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Didatismo e Conhecimento LÍNGUA PORTUGUESA 1 AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES JUL/2011 FONÉTICA E FONOLOGIA Fonética e Fonologia são o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma. Ao estudar a maneira como os fones (sons) se organizam dentro de uma língua, classica-os em unidades capazes de distinguir signicados, chamadas fonemas.  Neste estudo veremos: - Letra e Fonema - Sílaba - Acentuação Gráca - Ortoepia e Prosódia - Emprego do Hífen  Letra e Fonema  Letra é o sinal gráco da escrita. Exemplos: pipoca (tem 6 letras); hoje (tem 4 letras). Fonema é o menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de signicado entre palavras. Veja, nos exemplos, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de palavras: bar – mar ela – vela sela – sala  Não confunda os fonemas com as letras. Fonema é um elemento acústico e a letra é um sinal gráco que representa o fonema. Nem sempre o número de fonemas de uma palavra corresponde ao número de letras que usamos para escrevê-la. Na  palavra chuva, por exemplo, temos quatro fonemas, isto é, quatro unidades sonoras [xuva] e cinco letras. Certos fonemas podem ser representados por diferentes letras. É o caso do fonema /s/, que pode ser representado por: s (pensar) – ss (passado) –  x (trou  x e) – ç (caçar) – sc (nascer) –  xc (e  xcelente)  – c (cinto) – (deo) Às vezes, a letra “x” pode representar mais de um fonema, como na palavra táxi. Nesse caso, o “x” representa dois sons, pois lemos “táksi”. Portanto, a palavra táxi tem quatro letras e cinco fonemas. Em certas palavras, algumas letras não representam nenhum fonema, como a letra h, por exemplo, em palavras como hora, hoje, etc., ou como as letras m e n quando são usadas apenas para indicar a nasalização de uma vogal, como em canto, tinta, etc. Classicação dos Fonemas Os fonemas classicam-se em vogais, semivogais e consoantes. Vogais: são fonemas resultantes das vibrações das cordas vocais e em cuja produção a corrente de ar passa livremente na cavidade bucal. As vogais podem ser orais e nasais. Orais: quando a corrente de ar passa apenas pela cavidade  bucal. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u. Exemplos: já, pé, vê, al, pó, dor, uva.  Nasais: quando a corrente de ar passa pela cavidade bucal e nasal. A nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas letras n e m. Exemplos: mãe, venda, lindo, pom  ba, nunca. Observação: As vogais ainda podem ser tônicas ou átonas, dependendo da intensidade com que são pronunciadas. A vogal tônica é pronunciada com maior intensidade: café, b ola, vdro. A vogal átona é pronunciada com menor intensidade: café, bola, vidr o.  Semivogais: são os fonemas /i/ e /u/ quando, juntos de uma vogal, formam com ela uma mesma sílaba. Observe, por exemplo, a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na sílaba  pai, o fonema vocálico /i/ não é tão forte quanto o fonema vocálico /a/; nesse caso, o /i/ é semivogal. Consoantes: são os fonemas em que a corrente de ar, emitida para sua produção, teve de forçar passagem na boca, onde determinado movimento articulatório lhe criou embaraço. Exemplos:  g ao, pena, ao.  Encontro Vocálicos -  Ditongos: é o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Exemplos: pai (vogal + semivogal = ditongo decrescente); ginásio (semivogal + vogal = ditongo crescente). - Tritongos: é o encontro de uma semivogal com uma vogal e outra semivogal numa mesma sílaba. Exemplo: Parag uai . -  Hiatos: é a sequência de duas vogais numa mesma palavra mas que pertencem a sílabas diferentes, pois nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Exemplos: saí da (sa-í-da), jui z (ju-z)  Encontro Consonantais Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogal intermediária. Exemplos:  or,  gr ade, di  gno.  Dígrafos Grupo de duas letras que representa apenas um fonema. Exemplos: passo (ss = fonema /s/), nascimento (sc = fonema /s/), queijo (qu = fonema /k/) Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos. - Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç (desça), lh (lho), xc (excelente), qu (quente), nh (vinho), rr (ferro), gu (guerra) - Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, vento), im, in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto), um, un (tumba, mundo) Atenção: nos dígrafos, as duas letras representam um só fonema; nos encontros consonantais, cada letra representa um fonema. Observe de acordo com os exemplos que o número de letras e fonemas não precisam ter a mesma quantidade. - Chuva: tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem um único som.

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AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES JUL/2011

FONÉTICA E FONOLOGIA

Fonética e Fonologia são o ramo da Linguística que estudao sistema sonoro de um idioma. Ao estudar a maneira como osfones (sons) se organizam dentro de uma língua, classica-os emunidades capazes de distinguir signicados, chamadas fonemas. Neste estudo veremos:

- Letra e Fonema- Sílaba- Acentuação Gráca

- Ortoepia e Prosódia- Emprego do Hífen

 Letra e Fonema

 Letra é o sinal gráco da escrita. Exemplos: pipoca (tem 6letras); hoje (tem 4 letras).

Fonema é o menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de signicado entre palavras. Veja, nos exemplos,os fonemas que marcam a distinção entre os pares de palavras:

bar – mar  t ela – vela sela – sala

  Não confunda os fonemas com as letras. Fonema é umelemento acústico e a letra é um sinal gráco que representa ofonema. Nem sempre o número de fonemas de uma palavracorresponde ao número de letras que usamos para escrevê-la. Na palavra chuva, por exemplo, temos quatro fonemas, isto é, quatrounidades sonoras [xuva] e cinco letras.

Certos fonemas podem ser representados por diferentes letras.É o caso do fonema /s/, que pode ser representado por: s (pensar) – ss (passado) –  x (trou x e) – ç (caçar) – sc (nascer) –  xc (e xcelente) – c (cinto) – sç (desço)

Às vezes, a letra “x” pode representar mais de um fonema,como na palavra táxi. Nesse caso, o “x” representa dois sons, poislemos “táksi”. Portanto, a palavra táxi tem quatro letras e cincofonemas.

Em certas palavras, algumas letras não representam nenhumfonema, como a letra h, por exemplo, em palavras como hora,hoje, etc., ou como as letras m e n quando são usadas apenas paraindicar a nasalização de uma vogal, como em canto, tinta, etc.

Classicação dos Fonemas

Os fonemas classicam-se em vogais, semivogais econsoantes.

Vogais: são fonemas resultantes das vibrações das cordasvocais e em cuja produção a corrente de ar passa livremente nacavidade bucal. As vogais podem ser orais e nasais.

Orais: quando a corrente de ar passa apenas pela cavidade bucal. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u. Exemplos: já, pé, vê, ali , pó, dor,uva.

 Nasais: quando a corrente de ar passa pela cavidade bucal enasal. A nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas letras ne m. Exemplos: mãe, venda, lindo, pom ba, nunca.

Observação: As vogais ainda podem ser tônicas ou átonas,dependendo da intensidade com que são pronunciadas. A vogaltônica é pronunciada com maior intensidade: café, bola, vi dro.A vogal átona é pronunciada com menor intensidade: café, bola,vidr o.

 Semivogais: são os fonemas /i/ e /u/ quando, juntos de uma

vogal, formam com ela uma mesma sílaba. Observe, por exemplo,a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na sílaba pai, o fonema vocálico /i/ não é tão forte quanto o fonema vocálico/a/; nesse caso, o /i/ é semivogal.

Consoantes: são os fonemas em que a corrente de ar,emitida para sua produção, teve de forçar passagem na boca,onde determinado movimento articulatório lhe criou embaraço.Exemplos: g at o, pena, l ad o.

 Encontro Vocálicos

-  Ditongos: é o encontro de uma vogal e uma semivogal(ou vice-versa) numa mesma sílaba. Exemplos: pai  (vogal +

semivogal = ditongo decrescente); ginásio (semivogal + vogal =ditongo crescente).

- Tritongos: é o encontro de uma semivogal com uma vogal eoutra semivogal numa mesma sílaba. Exemplo: Paraguai .

- Hiatos: é a sequência de duas vogais numa mesma palavramas que pertencem a sílabas diferentes, pois nunca há mais de umavogal numa sílaba. Exemplos: saí da (sa-í-da), jui z (ju-i z)

 Encontro Consonantais

Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogalintermediária. Exemplos:  or, gr ade, di gno.

 Dígrafos

Grupo de duas letras que representa apenas um fonema.Exemplos: passo (ss = fonema /s/), nascimento (sc = fonema /s/),queijo (qu = fonema /k/)

Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos.

- Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç (desça),lh (lho), xc (excelente), qu (quente), nh (vinho), rr (ferro), gu(guerra)

- Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, vento), im,in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto), um, un (tumba, mundo)

Atenção: nos dígrafos, as duas letras representam um só

fonema; nos encontros consonantais, cada letra representa umfonema.

Observe de acordo com os exemplos que o número de letras efonemas não precisam ter a mesma quantidade.

- Chuva: tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem um únicosom.

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AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES JUL/2011

- Hipopótamo: tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” nãotem som.

- Galinha: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem umúnico som.

- Pássaro: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem umúnico som.

- Nascimento: 10 letras e 8 fonemas, já que não se pronunciao “s” e o “en” tem um único som.

- Exceção: 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som o “x”.- Táxi: 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de “ks”.- Guitarra: 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um único

som e o “rr” também tem um único som.- Queijo: 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um únicosom.

Repare que através do exemplo a mudança de apenas umaletra ou fonema gera novas palavras: C a v a l o / C a v a d o / C al a d o / C o l a d o / S o l a d o.

 Exercícios

01. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas sãoas letras que a compõem é:

a) importância b) milharesc) sequer d) técnicae) adolescenteResposta “D”.Em d, a palavra possui 7 fonemas e 7 letras. Nas demais

alternativas, tem-se: a) 10 fonemas / 11 letras; b) 7 fonemas / 8letras; c) 5 fonemas / 6 letras; e) 9 fonemas / 11 letras.

02. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta nãoum, mas dois fonemas?

a) exemplo b) complexoc) próximosd) executivoe) luxo

Resposta “B”. Na palavra complexo, o x equivale ao fonema /ks/.

03. Qual palavra possui dois dígrafos?a) fechar  b) sombrac) ninhariad) correndoe) pêssegoResposta “D”.Em d, há o dígrafo “rr” e o dígrafo nasal “en”.

04. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulosapresenta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato, hiato,

ditongo.a) jamais / Deus / luar / daí b) joias / uir / jesuíta / fogaréuc) ódio / saguão / leal / poeirad) quais / fugiu / caiu / históriaResposta “B”.Observe os encontros: oi, u - i, u - í e éu.

05. Os vocabulários passarinho e querida possuem:a) 6 e 8 fonemas respectivamente; b)10 e 7 fonemas respectivamente;c) 9 e 6 fonemas respectivamente;d) 8 e 6 fonemas respectivamente;e) 7 e 6 fonemas respectivamente.Resposta “D”.

06. Quantos fonemas existem na palavra paralelepípedo:a) 7 b) 12

c) 11d) 14e) 15Resposta “D”.

07. Os vocábulos pequenino e drama apresentam,respectivamente:

a) 4 e 2 fonemas b) 9 e 5 fonemasc) 8 e 5 fonemasd) 7 e 7 fonemase) 8 e 4 fonemasResposta “C”.

08. O “I” não é semivogal em:a) Papai b) Azuisc) Médiod) Rainhae) HeróiResposta “D”.

09. Assinale a alternativa que apresenta apenas hiatos:a) muito, faísca, balaústre. b) guerreiro, gratuito, intuito.c) uido, fortuito, Piauí.d) tua, lua, nua.e) n.d.a.Resposta “D”.

10. Em qual dos itens abaixo todas as palavras apresentamditongo crescente:

a) Lei, Foice, Roubo b) Muito, Alemão, Viuc) Linguiça, História, Áread) Herói, Jeito, Quiloe) Equestre, Tênue, RibeirãoResposta “C”.

 Sílaba

A palavra amor  está dividida em grupos de fonemas pronunciados separadamente: a - mor. A cada um desses grupos

 pronunciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba.Em nossa língua, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal: nãoexiste sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal emcada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas deuma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra.Atenção: as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podemrepresentar semivogais.

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Classicação das palavras quanto ao número de sílabas

- Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exemplos: mãe,or, lá, meu;

- Dissílabas:  possuem duas sílabas. Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í,trans-por;

- Trissílabas:  possuem três sílabas. Exemplos: ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir;

- Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exemplos:a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta.

 Divisão Silábica

 Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintesnormas:

- Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: f oi-ce,a-ve-ri-guou;

- Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exemplos:cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa;

- Não se separam os encontros consonantais que iniciam sílaba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co;

- Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin-ga, f i-el, sa-ú-de;

- Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. Exemplos:car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te;

- Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas,excetuando-se aqueles em que a segunda consoante é  l   ou  r . Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car.

 Acento Tônico

 Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade sonora do que as demais.

calor - a sílaba lor é a de maior intensidade.faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade.sólido - a sílaba só é a de maior intensidade.

Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas palavras,

em meio à sílabas de menor intensidade, é um dos elementos quedão melodia à frase.

 Classicação da sílaba quanto a intensidade

-Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade.- Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensidade.- Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária. Ocorre,

 principalmente, nas palavras derivadas, correspondendo à tônicada palavra primitiva.

Classicação das palavras quanto à posição da sílaba tônica

De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos

da língua portuguesa que contêm duas ou mais sílabas sãoclassicados em:- Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última. Exemplos:

avó, urubu, parabéns- Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.

Exemplos: dócil, suavemente, banana- Proparoxítonos:  são aqueles cuja sílaba tônica é a

antepenúltima. Exemplos: máximo, pará bola, íntimo

Saiba que:- São palavras oxítonas, entre outras: cateter , mister , Nobel ,

novel , ruim, sutil , transistor , ureter .- São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, aziago,

boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, decano,  lantropo, uido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impudico,inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, misantropo, necropsia(alguns dicionários admitem também necrópsia)  , Normandia,

 pegada, policromo, pudico, quiromancia, rubrica, subido(a).- São palavras proparoxítonas, entre outras: aerólito, bávaro,

bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ômega, pântano,

trânsfuga.- As seguintes palavras, entre outras, admitem duplatonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceânia/ Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/reptil, zângão/ 

 zangão.

 Exercícios

1-Assinale o item em que a divisão silábica é incorreta:a) gra-tui-to; b) ad-vo-ga-do;c) tran-si-tó-rio;d) psi-co-lo-gi-a;e) in-ter-stí-cio.

2-Assinale o item em que a separação silábica é incorreta:a) psi-có-ti-co; b) per-mis-si-vi-da-de;c) as-sem-ble-ia;d) ob-ten-ção;e) fa-mí-lia.

3-Assinale o item em que todos os vocábulos têm as sílabascorretamente separadas:

a) al-dei-a, caa-tin-ga , tran-si-ção; b) pro-sse-gui-a, cus-tó-dia, trans-ver-sal;c) a-bsur-do, pra-ia, in-cons-ci-ên-cia;d) o-ccip-tal, gra-tui-to, ab-di-car;e) mis-té-rio, ap-ti-dão, sus-ce-tí-vel.

4-Assinale o item em que todas as sílabas estãocorretamente separadas:

a) a-p-ti-dão; b) so-li-tá-ri-o;c) col-mé-ia;d) ar-mis-tí-cio;e) trans-a-tlân-ti-co.

5-Assinale a divisão silábica errada:a) su-bli-me; b) sub-li-mi-nar-men-te;c) su-bo--ci-al;d) sub-li-nhar;e) sub-u-ma-no.

6-Assinale o item em que a separação das sílabas éincorreta:

a) ab-rup-to / ca-bi-a / boi-a-da b) cai-a / ca-í-a / bo-i-ão;c) su-bo--ci-al / su-pe-rá-ci-do / su-pe-ra-li-men-ta-do;d) joi-a / su-bes-ta-ção / trans-por-te / tran-sa-ri-a-no;e) obs-tru-ir / fas-cí-nio / tran-sa-tlân-ti-co.

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7- Assinale o item em que a divisão silábica está errada:a) tran-sa-tlân-ti-co / de-sin-fe-tar; b) subs-ta-be-le-cer / de-su-ma-no;c) cis-an-di-no / sub-es-ti-mar;d) ab-di-ca-ção / a-bla-ti-vo;e) fri-is-si-mo / ma-ci-is-si-mo.

8- Assinale a série em que os encontros de consoante maisL ou R não se separam na divisão silábica:

a) sublinear, subliteratura, subdelegado, sublinhar; b) ablativo, abluir, abrumar, adrede;

c) sublocar, submerso, sublunar, subdesenvolvimento;d) abrupto, ablegar, adlegar, sublenhoso;e) sublacustre, sublevar, sublinhar,sublinha.

9- Existe erro de divisão silábica no item:a) mei-a / pa-ra-noi-a / ba-lai-o; b) oc-ci-pi-tal / ex-ces-so / pneu-má-ti-co;c) subs-tân-cia / pers-pec-ti-va / fesds-pa-to;d) su-bli-nhar / su-blin-gual / a-brup-to;e) tran-sa-tlân-ti-co / trans-cen-der / tran-so-ce-â-ni-co.

10- A única alternativa correta quanto à divisão silábica é:a) ma-qui-na-ri-a / for-tui-to; b) tun-gs-tê-nio / ri-tmo; ;c) an-do-rin-ha / sub-o--ci-al;d) bo-ê-mi-a / ab-scis-sa;e) coe-são / si-len-cio-so.

 Respostas1-E / 2-C / 3-E / 4-D / 5-E / 6-B / 7-C / 8-B / 9-D / 10-A /

 Acentuação Gráca

Após várias tentativas de se unicar a ortograa da L ínguaPortuguesa, a partir de 1º de Janeiro de 2009 passou a vigorar noBrasil e em todos os países da CLP (Comunidade de países deLíngua Portuguesa) o período de transição para as novas regrasortográcas que se naliza em 31 de dezembro de 2012.

  Esse material já se encontra segundo o Novo AcordoOrtográco.

Tonicidade

 Num vocábulo de duas ou mais sílabas, há, em geral, uma quese destaca por ser proferida com mais intensidade que as outras: é asílaba tônica. Nela recai o acento tônico, também chamado acentode intensidade ou prosódico. Exemplos: café, janela, médico,estômago, colecionador.

O acento tônico é um fato fonético e não deve ser confundidocom o acento gráco (agudo ou circunexo) que às vezes o assinala.A sílaba tônica nem sempre é acentuada gracamente. Exemplo:

cedo, ores, bote, pessoa, senhor, ca ju, tatus, siri, abacaxis.As sílabas que não são tônicas chamam-se átonas (=fracas),e podem ser pretônicas ou postônicas, conforme estejam antesou depois da sílaba tônica. Exemplo: montanha, facilmente,heroizinho.

De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos commais de uma sílaba classicam-se em:

Oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: café, rapaz, es-critor, maracu já.

 Paroxítonos: quando a sílaba tônica é a penúltima: mesa, lá- pis, montanha, imensidade.

 Proparoxítonos: quando a sílaba tônica é a antepenúltima:árvore, quilômetro, México.

Monossílabos são palavras de uma só sílaba, conforme aintensidade com que se proferem, podem ser tônicos ou átonos.

Monossílabos tônicos são os que têm autonomia fonética,

sendo proferidos fortemente na frase em que aparecem: é, má, si,dó, nó, eu, tu, nós, ré, pôr, etc.

Monossílabos átonos são os que não têm autonomia fonética,sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas dovocábulo a que se apoiam. São palavras vazias de sentido comoartigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação, preposições,conjunções: o, a, os, as, um, uns, me, te, se, lhe, nos, de, em, e, que.

 Acentuação dos Vocábulos Proparoxítonos

Todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados na vogaltônica:

- Com acento agudo se a vogal tônica for i, u ou a, e, o abertos:

xícara, úmido, queríamos, lágrima, término, déssemos, lógico, binóculo, colocássemos, inúmeros, polígono, etc.- Com acento circunexo se a vogal tônica for fechada ou

nasal: lâmpada, pêssego, esplêndido, pêndulo, lêssemos, estômago,sôfrego, fôssemos, quilômetro, sonâmbulo etc.

 Acentuação dos Vocábulos Paroxítonos

Acentuam-se com acento adequado os vocábulos paroxítonosterminados em:

- ditongo crescente, seguido, ou não, de s: sábio, róseo, planície, nódua, Márcio, régua, árdua, espontâneo, etc.

- i, is, us, um, uns: táxi, lápis, bônus, álbum, álbuns, jóquei,

vôlei, fáceis, etc.- l, n, r, x, ons, ps: fácil, hífen, dólar, látex, elétrons, fórceps,etc.

- ã, ãs, ão, ãos, guam, guem: ímã, ímãs, órgão, bênçãos,enxáguam, enxáguem, etc.

 Não se acentua um paroxítono só porque sua vogal tônica éaberta ou fechada. Descabido seria o acento gráco, por exemplo,em cedo, este, espelho, aparelho, cela, janela, socorro, pessoa,dores, ores, solo, esforços.

 Acentuação dos Vocábulos Oxítonos

Acentuam-se com acento adequado os vocábulos oxítonos

terminados em:- a, e, o, seguidos ou não de s: xará, serás, pajé, freguês, vovô,avós, etc. Seguem esta regra os innitivos seguidos de pronome:cortá-los, vendê-los, compô-lo, etc.

- em, ens: ninguém, armazéns, ele contém, tu conténs, eleconvém, ele mantém, eles mantêm, ele intervém, eles intervêm,etc.

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 Acentuação dos Monossílabos

Acentuam-se os monossílabos tônicos: a, e, o, seguidos ounão de s: há, pá, pé, mês, nó, pôs, etc.

 Acentuação dos Ditongos

Acentuam-se a vogal dos ditongos abertos éi, éu, ói, quandotônicos.

Segundo as novas regras os ditongos abertos “éi” e “ói”

não são mais acentuados em  palavras paroxítonas: assembléia,  platéia, idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia,apóio, heróico, paranóico, etc. Ficando: Assembleia, plateia, ideia,colmeia, boleia, Coreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico, etc.

  Nos ditongos abertos de  palavras oxítonas terminadas eméi, éu e ói e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói,anéis, papéis, troféu, céu, chapéu.

 Acentuação dos Hiatos

A razão do acento gráco é indicar hiato, impedir a ditongação.Compare: caí e cai, doído e doido, uído e uido.

- Acentuam-se em regra, o /i/ e o /u/ tônicos em hiato comvogal ou ditongo anterior, formando sílabas sozinhos ou coms: saída (sa-í-da), saúde (sa-ú-de), faísca, caíra, saíra, egoísta,heroína, caí, Xuí, Luís, uísque, balaústre, juízo, país, cafeína, baú, baús, Grajaú, saímos, eletroímã, reúne, construía, proíbem, inuí,destruí-lo, instruí-la, etc.

- Não se acentua o /i/ e o /u/ seguidos de nh: rainha, fuinha,moinho, lagoinha, etc; e quando formam sílaba com letra que nãoseja s: cair (ca-ir), sairmos, saindo, juiz, ainda, diurno, Raul, ruim,cauim, amendoim, saiu, contribuiu, instruiu, etc.

Segundo as novas regras da Língua Portuguesa não seacentua mais o /i/ e /u/ tônicos formando hiato quando vieremdepois de ditongo: baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva, etc.Ficaram: baiuca, boiuna, feiura, feiume, bocaiuva, etc.

Os hiatos “ôo” e “êe” não são mais acentuados: enjôo, vôo,  perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem, relêem.Ficar am: enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem,veem, releem.

 Acento Diferencial 

Emprega-se o acento diferencial como sinal distintivo devocábulos homógrafos, nos seguintes casos:

- pôr  (verbo) - para diferenciar de por  (preposição).- verbo poder (pôde, quando usado no passado)- é facultativo o uso do acento circunexo para diferenciar as

 palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a

frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?Segundo as novas regras da Língua Portuguesa não existe

mais o acento diferencial em palavras homônimas (graa igual,som e sentido diferentes) como:

- côa(s) (do verbo coar) - para diferenciar de coa, coas (com+ a, com + as);

- pára (3ª pessoa do singular do presente do indicativo doverbo parar) - para diferenciar de para (preposição);

- péla (do verbo pelar) e em péla (jogo) - para diferenciar de pela (combinação da antiga preposição per com os artigos ou pronomes a, as);

- pêlo (substantivo) e pélo (v. pelar) - para diferenciar de pelo(combinação da antiga preposição per com os artigos o, os);

- péra (substantivo - pedra) - para diferenciar de pera (formaarcaica de para - preposição) e pêra (substantivo);

- pólo (substantivo) - para diferenciar de polo (combinação popular regional de por com os artigos o, os);

- pôlo (substantivo - gavião ou falcão com menos de um ano) - para diferenciar de polo (combinação popular regional de por comos artigos o, os);

 Emprego do Til 

O til sobrepõe-se às letras “a” e “o” para indicar vogal nasal.Pode gurar em sílaba:

- tônica: maçã, cãibra, perdão, barões, põe, etc;- pretônica: ramãzeira, balõezinhos, grã-no, cristãmente, etc;- átona: órfãs, órgãos, bênçãos, etc.

Trema (o trema não é acento gráco)

Desapareceu o trema sobre o /u/ em todas as palavras do

 português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico.Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen,müleriano.

 Exercícios

01- O acento gráco de “três” justica-se por ser ovocábulo:

a) Monossílabo átono terminado em ES. b) Oxítono terminado em ESc) Monossílabo tônico terminado em Sd) Oxítono terminado em Se) Monossílabo tônico terminado em ES

02- Se o vocábulo concluiu não tem acento gráco, tal nãoacontece com uma das seguinte formas do verbo concluir :

a) concluia b) concluirmosc) concluemd) concluindoe) concluas

03- Nenhum vocábulo deve receber acento gráco, exceto:a) sururu b) petecac) bainhad) mosaicoe) beriberi

04- Todos os vocábulos devem ser acentuados gracamente,exceto:a) xadrez b) faiscac) reporter d) Oasise) proteina

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05- Assinale a opção em que o par de vocábulos nãoobedece à mesma regra de acentuação gráca.

a) sosmático/ insondáveis b) automóvel/fácilc) tá/jád) água/raciocínioe) alguém/comvém

06- Os dois vocábulos de cada item devem ser acentuadogracamente, exceto:

a) herbivoro-ridiculo

 b) logaritmo-urubuc) miudo-sacriciod) carnauba-germeme) Biblia-hieroglifo

07- “Andavam devagar, olhando para trás...” (J.A. deAlmeida-Américo A. Bagaceira). Assinale o item em quenem todas as palavras são acentuadas pelo mesmo motivo dapalavra grifada no texto.

a) Más – vês b) Mês – pásc) Vós – Brásd) Pés – atráse) Dês – pés

08- Indique a única alternativa em que nenhuma palavraé acentuada gracamente:

a) lapis, canoa, abacaxi, jovens, b) ruim, sozinho, aquele, traiuc) saudade, onix, grau, orquídead) ores, açucar, album, virus,e) voo, legua, assim, tenis

09- Nas alternativas, a acentuação gráca está correta emtodas as palavras, exceto:

a) jesuíta, caráter  b) viúvo, sótãoc) baínha, raizd) Ângela, espáduae) gráco, úor 

10- Até ........ momento, ........ se lembrava de que oantiquário tinha o ......... que procurávamos.

a) Aquêle-ninguém-baú b) Aquêle-ninguém-bauc) Aquêle-ninguem-baúd) Aquele-ninguém-baúe) Aquéle-ninguém-bau

 Respostas(1-A) (2-A) (3-E) (4-A) (5-A) (6-B) (7-D) (8-B) (9-C) (10-D)

Ortoépia

Ortoépia é a correta pronúncia dos grupos fônicos, estárelacionada com: a perfeita emissão das vogais, a corretaarticulação das consoantes e a ligação de vocábulos dentro decontextos.

Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia.Alguns exemplos:

- pronunciar erradamente vogais quanto ao timbre: pronúnciacorreta, timbre fechado (ê, ô): omelete, alcova, crosta...; pronúnciaerrada, timbre aberto (é, ó): omelete, alcova, crosta...

- omitir fonemas: cantar/canta, trabalhar/trabalha, amor/amo,abóbora/abóbra, prostrar/prostar, reivindicar/revindicar...

- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija...

- substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário,

 bueiro/ boeiro- troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/cardeneta, bicarbonato/ bicabornato, muçulmano/ mulçumano

- nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/mendingo, bugiganga/ bungiganga ou buginganga

- pronunciar a crase: A aula iria acabar às cinco horas./ A aulairia acabar àas cinco horas.

- ligar as palavras na frase de forma incorreta: correta: A aula/iria acabar/ às cinco horas. Exemplo de ligação incorreta: A/ aulairia/ acabar/ às/ cinco horas.

 Prosódia

A  prosódia está relacionada com a correta acentuação das

 palavras tomando como padrão a língua considerada culta.Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que

frequentemente geram dúvidas quanto à prosódia:- oxítonas: cateter, Cister, condor, hangar, mister, negus,

 Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil, ureter.- paroxítonas: avaro, avito, barbárie, caracteres, cartomancia,

ciclope, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota, pudico, rubrica,tulipa.

- proparoxítonas: aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, lêvedo, protótipo, quadrúmano, vermífugo,zéro.

Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante,

mesmo na língua culta. Exemplos: acrobata/acrobata, crisântemo/crisântemo, Oceânia/Oceania, réptil/réptil, Xerox/xérox e outras.Outras assumem signicados diferentes, de acordo a acentuação.Exemplo: valido/válido, Vivido /Vívido.

 Hífen

O hífen representa um sinal gráco, cujas funções estãoassociadas a uma innidade de ocorrências linguísticas, tais como:

- ligar palavras compostas;- fazer a junção entre pronomes oblíquos e algumas formas

verbais, representadas pela mesóclise e ênclise;- separar as sílabas de um dado vocábulo;- ligar algumas palavras precedidas de prexos.

Com o advento da Nova Reforma Ortográca, houvemudanças em relação à sua aplicabilidade. Sendo assim, dadaa complexidade que se atribui ao sinal em questão, temos por nalidade evidenciá-las, procurando enfatizar, em alguns casos, oque antes prevalecia e o que atualmente vigora.

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Circunstâncias linguísticas a que se deve o emprego do hífen: - O hífen passa a ser usado quando o prexo termina em vogal

e a segunda palavra começa com a mesma vogal: antiinamatório/anti-inamatório; antiinacionário/anti-inacionário; microondas/micro-ondas; microorganismo/micro-organismo; auto-observação;auto-ônibus; contra-atacar. Tal regra não se aplica aos prexos“-co”, “-pro”, “-re”, mesmo que a segunda palavra comece coma mesma vogal que termina o prexo: coobrigar, coadquirido,coordenar, reeditar, proótico, proinsulina.

- Com prexos, emprega-se o hífen diante de palavrasiniciadas com “h”: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro,extra-humano, pró-hidrotópico, super-homem.

- Emprega-se o hífen quando o prexo terminar em consoantee a segunda palavra começar com a mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário, super-resistente.

- Com o prexo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”,usa-se o hífen: sub-regional, sub-raça, sub-reino.

- Diante dos prexos “-além”, “-aquém”, “-bem”, “-ex”,“-pós”, “-recém”, “-sem”, “-vice”, usa-se o hífen: além-mar,aquém-mar, recém-nascido, sem-terra, vice-diretor.

- Diante do advérbio “mal”, quando a segunda palavracomeçar por vogal ou “h”, o hífen está presente: mal-humorado,mal-intencionado, mal-educado.

- Com os prexos “-circum” e “-pan”, diante de palavrasiniciadas por “vogal, m, n ou h”, emprega-se o hífen: circum-navegador, pan-americano, circum-hospitalar, pan-helenismo.

- Com suxos de origem tupi-guarani, representados por “-açu”, “-guaçu”, “-mirim”, usa-se o hífen: jacaré-açu, cajá-mirim,amoré-guaçu.

- O hífen ainda permanece em palavras compostas desprovidasde elemento de ligação, como também naquelas que designam

espécies botânicas e zoológicas: azul-escuro, bem-te-vi, couve-or, guarda-chuva, erva-doce, pimenta-de-cheiro.

Circunstâncias linguísticas a que não se deve o emprego dohífen:

- Não se usa mais o hífen quando o prexo terminar emvogal e a segunda palavra começar por uma vogal diferente: auto-avaliação/autoavaliação; auto-escola/autoescola; auto-estima/autoestima; co-autor/coautor; infra-estrutura/infraestrutura; semi-árido/semiárido; aeroespacial; antiamericano; socioeconômico.

- Não se usa mais o hífen em determinadas palavras que  perderam a noção de composição: manda-chuva/mandachuva;

 pára-quedas/paraquedas; pára-quedista/paraquedista.

- Não se usa mais o hífen em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas: mde semana, café com leite, cão de guarda. Exceções: o hífen ainda permanece em alguns casos, expressos por: água-de-colônia, água-de-coco, cor-de-rosa.

- Quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, depoisde prexo terminado em vogal, retira-se o hífen e essas consoantessão duplicadas: ante-sala/antessala, anti-rugas/antirrugas, anti-social/antissocial, auto-retrato/autorretrato, extra-sensorial/extrassensorial, contra-reforma/contrarreforma, supra-renal/suprarrenal, ultra-secreto/ultrassecreto, ultra-som/ultrassom. Ohífen será mantido quando os prexos terminarem com “r” e osegundo elemento começar pela mesma letra: hiper-requintado,inter-regional, super-romântico, super-racista. A nova regra padroniza algumas exceções já existentes antes do acordo, como éo caso de: minissaia, minissubmarino, minissérie.

- Não se usa mais o hífen quando o prexo termina em vogal eo segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”:anteprojeto, autopeça, contracheque, extraforte, ultramoderno.

- Não se usa mais o hífen quando o prexo termina emconsoante e a segunda palavra começa por vogal ou outraconsoante diferente: hipermercado, hiperacidez, intermunicipal,subemprego, superinteressante, superpopulação.

- Não se usa mais o hífen diante do advérbio “mal”, quando asegunda palavra começa por consoante: malfalado, malgovernado,malpassado, maltratado, malvestido.

 Exercícios01. Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o novo

Acordo, está sendo usado corretamente:a) Ele fez sua auto-crítica ontem. b) Ela é muito mal-educada.c) Ele tomou um belo ponta-pé.d) Fui ao super-mercado, mas não entrei.e) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões.

02. Assinale a alternativa errada quanto ao emprego dohífen:

a) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que faria umasuperalimentação.

 b) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada.

c) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.d) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.e) O autodidata fez uma autoanálise.

03. Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego dohífen, respeitando-se o novo Acordo.

a) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.  b) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na seminal do

campeonato.c) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.d) O recém-chegado veio de além-mar.e) O vice-reitor está em estado pós-operatório.

04. Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro

(avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o hífené obrigatório:a) em nenhuma delas. b) na segunda palavra.c) na terceira palavra.d) em todas as palavras.e) na primeira e na segunda palavra.

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05. Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. Quala alternativa completa corretamente as lacunas?

a) sobreumano - interregional b) sobrehumano - interregionalc) sobre-humano - inter-regionald) sobrehumano - inter-regionale) sobre-humano - interegional

06. Suponha que você tenha que agregar o prexo sub-às palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinaleaquela que tem de ser escrita com hífen:

a) (sub) chefe b) (sub) entender c) (sub) solod) (sub) reptícioe) (sub) liminar 

07. Assinale a alternativa em que todas as palavras estãografadas corretamente:

a) autocrítica, contramestre, extra-ocial b) infra-assinado, infra-vermelho, infra-somc) semi-círculo, semi-humano, semi-internatod) supervida, superelegante, supermodae) sobre-saia, mini-saia, superssaia

08. Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto.

a) infraestrutura - super-homem - autoeducação b) bem-vindo - antessala - contra-regrac) contramestre - infravermelho - autoescolad) neoescolástico - ultrassom - pseudo-heróie) extraocial - infra-hepático - semirreta

09. Uma das alternativas abaixo apresenta incorreçãoquanto ao emprego do hífen.

a) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura pararelacionamento extraconjugal.

 b) Era extraocial a notícia da vinda de um extraterreno.c) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultramarinas.d) O anti-semita tomou um anti-biótico e vacina antirrábica.e) Era um subocial de uma superpotência.

10. Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto aoemprego do hífen.a) Foi iniciada a campanha pró-leite. b) O ex-aluno fez a sua autodefesa.c) O contrarregra comeu um contra-lé.d) Sua vida é um verdadeiro contrassenso.e) O meia-direita deu início ao contra-ataque.

 Respostas1-B / 2-B / 3-A / 4-E / 5-C / 6-D / 7-D / 8-B / 9-D / 10-C

ORTOGRAFIA

A palavra ortograa é formada pelos elementos gregos orto“correto” e graa “escrita” sendo a escrita correta das palavrasda língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critériosetimológicos (ligados à origem das palavras) e fonológicos(ligados aos fonemas representados).

Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acabatrazendo a memorização da graa correta. Deve-se também criar ohábito de consultar constantemente um dicionário.

Desde o dia primeiro de Janeiro de 2009 está em vigor o NovoAcordo Ortográco da Língua Portuguesa, por isso temos até2012 para nos “habituarmos” com as novas regras, pois somenteem 2013 que a antiga será abolida.

  Esse material já se encontra segundo o Novo AcordoOrtográco. 

 Alfabeto

O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As letras“k”, “w” e “y” não eram consideradas integrantes do alfabeto(agora são). Essas letras são usadas em unidades de medida,nomes próprios, palavras estrangeiras e outras palavras em geral.Exemplos: km, kg, watt, playground, William, Kafka, kafkiano.

Vogais: a, e, i, o, u.Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,y,z.Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.

 Emprego da letra H 

Esta letra, em início ou m de palavras, não tem valor fonético;conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e datradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra

vem do latim hodie.

Emprega-se o H:- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia,

hesitar, haurir, etc.- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave,

 boliche, telha, echa companhia, etc.- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!,

etc.- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmonia,

hangar, hábil, hemorragia, hemisfério, heliporto, hematoma, hífen,hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, hera,húmus;

- Sem h, porém, os derivados baiano, baianinha, baião, baianada, etc.

Não se usa H:- No início de alguns vocábulos em que o h, embora

etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras que entraramna língua por via popular, como é o caso de erva, inverno, eEspanha, respectivamente do latim, herba, hibernus e Hispania.Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro,herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc.

 Emprego das letras E, I, O e U 

 Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/e /u/ nem sempre é nítida. É principalmente desse fato que nascemas dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular,mágoa, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais.

 Escrevem-se com a letra E:

- A sílaba nal de formas dos verbos terminados em –uar:continue, habitue, pontue, etc.

- A sílaba nal de formas dos verbos terminados em –oar:abençoe, magoe, perdoe, etc.

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- As palavras formadas com o prexo ante– (antes, anterior):antebraço, antecipar, antedatar, antediluviano, antevéspera, etc.

- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro,Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira, Desperdício, Destilar,Disenteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequieto,Lacrimogêneo, Mexerico, Mimeógrafo, Orquídea, Peru, Quase,Quepe, Senão, Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer.

 Emprega-se a letra I:

- Na sílaba nal de formas dos verbos terminados em –air/– 

oer /–uir: cai, corrói, diminuir, inui, possui, retribui, sai, etc.- Em palavras formadas com o prexo anti- (contra): antiaéreo,

Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.- Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício,

artimanha, camoniano, Casimiro, chear, cimento, crânio, criar,criador, criação, crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio,feminino, Filipe, frontispício, Igênia, inclinar, incinerar,inigualável, invólucro, lajiano, lampião, pátio, penicilina,  pontiagudo, privilégio, requisito, Sicília (ilha), silvícola, siri,terebintina, Tibiriçá, Virgílio.

Grafam-se com a letra O: abolir, banto, boate, bolacha, boletim, botequim, bússola, chover, cobiça, concorrência, costume,engolir, goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito,névoa, nódoa, óbolo, ocorrência, rebotalho, Romênia, tribo.

Grafam-se com a letra U: bulir, burburinho, camundongo,chuviscar, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, entupir, íngua,  jabuti, jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua,tabuada, tonitruante, trégua, urtiga.

 Parônimos:Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e /u/. Fixemos a graa e osignicado dos seguintes:

área = superfícieária = melodia, cantiga

arrear = pôr arreios, enfeitar arriar = abaixar, pôr no chão, cair comprido = longocumprido = particípio de cumprir comprimento = extensãocumprimento = saudação, ato de cumprir costear = navegar ou passar junto à costacustear  = pagar as custas, nanciar deferir  = conceder, atender diferir = ser diferente, divergir delatar  = denunciar dilatar = distender, aumentar descrição = ato de descrever discrição = qualidade de quem é discreto

emergir = vir à tonaimergir = mergulhar emigrar = sair do paísimigrar = entrar num país estranhoemigrante = que ou quem emigraimigrante = que ou quem imigraeminente = elevado, ilustre

iminente = que ameaça acontecer recrear  = divertir recriar  = criar novamentesoar = emitir som, ecoar, repercutir suar = expelir suor pelos poros, transpirar sortir = abastecer surtir = produzir (efeito ou resultado)sortido = abastecido, bem provido, variadosurtido = produzido, causadovadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau

vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio

 Emprego das letras G e J 

Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa-se este ou aquele signo não de modo arbitrário, mas de acordo coma origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (dolatim jactu) e jipe (do inglês jeep).

 Escrevem-se com G:

- Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem:garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem,lanugem. Exceção: pajem

- As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio:contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio.

- Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista(de massagem), vertiginoso (de vertigem), ferruginoso (deferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria(de selvagem), etc.

- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge,estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete, gíria, giz,hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, sugestão,tangerina, tigela.

 Escrevem-se com J:

- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja(laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja (granjeiro, granjense),gorja (gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja(sarjeta), cereja (cerejeira).

- Todas as formas da conjugação dos verbos terminadosem –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar (despejei), gorjear (gorjeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo).

- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje(lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso, enjeitar, projeção, rejeitar,sujeito, trajeto, trejeito).

- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani)ou africana: canjerê, canjica, jenipapo, jequitibá, jerimum, jiboia, jiló, jirau, pajé, etc.

- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste,cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias, Jericó, Jerônimo, jérsei,  jiu-jítsu, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pegajento, rijeza, sabujice, sujeira, traje, ultraje, varejista.

- Atenção: Moji palavra de origem indígena, deve ser escritacom J. Por tradição algumas cidades de São Paulo adotam a graacom G, como as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim.

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 Representação do fonema /S/ 

O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:

- C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura,cimento, dança, dançar, contorção, exceção, endereço, Iguaçu,maçarico, maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano,muçurana, paçoca, pança, pinça, Suíça, suíço, vicissitude.

- S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado,descansar, descanso, diversão, excursão, farsa, ganso, hortênsia, pretensão, pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio.

- SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar,carrossel, cassino, concessão, discussão, escassez, escasso,essencial, expressão, fracasso, impressão, massa, massagista,missão, necessário, obsessão, opressão, pêssego, procissão,  prossão, prossional, ressurreição, sessenta, sossegar, sossego,submissão, sucessivo.

- SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência,consciente, crescer, cresço, descer, desço, desça, disciplina,discípulo, discernir, fascinar, orescer, imprescindível, néscio,oscilar, piscina, ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade,suscitar, víscera.

- X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.

- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente,excelso, excêntrico, excepcional, excesso, excessivo, exceto,excitar, etc.

 Homônimos

acento = inexão da voz, sinal grácoassento = lugar para sentar-seacético = referente ao ácido acético (vinagre)ascético = referente ao ascetismo, místicocesta = utensílio de vime ou outro materialsexta = ordinal referente a seiscírio = grande vela de cerasírio = natural da Síriacismo = pensãosismo = terremoto

empoçar = formar poçaempossar  = dar posse aincipiente = principianteinsipiente = ignoranteintercessão = ato de interceder interseção = ponto em que duas linhas se cruzamruço = pardacentorusso = natural da Rússia

 Emprego de S com valor de Z 

- Adjetivos com os suxos –oso, -osa: gostoso, gostosa,gracioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc.

- Adjetivos pátrios com os suxos –ês, -esa: português,

 portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa, etc.- Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: burguês, burguesa, burgueses, camponês, camponesa, camponeses,freguês, freguesa, fregueses, etc.

- Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s:analisar (de análise), apresar (de presa), atrasar (de atrás), extasiar (de êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso), etc.

- Formas dos verbos  pôr e querer e de seus derivados: pus, pusemos, compôs, impuser, quis, quiseram, etc.

- Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar,Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel, Isaura, Luís, Luísa,Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês.

- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês,ás, ases, através, avisar, besouro, colisão, convés, cortês, cortesia,defesa, despesa, empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, fase,frase, freguesia, fusível, gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar,manganês, mês, mesada, obséquio, obus, paisagem, país, paraíso,  pêsames, pesquisa, presa, presépio, presídio, querosene, raposa,

represa, requisito, rês, reses, retrós, revés, surpresa, tesoura,tesouro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo, visita.

 Emprego da letra Z 

- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita:cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita, etc.

- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro(de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de vazio), etc.

- Os verbos formados com o suxo –izar e palavras cognatas:fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização, etc.

- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos edenotando qualidade física ou moral: pobreza (de pobre), limpeza(de limpo), frieza (de frio), etc.

- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, amizade,aprazível, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez. Suxo –ÊS e –EZ 

- O suxo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezessubstantivos) derivados de substantivos concretos: montês (demonte), cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (demontanha), francês (de França), chinês (de China), etc.

- O suxo –ez forma substantivos abstratos femininosderivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez (de ácido), rapidez(de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (deávido) palidez (de pálido) lucidez (de lúcido), etc.

 Suxo –ESA e –EZAUsa-se –esa (com s):- Nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados

em –ender: defesa (defender), presa (prender), despesa (despender),represa (prender), empresa (empreender), surpresa (surpreender),etc.

- Nos substantivos femininos designativos de títulosnobiliárquicos: baronesa, dogesa, duquesa, marquesa, princesa,consulesa, prioresa, etc.

- Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês:  burguesa (de burguês), francesa (de francês), camponesa (decamponês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc.

- Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa,

mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, toesa, turquesa, etc.

Usa-se –eza (com z):

- Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivose denotado qualidades, estado, condição: beleza (de belo),franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc.

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Verbos terminados em –ISAR e -IZAR

Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomescorrespondentes termina em –s. Se o radical não terminar em –s, grafa-se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar (análise +ar), alisar (a + liso + ar), bisar (bis + ar), catalisar (catálise + ar),improvisar (improviso + ar), paralisar (paralisia + ar), pesquisar (pesquisa + ar), pisar, repisar (piso + ar), frisar (friso + ar), grisar (gris + ar), anarquizar (anarquia + izar), civilizar (civil + izar),canalizar (canal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono + izar), vulgarizar (vulgar + izar), motorizar (motor 

+ izar), escravizar (escravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar),deslizar (deslize + izar), matizar (matiz + izar).

 Emprego do X 

- Esta letra representa os seguintes fonemas:

Ch – xarope, enxofre, vexame, etc.CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc.Z – exame, exílio, êxodo, etc.SS – auxílio, máximo, próximo, etc.S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc.

- Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder,

excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar, inexcedível, etc.- Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente,expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado, extrair, fênix, texto,etc.

- Escreve-se x e não ch: Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-se caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem.Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame,enxamear, enxagar, enxaqueca, enxergar, enxerto, enxoval,enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-secom ch: encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enm, toda vezque se trata do prexo en- + palavra iniciada por ch. Em vocábulosde origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu,caxinguelê, orixá, maxixe, etc. Nas seguintes palavras: bexiga,

 bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico,  puxar, rixa, oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale,xingar, xampu.

 Emprego do dígrafo CH 

Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos:  bucha, charque, charrua, chavena, chimarrão, chuchu, cochilo,fachada, cha, echa, mecha, mochila, pechincha, tocha.

 Homônimos

 Bucho = estômago Buxo = espécie de arbusto

Cocha = recipiente de madeiraCoxa = capenga, mancoTacha  = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça

larga e chata, caldeira.Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifaChá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá

ou de outras plantas

 Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã)Cheque = ordem de pagamento

 Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma peça adversária

Consoantes dobradas

- Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes C,R, S.

- Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soamdistintamente: convicção, occipital, cocção, fricção, friccionar,

facção, sucção, etc.- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocálicos,

representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respectivamente:carro, ferro, pêssego, missão, etc. Quando a um elemento decomposição terminado em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada com /r/ ou /s/: arroxeado, correlação, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia, etc.

CÊ - cedilha

É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a ter somde /S/: almaço, ameaça, cobiça, doença, eleição, exceção, força,frustração, geringonça, justiça, lição, miçanga, preguiça, raça.

  Nos substantivos derivados dos verbos: ter  e torcer  e seus

derivados: ater , atenção; abster , abstenção; reter , retenção; torcer ,torção; contorcer , contorção; distorcer , distorção.O Ç só é usado antes de A,O,U.

 Emprego das iniciais maiúsculas

- A primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbioárabe: “A agulha veste os outros e vive nua”. No início dos versosque não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula.

- Substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos,nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes,Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã,Minerva, Via-Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.

- Nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas

religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independênciado Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.- Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da

República, etc.- Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja,

 Nação, Estado, Pátria, União, República, etc.- Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos,

agremiações, órgãos públicos, etc: Rua do Ouvidor, Praça da Paz,Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal,Colégio Santista, etc.

- Nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas,literárias e cientícas, títulos de jornais e revistas: Medicina,Arquitetura, Os Lusíadas, O Guarani, Dicionário GeográcoBrasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc.

- Expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.- Nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os

 povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte asul. O Sol nasce a leste.

- Nomes comuns, quando personicados ou individuados: oAmor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.

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 Emprego das iniciais minúsculas

- Nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomesgentílicos, nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais,carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc.

- Os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quandoempregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Todosamam sua pátria.

- Nomes comuns antepostos a nomes próprios geográcos: orio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.

- Palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação

direta: “Qual deles: o hortelão ou o advogado?”; “Chegam osmagos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra”.

- No interior dos títulos, as palavras átonas, como: o, a, com,de, em, sem, grafam-se com inicial minúscula.

Algumas palavras ou expressões costumam apresentar diculdades colocando em maus lençóis quem pretende falar ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para vocêaperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente incorporar tais palavras certas em situações apropriadas.

A anos: a indica tempo futuro: Daqui a um ano iremos àEuropa.

Há anos: há indica tempo passado: não o vejo há meses.

“Procure o seu caminhoEu aprendi a andar sozinhoIsto foi há muito tempo atrásMas ainda sei como se fazMinhas mãos estão cansadas Não tenho mais onde me agarrar.”(gravação: Nenhum de Nós)

Atenção:  Há muito tempo já indica passado. Não hánecessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo.

Acerca de: equivale a (a respeito de): Falávamos acerca de uma solução melhor.

Há cerca de: equivale a (faz tempo). Há cerca de diasresolvemos este caso.

Ao encontro de: equivale (estar a favor de): Sua atitude vai aoencontro da verdade.

De encontro a: equivale a (oposição, choque): Minhas opiniõesvão de encontro às suas.

A m de: locução prepositiva que indica (nalidade): Vou am de visitá-la.

Am: é um adjetivo e equivale a (igual, semelhante): Somosalmas ans.

Ao invés de: equivale (ao contrário de): Ao invés de falar 

começou a chorar (oposição).Em vez de: equivale a (no lugar de): Em vez de acompanhar-me, cou só.´

Faça você a sua parte, ao invés de car me cobrando!Quantas vezes usamos “ao invés de” quando queremos dizer 

“no lugar de”!

Contudo, esse emprego é equivocado, uma vez que “invés”signica “contrário”, “inverso”. Não que seja absurdamente erradoescrever “ao invés de” em frases que expressam sentido de “emlugar de”, mas é preferível optar por “em vez de”.

Observe: Em vez de conversar, preferiu gritar para a escolainteira ouvir! (em lugar de) Ele pediu que fosse embora ao invésde car e discutir o caso. (ao contrário de)

Use “ao invés de” quando quiser o signicado de “aocontrário de”, “em oposição a”, “avesso”, “inverso”.

Use “em vez de” quando quiser um sentido de “no lugar de”ou “em lugar de”. No entanto, pode assumir o signicado de “ao

invés de”, sem problemas. Porém, o que ocorre é justamente ocontrário, coloca-se “ao invés de” onde não poderia.

A par: equivale a (bem informado, ciente): Estamos a par das boas notícias.

Ao par: indica relação (de igualdade ou equivalência entrevalores nanceiros – câmbio): O dólar e o euro estão ao par.

Aprender: tomar conhecimento de: O menino aprendeu alição.

Apreender: prender: O scal apreendeu a carteirinha domenino.

À toa: é uma locução adverbial de modo, equivale a (inutilmente,

 sem razão): Andava à toa pela rua.À toa: é um adjetivo (refere-se a um substantivo), equivalea (inútil, desprezível). Foi uma atitude à toa e precipitada. (até01/01/2009 era grafada: à-toa)

Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços funcionam como  sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nossupermercados. Vamos comemorar, pessoal!

Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos(sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto) dagasolina.

Bebedor: é a pessoa que bebe: Tornei-me um grande bebedor de vinho.

Bebedouro: é o aparelho que fornece água. Este bebedouro está funcionando bem.

Bem-Vindo: é um adjetivo composto: Você é sempre bemvindo aqui, jovem.

Benvindo: é nome próprio: Benvindo é meu colega de classe.

Berruga/Verruga: as duas formas estão corretas: Olhe só a suaberruga/verruga , menina!

Boêmia/Boemia: são formas variantes (usadas normalmente):Vivia na boêmia/boemia.

Botijão/Bujão de gás: ambas formas corretas: Comprei um

botijão/bujão de gás.

Câmara: equivale ao local de trabalho onde se reúnemos vereadores, deputados: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal.

Câmera: aparelho que fotografa, tira fotos: Comprei umacâmera japonesa.

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Champanha/Champanhe (do francês): O champanha/champanhe está bem gelado.

Cessão: equivale ao ato de doar, doação: Foi conrmada acessão do terreno.

Sessão: equivale ao intervalo de tempo de uma reunião: Asessão do lme durou duas horas.

Seção/Secção: repartição pública, departamento: Visitei hoje aseção de esportes.

Demais: é advérbio de intensidade, equivale a muito, aparece

intensicando verbos, adjetivos ou o próprio advérbio. Vocês falamdemais, caras!

Demais: pode ser usado como substantivo, seguido de artigo,equivale a os outros. Chamaram mais dez candidatos, os demais devem aguardar.

De mais: é locução prepositiva, opõe-se a de menos, refere-sesempre a um substantivo ou a um pronome: Não vejo nada de mais em sua decisão.

Dia a dia: é um substantivo, equivale a cotidiano, diário, quefaz ou acontece todo dia. Meu dia a dia é cheio de surpresas. (até01/01/2009, era grafado dia-a-dia)

Dia a dia: é uma expressão adverbial , equivale a diariamente.O álcool aumenta dia a dia. Pode isso?

Descriminar: equivale a (inocentar, absolver de crime). O réufoi descriminado; pra sorte dele.

Discriminar: equivale a (diferençar , distinguir, separar).Era impossível discriminar os caracteres do documento. Cumprediscriminar os verdadeiros dos falsos valores. /Os negros ainda sãodiscriminados.

Descrição: ato de descrever : A descrição sobre o jogador foi perfeita.

Discrição: qualidade ou caráter de   ser discreto, reservado:Você foi muito discreto.

Entrega em domicílio: equivale a lugar : Fiz a entrega em 

domicílio.Entrega a domicílio com verbos de movimento: Enviou ascompras a domicílio.

As expressões “entrega em domicílio” e “entrega a domicílio”são muito recorrentes em restaurantes, na propaganda televisa, nooutdoor, no folder, no paneto, no catálogo, na fala. Convivem  juntas sem problemas maiores porque são entendidas da mesmaforma, com um mesmo sentido. No entanto, quando falamos degramática normativa, temos que ter cuidado, pois “a domicílio” não é aceita. Por quê? A regra estabelece que esta última locuçãoadverbial deve ser usada nos casos de verbos que indicammovimento, como: levar, enviar , trazer, ir, conduzir, dirigir-se.

Portanto, “A loja entregou meu sofá a casa” não está correto.

Já a locução adverbial “em domicílio” é usada com os verbos semnoção de movimento: entregar, dar, cortar, fazer.A dúvida surge com o verbo “entregar”: não indicaria

movimento? De acordo com a gramática purista não, uma vez quequem entrega, entrega algo em algum lugar.

Porém, há aqueles que armam que este verbo indica simmovimento, pois quem entrega se desloca de um lugar para outro.

Contudo, obedecendo às normas gramaticais, devemos usar “entrega em domicílio”, nos atentando ao fato de que a nalidadeé que vale: a entrega será feita no (em+o) domicílio de uma pessoa.

Espectador: é aquele que vê, assiste: Os espectadores sefartaram da apresentação.

Expectador: é aquele que está na expectativa, que esperaalguma coisa: O expectador aguardava o momento da chamada.

Estada: permanência de pessoa (tempo em algum lugar): Aestada dela aqui foi graticante.

Estadia: prazo concedido para carga e descarga de naviosou veículos: A estadia do carro foi prolongada por mais algumassemanas.

Fosforescente: adjetivo derivado de  fósforo; que brilha noescuro: Este material é fosforescente.

Fluorescente: adjetivo derivado de  úor , elemento químico,refere-se a um determinado tipo de luminosidade: A luz branca docarro era uorescente.

Haja - do verbo haver - É preciso que não haja descuido.Aja - do verbo agir - Aja com cuidado, Carlinhos.

Houve: pretérito perfeito do verbo haver, 3ª pessoa do

singular Ouve: presente do indicativo do verbo ouvir, 3ª pessoa do

singular 

Levantar:é sinônimo de erguer : Ginês, meu estimado cunhado,levantou sozinho a tampa do poço.

Levantar-se: pôr de pé: Luís e Diego levantaram-se cedo e,dirigiram-se ao eroporto.

Mal: advérbio de modo, equivale a erradamente, é opostode bem: Dormi mal. (bem). Equivale a nocivo,  prejudicial,enfermidade; pode vir antecedido de artigo, adjetivo ou pronome:A comida fez mal para mim. Seu mal é crer em tudo. Conjunção subordinativa temporal, equivale a assim que, logo que: Mal chegou

começou a chorar desesperadamente.Mau: adjetivo, equivale a ruim, oposto de bom; plural=maus;

feminino=má. Você é um mau exemplo (bom). Substantivo: Osmaus nunca vencem.

Mas: conjunção adversativa (ideia contrária), equivale a porém, contudo, entretanto: Telefonei-lhe mas ela não atendeu.

Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos:Há mais ores perfumadas no campo.

Nem um: equivale a nem um sequer , nem um único; a palavraum expressa quantidade: Nem um lho de Deus apareceu paraajudá-la.

Nenhum:   pronome indenido variável em gênero e número;

vem antes de um substantivo, é oposto de algum: Nenhum jornaldivulgou o resultado do concurso.

Obrigada: As mulheres devem dizer: muito obrigada, eumesma, eu própria.

Obrigado: Os homens devem dizer: muito obrigado, eumesmo, eu próprio.

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Onde: indica o (lugar em que se está); refere-se a verbosque exprimem estado, permanência: Onde ca a farmácia mais próxima?

Aonde: indica (ideia de movimento); equivale (para onde)somente com verbo de movimento desde que indique deslocamento,ou seja, a+onde. Aonde vão com tanta pressa?

“Pode seguir a tua estradao teu brinquedo de estar fantasiando um segredo

o ponto aonde quer chegar...”(gravação: Barão Vermelho)

Por ora: equivale a (por este momento, por enquanto): Por ora chega de trabalhar.

Por hora: locução equivale a (cada sessenta minutos): Vocêdeve cobrar por hora.

Por que: escreve se separado; quando ocorre:  preposição   por+que - advérbio interrogativo (Por que você mentiu?); preposição por+que –  pronome relativo pelo/a qual, pelos/as quais(A cidade por que passamos é simpática e acolhedora.) (=pelaqual);  preposição por+que – conjunção subordinativa integrante;inicia oração subordinada substantiva (Não sei por que tomaram

esta decisão. (=por que motivo, razão)Por quê: nal de frase, antes de um ponto nal, de interrogação,

de exclamação, reticências; o monossílabo que passa a ser tônico(forte), devendo, pois, ser acentuado: __O show foi cancelado masninguém sabe por quê. (nal de frase); __ Por quê? (isolado)

Porque: conjunção subordinativa causal : equivale a:  pelacausa, razão de que, pelo fato, motivo de que: Não fui ao encontroporque estava acamado; conjunção subordinativa explicativa:equivale a: pois, já que, uma vez que, visto que : “Mas a minha tristezaé sossego porque é natural e justa.”; conjunção subordinativa nal  (verbo no subjuntivo, equivale a para que): “Mas não julguemos,porque não venhamos a ser julgados.”

Porquê: funciona como substantivo; vem sempre acompanhado

de um artigo ou determinante: Não foi fácil encontrar  o porquê daquele corre-corre.

Senão: equivale a (caso contrário, a não ser): Não fazia coisanenhuma senão criticar.

Se não: equivale a (se por acaso não), em orações adverbiaiscondicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairádesta situação crítica.

Tampouco: advérbio, equivale a (também não): Nãocompareceu, tampouco apresentou qualquer justicativa.

Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tãopouco esta semana.

Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbiosTraz - do verbo trazer 

Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui.Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está

vultuosa e deformada.

 Exercícios

01. Observe a ortograa correta das palavras: privilégio;disenteria; programa; mortadela; mendigo; benecente;caderneta; problema.

Empregue as palavras acima nas frases: a) O......teve.....porque comeu......estragada.  b) O superpai protegeu demais seu lho e este lhe trouxe

um.........: sua.......escolar indicou péssimo aproveitamento.c) A festa......teve um bom.......e, por isso, um bom

aproveitamento.

02. Passe as palavras para o diminutivo:- asa; japonês; pai; homem; adeus; português; só; anel;- beleza; rosa; país; avô; arroz; princesa; café;- or; Oscar; rei; bom; casa; lápis; pé.

03. Passe para o plural diminutivo: trem; pé; animal; só;papel; jornal; mão; balão; automóvel; pai; cão; mercadoria;farol; rua; chapéu; or.

04. Preencha as lacunas com as seguintes palavras: seção,sessão, cessão, comprimento, cumprimento, conserto, concerto

a) O pequeno jornaleiro foi à.........do jornal.  b) Na..........musical os pequenos cantores apresentaram-se

muito bem.c) O........do jornaleiro é amável.d) O..... das roupas é feito pela mãe do garoto.e) O......do sapato custou muito caro.f) Eu......meu amigo com amabilidade.g) A.......de cinema foi um sucesso.h) O vestido tem um.........bom.i) Os pequenos violinistas participaram de um........ .

05. Dê a palavra derivada acrescentando os suxos ESAou EZA: Portugal; certo; limpo; bonito; pobre; magro; belo;gentil; duro; lindo; China; frio; duque; fraco; bravo; grande.

06. Forme substantivos dos adjetivos: honrado; rápido;escasso; tímido; estúpido; pálido; ácido; surdo; lúcido;pequeno.

07. Use o H quando for necessário: alucinar; élice, umilde,esitar, oje, humano, ora, onra, aver, ontem, êxito, ábil, arpa,irônico, orrível, árido, óspede, abitar.

 8. Complete as lacunas com as seguintes formas verbais:

Houve e Ouve.a) O menino .....muitas recomendações de seu pai. b) ........muita confusão na cabeça do pequeno.c) A criança não.........a professora porque não a compreende.d) Na escola........festa do Dia do Índio.

9. A letra X representa vários sons. Leia atentamente as

palavras oralmente: trouxemos, exercícios, táxi, executarei,exibir-se, oxigênio, exercer, proximidade, tóxico, extensão,existir, experiência, êxito, sexo, auxílio, exame. Separe aspalavras em três seções, conforme o som do X.

- Som de Z;- Som de KS;- Som de S.

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10. Complete com X ou CH: en.....er; dei.....ar; ......eiro;e......a; ei.....o; frou.....o; ma.....ucar; .....ocolate; en.....ada;en.....ergar; cai......a; .....iclete; fai......a; .....u......u; salsi......a;bai.......a; capri......o; me......erica; ria.......o; ......ingar; .......aleira; amei......a; ......eirosos; abaca.....i.

 11. Complete com MAL ou MAU:a) Disseram que Carlota passou......ontem. b) Ele cou de......humor após ter agido daquela forma.c) O time se considera......preparado para tal jogo.d) Carlota sofria de um..........curável.

e) O.......é se ter afeiçoado às coisas materiais.f) Ele não é um........sujeito.g) Mas o.......não durou muito tempo.

12. Complete as frases com porque ou por quecorretamente:

a) ....... você está chateada? b) Cuidar do animal é mais importante........ele ca limpinho.c) .......... você não limpou o tapete?d) Concordo com papai.............ele tem razão.e) ..........precisamos cuidar dos animais de estimação.

13. Preencha as lacunas com: mas = porém; mais = indicaquantidade; más = feminino de mau.

a) A mãe e o lho discutiram,.......não chegaram a um acordo. b) Você quer.......razões para acreditar em seu pai?c) Pessoas.........deveriam fazer reexões para acreditar...... na

 bondade do que no ódio.d) Eu limpo,.........depois vou brincar.e) O frio não prejudica .........o Tico.f) Infelizmente Tico morreu, ........comprarei outro cãozinho.g) Todas as atitudes ......devem ser perdoadas,.......jamais ser 

repetidas, pois, quanto............se vive,.........se aprende.

14. Preencha as lacunas com: trás, atrás e traz.a) ........... de casa havia um pinheiro. b) A poluição.......consigo graves consequências.c) Amarre-o por......... da árvore.d) Não vou....... de comentários bobos..

15. Preencha as lacunas com: HÁ - indica tempo passado;A - tempo futuro e espaço.

a) A loja ca .... ... pouco quilômetros daqui. b) .........instantes li sobre o Natal.c) Eles não vão à loja porque ........ mais de dois dias a

mercadoria acabou.d) .........três dias que todos se preparam para a festa do Natal.e) Esse fato aconteceu ....... muito tempo.f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui

......oito dias.g) Ele estava......... três passos da casa de André.h) ........ dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal.

16. Atenção para as palavras: por cima; devagar; depressa;de repente; por isso. Agora, empregue-as nas frases:a) ......... uma bola atingiu o cenário e o derrubou. b) Bem...........o povo começou a se retirar.c) O rei descobriu a verdade,..........cou irritado.d) Faça sua tarefa............, para podermos ir ao dentista.e) ......... de sua vestimenta real, o rei usava um manto.

17. Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análise;pesquisa; anarquia; canal; civilização; colônia; humano;suave; revisão; real; nacional; nal; ocial; monopólio;sintonia; central; paralisia; aviso.

18. Haja ou aja. Use haja ou aja para completar as orações:a) ........ com atenção para que não ........ muitos erros. b) Talvez ......... greve; é preciso que........... cuidado e atenção.c) Desejamos que ........ fraternidade nessa escola.d) ...... com docilidade, meu lho!

19. A palavra MENOS não deve ser modicada para ofeminino. Complete as frases com a palavra MENOS:

a) Conheço todos os Estados brasileiros,.....a Bahia. b) Todos eram calmos,.........mamãe.c) Quero levar.........sanduíches do que na semana passada.d) Mamãe fazia doces e salgados........tortas grandes.

20. Use por que , por quê  , porque e porquê :a) ..........ninguém ri agora? b) Eis........ ninguém ri.c) Eis os princípios ............luto.d) Ela não aprendeu, ...........?

e) Aproximei-me .........todos queriam me ouvir.f) Você está assustado, ..........?g) Eis o motivo........errei.h) Creio que vou melhorar.......estudei muito.i) O....... é difícil de ser estudado. j) ........ os índios estão revoltados?l) O caminho ........viemos era tortuoso.

21. Uso do S e Z. Complete as palavras com S ou Z. Aseguir, copie as palavras na forma correta: pou....ando; pre....ença; arte.....anato; escravi.....ar; nature.....a; va.....o; pre.....idente; fa.....er; Bra.....il; civili....ação; pre....ente; atra....ados;produ......irem; a....a; hori...onte; torrão....inho; fra....e; intru....o; de....ejamos; po....itiva; podero....o; de...envolvido; surpre....a; va.....io; ca....o; coloni...ação.

 22. Complete com X ou S e copie as palavras com atenção:

e....trangeiro; e....tensão; e....tranho; e....tender; e....tenso; e....pontâneo; mi...to; te....te; e....gotar; e....terior; e....ceção; e...plêndido; te....to; e....pulsar; e....clusivo.

 23. Tão Pouco / Tampouco

Complete as frases corretamente:a) Eu tive ........oportunidades! b) Tenho.......... alunos, que cabem todos naquela salinha.c) Ele não veio;.......virão seus amigos.d) Eu tenho .........tempo para estudar.e) Nunca tive gosto para dançar;......para tocar piano.f) As pessoas que não amam,........são felizes.g) As pessoas têm.....atitudes de amizade.h) O governo daquele país não resolve seus problemas,....... se

 preocupa em resolvê-los.

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 Respostas

01. a) mendigo disenteria mortadela b) problema caderneta c) benecente programa

02. - asinha; japonesinho; paizinho; homenzinho; adeusinho;

 portuguesinho; sozinho; anelzinho;- belezinha; rosinha; paisinho; avozinho; arrozinho;

 princesinha; cafezinho;- orzinha; Oscarzinho; reizinho; bonzinho; casinha;

lapisinho; pezinho.

03. trenzinhos; pezinhos; animaizinhos; sozinhos; papeizinhos;  jornaizinhos; mãozinhas; balõezinhos; automoveisinhos;  paizinhos; cãezinhos; mercadoriazinhas; faroisinhos; ruazinhas;chapeuzinhos; orezinhas.

04. a) seção b) sessão c) cumprimento d) conserto e) consertof) cumprimento g) sessão h) comprimento i) concerto.

05. portuguesa; certeza; limpeza; boniteza; pobreza; magreza;  beleza; gentileza; dureza; lindeza; Chinesa; frieza; duquesa;fraqueza; braveza; grandeza.

06. honradez; rapidez; escassez; timidez; estupidez; palidez;acidez; surdez; lucidez; pequenez.

07. alucinar, ontem, hélice, êxito, humilde, hábil, hesitar,harpa, hoje, irônico, humano, horrível, hora, árido, honra, hóspede,haver, habitar.

08. a) ouve b) Houve c) ouve d) houve

09.Som de Z: exercícios, executarei, exibir-se, exercer, existir,

êxito e exame.Som de KS: táxi, oxigênio, tóxico e sexo.

Som de S: trouxemos, proximidade, extensão, experiência eauxílio.

10. encher, deixar, cheiro, echa, eixo, frouxo, machucar,chocolate, enxada, enxergar, caixa, chiclete, faixa, chuchu,salsicha, baixa, capricho, mexerica, riacho, xingar, chaleira,ameixa, cheirosos, abacaxi.

11. a) mal b) mau c) mal d) mal e) mal f) mau g) mal

12. a) Por que b) porque c) Por que d) porque e) Porque

13. a) mas b) mais c) más d) mas e) mais f) mas g) más masmais mais

14. a) Atrás b) traz c) trás d) atrás

15. a) a b) Há c) há d) Há e) há f) a g) a h) A

16. a) De repente b) devagar c) por isso d) depressa e) Por cima

17. analisar; pesquisar; anarquizar; canalizar; civilizar;colonizar; humanizar; suavizar; revisar; realizar; nacionalizar;nalizar; ocializar; monopolizar; sintonizar; centralizar; paralisar; avisar.

18. a) Aja haja b) haja aja c) haja d) Aja

19. a) menos b) menos c) menos d) menos

20. a) Por que b) por que c) por que d) por quê e) porque f) por quê g) por que h) porque i) porquê j) Por que l) por que

21. Pousando; Presença; Artesanato; Escravizar; Natureza;Vaso; Presidente; Fazer; Brasil; Civilização; Presente; Atrasados;Produzirem; Asa; Horizonte; Torrãozinho; Frase; Intruso;Desejamos; Positiva; Poderoso; Desenvolvido; Surpresa; Vazio;Caso; Colonização.

22. estrangeiro; extensão; estranho; estender; extenso;Espontâneo; Misto; Teste; Esgotar; Exterior; Exceção; Esplêndido;Texto; Expulsar; Exclusivo.

23. a) tão poucas b) tão poucos c) tampouco d) tão pouco e)tampouco f) tampouco g) tão poucas h) tampouco

 MORFOLOGIA

Em Linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, daformação e da classicação das palavras. A peculiaridade damorfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente enão dentro da sua participação na frase ou período. A morfologiaestá agrupada em dez classes, denominadas classes de palavrasou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo,  Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e

Interjeição. Neste estudo veremos:- Estrutura das Palavras- Classes de Palavras

 Estrutura das Palavras

Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das  palavras. Assim, compreendemos melhor o signicado de cadauma delas.

As palavras podem ser divididas em unidades menores, a quedamos o nome de elementos mórcos ou morfemas.

 Vamos analisar a palavra “cachorrinhas”:

 Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatroelementos. São eles:cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele

que contém o signicado.inh - indica que a palavra é um diminutivoa - indica que a palavra é femininas - indica que a palavra se encontra no plural

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Morfemas: unidades mínimas de caráter signicativo.

Obs.: existem palavras que não comportam divisão emunidades menores, tais como: mar, sol, lua, etc.

São elementos mórcos:1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e signicativos2) Axos (prexos, suxos), desinência, vogal temática: 

elementos modicadores da signicação dos primeiros3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de

ligação ou eufônicos.

Raiz

É o elemento originário e irredutível em que se concentra asignicação das palavras, consideradas do ângulo histórico. É araiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesmafamília etimológica. Observe o exemplo:

Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a signicaçãogeral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc.

Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo: at-oat-or at-ivoaç-ãoac-ionar 

RadicalObserve o seguinte grupo de palavras:

livr- o

livr- inho

livr- eiro

livr- eco

Você reparou que há um elemento comum nesse grupo?

Você reparou que o elemento livr serve de base para osignicado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema).

Radical: elemento básico e signicativo das palavras,consideradas sob o aspecto gramatical e prático. É encontradoatravés do despojo dos elementos secundários (quando houver) da palavra.

Por Exemplo:cert-ocert-ezain-cert-eza

AxosAxos são elementos secundários (geralmente sem vida

autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar   palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema“-mente”, por exemplo, cria uma nova palavra a partir de “certo”:certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, oacréscimo dos morfemas “a-” e “-ar” à forma “cert-” cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados.

Quando são colocados antes do radical, como acontece com“a-”, os axos recebem o nome de prexos. Quando, como “-ar”,surgem depois do radical, os axos são chamados de suxos. Vejaos exemplos:

Prexo Radical Suxo

in at ivo

em  pobr  ecer

inter nacion al

DesinênciasDesinências são os elementos terminais indicativos das

exões das palavras. Existem dois tipos:Desinências Nominais: indicam as exões de gênero 

(masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.Exemplos: aluno-o / aluno-s; alun-a / aluna-s.

Observação: só podemos falar em desinências nominais degêneros e de números em palavras que admitem tais exões, comonos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema,  por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número.

Desinências Verbais: indicam as exões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos.

 A desinência “-o”, presente em “am-o”, é uma desinência

número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoado singular; “-va”, de “ama-va”, é desinência modo-temporal:caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo,na 1ª conjugação.

Vogal TemáticaVogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o

 para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogaistemáticas:

A – Caracteriza os verbos da 1ª conjugação.Exemplos:  buscar, buscavas, etc.

E - Caracteriza os verbos da 2ª conjugação.Exemplos: romper, rompemos, etc.

I - Caracteriza os verbos da 3ª conjugação.Exemplos:  proibir, proibirá, etc.

TemaTema é o grupo formado pelo radical mais vogal temática.

 Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi-

Vogais e Consoantes de LigaçãoAs vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem

 por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra.

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Exemplo: parisiense (paris= radical, ense=suxo, vogal de ligação=i)Outros exemplos:gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira,

cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.

Formação das PalavrasExistem dois processos básicos pelos quais se formam as

 palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambosconsiste basicamente em que, no processo de derivação, partimossempre de um único radical, enquanto no processo de composição

sempre haverá mais de um radical.

DerivaçãoDerivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra

nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, chamadaprimitiva. Observe o quadro abaixo:

Primitiva Derivada

mar marítimo, marinheiro, marujo

terra enterrar, terreiro, aterrar 

Observamos que “mar” e “terra” não se formam de nenhumaoutra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um suxo ou prexo. Logo, mar e terrasão palavras primitivas, e as demais, derivadas.

Tipos de Derivação

Derivação Prexal ou PrexaçãoResulta do acréscimo de prexo à palavra primitiva, que tem

o seu signicado alterado. Veja os exemplos: 

crer- descrer ler- reler capaz- incapaz

Derivação Suxal ou SuxaçãoResulta de acréscimo de suxo à palavra primitiva, que pode

sofrer alteração de signicado ou mudança de classe gramatical.Por Exemplo:alfabetização No exemplo acima, o suxo -ção transforma em substantivo 

o verbo alfabetizar.Este, por sua vez, já é derivado do substantivoalfabeto pelo acréscimo do suxo -izar.

A derivação suxal pode ser:a) Nominal, formando substantivos e adjetivos.Por Exemplo: papel – papelariariso – risonho

 b) Verbal, formando verbos.Por Exemplo:atual - atualizar

c) Adverbial, formando advérbios de modo.Por Exemplo:feliz – felizmente

Derivação Parassintética ou ParassínteseOcorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo

simultâneo de prexo e suxo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos.

Considere o adjetivo “ triste”. Do radical “trist-” formamoso verbo entristecer através da junção simultânea do prexo “en-”e do suxo “-ecer”. A presença de apenas um desses axos não ésuciente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua nãoexistem as palavras “entriste”, nem “tristecer”.

Exemplos: 

PalavraInicial Prexo Radical Suxo

PalavraFormada

mudo e mud ecer   emudecer

alma des alm ado desalmado 

Atenção!  Não devemos confundir derivação parassintética, em que o

acréscimo de suxo e de prexo é obrigatoriamente simultâneo,com casos como os das palavras desvalorização e desigualdade.  Nessas palavras, os axos são acoplados em sequência:desvalorização provém de desvalorizar, que provém de valorizar,que por sua vez provém de valor.

É impossível fazer o mesmo com palavras formadas porparassíntese: não se pode dizer que expropriar provém de“propriar” ou de “expróprio”, pois tais palavras não existem.Logo, expropriar provém diretamente de próprio, peloacréscimo concomitante de prexo e suxo.

Derivação RegressivaOcorre derivação regressiva quando uma palavra é formada

não por acréscimo, mas por redução.

Exemplos: 

comprar (verbo)  beijar (verbo)

compra (substantivo) beijo (substantivo)

Saiba que:Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou

se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação:- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o

verbo palavra primitiva.- Se o nome denota algum objeto ou substância, verica-se o

contrário.Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam

ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém,com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivoprimitivo que dá origem ao verbo ancorar.

Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivosa partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivosdeverbais.   Note que na linguagem popular, são frequentes osexemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja: 

o portuga (de português)o boteco (de botequim)o comuna (de comunista)

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Ou ainda:

agito (de agitar)amasso (de amassar)chego (de chegar)

Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de umsubstantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentidoinverso: forma o substantivo a partir do verbo.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra,sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:

1) Os adjetivos passam a substantivosPor Exemplo:Os bons serão contemplados.2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivosPor Exemplo:Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.3) Os innitivos passam a substantivosPor Exemplo:O andar de Roberta era fascinante.O badalar dos sinos soou na cidadezinha.4) Os substantivos passam a adjetivosPor Exemplo:O funcionário fantasma foi despedido.O menino prodígio resolveu o problema.5) Os adjetivos passam a advérbiosPor Exemplo:Falei baixo para que ninguém escutasse.6) Palavras invariáveis passam a substantivosPor Exemplo: Não entendo o porquê disso tudo.7) Substantivos próprios tornam-se comuns.Por Exemplo:Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)

Observação: os processos de derivação vistos anteriormentefazem parte da Morfologia porque implicam alterações na formadas palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamentecom seu signicado, o que acaba caracterizando um processosemântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual édenominada “imprópria”.

ComposiçãoComposição é o processo que forma palavras compostas, a

 partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos:

Composição por JustaposiçãoAo juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre

alteração fonética.

Exemplos: passatempo, quinta-feira, girassol, couve-or 

Obs.: em “girassol” houve uma alteração na graa (acréscimode um “s”) justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.

Composição por AglutinaçãoAo unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre

supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.

Exemplos: embora (em boa hora)dalgo (lho de algo - referindo-se a família nobre)hidrelétrico (hidro + elétrico) planalto (plano alto)

Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se aum só acento tônico, o do último componente.

ReduçãoAlgumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena,

uma forma reduzida. Observe:

auto - por automóvelcine - por cinemamicro - por microcomputador Zé - por José

Como exemplo de redução ou simplicação de palavras,  podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na

comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção“Extras” -> Abreviaturas e Siglas)

HibridismoOcorre hibridismo na palavra em cuja formação entram

elementos de línguas diferentes.Por Exemplo: auto (grego) + móvel (latim)

Onomatopeia  Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência

constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos danatureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzemaproximadamente os sons e as vozes dos seres.

Exemplos:miau, zumzum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.

PrexosOs prexos são morfemas que se colocam antes dos radicais

  basicamente a m de modicar-lhes o sentido; raramente essesmorfemas produzem mudança de classe gramatical.

Os prexos ocorrentes em palavras portuguesas se originam dolatim e do grego, línguas em que funcionavam como preposiçõesou advérbios, logo, como vocábulos autônomos. Alguns prexosforam pouco ou nada produtivos em português. Outros, por suavez, tiveram grande vitalidade na formação de novas palavras.Veja os exemplos:

a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- ,anti-

Prexos de Origem Gregaa-, an-: Afastamento, privação, negação, insuciência,

carência.

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Exemplos:

anônimo, amoral, ateu, afônicoana- : Inversão, mudança, repetição. Exemplos: analogia,

análise, anagrama, anacrônicoan- : Em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade.

Exemplos: anteatro, anfíbio, anbologiaanti- : Oposição, ação contrária. Exemplos: antídoto,

antipatia, antagonista, antíteseapo- : Afastamento, separação. Exemplos: apoteose, apóstolo,

apocalipse, apologia

arqui-, arce- : Superioridade hierárquica, primazia, excesso.Exemplos: arquiduque,arquétipo, arcebispo, arquimilionário

cata- : Movimento de cima para baixo. Exemplos: cataplasma,catálogo, catarata

di-: Duplicidade. Exemplos: dissílabo, ditongo, dilemadia- : Movimento através de, afastamento. Exemplos:

diálogo, diagonal, diafragma, diagramadis- : Diculdade, privação. Exemplos : dispneia, disenteria,

dispepsia, disfasiaec-, ex-, exo-, ecto- : Movimento para fora. Exemplos:

eclipse, êxodo, ectoderma, exorcismoen-, em-, e-: Posição interior, movimento para dentro. 

Exemplos: encéfalo, embrião, elipse, entusiasmoendo- : Movimento para dentro. Exemplos: endovenoso,

endocarpo, endosmoseepi- : Posição superior, movimento para. Exemplos: epiderme,

epílogo, epidemia, epitáoeu- : Excelência, perfeição, bondade. Exemplos: eufemismo,

euforia, eucaristia, eufoniahemi- : Metade, meio. Exemplos: hemisfério, hemistíquio,

hemiplégicohiper- : Posição superior, excesso. Exemplos: hipertensão,

hipérbole, hipertroahipo- : Posição inferior, escassez. Exemplos: hipocrisia,

hipótese, hipodérmicometa- : Mudança, sucessão. Exemplos: metamorfose,

metáfora, metacarpo

para- : Proximidade, semelhança, intensidade. Exemplos: paralelo, parasita, paradoxo, paradigmaperi- : Movimento ou posição em torno de. Exemplos:

 periferia, peripécia, período, periscópiopro- : Posição em frente, anterioridade. Exemplos: prólogo,

 prognóstico, profeta, programapros- : Adjunção, em adição a. Exemplos: prosélito, prosódiaproto- : Início, começo, anterioridade. Exemplos: proto-

história, protótipo, protomártir poli- : Multiplicidade. Exemplos: polissílabo, polissíndeto,

 politeísmosin-, sim- : Simultaneidade, companhia. Exemplos: síntese,

sinfonia, simpatia, sinopsetele- : Distância, afastamento. Exemplos: televisão, telepatia,

telégrafo

Prexos de Origem Latinaa-, ab-, abs- : Afastamento, separação. Exemplos: aversão,

abuso, abstinência, abstraçãoa-, ad- : Aproximação, movimento para junto. Exemplos:

adjunto,advogado, advir, aposto

ante- : Anterioridade, procedência. Exemplos: antebraço,antessala, anteontem, antever 

ambi- : Duplicidade. Exemplos: ambidestro, ambiente,ambiguidade, ambivalente

ben(e)-, bem- : Bem, excelência de fato ou ação. Exemplos: benefício, bendito

bis-, bi-: Repetição, duas vezes. Exemplos: bisneto, bimestral, bisavô, biscoito

circu(m) - : Movimento em torno. Exemplos: circunferência,circunscrito, circulação

cis- : Posição aquém. Exemplos: cisalpino, cisplatino,cisandinoco-, con-, com- : Companhia, concomitância. Exemplos:

colégio, cooperativa, condutor contra- : Oposição. Exemplos: contrapeso, contrapor,

contradizer de- : Movimento de cima para baixo, separação, negação.

Exemplos: decapitar, decair, depor de(s)-, di(s)- : Negação, ação contrária, separação. Exemplos:

desventura, discórdia, discussãoe-, es-, ex- : Movimento para fora. Exemplos: excêntrico,

evasão, exportação, expelir en-, em-, in- : Movimento para dentro, passagem para um

estado ou forma, revestimento. Exemplos: imergir, enterrar,embeber, injetar, importar extra- : Posição exterior, excesso. Exemplos: extradição,

extraordinário, extraviar i-, in-, im- : Sentido contrário, privação, negação. Exemplos:

ilegal, impossível, improdutivointer-, entre- : Posição intermediária. Exemplos:

internacional, interplanetáriointra- : Posição interior. Exemplos: intramuscular,

intravenoso, intraverbalintro- : Movimento para dentro. Exemplos: introduzir,

introvertido, introspectivo justa- : Posição ao lado. Exemplos: justapor, justalinear ob-, o- : Posição em frente, oposição. Exemplos: obstruir,

ofuscar, ocupar, obstáculoper- : Movimento através. Exemplos: percorrer, perplexo,

 perfurar, perverter pos- : Posterioridade. Exemplos: pospor, posterior, pós-

graduadopre- : Anterioridade . Exemplos: prefácio, prever, prexo,

 preliminar pro- : Movimento para frente. Exemplos: progresso,

 promover, prosseguir, projeçãore- : Repetição, reciprocidade. Exemplos: rever, reduzir,

rebater, reatar retro- : Movimento para trás. Exemplos: retrospectiva,

retrocesso, retroagir, retrógradoso-, sob-, sub-, su- : Movimento de baixo para cima,

inferioridade. Exemplos: soterrar, sobpor, subestimar super-, supra-, sobre- : Posição superior, excesso. Exemplos:

supercílio, supéruosoto-, sota- : Posição inferior. Exemplos: soto-mestre, sota-

voga, soto-pôr 

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trans-, tras-, tres-, tra- : Movimento para além, movimentoatravés. Exemplos: transatlântico, tresnoitar, tradição

ultra- : Posição além do limite, excesso. Exemplos:ultrapassar, ultrarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta

vice-, vis- : Em lugar de. Exemplos: vice-presidente, visconde,vice-almirante.

SuxosSuxos são elementos (isoladamente insignicativos) que,

acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua principalcaracterística é a mudança de classe gramatical que geralmente

opera. Dessa forma, podemos utilizar o signicado de um verbo num contexto em que se deve usar um substantivo, por exemplo.

Como o suxo é colocado depois do radical, a ele sãoincorporadas as desinências que indicam as exões das palavrasvariáveis. Existem dois grupos de suxos formadores desubstantivos extremamente importantes para o funcionamento dalíngua. São os que formam nomes de ação e os que formam nomesde agente.

Suxos que formam nomes de ação

-ada - caminhada -ez(a) - sensatez, beleza

-ança - mudança -ismo - civismo

-ância - abundância -mento - casamento

-ção - emoção -são - compreensão

-dão - solidão -tude - amplitude

-ença - presença -ura - formatura

Suxos que formam nomes de agente

-ário(a) - secretário -or - lutador 

-eiro(a) - ferreiro -nte - feirante

-ista - manobrista

Além dos suxos acima, tem-se:

Suxos que formam nomes de lugar, depositório:

-aria - churrascaria -or - corredor 

-ário - herbanário -tério - cemitério

-eiro - açucareiro -tório - dormitório

Suxos que formam nomes indicadores de abundância,aglomeração, coleção:

-aço - ricaço -ario(a) - casario, infantaria

-ada - papelada -edo - arvoredo-agem - folhagem -eria - correria

-al - capinzal -io - mulherio

-ame - gentame -ume - negrume

Suxos que formam nomes técnicos usados na ciência:

-ite  bronquite, hepatite (inamação)

-oma mioma, epitelioma, carcinoma (tumores)

-ato, eto, ito  sulfato, cloreto, sulto (sais)

-ina  cafeína, codeína (alcaloides, álcalis articiais)

-ol  fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto)

-ite amotite (fósseis)

-itogranito (pedra)

-ema morfema, fonema, semema, semantema (ciêncialinguística)

-io sódio, potássio, selênio (corpos simples)

Suxo que forma nomes de religião, doutrinas losócas,sistemas políticos:

- ismo: budismo, kantismo, comunismo.

SUFIXOS FORMADORES DE ADJETIVOS

a) de substantivos

-aco - maníaco-engo -mulherengo

-ício - alimentício

-ado - barbado -ento - cruento -ico - geométrico

-áceo(a) - herbáceo,liláceas

-eo - róseo -il - febril

-aico - prosaico -esco - pitoresco -ino - cristalino

-al - anual -este - agreste -ivo - lucrativo

-ar - escolar  -estre - terrestre -onho - tristonho

-ário - diário,ordinário

-enho - ferrenho -oso - bondoso

-ático - problemático -eno - terreno -udo - barrigudo

-az - mordaz

b) de verbos

SUFIXO SENTIDO EXEMPLIFICAÇÃO

-(a)(e)(i)nte ação, qualidade,estado

 semelhante, doente, seguinte

-(á)(í)vel  possibilidade de praticar ou sofrer uma ação

louvável perecível punível 

-io, -(t)ivo ação referência,modo de ser 

tardioarmativopensativo

-(d)iço, -(t)ício

 possibilidadede praticar ousofrer uma ação,referência

movediço, quebradiço, factício

-(d)ouro,-(t)ório

ação, pertinência casadouro, preparatório

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SUFIXOS ADVERBIAIS

  Na Língua Portuguesa, existe apenas um único suxoadverbial: É o suxo “-mente”, derivado do substantivo femininolatino mens, mentis que pode signicar “a mente, o espírito, ointento”.Este suxo juntou-se a adjetivos, na forma feminina, paraindicar circunstâncias, especialmente a de modo.

Exemplos: altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente,nervosa-mente, fraca-mente, pia-mente

Já os advérbios que se derivam de adjetivos terminados em  – ês (burgues-mente , portugues-mente , etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora uniformes.

Exemplos: cabrito montês / cabrita montês.

SUFIXOS VERBAIS

Os suxos verbais agregam-se, via de regra, ao radical desubstantivos e adjetivos para formar novos verbos.

Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimoda terminação-ar .

Exemplos: esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)n-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar.

Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação.Veja:

-ar: cruzar, analisar, limpar -ear: guerrear, golear -entar: afugentar, amamentar -car: dignicar, liquidicar -izar: nalizar, organizar 

Observações:Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida.Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou

causar.Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação poucointensa.

 Exercícios

1. (IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras seformam pelo mesmo processo:

a) ajoelhar / antebraço / assinatura b) atraso / embarque / pescac) o jota / o sim / o tropeçod) entrega / estupidez / sobreviver e) antepor / exportação / sanguessuga

2. (BB) A palavra «aguardente» formou-se por:a) hibridismo b) aglutinaçãoc) justaposiçãod) parassíntesee) derivação regressiva

3. (AMAN) Que item contém somente palavras formadaspor justaposição?

a) desagradável – complemente b) vaga-lume - pé-de-cabrac) encruzilhada – estremeceud) supersticiosa – valiosase) desatarraxou – estremeceu

4. (UE-PR) «Sarampo» é:a) forma primitiva b) formado por derivação parassintética

c) formado por derivação regressivad) formado por derivação imprópriae) formado por onomatopéia

5. (EPCAR) Numere as palavras da primeira colunaconforme os processos de formação numerados à direita. Emseguida, marque a alternativa que corresponde à sequêncianumérica encontrada:

( ) aguardente 1) justaposição( ) casamento 2) aglutinação( ) portuário 3) parassíntese( ) pontapé 4) derivação suxal( ) os contras 5) derivação imprópria( ) submarino 6) derivação prexal( ) hipótese

a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1 b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6c) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6 6. (CESGRANRIO) Indique a palavra que foge ao

processo de formação de chapechape:a) zunzum b) reco-recoc) toque-toqued) tlim-tlime) vivido

7. (UF-MG) Em que alternativa a palavra sublinhadaresulta de derivação imprópria?

a) Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: avotação.

  b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Votosecreto... Bobagens, bobagens!

c) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continuariamsendo uma farsa!

d) Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se entenderam.e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva.

8. (AMAN) Assinale a série de palavras em que todas sãoformadas por parassíntese:a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer  b) solução, passional, corrupção, visionárioc) enrijecer, deslealdade, tortura, vidented) biograa, macróbio, bibliograa, asteróidee) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo

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9. (FFCL SANTO ANDRÉ) As palavras couve-or,planalto e aguardente são formadas por:

a) derivação b) onomatopeiac) hibridismod) composiçãoe) prexação

10. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma daspalavras não é formada por prexação:

a) readquirir, predestinado, propor 

 b) irregular, amoral, demover c) remeter, conter, antegozar d) irrestrito, antípoda, prever e) dever, deter, antever 

 Respostas:1-B / 2-B / 3-B / 4-C / 5-E / 6-E / 7-D / 8-A / 9-D / 10-E /

Classe de Palavras

ARTIGO

“O orvalho vem caindoVai molhar o meu chapéuE também vão sumindoAs estrelas lá no céuTenho passado tão malA minha cama é uma folha de papel”

(Noel Rosa e Kid Pepe)

Artigo é a palavra que acompanha o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número, determinando-o ou generalizando-o. Osartigos podem ser:

- denidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata deum ser juá conhecido; denota familiaridade: “A grande reforma do ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do médio.”(Veja – maio de 2005)

-indenidos

: um, uma, uns, umas; estes; trata-se de um ser desconhecido, dá ao substantivo valor vago: “...foi chegando um caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima)

Emprego do Artigo

1- Usa-se o artigo denido:  – com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados

foram punidos.  – com nomes próprios geográcos de estado, pais, oceano,

montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o oceano Pacíco, a Suíça, o Pará, a Bahia. / Conheço o Canadá masnão conheço Brasília.

 – com nome de cidade se vier qualicada: Fomos à histórica 

Ouro Preto. – depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos os vinte atletas participarão do campeonato.

 – com toda a/todo o, a expressão que vale como totalidade,inteira. Toda cidade será enfeitada para as comemorações deaniversario.

Atenção: sem o artigo, o pronome todo/toda vale comoqualquer . Toda cidade será enfeitada para as comemorações deaniversário. (qualquer cidade)

 – com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais lindas ores da oricultura.

 – com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo temdois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e simpático.

  – antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da  primavera vem o verão.

 – com expressões de peso e medida: O álcool custa um real o 

litro. (=cada litro)

2-  Não se usa o artigo denido: – antes de pronomes de tratamento iniciados por possessivos:Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Majestade, Vossa

Alteza.Vossa Alteza estará presente ao debate?“  Nosso Senhor tinha o olhar em pranto / Chorava Nossa

Senhora.” – antes de nomes de meses:O campeonato aconteceu em maio de 2002. MAS:O campeonato aconteceu no inesquecível maio de 2002.

(modicado) – alguns nomes de países, como Espanha, França, Inglaterra,

Itália podem ser construídos sem o artigo, principalmente quandoregidos de preposição.

“Viveu muito tempo em Espanha.” / “Pelas estradas líricas deFrança.”

Mas: Sônia Salim, minha amiga, visitou a bela Veneza.(modicado)

 – antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos quatro,amigos de João Luís e Laurinha. MAS: Todos os três irmãos eu vinascer. (o substantivo está claro)

  – antes de palavras que designam matéria de estudo,empregadas com os verbos: aprender, estudar, cursar, ensinar:Estudo Inglês e Cristiane estuda Francês.

3-

O uso do artigo é facultativo: – antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência éirritante.

 – antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou Luciana/ a Luciana?

 – “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (para a frente:exige a preposição)

4- Formas combinadas do artigo denido: Preposição + o =ao / de + o,a = do, da / em + o, a = no, na / por + o, a = pelo, pela.

5- Usa-se o artigo indenido:  – para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns 

oito anos / Não o vejo há uns meses.

 – antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em pares:Usava umas calças largas e umas botas longas.  – em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é

uma meiguice só. / – para comparar alguém com um personagem célebre: Luís

August é um Rui Barbosa.

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6- O artigo indenido não é usado: – em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte, gente,

quantidade: Reservou para todos boa parte do lucro. – com adjetivos como: escasso, excessivo, suciente: Não há

suciente espaço para todos.  – com substantivo que denota espécie: Cão que ladra não

morde.

7- Formas combinadas do artigo indenido: Preposição de eem + um, uma = num, numa, dum, duma.

Atenção: o artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavratransforma-a em substantivo. O ato literário é o conjunto do ler e do escrever.

SUBSTANTIVO

Lições Opostas

A professora ensinava:substantivo abstrato é o que existemas nós não vemos.Exemplicava: penúria, angústia,dor, fome, tristeza, miséria,

Tudo é substantivo abstrato.Hoje, com a minha experiência,eu lhe responderia:-Então, professora,na favela não existesubstantivo abstrato.

(Marilita Pozzoli)

Substantivo é a palavra que dá nomes aos seres. Inclui osnomes de pessoas, de lugares, coisas, entes de natureza espiritualou mitológica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, passarinho,abraço, quadro, universidade, saudade, amor, respeito, criança.

Os substantivos exercem, na frase, as funções de: sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento

nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, aposto e vocativo.Os substantivos classicam-se em:Comuns - nomeiam os seres da mesma espécie: menina,

 piano, estrela, rio, animal, árvore. Próprios - referem-se a um ser em particular: Brasil, América

do Norte, Deus, Paulo, Lucélia.Concretos - são aqueles que têm existência própria; são

independentes; reais ou imaginários: mãe, mar, água, anjo, mulher,alma, Deus, vento DVD, fada, criança, saci.

De gramática e de linguagem  (Mário Quintana) E havia uma gramática que dizia assim:

“Substantivo (concreto) é tudo quanto indicaPessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.”Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!...As pessoas atrapalham. Estão em toda parte.[Multiplicam-se em excesso.As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com

ninguém.”

 Abstrato - são os que não têm existência própria; dependesempre de um ser para existir: é necessário alguém ser ou estar triste para a tristeza manifestar-se; é necessário alguém beijar ou abraçar para que ocorra um beijo ou um abraço; designamqualidades, sentimentos, ações, estados dos seres: dor, doença,amor, fé, beijo, abraço, juventude, covardia, coragem, justiça.

Os substantivos abstratos podem ser concretizadosdependendo do seu signicado: Levamos a caça para a cabana.(caça = ato de caçar, substantivo abstrato; a caso, neste caso,refere-se ao animal, portanto, concreto).

 Simples - como o nome diz, são aqueles formados por apenasum radical: chuva, tempo, sol, guarda, pão, raio, água, ló, terra,

 or , mar, raio, cabeça.Compostos - são os que são formados por mais de dois

radicais:   guarda-chuva, girassol, água-de-colônia, pão-de-ló, pára-raio, sem-terra, mula-sem-cabeça.

 Primitivos - são os que não derivam de outras palavras;vieram primeiro,deram origem a outras palavras:   ferro, Pedro,mês, queijo, chave, chuva, pão, trovão, casa.

 Derivados   – são formados de outra palavra já existente;vieram depois: ferradura, pedreiro, mesada, requeijão, chaveiro,chuveiro, padeiro, trovoada, casarão, casebre.

Coletivos  – os substantivos comuns que, mesmo no singular,designam um conjunto de seres de uma mesma espécie: bando,

 povo, frota, batalhão, biblioteca, constelação.

Eis alguns substantivos coletivos: álbum – de fotograas;alcatéia – de lobos; antologia – de textos escolhidos; arquipélago – ilhas; assembléia – pessoas, professores; atlas – cartas geográcas;  banda – de músicos; bando – de aves, de crianças; baixela – utensílios de mesa; banca – de examinadores; biblioteca – de livros; biênio – dois anos; bimestre – dois meses; boiada – de bois; cacho – de uva; cála – camelos; caravana – viajantes; cambada – devadios, malvados; cancioneiro – de canções; cardume – de peixes;casario – de casas; código – de leis; colméia – de abelhas; concílio – de bispos em assembléia; conclave – de cardeais; confraria – dereligiosos; constelação – de estrelas; cordilheira – de montanhas;cortejo – acompanhantes em comitiva; discoteca – de discos;elenco – de atores; enxoval – de roupas; fato – de cabras; fornada – de pães; galeria – de quadros; hemeroteca – de jornais, revistas;

horda – de invasores; iconoteca – de imagens; irmandade – dereligiosos; mapoteca – de mapas; milênio – de mil anos; miríade – de muitas estrelas, insetos; nuvem – de gafanhotos; panapaná – de borboletas em bando; penca – de frutas; pinacoteca – de quadros; piquete – de grevistas; plêiade – de pessoas notáveis, sábios; prole – de lhos; quarentena – quarenta dias; qüinqüênio – cinco anos;renque – de árvores, pessoas, coisas; repertório – de peças teatrais,música; resma – de quinhentas folhas de papel; século – de cemanos; sextilha – de seis versos; súcia – de malandros, patifes;terceto – de três pessoas, três versos; tríduo – período de trêsdias; trinênio – período de três anos; tropilhas – de trabalhadores,alunos; vara – de porcos; videoteca – de videocassetes; xiloteca – de amostras de tipos de madeiras.

Reexão do Substantivo

“Na feira livre do arrabaldezinhoUm homem loquaz apregoa balõezinhos de cor - O melhor divertimento para crianças!Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,Fitando com olhos muito redondos os grandes

 Balõezinhos muito redondos.”(Manoel Bandeira)

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Observe que o poema apresenta vários substantivos eapresentam variações ou exões de gênero (masculino/feminino),de número (plural/singular) e de grau (aumentativo/diminutivo).

 Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e feminino.Latim, Grego e Inglês, possuem um terceiro gênero: o neutro.

A regra para a exão do  gênero é a troca de o por  a, ou oacréscimo da vogal a, no nal de nal da palavra: mestre, mestra.

FORMAÇÃO DO FEMININO

O feminino se realiza de três modos:

1. Flexionando-se o substantivo masculino: lho, lha /mestre, mestra / leão, leoa;

2. acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou umsuxo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul, consulesa /cantor, cantora / reitor, reitora.

3. utilizando-se uma palavra feminina com radicaldiferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro, ovelha / cavalo, égua.

Observe como são formados os femininos: parente,  parenta / hóspede, hospeda / monge, monja / presidente,  presidenta /gigante, giganta / ocial, ociala / peru, perua / cidadão, cidadã  / aldeão, aldeã  / ancião, anciã  / guardião,  guardiã  / charlatão,charlatã / escrivão, escrivã / papa, papisa / faisão, faisoa / hortelão,horteloa / ilhéu, ilhoa / mélro, mélroa / folião, foliona / imperador,imperatriz / profeta, profetiza / píton, pitonisa / abade, abadessa /czar, czarina / perdigão, perdiz / cão, cadela / pigmeu, pigméia /ateu, atéia / hebreu, hebréia / réu, ré / cerzidor, cerzideira / frade,

 freira / frei,  sóror  / rajá, rani / dom, dona / cavaleiro, dama /zangão, abelha /

Substantivos Uniformes

Os substantivos uniformes apresentam uma única forma paraambos os gêneros: dentista, vítima. Os substantivos uniformes dividem-se em:

 Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero, quer se reram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea / a cobramacho ou fêmea / a formiga macho ou fêmea.

Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designamindivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. Aindicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou feminino:o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a personagem / o,a cliente / o, a fã / o, a motorista / o, a estudante / o, a artista / o,a repórter / o, a menequim / o, a gerente / o, a imigrante / o, a  pianista / o, a rival / o a jornalista.

 Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero parahomem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a testemunha (homem, mulher) / a pessoa (homem, mulher) / o cônjuge (marido,mulher) / o guia (homem, mulher) / o ídolo (homem, mulher).

1 – Substantivos que mudam de sentido, quando se troca ogênero: o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar); o capital(dinheiro) - a capital (cidade); o cabeça (chefe, líder) - a cabeça(parte do corpo); o guia (acompanhante) - a guia (documentação);o moral (ânimo) - a moral (ética); o grama (peso) - a grama (relva);o caixa (atendente) - a caixa (objeto); o rádio (aparelho) - a rádio(emissora); o crisma (óleo salgado) - a crisma (sacramento); ocoma (perda dos sentidos) - a coma (cabeleira); o cura (vigário) - acura; (ato de curar); o lente (prof. Universitário) - a lente (vidro deaumento); o língua (intérprete) - a língua (órgão, idioma); o voga(o remador) - a voga (moda).

2 – Alguns substantivos oferecem dúvida quanto ao gênero.São masculinos:

O eclipse / o dó / o dengue (manha) / o champanha / o soprano/ o clã / o alvará / o sanduíche / o clarinete / o hosana / o espécime/ o guaraná / o diabete ou diabetes / o tapa / o lança-perfume / o praça (soldado raso) / o pernoite / o formicida / o herpes / o sósia /o telefonema / o saca-rolha / o plasma / o estigma.

3 – São geralmente masculinos os substantivos de origemgrega terminados em – ma: o dilema / o teorema / o emblema / otrema / o eczema / o edema / o ensema / o fonema / o anátema / o

tracoma / o hematoma / o glaucoma / o aneurisma / o telefonema/ o estratagema /

4 – São femininos: a dinamite / a derme / a hélice / a aluvião/ a análise / a cal / a omoplata / a gênese / a entorse / a faringe /a cólera (doença) / a cataplasma / a pane / a mascote / a libido(desejo sexual) / a rês / a sentinela / a sucuri / a usucapião / aomelete / a hortelã / a fama / a xerox / a aguardante /

Plural dos Substantivos

Há várias maneiras de se formar o  plural dos substantivos:Acrescentam-se:

- S – aos substantivos terminados em VOGAL ou DITONGO: povo, povos / feira, feiras / série, séries.

- S   – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens/ abdômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes,abdômenes, hífenes.

- ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz, cartazes / motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em R mudamsua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter, caracteres /sênior, seniores.

- IS   – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul : jornal, jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções: mal,males / cônsul, cônsules / real, réis (antiga moeda portuguesa).

- ÃO – aos substantivos terminados em ão, acrescenta S:cidadão, cidadãos / irmão, irmãos / mão, mãos.

Trocam-se:

- ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões /mamão, mamões.

- ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão, alemães/ cão, cães.

- il por  is (oxítonas): funil,  funis / fuzil,  fuzis / canil, canis / pernil,  pernis, e por EIS (Paroxítonas): fóssil,  fósseis / réptil,répteis / projétil, projéteis.

- m  por  ns: nuvem, nuvens / som,  sons / vintém, vinténs /atum, atuns.

- zito, zinho - 1º coloca-se o substantivo no plural: balão,

 balões; 2º elimina-se o S + zinhos.Balão – balões – balões + zinhos: balõzinhos;Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos;Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos.- alguns substantivos terminados em X são invariáveis (valor 

fonético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix, as fênix / uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax.

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- Outros (fora de uso) têm o mesmo plural que suas variantesem ice (ainda em vigor): apêndix ou apêndice, apêndices / cálixo ucálice, cálices (x, som de s) / látex, látice ou láteces / códexou códice, códices / córtex ou córtice, córtices / índex ou índice,índices (x, som de cs).

- substantivos terminados em ÃO com mais de uma formano plural: aldeão, aldeões, aldeãos; verão, verões, verãos; anão,anões, anãos; guardião, guardiões, guardiães; corrimão, corrimãos,corrimões; hortelão, hortelões, hortelãos; ancião, anciões, anciães,anciãos; ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos.

A tendência é utilizar a forma em ÕES.

- Há substantivos que mudam o timbre da vogal tônica, no plural. Chama-se metafonia. Apresentam o “o” tônica fechado nosingular e aberto no plural: caroço (ô), coroços (ó) / imposto (ô),impostos (ó) / forno (ô), fornos (ó) / miolo (ô), miolos (ó) / poço (ô), poços (ó) / olho (ô), olhos (ó) / povo (ô), povos (ó) / corvo (ô),corvos (ó). Também são abertos no plural (ó): fogos, ovos, ossos, portos, porcos, postos, reforços. Tijolos, destroços.

- Há substantivos que mudam de sentido quando usadosno plural: Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens.(patrimônio); Conferiu a  féria do dia. (salário); As  férias forammaravilhosas. (descanso); Sua honra foi exaltada. (dignidade);Recebeu honras na solenidade. (homenagens); Outros: bem = virtude, benefício / bens = valores / costa = litoral / costas =dorso / féria = renda diária / férias = descanso / vencimento = m /vencimento = salário / letra = símbolo gráco / letras = literatura.

- Muitos substantivos conservam no plural o “o” fechado:acordos / adornos / almoços / bodas / bojos / bolos / cocos /confortos / dorsos / encontros / esposos / estojos / forros / globos /gostos / moços / molhos / pilotos / piolhos / rolos / rostos / sopros/ sogros / subornos.

- Substantivos empregados somente no plural: Arredores / belas-artes/ bodas (ô) / condolências / cócegas / costas / exéquias/ férias / olheiras / fezes / núpcias / óculos / parabéns / pêsames /viveres / idos, afazeres, algemas.

- A forma singular das palavras ciúme e saudade são também

usadas no plural, embora a forma singular seja preferencial, já quea maioria dos substantivos abstratos não se pluralizam. Aceita-seos ciúmes, nunca o ciúmes.

“Quando você me deixou,meu bem,me disse pra eu ser felize passar bemQuis morrer de ciúme,quase enloquecimas depois, como erade costume, obedeci”

(gravado por Maria Bethânia)

“Às vezes passo dias inteirosimaginando e pensando em vocêe eu co com tanta saudadeque até parece que eu posso morrer.Pode creditar em mim.Você me olha, eu digo sim...”

(Fernanda Abreu)

Atenção:1 – avô – avôs (o avô materno e o avô paterno; avôs, fechado)

avô avós (o avô e a avó).2 – Termos no singular com valor de plural: Muito negro 

ainda sofre com o preconceito social. / Tem morrido muito pobre de fome.

Plural dos Substantivos Compostos

  Não é muito fácil a formação do plural dos substantivoscompostos. Vamos lá, prestem atenção!

1 – Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural:- palavra unida sem hífen:

  pontapé = pontapés / girassol = girassóis / autopeça =autopeças.

1.1  – verbo + substantivo:saca-rolha = saca-rolhas / arranha-céu = arranha-céus / bate-

 bola = bate-bolas / guarda-roupa = guarda-roupas / guarda-sol = guarda-sóis / vale-refeição = vale-refeições.

1.2  – elemento invariável + palavra variável:sempre-viva = sempre-vivas /abaixo-assinado = abaixo-assinados /recém-nascido = recém-nascidos /ex-marido = ex-maridos /

auto-escola = auto-escolas.1.3  – palavras repetidas:o reco-reco = os reco-recos / o tico-tico = os tico-ticos /o corre-corre = os corre-corres1.4 Substantivo composto de três ou mais elementos não 

ligados por preposição:o bem-me-quer = os bem-me-quereso bem-te-vi = os bem-te-viso sem-terra = os sem-terrao fora-da-lei = os fora-da-leio João-ninguém = os joões-ninguémo ponto-e-vírgula = os ponto-e-vírgulao bumba-meu-boi = os bumba-meu-boi1.5 Quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel:

grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer = bel-prazeres.

2 – Somente o primeiro elemento vai para o plural:2.1 – substantivo + preposição + substantivo:

água de colônia = águas-de-colôniamula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeçapão-de-ló = pães-de-lósinal-da-cruz = sinais-da-cruz

2.2 – quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá idéiade tipo, nalidade:

samba-enredo = sambas-enredospombo-correio = pombos-correiosalário-família = salários-famíliabanana-maçã = bananas-maçã vale-refeição = vales-refeição (vale = ter valor de,

substantivo+especicador)

Atenção: A tendência na língua portuguesa atual é pluralizar os dois elementos: bananas-maçãs / couves-ores / peixes-bois /saias-balões. (ver Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

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3 – Os dois elementos cam invariáveis quando houver:3.1 – verbo + advérbio:o ganha-pouco = os ganha-poucoo cola-tudo = os cola-tudoo bota-fora = os bota-fora3.2 – os compostos de verbos de sentido oposto:

o entra-e-sai = os entra-e-saio leva-e-traz = os leva-e-trazo vai-e-volta = os vai-e-volta

4 – Os dois elementos, vão para o plural:4.1 – substantivo + substantivo:decreto-lei = decretos-leisabelha-mestra = abelhas-mestrastia-avó = tias-avóstemente-coronel = tenentes-coronéisredator-chefe = redatores-chefes

Dicas: coloque entre dois elementos a conjunção e, observese é possível a pessoa ser o redator e chefe ao mesmo tempo /cirurgião e dentista / tia e avó / decreto e lei / abelha e mestra.

4.2 – substantivo + adjetivo:amor-perfeito = amores-perfeitoscapitão-mor = capitães-morescarro-forte = carros-fortesobra-prima = obras-primascachorro-quente = cachorros-quentes4.3 – adjetivo + substantivo:

boa-vida = boas-vidascurta-metragem = curtas-metragensmá-língua = más-línguas

4.4 – numeral ordinal + substantivo:segunda-feira = segundas-feirasquinta-feira = quintas-feiras

5 – Composto com a palavra  guarda só vai para o plural se

for pessoa:guarda-noturno = guardas-noturnosguarda-orestal = guardas-orestaisguarda-civil = guardas-civisguarda-marinha = guardas-marinha

6 – Plural das palavras de outras classes gramaticais usadascomo substantivo

(substantivadas), são exionadas como substantivos:Gritavam vivas e morras.Fiz a prova dos noves.Pesei bem os prós e contras.

Atenção: Numerais substantivos terminados em s ou z nãovariam no plural. Este semestre tirei alguns seis e apenas um dez.

7 – Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas /os Oliveiras /

os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os Silvas.

8 – Plural dos substantivos estrangeiros:Inglês: os shorts / os shows / os icebergs / os watts / os pit 

bulls / os magazines.Latim: os décits / os superávits / os habitats / os campi.Italiano: as pizzas.9 – Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo:  CDs / DVDs / ONGs / PMS / Urs.

Grau do Substantivo

Os substantivos podem ser modicados a m de exprimir intensidade, exagero ou diminuição. A essas modicações é quedamos o nome de   grau do substantivo. São dois os graus dossubstantivos: aumentativo e diminutivo.

Os graus aumentativos e diminutivos são formados por dois processos:

1 – sintético com o acréscimo de um suxo aumentativo oudiminutivo:

peixe –  peixão (aumentativo sintético)peixe- peixinho (diminutivo sintético)l; sulxo inho ou

lisinho

2 – Analítico:a) formado com palavras de aumento: grande, enorme,

imensa, gigantesca:obra imensa / lucro enorme / carro grande / prédio

gigantesco;b) formado com as palavras de diminuição: diminuto,

 pequeno, minúscula,casa pequena, peça minúscula / saia diminuta.

Atenção:- Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns substantivos

exprimem também desprezo, crítica, indiferença em relação acertas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo, narigão, gentinha,coisinha, povinho, livreco.

- Já alguns diminutivos dão idéia de afetividade: lhinho,Toninho, mãezinha.

- Em conseqüência do dinamismo da língua, algunssubstantivos no grau diminutivo e aumentativo adquiriramum signicado novo:   portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha(calendário).

- As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas emsílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o suxozinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão(sílaba nasal) = irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú(hiato) = bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho.

- As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessasconsoantes seguidas de vogal recebem o suxo inho: país = paisinho; rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza = belezinha.

- Há ainda aumentativos e diminutivos formados por  prexação: minissaia, maxissaia, supermercado, minicalculadora.

Funções Sintáticas do Substantivo

O substantivo pode apresentar-se na oração como:1. sujeito: A instituição onde estudo é a FAI.2.  predicativo do sujeito: Paulo já não é mais adolescente.

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3. predicativo do objeto direto: O técnico considerou o julgador um herói.

4. predicativo do objeto indireto: Foi capaz de dar-lhe umempurrão.

5. objeto direto: Cadastre seu telefone aqui.6. objeto indireto: Nunca deixei de conar em Deus.7. complemento nominal: Tenho conança na sua

honestidade.8. adjunto adverbial: Alô, é da pizzaria?9. agente da passiva: Os campos estavam cobertos de ores

 silvestres.10. aposto: Gilberto Gil, ministro e músico, continua brilhando no mundo artística.

11. vocativo: Mãe, já tô saindo.12. adjunto adnominal: Escreveu o artigo do mês (=mensal)

 preposição = substantivo = locução adjetiva.

Substantivo caracterizador de adjetivo

Os adjetivos referentes a cores podem ser modicados por um substantivo: verde piscina, azul petróleo, amarelo ouro, roxo batata, verde garrafa.

ADJETIVO

 Não digas: “o mundo é belo.”Quando foi que viste o mundo? Não digas: “o amor é triste.”Que é que tu conheces do amor? Não digas: “a vida é rápida.”Com foi que mediste a vida?

(Cecília Meireles)

Os adjetivos belo, triste e rápida expressa uma qualidade dossujeitos: o mundo, o amor, a vida.

Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau quemodica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, estado, ou

modo de ser: laranjeira  orida / céu azul  / mau tempo / cavalobaio / comida saudável / político honesto / professor competente /funcionário consciente / pais responsáveis.

Os adjetivos classicam-se em:

1. simples – apresentam um único radical, uma única palavra em sua estrutura: alegre / medroso / simpático / covarde / jovem / exuberante / teimoso;

2. compostos   – apresentam mais de um radical, mais deduas palavras em sua estrutura: estrelas azul-claras / sapatosmarrom-escuros / garoto surdo-mudo;

3. primitivos  – são os que vieram primeiro; dão origem a

outras palavras: atual / livre / triste / amarelo / brando / amável /confortável;

4. derivados – são aqueles formados por derivação, vieramdepois dos primitivos: amarelado / ilegal / infeliz / desconfortável/ entristecido / atualizado;

5. pátrios   – indicam procedência ou nacionalidade,referem-se a cidades, estados, países

Locução Adjetiva

A locução adjetiva é a expressão que tem o mesmo valor deum adjetivo. A locução adjetiva é formada por preposição + umsubstantivo. Vejamos algumas locuções adjetivas: angelical = deanjo; abdominal = de abdômen; apícola = de abelha; aquilino = deáguia; argente = de prata; áureo = de ouro; auricular = da orelha;  bucal = da boca;   bélico = de guerra; cervical = do pescoço;cutâneo = de pele; discente = de aluno; docente = de professor;estelar = de estrela; etário = de idade; fabril = de fábrica; latélico

= de selos; urbano = da cidade; gástrica = do estômago; hepático= do fígado; matutino = da manhã; vespertino = da tarde; inodoro= sem cheiro; insípido = sem gosto; pluvial = da chuva; humano =do homem; umbilical = do umbigo; têxtil = de tecido.

Atenção: Algumas locuções adjetivas não possuem adjetivoscorrespondentes: lata de lixo / sacola de papel / parede de tijolo /folha de papel , e outros.

Cidade, Estado, País e Adjetivo Pátrio: Amapá: amapense;Amazonas: amazonense ou baré; Anápolis: anapolino; Angrados Reis: angrense; Aracajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia: baiano; Bélgica: belga; Belo Horizonte: belo-horizontino; Brasil:

  brasileiro; Brasília: brasiliense; Buenos Aires: buenairenseou portenho; Cairo: cairota; Cabo Frio: cabo-friense; CampoGrande: campo-grandese; Ceará: cearense; Curitiba: curitibano;Distrito Federal: candango ou brasiliense; Espírito Santo: espírito-santense ou capixaba; Estados Unidos: estadunidense ou norteamericano; Florianópolis: orianopolitano; Florença: orentino;Fortaleza: fortalezense; Goiânia: goianiense; Goiás: goiano;Japão: japonês ou nipônico; João Pessoa: pessoense; Londres:londrino; Maceió: maceioense; Manaus: manauense ou manauara;Maranhão: maranhense; Mato Grosso: mato-grossense; MatoGrosso do Sul: mato-grossense-do-sul; Minas Gerais: mineiro; Natal: natalense ou papa-jerimum; Nova Iorque: nova-iorquino;  Niterói: niteroiense; Novo Hamburgo: hamburguense; Palmas:

 palmense; Pará: paraense; Paraíba: paraibano; Paraná: paranaense;Pernambuco: pernambucano; Petrópolis: petropolitano; Piauí:  piauiense; Porto Alegre: porto-alegrense; Porto Velho: porto-velhense; Recife: recifense; Rio Branco: rio-branquense; Rio deJaneiro: carioca/ uminense (estado); Rio Grande do Norte: rio-grandense-do-norte ou potiguar; Rio Grande do Sul: rio-grandenseou gaúcho; Rondônia: rondoniano; Roraima: roraimense; Salvador:soteropolitano; Santa Catarina: catarinense ou barriga-verde; SãoPaulo: paulista/paulistano (cidade); São Luís: são-luisense ouludovicense; Sergipe: sergipano; Teresina: teresinense; Tocantins:tocantinense; Três Corações: tricordiano; Três Rios: trirriense;Vitória: vitoriano.

- pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como:afro-brasileiro;  Anglo-americano,  franco-italiano,  sino-japonês(China e Japão); Américo-francês; luso-brasileira; nipo-argentina(Japão e Argentina); teuto-argentinos (alemão).

- “O professor fez uma  simples observação.” O adjetivo, simples, colocado antes do substantivo observação, equivale àbanal .

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- “O professor fez uma observação  simples.” O adjetivo simples colocado depois do substantivo observação, equivale à fácil .

Flexões do Adjetivo

O adjetivo, como palavra variável, sofre exões de: gênero,número e grau.

Gênero do Adjetivo

Quanto ao gênero os adjetivos classicam-se em:- uniformes: têm forma única para o masculino e o feminino.Funcionário incompetente = funcionária incompetenteHomens desonestos = mulheres desonestas- biformes: troca-se a vogal o pela vogal a ou com o acréscimo

da vogal a no nal da palavra: ator  famoso = atriz famosa / jogador brasileiro = jogador brasileira.

Atenção: Os adjetivos compostos recebem a exão femininaapenas no segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festacívico-religiosa / saia verde-escura. Vejamos alguns adjetivos  biformes que apresentam uma exão especial: ateu – atéia / europeu – européia / glutão – glutona / hebreu – hebréia / Judeu – 

 judia / mau – má / plebeu – plebéia / são – sã / vão – vã.

Atenção:- às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos

u como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo comosubstantivo: acompanha um artigo).

- A cerveja que desce redondo. (adjetivo como advérbio:redondamente).

- substantivos que funcionam como adjetivos, num processode derivação imprópria, isto é, palavra que tem o valor de outraclasse gramatical, que não seja a sua: Alguns brasileiros recebemum salário- família. (substantivo com valor de adjetivo).

- substituto do adjetivo: palavras / expressões de outraclasse gramatical podem caracterizar o substantivo, cando a elesubordinadas na frase.

Semântica e sintaticamente falando, valem por adjetivos.

Vale associar ao substantivo principal outro substantivo emforma de aposto.

O rio Tietê atravessa o estado de São Paulo.

Plural do Adjetivo

O plural dos adjetivos simples exionam de acordo com osubstantivo a que se referem: menino chorão = meninos chorões / garota sensível = garotas sensíveis / vitamina ecaz = vitaminasecazes / exemplo útil = exemplos úteis.

Atenção:- quando os dois elementos formadores são adjetivos, só o

segundo vai para o plural: questões político-partidárias, olhos

castanho-claros, senadores democrata-cristãos com exceção de:surdo-mudo = surdos-mudos, variam os dois elementos.- Composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se

a cores, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis,não vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-petróleo (adjetivo azul , substantivo petróleo); saia amarelo-canário = saiasamarelo-canário (adjetivo, amarelo; substantivo canário).

- As locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo,cam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa / olhocor-de-mel = olhos cor-de-mel.

- São invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias sem- par , piadas sem-sal .

Grau do Adjetivo

Grau comparativo de: igualdade, superioridade (Analítico eSintético) e Inferioridade;

Grau superlativo: absoluto (analítico e sintético) ou relativo

(superioridade e inferioridade).

Exemplicando

O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dosseres.

O adjetivo apresenta duas variações de grau: comparativo esuperlativo.

I – O grau comparativo é usada para comparar uma qualidadeentre dois ou mais seres, ou duas ou mais qualidades de um mesmoser.

O comparativo pode ser:1. de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas:Sou tão alto quão / quanto / como você. (as duas pessoas têm

a mesma altura)2. de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo queuma é mais do que a outra: Minha amiga Many é mais elevante doque / que eu. (das duas, a Many é mais)

2.1 – O grau comparativo de superioridade possui duasformas:

a) analítica – mais bom / mais mau / mais grande / mais pequeno

O salário é mais pequeno do que / que justo. (salário pequenoe justo)

ATENÇÃO: quando comparamos duas qualidades de ummesmo ser, podemos usar as formas: mais grande, mais mau, mais bom,mais pequeno.

 b)  sintética – bom, melhor  / mau,  pior  / grande, maior  / pequeno, menor :

Esta sala é melhor do que / que aquela.3. de inferioridade – um elemento é menor do que outro:

Somos menos passivos do que / que tolerantes.

II – O grau superlativo: a característica do adjetivo seapresenta intensicada:

O superlativo pode ser absoluto ou relativo.1.   superlativo absoluto – atribuída a um só ser; de forma

absoluta. Pode ser:1.1 – analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente,

bastante,extremamente, excepcionalmente + adjetivo: Nicola é 

extremamente simpático.1.2 –  sintético – adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo:Minha comadre Mariinha é agradabilíssima.

Atenção:- o suxo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos terminados

em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer (magro) = macérrimo;

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- forma popular: radical do adjetivo português + íssimo: pobríssimo;

- adjetivos terminados em vel  + bilíssimo: amável =amabilíssimo;

- adjetivos terminados em eio formam o superlativo apenascom i: f eio = feíssimo / cheio = cheíssimo.

- os adjetivos terminados em io forma o superlativo emiíssimo: sér io = seriíssimo / necessár io = necessariíssimo / fr io =friíssimo.

Algumas formas do superlativo absoluto sintético erudito

(culto): ágil = agílimo; agradável = agradabilíssimo; agudo= acutíssimo; amargo = amaríssimo; amigo = amicíssimo;antigo = antiqüíssimo; áspero = aspérrimo; atroz = atrocíssimo;  benévolo = benevolentíssimo; bom = boníssimo, ótimo; capaz= capacíssimo; célebre = celebérrimo; cruel = crudelíssimo;difícil = decílimo; doce = dulcíssimo; ecaz = ecacíssimo;fácil = facílimo; feliz = felicíssimo; el = delíssimo; frágil =fragílimo; frio = frigidíssimo, friíssimo; geral = generalíssimo;humilde = humílimo; incrível = incredibilíssimo; inimigo =inimicíssimo; jovem = juvenilíssimo; livre = libérrimo; magníco= magnicentíssimo; magro = macérrimo, magérrimo; mau= péssimo; miserável = miserabilíssimo; negro = nigérrimo,negríssimo; nobre = nobilíssimo; pessoal = personalíssimo; pobre= paupérrimo, pobríssimo; sábio = sapientíssimo; sagrado =sacratíssimo; simpático = simpaticíssimo; simples = simplícimo;tenro = teneríssimo; terrível = terribilíssimo; veloz = velocíssimo.Atenção: usa-se também, no superlativo:

- prexos: maxinação / hipermercado / ultrassonograa /supersimpática.

- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nemsola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena.

- adjetivos repetidos: fonho, fonho (=fofíssimo) / linda,linda (=lindíssima).

- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha /grandalhão / gostosão / bonitão.

- linguagem informa, suxo érrimo, em fez de íssimo:chiquérrimo, chiquentérrimo, elegantérrimo.

2 – superlativo relativo: ressalta a qualidade de um ser entremuitos, com a mesma qualidade. Pode ser:

2.1 – superlativo relativo de superioridade:Wilma é a mais prendada de todas as suas

amigas. (ela é a mais de todas)2.2 – superlativo relativo de inferioridade:

Paulo César é o menos tímido dos lhos.

Funções Sintáticas do Adjetivo

O adjetivo desempenha as funções sintáticas de:- predicativo: a qualidade expressa pelo adjetivo transmite-

se ao substantivo através de um verbo. O adjetivo em função predicativa apresenta-se como:

- predicativo do sujeito: O jardim tornou-se um cenáriofantástico./ Sua voz parecia macia, de veludo.- predicativo do objeto: A paciente considerou o atendimento

hospitalar precário.- adjunto adnominal: o adjetivo refere-se, sem intermediário,

ao substantivo.A bela Fernanda entregou os convites aos amigos.

Emprego Adverbial do Adjetivo

Vejamos as seguintes orações.1. O menino dorme tranqüilo. / As meninas dormem

tranqüilas.- em ambas as frases o adjetivo concorda em gênero e número

com o sujeito.2. O menino dorme tranquilamente. / As meninas dormem

tranquilamente.- o adjetivo assume um valor adverbial, com o acréscimo do

suxo mente, sendo, portanto, invariável, não vai para o plural.3. Sorriu amarelo e saiu. / Ficou meio chateada e calou-se.

- o adjetivo amarelo modicou um verbo, portanto, assume afunção de advérbio; o adjetivo meio + chateada (adjetivo) assume,também, a função de advérbio.

NUMERAL

Guerra diferente das tradicionaisGuerra de astronautas nos espaços sideraisE tudo isso em meio às discussõesMuitos palpites, mil opiniõesUm fato só já existeQue ninguém pode negar 7, 6, 4, 3,2, 1, já!Lá se foi o homemConquistar os mundos

Lá se foiLá se foi buscandoA esperança que aqui já se foi.

(Gilberto Gil)

Os numerais exprimem quantidade, posição em uma série,multiplicação e divisão. Daí a sua classicação, respectivamente,em: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.

- Cardinal : indica número, quantidade: um, dois, três, oito,vinte, cem, mil;

- Ordinal : indica ordem ou posição: primeiro, segundo,terceiro, sétimo, centésimo;

- Fracionário: indica uma fração ou divisão: meio, terço,quarto, quinto, um doze avos;

- Multiplicativo: indica a multiplicação de um número: duplo,

dobro, triplo, quíntuplo.Os numerais que indicam conjunto de elementos de quantidade

exata são os coletivos: bimestre: período de dois meses; centenário:  período de cem anos; decálogo: conjunto de dez leis; decúria:  período de dez anos; dezena: conjunto de dez coisas; dístico:dois versos; dúzia: conjunto de doze coisas; grosa: conjunto dedoze dúzias; lustro: período de cinco anos; milênio: período demil anos; milhar: conjunto de mil coisas; novena: período de novedias; quarentena: período de quarenta dias; qüinqüênio: período decinco anos; resma: quinhentas folhas de papel; semestre: períodode seis meses; septênio: período de sete meses; sexênio: período deseis anos; terno: conjunto de três coisas; trezena: período de trezedias; triênio: período de três anos; trinca: conjunto de três coisas.

QUADRO DOS NUMERAIS

Algarismos: Arábicos e Romanos, respectivamente: 1-I, 2-II,3-III, 4-IV, 5-V, 6-VI, 7-VII, 8-VIII, 9-IX, 10-X, 11-XI, 12-XII,13-XIII, 14-XIV, 15-XV, 16-XVI, 17-XVII, 18-XVIII, 19-XIX,20-XX, 30-XXX, 40-XL, 50-L, 60-LX, 70-LXX, 80-LXXX, 90-XC, 100-C, 200-CC, 300-CCC, 400-CD, 500-D, 600-DC, 700-DCC, 800-DCCC, 900-CM, 1.000-M.

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Numerais Cardinais: um, dois, três, quatro, cinco, seis,sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze ou quatorze,quinze, dezesseis, dezessete, dezoito, dezenove, vinte..., trinta...,quarenta..., cinqüenta..., sessenta..., setenta..., oitenta..., noventa...,cem..., duzentos..., trezentos..., quatrocentos..., quinhentos...,seiscentos..., setecentos..., oitocentos..., novecentos..., mil.

Numerais Ordinais: primeiro, segundo, terceiro, quarto,quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, décimo primeiro,décimo segundo, décimo terceiro, décimo quarto, décimo quinto,décimo sexto, décimo sétimo, décimo oitavo, décimo nono,

vigésimo..., trigésimo..., quadragésimo..., qüinquagésimo...,sexagésimo..., septuagésimo..., ctogésimo..., nonagésimo...,centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo..., quadrigentésimo...,qüingentésimo..., sexcentésimo..., septingentésimo...,ctingentésimo..., nongentésimo..., milésimo.

Numerais Multiplicativos: dobro, triplo, quádruplo,quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo, undécuplo,duodécuplo, cêntuplo.

Numerais Fracionários: meia, metade, terço, quarto, quinto,sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, onze avos, doze avos, treze avos,catorze avos, quinze avos, dezesseis avos, dezessete avos, dezoitoavos, dezenove avos, vinte avos..., trinta avos..., quarenta avos...,

cinqüenta avos..., sessenta avos..., setenta avos..., oitenta avos...,noventa avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo...,quadrigentésimo..., qüingentésimo..., sexcentésimo...,septingentésimo..., octingentésimo..., nongentésimo..., milésimo.

Flexão dos Numerais

Gênero- os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de

duzentos apresentam exão de gênero: Um menino e uma meninaforam os vencedores. / Comprei duzentos gramas de presunto eduzentas rosquinhas.

- os numerais ordinais variam em gênero: Marcela foi a nona colocada no vestibular.

- os numerais multiplicativos, quando usados com o valor desubstantivos, são variáveis: A minha nota é o triplo da sua. (triplo – valor de substantivo)

- quando usados com valor de adjetivo, apresentam exão degênero: Eu z duas apostas triplas na lotofácil. (triplas valor deadjetivo)

- os numerais fracionários concordam com os cardinaisque indicam o número das partes: Dois terços dos alunos foramcontemplados.

- o fracionário meio concorda em gênero e número com osubstantivo no qual se refere: O início do concurso será meio-dia emeia. (hora) / Usou apenas meias palavras.

Número- os numerais cardinais milhão, bilhão, trilhão, e outros,

variam em número: Venderam um milhão de ingressos para a festado peão. / Somos 180 milhões de brasileiros.

- os numerais ordinais variam em número: As segundascolocadas disputarão o campeonato.

- os numerais multiplicativos são invariáveis quando usadoscom valor de substantivo: Minha dívida é o dobro da sua. (valor desubstantivo – invariável)

- os numerais multiplicativos variam quando usados comoadjetivos: Fizemos duas apostas triplas. (valor de adjetivo – variável)

- os numerais fracionários variam em número, concordandocom os cardinais que indicam números das partes.

- Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos equivalema 750 ml.

Grau  Na linguagem coloquial é comum a exão de grau dos

numerais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele quarentão é um

“gato”! / Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola.

Emprego dos Numerais

- Para designar séculos, reis, papas, capítulos, cantos (na poesia épica), empregam-se: os ordinais até décimo: João Paulo II(segundo). Canto X (décimo) / Luís IV (nono); os cardinais paraos demais: Papa Bento XVI (dezesseis); Século XXI (vinte e um).

- se o numeral vier antes do substantivo, usa-se o ordinal . OXX século foi de descobertas cientícas. (vigésimo século)

- com referência ao primeiro dia do mês, usa-se o numeralordinal : O pagamento do pessoal será sempre no dia primeiro.

- na enumeração de leis, decretos, artigos, circulares, portariase outros textos ociais, emprega-se o numeral ordinal até o nono:O diretor leu pausadamente a portaria 8ª. (portaria oitava)

- emprega-se o numeral cardinal , a partir de dez: O artigo 16não foi justicado. (artigo dezesseis)

- enumeração de casa, páginas, folhas, textos, apartamentos,quartos, poltronas, emprega-se o numeral cardinal : Reservei a poltrona vinte e oito. / O texto quatro está na página   sessenta ecinco.

- se o numeral vier antes do substantivo, emprega-se o ordinal .Paulo César é adepto da 7ª Arte. (sétima)

- não se usa o numeral um antes de mil: Mil e duzentos reaisé muito para mim.

- o artigo e o numeral, antes dos substantivos milhão, milhar  e bilhão, devem concordar no masculino:

- Quando o sujeito da oração é milhões + substantivo  feminino plural , o particípio ou adjetivo podem concordar, no masculino,

com milhões, ou com o substantivo, no feminino. Dois milhõesde notas falsas serão resgatados ou serão resgatadas (milhõesresgatados / notas resgatadas)

- Os numerais multiplicativos quíntuplo,  sêxtuplo,  sétuplo eóctuplo valem como substantivos para designar pessoas nascidasdo mesmo parto: Os sêxtuplos, nascidos em Lucélia, estãoreagindo bem.

- Emprega-se, na escrita das horas, o símbolo de cada unidadeapós o numeral que a indica, sem espaço ou ponto: 10h20min – dez horas, vinte minutos.

- Não se emprega a conjunção e entre os milhares e as centenas:mil oitocentos e noventa e seis. MAS 1.200 – mil e duzentos (onúmero termina numa centena com dois zeros)

Saiba mais sobre os Numerais

- Aquela mulher é dez.Por que dez? Porque vem de nota dez, nota máxima. O

numeral deixa de ter valor numérico e passa a ter valor de adjetivo.1- Zero é numeral cardinal.2- Ambos e ambas são numerais signicam: um e outro, os

dois.

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3- Par é coletivo.4- As equivale a primeiro. (nomeia os campeões – no esporte)5- Um  é numeral cardinal quando indica quantidade exata,

 plural dois.6- Um é artigo indenido quando indica um ser indeterminado,

 plural uns.7- Diz-se catorze ou quatorze.8- Cento precedido de artigo tem valor de substantivo: um

cento de abacaxis.9- Flexionam-se os numerais cardinais substantivados: dois

cinquentas / três setes / dois oitos / quatro uns.10- permanecem invariáveis os que nalizam por fonema

consonantal: Luane tirou quatro seis e dois dez, na prova nal.11- Cuidado para não confundir numeral com substantivo.- Flou emocionado sobre sua juventude nos anos sessentas.- Tirou a prova dos noves.- O número 777 é formado por três setes.- O número 1111 é formado por quatro uns.Sessentas, noves, setes, uns são substantivos.

CORAÇÕES A MIL

“Minhas ambições são dezdez corações de uma vez pra eu poder me apaixonar dez vezes a cada diasetenta a cada semanatrezentas a cada mês...”

(Gilberto Gil )

Corações a mil , expressão muito usada, signicando hoje;estou a mil por hora, estou com o gás todo.

PRONOME

“O meu nome é Severino,não tenho outro de pia.Como há muitos Severinos,Que é santo de romaria,Deram então de me chamar Severino de Maria.”

(João Cabal de Melo NJeto)

É a palavra que acompanha ou substitui o nome, relacionandooa uma das três pessoas do discurso. As três pessoas do discursosão:

1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ouemissor;

2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se falaou receptor;

3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela dequem se fala ou referente.

Dependendo da função de substituir ou acompanhar o nome,o pronome é, respectivamente: pronome substantivo ou pronomeadjetivo.

Os pronomes são classicados em:  pessoais, de tratamento, possessivos, demonstrativos, indenidos, interrogativos erelativos.

Pronomes Pessoais.

Os pronomes pessoais dividemse em:- retos exercem a função de sujeito da oração: eu, tu, ele, nós,

vós, eles:

- oblíquos exercem a função de complemento do verbo (objetodireto / objeto indireto) ou complemento nominal. São: tônicoscom preposição: mim, comigo, ti, contigo,si, consigo, conosco,convosco; átonos sem preposição: me  , te, se, o, a, lhe, nos, vos,os, as, lhes. - Ela não vai conosco. (elapronome reto / vaiverbo /conosco pronome oblíquo) - Eu dou atenção a ela. (eu pronome reto  / douverbo / atençãonome / ela pronome oblíquo)

Saiba mais sobre os Pronomes Pessoais

- Colocados ANTES do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindodo teatro.

- As palavras SÓ TODOS sempre acompanham os pronomes pessoais do caso reto: Eu vi só ele ontem.

- Colocados DEPOIS do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa apresentam as formas:

1- o, a, os, as: se o verbo terminar em VOGAL ou DITONGOORAL: Encontei a sozinha. Vejo os diariamente.

2- o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z,assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo, conseqüenterriente,as terminações R, S, Z. - Preciso  pagar  ao verdureiro. = pagálo. Fiz os exercícios a lápis. = Filos a lápis.

3- lo, la, los, las: se vierem DEPOIS de: EIS / NOS / VOS

EIS a prova do suborno. =  Ei la. O tempo nos dirá. = nolo dirá.(eis, nos, vos perdem o S)

4- no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m,ão, õe: Deramna como vencedora. Põenos sobre a mesa.

5- lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural,terminado em S não modicado: Nós entregamoSlhe a cópia docontrato. (o S permanece)

6- nos: colocado DEPOIS DO VERBO na 1ª pessoa do plural, perde o S: Sentamonos à mesa para um café rápido.

7- me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbosTRANSITIVOS DIRETOS (TD), têm sentido POSSESSIVO,equivalendo a meu, teu, seu, dele, nosso, vosso: Os anosroubaramlhe a esperança. ( sua, dele, dela possessivo)

8 as formas conosco e convosco são substituídas por: com+ nós, com + vós. seguidos de: ambos, todos, próprios, mesmos,outros, numeral: Marianne garantiu que viajaria com nós três.

9 o pronome oblíquo funciona como SUJEITO com os verbos:DEIXAR, FAZER, OUVIR, MANDAR, SENTIRe VER+verbo noinnitivo. DEIXEme sentir seu perfume. (Deixe que eu sinta seu perfume me sujeito do verbo deixar  MANDEIO calar. (= Mandeique ele calasse), o= sujeito do verbo mandar.

10 os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem onome de pronomes recíprocos quando expressam uma ação mútuaou recíproca: Nós nos encontramos emocionados. (pronomerecíproco, nós mesmos). NUNCA diga: Eu SE apavorei. / Euj à SEarrumei. Eu ME apavorei. / Eu ME arrumei. (certos)

Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos por 

mim e ti após prepõsição: 0 segredo cará somente entre mim e ti.E obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu,

quando funcionarem como Sujeito : Todos pediram para eu relatar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no innitivo).Lembre se de que MIM não fala, não escreve, não compra, nãoanda. Somente o Tarzã e o Capitão Caverna dizem: MIM gosta /MIM tem / MIM faz. /MIM QUER.

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As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas comocomplemento de verbos transitivos diretos ao passo que asformas lhe, lhes são empregadas como complementos de verbostransitivos indiretos. Dona Cecília, querida amiga, chamoua.(verbo transitivo direto, VTD) Minha saudosacomadre, Nircléia,obedeceulhe. (verbo transitivo indireto,VTI)

É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo a gente, substituindo o pronome pessoal nós:   A gente deve fazer caridade com os mais necessitados.

Os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas, nós e vósserão pronomes pessoais oblíquos quando empregados como

complementos de um verbo e vierem precedidos de preposição.O conserto da televisão foi feito por ele. (ele= pronome oblíquo)

Os pronomes pessoais ele, eles e ela, elas podem se contrair com as preposições de e em: Não vejo graça nele./ Já freqüenteia casa dela.

Se os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas estiveremfuncionando como SUJEITO, e houver uma preposição ANTESdeles, NÃO PODERÁ HAVER UMA CONTRAÇÃO: Está nahora de ela decidir seu caminho. (ela sujeito de decidir; semprecom verbo no innitivo)

Chamamse   pronomes pessoais  reexivos os pronomes pessoais que se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu1ª pessoa sujeito / me pronome pessoal reexivo)

Os pronomes pessoais oblíquos se, si  e consigo devem ser 

empregados somente como pronomes pessoais reexivos efuncionam como complementos de um verbo na 3ª pessoa, cujosujeito é também da 3ª pessoa: Nicole levantouse com elegância elevou consigo (com ela própria) todos os olhares. ( Nicolesujeito,3ª pessoa/ levantou verbo 3ª pessoa / se complemento 3ª pessoa /levou verbo 3ª pessoa / consigo complemento 3ª pessoa)

O pronome pessoal oblíquo NÃO funciona como reexivo senão se referir ao sujeito: Ela me protegeu do acidente. (ela sujeito3ª pessoa me complemento 1ª pessoa)

Você é segunda ou terceira pessoa? Na estrutura da fala, você é a pessoa a quem se fala e, portanto, da 2ª pessoa. Por outro lado,você, como os demais pronomes de tratamento senhor, senhora,senhorita, dona, pede o verbo na 3ª pessoa, e não na 2ª .

Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formasde objeto indireto, 0I) juntamse a o, a, os, as (formas de objetodireto), assim: me+o: mo/+a: ma/+ os: mos/ +as: mas: Recebi acarta e agradeci aojovem, que ma trouxe. nos +o: nolo / + a: nola/ + os: nolos / +as: nolas: Venderíamos a casa, se nola exigissem.te+ o: to/+ a: ta/+ os: tos/+ as: tas: Deite os meus melhores dias.Deitos. lhe+ o: lho/+ a: lha/+ os: lhos/+ as:lhas: Ofereci lhe ores.Oferecilhas. vos+ o: volo/+ a: vola/+ os: volos/+ as: volas: -Pedivos conselho. Pedi volo.

Atençao: No Brasil, quase não se usam essas combinações(mo, to, lho, nolo, volo), são usadas somente em escritores maissosticados.

 Pronomes de Tratamento

São usados no trato com as pessoas. Dependendo da pessoa aquem nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, o tratamento seráfamiliar ou cerimonioso: Vossa Alteza-V.A.-príncipes, duques;Vossa Eminência-V.Ema-cardeais; Vossa Excelência-V.Ex.a-altas autoridades, presidente, ociais; Vossa Magnicência-V.Mag.a-reitores de universidades; Vossa Majestade-V.M.-reis,imperadores; Vossa Santidade-V.S.-Papa; Vossa Senhoria-V.Sa-tratamento cerimonioso.

Atençao:- São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, a

senhorita, dona, você.- Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico.

  Nas comunicações ociais devem ser utilizados somente doisfechos:

- Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive para o presidente da República.

- Atenciosamente: para autoridades de mesmahierarquia oudehierarquia inferior.

- A forma VOSSA (Senhoria, Excelência) é empregada quando

se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não compareceu àreunião dos semterra? (falando com a pessoa)

- A forma SUA (Senhoria, Excelência ) é empregada quandose fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajouparaumCongresso. (falando a respeito do cardeal)

- Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria,Excelência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª  pessoa (com quem se fala), EXIGEM que outros pronomes e overbo sejam usados na 3ª pessoa.Vossa Excelência sabe que seus ministros o apoiarão.

 Pronomes Possessivos

São os pronomes que indicam posse em relação às pessoasda fala.Singular: 1ª pessoa: meu, meus, minha, minhas; 2ª pessoa:

teu, teus, tua, tuas; 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas;Plural: 1ª pessoa:nosso/os nossa/as, 2ª pessoa:vosso/os vossa/

as. 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas.

Emprego dos Pronomes Possessivos

“Tuas palavras antigasdeixeias todas, deixeias, junto com as minhas cantigas,desenhadas nas areias.”

(Cecília Meireles)

- O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode provocar,às vezes, a ambigüidade da frase. João Luís disse que Laurinhaestava trabalhando em seu consultório.

- O pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir setanto ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No caso,usase o pronome dele, dela para desfazer a ambigüidade.

- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximaçõesnuméricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter  seus trintaanos.

- Na linguagem popular, o tratamento  seu como em: SeuRicardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é umaalteração fonética da palavra senhor 

- Os pronomes possessivos podem ser substantivados: Dêlembranças a todos os seus.- Referindose a mais de um substantivo, o possessivo concorda

com o mais próximo: Trouxeme seus livros e anotações.- Usamse elegantemente certos pronomes oblíquos: me, te,

lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguir lhe os passos.(os seus passos)

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- Devese observar as correlações entre os pronomes pessoais e possessivos. “Sendo hoje o dia do TEU aniversário, apressome emapresentarTE os meus sinceros parabéns. Peço a Deus pela TUAfelicidade. AbraçaTE o TEU amigo que TE preza.”

- Não se emprega o   pronome possessivo (seu, sua) quandose trata de parte do corpo. Veja: “Um cavaleiro todo vestido denegro, com um falcão em  seu ombro esquerdo e uma espada em

 sua, mão. “ (usase: no ombro; na mão)

 Pronomes Demonstrativos

Indicam a posição dos seres designados em relação às pessoasdo discurso, situandoos no espaço ou no tempo. Apresentamse emformas variáveis e invariáveis.

Emprego dos Pronomes Demonstrativos

1 Em relação ao espaço: Este (s), esta (s), isto: indicam o ser ou objeto que está

PRÓXIMO da pessoa que fala. Esse (s), essa (s), isso: indicam o ser ou objeto que está

PRÓXIMO da pessoa,com quem se fala, que ouve (2ª pessoa) Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam o ser ou objeto que está

longe de quem fala e da pessoa de quem se fala (3ª pessoa)

2 Em relação ao tempo: Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo PRESENTE em

relação ao momento em que se fala. Este mês terrnina o prazo dasinscrições para o vestibular da FAL

 Esse (s), essa (s), isso: indicam o tempo PASSADO há poucoou o FUTURO em relação ao momento em se fala.Onde vocêesteve essa semanatoda?

3  Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distanteem relação ao momento em que se fala. Bons tempos aquele emque brincávamos descalços na rua...

Atenção:

- dependendo do contexto, também são considerados pronomes demonstrativos o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante,tal, equivalendo a aquele, aquela, aquilo. O  próprio homemdestrói a natureza. Depois de muito procurar, achei o que queria.O professor fez a mesma observação. Estranhei  semelhante coincidência. Tal atitude é inexplicável.

- para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (evariações) para o elemento que foi referido em 1º Iugar e este (evariações) para o que foi referido em último lugar. Pais e mãesvieram à festa de encerramento; aqueles, sérios e orgulhosos,estas, elegantes e risonhas.

- dependendo do contexto os demonstrativos também servemcomo palavras de função intensicadora ou depreciativa. Júlia fezo exercício com aquela calma! (= expressão intensicadora). Não

se preocupe; aquilo é uma tranqueira! (=expressão depreciativa)- as forrnas nisso e nisto podem ser usadas com valor de então ou nesse momento. A festa estava desanimada; nisso, a orquestraatacou um samba é todos caíram na dança.

- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar umelemento anterionnente expresso. Ninguém ligou para o incidente,mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo.

 Pronomes Indenidos

São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modovago indenido, impreciso: Alguém disse que Paulo César seria ovencedor.

Alguns desses pronomes são variáveis em gênero e número;outros são invariáveis.

Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo,vário~ vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer.

 Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem,

nada, cada., mais, menos, demais.

Emprego dos Pronomes Indenidos

  Não sei de pessoa alguma capaz de convencêlo. (alguma,equivale a nenhum)

- Em frases de sentido negativo, nenhum (e variações)equivale ao pronome indenido um: Fiquei sabendo que ele nãoé nenhum ignorante.

- O indenido cada deve sempre vir acompanhado de umsubstantivo ou numeral, nunca sozinho: Ganharam cem dólarescada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.)

Colocados depois do substantivo, os pronomes algum /alguma ganham sentido negativo. Este ano, funcionário públicoalgum terá aumento digno.

Colocados antes do substantivo, os pronomes algum / alguma ganham sentido positivo. Devemos sempre ter alguma esperança.

Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indenidos quando colocados ANTES do substantivo e adjetivos, quandocolocados DEPOIS do substantivo: - Certo dia perdi o controle dasituação. (antes do substantivo= indenido). Eles voltarão no diacerto. (depois do substantivo= adj etivo).

Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale aqualquer: Todo ser nasce chorando. (= qualquer ser; indetermina,generaliza).

Outrem signica outra pessoa: Nunca se sabe o pensamentode outrem.

Qualquer , plural quaisquer: Fazemos quaisquer negócios.

Locuções Pronominais Indenidas

São locuções pronominais indenidas duas ou mais palavrasque equiva em ao pronome indenido: cada qual / cada um / quemquer que seja / seja quem for / qualquer um / todo aquele que / umou outro / tal qual (= certo) /tal e, ou qual /

 Pronomes Relativos

São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma palavraque já apareceu na oração anterior. Essa palavra da oração anterior 

chamase antecedente.Comprei um carro que é movido a álcool e à gasolina. É Flex

Power.Percebese que o pronome relativo que, substitui na 2 oração,

o carro, por isso a palavra que é um pronome relativo.Dica: substituir que por o, a, os, as, qual / quais.

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Os pronomes relativos estão divididos em variáveis einvariáveis.

Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja,cujas, quanto, quantos;

 Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.

Emprego dos Pronomes Relativos

- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de relativouniversal . Ele pode ser empregado com referência à pessoa ou

coisa, no plural ou no singular: Este é o CD novo que acabei decomprar. - João Adolfo é o cara que pedi a Deus.- O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome

demonstrativo o, a, os, as: Não entendi o que você quis dizer. (oque = aquilo que).

- O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre precedidode preposição: Marco Aurélio é o advogado a quem eu me referi.

- O relativo cujo e suas exões equivalem a de que, do qual ,de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e otermo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)

Atenção:- O pronome relativo pode vir sem antecedente claro,

explícito; é classicado, portanto, como relativo indenido, e

não vem precedido de preposição: Quem casa quer casa. Felizo homem cujo objetivo é a honestidade. Estas são as pessoas decujos nomes nunca vou me esquecer.

- Só se usa o relativo cujo quando o conseqüente é diferentedo antecedente: 0 escritor cujo livro te falei é paulista.

- O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois de si.

- O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a: emque, no qual: Desconheço o lugar onde vende tudo mais barato. (=lugar em que)

- Quanto, quantos e quantas são relativos quando usadosDEPOIS de tudo, todos, tanto: Naquele momento, a queridacomadre Naldete, falou tudo quanto sabia.

 Pronomes Interrogativos

São os pronomes em frases ínterrogativas diretas ou indiretas.Os principais interrogativos são: que, quem, qual , quanto:

Anal, quem foram os prefeitos desta cidade? (interrogativadireta, com o ponto de interrogação)

Gostaria de saber  quem foram os prefeitos desta cidade.(interrogativa indireta, sem a interrogação).

VERBO

“ Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu no patamar quatro paredes ácidasSentou pra descansar como se fosse um pássaroE utuou no ar como se fosse um príncipeE se acabou no chão feito um pacote bêbado.Morreu na contramão atrapalhando o sábado.”

(Chico Buarque de Hollanda)

  Nos versos acima, Chico Buarque relata poeticamente odrama de um operário, a partir de uma seqüência de ações: amou,beijou, ergueu, sentou, utuou, acabou, morreu.

Essas palavras, que utilizamos para exprimir ações, recebemo nome de verbos. Verbo é a palavra que indica ação, movimento,fenômenos da natureza, estado, mudança de estado.  Flexiona-se em número (singular e plural), pessoa (primeira, segundae terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo, formasnominais: gerúndio, innitivo e particípio), tempo (presente, passado e futuro) e apresenta voz (ativa, passiva, reexiva).

De acordo com a vogal temática, os verbos estão agrupados

em três conjugações:

1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.2ª conjugação – er: beber, correr, entreter.3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir.

Atenção! O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor,compor, impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua origemlatina poer.

Elementos Estruturais do Verbo

As formas verbais apresentam três elementos em suaestrutura: Radical, Vogal Temática e Tema.

Radical: elemento mórco (morfema) que concentra osignicado essencial do verbo. Observe as formas verbais da 1ªconjugação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses verbos,nota-se que há uma parte que não muda, e que nela está osignicado real do verbo.

cont é o radical do verbo contar;esper é o radical do verbo esperar;brinc é o radical do verbo brincar.

Atenção: Se tiramos as terminações ar, er, ir do innitodos verbos, teremos o radical desses verbos. Também podemosantepor prexos ao radical: dês nutr ir / re conduz ir.

Vogal Temática: é o elemento mórco que designa aqual conjugação pertence o verbo. Há três vogais temáticas: 1ªconjugação: a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i.

Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogaltemática: contar: -cont (radical) + a (vogal temática) = tema

Atenção: se não houver a vogal temática, o tema será apenaso radical: contei = cont ei.

Desinências: são elementos que se juntam ao radical – ou aotema – para indicar as exões de modo e tempo – desinênciasmodo temporais e número pessoa – desinências númeropessoais.

ContávamosCont = radicala = vogal temáticava = desinência modo temporalmos = desinência número pessoal

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Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Rizotônicas: radical grego riz (o) = raiz + radical grego tonos= força, altura de um som, deriva daí a palavra tônica, usada paraindicar a sílaba mais forte de uma palavra.

Arrizotônica: a mesma palavra + o prexo a, indicandoausência ou negação. Portanto, formas rizotônicas são as formasverbais cujo acento tônico cai no radical: levo, estudo; formasarrizotônicas são aquelas cujo acento tônico cai fora do radical:estudei, vender ão, levais.

Flexões Verbais

Flexão de número e de pessoa: o verbo varia para indicar onúmero e a pessoa.

- eu estudo – 1ª pessoa do singular;- nós estudamos – 1ª pessoa do plural;- tu estudas – 2ª pessoa do singular;- vós estudais – 2ª pessoa do singular;- ele estuda – 3ª pessoa do singular;- eles estudam – 3ª pessoa do plural.

Atenção:- Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma

diferente da fala culta, exigida pela gramática ocial, ou seja,

tu foi, tu pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens. O pronome vós aparece somente em textos literários ou bíblicos. Os pronomes: você, vocês, que levam o verbo na 3ª pessoa, é o maisusado no Brasil.

- Flexão de tempo e de modo – os tempos situam o fato ou aação verbal dentro de determinado momento; pode estar em plenaocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três possibilidades básicas, mas não únicas, são: presente, pretérito, futuro.

O modo indica as diversas atitudes do falante com relação aofato que enuncia. São três os modos:

- modo indicativo: a atitude do falante é de certeza, precisão: ofato é ou foi uma realidade; Apresenta presente, pretérito perfeito,imperfeito e mais que perfeito, futuro do presente e futuro do

 pretérito.- modo subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de

dúvida, exprime uma possibilidade; O subjuntivo expressa umaincerteza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta presente,  pretérito imperfeito e futuro. Ex: Tenha   paciência, Lourdes. -Se tivesse dinheiro compraria um carro zero. - Quando o vir, dêlembranças minhas.

- modo imperativo: a atitude do falante é de ordem, um desejo,uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um pedido, umasúplica. Apresenta imperativo armativo e imperativo negativo

Emprego dos Tempos do Indicativo

Presente do Indicativo: - Para enunciar um fato momentâneo.

Ex: Estou feliz hoje - Para expressar um fato que ocorre comfreqüência. Ex: Eu almoço todos os dias na casa de minha mãe. - Naindicação de ações ou estados permanentes, verdades universais.Ex: A água é incolor, inodora, insípida.

Pretérito Imperfeito: Para expressar um fato passado, nãoconcluído. Ex: - Nós comíamos pastel na feira. - Eu cantava muito bem.

Pretérito Perfeito: É usado na indicação de um fato passadoconcluído. Ex: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi...

Pretérito Mais-Que-Perfeito: Expressa um fato passadoanterior a outro acontecimento passado. Ex: Nós cantáramos nocongresso de música.

Futuro do Presente: Na indicação de um fato realizado numinstante posterior ao que se fala. Ex: Cantarei domingo no coro daigreja matriz.

Futuro do Pretérito: Para expressar um acontecimento posterior a um outro acontecimento passado. Ex: Compraria umcarro se tivesse dinheiro

1ª conjugação: -AR 

Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais, dançam.Pretérito perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos,

dançastes, dançaram.Pretérito imperfeito: dançava, dançavas, dançava,

dançávamos, dançáveis, dançavam.Pretérito mais que perfeito: dançara, dançaras, dançara,

dançáramos, dançáreis, dançaram.Futuro do presente: dançarei, dançarás, dançará, dançaremos,

dançareis, dançaram.Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria,

dançaríamos, dançaríeis, dançariam.2ª Conjugação: -ER 

Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem.Pretérito perfeito: comi, comeste, comeu, comemos,

comestes, comeram.Pretérito imperfeito: comia, comias, comia, comíamos,

comíeis, comiam.Pretérito mais que perfeito: comera, comeras, comera,

comêramos, comêreis, comeram.Futuro do presente: comerei, comerás, comerá, comeremos,

comereis, comerão.Futuro do pretérito: comeria, comerias, comeria,

comeríamos, comeríeis, comeriam.

3ª Conjugação: -IR 

Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.Pretérito perfeito: parti, partiste, partiu, partimos, partistes,

 partiram.Pretérito imperfeito:   partia, partias, partia, partíamos,

 partíeis, partiam.Pretérito mais que perfeito:   partira, partiras, partira,

 partíramos, partíreis, partiram.Futuro do presente:   partirei, partirás, partirá, partiremos,

 partireis, partirão.Futuro do pretérito: partiria, partirias, partiria, partiríamos,

 partiríeis.

Emprego dos Tempos do Subjuntivo

Presente: é empregado para indicar um fato incerto ouduvidoso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição: - Duvidode que apurem os fatos. – Que surjam novos e honestos políticos.

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Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma condiçãoou hipótese: Se recebesse o prêmio, voltaria à universidade.

Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético, pode ou não acontecer. – Quando/Se você zer o trabalho, serágenerosamente graticado.

1ª Conjugação –AR 

Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que nósdancemos, que vós danceis, que eles dancem.

Pretérito perfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se

ele dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se elesdançassem.Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele

dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, quandoeles dançarem.

2ª Conjugação -ER 

Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que nóscomamos, que vós comais, que eles comam.

Pretérito perfeito: se eu comesse, se tu comesses, se lêcomesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles comessem.

Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando elecomer, quando nós comermos, quando vós comerdes, quando elescomerem.

3ª conjugação – IR 

Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que nós partamos, que vós partais, que eles partam.

Pretérito perfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles partissem.

Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, quando eles partirem.

Emprego do Imperativo

Imperativo Armativo:

- Não apresenta a primeira pessoa do singular.- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente dosubjuntivo.

- O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o –s.- O Restante é cópia el do presente do subjuntivo.

Presente do indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nósamamos, vós amais, eles amam.

Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que eleame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.

Imperativo armativo: (X), ama tu, ame você, amemos nós,amai vós, amem vocês.

Imperativo Negativo:- É formado através do presente do subjuntivo sem a primeira

 pessoa do singular.- Não retira os – s do tu e do vós.

Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que eleame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.

Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, nãoamemos nós, não ameis vós, não amem vocês.

Além dos três modos citados, os verbos apresentam aindaas formas nominais: innitivo – impessoal e pessoal,  gerúndio e

 particípio.

Innitivo Impessoal: Exprime a signicação do verbo demodo vago e indenido, podendo ter valor e função de substantivo.Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) - É indispensávelcombater a corrupção. (= combate à)

O innitivo impessoal pode apresentar-se no presente (formasimples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: - É preciso ler este livro. - Era preciso ter lido este livro.

Quando se diz que um verbo está no innitivo impessoal, issosignica que ele apresenta sentido genérico ou indenido, nãorelacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim,considera-se apenas o processo verbal. Por exemplo: - Amar  é sofrer. - O innitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências denúmero e pessoa.

Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª  pessoas do singular (cujas formas são iguais às do innitivoimpessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoasdo discurso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase).Por exemplo: - Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa) -Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)

 Note: As regras que orientam o emprego da forma variávelou invariável do innitivo não são todas perfeitamente denidas.

Por ser o innitivo impessoal mais genérico e vago, e o innitivo pessoal mais preciso e determinado, recomenda-se usar este últimosempre que for necessário dar à frase maior clareza ou ênfase.

O innitivo impessoal é usado:- Quando apresenta uma idéia vaga, genérica, sem se referir a

um sujeito determinado; Por exemplo: - Querer é poder. - Fumar prejudica a saúde. - É proibido colar cartazes neste muro.

- Quando tiver o valor de Imperativo; Por exemplo: Soldados,marchar! (= Marchai!)

- Quando é regido de preposição e funciona comocomplemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oraçãoanterior; Por exemplo: - Eles não têm o direito de gritar assim.- As meninas foram impedidas de participar do jogo. - Eu osconvenci a aceitar.

 No entanto, na voz passiva dos verbos “contentar”, “tomar”e “ouvir”, por exemplo, o Innitivo (verbo auxiliar) deve ser exionado. Por exemplo: - Eram pessoas difíceis de seremcontentadas. - Aqueles remédios são ruins de serem tomados. - OsCDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.

 Nas locuções verbais; Por exemplo:- Queremos acordar bem cedo amanhã.- Eles não podiam reclamar do colégio.- Vamos pensar no seu caso.Quando o sujeito do innitivo é o mesmo do verbo da oração

anterior; Por exemplo:- Eles foram condenados a pagar pesadas multas.- Devemos sorrir ao invés de chorar.

- Tenho ainda alguns livros por (para) publicar.

Observação: Quando o innitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo da oração principal (verboregente), pode ser exionado para melhor clareza do período etambém para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Por exemplo:

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- Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.- Foram dois amigos à casa de outro, a m de jogarem futebol.- Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.- Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas

crianças.

Com os verbos causativos “deixar”, “mandar” e “fazer” e seussinônimos que não formam locução verbal com o innitivo que ossegue; Por exemplo:Deixei-os sair cedo hoje.

Com os verbos sensitivos “ver”, “ouvir”, “sentir” e sinônimos,deve-se também deixar o innitivo sem exão. Por exemplo: - Vi-

os entrar atrasados. - Ouvi-as dizer que não iriam à festa.

Observações:a) É inadequado o emprego da preposição “para” antes

dos objetos diretos de verbos como “pedir”, “dizer”, “falar” esinônimos;

- Pediu para Carlos entrar (errado),- Pediu para que Carlos entrasse (errado).- Pediu que Carlos entrasse (correto).

  b) Quando a preposição “para” estiver regendo um verbo,como na oração “Este trabalho é para eu fazer”, pede-se o empregodo pronome pessoal “eu”, que se revela, neste caso, como sujeito.Outros exemplos:

- Aquele exercício era para eu corrigir.- Esta salada é para eu comer?- Ela me deu um relógio para eu consertar.

Atenção: Em orações como “Esta carta é para mim!”, a preposição está ligada somente ao pronome, que deve se apresentar oblíquo tônico.

Innitivo Pessoal: É o innitivo relacionado às três pessoas dodiscurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências,assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, exiona-seda seguinte maneira:

2ª pessoa do singular: Radical + es

Ex.: teres (tu)1ª pessoa do plural: Radical + mosEx.: termos (nós)2ª pessoa do plural: Radical + desEx.: terdes (vós)

3ª pessoa do plural: Radical + emEx.: terem (eles) Por exemplo: Foste elogiado por  teres alcançado uma boa

colocação.Quando se diz que um verbo está no innitivo pessoal, isso

signica que ele atribui um agente ao processo verbal, exionando-se.

O innitivo deve ser exionado nos seguintes casos:

1- Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso;Por exemplo: - Se tu não perceberes isto... - Convém vocês irem   primeiro. - O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeitodesinencial, sujeito implícito = nós).

2- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal;Por exemplo: - O  professor deu um prazo de cinco dias para osalunos estudarem bastante para a prova. - Perdôo-te por metraíres. - O hotel preparou tudo para os turistas carem à vontade.- O guarda fez sinal para os motoristas pararem.

3- Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado naterceira pessoa do plural); Por exemplo: - Faço isso para não meacharem inútil. - Temos de agir assim para nos promoverem. - Elanão sai sozinha à noite a m de não falarem mal da sua conduta.

4- Quando apresentar reciprocidade ou reexibilidade deação; Por exemplo: - Vi os alunos abraçarem-se alegremente.- Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza. -Mandei as meninas olharem-se no espelho.

  Nota: Como se pode observar, a escolha do InnitivoFlexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito)da ação expressa pelo verbo.

DICAS:a) Se o innitivo de um verbo for escrito com “ j”, esse “ j”

aparecerá em todas as outras formas. Por exemplo:- Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem,

enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que osubstantivo ferrugem é grafado com “g”.).

- Viajar: viajou, viajaria, viajem (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com o substantivo viagem)viajarão, viajasses, etc.

 b) Quando o verbo tem o innitivo com “g”, como em “dirigir”e “agir” este “g” deverá ser trocado por um “j” apenas na primeira  pessoa do presente do indicativo. Por exemplo: eu diri jo/ eu a jo

c) O verbo “parecer” pode relacionar-se de duas maneirasdistintas com o innitivo.

- Quando “parecer” é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir.

- Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade,um período composto. “Parece” é o verbo de uma oração principalcujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzidade innitivo “elas mentirem”. Como desdobramento dessareduzida, podemos ter a oração “Parece que elas mentem.”

Gerúndio: O gerúndio pode funcionar como adjetivo ouadvérbio. Por exemplo: - Saindo de casa, encontrei alguns amigos.(função de advérbio) - Nas ruas, havia crianças vendendo doces.(função adjetivo)

  Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação emcurso; na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: -Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. - Tendo trabalhado,aprendeu o valor do dinheiro.

Particípio: Quando não é empregado na formação dos tempos

compostos, o particípio indica geralmente o resultado de umaação terminada, exionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhumarelação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo(adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida pararepresentar a escola.

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Verbos Anômalos: SER, IR É aquele que tem uma anomalia no radical.

IR 

Indicativo:Presente: eu vou, tu vais, ele vai, nós vamos, vós ides, eles

vão.Pretérito Imperfeito: eu ia, tu ias, ele ia, nós íamos, vós íeis,

eles iam.Pretérito Perfeito: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós

fostes, eles foram.Pretérito Mais-que-perfeito: eu fora, tu foras, ele fora, nós

fôramos, vós fôreis, eles foram.Futuro do Presente: eu irei, tu irás, ele irá, nós iremos, vós

ireis, eles irão.Futuro do Pretérito: eu iria, tu irias, ele iria, nós iríamos, vós

iríeis, eles iriam.

Subjuntivo:Presente: que eu vá, que tu vás, que ele vá, que nós vamos,

que vós vades, que eles vão.Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se

nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.

Futuro: quando eu for, quando tu fores, quando ele for,quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.Imperativo Armativo: vai tu, vá ele, vamos nós, ide vós,

vão eles.Imperativo Negativo: não vás tu, não vá ele, não vamos nós,

não vades vós, não vão eles.Innitivo Pessoal: ir eu, ires tu, ir ele, irmos nós, irdes vós,

irem eles.

Formas Nominais:Innitivo: ir.Gerúndio: indo.Particípio: ido.

Verbos DefectivosSão aqueles que possuem um defeito. Não têm todos os

modos, tempos ou pessoas.

Verbo PronominalÉ aquele que é conjugado com o pronome oblíquo.Ex: Eu me despedi de mamãe e parti sem olhar para o

 passado.

Verbos Abundantes“São os verbos que têm duas ou mais formas equivalentes,

 geralmente de particípio.” (Sacconi)

Innitivo ParticípioRegular  ParticípioIrregular 

Aceitar Aceitado Aceito

Benzer Benzido Bento

Distinguir Distinguido Distinto

Tempos Compostos

São formados por locuções verbais que têm como auxiliaresos verbos ter e haver e como principal, qualquer verbo noparticípio. São eles:

Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: É a formaçãode locução verbal com o auxiliar  ter ou haver no Presente doIndicativo e o principal no particípio, indicando fato que temocorrido com freqüência ultimamente. Por exemplo: Eu tenhoestudado demais ultimamente.

 Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação

de locução verbal com o auxiliar  ter ou haver no Presente doSubjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de quealgo já tenha ocorrido. Por exemplo: Espero que você tenhaestudado o suciente, para conseguir a aprovação.

 Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar  ter ou haver noPretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio,tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito doIndicativo simples. Por exemplo: Eu já tinha estudado no Maxi,quando conheci Magali.

Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:É a formação de locução verbal com o auxiliar  ter ou haver noPretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio,tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivosimples. Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não metivesse mudado de cidade.

Obs.: Perceba que todas as frases remetem a açãoobrigatoriamente para o passado. A frase Se eu estudasse,aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesseestudado, teria aprendido.

Futuro do Presente Composto do Indicativo: É a formação

de locução verbal com o auxiliar  ter ou haver no Futuro doPresente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendoo mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo. Por exemplo: Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.

Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: É a formaçãode locução verbal com o auxiliar  ter ou haver no Futuro doPretérito simples do Indicativo e o principal no particípio, tendoo mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo. Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado decidade.

Futuro Composto do Subjuntivo: É a formação de locuçãoverbal com o auxiliar  ter ou haver no Futuro do Subjuntivosimples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que oFuturo do Subjuntivo simples. Por exemplo: Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km. Veja osexemplos:

- Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.- Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a

Manuel.

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Perceba que o signicado é totalmente diferente em ambas asfrases apresentadas. No primeiro caso, esperarei “você” praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio “já”.

Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir:Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a

Manuel.

Innitivo Pessoal Composto: É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no

Innitivo Pessoal simples e o principal no particípio, indicandoação passada em relação ao momento da fala. Por exemplo: Paravocê ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro

 Exercícios

1 (CESGRANRIO) Assinale o período em que apareceforma verbal incorretamente empregada em relação à norma cultada língua:

a) Se o compadre trouxesse a rabeca, a gente do ofício cariaexultante.

 b) Quando verem o Leonardo, carão surpresos com os trajesque usava.

c) Leonardo propusera que se dançasse o minuete da corte.d) Se o Leonardo quiser, a festa terá ares aristocráticos.e) O Leonardo não interveio na decisão da escolha do padrinho

do lho.

2 (FUVEST) ....... em ti; mas nem sempre ....... dos outros.a) Creias – duvidas c) Creias – duvida  b) Crê – duvidas d) Creia – duvidee) Crê - duvides

3. (CESGRANRIO) Assinale a frase em que há erro deconjugação verbal:

a) Os esportes entretêm a quem os pratica.

 b) Ele antevira o desastre.c) Só carei tranqüilo, quando vir o resultado.d) Eles se desavinham freqüentemente.e) Ainda hoje requero o atestado de bons antecedentes.

4. (PUC) Dê, na ordem em que aparecem nesta questão, asseguintes formas verbais:

advertir - no imperativo armativo, segunda pessoa do pluralcompor - no futuro do subjuntivo, segunda pessoa do pluralrever - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do plural prover - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do singular a) adverti, componhais, revês, provistes b) adverti, compordes, revestes, provistesc) adverte, compondes, reveis, proviste

d) adverti, compuserdes, revistes, provestee) n.d.a

5 (FUVEST) “Eu não sou o homem que tu procuras, masdesejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato.” Se o  pronome tu fosse substituído por Vossa Excelência, em lugar das palavras destacadas no texto acima transcrito teríamos,respectivamente, as seguintes formas:

a) procurais, ver-vos, vosso b) procura, vê-la, seuc) procura, vê-lo, vossod) procurais, vê-la, vossoe) procurais, ver-vos, seu

6 (UNESP) “Explicou que aprendera aquilo de ouvido.”Transpondo para a voz passiva, o verbo assume a seguinte forma:

a) tinha sido aprendido b) era aprendidoc) fora aprendido

d) tinha aprendidoe) aprenderia

7 (DASP) Assinale a única alternativa que contém errona passagem da forma verbal, do imperativo armativo para oimperativo negativo:

a) parti vós - não partais vós b) amai vós - não ameis vósc) sede vós - não sejais vósd) ide vós - não vais vóse) perdei vós - não percais vós

8 (ITA) Vi, mas não ............; o policial viu, e também não

............, dois agentes secretos viram, e não ............ Se todos nós............ , talvez .......... tantas mortes.a)intervir - interviu - tivéssemos intervido - teríamos evitado  b)me precavi - se precaveio - se precaveram - nos

 precavíssemos - não teria havidoc)me contive - se conteve - contiveram - houvéssemos contido

- tivéssemos impedidod)me precavi - se precaveu - precaviram - precavêssemo-nos

não houvessee)intervim - interveio - intervieram - tivéssemos intervindo -

houvéssemos evitado

9. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma forma verbalfoi empregada incorretamente:

a) O superior interveio na discussão, evitando a briga. b) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será absolvido.c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida.d) Quando você vir Campinas, cará extasiado.e) Ele trará o lho, se vier a São Paulo.

10 (FUVEST) Assinale a frase que não está na voz passiva:a) O atleta foi estrondosamente aclamado. b) Que exercício tão fácil de resolver!c) Fizeram-se apenas os reparos mais urgentes.d) Escolheu-se, infelizmente, o homem errado.e) Entreolharam-se agressivamente os dois competidores.

11 (TRT) Assinale a alternativa incorreta quanto à forma

verbal:a) Ele reouve os objetos apreendidos pelo scal. b) Se advierem diculdades, cona em Deus.c) Se você o vir, diga-lhe que o advogado reteve os documentos.d) Eu não intervi na contenda porque não pude.e) Por não se cumprirem as cláusulas propostas, as partes

desavieram-se e requereram rescisão do contrato.

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12 (TRT) Indique a incorreta:a)Estão isentados das sanções legais os citados no artigo 6º.  b)Estão suspensas as decisões relativas ao parágrafo 3º do

artigo 2º.c)Fica revogado o ato que havia extinguido a obrigatoriedade

de apresentação dos documentos mencionados.d)Os pareceres que forem incursos na Resolução anterior são

de responsabilidade do Governo Federal.e)Todas estão incorretas.

13 (FUVEST) Assinale a frase em que aparece o pretérito-

mais-que-perfeito do verbo ser:a) Não seria o caso de você se acusar? b) Quando cheguei, ele já se fora, muito zangado.c) Se não fosses ele, tudo estaria perdido.d) Bem depois se soube que não fora ele o culpado.e) Embora não tenha sido divulgado, soube-se do caso.

 Resposta1-B/ 2-E/ 3-E/ 4-D/ 5-B/ 6-C/ 7-D/ 8-E/ 9-B/ 10-E/ 11-D/

12-A/ 13-D

ADVÉRBIO

Advérbio é a palavra invariável que modica um verbo (Chegou cedo), um outro advérbio ( Falou muito bem), um adjetivo( Estava muito bonita).

De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio podeser de:

1 - tempo ainda, agora, antigamente, antes, amiúde (=sempre),amanhã, breve, brevemente, cedo, diariamente, depois, depressa,hoje, imediatamente, já, lentamente, logo, novamente, outrora.

2 - lugar  aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além,algures (= em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar),aquém,dentro, defronte, fora, longe, perto.

3 - modo assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ),devagar, mal, melhor pior, e a maior parte dos advérbios que

termina em mente: calmamente: suavemente, rapidamente,tristemente.4 armação certamente, decerto, deveras, efetivamente,

realmente, sim, seguramente.5 negação absolutamente, de modo algum, de jeito nenhum,

nem, não, tampouco (= também não).6 intensidade apenas, assaz bastante bastante, bem,

demais,mais, meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco.7 dúvida acaso, eventuamente, por ventura, quiçá,

 possivelmente, talvez.

Adverbios Interrogativos

São empregados em orações interrogativas diretas ou

indiretas.Podem exprimir: lugar , tempo, modo, ou causa.- Onde ca o Clube das Acácias ? (direta)- Preciso saber onde ca o Clube das Acássias. (indireta)- Quando minha amiga Delma chegará de Campinas? (direta)- Gostaria de saber  quando minha amiga Delma chegará de

Campinas. (indireta)

- Como osjovens vêem a natureza? (direta)- Quero saber como os jovens vêem a natureza. (indireta)- Por que o povo aceita tudo passivamente. (direta)- Perguntolhe   por que o povo aceita tudo passivamente.

(indireta)

Locuçoes Adverbiais

São duas ou mais palavras que têm o valor de = advérbio: àscegas, às claras, às toa, às pressas, às escondidas, à noite, à tarde,às vezes, ao acaso, de repente, de chofre, de cor, de improviso, de

 propósito, de viva voz, de medo, com certeza, por perto, por umtriz, de vez em quando, sem dúvida, de forma alguma, em vão, por certo, à esquerda, à direta, a pé, a esmo, por ali, a distância.

- De repente o dia se fez noite.- Por um triz eu não me denunciei.- Sem dúvida você é o melhor.

Graus dos Advérbios

Como já vimos o advérbio não vai para o plural, são palavrasinvariáveis, mas alguns admitem a exão de grau: 1 – comparativo,2 –  superlativo.

1 comparativo de:

igualdade > tão + advérbio + quanto, como: Sou tão felizquanto / como você.

superioridade > analítico: mais do que: Raquel é mais elegantedo que eu.

> sintético: melhor, pior que: Amanhã será melhor do que hoje.

inferioridade > menos do que: Falei menos do que devia.

2 superlativo absoluto:analítico > mais, muito, pouco,menos: O candidato defendeuse

muito mal.sintético > íssimo, érrimo: Localizeio rapídíssimo.

Palavras e Locuções Denotativas

São palavras semelhantes a advérbios e que não possuemclassicação especial. Não se enquadram em nenhuma das dez(10) classes de palavras.

São chamadas de denotativas e exprimem:

1 - Afetividade:  felizmente, infelizmente, ainda  bem: Ainda bem que você veio.

2 - designação, indicação: eis: Eis aqui o herói da turma.3 - exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão,

sequer: Não me disse sequer uma palavra de amor.4 - inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além

disso, de mais a mais: Também há ores no céu.5 - limitação: só, apenas, somente, unicamente: Só Deus é

 perfeito.6 - realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo: Sei lá o que elequis dizer!

7 - reticação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes: Irei à Bahiana próxima semana, ou melhor, no próximo mês.

8 - explicação: por exemplo, a saber: Você, por exemplo, tem bom caráter.

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Emprego do Advérbio

- Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego dosuxo diminutivo dando aos advérbios o valor de superlativosintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho, depressinha,rapidinho (bem rápido): - Rapidinho chegou a casa. - Moro pertinho da universidade.

- Freqüenternente empregamos adjetivos com valor deadvérbio: A cerveja que desce redondo. (redondamente)

- Bastante antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai para o plural; equivale a muito / a: Aquelas jovens são bastante 

simpáticas e gentis.- Bastante, antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai parao plural, equivale a muitos / as: Contei bastantes estrelas no céu.

- Não confunda mal  (advérbio, oposto de bem) com mau (adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei a casa, encontrei a de mauhumor.

- Antes de verbo no particípio, dizse mais  bem, mais mal :Ficamos mais bem informados depois do noticiário notumo.

- Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não sefazem professores como antigamente. (= não se fazem mais)

- Na locução adverbial a olhos vistos (= claramente), o  particípio permanece no masculino plural: Minha irmã Zuleideemagrecia a olhos vistos.

- Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no

último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a todos.- Arepetição de um mesmo advérbio assume o valor superlativo: Levantei cedo, cedo.

PREPOSIÇÃO

É a palavra invariável que liga um termo dependente a umtermo principal, estabelecendo uma relação entre ambos. As preposições podem ser: essenciais ou acidentais.

As preposições essenciais atuam exclusivamente como preposições. São: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

Não dê atençâo a fofocas.- Perante todos disse, sim.As preposições acidentais são palavras de outras classes

que atuam eventualmente como preposições. São: como (= naqualidade de), conforme (= de acordo com), consoante, exceto,mediante, salvo, visto, segundo, senão, tirante.

Agia conforme sua vontade. (= de acordo com)

Atenção:- O artigo denido a que vem sempre acompanhado de um

substantivo, é exionado: a casa, as casas, a árvore, as árvores, a estrela, as estrelas.A preposição a nunca vai para o plural e não estabelece concordânciacom o substantivo.Veja o exemplo: Fiz todo o percurso a pé. (nãohá concordância com o substantivo masculino pé)

- As preposições essenciais são sempre seguidas dos pronomes pessoais oblíquos: Despediuse de mim rapidamente. - Não vá sem 

mim.

Locuções Prepositivas

É o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra é sempre uma preposição. Veja quaissão: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de

acordo com, dentro de, embaixo de, em cima de, em frente a, emredor de, graças a, junto a, junto de, perto de, por causa de, por cima de, por trás de, a m de, além de, antes de, a par de, a partir de, apesar de, através de, defronte de, em favor de, em lugar de,em vez de, (= no lugar de), ao invés de (= ao contrário de), paracom, até a.

Atenção:- Não confunda locução prepositiva com locução adverbial.

 Na locução adverbial, nunca há uma preposição no nal, e sim nocomeço.

Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”. (locução adverbial) -O acidente ocorreu perto de meu atelier. (locução prepositiva)- Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com outra

  preposição: Abola passoupor entre as pernas do goleiro. MASé inadequado dizer: Proibido para menores de até 18 anos. -Financiamento em até 24 meses.

Combinações e Contrações

Pensão familiar

“Jardim da pensãozinha burguesa.Gatos espapaçados ao sol.A tiririca sitia os canteiros chatosO sol acaba de crestar as boninas que murcharam.

Os girassóis amarelos resistem.E as dálias, reconchuvas, plebéias, dominicais.

(Manuel Bandeina)

Combinação ocorre combinação quando não há perda defonemas: a+o,os= ao, aos / a+onde = aonde.

Contração ocorre contração quando a preposição perdefonemas: de+a, o, as, os, esta, este, isto =da, do, das, dos, desta,deste, disto.

em+ um, uma, uns, umas,isto, isso, aquilo, aquele, aquela,aqueles, aquelas = num, numa, nuns, numas, nisto, nisso,naquilo, naquele, naquela, naqueles.

de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele, daquela,daquilo.

para+ a = pra.A contração da preposição a com os artigos ou pronomes

demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo recebe o nome decrase e é assinalada na escrita pelo acento grave cando assim: à,às, àquele, àquela, àquilo.

Valores das Preposições

 A movimento = direção: Foram a Lucélia comemorar os Anos Dourados. modo: Partiu às pressas. tempo: Iremos nos ver ao entardecer. Apreposição a indica deslocamento rápido: Vaniosà praia. (idéia de passear)

 Ante diante de: Parou ante mim sem dizer nada, tanta eraa emoção. tempo (substituídaporantes de): Preciso chegaraoencontro antes das quatro horas.

 Após depois de: Após alguns momentos desabou num choroarrependido. Até  - aproximação: Correu até mim. tempo: Certamente

teremos o resultado do exame até a semana que vem. Atenção:Se a preposição até equivaler a inclusive, será palavra de inclusãoe não preposição. Os sonhadores amam até quem os despreza.(inclusive)

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Com  companhia: Rir de alguém é falta de caridade; deveserir com alguém. causa: - A cidade foi destruída com o temporal.instrumento: Feriuse com as próprias armas. modo: Marnha,minha comadre, vestese sempre com elegância.

Contra oposição, hostilidade: Revoltouse contra a decisão dotribunal. direção a um limite: Bateu contra o muro e caiu.

 De origem: Descendi de pais trabalhadores e honestos.lugar: Os corruptos vieram da capital.causa: O bebé chorava de fome. posse: Dizem que o dinheiro do povo sumiu.assunto: Falávamos do casamento da Mariele.

matéria: Era uma casa de sapé.Atenção: A preposição de não deve contrairse com o artigo,

que precede o sujeito de um verbo. É tempo de os alunos estudarem.(e não: dos alunos estudarem)

 Desde afastamento de um ponto no espaço: Essa neblina vemdesde São Paulo.

tempo: Desde o ano passado quero mudar de casa. Em lugar: Moramos em Lucélia há alguns anos.matéria: As queridas amigas Nilcéia e Nadélgia moram em 

Curitiba.especialidade: Minha amiga Cidinha formouse em Letras.tempo: Tudo aconteceu em doze horas.

 Entre – posição entre dois limites: Convém colocar o vidroentre dois suportes.

 Para direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa.tempo: Pretendo vêlo lá para o nal da semana.nalidade: Lute sempre para viver com dignidade.Apreposição para indica de permanência denitiva. Vou para 

o litoral. (idéia de morar) Perante posição anterior: Permaneceu calado perante todos. Por –   percurso, espaço,lugar: Caminhava por ruas desconhecidas.causa: Por ser muito caro, não compramos um DVD novo.espaço: Por cima dela havia um raio de luz.

 Sem ausência: Eu vou sem lenço sem documento. Sob – debaixo de / situação: Prero cavalgar  sob o luar.

Viveu, sob pressão dos pais.

 Sobre – em cima de, com contato: Colocou ás taças de cristal sobre 

a toalha rendada.assunto: Conversávamos sobre política nanceira.Trás – situação posterior; é preposição fora de uso. É

substituída por atrás de, depois de: Por trás desta carinha vêsemuita falsidade.

Curiosidade: O símbolo @ (arroba) signica AT em Inglês,que em Português signica em. Portanto, o nome está at, em algum provedor.

CONJUNÇÃO

O mundo é grande e cabe Nesta anela sobre o mar.0 mar é grande e cabe Na cama e no colchão de amar.O amor é grande e cabe No breve espaço de beijar.

(Carlos Drummond de Andrade)

É a palavra invariável que liga duas orações ou duas palavrasde função semelhante numa mesma oração.

- Miséria e medo são a preocupação da população carente.A palavra e está ligando duas palavras equivalentes, ou seja,

duas palavras da mesmafunção.Chegamos a Lucélia quando anoitecia. (quando, está ligando

duas orações)

Locução Conjuntiva

É o conjunto de palavras que equivalem a uma conjunção. As principais são: a m de que, assim que, à medida que, à proporçãoque, ainda que, a não ser que, logo que, se bem que, desde que, noentanto, por mais que, visto que, ao mesmo tempo que.

Classicação das Conjunções

Classicamse as conjunções em:- coordenativas: ligam orações de sentido completos e

independentes: Não estudo, /mas trabalho.- subordinativas: ligam orações de sentido incompleto a uma

 principal: Parece/que tudo vai bem.

As conjunções coordenativas são classicadas em:

-  Aditivas dão idéia de soma: e, nem, mas também, masainda,senão também, como também. Alguns programas detelevisão não só instruem, mas também divertem.

-  Adversativas exprimem oposição:antes (=pelo contrário),mas, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, nãoobstante (= apesar disso), em todo caso. Beatriz revirou todas asgavetas, porém não encontrou o lápis de sobrancelhas.

- Alternativas exprimem altemância: ou, ou.... ou, ora ... ora já ... já, quer ... quer . Ou vai ou racha, disse ela aita.

- Conclusivas exprimem conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (depois do verbo),   por isso, assim. Você está preparado para o que der e vier, portanto que calmo.

- Explicativas exprimem explicação, motivo: pois (antes doverbo), que,  porque,  porquanto. Fale mais alto, que eu também

quero ouvir.

As conjunções subordinativas são:- Causais exprimem causa:  porque, como (= porque), uma 

vez que, visto que, já que, pois. A recessão do país cresceu, porque o dólar aumentou.

- Condicionais exprimem condição ou hipótese:  se, caso,contanto que,  salvo  se, a menos que, a não ser que, desde que,dado que. Nós poderemos ajudálo, a menos que você não queira.

- Concessivas dá a entender que se admite ou se concedeum fato contrário à declaração contida na na oração principal:ainda que, apesar de, embora, mesmo que, posto, por mais que,

 se bem que, por pouco que, nem que, em que pese, por muito que.

Embora zesse muito calor, levei meu agasalho.- Conformativas exprimem conformidade, adequação:conforme,  segundo, consoante, como. Tudo saiu conforme ocombinado.

- Comparativas exprimem idéia de comparação: como, tal  qual , assim como, do que, quanto. Era jogadopelavida como umafolha ao vento.

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- Consecutivas exprimem conseqüência: que + tal , tão, tanto,tamanho; de modo que, que,  sem que, deforma que, de maneira que. A fome era tanta que comeu com casca e tudo.

- Finais  exprimem nalidade:para que, am de que, que.

Aprefeitura interditou a rua, a m de que as obrasse iniciassem.- Integrantes introduzem orações subordinadas substantivas:

que, se, como. Todos nós esperamos que haja igualdade social.-  Proporcionais expressam proporção ou simultaneidade:

à medida que, à proporção que, menos, enquanto, quanto mais...mais. À medida que o via, mais me sentia apaixonada.

- Temporais indicam o tempo ou o momento em quedeterminado fato ocorreu: quando, enquanto, depois que, logoque, assim que, antes que, desde que. Enquanto caminhávamos,falávamos da nossajuventude.

INTERJEIÇÃO

É a palavra invariável que exprime emoções, sensações,estados de espírito ou apelos: As interjeições são como que frasesresumidas:

Ué ! =Eu não esperava essa!São proferidas com entonação especial, que se representa, na

escrita, com o ponto de exclamação(!)

Locução Interjetiva

É o conjunto de duas ou mais palavras com valor de umainterjeição:

Muito bem! Que pena! Quem me dera! Puxa, que legal!

Classicaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas

As intejeições e as locuções interjetivas são classicadas,’deacordo com o sentido que elas expressam em determinadocontexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode exprimir emoções variadas.

admiração ou espanto Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu

Deus!, Céus!advertência Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!,Olha lá!

alegria Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!;ânimo Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca!aplauso Bravo!, Parabéns!, Muito bem!chamamento Olá!, Alô!, Psiu!, Psit!aversão Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh!medo Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai!pedido de silêncio Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!, Chega!,

Basta!saudação – Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!concordância Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida!desejo Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me

dera!

Atenção: observe na relação acima, que as interjeições muitasvezes são formadas por palavras de outras classes gramaticais:Cuidado! Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).

 SINTAXE 

A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relaçãológica das frases entre si. Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor   procura transmitir um signicado completo e compreensível.Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas entre si. A

sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio satisfatóriodas múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras eorações. Neste estudo veremos:

 - Análise Sintática- Concordância Nominal e Verbal - Regência Nominal e Verbal - Crase

 Análise Sintática

A análise sintática examina a estrutura do período, dividee classica as orações que o constituem e reconhece a funçãosintática dos termos de cada oração.

Daremos uma idéia do que seja frase, oração, período, termo,função sintática e núcleo de um termo da oração.

As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, sãoreunidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcançao objetivo do discurso, ou seja, da atividade lingüística: acomunicação com o ouvinte ou o leitor.

Frase, Oração e Período são fatores constituintes de qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de uma seqüêncialógica de idéias, todas organizadas e dispostas em parágrafosminuciosamente construídos.

FRASE

Frase é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ouveou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode revestir 

as mais variadas formas, desde a simples palavra até o período maiscomplexo, elaborado segundo os padrões sintáticos do idioma.

São exemplos de frases:

Socorro!Muito obrigado!Que horror!Sentinela, alerta!Cada um por si e Deus por todos.Grande nau, grande tormenta.Por que agridem a natureza?“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos)“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos)“Fumaça nas chaminés, o céu tranqüilo, limpo o terreiro.”

(Adonias Filho)“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo)“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus

aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em helicópteros  para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, mas este sehavia sumido por completo.” (Érico Veríssimo)

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OBS:- As frases são proferidas com entoação e pausas especiais,

indicadas na escrita pelos sinais de pontuação.- Muitas frases, principalmente as que se desviam do esquema

sujeito + predicado, só pode ser entendidas dentro do contexto(= o escrito em que guram) e na situação (= o ambiente, ascircunstâncias) em que o falante se encontra.

- Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem overbo. Exemplo: Tudo parado e morto.

Quanto ao sentido, as frases podem ser:

Declarativas – É aquela através da qual se enuncia algo,de forma armativa ou negativa. Encerram a declaração ouenunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa:

Paulo parece inteligente. (armativa)A reticação da velha estrada é uma obra inadiável.

(armativa) Nunca te esquecerei. (negativa) Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa)

Interrogativas – É aquela da qual se pergunta algo, direta(com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto deinterrogação). São uma pergunta, uma interrogação:

Por que chegaste tão tarde?Gostaria de saber que horas são.“Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa)“Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado de

Assis)

Imperativas – É aquela através da qual expressamos umaordem, pedido ou súplica, de forma armativa ou negativa.Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido:

“Cale-se! Respeite este templo.” (Érico Veríssimo) (armativa) Não cometa imprudências. (negativa)“Vamos, meu lho, ande depressa!” (Herberto Sales)

(armativa)“Segue teu rumo e canta em paz.” (Cecília Meireles)

(armativa)“Não me leves para o mar.” (Vicente de Carvalho) (negativa)

Exclamativas – É aquela através da qual externamos umaadmiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento, etc.:

Como eles são audaciosos! Não voltaram mais!“Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!” (Graciliano

Ramos)

Optativas – É aquela através da qual se exprime um desejo:Bons ventos o levem!Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!“E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet)“Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano

Ramos)

Imprecativas – Encerram uma imprecação (praga, maldição):“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo

Branco)“Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias)“Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!” (Domingos

Carvalho da Silva)

Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase  podem encerrar uma armação ou uma negação. No primeirocaso, a frase é armativa, no segundo, negativa. O que caracterizae distingue esses diferentes tipos de frase é a entoação, oraascendente ora descendente.

Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos para o contexto em quesão empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que seexplora a ironia. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”,usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que

aparentemente diz.A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendode como é dita, uma frase simples como “É ela.” pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc.

A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme otom com que a proferimos. Observe:

Olavo esteve aqui.Olavo esteve aqui?Olavo esteve aqui?!Olavo esteve aqui!

 Exercícios

1.

Marque apenas as frases nominais:a) Que voz estranha! b) A lanterna produzia boa claridade.c) As risadas não eram normais.d) Luisinho, não! 2. Classique as frases em declarativa, interrogativa,

exclamativa, optativa ou imperativa.a) Você está bem? b) Não olhe; não olhe, Luisinho!c) Que alívio!d) Tomara que Luisinho não que impressionado!e) Você se machucou?f) A luz jorrou na caverna.g) Agora suma, seu monstro!

h) O túnel cava cada vez mais escuro.

3. Transforme a frase declarativa em imperativa. Sigao modelo:

Luisinho cou pra trás. (declarativa)Lusinho, que para trás. (imperativa) a) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos. b) Luisinho procurou os fósforos no bolso.c) Os meninos olharam à sua volta. 4. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm ver-

bos. Assinale, pois, as frases verbais:a) Deus te guarde!

 b) As risadas não eram normais.c) Que ideia absurda!d) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos.e) Tão preta como o túnel!f) Quem bom!g) As ovelhas são mansas e pacientes.h) Que espírito irônico e livre!

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5. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: decla-rativa, interrogativa, imperativa e exclamativa:

a) Que ores tão aromáticas!b) Por que é que não vais ao teatro mais vezes?c) Devemos manter a nossa escola limpa.d) Respeitem os limites de velocidade.e) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência?f) Atravessem a rua com cuidado.g) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido!h) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a cor 

da bandeira.i)  Não te quero ver mais aqui! j) Hoje saímos mais cedo.

 Respostas

1-“a” e “d”2- a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) optativa;

e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) declarativa3- a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho,

 procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta!4- a/b/d/g5- a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d) impera-

tiva; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h) declarati-va; i) imperativa; j) declarativa

ORAÇÃO

É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há,necessariamente, a presença do verbo. A oração encerra uma frase(ou segmento de frase), várias frases ou um período, completandoum pensamento e concluindo o enunciado através de pontonal, interrogação, exclamação e, em alguns casos, através dereticências.

Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezeselípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são orações,não podem ser analisadas sintaticamente frases como:

Socorro!Com licença!

Que rapaz impertinente!Muito riso, pouco siso.“A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)

  Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou asunidades sintáticas da oração. Cada termo da oração desempenhauma função sintática. Geralmente apresentam dois grupos de  palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma coisa ( osujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o predicado),e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo:

A menina banhou-se na cachoeira.A menina – sujeito

 banhou-se na cachoeira – predicado

Choveu durante a noite. (a oração toda predicado)

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo emnúmero e pessoa. É normalmente o “ser de quem se declara algo”,“o tema do que se vai comunicar”.

O predicado é a parte da oração que contém “a informaçãonova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito,constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.

Observe:

O amor é eterno.

O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é “O amor”.A declaração referente a “o amor”, ou seja, o predicado, é “éeterno”.

Já na frase:Os rapazes jogam futebol.

O sujeito é “Os rapazes”, que identicamos por ser o termoque concorda em número e pessoa com o verbo “jogam”. Opredicado é “jogam futebol”.

  Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente umsubstantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de suasignicação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente:

“O amigo retardatário do presidente prepara-se paradesembarcar.” (Aníbal Machado)

A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas.

Os termos da oração da língua portuguesa são classicadosem três grandes níveis:

• Termos Essencias da Oração: Sujeito e Predicado.• Termos Integrantes da Oração: Complemento

 Nominal e Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indiretoe Agente da Passiva).

• Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal,Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo.

Termos Essenciais da Oração

São dois os termos essenciais (ou fundamentais) da oração:sujeito e predicado. Exemplos:

Sujeito PredicadoPobreza não é vileza.

Os sertanistas capturavam os índios.

Um vento áspero sacudia as árvores.

Sujeito - É equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz algumacoisa. Ao fazer tal armação estamos considerando o aspectosemântico do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspectoestilístico (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido deuma análise sintática, vamos restringir a denição apenas ao seu papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordânciacom o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal,o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, onúcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas:

• estabelecer concordância com o núcleo do predicado;• apresentar-se como elemento determinante em relação

ao predicado;• constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo

ou, ainda, qualquer palavra substantivada.

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Exemplos:

1- A padaria está fechada hoje.

está fechada hoje: predicado nominalfechada: nome adjetivo = núcleo do predicadoa padaria: sujeito padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular 

2- Nós mentimos sobre nossa idade para você.mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbalmentimos: verbo = núcleo do predicadonós: sujeito

 No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante,ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição dedeterminante do sujeito em relação ao predicado adquire sentidocom o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentençasem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado.

Exemplos:

1- As formigas invadiram minha casa.as formigas: sujeito = termo determinanteinvadiram minha casa: predicado = termo determinado

2- Há formigas na minha casa.há formigas na minha casa: predicado = termo determinadosujeito: inexistente

O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse nome se referea objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeitose refere a um objeto da terceira pessoa, sua representação pode ser feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou dequalquer conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença,como um substantivo.

Exemplos:

Eu acompanho você até o guichê.eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoaVocês disseram alguma coisa?vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoaMarcos tem um fã-clube no seu bairro.Marcos: sujeito = substantivo próprioNinguém entra na sala agora.ninguém: sujeito = pronome substantivoO andar deve ser uma atividade diária.o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração

Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de

uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de oraçãosubstantiva subjetiva:

É difícil optar por esse ou aquele doce... É difícil : oração principaloptar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva

O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos:

O sino era grande.Ela tem uma educação na.Vossa Excelência agiu como imparcialidade.Isto não me agrada.Morrer pela pátria é glorioso.“Ouvia-se o matraquear de máquinas de escrever.” (Érico

Veríssimo)

O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, umsubstantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer  palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.)Exemplo:

“Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para aselvagem lha do sertão.” (José de Alencar)

O sujeito pode ser:

Simples – quando tem um só núcleo:As rosas têm espinhos.“Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em la

indiana.” (Antônio Olavo Pereira)

Composto – quando tem mais de um núcleo:“O burro e o cavalo nadavam ao lado da canoa.” (HerbertoSales)

Expresso – quando está explícito, enunciado:Eu viajarei amanhã.

Oculto (ou elíptico) – quando está implícito, isto é, quandonão está expresso, mas se deduz do contexto:

Viajarei amanhã. (sujeito: eu, que se deduz da desinência doverbo)

“Um soldado saltou para a calçada e aproximou-se.” (ÉricoVeríssimo) (o sujeito, soldado, está expresso na primeira oração eelíptico na segunda: e (ele) aproximou-se.)

Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito: vocês)

Agente – se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa:O Nilo fertiliza o Egito.

Paciente – quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo passivo:

O criminoso é atormentado pelo remorso.Muitos sertanistas foram mortos pelos índios.Construíram-se açúdes. (= Açúdes foram construídos.)

Agente e Paciente – quando o sujeito faz a ação expressa por um verbo reexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos dessaação:

O operário feriu-se durante o trabalho.

Regina trancou-se no quarto.

Indeterminado – quando não se indica o agente da açãoverbal:

Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou asenhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.)

Come-se bem naquele restaurante.

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Observações:•  Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto.• Sujeito formado por pronome indenido não é indeter-

miado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. Ninguém lhe telefonou.

• Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se overbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente jáexpresso nas orações anteriores.

- Na rua olhavam-no com admiração.- “Bateram palmas no portãozinho da frente.” (Josué

Guimarães)- “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”

(Rubem Braga)• Assinala-se a indetermiação do sujeito com um verbo

ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O  pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito.Pode ser omitido junto de innitivos.

- Aqui vive-se bem.- Devagar se vai ao longe.- Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.- Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar.- “E passou-se a falar em internacionalização da Amazônia.”

(Tiago de Melo)- “Saía-se do coração da brenha só para se ver o barco.”

(Ferreira de Castro)• Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o

verbo no innitivo impessoal:- Era penoso carregar aqueles fardos enormes.- É triste assistir a estas cenas repulsivas.

  Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa língua.Exemplos:

É fácil este problema!Vão-se os anéis, quem os dedos.“Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.”

(José de Alencar)“Foi ouvida por Deus a súplica do condenado.” (RamalhoOrtigão)

“Mas terás tu paciência por duas horas?” (Camilo CasteloBranco)

“No muro de tijolo vermelho passeavam lagartixas.”(Graciliano Ramos)

“Para o cargo de primeiro governador do Brasil foi escolhidoo dalgo Tomé de Sousa.” (Eduardo Bueno)

Sem Sujeito – constituem a enunciação pura e absoluta deum fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuídoa nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª pessoa do singular:

Havia ratos no porão.Choveu durante o jogo.

Observação: São verbos impessoais:

• Haver (nos sentidos de existir, acontecer, realizar-se,decorrer).

- Há plantas venenosas.- Havia quadros nas paredes.- Houve algo de anormal?- Havia três noites que não dormia.- Onde houvesse festas e danças, ali estava ele.

• Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo.

- Faz dois anos que me formei.- “Fazia dias que o Balão não aparecia na porteira do curral.”

(José J. Veiga).

- Hoje fez muito calor.- Fazia um frio intenso.- Era no mês de maio.- Era à hora do jantar.- Eram trinta de maio de 1980.- Abria a janela, se estava calor.- Olhei o relógio: passava das cinco horas da tarde.

• Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer,anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos.

- Chovia torrencialmente.- Ventou muito durante a noite.- Anoiteceu rapidamente.- Havia três noites que não dormia.- Nevou no Sul do país.

Predicado - Assim como o sujeito, o predicado é umsegmento extraído da estrutura interna das orações ou das frases,sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse sentido, o predicado é sintaticamente o segmento lingüístico que estabelececoncordância com outro termo essencial da oração – o sujeito -,sendo este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado otermo determinado (ou principal). Não se trata, portanto, de denir o predicado como “aquilo que se diz do sujeito” como fazemcertas gramáticas da língua portuguesa, mas sim estabelecer aimportância do fenômeno da concordância entre esses dois termos

essenciais da oração. Então têm por características básicas:• apresentar-se como elemento determinado em relação aosujeito;

• apontar um atributo ou acrescentar nova informação aosujeito.

Exemplos:

1- Carolina conhece os índios da Amazônia. sujeito: Carolina = termo determinante  predicado: conhece os índios da Amazônia = termo

determinado

2- Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João.  

sujeito: todos nós = termo determinante predicado: fazemos parte da quadrilha de São João = termodeterminado

  Nesses exemplos podemos observar que a concordânciaé estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termosessenciais. Na frase (1), entre “Carolina” e “conhece”; na frase

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(2), entre “nós” e “fazemos”. Isso se dá porque a concordância écentrada nas palavras que são núcleos, isto é, que são responsáveis  pela principal informação naquele segmento. No predicado onúcleo pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre um atributoque se refere ao sujeito da oração, ou um verbo (ou locuçãoverbal). No primeiro caso, temos um predicado nominal (seunúcleo signicativo é um nome – substantivo, adjetivo, pronome  – ligado ao sujeito por um verbo de ligação) e no segundo umpredicado verbal (seu núcleo é um verbo, seguido, ou não, decomplemento(s) ou termos acessórios). Quando, num mesmosegmento o nome e o verbo são de igual importância, ambosconstituem o núcleo do predicado e resultam no tipo de predicadoverbo-nominal(tem dois núcleos signicativos: um verbo e umnome). Exemplos:

1- Minha empregada é desastrada. predicado: é desastradanúcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeitotipo de predicado: nominal

Obs: O núcleo do predicado nominal chama-se predicativodo sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade oucaracterística. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.)funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado.

2- A empreiteira demoliu nosso antigo prédio. predicado: demoliu nosso antigo prédionúcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o

sujeitotipo de predicado: verbal

3- Os manifestantes desciam a rua desesperados. predicado: desciam a rua desesperadosnúcleos do predicado: 1. desciam = nova informação sobre o

sujeito;2. desesperados = atributo do sujeitotipo de predicado: verbo-nominal

 Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é responsáveltambém por denir os tipos de elementos que aparecerão nosegmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos é necessárioum complemento que, juntamente com o verbo, constituema nova informação sobre o sujeito. De qualquer forma, essescomplementos do verbo não interferem na tipologia do predicado.

Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo,quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:

“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozesinexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo édepois de algozes)

“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira daSilva) (Subetntende-se o verbo está depois de peixe)“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.”

(Povina Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)“Vamos jogar, só nós dois? Você chuta para mim e eu para

você.” (Antônio Olinto) (está elíptico o verbo chuto depois do pronome eu)

A mesa era farta e as iguarias nas. (está oculto o verbo eram depois do sujeito iguarias)

“__Quando poderei voltar? Perguntou Simão.  __ Em poucos dias, salvo se as cousas se complicarem.”

(Machado de Assis)(isto é: Poderá voltar em poucos dias...)

Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo formao predicado.

Há verbos que, por natureza, tem sentido completo, podendo,

 por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos de predicaçãocompleta denominados intransitivos. Exemplo:

As ores murcharam.Os animais correm.As folhas caem.“Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ramos)“A mão ardia e o dedo inchava.” (Luís Jardim)“E espocavam gargalhadas no grupo...” (Aluísio Azevedo)

Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de predicaçãoincompleta, denominados transitivos. Exemplos:

João puxou a rede.“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara

Resende)“Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.”

(Camilo Castelo Branco)“Julgava-o um aluado.” (Ciro dos Anjos)

Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou,invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações completas: puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a que?

Os verbos de predicação completa denominam-seintransitivos e os de predicação incompleta, transitivos.

Os verbos transitivos subdividem-se em: transitivos

diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos (bitransitivos).

Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerramuma noção denida, um conteúdo signicativo, existem os deligação, verbos que entram na formação do predicado nominal,relacionando o predicativo com o sujeito.

Quanto à predicação classicam-se, pois os verbos em:

Intransitivos – são os que não precisam de complemento, pois têm sentido completo.

“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis)“Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.”

(Marquês de Maricá)“As sovas de meu pai doiam por muito tempo.” (Machado

de Assis)“Fui e parei diante dele.” (Machado de Assis)“O padre apareceu e logo o burburinho cessou.” (Coelho

 Neto)

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Observações:

• Os verbos intransitivos podem vir acompanhados deum adjunto adverbial e mesmo de um predicativo (qualidade,características):

- Fui cedo.- Passeamos pela cidade.- Cheguei atrasado.- Entrei em casa aborrecido.

• As orações formadas com verbos intransitivos não po-dem “transitar” (= passar) para a voz passiva.

• Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transiti-vos quando construídos com o objeto direto ou indireto.

- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento)- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim)- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias)- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo que

 já morreu...” (Ciro dos Anjos)- “Os olhos pestanejavam e choravam lágrimas quentes...”

(Graciliano Ramos)- “Sorriu para Holanda um sorriso ainda marcado de pavor.”

(Viana Moog)- “Tinha testa enrugada, como quem vivera vida de contínuo

 pensar.” (Alexandre Herculano)- “Pouco dinheiro basta ao homem sóbrio e econômico.”(Aulete)

• Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer,crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, che-gar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.

Transitivos Diretos – são os que pedem um objeto direto,isto é, um complemento sem preposição. Pertencem a esse grupo:  julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar,declarar, adotar, ter, fazer, tornar, encontrar, deixar, ver, coroar,sagrar, achar, etc. Exemplos:

Comprei um terreno e construí a casa.

“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês deMaricá)

“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.”(Guedes de Amorim)

“As poucas vezes que o visitei foi por motivo de doença dele.”(Mário de Alencar)

“Simão Bacamarte não o contrariou.” (Machado de Assis)

Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaqueos que formam o predicado verbo nominal e se constrói com ocomplemento acompanhado de predicativo. Exemplos:

Consideramos o caso extraordinário.Inês trazia as mãos sempre limpas.

O povo chamava-os de anarquistas.Julgo Marcelo incapaz disso.“Deus vos fez padre e bispo.” (Carlo de Laet)“Ele achou estranho o cerimonial.” (Érico Veríssimo)“Todos as tratam por madame.” (Vivaldo Coaraci)“Já outro dia, encontrei-a muito previnida.” (Ciro dos Anjos)

Observações:

• Os verbos transitivos diretos, em geral, podem ser usadostambém na voz passiva.

• Outra características desses verbos é a de poderemreceber como objeto direto, os pronomes o, a, os, as: convido-o,encontro-os, incomodo-a, conheço-as.

• Os verbos transitivos diretos podem ser construídosassidentalmente, com preposição, a qual lhes acrescenta novomatiz semântico: arrancar da espada; puxar da faca; pegar de umaferramenta; tomar do lápis; cumprir com o dever.

• Alguns verbos transitivos diretos: abençoar, achar, colher,avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar, desculpar,dizer, estimar, elogiar, entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc.

Transitivos Indiretos – são os que reclamam um complementoregido de preposição, chamado objeto indireto. Exemplos:

“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por umaadolescente.” (Ciro dos Anjos)

“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos eneutros.” (Érico Veríssimo)

“Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (JoséAmérico)

“Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.”

(José Geraldo Vieira)“Não sucedesse a morte à vida!” (Cabral do Nascimento)“Desinteressa-se totalmente de você.” (José Geraldo Vieira)“Dr. Leandro proverá a tudo.” (Antônio Olavo Pereira)“Nem nos sonhos cheguei a aspirar a tal emprego.” (Ciro dos

Anjos)“As coisas obedeciam ao seu tempo regular.” (Raquel de

Queirós)“Quem ouvir, pensará que estou atirando aos nhambus, claro.”

(Guimarães Rosa)“Ansiava pelo novo dia que vinha nascendo.” (Fernando

Sabino)“O luxo contribuiu para a sua ruína.” (Aulete)“O ator não teria dinheiro para lhe pagar.” (Fernando Namora)

“Sucedi-lhe no cargo de diretor do Arquivo Histórico...” (Cirodos Anjos)“Aqui tem já Vossa Excelência três pessoas que lhe querem

muito.” (Camilo Castelo Branco)“Não acreditava que Deus lhe houvesse perdoado enquanto

lhe não restituísse o lho.” (Camilo Castelo Branco)

Observações:

• Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir osque se constroem com os pronomes objetivos lhe, lhes. Em geralsão verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe, agradeço-lhe,apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-lhe, interessa-lhe, obedece-lhe, paga-lhe, perdôo-lhe, quero-lhe (=quero-lhe bem), resiste-lhe, repugna-lhe, sucede-lhe, valeu-lhe, etc.

• Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir osque não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes,construindo-se com os pronomes retos precedidos de preposição:aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, depender dele,investir contra ele, não ligar para ele, recorrer a ele, simpatizar com ele, etc.

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• Principais verbos transitivos indiretos: abusar(de),aludir(a), assistir(a), anuir(a), aspirar(a), aprazer(a), ansiar(por),atentar(em), agradar(a), atirar(a, em contra), bater(em), contentar-se(com, de, em), cuidar(de), cogitar(em,de), conspirar(contra),carecer(de), crer(em), conar(em), contribuir(para), gostar(de),interessar(a), investir(contra, com), lutar(contra), lembrar-se(de), obedecer(a), obstar(a), pagar(a), perdoar(a), presidir(a),  precisar(de), querer(a), recorrer(a), repugnar(a), resistir(a),valer(a), zombar(de).

• Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportama forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e pouco

mais, usados também como transitivos diretos: João paga (perdoa,obedece) o médico. O médico é pago (perdoado, obedecido) por João.

• Há verbos transitivos indiretos, como atirar, investir,contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, semmudança de sentido. Outros mudam de sentido com a trocada preposição, como nestes exemplos: Trate de sua vida.(tratar=cuidar). É desagradável tratar com gente grosseira.(tratar=lidar).

• Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variamde signicação conforme sejam usados como transitivos diretosou indiretos.

Transitivos Diretos e Indiretos – são os que se usam com doisobjetos: um direto, outro indireto, concomitantemente. Exemplos:

 No inverso, Dona Cléia dava roupas aos pobres.A empresa fornece comida aos trabalhadores.Oferecemos ores à noiva.Ceda o lugar aos mais velhos.Perdoa-lhe tudo. (=Perdoa tudo a ele)“A sua intuição preveniu-a de uma desgraça.” (Fernando

 Namora)“Causou-me dó a morte do avô.” (Luís Jardim)“Ensinamos técnicas agrícolas aos camponeses.” (Érico

Veríssimo)“Era o que eu faria, se ela me preferisse a você.” (A. Olavo

Pereira)

“Expliquei isso a ele, disse adeus e fui andando.” (José J.Veiga)“O século XX familiarizou o homem com a máquina.”

(Aurélio)

Principais verbos transitivos diretos e indiretos (bitransitivos):atirar, atribuir, dar, doar, ceder, apresentar, ofertar, oferecer, pedir, prometer, explicar, ensinar, proporcionar, perdoar, pagar, preferir,devolver, chamar, entregar, perguntar, informar, aconselhar, propor, prevenir, relatar, narrar.

De Ligação – Os que ligam ao sujeito uma palavra ouexpressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na formaçãodo predicado nominal. Exemplos:

A Terra é móvel.A água está fria.O moço anda (=está) triste.Mário encontra-se doente.A Lua parecia um disco.João cou zangado.O fato pareceu-lhe estranho.

A Lua ia (=estava) alta.As crianças tornam-se rebeldes.A crisálida vira borboleta.Pedro fez-se lívido.O dia continuava chuvoso.Ele permaneceu sentado.Minha proposta saiu vitoriosa.A operação resultou inútil.As matrículas acham-se abertas.

Observações:

• Os verbos de ligação não servem apenas de anexo, masexprimem ainda os diversos aspectos sob os quais se consideraa qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por exemplo,traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto transitório:Ele é doente. (aspecto permanente); Ele está doente. (aspectotransitório).

• Muito desses verbos passam à categoria dos intransitivosem frases como: Era =existia) uma vez uma princesa.; Eu nãoestava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com diculdades.;Parece que vai chover.

Os verbos, relativamente à predicação, não têm classicação

xa, imutável. Conforme a regência e o sentido que apresentamna frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplo:O homem anda. (intransitivo)O homem anda triste. (de ligação)

O cego não vê. (intransitivo)O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto)

Deram 12 horas. (intransitivo)A terra dá bons frutos. (transitivo direto)

 Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto)Os pais dão conselhos aos lhos. (transitivo direto e indireto)

Predicativo – Há o predicativo do sujeito e o predicativo doobjeto.

Predicativo do Sujeito – é o termo que exprime um atributo,um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por umverbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos:

A bandeira é o símbolo da Pátria.A mesa era de mármore.O mar estava agitado.A ilha parecia um monstro.Todos andam apreensivos.Eu não sou ele.Os premiados foram dois.

As crianças estavam com fome.A árvore cou sem folhas.A tentativa resultou inútil.Eles devem ser irmãos.As águas podiam estar poluídas.O portão permanecerá fechado.A vida tornou-se insuportável.

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Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra naconstituição do predicado verbo-nominal. Exemplos:

O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava atrasado.)O menino abriu a porta ansioso.Todos partiram alegres.Marta entrou séria.O professor sorriu satisfeito.O prisioneiro foi encontrado morto.O soldado foi julgado incapaz.Ele será eleito presidente.Ele é tido por sábio.

O cosmonauta foi aclamado como herói.Lembro-me dela com saudade. (=Lembro-me dela saudoso.)

Observações:

• O predicativo subjetivo às vezes está preposicionado.• Pode o predicativo preceder o sujeito e até mesmo ao

verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda estava Amélia!;Completamente feliz ninguém é.; Raros são os verdadeiroslíderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, os retirantesiam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas coisas.; Ondeestá a criança que fui?

Predicativo do Objeto – é o termo que se refere ao objeto de

um verbo transitivo. Exemplos:O juiz declarou o réu inocente.O povo elegeu-o deputado.As paixões tornam os homens cegos. Nós julgamos o fato milagroso.Os presos tinham os pés inchados.Ela adotou-o por lho.Muitos consideram-no (como) um sábio.Alguns chamam-no (de) impostor.Os inimigos chamam-lhe (de) traidor.As batalhas sagraram-no herói.A doença deixou-me sem apetite.A mãe viu-o desanimado.Silvinho acha-se um gênio.

Observações:

• O predicativo objetivo, como vemos dos exemplosacima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em certos casos,é facultativa.

• O predicativo objetivo geralmente se refere ao objetodireto. Excepcionalmente, pode referir-se ao objeto indireto doverbo chamar. Chamavam-lhe poeta.

• Podemos antepor o predicativo a seu objeto: Oadvogado considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgoinoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas vezes.”;“Tinha estendida a seus pés uma planta rústica da cidade.”;“Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele choque como mundo me causara.”

Termos Integrantes da Oração

Chamam-se termos integrantes da oração os que completama signicação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram,completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável àcompreensão do enunciado. São os seguintes:

1. Complemento Verbais (Objeto Direto e ObjetoIndireto);

2. Complemento Nominal;3. Agente da Passiva.

Objeto Direto – É o complemento dos verbos de predicaçãoincompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos:

As plantas puricaram o ar.“Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro)Procurei o livro, mas não o encontrei. Ninguém me visitou.Esta é a casa que eu vendi.Houve grandes festejos.Tia Mirtes já não sentia dor nem cansaço.O povo aclamou o imperador e a imperatriz.“Mendonça cumprimentou-as respeitosamente.” (Machado

de Assis)“Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana)“Lembranças havia que eram úlceras incuráveis da memória.”

(Érico Veríssimo)

O objeto direto tem as seguintes características:• Completa a signicação dos verbos transitivos diretos;•  Normalmente, não vem regido de preposição;• Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um

verbo ativo: Caim matou Abel.• Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi

morto por Caim.

O objeto direto pode ser constituído:• Por um substantivo ou expressão substantivada: O

lavrador cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável.• Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos,

vos: Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo atempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.;“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a car quieta.”;

“Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.”• Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na

loja.; A árvore que plantei oresceu. (que:objeto direto de plantei);Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do livro,ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos meusescritos?”

Freqüentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando-se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma esferasemântica:

“Viveu José Joaquim Alves vida tranqüila e patriarcal.”(Vivaldo Coaraci)

“Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (AníbalMachado)

“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machadode Assis)

“Como andei contando um sonho, me lembrei de outro que jásonhei mais de uma vez.” (Oto Lara Resende)

Em tais construções é de rigor que o objeto venha acompanhadode um adjunto.

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Objeto Direto Preposicionado – Há casos em que o objetodireto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre principalmente:

• Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amavamais a ele do que aos outros lhos.”; “Pareceu-me que Robertohostilizava antes a mim do que à idéia.”; “Ricardina lastimava oseu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós.”

• Quando o objeto é o pronome relativo quem: “PedroSeveriano tinha um lho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos;

deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimentodas suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele – comaquele homem a quem na realidade também temia, como todosali.”

• Quando precisamos assegurar a clareza da frase,evitando que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindoconstruções ambíguas: Convence, enm, ao pai o lho amado.;“Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, comoa um irmão.”; A qual delas iria homenagear  o cavaleiro?; “Eolhava o amigo como a um lho mais velho.”; Olho Gabrielacomo a uma criança, e não mulher feita.”; “Foi a comadre doRubião que o agasalhou e mais ao cachorro.”; “Encontrou-a eao marido na fazenda das Lajes.”; “A inimigo não se poupa.”;“Também se adormece a fome, como às crianças, cantando.”; “Aopoeta Drummond, que mora mais além, a feira deve incomodar, porque os grandes caminhões roncam sob a sua janela.”

• Em expressões de reciprocidade, para garantir a clarezae a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”;“As companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraçode duas criaturas que só tinham uma à outra.”

• Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,  principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor daeufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre todasas coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O estrangeirofoi quem ofendeu a Tupã.”; “É certo que ele teme a Deus e crê nadoutrina.”; “E dali em diante, o drama intensicava-se, fazendosorrir, de plena satisfação, a Caetano.”; “Esse último rasgo do

Costa persuadiu a crédulos e  incrédulos.”; “Diabolicamente, odinheiro atrai a pequenos e grandes.”• Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o

objeto direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Amédico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade conheço desde os seus mais tenros anos.”; “Ao Medeiros não oamordaçavam as convenções.”

• Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceirocaiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a ambos...”

• Com certos pronomes indenidos, sobretudo referentesa pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeiasa outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes tambémaos outros.; A quantos a vida ilude!; “A estupefação imobilizoua todos.”; “A tudo e a todos eu culpo.”; “Como fosse acanhado,

não interrogou a ninguém.”• Em certas construções enfáticas, como puxar (ou

arrancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de açono...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enou a linha na agulha e entrou a coser.”;“Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.”

Observações:

•  Nos quatro primeiros casos estudados a preposição é derigor, nos cinco outros, facultativa.

• A substituição do objeto direto preposicionado pelo  pronome oblíquo átono, quando possível, se faz com as formaso(s), a(s) e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer aoamigo (convencê-lo).

• O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre comverbo transitivo direto.

• Podem resumir-se em três as razões ou nalidades do

emprego do objeto direto preposicionado: a clareza da frase; aharmonia da frase; a ênfase ou a força da expressão.

Objeto Direto Pleonástico – Quando queremos dar destaqueou ênfase à idéia contida no objeto direto, colocamo-lo no inícioda frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronomeoblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama-se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos:

O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa.O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.“Seus cavalos, ela os montava em pêlo.” (Jorge Amado)“Os que lá não penetram, engole-os a obscuridade.” (Machado

de Assis)“De mais a mais, frutas os passarinhos conseguem-nas pelo

seu próprio esforço.” (Vivaldo Coaraci)“Aquelas veemências, quem não as ouviu de voz ou não as 

viu de letra? (Raquel de Queirós)

Objeto Indireto – É o complemento verbal regido de  preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa,ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere a ação verbal:“Nunca desobedeci a meu pai.” (Povina Cavalcânti)

O objeto indireto completa a signicação dos verbos:

Transitivos Indiretos:Assisti ao jogo.Assistimos à missa e à festa.

Aludiu ao fato.Aspiro a uma vida calma.Absteve-se de vinho.Deparei com um estranho.O pai batia-lhe. (no lho)Anseio pela tua volta.Atentou contra a vida do rei.Gosto de frutas e de doces.Obedeço ao regulamento.Deus lhe perdoe. (ao pecador)Paguei ao médico ontem.Preciso de ti amanhã.Ele zombou de nós.Responderei à carta de Lúcia.

Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva):Dou graças a Deus.Ceda o lugar aos mais velhos.Dedicou sua vida aos doentes e aos pobres.Disse-lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.)Peço-lhe desculpas. (Peço desculpas ao professor.)

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Revoltavam o povo contra o regime. Não revelarei isto a ninguém.Acostumou o corpo ao frio e às intempéries.Beijou as mãos ao sacerdote.O juiz conou-lhe a guarda do menino.Perdôo-lhe a ofensa.Devolve-lhe o dinheiro. (=Devolva o dinheiro a ele.) Não lhe foi devolvido o livro. (=Não lhe devolveram o livro.)Devolveu-se-lhe o livro. (=O livro foi-lhe devolvido.)Aos vencidos tomavam-se os bens à força.A árvore foi sacricada à tirania do progresso.

O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outrascategorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmentetransitivos indiretos:

A bom entendedor meia palavra basta.Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele)Isto não lhe convém.A proposta pareceu-lhe aceitável.

Observações:

• Há verbos que podem construir-se com dois objetosindiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a Deus pornós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para ti a meusenhor um rico presente.

•   Não confundir o objeto direto com o complementonominal nem com o adjunto adverbial.

• Em frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Paraele nada é impossível”, os pronomes em destaque podem ser considerados adjuntos adverbiais.

O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa ouimplícita.

• A preposição está implícita nos pronomes objetivosindiretos (àtonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos:Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. (=Isto pretence

a ti.); Rogo-lhe que que. (=Rogo a você...); Peço-vos isto. (=Peçoisto a vós.)•   Nos demais casos a preposição é expressa, como

característica do objeto indireto: Recorro a Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com pouco.; Ele só pensa em si.; Espereipor ti.; Falou contra nós.; Conto com você.; Não preciso disto.;O lme a que assisti agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem me rero você a conhece.; Os obstáculos contra os quais luto sãomuitos.; As pessoas com quem conto são poucas.

Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto érepresentado pelos substantivos (ou expressões substantivas) ou pelos pronomes.

As preposições que o ligam ao verbo são: a, com, contra, de,em, para e por.

Objeto Indireto Pleonástico – À semelhança do objetodireto, o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase.Exemplos:

“A mim o que me deu foi pena.” (Ribeiro Couto)

“Que me importa a mim o destino de uma mulher tísica...?(Machado de Assis)

“E, aos brigões, incapazes de se moverem, basta-lhes xingarem-se à distância.” (Dalton Trevisan)

“Mas que te importam a ti os assuntos que me são agradáveis?”(Graciliano Ramos)

Complemento Nominal – É o termo complementar reclamado pela signicação transitiva, incompleta, de certossubstantivos, adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. Exemplos:

A defesa da pátria.Assistência às aulas.“O ódio ao mal é amor  do bem, e a ira contra o mal,

entusiasmo divino.” (Rui Barbosa)“Ah, não fosse ele surdo à minha voz!” (Cabral do Nascimento)“A sensibilidade existe e está a serviço da harmonia, da

beleza e do equilíbrio.” (Luís Carlos Lisboa)“Pois bem, nada me abala relativamente ao Rubião.”

(Machado de Assis)A grande rodovia corre paralelamente às fronteiras

setentrionais do Brasil.

Observações:

• O complemento nominal representa o recebedor, o  paciente, o alvo da declaração expressa por um nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de assaltos, a remessade cartas, útil ao homem, compositor de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas no objeto indireto. Difere desteapenas porque, em vez de complementar verbos, complementanomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em –mente.

• A nomes que requerem complemento nominalcorrespondem, geralmente, verbos de mesmo radical: amorao próximo, amar o próximo; perdão das injúrias, perdoar asinjúrias; obediente aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria,regressar à pátria; remessa de cartas, remeter cartas; criação de impostos, criar impostos; queima de fogos, queimar fogos;

recordação do passado, recordar o passado; resistência ao mal,resistir ao mal, etc.

Agente da Passiva – É o complemento de um verbo na voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo  passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menosfreqüentemente pela preposição de:

Alfredo é estimado pelos colegas.A cidade estava cercada pelo exército romano.“Era conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.”

(Olavo Bilac)

O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou

 pelos pronomes:As ores são umedecidas pelo orvalho.A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.Muitos já estavam dominados por ele.Aquele é o cachorro pelo qual fui mordido.Conheço o funcionário por quem fui atendido.Por quem teria ele sido denunciado?

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O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na vozativa:

A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)Tu o acompanharás. (voz ativa)

Observações:

• Frase de forma passiva analítica sem complemento

agente expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminadoe o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade.(Expulsaram-no da cidade.); As orestas são devastadas.(Devastam as orestas.)

•  Na passiva pronominal não se declara o agente: Nas ruasassobiavam-se as canções dele pelos pedestres. (errado); Nasruas eram assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo);Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo)

Termos Acessórios da Oração

Termos acessórios são os que desempenham na oração umafunção secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os substantivos, exprimir alguma circunstância.

São três os termos acessórios da oração: adjunto adnominal,adjunto adverbial e aposto.

Adjunto adnominal – É o termo que caracteriza ou determinaos substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas. (Meudetermina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal – vistosascaracteriza o substantivo roupas: é também adjunto adnominal).

O adjunto adnominal pode ser expresso:• Pelos adjetivos: água fresca, terras férteis, animal feroz;• Pelos artigos: o mundo, as ruas, um rapaz;• Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar, pouco 

sal, muitas rãs, país cuja história conheço, que rua?;• Pelos numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto;

• Pelas locuções ou expressões adjetivas que exprimemqualidade, posse, origem, m ou outra especicação:- presente de rei (=régio): qualidade- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença- água da fonte, lho de fazendeiros: origem- o de aço, casa de madeira: matéria- casa de ensino, aulas de inglês: m, especialidade- homem sem escrúpulos (=inescrupuloso): qualidade- histórias de arrepiar os cabelos (=arrepiadoras): qualidade- criança com febre (=febril): característica- aviso do diretor: agente

Observações:

•  Não confundir o adjunto adnominal formado por locuçãoadjetiva com complemento nominal. Este representa o alvo da açãoexpressa por um nome transitivo: a eleição do presidente, avisode perigo, declaração de guerra, empréstimo de dinheiro, plantiode árvores, colheita de trigo, destruidor de matas, descoberta depetróleo, amor ao próximo, etc.

O adjunto adnominal formado por locução adjetiva representao agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguémou de alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa dofazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das matas,cheiro de petróleo, amor de mãe.

Adjunto adverbial – É o termo que exprime uma circunstância(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modicao sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas

numa tarde brincavam de roda na praça.” (Geraldo França deLima)O adjunto adverbial é expresso:• Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.; Maria é

mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.; Ele fala bem,fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez esteja enganado.

• Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às vezesviajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu pai.;Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu derepente.

Observações:

• Pode ocorrer a elipse da preposição antes de adjuntos

adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não dormi. (=Naquelanoite...); Domingo que vem não sairei. (=No domingo...); Ouvidosatentos, aproximei-me da porta. (=De ouvidos atentos...).

• Os adjuntos adverbiais classicam-se de acordo com ascircunstâncias que exprimem: adjunto adverbial de lugar, modo,tempo, intensidade, causa, companhia, meio, assunto, negação,etc.

• É importante saber distinguir adjunto adverbial deadjunto adnominal, de objeto indireto e de complemento nominal:sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj.adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.).

Aposto – É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,

desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos:D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio.“Nicanor, acensorista, expôs-me seu caso de consciência.”

(Carlos Drummond de Andrade)“No Brasil, região do ouro e dos escravos, encontramos a

felicidade.” (Camilo Castelo Branco)“No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de

nossa gente.” (Mário de Andrade)Casas e pastos, árvores e plantações, tudo foi destruído pela

enchente.“O pastor, o guarda, o médico, todos olham e não dizem

nada.” (Ricardo Ramos)Prezamos acima de tudo duas coisas: a vida e a liberdade.“Cada casa arrumava, no terreiro em frente, a sua fogueira:

uma pirâmide de toros de madeira decepados pela manhã.”(Povina Cavalcânti)

“Ele, Caúla, não caria ancorado como uma canoa.” (AdoniasFilho)

“E isso exigiria estratagemas, coisas a que era avesso.” (JoséGeraldo Vieira)

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O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronomesubstantivo:

Foram os dois, ele e ela.Só não tenho um retrato: o de minha irmã.O dia amanheceu chuvoso, o que me obrigou a car em casa.

O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frasesseguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do sujeito:

Audaciosos, os dois surstas atiraram-se às ondas.As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de

cores.Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas,

na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos:

Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia;o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc.

“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”(Graciliano Ramos)

O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, àsvezes, está elíptico. Exemplos:

Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.Mensageira da idéia, a palavra é a mais bela expressão da

alma humana.“Irmão do mar, do espaço, amei as solidões sobre os rochedos

ásperos.” (Cabral do Nascimento)(refere-se ao sujeito oculto eu).

O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:  Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de

tempestade iminente.O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.Simão era muito espirituoso, o que me levava a preferir sua

companhia.

Um aposto pode referir-se a outro aposto:“Seram Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, lha do

velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo)

O aposto pode vir precedido das expressões explicativas istoé, a saber, ou da preposição acidental como:

Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai,não são banhados pelo mar.

Este escritor, como romancista, nnca foi superado.

O aposto que se refere a objeto indireto, complemento nominalou adjunto adverbial vem precedido de preposição:

O rei perdoou aos dois: ao dalgo e ao criado.“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das

coisas.” (Raquel Jardim)De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.

Vocativo – (do latim vocare = chamar) é o termo (nome,título, apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animalou a coisa personicada a que nos dirigimos:

“Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Mariade Lourdes Teixeira)

“A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado deAssis)

“Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (fagundes Varela)“Ei-lo, o teu defensor, ó Liberdade!” (Mendes Leal)“Vocês por aqui, meninos?!” (Afonso Arinos)“Meu nobre perdigueiro, vem comigo!” (Castro Alves)“Serenai, verdes mares!” (josé de Alencar)“Voltem para sua oresta, seus antropófagos!” (Rubem

Braga)

Observação:

• Profere-se o vocativo com entoação exclamativa.  Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e prolongado.

O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso, que podeser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade abstrata personicada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó,olá, eh!):

“Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano)“Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”

(Graciliano Ramos)

“Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (CamiloCastelo Branco)

Eh! rapazes, são horas!“Olá compadre, mais alto, mais alto!” (Augusto Meyer)

O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura daoração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.

PERÍODO

Toda frase com uma ou mais orações constitui um período,que se encerra com ponto de exclamação, ponto de interrogaçãoou com teticências.

O período é simples quando só traz uma oração, chamadaabsoluta; o período é composto quando traz mais de uma oração.Exemplo:

Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração absoluta.)Quero que você aprenda. (Período composto.)

Existe uma maneira prática de saber quantas orações há num  período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num períodohaverá tantas orações quantos forem os verbos ou as locuçõesverbais nele existentes. Exemplos:

Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma

oração)Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções

verbais, duas orações)

Há três tipos de período composto: por coordenação, por subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo tempo(também chamada de misto).

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Período Composto por Coordenação. OraçõesCoordenadas

Considere, por exemplo, este período composto:

Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os temposde infância.

1ª oração: Passeamos pela praia2ª oração: brincamos3ª oração: recordamos os tempos de infância

As três orações que compõem esse período têm sentido próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: elassão independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de sentido,mas, como já dissemos, uma não depende da outra sintaticamente.

As orações independentes de um período são chamadas deorações coordenadas (OC), e o período formado só de oraçõescoordenadas é chamado de período composto por coordenação.

As orações coordenadas são classicadas em assindéticas esindéticas.

- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quandonão vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:

Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram.OCA OCA OCA

“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado deAssis)

“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.”(Antônio Olavo Pereira)

“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” (Coelho Neto)

“Avancei lentamente até o bueiro, sentei-me.” (GracilianoRamos)

“Jonas dá o sinal de partida, as lanchas se movimentamlentamente, os saveiros acompanham.” (Jorge Amado)

- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêmintroduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:O homem saiu do carro / e entrou na casa.

OCA OCS

As orações coordenadas sindéticas são classicadas de acordocom o sentido expresso pelas conjunções coordenativas que asintroduzem. Pode ser:

1. Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... mas também, não só... mas ainda.

Saí da escola / e fui à lanchonete.OCA OCS Aditiva

Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunçãoque expressa idéia de acréscimo ou adição com referência à oraçãoanterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.

A doença vem a cavalo e volta a pé.As pessoas não se mexiam nem falavam.

“Não só ndaram as queixas contra o alienista, mas aténenhum ressentimento cou dos atos que ele praticara.”(Machado de Assis)

Os livros não somente instruem mas também divertem.Ela não somente se orgulhava de seu marido como também

o amava muito.

2. Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.

Estudei bastante / mas não passei no teste.OCA OCS Adversativa

Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunçãoque expressa idéia de oposição à oração anterior, ou seja, por umaconjunção coordenativa adversativa.

A espada vence, mas não convence.“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)Tens razão, contudo não te exaltes.Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava.O mar é generoso, porém às vezes torna-se cruel.O instinto social não é privilégio do homem, antes, se nos

depara nos próprios animais. (antes = pelo contrário)

“Já não era um tímido passageiro que embarcara em SãoPaulo e sim um estóico aviador.” (José Fonseca Fernandes) (esim = mas)

3. Orações coordenadas sindéticas conclusivas:  portan-to, por isso, pois, logo.

Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.OCA OCS Conclusiva

Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunçãoque expressa idéia de conclusão de um fato enunciado na oraçãoanterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.

Vives mentindo; logo, não mereces fé.Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.

4. Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou...ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.

Seja mais educado / ou retire-se da reunião!OCA OCS Alternativa

Observe que a 2ª oração vem introduzida por umaconjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolhacom referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção

coordenativa alternativa.Venha agora ou perderá a vez.“Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de

Assis)“Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço

muito caro.” (Renato Inácio da Silva)

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“A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.”(Luís Jardim)

“Ou Amaro estuda ou largo-o de mão!” (Graciliano Ramos)O misterioso disco já escurecia, já brilhava intensamente.

5. Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque, pois, porquanto.

Vamos andar depressa / que estamos atrasados.OCA OCS Explicativa

Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção queexpressa idéia de explicação, de justicativa em relação à oraçãoanterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa explicativa.

Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.“A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico

Veríssimo)“Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te

abençôo.” (Fernando Sabino)O cavalo estava cansado, pois arfava muito. Não mintas, porque é pior para ti. Ninguém podia queixar-se, porquanto eu estava cumprindo

o meu dever.Decerto alguém o agrediu, pois (ou porque) o nariz dela

sangra.

Período Composto por Subordinação

Observe os termos destacados em cada uma destas orações:Vi uma cena triste. (adjunto adnominal)Todos querem sua participação. (objeto direto)  Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de

causa)

Veja, agora, como podemos transformar esses termos emorações com a mesma função sintática:

Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada comfunção de adjunto adnominal)

Todos querem / que você participe. (oração subordinada comfunção de objeto direto)

 Não pude sair / porque estava chovendo. (oração subordinadacom função de adjunto adverbial de causa)

Em todos esses períodos, a segunda oração exerce umacerta função sintática em relação à primeira, sendo, portanto,subordinada a ela.

Quando um período é constituído de pelo menos um conjuntode duas orações em que uma delas (a subordinada) dependesintaticamente da outra (principal), ele é classicado como períodocomposto por subordinação.

As orações subordinadas são classicadas de acordo com afunção que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.

Orações Subordinadas Adverbiais

As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas queexercem a função de adjunto adverbial da oração principal (OP).São classicadas de acordo com a conjunção subordinativa que asintroduz:

1. Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que,visto que.

 Não fui à escola / porque quei doente.OP OSA Causal

O tambor soa porque é oco.Como não me atendessem, repreendi-os severamente.Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.

“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo deSousa)Já que (ou visto que ou desde que ou uma vez que) ninguém

se mexe, temos que agir nós, cidadãos.“Maximiano temera que o coronel o agredisse, de tão violento

que cara.” (Jorge Amado)“Velho que sou, apenas conheço as ores do meu tempo.”

(Vivaldo Coaraci)Desprezam-me, por isso que sou pobre. Não posso ir hoje, tanto mais que meu lho está doente. Não encontrei o livro em nenhuma loja, pela simples razão

que ele não existe.2. Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a

ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, con-

tanto que, a menos que, a não ser que, desde que.

Irei à sua casa / se não chover.OP OSA Condicional

Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos ofensores.Se o conhecesses, não o condenarias.“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de

Andrade)A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência

tenha êxito.Você pode ir, contanto que (ou desde que) volte cedo. Não sairei de meu consultório, a menos que (ou a não ser

que) haja casos urgentes.Poderão chegar lá ainda hoje, salvo se acontecer algumimprevisto.

 Não poderás ser bom médico, sem que estudes muito.“Se convidada, (a menina) senta no colo da gente, conversa

um pouco e logo sai correndo.” (Raquel de Queirós) (se convidada= se for convidada)

Não fosse a perícia do guia, talvez teríamos perecido todos.“Escrevesse eu esses livros e estaria rico.” (Autran Dourado)“Houvesse chegado um minuto antes, ou um minuto

depois, e tudo teria sido diferente.” (Viana Moog)“A carinha (de Neuma) podia ser de chinesa, fossem os olhos

mais enviesados.” (Raquel de Queirós) (fossem os olhos = sefossem os olhos)

3. Concessivas: Expressam  idéia ou fato contrário ao daoração principal, sem, no entanto, impedir sua realização.  Con- junções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que,mesmo que.

Ela saiu à noite / embora estivesse doente.OP OSA Concessiva

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Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que ouse bem que) não o conhecesse pessoalmente.

Embora não possuísse informações seguras, ainda assimarriscou uma opinião.

Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando ouainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem .

Por mais que gritasse, não me ouviram.Os louvores, pequenos que sejam, são ouvidos com agrado.“Nem que a gente quisesse, conseguiria esquecer.” (Oto Lara

Resende)“Os cavalos vinham quase em cima dela, por mais que o

cocheiro os sofreasse.” (Machado de Assis)”Por muito mau que fosse o seringal, devia ser melhor queaquilo.” (Ferreira de Castro)

“Em cada escola (losóca), por exagerada que seja, hásempre uma apreciável parcela de verdade integral.” (JônatasSerrano)

“Se o via derrubado, rosto no pó, nem por isso o respeitavamenos.” (Ondina Ferreira) (Se o via = embora o visse.)

Ajudava-os em tudo, sem que isso fosse de minha obrigação.Júlio César resolveu passar o Rubicão, fossem quais fossem

as conseqüências.O responsável deve ser punido, quem quer que seja.Por incrível que pareça, eles não sabiam o nome de sua

cidade.

“Chovesse ou zesse sol, o Major não faltava.” (PovinaCavalcânti)“Em que pese aos inimigos do paraense, sinceramente

confesso que o admiro.” (Graciliano Ramos)4. Conformativas: Expressam a conformidade de um fato

com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.

O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.OP OSA Conformativa

O homem age conforme pensa.Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação.Vim hoje, conforme lhe prometi.

“Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar anosdepois.” (Machado de Assis)

Segundo ouvi dizer, Fleming descobriu a penicilina por acaso.

Consoante opinam alguns, a História se repete.“Como deveis saber, há em todas as coisas um sentido

losóco.” (Machado de Assis)“Um eclipse da Lua pode ser total o parcial, conforme a Lua

que ou não completamente mergulhada no cone de sombrada Terra.” (Ronaldo de Freitas Mourão)

5. Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempoao que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, as-

 sim que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assimque).

Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.OP OSA Temporal

Formiga, quando quer se perder, cria asas.“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se

esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)

“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquêsde Maricá)

Enquanto foi rico, todos o procuravam.Um dos garimpeiros falou, enquanto os outros escutavam

silenciosos.Sempre que vou à cidade, passo pelas livrarias.Todas as vezes que agredimos a natureza, ela se volta

contra nós.Mal chegamos ao local, vimos toda a extensão da catástrofe.Ela me reconheceu apenas (ou mal ou logo que ou assim

que) lhe dirigi a palavra.

Minha mãe cava acordada até que eu voltasse.“Deolindo veio à terra tão depressa alcançou a licença.”

(Machado de Assis)“Nem bem sentou-se no banco, o moço ergueu-se rápido.”

(José Fonseca Fernandes)Agora que estás de férias, que pretendes fazer?“Ela acalentou o bebê, manteve-o apertado contra o peito, ao

mesmo tempo que lhe afagava os cabelos.” (Helena Jobim)Por que ela ainda não apareceu desde que estamos aqui?“Desde que não cona nele manda-o embora e chama outro.”

(Ramalho Ortigão)6. Finais: Expressam a nalidade ou o objetivo do que foi

enunciado na oração principal.  Conjunções: para que, a m deque, porque (=para que), que.

Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.OP OSA Final

“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” (Marquêsde Maricá)

Aproximei-me dele a m de que me ouvisse melhor.“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = para

que)“Instara muito comigo não deixasse de freqüentar as recepções

da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse = para que nãodeixasse)

“Quando sentiu que ia chegando, cruzou os braços no peito,não fosse o coração saltar-lhe.” (José Geraldo Vieira)

7. Consecutivas: Expressam  a conseqüência do que foienunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (=

 porque), pois que, visto que.

A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.OP OSA Consecutiva

Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José

J. Veiga)De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.As notícias de casa eram boas, de maneira que pude

prolongar minha viagem.

Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que ou deforma que ou de maneira que) não saí de casa .“Corria para a rua, para o trabalho, para o tumulto, a estontear-

se, de modo que lhe fosse difícil encontrar-se a sós consigo.”(Fernando Namora)

“Ainda assim, não andei tão depressa que amarrotasse ascalças.” (Machado de Assis)

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“Não esperava, tanto que me pediu um prazinho para aresposta.” (Amadeu de Queirós)

“Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?” (CastroAlves)

Tinha um lho, podia erguê-lo ao sol, sem que a guerra oarrebatasse.” José Geraldo Vieira)

 Não vão a uma festa que não voltem bêbedos. (que não =sem que)

“Não podia tá-lo sem que (ou que não) risse.” (Celso Luft)“Não se sentava que não enterasse a cara nas mãos.” (José

Américo)

“Bebia que era uma lástima!” (Ribeiro Couto)Falou com uma calma e frieza que todos caram atônitos.“Tenho medo disso que me pélo!” (Coelho Neto)“Essa gente fazia um barulho, que assustava os transeuntes...”

(Graciliano Ramos)

8. Comparativas: Expressam  idéia de comparação comreferência à oração principal. Conjunções: como, assim como, tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado commenos ou mais).

Ela é bonita / como a mãe.OP OSA Comparativa

A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.”(Marquês de Maricá)

Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro.Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram.Como a or se abre ao Sol , assim minha alma se abriu à luz

daquele olhar.“Nos Estados Unidos há universidades para todas as

inteligências como há hotéis para todas as bolsas.” (EduardoPrado)

O lugar é tal qual (ou tal como) você o descreveu .Certos cantores gesticulam mais do que cantam.Rui voltou para casa como quem vai para a prisão.

Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam

claramente o verbo, como no exemplo acima, em que estásubentendido o verbo ser (como a mãe é).

9. Proporcionais: Expressam  uma idéia que se relaciona proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.  Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quantomenos.

Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.OSA Proporcional OP

À medida que se vive, mais se aprende.À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai

diminuindo.

Orações Subordinadas Substantivas

As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelasque, num período, exercem funções sintáticas próprias desubstantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunçõesintegrantes que e se. Elas podem ser:

1. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: Éaquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal. Observe:

O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)

O grupo quer / que você ajude.OP OSS Objetiva Direta

O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O mestreexigia a presença de todos.)

Mariana esperou que o marido voltasse. Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.O scal vericou se tudo estava em ordem.Perguntaram quem era o dono da fábrica.Indaguei de quem eram aqueles quadros.Veja que horas são. Não posso dizer qual delas é a mais feia.Ignoro quantos são os desabrigados.O freguês perguntou quanto custava aquele relógio.Ignoramos como se salvaram.2. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta:

É aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração principal. Observe:

 Necessito de sua ajuda. (objeto indireto)

 Necessito / de que você me ajude.OP OSS Objetiva Inireta

 Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à suaviagem.)

Aconselha-o a que trabalhe mais.Daremos o prêmio a quem o merecer.Lembre-se de que a vida é breve.O santo exortava o povo a que se mantivesse el a Deus.O soldado insistia em que a prisão fosse feita.“O coronel Ferreira avisava-o de que se acautelasse.”

(Camilo Castelo Branco)“Alguém me convencera de que eu devia jejuar.” (Graciliano

Ramos)“Abriu-se o templo a quem quer que cresse em Deus.”(Jônatas Serrano)

3. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquelaque exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.Observe:

É importante sua colaboração. (sujeito)

É importante / que você colabore.OP OSS Subjetiva

A oração subjetiva geralmente vem:- depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções

do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo queele voltará amanhã.

- depois de expressões na voz passiva, como  sabe-se, conta- se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.

- depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,ocorrer , quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidosdas conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem dareunião.

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É necessário que você colabore. (= Sua colaboração énecessária.)

Parece que a situação melhorou.Aconteceu que não o encontrei em casa.Importa que saibas isso bem.Às vezes sucedia que um de nós se machucava. Não consta que ele fosse anti-religioso.Convém que sigas uma prossão.É bom que você venha. Não é segredo que os dois não se entendem.Ficou provado que os documentos eram falsos.4. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nomi-

nal: É aquela que exerce a função de complemento nominal de umtermo da oração principal. Observe:

Estou convencido de sua inocência. (complemento nominal)

Estou convencido / de que ele é inocente.OP OSS Completiva Nominal

Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisãodele.)

Estava ansioso por que voltasses.Sê grato a quem te ensina.

“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.”(Graciliano Ramos)“Deixei-me estar em casa, desde a tarde, na esperança de que

me chamasse.” (Antônio Olavo Pereira)“Estava convencido de que um dia lhe dariam razão.”

(Herberto Sales)“Mariana teve a sensação de que alguém a observava.” (Ana

Miranda)“O romano estava intimamente convencido de que era

superior a todos os outros povos.” (Jônatas Serrano)“É inútil uma coleção de armas para quem já não caça

mais.” (Maria de Lourdes Teixeira)“Há necessidade de quem é luz do mundo e sal da terra .”

(Dom Eugênio Sales)5. Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É

aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, vindo sempre depois do verbo ser. Observe:

O importante é sua felicidade. (predicativo)

O importante é / que você seja feliz.OP OSS Predicativa

Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.)Minha esperança era que ele desistisse.Meu maior desejo agora é que me deixem em paz. Não sou quem você pensa.

Arnaldo foi quem trabalhou menos.Para alguns a pátria é onde se está bem.“O certo é que a pacata sionomia da cidadezinha ganhou

animação.” (Carlos Povina Cavalcânti)A expectativa é de que a safra agrícola aumente.“A impressão é de que uma e outra seriam a mesma coisa.”

(Carlos Castelo Branco)

6. Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquelaque exerce a função de aposto de um termo da oração principal.Observe:

Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício do país.(aposto)

Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do país.

OP OSS Apositiva

Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo umacoisa: a sua felicidade)

Só lhe peço isto: honre o nosso nome.“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de

que virias a morrer...” (Osmã Lins)“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo

oculto?” (Machado de Assis)“A notícia veio de supetão: iam meter-me na escola.”

(Graciliano Ramos)“E confesso uma verdade: eu era um homem puro.” (Carlos

Povina Cavalcânti)

As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois- pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração

 principal. Exemplo: Seu desejo, que o lho recuperasse a saúde,tornou-se realidade.

Observação: Além das conjunções integrantes que e  se, asorações substantivas podem ser introduzidas por outros conectivos,tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:

 Não sei quando ele chegou.Diga-me como resolver esse problema.

Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem afunção de adjunto adnominal de algum termo da oração principal.Observe como podemos transformar um adjunto adnominal em

oração subordinada adjetiva:Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada adjetiva)

As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podemser classicadas em:

1. Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivasquando restringem ou especicam o sentido da palavra a que sereferem. Exemplo:

O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.OP OSA Restritiva

 Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especicao sentido do substantivo cantor, indicando que o público nãoaplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar.

Pedra que rola não cria limo.Os animais que se alimentam de carne chamam-se

carnívoros.

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Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginasescreveram.

“Há saudades que a gente nunca esquece.” (OlegárioMariano)

“Escolheu a rua que o levaria ao bairro dos clubes.”(Fernando Namora)

“As pessoas a que a gente se dirige sorriem.” (GracilianoRamos)

“A vida me ensinou a conhecer os homens com os quais eulido.” (Josué Guimarães)

“Existem coisas cujo alcance nos escapa; nem por isso

deixam de existir.” (Inácio de Loyola Brandão)2. Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas

quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se refe-rem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi--lo ou especicá-lo. Exemplo:

O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou umnovo livro.

OP OSA Explicativa OP

Deus, que é nosso pai, nos salvará.Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado.

“Olhou a caatinga amarela, que o poente avermelhava.”(Graciliano Ramos)

“Mariana sentou-se no catre, ao lado qual estava o baú deroupas.” (Ana Miranda)

Orações Reduzidas

Observe que as orações subordinadas eram sempre introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e apresentavam o verbonuma forma do indicativo ou do subjuntivo. Além desse tipo deorações subordinadas há outras que se apresentam com o verbonuma das formas nominais (innitivo, gerúndio e particípio).Exemplos:

- Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês.(innitivo)- Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.

(particípio)

As orações subordinadas que apresentam o verbo numa dasformas nominais são chamadas de reduzidas.

Para classicar a oração que está sob a forma reduzida,devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos aconjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e passamoso verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo, conformeo caso. A oração reduzida terá a mesma classicação da oraçãodesenvolvida.

Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.Quando entrei na escola, / encontrei o professor de inglês.

OSA Temporal

Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial temporal,reduzida de innitivo.

Precisando de ajuda, telefone-me.Se precisar de ajuda, / telefone-me.

OSA Condicional

Precisando de ajuda: oração subordinada adverbialcondicional, reduzida de gerúndio.

Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o

vestiário.OSA Temporal

Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal,reduzida de particípio.

Observações:

- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo dedesenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas xas,isto é, orações reduzidas que não são passíveis de desenvolvimento.Exemplo: Tenho vontade de visitar essa cidade.

- O innitivo, o gerúndio e o particípio não constituem oraçõesreduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. Exemplos:

Preciso terminar este exercício.Ele está jantando na sala.

Essa casa foi construída por meu pai.- Uma oração coordenada também pode vir sob a formareduzida. Exemplo:

O homem fechou a porta, saindo depressa de casa.O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração

coordenada sindética aditiva)Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de

gerúndio.

Dúvidas: Qual é a diferença entre as orações coordenadasexplicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas podem ser iniciadas por que e porque?

Às vezes não é fácil estabelecer a diferença entre explicativase causais, mas como o próprio nome indica, as causais sempretrazem a causa de algo que se revela na oração principal, que traz

o efeito.  Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre

a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.

Essa noção de causa e efeito não existe no período composto por coordenação. Exemplo:

Rosa chorou porque levou uma surra.

Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal , vistoque a surra foi sem dúvida a causa do choro, que é efeito.

Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.

O período agora é composto por coordenação, pois a oraçãoiniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se revelouna coordena anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: ofato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela ter chorado.

Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.OP OSA Comparativa OSA Condicional

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 Exercícios

1. (UF-MG) A oração sublinhada está corretamenteclassicada, EXCETO em:

a. Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma coisa /oração subordinada adverbial condicional

 b. Agora eu lhe mostro com quantos paus se faz umacanoa / oração subordinada substantiva objetiva direta

c. Tudo quanto possuímos vem desses cem mil réis /oração subordinada adjetiva restritiva

d. Via-se muito que D. Glória era alcoviteira / oração

subordinada substantiva subjetivae. A idéia é tão santa que não está mal no santuário /

oração subordinada adverbial consecutiva 2. (UF-MG) Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de

que estava para ser mãe”, a oração destacada é:a) subordinada substantiva objetiva indireta b) subordinada substantiva completiva nominalc) subordinada substantiva predicativad) coordenada sindética conclusivae) coordenada sindética explicativa

3. (FM-SANTOS) A segunda oração do período? «Não sei noque pensas», é classicada como:

a) substantiva objetiva direta b) substantiva completiva nominalc) adjetiva restritivad) coordenada explicativae) substantiva objetiva indireta

4. (MACK) «Na ‘Partida Monção’, não há uma atitudeinventada. Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sidona realidade.” A oração sublinhada é:

a) adverbial conformativa b) adjetivac) adverbial consecutivad) adverbial proporcionale) adverbial causal

5. (AMAN) No seguinte grupo de orações destacadas:1. É bom que você venha.2. Chegados que fomos, entramos na escola.3. Não esqueças que é falível.

Temos orações subordinadas, respectivamente:a) objetiva direta, adverbial temporal, subjetiva b) subjetiva, objetiva direta, objetiva diretac) objetiva direta, subjetiva, adverbial temporald) subjetiva, adverbial temporal, objetiva diretae) predicativa, objetiva direta, objetiva indireta

6. (SANTA CASA) A palavra “se” é conjunção integrante

(por introduzir oração subordinada substantiva objetiva direta) emqual das orações seguintes?a) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão. b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.c) O aluno fez-se passar por doutor.d) Precisa-se de operários.e) Não sei se o vinho está bom.

7. (UF-UBERLÂNDIA) «Lembro-me de que ele só usavacamisas brancas.” A oração sublinhada é:

a) subordinada substantiva completiva nominal b) subordinada substantiva objetiva indiretac) subordinada substantiva predicativad) subordinada substantiva subjetivae) subordinada substantiva objetiva direta

8. (FMU) Na passagem: «O receio é substituído pelo pavor,pelo respeito, pela emoção que emudece e paralisa.” Os termossublinhados são:

a) complementos nominais; orações subordinadas adver - biais concessivas, coordenadas entre si

b) adjuntos adnominais; orações subordinadas adverbiaiscomparativas

c) agentes da passiva; orações subordinadas adjetivas,coordenadas entre si

d) objetos diretos; orações subordinadas adjetivas,coordenadas entre si

e) objetos indiretos; orações subordinadas adverbiaiscomparativas

9. (UF-GO) Neste período «não bate para cortar», a oração«para cortar» em relação a «não bate», é:

a) a causa b) o modoc) a conseqüênciad) a explicaçãoe) a nalidade

10. (UF-MG) Em todos os períodos há orações subordinadassubstantivas, exceto em:

a) O fato era que a escravatura do Santa Fé não andava nasfestas do Pilar, não vivia no coco como a do Santa Rosa.

b)  Não lhe tocara no assunto, mas teve vontade de tomar otrem e ir valer-se do presidente.

c) Um dia aquele Lula faria o mesmo com a sua lha, fariao mesmo com o engenho que ele fundara com o suor de seu rosto.

d) O ocial perguntou de onde vinha, e se não sabia notíciasde Antônio Silvino.e) Era difícil para o ladrão procurar os engenhos da várzea,

ou meter-se para os lados de Goiana

 Respostas(1-A) (2-B) (3-E) (4-A) (5-D) (6-E) (7-B) (8-C) (9-E) (10-C)

Concordância Nominal e Verbal 

A concordância consiste no mecanismo que leva as palavras aadequarem-se umas às outras harmonicamente na construção frasal.É o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes seharmonizam, nas suas exões, com as palavras de que dependem.

“Concordar” signica “estar de acordo com”. Assim, naconcordância, tanto nominal quanto verbal, os elementos quecompõem a frase devem estar em consonância uns com os outros.

Essa concordância poderá ser feita de duas formas: gramaticalou lógica (segue os padrões gramaticais vigentes); atrativa ouideológica (dá ênfase a apenas um dos vários elementos, comvalor estilístico).

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Concordância Nominal – adequação entre o substantivo e oselementos que a ele se referem (artigo, pronome, adjetivo).

Concordância Verbal – variação do verbo, conformando-seao número e à pessoa do sujeito.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Concordância do adjetivo adjunto adnominal: aconcordância do adjetivo, com a função de adjunto adnominal,efetua-se de acordo com as seguintes regras gerais:

• O adjetivo concorda em gênero e número com o subs-tantivo a que se refere. Exemplo: O alto ipê cobre-se de oresamarelas.

• O adjetivo que se refere a mais de um substantivo degênero ou número diferentes, quando posposto, poderá concordar no masculino plural (concordância mais aconselhada), ou com osubstantivo mais próximo. Exemplo:

No masculino plural:“Tinha as espáduas e o colo feitos de encomenda para os ves-

tidos decotados.” (Machado de Assis)“Os arreios e as bagagens espalhados no chão, em roda.”

(Herman Lima)

“Ainda assim, apareci com o rosto e as mãos muito marca-dos.” (Carlos Povina Cavalcânti)

“...grande número de camareiros e camareiras nativos.” (Éri-co Veríssimo)

“...um padre-nosso e uma ave-maria oferecidos a Nossa Se-nhora.” (Machado de Assis)

“Uma solicitude e um interesse mais que fraternos.” (Máriode Alencar)

“...asas e peito matizados de riscas brancas.” (Lúcio de Men-donça)

A atriz possui muitas jóias e vestidos caros.“...à descoberta de rios e terras ainda desconhecidos.” (José

de Alencar)“...esperavam-nos alguns tios e tias maternos, com os quais

fomos viver.” (Humberto de Campos)

Com o substantivo mais próximo:A Marinha e o Exército brasileiro estavam alerta.Músicos e bailarinas ciganas animavam a festa.“...toda ela (a casa) cheirando ainda a cal, a tinta e a barro

fresco.” (Humberto de Campos)“Meu primo estava saudoso dos tempos da infância e falava

dos irmãos e irmãs falecidas.” (Luís Henrique Tavares)

• Anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, em ge-ral, com o mais próximo:

“Escolhestes mau lugar e hora...” (Alexandre Herculano)“...acerca do possível ladrão ou ladrões.” (Antônio Calado)

Velhas revistas e livros enchiam as prateleiras.Velhos livros e revistas enchiam as prateleiras.

Seguem esta regra os pronomes adjetivos: A sua idade, sexo e prossão.; Seus planos e tentativas.; Aqueles vícios e ambições.;Por que tanto ódio e perversidade?; “Seu Príncipe e lhos.” (Luísde Camões, Os Lusíadas, III, 124)

Muitas vezes é facultativa a escolha desta ou daquela concor-dância, mas em todos os casos deve subordinar-se às exigências daeufonia, da clareza e do bom gosto.

Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substan-tivo determinado pelo artigo, ocorrem dois tipos de construção,um e outro legítimos. Exemplos:

Estudo as línguas inglesa e francesa.Estudo a língua inglesa e a francesa.Os dedos indicador e médio estavam feridos.O dedo indicador e o médio estavam feridos.

Os adjetivos regidos da preposição de, que se referem a pro-nomes neutros indenidos (nada, muito, algo, tanto, que, etc.),normalmente cam no masculino singular:

Sua vida nada tem de misterioso.Seus olhos têm algo de sedutor.Todavia, por atração, podem esses adjetivos concordar com o

substantivo (ou pronome) sujeito:“Elas nada tinham de ingênuas.” (José Gualda Dantas)“Os edifícios da cidade nada têm de elegantes.” (Mário Bar-

reto)“Júlia tinha tanto de magra e sardenta, quanto de feia.” (Ri-

 beiro Couto)“Tanto tinha minha tia de emperiquitada quanto minha avó

de desmanzelada consigo mesma.” (Pedro Nava)“...esses números nada têm de precisos.” (Josué de Castro)

Concordância do adjetivo predicativo com o sujeito: a con-cordância do adjetivo predicativo com o sujeito realiza-se conso-ante as seguintes normas:

• O predicativo concorda em gênero e número com o su - jeito simples:

A ciência sem consciência é desastrosa.Os campos estavam oridos, as colheitas seriam fartas.É proibida a caça nesta reserva.

• Quando o sujeito é composto e constituído por substan-

tivos do mesmo gênero, o predicativo deve concordar no plural eno gênero deles:

O mar e o céu estavam serenos.A ciência e a virtude são necessárias.“Torvos e ferozes eram o gesto e os meneios destes homens

sem disciplina,” (Alexandre Herculano)

• Sendo o sujeito composto e constituído por substantivosde gêneros diversos, o predicativo concordará no masculino plural:

O vale e a montanha são frescos.“O céu e as árvores cariam assombrados.” (Machado de

Assis)Longos eram os dias e as noites para o prisioneiro.“O César e a irmã são louros.” (Antônio Olinto)

O garoto e as meninas avançaram cautelosos.Menos comum é a concordância com o substantivo mais pró -

ximo, o que só é possível quando o predicativo se antecipa ao su- jeito:

“Era deserta a vila, a casa, o templo.” (Gonçalves Dias)Onde andará metido Antônio e suas irmãs?Estavam molhadas as cortinas e os tapetes.

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• Se o sujeito for representado por um pronome de trata-mento, a concordância se efetua com o sexo da pessoa a quem nosreferimos:

Vossa Senhoria cará satisfeito, eu lhe garanto.“Vossa Excelência está enganado, Doutor Juiz.” (Ariano Su-

assuna)Vossas Excelências, senhores Ministros, são merecedores de

nossa conança.Vossa Alteza foi bondoso. (com referência a um príncipe)Vossa Alteza foi muito severa. (com referência a uma prin-

cesa)“Vossa Majestade pode partir  tranqüilo para a sua expedi-

ção.” (Vivaldo Coaraci)

O predicativo aparece às vezes na forma do masculino singu-lar nas estereotipadas locuções é bom, é necessário, é preciso, etc.,embora o sujeito seja substantivo feminino ou plural:

Bebida alcoólica não é bom para o fígado.“Água de melissa é muito bom.” (Machado de Assis)“É preciso cautela com semelhantes doutrinas.” (Camilo Cas-

telo Branco)“Hormônios, às refeições, não é mau.” (Aníbal Machado)“É necessário muita fé.” (Mário Barreto)“ Não seria preciso muita nura para perceber isso.” (Ciro

dos Anjos)Observe-se que em tais casos o sujeito não vem determinado

 pelo artigo e a concordância se faz não com a forma gramatical da palavra, mas com o fato que se tem em mente:

Tomar hormônios às refeições não é mau.É necessário ter muita fé.

Havendo determinação do sujeito, ou sendo preciso realçar o predicativo, efetua-se a concordância normalmente:

É necessária a tua presença aqui. (= indispensável)“Se eram necessárias obras, que se zessem e largamente.”

(Eça de Queirós)“Seriam precisos outros três homens.” (Aníbal Machado)“São precisos também os nomes dos admiradores.” (Carlos

de Laet)“Foram precisos milênios de luta contra a animalidade.” (Ru- bem Braga)

“Só para consolidar as bases do palácio real, foram precisas treze mil estacas.” (Ramalho Ortigão)

Concordância do predicativo com o objeto: A concordânciado adjetivo predicativo com o objeto direto ou indireto subordina--se às seguintes regras gerais:

• O adjetivo concorda em gênero e número com o objetoquando este é simples:

Vi ancorados na baía os navios petrolíferos.“Olhou para suas terras e viu-as incultas e maninhas.” (Car-

los de Laet)O tribunal qualicou de ilegais as nomeações do ex-prefeito.A noite torna visíveis os astros no céu límpido.

• Quando o objeto é composto e constituído por elementosdo mesmo gênero, o adjetivo se exiona no plural e no gênero doselementos:

A justiça declarou criminosos o empresário e seus auxiliares.Deixe bem fechadas a porta e as janelas.

• Sendo o objeto composto e formado de elementos degênero diversos, o adjetivo predicativo concordará no masculino plural:

Tomei emprestados a régua e o compasso.Achei muito simpáticos o príncipe e sua lha.“Vi setas e carcás espedaçados”. (Gonçalves Dias)Encontrei jogados no chão o álbum e as cartas.Encontrei pai e lha empenhados numa discussão.

Se anteposto ao objeto, poderá o predicativo, neste caso, con-cordar com o núcleo mais próximo:

É preciso que se mantenham limpas as ruas e os jardins.Segue as mesmas regras o predicativo expresso pelos subs-

tantivos variáveis em gênero e número:Temiam que as tomassem por malfeitoras.Considero autores do crime o comerciante e sua empregada.

Concordância do particípio passivo: Na voz passiva, o par -ticípio concorda em gênero e número com o sujeito, como os ad- jetivos:

Foi escolhida a rainha da festa.Foi feita a entrega dos convites.Os jogadores tinham sido convocados.O governo avisa que não serão permitidas invasões de pro-

 priedades.Passadas duas semanas, procurei o devedor.Minhas três coleções de selos são postas à venda.O que não é admitido é a greve abusiva.Foram vistas centenas de rapazes pedalando nas ruas.

Quando o núcleo do sujeito é, como no último exemplo, umcoletivo numérico, pode-se, em geral, efetuar a concordância como substantivo que o acompanha:

Centenas de rapazes foram vistos pedalando nas ruas.Dezenas de soldados foram feridos em combate.

Referindo-se a dois ou mais substantivos de gênero diferentes,o particípio concordará no masculino plural:

Atingidos por mísseis, a corveta e o navio foram a pique.“Mas achei natural que o clube e suas ilusões fossem leiloa-

dos.” (Carlos Drummond de Andrade)

Concordância do pronome com o nome:

• O pronome, quando se exiona, concorda em gênero enúmero com o substantivo a que se refere:

“Martim quebrou um ramo de murta, a folha da tristeza, edeitou-o no jazido de sua esposa”. (José de Alencar)

“O velho abriu as pálpebras e cerrou-as logo.” (José de Alen-

car)

• O pronome que se refere a dois ou mais substantivos degêneros diferentes, exiona-se no masculino plural:

“Salas e coração habita-os a saudade”” (Alberto de Oliveira)“ A generosidade, o esforço e o amor, ensinaste-os tu em toda

a sua sublimidade.” (Alexandre Herculano)

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Conheci naquela escola ótimos rapazes e moças, com os quais z boas amizades.

“ Referi-me à catedral de Notre-Dame e ao Vesúvio familiar-mente, como se os tivesse visto.” (Graciliano Ramos)

Trazem presentes e ores e depositam-nos em torno dela. Observação: Os substantivos sendo sinônimos, o pronome

concorda com o mais próximo:“Ó mortais, que cegueira e desatino é o nosso!” (Manuel Ber-

nardes)

• Os pronomes um... outro, quando se referem a substanti-vos de gênero diferentes, concordam no masculino:

Marido e mulher viviam em boa harmonia e ajudavam-se umao outro.

“Repousavam bem perto um do outro a matéria e o espíri-to.” (Alexandre Herculano)

Nito e Sônia casaram cedo: um por amor, o outro, por inte-resse.

A locução um e outro, referida a indivíduos de sexos diferen-tes, permanece também no masculino:

“A mulher do colchoeiro escovou-lhe o chapéu; e, quandoele [Rubião] saiu, um e outro agradeceram-lhe muito o benefícioda salvação do lho.” (Machado de Assis)

O substantivo que se segue às locuções um e outro e nem ou-tro ca no singular. Exemplos:

Um e outro livro me agradaram. Nem um nem outro livro me agradaram.

Outros casos de concordância nominal: Registramos aquialguns casos especiais de concordância nominal:

• Anexo, incluso, leso. Como adjetivos, concordam com osubstantivo em gênero e número:

Anexa à presente, vai a relação das mercadorias.Vão anexos os pareceres das comissões técnicas.Remeto-lhe, anexas, duas cópias do contrato.Remeto-lhe, inclusa, uma fotocópia do recibo.Os crimes de lesa-majestade eram punidos com a morte.Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria.

Observaçã: Evite a locução espúria em anexo.

• A olhos vistos. Locução adverbial invariável. Signicavisivelmente.

“Lúcia emagrecia a olhos vistos”. (Coelho Neto)“Zito envelhecia a olhos vistos.” (Autren Dourado)

• Só. Como adjetivo, só [sozinho, único] concorda em nú-mero com o substantivo. Como palavra denotativa de limitação,equivalente de apenas, somente, é invariável.

Eles estavam sós, na sala iluminada.

Esses dois livros, por si sós, bastariam para torná-los célebre.Elas só passeiam de carro.Só eles estavam na sala.

Observação: Forma a locução a sós [=sem mais companhia,sozinho]: Estávamos a sós. Jesus despediu a multidão e subiu aomonte para orar a sós.

• Possível. Usado em expressões superlativas, este adjeti-vo ora aparece invariável, ora exionado:

“A volta, esperava-nos sempre o almoço com os pratos maisrequintados possível.” (Maria Helena Cardoso)

“Estas frutas são as mais saborosas possível.” (Carlos Góis)“A mania de Alice era colecionar os enfeites de louça mais

grotescos possíveis.” (ledo Ivo)“... e o resultado obtido foi uma apresentação com movimen-

tos os mais espontâneos possíveis.” (Ronaldo Miranda)“De modo geral, as características do solo são as mais varia-

das possíveis.” (Murilo Melo Filho)

As informações obtidas são as melhores (ou as piores) pos-síveis.

Ele escolhia as tarefas menos penosas possíveis.

Como se vê dos exemplos citados, há nítida tendência, no português de hoje, para se usar, neste caso, o adjetivo possível no plural.

O singular é de rigor quando a expressão superlativa iniciacom a partícula o (o mais, o menos, o maior, o menor, etc.)

Os prédios devem car o mais afastados possível.Ele trazia sempre as unhas o mais bem aparadas possível.O médico atendeu o maior número de pacientes possível.

• Adjetivos adverbiados. Certos adjetivos, como sério,

claro, caro, barato, alto, raro, etc., quando usados com a função deadvérbios terminados em – mente, cam invariáveis:Vamos falar sério. [sério = seriamente]Penso que falei bem claro, disse a secretária.Esses produtos passam a custar mais caro. [ou mais barato]Estas aves voam alto. [ou baixo]Gilberto e Regina raro vão ao cinema.“Há pessoas que parecem nascer errado.” (Machado de As-

sis)

Junto e direto ora funcionam como adjetivos, ora como ad-vérbios:

“Jorge e Dante saltaram juntos do carro.” (José Louzeiro)“Era como se tivessem estado  juntos na véspera.” (Autram

Dourado).“Elas moram junto há algum tempo.” (José Gualda Dantas)“Foram direto ao galpão do engenheiro-chefe.” (Josué Gui-

marães)“As gaivotas iam diretas como um dardo.” (Josué Guimarães)“Vamos carregar,  juntas, nossa cruz.” (Maria José de Quei-

rós)Junto, estou lhe enviando algumas fotos.As fotos foram enviadas junto com a carta.

• Todo. No sentido de inteiramente, completamente, cos-tuma-se exionar, embora seja advérbio:

Esses índios andam todos nus.Geou durante a noite e a planície cou toda (ou todo) branca.

As meninas iam todas de branco.A casinha cava sob duas mangueiras, que a cobriam toda.

Mas admite-se também a forma invariável:

Fiquei com os cabelos todo sujos de terá.Suas mãos estavam todo ensangüentadas.

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• Alerta. Pela sua origem, alerta [=atentamente, de pron-tidão, em estado de vigilância] é advérbio e, portanto, invariável:

Estamos alerta.Os soldados caram alerta.“Todos os sentidos alerta funcionam.” (Carlos Drummond de

Andrade)“Os brasileiros não podem deixar de estar sempre alerta.”

(Martins de Aguiar)

Contudo, esta palavra é, atualmente, sentida antes como adje-tivo, sendo, por isso, exionada no plural:

 Nossos chefes estão alertas. [=vigilantes]Papa diz aos cristãos que se mantenham alertas.“Uma sentinela de guarda, olhos abertos e sentidos alertas,

esperando pelo esconhecido...” (Assis Brasil, Os Crocodilos, p.25)

• Meio. Usada como advérbio, no sentido de um pouco,esta palavra é invariável. Exemplos:

A porta estava meio aberta.As meninas caram meio nervosas.Os sapatos eram meio velhos, mas serviam.

• Bastante. Varia quando adjetivo, sinônimo de suciente: Não havia provas bastantes para condenar o réu.

Duas malas não eram bastantes para as roupas da atriz.

Fica invariável quando advérbio, caso em que modica umadjetivo:

As cordas eram bastante fortes para sustentar o peso.Os emissários voltaram bastante otimistas.“Levi está inquieto com a economia do Brasil. Vê que se apro-

ximam dias bastante escuros.” (Austregésilo de Ataíde)

• Menos. É palavra invariável:Gaste menos água.À noite, há menos pessoas na praça.

CONCORDÂNCIA VERBAL

O verbo concorda com o sujeito, em harmonia com as seguin-tes regras gerais:

O sujeito é simples• O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em

número e pessoa. Exemplos:

a) Verbo depois do sujeito:“As saúvas eram uma praga.” (Carlos Povina Cavalcânti)“Tu não és inimiga dele, não? (Camilo Castelo Branco)

“Vós fostes chamados à liberdade, irmãos.” (São Paulo)

b) Verbo antes do sujeito:

Acontecem tantas desgraças neste planeta! Não faltarão pessoas que nos queiram ajudar.A quem pertencem essas terras?“Que me importavam as grades negras e pegajosas?” (Gra-

ciliano Ramos)“Eram duas princesas muito lindas.” (Adriano da Gama

Kury)

O sujeito é composto e da 3ª pessoa

• O sujeito, sendo composto e anteposto ao verbo, leva ge-ralmente este para o plural. Exemplos:

“A esposa e o amigo seguem sua marcha.” (José de Alencar)“Poti e seus guerreiros o acompanharam.” (José de Alencar)“Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de uma

fonte perene.” (Machado de Assis)

É licito (mas não obrigatório) deixar o verbo no singular:a) Quando o núcleo dos sujeitos são sinônimos:“A decência e honestidade ainda reinava.” (Mário Barreto)“A coragem e afoiteza com que lhe respondi, perturbou-o...”

(Camilo Castelo Branco)“Que barulho, que revolução será capaz de perturbar esta se-

renidade?” (Graciliano Ramos) b) Quando os núcleos do sujeito formam seqüência grada-

tiva:Uma ânsia, uma aição, uma angústia repentina começou a

me apertar à alma.

• Sendo o sujeito composto e posposto ao verbo, este po-derá concordar no plural ou com o substantivo mais próximo:

“Não fossem o rádio de pilha e as revistas, que seria de Eli-sa?” (Jorge Amado)

“Enquanto ele não vinha, apareceram um jornal e uma vela.”(Ricardo Ramos)

“Ali estavam o rio e as suas lavadeiras.” (Carlos Povina Ca-valcânti)

... casa abençoada onde paravam Deus e o primeiro dos seusministros.” (Carlos de Laet)

“Moço escritor, ao qual não faltam o talento e a graça.” (Ra-quel de Queirós)

“Aí vinham a cobiça que devora, a cólera que inama, a inve- ja que baba...” (Machado de Assis)

“Proibiu-se o ofício e lojas de ourives.” (Viriato Correia)“Aqui é que reina a paz e a alegria nas boas consciências.”

(Camilo Castelo Branco)“E de tudo, só restaria a árvore, a relva e o cestinho de mo-

rangos.” (Lígia Fagundes Teles)“Assusta-as, talvez, o ar tranqüilo com que as recebo, e a mo-

déstia da cas.” (Rubem Braga)“Passou-me pela mente a face e a voz duma professora de

escola primária.” (Érico Veríssimo)

Observação: Aconselhamos, nesse caso, usar o verbo no plural.

O sujeito é composto e de pessoas diferentes

• Se o sujeito composto for de pessoas diversas, o verbo seexiona no plural e na pessoa que tiver prevalência. (A 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª prevale sobre a 3ª):

“Foi o que zemos Capitu e eu.” (Machado de Assis) (ela eeu = nós)

“Tu e ele partireis juntos.” (Mário Barreto) (tu e ele = vós)Você e meu irmão não me compreendem. (você e ele = vocês)

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Muitas vezes os escritores quebram a rigides dessa regra:

a) Ora fazendo concordar o verbo com o sujeito mais pró-ximo, quando este se pospõe ao verbo:

“O que resta da felicidade passada és tu e eles.” (Camilo Cas-telo Branco)

“Faze uma arca de madeira; entra nela tu, tua mulher e teuslhos.” (Machado de Assis)

b) Ora preferindo a 3ª pessoa na concorrência tu + ele (tu +ele = vocês em vez de tu + ele = vós):

“...Deus e tu são testemunhas...” (Almeida Garrett)“O que eu continuamente peço a Deus é que ele e tu sejam 

meus amigos.” (Camilo Castelo Branco)“Juro que tu e tua mulher me pagam.” (Coelho Neto)“Nem tu nem Belkiss a vêem.” (Eugênio de Castro)

As normas que a seguir traçamos têm, muitas vezes, valor re -lativo, porquanto a escolha desta ou daquela concordância depen-de, freqüentemente, do contexto, da situação e do clima emocionalque envolvem o falante ou o escrevente.

Núcleos do sujeito unidos por ou

• Há duas situações a considerar:

a) Se a conjunção ou indicar exclusão ou reticação, o ver- bo concordará com o núcleo do sujeito mais próximo:

Paulo ou Antônio será o presidente.O ladrão ou os ladrões não deixaram nenhum vestígio.Ainda não foi encontrado o autor ou os autores do crime.“O chefe ou um dos delegados, não me lembra, era amigo do

Andrade.” (Machado de Assis)

 b) O verbo irá para o plural se a idéia por ele expressa sereferir ou puder ser atribuída a todos os núcleos do sujeito:

“Era tão pequena a cidade, que um grito ou gargalhada fortea atravessavam de ponta a ponta.” (Aníbal Machado) (Tanto umgrito como uma gargalhada atravessavam a cidade.)

“Naquela crise, só Deus ou Nossa Senhora podiam acudir --lhe.” (Camilo Castelo Branco)

Há, no entanto, em bons autores, ocorrência de verbo no sin-gular:

“A glória ou a vergonha da estirpe provinha de atos individu-ais.” (Vivaldo Coaraci)

“Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique.” (Machado de Assis)

“Um príncipe ou uma princesa não casa sem um vultosodote.” (Viriato Correia)

“Nas classes burguesas é raro o rapaz ou a rapariga que nãosaiba o latim e o francês.” (Ramalho Ortigão)

“Não faltava argúcia ou malícia a quem era irmã de Júlia.”(Luís Jardim)

Núcleos do sujeito unidos pela preposição com

• Usa-se mais freqüentemente o verbo no plural quando seatribui a mesma importância, no processo verbal, aos elementos dosujeito unidos pela preposição com. Exemplos:

Manuel com seu compadre construíram o barracão.

“Eu com outros romeiros vínhamos de Vigo...” (Camilo Cas-telo Branco)

“Ele com mais dois acercaram-se da porta.” (Camilo CasteloBranco)

Pode se usar o verbo no singular quando se deseja dar relevân-cia ao primeiro elemento do sujeito e também quando o verbo vier antes deste. Exemplos:

O bispo, com dois sacerdotes, iniciou solenemente a missa.O presidente, com sua comitiva, chegou a Paris às 5h da tarde.“Já num sublime e público teatro se assenta o rei inglês com

toda a corte.” (Luís de Camarões)“À mesma porta por onde saíra a mulher com a lha, chega-

ram outros pretendentes.” (Aníbal Machado)

Núcleos do sujeito unidos por nem

• Quando o sujeito é formado por núcleos no singular uni-dos pela conjunção nem, usa-se, comumente, o verbo no plural.Exemplos:

 Nem a riqueza nem o poder o livraram de seus inimigos. Nem eu nem ele o convidamos.“Nem o mundo, nem Deus teriam força para me constranger 

a tanto.” (Alexandre Herculano)“Nem a Bíblia nem a respeitabilidade lhe permitem praguejar 

alto.” (Eça de Queirós)“Nem a mãe nem o pai tinham percebido sua ausência.” (Gar-

cia de Paiva)“Nem a mocidade, nem a fortuna tinham já forças para

reanimar a sua vítima.” (Antônio Feliciano de Castilho)“Nem Hazerot nem Magog foram eleitos.” (Machado de As-

sis)

É preferível a concordância no singular:

a) Quando o verbo precede o sujeito:“Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das ores,

nem a pompa das folhas verdes...” (Machado de Assis)

 Não o convidei eu nem minha esposa.“Na fazenda, atualmente, não se recusa trabalho, nem dinhei-ro, nem nada a ninguém.” (Guimarães Rosa)

b) Quando há exclusão, isto é, quando o fato só pode ser atribuído a um dos elementos do sujeito:

 Nem Berlim nem Moscou sediará a próxima Olimpíada. (Sóuma cidade pode sediar a Olimpíada.)

 Nem Paulo nem João será eleito governador do Acre. (Só umcandidato pode ser eleito governador.)

Núcleos do sujeito correlacionados

• O verbo vai para o plural quando os elementos do sujeitocomposto estão ligados por uma das expressões correlativas nãosó... mas também, não só como também, tanto...como, etc. Exem- plos:

  Não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.”(Alexandre Herculano)

“Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocen-tes.” (Alexandre Herculano)

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“Tanto Noêmia como Reinaldo só mantinham relações deamizade com um grupo muito reduzido de pessoas.” (José Condé)

“Tanto a lavoura como a indústria da criação de gado não odemovem do seu objetivo.” (Cassiano Ricardo)

“Tanto Lincoln quanto o Aleijadinho parecem deter o segredode tudo que lhes falta.” (Viana Moog)

Sujeitos resumidos por tudo, nada, ninguém

• Quando o sujeito composto vem resumido por um dos pronomes, tudo, nada, ninguém, etc. o verbo concorda, no singu-

lar, com o pronome resumidor. Exemplos:Jogos, espetáculos, viagens, diversões, nada pôde satisfazê--lo.

“O entusiasmo, alguns goles de vinho, o gênio imperioso, es-touvado, tudo isso me levou a fazer uma coisa única.” (Machadode Assis)

Jogadores, árbitro, assistentes, ninguém saiu do campo.

Núcleos do sujeito designando a mesma pessoa ou coisa

• O verbo concorda no singular quando os núcleos do su- jeito designam a mesma pessoa ou o mesmo ser. Exemplos:

“Aleluia! O brasileiro comum, o homem do povo, o João--ninguém, agora é cédula de Cr$ 500,00!” (Carlos Drummond

Andrade)“Embora sabendo que tudo vai continuar como está, ca oregistro, o protesto, em nome dos telespectadores.” (Valério An-drade)

Advogado e membro da instituição arma que ela é corrupta.

Núcleos do sujeito são innitivos

• O verbo concordará no plural se os innitivos forem de-terminados pelo artigo ou exprimirem idéias opostas; caso contrá-rio, tanto é lícito usar o verbo no singular como no plural. Exem- plos:

O comer e o beber são necessários.Rir e chorar fazem parte da vidaMontar brinquedos e desmontá-los divertiam muito o meni-

no.“Já tinha ouvido que plantar e colher feijão não dava traba-

lho.” (Carlos Povina Cavalcânti) (ou davam)“Cantar, dançar e representar faz (ou fazem) a alegria do ar -

tista.“Nenhum rugir ou gemer seu anulariam o mal que se consu-

mara no Mirante.” (Eça de Queirós)

Sujeito oracional

• Concorda no singualr o verbo cujo sujeito é uma oração:Ainda falta / comprar os cartões.Predicado Sujeito Oracional

Estas são realidades que não adianta esconder.Sujeito de adianta: esconder que (as realidades)

Sujeito Coletivo

• O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo nosingular. Exemplos:

A multidão vociferava ameaças.O exército dos aliados desembarcou no sul da Itália.Uma junta de bois tirou o automóvel do atoleiro.Um bloco de foliões animava o centro da cidade.“Uma porção de índios surgiu do meio das árvores e nos ro-

deou.” (Edi Lima)“Surpreendemos uma vara de porcos que atravessava o rio a

nado.” (Gastão Cruls)“...o bando dos guerreiros tabajaras que fugia em nuvem ne-

gra de pó.” (José de Alencar)“Um grupo de rapazes sentara-se ali ao lado.” (Fernando Na-

mora)

Observação: Se o coletivo vier seguido de substantivo pluralque o especique e anteceder ao verbo, este poderá ir para o plu-ral, quando se quer salientar não a ação do conjunto, mas a dosindivíduos, efetuando-se uma concordância não gramatical, masideológica:

“Uma grande multidão de crianças, de velhos, de mulherespenetraram na caverna...” (Alexandre Herculano)

“Uma grande vara de porcos que se afogaram de escantilhãono mar...” (Camilo Castelo Branco)

“Reconheceu que era um par de besouros que zumbiam noar.” (Machado de Assis)

“Havia na União um grupo de meninos que praticavam essedivertimento com uma pertinácia admirável.” (Carlos Povina Ca-valcânti)

A maior parte de, grande número de, etc.

• Sendo o sujeito uma das expressões quantitativas a maior  parte de, parte de, a maioria de, grande número de, etc., seguidade substantivo ou pronome no plural, o vebo, quando posposto aosujeito, pode ir para o singular ou para o plural, conforme se queiraefetuar uma concordância estritamente gramatical (com o coletivosingular) ou uma concordância enfática, expressiva, com a idéia de pluralidade sugerida pelo sujeito. Exemplos:

A maior parte dos indígenas respeitavam os pajés.” (Gilberto

Freire)“A maior parte dos doidos ali metidos estão em seu perfeito juízo.” (Machado de Assis)

“A maior parte das pessoas pedem uma sopa, um prato decarne e um prato de legumes.” (Ramalho Ortigão)

“A maior parte dos nomes podem ser empregados em sentidodenido ou em sentido indenido.” (Mário Barreto)

“Grande parte dos atuais advérbios nasceram de substanti-vos.” (Idem)

“A maioria das pessoas são sinuosas, coleantes...” (OndinaFerreira)

A maioria dos acidentes nas estradas de acesso ao Rio ocor-rem em dias claros.

“Vocês já imaginaram a maravilha que seria o mundo se ao

menos uma quinta parte desses gênios se realizassem na maiori-dade?” (Lígia Fagundes Teles)“A maioria dos presentes, formando grupos, contavam histó-

rias, baixinho, falavam de coisas da vida.” (Aurélio Buarque deHolanda)

“A maioria dos mouros era escrava e pobre.” (Alexandre Her-culano)

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“Amaioria dos trabalhadores recebeu essa notícia com ale-gria.” (Armando Fontes)

“A maioria das palavras continua visível.” (Carlos Drum-mond de Andrade)

“A maioria dos doentes não podia compreender que...” (Fer-nando Namora)

“Metade dos alunos fez (ou zeram) o trabalho.” (J. GualdaDantas)

“Meia dúzia de garimpeiros doentes esperava a consulta ma-tutina.” (Herman Lima)

Visitei os presos. Boa parte deles dormia (ou dormiam) no

chão.Grande número de eleitores votou (ou votaram) em branco.Morreu de gripe a maioria dos índios que tiveram contato

com os brancos. Nos quilombos refugiava-se parte dos escravos fugitivos.

Observações:

- quando o verbo precede o sujeito, como nos dois últimosexemplos, a concordância se efetua no singular.

- como se vê dos exemplos supracitados, as duas concordân-cias são igualmente legítimas, porque têm tradição na língua. Cabea quem fala ou escreve escolher a que julgar mais adequada à situ-ação. Pode-se, portanto, no caso em foco, usar o verbo no plural,

efetuando a concordância não com a forma gramatical das pala-vras, mas com a idéia de pluralidade que elas encerram e sugeremà nossa mente. Essa concordância ideológica é bem mais expres-siva que a gramatical, como se pode perceber relendo as frasescitadas de Machado de Assis, Ramalho Ortigão, Ondina Ferreirae Aurélio Buarque de Holanda, e cotejando-as com as dos autoresque usaram o verbo no singular.

Um e outro, nem um nem outro

• O sujeito sendo uma dessas expressões, o verbo concor-da, de preferência, no plural. Exemplos:

“Um e outro gênero se destinavam ao conhecimento...” (Her-nâni Cidade)

“Um e outro descendiam de velhas famílias do Norte.” (Ma-chado de Assis)Uma e outra família tinham (ou tinha) parentes no Rio.“Depois nem um nem outro acharam novo motivo para diá-

logo.” (Fernando Namora)“Não me caria bem nem uma nem outra coisa.” (José Gual-

da Dantas) Nem uma nem outra foto prestavam (ou prestava).Um e outro livro me agradaram (ou agradou) muito.“Um e outro país deixarão de ver no outro o Império do Mal.”

(Emir Sader)

Um ou outro

O verbo concorda no singular com o sujeito um ou outro:“Respondi-lhe que um ou outro colar lhe cava bem.” (Ma-chado de Assis)

“Uma ou outra pode dar lugar a dissentimentos.” (Machadode Assis)

“Sempre tem um ou outro que vai dando um vintém.” (Raquelde Queirós)

Um dos que, uma das que

• Quando, em orações adjetivas restritivas, o pronome que vem antecedido de um dos ou expressão análoga, o verbo da ora-ção adjetiva exiona-se, em regra, no plural:

“O príncipe foi um dos que despertaram mais cedo.” (Ale-xandre Herculano)

“A baronesa era uma das pessoas que mais desconavam denós.” (Machado de Assis)

“Areteu da Capadócia era um dos muitos médicos gregos queviviam em Roma.” (Moacyr Scliar)

Ele é desses charlatães que exploram a crendice humana. Não sou dos que acreditam piamente em soluções mágicas.

Essa é a concordância lógica, geralmente preferida pelosescritores modernos. Todavia, não é prática condenável fugir aorigor da lógica gramatical e usar o verbo da oração adjetiva nosingular (fazendo-o concordar com a palavra um), quando se de-seja destacar o indivíduo do grupo, dando-se a entender que elesobressaiu ou sobressai aos demais:

Ele é um desses parasitas que vive à custa dos outros.“Foi um dos poucos do seu tempo que reconheceu a originali-

dade e importância da literatura brasileira.” (João Ribeiro)

Observação: Há gramáticas que condenam tal concordância.Por coerência, deveriam condenar também a comumente aceita emconstruções anormais do tipo: Quais de vós sois isentos de culpa?Quantos de nós somos completamente felizes?

O verbo ca obrigatoriamente no singular quando se aplicaapenas ao indivíduo de que se fala, como no exemplo:

Jairo é um dos meus empregados que não sabe ler. (Jairo é oúnico empregado que não sabe ler.)

Ressalte-se porém, que nesse caso é preferível construir a fra-se de outro modo:

Jairo é um empregado meu que não sabe ler.

Dos meus empregados, só Jairo não sabe ler.

  Na linguagem culta formal, ao empregar as expressões emfoco, o mais acertado é usar no plural o verbo da oração adjetiva:

O Japão é um dos países que mais investem em tecnologia.Gandhi foi um dos que mais lutaram pela paz.O sertão cearense é uma das áreas que mais sofrem com as

secas.Heráclito foi um dos empresários que conseguiram superar 

a crise.

Embora o caso seja diferente, é oportuno lembrar que, nas ora-ções adjetivas explicativas, nas quais o pronome que é separado deseu antecedente por pausa e vírgula, a concordância é determinada pelo sentido da frase:

Um dos meninos, que estava sentado à porta da casa, foi cha-mar o pai. (Só um menino estava sentado.)

Um dos cinco homens, que assistiam àquela cena estupefatos,soltou um grito de protesto. (Todos os cinco homens assistiam àcena.)

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Mais de um

• O verbo concorda, em regra, no singular. O plural seráde rigor se o verbo exprimir reciprocidade, ou se o numeral for superior a um. Exemplos:

Mais de um excursionista já perdeu a vida nesta montanha.Mais de um dos circunstantes se entreolharam com espanto.Devem ter fugido mais de vinte presos.

Quais de vós? Alguns de nós

• Sendo o sujeito um dos pronomes interrogativos quais?quantos? Ou um dos indenidos alguns, muitos, poucos, etc., se-guidos dos pronomes nós ou vós, o verbo concordará, por atração,com estes últimos, ou, o que é mais lógico, na 3ª pessoa do plural:

“Quantos dentre nós a conhecemos?” (Rogério César Cer-queira)

“Quais de vós sois, como eu, desterrados...?” (Alexandre Her-culano)

“...quantos dentre vós estudam conscienciosamente o passa-do?” (José de Alencar)

Alguns de nós vieram (ou viemos) de longe.Poucos dentre nós conhecem (ou conhecemos) as leis.“Quantos de nós teríamos experimentado essa tentação?”

(Olga Savary)“Já pensou, meu caro, quantos de nós nos arriscamos aqui?”

(Guilherme de Figueiredo)

Observação: Estando o pronome no singular, no singular (3ª pessoa) cará o verbo:

Qual de vós testemunhou o fato? Nenhuma de nós a conhece. Nenhum de vós a viu?Qual de nós falará primeiro?

Pronomes quem, que, como sujeitos

• O verbo concordará, em regra, na 3ª pessoa, com os pro-nomes quem e que, em frases como estas:

Sou eu quem responde pelos meus atos.Somos nós quem leva o prejuízo.Eram elas quem fazia a limpeza da casa.“Eras tu quem tinha o dom de encantar-me.” (Osmã Lins)“Fui eu quem o ensinou a desenhar.” (Mário Barreto)“Eu fui o último que se retirou.” (Mário Barreto)Eu sou o que presenciou o fato.“Sou um homem que ainda não renegou nem da cruz, nem da

Espanha.” (Alexandre Herculano)“Éramos dois sócios que entravam no comércio da vida com

diferentes capital.” (Machado de Assis)

Todavia, a linguagem enfática justica a concordância com o

sujeito da oração principal:“Sou eu quem prendo aos céus a terra.” (Gonçalves Dias)“Não sou eu quem faço a perspectiva encolhida.” (Ricardo

Ramos)“És tu quem dás frescor à mansa brisa.” (Gonçalves Dias)“Nós somos os galegos que levamos a barrica.” (Camilo Cas-

telo Branco)

“Vós sois o algoz que recebeis o cutelo da mão providencial.”(Camilo Castelo Branco)

“Somos nós quem a fazemos.” (Ricardo Ramos)Eu sou a que mais estou torcendo para jogarmos juntas.

A concordância do verbo precedido do pronome relativo que far-se-á obrigatoriamente com o sujeito do verbo (ser) da oração principal, em frases do tipo:

Sou eu que pago.És tu que vens conosco?Somos nós que cozinhamos.

Eram eles que mais reclamavam.Fomos nós que o encontramos.Fostes vós que o elegestes.Foram os bombeiros que a salvaram.“Fui eu que me pus a rir.” (Machado de Assis)“Fui eu que imitei o ronco do bicho.” (Edi Lima)“Não seremos nós que iremos, à maneira dos primitivistas,

car de tanga e entrar a falar capiau.” (Sílvio Elia)

Observação: Em construções desse tipo, é lícito considerar overbo ser e a palavra que como elementos expletivos ou enfatizan-tes, portanto não necessários ao enunciado. Assim:

Sou eu que pago. (=Eu pago)Somos nós que cozinhamos. (=Nós cozinhamos)

Foram os bombeiros que a salvaram. (= Os bombeiros a sal-varam.)Seja qual for a interpretação, o importante é saber que, neste

caso, tanto o verbo ser como o outro devem concordar com o pro-nome ou substantivo que precede a palavra que.

Concordância com os pronomes de tratamento

• Os pronomes de tratamento exigem o verbo na 3ª pessoa,embora se rera à 2ª pessoa do discurso:

Vossa Excelência agiu com moderação.Vossas Excelências não carão surdos à voz do povo.“Espero que V.Sª. não me faça mal.” (Camilo Castelo Branco)“Vossa Majestade não pode consentir que os touros lhe ma-

tem o tempo e os vassalos.” (Rebelo da Silva)

Concordância com certos substantivos próprios no plural

• Certos substantivos próprios de forma plural, como Esta-dos Unidos, Andes, Campinas, Lusíadas, etc., levam o verbo parao plural quando se usam com o artigo; caso contrário, o verbo con-corda no singular.

“Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo.” (EduardoPrado)

Os Andes se estendem da Venezuela à Terra do Fogo.“Os Lusíadas” imortalizaram Luís de Camões.Campinas orgulha-se de ter sido o berço de Carlos Gomes.Minas Gerais possui grandes jazidas de ferro.

“Montes Claros era um feudo daquel família.” (Raquel Jar-dim)“Terras do Sem-Fim” foi quadrinizado para leitores jovens.

Tratando-se de títulos de obras, é comum deixar o verbo nosingular, sobretudo com o verbo ser seguido de predicativo no sin-gular:

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“As Férias de El-Rei é o título da novela.” (Rebelo da Silva)“As Valkírias mostra claramente o homem que existe por 

detrás do mago.” (Paulo Coelho)“Os Sertões é um ensaio sociológico e histórico...” (Celso

Luft)

A concordância, neste caso, não é gramatical, mas ideológica, porque se efetua não com a palavra (Valkírias, Sertões, Férias deEl-Rei), mas com a idéia por ela sugerida (obra ou livro). Ressal-te-se, porém, que é também correto usar o verbo no plural:

As Valkírias mostram claramente o homem...

“Os Sertões são um livro de ciência e de paixão, de análise ede protesto.” (Alfredo Bosi)

Concordância do verbo passivo

• Quando apassivado pelo pronome apassivador  se, o ver - bo concordará normalmente com o sujeito:

Vende-se a casa e compram-se dois apartamentos.Gataram-se milhões, sem que se vissem resultados concre-

tos.“Correram-se as cortinas da tribuna real.” (Rebelo da Silva)“Aperfeiçoavam-se as aspas, cravavam-se pregos necessá-

rios à segurança dos postes...” (Camilo Castelo Branco)“Agora já não se fazem deste aparelhos.” (Carlos de Laet)“Ouviam-se vozes fortes de comando.” (Ferreira de Castro)Ali só se viam ruínas.“A tentativa de se aferirem pesos e medidas.” (Ciro dos An-

 jos)“Quantas horas faltariam para se abrirem os cafés e as bode-

gas?” (Graciliano Ramos)“A salvação de Toledo foi não se terem fechado suas portas.”

(Alexandre Herculano)“Sua sala era absolutamente igual às que se vêem nos livros

ilustrados para o ensino do inglês.” (Cecília Meireles)“Mais tarde se conrma isto, ao se mandarem chusmas de

criminosos povoar os cafundós desta ou daquela capitania.” (Cas-siano Ricardo)

“Daí o princípio colonial de só se concederem terras em ses-marias às pessoas que possuam meios para realizar a exploraçãodelas e fundar engenhos.” (Oliveira Viana)

 Na literatura moderna há exemplos em contrário, mas que nãodevem ser seguidos:

“Vendia-se seiscentos convites e aquilo cava cheio.” (Ri-cardo Ramos)

“Em Paris há coisas que não se entende bem.” (Rubem Bra-ga)

 Nas locuções verbais formadas com os verbos auxiliares po-der e dever , na voz passiva sintética, o verbo auxiliar concordarácom o sujeito. Exemplos:

 Não se podem cortar essas árvores. (sujeito: árvores; locuçãoverbal: podem cortar)Devem-se ler bons livros. (=Devem ser lidos bons livros) (su-

 jeito: livros; locução verbal: devem-se ler)“Nem de outra forma se poderiam imaginar façanhas me-

moráveis como a do fabuloso Aleixo Garcia.” (Sérgio Buarque deHolanda)

“Em Santarém há poucas casas particulares que se possam dizer verdadeiramente antigas.” (Almeida Garrett)

Entretanto, pode-se considerar sujeito do verbo principal aoração iniciada pelo innitivo e, nesse caso, não há locução verbale o verbo auxiliar concordará no singular. Assim:

 Não se pode cortar essas árvores. (sujeito: cortar essas árvo-res; predicado: não se pode)

Deve-se ler bons livros. (sujeito: ler bons livros; predicado:deve-se)

Em síntese: de acordo com a interpretação que se escolher,tanto é lícito usar o verbo auxiliar no singular como no plural.Portanto:

 Não se podem (ou pode) cortar essas árvores.Devem-se (ou deve-se) ler bons livros.“Quando se joga, deve-se aceitar as regras.” (Ledo Ivo)“Concluo que não se devem abolir as loterias.” (Machado de

Assis)“Pode-se comprar livros de segunda mão baratíssimos.” (José

Paulo Paes)“De preferência, deve-se ler os dois, o historiador e o novelis-

ta.” (Jorge Amado)“Deviam-se reduzir ao mínimo as relações com o poder pú-

 blico.” (Ciro dos Anjos)“Era loura, mas podia-se ver massas castanhas por baixo da

tintura dourada do cabelo.” (Vinícius de Morais)

Verbos impessoais

• Os verbos haver, fazer (na indicação do tempo), passar de (na indicação de horas), chover e outros que exprimem fenôme-nos meteorológicos, quando usados como impessoais, cam na 3ª pessoa do singular:

“Não havia ali vizinhos naquele deserto.” (Monteiro Lobato)“Havia já dois anos que nos não víamos.” (Machado de Assis)“Aqui faz verões terríveis.” (Camilo Castelo Branco)

“Faz hoje ao certo dois meses que morreu na forca o tal mal-vado...” (Camilo Castelo Branco)“Conhecera-o assim, fazia quase vinte anos.” (Josué Montelo)Quando saí de casa, passava das oito horas.“Chovera e nevara depois, durante muitos dias.” (Camilo

Castelo Branco)

Observações:

- Também ca invariável na 3ª pessoa do singular o verbo queforma locução com os verbos impessoais haver ou fazer :

Deverá haver cinco anos que ocorreu o incêndio.Vai haver grandes festas.Há de haver, sem dúvida, fortíssimas razões para ele não acei-

tar o cargo.Começou a haver abusos na nova administração.Vai fazer cem anos que nasceu o genial artista. Não pode haver rasuras neste documento.“Haverá, deve haver construções históricas em Nova Iorque.”

(Viana Moog)

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- o verbo chover , no sentido gurado (= cair ou sobrevir emgrande quantidade), deixa de ser impessoal e, portanto concordarácom o sujeito:

Choviam pétalas de ores.“Sou aquele sobre quem mais têm chovido elogios e diatri-

 bes.” (Carlos de Laet)“Choveram comentários e palpites.” (Carlos Drummond de

Andrade)“E nem lá (na Lua) chovem meteoritos, permanentemente.”

(Raquel de Queirós)

- Na língua popular brasileira é generalizado o uso de ter ,impessoal, por haver, existir . Nem faltam exemplos em escritoresmodernos:

“No centro do pátio tem uma gueira velhíssima, com um banco embaixo.” (José Geraldo Vieira)

“Soube que tem um cavalo morto, no quintal.” (Carlos Drum-mond de Andrade)

Esse emprego do verbo ter, impessoal, não é estranho ao por-tuguês europeu: “ É verdade. Tem dias que sai ao romper de alvae recolhe alta noite, respondeu Ângela.” (Camilo Castelo Branco)(Tem = Há)

- Existir não é verbo impessoal. Portanto: Nesta cidade existem ( e não existe) bons médicos. Não deviam (e não devia) existir crianças abandonadas.

Concordância do verbo ser

• O verbo de ligação ser concorda com o predicativo nosseguintes casos:

a) Quando o sujeito é um dos pronomes tudo, o, isto, isso,ou aquilo:

“Tudo eram hipóteses.” (Ledo Ivo)“Tudo isto eram sintomas graves.” (Machado de Assis) Na mocidade tudo são esperanças.

“Não, nem tudo são dessemelhanças e contrastes entre Brasile Estados Unidos.” (Viana Moog)“Vamos e venhamos: na oresta nem tudo são ores.”

(Tiago de Melo)“Aquilo eram asperezas que o tempo acepilhava.” (Gracilia-

no Ramos)“Isso são sonhos, Mariana!” (Camilo Castelo Branco)“O que atrapalhava eram as caras simpáticas dos guardas.”

(Aníbal Machado)“O que atrapalha bastante são as discussões e meu respeito.”

(Aníbal Machado)“Mas o que o amor é, principalmente, são duas pessoas neste

mundo.” (Raquel de Queirós)Hoje o que não falta são divertimentos.

A concordância com o sujeito, embora menos comum, é tam- bém lícita:

“Tudo é ores no presente.” (Gonçalves Dias)“O que de mim posso oferecer-lhe é espinhos da minha co-é espinhos da minha co-espinhos da minha co-

roa.” (Camilo Castelo Branco)

O verbo ser ca no singular quando o predicativo é formadode dois núcleos no singular:

“Tudo o mais é soledade e silêncio.” (Ferreira de Castro)

b) Quando o sujeito é um nome de coisa, no singular, e o predicativo um substantivo plural:

“A cama são umas palhas.” (Camilo Castelo Branco)“A causa eram os seus projetos.” (Machado de Assis)“Vida de craque não são rosas.” (Raquel de Queirós)Sua salvação foram aquelas ervas.

“Quando D. Angélica soube que a base daqueles pratos e so- bremesas eram ores, cou consternada.” (José J. Veiga)

Observação: O sujeito sendo nome de pessoa, com ele con-cordará o verbo ser:

Emília é os encantos de sua avó.Abílio era só problemas.Dá-se também a concordância no singular com o sujeito que:“Ergo-me hoje para escrever mais uma página neste Diário

que breve será cinzas como eu.” (Camilo Castelo Branco)“No edifício que era só vidros.” (Ricardo Ramos)

c) Quando o sujeito é uma palavra ou expressão de sentidocoletivo ou partitivo, e o predicativo um substantivo no plural:

“A maioria eram rapazes.” (Aníbal Machado)A maior parte eram famílias pobres.O resto (ou o mais) são trastes velhos.“A maior parte dessa multidão são mendigos.” (Eça de

Queirós)“Quase a metade dos escritores brasileiros que viveram entre

1870 e 1930 foram professores de escolas públicas.” (José Murilode Carvalho)

d) Quando o predicativo é um pronome pessoal ou um subs-tantivo, e o sujeito não é pronome pessoal reto:

“O Brasil, senhores, sois vós.” (Rui Barbosa)“Nas minhas terras o rei sou eu.” (Alexandre Herculano)

“O dono da fazenda serás tu.” (Said Ali)“...mas a minha riqueza eras tu.” (Camilo Castelo Branco)Quem deu o alarme fui eu.Quem plantou essas árvores fomos nós.Quem não cou nada contente foram os camelôs.

Mas:Eu não sou ele. Vós não sois eles. Tu não és ele.

e) Quando o predicativo é o pronome demonstrativo o ou a palavra coisa:

Divertimentos é o que não lhe falta.“Os bastidores é só o que me toca.” (Correia Garção)“Mentiras, era o que me pediam, sempre mentiras.” (

Fernando Namora)“Os responsórios e os sinos é coisa importuna em Tibães.”

(Camilo Castelo Branco)Histórias sobre diamantes é o que não falta.” (Maria José de

Queirós)

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f)  Nas locuções é muito, é pouco, é suciente, é demais, émais que (ou do que), é menos que (ou do que), etc., cujo sujeitoexprime quantidade, preço, medida, etc.:

“Seis anos era muito.” (Camilo Castelo Branco)Dois mil dólares é pouco.Cinco mil dólares era quanto bastava para a viagem.Doze metros de o é demais.Seis quilos de carne é mais do que precisamos.Para ele, mil dólares era menos que um real.

•  Na indicação das horas, datas e distância , o verbo ser é

impessoal (não tem sujeito) e concordará com a expressão desig-nativa de hora, data ou distância:Era uma hora da tarde.“Era hora e meia, foi pôr o chapéu.” (Eça de Queirós)“Seriam seis e meia da tarde.” ( Raquel de Queirós)“Eram duas horas da tarde.” (Machado de Assis)“São horas de fechar esta carta.” (Camilo Castelo Branco)“Eram sete de maio da era de 1439...” (Alexandre Herculano)“Hoje são vinte e um do mês, não são?” (Camilo Castelo

Branco)“Da estação à fazenda são três léguas a cavalo.” (Said Ali)

Observações:

- Pode-se, entretanto na linguagem espontânea, deixar o verbono singular, concordando com a idéia implícita de “dia”:“Hoje é seis de março.” (J. Matoso Câmara Jr.) (Hoje é dia

seis de março.)“Hoje é dez de janeiro.” (Celso Luft)

- Estando a expressão que designa horas precedida da locução perto de, hesitam os escritores entre o plural e o singular:

“Eram perto de oito horas.” (Machado de Assis)“Era perto de duas horas quando saiu da janela.” (Machado

de Assis)“...era perto das cinco quando saí.” (Eça de Queirós)

- O verbo passar, referente a horas, ca na 3ª pessoa dosingular, em frases como:

Quando o trem chegou, passava das sete horas.

Locução de realce é que

• O verbo ser permanece invariável na expressão expleti-va ou de realce é que:

Eu é que mantenho a ordem aqui. (= Sou eu que mantenho aordem aqui.)

 Nós é que trabalhávamos. (= Éramos nós que trabalhávamos)As mães é que devem educá-los. (= São as mães que devem

educá-los.)Os astros é que os guiavam. (=  Eram os astros que os

guiavam.)Divertimentos é que não lhe faltavam.

Da mesma forma se diz, com ênfase:“Vocês são muito é atrevidos.” (Raquel de Queirós)“Sentia era vontade de ir também sentar-me numa cadeira

 junto do palco.” (Graciliano Ramos)“Por que era  que ele usava chapéu sem aba?” (Graciliano

Ramos)

Observação: O verbo ser é impessoal e invariável emconstruções enfáticas como:

Era aqui onde se açoitavam os escravos. (= Aqui se açoitavamos escravos.)

Foi então que os dois se desentenderam. (= Então os dois sedesentenderam.)

Era uma vez

• Por tradição, mantém-se invariável a expressão inicial dehistórias era uma vez, ainda quando seguida de substantivo plural:

Era uma vez dois cavaleiros andantes.

A não ser

• É geralmente considerada locução invariável, equivalentea exceto, salvo, senão. Exemplos:

 Nada restou do edifício, a não ser escombros.A não ser alguns pescadores, ninguém conhecia aquela praia.“Nunca pensara no que podia sair do papel e do lápis, a não

ser bonecos sem pescoço...” (Carlos Drummond de Andrade)

Mas não constitui erro usar o verbo ser no plural, fazendo-oconcordar com o substantivo seguinte, convertido em sujeito daoração innitiva. Exemplos:

“As dissipações não produzem nada, a não serem dívidas edesgostos.” (Machado de Assis)“A não serem os antigos companheiros de mocidade, ninguém

o tratava pelo nome próprio.” (Álvaro Lins)“A não serem os críticos e eruditos, pouca gente manuseia

hoje... aquela obra.” (Latino Coelho)

Haja vista

• A expressão correta é haja vista, e não haja visto. Podeser construída de três modos:

- Hajam vista os livros desse autor. (= tenham vista, vejam-se)

- Haja vista os livros desse autor. (= por exemplo, veja)

- Haja vista aos livros desse autor. (= olhe-se para, atente-se para os livros)

A primeira construção (que é a mais lógica) analisa-se destemodo.

Sujeito: os livros; verbo hajam (=tenham); objeto direto: vista.A situação é preocupante; hajam vista os incidentes de sábado.

Seguida de substantivo (ou pronome) singular, a expressão,evidentemente, permanece invariável:

A situação é preocupante; haja vista o incidente de sábado.

Bem haja. Mal haja

 Bem haja e mal haja usam-se em frases optativas e im-  precativas, respectivamente. O verbo concordará normalmentecom o sujeito, que vem sempre posposto:

“Bem haja Sua Majestade!” (Camilo Castelo Branco)Bem hajam os promovedores dessa campanha!“Mal hajam as desgraças da minha vida...” (Camilo Castelo

Branco)

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Concordância dos verbos bater , dar e soar 

• Referindo-se às horas, os três verbos acima concordamregularmente com o sujeito, que pode ser  hora, horas (claro ouoculto), badaladas ou relógio:

“Nisto, deu três horas o relógio da botica.” (Camilo CasteloBranco)

“Bateram quatro da manhã em três torres a um tempo...”(Mário Barreto)

“Tinham batido quatro horas no cartório do tabelião Vaz Nunes.” (Machado de Assis)

“Deu uma e meia.” (Said Ali)“Davam nove horas na Igreja do Loreto.” (Rebelo da Silva)“Não tardou muito que no sino do coro batessem as badaladas

que anunciavam a hora de prima.” (Alexandre Herculano)“Soaram dez horas nos relógios das igrejas e das fábricas.”

(Armando Fontes)

Observação: Pasar , com referência a horas, no sentido de ser mais de, é verbo impessoal, por isso ca na 3ª pessoa do singular:

Quando chegamos ao aeroporto, passava das 16 horas.Vamos, já passa das oito horas – disse ela ao lho.

Concordância do verbo parecer 

• Em construções com o verbo parecer seguido de inniti-vo, pode-se exionar o verbo parecer ou o innitivo que o acom- panha:

As paredes pareciam estremecer. (construção corrente)As paredes parecia estremecerem. (construção literária)

Análise da construção dois:  parecia: oração principal; as paredes estremeceram: oração subordinada substantiva subjetiva.

Outros exemplos:“Nervos... que pareciam estourar no minuto seguinte.”

(Fernando Namora)“Referiu-me circunstâncias que parece justicarem o

 procedimento do soberano.” (Latino Coelho)“As lágrimas e os soluços parecia não a deixarem prosseguir.”

(Alexandre Herculano)“...quando as estrelas, em ritmo moroso, parecia caminharem no céu.” (Graça Aranha)

“Os moravos parece haverem tomado a sério, para regra davida, a palavra irônica do mártir.” (Ramalho Ortigão)

“Volvidos um para o outro, parecia não terem dado por ele.”(Ferreira de Castro)

“Até parece escolherem o modelo.” (Raquel de Queirós)“O amanhecer e o anoitecer  parece deixarem-me intacta.”

(Cecília Meireles)“As corporações que deviam voltar-se para a manutenção da

ordem parece quase insurgirem-se contra ela.” (Walter Fontoura)

Usando-se a oração desenvolvida,  parecer  concordará no

singular:“Mesmo os doentes parece que são mais felizes.” (CecíliaMeireles)

“Outros, de aparência acabadiça, parecia que não podiamcom a enxada.” (José Américo)

“As notícias parece que têm asas.” (Oto Lara Resende) (Istoé: Parece que as notícias têm asas.)

Observação: Essa dualidade de sintaxe verica-se tambémcom o verbo ver  na voz passiva: “Viam-se entrar mulheres ecrianças.” Ou “Via-se entrarem mulheres e crianças.”

Concordância com o sujeito oracional

• O verbo cujo sujeito é uma oração concorda obrigatoria-mente na 3ª pessoa do singular:

Parecia / que os dois homens estavam bêbedos.Verbo sujeito (oração subjetiva)Faltava / dar os últimos retoques.

Verbo sujeito (oração subjetiva)

Outros exemplos, com o sujeito oracional em destaque: Não me interessa ouvir essas parlendas.Anotei os livros que faltava adquirir. (faltava adquirir os

livros)Esses fatos, importa (ou convém) não esquecê-los.São viáveis as reformas que se intenta implantar?São problemas esses que compete ao governo solucionar. Não se conseguiu conter os curiosos.Tentou-se aumentar as exportações. No momento, procura-se diminuir as importações. Não se pretende alcançar resultados imediatos.São problemas esses que não cabe a nós resolver.“A casa é grande: mas tem-se visto acabarem casas maiores.”

(Camilo Castelo Branco)“O americano pede contas aos seus mandatários pela

administração e destino dos bens que lhes incumbe zelar.” (VianaMoog)

“Sobre isto dissemos cousas que não importa escrever aqui.”(Machado de Assis)

Concordância com sujeito indeterminado

• O pronome se, pode funcionar como índice de indetermi-nação do sujeito. Nesse caso, o verbo concorda obrigatoriamentena 3ª pessoa do singular. Exemplos;

Em casa, ca-se mais à vontade.Detesta-se (e não detestam-se) aos indivíduos falsos.Acabe-se de vez com esses abusos!Para ir de São Paulo a Curitiba, levava-se doze horas.Trata-se de fenômenos que os cientistas não sabem explicar.“Não se trata de advogados, minha senhora. Trata-se de

 provas.” (Geraldo França de Lima)

Concordância com os numerais milhão, bilhão e trilhão

• Estes substantivos numéricos, quando seguidos de subs-tantivo no plural, levam, de preferência, o verbo ao plural. Exem- plos:

Um milhão de éis agruparam-se em procissão.

São gastos ainda um milhão de dólares por ano para amanutenção de cada Ciep.Meio milhão de refugiados se aproximam da fronteira do Irã.Meio milhão de pessoas foram às ruas para reverenciar os

mártires da resistência.Pelas contas da Petrobrás, podem faltar um bilhão e meio de

litros de álcool.

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Todos os anos, no Brasil, ocorre um milhão de acidentes detrânsito.

“Quase um milhão de homens se move naquelas ruas estreitas,apertadas e confusas.” (Eça de Queirós)

Observações:

- Milhão, bilhão e milhar  são substantivos masculinos.Por isso, devem concordar no masculino os artigos, numerais e pronomes que os precedem: os dois milhões de pessoas; os trêsmilhares de plantas; alguns milhares de telhas; esses bilhões decriaturas, etc.

- Se o sujeito da oração for milhões, o particípio ou o adjetivo  podem concordar, no masculino, com milhões, ou, por atração,no feminino, com o substantivo feminino plural: Dois milhõesde sacas de soja estão ali armazenados (ou armazenadas) no próximo ano. Foram colhidos três milhões de sacas de trigo. Osdois milhões de árvores plantadas estão altas e bonitas.

Concordância com numerais fracionários

• De regra, a concordância do verbo efetua-se com o nu-merador. Exemplos:

“Mais ou menos um terço dos guerrilheiros cou atocaiado perto...” (Autran Dourado)“Um quinto dos bens cabe ao menino.” (José Gualda Dantas)Dois terços da população vivem da agricultura.

 Não nos parece, entretanto, incorreto usar o verbo no plural,quando o número fracionário, seguido de substantivo no plural,tem o numerador 1, como nos exemplos:

Um terço das mortes violentas no campo acontecem no suldo Pará.

Um quinto dos homens eram de cor escura.

Concordância com percentuais

• O verbo deve concordar com o número expresso na por-centagem:

Só 1% dos eleitores se absteve de votar.Só 2% dos eleitores se abstiveram de votar.Foram destruídos 20% da mata.“Cerca de 40% do território cam abaixo de 200 metros.”

(Antônio Hauaiss)A sondagem revelou ainda que 73% da população acreditam 

que a situação do país piorou.“Na União 90% dos homens andavam armados.” (Carlos

Povina Cavalcânti)A pesquisa revelou que 82% (oitenta e dois por cento ou

oitenta e duas por cento) das mulheres trabalham fora.

Observação: Em casos como o da última frase, a concordânciaefetua-se, pela lógica, no feminino (oitenta e duas entre cemmulheres), ou, seguindo o uso geral, no masculino, por seconsiderar a porcentagem um conjunto numérico invariável emgênero.

Concordância com o pronome nós subentendido

• O verbo concorda com o pronome subentendido nós emfrases do tipo:

Todos estávamos preocupados. (= Todos nós estávamos  preocupados.)

Os dois vivíamos felizes. (=Nós dois vivíamos felizes.)“Ficamos por aqui, insatisfeitos, os seus amigos.” (Carlos

Drummond de Andrade)

Não restam senão ruínas

• Em frases negativas em que senão equivale a mais que, anão ser , e vem seguido de substantivo no plural, costuma-se usar overbo no plural, fazendo-o concordar com o sujeito oculto outrascoisas. Exemplos:

Do antigo templo grego não restam senão ruínas. (Isto é: nãorestam outras coisas senão ruínas.)

Da velha casa não sobraram senão escombros.“Para os lados do sul e poente, não se viam senão edifícios

queimados.” (Alexandre Herculano)“Por toda a parte não se ouviam senão gemidos ou clamores.”

(Rebelo da Silva)“Para mim não restaram senão vagos reexos...” (Ciro dos

Anjos)

Segundo alguns autores, pode-se, em tais frases, efetuar aconcordância do verbo no singular com o sujeito subentendidonada:

Do antigo templo grego não resta senão ruínas. (Ou seja: nãoresta nada, senão ruínas.)

Ali não se via senão (ou mais que) escombros.As duas interpretações são boas, mas só a primeira tem

tradição na língua.

Concordância com formas gramaticais

• Palavras no plural com sentido gramatical e função desujeito exigem o verbo no singular:

“Elas” é um pronome pessoal. (= A palavra elas é um pronome pessoal.)

 Na placa estava “veiculos”, sem acento.“Contudo, mercadores não tem a força de vendilhões.”

(Machado de Assis)

Mais de, menos de

• O verbo concorda com o substantivo que se segue a essasexpressões:

Mais de cem pessoas perderam suas casas, na enchente.Sobrou mais de uma cesta de pães.Gastaram-se menos de dois galões de tinta.

Menos de dez homens fariam a colheita das uvas.Exercícios

1. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere àconcordância verbal, de acordo com a norma culta:

a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.

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 b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo. 2. (IBGE) Assinale a frase em que há erro de concordância

verbal:a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.  b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da

imigração.c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.

d) Deve existir problemas nos seus documentos.e) Choveram papéis picados nos comícios. 3. (IBGE) Assinale a opção em que há concordância

inadequada:a) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o

 problema. b) A maioria dos conitos foram resolvidos.c) Deve haver bons motivos para a sua recusa.d) De casa à escola é três quilômetros.e) Nem uma nem outra questão é difícil. 4. (CESGRANRIO) Há erro de concordância em:a) atos e coisas más b) diculdades e obstáculo intransponívelc) cercas e trilhos abandonadosd) fazendas e engenho prósperase) serraria e estábulo conservados 5. (MACK) Indique a alternativa em que há erro:a) Os fatos falam por si sós. b) A casa estava meio desleixada.c) Os livros estão custando cada vez mais caro.d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça. 6. (UF-PR) Enumere a segunda coluna pela primeira (adjetivo

 posposto):(1) velhos ( ) camisa e calça ............(2) velhas ( ) chapéu e calça ............

( ) calça e chapéu ............( ) chapéu e paletó ...........( ) chapéu e camisa ..........

a) 1 - 2 - 1 - 1 - 2 b) 2 - 2 - 1 - 1 - 2c) 2 - 1 - 1 - 1 - 1d) 1 - 2 - 2 - 2 – 2e) 2 - 1 - 1 - 1 – 2

7. (UF-FLUMINENSE) Assinale a frase que encerra um erro

de concordância nominal:a) Estavam abandonadas a casa, o templo e a vila. b) Ela chegou com o rosto e as mãos feridas.c) Decorrido um ano e alguns meses, lá voltamos.d) Decorridos um ano e alguns meses, lá voltamos.e) Ela comprou dois vestidos cinza.

8. (BB) Verbo deve ir para o plural:a) Organizou-se em grupos de quatro. b) Atendeu-se a todos os clientes.c) Faltava um banco e uma cadeira.d) Pintou-se as paredes de verde.e) Já faz mais de dez anos que o vi. 9. (BB) Verbo certo no singular:a) Procurou-se as mesmas pessoas b) Registrou-se os processosc) Respondeu-se aos questionários

d) Ouviu-se os últimos comentáriose) Somou-se as parcelas 10. (BB) Opção correta:a) Há de ser corrigidos os erros b) Hão de ser corrigidos os errosc) Hão de serem corrigidos os errosd) Há de ser corrigidos os errose) Há de serem corrigidos os erros

 Respostas(1-C) (2-D) (3-D) (4-D) (5-D) (6-C) (7-A) (8-D) (9-C) (10-B)

 Regência Nominal e Verbal 

REGÊNCIA NOMINAL

Regência nominal é a relação de dependência que se estabeleceentre o nome e o termo por ele regido. Certos substantivos eadjetivos admítem mais de uma regência.

 Na regência nominal o principal papel é desempenhado pela preposição.

Apresentamos uma relação de alguns nomes e suas regênciasmais comuns.

1 - acessível a: Este cargo não é acessível a todos.2 - acesso a, para: O acesso para a região cou impossível.

3 - acostumado a, com: Todos estavam acostumados a ouvílo.4 - adaptado a: Foi difícil adaptarme a esse clima.5 - afável com, para com: Tinha um jeito afável para com os

turistas.6 - agradável a, de: Sua saída não foi agradável à equipe.7 - alusão a: O professor fez alusão à prova nal.8 - amor a, por: Ele demonstrava grande amor à namorada.9 - antipatia a, por: Sentia antipatia por ela.10 - apto a, para: Estava apto para ocupar o cargo.11 - atenção a, com, para com: Nunca deu atenção a ninguém.12 - aversão a, por: Sempre tive aversão à política.13 - benéco a, para: A reforma foi benéca a todos.14 - certeza de, em: A certeza de encontrálo novamente a

animou.

15 - dúvida em sobre: Anotou todas as dúvidas sobre a questãodada.

16 - favorável a: Sou favorável à sua candidatura.17 - gosto de, em: Tenho muito gosto em participar desta

 brincadeira.18 - grato a: Grata a todos que me ensinaram a ensinar.

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19 - horror a, de: Tinha horror a quiabo refogado.20 - impróprio para: O lme era impróprio para menores.21 - junto a, com, de: Junto com o material, encontrei este

documento22 - necessárío a, para: A medida foi necessária para acabar 

com tanta dúvida.23 - passível de: As regras são passíveis de mudanças.24 - preferível a: Tudo era preferível à sua queixa.25 - respeito a, entre, para com: É necessário o respeito às leis.26 - sito em: O apartamento sito em Brasília foi vendido.27 - situado em: Minha casa está situada na Avenida

Internacional.

Outras Regências

- aito: com, por - lento: em- alheio: a, de - próximo: a, de- aliado: a, com - rente: a- análogo: a - residente: em- coerente: com - respeito: a, com, de, para com, por - compatível: com - satisfeito: com, de, em, por - contíguo: a - semelhante: a- desprezo: a, de, por - sensível: a- empenho: de, em, por - suspeito: de- equivalente: a - útil: a, para

- fértil: de, em - vazio: de- hostil: a, para com - versado: em- inerente: a - vizinho: a, de

REGÊNCIA VERBAL

Regência verbal é a relação de dependência que se estabeleceentre o verbo de uma sentença e seus complementos. Vejamos aregência de alguns verbos de emprego mais comum:

ABDICAR  renunciar ao poder, a um cargo, título desistir.Pode ser intransitivo (VI não exige complemento) / transitivodireto (M) ou transitivo indireto (TI +preposição)

- D. Pedro abdicou em 1831. (VI)

- A vencedora abdicou o seu direto de rainha. (VTD)- Nunca abdicarei de meus direitos. (VTI)

ABRAÇAR  empregase sem / sem preposição no sentido deapertar nos braços. A mãe abraçoua com ternura. (VTD)

- Abraçouse a mim, chorando. (VTI)

AGRADAR  empregase com preposição no sentido decontentar, satisfazer.(VTI)

- A banda Legião Urbana agrada aos jovens. (VTI)AGRADAR empregase sem preposição no sentido de

acariciar, mimar.- Márcio agradou a esposa com um lindo presente. (VTD)

AJUDAR  empregase sem preposição; objeto direto de pessoa.

- Eu ajudavaa no serviço de casa. (VTD)

ALUDIR  (=fazer alusão, referirse a alguém), empregase com  preposição.

- Na conversa aludiu vagamente ao seu novo projeto. (VTI)

ANSIAR  empregase sem preposição no sentido de causarmalestar, angustiar.

- A emoção ansiavame. (VTD)ANSIAR empregase com preposição no sentido de desejar

ardentemente por.- Ansiava por vêlo novamente. (VTI)

ASPIRAR  empregase sem preposição no sentido derespirar, cheirar.

- Aspiramos um ar excelente, no campo. (VTD)ASPIRAR empregase com preposição no sentido de querer

muito, ter por objetivo.- Gincizinho aspira ao cargo de diretor da Penitenciária. (VTI)

ASSISTIR  empregase com preposição a no sentido de ver,presenciar.

- Todos assistíamos à novela Almas Gêmeas. (VTI) Nesse caso, o verbo não aceita o pronorne lhe, mas apenas os

 pronomes pessoais retos +preposição:- O lme é ótimo. Todos querem assistir  a ele. (VTI)ASSISTIR empregase sem / com preposição no sentido de

socorrer, ajudar.- A professora sempre assiste os alunos com carinho. (VTD)- A professora sempre assiste aos alunos com carinho. (VTI)ASSISTIR empregase com preposição no sentido de caber,

ter direito ou razão.

- O direito de se defender assiste a todos. (VT1 )ASSISTIR no sentido de morar, residir é intransitivo e exige

a preposição em.Assiste em Manaus por muito tempo. (VI)

ATENDER  empregado sem preposição no sentido dereceber alguém com atenção.

- O médico atendeu o cliente pacientemente. (VTD)ATENDER no sentido de ouvir , conceder.- Deus atendeu minhas preces.(VTD)- Atenderemos quaisquer pedido via internet .ATENDER empregase com preposição no sentido de dar

atenção a alguém.- Lamento não poder atender à solicitação de recursos. (VTI)

ATENDER empregase com preposição no sentido de ouvir comatenção o que alguém diz.- Atenda ao telefone, por favor.- Atenda o telefone. (preferência brasileira)

A VISAR  avisar alguém de alguma coisa.O chefe avisou os funcionários de que os documentos estavam

 prontos. (VTD)- Avisaremos os clientes da mudança de endereço. (VTD )Já tem tradição na língua o uso de avisar como OI de pessoa

e OD de coisa.-  Avisamos  aos clientes que vamos atendêlos em novo

endereço.

BATER  empregase com preposição no sentido de dar 

 pancadas em alguém.- Os irmãos batiam nele (ou batiamlhe) à toa.- Nervoso, entrou em casa e bateu a porta.(fechou com força)- Foi logo batendo à porta. (baterjunto à porta, para alguém

abrir)Para que ele pudesse ouvir, era preciso bater naporta de seu

quarto. (dar pancadas)

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CASAR  Marina casou cedo e  pobre. (VI não exigecomplemento)

Você é realmente digno de casar  com minha lha. (VTI com  preposição)

- Ela casou antes dos vinte anos. (VTD sem preposição

Atenção: O verbo casar pode vir acompanhado de pronomereexivo.

- Ela casou com o seu grande amor. ou Ela casouse com seugrande amor.

CHAMAR  empregase sem preposição no sentido deconvocar.- O juiz chamou o réu à sua presença. (VTD)Empregase com ou sem preposição no sentido de denominar,

apelidar, construido com objeto + predicativo.- Chamouo covarde. (VTD) / Chamouo de covarde. (VID)- Chamoulhe covarde. (VTI) / Chamoulhe de covarde. (VTI)- Chamava por Deus nos momentos diceis. (VTI)

CHEGAR  como intransitivo, o verbo chegar  exige a preposição a quando indica lugar.

- Chegou ao aeroporto meio apressada.Como transitivo direto (VTD) e intransitivo (VI) no sentido

de aproximar.

- Chegueime a ele.CONTENTARSE empregase com as preposições com, de,

em: - Contentamse com migalhas. (VTI)- Contentome em aplaudir daqui.

CUSTAR  é transitivo direto no sentido de ter valor de, sercaro.

- Este computador custa muito caro. (VTD)CUSTAR no sentido de ser difícil é TI. É conjugado como

verbo reexivo, na 3ª pessoa do singular, e seu sujeito é umaoração reduzida de innitivo 

- Custoume pegar um táxi.(foi dicil )- O carro custoume todas as economias.

CUSTAR é transitivo direto e indireto (TDI) no sentido deacarretar 

- A imprudência custoulhe lágrimas amargas. (VTDI)

ENSINAR  é intransitivo no sentido de doutrinar, pregar.- Minha mãe ensina na FAI.ENSINAR é transitivo direto no sentido de educar.- Nem todos ensinam as crianças.ENSINAR é transitivo  direto e indireto no sentido de dar 

ínstrução sobre.- Ensino os exercícios mais diceis aos meus alunos.

ENTRETER  empregado como divertirse exige as preposições: a, com, em.

- Entretínhamonos em recordar o passado.

ESQUECER  / LEMBRAR  estes verbos admitem asconstruções:

- Esqueci o endereço dele. / 1  Lembrei um caso interessante.-  Esquecime do endereço dele./ 2 Lembreime de um caso

interessante.

-  Esqueceu  me seu endereço. / 3  Lembrame um casointeressante.

Você pode observar que no 1º exemplo tanto o verbo esquecer  como lembrar, não são pronominais, isto é, não exigem os pronomes me, se, lhe, são transitivos diretos (TD).

  Nos exemplos, ambos os verbos, esquecer  e lembrar ,exigem o pronome e a preposição de; são transitivos indiretos e pronominais.

  No exemplo o verbo esquecer  está empregado no sentidode apagar da memória. e o verbo lembrar  está empregado no

sentido de vir à memória. Na língua culta, os verbos esquecer e lembrar quando usados

com a preposição de, exigem os pronomes.

IMPLICAR  empregase com preposição no sentido de terimplicância com alguém, é TI.

- Nunca implico com meus alunos. (VTI)IMPLICAR empregase sem preposição no sentido de 

acarretar, envolver, é TD.- A queda do dólar implica corrida ao over. (VTE)- O desestímulo ao álcool combustível implica uma volta ao

 passado. (VTD)IMPLICAR empregase sem preposição no sentido de

embaraçar, comprometer, é TD.

- O vizinho implicouo naquele caso de estupro. (VTD)É inadequada a regência do verbo implicar em:- Implicou em confusão.

INFORMAR  o verbo informar  possui duas construções,VTD e VTI,

- Informeio que sua aposentaria saiu. (VTD)- Informeilhe que sua aposentaria. (VT1-  Informouse das mudanças logo cedo. (inteirarse, verbo

 pronominal)

INVESTIR empregase com preposição (com ou contra) nosentido de atacar, é TI.

O touro Bandido investiu contra Tião.

INVESTIR empregado como verbo transitivo direto eíndireto, no sentido de dar posse.- O prefeito investiu Renata no cargo de assessora. (VTDI)INVESTIR empregase sem preposição no sentido também de

empregar dinheiro, é TD.- Nós investimos parte dos lucros em pesquisas cientícas.

(VTD)

MORAR  antes de substantivo rua, avenida, usase morar com a preposição em.

- D. Marina Falcão mora na rua Dorival de Barros.

NAMORAR  a regência correta deste verbo é namoraralguém e NÃO namorar com alguém.

- Meu lho, Paulo César, namora Cristiane. Marcelo namora Raquel.

NECESSITAR  empregase com verbo transitivo direto ouindireto, no sentido de precisar.

- Necessitávamos o seu apoio.- Necessitávamos de seu apoio,(VTDI)

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OBEDECER  / DESOBEDECER  empregase com verbotransitivo direto e indireto no sentido de cumprir ordens.

- Obedecia às irmãs e irmãos.- Não desobedecia às leis de trânsito.

PAGAR  empregase sem preposição no sentido de saldarcoisa, é VTI).

- Cida pagou o pão.- Paguei a costura. (VTD)PAGAR – emprega-se com preposição no sentido de

remunerar pessoa, é VTI.

- Cida pagou ao padeiro.- Paguei à costureira., à secretária. (VTI)PAGAR empregase como verbo transitivo direto e indireto,

 pagar alguma coisa a alguém. - Cida pagou a carne ao açougueiro. (VTDI)PAGAR por alguma coisa: Quanto pagou pelo carro?PAGAR sem complemento: Assistiu aos jogos sem pagar 

PEDIR  somente se usa pedir para, quando, entre pedir e opara, puder colocar a palavra licença. Caso contrário, dízse pedirque.

- A secretária pediu para sair mais cedo. (pediu licença)- A direção pediu que todos os funcionários, comparecessem

à reunião.

PERDOAR  empregase sem preposição no sentido de perdoar  coisa, é TD.

- Devemos perdoar as ofensas. (VTD )PERDOAR empregase com preposição no sentido de

conceder o perdão à pessoa, é TI.- Perdoemos aos nossos inimigos. (VTI)PERDOAR empregase como verbo transitivo direto e

indireto, no sentido de ter necessidade.- A mãe perdoou ao lho a mentira. (VTDI)PERDOAR  admite voz passiva:- Todos serão perdoados pelos pais.

PERMITIR  empregado com preposição, exige objeto

indireto de pessoa.- O médico permitiu ao paciente que falasse. (VTI)PERMITIR constróise com o pronome lhe e NÃO o:- O assistente permitiulhe que entrasse.PERMITIR  não se usa apreposição  de antes de oração

innitiva:- Os pais não lhe permite ir sozinha à festa do Peão. (e não

de ir sozinha)

PISAR  é verbo transitivo direto VTD.- Tinha pisado o continente brasileiro. (não exige a preposição

no)

PRECISAR  empregase com preposição no sentido de ter

necessidade, é VTI.- As crianças carentes  precisam  de melhor atendimentomédico. (VTI)

PRECISAR quando o verbo precisar vier acompanhado deinnítivo, podese usar a preposição de; a língua moderna tende adispensála.

- Você é rico, não precisa trabalhar muito.

PRECISAR usase, às vezes na voz passiva, com sujeitoindeterminado.

-  Precisase de funcionários competentes. (sujeitoindeterminado)

PRECISAR empregase sem preposição no sentido de indicar com exatidão.

- Perdeu muito dinheiro no jogo, mas não sabe precisar aquantia.(VTD)

PREFERIR  empregase sem preposição no sentido de terpreferência. (sem escolha)

- Prero dias mais quentes. (VTD)PREFERIR VTDI, no sentido de ter preferência, exige a

 preposição a.- Prero dançar a nadar.- Prero chocolate a doce de leite.  Na linguagem formal, culta, é inadequado usar este verbo

reforçado pelas palavras ou expressões: antes, mais, muito mais,mil vezes mais, do que.

PRESIDIR  empregase com objeto direto ou objeto indireto,com a preposição a.

- O reitor  presidiu à sessão.- O reitor presidiu a sessão.

PREVENIR admite as construções:- A paciência previne dissabores.- Preveni minha turma.- Quero prevenilos.- Prevenimonos para o exame nal.

PROCEDER  empregase como verbo intransitivo no sentidode ter fundamento.

- Sua tese não procede. (VI)PROCEDER empregase com a preposição de no sentido de

originarse, vir de.- Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito

ao próximo.

PROCEDER empregase como transitivo indireto  com a preposição a, no sentido de dar início.

- Procederemos a uma investigação rigorosa. (VTI)

QUERER  empregase sem preposição no sentido de desejar.- Quero vêlo ainda hoje.(VTD)QUERER empregase com preposição no sentido de gostar,

ter afeto, amar.- Quero muito bem às minhas cunhadas Vera e Ceiça.

RESIDIR como o verbo morar , o verbo responder , constróisecom a preposição em.

- Residimos em Lucélia, na Avenida Internacional .

Atenção: Residente e residência têm a mesma regencia deresidir  em.

RESPONDER  empregase no sentido de responder algumacoisa a alguém.

- O senador respondeu ao jornalista que o projeto do rio SãoFrancisco estava no nal. (VTDI)

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RESPONDER empregase no sentido de responder a umacarta, a uma pergunta.

- Enrolou, enrolou e não respondeu à pergunta do professor.

REVERTER  empregase no sentido de regressar, voltar aoestado primitivo.

- Depois de aposentarse reverteu à ativa.REVERTER empregase no sentido de voltar para.a posse

de alguém.- As jóias reverterão ao seu verdadeiro dono.REVERTER empregase no sentido de destinarse.

- A renda da festa será revertida em benecio da Casa daSopa.

SIMPATIZAR  / ANTIPATlZAR . empregamse com a preposição com.

- Sempre simpatizei com pessoas negras.- Antipatizei com ela desde o primeiro momento.

Atenção: Estes verbos NÂO são pronominais, isto é, nãoexigem os pronomes me, se, nos, etc.

- Simpatizeime com você. (inadequado)- Simpatizei com você. ( adequado)

SUBIR   Subiu ao céu. / Subir à cabeça. / Subir  ao trono. /

Subir  ao poder.- Essas expressões exigem a preposição a.

SUCEDER  empregase com a preposição a no sentido desubstituir, vir depois.

- O descanso sucede ao trabalho.

TOCAR  empregase no sentido de pôr a mão, tocar alguém,tocar em alguém.

- Não deixava tocar o / no gato doente.TOCAR empregase no sentido de comover, sensibilizar,

usase com OD.- O nascimento do lho tocouo profundamente.TOCAR empregase no sentido de caber por sorte, herança,

é 0I.- Tocoulhe, por herança, uma linda fazenda.TOCAR empregase no sentido de ser da competência de,

caber.Ao prefeito é que toca deferir ou indeferir o projeto.

VISAR  empregase sem preposição como VT13 no sentidode apontar ou pôr visto.

- O garoto visou o inocente passarinho.- O gerente visou a correspondência.VISAR empregase com preposição como VTI no sentido de

desejar, pretender.Todos visam ao reconhecimento de seus esforços.

Casos Especiais

1 Darse ao trabalho ou darse o trabalho? Ambas asconstruções são corretas. A primeira é mais aceita.

Davase ao trabalho de responder tudo em Inglês.O mesmo se dá com: darse ao / o incômodo; poupar-se ao /o

trabalho; darse ao /o luxo.

2 Proporse alguma coisa ou proporse a alguma coisa?Proporse, no sentido de ter em vista, disporse a, pode vir com 

ou sem a preposição a.Ela se propôs leválo/ a leválo ao circo.

3 Passar revista a ou passar em revista?Ambas estão corretas, porém a segunda construção é mais

freqüente.O presidente passou a tropa em revista.

4 Em que pese a expressão concessiva equivalendo a aindaque custe a, apesar de, não obstante.

- “  Em que pese aos inimigos do paraense, sinceramenteconfesso que o admiro.” (Graciliano Ramos)

Observações Finais

I Os verbos transitivos indiretos (exceção ao verbo obedecer ),NÃO admitem voz passiva. Os exemplos citados abaixo sãoconsiderados inadequados.

2 – O lme foi assistido pelos estudantes./ O cargo era visado  por todos. Os estudantes assistiram ao lme./ Todos visavam ao cargo.

3 Não se deve dar o mesmo complemento a verbos deregências diferentes, como: Entrou e saiu de casa. / Assisti egostei  da peça. Corrijase para: Entrou na casa e saiu dela. /Assisti à peça e gostei dela.

4 As formas oblíquas o, a, os, as funcionam comocomplemento de verbos transitivos diretos, enquanto as formaslhe, lhes funcionam como transitivos indiretos que exigem a preposição a. Convidei as amigas. Convideias. / Obedeço aomestre. Obedeço lhe.

EXERCÍCIOS

1. (IBGE) Assinale a opção que apresenta a regência verbalincorreta, de acordo com a norma culta da língua:

a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável.  b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do corte

de cana.c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros.d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade.e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro

 pretendido. 2. (IBGE) Assinale a opção que contém os pronomes relativos,

regidos ou não de preposição, que completam corretamente asfrases abaixo: Os navios negreiros, ....... donos eram tracantes,

foram revistados. Ninguém conhecia o tracante ....... o fazendeironegociava.a) nos quais / que b) cujos / com quemc) que / cujod) de cujos / com queme) cujos / de quem

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3. (IBGE) Assinale a opção em que as duas frases secompletam corretamente com o pronome lhe:

a) Não ..... amo mais. / O lho não ..... obedecia. b) Espero-..... há anos. / Eu já ..... conheço bem.c) Nós ..... queremos muito bem. / Nunca ..... perdoarei, João.d) Ainda não ..... encontrei trabalhando, rapaz. / Desejou-.....

felicidades.e) Sempre ..... vejo no mesmo lugar. / Chamou-..... de tolo.

4. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devemser seguidos pela mesma preposição:

a) ávido / bom / inconseqüente b) indigno / odioso / peritoc) leal / limpo / onerosod) orgulhoso / rico / sedentoe) oposto / pálido / sábio

5. (UF-FLUMINENSE) Assinale a frase em que está usadoindevidamente um dos pronomes seguintes: o, lhe.

a) Não lhe agrada semelhante providência? b) A resposta do professor não o satisfez.c) Ajudá-lo-ei a preparar as aulas.d) O poeta assistiu-a nas horas amargas, com extrema

dedicação.

e) Vou visitar-lhe na próxima semana.

6. (BB) Regência imprópria:a) Não o via desde o ano passado. b) Fomos à cidade pela manhã.c) Informou ao cliente que o aviso chegara.d) Respondeu à carta no mesmo dia.e) Avisamos-lhe de que o cheque foi pago.

7. (BB) Alternativa correta:a) Precisei de que fosses comigo. b) Avisei-lhe da mudança de horário.c) Imcumbiu-me para realizar o negócio.d) Recusei-me em fazer os exames.

e) Convenceu-se nos erros cometidos.

8. (EPCAR) O que devidamente empregado só não seriaregido de preposição na opção:

a) O cargo ....... aspiro depende de concurso. b) Eis a razão ....... não compareci.c) Rui é o orador ....... mais admiro.d) O jovem ....... te referiste foi reprovado.e) Ali está o abrigo ....... necessitamos.

9. (UNIFIC) Os encargos ....... nos obrigaram são aqueles .......o diretor se referia.

a) de que - que

 b) a cujos - cujosc) por que – qued) cujos – cujoe) a que - a que

10. As mulheres da noite ....... o poeta faz alusão ajudam acolorir Aracaju, ....... coração bate de noite, no silêncio.

A alternativa que completa corretamente as lacunas da fraseacima é:

a) as quais / de cujo b) a que / no qualc) de que / o quald) às quais / cujoe) que / em cujo

 Respostas(1-D) (2-B) (3-C) (4-D) (5-E) (6-E) (7-A) (8-E) (9-E) (10-D)

CraseCrase é a superposição de dois “a”, geralmente a preposição

“a” e o artigo a(s), podendo ser também a preposição “a” e o pronome demonstrativo a(s) ou a preposição “a” e o “a” inicialdos pronomes demonstrativos aqueles(s), aquela(s) e aquilo. Essasuperposição é marcada por um acento grave (`).

Assim, em vez de escrevermos “entregamos a mercadoriaa a vendedora”, “esta blusa é igual a a que compraste” ou “elesdeveriam ter comparecido a aquela festa”, devemos sobrepor osdois “a” e indicar esse fato com um acento grave: “Entregamosa mercadoria à vendedora”. “Esta blusa é igual à que compraste”.“Eles deveriam ter comparecido àquela festa.”

O acento grave que aparece sobre o “a” não constitui, pois, a

crase, mas é um mero sinal gráco que indica ter havido a uniãode dois “a” (crase).Para haver crase, é indispensável a presença da preposição “a”,

que é um problema de regência. Por isso, quanto mais conhecer aregência de certos verbos e nomes, mais fácil será para ele ter odomínio sobre a crase.

 Não existe Crase

- Antes de palavra masculina: Chegou a tempo ao trabalho;Vieram a pé; Vende-se a prazo.

-  Antes de verbo: Ficamos a admirá-los; Ele começou a ter alucinações.

-  Antes de artigo indenido: Levamos a mercadoria a umarma; Rero-me a uma pessoa educada.

-   Antes de expressão de tratamento introduzida pelos  pronomes possessivos Vossa ou Sua ou ainda da expressãoVocê, forma reduzida de Vossa Mercê: Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria; Traremos a Sua Majestade, o rei Hubertus, umamensagem de paz; Eles queriam oferecer ores a você.

-  Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa: Não merero a esta carta; Os críticos não deram importância a essa obra.

- Antes dos pronomes pessoais: Nada revelei a ela; Dirigiu-sea mim com ironia.

-   Antes dos pronomes indenidos com exceção de outra: Direi isso a qualquer pessoa; A entrada é vedada a toda pessoaestranha. Com o pronome indenido outra(s), pode haver crase  porque ele, às vezes, aceita o artigo denido a(s): As cartasestavam colocadas umas às outras (no masculino, caria “oscartões estavam colocados uns aos outros”).

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- Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinteestiver no plural: Falei a vendedoras desta rma; Rero-me a  pessoas curiosas.

- Quando, antes do “a”, existir preposição: Ela compareceu perante a direção da empresa; Os papéis estavam sob a mesa.Exceção feita, às vezes, para até , por motivo de clareza: A águainundou a rua até à casa de Maria (= a água chegou perto da casa);se não houvesse o sinal da crase, o sentido caria ambíguo: a águainundou a rua até a casa de Maria (= inundou inclusive a casa).

Quando até  signica “perto de”, é preposição; quando signica“inclusive”, é partícula de inclusão.

- Com expressões repetitivas: Tomamos o remédio gota a gota; Enfrentaram-se cara a cara.

- Com expressões tomadas de maneira indeterminada: Odoente foi submetido a dieta leve (no masc. = foi submetido arepouso, a tratamento prolongado, etc.); Prero terninho a saia e blusa (no masc. = prero terninho a vestido).

- Antes de pronome interrogativo, não ocorre crase:  A queartista te referes?

- Na expressão valer a pena (no sentido de valer o sacrifício,

o esforço), não ocorre crase, pois o “a” é artigo denido: Parodiando Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma nãoé pequena...

 A Crase é Facultativa

- Antes de nomes próprios feminino: Enviamos um telegramaà Marisa; Enviamos um telegrama a Marisa. Em português, antesde um nome de pessoa, pode-se ou não empregar o artigo “a” (“AMarisa é uma boa menina”. Ou “Marisa é uma boa menina”). Por isso, mesmo que a preposição esteja presente, a crase é facultativa.Quando o nome próprio feminino vier acompanhado de umaexpressão que o determine, haverá crase porque o artigo denido

estará presente. Dedico esta canção à Candinha do Major Quevedo.[A (artigo) Candinha do Major Quevedo é fanática por seresta.]

-  Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular: Pediu informações à minha secretária; Pediu informações a minhasecretária. A explicação é idêntica à do item anterior: o pronomeadjetivo possessivo aceita artigo, mas não o exige (“Minhasecretária é exigente.” Ou: “A minha secretária é exigente”).Portanto, mesmo com a presença da preposição, a crase éfacultativa.

- Com o pronome substantivo possessivo feminino singular ,o uso de acento indicativo de crase não é facultativo (conforme ocaso, será proibido ou obrigatório): A minha cidade é melhor que a

tua. O acento indicativo de crase é proibido porque, no masculino,caria assim: O meu sítio é melhor que o teu (não há preposição,apenas o artigo denido). Esta gravura é semelhante à nossa. Oacento indicativo de crase é obrigatório porque, no masculino,caria assim: Este quadro é semelhante ao nosso (presença de preposição + artigo denido).

Casos Especiais

-   Nomes de localidades: Dentre as localidades, há as queadmitem artigo antes de si e as que não o admitem. Por aí se deduzque, diante das primeiras, desde que comprovada a presença de preposição, pode ocorrer crase; diante das segundas, não. Para sesaber se o nome de uma localidade aceita artigo, deve-se substituir o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação“na” com o verbo estar ou “da” com o verbo vir, haverá crasecom o “a” da frase original. Se ocorrer “em” ou “de”, não haverácrase: Enviou seus representantes à Paraíba (estou na Paraíba; vim

da Paraíba); O avião dirigia-se a Santa Catarina (estou em SantaCatarina; vim de Santa Catarina); Pretendo ir  à Europa (estouna Europa; vim da Europa). Os nomes de localidades que nãoadmitem artigo passarão a admiti-lo, quando vierem determinados.Porto Alegre indeterminadamente não aceita artigo: Vou a PortoAlegre (estou em Porto Alegre; vim de Porto Alegre); Mas,acompanhando-se de uma expressão que a determine, passaráa admiti-lo: Vou à grande Porto Alegre (estou na grande PortoAlegre; vim da grande Porto Alegre); Iríamos a Madri para car três dias; Iríamos à Madri das touradas para car três dias.

-   Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: quando a preposição “a” surge diante desses demonstrativos,devemos sobrepor essa preposição à primeira letra dosdemonstrativos e indicar o fenômeno mediante um acento grave:Enviei convites àquela sociedade (= a + aquela); A solução nãose relaciona àqueles problemas (= a + aqueles); Não dei atençãoàquilo (= a + aquilo). A simples interpretação da frase já nos fazconcluir se o “a” inicial do demonstrativo é simples ou duplo.Entretanto, para maior segurança, podemos usar o seguinteartifício: Substituir os demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo  pelos demonstrativos este(s), esta(s), isto, respectivamente. Se,antes destes últimos, surgir a preposição “a”, estará comprovadaa hipótese do acento de crase sobre o “a” inicial dos pronomesaquele(s), aquela(s), aquilo. Se não surgir a preposição “a”,estará negada a hipótese de crase. Enviei cartas àquela empresa./Enviei cartas a esta empresa; A solução não se relaciona àqueles

 problemas./ A solução não se relaciona a estes problemas; Nãodei atenção àquilo./ Não dei atenção a isto; A solução era aquelaapresentada ontem./ A solução era esta apresentada ontem.

-  Palavra “casa”: quando a expressão casa signica “lar”,“domicílio” e não vem acompanhada de adjetivo ou locuçãoadjetiva, não há crase: Chegamos alegres a casa; Assim que saiudo escritório, dirigiu-se a casa; Iremos a casa à noitinha. Mas, sea palavra casa estiver modicada por adjetivo ou locução adjetiva,então haverá crase: Levaram-me à casa de Lúcia; Dirigiram-se àcasa das máquinas; Iremos à encantadora casa de campo da famíliaSousa.

-   Palavra “terra”: Não há crase, quando a palavra terra

signica o oposto a “mar”, “ar” ou “bordo”: Os marinheiroscaram felizes, pois resolveram ir a terra; Os astronautas descerama terra na hora prevista. Há crase, quando a palavra signica“solo”, “planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”: O colonodedicou à terra os melhores anos de sua vida; Voltei à terra ondenasci; Viriam à Terra os marcianos?

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-  Palavra “distância”: Não se usa crase diante da palavradistância, a menos que se trate de distância determinada: Via-seum monstro marinho à distância de quinhentos metros; Estávamosà distância de dois quilômetros do sítio, quando aconteceu oacidente. Mas:  A distância, via-se um barco pesqueiro; Olhava-nos a distância.

-   Pronome Relativo: Todo pronome relativo tem umsubstantivo (expresso ou implícito) como antecedente. Para saber se existe crase ou não diante de um pronome relativo, deve-sesubstituir esse antecedente por um substantivo masculino. Se o “a”

se transforma em “ao”, há crase diante do relativo. Mas, se o “a” permanece inalterado ou se transforma em “o”, então não há crase:é preposição pura ou pronome demonstrativo: A fábrica a que merero precisa de empregados. (O escritório a que me rero precisade empregados.); A carreira à qual aspiro é almejada por muitos.(O trabalho ao qual aspiro é almejado por muitos.). Na passagemdo antecedente para o masculino, o pronome relativo não podeser substituído, sob pena de falsear o resultado: A festa a quecompareci estava linda (no masculino = o baile a que compareciestava lindo). Como se viu, substituímos festa por baile, mas o pronome relativo que não foi substituído por nenhum outro (o qualetc.).

 A Crase é Obrigatória

-  Sempre haverá crase em locuções prepositivas, locuçõesadverbiais ou locuções conjuntivas que tenham como núcleo umsubstantivo feminino: à queima-roupa, à maneira de, às cegas, ànoite, às tontas, à força de, às vezes, às escuras, à medida que, às pressas, à custa de, à vontade (de), à moda de, às mil maravilhas,à tarde, às oito horas, às dezesseis horas, etc. É bom não confundir a locução adverbial às vezes com a expressão fazer as vezes de,em que não há crase porque o “as” é artigo denido puro: Ele seaborrece às vezes (= ele se aborrece de vez em quando); Quandoo maestro falta ao ensaio, o violinista faz as vezes de regente (= oviolinista substitui o maestro).

-   Sempre haverá crase em locuções que exprimem hora

determinada: Ele saiu às treze horas e trinta minutos; Chegamosà uma hora. Cuidado para não confundir a, à e há com a expressãouma hora: Disseram-me que, daqui a uma hora, Teresa telefonaráde São Paulo (= faltam 60 minutos para o telefonema de Teresa);Paula saiu daqui à uma hora; duas horas depois, já tinha mudadotodos os seus planos (= quando ela saiu, o relógio marcava 1 hora);Pedro saiu daqui há uma hora (= faz 60 minutos que ele saiu).

- Quando a expressão “à moda de” (ou “à maneirade”) estiver subentendida: Nesse caso, mesmo que a palavrasubsequente seja masculina, haverá crase: No banquete, serviramlagosta à Termidor; Nos anos 60, as mulheres se apaixonavam por homens que tinham olhos à Alain Delon.

- Quando as expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”,etc. estiverem subentendidas: Dirigiu-se à Marechal Floriano (=dirigiu-se à Rua Marechal Floriano); Fomos à Renner (fomos àloja Renner); Telefonem à Guaíba (= telefonem à rádio Guaíba).

- Quando está implícita uma palavra feminina: Esta religiãoé semelhante à dos hindus (= à religião dos hindus).

-   Não confundir devido com dado (a, os, as): a primeiraexpressão pede preposição “a”, havendo crase antes de palavrafeminina determinada pelo artigo denido. Devido à discussão deontem, houve um mal-estar no ambiente (= devido ao barulho deontem, houve...); A segunda expressão não aceita preposição “a”(o “a” que aparece é artigo denido, não havendo, pois, crase):Dada a questão primordial envolvendo tal fato (= dado o problema  primordial...); Dadas as respostas, o aluno conferiu a prova (=dados os resultados...).

Excluída a hipótese de se tratar de qualquer um dos casosanteriores, devemos substituir a palavra feminina por outramasculina da mesma função sintática. Se ocorrer “ao” nomasculino, haverá crase no “a” do feminino. Se ocorrer “a”ou “o” no masculino, não haverá crase no “a” do feminino. O  problema, para muitos, consiste em descobrir o masculino decertas palavras como “conclusão”, “vezes”, “certeza”, “morte”,etc. É necessário então frisar que não há necessidade alguma deque a palavra masculina tenha qualquer relação de sentido coma palavra feminina: deve apenas ter a mesma função sintática:Fomos à cidade comprar carne. (ao supermercado); Pedimos umfavor à diretora. (ao diretor); Muitos são incensíveis à dor alheia.(ao sofrimento); Os empregados deixam a fábrica. (o escritório);O perfume cheira a rosa. (a cravo); O professor chamou a aluna.(o aluno).

 Exercícios

01. A crase não é admissível em:a) Comprou a crédito. b) Vou a casa de Maria.c) Fui a Bahia.d) Cheguei as doze horas.e) A sentença foi favorável a ré.

02. Assinale a opção em que falta o acento de crase:a) O ônibus vai chegar as cinco horas. b) Os policiais chegarão a qualquer momento.

c) Não sei como responder a essa pergunta.d) Não cheguei a nenhuma conclusão.

03. Assinale a alternativa correta:a) O ministro não se prendia à nenhuma diculdade

 burocrática. b) O presidente ia a pé, mas a guarda ocial ia à cavalo.c) Ouviu-se uma voz igual à que nos chamara anteriormente.d) Solicito à V. Exa. que reconheça os obstáculos que estamos

enfrentando.

04. Marque a alternativa correta quanto ao acentoindicativo da crase:

a) A cidade à que me rero situa-se em plena oresta, aalgumas horas de Manaus.

  b) De hoje à duas semanas estaremos longe, a muitosquilômetros daqui, a gozar nossas merecidas férias.

c) As amostras que servirão de base a nossa pesquisa estão hámuito tempo à disposição de todos.

d) À qualquer distância percebia-se que, à falta de cuidados, alavoura amarelecia e murchava.

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12. A alusão ___ lembranças da casa materna trazia ___ tona uma vivência ___ qual já havia renunciado.

a) às - a - a b) as - à - hác) as - a - àd) às - à - àe) às - a - há

13. Use a chave ao sair ou entrar ___ 20 horas.a) após às b) após as

c) após dasd) após ae) após à

14. ___ dias não se consegue chegar ___ nenhuma daslocalidades ___ que os socorros se destinam.

a) Há - à - a b) A - a - ac) À - à - ad) Há - a - ae) À - a - a

15. Fique __ vontade; estou ___ seu inteiro dispor paraouvir o que tem ___ dizer.

a) a - à – a b) à - a – ac) à - à – ad) à - à – àe) a - a - a

 Respostas(1-A) (2-A) (3-C) (4-C) (5-C) (6-C) (7-D) (8-B) (9-B) (10-D)

(11-A) (12-D) (13-B) (14-D) (15-B)

 PONTUAÇÃO

Pontuação é o conjunto de sinais grácos que indica na escritaas pausas da linguagem oral.

PONTO

O ponto é empregado em geral para indicar o nal de umafrase declarativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecidocomo nal. Nos casos comuns ele é chamado de simples.

Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depoisde Cristo), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).

PONTO DE INTERROGAÇÃO

É usado para indicar pergunta direta.Onde está seu irmão?

Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.A mim ?! Que idéia!

05. Em qual das alternativas o uso do acento indicativo decrase é facultativo?

a) Minhas idéias são semelhantes às suas. b) Ele tem um estilo à Eça de Queiroz.c) Dei um presente à Mariana.d) Fizemos alusão à mesma teoria.e) Cortou o cabelo à Gal Costa.

06. “O pobre ca ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que acontece ao seu redor”.

a) à - a - aquilo b) a - a - àquiloc) a - à - àquilod) à - à - aquiloe) à - à - àquilo

07. “A casa ca ___ direita de quem sobe a rua, __ duasquadras da Avenida Central”.

a) à - há b) a - àc) a - hád) à - ae) à - à

08. “O grupo obedece ___ comando de um pernambucano,radicado __ tempos em São Paulo, e se exibe diariamente ___ hora do almoço”.

a) o - à - a b) ao - há - àc) ao - a - ad) o - há - ae) o - a - a

09. “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já expostos __ V.Sª __ alguns dias”.

a) à - àqueles - a - há

 b) a - àqueles - a - hác) a - aqueles - à - ad) à - àqueles - a - ae) a - aqueles - à - há

10. Assinale a frase gramaticalmente correta:a) O Papa caminhava à passo rme. b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.c) Chegou à noite, precisamente as dez horas.d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.

11. O Ministro informou que iria resistir __ pressõescontrárias __ modicações relativas __ aquisição da casaprópria.

a) às - àquelas - à b) as - aquelas - ac) às - àquelas - ad) às - aquelas - àe) as - àquelas - à

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PONTO DE EXCLAMAÇÃO

É usado depois das interjeições, locuções ou frasesexclamativas.

Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!Ó jovens! Lutemos!

VÍRGULA

A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pausa na fala. Emprega-se a vírgula:

- Nas datas e nos endereços: São Paulo, 17 de setembro de1989; Largo do Paissandu, 128.- No vocativo e no aposto: Meninos, prestem atenção!;

Termópilas, o meu amigo, é escritor.- Nos termos independentes entre si: O cinema, o teatro, a

 praia e a música são as suas diversões.- Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo.

 Neste caso é usado o duplo emprego da vírgula: Ontem teve inícioa maior festa da minha cidade, isto é, a festa da padroeira.

- Após alguns adjuntos adverbiais: No dia seguinte, viajamos para o litoral.

- Com certas conjunções. Neste caso também é usado oduplo emprego da vírgula: Isso, entretanto, não foi suciente paraagradar o diretor.

- Após a primeira parte de um provérbio: O que os olhos nãovêem, o coração não sente.- Em alguns casos de termos oclusos: Eu gostava de maçã, de

 pêra e de abacate.

RETICÊNCIAS

- São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento: Não me disseste que era teu pai que ...

- Para realçar uma palavra ou expressão: Hoje em dia, mulher casa com “pão” e passa fome...

- Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento:Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...

PONTO E VÍRGULA

- Separar orações coordenadas de certa extensão ou quemantém alguma simetria entre si: “Depois, lracema quebrou a

 echa homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigoa ponta farpada.”

- Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgulaou no seu interior: Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; Omotorista, porém, mais calmo, resolveu o problema sozinho.

DOIS PONTOS

- Enunciar a fala dos personagens: Ele retrucou: Não vês por onde pisas?

- Para indicar uma citação alheia: Ouvia-se, no meio da

confusão, a voz da central de informações de passageiros do vôodas nove: “queiram dirigir-se ao portão de embarque”.- Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou

expressão anterior:   Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.

- Enumeração após os apostos: Como três tipos de alimento:vegetais, carnes e amido.

TRAVESSÃO

Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve paraisolar palavras ou frases

- “Quais são os símbolos da pátria?- Que pátria?- Da nossa pátria, ora bolas!” (P. M Campos).- “Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia,

 parava outra vez.- a claridade devia ser suciente p’ra mulher ter avistado mais

alguma coisa”. (M. Palmério).

• Usa-se para separar orações do tipo:- Avante!- Gritou o general.- A lua foi alcançada, anal - cantava o poeta.

Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras queformam uma cadeia de frase:

- A estrada de ferro Santos – Jundiaí.- A ponte Rio – Niterói.- A linha aérea São Paulo – Porto Alegre.

ASPAS

São usadas para:• Indicar citações textuais de outra autoria.“A bomba não tem endereço certo.” (G. Meireles)• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em

que se expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares:

Há quem goste de “jazz-band”. Não achei nada “legal” aquela aula de inglês.• Para enfatizar palavras ou expressões:Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível” naquela

noite.• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas,

etc.“Fogo Morto” é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.

• Em casos de ironia:A “inteligência” dela me sensibiliza profundamente.Veja como ele é “educado” - cuspiu no chão.

PARÊNTESES

Empregamos os parênteses:• Nas indicações bibliográcas.“Sede assim qualquer coisa, serena, isenta, el”. (Meireles,

Cecília , “Flor de Poemas”).• Nas indicações cênicas dos textos teatrais:“Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com

os olhos fora das órbitas. Amália se volta)”. (G. Figueiredo)• Quando se intercala num texto uma idéia ou indicação

acessória:“E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, mor-rendo de fome.” (C. Lispector)

• Para isolar orações intercaladas:“Estou certo que eu (se lhe ponhoMinha mão na testa alçada)Sou eu para ela.” (M. Bandeira)

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COLCHETES [ ]

Os colchetes são muito empregados na linguagem cientíca.

ASTERISCO

O asterisco é muito empregado para chamar a atenção doleitor para alguma nota (observação).

BARRA

A barra é muito empregada nas abreviações das datas e emalgumas abreviaturas.

 Exercícios

1. (IBGE) Assinale a opção que apresenta erro de pontuação:a) Sem reforma, social, as desigualdades entre as cidades

 brasileiras, crescerão sempre...  b) No Brasil, a diferença social é motivo de constante

 preocupação.c) O candidato que chegou atrasado fez um ótimo teste no

IBGE.d) Tenho esperanças, pois a situação econômica não demora

a mudar.

e) Ainda não houve tempo, mas, em breve, as providênciasserão tomadas.

 2. (IBGE) Assinale a seqüência correta dos sinais de

 pontuação que devem ser usados nas lacunas da frase abaixo. Nãocabendo qualquer sinal, O indicará essa inexistência: Aos poucos.... a necessidade de mão-de-obra foi aumentando .... tornando-senecessária a abertura dos portos .... para uma outra população detrabalhadores ..... os imigrantes.

a) O - ponto e vírgula - vírgula - vírgula b) O - O - dois pontos - vírgulac) vírgula, vírgula - O - dois pontosd) vírgula - ponto e vírgula - O - dois pontose) vírgula - dois pontos - vírgula - vírgula

3. (IBGE) Assinale a seqüência correta dos sinais de pontuaçãoque devem preencher as lacunas da frase abaixo. Não havendosinal, O indicará essa inexistência. Na época da colonização ..... osnegros e os indígenas escravizados pelos brancos ..... reagiram .....indiscutivelmente ..... de forma diferente.

a) O - O - vírgula - vírgula b) O - dois pontos - O - vírgulac) O - dois pontos - vírgula - vírgulad) vírgula - vírgula - O - Oe) vírgula - O - vírgula – vírgula 4. (ABC-SP) Assinale a alternativa cuja frase está corretamente

 pontuada:

a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.

 b) Ele, modestamente se retirou.c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia.d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.e) Estas cidades se constituem, na maior parte de imigrantes

alemães.

5. (BB) “Os textos são bons e entre outras coisas demonstramque há criatividade”. Cabem no máximo:

a) 3 vírgulas b) 4 vírgulasc) 2 vírgulasd) 1 vírgulae) 5 vírgulas

6. (CESGRANRIO) Assinale o texto de pontuação correta:a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma

comadre, minha avó.

  b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: provocava risos, muxoxos, palavrões.c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam

deles os outros, sem que este riso os impeça de conservar as suasroupas e o seu calçado.

d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliammuito dócil muito leve, como os pedaços da carta de ABC,triturados soltos no ar.

e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tardenotei, que me achava lá, numa sala pequena.

 7. (TTN) Das redações abaixo, assinale a que não está

 pontuada corretamente:a) Os candidatos, em la, aguardavam ansiosos o resultado

do concurso.

 b) Em la, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultadodo concurso.c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em la, o resultado

do concurso.d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do

concurso, em la.e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em la, o resultado

do concurso. (CARLOS CHAGAS-BA) Instruções para as questões

de números 8 e 9: Os períodos abaixo apresentam diferençasde pontuação, assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:

8.

a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reuniãocou mais animada. b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião

cou mais animada.c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião

cou mais animada.d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião,

cou mais animada.e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião

cou, mais animada.

9.a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu

venho.  b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que

eu venho.c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que

eu venho.d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que

eu venho.e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que

eu venho.

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10. (SANTA CASA) Os períodos abaixo apresentamdiferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:

a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio. b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio. 11. (PUC-RS) A alternativa com pontuação correta é:a) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacidade

de retenção é variável e muitas vezes inconscientemente,deturpamos o que ouvimos. b) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir: nossa capacidade

de retenção é variável e, muitas vezes, inconscientemente,deturpamos o que ouvimos.

c) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir! Nossa capacidadede retenção é variável e muitas vezes inconscientemente,deturpamos o que ouvimos.

d) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir; nossa capacidadede retenção, é variável e - muitas vezes inconscientemente,deturpamos o que ouvimos.

e) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacidadede retenção é variável - e muitas vezes inconscientemente -deturpamos, o que ouvimos.

(CESCEM) Nas questões 12 a 15, os períodos foram pontuados de cinco formas diferentes. Leia-os todos e assinale aletra que corresponde ao período de pontuação correta:

12.a) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece

 pouco os deveres da hospitalidade.  b) Entra a propósito disse Alves, o seu moleque conhece

 pouco os deveres da hospitalidade.c) Entra a propósito, disse Alves o seu moleque conhece

 pouco os deveres da hospitalidade.d) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece

 pouco os deveres da hospitalidade.e) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece

 pouco, os deveres da hospitalidade. 13.a) Prima faça calar titio suplicou o moço, com um leve sorriso

que imediatamente se lhe apagou.  b) Prima, faça calar titio, suplicou o moço com um leve

sorriso que imediatamente se lhe apagou.c) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso

que imediatamente se lhe apagou.d) Prima, faça calar titio suplicou o moço com um leve sorriso

que imediatamente se lhe apagou.e) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso

que, imediatamente se lhe apagou. 

14.a) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meiogordo, sionomia insinuante, destas que mesmo sérias, trazemimpresso constante sorriso.

  b) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meiogordo, sionomia insinuante, destas que mesmo sérias trazem,impresso constante sorriso.

c) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meiogordo, sionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazemimpresso, constante sorriso.

d) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meiogordo, sionomia insinuante, destas que, mesmo sérias trazemimpresso constante sorriso.

e) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meiogordo, sionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazemimpresso constante sorriso.

15.

a) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva,empregou na execução do canto.

  b) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúvaempregou na execução do canto.

c) Deixo ao leitor calcular quanta paixão, a bela viúva,empregou na execução do canto.

d) Deixo ao leitor calcular, quanta paixão a bela viúva,empregou na execução do canto.

e) Deixo ao leitor, calcular quanta paixão a bela viúva,empregou na execução do canto.

 Respostas(1-A) (2-C) (3-E) (4-C) (5-C) (6-C) (7-E) (8-C) (9-D) (10-E)

(11-B) (12-D) (13-B) (14-E) (15-B)

 SEMÂNTICA

Em Linguística, Semântica estuda o signicado e ainterpretação do signicado de uma palavra, de um signo, de umafrase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nessecampo de estudo se analisa, também, as mudanças de sentido queocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais comotempo e espaço geográco. Neste estudo veremos:

- Linguagem

- Signicação das Palavras

Linguagem

Como instrução geral, podemos dizer que uma hipóteseinterpretativa é aceitável sempre que o texto apresenta pista ou  pistas que a conrmam e sustentam. O texto abaixo é bastanteapropriado.

“Aquela senhora tem um piano.Que é agradável, mas não é o correr dos rios.

 Nem o murmúrio que as árvores fazem... Por que é preciso ter um piano?O melhor é ter ouvidos

 E amar a Natureza.”

Que simboliza o piano no poema?Dentro do contexto que se insere o piano, representa um bem

cultural, o que se percebe pela oposição que o texto estabelece entreo som do piano (bem cultural) e o correr dos rios e o murmúrio dasárvores (bens naturais). O poema descarta a necessidade do piano,dando preferência à fruição dos sons da Natureza.

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O que é a linguagem?

É qualquer e todo sistema de signos que serve de meiode comunicação de ideias ou sentimentos através de signosconvencionados, sonoros, grácos, gestuais etc., podendo ser   percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva adistinguirem-se várias espécies ou tipos: visual, auditiva, tátil, etc.,ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo,de elementos diversos. Os elementos constitutivos da linguagemsão, pois, gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usados  para representar conceitos de comunicação, ideias, signicados

e pensamentos. Embora os animais também se comuniquem, alinguagem verbal pertence apenas ao Homem.  Não se devem confundir os conceitos de linguagem e de

língua. Enquanto aquela (linguagem) diz respeito à capacidadeou faculdade de exercitar a comunicação, latente ou em ação ouexercício, esta última (língua ou idioma) refere-se a um conjuntode palavras e expressões usadas por um povo, por uma nação,munido de regras próprias (sua gramática).

  Noutra acepção (anátomo-siológica), linguagem é funçãocerebral que permite a qualquer ser humano adquirir e utilizar umalíngua.

Por extensão, chama-se linguagem de programação aoconjunto de códigos usados em computação.

O estudo da linguagem, que envolve os signos, de uma

forma geral, é chamado semiótica. A linguística é subordinada àsemiótica porque seu objeto de estudo é a língua, que é apenas umdos sinais estudados na semiótica.

A respeito das origens da linguagem humana, algunsestudiosos defendem a tese de que a linguagem desenvolveu-se a partir da comunicação gestual com as mãos. Posteriores alteraçõesno aparelho fonador, os seres humanos passaram a poder produzir uma variedade de sons muito maior do que a dos demais primatas.

De acordo com Kandel apesar das diculdades de se apontar com precisão quando ou como a linguagem evoluiu há certoconsenso quanto a algumas estruturas cerebrais constituírem-secomo pré-requisitos para a linguagem e que estas parecem ter surgido precocemente na evolução humana. Segundo esse autor essa conclusão foi atingida após exame dos moldes intracranianosde fósseis humanos. Na maioria dos indivíduos o hemisfério

esquerdo é dominante para a linguagem; a área cortical da falado lobo temporal (o plano temporal) é maior no hemisférioesquerdo que no direito. Visto que os giros e sulcos importantesdeixam com frequência impressões no crânio, o registro fóssil foiestudado buscando-se as assimetrias morfológicas associadas àfala nos humanos modernos. Essas assimetrias foram encontradasno homem de Neanderthal (datando de cerca de 30.000 a 50.000anos) e no  Homo erectus (datado de 300.000 a 500.000 anos), o predecessor de nossa própria espécie.

 Para que serve a linguagem?

(...) Ai, palavras, ai, palavras,

que estranha potência, a vossa!Todo o sentido da vida principia à vossa porta;o mel do amor cristaliza

 seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois a audácia,calúnia, fúria, derrota...

 A liberdade das almas,ai! Com letras se elabora...

 E dos venenos humanos sois a mais na retorta: frágil, frágil como o vidroe mais que o aço poderosa!

 Reis, impérios, povos, tempos, pelo vosso impulso rodam...(...)

Cecília Meireles.

 Romanceiro da Incondência. In: Obra poética. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1985, p. 442.

Esses versos foram extraídos do poema “Romance LIII ou das palavras aéreas”, em que Cecília Meireles fala sobre o  poder da palavra. Mostram que a palavra, apesar de frágil, por ser constituída de sons, é ao mesmo tempo extremamente forte, porque, com seu signicado, derruba reis e impérios; serve paraconstruir a liberdade do ser humano e também para envenenar asua vida; serve para sussurrar declarações de amor, para exprimir os sonhos, para impulsionar os desejos mais grandiosos, mastambém para caluniar, para expor a raiva, para impor a derrota.

- A linguagem é o traço denidor do ser humano, é a aptidão

que o distingue dos animais.O provérbio popular “Palavra não quebra osso”, contrapondo

a palavra à ação, insinua que a linguagem não tem nenhum poder:um golpe, mas não uma palavra, é capaz de quebrar osso. Ora  podemos desfazer facilmente essa visão simplista das coisas,analisando para que serve a linguagem.

- A linguagem é uma maneira de perceber o mundo.

“Este deve ser o bosque”, murmurou pensativamente (Alice),“onde as coisas não têm nomes”. (...)

  Ia devaneando dessa maneira quando chegou à entrada dobosque, que parecia muito úmido e sombrio. “Bom, de qualquer modo é um alívio”, disse enquanto avançava em meio às árvores,

“depois de tanto calor, entrar dentro do... dentro do... dentro doquê?” Estava assombrada de não poder se lembrar do nome.“Bom, isto é, estar debaixo das... debaixo das... debaixo dissoaqui, ora!”, disse, colocando a mão no tronco da árvore. “Como éque essa coisa se chama? É bem capaz de não ter nome nenhum...ora, com certeza não tem mesmo!”

 Ficou calada durante um minuto, pensando. Então, de repente,exclamou: - Ah, então isso terminou acontecendo! E agora quem

 sou eu? Eu quero me lembrar, se puder.

 Lewis Carroll. Aventuras de Alice.Trad. Sebastião Uchôa Leite.

3ª ed. São Paulo, Summus, p 165-166 

Esse texto, reproduzido do livro “  Através do espelho e oque Alice encontrou lá”, mostra que a protagonista, ao entrar no bosque em que as coisas não têm nome, é incapaz de apreender arealidade em torno dela, de saber o que as coisas são. Isso signicaque as coisas do mundo exterior só têm existência para os homensquando são nomeadas. A linguagem é uma forma de apreender arealidade: só percebemos aquilo a que a língua dá nome.

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Roberto Pompeu de Toledo, articulista da Veja, comenta essaquestão na edição de 26 de junho de 2002 (p. 130), ao falar daexpressão “risco país”, usada para traduzir o grau de conabilidadede um país entre credores ou investidores internacionais:

(...) As coisas não são coisas enquanto não são nomeadas. Oque não se expressa não se conhece. Vive na inocência do limbo,no sono profundo da inexistência. Uma vez identicado, batizadoe devidamente etiquetado, o “risco país” passou a existir. E láé possível viver num país em risco? Lá é possível dormir em

  paz num país submetido à medição do perigo que oferece com

a mesma assiduidade com que a um paciente se tira a pressão? É como viajar num navio onde se apregoasse, num escandaloso placar luminoso, sujeito a tantas oscilações como as das ondas domar, o “risco naufrágio”.

- A linguagem é uma forma de interpretar a realidade.

O segundo projeto era representado por um plano de abolir completamente todas as palavras, fossem elas quais fossem(...). Em vista disso, propôs-se que, sendo as palavras apenasnomes para as coisas, seria mais conveniente que todos oshomens trouxessem consigo as coisas de que precisassem falar ao discorrer sobre determinado assunto (...). ...muitos eruditos e

  sábios aderiram ao novo plano de se expressarem por meio decoisas, cujo único inconveniente residia em que, se um homemtivesse que falar sobre longos assuntos e de vária espécie, ver-se-ia obrigado, em proporção, a carregar nas costas um grande fardode coisas, a menos de poder pagar um ou dois criados robustos

 para acompanhá-lo (...).Outra grande vantagem oferecida pela invenção consiste

em que ela serviria de língua universal, compreendida em todasas nações civilizadas, cujos utensílios e objetos são geralmenteda mesma espécie, ou tão parecidos que o seu emprego pode ser 

 facilmente percebido. Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.

 Rio de Janeiro/São Paulo, Ediouro/Publifolha, p. 194-195.

Esse trecho do livro “Viagens de Gulliver” narra um projetodos sábios de Balnibarbi: substituir as palavras – que, no seuentender, têm o inconveniente de variar de língua para língua  – pelas coisas. Quando alguém quisesse falar de uma cadeira,mostraria uma cadeira, quem desejasse discorrer sobre uma bolsa,mostraria uma bolsa, etc. Trata-se de uma ironia de Swift àsconcepções vulgares de que a compreensão da realidade independeda língua que a nomeia, como se as palavras fossem etiquetasaplicadas a coisas classicadas independentemente da linguagem,quando, na verdade, a língua é uma forma de categorizar o mundo,de interpretá-lo.

O que inviabiliza o sistema imaginado pelos sábios deBalnibarbi não é apenas o excesso de peso das coisas que cadafalante precisaria carregar: é o fato de que as coisas não podem

substituir as palavras, porque a língua é bem mais que um sistemade demonstração de objetos ou mera cópia do mundo natural. Ascoisas não designam tudo que uma língua pode expressar.

Mostrar um objeto, por exemplo, não indica sua inclusãonuma dada classe. No léxico de uma língua, agrupamos os nomesem classes. Maçã, pera, banana e laranja pertencem à classe dasfrutas. Ao mostrar uma fruta qualquer, não consigo exprimir a ideia

da classe fruta; não posso, então, expressar ideias mais gerais.  Não produzimos palavras somente para designar as coisas, mas  para estabelecer relações entre elas e para comentá-las. Mostrar um objeto não exprime as categorias de quantidade, de gênero(masculino e feminino), de número (singular e plural); não permiteindicar sua localização no espaço (aqui/aí/lá), etc. A língua não éum sistema de demonstração de objetos, pois permite falar do queestá presente e do que está ausente, do que existe e do que nãoexiste; permite até criar novas realidades, mundos não existentes.

A linguagem é uma atividade simbólica, o que signica que as palavras criam conceitos, e eles ordenam a realidade, categorizam

o mundo. Por exemplo, criamos o conceito de pôr-do-sol. Sabemosque, do ponto de vista cientíco, o Sol não “se põe”, uma vez queé a Terra que gira em torno dele. Contudo esse conceito, criado  pela linguagem, determina uma realidade que nos encanta atodos. Outro exemplo: apagar uma coisa escrita no computador é uma atividade diferente de apagar o que foi escrito a lápis, acaneta ou mesmo a máquina. Por isso, surgiu uma nova palavra para denominar essa nova realidade, deletar . No entanto, se essa palavra não existisse, não perceberíamos a atividade de apagar nocomputador como uma ação diferente de apagar o que foi escritoa lápis. Uma nova realidade, uma nova invenção, uma nova ideiaexigem novas palavras, e estas é que lhes conferem existência paratoda a comunidade de falantes.

As palavras formam um sistema independente das coisas

nomeadas por elas, tanto é que cada língua pode ordenar o mundode maneira diversa, exprimir diferentes modos de ver a realidade.O inglês, por exemplo, para expressar o que denominamoscarneiro, tem duas palavras:  sheep, que designa o animal, emutton, que signica a carne do carneiro preparada e servida àmesa. Em português, dizemos as duas coisas numa palavra só: Estecarneiro tem muita lã  e  Este carneiro está apimentado, ou seja,não aplicamos a distinção que os falantes da língua inglesa têmincorporada à sua visão de mundo. Isso mostra que a linguagemé uma maneira de interpretar o universo natural e segmentá-lo emcategorias, segundo as particularidades de cada cultura. Por essarazão, a linguagem modela nossa maneira de perceber e de ordenar a realidade.

A linguagem expressa também as diferentes maneiras de

interpretar uma ocorrência. Querendo desculpar-se, o lho diz para a mãe: O jarro de porcelana caiu e quebrou. A mãe replica:Você derrubou o jarro e, por isso, ele quebrou. Observe-se que, na primeira formulação, não existe um responsável pela queda e pelaquebra do objeto. É como se isso se devesse ao acaso. Na segundaformulação, atribui-se a responsabilidade pelo acontecimento aum agente.

- A linguagem é uma forma de ação.

Existem certas fórmulas linguísticas que servem para agir nomundo. Quando um padre diz aos noivos “Eu vos declaro maridoe mulher”, quando alguém diz “Prometo estar aqui amanhã”,quando um leiloeiro proclama “Arrematado por mil reais”, quando

o presidente de alguma câmara municipal arma “Declaro abertaa sessão”, eles não estão constatando alguma coisa do mundo, masrealizando uma ação. O ato de abrir uma sessão realiza-se quandoseu presidente a declara aberta; o ato da promessa realiza-se quandose diz “Prometo”. Em casos como esses, o dizer se confunde coma própria ação e serve para demonstrar que a linguagem não é algosem consequência, porque ela também é ação.

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Funções da Linguagem

Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem,a resposta mais comum é que ela serve para comunicar. Issoestá correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir informações. É também exprimir emoções, dar ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve a linguagem?

- A linguagem serve para informar: Função Referencial.

“Estados Unidos invadem o Iraque”

Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre umacontecimento do mundo.

Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memória,transmitimos esses conhecimentos a outras pessoas, camossabendo de experiências bem-sucedidas, somos prevenidoscontra as tentativas mal sucedidas de fazer alguma coisa. Graçasà linguagem, um ser humano recebe de outro conhecimentos,aperfeiçoa-os e transmite-os.

Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender ciências com facilidade? Começai a aprender vossa próprialíngua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como aprendemosdesde as mais banais informações do dia a dia até as teoriascientícas, as expressões artísticas e os sistemas losócos mais

avançados.A função informativa da linguagem tem importância centralna vida das pessoas, consideradas individualmente ou comogrupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo de conhecimentos e atransferência de experiências. Por meio dessa função, a linguagemmodela o intelecto.

É a função informativa que permite a realização do trabalhocoletivo. Operar bem essa função da linguagem possibilita quecada indivíduo continue sempre a aprender.

A função informativa costuma ser chamada também defunção referencial, pois seu principal propósito é fazer com queas palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas ou oseventos a que fazem referência.

- A linguagem serve para inuenciar e ser inuenciado:Função Conativa.

“Vem pra Caixa você também.”

Essa frase fazia parte de uma campanha destinada aaumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Federal.Para persuadir o público alvo da propaganda a adotar essecomportamento, formulou-se um convite com uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta quando se usa você.

Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer determinadascoisas, a crer em determinadas ideias, a sentir determinadas

emoções, a ter determinados estados de alma (amor, desprezo,desdém, raiva, etc.). Por isso, pode-se dizer que ela modelaatitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões. Quem ouvedesavisada e reiteradamente a palavra negro pronunciada em tomdesdenhoso aprende a ter sentimentos racistas; se a todo momentonos dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”,aprendemos os preconceitos contra a mulher.

 Não se interfere no comportamento das pessoas apenas coma ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos inuenciamde maneira bastante sutil, com tentações e seduções, comoos anúncios publicitários que nos dizem como seremos bemsucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas marcas,se consumirmos certos produtos. Por outro lado, a provocação e aameaça expressas pela linguagem também servem para fazer fazer.

Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto espertalhões,que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemorizados, que

se deixam conduzir sem questionar.Emprega-se a expressão função conativa da linguagemquando esta é usada para interferir no comportamento das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A palavraconativo é proveniente de um verbo latino (conari) que signica“esforçar-se” (para obter algo).

- A linguagem serve para expressar a subjetividade: FunçãoEmotiva.

“Eu co possesso com isso!”

  Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignaçãocom alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetivamos e

expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. Exprimimosa revolta e a alegria, sussurramos palavras de amor e explodimosde raiva, manifestamos desespero, desdém, desprezo, admiração,dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para exprimir poder ou paraarmarmo-nos socialmente. Durante o governo do presidenteFernando Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem“A intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O

  Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de sereferirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de insinuaremintimidade com ele e, portanto, de exprimirem a importância quelhes seria atribuída pela proximidade com o poder. Inúmeras vezes,contamos coisas que zemos para armarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade

intelectual ou nossa competência na conquista amorosa.Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de vozque empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raroinconscientemente.

Emprega-se a expressão função emotiva para designar autilização da linguagem para a manifestação do enunciador, istoé, daquele que fala.

- A linguagem serve para criar e manter laços sociais: FunçãoFática.

 __Que calorão, hein? __Também, tem chovido tão pouco. __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros. __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.

Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram numelevador e devem manter uma conversa nos poucos instantes emque estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou parecer hostil.

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Quando estamos num grupo, numa festa, não podemosmanter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessasocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não setem assunto, fala-se do tempo, repetem-se histórias que todosconhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso,não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais.Quando encontramos alguém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, emgeral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem,se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma maneirade estabelecer um vínculo social.

Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre

alunos de uma escola, entre torcedores de um time de futebolou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoasnão entendam bem o signicado da letra do Hino Nacional, poisele não tem função informativa: o importante é que, ao cantá-lo,sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros.

  Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão funçãofática para indicar a utilização da linguagem para estabelecer oumanter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor.

- A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem:Função Metalinguística.

Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usandoo termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegante usar 

 palavrões”, não estamos falando de acontecimentos do mundo,mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. Éo que chama função metalinguística. A atividade metalinguísticaé inseparável da fala. Falamos sobre o mundo exterior e o mundointerior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre a nossafala e a dos outros. Quando armamos como diz o outro, estamoscomentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que nãotemos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a que estamosenunciando; inversamente, podemos usar a metalinguagem comorecurso para valorizar nosso modo de dizer. É o que se dá quandodizemos, por exemplo, Parodiando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica, vou dizer que “peixes se pescam, homensé que se não podem pescar”.

- A linguagem serve para criar outros universos.

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala tambémdo que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos mundos, outrasrealidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que outrosmodos de ser são possíveis, que outros universos podem existir. Olme de Woody Allen “A rosa púrpura do Cairo” (1985) mostraisso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história de umamulher que, para consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos inigidos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindoinúmeras vezes a um lme de amor em que a vida é glamorosa,e o galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e ambosvão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra realidade, oshomens são gentis, a vida não é monótona, o amor nunca diminuie assim por diante.

- A linguagem serve como fonte de prazer: Função Poética.

Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sonssão formas de tornar a linguagem um lugar de prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrairmossatisfação.

Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz“Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase shakespeariana“To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes,quando soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco deum ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É a primeiravez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”. A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel comprido para sentar- se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois sentidoso termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.

Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas,com signicados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio

Guimarães:

“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateucontinência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor deconsciência e bata em retirada.”

(Folha de S. Paulo)

Verica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamenteou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para informar,  para inuenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de descoberta de sentidos. Emfunção estética, o mais importante é como se diz, pois o sentidotambém é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposiçãodas palavras, etc.

  Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, deRaimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/, /b/,/d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:

 E o bosque estala, move-se, estremece... Da cavalgada o estrépito que aumenta Perde-se após no centro da montanha...

 Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed. Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos.

Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos ocorre

no segundo verso, quando se arma que o barulho dos cavalosaumenta.Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar 

sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que estamosusando a linguagem em sua função poética.

Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-senecessário o estudo dos elementos da comunicação.

Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvidode maneira “sistematizada” (alguém pergunta - alguém esperaouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em silêncio,etc). Exemplo:

Elementos da comunicação

- Emissor - emite, codica a mensagem;- Receptor - recebe, decodica a mensagem;- Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;- Código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção

da mensagem;- Referente - contexto relacionado a emissor e receptor;- Canal - meio pelo qual circula a mensagem.

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Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa teoriasofreu uma modicação, pois, chegou-se a conclusão que quandose trata da parole, entende-se que é um veículo democrático(observe a função fática), assim, admite-se um novo formato delocução, ou, interlocução (diálogo interativo):

- locutor - quem fala (e responde);- locutário - quem ouve e responde;- interlocução - diálogo

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, faciaisetc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria.

As atitudes e reações dos comunicantes são também referentese exercem inuência sobre a comunicaçãoLembramo-nos:

- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no “eu” doemissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta função está, por norma, a poesia lírica.

- Função apelativa (imperativa): com este tipo de mensagem,o emissor atua sobre o receptor, am de que este assumadeterminado comportamento; há frequente uso do vocativo e doimperativo. Esta função da linguagem é frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade.

- Função metalinguística: função usada quando a línguaexplica a própria linguagem (exemplo: quando, na análise deum texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintáticos e/ousemânticos).

- Função informativa (ou referencial): função usada quandoo emissor informa objetivamente o receptor de uma realidade, ouacontecimento.

- Função fática: pretende conseguir e manter a atençãodos interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos publicitários (centra-se no canal de comunicação).

- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem comguras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos agradáveis,etc.

Também podemos pensar que as primeiras falas conscientesda raça humana ocorreu quando os sons emitidos evoluiram parao que podemos reconhecer como “interjeições”. As primeirasferramentas da fala humana.

A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais profundamente distingue o homem dos outros animais.

Podemos considerar que o desenvolvimento desta funçãocerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação damão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par dodesenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica facial

Devido a estas capacidades, para além da linguagem faladae escrita, o homem, aprendendo pela observação de animais,desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em diferentes  países, não só para melhorar a comunicação entre surdos, mastambém para utilizar em situações especiais, como no teatro eentre navios ou pessoas e não animais que se encontram fora doalcance do ouvido, mas que se podem observar entre si.

 Potencialidades da Linguagem

Depois de analisar as funções da linguagem, conclui-se queela é onipresente na vida de todos nós. Cerca-nos desde o despertar da consciência, ainda no berço, segue-nos durante toda a vida eacompanha-nos até a hora da morte. Sem a linguagem, não se pode

estruturar o mundo do trabalho, pois é ela que permite a troca deinformações e de experiências e a cooperação entre os homens.Sem ela, o homem não pode conhecer-se nem conhecer o mundo.Sem ela, não se exerce a cidadania, porque os eleitores não podeminuenciar o governo. Sem ela não se pode aprender, expressar ossentimentos, imaginar outras realidades, construir as utopias e ossonhos. No entanto, a linguagem parece-nos uma coisa natural. Não prestamos muita atenção a ela. Nem sempre dedicamos muitotempo ao seu estudo. Conhecer bem a língua materna e línguasestrangeiras é uma necessidade.

Que é saber bem uma língua? Evidentemente, não é saber 

descrevê-la. A descrição gramatical de uma língua é um meio deadquirir sobre ela um domínio crescente. Saber bem uma línguaé saber usá-la bem. No entanto, o emprego de palavras raras e acorreção gramatical não são sinônimos do uso adequado da língua.Falar bem é atingir os propósitos de comunicação. Para isso, é preciso usar um nível de língua adequado, é necessário construir textos sem ambiguidades, coerentes, sem repetições que nãoacrescentam nada ao sentido.

O texto que segue foi dito por um locutor esportivo:

“Adentra o tapete verde o facultativo esmeraldino a m de pensar a contusão do lho do Divino Mestre, mola propulsora doeleven periquito.”

(Álvaro da Costa e Silva. In: Bundas, p.33.)

O que o locutor quis dizer foi: Entra em campo o médico doPalmeiras a m de cuidar da contusão de Ademir da Guia (lhode Domingos da Guia), jogador de meio de campo do time doParque Antártica. Certamente, aquele texto não seria entendido pela maioria dos ouvintes. Portanto não é um bom texto, porquenão usa um nível de língua adequado à situação de comunicação.Outros exemplos:

“As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas tasde sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembrode 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeoaluguem, exponham e vendam tas pornográcas a menores de18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem amotéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais.”

(Jornal Folha do Sudoeste)Certamente a portaria não deveria obrigar os pais a acompanhar 

os lhos aos motéis nem a dar-lhes uma autorização por escrito para ser exibida na entrada desse tipo de estabelecimento.

O jornal da USP publicou uma série de textos encontradosem comunicados de paróquias e templos. Todos são mal escritos,embora neles não se encontrem erros de ortograa, concordância,etc.:

- Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que a Igreja ajude.

- Terça-feira à noite: sopão dos pobres, depois oração emedicação.

- (...) lembre-se de todos que estão tristes e cansados de nossa

igreja e de nossa comunidade.- Para aqueles que têm lhos e não sabem, nós temos uma

creche no segundo andar.- Quinta-feira às 5h haverá reunião do Clube das Jovens

Mamães. Todos aqueles que quiserem se tornar uma JovemMamãe, devem contatar padre Cavalcante em seu escritório. (...)

(Jornal da USP, 9, p. 15)

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Humor à parte, esses exemplos comprovam que aprender não só a norma culta da língua, mas também os mecanismos deestruturação do texto.

A palavra texto é bastante usada na escola e também emoutras instituições sociais que trabalham com a linguagem. Écomum ouvirmos expressões como “O texto constitucional desceu a detalhes que deveriam estar em leis ordinárias”; “Seutexto cou muito bom”; “O texto da prova de Português era muitolongo e complexo”; “Os atores de novelas devem decorar textosenormes todos os dias”. Apesar de corrente, porém, o termo não

é de fácil denição: quando perguntamos qual é o seu signicado, percebemos que a maioria das pessoas é incapaz de responder com precisão e clareza.

Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por dois  brancos e produzido por um sujeito num dado tempo e numdeterminado espaço.

O texto é um todo organizado de sentido, isso quer dizer queele não é um amontoado de frases simplesmente colocadas umasdepois das outras, mas um conjunto de frases costuradas entre si.Por isso o sentido de cada parte depende da sua relação com asoutras partes, isto é, o sentido de uma palavra ou de uma frasedepende das outras palavras ou frases com que mantêm relação.Em síntese, o sentido depende do contexto, entendido como aunidade maior que compreende uma unidade menor, a oração

é contexto da palavra, o período é contexto da oração e assimsucessivamente. O contexto pode ser explícito (quando é expostoem palavras) ou implícito (quando é percebido na situação em queo texto é produzido). Observe os três pequenos textos abaixo:

- Todos os dias ele fazia sua fezinha. Na noite de segunda- feira sonhou com um deserto e jogou seco no camelo.

- Nos desertos da Arábia, o camelo é ainda o principal meiode transporte dos beduínos.

- O camelo aqui carrega a família inteira nas costas, porquelá ninguém trabalha.

Em cada uma dessas frases a palavra camelo tem um sentidodiferente. Na primeira, signica “o oitavo grupo do jogo no bicho,que corresponde ao número 8 e inclui as dezenas 29, 30, 31 e 32”;

na segunda, “animal originário das regiões desérticas, de grande porte, quadrúpede, de cor amarelada, de pescoço longo e com duas saliências no dorso”; na terceira, “pessoa que trabalha muito”. Oque determina essa diferença de sentido da palavra é exatamenteo contexto, o todo em que ela está inserida. No texto, portanto, osentido de cada parte não é independente, tudo são relações. Aliás,a palavra texto signica “tecido”, que não é um amontoado de os,mas uma trama arranjada de maneira organizada. O sentido não ésolitário, é solidário. Vejamos outros dois períodos:

- Marcelinho é um bom atacante, mas é desagregador.- Marcelinho é desagregador, mas é um bom atacante.

Esses períodos relacionam diferentemente as orações. No

  primeiro, a oração é “desagregador” é introduzida por  “mas”,enquanto no segundo é a oração “é um bom atacante” que éiniciada por essa conjunção. O sentido é completamente diferente, pois o “mas” introduz o argumento mais forte e, por conseguinte,determina a orientação argumentativa da frase. Isso signica que,quando armo, “não quero o jogador no meu time”; quando digo,“acredito que todos os seus defeitos devem ser desculpados”.

Observe agora o poema “Canção do Exílio” de MuriloMendes:

Minha terra tem macieiras da Califórniaonde cantam gaturamos de Veneza.Os poetas da minha terra

 são pretos que vivem em torres de ametista,os sargentos de exército são monistas, cubistas,os lósofos são polacos vendendo a prestações.

 A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos.

Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda. Eu morro sufocadoem terra estrangeira.

 Nossas ores são mais bonitasnossas frutas mais gostosasmas custam cem mil réis a dúzia.

 Ai quem me dera chupar uma carambola de verdadee ouvir um sabiá com certidão de idade!

 Poesias (1925-1953). Rio de Janeiro, José Olympio, 1959, p. 5.

Tomando apenas os dois primeiros versos, pode-se pensar que esse poema seja uma apologia do caráter universalista ecosmopolita da brasilidade: macieiras e  gaturamos representama natureza vegetal e animal, respectivamente; Califórnia e Veneza são a imagem do espaço estrangeiro, e minha terra, a do solo pátrio. No Brasil, até a natureza acolhe o que é estrangeiro.

Pode-se ainda acrescentar, em apoio a essa tese, que essesversos são calcados nos dois primeiros do poema homônimo deGonçalves Dias, que é uma gloricação da terra pátria:

Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;

 Apud: Manuel Bandeira.Gonçalves Dias: Poesia. 7ª ed. Rio de Janeiro

 Agir, 1976, p. 18. Coleção Nossos Clássicos.Essa hipótese de leitura, se não é absurda quando isolamos os

versos em questão, não encontra amparo quando os confrontamoscom o restante do texto. Murilo Mendes mostra, na verdade,que as características da brasilidade não têm valor positivo,não concorrem para a exaltação da pátria: o poeta denuncia quea cultura brasileira é postiça, é uma miscelânea de elementosadvindos de vários países. Ele mostra que os “poetas são pretos quevivem em torres de ametista”, alienados num mundo idealizado,evitando as mazelas do mundo real, sem se preocupar com osnegros, que vivem, em geral, em condições muito precárias (trata-se de uma referência irônica ao Simbolismo e, principalmente,a Cruz e Sousa); que “os sargentos do exército são monistas,

cubistas”, ou seja, em vez da preocupação com seu ofício degarantir a segurança do território nacional, têm pretensões deincursionar por teorias losócas e estéticas; que “os lósofos

  são polacos vendendo a prestações”, são prostituídos (polaca étermo designativo de prostituta) pela venalidade barata; que “osoradores” se identicam com “os pernilongos” em sua oratóriarepetitiva; que o romantismo gonçalvino estava certo ao armar 

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que a natureza brasileira é pródiga, só que essa prodigalidade nãoé acessível à maioria da população. A exclamação do nal é, aomesmo tempo, a manifestação do desejo de ter contato com coisasgenuinamente brasileiras e um lamento, pois o poeta sabe que nãose tornará realidade.

O texto de Murilo faz referência ao de Gonçalves Dias, mas,diferentemente do poema gonçalvino, não celebra ufanisticamentea pátria. Ao contrário, ironiza-a, lamenta a invasão estrangeira. Oexílio é a própria terra, desnaturada a ponto de parecer estrangeira.

Desse modo, os dois primeiros versos não podem ser interpretados como um elogio ao caráter cosmopolita da cultura

  brasileira. Ao contrário, devem ser lidos como uma críticaao caráter postiço da nossa cultura. Isso porque só a segundainterpretação se encaixa coerentemente dentro do contexto.

Por exemplo, comprova-se que o signicado das frases não éautônomo. Num texto, o signicado das partes depende do todo.Por isso, cada frase tem um signicado distinto, dependendo docontexto em que está inserida.

Que é que faz perceber que um conjunto de frases compõe umtexto? O primeiro fator é a coerência, ou seja, a compatibilidadede sentido entre elas, de modo que não haja nada ilógico, nadacontraditório, nada desconexo. Outro fator é a ligação dasfrases por certos elementos que recuperam passagens já ditas ougarantem a concatenação entre as partes. Assim, em “Não chovehá vários meses. Os pastos não poderiam, pois, estar verdes”, a palavra “pois” estabelece uma relação de decorrência lógica entreuma e outra frase. O segundo fator, entretanto, é menos importanteque o primeiro, pois mesmo sem esses elementos de conexão,um conjunto de frases pode ser coerente e, portanto, um todoorganizado de sentido.

Tipos de Linguagem

Linguagem é a capacidade que possuímos de expressar nossos  pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. Está relacionada afenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem.Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermosatos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e

regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagemmímica, por exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem pode ser classicada como qualquer sistema de sinais que se valemos indivíduos para comunicar-se.

A linguagem pode ser:

- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.

 

As guras acima nos comunicam sua mensagem através dalinguagem verbal (usa palavras para transmitir a informação).

-   Não Verbal:  aquela que utiliza outros métodos decomunicação, que não são as palavras. Dentre elas estão alinguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagemcorporal, uma gura, a expressão facial, um gesto, etc.

 

Essas guras fazem uso apenas de imagens para comunicar oque representam.

A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta

  por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupode falantes consiga produzir enunciados que lhes permitamcomunicar-se e compreender-se. Por exemplo: falantes da língua portuguesa.

A língua possui um caráter social: pertence a todo umconjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada membroda comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão.Por outro lado, não é possível criar uma língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originandoa fala. A fala está sempre condicionada pelas regras socialmenteestabelecidas da língua, mas é sucientemente ampla para permitir um exercício criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte maneira:

 A família de Regina era paupérrima.

Outro, no entanto, pode optar por:

 A família de Regina era muito pobre.

As diferenças e semelhanças constatadas devem-se àsdiversas manifestações da fala de cada um. Note, além disso, queessas manifestações devem obedecer às regras gerais da língua  portuguesa, para não correrem o risco de produzir enunciadosincompreensíveis como:

 Família a paupérrima de era Regina.

  Não devemos confundir língua com escrita, pois são doismeios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio  posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea,abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade.Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes  por mímicas, incluindo-se sionomias. A língua escrita nãoé apenas a representação da língua falada, mas sim um sistemamais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogosionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.   No Brasil,  por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existemusos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles,destacam-se:

- Fatores Regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro daregião sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, tambémhá variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadãoque vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.

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- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a formaçãocultural de um indivíduo também são fatores que colaboram paraos diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza alíngua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso àescola.

- Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de acordocom a situação em que nos encontramos: quando conversamoscom nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos seestivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.

- Fatores Prossionais:  o exercício de algumas atividadesrequer o domínio de certas formas de língua chamadas línguastécnicas. Abundantes em termos especícos, essas formas têmuso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros,químicos, prossionais da área de direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.

- Fatores Naturais:  o uso da língua pelos falantes sofreinuência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança nãoutiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se emlinguagem infantil e linguagem adulta.

Fala

É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um atoindividual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, pode

escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seugosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc. Dessemodo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversicaçãonos mais variados níveis da fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é por isso quesomos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados grausde cultura, embora nem sempre a linguagem delas seja exatamentecomo a nossa.

Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:

- Nível Coloquial-Popular:  é a fala que a maioria das pessoasutiliza no seu dia a dia, principalmente em situações informais.

Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não com as regrasformais estabelecidas pela língua.

- Nível Formal-Culto:  é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se por um cuidadomaior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticaisestabelecidas pela língua.

 Signo

É um elemento representativo que apresenta dois aspectos:o signicado e o signicante. Ao escutar a palavra “cachorro”,reconhecemos a sequência de sons que formam essa palavra. Esses

sons se identicam com a lembrança deles que está em nossamemória. Essa lembrança constitui uma real imagem sonora,armazenada em nosso cérebro que é o  signicante do signo“cachorro”. Quando escutamos essa palavra, logo pensamos emum animal irracional de quatro patas, com pelos, olhos, orelhas,etc. Esse conceito que nos vem à mente é o signicado do signo“cachorro” e também se encontra armazenado em nossa memória.

Ao empregar os signos que formam a nossa língua, devemosobedecer às regras gramaticais convencionadas pela própria língua.Desse modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indenido“um” diante do signo “cachorro”, formando a sequência “umcachorro”, o mesmo não seria possível se quiséssemos colocar o artigo “uma” diante do signo “cachorro”. A sequência “umacachorro” contraria uma regra de concordância da língua  portuguesa, o que faz com que essa sentença seja rejeitada. Ossignos que constituem a língua obedecem a padrões determinadosde organização. O conhecimento de uma língua engloba tanto aidenticação de seus signos, como também o uso adequado de

suas regras combinatórias. Signo:  elemento representativo que possui duas partes

indissolúveis: signicado e signicante. Signicado (é o conceito,a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) +Signicante (é a imagem sonora, a forma, a parte concreta dosigno, suas letras e seus fonemas).

 Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecemàs regras gramaticais.

Fala:  uso individual da língua, aberto à criatividade e aodesenvolvimento da liberdade de expressão e compreensão.

 Signicação das Palavras

Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproximado.

Exemplo:• Alfabeto, abecedário.• Brado, grito, clamor.• Extinguir, apagar, abolir, suprimir.• Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial.

As mais das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelooutro. Embora irmanados pelo sentido comum, os sinônimosdiferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes designicação e certas propriedades que o escritor não podedesconhecer.

Com efeito, estes têm sentido mais amplo, aqueles, maisrestrito (animal e quadrúpede); uns são próprios da fala corrente,desataviada, vulgar, outros, ao invés, pertencem à esfera da

linguagem culta, literária, cientíca ou poética (orador e tribuno,oculista e oftalmologista, cinzento e cinéreo).A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, em

nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. Exemplos:

• Adversário e antagonista.• Translúcido e diáfano.• Semicírculo e hemiciclo.• Contraveneno e antídoto.• Moral e ética.• Colóquio e diálogo.• Transformação e metamorfose.• Oposição e antítese.

O fato lingüístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia,

 palavra que também designa o emprego de sinônimos.

Antônimos: são palavras de signicação oposta. Exemplos:• Ordem e anarquia.• Soberba e humildade• Louvar e censurar.• Mal e bem.

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A antonímia pode originar-se de um prexo de sentido opostoou negativo. Exemplos:

Bendizer, maldizer / simpático, antipático / progredir, regredir / concórdia, discórdia / explícito, implícito / ativo, inativo / esperar,desesperar / comunista, anticomunista / simétrico, assimétrico / pré-nupcial, pós-nupcial.

Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e àsvezes a mesma graa, mas signicação diferente. Exemplos:

• São (sadio), são (forma do verbo ser ) e são (santo).• Aço (substantivo) e asso (verbo).

Só o contexto é que determina a signicação dos homônimos. Ahomonímia pode ser causa de ambigüidade, por isso é consideradauma deciência dos idiomas.

O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto fônico(som) e o gráco (graa). Daí serem divididos em:

a) Homógrafos heterofônicos (iguais na escrita e diferen-tes no timbre ou na intensidade das vogais):

• Rego (substantivo) e rego (verbo).• Colher (verbo) e colher (substantivo).• Jogo (substantivo) e jogo (verbo).• Apóio (verbo) e apoio (substantivo).• Pára (verbo parar) e para (preposição).• Providência (substantivo) e providencia (verbo)•

Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).• Pêlo (substantivo), pélo (verbo) e pelo (contração de per+o).

Observação: Palavras com as dos cinco últimos exemplos,a rigor, não são homógrafas, visto que o acento gráco desfaz ahomograa. Razões de ordem didática, porém, nos levam a incluí-las neste grupo de homônimos.

b) Homófonos heterográcos (iguais na pronúncia e dife-rentes na escrita):

• Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).• Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).• Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de

consertar).• Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).• Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acele-

rar).• Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).• Censo (recenseamento) e senso (juízo).• Cerrar (fechar) e serrar (cortar).• Paço (palácio) e passo (andar).• Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).• Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar 

= anular).• Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e ses-

são (tempo de uma reunião ou espetáculo).

c) Homófonos homográcos (iguais na escrita e na pro-

núncia:• Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).• Cedo (verbo), cedo (advérbio).• Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).• Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).• Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).• Alude (avalancha), alude (verbo aludir).

Parônimos: (são palavras parecidas na escrita e na pronún-cia):

Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente, tetânicoe titânico, atoar e atuar, degradar e degredar, cético e séptico, prescrever e proscrever, descrição e discrição, inigir (aplicar) einfringir (transgredir), osso e ouço, sede (vontade de beber) e cede(verbo ceder), comprimento e cumprimento, deferir  (conceder,dar deferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar), raticar (conrmar) e reticar (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso,muito grande: soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rostovultuoso).

Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma signicação.A esse fato lingüístico dá-se o nome de polissemia. Exemplos:

• Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as  plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral degado.

• Pena: pluma, peça de metal para escrever; punição; dó.• Velar: cobrir com véu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo ao

véu do palato.Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissêmicas,

o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que têm dezenas deacepções.

 Sentido próprio e sentido gurado: As palavras podem ser 

empregadas no sentido próprio ou no sentido gurado. Exemplos:• Construí um muro de pedra. (sentido próprio).• Ênio tem um coração de pedra. (sentido gurado).• As águas pingavam da torneira, (sentido próprio).• As horas iam pingando lentamente, (sentido gurado).

Denotação e conotação: Observe as palavras em destaquenos seguintes exemplos:

• Comprei uma correntinha de ouro.• Fulano nadava em ouro.

  No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designasimplesmente o conhecido metal precioso, tem sentido próprio,

real, denotativo. No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder,glória, luxo, ostentação; tem o sentido conotativo, possui váriasconotações (idéias associadas, sentimentos, evocações queirradiam da palavra).

Atenção: Quanto mais uma pessoa se distanciar da escrita padrão, mais diculdade terá de se lembrar da pronúncia corretadas palavras. A boa notícia é que muitos estão conscientes disso equerem melhorar.

- A meu ver tudo parece caminhar satisfatoriamente. (não: aomeu ver)

- O avião aterrissou no horário previsto. (não: aterrizou)- Devo ir ao cabeleireiro ainda esta semana. (não: cabelereiro)

- O condor vive em regiões montanhosas. (não: côndor)- Já é hora de o candidato dizer a verdade. (não: do candidato;o sujeito jamais é preposicionado)

- O trem, na Rússia, descarrilou mais uma vez. (não:descarrilhou)

- Fiquei com muito dó daquele jogador. (não: muita dó)- Nunca encontrava empecilhos no caminho. (não: impecilho)

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- O cigarro provoca o ensema pulmonar. (não: esema)- Por favor, não deixe a garagem aberta. (não garage)- Vamos galera! O “show” é gratuito. (não: gratuíto)- Naquele ínterim, ela reetiu sabiamente. (não: interim)- É um sujeito muito irrequieto. (não: irriquieto)- O látex desta confecção é de primeira qualidade. (não: latex)- A maisena parece que está vencida. (não: Maizena; marca

comercial)- Meu irmão é menor de idade. (não: de menor)- Ela prefere mortadela a queijo. (não: mortandela)

- Elas aceitaram prazerosamente minha contribuição. (não: prazeirosamente)- Mereceu ganhar o prêmio Nobel de Literatura. (não: Nóbel)- Foi um privilégio conhecê-la. (não: previlégio)- Todos reivindicam melhores oportunidades. (não:

reinvindicar)- O Brasil bateu recorde outra vez. (não: récorde)- Repetiu o ano porque não estudou o suciente. (não: de ano)- Não se esqueça de colocar sua rubrica. (não: rúbrica)- Meu tempero está ruim. (não: rúim)- Em face (ou ante a) da confusão reinante, a direção do

 presídio proibiu as visitas. (não: em face a)- Fez que (ngir) não ouviu a advertência. (não: fez com que)- Somos quatro, lá em casa. (não: somos em)

- Ficamos em pé / de pé o tempo todo. (ambas formas corretas)- Esta roupa não tem nada a ver com você. (não: haver) nada

há ver = nada a receber - A princípio tudo parecia real. (= no começo) (não: em

 princípio)- Em princípio, sua proposta nos interessa. (em tese) (não: a

 princípio)- A persistirem os sintomas, procure um médico. (se

 persistirem, equivale a uma condição)- Ao persistirem os sintomas, procure um médico. (quando

 persistirem, equivale a tempo)- Depois de vencidos os obstáculos, ele voltava vitorioso.

(inadequado)

- Depois de superados os obstáculos, ele voltava vitorioso.(obstáculos não se vencem; superam-se)

 Exercícios

1. (FUVEST) Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens....... nos erros do passado.

a) eminente, deagração, incidiram b) iminente, deagração, reincidiramc) eminente, conagração, reincidiramd) preste, conaglação, incidirame) prestes, agração, recindiram

2. (PUC-MG) “Durante a .......... solene era .......... odesinteresse do mestre diante da ......... . demonstrada pelo político.”

a) seção - fragrante - incipiência b) sessão - agrante - insipiênciac) sessão - fragrante - incipiênciad) cessão - agrante - incipiênciae) seção - agrante - insipiência

3. (CESCEM) Na ...... plenária estudou-se a ...... de direitosterritoriais a ..... .

a) sessão - cessão - estrangeiros b) seção - cessão - estrangeirosc) secção - sessão - extrangeirosd) sessão - seção - estrangeirose) seção - sessão - estrangeiros

4. (BAURU) Há uma alternativa errada. Assinale-a:a) A eminente autoridade acaba de concluir uma viagem política. b) A catástrofe torna-se iminente.

c) Sua ascensão foi rápida.d) Ascenderam o fogo rapidamente.e) Reacendeu o fogo do entusiasmo.

5. (FEB) Há uma alternativa errada. Assinale-a:a) cozer = cozinhar; coser = costurar  b) imigrar = sair do país; emigrar = entrar no paísc) comprimento = medida; cumprimento = saudaçãod) consertar = arrumar; concertar = harmonizar e) chácara = sítio; xácara = verso

6. (FCMPA-MG) Assinale o item em que a palavra destacadaestá incorretamente aplicada:

a) Trouxeram-me um ramalhete de ores fragrantes. b) A justiça inigiu a pena merecida aos desordeiros.c) Promoveram uma festa beneciente para a creche.d) Devemos ser éis ao cumprimento do dever.e) A cessão de terras compete ao Estado.

7. (TRT) O ..................... do prefeito foi .........................ontem.

a) mandado - caçado b) mandato - cassadoc) mandato - caçadod) mandado - casçadoe) mandado - cassado

8. (ESAF) Marque a alternativa cujas palavras preenchemcorretamente as respectivas lacunas, na frase seguinte:“Necessitando ..................... o número do cartão do PIS, ...............a data de meu nascimento.”

a) raticar, proscrevi b) prescrever, discrimineic) descriminar, retiqueid) proscrever, prescrevie) reticar, ratiquei

9. (FUVEST) “A ............... cientíca do povo levou-o a............... de feiticeiros os ............... em astronomia.”

a) insipiência tachar expertos b) insipiência taxar expertos

c) incipiência taxar espertosd) incipiência tachar espertose) insipiência taxar espertos

10. (MACK) Na oração: Em sua vida, nunca teve muito.........., apresentava-se sempre .......... no .......... de tarefas .......... .As palavras adequadas para preenchimento das lacunas são:

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a) censo - lasso - cumprimento - eminentes b) senso - lasso - cumprimento - iminentesc) senso - laço - comprimento - iminentesd) senso - laço - cumprimento - eminentese) censo - lasso - comprimento - iminentes

11. (TFC) Indique a letra na qual as palavras complementam,corretamente, os espaços das frases abaixo:

1.Quem possui deciência auditiva não consegue .......... ossons com nitidez.

2.Hoje são muitos os governos que passaram a combater o

.......... de entorpecentes com rigor.3.O Diretor do presídio .......... pesado castigo aos prisioneiros

revoltosos.a) discriminar - tráco - inigiu b) discriminar - tráco - infringiuc) descriminar - tráfego - infringiud) descriminar - tráfego - inigiue) descriminar - tráco - infringiu

12. (TRE-MG) A palavra nos parênteses não preencheadequadamente a lacuna do enunciado em:

a) O crime foi bárbaro. Somente após a .............. do assunto éque foi possível prendê-lo. (descrição)

  b) Só seria possível .............. o acusado, se conseguíssemosmais provas que o inocentassem. (descriminar)

c) As negociações só vão ............... os resultados esperados,caso todos compareçam. (sortir)

d) O corpo estava .............., apenas a cabeça estava fora daágua, que subia cada vez mais. (imerso)

e) Como a mercadoria estava muito pesada, o recurso foi.............. o cofre ali mesmo, na escada (arriar)

 Respostas(1.B)(2.B)(3.A)(4.D)(5.B)(6.C)(7.B)(8.E)(9.A)(10.B)(11.A)

(12.C)

 ESTILÍSTICA

Figuras de Linguagem

Também chamadas Figuras de Estilo, são recursos especiaisde que se vale quem fala ou escreve, para comunicar à expressãomais força e colorido, intensidade e beleza.

Podemos classicá-las em três tipos:

- Figuras de Palavras (ou tropos);- Figuras de Construção (ou de sintaxe);- Figuras de Pensamento.

Figuras de Palavras

Compare estes exemplos:O tigre é uma  fera. (fera = animal feroz: sentido próprio,

literal, usual)Pedro era uma  fera. (fera = pessoa muito brava: sentido

gurado, ocasional)

  No segundo exemplo, a palavra fera sofreu um desvio nasua gnicação própria e diz muito mais do que a expressãovulgar “pessoa brava”. Semelhantes desvios de signicação a quesão submetidas as   palavras, quando se deseja atingir um efeitoexpressivo, denominam-se guras de palavras ou tropos (do gregotrópos, giro, desvio).

São as seguintes as guras de palavras:

 Metáfora: consiste em atribuir a uma palavra característicasde outra, em função de uma analogia estabelecida de forma bemsubjetiva.

“Meu verso é sangue” (Manuel Bandeira)

Observe que, ao associar verso a sangue, o poeta estabeleceuuma analogia entre essas duas palavras, vendo nelas uma relaçãode semelhança. Todos os signicados que a palavra sangue sugereao leitor passam também para a palavra verso.

Os poetas são mestres na citação de metáforas surpreendentes,ricas em signicados. Exemplo:

“Ó minha amadaQue olhos os teusSão cais noturnos

Cheios de adeus.”

Vinícius de Moraes

A metáfora é uma espécie de comparação sem a presença deconectivos do tipo como, tal como, assim como etc. Quando essesconectivos aparecem na frase, temos uma comparação e não umametáfora. Exemplo:

“A felicidade é como a gota de orvalhonuma pétala de or.

 Brilha tranquila, depois de leve oscilae cai como uma lágrima de amor.”

Vinícius de Moraes

Comparação: é a comparação entre dois elementoscomuns; semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunçãocomparativa: como, tal qual, assim como.

“Sejamos simples e calmosComo os regatos e as árvores”

(Fernando Pessoa)

 Metonímia:consiste no emprego de uma palavra por outra coma qual ela se relaciona. Ocorre a metonímia quando empregamos:

- o autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler  Jorge

 Amado (observe que o nome do autor está sendo usado no lugar de suas obras).- o efeito pela causa e vice-versa. Exemplos: Ganho a vida

com o  suor do meu rosto. (o  suor é o efeito ou resultado e estásendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”); Vivo do meutrabalho. (o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado,ou seja, o “lucro”).

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- o continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de doces. (a palavra caixa, que designa o continente ou aquilo quecontém, está sendo usada no lugar da palavra doces, que designariao conteúdo).

- o abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A velhice deve ser respeitada. (o abstrato velhice está no lugar do concreto,ou seja, pessoas velhas).Ele tem um grande coração. (o concretocoração está no lugar do abstrato, ou seja, bondade).

- o instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele é bom volante. (o termo volante está sendo usado no lugar do termo piloto ou motorista).

- o lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar um Porto. (o produto vinho foi substituído pelo nome do lugar em queé feito, ou seja, a cidade do Porto).

- o símbolo ou sinal pela coisa signicada. Exemplo: Osrevolucionários queriam o trono. (a palavra trono, nesse caso,simboliza o império, o poder).

- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os necessitados.(a parte teto está no lugar do todo, “a casa”).

- o indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o judas do grupo. (o nome próprio Judas está sendo usado comosubstantivo comum, designando a espécie dos homens traidores).

- o singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animalracional. (o singular homem está sendo usado no lugar do plural

homens).- o gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais 

somos imperfeitos. (a palavra mortais está no lugar de “sereshumanos”).

- a matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel . (amatéria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”).

Observação: Os últimos 5 casos recebem também o nome de Sinédoque.

 Perífrase: é a substituição de um nome por uma expressão quefacilita a sua identicação. Exemplo: O país do futebol acredita noseu povo. (país do futebol = Brasil)

 Sinestesia: é a mistura de sensações percebidas por diferentesórgãos do sentido.

“O vento frio e cortante balança os trigais dourados e macios que se estendiam pelo campo.” (frio e cortante = tato / dourados emacios = visão + tato)

Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido próprio de outra, utilizando-se formas já incorporadas aos usos dalíngua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da associaçãode ideias, o mesmo não ocorre com a catacrese, que já não chamaa atenção por ser tão repetidamente usada. Exemplo: Ele embarcou no trem das onze. (originariamente, a palavra embarcar pressupõe barco e não trem).

 Antonomásia: ocorre quando substituímos um nome próprio pela qualidade ou característica que o distingue. Exemplo: O Poetados Escravos é baiano. (Poeta dos Escravos está no lugar do nome próprio Castro Alves, poeta baiano que se distinguiu por escrever  poemas em defesa dos escravos).

Figuras de Construção 

Compare as duas maneiras de construir esta frase:Os homens pararam, o medo no coração.Os homens pararam, com o medo no coração. Nota-se que a primeira construção é mais concisa e elegante.

Desvia-se da norma estritamente gramatical para atingir um mexpressivo ou estilístico. Foi com esse intuito que assim a redigiuJorge Amado.

A essas construções que se afastam das estruturas regularesou comuns e que visam transmitir à frase mais concisão,

expressividade ou elegância dá-se o nome de guras de construçãoou de sintaxe.

São as mais importantes guras de construção:

 Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, noentanto, pode ser facilmente identicado. Exemplo: No m dafesta, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (ocorre a omissãodo verbo haver: No m da festa havia, sobre as mesas, copos egarrafas vazias).

 Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz.

Observação: Devem ser evitados os pleonasmos viciosos, quenão têm valor de reforço, sendo antes fruto do desconhecimento

do sentido das palavras, como por exemplo, as construções “subir  para cima”, “protagonista principal”, “entrar para dentro”, etc.

 Polissíndeto: consiste na repetição enfática do conectivo,geralmente o “e”. Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e  pulavam de alegria, e dançavam pelas ruas...

 Inversão ou Hipérbato: consiste em alterar a ordem normaldos termos ou orações com o m de lhes dar destaque:

“ Passarinho, desisti de ter.” (Rubem Braga)“ Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond 

de Andrade)“ Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não

sei.” (Graciliano Ramos)

“Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana)Observação: o termo que desejamos realçar é colocado, emgeral, no início da frase.

 Anacoluto: consiste na quebra da estrutura sintática da oração.O tipo de anacoluto mais comum é aquele em que um termo pareceque vai ser o sujeito da oração mas a construção se modica e eleacaba sem função sintática. Essa gura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que consideramos mais importante, destacando-ado resto. Exemplo: “ Eu, que era branca e linda, eis-me medonha eescura.” (Manuel Bandeira) (o pronome eu, enunciado no início,não se liga sintaticamente à oração eis-me medonha e escura.)

 Silepse: ocorre quando a concordância de gênero, número ou

 pessoa é feita com ideias ou termos subentendidos na frase e nãoclaramente expressos. A silepse pode ser:

- de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece cansado. (oadjetivo cansado concorda não com o pronome de tratamentoVossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quemesse pronome se refere – pessoa do sexo masculino).

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- de número. Exemplo: O pessoal cou apavorado e  saíram correndo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a palavra pessoal sugere).

- de pessoa. Exemplo: Os brasileiros gostamos de futebol. (osujeito os brasileiros levaria o verbo usualmente para a 3ª pessoado plural, mas a concordância foi feita com a 1ª pessoa do plural,indicando que a pessoa que fala está incluída em os brasileiros).

Onomatopeia: consiste no aproveitamento de palavras cuja pronúncia imita o som ou a voz natural dos seres. É um recursofonêmico ou melódico que a língua proporciona ao escritor.

“Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept! arrancouestrada afora.” (Monteiro Lobato)

“O som, mais longe, retumba, morre.” (Goncalves Dias)“O longo vestido longo da velhíssima senhora  frufrulha no

alto da escada.” (Carlos Drummond de Andrade)“Tíbios autins níssimos gritavam.” (Olavo Bilac)“Troe e retroe a trompa.” (Raimundo Correia)“Vozes veladas, veludosas vozes,volúpias dos violões, vozes veladas,vagam nos velhos vórtices velozesdos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Sousa)

As onomatopéias, como nos três últimos exemplos, podemresultar da Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de umafrase ou de um verso).

 Repetição: consiste em reiterar (repetir) palavras ou orações para enfatizar a armação ou sugerir insistência, progressão:

“O surdo pede que repitam, que repitam a última frase.”(Cecília Meireles)

“Tudo, tudo parado: parado e morto.” (Mário Palmério)“Ia-se pelos perfumistas, escolhia, escolhia, saía toda

 perfumada.” (José Geraldo Vieira)“E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da

casona.” (Bernardo Élis)“O mar foi cando escuro, escuro, até que a última lâmpada se

apagou.” (Inácio de Loyola  Brandão)

 Zeugma: consiste na omissão de um ou mais termosanteriormente enunciados. Exemplo: A manhã estava ensolarada;a praia, cheia de gente. (há omissão do verbo estar na segundaoração (...a praia estava cheia de gente).

 Assíndeto: ocorre quando certas orações ou palavras, que  poderiam se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas.Exemplo: Vim, vi, venci.

 Anáfora: consiste na repetição de uma palavra ou de umsegmento do texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É umagura de construção muito usada em poesia. Exemplo:

“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres

Que ninguém mais merece tanto amor e amizadeQue ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridadeQue ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade.”

 Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas designicados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho.Exemplo: Era iminente o m do eminente político.

 Neologismo: criação de palavras novas. Exemplo:O projetofoi considerado imexível .

Figuras de Pensamento 

São processos estilísticos que se realizam na esfera do  pensamento, no âmbito da frase. Nelas intervêm fortementea emoção, o sentimento, a paixão. Eis as principais guras de pensamento:

 Antítese: consiste em realçar uma ideia pela aproximação de

 palavras de sentidos opostos. Exemplo: “Morre! Tu viverás nasestradas que abriste!” (Olavo Bilac)

 Apóstrofe: consiste na interrupção do texto para se chamar aatenção de alguém ou de coisas personicadas. Sintaticamente, aapóstrofe corresponde ao vocativo. Exemplo:

“Tende piedade, Senhor , de todas as mulheresQue ninguém mais merece tanto amor e amizade” (Vinícius

de Moraes)

 Eufemismo: ocorre quando, no lugar das palavras próprias,são empregadas outras com a nalidade de atenuar ou evitar aexpressão direta de uma ideia desagradável ou grosseira. Exemplo:Depois de muito sofrimento, ele entregou a alma a Deus.

Gradação: ocorre quando se organiza uma sequência de palavras ou frases que exprimem a intensicação progressiva deuma ideia. Exemplo: “Eu era  pobre. Era  subalterno. Era nada.”(Monteiro Lobato)

 Hipérbole: ocorre quando, para realçar uma ideia, exageramosna sua representação. Exemplo: Está muito calor. Os jogadoresestão morrendo de sede no campo.

 Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentidooposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentidosarcástico. Exemplo: Quem foi o inteligenteque usou o computador 

e apagou o que estava gravado? Paradoxo: é o encontro de ideias que se opõem; ideias

opostas. Exemplo:“É tão difícil olhar o mundoe ver o que ainda existe pois sem vocêmeu mundo é diferenteminha alegria é triste.” (Roberto Carlos e Erasmo) (a alegria e a tristeza se opõem, se a alegria é triste, ela tem

uma qualidade que é antagônica).

 Personicação ou Prosopopéia ou Animismo: consiste ematribuir características humanas a outros seres. Exemplo:

“Ah! cidade maliciosade olhos de ressacaque das índias  guardou a vontade de andar nua.” (Ferreira

Gullar)

 Reticência: consiste em suspender o pensamento, deixando-omeio velado. Exemplo:

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“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... nãosei se digo.” (Machado de Assis)

“Quem sabe se o gigante Piaimã, comedor de gente...” (Máriode Andrade)

 Reticação: como a palavra diz, consiste em reticar umaarmação anterior. Exemplos:

É uma jóia, ou melhor, uma preciosidade, esse quadro.O síndico, aliás uma síndica muito gentil não sabia como

resolver o caso.“O país andava numa situação política tão complicada quanto

a de agora. Não, minto. Tanto não.” (Raquel de Queiroz)“Tirou, ou antes, foi-lhe tirado o lenço da mão.” (Machado

de Assis)“Ronaldo tem as maiores notas da classe.   Da classe? Do

 ginásio!” (Geraldo França de Lima)

 Exercícios

Nos exercícios de número 1 a 22, faça a associação deacordo com o seguinte código:

a) elipse g) anacoluto  b) zeugma h) silepse de gêneroc) pleonasmo i) silepse de númerod) polissíndeto j) silepse de pessoae) assíndeto l) anáforaf) hipérbato m) anástrofe

1. ( ) “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos.”(Machado de Assis)

2. ( ) “Aquela mina de ouro, ele não ia deixar que outrasespertas botassem as mãos.” (José Lins do Rego)

3) ( ) “Este prefácio, apesar de interessante, inútil.” (Mário Andrade)

4. ( ) “Era véspera de Natal, as horas passavam, ele devia dequerer estar ao lado de lá-Dijina, em sua casa deles dois, da outra banda, na Lapa-Laje.” (Guimarães Rosa)

5. ( ) “Em volta: leões deitados, pombas voando, ramalhetes

de ores com laços de tas, o Zé-Povinho de chapéu erguido.”(Aníbal Machado)6. ( ) “Sob os tetos abatidos e entre os esteios fumegantes,

deslizavam melhor, a salvo, ou tinham mais invioláveisesconderijos, os sertanejos emboscados. “ (Euclides da Cunha)

7. ( ) V. Exa. está cansado?8. ( ) “Caça, ninguém não pegava... (Mário de Andrade)9. ( ) “Mas, me escute, a gente vamos chegar lá.”(Guimarães

 Rosa)10. ( ) “Grande parte, porém, dos membros daquela

assembléia estavam longe destas idéias.”(Alexandre Herculano)11. ( ) “E brinquei, e dancei e fui

Vestido de rei....”(Chico Buarque)12. ( ) “Wilfredo foge. O horror vai com ele, inclemente.

Foge, corre, e vacila, e tropeça e resvala, e levanta-se, e fogealucinadamente....”(Olavo Bilac)13. ( ) “Agachou-se, atiçou o fogo, apanhou uma brasa com

a colher, acendeu o cachimbo, pôs-se a chupar o canudo do taquaricheio de sarro.” (Graciliano Ramos)

14. ( ) “Tão bom se ela estivesse viva me ver assim.”(AntônioOlavo Pereira)

15. ( ) “Coisa curiosa é gente velha. Como comem!” (Aníbal Machado)

16. ( ) “Sonhei que estava sonhando um sonhosonhado.”(Martinho da Vila)

17. ( ) “Rubião fez um gesto. Palha outro; mas quãodiferentes.”( Machado de Assis)

18. ( ) “Estava certo de que nunca jamais ninguém saberia domeu crime.” (Aurélio Buarque de Holanda)

19. ( ) “Fulgem as velhas almas namoradas....- Almas tristes, severas, resignadas,

De guerreiros, de santos, de poetas.” (Camilo Pessanha)

20. ( ) “Muita gente anda no mundo sem saber pra quê: vivem porque vêem os outros viverem.” (J. Simões Lopes Neto)

21. ( ) “Um mundo de vapores no ar utua.”(RaimundoCorrea) 

22. ( ) “Tende piedade de mulher no instante do parto.Onde ela é como a água explodindo em convulsãoOnde ela é como a terra vomitando cóleraOnde ela é como a lua parindo desilusão.”(Vinícius de

Morais)

Nos exercícios de números 23 a 40, faça a associação deacordo com o seguinte código: 

a) metáfora f) sinédoque  b) comparação g) sinestesiac) prosopopéia h) onomatopéiad) antonomásia i) aliteraçãoe) metonímia j) catacrese

23. ( ) “Asas tontas de luz, cortando o rmamento!” (Olavo Bilac)

24. ( ) “Redondos tomates de pele quase estalando.”(Clarice Lispector) 

25. ( ) “O administrador José FerreiraVestia a mais branca limpeza.” (João Cabral de Melo

 Neto)26. ( ) “A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído,

o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu

cavalo.”(José Cândido de Carvalho)27. ( ) “A noite é como um olhar longo e claro de mulher. “(Vinícius de Morais)

28. ( ) A virgem dos lábios de mel é um das personagens maisfamosas de nossa literatura.

29. ( ) “O pé que tinha no mar a si recolhe.” (Camões)30. ( ) “Se os deuses se vingam, que faremos nós os mortais?

“ ( V. Bergo)31. ( ) “Solução onda trépida e lacrimosa; geme a brisa

folhagem; o mesmo silêncio anela de opresso.” ( José de |Alencar)32. ( ) “Avista-se o grito das araras.” (Guimarães Rosa)33. ( ) “Da noite a tarde e a taciturna trova

Soluça...”34. ( ) “O Forte ergue seus braços para o céu de estrelas e de

 paz.” ( Adonias Filho)35. ( ) “Lá fora a noite é um pulmão ofegante.” (Fernando Namora)

36. ( ) “O meu abraço te informará de mim.”(AlcântaraMachado)

37. ( ) “Iam-se as sombras lentas desfazendoSobre as f lores da terra frio orvalho.”(Camões)

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38. ( ) “Não há criação nem morte perante a poesiaDiante dela, a vida é um sol estático

 Não aquece, nem ilumina”. (Carlos Drummond de Andrade)

39. ( ) “Um olhar dessa pálpebra sombra.” (Álvares de Azevedo) 

40. ( ) “O arco-íris saltou como serpente multicolor nessa piscina de desenhos delicados.” (Cecília Meireles) 

Nos exercícios de números 41 a 50, faça a associação deacordo com o seguinte código: 

a) ironia d) paradoxo  b) eufemismo e) hipérbolec) antítese f) gradação

41. ( ) “Na chuva de coresDa tarde que explodeA lagoa brilha (Carlos Drummond de Andrade) 

42. ( ) “Nasce o sol, e não dura mais que um dia.Depois de luz, se segue a noite escura,Em tristes sombras morre a formosura

Em contínuas tristezas, a alegria.” (Gregório de Matos)43. ( ) “Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na

véspera e na manhã, somaria mais que todas as vertidas desdeAdão e Eva.” (Machado de Assis) 

44. ( ) “Todo sorriso é feito de mil prantos, toda vida se tecede mil mortes.”( Carlos de Laet)

45. ( ) “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro Lobato) 

46. ( ) “Residem juntamente no teu peito um demônio queruge e um deus que chora.” (Olavo Bilac)

47. ( ) “Quando a indesejada das gentes chegar.” (Manuel  Bandeira) 

48. ( ) “Voando e não remando, lhe fugiram. “ (Camões) 49. ( ) “O dinheiro é uma força tremenda, onipotente,

assombrosa.” ( Olavo Bilac)50. ( ) “Moça linda, bem tratada, três séculos de família,

 burra como uma porta: um amor.” (Mário de Andrade)

 Respostas(1.J) (2.G) (3.A) (4.C) (5.E) (6.F) (7.H) (8.G) (9.J) (10.I)

(11.D) (12.D) (13.E) (14.A) (15.I) (16.C) (17.B) (18.C) (19.B)(20.I) (21.M) (22.L) (23.F) (24.J) (25.E) (26.F) (27.G) (28.D)(29.J) (30.F) (31.C) (32.G) (33.I/C) (34.C) (35.A) (36.E) (37.F)(38.A) (39.F) (40.B) (41.E) (42.C) (43.E) (44.E/C) (45.F) (46.C)(47.B) (48.E) (49.F) (50.A)

Vícios de Linguagem

Todo desvio das normas gramaticais provoca um vício de lin-guagem. São incorreções e defeitos no uso da língua falada ou es -crita. Origina-se do descaso ou do despreparo linguístico de quem

se expressa. Os principais vícios de linguagem são:

 Barbarismo: todo desvio na graa, na exão ou na pronúnciade uma palavra constitui um barbarismo. Existem quatro tipos:

- Cacoepia: é a má pronúncia de uma palavra. Ex.: compania(em vez de companhia), gor (em vez de gol), cadalço (em vez decadarço);

- Silabada: é a troca de acentuação prosódica de uma palavra.Ex.: récorde (em vez de recorde), rúbrica (em vez de rubrica),íbero (em vez de ibero);

- Cacograa: é a má graa ou má exão de uma palavra. Ex.:maizena (em vez de maisena), cidadões (em vez de cidadãos),interviu (em vez de interveio);

- Deslize: é o mau emprego de uma palavra. Ex.: mala leviana(por mala leve), peixe com espinho (por peixe com espinha),vultuosa quantia (por vultosa quantia).

Comete  Barbarismo ainda quem abusa do emprego de  palavras estrangeiras, grafando-as como na língua de origem.Por princípio, todo estrangeirismo  que não possuir equivalenteadequado em nossa língua deve ser aportuguesado. Portanto,convém grafar: abajur, boate, garagem, coquetel, checape, píteça,xampu, xortes, e não abat-jour, boite, garage, cocktail, check-up, pizza, shampoo, shorts.

Tão usadas entre nós são algumas graas estrangeiras, que aestranheza por algumas formas aportuguesadas se agura muitonatural. Incluem-se ainda como barbarismo todas as formas deestrangeirismo, isto é, uso de palavras ou expressões de outraslínguas:

- Galicismo (do francês): Mise-en-scène em vez deencenação, Parti pris em vez de opinião preconcebida.

- Anglicismo (do inglês): Weekend em vez de m de semana.

 Solecismo: Todo desvio sintático provoca um solecismo.Existem três tipos:

- de concordância. Ex.: houveram eleições (por houveeleições), o pessoal chegaram (por o pessoal chegou);

- de regência. Ex.: assisti esse lme (por assisti a esse lme),ter ódio de alguém (por ter ódio a alguém), não lhe conheço (por não o conheço);

- de colocação. Ex.: darei-lhe um abraço (por dar-lhe-ei umabraço), tenho queixado-me bastante (por tenho me queixado bastante).

Cacófato: Todo som obsceno resultante da união de sílabas

de palavras diferentes provoca um cacófato. Ex.: preciso ir-me já,vaca gaúcha, etc.

O cacófato só existe quando a união das sílabas exprimeobscenidade. Portanto, ela tinha, boca dela, alma minha e outrasuniões semelhantes não constituem cacófatos, mas simplescacofonias, de menor importância.

 Ambiguidade ou Anbologia: todo duplo sentido, causado  pela má construção da frase, é uma ambiguidade. Ex.: Beatrizcomeu um doce e sua irmã também. (por: Beatriz comeu um doce,e sua irmã também); Mataram o porco do meu tio. (por: Mataramo porco que era de meu tio).

 Redundância: Toda repetição de uma ideia mediante palavrasou expressões diferentes provoca uma redundância ou pleonasmovicioso. Ex.: subir lá em cima, descer lá embaixo, entrar pra dentro,sair pra fora, novidade inédita, hemorragia de sangue, pomar defrutas, hepatite do fígado, demente mental, e tantas outras sandícesque campeiam diariamente no linguajar de gente que não pensa para falar.

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 Arcaísmo: Consiste no emprego de palavras ou expressõesantigas que já caíram de uso. Exemplo: asinha  em vez dedepressa, antanho em vez de no passado.

 Neologismo: Emprego de palavras novas que, apesar de formadas de acordo com o sistema da língua, ainda nãoforam incorporadas pelo idioma. Exemplo: As mensagenstelecomunicadas foram vistas por poucas pessoas.

 Eco: Ocorre quando há palavras na frase com terminaçõesiguais ou semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: A

divulgação da promoção não causou comoção na população. Hiato: Ocorre quando há uma sequência de vogais,

 provocando dissonância. Exemplo: Eu a amo; Ou eu ou a outraganhará o concurso.

Colisão: Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ousemelhantes, provocando dissonância. Exemplo: Sua saia su jou.

 Exercícios

01-I - Meu pai era homem de imaginação; escapou à tanoaria nas

asas de um calembour. Era um bom caráter, meu pai, varão dignoe leal como poucos.

II - Ela tinha agora a beleza da velhice, um ar austero ematernal; estava menos magra do que quando a vi, na vez passada,numa festa de São João, na Tijuca.

III - Creio que prefere mais a anedota do que a reexão, comoos outros leitores, seus confrades, e acho que faz muito bem.

Os textos apresentam, respectivamente:a) cacófato, eco e pleonasmo. b) solecismo, cacófato e hiato.c) obscuridade, eco e barbarismo.d) galicismo, cacófato e solecismo.

02- “O vereador cumprimentou o deputado em seugabinete”. A frase apresenta:

a) eco. b) barbarismo.c) cacofoniad) ambiguidade.

03- Dentre as frases a seguir, a única que não contémsolecismo é:

a) Concluído os relatórios, enviaram o material ao Diretor. b) Os adevogados desta empresa ganharam todas as causas.c) A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro está situada à Rua

Afonso Cavalcanti.d) Dado os resultados da última pesquisa, o grupo está

conante.

04- Nas frases seguintes ocorrem barbarismos. Reescreva-as corretamente:

a) Os trabalhadores apenas reinvindicavam o que queriam. b) De domingo, a gente costuma comer macarronada na casada avó.

c) Se você ver minha namorada, avise-me, por favor.d) Esse ginasta soviético bateu o record mundial.e) - Atenção! Vamos assistir ao show desses acrobatas geniais

- dizia o locutor.

f) A secretária avisava-nos insistentemente: - Não se esqueçamde colocar a sua rúbrica em cada página do contrato.

g) Concerta-se automóvel.h) Prestei exame vestibular para a Faculdade Íbero-Americana.i) Uma paralização pode trazer prejuízos incalculáveis.

05- Identique o tipo de solecismo e corrija-o de acordocom a norma culta:

a) Foi aceito vários aspectos da Constituição que beneciamo povo.

 b) Eis o novo regimento escolar. Todos devem obedecê-Io.

c) Haviam pessoas e mais pessoas no comício.d) Vá na secretaria e pegue sua caderneta.e) Este é o imóvel que todos sonham.f) Me diga uma coisa: você vai ou não me fazer este favor?g) Este é o prefeito que todos precisam.h) Nada resta-me a não ser esse desabafo.i) ... as pessoas têm de estar mais alertas para não serem

surpreendidas.

06- Identique, dentre os vícios de linguagem citados,aqueles que ocorrem nas frases abaixo:

a) cacófato b) ecoc) arcaísmod) hiato

e) colisãof) pleonasmo

1. Os regulamentos, acabo de redigi-Ios.2. Eu a ouvia extasiado.3. Esse texto tem de passar do plano ideal para o real.4. - Não suba em cima do armário - gritava a mãe do moleque.5. Já que não posso amá-Ia, já nela não penso mais.6. Este reclame mostra um homem usando galocha.7. Querida, quero que você me queira bem.

07- Determine por que ocorre ambiguidade de sentido nasfrases seguintes:

a) Encontrei-o assustado. b) O menino viu o incêndio do prédio.

c) Vi uma foto sua no metrô.d) Os eleitores revoltam-se contra os deputados por causa dos

seus salários.

08- Reescreva as frases abaixo retirando os termosredundantes ou supéruos:

a) Segundo minha opinião, penso que aquela herança deveser dividida igualmente em duas metades entre os dois lhosherdeiros.

 b) Sinceramente, para ser franco, é melhor começar o trabalhoagora do que adiar para depois.

c) Prero muito mais chocolate do que morango.d) Eu gostei tanto daquele prato de peixe que eu repeti duas

vezes.e) Este mês ganhei um brinde grátis pela assinatura de uma

revista.f) Na volta das férias, tivemos uma surpresa inesperada: o

caso das provas desaparecidas chegara a seu desenlace nal.g) Há poucos dias atrás seriam aceitas estas evidências tão

claras como provas do atentado.h) É preciso coragem para encarar as diculdades de frente.

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 Respostas

(1.D)

(2.D - gabinete do vereador ou do deputado?)

(3.B - em adevogados, há um barbarismo)

(4. a) (reivindicavam) b) (Aos domingos)c) (Vir)

d) (Recorde)e) (Espetáculo)f) (Rubrica)g) (conserta)h) (Ibero)i) (Paralisação)

(5. a) (Solecismo de concordância: “Foram aceitos...”) b) (Solecismo de regência: “...obedecer-lhe.”)c) (Solecismo de concordância: “Havia...”)d) (Solecismo de regência: “Vá à secretaria...”)e) (Solecismo de regência: “... com que todos sonham”)f) (Solecismo de colocação: “Diga-me...”)g) (Solecismo de regência: “,.. de que todos precisam.”)h) (Solecismo de colocação: “Nada me resta...”)

i) (Solecismo de concordância nominal: “...estar maisalerta...”)

(6. 1) f 2) d 3) b 4) f 5) a 6) c 7) e

(7. a) Assustado pode referir-se ao sujeito - eu - ou ao objeto. b) A expressão “do prédio” pode referir-se ao local onde se

encontrava o menino ou referir-se ao local do incêndio.c) U pronome sua pode referir-se a uma foto em que o

indivíduo aparece ou a uma foto de autoria do indivíduo.d) Seus pode referir-se tanto a eleitores quanto a deputados.

(8. a) Aquela herança deve ser dividida igualmente entre osherdeiros.

 b) É melhor começar o trabalho agora do que adiá-lo.

c) Prero mais chocolate do que morango.d) Eu gostei tanto daquele prato de peixe que o repeti.e) Este mês ganhei um brinde pela assinatura de uma revista.f) Na volta das férias, tivemos uma surpresa: o caso das provas

desaparecidas chegara a seu nal.g) Anteriormente, estas evidências seriam aceitas como

 provas do atentado.h) É preciso coragem para encarar as diculdades.

TEXTOS: DISSERTATIVO, NARRATIVO E DESCRITIVO

Texto Dissertativo

A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretaçãode uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema.Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, clareza,coerência, objetividade na exposição, um planejamento de trabalhoe uma habilidade de expressão.

É em função da capacidade crítica que se questionam pontosda realidade social, histórica e psicológica do mundo e dossemelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu signicadodiz respeito a um tipo de texto em que a exposição de uma ideia,através de argumentos, é feita com a nalidade de desenvolver umconteúdo cientíco, doutrinário ou artístico.

Exemplo:

Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a ser   primeiroministro. O primeiro é saber, com prudência, como

servirse de uma pessoa, de uma lha ou de uma irmã; o segundo,como trair ou solapar os predecessores; e o terceiro, comoclamar, com zelo furioso, contra a corrupção da corte. Mas um  príncipe discreto prefere nomear os que se valem do últimodesses métodos, pois os tais fanáticos sempre se revelam os maisobsequiosos e subservientes à vontade e às paixões do amo. Tendoà sua disposição todos os cargos, conservamse no poder essesministros subordinando a maioria do senado, ou grande conselho,e, anal, por via de um expediente chamado anistia (cuja naturezalhe expliquei), garantemse contra futuras prestações de contas eretiramse da vida pública carregados com os despojos da nação.

Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234235.

Esse texto explica os três métodos pelos quais um homemchega a ser primeiroministro, aconselha o príncipe discretoa escolhêlo entre os que clamam contra a corrupção na corte e justica esse conselho.

Observese que:- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade

com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem particular e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas dohomem em geral e de todos os métodos para atingir o poder);

- existe mudança de situação no texto (por exemplo, amudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corteno momento em que se tornam primeirosministros);

- a progressão temporal dos enunciados não tem importância,  pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra acorrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação para primeiroministro).

Características:

- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é temático;- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação;- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de

anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior importância o que importa são suas relações lógicas: analogia,  pertinência, causalidade, coexistência, correspondência,implicação, etc.

- a estética e a gramática são comuns a todos os tiposde redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuemcaracterísticas próprias a cada tipo de texto.

 São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento /

Conclusão.

Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta aideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento.Tipos:

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- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos.Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olhade dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...”

- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a umfato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começodos anos 80, com os conhecidos altos índices de inação que adécada colecionou, agravou vários dos históricos problemassociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana,cuja escalada tem sido facilmente identicada pela população brasileira.”

- Proposição: o autor explicita seus objetivos.

- Convite: proposta ao leitor para que participe de algumacoisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer sesentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! Faça parte desse time de vencedores desde a escolha desse momento!

- Contestação: contestar uma idéia ou uma situação. Ex: “Éimportante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é asolução no combate à insegurança.”

- Características: caracterização de espaços ou aspectos.- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex: “Em

1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com televisores.Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de aparelhos receptoresinstalados do mundo). Ao todo, existem no país 257 emissoras(aquelas capazes de gerar programas) e 2.624 repetidoras (queapenas retransmitem sinais recebidos). (...)”

- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do

texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se nofato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regrasque denem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder,escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente desua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.”

- Denição: desenvolve-se pela explicação dos termos quecompõem o texto.

- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faza pergunta de praxe: anal de contas, todo esse entusiasmo pelofutebol não é uma prova de alienação?”

- Suspense: alguma informação que faça aumentar a

curiosidade do leitor.- Comparação: social e geográca.- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à

distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfodas massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades quemarcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira doença doséculo...”

- Narração: narrar um fato.

Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, de formaorganizada e progressiva. É a parte maior e mais importante dotexto. Podem ser desenvolvidos de várias formas:

- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com

este tipo de abordagem.- Denição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a idéia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a denição.

- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situaçõesdistintas.

- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontosfavoráveis e desfavoráveis.

- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato oudescrever uma cena.

- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para prováveis

resultados.- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve

apresentar questionamento e reexão.- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos,

valores, juízos.- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos

 porquês de uma determinada situação.

- Oposição: abordar um assunto de forma dialética.- Exemplicação: dar exemplos.

Conclusão: é uma avaliação nal do assunto, um fechamentointegrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas asideias anteriormente desenvolvidas.

- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um

 pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reexão de quemlê.

Exemplo:

 Direito de TrabalhoCom a queda do feudalismo no século XV, nasce um novo

modelo econômico: o capitalismo, que até o século XX agia por meio da inclusão de trabalhadores e hoje passou a agir por meioda exclusão. (A)

A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo o trabalhoautomático, devido à evolução tecnológica e a necessidade dequalicação cada vez maior, o que provoca o desemprego. Outrofator que também leva ao desemprego de um sem número detrabalhadores é a contenção de despesas, de gastos. (B)

Segundo a Constituição, “preocupada” com essa crise socialque provém dessa automatização e qualicação, obriga que sejafeita uma lei, em que será dada absoluta garantia aos trabalhadores,de que, mesmo que as empresas sejam automatizadas, não perderão

eles seu mercado de trabalho. (C) Não é uma utopia?!Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na

colheita da cana de açúcar que devido ao avanço tecnológico e alei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o meio ambiente, proibindo a queima da cana de açúcar para a colheita e substituindo-os então pelas máquinas, desemprega milhares deles. (D)

Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão cursos decabeleleiro, marcenaria, eletricista, para não perderem o mercadode trabalho, aumentando, com isso, a classe de trabalhos informais.

Como cam então aqueles trabalhadores que passaram à vidaestudando, se especializando, para se diferenciarem e ainda estãodesempregados?, como vimos no último concurso da prefeitura doRio de Janeiro para “gari”, havia até advogado na la de inscrição.

(E) Já que a Constituição dita seu valor ao social que todostêm o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, quealmeja um futuro brilhante, deter, com urgência esse processo dedesníveis gritantes e criar soluções ecazes para combater a crisegeneralizada (F), pois a uma nação doente, miserável e desigual,não compete a tão sonhada modernidade. (G)

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1º Parágrafo – Introdução

A. Tema: Desemprego no Brasil.Contextualização: decorrência de um processo histórico

 problemático.

2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento

B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade queremetem a uma análise do tema em questão.

C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da

realidade.D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de

quem propõe soluções.E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.

7º Parágrafo: ConclusãoF. Uma possível solução é apresentada.G. O texto conclui que desigualdade não se casa com

modernidade.

É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dosrecursos que permite uma segurança maior no momento dedissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes

que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento deum texto dissertativo.

Ainda temos:

Tema: compreende o assunto proposto para discussão, oassunto que vai ser abordado.

Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdodiscutido.

Argumentação: é um conjunto de procedimentos linguísticoscom os quais a pessoa que escreve sustenta suas opiniões, de formaa torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer argumentos, ou seja,razões a favor ou contra uma determinada tese.

Estes assuntos serão vistos com mais anco posteriormente.

Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:

- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;

- em consequência disso, impõem-se à delidade ao tema;- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;- impõem-se sempre o raciocínio lógico;- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer 

ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração doque se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre,correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-seo uso da primeira pessoa).

O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar:uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou maisfrases que explicitem tal ideia.

Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada (ideiacentral) porque oculta os problemas sociais realmente graves.(ideia secundária)”.

Vejamos:Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida

urgentemente.

Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser combatidaurgentemente, pois a alta concentração de elementos tóxicos põeem risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas quesofrem de problemas respiratórios:

- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levadomuita gente ao vício.

- A televisão é um dos mais ecazes meios de comunicaçãocriados pelo homem.

- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades ehoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido apenas pela polícia.

- O diálogo entre pais e lhos parece estar em crise atualmente.- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a

sociedade brasileira.

O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:

Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série decoisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,funções, processos, situações, sempre oferecendo o complementenecessário à armação estabelecida na frase nuclear. Pode-seenumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência,classicação ou aleatoriamente.

Exemplo:

1- O adolescente moderno está se tornando obeso por váriascausas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticose demasiada permanência diante de computadores e aparelhos deTelevisão.

2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande onúmero de emissoras que dedicam parte da sua programação à

veiculação de programas religiosos de crenças variadas.3-- A Santa Missa em seu lar.- Terço Bizantino.- Despertar da Fé.- Palavra de Vida.- Igreja da Graça no Lar.

4-- Inúmeras são as diculdades com que se defronta o

governo brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbriossociológicos e poluição.

- Existem várias razões que levam um homem a enveredar 

 pelos caminhos do crime.- A gravidez na adolescência é um problema ser íssimo, porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.

- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobrevivênciano mundo atual e vários são os tipos de lazer.

- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas emvárias categorias.

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AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES JUL/2011

Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através dacomparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.

Exemplo:

“A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; avelhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistentesentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que afelicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”.

(Arthur Schopenhauer)

Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fatomotivador) e, em outras situações, um segmento indicandoconsequências (fatos decorrentes).

Exemplos:

- O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanidade queabriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver as coisasimediatistas e lucrativas que o rodeiam.

- O espírito competitivo foi excessivamente exercido entrenós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa sociedadefria e inamistosa.

Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcamtemporal e espacialmente a evolução de ideias, processos.

Exemplos:

Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lentaevolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois deu umsignicado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e sómuitos séculos mais tarde é que passou à comunicação de massa.

Espaço - O solo é inuenciado pelo clima. Nos climasúmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma fortedecomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da rochaem terra pela umidade e calor. Nas regiões temperadas e ainda nasmais frias, a camada do solo é pouco profunda. (Melhem Adas)

Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se conceituar,exemplicar e aclarar as ideias para torná-las mais compreensíveis.

Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue provenientedo coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical ena ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contémsangue vermelho-vivo, recém oxigenado. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que ocoração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar gás carbônico”.

Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, devedelimitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a questãoindígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das seguintes ideias:

- A violência contra os povos indígenas é uma constante nahistória do Brasil.

- O surgimento de várias entidades de defesa das populaçõesindígenas.

- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio brasileiro.

- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve

fazer a estruturação do texto.

A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:

Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para doisitens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento.

Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e ahipótese ou a tese a ser defendida.Desenvolvimento: exposição de elementos que vão

fundamentar a ideia principal que pode vir especicada atravésda argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e daconsequência, das denições, dos dados estatísticos, da ordenaçãocronológica, da interrogação e da citação. No desenvolvimentosão usados tantos parágrafos quantos forem necessários paraa completa exposição da ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas acima.

Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deveaparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foifundamentada durante o desenvolvimento da dissertação (um  parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo

  proposto na instrução, a conrmação da hipótese ou da tese,acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento.

Observe o texto abaixo:

Vida ou Morte

Introdução

A grande produção de armas nucleares, com seu incrível  potencial destrutivo, criou uma situação ímpar na história dahumanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta.

Desenvolvimento

A capacidade de destruição das novas armas é tão grandeque, se fossem usadas num conito mundial, as consequênciasde apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveriaforte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espéciehumana. Não haveria como sobreviver a um conito dessanatureza, pois todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelosefeitos mortíferos das explosões.

Conclusão Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação

desistindo da corrida armamentista e desviando para ns pacícosos imensos recursos econômicos envolvidos nessa empreitadasuicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz, em escalamundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espéciealguma, daqui a algum tempo.

(Texto adaptado do artigo “Paz e corrida armamentista” in Douglas Tufano, p. 47)

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  Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimentocientíco levou o homem a produzir bombas que possibilitam adestruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõeos argumentos que apóiam a sua armação inicial e na conclusão,conclui o seu pensamento inicial, com base nos argumentos.

 Na dissertação, pode-se construir frases de sentido geral ou desentido especíco, particular. Às vezes, uma armação de sentidogeral pode não ser inaceitável, mas se for particularizada torna-seaceitável.

Exemplo:É proibido falar ao telefone celular. (sentido geral)

É proibido falar ao telefone celular dirigindo. (sentidoespecíco)

Quando o autor se preocupa principalmente em expor suasideias a respeito do tema abordado, ca claro que seu objetivo éfazer com que o leitor concorde com ele. Nesse caso, tem-se adissertação argumentativa Para que a argumentação seja eciente,o raciocínio deve ser exposto de maneira lógica, clara e coerente.

O autor de uma dissertação deve ter sempre em mente, as  possíveis reações do leitor e por isso, deve-se considerar todasas possíveis contra-argumentações, a m de que possa “cercar”o leitor no sentido de evitar possíveis desmentidos da tese que seestá defendendo. As evidências são o melhor argumento.

Os principais autores de redação em língua portuguesa noBrasil sugerem os conhecidos esquemas de acordo com cada tipode texto. Seguir as instruções de introdução dá ao candidato o ponto pertinente.

Gênero textual: Este quesito contempla a adequação aogênero em foco. Por exemplo, caso o candidato se exprima, emuma dissertação, com subjetividade, própria de textos literárioscomo a narração e a descrição, perderá pontos.

Esquema: Cada tipo de texto requer esquema próprio. Autilização correta de um esquema vale ponto na prova. Leia comatenção e siga todos os passos a seguir.

Quanto à introdução, Hildebrando A. de André (1998, p.67)sugere frasesíntese acrescida de tópicos frasais do segundo eterceiro parágrafos.

Por sua vez, Branca Granatic (1996, p.80) aborda a redaçãodividida em esquemas, independentemente da tipologia textual.

 Esquema 1

- Introdução: expressão inicial (facultativa) + tema comobjetivo + citação dos argumentos 1, 2 e 3.

- Desenvolvimento do argumento 1- Desenvolvimento do argumento 2- Desenvolvimento do argumento 3

- Conclusão: expressão conclusiva (facultativa) + tema comobjetívo + observação nal (impessoal, positiva, otimista, quesolucione o problema e apresente viés humanístíco).

Em primeiro lugar, leia o(s) texto(s) apresentado(s) na provavárias vezes, até sua perfeita compreensão. Lembrese de que nãohá necessariamente relação direta dos textos com o tema. A seguir,

identique o tema, caso este não tenha sido explicitado. Depois,crie seu objetivo, ou seja, sem fugir do tema, posicionese. Algunsautores chamarão o tema com o objetivo de tese. Por m, de acordocom seu posicionamento e sem fugir do tema, busque dois ou trêsargumentos para desenvolver a redação.

Exemplos: Tema: Sexo antes do casamento.Objetivo: Apresentar visões favoráveis ao sexo antes do

casamento.Argumentos:

(1) Maior conhecimento íntimo do parceiro;(2) Novo conceito de liberdade;(3) Ruptura da ideologia vigente.

Tema: Problema hídrico no Distrito Federal.Objetivo: Mostrar a real e trágica situação e apresentar 

soluções.Argumentos:(1) A construção de poços artesianos sem nenhuma scalização

e planejamento em condomínios irregulares;(2) A conivência do GDF;(3) A construção de uma nova barragem (Corumbá 4) para

abastecimento de água do DF e entorno.

Tema: MSTObjetivo: Apresentar a existência de várias correntes dentrodo MST e suas posições.

Argumentos:(1) Propostas de reforma agrária pelas quais eles lutam;(2) Posição das correntes mais radicais;(3) Soluções do governo ao MST.

Sugestões extraídas da coluna Língua Solta, de Dad Squarisi,do jornal Correio Braziliense.

Assunto: Velhice Leitor: Grupo de pessoas com idade entre 60 e 65 anos.Delimitação do assunto: O perigo da ociosidade na velhice.

Objetivo: Apresentar sugestões de atividades capazes de prevenir a ociosidade na velhice. Ideias do desenvolvimento:(1) A aposentadoria do trabalho não signica aposentadoria de

mãos, pés e cabeça;(2) Há muitas ofertas de atividades para pessoas que já

  passaram dos 60 anos: grupos de estudo, viagens, cerâmica,contadores de histórias;

(3) Atividade física é importante, mas não deve ser vista comotortura. Escolha a que mais lhe dá prazer: caminhada, musculação,hidroginástica, natação.

Assunto: Falar em público.Leitor: Alunos do curso de expressão oral.

Delimitação do assunto: Falar bem é dom ou habilidadeaprendida?Objetivo: Demonstrar que, com treino, qualquer pessoa pode

falar em público com desenvoltura e sem medo.Ideias do desenvolvimento: (1) Falar, como escrever, é habilidade melhorar depende de

treino;

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(2) Exemplo de pessoas que, graças ao treino, venceram asdiculdades. O principal deles: Demóstenes, pai da Oratória. Elevenceu até a gagueira;

(3) Como melhorar a expressão oral.

Após considerar todas essas etapas, é possível começar aredação.

Comece o primeiro parágrafo com uma expressão inicial(adverbial) que não seja óbvia. Por exemplo, a palavra“atualmente” é muito óbvia na introdução, usada por diversas pessoas. Por esse motivo, use alguma expressão que aluda a seu

objetivo e argumentação. Em seguida, cite o tema e seu objetivo previamente elaborado.

Lembrese: nada de copiálo; reescrevao com outras palavras.Isso também vale em relação a seus argumentos, que devemapenas ser citados, e não desenvolvidos ou explicitados. Tudo emum único parágrafo, curto, de três a cinco linhas.

  Nos próximos três parágrafos, desenvolva seus trêsargumentos. Para tal, siga a ordem de sua introdução, abordandocada argumento em um parágrafo. Lembrese de que a tese serádesenvolvida exatamente agora; por isso, é preciso convencer oleitor de seu ponto de vista sobre o tema e, oportunamente, dar explicações, desenvolver cada argumento.

Esta é a reta nal. Isso signica que você deve continuar atento(a) ao regramento da redação dissertativa, que tambémtem suas especicidades quanto à conclusão do texto. Por isso,comece com uma expressão conclusiva que não seja óbvia como«portanto», «assim», «dessa forma».

  Não inicie frase com gerúndio. Aliás, em todo o texto, ogerúndio só cabe após uma vírgula ou no meio de uma construçãonão virgulada (não utilize de maneira nenhuma «concluindo», por exemplo). Empregue algumas palavras que denotem nalização(sem se valer de chavões), preferencialmente relacionadas ao temaou à argumentação.

Exemplos: «Com base nos dados acima explicitados», «Sobo foco da argumentação anterior». E não se esqueça de utilizar avírgula, caso venha antes do verbo, como já sugerido.

Cite, em seguida, o tema e o objetivo, com outras palavras,

fazendo uma relação com a observação nal do texto, no pontoforte da redação. Ela deve ser impessoal (nunca em primeira  pessoa, singular ou plural), denotar otimismo com relação ao  problema abordado, enfatizar a valorização do ser humano,concluir de maneira sucinta os dados comprobatórios referentesao tema e ao objetivo.

Lembrese: jamais cite os argumentos na conclusão.

 Esquema 2

- Introdução: expressão inicial + tema com objetivo + citaçãodos argumentos 1 e 2.

- Desenvolvimento do argumento 1- Desenvolvimento do argumento 2

- Conclusão: expressão conclusiva + tema com objetivo +observação nal (impessoal, positiva, otimista, que solucione o problema e apresente viés humanístíco).

Quanto ao esquema 2, que apresenta somente dois argumentos,o candidato deve seguir as orientações do esquema 1, com atençãoainda maior aos dois argumentos para fundamentar o texto.

Texto Argumentativo, Dissertativo e Expositivo

Quando se pensa em um desses três tipos de texto, geralmenteacreditase que se trata de uma dissertação. Por mais que haja umasérie de proximidades com a dissertação, os textos argumentativo,dissertativo e expositivo têm características particulares. A  principal delas é exatamente o fato de proporcionarem maior liberdade ao redator, pois o deixa livre das expressões inicial econclusiva, obrigatórias na dissertação.

Há várias maneiras de organizar logicamente um textoargumentativo. No entanto, para facilitar a redação, sugeremsedois esquemas de estrutura:

 Esquema 1

- Introdução: tema com objetivo + citação dos argumentos 1e 2.

- Desenvolvimento do argumento 1 + expressão de ligaçãoentre os argumentos + desenvolvimento do argumento 2.

- Conclusão: tema com objetívo + observação nal (impessoal,  positiva, otimista, que solucione o problema e apresente viéshumanístíco).

 Esquema 2

- Introdução: tema com objetivo + citação dos argumentos 1 e2 + desenvolvimento do argumento 1

- Expressão de ligação entre os argumentos + desenvolvimentodo argumento 2 + conclusão (tema com objetivo + observaçãonal - impessoal, positiva, otimista, que solucione o problema eapresente viés humanístíco).

Tanto o esquema 1 como o 2 estão corretos quanto à estruturade um texto argumentativo, dissertativo ou expositivo. Contudo,recomendase utilizar o esquema 1, pela organização mais explícitada redação, a partir da “separação de atitudes”: introduzir o tema,desenvolver, concluir.

Requisitos para uma boa dissertação:• sistematizar os dados reunidos;• ordenálos;• interpretálos coerentemente.

Tipos: Dependendo da eleição do autor e da natureza do tema,a dissertação pode ser expositiva ou polêmica:

 Dissertação Expositiva

O autor poderá reunir material de fontes diversas e desenvolver uma posição compreensiva do assunto, baseado no que foi coletado.Esse tipo dissertação exige do expositor informação atualizada.

 Dissertação Polêmica

O autor, além de reunir dados e expôlos com pertinência,apresentará posicionamentos, apoiado em razões e evidências.

Esse tipo de dissertação é feito a partir de assuntos polêmicos,encadeando ideias que se desenvolvem através de argumentos.

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  Na dissertação polêmica, há selecão de prós e/ou contras;o autor deve focalizar o assunto proposto, questionandoo e  procurando solucionálo antes de uma análise valorativa. Aquise exige, além de conhecimentos razoáveis, outra habilidade:capacidade de persuasão.

 Estrutura básica da dissertação polêmica

Introdução:

- Apresentação do assunto proposto.- Frase-ponte (de ligação)

Desenvolvimento:

- Elemento relacionador + pró (ou contra) + justicativa.- Elemento relacionador + pró (ou contra) + justicativa.- Elemento relacionador + pró (ou contra) + justicativa.- Frase-ponte (de separação).- Elemento relacionador + contra (ou pró) + justicativa.- Elemento relacionador + contra (ou pró) + justicativa.- Elemento relacionador + contra (ou pró) + justicativa.

Conclusão:

- Frase-ponte de ligação.- Conclusão propriamente dita.

Observações: Para maior funcionalidade, não se devemmisturar, indiscriminadamente, os prós e os contras. Primeiro,expõem-se todos os prós e, depois, todos os contras (ou vice-versa).A técnica dissertativa é a empregada nos trabalhos cientícos,ensaios, reportagens, editoriais, artigos.

 Dissertação Polêmica

Megalópole: Um bem ou um mal?

Apresentação do assunto proposto:

Quando uma cidade cresce vertiginosa e desenfreadamente,assume as características de uma megalópole. Assim, NovaIorque, Tóquio, São Paulo e outros centros urbanos espalhados pelo mundo têm conseguido diariamente aumentar a sua densidadedemográca, apresentando os pontos positivos e negativos para osseus habitantes.

Frase-ponte (ligação):

Vejamos primeiramente os aspectos positivos numa grandecidade.

Elemento relacionador + pró + justicativa:

Com relação ao setor econômico, há maiores possibilidades deemprego, melhores salários, mais chance de ascensão prossional,conferindo tudo isso ao trabalhador da megalópole a oportunidade, por tantos desejada, de atingir um “status” social.

Elemento relacionador + pró + justicativa:

Se focarmos o assunto através do prisma cultural, observaremosque a megalópole, possuindo vários teatros, museus, universidadese casas de cultura, poderá oferecer grandes oportunidades para aaquisição de conhecimentos na área artístico-cultural.

Elemento relacionador + pró + justicativa:

Quanto ao lazer, podemos armar que a megalópole  proporciona uma vida social intensa, possuindo boas casas de

diversão, muitos clubes, restaurantes com comidas das maisvariadas origens, lugares aprazíveis para passear e toda a sorte deatrativos.

Elemento relacionador + pró + justicativa:

Finalmente, se levarmos em consideração as facilidades que amegalópole oferece aos seus moradores, podemos averiguar toda agama de conforto conquistada pela moderna tecnologia cientíca,como o metrô, o aperfeiçoamento da aparelhagem doméstica nos prédios residenciais, hipermercados, alimentos prontos, etc.

Frase-ponte (separação):

Se focarmos porém, o lado negativo da megalópole, veremosque a mesma apresenta diversos pontos cruciais.

Elemento relacionador + contra + justicativa:

Em primeiro lugar, podemos citar a falta de solidariedadehumana e o egoísmo que habitam o coração dos indivíduos dagrande metrópole. Sendo pessoas sem tempo para dialogar, osmoradores da megalópole tornam-se praticamente insensíveis àdor e aos problemas dos que os cercam.

Elemento reacionador + contra + justicativa:

Como decorrência desse fato, o habitante da megalópole,

embora cercado por alguns milhões de indivíduos, sente-se, paradoxalmente, muito só; o ambiente lhe é estranho, o meio lheé hostil.

Elemento relacionador + contra + justicativa:

Acrescente-se a isto o problema da poluição ambiental. Numa cidade, onde a indústria prolifera, lançando, no ar, rios emares, toda sorte de detritos químicos, um indivíduo que aqui sedesenvolva terá maior chance de adoecer física e psiquicamente.

Frase-ponte (ligação) + Conclusão propriamente dita:

De tudo que se expôs acima, infere-se que a megalópole

apresentará mais pontos positivos do que negativos, se a pessoaque nela habita for ambiciosa (econômica e culturalmente) eapreciar o movimento das grandes cidades, a rapidez e o conforto.Se, por outro lado, tratar-se de indivíduo preso à natureza e à vida pacata, o aspecto negativo da megalópole pesará muito mais na sua balança valorativa, porquanto não atenderá às suas necessidadesvitais.

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Conhecimento Cientíco e Tecnologia

Em sentido amplo, conhecimento é o atributo que tem ohomem de reagir frente ao que o cerca. Dessa forma, podemosdistinguir três tipos de conhecimento: o empírico, o cientíco e olosóco.

Com relação ao primeiro, constatamos que, através dele,se apreende a aparência das coisas. Assim, observamos que oconhecimento empírico situado na esfera do particular.

Quanto ao conhecimento losóco, percebemos que o mesmovai tirar a essência do ser, já que o cientista, permanecendo nafaixa do físico não consegue atingiIa.

Em se tratando, porém, do conhecimento cientíco,observamos que o mesmo é orientado, sistemático e formal. A pesquisa cientíca exige método e coordenação. Conhecer algumacoisa é analisála profundamente, obedendo a uma série de etapase fatores. Essa persistência na busca é que vai permitir ao espíritocientíco equacionar o problema.

Por outro lado, a natureza é o objeto do conhecimentocientíco. Assim, ela não pode ser encarada como um complexode forças misteriosas e inexoráveis. Acrescentese a isso quea ciência não poderá se dissociar da tecnologia, pois as duasestão intimamente ligadas. Enquanto aquela é busca ordenada, pesquisa pura, esta é aplicação do cientíco ao técnico. A ciênciafundamenta a tecnologia, é o seu apoio. A primeira sem a segundaconstituirseia num saber desligado da prática. A segunda sem a primeira seria algo empírico, unilateral, sem base.

Ciência e tecnologia precisam caminhar juntas, pois são doisseres que se completam, formando um todo homogêneo que, emúltima análise, deveria visar ao progresso do homem e ao bemcomum. Mas a ciência têm uma função explicativa, desde que suanalidade é examinar o fenômeno natural. Interrogação e a dúvidageram, de certo modo, um conito entre o homem e o mundo. E,nesse esforço de buscar a solução para a natureza que o constróie investiga o porquê das coisas, o homem espera perplexo umaresposta. Aqui, a ciência esgotou o seu potencial e cedeu lugar a um outro tipo de conhecimento referenciado anteriormente, olosóco, para que o homem tente e consiga desvendar a realidade.

Assim, concluímos que, se o conhecimento empírico éinsuciente para chegarmos aos universais, o conhecimentocientíco, embora suporte da tecnologia, apresenta as suaslimitações. E, para se autojusticar, necessita do amparo de umconhecimento mais alto: o losóco.

Texto Narrativo

A Narração é um tipo de texto que relata uma história real,ctícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativoapresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço,organizados por uma narração feita por um narrador. É uma sériede fatos situados em um espaço e no tempo, tendo mudança deum estado para outro, segundo relações de sequencialidade e

causalidade, e não simultâneos como na descrição. Expressa asrelações entre os indivíduos, os conitos e as ligações afetivasentre esses indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêmessa vivência.

Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), onarrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quemocorreu o episódio. É por isso que numa narração predomina a

ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, amaioria dos verbos que compõem esse tipo de texto são os verbosde ação. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ouseja, a história que é contada nesse tipo de texto recebe o nome deenredo.

As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelaspersonagens, que são justamente as pessoas envolvidas noepisódio que está sendo contado. As personagens são identicadas(nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos próprios.

Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo semquerer) ele acaba contando “onde” (em que lugar) as ações do

enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorreuma ação ou ações é chamado de espaço, representado no texto pelos advérbios de lugar.

Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento danarrativa é o tempo, representado no texto narrativo através dostempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de tempo. É otempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica aoleitor “como” o fato narrado aconteceu.

A história contada, por isso, passa por uma introdução (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelodesenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama) etermina com a conclusão da história (é o nal ou epílogo). Aquele

que conta a história é o narrador, que pode ser pessoal (narra em1ª pessoa: Eu...) ou impessoal (narra em 3ª pessoa: Ele...).

Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbosde ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelossubstantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes dotexto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelosverbos, formando uma rede: a própria história contada.

Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta ahistória.

Elementos Estruturais (I):

- Enredo: desenrolar dos acontecimentos.- Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam e

dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por meiode características físicas ou psicológicas. Os personagens podemser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais (trabalhador,estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o medroso, o tímido, oavarento etc.), heróis ou antiheróis, protagonistas ou antagonistas.

- Narrador: é quem conta a história.- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o

tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempointerior, subjetivo.

Elementos Estruturais (II):

Personagens Quem? Protagonista/Antagonista

Acontecimento O quê?  FatoTempo Quando? Época em que ocorreu o fatoEspaço Onde? Lugar onde ocorreu o fatoModo Como? De que forma ocorreu o fatoCausa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fatoResultado - previsível ou imprevisível.Final - Fechado ou Aberto.

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Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se detal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente, comosimples exemplos de uma narração. Há uma relação de implicaçãomútua entre eles, para garantir coerência e verossimilhança àhistória narrada.

Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão,obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as personagens ou o fato a ser narrado.

Exemplo:

Porquinhodaíndia

Quando eu tinha seis anosGanhei um porquinhodaíndía.Que dor de coração me davaPorque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!Levava ele pra salaPra os lugares mais bonitos mais limpinhosEle não gostava:Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...

O meu porquinhodaíndia foi a minha primeira namorada.Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de

Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110.

Observe que, no texto acima, há um conjunto de transformaçõesde situação: ganhar um porquinhodaíndia é passar da situação denão ter o animalzinho para a de tê lo; leválo para a sala ou paraoutros lugares é passar da situação de ele estar debaixo do fogão para a de estar em outros lugares; ele não gostava: “queria era estar debaixo do fogão” implica a volta à situação anterior; “não faziacaso nenhum das minhas ternurinhas” dá a entender que o menino passava de uma situação de não ser terno com o animalzinho parauma situação de ser; no último verso temse a passagem da situaçãode não ter namorada para a de ter.

Verica-se, pois, que nesse texto há um grande conjuntode mudanças de situação. É isso que dene o que se chama o

componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudançade estado pela ação de alguma personagem, é uma transformaçãode situação. Mesmo que essa personagem não apareça no texto,ela está logicamente implícita. Assim, por exemplo, se o meninoganhou um porquinhodaíndia, é porque alguém lhe deu oanimalzinho.

Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: aquele em quealguém recebe alguma coisa (o menino passou a ter o porquinhodaíndia) e aquele alguém perde alguma coisa (o porquinho perdia,a cada vez que o menino o levava para outro lugar, o espaçoconfortável de debaixo do fogão). Assim, temos dois tipos denarrativas: de aquisição e de privação.

Existem três tipos de foco narrativo:

- Narrador-personagem: é aquele que conta a história naqual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem aomesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.

- Narrador-observador: é aquele que conta a história comoalguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, ahistória é contada em 3ª pessoa.

- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos.  Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturadacom pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).

Estrutura:

- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentadosalguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história,como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.

- Complicação: é a parte do texto em que se inicia

  propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,conduzindo ao clímax.

- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seumomento crítico, tornando o desfecho inevitável.

- Desfecho: é a solução do conito produzido pelas ações dos personagens.

Tipos de Personagens:

Os personagens têm muita importância na construção de umtexto narrativo, são elementos vitais. Podem ser  principais ousecundários, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser apresentados direta ou indiretamente.

A apresentação direta acontece quando o personagem aparecede forma clara no texto, retratando suas características físicase/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os  personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo asua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suasações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.

- Em 1ª pessoa:

Personagem Principal: há um “eu” participante que conta ahistória e é o protagonista. Exemplo:

“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, ocoração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me atrevia

a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar de um lado para outro, estacando para amparar-me, e andava outravez e estacava.”

(Machado de Assis. Dom Casmurro)

Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar,eu estava lá e vi. Exemplo:

“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso doJango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandistaque fez cancha nos banhados do Ibirocaí.

Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da Lua, naescuridão das noites, na cerração das madrugadas...; ainda que

chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como por almade padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca desandoucruzada!...

(...)Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento dele.

Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não no víamos desde muitotempo. (...)

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Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório namatança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.

(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista)

- Em 3ª pessoa:

Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa.Exemplo:

“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaramde borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da malhade cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara à mostra,sem máscara piedosa para disfarçar o sentimento impreciso deridículo.”

(Ilka Laurito. Sal do Lírico)

Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história comosendo vista por uma câmara ou lmadora. Exemplo:

Festa

Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha ocrioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado de dois

meninos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, masambos com menos de dez anos.Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas

resolutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde háseis mesas desertas.

O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. Ohomem pergunta em quanto ca uma cerveja, dois guaranás e dois pãezinhos.

 __ Duzentos e vinte.O preto concentra-se, aritmético, e conrma o pedido. __Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz. __ Como?  __ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais

gostoso.

O homem olha para os meninos. __ O preço é o mesmo – informa o rapaz. __ Está certo.Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como

se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida.O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em

seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôndega cadaum. O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentrodos pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira.

Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo decerveja até a boca, depois cada um prova o seu guaraná e morde o primeiro bocado do pão.

O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando

criteriosamente o menino mais velho e o menino mais novoabsorvidos com o sanduíche e a bebida.Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos.

E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis, sentadosnaquela mesa.

(Wander Piroli)

Tipos de Discurso:

Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente parao personagem, sem a sua interferência. Exemplo:

Caso de Desquite

 __ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na boca).Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto casado. Agoracom mania de mulher. Todo velho é sem-vergonha.

 __ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só nãome pise, co uma jararaca.

 __ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão. __ Essa aí tem lho emancipado. Criei um por um, está bom?

Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de mamar no primeiromês.

 __Você desempregado, quem é que fazia roça?  __ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava. Fui

 jogado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no mundo semninguém por mim. O céu lá em cima, noite e dia o hominho aquina carroça. Sempre o mais sacricado, está bom?

 __ Se car doente, Severino, quem é que o atende? __ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém morre só.

Sempre tem um cristão que enterra o pobre.

 __ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher... __ Eu arranjo. __ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem dois

cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de melhor. Vai medeixar sem nada?

 __ Você tinha amula e a potranca. A mula vendeu e a potranca,deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um prato de comida eroupa lavada.

 __ Para onde foi a lavadeira? __ Quem? __ A mulata.(...)

(Dalton Trevisan –  A guerra Conjugal )

Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem diz,sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo:

Frio

O menino tinha só dez anos.Quase meia hora andando. No começo pensou num bonde.

Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem feito que trazia,afastou a idéia como se estivesse fazendo uma coisa errada.(Nos bondes, àquela hora da noite, poderiam roubá-lo, sem que percebesse; e depois?... Que é que diria a Paraná?)

Andando. Paraná mandara-lhe não car observando asvitrines, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias comuns. Ia

rme e esforçando-se para não pensar em nada, nem olhar muito para nada.

 __ Olho vivo – como dizia Paraná.Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das ruas. Ele

ia pelas beiradas. Quando em quando, assomava um guarda nasesquinas. O seu coraçãozinho se apertava.

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 Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma mulher.Sempre cam mulheres vagabundeando por ali, à noite. Pelo  jardim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela lhe deu, eleseguiu. Ignorava a exatidão de seus cálculos, mas provavelmentefaltava mais ou menos uma hora para chegar em casa. Os bondes passavam.

(João Antônio –  Malagueta, Perus e Bacanaço)

Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do  personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamenterecente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX.

Exemplo:

A Morte da Porta-Estandarte

Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus braços.Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. Não é precisosegurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, se abriu...Esse temporal assim é bom, porque Rosinha não sai. Tenham paciência... Largar Rosinha ali, ele não larga não... Não! E essestambores? Ui! Que venham... É guerra... ele vai se espalhar... Por que não está malhando em sua cabeça?... (...) Ele vai tirar Rosinhada cama... Ele está dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para ofundo do País... Abraçá-la no alto de uma colina...

(Aníbal Machado)

Sequência Narrativa:

Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: umacoordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase a outra.

A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um

dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo);- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma

competência para fazer algo);- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou

devia fazer (é a mudança principal da narrativa);- uma em que se constata que uma transformação se deu e

em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os

maus).

Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se  pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata arealização de uma mudança é porque ela se vericou, e ela efetuase porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se assinaa escritura, realizase o ato de compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sidodespejado, por exemplo).

Algumas mudanças são necessárias para que outras se deem.Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um bambuou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro, é preciso

antes conseguir o dinheiro.

 Narrativa e Narração

Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade éum componente narrativo que pode existir em textos que não sãonarrações. A narrativa é a transformação de situações. Por exemplo,

quando se diz “ Depois da abolição, incentivouse a imigração deeuropeus”, temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresentaum componente narrativo, pois contém uma mudança de situação:do não incentivo ao incentivo da imigração européia.

Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto,o que é narração?

A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:- é um conjunto de transformações de situação (o texto de

Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preencheessa condição);

- é um texto gurativo, isto é, opera com personagens e fatos

concretos (o texto «Porquinho-daíndia” preenche também esserequisito);

- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira talque, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e posterioridade (no texto «Porquinhodaíndia” o fato de ganhar oanimal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por sua vezé anterior ao de o menino leválo para a sala, que por seu turno éanterior ao de o porquinhoda-índia voltar ao fogão).

Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear datemporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no romancemachadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, quando onarrador começa contando sua morte para em seguida relatar suavida, a sequência temporal foi modicada. No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações de anterioridade e de posterioridade.

Resumindo: na narração, as três características explicadasacima (transformação de situações, guratividade e relações deanterioridade e posterioridade entre os episódios relatados) devemestar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só uma ou duasdessas características não é uma narração.

Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto narrativo:

- Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o queaconteceu, quando e onde.

- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos personagens.- Desenvolvimento: detalhes do fato.- Conclusão: consequências do fato.

Caracterização Formal:

Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspectonarrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade, porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função daindividualidade e do estilo do narrador. Dependendo do enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim é de grandeimportância saber se o relato é feito em primeira pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a participação do narrador; segundo,

há uma inferência do último através da onipresença e onisciência.Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dosacontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo oaspecto linear e constituindo o que se denomina “ ashback ”. Onarrador que usa essa técnica (característica comum no cinemamoderno) demonstra maior criatividade e originalidade, podendoobservar as ações ziguezagueando no tempo e no espaço.

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Exemplo - Personagens

“Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr.Amâncio não viu a mulher chegar.

Não quer que se carpa o quintal, moço?Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face

escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do passado, os olhos).»

(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre:Mercado Aberto, p. 5O)

Exemplo - Espaço

Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondezaescura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de algum rio. Nãohavia, em todo o caso, como negarlhe a insipidez.”

(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. PortoAlegre: Movimento, 1981, p. 51)

Exemplo - Tempo

“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembrase: amulher lhe pediu que a chamasse cedo.”

(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4)

Ao longo da nossa vida, vivemos em meio a muitas narrativas.Desde muito cedo, ouvimos histórias de nossas famílias, de comoera a cidade ou o bairro há muito tempo atrás; como eram nossos parentes quando mais novos. Ouvimos também histórias de medos,de personagens fantásticos, de sonhos. Enm, ouvimos, contamos,lemos, assistimos, imaginamos histórias.

Texto 1

“Noite escura, sem céu nem estrelas. Uma noite de ardentia.Estava tremendo. O que seria desta vez? A resposta veio dofundo. Uma enorme baleia, com o corpo todo iluminado, passavaexatamente sob o barco, quase tocando-lhe o fundo. Podia ser suadescomunal cauda, de envergadura talvez igual ao comprimentodo meu barco, passando por baixo, de um lado, enquanto do

outro, seguiam o corpo e a cabeça. Com o seu movimento verdefosforescente iluminando a noite, nem me tocou, e iluminadaseguiu em frente. Com as mãos agarradas na borda, estavacompletamente paralisado por tão impressionante espetáculo—  belo e assustador ao mesmo tempo. Acompanhava com os olhos ea respiração seu caminho sob a superfície. Manobrou e voltou-sede novo, e, mesmo maravilhado com o que via, não tive a menor dúvida: voei para dentro, fechei a porta e todos os respiros, e queiaguardando, deitado, com as mãos no teto, pronto para o golpe.Suavemente tocou o leme e passou a empurrar o barco, que couatravessado a sua frente. Eu procurava imaginar o que ela queria.

(Klink, Amir. “Cem dias entre céu e mar”. Rio deJaneiro: José Olympio, 1986)

Texto 2

 A lebre e a tartaruga

A lebre estava se vangloriando de sua rapidez, perante osoutros animais: “Nunca perco de ninguém. Desao a todos aqui atomarem parte numa corrida comigo.”

“Aceito o desao!”, disse a tartaruga calmamente. “Isto parece  brincadeira. Poderia dançar à sua volta, por todo o caminho”,respondeu a lebre.

“Guarde sua presunção até ver quem ganha”, recomendou atartaruga.

A um sinal dado pelos outros animais, as duas partiram. Alebre saiu a toda velocidade. Mais adiante, para demonstrar seudesprezo pela rival, deitou-se e tirou uma soneca. A tartarugacontinuou avançando, com muita perseverança. Quando a lebreacordou, viu-a já pertinho do ponto nal e não teve tempo decorrer, para chegar primeiro.

Moral: Com perseverança, tudo se alcança.

Comentário:

- o texto mostra, através de um relato de experiência vivida,cenas da memória do famoso navegador brasileiro - Amir Klink,autor de vários livros sobre suas viagens;

- o texto 2 conta uma história de animais - fábula - que ilustraum comportamento humano e cuja nalidade é dar um ensinamentoa respeito de certas atitudes das pessoas.

Podemos armar que os dois textos têm em comum osseguintes aspectos:

- acontecimento, fato, situação (ou “o que aconteceu” e “comoaconteceu”)

- personagem (ou “com quem aconteceu”)- espaço, tempo (ou o “onde” e “quando aconteceu”)- narrador (ou “quem está contando”)

Ambos os textos são narrativas, mas com uma diferença: o primeiro é uma narrativa não ccional, porque traz uma históriavivida e relatada por uma pessoa. O segundo é uma narrativaccional, em que um autor cria no mundo da imaginação, umahistória narrada por um narrador e vivida por seus personagens.

Para a distinção entre narrativa ccional e não ccional car mais clara, é bom lembrar, por exemplo, que a notícia de jornal é

também uma narrativa de não cção, pois relata fatos da realidadeque mereçam ser divulgados.

Tipologia da Narrativa Ficcional:

- Romance- Conto- Crônica- Fábula- Lenda- Parábola- Anedota- Poema Épico

Tipologia da Narrativa NãoFiccional:

- Memorialismo- Notícias- Relatos- História da Civilização

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Apresentação da Narrativa:

- visual: texto escrito; legendas + desenhos (história emquadrinhos) e desenhos.

- auditiva: narrativas radiofonizadas; tas gravadas e discos.- audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas.

Exemplos de Textos Narrativos:

Conto: é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (nosentido estrito de tamanho). Entre suas principais características,

estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ouimpressão total: o conto precisa causar um efeito singular no leitor;muita excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nomede contista. Exemplo:

A noite em que os hotéis estavam cheios

O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados daviagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria,desde que não fosse muito caro.

  Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeirohotel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que nãohavia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com

desconança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disseque não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos.

 — E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel,se não tem documentos? — disse o encarregado. — Eu nem sei seo senhor vai pagar a conta ou não!

O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiuadiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto — que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o donodesconou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estavalotado. Contudo, para não car mal, resolveu dar uma desculpa:

 — O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderiaaté receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não conseguinada. Se eu conhecesse alguém inuente... O senhor não conheceninguém nas altas esferas?

O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecessealguém nas altas esferas.

 — Pois então — disse o dono da hospedaria — fale para esseseu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que osenhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe,com banho e tudo.

O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problemafosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foiadiante.

  No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estavaesperando um casal de conhecidos artistas, que viajavamincógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossemos hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.

  — O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou oviajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse ogerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nóstemos. O gerente aí percebeu o engano:

 — Sinto muito — desculpou-se. — Eu pensei que tinha umquarto vago, mas parece que já foi ocupado.

O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não haviavaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia umamanjedoura, disse, por que não se hospedavam lá? Não seriamuito confortável, mas em compensação não pagariam diária.Para surpresa dele, o viajante achou a idéia boa, e até agradeceu.Saíram.

  Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, perguntando por um casal de forasteiros. E foi aí que o gerentecomeçou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes maisimportantes já chegados a Belém de Nazaré.

(“A Massagista Japonesa”, “Contos para um Natal

brasileiro”,Editora Relume: IBASE — Rio de Janeiro, 1996, p. 09.)

Crônica: é uma narração, segundo a ordem temporal. O termoé atribuído, por exemplo, aos noticiários dos jornais, comentáriosliterários ou cientícos, que preenchem periodicamente as páginasde um jornal. Exemplo:

Escuta

“Já que está se falando tanto em aparelhos de escuta, imaginese existisse um aparelho capaz de captar do ar tudo que já foidito pela raça humana desde os seus primeiros grunhidos. Nossas  palavras provocam ondas sonoras que se alastram e quem nos

assegura que elas não continuam no ar, dando voltas ao mundo, junto com as palavras dos outros, para sempre? Como não pareceexistir fronteiras para a técnica moderna, o aparelho certamente sesosticaria em pouco tempo e logo poderíamos captar a época quequiséssemos e isolar palavras, frases, discursos inteiros, inclusiveidenticando o seu lugar de origem. Sintonizar o Globe Theater de Londres e ouvir as palavras de Shakespeare ditas por atoresda época elizabetana, com intervenções do ponto e comentáriosda platéia, por exemplo. Ouvir, talvez, o próprio Shakespearefalando. Ou tossindo, já que todos os sons que emitimos? espirros,gemidos, puns também continuariam no ar para serem ouvidos.O grito do Ipiranga. Discursos do Rui Barbosa. O silêncio doMaracanã quando o Uruguai marcou o segundo gol. As grandesfrases da humanidade, na voz do próprio autor! Descobriríamosque Alexandre, o Grande, tinha voz na, que Napoleão eralinguinha, que a primeira coisa que Cabral disse ao chegar aoBrasil foi “Diabos, enxarquei as botas”...

As pessoas se reuniriam para sintonizar o passado, à procurade vozes conhecidas e frases famosas.

“Se for para o bem de todos e a felicidade geral da nação,diga ao povo que...”? Isso não interessa. Muda. “Gugu”? Espera!Essa voz não me é estranha... “Dadá”? Sou eu, quando era bebê!Aumenta, aumenta! É verdade que não haveria como identicar vozes famosas, dizendo coisas banais. Aquela frase, captada numarua de Atenas? «Aparece lá em casa, e leva a patroa»? pode muito bem ter sido dita por Péricles. Aquela outra «Um pouquinho mais para cima... Aí, aí! agora coça!» pode ter sido dita por MadameCurrie para o marido. Ou por Max para Engels. E não se deveesquecer que algumas das coisas mais bonitas ditas pelo homem

através da História foram ditas baixinho, no ouvido de alguém,e não causaram ondas. Da próxima vez que disser alguma coisaque valha a pena no ouvido de alguém, portanto, grite. Você podeestar rompendo um caso de amor, e talvez um tímpano, mas estaráfalando para a posteridade.

[...]»(Veríssimo, Luís Fernando. Jornal do Brasil, 27/O9/98, p. 11)

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Fábula: é uma narrativa gurada, na qual são animais queganham características humanas. Sempre contém um moral por sustentação, constatada no nal da história. É um gênero muitoversátil, pois permite diversas maneiras de se abordar determinadoassunto. É muito interessante para crianças, pois permite que elassejam ensinadas dentro de preceitos morais sem que percebam.Exemplo:

O Lobo e o Cordeiro

A razão do mais forte é a que vence no nal (nem sempre o

Bem derrota o Mal). Um cordeiro a sede matava

nas águas limpas de um regato.Eis que se avista um lobo que por lá passava

em forçado jejum, aventureiro inato,e lhe diz irritado: - «Que ousadia

a tua, de turvar, em pleno dia,a água que bebo! Hei de castigar-te!»

- «Majestade, permiti-me um aparte» -diz o cordeiro. - «Vede

que estou matando a sedeágua a jusante,

 bem uns vinte passos adiantede onde vos encontrais. Assim, por conseguinte,

 para mim seria impossívelcometer tão grosseiro acinte.»- «Mas turvas, e ainda mais horrível 

foi que falaste mal de mim no ano passado.- «Mas como poderia» - pergunta assustado

o cordeiro -, «se eu não era nascido?» - «Ah, não? Então deve ter sido teu irmão.» - «Peço-vos perdão

mais uma vez, mas deve ser engano, pois eu não tenho mano.»

- «Então, algum parente: teus tios, teus pais. . .Cordeiros, cães, pastores, vós não me poupais;

 por isso, hei de vingar-me» - e o leva até o recessoda mata, onde o esquarteja e come sem processo.

La Fontaine

Lenda: é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradiçãooral através dos tempos. De caráter fantástico e/ou ctício, aslendas combinam fatos reais e históricos com fatos irreais quesão meramente produto da imaginação aventuresca humana.Com exemplos bem denidos em todos os países do mundo, aslendas geralmente fornecem explicações plausíveis, e até certo ponto aceitáveis, para coisas que não têm explicações cientícascomprovadas, como acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.Podemos entender que lenda é uma degeneração do Mito. Comodiz o dito popular «Quem conta um conto aumenta um ponto»,as lendas, pelo fato de serem repassadas oralmente de geração ageração, sofrem alterações à medida que vão sendo recontadas.Exemplo:

Boi Tatá

É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quasecego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie decobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriua terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá cou no escuro,assim, seus olhos cresceram.

Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais.Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhosamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantesnoturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogocorrendo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil échamado de «Cumadre Fulôzinha». Para os índios ele é «Mbaê-Tata», ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.

Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outrosdizem que ele protege as matas contra incêndios.

A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo,

que são os gases inamáveis que emanam dos pântanos, sepulturase carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecemgrandes tochas em movimento.

Parábola: narrativa curta ou apólogo, muitas vezeserroneamente denida também como fábula. Sua característica éser protagonizada por seres humanos e possuir sempre uma razãomoral que pode ser tanto implícita como explícita. Ao longo dostempos vem sendo utilizada para ilustrar lições de ética por viassimbólicas ou indiretas. Narração gurativa na qual, por meio decomparação, o conjunto dos elementos evoca outras realidades,tanto fantásticas, quanto reais. Exemplo:

O Filho Pródigo

“Um certo homem tinha dois lhos. E o mais moço delesdisse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. Eele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o lhomais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e alidesperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. E, havendo elegastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquelaterra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcoscomiam, e ninguém lhe dava nada. E, caindo em si, disse: Quantostrabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereçode fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamadoteu lho; faze-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-

se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai,e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou. E o lho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu lho. Mas o paidisse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho,e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o bezerrocevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos, porque este meulho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. Ecomeçaram a alegrar-se. E o seu lho mais velho estava no campo;e, quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E elelhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porqueo recebeu são e salvo. Mas ele se indignou e não queria entrar.E, saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu

mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com osmeus amigos. Vindo, porém, este teu lho, que desperdiçou a tuafazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. E ele lhedisse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas sãotuas. Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque esteteu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado”

 (Evangelho Lucas 15:11-32)

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 Erros Comuns na Narração:

- Uso e mau uso das palavras: Sabe-se muito bem que as  palavras funcionam como matéria-prima para a construção dequalquer texto. Um defeito que um bom texto jamais deveráapresentar é a repetição de palavras sem ns estilísticos. Claroque não estamos falando de repetições intencionais como asanáforas, por exemplo, mas daquele tipo que desgasta a narrativa eempobrece, inclusive, seus signicados. Exemplo:

“A menina esteve sentada ali durante toda à tarde. Coitadada menina, não sabia que a consulta duraria tanto e que sua mãecaria, então, preocupada. A menina pediu para telefonar e faloucom a mãe, explicando-lhe a demora.”

Procure substituir os nomes por pronomes quando perceber que você repetiu muito a mesma palavra.

 - Uso de clichês: Entendendo-se como clichê as repetições

de expressões, ideias ou palavras que, pelo uso constante e  popularizado, nada mais signicam. Exclua de sua redaçãonarrativa as expressões: “lindo dia de sol”, “abraço cheio deemoção”, “beijo doce”, “ao pôr-do-sol”, “faces rosadas”, “inocentecriança”, “Num belo domingo de Primavera...”, “família unida”,“uma grande salva de palmas”, “paixão intensa”.

Estes são apenas alguns exemplos. E depende da sensibilidade

de cada um para captar os desgastes que as palavras e expressões possuem. - Falta de coerência interna: Levando-se em conta que

uma narrativa é uma sucessão de acontecimentos que ocorremem tempo e espaço determinados, que envolvem ações feitas erecebidas pelas personagens, é interessante que jamais percamosa coerência interna. Precisamos ter atenção na construção dotexto narrativo, a m de que ele não perca suas qualidades decompletude. Deixar pelo caminho situações mal desenvolvidas,circunstâncias mal nomeadas ou esclarecidas dão sempre a ideiade desatenção, pressa ou falta de cuidado com a tessitura do texto.Ele deve sempre parecer um todo verossímil, capaz de convencer quem o leia. Imitação da vida ou ultra-realidade, o texto não pode,

a não ser por escolha do autor, como estilo, parecer frágil emalguns aspectos, sem resistência de continuidade.Mesmo que o tempo seja “cortado” e nele se insiram os

 ashback , não permita que ele se fragmente e esses fragmentosesgarcem a compreensão do que você imprimiu à sua história.Lembre-se de que a narrativa é como uma vida, um trecho dela:há circunstâncias que, se retiradas, fazem-na tornar-se incompletaou supercial.

 - Ausência de características das personagens: Quando

construímos a personagem ou personagens, sabemos que elasdevem parecer verdadeiras, criaturas assemelhadas que são aoshumanos. Mesmo numa fábula ou num apólogo, em que animaisou coisas são personicados, há uma tendência de caracterizá-

las como criaturas do mundo real. Uma personagem, sobretudo a protagonista, deve ter traços fortes, típicos, particulares. Se vocêcriá-las sem características especícas, não há como ressaltar-lheos atos e tomá-los signicativos na sequência da narração. Uma  boa personagem tem um cacoete qualquer; uma cor de olhos,tiques, manias, gestos (passar a mão no cabelo, estalar os dedos ou balançar a cabeça de um lado para o outro.)

- Ausência de características espaciais: Caracterização doespaço onde ocorrem as ações. Muitas vezes, ele sequer existe,como no trecho: “Enquanto lá fora chovia intensamente, ascrianças pulavam aos berros sobre o sofá da sala.”

Quando o corretor lê isso, sem mais nenhuma indicação posterior, o que pode imaginar é um sofá no meio do nada e trêscrianças pulando sobre ele... uma janela dependurada e lá fora achuva intensa... Este aspecto é tão importante que, frequentemente,revela estados de espírito, características psicológicas e intelectuaisdas personagens. Não seja excessivamente minucioso, abordeaspectos. Por exemplo: numa narrativa de terror ou suspense, em

que uma determinada cena vai se desenvolver no sótão; ou no porão, é imprescindível que você, em dado momento, indique edescreva os caminhos que conduzem a tais lugares.

 - Uso reiterado de adjetivos: Exemplo: “Numa linda,

 perfeita, maravilhosa, fantástica e ensolarada manhã de primavera brasileira, aquela extraordinária jovem de cabelos longos, negrose volumosos abriu a ampla janela para o belíssimo e perfeito jardim...”

É evidente que, ao descrever uma personagem ou o ambienteem que ela se encontra, precisaremos da ajuda de adjetivos; massaiba priorizá-los no uso, evitando abundância desnecessária. Usoampliado de adjetivos também desgasta (como no exemplo acima).

- Escrita circular: Rigorosamente, não há tamanho exato paranenhum tipo de texto, muito menos os narrativos. Mas convémnão ultrapassar 40 ou 50 linhas para que não incorramos num erromuito signicativo: escrever “circularmente”, ou seja, repetir,innitamente repetir, ao redor do mesmo tema, a mesma história ouargumentos como uma espécie de bêbado que fala sempre a mesmacoisa. Escrever circularmente é como andar em círculos, sem que possamos sair do lugar, investindo em algo que é importante paraqualquer narrativa: as ações novas que se encadeiam, a peripéciados acontecimentos, a sequência que nos permita um bom fecho.Antes de começar a escrever, faça um breve roteiro (não é umresumo) sobre como quer que a história se desenvolva. Ajudamuito e nos auxilia a não nos perdermos em descaminhos.

 - Começo, meio e m: Muita gente, quando escreve, imagina

que, para ser compreendido, é preciso ser didático. Não acreditenisso. Uma pergunta que se faz muito ao intentar um texto narrativoé se ele pode terminar em “aberto”, ou seja, apenas com a sugestãode fecho, aceitando a interferência, a interação com o leitor que  pode, de acordo com suas vivências e experiências, “fechá-lo”à sua maneira. Isso é uma boa dica, acredite, para fazer melhor o seu texto. Experimente, por exemplo, começá-lo pelo clímax,assim você rompe o lugar comum e chama mais a atenção do seucorretor.

 - Esquecendo uma personagem: Antes de começar o seu

texto, lembre-se de ler com atenção todas as recomendações doenunciado e não se esquecer de qualquer recomendação. Sobretudoquando se trata de criar um determinado tipo de personagem. Se

o enunciado pedir a você que crie um detetive, uma mulher que lêmãos, um homem misterioso de chapéu, tais pedidos, certamente,fazem parte fundamental do que se pretende da narrativa. Pior do que isso é começar a narrar e, após citar uma personagem,esquecê-la, deixá-la de lado, não trazê-la ao o da história paraque se desenvolva plenamente. “Esquecer” uma personagem é atonarrativo imperdoável.

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- Esquecendo uma ação:   Nada pior que esquecer umaação exigida pelo enunciado. Quando ele pede um determinadocomponente acional, melhor prestar muita atenção e dar umcontorno de relevância a isso. Normalmente, o enunciado destacao que pede como imprescindível. E antes de passar a limpo aredação, vá ao rol de exigências e conra se cumpriu todos os itens.Há duas coisas que dão nota zero na hora de elaborar o texto: fugir do modal, trocá-lo (pede-se, por exemplo, uma narração e vocêfaz uma dissertação..). A outra é esquecer os itens do enunciado,descumpri-los ou relegar exigências fundamentais a circunstânciassecundárias.

Texto Descritivo

É a representação com palavras de um objeto, lugar, situaçãoou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particularesou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que sejaapreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, emimagens.

Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoaou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Nãoé necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista doobservador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessaforma, o que será importante ser analisado para um, não será paraoutro.

A vivência de quem descreve também inuencia na horade transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto, pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.

Exemplos:

(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Masa penumbra dos ramos cobria o atalho.

Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, pequenassurpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado pelos instantes jámais apressados da tarde. De onde vinha o meio sonho pelo qualestava rodeada? Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo eraestranho, suave demais, grande demais.”

(extraído de “ Amor ”, Laços de Família, ClariceLispector)

(II) Chamavase Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado,inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquiloque a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; venciacom o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reuniaa isso grande medo ao pai. Era uma criança na, pálida, caradoente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai eretiravase antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco.

(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. SãoPaulo, Ática, 1974, págs. 3132.)

Esse texto traça o perl de Raimundo, o lho do professor da

escola que o escritor frequentava.Devese notar:

- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (aomesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que osoutros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinhagrande medo ao pai);

- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser consideradacronologicamente anterior a outra do ponto de vista do relato (nonível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologicamenteanterior a retirarse dela; no nível do relato, porém, a ordem dessasduas ocorrências é indiferente: o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suasações);

- ainda que se fale de ações (como entrava, retiravase), todaselas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância emrelação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de1840, em que o escritor frequentava a escola da rua da Costa) e,

 portanto, não denota nenhuma transformação de estado;- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não

correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar eler o texto do m para o começo: O mestre era mais severo comele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-seantes...

Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enunciados pode ser invertida, está-se pensando apenas na ordem cronológica,  pois, como veremos adiante, a ordem em que os elementos sãodescritos produz determinados efeitos de sentido.

Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos fazer certas modicações no texto, pois este contém anafóricos (palavras

que retomam o que foi dito antes, como ele, os, aquele, etc. oucatafóricos (palavras que anunciam o que vai ser dito, como este,etc.), que podem perder sua função e assim não ser compreendidos.Se tomarmos uma descrição como   As ores manifestavamtodo o seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar , ao invertermos aordem das frases, precisamos fazer algumas alterações, para queo texto possa ser compreendido: O Sol fazia as ores brilhar.

  Elas manifestavam todo o seu esplendor . Como, na versãooriginal, o pronome oblíquo as é um anafórico que retoma ores,se alterarmos a ordem das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos mudar a palavra ores para a primeira frase e retomá-la com o anafórico elas na segunda.

Por todas essas características, dizse que o fragmento doconto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de texto em

que se expõem características de seres concretos (pessoas, objetos,situações, etc.) consideradas fora da relação de anterioridade e de posterioridade.

Características:

- Ao fazer a descrição enumeramos características,comparações e inúmeros elementos sensoriais;

- As personagens podem ser caracterizadas física e psicologicamente, ou pelas ações;

- A descrição pode ser considerada um dos elementosconstitutivos da dissertação e da argumentação;

- é impossível separar narração de descrição;- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim

a capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza.- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo:“(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelodesenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguíneae fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo queparecem conformados expressamente para esposas da multidão(...)” (Raul Pompéia – O Ateneu)

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- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não existerelação de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados.

- Devemse evitar os verbos e, se isso não for possível, que seusem então as formas nominais, o presente e o pretério imperfeitodo indicativo, dando-se sempre preferência aos verbos queindiquem estado ou fenômeno.

- Todavia deve predominar o emprego das comparações, dosadjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto.

A característica fundamental de um texto descritivo é essainexistência de progressão temporal. Podese apresentar, numa

descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejamsempre simultâneos, não indicando progressão de uma situaçãoanterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcaslinguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presenteou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressaconcomitância em relação ao momento da fala; o segundo, emrelação a um marco temporal pretérito instalado no texto.

Para transformar uma descrição numa narração, bastariaintroduzir um enunciado que indicasse a passagem de um estadoanterior para um posterior. No caso do texto II inicial, paratransformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso grandemedo do pai. Mais tarde, Iibertouse desse medo...

Características Linguísticas: O enunciado narrativo, por ter a representação de um

acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela temporalidade,na relação situação inicial e situação nal, enquanto que oenunciado descritivo, não tendo transformação, é atemporal.

  Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão:

- Predominância de verbos de estado, situação ou indicadoresde propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, situar-se,existir, car).

- Enfâse na adjetivação para melhor caracterizar o que édescrito; Exemplo:

 “Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoçoentalado num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia-sealargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto;tingia os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto,caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetasescuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muitodespegadas do crânio.”

(Eça de Queiroz - O Primo Basílio)

- Emprego de guras (metáforas, metonímias, comparações,sinestesias). Exemplo:

 “Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muitogordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de seucorpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e saltitanteque lhe dava petulância de rapaz e casava perfeitamente com osolhinhos de azougue.”

(José de Alencar - Senhora)

- Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo: “Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e essa

casa era assim: na frente, uma grade de ferro; depois você entravatinha um jardinzinho; no nal tinha uma escadinha que devia ter uns cinco degraus; aí você entrava na sala da frente; dali tinha umcorredor comprido de onde saíam três portas; no nal do corredor tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal eatrás ainda tinha um galpão, que era o lugar da bagunça...”

(Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)

Recursos:

- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas.Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol.

- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas,concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu sereno,uma pureza de cristal.

- As sensações de movimento e cor embelezam o poder danatureza e a gura do homem. Ex: Era um verde transparente quedeslumbrava e enlouquecia qualquer um.

- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do texto.Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito

crente.A descrição pode ser apresentada sob duas formas: Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a

  passagem são apresentadas como realmente são, concretamente.Ex:  “Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência atlética,ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelosnegros e lisos”.

Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: “A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central que sealcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de guilhotina para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado, dentro de umaestrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei. Telhado de quatroáguas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz deFora, provavelmente sede de alguma fazenda que tivesse cado,capricho da sorte, na linha de passagem da variante do Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua Direita – sobrea qual ela se punha um pouco de esguelha e fugindo ligeiramentedo alinhamento (...).” (Pedro Nava –  Baú de Ossos)

Descrição Subjetiva: quando há maior participação daemoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem sãotransgurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar ouexpressar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é que se

 podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu!

  Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos,calmos, eram de um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia)

“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outraesperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando por lei,de sobregoverno.” (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)

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Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementosdescritivos:

Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressãotemporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente, umavez que eles indicam propriedades ou características que ocorremsimultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do ponto devista dos efeitos de sentido: descrever de cima para baixo ouviceversa, do detalhe para o todo ou do todo para o detalhe criaefeitos de sentido distintos.

Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de

Bocage:

Magro, de olhos azuis, carão moreno, bem servido de pés, meão de altura,triste de facha, o mesmo de gura,nariz alto no meio, e não pequeno.

Incapaz de assistir num só terreno,mais propenso ao furor do que à ternura; bebendo em níveas mãos por taça escurade zelos infernais letal veneno.

Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão,1968, pág. 497.

O poeta descrevese das características físicas para ascaracterísticas morais. Se zesse o inverso, o sentido não seria omesmo, pois as características físicas perderiam qualquer relevo.

O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a visualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características exteriores, facilmenteidenticáveis (descrição objetiva), ou suas características psicológicas e até emocionais (descrição subjetiva).

Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos,também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizadodesta técnica, sugerese que o concursando, após escrever seu texto,sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou depoisdeste um adjetivo ou uma locução adjetiva.

Descrição de objetos constituídos de uma só parte:

- Introdução: observações de caráter geral referentes à procedência ou localização do objeto descrito.

- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) formato (comparaçãocom guras geométricas e com objetos semelhantes); dimensões(largura, comprimento, altura, diâmetro etc.)

- Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) material, peso, cor/ brilho, textura.

- Conclusão: observações de caráter geral referentes a suautilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto comoum todo.

Descrição de objetos constituídos por várias partes:- Introdução: observações de caráter geral referentes à

 procedência ou localização do objeto descrito.- Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das

 partes que compõem o objeto, associados à explicação de como as partes se agrupam para formar o todo.

- Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo(externamente) formato, dimensões, material, peso, textura, cor e brilho.

- Conclusão: observações de caráter geral referentes a suautilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto emsua totalidade.

Descrição de ambientes:

- Introdução: comentário de caráter geral.- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global

do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade earoma (se houver).- Desenvolvimento: detalhes especícos em relação a objetos

lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ouquaisquer outros objetos.

- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira noambiente.

Descrição de paisagens:

- Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer outra referência de caráter geral.

- Desenvolvimento: observação do plano de fundo (explicaçãodo que se vê ao longe).

- Desenvolvimento: observação dos elementos mais próximosdo observador explicação detalhada dos elementos que compõema paisagem, de acordo com determinada ordem.

- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acercada impressão que a paisagem causa em quem a contempla.

Descrição de pessoas (I):

- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer aspecto de caráter geral.

- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas).

- Desenvolvimento: características psicológicas(personalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações, postura, objetivos).

- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter geral.

Descrição de pessoas (II):

- Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer aspecto de caráter geral.

- Desenvolvimento: análise das características físicas,associadas às características psicológicas (1ª parte).

- Desenvolvimento: análise das características físicas,associadas às características psicológicas (2ª parte).

- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter geral.

A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É umaestrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam.Porque toda técnica descritiva implica contemplação e apreensãode algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor capta omundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma descriçãofocaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.

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Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser  não-literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior  preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular.Por ser objetiva, há predominância da denotação.

Textos descritivos não-literários: A descrição técnica éum tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando umalinguagem cientíca, precisa. Esse tipo de texto é usado paradescrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que oscompõem, para descrever experiências, processos, etc.

Exemplo:

Folheto de propaganda de carroConforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir 

o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodandotranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o PassatVariant possuem direção hidráulica e ar condicionado de elevadacapacidade, proporcionando a climatização perfeita do ambiente.

Porta-malas - O compartimento de bagagens possui capacidadede 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 litros, com oencosto do banco traseiro rebaixado.

Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em  plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, paraevitar a deformação em caso de colisão.

Textos descritivos literários: Na descrição literária  predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto deassociações conotativas que podem ser exploradas a partir dedescrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes;situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também podem ocorrer tanto em prosa como em verso.

 Exemplos de descrições segundo a época:

Descrição Romântica

“Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre, brilhava com reexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes,

a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos paraa fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bemmodelada e guarnecida e dentes alvos, davam ao rosto pouco ovala beleza inculta da graça, da força e da inteligência.

Tinha a cabeça cingida por uma ta de couro, a qual se prendiamao lado esquerdo duas plumas matizadas que, descrevendo umalonga espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoçoexível.

(...)Ali, por entre a folhagem, distinguiamse as ondulações felinas

de um dorso negro, brilhante, marchetado de pardo; às vezes viam-se brilhar na sombra dois raios vítreos e pálidos, que semelhavamos reexos de alguma cristalização de rocha, ferida pela luz dosol.”

(Alencar, José de. O guarani)Descrição Realista

“Imaginem um homem de trinta e oito a quarenta anos, alto,magro e pálido. As roupas, salvo o feitio, pareciam ter escapadoao cativeiro de Babilônia; o chapéu era contemporâneo do de

Gessler. Imaginem agora uma sobrecasaca, mais larga do que pediam as carnes, ou, literalmente, os ossos da pessoa; a cor pretaia cedendo o passo a um amarelo sem brilho; o pêlo desapareciaaos poucos; dos oito primitivos botões restavam três. As calças,de brim pardo, tinham duas fortes joelheiras, enquanto as bainhaseram roídas pelo tacão de um botim sem misericórdia nem graxa.Ao pescoço utuavam as pontas de uma gravata de duas cores,ambas desmaiadas, apertando um colarinho de oito dias. Creio quetrazia também colete, um colete de seda escura, roto a espaços, adesabotoado.”

(Assis, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas)Descrição Modernista

“A manhã me viu de pé, no banheiro, contemplando no vasoa curiosa entidade que eu tinha produzido: um objeto cilíndrico, bem formado, de cor saudável, textura na, superfície lisa, quaseacetinada. E tinha, à guisa de olhos, dois grãos de milho.

Flutuava displicentemente, a graciosa criatura. A descargavazava; a corrente que uía marulhando orientavaa ora para onorte, ora para o nordeste, ora para o sul. De repente virouse ecou boiando de costas. Estava tão bem ali, que vacilei em dar adescarga. Mas não podia deixar sujeira no vaso: apertei o botão.”

(Scliar, Moacyr. O ciclo das águas)

Exemplos de descrições segundo o objeto:

Descrição de Ambiente

“Ali naquela casa de muitas janelas e bandeiras coloridasvivia Rosalina. Casa de gente de casta, segundo eles antigamente.Ainda conserva a imponência e o porte senhorial, o ar solarengoque o tempo de todo não comeu. As cores das janelas e das portasestão lavadas de velhas, o reboco caído em alguns trechos comograndes placas de ferida, mostra mesmo as pedras e os tijolos e astaipas de sua carne e ossos, feitos para durar toda a vida; vidrosquebrados nas vidraças, resultado do ataque da meninada nos dias

de reinação, quando vinham provocar Rosalina (não de propósitoe ruindade, mas semquefazer de menino), escondida detrás dascortinas e reposteiros: nos peitoris das sacadas de ferro rendilhado,formando ores estilizadas, setas, volutas, esses e gregas, faltammuitas das pinhas de cristal faceitado cordevinho que arrematavamnas cantoneiras a leveza daqueles balcões.”

(Dourado, Autran. Ó pera dos mortos. Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1975, p. 12.)

Descrição de Tipo

“Quando o coronel João Capistrano Honório Cota mandouerguer o sobrado, tinha pouco mais de trinta anos. Mas já erahomem sério de velho, reservado, cumpridor. Cuidava muito dostrajes, da sua aparência medida. O jaquetão de casimira inglesa,o colete de linho atravessado pela grossa corrente de ouro dorelógio; a calça é que era como a de todos na cidade brim, a nãoser em certas ocasiões (batizado, morte, casamento então era  parelho mesmo, por igual), mas sempre muito bem passada, ovinco perfeito. Dava gosto ver.

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O passo vagaroso de quem não tem pressa o mundo podiaesperar por ele, o peito magro estufado, os gestos lentos, avoz pausada e grave, descia a rua da Igreja cumprimentandocerimoniosamente, nobremente, os que por ele passavam ou osque chegavam na janela muitas vezes só para vêlo passar.

Desde longe a gente adivinhava ele vindo: alto, magro,descarnado como uma ave pernalta de grande porte. Sendo assimtão descomunal, podia ser desajeitado: não era, dava semprea impressão de uma grande e ponderada gura. Não jogava as pernas para os lados nem as trazia abertas, esticavaas feito medisseos passos, quebrando os joelhos em reto.

Quando montado, indo para a sua Fazenda da Pedra Menina,no cavalo branco ajaezado de couro trabalhado e prata, aí entãosim era a grande imponente gura, que enchia as vistas. Pareciaum daqueles cavaleiros antigos, fugidos do Amadis de Gaula ou doPalmeirim, quando iam para a guerra armados cavaleiros.”

(Dourado, Autran. Ópera dos Mortos. Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1975, p. 91O)

Descrever é fazer viver os pormenores, situações ou pessoas.Evocar o que se vê e o que se sente. É criar o que não se vê, masse percebe ou imagina. Não co piar friamente, mas deixar ricauma imagem transmitindo sensações fortes.

COMPREENSÃO DE TEXTOS 

Como Ler um Texto

Interessa a todos saber que procedimento se deve adotar paratirar o maior rendimento possível da leitura de um texto. Mas nãose pode responder a essa pergunta sem antes destacar que nãoexiste para ela uma solução mágica, o que não quer dizer que nãoexista solução alguma. Genericamente, pode-se armar que umaleitura proveitosa pressupõe, além do conhecimento linguístico

  propriamente dito, um repertório de informações exteriores aotexto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo.A título e ilustração, observe a questão seguinte, extraída deconcurso, na qual já vimos anteriormente. Às vezes, quando umtexto é ambíguo, é o conhecimento de mundo que o leitor tem dosfatos que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que selê. Um bom exemplo é o texto que segue:

 «As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas tas

de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembrode 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeoaluguem, exponham e vendam tas pornográcas a menores de18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem amotéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais.” 

(Folha Sudoeste) É o conhecimento linguístico que nos permite reconhecer a

ambiguidade do texto em questão (pela posição em que se situa,a expressão sem a companhia ou autorização dos pais permite ainterpretação de que com a companhia ou autorização dos pais osmenores podem ir a rodeios ou motéis). Mas o nosso conhecimento

de mundo nos adverte de que essa interpretação é estranha e só pode ter sido produzida por engano do redator. É muito provávelque ele tenha tido a intenção de dizer que os menores estão proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dos paise de frequentarem motéis.

Como se vê, a compreensão do texto depende também doconhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de que oaprendizado da leitura depende muito das aulas de Português, mastambém de todas as outras disciplinas sem exceção.

Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido

é a resposta a três questões básicas:- Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado a distinguir asquestões secundárias da principal, isto é, aquela em torno da qualgira o texto inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do que o textoestá tratando, ou sabe apenas de maneira genérica e confusa, ésinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que oleitor não tem repertório suciente para compreender o que estádiante de seus olhos.

- Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão?Disseminados pelo texto, aparecem vários indicadores da opiniãode quem escreve. Por isso, uma leitura competente não ter ádiculdade em identicá-la. Não saber dar resposta a essa questãoé um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.

- Quais são os argumentos utilizados pelo autor parafundamentar a opinião dada? Deve-se entender por argumentotodo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor deque ele está falando a verdade. Saber reconhecer os argumentosdo autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal clarode que o leitor acompanhou o desenvolvimento das ideias. Naverdade, entender um texto signica acompanhar com atenção oseu percurso argumentativo.

O primeiro passo para interpretar um texto consiste emdecompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias básicasou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico buscando osconceitos denidores da opinião explicitada pelo autor. Estaoperação fará com que o signicado do texto “salte aos olhos” do leitor.

Ler é uma atividade muito mais complexa do que a simples

interpretação dos símbolos grácos, de códigos, requer que oindivíduo seja capaz de interpretar o material lido, comparando-oe incorporando-o à sua bagagem pessoal, ou seja, requer que oindivíduo mantenha um comportamento ativo diante da leitura.

Os diferentes níveis de leitura

Para que isso aconteça, é necessário que haja maturidade paraa compreensão do material lido, senão tudo cairá no esquecimentoou cará armazenado em nossa memória sem uso, até que tenhamoscondições cognitivas para utilizar.

De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapasaté termos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essasetapas ou níveis são cumulativas e vão sendo adquiridas pela vida,

estando presente em praticamente toda a nossa leitura. O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao período de

alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral muito sosticada erequer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, agramática, a semântica, é preciso que tenhamos um bom domínioda língua.

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O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecional. Temduas funções especícas: primeiro, prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chancede escolher qual material leremos, efetivamente. Trata-se, naverdade, de nossa primeira impressão sobre o livro. É a leituraque comumente desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio dosalteio de partes, respondem basicamente às seguintes perguntas:

- Por que ler este livro?- Será uma leitura útil?- Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar?

 Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas quese seguem, procurando usar de imparcialidade quanto ao pontode vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se vocêse propuser a ler um livro sem interesse, com olhar crítico,rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o aproveitamentoserá muito baixo.

Ler é armazenar informações; desenvolver; ampliar horizontes; compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever melhor; relacionar-se melhor com o outro.

 Pré-Leitura Nome do livroAutor 

Dados BibliográcosPrefácio e ÍndicePrólogo e Introdução O primeiro passo é memorizar o nome do autor e a edição

do livro, fazer um folheio sistemático: ler o prefácio e o índice(ou sumário), analisar um pouco da história que deu origem aolivro, ver o número da edição e o ano de publicação. Se falarmosem ler um Machado de Assis, um Júlio Verne, um Jorge Amado,  já estaremos sabendo muito sobre o livro. É muito importantevericar estes dados para enquadrarmos o livro na cronologia dosfatos e na atualidade das informações que ele contém. Veriquedetalhes que possam contribuir para a coleta do maior número

de informações possível. Tudo isso vai ser útil quando formosarquivar os dados lidos no nosso arquivo mental. A propósito, vocêsabe o que seja um prólogo, um prefácio e uma introdução? Muitagente pensa que os três são a mesma coisa, mas não:

 Prólogo: é um comentário feito pelo autor a respeito do temae de sua experiência pessoal.

 Prefácio: é escrito por terceiros ou pelo próprio autor,referindo-se ao tema abordado no livro e muitas vezes tambémtecendo comentários sobre o autor.

 Introdução: escrita também pelo autor, referindo-se ao livroe não ao tema.

O segundo passo é fazer uma leitura supercial. Pode-se,nesse caso, aplicar as técnicas da leitura dinâmica.

 O Terceiro Nível   é conhecido como analítico. Depois de

vasculharmos bem o livro na pré-leitura, analisamos o livro.Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero olivro se enquadra: trata-se de um romance, um tratado, um livrode pesquisa e, neste caso, existe apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No caso de ser um livro teórico, que requeira

memorização, procure criar imagens mentais sobre o assunto,ou seja, veja, realmente, o que está lendo, dando vida e muitacriatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é ser capaz de resumir oassunto do livro em duas frases. Já temos algum conteúdo paraisso, pois o encadeamento das ideias já é de nosso conhecimento.Procure, agora, ler bem o livro, do início ao m. Esta é a leituraefetiva, aproveite bem este momento. Fique atento! Aproveitetodas as informações que a pré-leitura ofereceu. Não pare a leitura para buscar signicados de palavras em dicionários ou sublinhar textos, isto será feito em outro momento.

 O Quarto Nível de leitura é o denominado de controle. Trata-se

de uma leitura com a qual vamos efetivamente acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normalmente, os termos desconhecidosde um texto são explicitados neste próprio texto, à medida quevamos adiantando a leitura. Um mecanismo psicológico farácom que quemos com aquela dúvida incomodando-nos até quetenhamos a resposta. Caso não haja explicação no texto, será naetapa do controle que lançaremos mão do dicionário.

Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o livro e o ato deinterromper a leitura não vai fragmentar a compreensão do assuntocomo um todo. Será, também, nessa etapa que sublinharemosos tópicos importantes, se necessário. Para ressaltar trechos

importantes opte por um sinal discreto próximo a eles, visando  principalmente a marcar o local do texto em que se encontra,obrigando-o a xar a cronologia e a sequência deste fatoimportante, situando-o no livro.

Aproveite bem esta etapa de leitura. Para auxiliar no estudo, éinteressante que, ao nal da leitura de cada capítulo, você faça um breve resumo com suas próprias palavras de tudo o que foi lido.

 Um Quinto Nível  pode ser opcional: a etapa da repetição

aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo do texto, masaprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prática, ou seja,que tenhamos experiência do que foi lido na vida. Você só podecompreender conceitos que tenha visto em seu cotidiano. Nadacomo unir a teoria à prática. Na leitura, quando não passamos pela

etapa da repetição aplicada, camos muitas vezes sujeitos àqueles brancos quando queremos evocar o assunto. Para evitar isso, façaresumos.

Observe agora os trechos sublinhados do livro e os resumosde cada capítulo, trace um diagrama sobre o livro, esforce-se paratraduzi-lo com suas próprias palavras. Procure associar o assuntolido com alguma experiência já vivida ou tente exemplicá-lo comalgo concreto, como se fosse um professor e o estivesse ensinando  para uma turma de alunos interessados. É importante lembrar que esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias  posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas durante aleitura e ao retornarmos ao livro, consultamos os resumos. Não  pense que é um exercício monótono. Nós somos capazes de

realizar diariamente exercícios físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. Pois bem, embora não tenhamos condiçõesde ver com o que se apresenta nossa mente, somos capazes desenti-la quando melhoramos nossas aptidões como o raciocínio,a prontidão de informações e, obviamente, nossos conhecimentosintelectuais. Vale a pena se esforçar no início e criar um método deleitura eciente e rápido.

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 Ideias Núcleo

O primeiro passo para interpretar um texto consiste emdecompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias básicasou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico buscando osconceitos denidores da opinião explicitada pelo autor. Estaoperação fará com que o signicado do texto “salte aos olhos” doleitor. Exemplo:

“Incalculável é a contribuição do famoso neurologistaaustríaco no tocante aos estudos sobre a formação da

  personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiuacender luzes nas camadas mais profundas da psique humana: oincosciente e subconsciente. Começou estudando casos clínicosde comportamentos anômalos ou patológicos, com a ajuda dahipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e MartinCharcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com osresultados obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até hojeé usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de

 sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao paciente com o m de descobrir a fonte das perturbações mentais. Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud   se utilizou especialmente da linguagem onírica dos pacientes,considerando os sonhos como compensação dos desejosinsatisfeitos na fase de vigília.

Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundocultural da época, foi a apresentação da tese de que toda neuroseé de origem sexual.”

(Salvatore D’Onofrio)

 Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a contribuiçãodo famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a

 formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939)conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psiquehumana: o incosciente e subconsciente.” O autor do texto arma,inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis mais profundos da personalidade humana, o incoscientee subconsciente.

Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando casosclínicos de comportamentos anômalos ou patológicos, com aajuda da hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito comos resultados obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que atéhoje é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias ede sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidasao paciente com o m de descobrir a fonte das perturbaçõesmentais.” A segunda ideia núcleo mostra que Freud deu início asua pesquisa estudando os comportamentos humanos anormais oudoentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse método, criouo das “livres associações de ideias e de sentimentos”.

Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de regresso

às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente dalinguagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos comocompensação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui,está explicitado que a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio da compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagemmetafórica dos desejos não realizados ao longo da vida do dia adia.

Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de Freud,que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentaçãoda tese de que toda neurose é de origem sexual.” Por m, o textoarma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, armandoa novidade de que todo o trauma psicológico é de origem sexual.

Interpretação de Charges

A charge ou cartum é um desenho de caráter humorístico,geralmente veiculado pela imprensa. Ela também pode ser considerada como texto e, nesse sentido, pode ser lida por qualquer 

um de nós. Trata-se de um tipo de texto muito importante na mídiaatual, graças à sua capacidade de fazer, de modo sintético, críticas político-sociais.

Um público muito amplo se interessa pela charge, tanto pelo uso do humor e da sátira, quanto por exigir do leitor apenasum pequeno conhecimento da situação focalizada, para sereconhecerem as referências e insinuações feitas pelo autor.

Há cerca de dez anos, os concursos públicos e examesescolares passaram a se utilizar de charges para avaliar acapacidade de interpretação dos concursandos e alunos. Em umconcurso, por exemplo, o tema proposto para a prova de redaçãoera “O indivíduo frente à ética nacional”, que vinha, como decostume, acompanhado de uma coletânea composta por dois textosopinativos, publicados na mídia impressa, e a seguinte charge:

 De autoria de Millôr Fernandes.

A charge discute a honestidade social a partir de uma cenairônica: a lamentação de um indivíduo que, por só poder lidar comgente honesta, encontra-se num deserto.

A charge, associada aos textos da coletânea e ao temaanunciado na proposta, compunham um panorama mais amplodo problema incluído na proposta, conduzindo o leitor a algunsquestionamentos que poderiam direcionar a elaboração de seutexto:

- Existe alguma pessoa completamente honesta no mundo? Oque isso signica?

- O indivíduo que chama os outros de desonestos e antiéticosapresenta realmente um comportamento ético que o diferencie dosdemais?

- O fato de acharmos que a maioria age de modo antiético nosdaria o direito de assim também o fazer, para não sermos os únicosdiferentes?

- A ética que deveria nortear as relações humanas é hojecaracterística de poucos? Ela se tornou uma exceção?

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Essa proposta de redação possibilitou construírem suaargumentação a partir dos exemplos que melhor se adequassem àsua linha de raciocínio.

Os temas de charges, porém, nem sempre são assim tão amplos.Podem estar ligados a acontecimentos especícos de uma épocaou local, o que é muito frequente nas charges diárias. Quando são publicadas em jornais regionais, por exemplo, as charges podemfazer referência a fatos que não são conhecidos por moradores deoutras cidades ou Estados, o que lhes diculta a compreensão.

  Nos jornais de grande alcance, as charges normalmenterecuperam os assuntos que ganharam destaque nacional nos

dias anteriores. Abaixo veremos três exemplos de charges, todasreferentes ao mesmo tema. As três tratam do mesmo tema: aqueda do governador de São Paulo, José Serra, nas pesquisas queavaliam a intenção de voto do eleitor brasileiro para a campanha presidencial.

Para compreendê-las, o leitor precisa acionar uma série deconhecimentos prévios que já possui no seu próprio repertóriocultural. Vamos examinar cada um dos casos:

Charge da Folha de S. Paulo

Criada por Glauco, não possui texto verbal. Assim, toda ainformação deve ser identicada no desenho. Nele, pode-se ver um avião sendo consertado por um mecânico, um homem carecadentro do aparelho, com expressão aborrecida, e um triângulousado no trânsito para indicar que o veículo está quebrado (esta jáé uma informação prévia do leitor).

Após a identicação desses elementos básicos, entram outrosmais especícos que também precisam ser conhecidos pelo leitor:o reconhecimento dos personagens e das situações especícasa que se refere o desenho: o avião tem formato de tucano, umareferência ao símbolo de um partido político, o PSDB; o piloto doavião deve ser associado a José Serra, por ser careca e pertencer ao partido tucano; o avião quebrado é uma referência à diculdadede Serra para “decolar” (metáfora política para designar avanço

nas intenções de voto) no início da campanha para Presidência daRepública.Assim o leitor também precisa saber que haverá eleição, que

Serra é pré-candidato, que pertence ao PSDB, cujo símbolo éum tucano, que houve uma pesquisa de intenção de voto e que ocandidato tucano teve desempenho ruim nessa pesquisa.

O Povo (Fortaleza, CE)

Aqui também não há texto verbal. A imagem traz umacaricatura de José Serra, com a expressão tensa, de quem passa por apuros, caminhando como um equilibrista sobre a corda bamba. Acorda, porém, tem a forma de uma escada, que termina numa setavermelha, referência aos indicadores dos grácos cartesianos.

Mais uma vez, para interpretar a charge, o leitor precisarárelacionar a imagem a seu conhecimento sobre fatos divulgados  pela mídia nacional naquela ocasião, ou seja, à queda que ocandidato à Presidência teve naquela pesquisa de intenção de voto.

 Agora São Paulo

Dos três casos, este é o único em que imagem e texto mesclam-se. No desenho de Cláudio vemos o ex-presidente FernandoHenrique Cardoso, reconhecido pelos traços da caricatura. Eleabre a porta de um armário, no qual está escondido José Serra, e,

apontando para fora do móvel, grita para que Serra assuma.Enquanto isso, segurando a pesquisa em que cai de 37 para32% e sua concorrente sobe de 23 para 28%, Serra arma estar indeciso. Além das falas e dos dados da pesquisa, a charge aindatem título, “Eleição para Presidente”, e um texto complementar,“Tucanos cobram que Serra se declare candidato”.

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Assim, todo o contexto ca identicado, facilitando otrabalho de interpretação do leitor, mas a este ainda cabe acionar seu conhecimento de mundo para completar informações, comoa associação feita entre “assumir-se candidato à Presidência” ea imagem de “sair do armário”, expressão usada principalmente  para fazer referência a pessoas que escondem publicamente suacondição sexual.

O leitor deve perceber, porém, que não há na charge intençãode questionar a opção sexual do candidato. Apenas fez-se umaassociação livre para gerar efeito de humor, criticando o medo deSerra de mostrar-se candidato diante da crescente rejeição popular.

A leitura interpretativa de charges é uma habilidade cadavez mais cobrada em provas de vestibulares e de concursos emgeral, tanto nas questões de língua portuguesa quanto nos temasde redação. Isso acontece porque a charge é um modelo de textoque extrapola a linguagem verbal (por vezes até nem usada), exigeum bom nível de conhecimento de mundo e competência parainferir críticas e relacionar fatos sociais. Por isso, treine a leiturade charges, procure ampliar seu nível de compreensão e evite ser surpreendido.

Dicas

Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numainterpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:

- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a

leitura, vá até o m, ininterruptamente;- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo

menos umas três vezes;- Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;- Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor 

compreensão;- Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do

texto correspondente;

- Vericar, com atenção e cuidado, o enunciado de cadaquestão;- Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de...), não,

correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dicultam aentender o que se perguntou e o que se pediu;

- Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar amais exata ou a mais completa;

- Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamentode lógica objetiva;

- Cuidado com as questões voltadas para dados superciais;- Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela

resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;- Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia

a resposta;- Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas peloautor, denindo o tema e a mensagem;

- O autor defende ideias e você deve percebê-las;- Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são

importantíssimos na interpretação do texto. Exemplos:

Ele morreu de fome.de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na

realização do fato (= morte de “ele”).Ele morreu faminto. 

 faminto:  predicativo do sujeito, é o estado em que “ele” seencontrava quando morreu.

- As orações coordenadas não têm oração principal, apenas asideias estão coordenadas entre si;

- Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o

signicado;- Esclarecer o vocabulário;- Entender o vocabulário;- Viver a história;- Ative sua leitura;- Ver, perceber, sentir, apalpar o que se pergunta e o que se

 pede;- Não se deve preocupar com a arrumação das letras nas

alternativas;- As perguntas são fáceis, dependendo de quem lê o texto ou

como o leu;- Cuidado com as opiniões pessoais, elas não existem;- Sentir, perceber a mensagem do autor;- Cuidado com a exatidão das questões em relação ao texto;

- Descobrir o assunto e procurar pensar sobre ele;- Todos os termos da análise sintática, cada termo tem seuvalor, sua importância;

- Todas as orações subordinadas têm oração principal e asideias se completam.

Vícios de Leitura

Por acaso você tem o hábito de ler movimentando a cabeça?Ou quem sabe, acompanhando com o dedo? Talvez vocalizando baixinho... Você não percebe, mas esses movimentos são algunsdos tantos que prejudicam a leitura. Esses movimentos sãoconhecidos como vícios de linguagem.

Movimentar a cabeça: procure perceber se você não estámovimentando a cabeça enquanto lê. Este movimento, ao nal

de pouco tempo, gera muito cansaço além de não causar nenhumefeito positivo. Durante a leitura apenas movimentamos os olhos.

  Regressar no texto, durante a leitura: pessoas que têmdiculdade de memorizar um assunto, que não compreendemalgumas expressões ou palavras tendem a voltar na sua leitura.Este movimento apenas incrementa a falta de memória, poissecciona a linha de raciocínio e raramente explica o desconhecido,o que normalmente é elucidado no decorrer da leitura. Procuresempre manter uma sequência e não que “indo e vindo” no livro.O assunto pode se tornar um bicho de sete cabeças!

  Ler palavra por palavra: para escrever usamos muitas palavras que apenas servem como adereços. Procure ler o conjuntoe perceber o seu signicado.

Sub-vocalização: é o ato de repetir mentalmente a palavra.

Isto só será corrigido quando conseguirmos ultrapassar a marca de250 palavras por minuto.Usar apoios: algumas pessoas têm o hábito de acompanhar a

leitura com réguas, apontando ou utilizando um objeto que salta“linha a linha”. O movimento dos olhos é muito mais rápidoquando é livre do que quando o fazemos guiado por qualquer objeto.

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 Leitura Eciente

Ao ler realizamos as seguintes operações:

- Captamos o estímulo, ou seja, por meio da visão,encaminhamos o material a ser lido para nosso cérebro.

- Passamos, então, a perceber e a interpretar o dado sensorial(palavras, números, etc.) e a organizá-lo segundo nossa bagagemde conhecimentos anteriores. Para essa etapa, precisamos demotivação, de forma a tornar o processo mais otimizado possível.

- Assimilamos o conteúdo lido integrando-o ao nosso “arquivo

mental” e aplicando o conhecimento ao nosso cotidiano.

A leitura é um processo muito mais amplo do que podemosimaginar. Ler não é unicamente interpretar os símbolos grácos,mas interpretar o mundo em que vivemos. Na verdade, passamostodo o nosso tempo lendo!

O psicanalista francês Lacan disse que o olhar da mãecongura a estrutura psíquica da criança, ou seja, esta se vê a partir de como vê seu reexo nos olhos da mãe! O bebê, então,segundo esta citação, lê nos olhos da mãe o sentimento com que érecebido e interpreta suas emoções: se o que encontra é rejeição,sua experiência básica será de terror; se encontra alegria, suaexperiência será de tranqüilidade, etc. Ler está tão relacionadocom o fato de existirmos que nem nos preocupamos em aprimorar 

este processo. É lendo que vamos construindo nossos valores eestes são os responsáveis pela transformação dos fatos em objetosde nosso sentimento.

Leitura é um dos grandes, senão o maior, ingrediente dacivilização. Ela é uma atividade ampla e livre, fato comprovado pela frustração de algumas pessoas ao assistirem a um lme, cujahistória já foi lida em um livro. Quando lemos, associamos asinformações lidas à imensa bagagem de conhecimentos que temosarmazenados em nosso cérebro e então somos capazes de criar,imaginar e sonhar.

É por meio da leitura que podemos entrar em contato com  pessoas distantes ou do passado, observando suas crenças,convicções e descobertas que foram imortalizadas por meioda escrita. Esta possibilita o avanço tecnológico e cientíco,registrando os conhecimentos, levando-os a qualquer pessoa

em qualquer lugar do mundo, desde que saibam decodicar amensagem, interpretando os símbolos usados como registro dainformação. A leitura é o verdadeiro elo integrador do ser humanoe a sociedade em que ele vive!

O mundo de hoje é marcado pelo enorme uxo de informaçõesoferecidas a todo instante. É preciso também tornarmo-nosmais receptivos e atentos, para nos mantermos atualizados ecompetitivos. Para isso, é imprescindível leitura que nos estimulecada vez mais em vista dos resultados que ela oferece. Se você  pretende acompanhar a evolução do mundo, manter-se em dia,atualizado e bem informado, precisa preocupar-se com a qualidadeda sua leitura.

Observe: você pode gostar de ler sobre esoterismo e uma pessoa próxima não se interessar por este assunto. Por outro lado,

será que esta mesma pessoa se interessa por um livro que falesobre História ou esportes? No caso da leitura, não existe livrointeressante, mas leitores interessados.

A pessoa que se preocupa com a qualidade de sua leitura ecom o resultado que poderá obter, deve pensar no ato de ler comoum comportamento que requer alguns cuidados, para ser realmenteecaz.

-  Atitude: pensamento positivo para aquilo que deseja ler.Manter-se descansado é muito importante também. Não adiantaum desgaste físico enorme, pois a retenção da informação seráinversamente proporcional. Uma alimentação adequada é muitoimportante.

-  Ambiente: o ambiente de leitura deve ser preparado paraela. Nada de ambientes com muitos estímulos que forcem adispersão. Deve ser um local tranquilo, agradável, ventilado, comuma cadeira confortável para o leitor e mesa para apoiar o livro auma altura que possibilite postura corporal adequada. Quanto a

iluminação, deve vir do lado posterior esquerdo, pois o movimentode virar a página acontecerá antes de ter sido lida a última linhada página direita e, de outra forma, haveria a formação de sombranesta página, o que atrapalharia a leitura.

- Objetos necessários: para evitar que, durante a leitura,levantarmos para pegar algum objeto que julguemos importante,devemos colocar lápis, marca-texto e dicionário sempre à mão.Quanto sublinhar os pontos importantes do texto, é precisoaprender a técnica adequada. Não o fazer na primeira leitura,evitando que os aspectos sublinhados parecem-se mais com ummosaico de informações aleatórias.

Os concursos apresentam questões interpretativas que têm  por nalidade a identicação de um leitor autônomo. Portanto,o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.

As frases produzem signicados diferentes de acordo como contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessáriosempre fazer um confronto entre todas as partes que compõemo texto. Além disso, é fundamental apreender as informaçõesapresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete.Este procedimento justica-se por um texto ser sempre produto deuma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

 Exercícios

Este é o caminho: leitura, exercício, correção, entendimento

dos erros. Quanto mais você entender porque errou, mais estaráaprendendo.

Esaf: Leia atentamente o texto para responder às questões de1 a 4.

 Parques em chamas

Saudados por ecologistas como arcas de Noé para ofuturo, por serem repositórios de espécies animais e vegetaisem extinção acelerada noutras áreas do país, alguns dos 25parques nacionais do Brasil tiveram, na semana passada,a sua paisagem mutilada pelo fogo. A rigorosa estiagem que

acompanha o inverno no CentroSul ressecou a vegetaçãoe abriu caminho para que as chamas tragassem 6 dos 33quilômetros quadrados do Parque Nacional da Tijuca, pegadoà cidade do Rio de Janeiro, e convertessem em carvão 10% dos300 quilômetros quadrados do Parque Nacional do Itatiaia, nadivisa de Minas Gerais com o Estado do Rio.

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Contido pelos bombeiros já no m de semana, naTijuca, e abafado por uma providencial chuva no ltatiaia, naquartafeira o fogo pipocou em outro extremo do país. Naqueledia, o incêndio começou no Parque da Serra da Capivara, nosertão do Piauí, calcinado há seis anos pela seca, e avançoupela caatinga, que esconde as pinturas rupestres inscritasna rocha, há pelo menos 31.500 anos, pelo homem brasileiropréhistórico.

(Isto é, 221811984)

1. O autor justica o fato de os ecologistas referiremseaos parques nacionais como “arcas de Noé para o futuro” daseguinte maneira:

a) Porque são áreas preservadas da caça e pescaindiscriminadas.

b) Porque ocupam espaços administrativamentedelimitados pelo Instituto Brasileiro de DesenvolvimentoFlorestal.

c) Porque espécies animais e vegetais que estãose extinguindo em outras regiões têm preservada suasobrevivência nesses parques.

d) Porque nesses parques colecionamse casais de espéciesanimais e vegetais em extinção noutras áreas.

e) Porque há agentes orestais incumbidos de zelar pelos

animais e vegetais dos parques.Resposta “C”.

2. A respeito dos incêndios referidos pelo autor, depreendesedo texto que:

a) Embora tivessem ameaçado espécies animais e vegetaisraras, apresentaram um lado positivo: aumentaram aprodução de carvão.

b) Foram provocados pela rigorosa estiagem do inverno,no CentroSul, e pela seca prolongada no sertão nordestino.

c) Não foram combatidos com presteza e eciência pelosbombeiros.

d) Só foram debelados por providenciais chuvas queeventualmente vieram a cair sobre os parques.

e) Destruíram parte da ora e fauna das reservas,desgurando sua paisagem.

Resposta “E”a) Errado. O texto não fala que a produção de carvão é positiva. b) Errado. Segundo o texto, a estiagem “abriu caminho para

que as chamas tragassem...”; de acordo com esta alternativa aestiagem provocou o incêndio. Abrir caminho não é provocar.

c) Errado. Se os bombeiros apagaram o fogo, pelo menosforam ecientes.

d) Errado.e) Certo.

3. Depreendese que o autor do texto, em relação ao fato

descrito, manifesta:a) Descasob) Hesitaçãoc) Desesperançad) Pesare) IndiferençaResposta “D”. “paisagem mutilada pelo fogo”

4. Aponte a única conclusão que é estrita e licitamentededuzível do texto:

a) As chamas serviram para mostrar a precária situaçãodos parques brasileiros.

b) Devem ser tomadas providências para dotar os parquesde meios para se protegerem dos incêndios.

c) Devem ser desencadeadas campanhas para conscientizara população de como evitar incêndio nos parques.

d) Parte da culpa dos incêndios cabe às autoridadesresponsáveis pelas reservas e parques.

e) O incêndio no Parque da Serra da Capivara ameaçou

valioso patrimônio histórico e antropológico.Resposta “B”. No comando deveria estar escrito “dedutível” (que se deduz)

 porque não existe a palavra “deduzível”.a) Errado. Não se pode deduzir estrita e licitamente que se

“alguns dos 25 parques” (o texto só fala em três deles) estão emsituação difícil, todos estarão. Três não são vinte e cinco.

  b) Certo. O que seria competência, por exemplo, doslegisladores. Os responsáveis pelos parques não são culpados denão terem condições.

c) Errado. O texto não culpa a população nem as autoridadesresponsáveis pelos parques e reservas.

d) Errado. O texto não culpa a população nem as autoridadesresponsáveis pelos parques e reservas.

e) Errado. Se as pinturas rupestres existem há pelo menos31.500 anos, certamente já resitiram a inúmeros incêndios, o quenão justica dizer que um incêndio constitua ameaça a elas.

MPU auxiliar Esaf: Para responder às questões de 5 a 9, leiao texto a seguir.

 Procurase uma explicação

Um mundo de mistérios se esconde por trás dos pequenosanúncios. Nunca pude avaliar, pelas suas fórmulas, quais assuas verdadeiras intenções. Fico a imaginar se o desesperode quem vende está na mesma proporção emocional de quemquer comprar.

Objetos perdidos, quase sempre de estimação, documentosimportantes, cachorrinhos desaparecidos, tudo na base do“graticase bem”. Mas o que é graticar bem, por exemplo, auma pessoa que acha uma carteira com pouco dinheiro?

Acho que há um pouco de ironia e de deboche da partede toda pessoa que põe um anúncio e muito boa vontade daparte de quem acha que ali está a sua oportunidade. Há váriosanos que encontro promessas de Iugar de futuro” e achoincompreensível que esse futuro não chegue nunca, e que asvagas continuem sempre disponíveis. Ou as pessoas acabampor descobrir que o seu futuro está fora dali ou são outrasrmas que estão se iniciando para oferecer novos futuros afuturos candidatos. Há uma certa ilusão de lado a lado: quem

anuncia o futuro dos outros está pensando no seu presente equem procura o seu futuro no presente de quem anuncia acabaé fazendo o futuro dos outros.

Até que ponto é sincero um anúncio que procura moças de“boa aparência”, de 18 a 25 anos, com prática de datilograa eum mínimo de 150 batidas certas por minuto? É tão necessárioque sejam todas as batidas certas?

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E esses que vivem vendendo objetos, um de cada vez, “pormotivo de viagem”? Será que o dinheirinho de um aparelho detelevisão ou de uma máquina de costura ou de um gravadorúltimo tipo lhes pagará a passagem? Talvez a viagem sejaconsequência: depois de vender os objetos, o melhor será mesmoabandonar a cidade.

E os técnicos? É impressionante como tem genteespecializada anunciando sua especialidade. Mecânicos eeletricistas montam e desmontam qualquer aparelho emmenos de cinco minutos, e no m sempre nos entregam trêsou quatro parafusos que não têm a menor utilidade. Penso na

economia monstruosa que as fábricas fariam se, ao montaremseus aparelhos, houvessem contratado os técnicos do «atendesea domicílio».

(Eliachar, Leon. O Homem ao Cubo. Rio deJaneiro: Francisco Alves S.A., 6ª ed., adoptado)

5. Ao falar de “pequenos anúncios”, o autor referesea) Essencialmente aos que tratam de empregos.b) Especicamente aos que oferecem serviços.c) Exclusivamente aos que falam de objetos perdidos.d) Genericamente a vários tipos de anúncios.e) Somente aos anúncios de compra e venda.Resposta “D”. Objetos perdidos, lugar de futuro = emprego, 

técnicos = serviços (venda).

6. A expressão que não aparece nos anúncios que o autormenciona é:

a) “lugar de fututo”b) “gratica-se bem”c) “procura-se uma explicação”d) “atende-se a domicílio”e) “por motivo de viagem”Resposta “C”.

7. Conforme o texto, os técnicos que anunciaram suaespecialidade:

a) Trabalham com rapidez, mas não conseguem encaixartodas as peças de um aparelho.

b) Trabalham melhor que os das fábricas, resultando disto

maior economia para as montadoras.c) Entendem mais da montagem dos aparelhos que os

técnicos das fábricas de eletrodomésticos.d) Duvidam da competência dos mecânicos e eletricistas

das grandes fábricas.e) Pretendem conseguir uma contratação como mecânicos

ou eletricistas em rmas conceituadas.Resposta “A”

8. As “fórmulas” dos anúncios a que se refere o autordizem respeito:

a) À especicação b) À quantidadec) Ao argumento

d) Ao conteúdoe) À correçãoResposta “C”. Nunca pude avaliar, pelas suas fórmulas (=pelo que argumental

 – “gratica-se bem”, “lugar de futuro”, “por motivo de viagem”),quais as suas verdadeiras intenções (= o que realmente queremdizer).

9. Assinale a opção que expressa o signicado da seguintefrase do texto: “... quem procura o seu futuro no presente dequem anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros”.

a) Quem oferece melhoria de vida aos outros através deanúncios pretende melhorar a própria vida.

b) Aquele que pretende encontrar boas oportunidades nosanúncios proporciona lucros ao anunciante.

c) O anunciante projeta seus atuais objetivos naspretensões dos leitores.

d) Quem busca o seu futuro no futuro dos outros prejudicairremediavelmente seu presente.

e) O anunciante procura melhorar a vida do leitorindependentemente de suas intenções.Resposta “B”.Observe que a frase “... quem procura seu futuro no presente

de quem anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros” pode ser reduzida a “quem procura” ... faz “o futuro dos outros”, em que osujeito “quem procura” é o leitor e os “outros” são os anunciantes.

A única alternativa que põe na ordem certa de importância dotexto “leitor – anunciante” é a letra b. Compare: letra a) anunciante – anunciante; c) anunciante – leitor; d) leitor – leitor; e) anunciante – leitor.

MPU – nível técnico – MF: Leia o trecho abaixo pararesponder às questões de 10 a 14

A rigor, se cometêssemos para com a publicidade oingênuo extremismo de acreditar plenamente no seu discurso,teríamos à nossa frente a mais desvairada das utopias. A suaeciência, elevada ao absurdo, consistiria em fazer com queo consumidor, ao consumir um produto, incorporasse à suapercepção sensorial um deleite Sublime, um estado nirvânico,um gozo celetial.

A se ressalvar e a se ressaltar, porém, a defasagem entre apromessa publicitária e o real preenchimento proporcionadopelos bens de consumo, conclui-se tristemente que o saldo ébastante negativo: a felicidade prometida é muito fugaz e oretorno ao abismo da lacuna primordial – da consciência danitude – é ainda maior, uma vez que a busca do sublimeesteve exacerbada por estímulos fantasiosos. Cada vez que

o paraíso é prometido, represemase (ritualizase) o drama doretorno. Cada vez que esse retorno é frustrado, dramatizase,outra vez, o mito da queda.

A promessa de preenchimento dá lugar ao vazio.Existência e angústia retornam à sua condição de paralelismo.Compreendese então o quanto a retórica publicitária erairreal, sublimadora. E uma leitura literalizante desse discursodelirante colocase de imediato lidando com uma elaboraçãoprofundamente onírica. Literalmente, a publicidade é umafábrica de sonhos.

(Extraído de A promessa do paraíso já, Luís Martins, Humanidades,

 Ano IV, 1987/88, nº15, p. 110/111)

10. O tema central do fragmento acima é:a) A publicidade desequilibra a relação de forças existenteentre a demanda e a oferta de bens de consumo.

b) Dramatizar o mito da queda é o objetivo perseguidopela retórica publicitária.

c) Há uma similaridade estrutural entre a elaboraçãopublicitária e a elaboração onírica.

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d) Os comerciais veiculados pelos meios de comunicaçãocumprem o papel de informar o consumidor em potencialsobre as reais qualidades dos produtos.

e) Ao adquirir bens de consumo, o consumidor sublimasuas carências afetivas num estado de deleite sublime.

Resposta “C”.Reler as quatro últimas linhas do texto (onírico = de sonho).

11. À leitura literal da retórica publicitária associamsevários termos no texto, exceto:

a) Deleite sublime

b) Estado nirvânicoc) Gozo celestiald) Consciência da nitudee) Estímulos fantasiososResposta “D”.É a única alternativa de signicado negativo. A publicidade,

no texto, só busca ressaltar o lado positivo.

12. Uma leitura errada do texto levaria a armar que:a) Interpretar literalmente o discurso publicitário é uma

atitude ingênua.b) A publicidade elabora um cenário onírico para os

objetos da sociedade industrial.c) O discurso publicitário é formulado com mensagens que

se sustentam no princípio do prazer.d) A felicidade prometida nas propagandas dá ao homem

a consciência de sua nitude.e) Está incorporado à publicidade o componente mítico de

retorno ao paraísoResposta “D”.A “consciência de nitude” acontece só depois que a ilusão

despertada pela publicidade acaba. A felicidade prometida nas propagandas dá ao homem a ilusão.

13. “Drama do retorno” e “mito da queda”, no texto,referemse a:

a) Elaboração da primeira versão da publicidade e suarecusa pelo cliente que a encomendou.

b) Retorno dos comerciais aos meios de comunicaçãodevido à queda do faturamento das empresas.

c) Promessas fantasiosas contidas nos anúncios e decepçãodo consumidor por não vêlas realizadas ao adquirir o produto.

d) Estado nirvânico do publicitário no momento decriação da propaganda e posterior decepção ao vêlo rejeitadopelo diretor de marketing.

e) Mitos de povos primitivos a respeito das concepções deParaíso e Inferno.

Resposta “C”.Por exclusão, chega-se a esta resposta, porém, como o

comando se refere a “Drama do retorno” e “mito da queda”, aalternativa melhor seria: “decepção do consumidor por não ver 

realizadas as promessas da propaganda”.14. Assinale a letra que contém o enunciado falso.a) Colocadas em sequência, as expressões “a se ressalvar”

e “a se resaltar” são equivalentes quanto ao conteúdo.b) O segmento - da consciência da nitude – explica a

expressão lacuna primordial.

c) O termo “(ritualiza-se)” especica o sentido de“representa-se”.

d) As expressões “deleite sublime”, “estado nirvânico”,“gozo celestial”, colocadas em sequência, reiteram a mesmaideia.

e) Em “sua eciência”, o possessivo refere-se à eciênciada publicidade.

Resposta “A”.Ressalvar = corrigir, prevenir com ressalva, excetuar...

Ressaltar = destacar, sobressair, dar relevo...

(TJ-SP) Ocial de Justiça

Leia a charge para responder às questões de números 15e 16.

15. Considerando-se o contexto apresentado na charge, écorreto armar que:

a) se mostra a tecnologia estendida a todos os gruposda sociedade, que a utilizam bem, já que os usuários nãosubestimam seu potencial.

b) se dene o avanço tecnológico do país levando em

consideração, principalmente, a política pública para o acessoa esse tipo de bem.c) se estabelece uma relação paradoxal entre os avanços

obtidos na área tecnológica e as condições de vida a que estásujeita expressiva parcela da população.

d) se pode entender como positiva a nova relação dohomem com as máquinas, já que elas tiram expressiva parcelada população de condições aviltantes de vida.

e) se veem a criticidade e o bom senso de grande parte dapopulação menos favorecida para o uso adequado das novastecnologias no cotidiano.

Resposta “C”.Sim, a charge ilustra o paradoxo (a contradição) que há na

implementação de programas de inclusão digital em um país comelevado número de pessoas excluídas socialmente (privação,falta de recursos ou, de uma forma mais abrangente, ausênciade cidadania, se, por esta, se entender a participação plena nasociedade, aos diferentes níveis em que esta se organiza e seexprime: ambiental, cultural, econômico, político e social).

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16. Levando-se em consideração a situação em que aspersonagens se encontram, é correto armar que a falaproferida por uma delas se marca pelo(a)

a) entusiasmo.b) displicência.c) mau humor.d) ironia.e) redundância.Resposta “D”.A fala é irônica (instrumento de literatura que consiste em

dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender umadistância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo querealmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de gozar comalguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reação do leitor,ouvinte ou interlocutor. Ela pode ser utilizada, entre outras formas,com o objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Paratal, o locutor descreve a realidade com termos aparentementevalorizantes, mas com a nalidade de desvalorizar. A ironiaconvida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante a leitura, parareetir sobre o tema e escolher uma determinada posição), poisdemonstra que o programa de inclusão digital não atinge seus reaisobjetivos entre aqueles que ainda precisam de inclusão social: às  pessoas sem moradia, mais vale o computador como materialcombustível que conectado à rede.

As questões de números 17 a 20 baseiam-se no texto.

ONU pede ampliação de programas sociais do Brasil SÃOPAULO – Os programas adotados no governo federal aindanão são sucientes para lidar com problemas de desigualdade,reforma agrária, moradia, educação e trabalho escravo,informou ontem a Organização das Nações Unidas (ONU).Comitê da entidade pelos direitos econômicos e sociais pedeuma revisão do Bolsa-Família, uma maior eciência doprograma e sua “universalização”. Por m, constata: a culturada violência e da impunidade reina no País.

A ONU sugere que o Brasil amplie o Bolsa-Família

para camadas da população que não recebem os benefícios,incluindo os indígenas. E cobra a “revisão” dos mecanismos deacompanhamento do programa para garantir acesso de todasas famílias pobres, aumentando ainda a renda distribuída.

Há duas semanas, o comitê sabatinou membros dogoverno em Genebra, na Suíça. O documento com assugestões é resultado da avaliação dos peritos do comitê queinclui o exame de dados passados pelo governo e por cincorelatórios alternativos apresentados por organizações não-governamentais (ONGs).

Os peritos reconhecem os avanços no combate à pobreza,mas insistem que a injustiça social prevalece. Um dos pontosconsiderados como críticos é a diferença de expectativa devida e de pobreza entre brancos e negros. A sugestão da ONUé que o governo tome medidas “mais focadas”. Na visão doórgão, a exclusão é decorrente da alta proporção de pessoassem qualquer forma de segurança social, muitos por estaremno setor informal da economia.

(www.estadao.com.br/nacional/not_nac377078,0.htm.26.05.2009. Adaptado)

17. O texto do Estadãoa) harmoniza-se com a charge, já que o relatório

apresentado pela ONU aponta a existência da injustiça socialno país.

b) não mantém uma relação temática com a charge, poisenfoca a necessidade de revisão dos programas sociais.

c) trata do mesmo assunto apresentado na charge,mostrando a superação dos problemas sociais mais graves eurgentes.

d) ajusta-se à ideia expressa na charge de que os avançostecnológicos trouxeram inúmeros benefícios aos menos

favorecidos.e) discute a questão dos direitos econômicos e sociais, o

que o distancia do assunto da charge, ou seja, a exclusão social.Resposta “A”. Na verdade, Injustiça Social nada mais é do que o fato de existir 

na sociedade situações que favoreçam apenas uma porcentagem(geralmente menor) da população enquanto outra parte ca semacesso aos meios, essenciais ou não, para o homem. Assim comoa notícia veiculada no Estadão, a charge trata da injustiça socialno país, ao anunciar que a exclusão social atinge 28 mil famílias.

18. De acordo com o texto, em relação aos programasadotados no governo federal para lidar com os problemassociais, a ONU deixa evidente que eles

a) se mostram arrojados.b) devem ser ampliados.c) não precisarão de melhorias.d) extinguiram as desigualdades.e) combatem ecazmente a pobreza.Resposta “B”.O período que torna essa alternativa verdadeira é: “A ONU

sugere que o Brasil amplie o Bolsa-Família para camadas da população que não recebem os benefícios, incluindo os indígenas.E cobra a ‘revisão’ dos mecanismos de acompanhamento do  programa para garantir acesso de todas as famílias pobres,aumentando ainda a renda distribuída.”

19. No 1.º parágrafo do texto, o termo universalizaçãoaparece grafado entre aspas. Isso ocorre porque se pretendeenfatizar que o benefício deve

a) atingir a todas as pessoas que o solicitem,independentemente de classe social.

b) ser proporcionado a um contingente de pessoas que estáfora da pobreza.

c) estar na mira de pessoas incautas, que dele se beneciamsem terem direito.

d) ser, paulatinamente, oferecido a um número menor depessoas dentro e fora do país.

e) estender-se a todas as famílias pobres e a camadas dapopulação excluídas de recebê-lo.

Resposta “E”.

O sentido real (denotativo) da palavra universalização é asuperação dos limites sociais, econômicos e mercantilistas queexistem hoje em todos os serviços que ainda são públicos e estatais.A universalização é a superação das relações patrimonialistas quedeterminaram e determinam os aparelhos do Estado que ainda  possuem propriedade estatal e a absoluta garantia de acesso eatendimento aos serviços públicos. Portanto, não é para atender 

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todos os excluídos ou mesmo todos os explorados, mas sim paraatender a todos que queiram ou precisem dos serviços públicos.E, para isso, os serviços devem ser construídos, planejados eadministrados, fato que exige uma absoluta revolução no modelode administração pública no Brasil. Mas as aspas estão dando outrosignicado para a palavra “universalização”, está restringindoo seu signicado somente às famílias pobres e a camadas da população excluídas.

20. Com a frase – A sugestão da ONU é que o governo tomemedidas “mais focadas”. – entende-se que as medidas devem

sera) diluídas.b) controladas.c) direcionadas.d) competentes.e) amplas.Resposta “C”.“Focar” signica “pôr em evidência”, “tomar por foco”. Por 

isso, “medidas focadas” são medidas “direcionadas” (a um foco).

  ANOTAÇÕES

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  ANOTAÇÕES

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