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Apresentação

Com este catálogo de fotos, muito timidamente, a SBEC dá início a um banco de imagens para seus sócios.

As fotos estão disponíveis na página da Internet br.geocities.com/secretariaregionalsudeste1

para utilização dos sócios em seus artigos e pesquisas. Além desses os que se interessarem em obter tais imagens

poderão fazê-lo sem dificuldade entrando em contato com a secretaria regional.

Agradecemos a todos os que participaram do 1 º Concurso de Fotografia da SBEC:

Um Olhar Sobre a Antigüidade Clássica e cederam suas fotos para o estabelecimento do nosso banco. Esperamos estar dando início a um registro do olhar brasileiro

sobre o mundo antigo, o qual necessariamente fortalecerá a pesquisa em estudos clássicos com a marca Brasil.

O nosso acervo certamente veiculará os ângulos de encantamento do pesquisador, os detalhes

que para ele fazem sentido, as ironias captadas, os espantos, as sutilezas.

Esperamos poder, através de novos concursos, ampliar nosso banco de imagens e estar sempre a serviço de todo e cada sócio

da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos.

Os organizadores

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A Acrópole de Atenas é um dos mais extraordinários conjuntos da arquitetura grega do chamado período clássico.

As edificações remanescentes datam do Século de Péricles (Séc V a.C.), mais

precisamente a faixa compreendida entre os anos 450 e 407.

As mais apuradas técnicas da arquitetura, até então conhecidas, foram utilizadas, do mesmo modo que a combinação de estilos

foi parte importante na harmonização do conjunto. As obras de ornamentação - estátuas, frisos, frontões -

estiveram a cargos de artistas renomados, como, por exemplo, o escultor Fídias (também encarregado geral

de todas as obras da Acrópole). Há que referir-se também aos arquitetos lctino, Calicrátes e Mnesiclés. Integram o conjunto da

Acrópole outros templos e teatros, que se localizam na base da colina.

Daí para Atenas, em verdade ela também repleta de antiga fama, que tem muita coisa pra se ver: uma fortaleza (a Acrópole),

portos, muralhas que unem o Pireu à cidade, estaleiros, monumentos dos grandes imperadores,

estátuas de deuses e homens, notáveis por toda espécie de materiais e de técnicas artísticas.

Tito Lívio. Ab Vrbe Condita. 45.27.9 Trad. Antônio Martinez

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Roma

Marcial publicou trinta epigramas a respeito dos espetáculos inaugurais do anfiteatro Flávio, também conhecido como Coliseu,

e dedicou-os ao imperador Domiciano. Os dois primeiros epigramas são dirigidos ao grande edifício:

AO ANFITEATRO DE CÉSAR Que a bárbara Mentis silencie sobre as maravilhas das pirâmides

Que o esforço obstinado não engrandeça a Babilônia Tampouco os fracos jônios sejam elogiados

por causa do templo à Diana Trívia; E se esconda o altar dos deuses guarnecido de chifres

Que os Cários não elevem às alturas com elogios desmedidos Seus mausoléus suspensos nos vazios do ar.

Que toda obra recue diante do anfiteatro de César: Que a tradição fale desse monumento como o mais importante de todos.

AS OBRAS PÚBLICAS DE CÉSAR Ali onde um divino colosso mais próximo observa os astros

E surgem no meio da alta arquibancada os palcos, Os aposentos do cruel rei resplandeciam.

Naquela ocasião, esta residência, como única em toda a cidade, prosperava: Ali onde se ergue o venerável edifício do notável anfiteatro

Encontravam-se os lagos de Nero; Ali onde admiramos as termas, edifícios construídos com rapidez,

Um rico campo arrebatara tetos aos miseráveis; Onde o Pórtico Cláudio produz sombras difusas

Localizava-se a parte final do palácio. Roma voltou-se para si mesma;

Pois as delícias que tinham sido de um único soberano Oh César, são agora, tu sendo o senhor, do povo.

ln Martial, De Spectaculis Libellus Trad. Heloísa Penna

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Pompéia

Situada na região sul da Itália, entre o mar e as encostas do Vesúvio, foi cidade importante na história dos romanos. Foi destruída em 79 d. C. por uma

violentíssima erupção do monte Vesúvio e permaneceu recoberta pelas cinzas por mais de 15 séculos. O Escritor Plínio, o Jovem, presenciou algumas conse­qüências da erupção do Vesúvio e narra, em cartas ao Historiador Tácito, suas

impressões, misto de pavor e deslumbramento, diante de um espetáculo colossal da natureza.

Uma nuvem - para os que olhavam de longe não se sabia ao certo de qual ~onte, mas se soube depois ter saído do Vesúvio - subia ao céu. Nenhuma outra

árvore teria, melhor do que o pinheiro, expressado sua forma e semelhança. Alçava para as alturas num tronco longuíssimo, se esparramava num entrelaçado

de ramagens, como que arrastada por um sopro inicial, segundo me pareceu. Em seguida, faltando o vento, esvanecia-se, destituída de seu peso ou

vencida em sua lassidão: às vezes branca, às vezes imunda e manchada por causa da cinza e da terra que sustentava.

Plinius (Epistula VI, 16)

Nessa hora, do monte Vesúvio, por diversos lugares chamas imensas e incêndios muito altos reluziam: fulgor e claridade resplandeciam nas sombras da noite. Já caía a cinza, mas naquele momento ainda escassa. Olho para trás: uma

densa nuvem negra ameaçava, tal como uma torrente se espalhando pela terra, rolava em nossa direção. "Desviemos", eu disse "enquanto observamos o fenômeno, para que não sejamos derrubados e, caídos, esmagados pela

multidão em pânico a correr pelas trevas". Mal nos sentamos caiu uma noite, não como uma noite sem lua ou nublada, mas qual um lugar completamente fechado,

extinta a luminosidade. Ouviam-se os gritos ululantes das mulheres, o choro desesperado das crianças, o clamor dos homens, uns buscavam com a voz os pais, outros os filhos, outros seus parceiros; através da voz se reconheciam;

uns e outros choravam sua miséria e havia os que pedissem a morte, tal o medo da morte; muitos elevavam as mãos para os deuses, muitos outros já não

acreditavam em deuses e julgavam ser aquela a noite eterna, a última noite para o mundo. Nem mesmo faltaram aqueles que superdimensionavam,

com terrores falsos e imaginados, os verdadeiros perigos.

Plinius (Epistula VI, 20) Trad. Antônio Martinez

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Os banhos públicos

A carta de Sêneca a Lucílio retrata a efervescência do dia a dia numa terma romana. As termas Stabianas, na região de

Pompéia eram consideradas de grande porte e muito freqüentadas.

Eis que por toda parte um barulho variado me envolve:

moro acima do próprio banho público. Imagina, agora, todas as espécies de ruídos que podem levar os ouvidos ao desespero: quando os mais robustos se exercitam e

lançam suas mãos pesadas às manoplas, quando ou se esforçam ou imitam os que se esforçam,

ouço gemidos; todas as vezes que soltam o fôlego contido, ouço assobios e respirações estridentes; se acontece

de se estar ali um massageador

inábil e limitado à fricção corriqueira, ouço o barulho de sua mão atirada, que muda de som conforme chega ao ombro, reta ou côncava.

Se, por outro lado, um jogador acabe de chegar e comece a contar suas esferas, é o tormento.

Acrescenta agora um contendor, um ladrão retido e alguém que admire sua própria voz, no banho.

Ajunta também os que pulam na piscina com grande barulho

da água agitada.Aiém desses, dos quais, sem nenhuma outra ressalva, as vozes são naturais, considera o escravo

que depila, produzindo, sem cessar, uma voz fina e

penetrante, para que seja mais notado. Ele nunca se cala a não ser quando arranca os pelos dos sovacos e põe outro para gritar em seu lugar.

Agora imagina os gritos variados do pasteleiro, considera o salsicheiro, o doceira e todos os negociantes de estalagens, que vendem suas mercadorias

com sua própria e distinta modulação de voz.

Sêneca Epístola 56, 1-2

Trad. Heloísa Penna

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Corinto

A cidade de Corinto não pode nunca esquecer sua dívida para com Medéia. Eumelo de Corinto, citado por Pausânias, apresenta a princesa

como herdeira efetiva do trono de Eetes em Corinto. Em sua pré-história, Medéia seria uma divindade ctônica, esposa de Zeus. Associada ao

culto de Hécate e das noites sem lua, passa a ser representada como uma

maga conhecedora de segredos rejuvenescedores. Posteriormente, surge como a vingativa princesa bárbara que, amada e depois

desprezada por Jasão, mata seus próprios filhos.

Eumelo disse que o Sol concedeu a região de Asopia a Aloeu e a de Efirea a Eetes; diz que Eetes, ao seguir para Colcos, confiou a terra a Buno; que Buno

era filho de Hermes e Alcidamea e que, quando Buno morreu, Epopeu, o filho de Aloeu, fez com que seus domínios abarcassem também os dos efireus. Logo,

como Corinto, filho de Maraton, não deixasse nenhum filho, os coríntios mandaram vir de Yolcos Medéia e lhe entregaram o reino.

Por mediação dela Jasão reinava em Corinto. E Medéia gerava filhos, mas cada um que nascia ela o escondia,

levando-o ao templo de Hera e lá os trancava todos, julgando que assim se tornariam imortais.

Por fim, quando compreendeu que sua expectativa falhou e tendo sido descoberta por Jasão (pois ainda que lhe tenha pedido perdão,

este não lhe foi concedido e a mandou para Yolcos), Medéia se foi, depois de entregar o reino a Sísifo.

Pausânias, 11 , 3, 1 O. Apud. Pajares. trad. do espanhol de Tereza Virgínia R. Barbosa

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Os Propileus

Demetrius Phalerius, que censura Péricles, príncipe da Grécia por haver jogado tanto dinheiro naqueles famosos propileus.

Cícero. De officiis, 2. 60,19 Trad. Antônio Martinez

Por acaso a glória antiga da comunidade ou o visual famoso da cidade ou o teatro, os ginásios, os pórticos ou os Propileus ou a

Acrópole ou as obras admiráveis de Fídias ou o magnífico Pireu tornavam a república mais eficiente? De modo algum, Lélio, pois, em verdade,

nada disso pertencia ao povo. Cícero. De Republica 3.44

Trad. Antônio Martinez

Constituíam a entrada monumental da Acrópole. Mesmo não tendo sido inteiramente concluídos, pode-se notar a presença da

mesclagem das ordens dórica (exterior) e jônica (interior). Compunham-se de um vestíbulo flanqueado por duas alas de onde saíam cinco portas - a ala

norte era chamada pinacoteca e servia de galeria de pinturas. Para ajustarem-se à declividade do terreno,

foram construídos com duas fachadas de colunas, em duas alturas diferentes. Um recurso técnico inovador

foi o emprego do mármore "armado": para a realização da porta central , que é mais larga, o arquiteto

Mnesiclés empregou mármore reforçado com barras de metal.

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Micenas -A porta dos "leões" (!?)

Tal como Ulisses corre para os rochedos de sua Ítaca, assim também

Agamêmnon busca as nobres muralhas de Micenas. Ninguém ama sua pátria

porque é grandiosa, mas porque é a sua. -

Sêneca. Epistulae ad Lucilium.66.26.

Trad. Antônio Martinez

A civilização micênica, ao que indicam os achados

arqueológicos, foi culturalmente desenvolvida e bastante rica:

os túmulos dos nobres guardaram opulentos tesouros de finos artefatos,

sobretudo de metais preciosos.

O centro das atividades principais (fortalezas, palácios e

outras construções) ocupou o alto de uma colina que,

vista de sua base, dá a impressão dos contornos de um cogumelo

(é o que muitos associam ao radical da palavra

grega mukhj- míkes =cogumelo). Uma forte e larga muralha

de pedras contornava o lugar, a que se tinha acesso

através de portas estrategicamente posicionadas.

Propõe-se o século XIII a.C. como data de construção da

escultura que encima a porta principal da cidade de Micenas.

Trata-se de uma escultura monumental a que os nossos estudiosos

dão o nome de "porta dos leões".

Mas, verdade seja dita, são duas leoas em linhas

esculturais muitíssimo bem definidas.

Para se ter noção da grandiosidade do conjunto basta ver que

somente a pedra horizontal que forma o arco da porta e sustenta

a escultura pesa cerca de 7,5 toneladas.

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Apolo!

Escuta, Arco de Prata que proteges Crise

E Cila divina, que também governas com poder Tênedos,

Esminteu! Se alguma vez ergui templo que te agradasse,

Ou se alguma vez a ti gordas coxas queimei

De touros e cabras, satisfaz o meu desejo!

Homero, 11. 1, 36-41

Trad. Tereza Virgínia R. Barbosa

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Dioní4b, o deus do teatro ... Mas então, parece-me ver dois sóis

e duas Tebas, a cidade de sete portas, e pareces um touro, frente a mim , a me guiar

e em ti chifres na cabeça brotaram ora, foste alguma vez fera? Talvez

tornaste touro ...

Eurípides, Bacantes vv. 918-922 Trad. Tereza Virgínia R. Barbosa

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Cuida da tua biblioteca a quem quer que a entregues, ainda que tenhas encontrado zeloso amante desse ofício;

de minha parte eu guardo todas as economias

para que eu consiga tal refúgio para a minha velhice. Cícero. Att 1.1 0.4.

Trad. Antônio Martinez

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Hino a Atenas

Erectidas, ancestralmente felizes,

filhos dos deuses bem aventurados, da sagrada terra imaculada, são. Nutridos pelo mais glorioso Saber

Seguem suavemente sempre pelo mais brilhante ar. Lá certa vez as nove Piéridas, as castas

Musas - dizem - a dourada harmonia geraram. Nas correntezas do belo Cefiso Alardeiam que Cípris aspergiu,

a soprar pela terra dos ventos moderados, brisas de suave odor, ela, que sempre coloca

nos cabelos perfumadas flores de rosas nas tranças, ao Saber enviou os amores companheiros,

obreiros de toda excelência .

Eurípides, Medéia, vv. 824-845

trad. Tereza Virgínia R. Barbosa

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

Homero. Homeri Opera. D. Monro & T. Allen {ed.) Tomo I. Oxford: Oxford University Press,

1989.

Euripides. Euripidis Fabulae. J. Diggle (ed.) Tomo 1,; G. Murray {ed.) Tomo III. Oxford:

Oxford University Press, 1984, 1913.

PAJARES. Fragmentos de Épica Griega Arcaica. Madrid: Editorial Gredos, 1979.

Seneque. Lettres a Lucilius. Texte établi, traduit et annoté par François et Pierre Richard.

Paris: Garnier.

Stace, Martial et ali. Stace, Martial, Manilius, Lucilius Júnior, Rutilius, Gratius Faliscus,

Nemesianus et Calpurnius. Trad. de M. Nisard. Paris: Firmin Diderot Freres, 1860.

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