente independente, no se lhe pode exigir o mesmo, mas ele exige muito de si mesmo para poder satisfazer s suas ambies e caprichos. As ambies, aspiraes e necessidades criadas hoje em dia obrigam rapidez e eficcia. Como em todas as atividades intervm a vista, resulta que esta trabalha demais para ver bem e muito ao mesmo tempo, com pouco tempo e poucos movimentos de cabea e de olhos. E j vimos que esta forma de olhar precisamente contrria que foi estabelecida pela Natureza. A Natureza constitui os olhos para empreg-los com o menor desgaste possvel. A vida moderna pede-nos o sacrifcio da vista em holocausto eficincia e rendimento no trabalho. Os mestres desconhecedores da arte de ver bem so os primeiros a ensinar criana os maus costumes no uso da vista. Ensinam-lhes a febre da pressa, estimulados plos pais, desejosos de que os filhos terminem quanto antes os estudos, para que logo possam trabalhar. Tambm influi a idade em que, cada vez mais cedo, se comea a mandar as crianas para a escola. Por causa de todos esses maus costumes, a vista prejudica-se plos seguintes mecanismos: 1. Porque, ao querer ver ao mesmo tempo todo o campo visual e no s o centro, o que seria normal, exige-se um maior esforo da vista. 2. Porque o olhar fixo produz, por reflexos nervosos, contraes (espasmos) dos msculos dos olhos. 3. Porque em conseqncia disso, o olho aumenta ou diminui, surgindo defeitos como a vista curta ou a vista longa. 4. Porque perturba-se a circulao do sangue nos olhos.

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    5. Porque vo-se formando no olho zonas insensveis luz, isto , zonas cegas.

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    As estatsticas demonstram que entre os analfabetos h poucas pessoas com defeitos da vista. Que entre os intelectuais que leram muito, os defeitos da vista so freqentes. E so mais freqentes ainda entre os funcionrios pblicos, contadores, escreventes, desenhistas, jornalistas, romancistas, revisores etc. Explica-se que entre os que no sabem ler nem escrever haja menos defeituosos da vista, porque trabalham menos com os olhos e, sobretudo, porque durante a infncia no olharam de modo que viesse prejudicar a sade. Embora depois, j maiores, aprendam a ler e escrever, os prejuzos no so to grandes, visto que aprendem porque querem e no forados por um mestre, e quando os olhos j esto desenvolvidos. Entre os intelectuais d-se o seguinte: os que o so por prazer e dispem de recursos financeiros, embora hajam lido muito, como o fizeram com calma e sem pressa, no cansaram a vista. Os que tiveram que estudar com pressa ou com ansiedade, por exigncia da vida, usaram mal a vista e prejudicaram os olhos. Como entre os intelectuais h muitos do primeiro grupo, o total dos que tm defeitos da vista no to grande como nas profisses que mencionaremos a seguir. Essas profisses, como funcionrios pblicos, contabilistas, escreventes, desenhistas, romancistas, revisores etc., fornecem a maior porcentagem de defeitos da vista, porque em geral os que as exercem costumam trabalhar com menos largueza econmica, forados, com pressa e muitas vezes sob ms condies de luz. A mquina de escrever aliviou o trabalho dos olhos, principalmente quando se escreve sem olhar para o teclado. Mas os contadores ou guarda-livros que escrevem mo cansam a vista. Tm o tempo marcado e costumam permanecer inclinados, com as costas e a cabea dobradas sobre o livro de contabilidade. Portanto, para evitar os defeitos dos olhos, devem evitar-se os maus hbitos no uso da vista, pelo que damos as seguintes normas: A criana dever ir para a escola um pouco mais tarde, por exemplo, por volta dos 7 anos. Modernamente h mtodos de ensino que, sem forar a vista, permitem ensinar criana, mesmo antes dos 7 anos, muitas noes fundamentais. Aprender sem pressa nem precipitao. Os livros escolares devero ser impressos com bom tipo de letra, em bom papel e com tinta bem preta, de maneira que no haja letras apagadas, nem mal impressas. Ser prefervel a caligrafia vertical inclinada.

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    As salas de aula devero receber luz natural. Os dias chuvosos ou nublados sero destinados a explicaes. Convm criana muito ar puro, estadas no campo, excurses, sol em abundncia e poder contemplar horizontes longnquos. O ensino secundrio (ginsio, comrcio etc.) no dever comear antes dos 12 anos. Em alguns pases comeou-se a instalar escolas cujos professores conhecem e ensinam a arte de ver bem. Embora sejam seguidas as normas que damos para a poca escolar, como possvel que mais tarde, pelas exigncias da vida, a pessoa adquira costumes contrrios no uso da vista, necessrio que as crianas aprendam a arte de ver bem, ensinados por seus pais ou mestres. Os livros que ensinam a ver bem deveriam achar-se em todos os lares. Difundi-los e propag-los realizar obra cultural e humanitria. Se a criana j tiver algum defeito da vista, congnito, com maior razo dever seguir os conselhos que damos. Ter-se-, ento, que lhe ensinar os exerccios reeducativos da vista, para curar o seu defeito. COMO APRENDER A ARTE DE VER BEM. Quem leu o que antecede j sabe como deve usar a sua vista e o que deve evitar. Sabe que deve olhar de frente, que no deve querer abranger tudo com uma s olhadela; aconselhvel percorrer com olhar os objetos etc. Tudo isto compreende e sabe, entretanto falta-lhe conseguir aplic-lo constantemente e sem dar-se conta. Teria que estar muito alerta, e ainda, quando menos pensasse, voltaria a olhar seguindo os maus hbitos anteriores. Tambm poderia acontecer que desejando evitar o uso errado da vista, apenas conseguisse fixar ainda mais o olhar, o que justamente se deve evitar. Portanto, para aprender a ver bem preciso praticar durante bastante tempo os exerccios que descrevemos nas ilustraes, alguns meses, por exemplo, at que no s o faam bem e com facilidade, mas que se tenha adquirido o hbito de olhar bem sem o perceber. O olhar correto deve ser natural e sem esforos, como o andar. Quando j se tenha acostumado a olhar bem, poder-se-o abandonar os exerccios. Mas como as circunstncias desfavorveis, fruto da vida moderna, ocasionariam novamente o mau uso da vista recomenda-se, de vez em quando, durante um ms cada ano, tornar a praticar os exerccios, para no perder o costume de olhar bem. As explicaes anteriores s oferecemos para que os leitores se convenam de que a vista educvel, como os msculos, por

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    exemplo, pela cultura fsica, e em conseqncia se resolvam a executar os exerccios com deciso e confiana no xito. As crianas no tm necessidade de ler este livro. Os pais e os mestres que devem faz-lo e, depois, ensinar-lhes praticamente o modo de fazer esses exerccios.

    A Luz necessria Sade

    Quanta luz convm aos olhos? Inconvenientes dos culos escuros Os olhos foram construdos pela Natureza para receberem o estmulo da luz. Cada rgo tem o seu estmulo. O dos olhos a luz, como o do ouvi. do o som. uma lei fundamental na Natureza que "a funo aperfeioa o rgo". Sendo a luz o estmulo natural dos olhos, evidente que tem que ser favorvel vista. A luz do sol, que completa em toda espcie de radiaes, melhora o funcionamento dos olhos. A falta da luz produz diversos distrbios do corpo e at a morte por esgotamento, se a obscuridade for absoluta e por muito tempo. De todos os rgos, os mais prejudiciais so os olhos, cuja capacidade de viso diminui muito. Citam-se casos de insetos que, devido a um cataclismo (terremoto etc.), permaneceram encerrados dentro de uma caverna, isolados do exterior; pois bem, seus olhos foram degenerando de tal maneira, que as geraes seguintes nasceram cegas, e outras posteriores chegaram mesmo a nascer sem olhos. Os cavalos e outros animais que trabalham no interior das minas, geralmente acabam tornando-se cegos. Os mineiros que trabalham muitos anos nas minas, sofrem de diversas doenas dos olhos, tm a vista diminuda e alguns ficam cegos. Se os olhos foram criados para ver a luz do sol, evidente que a escassez da mesma os prejudicar. Para a vista, aconselha-se trabalhar durante o dia, aproveitando a luz do sol, e descansar durante a noite. Mudar essa ordem, trabalhando e divertindo-se noite, com luz artificial, e dormindo at grande parte do dia, no natural e prejudica os olhos se a isso se acostumar. A luz solar espalha-se em todas as direes na atmosfera. Esta como uma imensa esfera luminosa. Nenhuma luz artificial pode imitar o que faz a Natureza. A luz indireta das modernas salas de espetculos, que uma luz dirigida ao teto, do qual se reflete por toda a sala, pretende imitar a luz natural que vem de toda a atmosfera. Sem dvida, a imitao perfeita impossvel conseguir,

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    no s pela quantidade de luz, mas tambm pela qualidade, visto que a composio da luz natural a mais adequada aos olhos. Hoje em dia h um medo infundado e prejudicial da luz solar. verdade que as pessoas no acostumadas ao sol, quando sem preparao se expem durante muito tempo ao sol, podem sofrer uma irritao dos olhos e das plpebras. Tem-se dito tambm, que receber uma luz muito forte nos olhos durante longo tempo causa catarata ou danos retina. interessante que frisemos bem estes fatos, para que no sejam mal interpretados . Nos casos de catarata ou danos retina produzidos por uma luz muito forte, no se tratava de claridade solar, mas de um poderoso foco de luz artificial situado diante dos olhos e muito perto, achando-se a pessoa imvel c olhando fixamente o foco. Casos como estes deram-se sempre em condies e circunstncias muito diferentes das que sucedem sob claridade natural. A irritao dos olhos ou das plpebras pela luz do sol pode aparecer em pessoas de olhos fracos ou doentes, ou que tenham defeitos da vista, ou que antes fugiam da luz solar e agora, repentinamente, se expem ao sol sem prvio treinamento. Mas, alm disso, a estes casos sempre se juntam outras causas: por exemplo, o fumar, o tomar bebidas alcolicas, o uso demasiado do sal e condimentos picantes na alimentao etc., causas todas essas que prejudicam os olhos. Algo semelhante acontece, sob outro aspecto, s pessoas que vivem em uma espcie de "redoma", isoladas do ar e do frio por medo de resfriar-se. Essas pessoas, se sarem de repente e pouco abrigadas, em um dia frio, apanham facilmente um resfriado, porque no esto treinadas nem enrijecidas. Devem acostumar-se aos poucos, gradativamente, aos agentes naturais. Deste modo se consegue um enrijecimento que aumenta as defesas contra o frio e impede resfriar-se. O mesmo acontece com a luz solar. Deve acostumar-se aos poucos a ela. Dizemos tudo isto para convencer aos leitores que a luz do sol, alm de no ser prejudicial, ao contrrio, fortalece os olhos. A Cincia moderna demonstrou, tambm, outras vrias aes benficas da luz, que antes nem se suspeitavam. Assim, hoje sabemos que a luz que entra plos olhos um estmulo natural, muito benfico da hipfise, glndula importantssima, situada no crebro e que dirige o funcionamento de muitos rgos importantes do corpo.

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    Nos livros e registros de Medicina da antiguidade no se encontra nenhum dado sobre danos causados pelo sol nos olhos, danos que, se existissem, com certeza teriam sido conhecidos plos mdicos antigos, que eram observadores muito perspicazes O temor infundado luz muito recente. Comeou por volta de 1914. Antes desta poca poucas pessoas usavam culos escuros. Quem os usasse era alvo da compaixo pblica, por ser julgado doente dos olhos. No obstante, hoje em dia os culos escuros vendem-se aos milhes em todo o mundo; so expostos nas vitrinas de modo muito visvel e anunciados com custosa propaganda. Que aconteceu? No podemos admitir que pela poca de 1914 a luz do sol, que at ento nunca prejudicara os olhos, se tornasse repentinamente prejudicial em todo o mundo civilizado. O ocorrido foi o seguinte: a indstria percebeu que poderia aumentar consideravelmente os seus lucros se chegasse a convencer aos sos sobre a necessidade do uso de lentes. A propaganda dirigida nesse sentido obteve bom xito. Criou-se, desse modo, uma idia perturbadora coletiva que faz tantas pessoas fugirem luz solar e usarem lentes escuras. Alm disso, muito influiu o esprito de imita* co, e o uso de culos escuros tornou-se moda. Ao fugir da luz, os olhos se enfraquecem e cada vez so menos capazes de resistir a ela. Hoje em dia est perfeitamente demonstrado que os olhos sadios podem suportar sem prejuzos muito mais luz do que a ordinariamente oferecida pela Natureza. Os culos escuros apenas servem em casos especiais e sempre so prejudiciais aos sos. A oculstica considera que o seu uso carece de todo fundamento e que uma moda antinatural. Quem quiser curar defeitos da vista e ter olhos saudveis no dever temer a luz solar, por ser vivificante e poderoso agente curativo dos defeitos dos olhos, fortalecedor da vista (veja-se o captulo "Banhos de sol para os olhos").74

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    Como deve ser a Iluminao A m iluminao pode ser devida: a pouca luz; trabalho entre duas luzes; luz direta que vem de frente e fere a vista; luz que se reflete no livro ou no trabalho tambm ferindo a vista etc. Todas estas formas de m iluminao so prejudiciais aos olhos e causa de cansao dos mesmos e, com o tempo, tambm de defeitos: vista curta, vista cansada e estrabismo, principalmente. A iluminao imperfeita obriga a adotar maus costumes na maneira de olhar, perdendo-se o natural instinto que faz com que olhemos e vejamos bem, automaticamente. Se a vista perfeita e se forem seguidas as regras da arte de ver bem que expusemos, a insuficiente iluminao durante pouco tempo no prejudica muito; mas se o trabalho com iluminao deficiente durar muito tempo, ou se o fizer por hbito, aos poucos a vista se ressentir. Nas pessoas com defeitos da vista, o trabalho com luz inadequada faz piorar-lhes os defeitos e produzir m qualidade de trabalho. Todos os que seguirem os nossos tratamentos de reeducao da vista e cura dos defeitos, devero trabalhar sempre com boa iluminao. Os exerccios de reeducao da vista sero muito mais eficazes se ao mesmo tempo forem seguidos os conselhos referentes boa iluminao. A melhor iluminao, para as pessoas acostumadas, a que se tem ao ar livre em dia de sol-A luz que cai sobre a pgina de um livro, nestas condies, igual que produziria uma lmpada de 100.000 velas situada a um metro de distncia. Ao ar livre e sombra a luz de umas 10.000 velas. Dentro de uma casa, junto a uma janela, a luz de umas 1.000 a 5.000 velas, conforme a claridade do dia, o tamanho da janela etc. A quantidade de luz que h dentro da casa depende muito da cor das paredes, cortinas, do teto, dos ladrilhos e mveis. As cores escuras tornam a casa mais escura. As claras, mais iluminadas. Se a melhor luz para o trabalho da vista a que tem o ar livre, ou seja umas 10.000 a 100.000 velas, conforme se esteja sombra ou ao sol, compreende-se que a iluminao corrente dentro das casas, para ler e fazer trabalho delicado, seja, alm de m, pssima. Especialmente prejudicial , para as crianas, a m iluminao, pois na idade infantil quando se originam muitos defeitos da vista, favorecidos justamente pela deficincia de luz.

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    As pessoas de vista s, para no ficarem sofrendo da mesma, as que a tem doente, para no piorar, e as que seguirem os exerccios, para que estes sejam eficazes, todos devem procurar a boa iluminao. Portanto, procurar-se- fazer o mximo de trabalho durante o dia, em horas de boa luz. Trabalhando-se dentro de casa, aproveitar-se- o mximo de luz natural, perto de uma janela grande. O teto, as paredes, o assoalho, os mveis e as cortinas das casas devem ser de cores claras, para que haja mais luz. No se podendo trabalhar com luz natural, a artificial dever ser bastante intensa, convindo que venha de lado e no de frente e as lmpadas protegidas por quebra-luzes. As lmpadas chamadas "de luz solar" do uma luz mais azulada, semelhante luz do dia que, portanto, cansa menos a vista que as das lmpadas comuns.

    Como se deve usar a Vista par Ler, Escrever, Coser etc

    Sempre que se trabalhe com a vista (ler, escrever, desenhar, coser, bordar etc.) devem evitar-se dois fatores prejudiciais: o esforo da vista e a fixidez do olhar. Para evitar esses fatores prejudiciais, os mais clebres especialistas do mundo deram os cinco conselhos seguintes que devem sempre ser seguidos: 1. No fixar o olhar nem ver muitas coisas ao mesmo tempo. Para ver bem um objeto, percorr-lo com a vista. 2. No franzir o cenho, principalmente quando se l. 3. No entrecerrar as plpebras quando se l ou olha alguma coisa. 4. No prender a respirao. Respirar profundamente, lentamente e com regularidade. 5. No ficar com as plpebras paradas durante muito tempo. Pestanejar amide. Para seguir devidamente estes dois ltimos conselhos, vejam-se os captulos "Exerccios de pestanejo" e "Exerccios de pestanejo e respirao ao mesmo tempo".

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    Conselhos Especiais para a Infncia em Idade Escolar Fizeram-se muitas reformas para evitar que as crianas estraguem a vista durante a idade escolar. Apesar de tudo, a miopia nos escolares continua aumentando de freqncia, em vez de diminuir. Quando as crianas entram na escola, h algumas que j so um tanto curtas de vista (mopes), mas a maioria normal. Ao terminar o primeiro ensino (10 ou 12 anos) mais da metade tem algum defeito da vista. As principais causas das reformas feitas no surtirem efeito so: 1. Que ainda se cometem graves defeitos na maneira de ensinar. 2. Que algumas das reformas que se fizeram foram mal orientadas, como veremos mais adiante. 3. Que no se levou em conta o aspecto mental e emocional da vista, to importante nas crianas que freqentam a escola. O que se deve fazer primeiro melhorar as condies de iluminao nas escolas. As pesquisas modernas demonstraram que, quando se aumenta a iluminao, a criana trabalha mais e melhor, cansando menos a vista. A luz melhor a natural, isto , a luz do dia. Para isso, os alunos devem fazer os seus trabalhos ao lado de uma janela ampla. Veja-se tambm o que dissemos no captulo "A m iluminao", que completa este assunto. Em compensao, no tipo de letra dos livros escolares, em algumas escolas, foi-se muito longe. Procurou-se fazer cada vez maior o tipo de letra, mas caiu-se no extremo oposto. Um tipo de letra grande demais no convm pelo seguinte motivo: verdade que se l mais facilmente e a vista se cansa menos; acontece, porm, que a criana cai na tentao de querer v-lo todo ao mesmo tempo, de querer abarcar demais com o olhar, o que, como dissemos em outro lugar, prejudicial e uma das causas das deficincias visuais. A letra de imprensa deve reunir as condies que exporemos no captulo "A leitura de livros, jornais, revistas etc.". Nos escolares devem evitar-se as emoes e idias prejudiciais vista. Uma delas o aborrecimento. Com efeito, as crianas e mesmo os jovens que freqentam a escola aborrecem-se muitas vezes ao terem que aprender lies que no lhes explicaram bem, de que no gostam ou crem inteis. Outras emoes prejudiciais que se devem evitar so a rivalidade, a ansiedade, a pressa, o amor-prprio, o medo aos castigos escolares, o af de aprender logo para conseguir um prmio etc.

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    preciso evitar que as crianas cansem a vista ao terem que ver muitas coisas novas e que no conhecem. Aquilo que conhecido e familiar vem sem esforo. Mas o desconhecido e novo obriga a um esforo da vista e chega a produzir cansao dos olhos e, com o tempo, miopia. Para evitar esse inconveniente, aconselha-se o seguinte: Na parede da escola pendurar-se- uma "tbua de Snellen", que os alunos se acostumaro a ler. Quando durante o trabalho escolar cansarem a vista ou no virem bem alguma questo, suspendero a tarefa e olharo a "tbua de Snellen" da parede, lendo-a at onde puderem, o que faro facilmente porque estaro familiarizados com ela. Isso os induzir a descansarem a vista. Voltaro depois ao trabalho anterior e notaro que o fazem melhor. Com isso d-se o seguinte: ao notarem que lem bem a "tbua de Snellen", adquirem confiana, e esta confiana, unida ao descanso da vista, f-los- ver melhor do que antes. As pessoas maiores, alm da "tbua de Snellen", ou em seu lugar podem ter pendente da parede um calendrio comercial, com a mesma finalidade.

    A Leitura de Livros, Jornais, Revistas etc A letra de imprensa no deve ser demasiado grande nem demasiado pequena, mas um tipo de tamanho mdio e que possua contornos claros e ntidos e muito bem impressa. Os tipos devem ser muito pretos e destacveis do branco do papel, que convm seja mate, no brilhante. Para as gravuras costuma empregar-se papel acetinado. No de muita importncia, porm, obedecer a estas indicaes neste caso, visto que o texto que os acompanha costuma ser geralmente curto. Os textos borrados, mal impressos, com falhas de impresso em algumas letras e que se