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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA COMARCA DE TERESINA. Processo nº XXXXXXXXXXX NEUSA, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, AÇÃO REVISIONAL que move em face do Banco LUZERNA, vem não se conformando com a decisão de folhas __, vem interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO com pedido de TUTELA ANTECIPADA, com supedâneo nos artigos 1º ao 7º da lei 1.060 de 1950, combinados com os artigos 522 e seguintes do código de processo civil e com o artigo 558 da retrocitada lei adjetiva civil, contra a respeitável decisão de primeira instância que derrogou a gratuidade da justiça à autora pelas razões a seguir arguidas em petição que acompanha o presente. Nestes termos, Pede deferimento. Teresina, 21 de agosto de 2013.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CASO 5.docx

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA COMARCA DE TERESINA.

Processo nº XXXXXXXXXXX

NEUSA, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, AÇÃO REVISIONAL que move em face do Banco LUZERNA, vem não se conformando com a decisão de folhas __, vem interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO com pedido de TUTELA ANTECIPADA, com supedâneo nos artigos 1º ao 7º da lei 1.060 de 1950, combinados com os artigos 522 e seguintes do código de processo civil e com o artigo 558 da retrocitada lei adjetiva civil, contra a respeitável decisão de primeira instância que derrogou a gratuidade da justiça à autora pelas razões a seguir arguidas em petição que acompanha o presente.

Nestes termos,Pede deferimento.

Teresina, 21 de agosto de 2013.

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RAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante: NeusaAgravado: Banco Luzerna.Origem: 7ª Vara Cível de Teresina.

Egrégio Tribunal de Justiça,Colenda Câmara,Ínclitos julgadores.

OS FATOS

A agravante firmou um contrato de financiamento de veículo no valor de R$15.000,00 (quinze mil reais) com o agravado. Tendo já pago algumas prestações, verificou que os juros eram abusivos e ilegais, havia cobrança de taxa de permanência e outras verbas ilegais e cumuladas. A agravada também demonstrou que, se o contrato continuasse sendo executado nas condições atuais, o valor pago pelo veículo seria de R$28.000,00 (vinte e oito mil reais). Se fossem cobrados apenas juros legais, o mesmo veículo sairia por R$16.800,00 (dezesseis mil e oitocentos reais).

Diante disto, a agravante propôs Ação Revisional objetivando tendo em vista os graves vícios citados. Requereu também, uma vez que é pobre na acepção jurídica do termo, lhe fosse concedidos os benefícios da lei 1.060/50.

Todavia, em despacho publicado, entendeu o meretíssimo juízo recorrido, que a autora, agora agravante, não faria jus ao benefício da lei 1.060/50, sob a alegação de que “se contratou advogado particular, não preencheria os requisistos dessa lei”. E mais, ainda modificou de ofício o valor da causa de R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais) para R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais), com justificativa de que o valor da causa deveria ser o mesmo do contrato.

DO DIREITO

A APLICABILIDADE DA LEI 1.060/50.

Nobres julgadores, ao denegar à agravante os benefícios da lei 1060/50, entendemos haver o meretíssimo juízo recorrido confundido o conceito de pobreza do senso comum com a pobreza na acepção jurídica do termo.

Deve-se anotar ainda que, e sobretudo, em atendimento so princípio constitucional de facilitação do acesso à justiça, vem entendendo a moderna jurisprudência de que não é necessário ser miserável (no sentido de “paupérrimo”) para aconcessão dos benefícios previstos na referida lei, basta a declaração, a qual será apreciada de acordo com o bom alvitre do magistrado, de que não pode arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento, como é caso da agravante.

E de outra forma não poderia ser. Com efeito, indeferir tal benefício a uma parte no processo sem que exista uma prova inequívoca de sua suficiência econômica, nada mais é do que negar o acesso à jurisdição apenas porque a agravante possui condições financeiras de suportar isso que fez o meretíssimo magistrado de primeira instância ao negar esse direito à agravante.

Eméritos julgadores, o operador da lei deve trabalhar com fatos e provas. Ante a presunção juris tantum de que se reveste a declaração de pobreza na acepção jurídica do termo, não

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pode o magistrado, simplesmente porque “acha”, que a parte tem condições econômicas indeferir esse benefício.

Assim, data máxima venia, deve-se lembrar ao meretíssimo juiz de primeira instância, que uma ilação (sugestão) não pode ser suficiente para que se derrube uma presunção juris tantum.

DO PEDIDO

Diante do exposto e pelo que de mais nos autos consta, requer que o presente recursos seja deferido e a concessão, para a agravante, os benefícios da gratuidade da justiça.

Requer ainda, seja o presente agravo recebido no efeito suspensivo-ativo, nos termos do artigo 527, III e 558 do Código de Processo Civil, a fim de que se determine, até ulterior decisão deste Egrégio Tribunal a suspensão do despacho de fls... o qual é atacado através do presente recurso, tudo na medida da mais lídima e linear JUSTIÇA.

Nestes termos, Pede e espera deferimento.

Teresina, 21 de Agosto de 2013.

OBS: Em anexo, peças que instruem o presente instrumento.

1 – Cópia da petição inicial proposta pela agravante em face do agravado;2 – Cópia do instrumento procuratório outorgado pela agravante;3 – Cópia da declaração de pobreza;4 – Cópia da decisão agravada;5 – Cópia da intimação do despacho.

(Todas as cópias autenticadas)