Agentes Teratogênicos

Resumo de alguns teratógenos conhecidos

Conceitos Teratos = mostro Conceito: Teratógeno

– “Substância que causa alteração fetal” Mutágenos (Radiação ionizante, UV)

– causa alteração no DNA das células fetais podendo causar até CA, podem se transmitir através de gerações.

Teratógenos infecciosos Maior risco de alterações fetais entre a

2ª e 8ª semana de gestação TORSCH + VZV + Varicela

– Toxoplasmose, Rubéola, Sífilis, CMV HSV ñ é infecção congênita, é perinatal Os mais lesivos são:

– Toxoplasmose, Rubéola e Citomegalia

Teratógenos infecciosos Conseqüências comuns a todos

– Perda fetal, RCIU, Prematuridade Freqüentemente assintomáticas Quando sintomáticas cursam (no RN) com:

– Meningoencefalite grave, com micro ou hidrocefalia– Coriorretinite ou catarata– Hepato ou esplenomegalia, icterícia– Anemia, trombocitopenia, exantemas, petéquias– Surdez – Adenomegalia– Pneumonia / pneumonite

Teratógenos infecciosos Sífilis

– Mais comum no Brasil (2% das gestantes)– Transmissível por todo o termo, porém mais infectante

perto do fim deste e no 2º trimestre. Transmissibilidade segundo fase materna:

– Primária 70% – Secundária 100% – Tardia 30%

– Se não tratada – 40% perda fetal, mas há 70% de assintomáticas dentre as que nascem

– Rinite serossanguinolenta (nariz em sela)– Pênfigo palmo-plantar ou outras lesões cutâneas– Pseudo paralisia de Parrot – osteocondrite metáfisária

de escápula e úmero– Síndrome nefrótica ou nefrítica

Teratógenos infecciosos Sífilis Tardia

– Características semiológicas Fronte olímpica Nariz em sela Perfuração de septo ou palato Rágades sifilíticas – fissuras periorais Tíbia em sabre Articulações de Clutton Tríade de Hutchinson:

– Dentes de Hutchinson – incisivo central pontiagudo– Ceratite intersticial– Surdez

Teratógenos infecciosos Sífilis

– Tratamento: penicilina cristalina 100000 U/kg/dia – 10-14 dias Penicilina G procaína 50000 U/kg/dia –10-14 dias Avaliar RX de ossos longos e punção lombar Alternativa: Eritromicina ou cefalosporinas

– Neurossífilis VDRL + ou >25 cel/mm3 ou >150mg de ptn Tto: pen crist 150000 U/kg/dose - 14 dias

– Todos exame normais Pen benzatina 50000 U/kg/dose única Tto interrompido por mais de um dia: reiniciar.

Teratógenos infecciosos Rubéola

– Só ocorre nas primeiras 16 semanas de gestação

– Principais afecções: Catarata, glaucoma ou retinopatia pigmentar Surdez – manifestação mais freqüente Cardiopatia congênita: PCA, estenose de AP,

CIA 15% fazem DM tipo I

– Não há tratamento ou profilaxia pós infecção

– Prevenção: vacinação aos 12 meses com reforço aos 5 anos

Teratógenos infecciosos Toxoplasmose

– Ocorre após infecção primária durante gestação

– Manipular animais ou carne infectada– Pode passar pela placenta no 1º (+ imp),

2º ou 3º trimestre da gravidez– Apresenta 40% de transmissibilidade– 80-90% das crianças é assintomática– Realizar testes sorológicos em todas mães

com abortamentos repetitivos ou natimorto pré-termo sem causa aparente

Teratógenos infecciosos Toxoplasmose

– Tríade de Sabin: Coriorretinite (60-80% - bilateral) Calcificações intracranianas nodulares múltiplas difusas Hidrocefalia obstrutiva

– Também afeta o coração, - que a rubéola– Ideal é tratar “in utero”:

Ao fazer o diagnóstico durante gestação deve-se tratar com Espiramicina

– Na criança: Pirimetamina + Sulfadiazina (+ Corticóide) Associar Ácido Folínico para reduzir toxicidade da

pirimetamina (chega a ser teratogênica)

Teratógenos infecciosos Citomegalia

– Pertence ao grupo dos Herpesvírus– Mais freqüente nos EUA– 2/3 da população é infectada– Infecção primária durante gestação, mas

pode haver infecção perinatal, entre outras– 20% nascem sintomáticos, 80-90% destes

com seqüelas e 10% com óbito– Principal causa de surdez neurossensorial

na infância

Teratógenos infecciosos Citomegalia

Microcefalia e calcificações periventriculares Surdez Coriorretinite podendo levar a atrofia óptica Cardiopatias

– Tratamento– Ganciclovir

Opções: Aciclovir, Interferon e ARA-c (citosina arabinosida)

– Prevenção Cuidado com contatos íntimos com infectados Transfusões de sangue Não contra-indica amamentação

Teratógenos infecciosos Herpes simplex tipo I ou II

– É uma DST– Raramente é antenatal – infecção perinatal– Mais transmissível se infecção primária ocorreu no fim da

gestação– Maior risco de infecção durante trabalho de parto, indica

cesariana.– Forma disseminada, mais grave e mais comum (60%)

Ocorre na primeira semana de vida Meningoencefalite grave, com necrose hemorrágica 50% sem lesões cutâneas iniciais (vesiculo-papulares) Ceratoconjuntivite, retinocoroidite, úlcera córnea, atrofia óptica

– Tto: Aciclovir ou Ara-a-Vidarabina (adeninarabinosida)

Teratógenos infecciosos Parvovirose – 5ª doença exantemática

– Parvovírus B19 – menor DNA vírus que infecta mamíferos

– Infecção transmitida por cães, transfusão, via respiratória ou boca-mão

– Transmissibilidade 25-30%– Causa de hidropsia fetal (10%) - feto búdico

Eritema infeccioso Anemia Artrite

– Tratamentos: Exsanguíneotransfusão, digital ou paracenteses múltiplas

Teratógenos não-infecciosos

Diabetes Mellitus– Síndrome da Regressão Caudal

Agenesia total ou parcial de sacro Pé torto congênito Bexiga neurogênica Ânus imperfurado

– Outras alterações: GIG, cardiopatias, maior índice de abortamentos, holoprosencefalia

Fenilcetonúria materna– Doença recessiva– Não converte fenilalanina em tirosina– Fenilalaninemia passa pela placenta

Retardo Mental Microcefalia

– Manejo: Diagnosticar as mães Dieta pobre em fenilalanina durante gestação

Teratógenos não-infecciosos

Lúpus Eritematoso Sistêmico– Ocorre devido à auto-anticorpos IgG na

circulação materno-fetal contra complexos ribonucléicos. (Anti-Ro e Anti-La)

– Bloqueio cardíaco congênito – inc: 1:20000 80% destes devido à Síndrome do Lúpus Neonatal Em mães com Lúpus incidência de 1:86 (1,2%)

– Manifestações cutâneas e hematológicas– Tenta-se tratar com betametasona in útero

Teratógenos não-infecciosos

Drogas teratogênicas Quimioterápicos (metotrexate, ...)

– Anomalias de SNC, Retardo Mental– Crianças PIG ou com CIUR– Abortamento– É o tratamento atual para prenhez ectópica

Cumarínicos (Warfarin [Marevan®])– Fascies característica

Narina hipoplásicas Malformações auriculares e oculares

– Retardo Mental– Condroplasia punctata

calcificação articular temporária em todas epífises

Anticonvulsivantes– Difenilidantoína (Hidantoína – Hidantal ®)

É o mais teratogênico – S. da hidantoína fetal PIG, microcefalia, RM, hipoplasia ungueal 10% dos bebês cujas mães foram expostas

– Carbamazepina e Ác. Valpróico 1-2% concorrem com defeito de fechamento do tubo neural

– Fenobarbital (Gardenal ®) É o mais seguro dos anticonvulsivantes na mãe

Carbonato de Lítio– Modulador do humor para doença bipolar– Teratogênico apenas no primeiro trimestre– Associado à anomalia de Ebstein -

Valva tricúspide anormalmente ligada à superfície do VD deslocado para baixo, CIA – 50% VD atrializado

Drogas teratogênicas

Inibidores da ECA– Risco no 2º e maior no 3º trimestre– IRA fetal com anúria oligodramnio

hipoplasia pulmonar morte fetal– Esta seqüência de eventos é a S. de Potter

AINES – (indometacina,...)– Não podem ser utilizadas perto do fim da

gravidez, por induzir fechamento precoce do canal arterial e hipertensão pulmonar

Drogas teratogênicas

Talidomida– Teratógeno potente (40%), + no 1º trimestre

Focomelia – ausência de um segmento de mm Estenose do conduto auditivo externo Cardiopatia

– Usada no tto de colagenoses e hanseníase Efeito imunomodulador e vascular

Propil-tiouracil (Tapazol ®)– Anti-tireoidiano– Hipotireoidismo fetal em 10% dos expostos

Drogas teratogênicas

Ácido Retinóico – Isotretinoína– Teratogênico na apresentação sistêmica– O mais potente teratógeno conhecido– Não possui efeito cumulativo no organismo

podendo-se engravidar após suspensão Alterações de SNC

– Microcefalia– Retardo mental– Hidrocefalia

Anomalia auricular podendo levar à surdez Cardiopatia

Drogas teratogênicas

Drogas teratogênicas Misoprostol (Citotec ®)

– Análogo de prostaglandina – úlcera gástrica– Induz contração uterina– Ao usar no 1º trimestre VO ou vaginal:

50% das vezes produz hemorragia e aborto Aumenta a incidência de disrupções vasculares (amputação

de dedos e artelhos) e Síndrome de Mœbius e Poland Cocaína

– Efeitos teratogênicos variados– Causa disrupção vascular por ser um potente

vasoconstritor, levando isquemia a diferentes áreas

Drogas teratogênicas

Álcool– Bastante teratogênico, 4-10% de mães dependentes– Síndrome do álcool fetal

PIG Microcefalia Apagamento de filtro nasal Distúrbio de aprendizado e agitação Alterações nas mãos Cardiopatias (CIA, CIV, ...) Lábio leporino, lábio superior fino Fissura palpebral curta Nariz curto

Outros teratógenos Radiação (Raio-X)

– PIG– Microcefalia com ou sem RM– Evitar expor grávidas à radiação

Hipertermia– Causada se temperatura materna > 38,9°C– Interfere nos processos mitóticos

Microcefalia Microftalmia Deficiência de membros Defeitos de fechamento do tubo neural

Fim