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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Agricultura Familiar: Setor Estratégico para o Desenvolvimento Local no Município de Mogeiro - PB Maria Leonilda da Silva Pós-graduado lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Nelson Rosas Ribeiro Professor do Departamento de Economia - UFPB RESUMO O surgimento da agricultura provocou grandes mudanças na vida do homem, onde no principio era uma agricultura de subsistência, somente após a inserção do capitalismo e consequentemente a produção sendo vista como mercadoria vamos encontrar uma subordinação da agricultura a indústria. Porém contrariando a lógica capitalista encontramos a agricultura familiar que durante muitos anos ficou a margem das politicas públicas do governo federal, o qual acreditava que a transferência de tecnologias eram suficientes para desenvolver o setor. Hoje a mesma é vista como um setor estratégico para o desenvolvimento local, tal investimento objetiva diminuir as disparidades regionais. O presente trabalho tem como objetivo traçar o perfil deste agricultores tendo em vista que no caso do Município de Mogeiro, temos na agricultura familiar o seu principal segmento. Como os demais municípios da microrregião ao qual estar inserido possui uma grande quantidade de minifúndios e pequenos produtores que sobrevivem da exploração agropecuária através do plantio da cultura de subsistência e da criação de pequenos animais. O qual encontramos uma baixíssima densidade de capital e de tecnologia, elevado índice de pobreza, níveis de IDH muito baixo e uma renda per capita média muito baixa, sendo o apoio a agricultura familiar de fundamental importância na melhoria da renda e da qualidade de vida. Tendo sido utilizada a pesquisa qualitativa descritiva, complementada com a pesquisa quantitativa. Palavras-chave: Agricultura familiar, agricultura, desenvolvimento, politicas públicas. 1 INTRODUÇÃO No Brasil, durante muito tempo, não se teve uma política pública voltada para solucionar ou amenizar os problemas agrários existentes, tendo apenas havido políticas públicas agrícolas. Percebemos que os agricultores familiares ainda não eram suficientemente

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Agricultura Familiar: Setor Estratégico para o Desenvolvimento Local no

Município de Mogeiro - PB

Maria Leonilda da Silva

Pós-graduado lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB

Nelson Rosas Ribeiro

Professor do Departamento de Economia - UFPB

RESUMO

O surgimento da agricultura provocou grandes mudanças na vida do homem, onde no

principio era uma agricultura de subsistência, somente após a inserção do capitalismo e

consequentemente a produção sendo vista como mercadoria vamos encontrar uma

subordinação da agricultura a indústria. Porém contrariando a lógica capitalista encontramos a

agricultura familiar que durante muitos anos ficou a margem das politicas públicas do

governo federal, o qual acreditava que a transferência de tecnologias eram suficientes para

desenvolver o setor. Hoje a mesma é vista como um setor estratégico para o desenvolvimento

local, tal investimento objetiva diminuir as disparidades regionais. O presente trabalho tem

como objetivo traçar o perfil deste agricultores tendo em vista que no caso do Município de

Mogeiro, temos na agricultura familiar o seu principal segmento. Como os demais

municípios da microrregião ao qual estar inserido possui uma grande quantidade de

minifúndios e pequenos produtores que sobrevivem da exploração agropecuária através do

plantio da cultura de subsistência e da criação de pequenos animais. O qual encontramos uma

baixíssima densidade de capital e de tecnologia, elevado índice de pobreza, níveis de IDH

muito baixo e uma renda per capita média muito baixa, sendo o apoio a agricultura familiar de

fundamental importância na melhoria da renda e da qualidade de vida. Tendo sido utilizada a

pesquisa qualitativa descritiva, complementada com a pesquisa quantitativa.

Palavras-chave: Agricultura familiar, agricultura, desenvolvimento, politicas públicas.

1 – INTRODUÇÃO

No Brasil, durante muito tempo, não se teve uma política pública voltada para

solucionar ou amenizar os problemas agrários existentes, tendo apenas havido políticas

públicas agrícolas. Percebemos que os agricultores familiares ainda não eram suficientemente

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organizados para exigir os seus direitos, embora existissem movimentos sociais como as

Ligas Camponesas, o MST e diferentes formas de associações e sindicatos rurais. Estes atores

não conseguiam colocar na pauta dos governos as suas reivindicações.

Desde a colonização até os dias atuais a terra sempre ficou nas mãos de poucos, sendo

utilizada para o desenvolvimento de monoculturas, gerando desta forma um sério problema

social. Como nos mostra Pádua, em seu artigo: A formação da agricultura brasileira: uma

herança predatória (2004) “As famílias de trabalhadores rurais foram em grande parte

afastadas da vida rural contra a sua vontade...” e são estas pessoas que pela falta de trabalho

no campo, ou pela falta de terra para produzirem o seu sustento, que se transferem da zona

rural para os conglomerados pobres das grandes cidades.

Foi só a partir da observação das inúmeras mudanças culturais deste século que os

governantes tiveram um novo olhar sobre a agricultura familiar, percebendo então que o

caminho para a diminuição das desigualdades sociais, produção de alimentos e

desenvolvimento local sustentável passava por uma reorganização da estrutura agrária. Sendo

a agricultura familiar vista como um espaço rural de geração de emprego e preservação

ambiental. Nos últimos anos observamos a criação de inúmeras políticas públicas voltadas

para este setor, sejam elas a nível federal, estadual ou municipal.

De acordo com Olalde a agricultura familiar contribui para “permitir uma distribuição

populacional mais equilibrada no território, em relação à agricultura patronal, normalmente

associada à monocultura.” Para alguns estudiosos, este é o caminho para a construção do

desenvolvimento sustentável local.

No caso do Município de Mogeiro – PB, sendo sua economia basicamente sustentada

pelo setor agropecuário, observamos que a agricultura familiar é um de seus principais

segmentos, não só no que se refere à economia, como também em relação ao

desenvolvimento local. Diante disto percebemos que, no âmbito municipal, muitas foram as

políticas públicas voltadas para este setor. Porém será que estas políticas públicas têm

aumentado à produção da agricultura familiar no município? Os agricultores familiares

sentem que possuem o apoio do governo municipal? Estas são questões a serem respondida

no decorrer do nosso estudo.

Após a Constituição de 1988, no Brasil, implantou-se um processo de

descentralização, o que colocou os Governos municipais frente ao grande desafio de resolver

os problemas sociais e promover um desenvolvimento local sustentável, capaz de não só

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promover o crescimento econômico, como também uma melhoria na qualidade de vida da

população.

Diante disto, a agricultura familiar surge como uma forma de solucionar um de nossos

mais antigos problemas sociais que é a ocupação desordenada e o mau aproveitamento das

terras, desde a sua colonização até os dias atuais, o que gerou uma grande desigualdade social.

Como nos mostra a Profª. Nazareth Wanderley “A agricultura familiar não é uma categoria

social recente, nem a ela corresponde uma categoria analítica nova na sociologia rural. No

entanto, sua utilização, com o significado e abrangência que lhe tem sido atribuído nos

últimos anos, no Brasil, assume ares de novidade e renovação” (WANDERLEY, 2001: 21).

Sendo esta apontada como caminho para a sustentabilidade no qual, segundo Pádua,

(2004, p. 213) “... as propriedades com menos de 100 hectares apresentam uma taxa de

crescimento anual médio do rendimento físico da produção da ordem de 5,80% contra 3,29%

da agricultura patronal.” E sendo o município estudado (Mogeiro-PB) constituído de uma

estrutura fundiária de cerca de 1.343 imóveis rurais, com uma área de 18.305 hectares.

Predominam 1.721 de área inferior a 5 hectares representando 77,50% do total de imóveis do

município, porém ocupando somente 9,41% da área municipal. Apenas 34 imóveis são

superiores a 100 hectares, o que caracteriza a grande quantidade de minifúndios e pequenos

produtores que sobrevivem da exploração agropecuária através do plantio da cultura de

subsistência e da criação de pequenos animais. (EMATER).

Estes dados nos revelam a importância da agricultura familiar no cenário econômico,

seja ele municipal ou nacional. Reconhecendo esta importância o Governo Federal criou o

Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e o município implementou

políticas públicas voltadas para o seu fortalecimento.

O presente trabalho tem como objetivo geral:

Analisar o papel das políticas públicas desenvolvidas pelo Estado, no nosso caso o

governo municipal, voltadas para a agricultura familiar.

E objetivos específicos:

Traçar um perfil destes atores, buscando mostrar a eficácia ou não do apoio

municipal para o desenvolvimento da agricultura familiar no município.

Identificar os impactos que a ação do governo municipal tem causado na

agricultura familiar

Caracterizar a agricultura familiar do município e seus principais problemas.

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2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Surgimento da Agricultura

Há aproximadamente 12 mil anos a.C. a temperatura da terra voltou a aumentar após

ao que chamamos de era glacial. As placas glaciais que cobriam parte dos continentes se

derreteram, permanecendo apenas nas calotas polares. O clima a partir daí se tornou mais

ameno e o solo, mais fértil, tornando-se propicio ao desenvolvimento da agricultura, esta

atividade forneceu aos grupos nômades uma fonte estável de alimentos fazendo com que os

mesmos começassem a deixar de ser nômades e construir suas cabanas as margens de rios e

lagos, os quais permitiam a prática da pesca, caça e em cujas margens faziam a coleta de

cereais. Segundo alguns estudiosos, foi acidentalmente que o homem aprendeu a cultivar.

Com a prática de levar os grãos para o acampamento, onde eram moídos e cozidos, muitas

vezes eles caiam no solo e germinavam. A observação deste fato levou os homens a provocá-

lo intencionalmente dando origem ao cultivo.

Surgindo desta forma a agricultura, o seu domínio provocou uma grande mudança na

vida do homem daquela época, este período ficou conhecido como Revolução Agrícola. A

agricultura praticada por eles era de subsistência, já que a produtividade do trabalho era baixa,

a produção de excedente era ocasional e, como consequência, as trocas eram pouco

desenvolvidas. Com a multiplicação e dispersão dos grupos humanos as desigualdades sociais

vão surgindo o que leva a disputas por territórios e pela posse das melhores terras. As tribos

mais poderosas apropriavam-se destas terras e expulsavam para outros territórios grupos que

tinham de sobreviver com o cultivo de trechos áridos e com más colheitas.

2.2. Inserção do Sistema Capitalista na agricultura

O que percebemos é que a partir do surgimento do capitalismo na agricultura esta

passa de agricultura familiar, no qual os produtos têm valores úteis para vida e se transforma

em uma agricultura capitalista, que transforma os produtos em mercadoria, havendo desta

forma uma transformação nos papeis dos atores sociais (econômicos). Marx nos mostra em

seu livro O Capital, que há uma subordinação da agricultura a grande indústria, resultado da

entrada do capitalismo no campo, que transforma a forma de produção, propriedade da terra e

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as relações de trabalho existentes. (CONCEIÇÃO apud CORAZZA & MARTINELLI

JUNIOR, 2002). Onde, segundo o mesmo, antes da entrada do capitalismo no campo, “Era

quase uma economia natural pura, em que a necessidade de dinheiro mal se fazia sentir. A

produção capitalista pôs fim, a isto, através da economia monetária e da grande indústria.”

(MARX e ENGELS, sd, p. 228)

2.3. Agricultura no Brasil

A economia brasileira desde o período da colonização sempre esteve voltada para

exportação de produtos para a metrópole. A princípio temos na exploração do pau-brasil

nosso primeiro produto. No início do século XVI, começa-se a trabalhar em grandes

latifúndios com o cultivo da cana-de-açúcar na região nordeste, são os famosos sistemas de

plantation. Com isto as melhores terras são destinadas ao plantio comercial, enquanto que as

mais fracas ficavam para o plantio de produtos para a subsistência.

Como podemos perceber a agricultura familiar não é algo novo, esta passou por

várias transformações e hoje está sendo cada vez mais estudada, onde a temos como uma

resposta para a diminuição das desigualdades sociais, como base do desenvolvimento local

sustentável, e como meio de conter o êxodo rural.

Denardi, em seu artigo “Agricultura familiar e políticas públicas: alguns dilemas e

desafios para o desenvolvimento rural sustentável” caracteriza agricultura familiar como

sendo:

Em linhas gerais, os empreendimentos familiares têm duas características principais:

eles são administrados pela própria família; e neles a família trabalha diretamente,

com ou sem o auxílio de terceiros. Vale dizer: a gestão é familiar e o trabalho é

predominantemente familiar. Podemos dizer, também, que um estabelecimento

familiar é, ao mesmo tempo, uma unidade de produção e de consumo; uma unidade

de produção e de reprodução social familiar corresponde “a uma unidade de

produção agrícola onde a propriedade e o trabalho estão intimamente ligados à

família”

Um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e

Agricultura (FAO) e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)

define agricultura familiar a partir de três características centrais:

a) a gestão da unidade produtiva e os investimentos nela realizados são feitos por

indivíduos que mantém entre si laços de sangue ou casamento;

b) a maior parte do trabalho é igualmente fornecida pelos membros da família;

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c) a propriedade dos meios de produção (embora nem sempre da terra) pertence à

família e é em seu interior que se realiza sua transmissão em caso de falecimento ou

aposentadoria dos responsáveis pela unidade produtiva” (INCRA/FAO, 1996: 4).

O Manual Operacional do Crédito Rural Pronaf (2002) define os agricultores

familiares como sendo os produtores rurais que atendem aos seguintes requisitos:

Sejam proprietários, posseiros, arrendatários, parceiros ou concessionários da Reforma

Agrária;

Residam na propriedade ou em local próximo;

Detenham, sob qualquer forma, no máximo 4 (quatro) módulos fiscais de terra,

quantificados conforme a legislação em vigor;

No mínimo 80% (oitenta por cento) da renda bruta familiar deve ser proveniente da

exploração agropecuária ou não agropecuária do estabelecimento;

A base da exploração do estabelecimento deve ser o trabalho familiar.

No Brasil durante muito tempo quando se falava em desenvolvimento rural se

baseavam na transferência de tecnologias e na ausência de participação dos atores

beneficiários, sejam na elaboração ou na execução dos projetos e políticas públicas durante as

décadas de 1960 e 1970. Segundo Marouelli,

Grande parte dos produtores familiares foi excluída por não serem contemplados

pelos benefícios governamentais. As monoculturas de grãos, altamente mecanizadas,

exigem uma escala de produção mínima que os menores não conseguiam atingir.

Além disso, muitos produtores não podiam arcar com os altos custos dos insumos

modernos necessários à produção competitiva do mercado e foram obrigados a

vender suas propriedades. Com isso a concentração da posse da terra foi ampliada,

bem como o tamanho das propriedades. Muitos produtores, após venderem suas

terras, migraram para as fronteiras agrícolas do centro-oeste ou para os centros

urbanos que propiciavam mais ofertas de emprego.

Isto ocorreu não só no Brasil, mas em todo mundo, em países em fase de

industrialização.

Desde 1940, o percentual da população rural no Brasil está em declínio, enquanto a

urbana encontra-se em ascensão. No censo de 1970, a população urbana ultrapassou a rural.

Segundo a pesquisa realizada pelo IBGE de 1990 a 1995, a população rural declinou em torno

de 30%.

Em se tratando do Brasil as políticas públicas adotadas para o desenvolvimento da

agricultura sempre estiveram voltadas para o atendimento aos interesses externos do grande

capital industrial. Dado este fato, vamos encontrar em uma mesma região a existência da

agricultura tradicional atrasada, e de outro lado grandes complexos agroindustriais. Aliado

também ao fato de que em alguns estados brasileiros os agricultores familiares ainda não se

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encontram organizados e desta forma são incapazes de reivindicar seus direitos. Segundo

Guilhoto (2007)

Há que se considerar, também, o fato de as forças de mercado serem, sabidamente,

concentradoras e centralizadoras do capital, realizando-se as necessárias ações

públicas que assegurem ao segmento familiar um ambiente propício ao seu

desenvolvimento econômico. Esta é a necessidade mais premente, uma vez que esse

setor produtivo se mostra significativamente desorganizado para promover seus

próprios interesses de modo eficaz.

Segundo estudos do Ministério da Agricultura, a agricultura familiar é reconhecida

como um setor estratégico para o desenvolvimento e abastecimento do país em termos

econômicos, sociais e ambientais. Hoje os agricultores familiares são responsáveis por mais

de 50% da produção de grande parte dos produtos alimentares que compõem a nossa cesta

básica. Os investimentos feitos pelo Governo Federal nesta área tem sido um dos maiores de

toda a história da agricultura em nosso país. Este investimento se deve ao fato do Estado estar

intervindo neste setor para assegurar que a produção dos agricultores familiares seja absolvida

pelo mercado.

Conforme estudo feito pelo Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO, “os

agricultores familiares demonstraram ser mais eficientes no uso do crédito rural que os

agricultores patronais, pois produzem mais com menos recursos do crédito rural.” O que

justifica os últimos investimentos. De acordo com o mesmo estudo: os agricultores familiares

representam, 85,2% do total de estabelecimentos, ocupam 30,5% da área total e são

responsáveis por 37,9% do Valor Bruto da Produção Agropecuária Nacional, recebendo

apenas 25,3% do financiamento destinado a agricultura.

Vale salientar que todo este investimento do Governo Federal visa diminuir as

disparidades regionais, garantir que os agricultores familiares tenham condições para, além de

tirar o seu sustento da terra, produzir produtos de boa qualidade, sendo assim competitivos no

mercado. A promoção de um tipo de agricultura sustentável procura contribuir para a

produção de produtos livres de agrotóxicos e químicos utilizados na agricultura patronal.

Para isso, dentro da política pública de desenvolvimento da agricultura familiar foi

sendo criado o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o

qual se encontra agrupado em quatro áreas macro: Politica Nacional de Assistência Técnica e

Extensão Rural (Formação de Agentes de ATER, Agroecologia e Comunicação e relações

institucionais), Financiamento de Seguro da Produção( Crédito PRONAF, Seguro da

Agricultura Familiar, Garantia Safra, Seguros de Preços), Agregação de valor e geração de

renda (Bioenergia, Formento a diversificação econômica e Apoio a comercialização- PAA) e

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Projetos especiais (Mais Alimentos, Territórios da Cidadania, Diversificação na Agricultura

Familiar Fumicultora).

De todas as áreas mencionadas acima iremos especificar apenas o crédito Pronaf.

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) financia

projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da

reforma agrária, tendo as seguintes linhas de crédito1:

Custeio - Destina-se ao financiamento das atividades agropecuárias e de

beneficiamento ou industrialização e comercialização de produção própria ou de

terceiros agricultores familiares;

Investimento - Destinado ao financiamento da implantação, ampliação ou

modernização da infraestrutura de produção e serviços, agropecuários ou não

agropecuários, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas;

Pronaf Agroindústria - Linha para o financiamento de investimentos, inclusive em

infraestrutura, que visam o beneficiamento, o processamento e a comercialização da

produção agropecuária e não agropecuária, de produtos florestais e do extrativismo, ou

de produtos artesanais e a exploração de turismo rural;

Pronaf Agroecologia - Linha para o financiamento de investimentos dos sistemas de

produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos relativos à implantação

e manutenção do empreendimento;

Pronaf Eco - Linha para o financiamento de investimentos em técnicas que minimizam

o impacto da atividade rural ao meio ambiente, bem como permitam ao agricultor

melhor convívio com o bioma em que sua propriedade está inserida;

Pronaf Floresta - Financiamento de investimentos em projetos para sistemas

agroflorestais; exploração extrativista ecologicamente sustentável, plano de manejo

florestal, recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva

legal e recuperação de áreas degradadas;

Pronaf Semi-Árido - Linha para o financiamento de investimentos em projetos de

convivência com o semi-árido, focados na sustentabilidade dos agroecossistemas,

priorizando infraestrutura hídrica e implantação, ampliação, recuperação ou

modernização das demais infraestruturas, inclusive aquelas relacionadas com projetos

de produção e serviços agropecuários e não agropecuários de acordo com a realidade

das famílias agricultoras da região Semiárida;

1 Fonte de Pesquisa: MDA

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Pronaf Mulher - Linha para o financiamento de investimentos de propostas de crédito

da mulher agricultora;

Pronaf Jovem - Financiamento de investimentos de propostas de crédito de jovens

agricultores e agricultoras;

Pronaf Custeio e Comercialização de Agroindústrias Familiares - Destinada aos

agricultores e suas cooperativas ou associações para que financiem as necessidades de

custeio do beneficiamento e industrialização da produção própria e/ou de terceiros.

Pronaf Cota-Parte - Financiamento de investimentos para a integralização de cotas-

partes dos agricultores familiares filiados a cooperativas de produção ou para

aplicação em capital de giro, custeio ou investimento;

Microcrédito Rural - Destinado aos agricultores de mais baixa renda, permite o

financiamento das atividades agropecuárias e não agropecuárias, podendo os créditos

cobrirem qualquer demanda que possa gerar renda para a família atendida. Créditos

para agricultores familiares enquadrados no Grupo B e agricultoras integrantes das

unidades familiares de produção enquadradas nos Grupos A ou A/C;

Pronaf Mais Alimentos - Financiamento de propostas ou projetos de investimento para

produção associados a açafrão, arroz, café, centeio, feijão, mandioca, milho, sorgo,

trigo, erva-mate, apicultura, aquicultura, avicultura, bovinocultura de corte,

bovinocultura de leite, caprinocultura, fruticultura, olericultura, ovinocultura, pesca e

suinocultura;

Como podemos perceber fica bem visível o investimento que o Governo Federal vem

fazendo na agricultura familiar, através de financiamento da produção, como na garantia de

venda dos seus produtos através do PNAE, PAA entre outros programas criados para o

fortalecimento da mesma.

2.4. Agricultura familiar e Desenvolvimento local sustentável

Ao longo dos últimos anos muito tem se falado de desenvolvimento local sustentável,

este termo surgiu do reconhecimento de que não bastava apenas um desenvolvimento

econômico, mas o desenvolvimento de um conjunto de áreas, ou seja, ações que fossem

capazes de promover o dinamismo econômico, como também uma melhoria da qualidade de

vida da população. É neste sentido que Malmegrin (2010, p. 25), mostra-nos que para o

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desenvolvimento local seja efetivado faz-se necessário “... a mobilização das energias da

sociedade, com aproveitamento das capacidades e potencialidades, ou prováveis

potencialidades, existentes...”.

Carmo, (1998, p. 4) refere-se ao desenvolvimento sustentável como sendo

“ um desenvolvimento social e de progresso econômico, mantendo e conservando

os recursos naturais, origem do futuro comum de uma humanidade que pretende

tornar os impactos econômicos sobre o meio ambiente coisas do passado.”

Segundo Gomes (apud GLIESSMAN (2000:53/54) para que uma agricultura seja

considerada sustentável deve atender ao seguinte:

“ter efeitos negativos mínimos no ambiente e não liberaria substâncias

tóxicas ou nocivas na atmosfera, água superficial ou subterrânea;

preservaria e recomporia a fertilidade, preveniria a erosão e manteria a saúde

ecológica do solo;

usaria água de maneira que permitisse a recarga dos depósitos aqüíferos e

satisfizesse as necessidades hídricas do ambiente e das pessoas;

dependeria, principalmente, de recursos de dentro do agroecossistemas,

incluindo comunidades próximas, ao substituir insumos externos por

ciclagem de nutrientes, melhor conservação e uma base ampliada de

conhecimento ecológico;

trabalharia para valorizar e conservar a diversidade biológica, tanto em

paisagens silvestres quanto em paisagens domesticadas;

garantiria igualdade de acesso a práticas, conhecimento e tecnologias

agrícolas adequados e possibilitaria o controle local dos recursos agrícolas”

É nesse aspecto que a agricultura familiar surgiu como a maneira de desenvolver de

forma sustentável, uma determinada região que conforme Soares (2009)

“é importante ressaltar que a agricultura familiar aumenta a renda dos produtores e

sua produtividade a tal nível, que supre o mercado local, fortalecendo a economia

interna, aumentando, consequentemente, o seu poder de competitividade”.

O que neste moldes proporciona a obtenção de condições iguais ou superiores de vida,

para um grupo de pessoas e seus sucessores, em dado ecossistema. Produzindo alimentos e

protegendo os recursos naturais existentes na região. Segundo Guilhoto (2006)

... o mundo contemporâneo colocou o sistema familiar de produção dentro de um

contexto sócio-econômico próprio e delicado, haja vista, que sua importância ganha

força quando se questiona o futuro das pessoas que subsistem do campo, a

problemática do êxodo rural e, consequentemente, a tensão social decorrente da

desigualdade social no campo e nas cidades.

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De acordo com Conceição (2009, p. 5)

No trabalho familiar cada membro desempenha um papel importante, possibilitando

uma divisão técnica do trabalho no interior da família. Vale ressaltar que quando a

família não consegue suprir sua necessidade de trabalho, este é complementado pela

relação de produção denominada de ajuda mútua (a exemplo do mutirão e a da

parceria), a qual fortalece a organização comunitária entre os agricultores. Além

disso, nas técnicas utilizadas pelo agricultor familiar há a preocupação de manter em

equilíbrio os recursos que sustentam a produção.

Conceição apud Buainain (2003) também relata que:

a agricultura familiar apresenta potencialidades que, em sua maioria, advém da

própria natureza da produção familiar, como por exemplo, a diversificação da

produção que constitui uma estratégia de redução de riscos e incertezas. Outro caso

de “trunfo” utilizado pela agricultura familiar diz respeito ao baixo nível de

capitalização e de uso de insumos industriais, possibilitando a redução da

dependência de insumos e serviços de difícil acesso aos agricultores nos mercados

locais.

Vale salientar que isto não significa que a agricultura familiar venha a substituir a

agricultura convencional ou patronal.

3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente trabalho utilizou-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, sendo esta

complementada com a pesquisa quantitativa, pelo fato de que existiu a necessidade de medir e

quantificar os resultados. No nosso caso, foi feito um levantamento das propriedades

apontando se são de pequeno, médio ou grande porte, para termos uma visão geral da

agricultura familiar do município, como também uma análise de dados sobre renda e

produção agrícola.

A pesquisa teve como campo de atuação a agricultura familiar do município de

Mogeiro – PB.

Foi aplicado um questionário para 10 agricultores familiares e uma entrevista com o

gestor municipal, com o objetivo de buscar informações a respeito do que os agricultores

familiares veem no apoio do governo municipal para os mesmos, como também as ações do

governo para com este grupo.

Quanto aos objetivos da pesquisa esta se classifica como pesquisa descritiva e

explicativa. Os instrumentos adotados para a coleta de dados foram: pesquisa bibliográfica,

pesquisa por levantamento e estudo de campo.

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Segundo Vergara (1999, p. 49), as pesquisas descritivas têm por finalidade primordial

realizar a descrição das características de determinada população ou fenômeno,

estabelecendo-se relações entre as variáveis.

Em virtude do tema ser bastante atual e pela polêmica que o envolve, foi realizado um

levantamento periódico de dissertações, monografias, artigos, livros e internet. Tudo foi

baseado em vários autores que resultou na compreensão do fundamento teórico, com leituras

e reflexões sobre o tema.

Foram analisados uma diversidade de documentos referentes ao município e a

agricultura familiar: tais como relatórios, diagnósticos, mapas, artigos. Sendo todo o material

obtido na Secretaria de Agricultura do município, no banco de dados do IBGE – Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística e no Escritório Local da Emater.

4 - ANÁLISE DE RESULTADOS

4.1. Caracterização do Município de Mogeiro – PB

O município de Mogeiro está localizado na zona fisiográfica da caatinga, na

Mesorregião do Agreste Paraibano e na microrregião de Itabaiana (conforme podemos

observar no mapa 01), o que significa que o mesmo encontra-se inserido no semi-árido

nordestino e na região chamada de polígono das secas. Possui uma área de 219, km²,

representando 0,42% do território do estado da Paraíba. Tendo como principais comunidades:

Areal; Gavião; Pintado; Chã de Areia; Cabral; Granjeiro; Benta Hora; Tamanduá; Cumatí;

Gaspar; Boa Vista; Estação, Mogeiro de Baixo; Juá; Camurim e o Distrito de Gameleira.

Seus primeiros habitantes foram os índios Cariris, tendo sua colonização iniciada no

século XVIII, o que se sabe é que em 11 de maio de 1758, foi encontrada uma requisição de

terras ao Governo da Província, para uma concessão de terras existentes em Taipu, entre o rio

Paraíba e um “certo riacho chamado de Mogeiro” (LIRA, 1975 apud TAVARES, 1909 p.

256). Fez parte do Município de Ingá até 1890, sendo a partir deste ano vinculado ao recém

criado município de Itabaiana. Sua emancipação política deu-se em 12 de dezembro de 1961.

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Mapa 01 – Messoregião do Agreste Paraibaino

Fonte: PLHIS2

4.1.1. Limites

O município tem como limites:

Ao Norte: Juarez Távora e Gurinhém;

Sul: Salgado de São Félix;

Leste: Gurinhém, São José dos Ramos e Itabaiana;

Oeste: Ingá e Itatuba.

A cidade de Mogeiro de cima, que é sede do município, pode ser localizada pelas

coordenadas geográficas 07º 17’ 58” de latitude sul e 35º 28’ 46” de longitude(W.Gr), tendo

uma altitude de 117 metros.

2 Plano Local de Habitação de Interesse Social

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Mapa 02 – Município de Mogeiro com seus limites

Fonte: Fórum DLIS3

4.1.2. Clima4

Segundo a classificação de Köppen, o município apresenta um clima tropical do tipo

quente e úmido, sua temperatura média anual varia de 23º C a 26° C, sendo registrada

temperatura mínima mensal de 19º C e máxima mensal de 32º. Os meses mais frios são julho

e agosto e os meses mais quentes os de dezembro e janeiro.

A precipitação pluviométrica média anual atual é de 431 mm., segundo o CPRM; e de

450mm., de acordo com o IDEME, com período médio de 06 meses secos, tendo umidade

relativa do ar em torno de 80%. Assim, o regime anual de seu clima é caracterizado

unicamente pelo regime sazonal de chuvas, que compreende o período dos meses de fevereiro

a agosto, com maior intensidade entre os meses de maio, junho e os mais secos de outubro e

novembro. Daí resulta um grande déficit de água nos solos de outubro a fevereiro, mais

acentuadamente entre novembro e janeiro.

3 Fórum de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável

4 Fonte: DLIS

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4.1.3. Relevo e Hidrografia5

O município de Mogeiro situa-se na depressão sublitorânea, com superfície colinosa.

Seu relevo é suave ondulado e ondulado, drenado por riacho e alguns rios, de vales abertos e

pouco profundos.

Em sua porção centro-norte ocorre uma área cristalina elevada de maciços residuais

com formação de serra onde o relevo é forte ondulado e montanhoso.

Mogeiro está situado na Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba, sendo cortado pelo rio

Ingá ou Camurim, riachos de Mogeiro e Poço Verde e servindo como divisor dos municípios

limítrofes os rios Paraíba, Cantagalo e Gurinhém.

Embora haja boa oferta de recursos hídricos, formada por vários riachos e rios que

cortam o município, porém sendo estes intermitentes que tomam água apenas no período

chuvoso, ainda faltam obras no sentido de represamento da água e posteriormente a irrigação

para formação de inúmeras lavouras.

O rio Paraíba propicia grande potencial de irrigação para beneficiamento e

diversificação de culturas, favorece ainda, a prática de piscicultura, processo esse, já iniciado

pelos membros da Colônia de Pescadores que exploram de forma rudimentar a pesca.

Atualmente tem havido capacitação e implantação de tecnologias, tendo sido implantado uma

fábrica de gelo, para melhoramento de suas atividades, embora esta não esteja ainda

trabalhando em sua totalidade. A produção ainda é pequena, porém espera-se que ao longo

dos anos estes possam ter uma produção significante, que possa absorver mão-de-obra e,

conseqüente, melhorar as condições de vida da comunidade envolvida.

4.1.4. Solo6

Predominam no município uma associação de solos Litólicos Eutróficos, Planosolo

Solódico, Bruno não Cálcico e Afloramento de Rocha. Apresenta textura média e fase

pedregosa-rochosa com substrato gnaisse e granito.

Há também, nas áreas da porção leste, solos Podzólico Vermelho Amarelo

Equivalente Eutrófico de textura argilosa e floresta subcaducifólia.

As terras efetivamente irrigáveis equivalem a 350 hectares, representados por solos de

textura franco-arenosa com teores um pouco altos de matéria orgânica e argila em posição

5 Fonte: DLIS

6 Fonte: DLIS

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favorável ao acesso da água e com relevo oferecendo condições para instalação de corpos

d’água.

Como recursos minerais o município dispõe de granito de baixo valor comercial,

utilizado na fabricação de paralelepípedos para calçamento. Existem áreas de tintura argilosa

de boa qualidade e oferta hídrica excelentes para implantação de cerâmica. De modo geral, os

solos apresentam boas reservas de nutrientes para o cultivo agrícola.

4.1.5. Vegetação7

No município de Mogeiro predomina como cobertura nativa à vegetação de floresta

caducifólia com porte arbóreo de 8 a 10 metros de altura, clara, pouco densa, com árvores

muito ramificadas e um estrato arbustivo. Na estação seca esta vegetação perde totalmente as

folhas com exceção de poucas espécies.

Em menor parte do território encontra-se a floresta subcaducifólia, com porte arbóreo

em torno de 20 metros de altura, densa e pouco clara, com caules geralmente retilíneos,

engalhamento alto e predominando as folhas miúdas. Na estação seca parte das árvores perde

suas folhagens. Ocorre também, em algumas áreas, a presença da caatinga hipoxerófita,

apresentando-se com porte arbórea, com menos frequência arbóreo-arbustivo e normalmente

densa, sendo a presença de cactáceas baixas e bromeliáceas restrita as áreas mais pedregosas.

Por falta de uma política efetiva de preservação ambiental, encontramos a vegetação

nativa muito devastada, percebendo-se que quase a totalidade da caatinga tenha sido

devastada, dando lugar à agricultura, principalmente de subsistência e à pastagens para a

pecuária além da produção de lenha e carvão que é utilizada para complementar a renda de

pequenos produtores rurais. A reserva florestal nativa restante não chega a 10% da área do

município, sendo que a agricultura permanente e temporária, somada à pecuária, constituem

mais de 50% da superfície do município.

As espécies nativas mais encontradas são: Braúna (Anacardiaceae), Aroeira

(Anacardiaceae), Angico (Leguminosae), Marmeleiro (Euphorbiaceae), Mulungu

(Leguminosae), Pau-d’arco amarelo (Bignonaceae), Timbaúba (Leguminosae) e Catolé

(Palmae).

7 Fonte: DLIS

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4.2. Agricultura familiar no município de Mogeiro – PB

Nas últimas décadas o Município de Mogeiro vem sofrendo grandes transformações

socioeconômicas que modificaram a forma de vida da população. De posse dos dados obtidos

através de indicadores socioeconômicos, o governo municipal teve uma melhor visão das

condições de vida em que se encontrava a sua população. Segundo Jannuzzy (2003) “o

indicador permite uma apreciação mais contextualizada e comparativa (no tempo e no espaço)

da realidade social.”

Diante disto fizemos uma análise dos dados dos últimos censos demográficos. A

População de Mogeiro, atualmente é de 12.491 habitantes, dos quais 6.908 residem na zona

rural, sua densidade demográfica é de 56 hab/hm². Segundo o censo realizado entre 2000 a

2010, a população total do município apresenta um crescimento demográfico negativo, onde

houve uma redução considerável na zona rural, em consequência das migrações da população

do campo em busca de melhores condições de vida em outros centros ou na própria cidade,

tendo em vista que no município as principais fontes de renda são: agricultura familiar,

aposentadorias, bolsa familiar e serviço público. Ocasionando um crescimento na zona urbana

e uma diminuição da população rural o que vem comprometendo a infraestrutura da sede

municipal. Mesmo assim, o município ainda apresenta 56% da população residindo na zona

rural, sobrevivendo da exploração das atividades agrícolas. Conforme podemos observar no

gráfico abaixo, o contingente rural cresceu no período de 1980 a 1991; mas nos outros

períodos as quedas ou o crescimento negativo tornou-se constante em menos (-) 8,9%, e em

menos (-)19,4% de 2000 a 2007, com diminuição de 1.688 habitantes rurais.

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

1991 2000 2007 2008 2010

Pop. Rural

Pop. Urbana

Fonte: IBGE– Censos Demográficos

Gráfico 1 – Evolução da População

Apesar de a população urbana estar em crescimento o município de Mogeiro tem na

agricultura familiar seu principal segmento do setor econômico. Embora possua algumas

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indústrias, boa parte da população residente na zona urbana depende diretamente do trabalho

e da produção do campo.

O município possui uma grande quantidade de minifúndios e pequenos produtores que

sobrevivem da exploração agropecuária através do plantio da cultura de subsistência e da

criação de pequenos animais. As principais atividades agrícolas praticadas são o cultivo de

feijão, milho, gergelim, mandioca, amendoim, fava. (EMATER)

Somente nos últimos anos, foi que houve algumas iniciativas por parte do governo

municipal para a agricultura familiar, e estas se intensificaram a partir de 2009 na busca de

melhorar a qualidade de vida dos moradores da zona rural, para que os mesmos não se

transferissem para zona urbana.

4.2.1 – Perfil de Renda

É através do perfil de renda que podemos mostrar as condições de vida como também

a qualidade de vida de uma determinada população, sendo esta que determina o acesso aos

bens de consumo, as informações e aos serviços em uma sociedade.

A renda é um dos indicadores básicos, junto com as dimensões de Educação e da

Longevidade ou Esperança de Vida, fundamentais para se determinar o Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal. De acordo com o Atlas do PNUD, Mogeiro possui um

IDHM de 0,545, tendo este índice crescido em 27% em relação a 1991 que era de 0,429. A

dimensão que mais cresceu foi a educação com 61,9%, seguida da longevidade com 21,5% e

pela renda com 16,6%. Tendo esta última apresnetado um crescimento pouco expressivo.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Educação Renda Longevidade

Educação

Renda

Longevidade

Gráfico 2 – Crescimento do IDHM do ano de 2000

Fonte: Atlas do PNUD

0,635

0,470 0,530

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O PIB per capita de Mogeiro em 2007 era de R$ 3.443,00. É um PIB baixo, porém

está na média dos PIBs dos municípios da Paraíba com o mesmo porte. Tomando-se por

referência o ano de 2007, observamos que no que tange ao PIB há uma participação marcante

do setor de serviços, o qual representa 81,6%; isto com a inclusão da Administração Pública,

que representa cerca de 71% do PIB dos serviços, seguido pelo setor agropecuário com seu

PIB setorial, representando 8,1%, o setor industrial participa com 8,0% e impostos com

2,4%. (PLHIS)8

Apesar de desde o ano de 2000, contarmos no município com a implantação da fábrica

de calçados Alpargatas, que possui cerca de 350 empregados (possuindo em seu quadro de

funcionários pessoas que residem em Itabaiana) e mais recentemente a instalação da Ivoplast

com cerca de 100 funcionários, mesmo assim ao fazermos um enfoque no rendimento

nominal mensal da população com 10 anos ou mais, percebe-se que 49,5% da PEA, não

possuem rendimento.

Gráfico 3 – Rendimento Nominal Mensal da PEA9

Fonte IBGE – Censo 2000

O rendimento médio mensal das pessoas com 10 anos ou mais, está situado em um

patamar de R$169,00 em 2003 e o salário médio mensal do pessoal ocupado no setor formal

da economia atinge 1,5 salários mínimos.

A microrregião em que o município estar inserido é dominada pela agropecuária, onde

encontramos uma baixíssima densidade de capital e de tecnologia, daí encontrarmos um alto

nível de desemprego, desocupação ou subemprego, elevado índice de pobreza, níveis de IDH

muito baixo e uma renda per capita média muito baixa.

8 Fonte: Plano Local de Habitação e Interesse Social

9 População em Economicamente Ativa

Com rendimentos

Sem rendimentos

50,5 % 49,5 %

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4.3 . Estrutura Fundiária e Produção Municipal

Segundo a Emater Local o município é constituído de uma estrutura fundiária de cerca

de 1.347 imóveis rurais, com uma área de 18.305 hectares, no qual predominam 1.721

imóveis com área inferior a 5 hectares representando 77,50% do total de imóveis do

município, todavia ocupando somente 9,41% da área municipal. Apenas 34 imóveis são

superiores a 100 hectares.

Há uma grande quantidade de minifúndios e pequenos produtores que sobrevivem da

exploração agropecuária através do plantio da cultura de subsistência e da criação de

pequenos animais.

A tabela abaixo mostra a estrutura fundiária do município, por estratos imóveis e a

área.

Extratos (ha) Imóveis (nº) % Área (ha) %

0 a 1 231 17,15 120 0,66

1 a 2 423 31,40 508 2,78

2 a 5 390 28,95 1.093 5,97

5 a 10 123 9,13 815 4,45

10 a 20 66 4,90 922 5,04

20 a 50 61 4,53 1.888 10,31

50 a 100 19 1,41 1.313 7,17

100 a 500 26 1,93 5.839 31,90

500 a mais 08 0,58 5.807 31,72

Total 1.347 100,00 18.305 100,00 Tabela 1 – Estrutura Fundiária

Fonte: INCRA/EMATER – 1999

4.3.1. Pecuária

Encontramos uma pequena estrutura da pecuária tendo como rebanho mais

significativo o de bovinos. Como podemos observar na tabela abaixo houve um decréscimo

do rebanho em relação a 2003. Possui também um insignificante rebanho de caprino, sendo o

mesmo utilizado para complementação da renda familiar.

Os rebanhos de ovinos, suíno e aves são extremamente pequenos e, como se pode

perceber, em relação ao rebanho de ovinos, houve um decréscimo comparando-se com 2003.

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2003

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Bovino 8.900 6.000 6.000 5.200 8.600 7.100 8.200 8.875

Caprino 2.000 1.500 1.600 1.650 1.400 1.150 1.265 1.108

Equino 1.680 1.500 1.520 1.515 1.210 1.200 1.200 1.020

Ovino 3.000 2.500 2.300 2.250 1.800 1.600 1.712 1.746

Suíno 1.150 960 950 1.010 810 810 810 834

Aves10

22.800 99.500 122.205 22.300 104.900 106.121 106.803

Tabela 2 – Efetivo de Rebanho

Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal – 2007

Emater – 2011

4.3.2. Produção Agrícola

A produção agrícola é praticamente de subsistência, tendo como lavouras permanentes

a produção de castanha de caju, ocupando 5 ha plantados, em 2006, 2007 e 2008; coco-da-

baia, que é produzido em 5ha e Manga, que nos últimos três anos tem aumentado a sua

produtividade sendo a mesma cultivada em 15ha. De acordo com o IBGE a área ocupada com

culturas permanentes é de apenas 30ha no município.

No que se refere à produção municipal de produtos de cultivo temporário se destacam

o feijão e milho, onde o primeiro ocupou em 2008 uma área de 1.400 ha e o segundo uma área

de 2.000 ha. Já em 2010 houve um decréscimo nas áreas ocupadas por estes produtos sendo

respectivamente: 750 ha e 400 ha, segundo o IBGE, produção agrícola municipal 2010.

Outro produto bastante plantando no município é a fava que no ano de 2008 ocupava

uma área de 750 ha. Merecendo destaque o amendoim que ocupou 700 há e a mandioca

cultivada em 850 ha nesse mesmo ano.

Tabela 3 – Principais produtos de cultivo temporário

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2010

10

Galos, frangos, frangas e pintos

Produtos de Cultivo Temporário Área/ ha Produção

Amendoim 300,0 90 toneladas

Batata doce 15,0 150 toneladas

Cana-de-açucar 200,0 9.000 toneladas

Fava 400,0 120 toneladas

Feijão 750,0 45 toneladas

Mandioca 850,0 1.150 toneladas

Milho 400,0 84 toneladas

Gergelim 20

Tomate 10 200

ANO

REBANHO

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Tabela 4 – Principais produtos de cultivo permanente

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2010

4.4. Ações do Governo Municipal

A partir o ano de 2009 o governo municipal firmou um convênio com o Sebrae – PB,

para implantação de 10 unidades do Projeto Pais, que beneficiou 10 famílias. O Pais (Projeto

de Produção Agroecolólgica Integrada e Sustentável), com a utilização da agricultura

orgânica, ou seja, produção baseada no equilíbrio do solo – planta – água, permite, de forma

sustentável, a produção sem o uso de produtos químicos, buscando-se a qualidade de vida e

evitando danos à saúde do homem e a degradação do meio ambiente. Melhorando a renda

destas 10 famílias em cerca de 40%, hoje eles produzem beterraba, coentro, alface, tomate,

repolho, entre outras verduras, integrada a criação de galinhas. Estes produtos são vendidos na

própria comunidade como também para merenda escolar.

Outra iniciativa adotada pelo governo municipal é o incentivo nas áreas de serra a

prática do semeio. Procura-se convencer os agricultores familiares a utilizarem esta prática a

fim de conseguir a certificação (selo da agricultura familiar) por parte do Ministério da

Agricultura, como produto orgânico e ecologicamente correto.

Segundo o Secretário de Agricultura do Município este ano foram doadas 1.600 horas

máquinas para preparo do solo aos agricultores familiares, como também recuperação de

estradas vicinais para melhor escoamento da produção. O mesmo relata que a agricultura

familiar no município é um dos caminhos para o desenvolvimento local. Falou também que

houve a elaboração de um Projeto de piscicultura na comunidade de Areal, como também

houve reuniões com os agricultores para que se possa desenvolver a apicultura entre outras

práticas.

Apesar disso observamos que com o grande investimento dado pelo Governo Federal,

Estadual e Municipal, os agricultores ainda não tomaram consciência do grande potencial que

eles possuem para o desenvolvimento do município. Tendo como exemplo bem claro o caso

da Merenda Escolar a qual tanto as escolas estaduais como municipais, deverão adquirir no

mínimo 30% da agricultura familiar. Ao fazer entrevistas com os gestores das escolas,

constatamos que hoje os agricultores familiares do município fornecem apenas 10% deste

Produtos de Cultivo Permanente Area/ ha Produção

Manga 15,0 120 toneladas

Coco-da-baía 5,0 15 mil frutos

Banana 02 34 toneladas

Castanha de Caju 5,0 2 toneladas

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mínimo de 30% para as escolas, ou seja, as mesmas estão tendo que comprar os produtos fora

da agricultura familiar, tendo em vista que mesmo havendo divulgação os agricultores do

município ainda não apresentam grande interesse. Sendo constado que os agricultores

familiares possuem potencial para fornecer não só 30% dos produtos para merenda escolar,

mas até mesmo mais do que isso

5 - CONCLUSÕES

Diante do exposto percebemos que o Município apesar de implementar as politicas

públicas do governo federal para a agricultura familiar, isto ainda é muito pouco, este precisa

com uma certa urgência de politicas públicas de apoio a produção, a geração de renda.

Principalmente quando olhamos para a agropecuária, tendo em vista que a produção agrícola

é muito limitada, quase não existindo culturas permanentes e as culturas temporárias

existentes são basicamente de subsistência, sem a utilização de tecnologias.

Com este estudo percebemos que este setor possui grandes potencialidades a seu favor

como: existência de rios cortando o município, o que propicia a exploração de diversas

culturas, solo fértil, uma razoável organização social, além de uma produção diversificada.

Observou-se que nos últimos anos tem havido um grande incentivo a piscicultura,

porém esta precisa ser melhor explorada nas áreas ribeirinhas, tendo em vista que após a

construção da barragem de Acauã, o Rio Paraíba nestas áreas deixou de ser intermitente

possuindo água o ano inteiro, tendo sido elaborado vários projetos para região, sendo

necessário agora capacitação para os mesmos .

É preciso investir social e financeiramente em algum arranjo produtivo local, sendo

necessário buscar as “janelas” de oportunidades, para a melhoria da qualidade de vida da

população. E neste contexto vemos na agricultura familiar o caminho. Utilizando as pequenas

propriedades para produção de alimentos saudáveis e também para a prática do turismo rural,

tendo em vista que possuímos grandes áreas com atrativos naturais e culturais, que podem ser

exploradas, tanto para o turismo rural (passeio em fazendas) como também para a prática de

turismo de aventura (prática de Rappel entre outros esportes), o que complementaria a renda

do agricultor familiar.

O município também precisa melhorar a sua politica rural local, fazendo-se necessário

uma melhor assistência técnica, para que estes possam orientar os agricultores familiares

com o propósito de fazer com que chegue aos mesmos às técnicas e tecnologias necessárias

para o aumento da sua produtividade de forma sustentável. O que consequentemente

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ocasionara um aumento da renda e uma melhoria da qualidade de vida. Além disso é

necessário que os próprios agricultores familiares percebem a sua importância no processo de

desenvolvimento local sustentável, além de se organizarem melhor, articulando-se uns com os

outros.

REFERÊNCIAS

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DENARDI, Reni. Agricultura Familiar e Políticas Públicas: alguns dilemas e desafios

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MINI CURRÍCULO

Maria Leonilda da Silva, Graduada em Licenciatura plena em História, pela UEPB, e Bacharel em

Ciências Contábeis pela UEPB, Pós-Graduada latu sensu em Gestão Pública Municipal – UFPB,

servidora pública municipal – Sec. de Agricultura, Meio Ambiente, pecuária e pesca – Prefeitura

Municipal de Mogeiro.

e-mail: [email protected]

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