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AEROFOTOGRAMETRIA COM DRONES CONCEITOS …geoeduc.com/arquivos/materiais/ebook-aerofotogrametria-com-drones... · Aeronaves tripuladas: Um plano de voo é criado analisando os recursos

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AEROFOTOGRAMETRIACOM DRONES

CONCEITOS BÁSICOS

EBOOK DISTRIBUIDO POR HORUS AERONAVES LTDATODOS OS DIREITOS RESERVADOS

PROIBIDA A REPRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA DESTE MATERIAL

Imagem ilustrativa

1. O que é?

A palavra aerofotogrametria é derivada de três palavras

gregas que significam: luz, descrição e medidas. É um método

de obtenção de dados topográficos através de fotografias

aéreas da superfície terrestre, normalmente com a finalidade

de gerar materiais cartográficos. Desenvolvido em 1903, é

utilizado até os dias de hoje como base para estudos e análises

profissionais, já que oferece uma visão ampla e com escala

adequada à superfície terrestre.

03

1. Aerolevantamento 04

É um conjunto de operações com objetivo de obter imagens

da parte terrestre, aérea ou marítima de um território, por

meio de câmera embarcada em plataforma aérea,

complementadas pelo registro e análise dos dados colhidos,

utilizando recursos da própria plataforma ou de estação

localizada à distância.

Os drones realizam essas operações em missões orientadas

por GPS para capturar fotografias sequenciais de uma

determinada área. As imagens obtidas são processadas e por

meio de softwares especializados geram os materiais

cartográficos, como as ortofotos, mds, mdt e afins.

Imagem ilustrativaDRONE MAPTOR CAPTURA IMAGENS EM SOBREVOOS DE ATE 20 MIL HECTÁRES

2.1. Resultados esperados

O processamento das imagens oferece diversas possibilidades

de produto final, tais como os materiais cartográficos que dis-

ponibilizam informações da área mapeada. Através dos modelos

digitais, nuvens de pontos e ortofotos obtém-se informações de

relevo, distância, tamanho, altura de objetos e volume. Os soft-

wares de processamento de imagens disponibilizam diversas fer-

ramentas e, cada vez mais, são reveladas novas funcionalidades à

medida que os usuários identificam diferentes necessidades du-

rante os aerolevantamentos.

Exemplos de materiais gerados após processamento de imagens:

05

Imag

ens

ilust

rati

vas

Núvem de Pontos

Imagem NIR

2.2. Os meios para captação de Imagens

Inicialmente, eram utilizados balões para realizar a

captação de imagens. Com o passar dos anos, os aviões e

helicópteros começaram a ser utilizados. Atualmente, as

imagens aéreas são comumente obtidas através de satélites,

aeronaves e drones.

06

Imagem ilustrativa

Aeronaves tripuladas: Um plano de voo é criado

analisando os recursos disponíveis, como plantas

ou mapas da região onde será executado o

levantamento fotográfico. Utilizam-se linhas de

voo paralelas entre si, de forma a obter uma

sobreposição de imagem, ou seja, gerando imagens

sequenciais onde cada imagem representa de 30%

a 40% da imagem anterior lateralmente e 60% a

80% longitudinalmente. Quanto maior a

sobreposição maior a qualidade da imagem.

Porém, atualmente esse método é considerado

pouco vantajoso financeiramente quando

comparado a outras opções.

Satélite: É possível comprar imagens captadas

por satélites para fins de fotogrametria. Essas

imagens, geralmente, não têm qualidade

satisfatória por não terem uma boa resolução, GSD

médio de 30 cm/pixel. Outra desvantagem é a

defasagem das imagens porque um satélite passa

por uma mesma região em um intervalo muito

grande de tempo (mais de meses) e as imagens

podem ser comprometidas por nuvens ou má

condição climática no momento da captura.

2.2. Os meios para captação de Imagens 07

VANT/DRONES – O termo “drone” é originário do Inglês,

que significa zangão/zumbido, é utilizado no Brasil para

referir-se aos VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados). Esses

equipamentos estão sendo cada vez mais utilizados na

captação de imagens aéreas. São orientados via GPS e

realizam sobrevoos na área a ser mapeada. Posteriormente as

imagens captadas são processadas em software específico e

geram os materiais cartográficos para os mais diferentes tipos

de análise. Atualmente é o método com melhor

custo-benefício e com maior qualidade final.

Dentro dessa categoria, vale destacar dois tipos de drones,

os de asa fixa e os multirotores.

2.2. Os meios para captação de Imagens 08

VANT/DRONES Multirotores – É a categoria mais popular

desses equipamentos e são amplamente utilizados em

produções cinematográficas, publicitárias e até em atividades

recreativas. Os multirotores são como mini helicópteros, têm

decolagem e pouso na vertical. Realizam voos de 25 minutos,

em média, e podem ser programados para voo automático ou

manual, dependendo do objetivo da operação.

VANT/DRONES Asa Fixa – Os drones de asa fixa são como

mini aviões. O sistema de lançamento, em geral, dá-se com

auxilio de uma catapulta e o pouso pode ser feito “de barriga”

ou com auxílio de um paraquedas. Esse tipo de equipamento

geralmente tem maior autonomia de voo do que os

multirotores, ou seja, cerca 50 minutos de operação

dependendo do modelo e são mais indicados para áreas mais

extensas.

Imagens ilustrativas

Imagens ilustrativas

Imagens ilustrativas

3. Conceitos da aerofotogrametria com drones 09

Resolução - É a limitação operacional de um sistema de

sensoriamento remoto para produzir uma imagem nítida e

bem definida.

Resolução Espacial – Tradicionalmente conhecida como a

mínima distância entre dois objetos que um sensor pode

distinguir no terreno.

Precisão – Quando se fala em aerolevantamento existem

dois tipos de precisão: a geográfica e a precisão de medições.

Geográfica/Espacial - Baseada em coordenadas geográficas

de GPS, representa o espaço e os fenômenos que nele

ocorrem. A precisão geográfica em VANTs (sem uso de RTK ou

pontos de controle) costuma considerar uma margem de 1 a 3

metros de erro de posicionamento. Vale ressaltar que

utilizando-se de pontos de controle ou de RTK, consegue-se

precisão centimétrica.

Exemplo de erro: posicionamento geográfico

3. Conceitos da aerofotogrametria com drones 10

Precisão em medições - Essa precisão

refere-se aos cálculos feitos em cima dos

materiais gerados. Por exemplo, dentro

de uma ortofoto você pode medir o

comprimento de uma pista de pouso. Ao

realizar tal medição, a margem de erro é

centimétrica, variando conforme o GSD

do mapa.

Imagens ilustrativas

GSD – O GSD (Ground Sampling Distance) é a distância

entre os centros de dois pixels consecutivos medidos no solo.

Quanto menor o GSD, maior é a resolução espacial e maior é a

qualidade de imagem, ou seja, haverá mais detalhes visíveis na

imagem. Por exemplo, um GSD de 5 cm significa que um pixel

representa 5cm no chão (25cm²). Mesmo em um voo com

altitude constante, o projeto talvez apresente áreas com GSD

diferentes, isso devido ao relevo do terreno mapeado e

pequenas variações no ângulo de captura de imagem da

câmera. Porém os softwares de processamento de dados

compensam essas variantes e aplica um GSD médio de todo o

mapeamento. O GSD está diretamente ligado à resolução da

câmera utilizada e também altura do voo.

3. Conceitos da aerofotogrametria com drones 11

Sobreposição – As imagens realizadas durante o

aerolevantamento são sequenciais, dessa forma, é

possível ajustar o índice de sobreposição dessas

imagens, ou seja, você pode indicar o quanto de uma

foto irá incidir/sobrepor na imagem seguinte. Esse

índice de sobreposição interfere na qualidade do

mapa gerado. O índice ideal de sobreposição costuma

ser de 70% lateral e 80% frontal.

Ortorretificação -A ortorretificação tem como finalidade corrigir

geometricamente a imagem. Representa o processo de correção da imagem,

pixel por pixel, das distorções decorrentes do relevo, transformando a

imagem de uma projeção cônica para uma perspectiva ortogonal, mantendo

a constância da escala em toda a imagem ortorretificada.

Escala – A escala é a característica mais informativa da imagem. Uma vez

conhecida a escala de uma fotografia pode-se descobrir diversas outras

informações relevantes como a área total coberta na imagem. Calcular a

escala de uma imagem é simples, desde que seja conhecida a altura do voo

(durante a captura das imagens) e a distância focal da câmera utilizada.

Outra maneira de obter a escala de uma fotografia aérea é a comparação de

distância entre pontos escolhidos na foto e identificados em um mapa de

escala conhecida.

Imagens ilustrativas

4. Precisão dos dados

Acurácia - A Acurácia define o posicionamento geográfico

do mapa. Por exemplo, um mapa pode ter alta precisão, mas ser

inútil para a utilização em cadastramento urbano, pois suas

coordenadas de latitude e longitude estão distorcidas do seu

real valor.

Então para atingir a acurácia desejada é necessária a

utilização de métodos mais precisos para o

geoposicionamento da aeronave. Em muitos casos as fotos são

georreferenciadas segundo o GPS de navegação do VANT, que

possui um erro médio em geral de 5 metros. Desse modo é

possível concluir que um drone com alta precisão pode ter

baixa acurácia.

“Os métodos mais comuns para aumentar a acurácia da área

processada são a utilização de pontos de controle em solo, ou a

adição da tecnologia de RTK dentro das aeronaves.”

12

Parque Tecnológico ALFA - Rodovia SC 401, Km 01, sala 2.17 - Prédio CELTA/FAPESC3° Andar - Bairro João Paulo - CEP 88030-000

Florianópolis/SC - BrasilCNPJ: 19.664.563/0001-02

(48) 3025 2430 | [email protected]

horusaeronaves.com.br

Imagens ilustrativas

4. Precisão dos dados 13

Pontos de controle – São pontos de referência em solo,

realizados com GPS de alta precisão com intuito de tomar as

coordenadas exatas do ponto. Deve ser algo identificável e

visível nas fotos. O objetivo da utilização dessa ferramenta é

aumentar a acurácia do mapeamento gerado pela aeronave no

momento do voo, podendo diminuir para até três centímetros

a margem de erro. Pode-se tomar como referência alvos

naturais (identificáveis na foto) ou artificiais como uma

marcação a tinta no chão.

Ponto de Controle Natural

Ponto de Controle Artificial

Imagens ilustrativas

4. Precisão dos dados 14

GPS – Global positioning system, é um sistema de

posicionamento que fornece informações a um aparelho

receptor móvel. Esse sistema funciona via satélite e dá o

posicionamento de determinado elemento em qualquer lugar

do planeta.

RTK – Real Time Kinematic, significa Posicionamento

Cinemático em Tempo Real e é uma forma de posicionamento

que está cada vez mais presente nas atividades que envolvem

levantamentos cadastrais, mineração, controle de maquinário

e outros. Utiliza a tecnologia de navegação por satélites

através de um rádio modem ou telefone GSM para realizar

correções instantâneas. Ou seja, os dados já são altamente

precisos durante a realização do voo e não somente após o

processamento das imagens.

Imagens ilustrativas

5. Câmeras e Sensores 15

Principais câmeras utilizadas - RGB, NIR e Multiespectral

Câmera RGB – O sistema de cores RGB (Red, Green and

Blue) está presente em todas as câmeras fotográficas

convencionais e, inclusive, na câmera do seu celular. Resultam

em fotografias como as que estamos acostumados a ver todos

os dias, mostrando um determinado objeto ou cena com suas

cores reais, reproduzindo o que se vê a olho nu.

Imagens ilustrativasOrtofoto RGB

Imagens ilustrativas

5. Câmeras e Sensores 16

Câmera NIR - Esta câmera utiliza sensores que captam

imagens com ondas verde, vermelho e infravermelho próximo

(Near Infra Red), o que possibilita a verificação do estado

nutricional da cultura. A clorofila produzida pelas plantas e

outros tecidos vegetais refletem pigmentos verdes que,

durante o estado de fotossíntese, atuam como

fotorreceptores (recebem e emitem luz não visível a olho nu).

As imagens geradas por esta câmera permitem a aplicação

do índice NDVI (Normalized Difference Vegetation Index), que

em português significa Índice de Vegetação por Diferença

Normalizada, e é este índice que permite as análises de taxas

de fotossíntese das plantas. A utilização deste índice nas

imagens da câmera NIR proporciona a verificação da saúde e

desenvolvimento através da verificação das colorações na

imagem. Normalmente são imagens em tons de verde, amarelo

e vermelho, onde:

Tons de verde são plantas em processo de fotossíntese

(possivelmente saudáveis), tons de amarelo indicam algum

problema (indicadores de estresses) e tons de vermelho são

áreas com plantas mortas ou sem vegetação.

Ortofoto NIR

Imagens ilustrativas

5. Câmeras e Sensores 17

Multiespectral - Uma câmera multiespectral

conta com múltiplos sensores e filtros de alta

qualidade que interagem com a luminosidade

gerada pelas plantas (invisível a olho nu) para

captar diferentes bandas com largura estreita,

permitindo assim mais precisão e qualidade na

imagem captada. Pode-se dizer que é similar a

câmeras convertidas para NIR, porém é uma

câmera com mais de um sensor em um só

equipamento, que permite também a utilização

de outros índices e consegue analisar problemas

mais específicos. As imagens multiespectrais

podem ver o que a olho nu não é detectável, isso

nos permite avaliar problemas em um estágio

muito mais cedo e tomar a decisão corretiva no

momento mais adequado.

Imagens ilustrativas

Múltiplas camadas de uma mesma Ortofoto

6. Boas Práticas de voo com Drones 18

Segurança

A utilização de drones pode gerar riscos a quem opera ou

está próximo da aeronave, como ocorre em qualquer atividade

que envolva equipamentos mecânicos. Os drones também

exigem cuidados e devem ser operados seguindo as

recomendações contidas no manual de instruções do

fabricante.

É de vital importância que o equipamento seja operado em

condições climáticas favoráveis e também exista uma área de

pouso e decolagem afastada de edificações e pessoas. Por

conter bateria, os cuidados devem ser ainda maiores, e deve-se

ter atenção para qualquer variação na textura ou forma da

mesma, e em caso de variação, ela tem que ser isolada para

observação, pois baterias sempre oferecem risco de explosão

quando estão com algum defeito. Cuidados ao armazenar e

carregar as baterias são essenciais.

6. Boas Práticas de voo com Drones 19

Como funciona

Os veículos aéreos não tripulados, chamados VANTs, são

equipamentos orientados por GPS para fins profissionais, mais

especificamente para obtenção de fotografias aéreas.

Funcionam de forma automática sem a necessidade de um

operador pilotando a aeronave.

O processo se inicia com a definição da área a ser mapeada

no planejador de missões e é armazenada no piloto

automático, gerando um plano de voo que vai orientar o VANT

durante a operação.

O lançamento da aeronave é feito, geralmente, com o

auxílio de uma catapulta e, já durante o lançamento, o piloto

automático assume o controle do VANT e o direciona para o

primeiro ponto programado. A partir daí realiza toda a missão

e volta para a área determinada para o pouso no plano de voo.

A aeronave é embarcada com câmera que durante o voo

realiza fotografias em alta definição da área pré-estabelecida

para, posteriormente, gerar os mapas e ortofotos.

6. Boas Práticas de voo com Drones 20

Planejamento de Voo

A operação é planejada através de software de

planejamento de missões. Com base em mapas satelitais, o

operador escolhe a área onde será realizado o mapeamento e

indica no software. O operador deve indicar um local de

decolagem e pouso, além definir altura de voo e os índices de

sobreposição de imagem. O mais importante nesse

planejamento é verificar a região com muita atenção e montar

as orientações para pouso com extrema cautela. Os problemas

com esses equipamentos são raros, mas quando acontecem

geralmente são relacionados à má construção do plano de voo

e, principalmente, as graduações de descida durante o pouso

da aeronave. No curso oferecido pela Horus, o cliente aprende

todos os passos da construção do plano e também todos os

detalhes a se observar para que seja realizada a operação com

segurança.

6. Boas Práticas de voo com Drones 21

Condições Climáticas

Um fator chave para realizar voos com drones, é verificar a

previsão do tempo para o local e data do voo e também

confirmar as condições climáticas no momento da operação,

isso para garantir uma boa captação de imagens. Basicamente

consiste em identificar a direção e checar a intensidade do

vento, verificar nebulosidade e a possibilidade de chuva.

O principal fator limitante, sem dúvida, é a chuva. Ainda não

há um equipamento totalmente a prova d’água que permita a

operação em dias de chuva. Outro fator é a nebulosidade ou

presença de nuvens baixas, já que quando o dia está chuvoso

ou com nuvens muito carregadas há pouca iluminação natural,

o que certamente compromete as imagens obtidas. Quando

houver nuvens baixas, não recomendamos o voo porque o

drone pode entrar numa dessas nuvens e perder comunicação

com a base.

Em relação ao vento existem algumas controvérsias, os

fabricantes costumam indicar nas especificações a velocidade

máxima do vento em que o drone consegue operar. Porém para

a captação de imagens é recomendado que o vento não esteja

acima de 30 km/h. Ventos acima dessa velocidade podem

comprometer a captação de imagens. Na realidade, uma

aeronave pode voar e resistir a ventos de ate 60 km/h, mas

nessas condições o voo não é recomendado porque o material

levantado não será satisfatório.