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O presente Relatório de Fim-de-Temporada do Africa RiskView é uma publicação da Capacidade Africana de Risco (ARC). O relatório discute as estimativas do Africa RiskView de precipitação, seca e da população afectada, comparando-as com as informações no terreno e de fontes externas. Apresenta igualmente a base de um período de validação do Africa RiskView, que é realizado em cada país, no final de uma temporada segurada. Esse exercício visa analisar o desempenho do modelo e garantir que os riscos de seca do país sejam reproduzidos com precisão pelo Africa RiskView para monitorização da seca e cobertura de seguro.
Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org
Africa RiskView RELATORIO DE FIM DE TEMPORADA | QUENIA (2016)
Precipitação
A estação chuvosa de longa duração nas Terras Áridas e
Semiáridas do Quénia (ASAL) dura de Fevereiro a Junho, com a
maior parte das precipitações a registarem-se entre meados de
Março e Maio. O desempenho da estação chuvosa de longa
duração de 2016 esteve perto da média de longo prazo (2001-15),
a nível nacional, com uma média total acumulada de cerca de 240
mm de chuva. Contudo, foram observadas grandes diferenças a
nível sub-nacional. Embora algumas partes do leste do Quénia,
incluindo Galole, registaram totais de precipitação acumulada de
cerca de 75 mm de chuva nas regiões ocidentais do país foi
significativamente maior, com mais de 500 mm de precipitação
registadas em Pokot do Sul. Em comparação com a média de 2001
-15, as chuvas sazonais foram abaixo da média na região costeira
(Lamu, Rio Tana, Kilifi e Kwale), bem como em partes das regiões
do centro e nordeste do Quénia (Kajiado, Meru, Samburu,
Moyale, Mandera e Wajir) – ver primeiro mapa na página 2.
Em relação à distribuição temporal das chuvas sazonais, as
primeiras precipitações significativas durante uma dékada (23 mm
em média) foram registadas no início de Março de 2016, seguidas
no entanto por um período de seca grave de meados de Março
até o final do mês, quando quase nenhuma precipitação foi
registada em todo o país. Em consonância com os padrões de
precipitações normais, precipitações perto da média à acima da
média foram registadas na maior parte do país entre Abril e início
de Maio de 2016. No entanto, algumas áreas registaram
precipitações localizadas abaixo da média, especialmente Rio
Tana, Meru, Samburu do Norte, Laisamis e Wajir do Sul. Na maior
parte do país, as chuvas terminaram no início de Maio, o que está
em consonância com os padrões normais de precipitações nas
regiões do leste e nordeste do Quénia. No entanto, esta foi um
interrupção precoce da temporada nas zonas costeiras, onde as
precipitações costumam durar até o final de Maio. Por outro lado,
precipitações anormais foram registadas em Nyanza e partes do
norte do Vale do Rift, em meados de Maio e finais de Junho.
Seca
No contexto da sua participação no segundo Grupo de Risco da
ARC em 2015/16, o Quénia escolheu personalizar o Africa
RiskView utilizando um WRSI de pastagens, que modela a
progressão da temporada nas regiões predominantemente
pastorais e Terras Áridas e Semiáridas. O WRSI de pastagens tende
a coincidir muito de perto com os padrões de precipitações
Precipitação
Desempenho variado da estação chuvosa de longa duração de 2016, com o sudeste do Quénia a experimentar significativos défices de precipitação de mais de 50% em algumas áreas e precipitações bem acima da média no noroeste.
Seca
O WRSI de pastagens do fim-de-temporada está abaixo da média de 5 anos na maioria do sudeste do Quénia, bem como em bolsas do norte e leste do Quénia.
Condições acima do normal observadas no noroeste do Quénia, particularmente em Turkana e no Vale do Rift.
Populações Afectadas:
O Africa RiskView estima que cerca de 1,1 milhões de pessoas sejam afectadas por condições de seca no final da estação chuvosa de longa duração de 2016, particularmente nas Terras Semiáridas do Quénia.
Grupo de Risco da ARC:
Visto que os custos de resposta à seca modelados tanto nas Terras Áridas como nas Semiáridas permaneceu abaixo dos respectivos níveis de responsabilidade, nenhum pagamento do Companhia de Seguros ARC, Limitada, foi accionado durante o ano de apólice de 2015/16.
Destaques:
Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org
acumuladas, uma vez que as necessidades hídricas das pastagens
naturais são consideradas constantes durante todo o seu período
de crescimento e que não existem critérios de sementeira
específicos que precisam de ser combinados (em oposição a um
WRSI de culturas). Como resultado, os valores do WRSI de
pastagens no final da estação chuvosa de longa duração de
2015/16 combinavam com os padrões de precipitações discutido
acima.
Dentro das áreas costeiras (Rio Tana, Malindi, Kilifi, Kitui e Ijara),
os valores do WRSI foram mais de 50% abaixo do valor de
referência fixado pelo país como um indicador de condições
normais (no caso do Quénia, a média dos últimos 5 anos). Além
disso, valores 30-50% abaixo do WRSI de pastagens normais
foram observados em partes do noroeste, norte e nordeste do
Quénia, Incluindo Turkana Oriental, Samburu do Norte, Laisamis,
norte do Wajir do Sul, norte de Moyale, Wajir do Norte e Mandera
Ocidental, bem como em Turkana Ocidental. No resto do país, os
valores do WRSI de pastagens no final da estação foram normal a
acima do normal, de acordo com o Africa RiskView – ver o
segundo mapa acima.
Populações Afectadas
Conforme mencionado acima, o WRSI de pastagens de fim-de-
temporada foi abaixo do valor de referência em algumas partes
do país, devido aos défices de precipitação registados ao longo da
estação chuvosa de longa duração de 2016. No geral, em 33
subdistritos, o WRSI de pastagens esteve abaixo do ponto de
detecção de seca (fixado em 95% do valor de referência),
accionando assim eventos de seca com gravidade variável. O
impacto da seca na população de cada área é determinado tanto
pela gravidade do evento de seca conforme detectado pelo Africa
RiskView e a vulnerabilidade da população (que, no caso do
Quénia tende a ser maior nas áreas cronicamente vulneráveis,
como Turkana, Mandera, Samburu ou Marsabit).
Como resultado, de acordo com o modelo, a maioria dos impactos
da seca grave foi registada no sudoeste do Quénia,
especificamente em Ganze (62% da população), Galole (57%),
Garsen (55%) e Kaloleni (53%). Na região vizinha de Malindi, onde
o Africa RiskView detectou igualmente um evento de seca muito
grave, a vulnerabilidade relativamente menor atenuou o impacto,
com apenas 24% da população afectada – ver terceiro mapa
acima.
Em termos de população total afectada, o Africa RiskView estima
que mais de 1,1 milhões de pessoas em todo o país foram
afectadas pelas condições de seca no final da estação chuvosa de
longa duração de 2016, 248.000 das quais estão nos municípios
áridos e 855.000 nos municípios semiáridos. A nível
submunicipal, os números pessoas afectadas pela seca foram
maiores em Ganze, Kaloleni, Magarini, Kinango e Kilifi do Norte.
Em comparação com a média de 2001-15, o número de pessoas
afectadas pela seca a nível nacional foi abaixo da média. No
entanto, foi quase 50% acima da média para as Terras Semiáridas.
Comparação com Fontes Externas
Um aspecto importante do processo de revisão da personalização
do Africa RiskView no país é a comparação das estimativas
modeladas com fontes externas. Nesse processo são consultados
Precipitação acumulada em % da média de 2001-15, Quénia, Fevereiro-Junho de 2016
(RFE2)
WRSI de pastagens de fim-de-temporada em % da média de 5 anos, Quénia, estação
chuvosa de longa duração de 2016
População afectadas pela seca em % da população total, Quénia, estação
chuvosa de longa duração de 2016
Africa RiskView RELATORIO DE FIM DE TEMPORADA | QUENIA (2016)
Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org
produtos de uma variedade de parceiros técnicos, incluindo
parceiros técnicos no país, como a Autoridade Nacional de Gestão
de Secas do Quénia (NDMA), ou os seus parceiros internacionais,
como os Sistemas de Rede de Aviso Prévio contra a Fome (FEWS
NET).
O Governo queniano através da NDMA desenvolveu o seu próprio
sistema de aviso prévio da seca, que utiliza o Índice de Condições
de Vegetação (VCI) como um indicador das condições de seca na
ASAL. No final de Julho de 2016, o VCI a nível municipal foi abaixo
do normal no Rio Tana, Kilifi e Taita Taveta, bem como em partes
de Marsabit, Wajir, Garissa, Kajado, Kitui, Makueni, Meru e Kwale.
Os défices de vegetação mais graves foram registados nos
submunicípios de Kitui do Sul (Kitui), Kibwezi Leste (Makueni) e
Ganze (Kilifi) – ver primeiro mapa na página 3. Embora em geral
haja uma boa correspondência entre as condições do VCI
detectado pelas estimativas modeladas da NDMA e do Africa
RiskView, existem algumas áreas onde o modelo capta condições
abaixo do normal que não são necessariamente confirmados pelo
VCI, como Kilifi do Norte, Msambweni, Lamu Ocidental e Ijara. Por
outro lado, o WRSI de pastagens do Africa RiskView é médio em
Moyale, Kibwezi Ocidental, Wajir Oriental, Tigania Oriental e
Norte de Horr, enquanto o VCI sugere que esses submunicípios
registaram condições de vegetação abaixo do normal.
O WRSI de pastagens da FEWS NET para a África Oriental, que
abrange parte da ASAL do Quénia, indica condições de pastagens
que são comparáveis às estimativas do Africa RiskView. Embora o
WRSI esteja acima do normal (a FEWS NET utiliza o ano médio
como valor de referência) no noroeste do Quénia, a situação nas
regiões do sudoeste do país está bem abaixo do normal. Além
disso, em bolsas do norte e nordeste do Quénia, prevaleceram
valores do WRSI de pastagens abaixo do normal, de acordo com a
FEWS NET – ver o segundo mapa acima.
Finalmente, a Diferença do Índice de Vegetação Normalizada
(NDVI) é amplamente utilizada como um indicador para as
condições de vegetação. O VCI utilizado pela NDMA é um
derivado deste produto. O mapa da anomalia da NDVI para a
primeira dékada de Julho (01-10 de Julho de 2016) indica que
prevaleceram condições de vegetação abaixo do normal na maior
parte do sudeste do Quénia, incluindo nas áreas costeiras
identificadas pelo Africa RiskView como afectadas por condições
de pastagem abaixo do normal. Além disso, a NDVI foi abaixo da
média de 2001-10 em partes do leste e norte do Quénia, que está
em consonância com as estimativas do Africa RiskView.
Conforme as informações sobre as populações afectadas se torna
disponível a partir do terreno, essas serão igualmente comparadas
com as estimativas do Africa RiskView.
Grupo de Risco da ARC
No contexto da sua participação no segundo Grupo de Risco da
ARC, o Quénia escolheu contrair apólices de seguros separadas
para as Terras Áridas e Semiáridas, com configurações do WRSI
de pastagens idênticas, mas com parâmetros de transferência de
risco independentes. O custo de resposta por pessoa foi fixado em
USD 30, que para a estação chuvosa de longa duração de 2016
resulta numa estimativa de custo de resposta total de cerca de
USD 7,4 milhões para as áreas áridas e USD 25,7 milhões para as
áreas semiáridas. Para ambas as apólices, os custos de resposta à
Africa RiskView RELATORIO DE FIM DE TEMPORADA | QUENIA (2016)
VCI até 31 de Julho de 2016, Quénia, es-tação chuvosa de longa duração de 2016
(fonte: NDMA)
WRSI de pastagens da FEWS NET em relação ao ano médio, Quénia, estação
chuvosa de longa duração de 2016
Número estimado de pessoas afectadas pela seca, 2001-16, estação chuvosa de
longa duração no Quénia
Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org
seca modelados permaneceu abaixo dos níveis de
responsabilidade (USD 30,8 milhões para a apólice para as Terras
Áridas e USD 38,4 milhões para a apólice para as Terras
Semiáridas), o que significa que nenhum pagamento da
Companhia de Seguros ARC, Limitada, foi accionado para o ano
de apólice de 2015/16. No entanto, é importante notar que, para
as áreas semiáridas, o número de pessoas afectadas é
relativamente elevado, o que corresponde a um evento de 1-em-
2,5 anos (enquanto o ponto de responsabilidade corresponde a
um evento de 1-em-4 anos) . Isto é semelhante à magnitude do
impacto da seca observada em 2005 e 2007, e maior do que em
2012. Essas áreas devem ser cuidadosamente monitorizadas
durante a próxima estação chuvosa de curta duração de 2016/17.
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Para mais informações consulte nosso website: www.africanriskcapacity.org
A Capacidade Africana de Risco (ARC) é uma
agência especializada da União Africana
concebida para melhorar a capacidade dos
Estados-membros da UA de gestão do risco
de calamidades naturais, adaptação às
alterações climáticas e protecção das
populações em insegurança alimentar.
O software Africa RiskView é o mecanismo
técnico da ARC. Utiliza informações de
precipitações por satélite para fazer
estimativas do custo da resposta a uma
seca, que acciona um pagamento de seguro
correspondente.
A Companhia de Seguros ARC, Limitada, é a
filial comercial da Agência ARC, que agrupa
o risco em todo o continente.
Sobre a ARC:
Advertência: Os dados e as informações contidas no presente Boletim foram elaborados para fins de, e utilizando a metodologia do, Africa R iskView e do Grupo Capacidade Africana de Risco. Os dados do presente Boletim são fornecidos ao público apenas para fins informativos, e nem a Agência ARC, suas filiais ou qualquer um dos seus respectivos Funcionários, Colaboradores, Administradores e Agentes fazem qualquer representação ou garantia a respeito da conveniência dos dados e informações para qualquer finalidade específica. Em nenhuma circunstância a Agência ARC, suas filiais ou qualquer um dos seus respectivos Funcionários, Colaboradores, Administradores e Agentes será responsabilizado com relação a qualquer matéria aqui apresentada. Os pagamentos com base nas apólices de seguro emitidas pela Companhia de Seguro ARC, Limitada, são calculados utilizando uma versão independente do Africa RiskView, cujos resultados podem diferir daqueles aqui apresentados.
Nota sobre a metodologia do Africa RiskView:
Precipitação: O Africa RiskView
utiliza vários conjuntos de
dados de precipitação por
satélite para fazer o
acompanhamento da
progressão das estações
chuvosas em África. Os países
que pretendam participar no
grupo de risco da ARC, devem
personalizar a componente de
precipitação, seleccionando o
conjunto de dados que melhor
corresponde à precipitação real
registada no terreno.
Seca: O Africa RiskView utiliza o
Índice de Satisfação da
Necessidade de Água (WRSI)
como um indicador para a seca.
O WRSI é um índice
desenvolvido pela FAO, que,
com base em estimativas de
precipitação por satélite,
calcula se uma determinada
cultura recebe a quantidade de
água de que necessita nos
diferentes estágios do seu
desenvolvimento. Para
maximizar a precisão do Africa
RiskView, os países que
pretendam tomar um seguro,
personalizam os parâmetros do
software de modo a reflectir as
realidades no terreno.
Populações afectadas: Com
base nos cálculos do WRSI, o
Africa RiskView estima o
número de pessoas
potencialmente afectadas pela
seca para cada país participante
no grupo de seguro. Como
parte do processo de
personalização do país, são
desenvolvidos perfis de
vulnerabilidade a nível
subnacional para cada país, que
definem o potencial impacto de
uma seca sobre a população
que vive numa área específica.
Custos de resposta: Na quarta
e última etapa, o Africa
RiskView converte o número de
pessoas afectadas em custos de
resposta. Para os países que
participam no grupo de seguro,
esses custos de resposta
nacionais são a base subjacente
das apólices de seguro. Os
pagamentos serão accionados
da Companhia de Seguros ARC,
Limitada, para os países onde a
estimativa do custo de resposta
no final da temporada exceda o
limite predefinido especificado
nos contratos de seguro.
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