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Conjunto de motorredutores - DTCEA-CTD N O T Í CI A S - A n o 5 - n º 3 5 espaço aero

Aeroespaço 35

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Destaques da Edição 35 da Aeroespaço

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Page 1: Aeroespaço 35

Conjunto de motorredutores - DTCEA-CTD

NO

T ÍC I A S - A n o 5 - n º3 5

esp

açoaero

Page 2: Aeroespaço 35

O 3S BET Xavier - técnico componente da equipe de radiodeterminação -, inspeciona o conjunto motorredutores e a junta rotativa da antena do radar primário de longo alcance TRS 2230 do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Catanduvas (DTCEA-CTD) – tema da seção Conhecendo o DTCEA desta edição.

Informativo do Depar tamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEAproduzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/DECEA

Diretor-Geral:Ten Brig Ar Ramon Borges Cardoso

Assessor de Comunicação Social e Editor:Paullo Esteves - Cel Av R1

Redação:Daisy Meireles (RJ 21523-JP)

Telma Penteado (RJ 22794-JP)

Daniel Marinho (MTB 25768-RJ)

Diagramação:Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)

Fotografia & Capa::Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Contatos:Home page: www.decea.gov.br

Intraer: www.decea.intraer

Email: [email protected]

[email protected]

Endereço: Av. General Justo, 160

Centro - CEP 20021-130

Rio de Janeiro/RJ

Telefone: (21) 2123-6585

Fax: (21) 2262-1691

Editado em março/2009

Fotolitos & Impressão: Ingrafoto

Índice

Indice

Seção: Quem são?

Artigo: Há cinquenta anos... Reportagem Especial:Como contamos a nossa história

Artigo: A Era Digital nas Comunicações: do “parirari“ aos “zeros” e “uns”...

Seção: Conhecendo o DTCEA

Nossa capa Expediente

Nossa capa e Expediente

SO Hélio e 2S ArthurMúsicos da Banda do CINDACTA II

Experiência da inspeção em voo brasileira é um exemplo do Brasil que dá certo

Catanduvas - PR

Conjunto de motorredutoresDTCEA - CTD

2

16

4

4

20

8

8

23

2316

Page 3: Aeroespaço 35

Editorial

Nesta primeira edição de 2009 da Aeroespaço, quero dirigir-me a todos os integrantes do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) para tratar de dois assuntos:

O primeiro se refere ao desempenho do órgão central e de todas as suas organizações subordinadas durante o ano de 2008. O sucesso alcançado nas mudanças conceituais, a quebra de paradigmas estabelecidos por longo tempo, a melhoria no desempenho administrativo, técnico e operacional de todos os órgãos e a eficiência alcançada pelo Sistema como um todo foram fruto do trabalho incansável e incessante dos homens e mulheres que compõem nossas organizações. Por isso, além dos cumprimentos, quero apresentar os meus agradecimentos por tudo que realizaram, permitindo que atingíssemos os objetivos estabelecidos para o período.

O segundo assunto é o futuro. Não um futuro imponderável, inescrutável, que traz surpresas por não ter sido antevisto ou planejado, e sim o futuro desejado, baseado no que sabemos fazer, no objetivo que temos e na eficiência em aplicar conhecimentos e recursos, humanos e materiais, na busca de um Sistema capaz de apoiar totalmente a Força Aérea Brasileira (FAB) no cumprimento de sua principal missão, que é a garantia da soberania do espaço aéreo brasileiro.

O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), integrado em suas funções civis e militares, também deverá ser capaz de atender ao crescimento da demanda do tráfego aéreo civil e gerenciar o uso do espaço aéreo, que é um recurso finito e perecível. Isso não será possível sem a completa integração de todas as organizações e de todo o seu pessoal, conscientes do trabalho a ser realizado, da eficiência a ser buscada e da missão a ser cumprida.

Em 2009 iremos complementar a estruturação do órgão central do SISCEAB, aprimorar o desempenho dos órgãos executores e atender às necessidades operacionais civis e militares que são de nossa responsabilidade. Este é o nosso desafio. Esta é a nossa tarefa. E é com a força e a união da nossa gente que enfrentaremos os obstáculos e dificuldades vindouras, com a certeza da vitória em todos os combates.

Ten Brig Ar Ramon Borges CardosoDiretor-Geral do DECEA

Page 4: Aeroespaço 35

4 AEROESPAÇO

O ano era 1959. O Brasil vivia o ápice

desenvolvimentista dos anos JK.

Modernidade, indústrias, autoestradas,

a expectativa por Brasília... O povo

brasileiro estava otimista naquele que

seria o ano do maior salário mínimo da

história do País.

No Rio de Janeiro, ainda capital federal,

o carioca quando não entoava a

recém-chegada bossa nova, é porque

ainda cantava que a “Taça do Mundo”

era nossa, numa alusão à conquista

da Copa da Suécia no ano anterior.

Evidentemente, não fazia ideia de que

um Douglas DC-3 da FAB entrava para

a história do controle do espaço aéreo

brasileiro, inaugurando a gestão de

uma atividade ímpar na América Latina:

a inspeção em voo.

Aquele não era realmente um voo como

outro qualquer. O FAB 2065 EC-47 era

uma aeronave-laboratório e conduzia

a primeira inspeção em voo tripulada e

chefiada por brasileiros.

Os precursores da inspeção dos

auxílios do País não sabiam, mas

decolavam do aeroporto Santos-

Dumont rumo aos mais remotos

cantos dos 8,5 milhões de quilômetros

quadrados de nosso território, num

voo que por décadas e décadas

seria movido por um único objetivo:

o perfeito estado de funcionamento

de todos equipamentos de auxílio

à navegação aérea de modo a

salvaguardar a cada usuário do

transporte aéreo um voo seguro e

eficaz.

Projeto Contraf

Assumida pelo DECEA, através de

seu órgão especializado, o Grupo

Especial de Inspeção em Voo (GEIV), a

atividade de inspeção em voo ainda era

inexistente no Brasil até a década de

50. O crescimento da aviação comercial

no pós-guerra, porém, levou o governo

a negociar com os americanos a

transferência de conhecimento e

tecnologia para a implantação e

execução da atividade. Na carona

progressista dos anos 50, o Ministério

da Aeronáutica pleiteou o fornecimento

de equipamentos de auxílio à

navegação aérea para o Brasil. Como a

aparelhagem ainda era muito recente e

desconhecida, precisávamos também

da instalação, de assistência técnica e

treinamento de pessoal especializado

para as manutenções que se fizessem

necessárias.

Em julho de 1955, o governo brasileiro

assinou um acordo com o Diretor de

Missão de Operações dos EUA no

Brasil, com vistas à consolidação dos

objetivos mencionados. Nascia assim

o embrião do Projeto Contraf (Controle

Há cinquenta anos...Experiência da inspeção em voo brasileiraé um exemplo do Brasil que dá certoPor Daniel Marinho

Page 5: Aeroespaço 35

5AEROESPAÇO

de Tráfego Aéreo) que em junho do ano

seguinte era assinado pelo Brigadeiro

Hélio Costa, então diretor de Rotas

Aéreas, e pela Civil Administration

Agency (CAA) - atual Federal Aviation

Administration (FAA) - com a finalidade

da execução das responsabilidades

previstas no entendimento anterior.

Afora as concessões brasileiras, seus

termos especificavam que era de

responsabilidade da missão norte-

americana a cooperação econômica e

técnica para o fornecimento de:

- equipamentos de auxílio à navegação

aérea (VHF Omnidirectional Range-VOR,

Instrument Landing System-ILS);

- equipamentos eletrônicos de bordo

para a instalação numa aeronave

adequada para ensaios de voo, a ser

fornecida pelo governo brasileiro;

- equipamento de VOR portátil para

ensaios e equipamentos para um

laboratório de calibragem;

- serviços especializados de um grupo

de técnicos da Missão Norte-Americana

de Aviação Civil e

- uma aeronave-laboratório americana,

em caráter de empréstimo, contendo

o equipamento eletrônico especial,

necessário para a localização de

auxílios à navegação aérea.

Sob a chefia do Assessor de Segurança

Aérea da Diretoria de Rotas Aéreas

(DR), Alberto Ferreira da Costa, a

equipe executora do Contraf deu início

aos trabalhos em 1956, alocada numa

sala do terceiro andar do aeroporto

Santos-Dumont.

Formação da tripulação

As inspeções dos primeiros auxílios

de navegação aérea e aproximação

iniciaram-se neste mesmo ano; ainda

não eram, porém, comandadas

por brasileiros - em treinamento. À

época, um bimotor Beechcraft C-45,

matrícula N-74, cedido pela CAA, sob

a responsabilidade da CAAG (Civil

Aviation Assistance Group), deu início

ao treinamento dos primeiros pilotos

inspetores do País como estipulava

o Projeto Contraf. A aeronave era

equipada com dois gravadores e dois

receptores de navegação - um de VOR

e outro de ILS.

De 1957 a 58, a Força Aérea Brasileira

enviou um grupo de oficiais e civis à

Academia da CAA, em Oklahoma City,

nos Estados Unidos, para a formação

de técnicos e pilotos-inspetores com

o fim de constituir a primeira tripulação

operacional brasileira da atividade.

Page 6: Aeroespaço 35

6 AEROESPAÇO

Eram os precursores da inspeção em voo brasileira:

- Cap Av Murilo Correa Neto;

- Cap Av José Laetano Távora;

- Jayme Magalhães Graça (assessor de eletrônica - VOR/

ILS);

- Aluísio Nascimento (assessor de eletrônica - radar) e

- Walter Peixoto (assessor de eletrônica e técnico de

laboratório de calibragem).

As inspeções, até então realizadas por tripulações da CAA

e acompanhadas por brasileiros, foram executadas no

Beechcraft americano até maio de 58, quando retornou a

Oklahoma. A aeronave-laboratório da CAA fora a responsável

pelas inspeções do tipo pré-site (avaliação do local) para

a instalação de dois VOR nas imediações do então Distrito

Federal: um em Duque de Caxias (RJ) e outro na região

do aeroporto Santos-Dumont. A primeira, bem-sucedida,

aprovou o local onde hoje se encontra o VOR-CAX; a

segunda vetou a instalação de um novo auxílio.

Douglas DC-3

Em novembro de 1958, um voo proveniente de Oklahoma

trouxe a primeira aeronave-laboratório brasileira. Equipado

com o que havia de mais moderno na Divisão de Flight

Inspection da CAA, o Douglas DC-3 - que adotaria a matrícula

EC-47 2065 na FAB -, viera do meio oeste americano,

tripulada pelos pilotos capitães aviadores José Laetano

Távora e Murilo Correa Neto; pelo suboficial radiotelegrafista

Wilson Machado e pelo primeiro sargento mecânico José

Maria - os dois últimos pertencentes ao efetivo do Grupo de

Transportes Especiais (GTE) da DR.

Finalmente, em 21 de fevereiro de 1959, três anos após

a assinatura do Projeto Contraf e todo o investimento

em formação e em tecnologia, a DR consolida o objetivo

almejado, inaugurando a inspeção em voo tripulada e

comandada por brasileiros num avião da FAB. O voo de

cinco horas e quinze minutos partiu da capital federal com

destino a Itaipuaçu, distrito de Maricá, no interior do Estado

do Rio de Janeiro, no intuito de verificar a adequação de um

sítio para a instalação de um VOR.

Para José Laetano Távora, Piloto-Inspetor de registro Nº

01 do GEIV que comandou o voo pioneiro - hoje coronel

da Reserva com 85 anos de idade -, o evento marca a

abertura da atividade de inspeção em voo aos especialistas

brasileiros. “Sinto-me até hoje muito honrado. Estes anos

todos se passaram e sempre sou lembrado devido a esse

voo... Sinto-me muito orgulhoso de ter participado desta

história”.

Aeronave-laboratório em missão no Paraguai na década de 70

Bandeirante-laboratório sobrevoando oSantos Dumont-Rio na década de 70

Tripulação que trasladou o FAB 2065 para o Brasil

Page 7: Aeroespaço 35

7AEROESPAÇO

Meio século se passou e, desde então,

muita coisa mudou: nossa economia

cresceu, somos uma potência industrial,

Brasília é uma metrópole mundialmente

reconhecida e a tal taça do mundo já

voltou para cá mais quatro vezes.

Uma certeza, no entanto, não muda

e, por si só, já legitima a pauta em

questão: desde a decolagem daquele

DC-3 sobre a Baía de Guanabara, não

houve sequer um acidente na aviação

brasileira motivado por falha, defeito

ou mau funcionamento de algum dos

atuais 900 auxílios à navegação aérea

brasileira.

Isso representa um aproveitamento de

100% no que tange a segurança e a

eficácia propiciada por todos os auxílios

à navegação aérea que vêm sendo

inspecionados há 50 anos pela FAB.

O solitário VOR de Duque de Caxias,

do início do Projeto Contraf, hoje

acompanha outros 900 auxílios à

navegação em todo País. Eles são

inspecionados quase diariamente

por cerca de 1400 procedimentos,

46 destes apoiados pelo Sistema de

Posicionamento Global por Satélites

(GPS).

O DC-3 não existe mais. Desativado em 1975 - após um incidente que o levou a amerissar na Baía de Itaparica -, deu lugar a uma frota de 11 aviões-laboratório - quatro jatos Hawker EU93A de alta performance e sete turboélices

Bandeirante.

Já a inspeção em voo brasileira é hoje

reconhecida internacionalmente por

sua eficiência e seu órgão executor, o

GEIV, é frequentemente tomado como

referência em toda a América Latina –

onde inclusive já realizou inspeções em

uma série de países.

Isso porque, praticamente em cada um

dos 365 dias do ano sempre há um

avião-laboratório brasileiro cruzando

o céu do País - em algum ponto entre

Fernando de Noronha (PE) e Cruzeiro

do Sul (AC) e entre Pelotas (RS) e

Boa Vista (RR) - para aferir os auxílios

brasileiros. E a história dá o seu

corolário: eles estão em boas mãos.

Cinquenta anos depois...

A moderna aeronave-laboratório HS-800

Page 8: Aeroespaço 35

Motivar, para o Ten Cel CTA RF Aloysio Accyoli de Senna, é, sem sombra de dúvida, a mais importante das consequências da comunicação e da perpetuação da história.

Senna é o pioneiro da Busca e Salvamento na Aeronáutica e entrevistá-lo foi mais que uma missão a nós atribuída. Foi uma honra.

“A história da Força Aérea Brasileira está morrendo. Eu estou morrendo”. Estas foram as primeiras frases por ele ditas em nossa entrevista. E foram seguidas do conselho: “então vamos aproveitar quem tem história para contar”.

Munido de pastas, documentos, transparências e fotos, Senna discorreu sobre aquilo que mais conhece, que foi e continua sendo o seu motivo de trabalho e dedicação, a parte intrínseca de sua vida - se não for a maior parte -,

que é a criação do SAR.À época em que a Diretoria de

Rotas Aéreas (DR) estava sob a responsabilidade do então Brig Ar Eduardo Gomes, Senna foi para Belém com o intuito de criar e implantar o Serviço de Busca e Salvamento (SAR).

“As pessoas entram hoje no SAR, olham os equipamentos, os computadores com os radares, as modernidades, mas não sabem a história da Busca e Salvamento. Não sabem que coronéis e comandantes auxiliaram os pedreiros com seus carrinhos de mão levando tijolos e cimento” – protesta.

E como bem ressalta nosso ilustre entrevistado, “nada como a pessoa que viveu o ocorrido para contar a história com propriedade. E a história do SAR é o resultado de uma luta, de muita persistência”.

Como contamosa nossa história

Reportagem Especial

História, memória, resgate – palavras que serão lidas muitas vezes no decorrer na nossa reportagem. Não se enfadem, pois as informações, os conhecimentos, as experiências dos nossos entrevistados – com certeza – , serão importantes para o registro de fatos e fotos da memória organizacional do SISCEAB.

Para produzir essa reportagem especial, procuramos pessoas comprometidas com o nosso pas-sado e com trajetórias interessantes que poderiam resultar em registros da nossa memória nas áreas da busca e salvamento, meteorologia, proteção ao voo e outras.

As origens da nossa Organização estão contadas como grandes eventos por nossos entrevistados, que não deixam escapar os altos e baixos, os acertos e erros.

A nossa história não sai da memória do coronel Pontes, do tenente coronel Senna, do capitão Mamede, do suboficial Sampaio e de tantos outros militares e civis da Força Aérea Brasileira - que não estão nessa reportagem - que continuam valorizando seus feitos através de suas trajetórias de vida.

Ao fazer as entrevistas para esta Reportagem Especial, o que não faltou foi entusiasmo. Isso de ambas as partes, uma vez que não é todo dia que se pode ter à frente os autores das histórias que se deseja eternizar.

Poucos conhecem a fundo os pequenos detalhesque constituem a grande história do SISCEAB

“Vamos aproveitar quem temhistórias para contar”

8 AEROESPAÇO

Por Daisy Meireles e Telma Penteado

Aloysio Accyoli de SENNA - Ten Cel CTA RF

Page 9: Aeroespaço 35

Um novo prédio está sendo construído para o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Fortaleza (DTCEA-FZ). A obra está em fase final. No interior desse DTCEA há duas salas reservadas para mostrar a história da proteção ao voo no Ceará. A ideia de dar essa notoriedade foi do Cap Mamede, que deixou o comando do DTCEA–FZ e o serviço ativo da Aeronáutica em janeiro deste ano.

Ao longo de sua carreira na FAB, Mamede coletou diversos equipamentos meteorológicos, cartas aeronáuticas e fotos visando compor um memorial a ser montado no novo prédio do Destacamento.

O Cel Luiz Gonzaga Leão Ferreira, comandante do CINDACTA III, um entusiasta e que também gosta de

valorizar a história, aprovou e autorizou - ainda na gestão do Cap Mamede - e o orientou a repassá-la ao seu substituto no comando, Maj Av Ronaldo Di Ciero Miranda.

Tudo o que Mamede amealhou ao longo do tempo está guardado na sala do comando do destacamento e esperando a conclusão da obra para ser devidamente exposto.

São cópias das folhas do Boletim BAFZ nº 158, de 1º de novembro de 1944, impressas na cor atual (amarelecidas pelo tempo) em tamanho A-3 e emolduradas em vidro e cartas aeronáuticas da década de 1950, abrangendo a área compreendida pelos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco e alguns equipamentos de

Nascido em Salvador, Senna tem é história para contar, afinal, é muita dedicação ao trabalho e muitos anos de labuta.

“E quando a gente vive uma história”, Senna continua explanando, “além de contá-la com respaldo, pode responder às perguntas! Quem ouviu não tem profundidade de conhecimento”.

Senna foi para o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da Aeronáutica (CPOR) em 1944, ano em que foi estudar nos Estados Unidos pela FAB. Um ano depois

retornou, desligou-se da Aeronáutica e voltou aos EUA como civil para fazer um curso de proteção ao voo.

Em 1947, reingressa na FAB, que, àquela altura, estava implantando o Sistema de Proteção ao Voo.

Por conta da excelência do seu conhecimento nesta área, foi enviado para Belém (PA) com a missão de montar as aerovias, as redes de tráfego aéreo e os Centros de Controle

daquela região. “Éramos quatro brasileiros formados.

Eu fui para Belém, outro foi para Porto Alegre, outro para o Rio de Janeiro e outro para Recife. Montamos os Centros de Controle de Tráfego Aéreo, que são a Proteção ao Voo, os primeiros Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA)”, explica.

“Para se ter uma ideia”, continua, “em Belém nossa área ia até Santarém. De Santarém, passando por Manaus, até à fronteira. Era terra de ninguém! Os

pilotos voavam na altitude que queriam, como queriam... não havia qualquer controle fora os da proximidade do aeródromo” – relembrando as dificuldades que enfrentou.

“Certa vez conversando com uma turma do Esquadrão SAR, perguntei: vocês sabem como começou o SAR? Vocês julgam que um cara se sentou no gabinete do Estado-Maior do Comando da Aeronáutica, ‘recebeu um santo’, pegou uma caneta e escreveu que está criado o Serviço de Busca e Salvamento? Fez-se o maior silêncio. Então eu disse: Puxa! Mas ninguém sabe? Vocês estão olhando para a própria história!”

Foi deste momento em diante que Senna passou a dar palestras sobre a história da criação do SAR. Faz dez anos que Senna faz a abertura dos cursos de Busca e Salvamento realizados no Brasil.

“É muito bom contar a história, descrever a luta e o sacrifício para a moçada e fazer com que eles vibrem pela organização da qual fazem parte” – orgulha-se nosso pioneiro.

Para Senna, manter viva a história do SAR é motivador. E, quando há motivação, há entusiasmo para cumprir a missão com o máximo empenho possível.

A partir de suas vivências no Sistema, seus integrantes estão contando com excelência e inovação o nosso passado glorioso

1º RCC Brasileiro/Belém (PA) - o TCel Senna é o quarto (à direita) em pé

“No futuro, todos saberão como aconteceu”

9AEROESPAÇO

MAMEDE Sales Júnior - Cap QOEA CTA R1

Page 10: Aeroespaço 35

10 AEROESPAÇO

meteorologia em desuso.Ele diz que herdou do pai, Mamede

Sales Procópio, o gosto por História. De qualquer modo, como cearense e prestando os seus serviços e conhecimentos como controlador de tráfego aéreo em seu torrão natal, desde setembro de 1977, vivenciou inúmeras situações, transformações por que passou a proteção ao voo em Fortaleza.

“Como é uma atividade importante no eterno devir da humanidade, pensei em pesquisar os fatos notáveis ocorridos e expô-los para conhecimento de todos” – conta Mamede – que diz ter se espelhado na Sala Histórica do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA).

Contando com a colaboração do Cap Esp MET Messias e do SO BEI Newton, Mamede conseguiu muitas peças para

o acervo, mas diz que a busca é incessante. Por isso, ele está aberto a receber quaisquer objetos que possam servir para contar a história das mais diversas áreas da proteção ao voo, a fim de compor o acervo de Sala Histórica – Memorial.

“Adoraria conseguir o console de radar REDIFON e outros objetos”, devaneia Mamede. Será?! Vamos torcer!

Graças a Mamede, também, a proteção ao voo no Ceará tem uma nova versão. Ele fuçou todos os boletins sobre o passado e descobriu diferentes datas de comemoração do aniversário do destacamento que, em verdade, remetiam às mudanças das denominações porque passou a

Organização prestadora da proteção ao voo em terras alencarinas até os dias de hoje.

Remontando-se à história da atividade aeronáutica em Fortaleza de N. Sra. da Assunção, assistimos ao nascedouro da Base Aérea em 1936. Oito anos depois foi reestruturada a Força Aérea Brasileira.

Mamede relata que a pesquisa histórica provou que, especificamente, ao dia 1º de novembro de 1944, por força do Decreto-Lei nº 6.365, de 23.03.1944, que estruturou a Força Aérea Brasileira, através do Boletim Interno nº 158, da Base Aérea de Fortaleza, foi criada a “Seção de Tráfego Aéreo”, com um efetivo inicial de dez militares e composta de Posto Rádio, Torre de Controle, Sala de Operações e Meteorologia.

Ele diz que sua intenção foi buscar um referencial em torno do qual gravitasse a própria história da Organização Militar responsável pela proteção ao voo no Ceará.

De acordo com Mamede, através de tais designadores, distinguem-se momentos, épocas, até mesmo os recursos disponíveis à atividade aeronáutica.

“Em todo o Brasil, a história da proteção ao voo é muito bonita, basta pesquisar. Óbvio que, dadas as transformações administrativas porque passou a Aeronáutica brasileira desde o seu nascedouro, inúmeras denominações foram criadas ao longo do tempo, para identificar os órgãos que compunham sua estrutura organizacional. Assim, no que pertine à proteção ao voo, quando se era SCTA (Seção de Comunicação e Tráfego Aéreo) havia uma data de sua criação; quando se passou para NPV (Núcleo de Proteção ao Vôo), outro instituto normativo balizou sua efetivação e assim por diante, passando por DPV, DPVDT-26, DPV, até os dias atuais, com a criação do DTCEA-FZ. Ora, mudavam-se as denominações da OM, mas mantinha-se a essência da atividade: proteção ao voo. Deste modo, o 1º de novembro de 1944 é a referência, é o embrião. Enaltece-se, então, a gênese. Daí, tem-se uma visão panorâmica de seu início à atualidade, em terras que beijam os verdes mares bravios do nosso Ceará” – descreve o romântico Mamede.

Mesmo sob várias denominações - de Seção de Tráfego Aéreo a DTCEA - fazemos a história da Proteção ao Voo porque “a essência de nossas atribuições continua a mesma” - regozija-se Mamede -, reverenciando o importante legado deixado por nossos predecessores.

Como militar, Mamede honra o solene juramento que prestou no passado, pois acredita que o futuro se apresenta grandioso. “Sei que ele vai requerer de cada um denodo, comprometimento e profissionalismo. E isto eu sempre fiz na minha carreira militar e quero continuar fazendo, pois, no futuro, saberão como aconteceu” - finaliza.

Como referência, ele cita Mahatma Gandhi: “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, e sim fazer uma história nova”, o que sintetiza a história da própria Força Aérea Brasileira.

A primeira página do Boletim BAFZ 158, de 01/11/1944

Page 11: Aeroespaço 35

11AEROESPAÇO

Estamos aprendendo a respeitar a glória da nossa história,valorizando quem está lutando para recuperá-la,

pois a conhecem com riqueza de detalhes

José Maria SAMPAIO - SO RR BMT

Há pouco mais de três anos, o suboficial da reserva da Aeronáutica, José Maria Sampaio, de 74 anos, monitor na Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR) de 1976 a 83 - resolveu montar no galpão do curso de Meteorologia da EEAR um memorial que guarda e expõe equipamentos meteorológicos antigos – totalmente recuperados e em funcionamento.

O objetivo desse meteorologista é não deixar morrer a nossa história, resgatar o nosso passado. Ele conta que se soubesse disso há uns anos não deixaria perder pequenos e grandes acervos. “Eu via muito equipamento ser jogado fora, e eu nem me dava conta de que a Escola poderia ser um berço da nossa memória!”.

Ele diz “berço” porque tem o sonho de construir outro memorial no ICEA, pois lá existem estações meteorológicas muito importantes.

Sampaio alerta para a presença de um patrimônio histórico ignorado pela maioria dos militares e civis que compõe o SISCEAB: “Vários instrumentos estão guardados ou esquecidos nas dependências de OM como o PAME-RJ ou algum SRPV desativado” - declara.

Foram muitas as dificuldades para conseguir os equipamentos e também certa falta de apoio no início.

No início ele conseguiu vários instrumentos desativados no próprio galpão de meteorologia da EEAR. Levava tudo para sua casa e recuperava cada peça. Passava as tardes trabalhando, consertando, pintando, recuperando, até conseguir fazê-los funcionar novamente. Depois começou a pedir a vários colegas da reserva instrumentos, equipamentos usados que iam para o lixo. Escrevia cartas, enviava e-mails, dava vários telefonemas. Deu certo. Atendendo aos seus apelos, muitos enviaram instrumentos, publicações e outros equipamentos.

“Alguns já meio quebrados, pois se encontravam abandonados” – relata -, “mas eu consigo recuperá-los. Tudo

está exposto no galpão do curso MET da EEAR” – conta orgulhoso do seu trabalho.

Sampaio leva meses para recuperar um equipamento, mas quando ele entra em uso, totalmente reabilitado, voltando a funcionar – nosso meteorologista fica realizado. Não há um equipamento danificado que ele não consiga colocar em uso.

Depois de recuperados, Sampaio datilografa as etiquetas (isso mesmo, d-a-t-i-l-o-g-r-a-f-a), contando as histórias de cada equipamento e os dados de sua utilização.

Cabe ressaltar aqui, o fato de Sampaio ter sido CB Q.EA.DT.AU (taquígrafo e datilógrafo), formado em 1954. Só em 1958 entra na EEAR, com o sonho de se formar em sargento especialista em meteorologia.

“Vim para a escola em inicio de 58, e me formei em dezembro de 1960. Minha turma era muito pequena, por isso sei muito sobre a vida de todos”.

Ele lembra que só existia radiossonda no Galeão, São Paulo e Porto Alegre, mas os instrumentos no Brasil todo. Oficina de instrumentos só em Belém, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Quando acabou o curso veio para a EEAR com a intenção de ser escrevente. Quando chegou à Escola, soube que área de Proteção ao Voo estava crítica e que, a partir de Cuiabá não tinha gente, e não tinha jeito de suprir a falta de recursos humanos.

E continua contando: “... então o aluno vinha pra cá e não podia escolher a especialidade. E eu fui nesse embalo, depois que eu me identifiquei com a especialidade. Deus sabe o que faz. Minha vocação era escrevente, mas não teve jeito – me formei em meteorologia” – conta rindo. A ideia do Memorial se consolidou em 2005, com a ajuda de alunos e monitores do curso de Meteorologia da Escola, interessados em construir essa história.

A inauguração do Memorial SO Sampaio foi em 19 de março de 2008, quando a EEAR comemorou o Dia

Meteorológico Mundial.O amor pela Meteorologia é visível

nos olhos de Sampaio. Para se ter uma ideia, após 32 de FAB e mais 15 na aviação civil, voltou à EEAR, com muito afinco, dedicação e paixão, para cooperar com os monitores.

“No galpão da Meteorologia, basta alguém dar um sinal, que eu venho aqui, tiro pane, conserto equipamento. Eu me sinto útil e muito feliz com essas atividades” – declara Sampaio.

Os instrumentos recondicionados por ele e expostos no Memorial também são utilizados pelos monitores do curso de Meteorologia durante as aulas.

“O aluno conhece, assim, equipamentos usados anteriormente – que fazem parte da história da meteorologia na FAB” – conta Sampaio com brilho nos olhos.

Mas ele ainda faz um apelo a todos os componentes do SISCEAB: “caso tenham conhecimento da existência de quaisquer equipamentos meteorológicos do passado, não importa de que ano, ou em que estado se encontre - enviem para EEAR – galpão de meteorologia ou – ainda -, para o DTCEA Guaratinguetá, aos meus cuidados. Acredito que no PAME-RJ ou

“Eu nem me dava conta de que a EEAR poderia ser um berço da nossa memória”

Page 12: Aeroespaço 35

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nas dependências dos extintos SRPV existam alguns desses equipamentos”.

O sonho de implantar o mesmo modelo de memorial para o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) - até mesmo para fins didáticos, pois acredita que lá é “a casa do DECEA” -, se justifica quando ele diz que: “muitos formandos, já como terceiros sargentos, frequentam cursos especiais ou reciclagem naquele Instituto. Nada mais justo que no ICEA também tenha um espaço onde possa ser contada a história da nossa meteorologia. Há sargentos e oficiais que nunca viram um desses equipamentos antigos, assim como alunos de outras Armas e até mesmo estrangeiros que estudam no ICEA”.

Sampaio reforça o apelo por:• Pluviógrafo F. Fuess (M/

PV.02A);• Heliógrafo (M/HE.01A) Abreu

(nacional) com respectiva base metálica e a bola de cristal (anemômetros de qualquer ano/modelo);

• Ajustes do Altímetro AY-01A;• Barômetros aneróides

Kollsman 02A Psicrômetros;• Cartas sinóticas antigas,

analisadas e em cores; e• Cronômetro com estojo de

madeira – US Arm Pistola de sinalização e Binóculos (mesmo inoperantes – e os primórdios do SPV).

A cada intervalo da entrevista, ele se lembra de algum equipamento que gostaria de ter para reformar.

“E outra coisa que eu queria – se alguém tiver - um balão, um transmissor e um receptor de radiossonda - Metox ou Vaisala -, manda pra mim”.

Sampaio está fazendo escola, pois monitores do galpão de Comunicações estão fazendo a mesma coisa: recuperando instrumentos e documentos para montar um “Memorial de Comunicações”.

“Nosso galpão é muito visitado, por alunos de 1º e 2º graus de escolas municipais e até mesmo particulares interessados em saber mais sobre Meteorologia. Fico encantado quando eu vejo isso” – emociona-se nosso entrevistado.

Durante a entrevista, perguntamos: alguém vai continuar contando essa história, quando o senhor não estiver mais por aqui?

Ele responde: “Não! Da velha guarda eu sou o último que ainda conhece e conserta essas raridades. Se eu tivesse me lembrado disso há dez anos... teria ido ao PAME-RJ, pois lá no forro da oficina de instrumentos tinha uma série de equipamentos que eu guardei para não jogarem fora. Muita gente não sabe disso”, conta rindo, “agora sabem!”

No Memorial SO Sampaio, a Meteorologia é contada por documentos e instrumentos.No dia da inauguração do Memorial, o Brig Ar Luiz Fernando Dutra Bastos (Comandante do EEAR) prestigiando a inciativa do SO SampaioO galpão de

Meteorologia da EEAR, guardando a história da especialidade

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Manter uma história acesa, mais do que registros, requer vontade de perpetuar o que se passou e orgulho de registrar o fato

de ter vivido e construído a história narrada

Paulo Roberto de Lavor PONTES - Ten Cel Eng R1

Carioca, o Ten Cel Eng R1 Paulo Roberto de Lavor Pontes, entrou para a FAB em 1976, quando saiu do setor de engenharia da Embratel para entrar como Tenente no Quadro de Oficiais Engenheiros. “Eu saí da empresa até para ganhar um pouco menos, mas a vontade de ser militar era maior”.

“Estudei muito para ser classificado na DEPV (Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Voo, atual DECEA). Naquela época – em 1976 –, o Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) estava começando a ser estruturado e estavam procurando pessoas para trabalhar lá. Fui consultado para sair da DEPV e vir para cá, mostrando as vantagens de sair do Rio e vir para Brasília, como o futuro que teria para minha carreira. Eu topei”.

O CINDACTA I começou a ser construído em 1974 e entrou em operação em 1976. No entanto, Pontes chegou um pouco antes do Centro entrar efetivamente em operação.

“Inicialmente fui chefiar a equipe de instalação de estações VHF. Hoje sou assessor do comandante do CINDACTA I, no setor de Engenharia Eletrônica”.

À época, os radares e equipamentos eram todos da empresa Thomson e muitos técnicos franceses trabalharam junto ao efetivo do CINDACTA I. Da parte do nosso efetivo apenas um oficial falava o francês. Da parte deles, nenhum falava inglês. Analisando a situação, Pontes ponderou que “aquilo

não podia continuar assim” e, por esta razão, se sentiu na obrigação de fazer um curso de francês. “Fiz um intensivo e em um ano aprendi a falar e escrever em francês, o que foi muito bom para minha carreira. Tive muitos frutos por conta dessa minha iniciativa”, conta.

“Tenho 32 anos de CINDACTA. O que me fez ficar tanto tempo aqui é uma questão de amor ao que a gente faz e ao retorno que nós temos. A gente vê o resultado do nosso trabalho quase que imediatamente e somos reconhecidos por isso”.

Pontes cita, então, com relação à preservação da história do CINDACTA, as visitas que vêm prestigiar o trabalho realizado, desejando ver o funcionamento do Centro.

“As pessoas que nos visitam valorizam o trabalho que desenvolvemos aqui. Recebemos muitas autoridades, como presidentes de vários países, até o rei e a rainha da Suécia já vieram aqui! As autoridades que visitam a capital do nosso País vêm aqui porque desejam conhecer o Comando da Aeronáutica e esse é o único ponto da FAB não burocrático em Brasília. E estas autoridades querem ver o que há de tecnologia de ponta em nossa Força Aérea. Os CINDACTAs são projetos pioneiros no mundo”.

Pontes tem total consciência da importância de mostrar a imagem do Centro para o usuário do transporte aéreo, que é quem usufrui direto dos nossos serviços. “Nosso foco não deve ser estas autoridades, que apesar de muitas, já nos conhecem ou irão necessariamente nos conhecer”, comenta.

Para estes visitantes já estão disponíveis os materiais institucionais, como folders, revistas especiais e DVDs. Palestras e exposições também são promovidas para que o público conheça o CINDACTA I.

Guardadas no CINDACTA haviam consoles desativadas de controle de tráfego aéreo, que são da primeira, segunda, terceira e quarta gerações

de consoles. Em apenas um dia o Cel Pontes, com aval do Comandante, montou no hall do Centro uma exposição de consoles que mostram a evolução tecnológica do Controle do Espaço Aéreo. Isso é mais uma demonstração de como ele dá a devida importância à história e vai além, propagando-a.

Demonstra muito prazer no trabalho que realiza e em contar esta história: “Essa conversa que nós estamos tendo também faz parte da história e fico feliz por ter passado um pouco disso para vocês” – conta Pontes, que está há oito anos na reserva.

Para manter viva a história do CINDACTA I não faltam ideias para Pontes. “O nosso CINDACTA é muito grande. Temos um universo de 2.200 pessoas e não é qualquer empresa que tem esse efetivo. Tenho uma ideia de fazer no corredor da nossa sede uma parede de memorial de fotos de todos os comandos de todos os CINDACTAs. Será uma cronologia para os visitantes nos conhecerem melhor”.

“História”, prossegue Pontes, “não é tirar dez mil fotos e guardá-las. É permitir que as pessoas consultem e vejam essas fotos”.

Assim, refletindo, vemos ressaltada a interação entre o público alvo e a informação. Esta dinâmica, oposta ao simples recebimento de dados, é que traz o lúdico, a motivação e o consequente aprendizado – que é o momento em que a informação é filtrada, compreendida e incorporada pelo seu receptor.

“É uma questão de amor ao que a gente faz e aoretorno que temos”

Pontes orgulha-se do acervo que conta a história da FAB

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O resgate da história pode ser a oportunidade para refletirsobre os passos futuros do SISCEAB e seus

valores informativos e culturais

A Sala de Controle do Espaço Aéreo

Santos- Dumont já disse que “a história não se escreverá senão com o recuar do tempo e com os fatos e documentos”. Pensando nisso, em 2003, o então Diretor-geral do DECEA, Ten Brig Ar Flávio de Oliveira Lencastre, acolhendo a sugestão do diretor do Museu Aeroespacial (Musal), Brig Ar R1 Márcio Bhering Cardoso, de preservar e divulgar o material aeronáutico e os documentos históricos referentes ao Sistema de Controle do Espaço

Aéreo para as futuras gerações, determinou à sua Assessoria de Comunicação Social, que idealizasse um espaço no Museu para este fim e – daí, surgiu uma das atrações do Musal.

Inaugurada em 7 de janeiro de 2004, a Sala de Controle do Espaço Aéreo - composta de três módulos com fotografias, equipamentos de controle-radar em funcionamento e um auditório para exibição de vídeos – vem

possibilitando aos visitantes do Musal verificar a trajetória do Brasil na busca da Soberania Nacional, através do monitoramento do seu espaço aéreo.

Porém, depois de cinco anos, percebemos a importância de revitalizar o espaço e manter viva a história do SISCEAB, entrando em consonância com a sua tecnologia e seu fundamental papel no cenário da aviação internacional.

No dia da inauguração da Sala de Controle do Espaço Aéreo, oficiais da ativa e da reserva prestigiaram o evento, certos de que naquele local a história do SISCEAB seria sempre lembrada

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O MUSALPodemos viajar no tempo embarcados nas aeronaves expostas nos cinco hangares do Museu

Aeroespacial. São ao todo 81 aeronaves (algumas únicas no mundo) civis e militares – dentre elas aviões da Primeira e da Segunda Guerra Mundial – e nossos primeiros jatos militares e o famoso P-47 Thunderbolt.

Criado em 1973 e inaugurado em 18 de outubro de 1976, o Musal é a prova viva da importância de se preservar e propagar a história da Força Aérea Brasileira e, para prestar apoio à promoção de suas atividades e na difusão de sua ação cultural junto ao público, existe a Associação dos Amigos do Museu Aeroespacial (Amaero) -http://www.amaero.com.br.

MUSAL - Av. Marechal Fontenelle, 2000 - Campo dos Afonsos - Rio de Janeiro - RJ - Tels.: (21) 2108-8954 ou 2108-8955. Funcionamento: de terça à sexta-feira das 09h às 15h e aos sábados, domingos e feriados das 09h30 às 16h.

Queremos que o rendimento dessas belas histórias possam - de forma calorosa – ficar impresso na memória de cada um, e que as informações, o conteúdo, a emoção de nossos entrevistados fiquem registrados não só nessas páginas, mas nas histórias que serão contadas por vocês daqui para frente.

Eles nos emocionaram e nos surpreenderam com seu entusiasmo em preservar a história do SISCEAB e conseguiram – de formas diferentes e inovadoras - contar a glória da nossa Força Aérea e ensinar a respeitar suas memórias.

Hoje, futuras gerações conhecem a história do SISCEAB no Musal

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Músicos daBanda do

CINDACTA II

Quemsão?

SO Hélio e2S Arthur

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Arte, segundo o dicionário Aurélio, é a “atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação”.

O leitor pode agora estar se perguntando o que a arte tem a ver com o DECEA. Pois tem – e muito.

Assim como já evidenciamos em outras Reportagens Especiais publicadas na Revista Aeroespaço, temos em nosso efetivo uma série de militares e civis que têm em sua vida um espaço significativo dedicado a alguma modalidade artística (literatura, pintura, dança e outras).

E como a arte é única por ser basicamente a expressão singular de um indivíduo ou grupo, esta seção será diferente das outras já editadas.

Desta vez apresentamos dois músicos militares. Duas histórias que se unem em pontos comuns e que se diferenciam em certas particularidades, perfazendo caminhos singulares que se entrelaçam tal qual a arte que agora apresentamos: a música.

Nossos entrevistados são Lanfranco Hélio D’Ottaviantonio, o SO Hélio, e Arthur de Souza Ponte, o 2S Arthur - integrantes da Banda de Música do CINDACTA II (Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), em Curitiba.

Estes dois militares têm, além das partituras, harmonias, melodias e sons, algo muito forte em comum: a obstinação.

SO Hélio, 45 anos, nasceu em Itu (SP). Foi Praça de 1982 e entrou como soldado na FAB. Seu primeiro concurso foi para Cabo Músico, em 1983 – quando entrou para a Banda de Música da Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga. No ano de 1984 foi promovido a Sargento. Foram 21 anos dedicados à Banda da AFA.

Desde 2005 morando em Curitiba, ingressou para a Banda de Música do CINDACTA II em 2006.

“Nunca prestei serviço em outro setor”, comenta o clarinetista.

Hélio tem formação militar como engenheiro agrimensor e sua obstinação se comprova na dedicação e no cuidado aos seus trabalhos como “engenheiro-artista”.

Sua maior concretização como engenheiro é o símbolo da Aeronáutica – um Sabre Alado de 15 mil m² - feito

de blocos de concreto e que hoje se encontra no gramado da AFA.

O projeto surgiu quando ele ainda estava estudando, por volta de 1992, 93, mas só foi executado em 2001. “Eu fiz um curso civil diferente da minha especialidade na FAB e se eu não praticar o que aprendi na engenharia, cai no esquecimento”, justifica Hélio.

São 20 mil blocos de cimento colocados sobre o gramado. Cada letra tem nove metros e – por isso - do chão ele não pode ser visto, só de uma tomada aérea.

“Uma curiosidade é que a empresa que patrocinou os blocos de concreto divulgou uma nota que diz que um piloto da Varig avistou o desenho a 30 mil pés (10km) com perfeição” – conta com orgulho o autor da obra.

Para se ter uma idéia, o desenho do Sabre Alado da AFA é maior do que as famosas figuras do Deserto Peruano – as Linhas de Nazca – isso sem falar no detalhamento da figura e na fidelidade ao desenho original.

Inicialmente ele fez todos os cálculos e quando propôs a realização para a Academia não havia verba para sua concretização. Oito anos depois, o então Comandante achou interessante e quis fazer.

As três fases: o estudo, a obra e a concretização

do projeto do SO Hélio: o Sabre Alado da AFA

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Hélio, então, desenvolveu a parte técnica e contou com a ajuda de alguns colegas para fazer as planilhas no excel. Para a demarcação do território, Hélio contou com o SO Brasil e, ainda quanto à implantação do projeto, o Comando solicitou que o efetivo fizesse a remoção da grama. Dezenas de pessoas se envolveram. Foram oito dias de demarcação, um pouco mais de um mês para abrir o poço e para a colocação dos blocos de fato.

Engenheiro, professor, clarinetista e filatelista a mais de 30 anos, Hélio constantemente cria trabalhos “até sem função”, como ele mesmo diz, só para manter os conhecimentos vivos. Entre os trabalhos estão um relógio solar no qual trabalhou por dois anos e duas maquetes, como as do Quartel do Exército, do Batalhão de Infantaria da Academia e do IBAMA de Pirassununga.

Casado e com quatro filhos com idades entre dois e dezesseis anos, Hélio procura de dividir entre trabalho e lazer com a família.

Atualmente, por conta do tempo de serviço, Hélio toca como segundo clarinetista, para passar a se ocupar dos serviços de regência da Banda, como adjunto do Maestro.

É o que se vê facilmente na vida do brasiliense 2S SMU Arthur. “Dos meus 40 anos, 30 eu passei estudando música”, conta ele, que começou sua vida musical em 02 de novembro de 1978, tocando flauta no colégio onde estudava.

“Em 1979 entrei na Escola de Música de Brasília, onde estudei flauta até 1984. Nesta época meu professor disse que tinha uma oportunidade de fazer um curso profissionalizante, mas havia vaga para tocar Euphonium. Como sempre gostei de desafios, aceitei o convite. Foi assim que eu me apaixonei por esse instrumento”, comenta Arthur.

Outra vantagem do curso foi a especialização técnica no instrumento. A cidade onde ele morava carecia de um técnico para fazer a manutenção dos instrumentos. Assim se deu sua formação.

Arthur explica que o instrumento que toca é vulgarmente chamado de bombardino e é classificado entre a tuba e o trombone.

Conta o nosso entrevistado que, assim que fez o recrutamento para a FAB, entrou para a Banda de Música e dela não mais saiu, com exceção do tempo que ficou servindo na Base Aérea de Brasília, de 1987 a 1996.

A oportunidade de fazer um curso de manutenção de instrumentos surgiu em 1986. Foi então que Arthur fez no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) o curso de mecânica e ferramentaria.

Este foi, sem dúvida, um grande passo em sua carreira. “Hoje sou convidado por várias Bandas de Música da Aeronáutica para lecionar ou para participar de festivais, de workshops e de cursos – o que para

mim é muito gratificante”. Dentro do quartel onde serve,

Arthur tem uma “oficina particular”. Nela muitos instrumentos foram reconstruídos. Certa vez uma tuba de um quartel do Exército foi acidentalmente atropelada por um ônibus. Ele nos conta que o instrumento “virou pastel” – mas que até hoje, após ter passado pelas suas mãos, toca com perfeição. “O que me dá prazer é o desafio; é a reconstrução”.

“A manutenção é cara, mas tenho tido a oportunidade de baratear os custos”, comenta. Para se ter uma ideia, há pouco tempo Hélio foi à Salvador em uma missão para reformar e fazer a manutenção de instrumentos. Ao todo foram dez dias de trabalho, totalizando um gasto R$ 250,00 em material. “Se fôssemos levar estes instrumentos para uma outra oficina, só nos três tubos que reformei com verniz e laqueamento, gastaríamos algo em torno de R$ 5 mil. No geral, todo o serviço ia custar, no mínimo, R$ 20 mil”, pondera Arthur.

Quanto às características deste trabalho de luthier (nome dado ao profissional especializado em construir e consertar instrumentos musicais), Arthur explica que não existe um padrão de regulagem. Existe, sim, o músico que toca o instrumento. Cada instrumento é único e só pode ser utilizado por uma pessoa. Cada um tem uma coluna de ar, cada um tem uma capacidade do seu diafragma.

“Estou trabalhando em um projeto de bocais que servem para aveludar o som do instrumento, retirando aquele som utilizado em gafieiras” – orgulha-se o músico, que, dentre várias qualidades,

Obstinação tem a ver com envolvimento, dedicação, amor ao que se faz

2S Arthur (à direita) com sua família, ao lado do músico Hermeto Paschoal, após consertar um dos seus instrumentos musicais

Antes e depois: a reconstrução de um bombardino pelo luthier 2S Arthur

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conta também com uma memória impressionante para datas.

Seu trabalho é conhecido e procurado por músicos cujos nomes atestam sua importância e qualidade. Em sua oficina particular que possui em sua casa, já passaram os instrumentos de Hermeto Pascoal, dos músicos de grupos muito conhecidos como Araketu e Banda Beijo e os que acompanham artistas de grande qualidade e fama, como Carlinhos Brown, Daniela Mercury e Ivete Sangalo.

No período de 24 de novembro a 05 de dezembro do ano passado, o CINDACTA II, através da sua Banda de Música, ofereceu o primeiro Estágio Básico de Manutenção de Instrumentos Musicais para 12 estagiários de diversas bandas, totalizando 80 horas divididas em oito horas teóricas e 72 práticas.

Neste evento, Arthur pode transmitir todo o seu conhecimento na recuperação de instrumentos: desamassar instrumentos de metais; em soldas prata-estanho e estanho-prata; em alinhamento e nivelamentos de chaves e sapatilhas; no diagnóstico e na correção de vazamentos em flautas, fagotes, oboés, clarinetes, saxofones. Nesse estágio, os alunos conquistaram os meios básicos para manutenção básica e periódica dentro das bandas da FAB.

“Os alunos completaram o estágio com excelente aproveitamento e receberam seus certificados de conclusão”, diz Arthur, com o orgulho próprio de quem é feliz com o trabalho que realiza.

E as oportunidades de trabalho não cessam. Em 2008 passou cerca de 50 dias fora de casa, só fazendo manutenção corretiva. “Neste percurso pelas bandas de todo canto do País, levei comigo um pequeno arsenal de 65 kg de bagagem!”, conta.

Mas os instrumentos são desmontáveis e se desmontam em cinco partes. Dessas partes tem 22 chaves em metal, latão mole, alpaca, e prata. Tem que saber o que vai fazer. “Na verdade a gente ensina o que não fazer. Se a pessoa souber o que não fazer e colocar em prática esses instrumentos terão uma vida útil muito mais longa”, explica Arthur.

Disciplina também faz parte da obstinação do SO Arthur: “eu tenho que ter todos os dias pelo menos duas horas e meia para estudar. Para

um músico, ficar sem tocar por uma semana é muito prejudicial”.

E Arthur não para mesmo. Só no ano de 2008 ele passou mais de 50 dias fora de casa em missões pelo País, como no período de 11 a 23 de dezembro passado no qual ficou envolvido na recuperação do Galpão de Música da Escola de Especialista da Aeronáutica (EEAR). “Às vezes eu acho que assumo mais responsabilidades do que devia e acabo tendo que me desdobrar”, revela o músico.

Como resultado deste trabalho, foram recuperados 105 instrumentos para utilização dos alunos daquele galpão no primeiro semestre de 2008.

Ele ressalta que os instrumentos em questão estavam sem condições de uso e agora estão prontos para que os alunos tenham uma melhor instrução e, consequentemente, uma melhor formação na EEAR.

O tempo em sua vida não passa como o que passa na vida dos demais! Além das horas sem fim dedicadas ao trabalho, aos estudos e à família – Arthur é casado e, assim como Hélio, possui quatro filhos – nosso entrevistado ainda tem que achar vários momentos para ensaiar. “Eu tenho que ter todos os dias, além das minhas atividades de rotina, uma ou duas horas para estudar. Se eu passar uma semana sem tocar meu instrumento eu vou precisar de três semanas para poder voltar a tocá-lo com a mesma desenvoltura de antes. Um ano de aprendizado com um instrumento de sopro pode ser perdido em uma semana sem praticar”.

Apesar de comentar que a família sempre sofre com esta vida atribulada, Arthur não pode reclamar muito de não ser entendido. Sua esposa é filha de músicos e já cantou por um tempo. Dois filhos tocam flauta e estão estudando lutheria e as outras duas filhas, piano.

Não há como não perceber que a música fala alto na vida de Arthur. “Eu tenho sete cursos superiores incompletos. Eu não dou importância a papel e sim a conhecimento”, comenta.

Arthur garante que conhecimento nunca é demais. Ele sempre aplica na vida tudo aquilo que aprendeu. As carreiras pelas quais passou são muito variadas. São elas Filosofia, Teologia, Licenciatura em Música, História, Geografia, Matemática, Engenharia Elétrica e, a atual, Direito.

E, assim, esses dois músicos nos mostram que a arte em suas vidas é mais que um deleite, é trabalho, é compromisso, é paixão, é motivação.

Que bom ser assim, pois eles ganham alegrias em suas realizações e nós ganhamos mais música, arte, beleza e magia em nossas vidas.

Saiba mais sobre os instrumentos tocados por nossos entrevistados:

EuphoniumO eufônio ou bombardino é um

aerofone da família dos metais. O nome deste instrumento, que pertence à classe das tubas (tubo mais largo, bocal mais profundo), provém da palavra Euphonium que significa “som bonito”. Assim é chamado por ter o timbre mais suave e “redondo” que o do trombone. Usualmente tem 4, 5 ou 6 válvulas e também é conhecido como tuba tenor.

O eufônio é caracterizado por um timbre escuro, suave e delicado. Seu som não consegue se destacar no meio de uma orquestra, por sua característica suave e madura. Além disso, a posição da campânula virada para cima, tendo a peculiaridade de misturar seu som com o dos outros instrumentos.

ClarineteO clarinete, ou a clarineta, é

um instrumento musical de sopro constituído por um tubo cilíndrico de madeira, com uma bocarra cônica de uma única palheta e chaves (“botões” metálicos que servem para tapar orifícios onde os dedos não chegam).

Possui quatro registros: grave, médio, agudo e superagudo.

O clarinete é um instrumento musical considerado por muitos um instrumento unicamente de “Música Erudita”. Mas isso não é verdade. O clarinete é um instrumento muito versátil e é utilizado em vários estilos musicais, tais como Música Rota, Música Romântica, Jazz, Blues e muito mais.

(Fonte: Wikipédia)

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A Era Digital nas Comunicações:do “parirari“ aos “zeros“ e “uns”...

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Ao contrário do que se imagina atualmente, a era digital nas co-municações não teve seu início com o avanço da informática, onde nossos olhos podem con-templar a miniaturização fre-quente do hardware, a execução cada vez mais rápida e amigável dos softwares e as motivações inovadoras da Tecnologia da In-formação que influenciam cada vez mais nas tomadas de deci-são dos executivos das organi-zações.A era digital começou, na ver-dade, quando o saudoso Samuel Morse teve a brilhante ideia de criar o famoso código que, muito justamente, leva seu nome.Esse código é a base para os fa-mosos binary digits (bits) - dígi-tos binários - tão utilizados na in-formática e, consequentemente, nas comunicações a ponto de interligar os brasileiros de todas as regiões do nosso querido, amado e abençoado Brasil com o mundo globalizado em que vi-vemos (e por que não dizer com o universo?) levando as informa-ções aos mais longínquos e ini-magináveis rincões através dos meios de transmissão.É exatamente como dizia aque-le famoso lema da Interprise, a famosa nave espacial da série “Jornada nas Estrelas”: “Indo audaciosamente aonde nenhum homem jamais sonhou ir”!

O Código Morse, criado por Samuel Morse e Alfred Vail, surgiu em 1835 e consistia em um sistema de representação de letras, números e sinais de pontuação por intermédio de um sinal codifi-cado e que era transmitido intermitentemente através de um meio de transmissão denominado de telégrafo elétrico. Essa represen-tação das letras, números e sinais de pontuação era feita com uma sequência de pontos e traços separados por um breve espaço, ou seja, cada letra, número ou sinal de pontuação era representado por um conjunto determinado de pontos e traços. Esses pontos e traços nada mais são do que impulsos elétricos que resultavam em sinais acústicos. Um autêntico código binário!

Com o passar do tempo, a contínua e dinâmica evolução tec-nológica fez com que o código Morse fosse deixando de ser utili-zado. Porém, a forma de representação binária continuou servindo de base para o surgimento de outros códigos de representação da informação. Dentre eles, podemos citar o Código Baudot. Entretan-to, vale ressaltar que os impulsos elétricos outrora denominados pontos e traços, agora passaram a denominar-se “zeros” e “uns”. São os famosos dígitos binários ou, como são mais conhecidos popularmente, os “bits”. Os meios de transmissão por onde esses bits trafegam para portar a informação do originador ao destinatá-rio também evoluiu e o telégrafo elétrico de ontem transformou-se no cabo de rede e na fibra ótica dos dias atuais. Outro meio de transmissão bastante utilizado é o ar que possibilita a utilização de diversos dispositivos de comunicação como o satélite e as ante-nas.

O surgimento desses meios de transmissão em conjunto com os dispositivos de comunicação possibilitam a criação e a implan-tação, no âmbito do SISCEAB, de sistemas automatizados de transmissão de dados como o CCAM, que vem sendo substituído gradativamente pelo STMA (Sistema de Tratamento de Mensagens Aeronáuticas; o nosso já conhecido AMHS em inglês), a RACAM, cujo início da implantação da segunda fase se deu com o anúncio do começo do processo de desativação das Estações de Tele-comunicações sobre o qual falaremos um pouco mais adiante, a REDDIG, que não apenas consiste na rede de comunicação digital projetada para atender às comunicações do Serviço de Controle do Tráfego Aéreo, mas também, serve de plataforma de comunica-ção para os futuros sistemas dentro conceito CNS/ATM, tais como o próprio AMHS, mencionado anteriormente, o CPDLC, o ADS, o SBAS etc.

Em virtude da implantação desses novos sistemas, a atuali-zação técnica-operacional dos recursos humanos tornou-se im-prescindível. Por isso, tornam-se necessários estudos, pesquisas e aprimoramentos constantes para que o profissional dessa área apresente uma pronta resposta na operação dos sofisticados equi-pamentos disponíveis, de modo que o usuário desses sistemas receba um serviço de qualidade. Para se alcançar este objetivo é imprescindível o empenho de pessoas anônimas e incansáveis, na lida de redigir as publicações e normas que irão nortear na or-denação operacional de todo o Sistema de Telecomunicações do

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Comando da Aeronáutica (STCA), isto devido ao fato de que essas normas devem estar em consonância com as recomen-dações contidas nos volumes do Anexo 10 que dizem respei-to às Telecomunicações Aeronáuticas. Por isso, as normas que regem o Sistema de Telecomunicações do Comando da Aeronáutica (STCA) deixaram de ser meros materiais de bi-blioteca e passaram a ser o instrumento operacional àqueles que praticam, diuturnamente, o trabalho de fazer com que as mensagens cheguem, com segurança, aos destinatários, por intermédio do uso ordenado de novas tecnologias. Para isso, toda normatização aplicada às Telecomunicações faz com que o usuário tenha procedimentos técnico-operacionais cujos atributos precípuos sejam a confiabilidade, a portabili-dade e a manutenibilidade, atributos esses exigidos em todo Sistema de Telecomunicações.

O exercício eficaz e eficiente desses procedimentos pelo usuário é de fundamental importância para o processo de de-sativação das Estações de Telecomunicações, uma vez que, a partir de então, os terminais de usuários da RACAM e os ter-minais do CCAM não serão mais operados, necessariamente, por graduados BCO. Com a desativação, tanto os terminais do CCAM existentes nas Estações Aeronáuticas quanto os terminais da RACAM estarão instalados em locais a serem definidos pelos Comandantes/Chefes das Unidades, em conformidade com o Planejamento elaborado pelos Órgãos Regionais do DECEA, sob a coordenação do seu Subdepar-tamento de Operações (SDOP). Desse modo, os graduados BCO, outrora meros operadores e digitadores dos terminais das Estações, agora poderão exercer funções voltadas para o gerenciamento das telecomunicações no âmbito das Unida-des onde servem ou, até mesmo, dos órgãos regionais. Po-derão, ainda, exercer funções voltadas para a administração dos sistemas automatizados, tais como a RACAM, o CCAM e

o AMHS, além do suporte operacional a essas redes. Pode-rão também exercer funções inerentes à especialidade em outros sistemas específicos tais como, o Sistema de Busca e Salvamento (SAR), o Sistema de Inspeção em Voo etc. Trata-se do novo paradigma da especialidade de comunicações e não o seu término, como muitos ainda insistem em pensar.

A especialidade de Comunicões é a chave-mestra para o funciona-

mento dos sistemas automatizados de telecomunicações da Força e a

garantia para a segurança dos voos nos céus do nosso imenso Brasil

O surgimento desse novo paradigma possibilita a neces-sidade do especialista em comunicações aprimorar os seus conhecimentos, especialmente na área de gerenciamento e administração de sistemas de informação. Para atingir esse objetivo, estão disponibilizados, de acordo com o PAEAT, di-versos cursos específicos para graduados BCO tais como o Curso de Atualização Técnica de Conectividade para BCO (CNS 011) e o Curso de Supervisão Operacional da RACAM (CNS 015). Esses cursos são essenciais para que o gradua-do BCO possa desempenhar suas novas funções em prol da Força, como consequência do novo paradigma da especiali-dade. Além disso, os cursos proporcionam ao graduado BCO aprimorar seus conhecimentos acerca do funcionamento das redes de computadores, por onde são efetuadas as comuni-cações de dados entre originador e receptor por intermédio dos meios de transmissão. Este aprimoramento é de relevada importância na manutenção da operacionalidade dos Siste-mas de Telecomunicações do Comando da Aeronáutica e da confiabilidade na operação do SISCEAB.

Por todos esses detalhes é que vale ressaltar a extrema importância da especialidade de Comunicações que jamais estará fadada à dissipação no âmbito do COMAER. Ela é a chave-mestra para o funcionamento dos sistemas automa-tizados de telecomunicações da Força e a garantia para a segurança dos voos nos céus do nosso imenso Brasil.

Por Cleber Evalci da SilvaBARROS – SO BCOO autor trabalha na Divisão de Gerência da Navegação Aérea (D-GNA) – Subdivisão de Normas – Seção de Normas de Telecomuni-cações Aeronáuticas.

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Sala da Supervisão do AMHS em Brasília no CINDACTA I

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Conhecendo o

DTCEACATANDUVAS - PR

A proximidade do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Catanduvas (PR) e as maiores oportunidades que a cidade de Cascavel (PR) oferece fazem desta a moradia de 95% do efetivo desta OM.

Nesta edição, a seção “Conhecendo o DTCEA” vai mostrar um pouco do trabalho realizado neste Destacamento e como é a vida dos militares e de suas famílias nesta cidade localizada à oeste do Estado do Paraná.

Na foto que abre esta seção figura uma das dezenas de capivaras que habitam o Parque Ecológico Paulo Gorski, onde os moradores de Cascavel se encontram para praticar esportes e viver momentos de lazer com a família.

Por Telma Penteado

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Histórico do DTCEA-CTDO Destacamento está situado a

aproximadamente 890 metros de altitude no município de Catanduvas (PR), às margens da PR 471, distante 45 km da cidade de Cascavel (PR) e a 460 km de Curitiba, ocupando uma área de 528.849,14 m2.

Em 02 de agosto de 1984, o então Ministério da Aeronáutica, atual Comando da Aeronáutica, iniciava a construção necessária para o funcionamento deste Destacamento.

Em meados de 1986, iniciou-se a fase de montagem dos equipamentos técnicos e em 13 de junho de 1986 foi criado o 4º Destacamento de Proteção ao Vôo, Detecção e Telecomunicações da área do V COMAR e vinculado ao CINDACTA II (DPV-DT 54).

Na história da Unidade está registrada a passagem de cinco Comandantes desde a sua fundação: 1º Ten Esp Met João Carlos dos Santos Moreira; Cap Esp Com Valdecir Dias; Maj Esp Com Edson Silva Magalhães; Maj Esp Com Cláudio Antonio Facchin dos Santos; 1º Ten Esp Com José Izidro Apolinário; e por último, o Cap Esp Com José Robson Leite Nogueira.

O DTCEA-CTD possui equipamentos de Radiodeterminação (Radar Primário Tridimensional de longo alcance TRS 2230, Radar Secundário de longo alcance RSM 970S), sistema de telecomunicações (HF, VHF 200, UHF Telerad, Enlace de dados e voz com o Centro Curitiba), sistema de força com GRUGERS, UCCA, USCA e UPS. Dispõe de comunicações em Intranet e Internet.

Há um heliponto, um refeitório, alojamentos para Oficiais, Suboficiais, Sargentos, Cabos, Soldados e Taifeiros, Vila Habitacional dos SO e SGT.

Sua missão é a execução das atividades relativas às funções sistemáticas de Detecção e de Telecomunicações; manutenções e conservação dos equipamentos sob sua responsabilidade; atividades de segurança física de seus equipamentos, instalações e pessoal e de atividades de apoio administrativo necessário ao seu funcionamento.

O efetivoO DTCEA-CTD dispõe de um efetivo

de 36 profissionais assim distribuídos:•01 Oficial Cap Esp COM

(Comandante);

O efetivo do DTCEA-CTD, cumprindo sua missão

A vila dos SO/SGT possui 20 apartamentos

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• 03 Suboficiais (chefe da área administrativa, chefe da área técnica e encarregado da casa de força);

• 04 1S envolvidos na área técnica;• 05 2S envolvidos na área técnica;• 08 3S envolvidos nas seguintes

áreas: técnica, administrativa, de suprimento técnico e segurança;

• 03 S1 envolvidos na área de segurança; e

• 12 S2 envolvidos na área de segurança.

Vale ressaltar que existe vaga para um SO/SGT SAD.

A vila habitacionalA estrutura habitacional de apoio aos

militares do DTCEA-CTD é formada de uma vila residencial destinada aos SO/SGT situada no município de Cascavel.

São 20 apartamentos que, em sua estrutura, mantêm um salão de festas e um consultório odontológico. Há também a residência do comandante.

Sendo a vila residencial e o apartamento do comandante instalados na cidade de Cascavel, o DTCEA dispõe de um microonibus que procede aos deslocamentos do efetivo. O percurso é feito no tempo aproximado de 50 minutos à uma hora.

O relacionamento dos militares com a sociedade civil

O efetivo do DTCEA Catanduvas participa de diversos eventos promovidos pela Prefeitura Municipal, como abertura de jogos estudantis etc.

Os familiares dos militares reúnem-se nos populares churrascos realizados no salão de festas da vila.

O apoio ao homemO atendimento médico é realizado

pelos seguintes credenciadas da SARAM: um hospital (atendimento de clínica médica, ginecologia, pediatria, cardiologia, gastroenterologia, proctologia, neurologista e ortopedia), dois laboratórios de análises clínicas, um instituto de radiologia, uma clínica

Na vila funciona um consultório dentário

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de cardiologia e um instituto da mulher. Na área odontológica, tem-se a visita

regular de uma dentista no consultório existente no PNR. A profissional pertence ao efetivo do DTCEA-FI (Foz do Iguaçu).

Há também a possibilidade de solicitação de tratamentos odontológicos diretamente a SARAM, para análise, podendo se obter a autorização para ressarcimento do tratamento pretendido.

Novos credenciamentos médicos serão solicitados para o ano de 2009.

Vislumbrando ainda a sistemática do apoio ao homem, além da assistência médica e odontológica disponibilizada, podem-se citar as visitas periódicas realizadas pelo setor de assistência

social do CINDACTA II, visando orientar e disponibilizar ações de apoio.

Dependo das necessidades, há a realização de auditoria pela assistente social, podendo haver a liberação de autorizações de exames e/ou procedimentos solicitados.

Há ainda a visita regular do capelão do CINDACTA II à Unidade, bem como às famílias residentes do PNR.

O ComandanteNatural de Redenção (CE), o

Cap Esp Com José Robson Leite Nogueira, 44 anos, é Oficial da Força Aérea por intermédio de realização do CFOECom (CIAAR), tendo feito o CFS em Eletrônica (EEAR), bem como os seguintes cursos militares: Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica - CAP (UNIFA/EAOAR); Radar de Longo Alcance (Rota) LP23M – THOMSON; Equipamento de Visualização Radar (Console) AMC 901 – ELEBRA/THOMSON; Equipamento de Telessinalização e Telecomando ST 1200 - THOMSON; Equipamento de Tropodifusão e Difração TFH 955 - THOMSON e Centrais Telefônicas CP 25/50/200 - ERICSON.

Os cursos civis são os seguintes: Técnico em Telecomunicações; Superiores de Física e de Ciências (Universidade Estadual do Ceará - UECE); Pós-Graduação em Matemática - Especialização (Universidade Federal de Pelotas - UFPel); MBA em Gestão Pública (Universidade Federal Fluminense - UFF); Mestrado em Ciências (UFPel), tendo também

cursado disciplinas do Doutorado em Engenharia Agrícola, como aluno especial, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), nas áreas de Energia e Irrigação, em Cascavel (PR).

Está no comando do DTCEA CTD desde março de 2005, tendo antes comandado o DTCEA Canguçu (RS).

Cascavel e CatanduvasO ponto de referência do DTCEA-

CTD é a cidade de Cascavel onde 95% do efetivo reside. Cascavel polariza a Região Oeste do Paraná, com 51 municípios, responsável por 1/3 das safras agrícolas do estado.

Entre os principais produtos estão a soja (anualmente produz-se 2 milhões de toneladas), o milho (600 mil toneladas), trigo, arroz, algodão e feijão.

Também são expressivas as produções de aves, suínos e bovinos, havendo grande diversificação das atividades rurais. Frigoríficos da microrregião abatem diariamente mais de 1,5 milhões de aves.

O setor industrial responde por 16% das receitas geradas, comércio e serviços 77% e o restante provém da agropecuária. Aos investidores, entre outras formas de apoio, o Município disponibiliza distritos industriais dotados de ampla infraestrutura e localização estratégica.

Cascavel é centro de excelência em saúde, com complexas especialidades médicas empreendidas e vários cursos

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Área de lazer infantil da vila habitacional em Cascavel

O Comandante do DTCEA-CTD - Cap Robson

Catedral Metropolitana de Cascavel

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nesta área em suas universidades. Há 920 leitos disponíveis em

sete hospitais (e mais um hospital psiquiátrico e outro voltado exclusivamente ao tratamento de câncer - único da região), entre eles o Universitário, ligado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Também atuam 450 médicos e 300 odontologistas.

A cidade possui ampla estrutura para o esporte e lazer, como o Estádio Olímpico Regional, com capacidade para 45 mil torcedores, o Autódromo Internacional (pista de 3.032 metros) e o Kartódromo Municipal.

Para esportes amadores há vários ginásios públicos, além dos mantidos por clubes e academias de fisiculturismo.

Em Cascavel se realizam eventos das mais diversas formas de expressão artístico-cultural, como festivais de interpretação, música, jazz, dança, teatro e outros. Para estas e outras finalidades há inúmeros espaços públicos, entre eles o Paço das Artes, Biblioteca, Centro Cultural Gilberto Mayer, Museu Histórico, Museu das Artes e um Teatro. Dispõe ainda, no item lazer, a existência de dois shoppings centers com cinemas disponíveis.

A cidade também é um dos principais pólos de ensino superior do Paraná, com oito instituições em funcionamento, sendo uma pública, a UNIOESTE e sete particulares, que disponibilizam atualmente 80 cursos, frequentados por cerca de 15 mil alunos. Há ainda a disponibilidade

de cursos de especialização, mestrado e doutorado em algumas áreas.

O município de Cascavel com uma população de aproximadamente 300 mil habitantes, apresenta clima subtropical úmido mesotérmico, com verões quentes e geadas pouco frequentes, apresentando tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida.

A cidade de Catanduvas, em rápidas palavras, pode ser citada como um centro de apoio (banco e comércio em geral). Com uma população de aproximadamente 10 mil habitantes, a economia do município tem se baseado na agricultura.

Na área urbana de Catanduvas reside quase metade da sua população. A atividade agropecuária representa 90% da economia do município; há uma diversificação no cultivo agrícola, com produtores se dedicando ao plantio de arroz, feijão, cana-de-açúcar, mandioca, trigo, aveia e fumo.

Importante salientar a existência de produtores que se dedicam à fruticultura, mais especificamente à cultura de uva. O plantio da soja também ocupa área significativa, ou seja 4.000 ha (18%), com 190 produtores. A totalidade da área explorada com soja é mecanizada e toda produção é comercializada, para as cooperativas (40%) ou diretamente pelo produtor.

Distâncias rodoviárias a partir de Cascavel (km)

Há transporte aéreo disponível a partir do aeroporto de Cascavel para Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Dourado (MS) e Campo Grande (MS) (prestado pela TRIP).

Parque Ecológico Paulo Gorski em Cascavel

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Catedral Metropolitana de Cascavel Penitenciária Federal de Catanduvas

Curitiba 507

Foz do Iguaçu 139

Paranaguá 550

Brasília 1.434

São Paulo 908

Porto Alegre 885

Rio de Janeiro 1.333

Buenos Aires 1.650

Assunção 520

Montevidéu 1.470

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