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Agenda para o Crescimento Econômico e Redução da Pobreza • Objetivos: acelerar o crescimento econômico sustentável do atual patamar, entre 3,5% e 4% a.a., para 5% a.a. • Acelerar a trajetória de redução das desigualdades sociais e da pobreza. DIMAC - Agosto de 2006 Agenda para o Crescimento Econômico e Redução da Pobreza Politicas sociais: maior eficiência via integração e focalização Programas de Transferência de Renda O Peso do Salário Mínimo na Redução da Desigualdade e da Pobreza Sistema Público de Saúde Propostas para a Educação Superior Políticas para aumento da eficiência econômica e da competitividade Marco Regulatório (governança das agências reguladoras e situação regulatória nos setores de aviação civil, petróleo e gás natural, telecomunicações, energia elétrica e saneamento) Reforma do Judiciário Comércio Internacional Estímulo à Inovação Política econômica: uma proposta de longo prazo As metas de inflação A reforma previdenciária A reforma.fiscal -t '" tYd~ (h....'j ~

AgendaparaoCrescimentoEconômico e ReduçãodaPobreza · na forma decontratação eprecificação daenergia. Omercado livre poderá ser mais vantajoso, pois os contratos bilaterais

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Agenda para o Crescimento Econômico eRedução da Pobreza

• Objetivos: acelerar o crescimentoeconômico sustentável do atual patamar,entre 3,5% e 4% a.a., para 5% a.a.

• Acelerar a trajetória de redução dasdesigualdades sociais e da pobreza.

DIMAC - Agosto de 2006

Agenda para o Crescimento Econômico eRedução da Pobreza

• Politicas sociais: maior eficiência via integração e focalização• Programas de Transferência de Renda• O Peso do Salário Mínimo na Redução da Desigualdade e da Pobreza• Sistema Público de Saúde• Propostas para a Educação Superior

• Políticas para aumento da eficiência econômica e da competitividade• Marco Regulatório (governança das agências reguladoras e situação

regulatória nos setores de aviação civil, petróleo e gás natural,telecomunicações, energia elétrica e saneamento)

• Reforma do Judiciário• Comércio Internacional• Estímulo à Inovação

• Política econômica: uma proposta de longo prazo• As metas de inflação• A reforma previdenciária• A reforma.fiscal -t

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I. Políticas sociais: maior eficiênciavia integração e focalização.

1. Programas de Transferência de Renda2. O Peso do Salário Mínimo na Redução da

Desigualdade e da Pobreza3. Sistema de Saúde4. Propostas para a Educação Superior

1.1 Programas de Transferência de Renda

• Redes de proteção social são instrumentos potencialmenteefetivos no combate à pobreza, mas para tanto essas redesnecessitam de boa focalização;

• É preciso que a pobreza seja erradicada, isto é, que asfamílias tenham capacidade e autonomia para satisfazersuas necessidades mais básicas;

• Para acabar com a pobreza é preciso garantir as condiçõespara que as famílias pobres aproveitem as oportunidadesdisponíveis para adquirir capacidades e utilizá-lasefetivamente;

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Programas de Transferência de Renda

É necessário garantir que as famílias tenham acesso prioritário eintegrado às oportunidades disponíveis e que sejam incentivadas aefetivamente aproveitá-las;Para garantir incentivos é necessário que existam condicionalidades;Para garantir que tenham acesso prioritário e integrado é precisoseparar a produção da seleção de beneficiários;Proposta: garantir às famílias mais pobres um atendimento domiciliarpersonalizado e íntegrado que possibilite acesso prioritário aosdiversos serviços de que mais precisam;Agentes de desenvolvimento familiar (uma espécie de agentecomunitário de saúde com escopo ampliado) com capacidade epoderes para, em conjunto com as famílias, diagnosticar, formularestratégias, mobilizar os recursos necessários, acompanhar e incentivaras famílias em sua trajetória de saída da pobreza.

I. 2 A efetividade do salário mínimo comoinstrumento para reduzir a pobreza e a

desigualdade no Brasil

Um dos objetivos do salário mínimo é a redução da pobreza e dadesigualdadeComo a efetividade do salário mínimo no combate à pobreza e àdesigualdade se compara a de outros ínstrumentos como o BolsaFamília e o Salário Família?No combate à extrema pobreza, o Bolsa Família é 7 vezes mais efetivoque o salário mínimo. Isto é, com 15% dos recursos gastos com umaumento no salário mínimo, o Bolsa Família é capaz de alcançar omesmo impacto sobre a extrema pobreza.No combate à pobreza, o Bolsa Família é 2,5 vezes mais efetivo,levando a que com 40% dos recursos gastos com um aumento nosalário mínimo, o Bolsa Família seja capaz de alcançar o mesmoimpacto sobre a pobreza.

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A efetividade do salário mínimo comoinstrumento para reduzir a pobreza e a

desigualdade no Brasil

• No combate à desigualdade, o Bolsa Família é 5 vezes mais efetivoque o salário mínimo. Isto é, com 20% dos recursos gastos com umaumento no salário mínimo o Bolsa Família é capaz de alcançar omesmo impacto sobre a desigualdade.Em todos os casos analisados, a efetividade do Salário Família é bemsuperior à do salário mínimo, embora inferior a do Bolsa Família.A baixa efetividade do salário mínimo não é surpreendente. Ela seguedos seguintes fatores:• Dentre as famílias pobres, menos de 15% têm ao menos um empregado

com remuneração próxima ao minimo e apenas 6% têm pelo menos umidoso.Menos de 10% dos empregados com remuneração próxima ao mínimovivem em tàmílias extremamente pobres e 30% em famílias pobres.

• Apenas 22% destes empregados com remuneração próxima ao mínimosão chefes de famílias pobres.

1.3 O Sistema de Saúde Brasileiro:objetivos de políticas

controlar o crescimento dos custos gerais em saúde;estabelecer mecanismos de fInanciamento do setor saúde que sejameqüitativos e sustentáveis;assegurar um acesso eqüitativo aos serviços e bens de saúde;elevar a produtividade geral na prestação de serviços e na produção debens de saúde;adequar a prestação, e a intermediação de serviços privados de saúde, àcapacidade de pagamento e às necessidades gerais da população;reduzir os tempos gerais de esperas nas fIlas dos serviços públicos;facilitar a inclusão dos trabalhadores informais no sistema público e nosistema privado de saúde (também como contribuinteslfInanciadores).

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o Sistema de Saúde Brasileiro: propostas

Estabelecer paradigmas de comparação detalhados para avaliar eelaborar políticas de saúde no Brasil: sugere-se que o Brasil se associeao banco de dados de saúde da OCDE;Ao avaliar, não discriminar prestadores públicos ou privados. Comoavaliadores, utilizar instituições independentes, além dos governos e asassociações classistas. A auto-regulação, e a competição regulada,complementariam os incentivos para a melhoria do sistema de saúde.Melhorar a coordenaçãolhierarquização no sistema. Priorizar aregionalização e a formação de consórcios municipais e a efetivadefinição das responsabilidades das Secretarias Estaduais de Saúde,dos Conselhos Comunitários e das Comissões de Saúde;Incrementar as informações sobre os prestadores de serviços privadosque não contratam com o SUS. Utilizar a ANS e a ANVISA;Introduzir um regime de .Dedicação ExclusliJa (como nos docentes emalgumas Universidades Públicas) e um fundo de complementaçãosalarial (nos moldes dos fundos para a educação básica e fundamental)no Setor Público em Saúde. Devemos reduzir os conflitos de interesseentre as atividades no setor público e no setor privado e asconseqüentes quedas de orodutividade em ambos os setores.

o Sistema de Saúde Brasileiro: propostas (2)

Incentivar a constituição de planos de saúde coletivos por entidades declasse, associações e federações, entidades recreativas, associações demoradores, visando os trabalhadores em pequenas empresas, osinformais e por conta própria, hoje praticamente excluídos dos planos;O SUS deveria dar tratamento preferencial aos prestadores de serviçosque atendessem exclusivamente aos pacientes do SUS;Colocar a administração das filas em saúde no Brasil no nívelobservado em países com sistemas de saúde comparáveis;Alterar o atual sistema de pagamentos aos hospitais do SUS. Sugere-secontemplar um valor fixo, para cobrir parte dos custos fixos, um valorper capila, para incentivar a expansão do atendimento, e um valorrelacionado ao desempenho, avaliado por metas de qualidade e deeficiência;A adoção de novas tecnologias, incluindo medicamentos e novosmétodos de diagnóstico, além dos testes clínicos, deve atender critériosde custo-efetividade e de relevância epidemiológica.Introdução de subsídios (passagens, alimentos) nos tratamentos dospobres que sofrem determinadas doenças (tuberculose, hanseníase,diabetes etc) para ampliar o acesso e a efetividade.

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1.4 Educação Superior: diagnósticoa cada ano, cerca de 75% dos jovens que terminam o ensino médio nãoingressam na universidade. Há duas décadas, esta proporção era 5pontos percentuais menor, indicando que o gargalo educacional aofinal desse ciclo vem aumentando no país;isso ocorre mesmo quando se leva em conta que houve a expansãomédia anual de 15% nas vagas de ingresso, e que seu número é hojeapenas um pouco menor que o de alunos que concluem o ensino médioa cada ano: 1,6 e 1,8 milhão, respectivamente;o problema é o elevado estoque de demanda não atendida no passado,que concorre com o fluxo atual de egressos do ensino médio. São 12milhões de pessoas com até 29 anos de idade que completaram oensino médio e pararam de estudar. Para que todos fossem atendidosseria necessário que a oferta de vagas superasse por vários anos o seuvalor histórico.

Educação Superior: propostasAlterar a forma de concessão dos subsídios que o Estado direcionapara a educação superior: ao invés de canalizá-los através dauniversidade pública, passar a ter como foco o indivíduo;Com isso torna-se possível separar a questão do acesso à universidadeda do acesso à gratuidade (hoje essas duas questões se confundem nomomento do vestibular, quando o subsídio é concedidoautomaticamente para quem ingressa numa universidade pública);Para aqueles que se beneficiam da educação superior, o que importa éa qualidade da educação recebida e o seu custo privado: do ponto devista do beneficiário, dada uma qualidade e um custo, pouco importase a provisão do serviço é pública ou privada;do ponto de vista do governo, o que justifica o subsídio à educação é aextemalidade gerada pelo ensino superior ou a pobreza do beneficiário,não importando se a educação está sendo adquirida numa universidadepública ou privada.

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11.Políticas para aumento da eficiênciaeconômica e da competitividade

• Marco Regulatário (govemança das agênciasreguladoras e situação regulatória nos setores de aviaçãocivil, petróleo e gás natural, telecomunicações, energiaelétrica e saneamento)

• Reforma Trabalhista• Reforma do Judiciário• Política Comercial• Estímulo à Inovação.

11.1Marco RegulatórioAgências Reguladoras

• competências em licitações e celebrações de contratos deconcessão;

• transparência e prestação de contas;• contratos de gestão;• criação de ouvidorias em todas as agências e o

aperfeiçoamento das existentes;• duração e coincidência de mandatos;

• n~gras para o preenchimento de cargos.

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Marco Regulatório - Aviação Civil

necessidade da ANAC estabelecer-se como agência regulatória técnicae independente, adotando regras para a distribuição de rotas, s/oIs(espaços para aterrissagens e decolagens) e hOlrons(horários paratrânsito em aeroportos) que estimulem a expansão do mercado combase no princípio da concorrência e sem descuido das normas desegurança e provisão adequada dos serviçosÉ o oposto das diretrizes que orientaram a Res. n° 1, que fixa regraspara a distribuição de horários de pousos e decolagens nos aeroportoscentrais e estabelece o processo administrativo de distribuição, e queestabelecem clara vantagem às grandes empresas já operantes nomercado, inviabilizando a expansão e mesmo a participação no sorteiopor parte de empresas menores e entrantes.

Marco Regulatório - Petróleo e Gás Natural

A indústria petrolífera é um exemplo claro da dificuldade de aplicar aregulação econômica independente em mercado dominado porincumbente pública, cuja importância exacerba os conflitos de captura;O problema poderia ser minimizado por uma política de preços para osderivados de petróleo estabelecida que tomasse preços internacionaiscomo referência e conferisse transparência aos subsídios cruzadosentre derivados, reduzindo o poder de mercado da incumbente nosegmento de refino;O desafio é enfrentar o poder de mercado da incumbente no segmentode refmo sem, para tanto, retomar ao paradigma do controle de preços.

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Marco Regulatório - Petróleo e Gás Natural (2)

No segmento do gás natural, o acesso não-discriminatório à rede detransporte de gás constitui mecanismo indispensável para prevenirpráticas anti-competitivas;Sugere-se a instituição regulada de compensações financeiras para oinvestidor em contrapartida à aquiescência com a regra do livre acesso.Elas permitiriam neutralizar os fatores que, nesse mercado, tomam olivre acesso incompatível com os investimentos de longo prazonecessários à sua expansão, além de minimizar o risco regula tório.A criação de compensações deveria se dar apenas em regime deexceção, mediante condições muito particulares e devidamentecomprovadas pelos carregadores pioneiros. Tais exceções sejustificariam pela imprevisibilidade de alterações regulatórias ou pelaexistência de condições de mercado que tomem o investimento naexpansão da malha de gasodutos pouco atrativo.

Marco Regulatório - Telecomunicações

"competição, investimento e inovação" devem constituir o cerne daspolíticas para o setor;promover a convergência de tecnologias e a nova regulação daremuneração do acesso;respeitando os contratos estabelecidos, homogeneizar as regras dosdiferentes mercados à medida que empresas de rádio-difusão e TV acabo passem a disputar mercados semelhantes às empresas detelecomunicações fixas e móveis, seja na mídia, acesso à internet outelefonia;a "nova regulamentação de tarifas de acesso, tanto à rede fixa quanto àmóvel, baseada nos custos das operadoras, deve levar em conta aconjunção de bases de ativos, custos operacionais e custos de capitaleficientes e, principalmente, realistas.

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Marco Regulatório - Energia Elétrica

o modelo atual do setor elétrico caracteriza-se pela forte presençaestatal no segmento da geração (revertendo a tendência anterior deprivatização), pela centralização e pela diferenciação nas formas decontratação de energia entre consumidores livres e cativos dasdistribuidoras.A presença estatal significa que os incumbentes criam barreiras àentrada quando investimentos novos podem ser constantementecontestados por uma tarifa abaixo do seu custo de oportunidade.A diferenciação entre consumidores livres e cativos implica diferençasna forma de contratação e precificação da energia. O mercado livrepoderá ser mais vantajoso, pois os contratos bilaterais não carregam oônus do mercado regulado, tais como, o custo Itaipu, a energiaalternativa e a energia social (incluindo os famosos "gatos").Quem banca a saída dos grandes consumidores são os residenciais e osde pequeno porte que se mantém cativos.

Marco Regulatório - Energia Elétrica (2)

A contratação da energia para o mercado cativo através do poolapresenta riscosna medida em que um regime de contratação de longo prazo junto a um únicocomprador com forte conotação governamental, tal como a CCEE, e cominstrumentos de revisão de taritã de pouca flexibilidade pode inibir o tluxo deinvestimentos, em particular, no mercado cativo;Cabe assim urna atenção redobrada no desenvolvimento do novo marcoregulatório do setor e que os ajustes de rota sejam oportunos, evitando que osproblemas do passado não se repitam;No segmento de distribuição, haverá um novo ciclo de revisões tarifárias a partirde 2007 - é fundamental que princípios de simplicidade e transparêncianorteiem a metodologia que será empregada no segundo ciclo de revisões,sobretudo no que se refere aos critérios e detalhes considerados na determinaçãoda base de ativos a serem remunerados;É importante ainda que métodos modernos de avaliação de eficiência, que levemem conta as particularidades geográficas e operacionais de cada empresa,passem a ser sistematicamente empregados nas revisões tarifárias.

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Marco Regulatório - Saneamento

Considerando a necessidade de investimentos anuais da ordem de 0,5% doPIS, o papel dos investimentos privados é crucial para o desenvolvimento dosetor de saneamento. Para que isso ocorra, é preciso definir um marcoregulatório transparente e criveI;O Projeto de Lei 5296 avança na govemança regulatória do setor ao exigirtransparência das metas, tarifas e subsídios;"As concessões às empresas privadas no caso de consórcios de municípiospoderão se valer de contratos de programa que dispensem licitações paracontratar empresas públicas de saneamento;A ausência de licitação poderá permitir que as negociações de contratos deserviços incluam outras questões, nobres ou não, para a determinação de metase tarifas;Faltam ainda incentivos de eficiência, com a aplicação de princípios detarifação que beneficiariam as empresas com desempenho mais eficiente epenalizariam as ineficientes;

Marco Regulatório - Saneamento (2)

É fundamental evitar que a discussão gire em tomo da controvérsia sobre opoder concedente e o papel do setor privado. Este será novamente um falsodebate;Se o poder concedente for municipal, é preciso incluir mecanismos deincentivos à criação e controle dos consórcios para que as escalas de operaçãoótimas sejam alcançadas e a gestão destes maximize o bem-estar dos usuáriose permita um ambiente favorável aos investimentos;Se, ao contrário, o poder concedente nas áreas metropolitanas for estadual,então os incentivos funcionariam às avessas no sentido de orientar os estados acriarem áreas de operação de acordo com os ganhos de escala e densidade e aevitarem um monopólio acima do tamanho ótimo;não seria totalmente incabível criar, também, um ambiente de concorrênciapara as operadoras estaduais, estimulando licitações para as concessões que seexpiram de modo a atrair novas fontes de investimentos e operação, em

particular do setor privado.

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11.2Reforma do Judiciárioo Brasil apresenta um nível de segurança jurídica inferior à mediana mundial, e que essedéficit é ainda mais significativo quando se considera o nível de renda per capita do País.Pelo menos quatro fatores se combinam para produzir esse resultado:

-/ Freqüentes mudanças nas "regras do jogo", com a Administração Pública agindo paramodificar ou invalidar seus atos pretéritos. Isso inclui desde a quebra de contratos até asconstantes alterações nas regras tributárias. A morosidade no ressarcimento dos agentesprivados, tanto pela recorrência a mecanismos protelatórios, como, uma vez o Estadocondenado em juízo, pela demora no pagamento de precatórios, é outro problema grave;

-/ Altos patamares de criminalidade e de tolerância com o desrespeito à lei, aos contratos eaos direitos de propriedade.

-/ A má qualidade da produção legislativa, resultando em leis que, muitas vezes, sãoambíguas e conflitantes com outras normas;

-/ Decisões judiciais freqüentemente motivadas pelas visões políticas dos magistrados, muitasvezes sem demonstrar grande preocupação em seguir ajurisprudência estabelecida pelosTribunais Superiores, dando margem à chamada "politização do Judiciário".

Reforma do JudiciárioMedidas recentes representaram passos importantes para reduzir a morosidadeda Justiça;Mas, este é apenas o mais evidente e menos polêmico problema dajustiçabrasileira. Para aproximar o desempenho do nosso judiciário da boa práticainternacional é preciso ir além: é necessário melhorar a qualidade das leis emgeral, ser mais ousado no aprimoramento da gestão judiciária e,principalmente, mudar a cultura dos operadores do direito. A prioridade deveser, como até aqui, permitir à Justiça fàzer mais com os recursos de que jádispõe, em lugar de buscar mais dinheiro para fazer mais da mesma forma;Deve-se implantar melhores sistemas de informação e de fluxos de processos,transferir parte das responsabilidades administrativas para gestoresprofissionais e melhorar a gestão de casos - por exemplo, agrupando casossemelhantes e julgando-os todos de uma vez, em lugar de pela ordem dechegada;É preciso empreender uma significativa mudança da mentalidade dosoperadores do direito, que sirva para valorizar a agilidade, a previsibilidade e aimparcialidade como parâmetros fundamentais de avaliação das decisõesjudiciais, independentemente da identidade ou estrato social das partes;Uma forma de estimular essa mudança de cultura é adotar indicadores dedesempenho dos juizes como critério de promoção, em substituição à simplescontagem do tempo no cargo

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Reforma do JudiciárioValorizar o trabalho do juiz de I a instância, reduzindo os incentivos aque as partes recorram à 2a instância e, principalmente aos TribunaisSuperiores. A Súmula Vinculante, a Súmula Impeditiva de Recursos eo efeito vinculante para a Administração Pública de decisões do STF,assim como a exigência de que se mostre a repercussão geral dadisputa para que se recorra ao STF, são passos importantes nessesentido, mas que ainda precisam ser postos em prática. Uma maiorauto-disciplina do Governo, nos seus diversos níveis, no uso derecursos protelatórios, mormente em causas repetitivas, tambémcontribuiria muito para esse objetivo;Adotar a Selic como indexador de dívidas judiciais, inclusiveprecatórios, e do pagamento de compensações às partes, de forma areduzir o incentivo financeiro à procrastinação;valorização pela Justiça das decisões colegiadas das agênciasreguladoras e do CADE, com a inversão do ônus da prova em termosda sustentabilidade de suas decisões (que continuariam válidas até quea demanda fosse decidida em juízo, no mérito, em última instância);Alongar e valorizar mais o período de treinamento dos novos juízes,antes do efetivo exercício jurisdicional. (por exemplo, como osdiplomatas são treinados após admissão na carreira).

11.3Reforma Trabalhista

• Oconjunto de direitos individuais previstos na CLT - garantia de núnimos, comoférias remuneradas, e encargos, como o décimo terceiro salário - impõemrestrições sobre os contratos que, além de elevarem o custo do fator trabalho,limitam sobremaneira a flexibilidade das relações trabalhistas, até porque a CLTconsagra o princípio de que os contratos coletivos se sobrepõem aos individuais;

• por mais que se tenha clareza das dificuldades políticas envolvidas, é preciso revere minimizar esse rol de direitos, sem prejtÚzo das condições de saúde e segurançado trabalhador, bem como caminhar na direção de, quando de acordo com odesejo e interesse expressos do trabalhador e respeitado o conjunto revisto dedireitos, o contrato individual não se submetesse ao coletivo;

• de forma um pouco mais ousada, privilegiar a flexibiliiação das negociaçõescoletivas com a prevalência, com salvaguardas a serem estabelecidas, doneg()Ciado sobre o legislado;

• restringir o acesso ao fundo a situações especiais, conferindo a ele um carátermais previdenciário, e eliminar a multa rescisória, ou modificar o seu destino paraum sistema de seguro-desemprego mais eficiente;

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Reforma Trabalhista

• o salário núnimo hoje em dia é mais importante do ponto de vista da políticafiscal do que do mercado de trabalho; mesmo no âmbito estrito do mercado detrabalho, as disparidades regionais em termos do grau de dinamismo de seusrespectivos mercados tornam, do ponto de vista de racionalidade econômica eadministrativa, inescapável a recomendação de reavaliar os prós e os contras daadoção de um salário núnimo nacional, vis-à-vis a opção por núnimos regionais,em maior consonância com a realidade de cada mercado;

• no que tange à Justiça do Trabalho, o seu papel como instância de conciliação,legitimando a negociação entre as partes no caso de descumprimento dalegislação ou contratos, provê incentivos para o desrespeito às leis e nãorecolhimento, ou pagamento, de obrigações por parte dos empregadores, ou atémesmo de pleitos improcedentes por parte dos trabalhadores, haja vista apossibilidade de acordos intermediários em juízo. Nesse caso, a recomendação éconferir à justiça trabalhista o papel de árbitro - "ou tudo ou nada" - para adecisão de conflitos, deixando para estágios pré-apelação

11.4Política Comercial

Para evitar que as medidas de liberalização adicional das importaçõespossam comprometer o objetivo de conseguir um maior acesso amercado nas negociações comerciais, uma liberalização unilateraldeveria contemplar apenas alguns setores, como, por exemplo, aindústria automotiva. Uma medida que contribuiria para a redução daproteção efetiva ao setor seria o fim do desconto de 40% nas tarifas deautopeças;Uniformização de níveis tarifários. Neste sentido, o tratamento dado abens de capital deveria ser equivalente ao dispensado a bens deinformática, o que seria permitido com uma diminuição das tarifas deimportação de ambos os setores e uma harmonização dos valores doIPI;a definição de uma tarifa externa comum de bens de capital para oMercosul, que implicaria necessariamente em uma redução em relaçãoao nível de 14%, possibilitaria a eliminação de "ex" tarifários esistemas integrados pelo Brasil

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Política Comercial

Na política de exportações, é fundamental a implementação demedidas que permitam o acesso total aos créditos acumulados deICMS na exportação, seja através da reforma tributária ou por meio decompensação aos estados;A consolidação do Mercosul depende, em larga medida, da formulaçãode uma nova tarifa externa comum, cuja principal divergênciaencontra-se nas tarifas de bens de capital. A harmonização dos regimesespeciais de importação e a unificação da legislação sobre a aplicaçãode medidas de defesa comercial devem também ser priorizadas, bemcomo a eliminação progressiva das barreiras não-tarifárias entre ospaíses do bloco;Nas negociações internacionais, o Brasil deve sinalizar maiordisposição para reduções tarifárias em produtos industriais, sempre queos parceiros comerciais se mostrem mais comprometidos com ofertasem acesso aos mercados de produtos agrícolas condizentes com oequilíbrio nas negociações

11.5Política de Inovação Tecnológica

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111.Política Econômica

Propõe-se um plano de longo prazo (15 anos), que contemple asseguintes etapas:

,./ adoção, em 2007, de um conjunto de medidas fiscais para 2007 e 2008,centradas na contenção do crescimento do gasto público, com oobjetivo de atingir já em 2009 o "déficit zero" ou algo muito próximodisso. Tendo em vista a trajetória das demais variáveis, essa meta setraduz no aumento da meta de superávit primário, dos 4,1% do PIEprevistos para 2006, para 4,5% do PIE em 2007, o que viabilizarianovas reduções das taxas de juros para chegar a ter Necessidades deFinanciamento do Setor Público (NFSP) nulas em 2009;

,./ obtenção de um superávit nominal nas contas públicas em 2010,utilizando-se a redução esperada da carga de juros primordialmentepara a obtenção de superávits nominais e, progressivamente, parafuturas reduções do superávit primário;

,./ manutenção de um superávit nominal nas contas públicas (NFSPnegativas) de até 1% do PIE até o final do Governo de 2011/2014, emmoldes similares à política fiscal adotada no Chile, ampliando aestratégia traçada para a segunda metade da gestão de Governo2007/2010;

III.! Metas de Inflação

após dois anos respeitando a meta de 4,50 % em 2007 e 2008, o próximogoverno deveria avançar gradualmente no caminho da desinflação e operarcom metas ligeiramente menores em 2009 e 20 IO;

definir como objetivo de longo prazo da política monetária, a ser alcançado emprazo ainda propositalmente indefinido, uma inflação da ordem de 3 %;

encaminhar ao Congresso da proposta que conceda autonomia operacional aoBanco Central, adaptando o país às melhores práticas institucionais adotadasno resto do mundo;

encaminhar proposta à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE)para que, quando o Banco Central passe a ter autonomia, ele seja obrigado arespeitar uma "banda larga" de inflação no intervalo de I % a 5 %,caracterizando o compromisso com a estabilidade como uma política deEstado - e não de um Governo específico;

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Metas de Inflação

Estabelecer que a atuação do Banco Central no dia-a-dia será definida noslimites de uma "banda estreita" - com intervalo entre piso e teto de 200 pontosbásicos, ao invés dos 400 atuais;Ampliar a composição do CMN, preservando-se entretanto a característica deser composto apenas por Ministros, mas incorporando o Ministro-Chefe daCasa Civil em substituição ao Presidente do Banco Central, revelando oinequivoco caráter político e emanado da autoridade do Presidente daRepública da decisão acerca da meta de inflação e tomando o Banco Centralum executor claro dessa política;Ampliar o horizonte de referência para as decisões do CapaM para que taisdecisões se pautem pelo objetivo de cumprir a meta de inflação do anoseguinte ao de referência, e não necessariamente do ano em curso, parapermitir absorver eventuais choques de forma mais suave;permitir a um representante do Ministro da Fazenda - o Secretário do Tesouroou de Política Econômica - participar das reuniões do Conselho de PolíticaMonetária (CapaM), ainda que sem direito a voto, como forma de aperfeiçoaros mecanismos de coordenação entre as políticas fiscal e monetária.

111.2Reforma da Previdência (para 2007)

a desvinculação entre o piso previdenciário e o salário mínimo;a explicitação na Constituição de que todas as aposentadoriasserão corrigidas por um índice de preços a ser definido em Lei,igualando o Brasil à grande maioria dos países do mundo, ondea remuneração dos aposentados, na melhor das hipóteses,acompanha a inflação, porém sem aumentos reais;a adoção, por parte do INSS, do princípio da idade mínima, de55 anos para as mulheres e 60 anos para os homens, jáexistente no regime dos servidores públicos;o aumento gradual dessa idade mínima ao longo dos próximos15a 20 anos, para o regime geral da Previdência Social e paraos servidores públicos;

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Page 18: AgendaparaoCrescimentoEconômico e ReduçãodaPobreza · na forma decontratação eprecificação daenergia. Omercado livre poderá ser mais vantajoso, pois os contratos bilaterais

Reforma da Previdência (para 2007)

a redução de 5 para 2 anos da diferença de idade de aposentadoriaexigida para homens e mulheres;o incremento da exigência contributiva para aqueles que se aposentampor idade, de 15 para 25 anos ao longo de 20 anos de transição;a eliminação, ao longo de um período de transição de 10 anos, dosregimes especiais com 5 anos de diferença em relação ao resto daspessoas, dos professores e dos empregados do meio rural;a redução dos novos benefícios assistenciais concedidos para 75 % dopiso previdenciário, para caracterizar claramente uma distinção entreos dois tipos de benefício;o retomo da idade de elegibilidade da Lei Orgânica da AssistênciaSocial (LOAS) aos 70 anos originais da legislação de 1993,posteriormente reduzida para os atuais 65 anos, sem que na épocativesse havido qualquer preocupação acerca dos efeitos de longoprazo dessa redução e na direção exatamente contrária ao que deveriaocorrer levando em conta a maior longevidade da população.

111.3 Reforma Fiscal

prorrogação da CPMF, mas com redução da carga tributária, mediante avigência de aliquotas gradualmente declinantes até um limite inferior de 0,01%, mantido apenas com fins de fiscalização;

prorrogação da DRU, mas com percentuais gradualmente crescentes,até 35 %, para permitir uma maior liberdade alocativa ao Governo demodo a melhorar a estrutura de despesas e poder promover realocaçõesao longo do tempo;definição de um teto para o crescimento real das despesas com pessoalde cada um dos três poderes, para evitar a explosão desse tipo degastos que tem se verificado, por exemplo, em 2006;mudança da Emenda Constitucional da Saúde, promovendo asubstituição do princípio da vinculação ao PIB pela obrigatoriedade deaumento real, porém em níveis inferiores aos de crescimento do PIB,permitindo assim uma redução do peso relativo dessa rubrica;adoção de um teto gradualmente declinante como proporção do PIBpara as despesas correntes do Governo Central, concomitantementecom os dois pontos anteriores

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