agricultura no maranhão pt 1

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AGRICULTURA ORGNICAFRUTAS E VERDURAS

Consumo no municpio de So Lus (MA)

OUTUBRO - 2003

Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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SUMRIO p. 1. 2. 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. 2.5. 2.6. 2.7. 3. 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 4. 4.1. 4.2. 4.3. 4.4. 4.5. 4.6. 4.7. 4.8. 5. 5.1. 5.2. 6. 6.1. 6.2. 7. 7.1. 7.2. 7.3. 7.4. 7.5. 7.6. 7.7. 7.8. 7.9. 7.10. 7.11. Introduo Agricultura Orgnica Introduo Definio de agricultura orgnica Breve Histrico O IBD e a certificao orgnica Panorama do mercado A produo de alimentos orgnicos no Maranho Tendncias A Pesquisa Aspectos preliminares Populao e amostragem Etapa 1 Seleo de entrevistadores Etapas 2 e 3 Anlise de trabalhos existentes Etapa 4 Tabulao Etapa 5 Hbitos de consumo de frutas e verduras em So Lus (MA) Agricultura orgnica e o consumidor Freqncia das compras Local preferido para fazer compras Mdia mensal de compras Forma de pagamento Quem define as compras Como frutas e verduras so considerados Facilidades nas compras Consumo de Frutas Origem orgnica, no orgnica ou desconhecida? Projeo do consumo domstico Consumo de Verduras Origem orgnica, no orgnica ou desconhecida? Projeo do consumo domstico Consumo Industrial de Frutas e Verduras Universo pesquisado Freqncia das compras Clientes atendidos Conhecimento a respeito da agricultura orgnica Quanto pagaria a mais pelo produto orgnico Local onde as compras so feitas Volume mensal de compras Forma de pagamento Prazo de pagamento Influncia na definio das compras Como frutas e verduras so considerados 4 7 7 8 9 11 13 16 21 23 23 24 26 28 28 30 30 31 35 37 38 40 42 43 45 45 48 50 50 53 55 56 55 56 57 59 60 60 61 61 62 62

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7.12. 7.13. 8. 8.1. 8.2. 8.3. 8.4. 8.5. 8.6. 8.7. 9.

Como se comporta o consumo de frutas e verduras Fidelidade e atributos Fornecedores de Frutas e Verduras Universo pesquisado Nmero mensal de clientes atendidos Conhecimento a respeito da agricultura orgnica Quanto pagaria a mais pelo produto orgnico Local onde as compras so feitas Como se comporta o consumo de frutas e verduras Fidelidade e atributos Concluses Referncias Anexos Formulrio de Pesquisa Consumidor Domstico Formulrio de Pesquisa Consumidor Industrial Formulrio de Pesquisa Fornecedor Tabulao 1 Consumidores domsticos Tabulao 2 Renda mensal das famlias entrevistadas Tabulao 3 Freqncia das compras Tabulao 4 Pessoas que habitam na mesma residncia Tabulao 5 - Frutas Tabulao 6 - Verduras Tabulao 7 Consumidores Industriais Tabulao 8 - Fornecedores

63 63 65 65 66 66 67 67 68 69 70 72 74 75 78 81 84 91 91 91 92 96 98 99

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1.

INTRODUO

A agricultura orgnica, em especial a produo de frutas e hortalias, vem experimentando significativas taxas de expanso no mercado nos ltimos anos. Tal fato est relacionado com os nveis de exigncia dos consumidores, cada vez mais voltados para os produtos que fazem bem a sade e que, para serem produzidos, no agridem o meio ambiente. De acordo com a Organizao Internacional para a Luta Biolgica (OILB), a produo econmica de alta qualidade deve priorizar o uso de mtodos ecologicamente mais seguros, minimizando o uso de agroqumicos e seus efeitos colaterais indesejados, pondo nfase na proteo do ambiente e na sade humana. No mundo todo proliferam experincias bem sucedidas na produo de alimentos orgnicos. Junto a tais experincias, organismos certificadores atestam a qualidade do produto e da produo, garantindo aos consumidores politicamente corretos a responsabilidade social e a segurana alimentar que se encontra por trs desse tipo de produo. Tais resultados tm chamado ateno por parte das vrias esferas governamentais e, tambm, do segmento privado da economia. Alguns dados estatsticos sobre as diversas culturas e as mudanas comportamentais do consumidor brasileiro exigem algumas reflexes sobre quais caminhos a fruticultura e a olericultura devero seguir para se sustentarem, a preos satisfatrios para o produtor, no mercado interno brasileiro, visto a nossa pequena participao no comrcio internacional. Por se tratar de uma atividade mais intensiva em mo-de-obra e com uma rentabilidade superior por hectares que as culturas de gros (como o arroz, feijo, milho, soja, entre outros) a produo integrada e a implantao de sistemas agroecolgicos para frutas tem atrado uma quantidade crescente de agricultores familiares. O Brasil foi contagiado por essa tendncia. J so mais de sete mil iniciativas certificadas pelo Instituto de Biodinmica - IBD, organismo brasileiro, que emite o Selo de Qualidade que atesta a conscientizao desses experimentos quanto aos aspectos ecolgicos e sociais. O Estado do Maranho, com suas vastas reas de terras frteis e clima excepcional, apresenta-se como forte candidato produo de alimentos orgnicos. No entanto, esto catalogados apenas dois projetos certificados pelo IBD, ambos no interior do Estado.

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Objetivando visualizar de maneira mais clara o consumo de frutas e hortalias orgnicas no municpio de So Lus (MA), o SEBRAE/MA patrocinou a realizao de uma pesquisa, que se constitui no escopo deste documento. O presente estudo caracteriza-se como o marco inicial para caracterizao e conhecimento do potencial do mercado de frutas e verduras no municpio de So Lus. Nesse aspecto, procurou-se levantar dados no s do consumo de alimentos orgnicos, mas tambm de frutas e verduras produzidas em qualquer modalidade exploratria. Foi dada especial ateno s caractersticas do mercado naquilo que se relaciona com o comportamento do consumidor. Hbitos de consumo, freqncia das compras, forma de pagamento, prazo mdio de pagamento das compras, fidelidade junto ao fornecedor e atributos valorizados nos produtos foram levantados junto amostra pesquisada. O estudo tem, dessa forma, uma forte viso de marketing. Dele podero ser extradas informaes valiosas que iro orientar o produtor na melhor forma de atingir o pblico-alvo selecionado. Ser possvel, por exemplo, compreender a imagem que o consumidor, em todos os seus nveis, tem do produto orgnico e qual a avaliao que faz desse produto. Tal informao reveste-se de importncia na medida em que se encontra identificada a disposio do consumidor em pagar a mais, e at quanto est disposto a pagar a mais, pelo produto orgnico. Saber aonde o consumidor prefere fazer as suas compras, qual a mdia mensal de compras e que produtos ele leva para casa so informaes imprescindveis para aqueles que desejam ingressar no mercado ou se reposicionar. Abordamos, ainda, questes mais sutis, como a influncia dos membros da famlia na definio daquilo que vai ser adquirido e consumido. Sabendo disso, qualquer fornecedor vai poder redirecionar suas campanhas publicitrias de forma a atingir aquele que, efetivamente, tem papel fortemente influenciador no processo de compra. Podemos antecipar que o consumidor, em qualquer nvel, est buscando efetivamente a qualidade do produto. Se puder associar qualidade ao preo, melhor ainda. Atributos, como as facilidades atuais de entrega em domiclio, estacionamento etc, so menos valorizadas que a qualidade. O documento est dividido em captulos, para melhor compreenso daquele vai consult-lo. O captulo 2 trata da agricultura orgnica, discorrendo sobre definies, origem, um pouco da histria desse tipo de produo, perspectivas, entre outros assuntos. Falou-se tambm dos empreendimentos certificados e das dificuldades para obter a certificao no Brasil

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No captulo 3, tratamos especificamente desta pesquisa. Nesse captulo est explicada a forma como a amostra foi selecionada a partir do universo pesquisado. Chamamos ateno para os grupos de pesquisa de consumidores industriais e fornecedores. Nesses dois grupos, no foi possvel estabelecer uma amostra pela indefinio do universo. Por essa razo, procurou-se alcanar o maior nmero possvel de pesquisados. A pesquisa foi segmentada por amostras diferentes. O primeiro grande grupo pesquisado foi o dos consumidores domsticos, o qual tratado nos captulos 4, 5 e 6. No captulo 4, demos maior nfase nos hbitos consumo de frutas e verduras. No captulo 5 tratamos das frutas consumidas e no captulo 6 tratamos das verduras consumidas. Ao final desses dois ltimos captulos, foi elaborada projeo do tamanho do mercado a partir dos critrios estabelecidos na pesquisa e referendados nos dados levantados. O captulo 7 contempla os consumidores industriais. Trata-se de hospitais, bares, lanchonetes, restaurantes, refeitrios industriais, entre outros. Levantou-se o mesmo tipo de informao obtida junto aos consumidores domsticos. O captulo 8 trata dos fornecedores, assim entendidos os supermercados, feirantes, sacoles, mercados etc. Finalmente, o captulo 9 traz as concluses deste estudo e uma srie de sugestes para dinamizao da produo de alimentos orgnicos em So Lus. Todo o estudo est arrematado pela lista de anexos, contemplando os formulrios de pesquisa que foram elaborados, tabelas, informaes tabuladas, dados levantados, entre outros. Espera-se que o presente estudo possa efetivamente direcionar aes em prol da agricultura orgnica e que, dessa forma, atenda aos objetivos iniciais. Espera-se, mais, que possa, no futuro prximo, ser atualizado e ampliado de forma a melhor atender aos interessados desse promissor segmento econmico.

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2.

AGRICULTURA ORGNICA

2.1. INTRODUO Boa parte da Histria do Brasil pode ser explicada atravs de estudos da culinria. A estrutura social e o inconsciente da vida cotidiana da vida brasileira em vrios momentos da histria so retratados no estilo de beber e de comer da populao. A influncia na produo agrcola e o comportamento alimentar, ajudaram a formar a identidade brasileira. O relato dessa histria levanos a conhecer um pouco da produo orgnica, apresentada como uma retomada do uso de antigas prticas agrcolas, adaptadas s modernas tecnologias de produo com o objetivo de aumentar a produtividade e causar o mnimo de interferncia nos ecossistemas. Alm de tudo, trata-se de uma excelente alternativa para viabilizar a pequena propriedade.Fonte: JC Consultores Ltda

No princpio, eram s hortas. Foi com o cultivo das espcies olercolas, que se iniciaram as primeiras produes orgnicas 1 dentro do movimento da Agricultura Orgnica Brasileira.

Exigindo solos frteis, possuindo ciclo mais rpido, ocupando reas menores e empregando mo-de-obra familiar, as culturas orgnicas proporcionaram alto valor agregado e estimularam o desenvolvimento de parcerias entre o produtor e o consumidor. Entretanto, em razo da mudana de hbitos ditada pela Globalizao e, ainda, do acirramento da competio nos mercados consumidores, a produo agrcola viu-se obrigada a passar por transformaes.Entre esses novos nichos, h muitos valores novos por parte dos consumidores na rea de alimentao: crescem aqueles que passam a ter uma preocupao com a segurana e com a qualidade dos alimentos, aqueles que buscam uma alimentao saudvel e os que visam, alm da boa alimentao, a proteo 2 ao meio ambiente.1 2

MAIORANO, Jos Augusto. Olericultura orgnica. Campinas CATI. VIEIRA, Ana Cludia; PAULILLO, Luiz Fernando; ALVES, Francisco J.C. A mudana nos padres de produo e consumo alimentar e a insero do Brasil no mercado global de produtos orgnicos. Fortaleza : BNB. Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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A agricultura tradicional, transgnica, natural ou de qualquer outra denominao no vem conseguindo atender aos requisitos exigidos pelo mercado nem tampouco aos apelos ecolgicos. Alm disso, todas essas modalidades esto associadas, de uma forma ou de outra, degradao do meio ambiente. 2.2. DEFINIO DE AGRICULTURA ORGNICA Segundo o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social, pode-se conceituar a agricultura orgnica da seguinte forma:Agricultura orgnica um conjunto de processos de produo agrcola que parte do pressuposto bsico de que a fertilidade funo direta da matria orgnica contida no solo. A ao de microorganismos presentes nos compostos biodegradveis existentes ou colocados no solo possibilitam o suprimento de elementos minerais e qumicos necessrios ao desenvolvimento dos vegetais cultivados. Complementarmente, a existncia de uma abundante fauna microbiana diminui os desequilbrios resultantes da interveno humana na natureza. Alimentao adequada e ambiente saudvel resultam em plantas mais 3 vigorosas e mais resistentes a pragas e doenas.

Dessa forma, a utilizao de quaisquer insumos de origem qumica, compostos sintticos ou provenientes de recursos minerais no-renovveis no so compatveis com a agricultura orgnica, j que representam uma interveno nas caractersticas do solo, na fisiologia das plantas e no ambiente.Fonte: JC Consultores Ltda

O combate a parasitas e outras formas de infestao deve ter por meio a escolha de variedades apropriadas, rotao de culturas e outros meios naturais. A prpria Comunidade Econmica Europia recomendou, em 1991, que a fertilidade e a atividade biolgica dos solos deveriam ser mantidas ou melhoradas atravs: do cultivo de produtos hortcolas, fertilizantes verdes ou plantas com sistema radicular profundo, no mbito de um programa de rotao plurianual adequado; e/ou da incorporao nos solos de matrias orgnicas de compostagem ou no.

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ORMONDE, Jos Geraldo Pacheco; LIMA DE PAULA, Srgio Roberto; FAVERET FILHO, Paulo; ROCHA, Luciana Thibau. Agricultura orgnica: quando o passado o futuro. BNDES : Rio de Janeiro, 2002. Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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No mbito oficial, importante conhecer a definio dada pelo Ministrio da Agricultura, atravs da Instruo Normativa 007/99:Sistema orgnico de produo agropecuria e industrial todo aquele em que se adotam tecnologias que otimizem o uso dos recursos naturais e socioeconmicos, respeitando a integridade cultural e tendo por objetivo a auto-sustentao no tempo e no espao, a maximizao dos benefcios sociais, a minimizao da dependncia de energias no-renovveis e a eliminao do emprego de agrotxicos e outros insumos artificiais txicos, organismos geneticamente modificados (OGM)/transgnicos ou radiaes ionizantes em qualquer fase do processo de produo, armazenamento e de consumo, e entre os mesmos privilegiando a preservao da sade ambiental e humana, assegurando a transparncia em todos os estgios da produo e da transformao, visando: a oferta de produtos saudveis e de elevado valor nutricional, isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a sade do consumidor, do agricultor e do meio ambiente; a preservao e a ampliao da biodiversidade dos ecossistemas, natural ou transformado, em que se insere o sistema produtivo; a conservao das condies fsicas, qumicas e biolgicas do solo, da gua e do ar; e o fomento da integrao efetiva entre agricultor e consumidor final de produtos orgnicos e o incentivo regionalizao da produo desses produtos orgnicos para os mercados locais..

Pode-se, portanto, resumir o conceito afirmando que produto orgnico aquele cultivado sem o uso de adubos qumicos ou agrotxicos. Sua produo respeita o meio ambiente e ajuda a preservar os recursos naturais.

2.3. BREVE HISTRICO A agricultura moderna beneficiou-se dos estudos dos cientistas Saussure (1797-1845), Boussingault (1802-1887) e Liebig (1803-1873). Difundiu-se a idia de que o aumento da produo agrcola seria diretamente proporcional quantidade de substncias qumicas incorporadas ao solo. Junto com Jean-Baptite Boussingault, que estudou a fixao de nitrognio atmosfrico pelas plantas leguminosas, Liebig considerado o maior precursor da "agroqumica". No incio do sculo XX, Louis Pasteur (1822-1895), Serge Winogradsky (1856-1953) e Martinus Beijerinck(1851-1931), fizeram uma contraposio s teorias de Liebig, ao provarem a importncia da matria orgnica nos processos produtivos agrcolas. Ainda que comprovados os equvocos de Liebig, as suas descobertas haviam ganhado fora, abrindo o mercado de fertilizantes artificiais.Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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Segundo o estudo do BNDES j referenciado, no incio da dcada de 1920, o pesquisador ingls Albert Howard observou, na ndia, certas prticas agrcolas de compostagem e adubao utilizadas pelos camponeses. Simultaneamente, na Frana, Claude Aubert difundiu o conceito de agricultura biolgica, onde os produtos so obtidos atravs da rotao de culturas, adubao verde e controle natural de pragas. O uso de fertilizantes e adubos e defensivos sintticos totalmente abolido do manejo das lavouras. Pouco tempo depois, em 1924, Rudolf Steiner lanou, na Alemanha, a agricultura biodinmica que prega a harmonia da unidade produtiva atravs do uso exclusivo de elementos orgnicos produzidos na propriedade agrcola. Em 1935, o japons Mokiti Okada trabalhou com o conceito de agricultura natural, segundo o qual existem esprito e sentimento em todos os seres vivos. H, por esse caminho, uma valorizao dos insumos disponveis que se assemelhem s condies originais do ecossistema.Na medida em que certos componentes da produo agrcola passaram a ser produzidos pelo setor industrial, ampliaram-se as condies para o abandono dos sistemas de rotao de culturas e da integrao da produo animal vegetal; que passaram a ser realizadas separadamente. Tais fatos deram incio a uma nova fase da histria da agricultura, que ficou conhecida como Segunda Revoluo Agrcola. So tambm parte desse processo o desenvolvimento de motores de combusto interna e a seleo e produo de sementes como os outros itens apropriados pelo setor industrial. Estas inovaes foram responsveis por sensveis aumentos nos rendimentos das culturas. .... Contudo, esse modelo de agricultura a partir da dcada de 60 comeava a dar sinais de sua exausto: desflorestamento, diminuio da biodiversidade, eroso e perda da fertilidade dos solos, contaminao da gua, dos animais silvestres e dos agricultores por agrotxicos passaram a ser 4 decorrncias quase inerentes produo agrcola.

Somente na dcada de 1970 que comeam a surgir na Europa os primeiros produtos orgnicos. A consolidao veio a acontecer nos anos 80 e 90 com o programa da CEE que estabeleceu normas e padres de produo, processamento, comercializao e importao de produtos orgnicos. No Brasil, ainda nos anos de 1970, o sistema de produo orgnica era um tanto quanto potico. Estava relacionado com movimentos filosficos que buscavam o retorno do contato com a terra em oposio aos preceitos consumistas da sociedade moderna. Com o crescimento da conscincia de preservao e a busca por alimentao cada vez mais saudvel, houve expanso da clientela para os produtos orgnicos.

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PLANETA ORGNICO. Histria da agricultura orgnica: algumas consideraes. Disponvel em: . Acesso em 04.outubro.2003. Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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Existem, no mundo, cerca de 170 mil produtores orgnicos certificados, sendo 125 mil na Europa, 35 mil na Amrica do Norte e dez mil nos demais pases. No Brasil, j so mais de sete mil produtores certificados pelo IBD Instituto Biodinmico de Desenvolvimento Rural, organismo reconhecido pelo IFOAM (International Federation of Organic Agriculture Movementes), dos quais apenas dois no Estado do Maranho.

2.4. O IBD E A CERTIFICAO ORGNICA O IBD Instituto Biodinmico ou Associao de Certificao Instituto Biodinmico uma empresa sem fins lucrativos atua na inspeo e na certificao agropecuria, de processamento e de produtos extrativistas, orgnicos e biodinmicos, h vinte anos. Em 1995, o IBD credenciou-se junto ao IFOAM - International Federation of Organic Agriculture Movements e, mais recentemente em 1999, o ISO 65 (Alemanha) e, em 2002, a aprovao do USDA - United States Department of Agriculture, tornando-se a nica entidade brasileira habilitada internacionalmente a conceder a certificao para produtos orgnicos e biodinmicos. Alm disso, o representante no Brasil do "Demeter International". Tecnicamente, qualquer produo agrcola s pode ser classificada como orgnica se obtiver a certificao junto ao IBD. Alm de implicar em custos, a certificao exige certa disposio para vencer os degraus burocrticos. A certificao exige uma srie de cuidados, como a desintoxicao do solo, a no utilizao de adubos qumicos e agrotxicos, a obedincia s normas ambientais do Cdigo Florestal Brasileiro, a recomposio de matas ciliares e a preservao de espcies nativas e mananciais, o respeito s reservas indgenas e s normas sociais baseadas nos acordos internacionais do trabalho, o tratamento humanitrio de animais e o envolvimento com projetos sociais e de preservao ambiental.

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O IBD, nesse sentido, atua com extremo rigor, efetuando fiscalizao em 100% dos produtores que desejam obter o selo (veja figura ao lado). Esse selo s conferido aps rigorosos exames de controle de qualidade de solo, gua, reciclagem da matria orgnica, dentre outros.5 O processo de certificao fundamental na viabilizao da agricultura orgnica, sendo uma importante ferramenta no processo de desenvolvimento da conscincia ecolgica e social. Dados do IBD indicam que a certificao visa construir uma ponte de confiana entre o produtor e o consumidor. O selo de qualidade representa o compromisso de produzir alimentos com alta qualidade, procurando preservar e recuperar o ambiente e promover a integrao social por meio de sistemas econmicos viveis e sustentveis. Os pequenos agricultores representam 90% dos produtores certificados pelo IBD. Pela necessidade de diversificao da produo, intrnseca aos seus objetivos de vida, esses agricultores tm, segundo o IBD, uma maior facilidade de adaptao aos princpios da agricultura orgnica, no que concerne sua funo de reorganizar e redefinir o processo de explorao de recursos naturais na propriedade. H maior facilidade em obter a certificao atravs de grupos, onde o prprio IBD incentiva a formao de associaes. Atualmente, os grupos representam cerca de 90% dos produtores certificados que, muitas vezes, no dispem de recursos financeiros e tecnolgicos para, individualmente, lutarem contra as dificuldades.PROJETOS CERTIFICADOS PELO IBD Grupos x Projetos Individuais

15%

85%

projetos em grupoFonte: IBD

projetos individuais

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INSTITUTO BIODINMICO. Disponvel em: . Acesso em 04.outubro.2003. Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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Enquanto os grupos de pequenos produtores respondem por aproximadamente 15% do nmero de projetos certificados, respondem tambm por 25% da rea total certificada pelo IBD. No quadro abaixo, relacionam-se alguns dos principais produtos de pequenos produtores certificados pelo IBD, com suas respectivas produes: Produtos Orgnicos Certificados pelo IBD - Produo de Pequenos produtores Produtos Frutas Hortalias Extrativistas Cereais Citros Caf Acar Erva-mateFonte: IBD

Produo (t/ano) 32.500 4.300 2.400 9.000 11.000 2.500 4.500 140

2.5. PANORAMA DO MERCADO Os produtos orgnicos, por se apresentarem como uma soluo contra a agresso ambiental e contra os alimentos geneticamente modificados, vem conquistando, de forma progressiva e constante, uma fatia cada vez maior no mercado mundial de alimentos. Ainda assim, essa parcela , ainda, muito pequena.Fonte: JC Consultores Ltda

Estima-se que o mercado mundial movimente recursos em torno de US$ 10 bilhes anualmente6. O Brasil no est bem classificado no ranking mundial, ocupando o trigsimo quarto lugar entre os pases exportadores. Ainda assim, as vendas brasileiras aumentaram em torno de 50% (2002 em relao a 2001).6

Centro Internacional do Comrcio (ITC), vinculado Organizao Mundial do Comrcio (OMC) e Conferncia das Naes Unidas sobre o Comrcio e Desenvolvimento (UNCTAD). Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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A maior participao de orgnicos no mercado de alimentos, em 1997, aconteceu na Dinamarca, e foi de somente 2,5%. Na Sua e na ustria, as vendas alcanaram 2% e, nos mercados de maior gerao de receita Estados Unidos (US$ 4,2 bilhes) e Alemanha (US$ 1,8 bilho) , significaram 1,2% do mercado de alimentos. Logo, as expectativas de crescimento das vendas 7 so grandes.

A Argentina e a Austrlia so os dois pases que possuem as maiores extenses de rea orgnica no mundo. Tais reas, entretanto, so utilizadas, na sua maioria, para a explorao pecuria extensiva (corte e leite). O mesmo acontece com o Reino Unido. J os Estados Unidos e o Canad, que tambm se apresentam com vasta rea orgnica, exploram basicamente na produo de gros e cereais. Os demais pases operam com agricultura mais diversificada, preponderando a explorao orgnica de frutas, legumes e vegetais direcionados para o consumo in natura.AGRICULTURA ORGNICA NO MUNDO rea Plantada (mil ha) Produtores Orgnico Geral % Orgnico Total 452 17.160 2,63 10.400 534.000 290 3.415 8,49 18.360 270.000 20 1.383 1,45 628 67.000 165 2.689 6,14 3.466 63.000 380 25.630 1,48 13.424 1.208.000 370 28.331 1,31 9.260 680.000 25 3.499 0,71 5.270 821.000 28 2.000 1,40 1.391 94.000 32 4.342 0,74 1.014 148.000 959 14.833 6,47 49.018 2.135.000 50 3.822 1,31 763 417.000 172 2.747 6,26 3,329 90.000 95 1.071 8,87 5.852 74.000 425 18.500 2,30 2.975 233.000 3.463 129.422 2,68 125.150 6.834.000 1.000 74.627 1,34 1.830 262.000 900 450.000 0,20 5.000 2.191.000 85 108.300 0,08 28.000 4.400.000 1.985 632.927 0,08 34.830 6.853.000 3.000 169.492 1,77 1.400 1.320.000 270 353.611 0,08 7.063 4.860.000 3.270 523,103 0,63 8.463 6.180.000 7.654 472.000 1,62 1.687 118.357

PASES Alemanha ustria Blgica Dinamarca Espanha Frana Grcia Holanda Irlanda Itlia Portugal Sucia Sua Reino Unido Europa Canad Estados Unidos Mxico Nafta Argentina Brasil Mercosul Austrlia Fonte: BNDES

% 1,95 6,80 0,94 5,50 1,11 1,36 0,64 1,48 0,69 2,30 0,18 3,70 7,92 1,28 1,83 0,70 0,23 0,64 0,64 0,11 0,15 0,14 1,40

rea Mdia orgnica Total 43,5 32,1 15,8 12,6 31,8 20,6 47,6 42,7 28,3 21,2 40,0 41,7 4,7 4,3 20,1 21,3 31,6 29,3 19,6 6,9 65,5 9,2 51,7 30,5 16,2 14,5 142,9 79,4 27,7 18,9 546,4 284,8 180,0 205,4 3,0 24,6 57,0 92,4 2.142,9 128,4 38,2 72,8 386,4 84,8 4.537,0 3.987,9

ORMONDE, Jos Geraldo Pacheco; LIMA DE PAULA, Srgio Roberto; FAVERET FILHO, Paulo; ROCHA, Luciana Thibau. Agricultura orgnica: quando o passado o futuro. BNDES : Rio de Janeiro, 2002. Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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Apesar de ainda no ter incorporado o padro de qualidade internacional, o que gera certa dificuldade em alcanar mercados mais exigentes, os produtos brasileiros j so relativamente conhecidos no exterior. O melo a fruta brasileira que apresenta nmeros mais relevantes (42% da produo so exportados). Outros produtos, como a laranja, banana, ma e manga, apesar de freqentarem a pauta de exportaes, no chegam a 3% da produo.A fruticultura nacional tenta firmar posio no mercado internacional, mas ainda tropea em problemas de logstica, como embalagem, transporte, comercializao e falta de 8 alianas estratgicas para a exportao.

Na verdade, a percepo geral de que o Brasil oferece enorme potencialidade, tanto no mercado externo quanto no mercado interno, para a produo de alimentos orgnicos. Alm dos aspectos relacionados ao clima e ao solo, onde o Brasil, em especial o Nordeste, apresenta condies inigualveis, a produo orgnica no depende de ganhos de escala para obteno de lucro, o que remete s boas perspectivas para o pequeno produtor familiar. Entretanto, no mercado nacional, atravs das feiras, lojas especializadas e supermercados que a maior parte produo nacional de frutas consumida. A produo brasileira de produtos orgnicos j alcanou a marca de US$ 300 milhes, segundo estima o BNDES, pulverizados em mais de sete mil produtores e rea ocupada em torno de 270 mil hectares.Produtos Soja Hortalias Caf Frutas Palmito Cana de acar Milho Processados Outros + pastos TotalFonte: BNDES

N Produtores 593 549 419 273 40 18 6 127 5.038 7.063

% 8,40 7,77 5,93 3,87 0,57 0,25 0,08 1,80 71,33 100,00

Produtos Frutas Cana de acar Palmito Caf Soja Hortalias Milho Processados Outros Total

rea (ha) 30.364 30.193 20.816 13.005 12.516 2.989 264 159.571 269.718

% 11,26 11,19 7,72 4,82 4,64 1,11 0,10 59,16 100,00

Seguindo a mesma tradio primrio-exportadora, a quantidade de processadores ainda relativamente pequena. A relao entre produtores e processadores de 1,8 para cada 100, enquanto na Frana de 7%, na Sucia 13%, no Reino Unido 21% e na Holanda 36%. Os produtos processados de maior destaque so: caf, acar, suco de laranja, castanha de caju e leos vegetais.VIEIRA, Ana Cludia; PAULILLO, Luiz Fernando; ALVES, Francisco J.C. A mudana nos padres de produo e consumo alimentar e a insero do Brasil no mercado global de produtos orgnicos. Fortaleza : BNB Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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Em termos de preo, pode-se dizer que os valores recebidos pelos produtores na comercializao dos seus produtos orgnicos tm sido bastante compensadores. O mapa abaixo indica os Estados que vendem alimentos orgnicos certificados.

Fonte: Planeta Orgnico.

2.6. A PRODUO DE ALIMENTOS ORGNICOS NO MARANHO Segundo dados do IBD Instituto Biodinmico encarregado da certificao de produtores orgnicos no Brasil existem dois nicos empreendimentos certificados no Estado do Maranho: COPPALJ Coop. de Prod. Agro extrat. de L. J. Produto: leo de babau Endereo: Rua Ciro Rego, 218 Centro Pedreiras (MA).

Obra Social N. Senhora da Glria Fazenda Esperana Produtos: acerola, maracuj, cupuau, banana, caj, jaca, manga, caju, goiaba e polpas de frutas. Endereo: Travessa Oscar Jansen, 158 Coroat (MA).

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Nenhum desse dois empreendimentos est localizado na rea de abrangncia da pesquisa, razo por que pode-se afirmar, de forma inequvoca, a no existncia de produo orgnica no municpio de So Lus. A despeito da sua privilegiada localizao geogrfica (So Lus uma das capitais brasileiras mais prximas da Europa e dos Estados Unidos, principais centros consumidores de frutas e verduras no mundo) e, ainda, de contar com excelente infra-estrutura logstica, a produo local tem pouca representatividade no contexto econmico. Consultando informaes produzidas pela EMBRAPA Mandioca e Fruticultura, deparamos-nos com um Relatrio de Assessoria Tcnica produzido em maio de 2003 com o ttulo de FRUTICULTURA NA REGIO DE ABRANGNCIA DO CINPRA SO LUS (MA). Deste relatrio, extramos os seguintes trechos, bastante ilustrativos da situao da fruticultura em So Lus (MA).BANANA Segundos dados do IBGE, o Estado do Maranho o 14 produtor nacional de banana com produo de 11.694 cachos/ha/ano e rea cultivada de 11.678ha. Entre os Estados nordestinos ele ocupa a quinta posio. Vale ressaltar, no entanto, que esta uma estatstica falha. ... A considerar o padro da bananicultura maranhense, a transformao desses dados em toneladas por hectare, certamente colocar o Estado 9 nas ltimas posies. Nas visitas realizadas, ...no se observaram situaes que possam destacar qualquer um deles como produtor de banana. Na maioria das vezes, observou-se plantios de fundo de quintal ... ou pequenas reas sem nenhuma expresso comercial. ... A bananicultura maranhense, e porque no dizer, a agricultura maranhense, pelo menos a observada nos municpios visitados, caracteriza-se pelo seu baixo nvel tecnolgico. No que diz respeito banana, em todo o trajeto foi possvel observar pequenos plantios, todos, sem exceo, com aparncia de 10 deficincia nutricional e pssimo manejo. CITROS Conforme levantamento do IBGE (2001), o Estado do Maranho o 17 produtor de laranja, participando, porm, com menos de 1% da produo nacional. Ao se comparar os dados do referido mapeamento da citricultura brasileira, por regio fisiogrfica, constata-se que, entre os nove Estados do Nordeste brasileiro, o Maranho o quinto maior produtor de laranja (9.396 t),9

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EMBRAPA. Fruticultura na regio de abrangncia do CINPRA So Lus, MA. Maio, 2003 p.10. EMBRAPA. Fruticultura na regio de abrangncia do CINPRA So Lus, MA. Maio, 2003 p.11. Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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participando com 7,9% da produo total de frutos dessa regio. Entretanto, a baixa produtividade de 6.575 t/ha coloca o Maranho na ltima posio entre os Estados nordestinos 11 produtores dessa fruta.

O mesmo acontece com relao produo de limo, tangerina e outros ctricos, fazendo com que as condies de baixa produo e produtividade transformem o Estado em um importador no qual mais de 50% das frutas ctricas consumidas sejam provenientes de outros Estados. Deve-se levar em conta, porm, que o estudo da EMBRAPA identificou que, num raio de 250km ao redor da ilha ... possui uma srie de caractersticas pedoclimatolgicas que a tornam habilitada para investir no agronegcio da citricultura.12 O relatrio da EMBRAPA discorre, ainda, sobre outras culturas, entre as quais a manga, o mamo e o maracuj. Em todas elas, sem exceo, o Estado do Maranho, incluindo a capital So Lus, apresenta dados incipientes e sem representatividade econmica.Com relao cultura da mangueira, pode ser observado que o Estado do Maranho apresentou a menor produtividade da regio Nordeste com apenas 5,695 t/ha e uma produo de 5.610 toneladas, sendo muito inferior em relao aos outros 13 Estados.

Este, portanto, o panorama do Estado levantado pela EMBRAPA. Entretanto, o Governo do Estado, a partir da criao da GEAGRO Gerncia de Estado de Agricultura, pecuria e Desenvolvimento Rural, vem procurando dinamizar a produo de alimentos a partir da implantao do projeto CASA DA AGRICULTURA FAMILIAR. A GEAGRO tem como principal papel o apoio ao fortalecimento da agricultura familiar no contexto do desenvolvimento sustentvel do Estado. Foram implantadas dezoito unidades regionais que objetivam dar apoio e assistncia ao pequeno produtor. No mbito do municpio de So Lus, algumas pequenas comunidades operam o plantio de hortas e frutas com o objetivo de abastecer a capital do Estado. Esses pequenos empreendimentos foram catalogados de acordo com os quadros da pgina seguinte (dados da Gerncia Metropolitana):

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EMBRAPA. Fruticultura na regio de abrangncia do CINPRA So Lus, MA. Maio, 2003 p.16. EMBRAPA. Fruticultura na regio de abrangncia do CINPRA So Lus, MA. Maio, 2003 p.17. 13 EMBRAPA. Fruticultura na regio de abrangncia do CINPRA So Lus, MA. Maio, 2003 p.26.

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BOM JARDIM I Cultura rea Plantada (ha) Produo Tomate 0,85 400 cx 30 kg Pimento 0,16 400 cx 15 kg Quiabo 0,26 50 milheiros Milho 0,34 6.000 espigas Pimenta malagueta 0,02 20 kg Mamo 0,42 Incio de cultivo Maracuj 0,37 Incio de cultivo Berinjela 0,10 300 cx 15 kg Repolho 0,24 200 kg Alface 0,24 2.000 maos Cenoura 0,24 04 cx 15 kg Beterraba 0,24 No produziu Cebolinha 0,24 No produziu Coentro 0,24 No produziu Couve 0,24 400 maos Pepino 0,24 No produziu Vinagreira Feijo 0,34 Incio de cultivo Utilizao de agroqumicos (inseticidas, acaricidas, fungicidas e bactericidas); Utilizao de adubos (slidos: NPK e uria; fertiirrigao). BOM JARDIM II Cultura rea Plantada (ha) Produo Tomate 1,10 1.000 cx 25 kg Pimento 0,29 600 cx 15 kg Quiabo 1,00 100 milheiros Milho 0,53 15.000 espigas Pimenta malagueta 0,05 200 kg Mamo 0,60 Incio de cultivo Maracuj 0,42 Incio de cultivo Berinjela 0,08 230 cx 15 kg Repolho 0,29 120 sc 12 kg Alface 0,28 500 maos Cenoura 0,29 05 cx 15 kg Beterraba 0,28 No produziu Cebolinha 0,29 600 maos Coentro 0,28 600 maos Couve 0,29 300 maos Pepino 0,28 No produziu Vinagreira 0,29 1.000 maos Feijo 0,50 Incio do cultivo Utilizao de agroqumicos (inseticidas, acaricidas, fungicidas e bactericidas); Utilizao de adubos (slidos: NPK e uria; fertiirrigao).Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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CINTURO VERDE Cultura rea Plantada (ha) Produo Melancia 1,00 25.000 kg Milho 1,00 20.000 espigas Quiabo 1,00 200 milheiros Utilizao de esterco (frango e caprino), adubos qumicos e inseticida. SO CRISTVO Cultura rea Plantada (ha) Banana 2,00 Coco ano 1,00 Maracuj 1,00 Abbora 1,00 Quiabo 1,50 Pimento 0,50 Batata doce 1,00 Tomate 0,50 Milho verde 0,50 Maxixe 0,50 Feijo verde 0,50 Macaxeira 2,00 Utilizao de agroqumicos (inseticidas e fungicidas); Utilizao de adubos (esterco de galinha). Produo 2.000 cachos 30.000 unid 10.000 kg 9.000 kg 10.000 kg 5.000 kg 4.000 kg 4.000 kg 20.000 unid 1.000 kg 500 kg Incio de cultivo

QUEBRA POTE Cultura rea Plantada (ha) Produo Melancia 0,37 No produziu Quiabo 0,16 No produziu Mamo 0,30 Em frutificao Feijo Em crescimento Mamo 2,00 20 ton Utilizao de agroqumicos (inseticidas, acaricidas, fungicidas e bactericidas); Utilizao de adubos (slidos: NPK e uria; fertiirrigao). ITAPERA I Cultura rea Plantada (ha) Produo Tomate 0,14 307 cx 30 kg Pimento 0,28 195 cx 15 kg Milho 1.200 ps Em crescimento Mamo 0,64 Em crescimento Maracuj 1,53 Em crescimento Berinjela 725 ps 49 cx 15 kg Pepino 650 ps Em crescimento Feijo 0,70 Em crescimento Utilizao de agroqumicos (inseticidas, acaricidas, fungicidas e bactericidas).

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ITAPERA II Cultura rea Plantada (ha) Produo Tomate 0,05 76 cx 30 kg Pimento 0,01 32 cx 15 kg Mamo 0,24 Frutificando Maracuj 0,45 Frutificando Berinjela 0,02 23 cx 15 kg Pepino 0,30 Em crescimento Feijo 0,30 Em crescimento Melancia 0,16 Em crescimento Utilizao de agroqumicos (inseticidas, acaricidas, fungicidas e bactericidas). ITAPERA III Cultura rea Plantada (ha) Produo Tomate 0,29 35 cx 30 kg Pimento 0,23 132 cx 15 kg Milho 0,12 Em crescimento Couve-flor 0,01 22 maos Melancia 0,18 Em crescimento Pepino 0,12 109 cx 20 kg Mamo 1,00 20 ton Utilizao de agroqumicos (inseticidas, acaricidas, fungicidas e bactericidas). Como pode ser verificada nos quadros acima, a totalidade da produo de horticultura e fruticultura no municpio de So Lus no pode ser classificada como orgnica. Toda ela utiliza produtos qumicos, adubos ou defensivos, o que inviabiliza a sua certificao. 2.7. TENDNCIAS Os nmeros relatados, e aqueles que sero mostrados nos captulos seguintes, longe de evidenciar qualquer fragilidade por parte da produo agrcola no Estado do Maranho, revelam o grande potencial latente para crescimento da rea plantada.

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Sabe-se que o consumo de alimentos orgnicos e, conseqentemente, a sua demanda mundial, tm aumentado de forma significativa nos ltimos anos. As projees para o futuro so de crescimento ainda maiores. Estima-se que as vendas mundiais de alimentos orgnicos devam atingir US$ 25 bilhes em 2003 (aumento de 19% ante os US$ 21 bilhes de 2001), o que demonstra um crescimento mdio de 15% ao ano nas ltimas duas dcadas. Fato alentador para os produtores relaciona-se com o preo do produto orgnico, situado entre 20% e 30% mais alto que o do produto convencional. Nesse contexto, as exportaes so o carro-chefe que puxa o crescimento do cultivo orgnico no Brasil. Entretanto, os pases europeus j comearam a incentivar a sua prpria produo e a fomentar o mercado interno dos outros pases. Potencialmente, o Brasil deve priorizar a produo de caf, soja e frutas tropicais orgnicos - culturas no adaptadas aos pases de clima frio. Outra oportunidade, inclusive para o Estado do Maranho, o acar, pois os consumidores preferem o produto derivado da cana, e a adeso dos produtores europeus de acar baixa. A agricultura convencional, utilizando agrotxico, vem perdendo fora em relao produo orgnica, pois traz inmeras desvantagens sade do solo, do ambiente e principalmente ao trabalhador rural e ao consumidor. Dessa forma, o produtor deve ficar atendo s exigncias do mercado, traduzidas em novas formas de produo agrcola, pois a emergente agroecologia concilia produo, qualidade, conservao e recuperao dos recursos naturais. O Brasil e o Maranho apresentam excelentes condies para se tornar um dos maiores produtores de frutas tropicais orgnicas para o mercado mundial. Seu clima permite a produo de todos os tipos de frutas tropicais e algumas delas proporcionam mais de uma safra por ano. A produo econmica de frutas orgnicas, associando alta qualidade e regularidade, deve priorizar o uso de mtodos ecologicamente mais seguros, minimizando o uso de agroqumicos e seus efeitos colaterais indesejados, pondo nfase na proteo do ambiente e na sade humana. Como se trata de uma atividade intensiva em mo-de-obra e com rentabilidade superior de culturas de gros (arroz, feijo, milho, soja, entre outros) a produo de alimentos orgnicos tem atrado cada vez mais agricultores familiares. Nesse aspecto, o Maranho apresenta-se como alternativa ante s vantagens de localizao, de clima, de solo e de estruturao da mo-de-obra em unidades produtivas familiares.

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3.

A PESQUISA

3.1. ASPECTOS PRELIMINARES O SEBRAE/MA Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas do Maranho, juntamente com a empresa J.C. CONSULTORES LTDA realizaram, entre os meses de setembro e outubro de 2003, uma ampla pesquisa com o objetivo de identificar o consumo de hortalias e frutas orgnicas no municpio de So Lus, no Estado do Maranho. A pesquisa foi coordenada pelo diretor-presidente da empresa J.C. CONSULTORES LTDA, Joo Conrado de Amorim Carvalho, contabilista psgraduado em Marketing e em Gesto de Empresas pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e professor na Faculdade Atenas Maranhense FAMA e pela diretora Maria Ins Santos Carvalho, Bibliotecria e ps-graduada em Marketing e em Gesto de Empresas pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Participaram da pesquisa, como colaboradores, os seguintes profissionais: Patrcio Moreira de Arajo Filho, Doutor em Projetos e Materiais pela Universidade Estadual Paulista e Mestre em Projetos e Materiais na Universidade Estadual Paulista. Professor de Estatstica na Faculdade Atenas Maranhense. Jos Rogrio de Jesus Salles, Agrnomo e Mestre em Agronomia rea de concentrao em Fruticultura (ESAM RN) e especialista em Gesto Tecnolgica e Inovao (FGV) e em Formao Pedaggica de Docentes (CEFET MA).

Atuaram, como pesquisadores de campo, 04 (quatro) acadmicos do curso de Administrao em Marketing da Faculdade Atenas Maranhense FAMA, 01 (um) acadmico do curso de Agronomia da Universidade Estadual do Maranho UEMA e 01 (um) acadmico do curso de Direito do Centro de Ensino Universitrio do Maranho CEUMA, a saber: Fbio Santos Carvalho (FAMA); Ruth Maria A. Ferreira (FAMA); Carlos Otvio de A. Afonso (FAMA); Gisele Mendona Furtado (FAMA); Fabrcio Brito Silva (UEMA); Bruno Santos Carvalho (CEUMA).

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A pesquisa foi realizada em 06 (seis) etapas, sendo: Etapa 1: Entrevista projetada para ser realizada junto a 365 consumidores pessoas fsicas, correspondente amostra definida para um universo de 868.047 habitantes de So Lus (IBGE: Censo 2000). Etapa 2: Entrevista realizada junto a 45 consumidores industriais, sendo 08 bares e lanchonetes, 25 restaurantes, 5 hospitais, 2 refeitrios industriais e 5 fabricantes de refeies prontas. Etapa 3: Entrevista realizada junto a 27 produtores, 15 vendedores (frutarias e sacoles), 10 supermercados e 2 feirantes em So Lus. Etapa 4: Pesquisa realizada em bases de dados primrios, objetivando coletar informaes j existentes sobre a produo de alimentos orgnicos no Estado do Maranho, no Brasil e no Mundo. Etapa 5: Tabulao, crtica e confrontao dos dados pesquisados com os dados j existentes. Etapa 6: Elaborao do relatrio em formato padro, com o assunto distribudo em captulos ilustrados com quadros e tabelas elucidativas das informaes levantadas..

3.2. POPULAO E AMOSTRAGEM ETAPA 1 A palavra populao denota o conjunto do qual se extrai a amostra. No presente caso, a populao ou universo pesquisado o nmero de habitantes do municpio de So Lus, capital do Estado do Maranho.Os resultados de pesquisas por amostragem esto sempre sujeitos a certo grau de inconfiana, no s porque se estudou apenas uma parte da populao, mas tambm em decorrncia de erros de mensurao. Esta inconfiana pode ser reduzida aumentando-se o tamanho da amostra e utilizando-se instrumentos mais precisos de mensurao. Mas isto em geral exige tempo e custa dinheiro. Conseqentemente, importante especificar o grau de preciso exigido nos resultados. Isto de responsabilidade da pessoa que vai usar os dados, e pode apresentar dificuldades, pois muitos administradores no esto acostumados a pensar em termos do valor do erro que pode ser tolerado em estimativas, consistente com a tomada de uma boa 14 deciso. O estatstico pode prestar bom auxlio nesta fase.

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LUIZ FERNANDO BARCA. Disponvel em: Acesso em 04.outubro.2003. Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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A populao foi dividida por faixas de renda (unidades de amostragem). O maior ou menor grau de preciso est intimamente relacionado com o nmero de informaes que tivermos inicialmente sobre uma populao. Nesse aspecto, buscou-se dados estatsticos de segmentao da populao j praticados por outros institutos de pesquisas e concluiu-se pelo seguinte: CLASSE A: Faixa de renda mensal acima de R$ 10.000,00; CLASSE B: Faixa de renda mensal de R$ 5.000,01 e R$ 10.000,00; CLASSE C: Faixa de renda mensal de R$ 1.000,01 a R$ 5.000,00; CLASSE D: Faixa de renda mensal de R$ 500,01 a R$ 1.000,00; CLASSE E: Faixa de renda mensal at R$ 500,00. Segundo dados da empresa SOMATRIO PESQUISAS DE MERCADOS, baseada em levantamento scio-econmico realizado pelo IBOPE, a populao se divide, por faixa de renda, nas seguintes propores: CLASSE A: 1% CLASSE B: 6% CLASSE C: 26% CLASSE D: 37% CLASSE E: 30% Quando os elementos da populao esto divididos em grupos no superpostos, como o caso dessa pesquisa, mais fcil e mais eficiente escolher, independentemente, uma amostra aleatria simples dentro de cada um destes grupos, os quais so chamados estratos. O mais comum utilizar-se a amostragem estratificada proporcional, que consiste em selecionar os elementos da amostra entre os vrios estratos, em nmero proporcional ao tamanho de cada um dos estratos. Considerando a amostra de 365 pessoas fsicas pesquisadas, a distribuio por faixa de renda ficou determinada da seguinte forma: CLASSE A: 13 pessoas; CLASSE B: 32 pessoas; CLASSE C: 107 pessoas; CLASSE D: 135 pessoas; CLASSE E: 111 pessoas. O tamanho da amostra foi determinado em aplicativo disponvel na Internet (www.barca.efei.br/amostragem/calculam.html) e a seguir transcrito.

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Clculo do tamanho da amostra (distribuio normal) Populao: Nvel de confiana: Desvio: Mdia: Varincia: Tamanho da amostra:868047 .95 .05 19 85.6 365

O questionrio elaborado e aplicado junto aos entrevistados procurou abordar os seguintes itens: IDENTIFICAO: Nome do entrevistado; bairro onde reside em So Lus; renda mensal; freqncia das compras; nmero de pessoas que coabita na residncia do entrevistado. CONSUMO: Frutas e verduras (quantidade mensal consumida, subdividida em orgnica, no orgnica ou de origem desconhecida); ASPECTOS GERAIS: nvel de conhecimento sobre a agricultura orgnica; disposio para pagar mais caro pelo produto orgnico; local onde costuma a efetuar suas compras; mdia mensal de compras; forma de pagamento utilizada; prazo mdio do pagamento das compras; quem define as compras; qual o nvel de considerao em relao a frutas e verduras em termos de alimentos; suscetibilidade a reduzir as compras em pocas de crise; fidelidade ao fornecedor; atributos considerados na compra. CONSIDERAES FINAIS: espao livre para o entrevistado manifestar sua opinio acerca de algum item tratado ou outro assunto que queira se manifestar.

3.3. SELEO DE ENTREVISTADOS ETAPAS 2 E 3 As entrevistas dirigidas para os consumidores industriais (Etapa 3) e produtores e intermedirios (Etapa 4) objetivaram alcanar o maior nmero possvel de representantes dessas categorias.

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Os questionrios foram distribudos aos pesquisadores encarregados de cobrir reas do municpio de So Lus previamente delimitadas. Cada pesquisador estava imbudo da misso de entrevistar todos os consumidores e produtores ou intermedirios da regio que lhe caberia cobrir. Em estudos dessa natureza, a investigao com base cientfica tende a direcionar a pesquisa para o espectro mais amplo possvel, nica forma de dotar o setor de ferramentas gerenciais capazes de responder aos principais anseios do empresariado envolvido no mercado. Partiu-se da obteno de relaes de empresas do ramo, segmentadas por rea de atividade (bares e lanchonetes, restaurantes, hospitais, refeitrios industriais e fornecedores de refeies prontas). Alm disso, foram consultadas fontes secundrias de forma a dar suporte ao servio de campo. O questionrio elaborado e aplicado junto aos entrevistados procurou abordar os seguintes itens:

A) CONSUMIDORES INDUSTRIAIS IDENTIFICAO: Nome da empresa entrevistada; bairro de So Lus onde est estabelecida; tipo de estabelecimento; freqncia das compras; nmero de pessoas que emprega. CONSUMO: Frutas e verduras (quantidade mensal consumida, subdividida em orgnica, no orgnica ou de origem desconhecida); ASPECTOS GERAIS: nvel de conhecimento sobre a agricultura orgnica; disposio para pagar mais caro pelo produto orgnico; local onde costuma a efetuar suas compras; mdia mensal de compras; forma de pagamento utilizada; prazo mdio do pagamento das compras; quem define as compras; qual o nvel de considerao em relao a frutas e verduras em termos de alimentos; comportamento do consumo de frutas e verduras; fidelidade ao fornecedor; atributos considerados na compra. CONSIDERAES FINAIS: espao livre para o entrevistado manifestar sua opinio acerca de algum item tratado ou outro assunto que queira se manifestar.

Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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B) FORNECEDORES IDENTIFICAO: Nome da empresa entrevistada; bairro de So Lus onde est estabelecida; tipo de estabelecimento; freqncia das compras; nmero de clientes que atende por ms. CONSUMO: Frutas e verduras (quantidade mensal consumida, subdividida em orgnica, no orgnica ou de origem desconhecida); ASPECTOS GERAIS: nvel de conhecimento sobre a agricultura orgnica; disposio para pagar mais caro pelo produto orgnico; local onde costuma a efetuar suas compras; mdia mensal de vendas; forma de recebimento utilizada; prazo mdio dos recebimentos das vendas; quem so os principais clientes; qual o nvel de considerao em relao a frutas e verduras em termos de alimentos; comportamento do consumo de frutas e verduras; fidelidade ao fornecedor; atributos considerados na compra. CONSIDERAES FINAIS: espao livre para o entrevistado manifestar sua opinio acerca de algum item tratado ou outro assunto que queira se manifestar.

3.4. ANLISE DE TRABALHOS EXISTENTES ETAPA 4 Foram levantados dados e trabalhos disponveis sobre a agricultura orgnica de forma a subsidiar a estrutura bibliogrfica deste trabalho. Nesse aspecto, todo o material consultado est citado nas referncias bibliogrficas e, quando necessrio, transcrito literalmente com as devidas notas de rodap.

3.5. TABULAO ETAPA 5 Nessa etapa, foram criticados todos os formulrios de pesquisa e eliminados aqueles que apresentaram distores em relao ao cruzamento de informaes que evidenciaram erros. Tambm foram desconsiderados os questionrios respondidos por entrevistados que residem fora da rea de ao da pesquisa. A contagem dos resultados foi processada atravs de planilha eletrnica, utilizando-se tabelas de insero dos nmeros levantados em forma de matriz. O cruzamento de informaes foi realizado em funo da relevncia da informao pesquisada e atendendo aos objetivos da pesquisa.Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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Dessa etapa, foram geradas tabelas, quadros, grficos e outros instrumentos que revelaram as informaes colhidas.

Consumidores Domsticos

8%

3% 28%

27%

34%

At R$ 500,00 R$ 1.000,01 a R$ 5.000,00 Acima de R$ 10.000,00

R$ 500,01 a R$ 1.000,00 R$ 5.000,01 a R$ 10.000,00

Consumidores Industriais

11% 4% 11%

18%

56%

Bar/lanchonete Refeitrio industrial

Restaurante Refeies prontas

Hospital

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4.

HBITOS DE CONSUMO DE FRUTAS VERDURAS EM SO LUIS (MA)

4.1. AGRICULTURA ORGNICA E O CONSUMIDOR A pesquisa procurou, inicialmente, identificar qual o nvel de conhecimento do entrevistado em relao ao sistema de produo de alimentos orgnicos. Das respostas obtidas, 18% declararam no ter nenhum tipo de conhecimento a respeito desse tipo de produo. J 21% disseram ter ouvido falar algo respeito da produo orgnica e 33% afirmaram ter pouco conhecimento. Em outras palavras, 72% dos entrevistados, que representa uma massa de quase 630 mil habitantes, declarou ter nenhum ou pouco conhecimento do que seja alimento orgnico. Apenas 28% disseram ter conhecimento sobre o assunto, sendo que 22% consideraram razovel o seu nvel de informao e 6% disseram ter bom nvel de conhecimento.

Nvel de conhecimento sobre agricultura orgnica

6% 22%

18%

Nenhum Ouvi falar Pouco 21% Razovel Bom

33%

Fonte: JC Consultores Ltda

Conclui-se que baixo o conhecimento que a populao em geral tem a respeito da produo de alimentos orgnicos. Nos grficos seguintes, iremos perceber que a maioria dos entrevistados confunde a explorao tradicional, ou seja, aquela praticada pelo agricultor familiar quase sempre desprovido de recursos para comprar produtos qumicos, com a produo orgnica. O sistema de produo orgnico requer o emprego mais intensivo de mo-de-obra, elevando os custos de produo e tornando o preo do produto mais elevado. Por outro lado, livres de agrotxicos, os produtos orgnicos oferecem menos riscos sade e no agridem o meio ambiente. Vista dessa forma, de se esperar que o consumidor politicamente correto e preocupado com a sua sade e a sobrevivncia do planeta Terra estivesse disposto a pagar mais caro pelas frutas e verduras originria do cultivo orgnico.Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

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Nesse aspecto, os entrevistados foram indagados se estariam dispostos a pagar mais caro pelo produto orgnico. Cerca de 51% deles declararam que pagariam at 10% mais caro. Uma boa fatia dos entrevistados (29%) no pagaria nenhum centavo a mais pelo produto orgnico. O restante dos entrevistados estaria disposto a pagar percentuais mais elevados para ter um produto mais saudvel em sua mesa, como mostra o grfico abaixo.

Quanto pagaria a mais pelo produto orgnico?6% 6% 9%

29%

No At 10% At 15% At 20% Mais de 20%

51%

Fonte: JC Consultores Ltda

Avaliando essa questo por faixa de renda, a classe mais abonada a que apresenta maior disposio para pagar mais caro pelo produto orgnico. Apenas 8% deles se recusam a pagar mais caro pelo produto. No entanto, 68% disseram que pagariam at 10% a mais, fato que se repete na classe mais baixa da pirmide salarial (60% estariam dispostos a pagar at 10% mais caro pelo produto orgnico). As demais classes aceitariam pagar preos mais elevados que 10% por esse tipo de produto. Na classe de renda que vai de R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00, cerca de 38% dos entrevistados esto dispostos a pagar entre 15% e 20% mais caro pelo produto orgnico.

4.2. FREQNCIA DE COMPRAS A pesquisa procurou identificar os hbitos de compra de frutas e verduras (orgnicas e no orgnicas) do consumidor residente em So Lus. Este item est relacionado com o volume comprado, com a localizao do estabelecimento fornecedor e com aspectos voltados para a conservao e manuteno dos produtos, todos eles bastante perecveis.

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Freqncia das Compras

Mensal Quinzenal Semanal 2 x na semana Diria

6,27% 14,54% 60,65% 11,53% 7,02%

Fonte: JC Consultores Ltda

A grande maioria (60,65% ou cerca de 527 mil habitantes) disse preferir fazer suas compras uma vez por semana. As compras quinzenais ficaram com 14,54% das preferncias dos consumidores e as compras realizadas duas vezes na semana apareceram com 11,53% das preferncias. Esses trs itens, somados, representam 86,72% do total de respostas colhidas (algo em torno de 753 mil habitantes). Detalhando o comportamento relacionado com a freqncia das compras por classe de renda, iremos verificar certas peculiaridades em cada classe analisada. Os consumidores da menor faixa de renda (salrio mensal at R$ 500,00) preferem fazer suas compras diariamente. Esse comportamento parece natural frente necessidade de melhor gerenciar as disponibilidades financeiras. Nessa faixa de renda, a quase totalidade das compras (96%) feita at uma vez por semana. Poucos fazem compras quinzenais ou mensais.

Freqncia de ComprasFaixa de Re nda at R$ 500

48% 32% 16% 0% Diria 2 x semana Semanal Quinzenal 3% Mensal

Fonte: JC Consultores Ltda

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Na faixa de renda que vai de R$ 500,00 at R$ 1.000,00, a preferncia recai, pela ordem, nas compras semanais (37%), dirias (28%) e duas vezes por semana (24%). Nota-se que preponderam as compras realizadas em at uma vez por semana, mas j se registra um nmero maior de consumidores que compram a cada quinze dias e at mesmo uma vez por ms.

Freqncia das ComprasFaixa de Renda R$ 500/R$ 1000

37% 28% 24%

7% Diria 2 x semana Semanal Quinzenal

4% Mensal

Fonte: JC Consultores Ltda

Na faixa salarial de R$ 1.000,00 a R$ 5.000,00 a maior preferncia por compras realizadas duas vezes por semana (36% dos entrevistados) e por compras semanais (28%). Compras dirias, nessa faixa, representam 20% dos hbitos dos consumidores enquanto uma parcela menor (12%) disse realizar compras a cada quinze dias. Assim como na classe anterior, as compras quinzenais e mensais voltam a surgir com maior intensidade, levando a crer que a maior capacidade financeira est relacionada com a disponibilidade de meios de conservao dos alimentos.

Freqncia das ComprasFaixa de Renda:R$ 1000/R$ 5000

36% 28% 20% 12% 4% Diria 2 x semana Semanal Quinzenal Mensal

Fonte: JC Consultores Ltda

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Os consumidores situados na faixa de renda mensal de R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 fazem suas compras basicamente duas vezes por semana (39%) ou diariamente (37%). O restante resolve seu problema de abastecimento uma vez por semana, no existindo compras quinzenais ou mensais.

Freqncia das ComprasFaixa de Renda: R$ 5000/R$ 10000

37%

39%

25%

0% Diria 2 x semana Semanal Quinzenal

0% Mensal

Fonte: JC Consultores Ltda.

J os consumidores da classe mais abastada, com renda mensal acima de R$ 10.000,00, disseram preferir fazer compras dirias (48%). As compras realizadas duas vezes por semana so feitas por 29% dos entrevistados e cerca de 19% deles disseram que fazem compras semanais.

Freqncia das ComprasFaixa de Renda:Mais R$ 10000

48%

29% 19% 3% Diria 2 x semana Semanal Quinzenal 0% Mensal

Fonte: JC Consultores Ltda

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4.3. LOCAL PREFERIDO PARA FAZER COMPRAS Em termos gerais, 33% das pessoas preferem fazer suas compras nos supermercados, onde encontram inmeras facilidades. Em segundo lugar, vieram as feiras livres, com 29% das preferncias dos entrevistados (nmero fortemente influenciado pelos consumidores de menor poder aquisitivo).

Local onde faz compras8% 19% 29%

11% 33% Feiras Mercado Supermercado Sacolo Outros

Fonte: JC Consultores Ltda

Local Feiras Mercado Supermercado Sacolo Outros

LOCAL PREFERIDO PARA REALIZAO DAS COMPRAS Por faixa de renda At R$ R$ 500 R$ 1.000 R$ 5.000 Acima de 500 R$ 1.000 R$ 5.000 R$ 10.000 R$ 10.000 43% 24% 33% 22% 5% 6% 18% 6% 1% 11% 24% 22% 44% 61% 58% 26% 19% 15% 15% 26% 1% 17% 1% 0% 0%

Geral 29% 11% 33% 19% 8%

Fonte: Pesquisa JC Consultores (2003)

Nota-se maior preferncia pelas compras em feiras livres e nos sacoles, nas menores faixas de renda. Nas faixas de renda mais elevadas, os supermercados apresentam-se como a melhor opo. O item Outros refere-se s compras diretas junto a produtores ou abastecimentos em hortas de produo prpria, exploradas pelos entrevistados em suas residncias ou em stios e fazendas.

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A preferncia de compras, por faixa de renda, a seguinte:At R$ 500,001% 26% 43%

At R$ 500,00 Nessa faixa de renda, as compras acontecem nos sacoles, feiras e supermercados.

24% Feiras Mercado Supermercado

6% Sacolo Outros

De R$ 500,00 a R$ 1.000,0017% 24%

De R$ 500,00 a R$ 1.000,00. Aqui, as compras so divididas em todas as alternativas possveis. As feiras levam ligeira vantagem sobre as demais alternativas.18%

19%

Feiras

Mercado

22% Supermercado

Sacolo

Outros

De R$ 1.000,00 a R$ 5.000,0015% 1% 33%

De R$ 1.000,00 a R$ 5.000,00 A preferncia da grande maioria nesta faixa de renda pelos supermercados. As feiras vem em segundo lugar, seguida dos sacoles.

45% Feiras Mercado Supermercado Sacolo

6% Outros

De R$ 5.000,00 a R$ 10.000,0015% 0% 22% 2%

De R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 Os supermercados so, de longe, a principal opo dessa faixa de renda. Feiras e sacoles vm em 2 e 3 lugar, respectivamente,

Feiras

61% Mercado

Supermercado

Sacolo

Outros

Acima de R$ 10.000,000% 26% 5% 11%

Acima de R$ 10.000,00 Novamente a preferncia pelos supermercados. Sacoles vm como segunda opo.

58% Feiras Mercado Supermercado Sacolo Outros

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4.4. MDIA MENSAL DE COMPRAS O valor mdio mensal das compras baixo (64% fazem compras de at R$ 100,00 por ms). Na classe de menor poder aquisitivo, 66% das pessoas compram em torno de R$ 50,00 por ms. No outro extremo, ou seja, aqueles de maior poder aquisitivo, as compras mensais superam R$ 200,00. Nas classes intermedirias de renda, o valor mdio mensal das compras situase entre R$ 50,00 e R$ 200.MDIA MENSAL DE COMPRAS Compras por faixa de Renda R$ 500 R$ 1.000 R$ 5.000 R$ 1.000 R$ 5.000 R$ 10.00039% 38% 17% 6% 0% 9% 31% 33% 20% 6% 0% 13% 28% 47% 13%

At R$ 500At R$ 50 R$ 50 R$ 100 R$ 100 R$ 200 R$ 200 R$ 500 Mais R$ 500 66% 27% 6% 1% 0%

Acima de R$ 10.0000% 8% 15% 46% 31%

Geral34% 30% 19% 13% 4%

Fonte: Pesquisa JC Consultores (2003)

Mdia Mensal de Compras

Geral Mais R$ 10.000,00 R$ 5.000 a R$ 10.000 R$ 1.000 a R$ 5.000 R$ 500 a R$ 1.000 At R$ 500 0% 20% 40% 60% 80% 100%

At R$ 50,00 De R$ 100,00 a R$ 200,00 Acima de R$ 500,00

De R$ 50,00 a R$ 100,00 De R$ 200,00 a R$ 500,00

Fonte: JC Consultores Ltda

Mdia Mensal de Compras So Lus (MA)

14% 35% 20%

31%

At R$ 50,00 De R$ 100,00 a R$ 200,00

De R$ 50,00 a R$ 100,00 De R$ 200,00 a R$ 500,00

Fonte: JC Consultores Ltda

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4.5. FORMA DE PAGAMENTO A prtica adotada para as compras no comrcio de frutas e verduras vista, (80% dos negcios). Compras pagas utilizando carto de crdito (influncia clara dos supermercados) representam 14% das transaes. O restante pago com tquete (novamente influenciado pelas facilidades dos supermercados), cheques pr-datados e outras formas.

Forma de Pagamento

Vista Cheque pr Carto Tquete Outras

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Fonte: JC Consultores Ltda

Conforme evidencia o grfico abaixo, 95% dos consumidores na faixa de renda de at R$ 500,00 compram basicamente vista. Os 5% restantes fazem opo em pagar suas compras com carto de crdito, tquetes e outras opes. No h registro, nesta categoria, do uso de cheque prdatado.

Faixa de RendaAt R$ 500,00

Vista Cheque pr Carto Tquete Outras

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Fonte: JC Consultores Ltda

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Os consumidores na faixa de renda de R$ 500,00 e R$ 1.000,00 tambm optam pelas compras vista (78%). Em seguida, vm as compras com carto de crdito (14%). O restante dos negcios pago com cheque prdatado (4%), tquete (3%) ou em outro tipo de pagamento (1%), incluindo as compras fiadas.Faixa de RendaDe R$ 500 a R$ 1.000

Vista Cheque pr Carto Tquete Outras

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Fonte: JC Consultores Ltda

Assim como nas demais faixas de renda, os consumidores na faixa de R$ 1.000 a R$ 5.000 tambm compram, na sua maioria, vista (74%). Cerca de 20% deles compram com carto de crdito e o restante se divide entre tquete (5%) e cheque pr-datado (2%). No h registro de pagamentos na categoria outros.

Faixa de RendaDe R$ 1.000 a R$ 5.000

Vista Cheque pr Carto Tquete Outras

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Fonte: JC Consultores Ltda

Na medida em que subimos a pirmide social, reduzem-se as compras vista e aumentam as compras com carto de crdito. Na faixa de renda de R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 as compras vista giram em torno de 66% enquanto as compras com carto sobem para 26%. Cheques pr-datados representam 5% e Tquetes 3%. No existem outras formas de compras, conforme se evidencia no grfico seguinte.

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Faixa de RendaDe R$ 5.000 a R$ 10.000 Vista Cheque pr Carto Tquete Outras

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Fonte: JC Consultores Ltda

Os consumidores com salrio acima de R$ 10.000,00 compram apenas vista (77%) ou no carto de crdito (23%).

Faixa de RendaAcima de R$ 10.000

Vista Cheque pr Carto Tquete Outras

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Fonte: JC Consultores Ltda

4.6. QUEM DEFINE AS COMPRAS Previsivelmente, quem define as compras ela, a esposa, a dona da casa, a me, que influencia em 54% das vezes, tornando-se o principal foco de qualquer campanha de marketing para esse tipo de produto. O marido somente consegue influenciar em 13% das vezes. Filhos e outros parentes tm pouca influncia nas compras. S participam em 3% das vezes. O mesmo pode ser dito para as empregadas domsticas, cuja influncia de 1%. A categoria outros refere-se opinio conjunta de todos os moradores do lar ou a opinio nica daqueles que moram sozinho.

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Quem define o que comprar29%

1% 3% 13% Esposa Marido Filhos/parentes Empregada

54%

Outros

Fonte: JC Consultores Ltda

O grfico abaixo mostra como as compras so influenciadas em todas as faixas de renda. Vemos na coluna verde a grande influencia esposa em todas as classes, exceto na classe de renda que ganha acima de R$ 10.000,00, onde todos colaboram para definir o que comprar. Na medida em que marido participa cada vez empregada, individualmente, compras decididas por todos menores classes de renda. escalamos a pirmide social verificamos que o menos na deciso das compras. Filhos e no tm relevncia no papel de compra. As (categoria outros) tem maior participao nas

Influncia nas Compraspor faixa de renda Empregada100

Filhos/parentes80 60 40 20 0R$ 500 R$ 500 R$ 1.000 R$ 5.000 R$ 1.000 R$ 5.000 R$ 10.000 Mai s R$ 10.000

Marido Outros Esposa

Fonte: JC Consultores Ltda

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4.7. COMO FRUTAS E VERDURAS SO CONSIDERADOS Frutas e verduras gozam de excelente status na mesa de todos os consumidores, em qualquer faixa de renda. So tratados como alimentos essenciais por 76% das pessoas entrevistadas e 21% delas as consideram complemento alimentar. Apesar de tambm serem utilizados como sobremesa e coadjuvantes no tratamento de doenas e regimes, frutas e verduras no so encaradas dessa forma pela maioria das pessoas entrevistadas.

Status das Frutas e VerdurasTodas as Faixas de Renda

Alimento essencial Complemento alimentar Sobremesa Tratamento de doenas

0%Fonte: JC Consultores Ltda

20%

40%

60%

80%

Apenas 8% dos entrevistados efetuariam cortes nas compras de frutas e verduras como primeira medida de conteno de despesas nas crises oramentrias. Poucos, em torno de 3% eliminariam o consumo nessas ocasies. Importante notar que 42% disseram que efetuariam cortes na mesma proporo das demais compras. J para 26% dos entrevistados, o consumo de frutas e verduras sofreria pouca alterao nas crises domsticas e para 21% deles, frutas e verduras no so objeto de corte no consumo. Analisada essa questo por faixa de renda, o resultado seguiu a lgica esperada. Quanto menor a faixa de renda, maior a chance do consumo de frutas e verduras ser reduzido nas crises oramentrias. Na medida em que subimos nas faixas de renda, os cortes passam a ter perspectiva de serem proporcionais aos cortes no consumo dos demais itens de despesa dos entrevistados ou sofrem pouca alterao ou simplesmente no acontecem. Pode-se inferir, portanto, que o consumo de frutas e verduras sofre pouca variao em funo da queda no poder aquisitivo da populao. O grfico seguinte demonstra os dados pesquisados em todas as faixas de renda (consolidado).

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42

Nas crise s orame ntrias, suas compras de frutas e ve rduras8%

21%

26% 3%

42%

So reduzidas como 1 medida So eliminadas No se alteramFonte: JC Consultores Ltda

So reduzidas proporcionalmente Sofrem pouca alterao

4.8. FACILIDADES NAS COMPRAS O consumidor est cada vez mais exigente com relao ao produto que leva para casa. Quando se trata de alimentos, os nveis de exigncia sobem consideravelmente. No grfico abaixo, verificamos que os consumidores de todas as classes de renda exigem qualidade como principal fator na definio de qual produto ir adquirir. O preo vem como segundo fator de considerao para definir a compra, em todas as faixas de renda. Facilidade (entrega do produto, estacionamento, forma de pagamento etc) reveza-se com a origem do produto (confiabilidade) na terceira posio entre os fatores considerados para definir a compra.Fatores que definem a compra

Outras Origem do produto Facilidade Preo Qualidade

R$ 500

R$ 500,01 R$ 1.000,01 R$ 1.000,00 R$ 5.000,01 R$ 5.000,00 R$ 10.000,00

Mai s R$ 10.000,00

Fonte: JC Consultores Ltda

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No que tange fidelidade, verificamos que o ndice daqueles que compram sempre no mesmo fornecedor fica em torno de 20%, exceto na classe de renda mensal acima de R$ 10.000, de baixssima fidelidade e que prefere ficar atento qualidade do produto. As classes de menor poder aquisitivo tm o hbito de variar em busca de qualidade e preo. A proximidade do ponto de venda no um item considerado relevante pelos consumidores. Em todas as classes no foi identificada nenhuma desconfiana com relao ao fornecedor dos produtos.

Quanto ao fornecedor

R$ 500

R$ 500,01 - R$ 1.000,00

R$ 1.000,01 - R$ 5.000,00

R$ 5.000,01 - R$ 10.000,00

Mai s R$ 10.000,00

0%Compro sempre no mesmo Desconfio de todosFonte: JC Consultores Ltda

20%

40%Fico atento qualidade

60%

80%

100%

Vario para testar qualidade e preo

Compro onde for mais perto

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5.

CONSUMO DE FRUTAS

5.1. ORIGEM: ORGNICA, NO ORGNICA OU DESCONHECIDA? Os entrevistados foram perguntados quais frutas eram regularmente consumidas em sua residncia e qual a origem dessas frutas (orgnica, no orgnica ou desconhecida). As respostas obtidas esto tabuladas, em percentuais, nas tabelas abaixo (por faixa de renda). Consumo de FrutasRenda: At R$ 500,00 Fruta Melancia Melo Banana Laranja Limo Tangerina Goiaba Mamo Abacate Abacaxi Maracuj Manga Acerola Orgnica 10,99% 0,00% 6,04% 5,22% 3,85% 0,00% 5,77% 6,59% 1,65% 5,49% 0,00% 7,14% 5,49% No orgnica 22,25% 6,87% 19,51% 21,98% 4,40% 2,75% 0,55% 15,11% 1,37% 14,56% 7,42% 6,59% 8,52% No sei 66,76% 10,99% 48,08% 56,87% 16,92% 12,09% 3,85% 32,97% 13,19% 27,47% 17,58% 6,59% 19,23%

11,14% 63,63% 25,23%

Orgnica

No orgnica

No sei

Fonte: JC Consultores Ltda

Consumo de FrutasRenda: De R$ 500,00 a R$ 1.000,00 Fruta Melancia Melo Banana Laranja Limo Tangerina Goiaba Mamo Abacate Abacaxi Maracuj Manga Acerola Orgnica 8,68% 1,00% 11,19% 9,52% 7,68% 4,01% 3,57% 23,21% 8,35% 20,87% 17,70% 18,61% 22,20% No orgnica 19,70% 9,18% 35,23% 30,88% 9,35% 3,84% 2,67% 12,02% 2,00% 9,52% 6,51% 2,84% 4,51% No sei 71,62% 14,69% 51,09% 59,93% 18,20% 7,18% 3,01% 35,89% 11,39% 26,54% 20,53% 5,84% 12,19%

24% 53% 23%

Orgnica

No orgnica

No sei

Fonte: JC Consultores Ltda

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Consumo de FrutasRenda: De R$ 1.000,00 a R$ 5.000,00 Fruta Melancia Melo Banana Laranja Limo Tangerina Goiaba Mamo Abacate Abacaxi Maracuj Manga Acerola Orgnica 6,27% 1,49% 5,82% 7,91% 6,27% 1,34% 4,18% 10,90% 2,24% 3,73% 4,18% 7,16% 9,10% No orgnica 22,09% 6,57% 12,24% 18,96% 6,27% 2,54% 1,19% 8,81% 3,13% 7,16% 5,97% 1,49% 5,82% No sei 71,64% 22,24% 41,79% 59,40% 18,81% 13,13% 4,03% 37,01% 9,70% 28,66% 23,88% 6,72% 13,73%

13% 20% 67%

Orgnica

No orgnica

No sei

Fonte: JC Consultores Ltda

Consumo de FrutasRenda: De R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 Fruta Melancia Melo Banana Laranja Limo Tangerina Goiaba Mamo Abacate Abacaxi Maracuj Manga Acerola Orgnica 6,27% 1,49% 5,82% 7,91% 6,27% 1,34% 4,18% 10,90% 2,24% 3,73% 4,18% 7,16% 9,10% No orgnica 22,09% 6,57% 12,24% 18,96% 6,27% 2,54% 1,19% 8,81% 3,13% 7,16% 5,97% 1,49% 5,82% No sei 71,64% 22,24% 41,79% 59,40% 18,81% 13,13% 4,03% 37,01% 9,70% 28,66% 23,88% 6,72% 13,73%

23% 65% 12%

Orgnica

No orgnica

No sei

Fonte: JC Consultores Ltda

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Consumo de FrutasRenda: Acima de R$ 10.000,00 Fruta Melancia Melo Banana Laranja Limo Tangerina Goiaba Mamo Abacate Abacaxi Maracuj Manga Acerola Orgnica 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% No orgnica 11,67% 11,67% 24,17% 40,00% 16,67% 9,17% 1,67% 31,67% 5,83% 17,50% 9,20% 13,33% 28,33% No sei 88,33% 27,50% 50,83% 83,33% 37,50% 24,17% 0,83% 45,83% 1,67% 38,33% 40,00% 5,00% 11,67%

33% 67%

Orgnica

No orgnica

No sei

Fonte: JC Consultores Ltda

Em quaisquer das classes de renda pesquisadas, a maioria dos entrevistados disse desconhecer a origem do produto consumido. Os habitantes de So Lus simplesmente no sabem se o produto que esto adquirindo ou no orgnico. O grfico abaixo mostra a tabulao consolidada dos dados de consumo local. A maioria dos entrevistados, 61,36%, disse no saber a origem do produto e 21,65% deles tm certeza de que as frutas consumidas no so orgnicas. Apenas 17% dos entrevistados garantiram que consomem produtos de origem orgnica. Deve-se considerar que uma parte dos consumidores pesquisada mostrou certa confuso em diferenciar o que seria um produto orgnico de um produto no orgnico.

Tipos de produto

17,00% 61,36% 21,65%

Orgnica

No orgnica

No sei

Fonte: JC Consultores Ltda

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importante, entretanto, analisar a qualidade da informao que foi prestada por 17% dos entrevistados. J ficou constatado (item 4.1. AGRICULTURA ORGNICA E O CONSUMIDOR) que 72% dos entrevistados declararam no ter nenhum conhecimento ou pouco conhecimento do que seja agricultura orgnica. Restaram 28% com razovel ou bom nvel de informao ou conhecimento a respeito dessa prtica agrcola. Ainda assim, os entrevistados mostraram certa confuso no que tange ao exato entendimento do que seja agricultura orgnica. Parte daqueles que disseram ter informaes sobre o assunto acreditava que a agricultura orgnica se resumia em produzir sem utilizar insumos qumicos (defensivos, inseticidas e adubos). A valer esse conceito, todos os mini e pequenos produtores que no dispem de recursos para adquirir tais insumos seriam produtores de alimentos orgnicos, o que no verdadeiro. Alm de no utilizar insumos qumicos, a agricultura orgnica, como j ficou demonstrado, utiliza-se de tcnicas de preservao ambiental atravs da manuteno das caractersticas originais do solo para produo. Para obter o status de produtor orgnico, necessria a certificao, fato no constatado junto aos produtores de So Lus. Como se sabe, apenas dois projetos no Estado do Maranho lograram xito na obteno da certificao reconhecida em nvel mundial e nenhum deles est situado em So Lus. No entanto, nem toda produo comercializada em So Lus produzida aqui. O rastreamento dos produtos importados de outras regies a sua origem ser tratado no Captulo 7. importante, portanto, verificar se alimento consumido em So Lus tem origem orgnica, no orgnica ou se vendedor desconhece a sua origem. e o o

5.2. PROJEO DO CONSUMO DOMSTICO Iremos, agora, projetar o potencial de mercado de frutas orgnicas e no orgnicas em So Lus (MA). A estimativa de consumo de frutas no municpio de So Lus foi projetada a partir dos dados levantados na pesquisa. Tomou-se como parmetro a mdia de consumo das famlias entrevistadas. Considerou-se o nmero mdio de pessoas que coabitam na mesma residncia, de forma a encontrar o consumo de cada indivduo por faixa de renda. Em seguida, extrapolou-se esse indicador para o universo pesquisado, na respectiva faixa de renda levando em conta a receptividade aos produtos orgnicos. A projeo aqui elaborada considera to somente o consumo domstico, uma vez que o consumo industrial (bares, restaurantes, hotis, cozinhas de fbricas etc) somente poderia ser levantado atravs de uma pesquisa que cobrisse todo o universo a ser pesquisado.

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PROJEO DE CONSUMO DE FRUTAS Municpio de So Lus (MA) Em kg/msFrutas Melancia Melo Banana Laranja Limo Tangerina Goiaba Mamo Abacate Abacaxi Maracuj Manga AcerolaFonte: JC Consultores Ltda

PROJEO ORGNICO 35.673 15.472 36.857 44.689 29.334 10.592 22.310 63.101 19.803 46.845 37.363 51.329 61.224NO ORGNICO

89.676 33.345 92.423 103.706 30.108 15.709 7.028 54.751 11.388 46.056 28.270 17.787 29.809

NO SEI 323.423 85.558 220.619 282.855 90.126 54.482 14.964 171.349 46.858 130.254 99.091 28.784 69.629

TOTAL 448.772 134.375 349.899 431.250 149.568 80.783 44.301 289.201 78.049 223.155 164.724 97.900 160.662

Verifica-se que a produo dos poucos empreendimentos localizados em So Lus (MA) representa menos de 1% (um por cento) do consumo projetado apenas para as residncias. Percebe-se, portanto, que existe um enorme mercado a ser explorado.

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6.

CONSUMO DE VERDURAS

6.1. ORIGEM: ORGNICA, NO ORGNICA OU DESCONHECIDA? Da mesma forma como se procedeu para pesquisar o consumo de frutas, indagou-se aos entrevistados quais verduras eram regularmente consumidas em sua residncia e qual a origem desses produtos (orgnica, no orgnica ou desconhecida). As respostas obtidas esto tabuladas, em percentuais, nas tabelas seguintes (por faixa de renda). Vai-se perceber, a exemplo dos dados colhidos sobre frutas, que a maioria dos entrevistados desconhece a origem do produto adquirido e uma grande parte tem certeza de que no se trata de produto orgnico.

Consumo de VerdurasRenda: At R$ 500,00 Verdura Alface Couve Repolho Vinagreira Abbora Chuchu Pepino Quiabo Tomate Batata Doce Batata Beterraba Cenoura Cebola Cebolinha Coentro Pimento Orgnica 30,59% 30,38% 13,63% 34,21% 20,20% 5,17% 19,77% 23,99% 4,72% 27,66% 7,03% 5,11% 8,65% 5,78% 31,25% 24,71% 16,47% No orgnica 19,41% 20,25% 27,45% 17,89% 20,71% 23,28% 20,90% 21,67% 32,45% 13,83% 30,47% 29,20% 40,38% 30,27% 12,50% 23,56% 14,47% No sei 50,00% 49,37% 58,92% 47,89% 59,09% 71,55% 59,32% 54,33% 62,83% 58,51% 62,50% 65,69% 50,96% 63,95% 56,25% 51,72% 69,06%

18% 58% 24%

Orgnica

No orgnica

No Sei

Fonte: JC Consultores Ltda

Nas folhas seguintes, apresentamos a tabulao nas demais faixas de renda. Os resultados encontram-se nas tabelas e grficos que ilustram os dados coletados.

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Consumo de VerdurasRenda: De R$ 500,00 a R$ 1.000,00 Verdura Alface Couve Repolho Vinagreira Abbora Chuchu Pepino Quiabo Tomate Batata Doce Batata Beterraba Cenoura Cebola Cebolinha Coentro Pimento Orgnica 40,86% 31,05% 9,71% 46,15% 40,53% 12,97% 30,11% 34,39% 14,35% 22,83% 4,18% 6,57% 4,58% 5,32% 49,65% 50,54% 45,93% No orgnica 8,84% 16,89% 36,48% 9,31% 14,79% 25,32% 15,16% 11,74% 27,77% 25,00% 33,46% 35,03% 37,48% 38,30% 7,99% 13,25% 14,39% No sei 50,29% 52,05% 53,81% 44,53% 44,67% 61,71% 54,73% 53,87% 57,88% 52,17% 62,36% 58,41% 57,94% 56,38% 42,36% 36,21% 39,67%

27% 51% 22%

Orgnica

No orgnica

No Sei

Fonte: JC Consultores Ltda

Consumo de VerdurasRenda: De R$ 1.000,00 a R$ 5.000,00 Verdura Alface Couve Repolho Vinagreira Abbora Chuchu Pepino Quiabo Tomate Batata Doce Batata Beterraba Cenoura Cebola Cebolinha Coentro Pimento Orgnica 10,53% 10,14% 8,12% 23,48% 10,91% 10,12% 12,40% 19,96% 10,45% 20,78% 9,77% 7,25% 9,28% 6,43% 27,75% 23,68% 14,29% No orgnica 18,42% 18,84% 23,86% 8,10% 24,24% 16,07% 18,60% 18,96% 25,07% 20,78% 21,82% 17,87% 16,49% 20,00% 19,14% 12,63% 10,71% No sei 71,05% 71,01% 68,02% 68,42% 64,85% 73,81% 68,99% 61,08% 64,48% 58,44% 68,40% 74,88% 74,23% 73,57% 53,11% 63,68% 75,00%

14% 18% 68%

Orgnica

No orgnica

No Sei

Fonte: JC Consultores Ltda

Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

51

Consumo de VerdurasRenda: De R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 Verdura Alface Couve Repolho Vinagreira Abbora Chuchu Pepino Quiabo Tomate Batata Doce Batata Beterraba Cenoura Cebola Cebolinha Coentro Pimento Orgnica 13,70% 4,26% 13,41% 28,81% 23,53% 10,34% 22,64% 23,26% 6,62% 32,00% 7,41% 9,68% 6,74% 5,04% 24,39% 25,30% 21,21% No orgnica 6,85% 17,02% 12,20% 5,08% 4,41% 10,34% 9,43% 9,30% 25,17% 0,00% 10,37% 9,68% 11,24% 8,40% 2,44% 0,00% 3,03% No sei 79,45% 78,72% 74,39% 66,10% 72,06% 79,31% 67,92% 67,44% 68,21% 68,00% 82,22% 80,65% 82,02% 86,55% 73,17% 74,70% 75,76%

15% 76%

9%

Orgnica

No orgnica

No Sei

Fonte: JC Consultores Ltda

Consumo de VerdurasRenda: Acima de R$ 10.000,00 Verdura Alface Couve Repolho Vinagreira Abbora Chuchu Pepino Quiabo Tomate Batata Doce Batata Beterraba Cenoura Cebola Cebolinha Coentro Pimento Orgnica 33,33% 14,29% 22,73% 6,45% 13,79% 14,29% 10,53% 0,00% 14,29% 23,08% 17,86% 16,22% 0,00% 8,70% 4,76% 9,80% 0,00% No orgnica 10,00% 14,29% 27,27% 29,03% 13,79% 33,33% 36,84% 37,50% 30,00% 7,69% 17,86% 21,62% 14,63% 23,19% 4,76% 23,53% 0,00% No sei 56,67% 71,43% 50,00% 64,52% 72,41% 52,38% 52,63% 62,50% 55,71% 69,23% 64,29% 62,16% 85,37% 68,12% 90,48% 66,67% 100,00%

13% 66% 21%

Orgnica

No orgnica

No Sei

Fonte: JC Consultores Ltda

Av Colares Moreira, 444 S-440 Ed. Monumental Renascena II CEP 65075-441 Fone (0..98) 268.3225 Fax (0..98) 268.3221 Celular: [email protected]

52

No grfico abaixo, que mostra a tabulao consolidada dos dados de consumo local, a maioria dos entrevistados, 59,29%, disse no saber a origem do produto e 20,28% deles tm certeza de que as verduras consumidas no so orgnicas. Apenas 20,43% dos entrevistados garantiram que consomem produtos de origem orgnica.

Tipos de produto

20,43% 59,29% 20,28%

OrgnicaFonte: JC Consultores Ltda

No orgnica

No Sei

6.2. PROJEO DO CONSUMO DOMSTICO Projetaremos o potencial de mercado de verduras orgnicas e no orgnicas em So Lus (MA), tomando como estimativa de consumo os dados levantados na pesquisa. Como parmetro, foi considerada a mdia de consumo das famlias entrevistadas. Considerou-se o nmer