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Aferição de resultados de projeto luminotécnico dezembro/2014
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
Aferição de resultados de projeto luminotécnico
Agnes Welter – [email protected]
Iluminação e desing de interiores
Instituto de Pós-Graduação – IPOG
Nova Mutum, Mato Grosso, 21 de março de 2014
Resumo Para uma boa colocação no mercado os profissionais de todas as áreas devem ter os resultados de
seus trabalhos medidos e avaliados. Mas como avaliar o resultado de um projeto? Como saber se ele
atendeu as expectativas do cliente e as normas que regulamentam a iluminação? Realizaram-se
pesquisas bibliográficas e o estudo minucioso da elaboração e execução de um projeto de iluminação
em uma sala de reunião de um escritório de advocacia na cidade de Nova Mutum Estado do Mato
Grosso, levantaram-se todos os problemas como que tipo de luminárias usar? Tipos de lâmpadas?
Como fazer os cálculos luminotécnicos? Percentual de perda?Após a elaboração do projeto,
acompanhou-se em loco a execução, de maneira que o executado manteve-se fiel ao projeto. Os
resultados obtidos foram bastante diferentes dos esperados e calculados. Os resultados atendem a
todas as normas sugeridas pela NBR5413, no entanto, se mantiveram abaixo dos resultados
simulados em programas especialmente desenvolvidos para a resolução de cálculos e geração de
gráficos luminotécnicos. Isso demonstra a importância de que todos os projetos sejam além de bem
elaborados e dimensionados, que sejam medidos e avaliados para que seus resultados sejam
realmente satisfatórios e que possíveis falhas existentes possam ser suprimidas em projetos futuros.
Palavras chave: Aferição. Nível de iluminancia. Método de lumens.
1 Introdução
O presente estudo desenvolve-se dentro da área de cálculos luminotécnicos, uma vez que
apresentará um projeto de iluminação completo de uma sala de reuniões de um escritório de
advocacia situado na cidade de Nova Mutum, Mato Grosso, com enfoque principal no
resultado obtido após a execução do projeto. O que instiga este artigo é a necessidade de
mensurar o resultado do projeto. Durante a elaboração de um projeto, se realizam diversas
medições, cálculos e estudos acerca do ambiente e do resultado a ser alcançado, no entanto
dificilmente são captados e medidos os resultados após a sua execução, talvez por falta de
tempo, equipamentos, ou a certeza que o projeto alcançou os objetivos por que foi muito
elogiado pelos usuários ou simplesmente o projetista tem confiança absoluta em seus
cálculos. Todas as etapas de um projeto são importantes, os estudos a execução e
principalmente a aferição dos resultados. Um projetista não pode avaliar o resultado de seu
projeto baseando-se somente em seus olhos, ele precisa de dados ou números que atestem
concisamente que seu projeto alcançou os resultados esperados. O objetivo principal do artigo
é mensurar e confirmar os resultados obtidos após a execução do projeto.
Para cada atividade é necessário um nível mínimo de iluminação para o seu desenvolvimento.
De acordo com a NBR5413, em escritórios pede-se uma iluminação entre 300 e 700 lux. Para
Vianna e Gonçalves (2001) quanto menor for a adaptação necessária do individuo ao meio
melhor será seu conforto visual, e ainda a quantidade de luz do ambiente depende da atividade
exercida, no caso de um escritório, a quantidade de luz incidente sobre o plano de trabalho.
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Aferição de resultados de projeto luminotécnico dezembro/2014
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
Apesar das inúmeras tentativas na criação de medidas numéricas, para sua avaliação
e classificação, resta a qualidade da luz observar algumas grandezas físicas,
combinadas e colocadas numa ordenação particular, observando os numerosos
fatores que envolvem espaços, acabamentos e atividades exercidas. (GRENO,
2007).
A falta de um estudo luminotécnico adequado para cada ambiente gera inúmeros problemas.
Como por exemplo:
*consumo excessivo de energia: quando a iluminação esta mal projetada, por vezes há um
numero maior de lâmpadas necessárias ao ambiente.
*fontes de energia erradas: para cada ambiente existem fontes de energia adequadas, que
proporcionarão o nível de iluminação adequado, não interferirão no sistema de refrigeração da
sala, que possuem uma temperatura de cor adequada ao ambiente, além de interferência em
equipamentos eletrônicos.
*luminárias inadequadas: as luminárias são projetadas de maneira a oferecer a melhor
acomodação possível para as lâmpadas e também para auxiliar e potencializar as
características da lâmpada. As formas dos refletores e difusores podem determinar a eficiência
do sistema, e são a principal característica avaliada pelo projetista.
*produtos de baixa qualidade: o Brasil cultua uma tradição de preços baixos. O brasileiro não
tem por hábito determinar a sua compra pela qualidade do material. A maioria da população
determina a aquisição ou não de algum produto pelo seu preço. Devido aos altos custos de
implantação e manutenção de plantas industriais e altos encargos trabalhistas houve uma
diminuição de indústrias dentro do país, e graças às facilidades de importação de materiais,
hoje, pelo menos 50% das luminárias e 90% das lâmpadas são fabricadas em países como a
China, Indonésia e Vietnã. Fato este que gerou uma invasão de produtos em desconformidade
com as normas brasileiras de qualidade e segurança. Mas o seu baixo custo de aquisição torna
seu comércio rentável.
Hoje vemos no mercado brasileiro, uma grande quantidade de marcas que aparecem e
desaparecem em pouco tempo, produtos que não se adéquam as luminárias já existentes,
lâmpadas que deixam de funcionar em pouco tempo ou que apresentam defeitos, luminárias
que perdem a cor, escurecem, não se fixam ao teto, falta de peças e inúmeros outros
problemas gerados pela importação de produtos de baixa qualidade.
Nos últimos dois anos tem se observado que o brasileiro tem começado a optar por produtos
de melhor qualidade e tem ido à busca de profissionais capacitados para a elaboração e
execução de projetos.
*ofuscamento de ambientes: Para muitas pessoas quanto mais pontos de luz, melhor é a
iluminação, assim como o uso de lâmpadas de elevada potencia.
*Falta de luminosidade: em detrimento a estética ou a escolha errada das luminárias e
lâmpadas, geram-se ambientes com pouca luminosidade. Também há a falta de mobilidade de
layout, em alguns lugares é comum deixarem apenas um ponto de iluminação no teto
(normalmente laje) o que dificulta ou impossibilita uma boa iluminação.
As medições de luminosidade dos ambientes acabam por serem bastante empíricas. Cada
detalhe da sala, cada material utilizado, poderá aumentar ou diminuir a reflexão da luz, por
isso da importância de se projetar com antecedência as fontes luminosas.
Segundo a Apostila de Conceitos e Projetos da Osram () uma iluminação geral, com as fontes
de luz uniformemente distribuídas proporciona uma maior flexibilidade na no layout interno
do ambiente.
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Agora, Pereira( ) afirma que uma boa iluminação gera um ambiente agradável, aumenta a
produtividade e pode até salvar vidas. Através de observações empíricas percebe-se o quão a
iluminação afeta o comportamento das pessoas. Dentro de salas de aula mal iluminadas,
percebe-se nitidamente a falta de interesse dos alunos, alem de um cansaço e sonolência
bastante evidente e seus semblantes. Assim como em regiões quentes, a exemplo do estado do
Mato Grosso, existe um preconceito com relação a lâmpadas de tonalidade de cor amareladas,
uma vez que esta temperatura de cor gera uma sensação eminente de calor, o que torna o
ambiente desconfortável aos olhos de usuários dessa região. Pessoas com problemas de visão,
também são afetadas pela falta ou excesso de iluminação, pois seus olhos tem uma
sensibilidade maior a luz.
Alguns conceitos básicos devem ser relembrados: a luz, por exemplo, é uma grandeza que
pode ser vista, medida, mas dificilmente é explicável. Segundo Junior et al (2012) “a luz
representa a parte do espectro magnético que é visível ao olho humano, ou seja, é a radiação
capaz de nos produzir sensação visual.” A luz não se faz visível até que seja refletida pelos
corpos.
Outra grandeza que deve ser definida para o entendimento do trabalho é o fluxo luminoso,
seguindo o mesmo autor temos:
É a grandeza característica de um fluxo energético, exprimindo sua aptidão de
produzir uma sensação luminosa no ser humano através do estimulo da retina ocular.
Pode ser entendido também, de uma forma mais técnica, como a quantidade total de
luz emitida por segundo por uma fonte luminosa. JUNIOR ET AL (2012)
Para a aferir o resultado do projeto utilizar-se-a um aparelho chamado luxímetro (ou
fotômetro). O luxímetro (fotômetro) é um aparelho destinado a efetuar medições de iluminância
em ambientes com iluminação natural ou artificial. O aparelho converte a luz em
corrente elétrica podendo ser medida em valores referentes à velocidade de
obturação ou abertura de diafragma. LUXÍMETRO (2012).
2 Cálculos Luminotécnicos
Por ter sua base em uma matéria exata, os cálculos luminotécnicos dispensam a discussão de
diversos autores. As informações a seguir foram retiradas da Apostila de Conceitos e Projetos
da Osram ().
Através de uma tabela simples, podemos organizar todos os dados necessários para a
realização dos cálculos.
comprimento
largura
área c*l
pé direito
altura útil
índice recinto
fator depreciação
coeficiente de refração teto
coeficiente de refração parede
coeficiente de refração piso
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iluminancia planejada
tonalidade cor
irc
tipo de lâmpada
fluxo luminoso
lâmpadas por luminária
tipo de reator
fator fluxo luminoso
fator de utilização
quantidade de lâmpadas
quantidade de luminárias Tabela 01 adaptado de: Apostila de Conceitos e Projetos da Osram
Com os dados organizados torna-se mais simples a sua visualização para os cálculos.
Explica-se:
*Comprimento: comprimento do ambiente a ser calculado.
*Largura: largura do ambiente a ser calculado.
*Área: multiplicação do comprimento pela largura do ambiente é dado em metros quadrados
(m²).
*Pé direito: altura do ambiente.
*Altura útil: altura do ambiente subtraída a altura do plano de trabalho.
*Índice de recinto: grandeza gerada pelo coeficiente da equação comprimento x largura
dividido pela soma de comprimento + largura x altura útil.
*Fator de depreciação: utiliza-se para compensar as perdas que o sistema irá sofrem em sua
vida útil.
*Coeficiente de refração teto: capacidade de o teto refletir a luz incidente sobre ele.
*Coeficiente de refração parede: capacidade de a parede refletir a luz incidente sobre ela.
*Coeficiente de refração piso: capacidade de o piso refletir a luz incidente sobre ele.
*Iluminancia planejada: Quantidade de lux necessário ao ambiente.
*Tonalidade cor: A temperatura da cor da lâmpada. Esta temperatura de cor pode ser mais
baixa 3000kelvin que gerará uma sensação térmica mis aconchegante e quente ou uma
temperatura de cor mais alta 6400kelvin que trará ao ambiente uma tonalidade mais fria,
fazendo com que os usuários tenham mais agitação.
*IRC: índice de reprodução de cores é o nível de capacidade que a lâmpada possui de
reproduzir com fidelidade as cores dos objetos.
*Tipo de lâmpada: modelo da lâmpada a ser utilizado.
*Fluxo luminoso: é a radiação total emitida pela fonte luminosa.
*Lâmpadas por luminária: Quantidade de lâmpadas comportada pela luminária.
*Tipo de reator: modelo de reator utilizado para dar suporte a lâmpada (algumas lâmpadas já
vem com o reator embutido e outros modelos não o necessitam).
*Fator de fluxo luminoso: fluxo luminoso total obtido através do conjunto lâmpada + reator.
*Fator de utilização: é a eficiência luminosa total do conjunto lâmpada + luminária + índice
de refração do piso, teto e paredes. Encontra-se este índice em tabelas fornecidas pela
fabricante da luminária.
*Quantidade de lâmpadas: quantidade total de lâmpadas necessárias para alcançar os níveis de
iluminação determinados. Alcança-se esse resultado através da equação: iluminancia
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planejada x área dividido pelo resultado de fluxo luminoso x fator de utilização x fator de
fluxo luminosos x fator de depreciação.
*Quantidade de luminárias: Quantidade total de luminárias necessárias ao recinto.
3 Projeto
Foi realizado o projeto luminotécnico de uma sala de reunião de um escritório de advocacia,
situado na Cidade de Nova Mutum, Mato Grosso.
Para a escolha das lâmpadas e luminárias, foram levados em consideração alguns fatores: os
proprietários exigiram uma sala bem iluminada, e que a lâmpada não ficasse visível, para que
não transmitisse a sensação de um escritório de comercial ou contábil. Além de manutenção e
limpeza simples.
A sala de reunião conta com um monitor de TV grande instalado em uma parede lateral, além
de painéis de madeira que circundam quase todo o perímetro da sala. A mesa é fixa ao centro
da sala devido à instalação de tomadas de energia, telefonia e rede em seu centro, de maneira
a facilitar reuniões e teleconferências ali realizadas.
3.1 Escolha da iluminação
A luminária escolhida foi a E113ACL da marca ABALUX, uma luminária de embutir em
forro de gesso, com 22,4cm x 1,243cm de tamanho, suporte para duas lâmpadas fluorescentes
T5 de 28W com reator, corpo produzido em chapa fosfatizada, pintada eletrostaticamente e
difusor em poliestireno leitoso.
Figura 1 Luminaria E113ACL Fonte: Catalogo ABALUX (2013)
Para esta luminária necessitou-se de duas lâmpadas fluorescentes tubular, bulbo T5, potencia
de 28W, fluxo luminoso 2650 lumens, base G5, vida mediana 15.000 horas, temperatura de
cor de 4000 kelvin.
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Imagem 01. Lampada fluorescente T5 28W. Fonte TASCHIBRA
Escolheu-se uma temperatura de cor mediana para este projeto. Por se tratar de uma sala de
reunião, as pessoas devem perceber ao entrar uma sensação de serenidade e responsabilidade,
além de certo aconchego para fortalecer o elo de confiança entre o advogado e o cliente. Esta
temperatura de cor favorece o manuseio de papéis, uma vez que o contato da luz com o papel
não reflete um brilho intenso capaz de ofuscar ou cansar a visão dos usuários.
Como para o funcionamento da lâmpada necessita-se de um reator, optou-se pelo reator
MARGIRIUS para lâmpada T5 Standart, 2x28, autovolt, com fator de potencia em 0,99, baixa
taxa de distorção harmônica, desligamento automático em caso de falha em uma das
lâmpadas, resistência a sobretensão temporária de até 350V, em conformidade com as normas
do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) NBR-14417
referente a segurança e NBR-14418 referente ao desempenho.
Imagem 02. Reator. Fonte MAR-GIRIUS.
3.2 Ambiente
A sala em questão possui 3,5 metros de largura, 4,6 metros de comprimento e um pé direito
de 2,89 metros. É forrada com placas de gesso pintadas de branco, possui em seu piso
porcelanato de cor clara e suas paredes estão revestidas com painéis de MDF na cor marfim
claro. A sala receberá em seu centro uma mesa de oito lugares nas dimensões 3,00x1,20x0,9
metros feita de MDF na mesma cor dos painéis.
3.3 Cálculos
Para a realização dos cálculos, utilizou-se o método de cálculo de lumens, que segundo
Pazzine () é um método utilizado para determinar a iluminação irradiada pelo conjunto
luminária mais lâmpada mais reator em ambientes internos, o cálculo leva em consideração a
área do ambiente, tipos de parede, teto e piso. Através deste método conseguimos determinar
o numero de luminárias e lâmpadas necessárias ao ambiente.
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O nível de iluminância para o ambiente segue as recomendações da NBR-5413 da Associação
Brasileira de Normas e Técnicas – ABNT que recomenda:
Tabela 02 – Adaptado de Instalações Elétricas – Professor Luiz Henrique Alves Pazzini
Depois de analisadas as necessidades do ambiente, exigências dos proprietários e finalidades
de uso, chegou-se ao consenso de utilizarmos a iluminação média de 750 lux de fluxo
luminoso.
Para fins de melhor entendimento e apresentação de argumentos aos clientes utilizou-se como
base a tabela 01, que após ser preenchida sanou todas as dúvidas e determinou as quantidades
a serem utilizadas.
comprimento 4,6 metros
largura 3,5 metros
área c*l 16,1 metros²
pé direito 2,89 metros
altura útil (pé direito – altura da mesa) 1,99 metros
índice recinto 0,998
fator depreciação 0,85
coeficiente de refração teto 70
coeficiente de refração parede 30
coeficiente de refração piso 20
iluminancia planejada 750 lumens
tonalidade cor 4000k
irc 80-90
tipo de lâmpada T5 28w
fluxo luminoso** 2120 lumens
lâmpadas por luminária 2 unidades
tipo de reator Compacto eletrônico
fator fluxo luminoso 1
fator de utilização (figura 02) 77
quantidade de lâmpadas 8,7 lâmpadas
quantidade de luminárias*** 5 luminárias Tabela 03 adaptado – resultados
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Teto (%)
Parede (%)
Chão (%)
RCR Fator de Utilização (%)
70 50 30 0
20 20 20 0
50 30 10 50 30 10 50 30 10 0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
90 90 90 86 86 86 82 82 82 77
79 77 74 76 74 72 73 71 70 66
70 65 61 67 63 60 65 61 58 56
62 56 51 59 54 50 57 53 50 47
55 49 44 53 47 43 51 46 43 40
49 43 38 47 42 37 46 41 37 35
44 38 33 43 37 33 41 36 32 31
40 34 29 39 33 29 38 33 29 27
37 30 26 36 30 26 35 29 26 24
34 28 23 33 27 23 32 27 23 22
31 25 21 30 25 21 30 25 21 20
**Como a luminária escolhida para o projeto possui um difusor em poliestireno leitoso, que
pode reter até 20% da eficiência da lâmpada, colocamos o fluxo luminoso já diminuído deste
fator de perda.
Figura 02 Adaptado lumisoft
*** Para alcançar o número de luminárias, dividimos o número de lapadas por dois (cada
luminária suporta duas lâmpadas).
3.4 Distribuição das luminárias
Por se tratar de uma sala de reuniões e os donos terem certa exigência com relação à estética,
utilizou-se uma distribuição de luminárias não convencional para gerar um efeito estético a
sala.
A sala é retangular e a mesa de reuniões também. Instalaram-se as luminárias emendadas em
formato retangular e centralizadas dentro da sala
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100
200
300
400
Transv ersal Longitudinal
Cd/1000 lm
Imagem 04 – disposição das luminárias no forro
Para que a forma ficasse completa aumentou-se uma luminária ao conjunto. A curva
luminotécnica da luminária permitiu o arranjo. Uma vez que a curva longitudinal e transversal
são semelhantes, não causando prejuízo aos usuários.
Para a instalação neste posicionamento, foi feito um trabalho diferenciado no forro de gesso.
O forro foi previamente reforçado em sua sustentação, de maneira que não sucumbisse e nem
se movimentasse durante o recorte. Outra facilidade para o arranjo é o fato das luminárias não
possuírem garras de fixação para o gesso, elas são presas diretamente na laje com o auxílio de
bucha, pitão e arame, o que permite uma fixação segura e não exerce peso no forro de gesso.
Figura 03 – Curva luminotécnica. Fonte: luminsoft
Como forma de visualização para o cliente, gerou-se uma visualização através do software
LUMISOFT disponibilizado pela empresa LUMICENTER, que é fabricante da luminária.
LUMICENTER é a divisão empresa que atende as construtoras e ABALUX a marca da
empresa responsável pela negociação com lojistas.
A iluminancia média apurada pelo software foi de 669,3 lux na sala.
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0
300
600
900
1200
Figura 04 – Gride de iluminação media – fonte lumisoft
Visualmente gerou-se a seguinte distribuição de luz:
Figura 05 – Tomografia de luz – fonte lumisoft
4. Avaliação dos resultados
Após a instalação de todo o sistema de iluminação na sala de reunião foi aferida uma medição
para apuração do resultado real obtido com a execução do projeto.
Demarcou-se no piso da sala um gride para medição de 50x50cm com altura de 90cm a contar
do piso para as medições.
O luximetro (aparelho utilizado para fazer medições de luz) foi fixado a um tripé de
sustentação para gerar precisão aos resultados.
O gride gerado após a instalação das luminárias foi o seguinte:
213 200 260 270 268 219 180
230 246 287 290 274 223 198
300 319 361 373 370 303 280
312 381 404 413 399 332 300
298 396 420 426 412 347 320
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287 385 401 408 412 347 318
292 320 355 363 380 310 300
285 312 336 285 340 257 240
243 275 286 285 277 218 197
230 257 270 250 212 190 183
Tabela 04 - fonte própria
A média apresentada pelo sistema de iluminação foi 301,85lux. O sistema foi avaliado
durante a noite com todas as luminárias acesas e todos os móveis em seus devidos lugares. As
cortinas estavam fechadas de maneira a não haver nenhuma interferência externa na medição
e no resultado.
5. Conclusão
O layout de iluminação da sala de reunião foi criado, obedecendo estritamente as condições
dos proprietários da obra, que não queriam uma iluminação com aparência comercial, e nem
queriam que as lâmpadas ficassem aparentes. Após um estudo detalhado do local, propôs-se o
layout em questão, que foi aprovado por obedecer a todos os critérios e ainda obter uma pelo
estético bastante arrojado.
Os cálculos foram gerados e revisados de maneira a não conterem erros ou falhas, e ainda
passaram pela diagramação de um software de iluminação que gerou as imagens do sistema.
A avaliação dos resultados obtidos após a medição com o luxímetro surpreendeu, porque se
admitia a possibilidade de menor iluminação em alguns pontos, mas não uma média tão baixa,
se comparada com a expectativa gerada pelo projeto. Todas as paredes da sala são brancas,
seu piso é claro e seus móveis são de textura clara fatores estes que não interferiram no
resultado. Atribui-se a responsabilidade do resultado ao difusor em poliestireno da luminária,
que segundo estudos e medições reduz a emissão de luminosidade em até 20%, no entanto
depois de instalado percebe-se que a redução da emissão de luz é muito maior do que a
estimada uma vez que todos os cálculos luminotécnicos levaram em consideração essa
redução de luminosidade gerada pelo difusor.
A média de luminosidade alcançada pelo sistema de iluminação da sala de reunião não esta
abaixo do exigido pela ABNT para este tipo de ambiente. A NBR 5413 admite uma
iluminação entre 300 e 700lux para estes ambientes.
O resultado de iluminação desta sala pode ser considerado satisfatório, uma vez que atendeu a
todos os requisitos iniciais: as condições dos proprietários e as normas da ABNT. Ademais,
“aos olhos nus” não se percebe a sutileza dos níveis de iluminação, sem o aparelho adequado
para medição não haveria maneira de saber que a iluminância planejada não foi alcançada.
Para o melhoramento deste sistema de iluminação, podemos substituir o sistema de lâmpadas
T5 28W por lâmpadas T5 54W, que possuem uma iluminância muito maior e não haverá a
necessidade de substituição de luminárias, o que manteria o layout projeto intacto.
Todos os projetos de iluminação devem, ao seu término, serem avaliados e mensurados, uma
vez que existem aparelhos disponíveis para estas medições no mercado e eles não possuem
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mais um alto valor de aquisição, sendo acessíveis a todos os profissionais. De uma maneira
rápida e simples o profissional consegue obter o feedback do resultado de seu trabalho,
podendo avaliar melhor o sistema e seus próprios projetos, identificando os pontos falhos do
estudo e/ou execução.
6. Referencias Bicliográficas
BARBOSA, Luís Antônio Greno. História e Conceitos de Iluminação. Disponível em:
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/index.php acessado em 20 de outubro de
2013.
OSRAM. Apostila Conceitos E Projetos. Disponível em:
http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/index.php acessado em 20 de outubro de
2013.
PEREIRA, Fernando O. Ruttkay. Conforto Ambiental: Iluminação. Disponível em:
http://www.labcon.ufsc.br/anexos/24.pdf acessado em 15 de janeiro de 2014.
JÚNIOR, Isaías de Sousa Barbosa; SILVA, Jaílson Leite; FERREIRA, Leiviane Camarço
Barbosa; OLIVEIRA, Márcio Hermany Gomes de. Luminotécnica. Disponível em:
http://www.ufpi.br/subsiteFiles/rocha/arquivos/files/luminot%C3%A9cnica.pdf acessado em
15 de janeiro de 2014.
LUXÍMETRO. Disponível em: http://www.luximetro.com.br/2012/10/o-que-e-um-
luximetro.html acessado em 13 de janeiro de 2014.