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AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO: PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO DO ENSINO- APRENDIZAGEM Neila Cristiane Gullich [email protected] Orientador: Ilso Fernandes do Carmo. CAMPO NOVO DO PARECIS/2011

AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO …biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20130522114940.pdf · Neila Cristiane Gullich ... Educação Infantil, curso este oferecido

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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO DO ENSINO-

APRENDIZAGEM

Neila Cristiane Gullich

[email protected]

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo.

CAMPO NOVO DO PARECIS/2011

AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO DO ENSINO-

APRENDIZAGEM

Neila Cristiane Gullich

Orientador: Ilso Fernandes do Carmo.

“Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Psicopedagogia com ênfase em Educação Infantil.”

CAMPO NOVO DO PARECIS / 2011

RESUMO

A avaliação é o que mais faz ou deve fazer o educador refletir sobre sua

ação pedagógica, pois esta, por sua vez deve estar a serviço do aluno, para

diagnosticar a situação da sua aprendizagem e, que aponte caminhos para tomada

de decisões dos profissionais da escola para o desempenho do aluno com

qualidade. Este é um tema que me instiga, pois ainda há professores relutantes as

novas formas de avaliar, ou quero dizer, a avaliação diária e contínua. O presente

trabalho foi realizado por mim, aluna do curso de Psicopedagogia com Ênfase em

Educação Infantil, curso este oferecido pela AJES – Instituto Superior de Educação

do Vale do Juruena, sendo proposta de monografia para conclusão do curso. Este

trabalho tem como objetivo refletir sobre o papel da avaliação do desempenho do

aluno, compreendendo como um processo permanente de aprendizagem. Tendo

como suporte teórico-metodológico as leituras bibliográficas realizadas acerca do

assunto, haja vista que o tema “avaliação”, atualmente encontra-se em discussão e

perturba a grande maioria dos docentes e analisando os critérios que são utilizados

para avaliar o desempenho e rendimento dos alunos pela professora do 2º Ano da

Escola Municipal Jardim das Palmeiras. Destaco que há muitos pontos a serem

levados em consideração ao se avaliar um aluno, questão familiar, social,

econômico, maturidade do próprio educando e respectivamente o tipo de avaliação a

ser utilizada.

SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................04 CAPÍTULO 1- A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR.............................................................................................06 CAPÍTULO 2- A PRÁTICA AVALIATIVA DA PROFESSORA DO 2º ANO DA E.M.E.F JARDIM DAS PALMEIRAS........................................................................................23 CONCLUSÃO.............................................................................................................29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................31 ANEXO................................................................................................................... ....33

INTRODUÇÃO

Há muitas reflexões em torno do pensamento humano e como acontece a

construção do conhecimento.

As teorias construtivistas da aprendizagem mostram que o conhecimento

consiste numa reestruturação de saberes anteriores (racionalismo, empirismo) e

nessa dialética o conhecimento não está pronto e acabado, mas em constante

transformação, visto que este processo não acontece de um dia para outro, mas no

confronto com a realidade.

Para verificar como este processo de reflexão e dialética acontece, é que

busco neste trabalho de pesquisa colocar teoricamente sobre uma das principais

preocupações e dificuldades da escola, a avaliação do ensino e da aprendizagem.

Observei diretamente a prática pedagógica da Professora X do 2º ano da

E.M.E.F. Jardim das Palmeiras e os critérios utilizados por ela para avaliar os seus

alunos.

Acredito que a professora apresenta diferentes formas de avaliação do

desempenho e rendimento dos alunos para com eles. Pois estamos num período,

vamos dizer assim, em que a educação passa por olhares mais centrados num

aluno que tem dificuldades e se apresenta de formas diferentes uns dos outros, e

que a avaliação com isso também deve ser pensada em relação a cada um.

Como objetivo geral e específico, busco refletir sobre o papel da avaliação

do desempenho do aluno, compreendendo como um processo permanente de

aprendizagem. Mostrando os diferentes critérios de avaliação e a influência destes

no processo ensino-aprendizagem. Compreendendo a avaliação como um processo

contínuo, dinâmico e transformador. Entendendo a avaliação como mediador na

construção do conhecimento. Percebendo o educando e respeitar sua etapa de

aprendizagem, valorizando todos os aspectos, físico, social e econômico.

O trabalho consiste em um capítulo delineado como apresentação e

abordagem sobre as vias do conhecimento que embasam a prática pedagógica

docente, e como é encarado o tema avaliação por alguns autores, onde busquei

suporte teórico-metodológico para desenvolvimento do trabalho.

Na seqüência, outro capítulo com a apresentação e análise dos dados

coletados, onde faço uma reflexão dos resultados sobre o tema e a prática

pedagógica da professora em relação ao assunto, seu posicionamento e suas

conclusões.

Seguem-se as considerações finais, onde após o trajeto, vejo que os

professores precisam entender o peso da avaliação no ambiente escolar, mudar

suas metodologias quando necessárias para melhor desempenho dos seus alunos

para não pecar contra eles, e cometer equívocos.

Não basta mudar a forma de avaliar o aluno sem antes alterar o que se

pretende avaliar. Isso apenas mascara práticas tradicionais de ensino e pouco

contribui para a formação do aluno. Somente com o esforço conjunto dos agentes

escolares, alunos, professores, equipe escolar e pais de alunos poderão atingir a tão

esperada mudança na Educação.

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CAPÍTULO 1

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO NO CONTEXTO

ESCOLAR

Podemos perceber que a avaliação é um processo constante em nossas

vidas. Avaliamos e somos avaliados continuamente, dentro e fora da escola, tanto

formais como informalmente. Assim como a competência, ou incompetência de

médicos, advogados e outros profissionais liberais pode ser estimada em função da

freqüência com que obtém êxito ou fracasso na prestação de seus serviços, todas

as pessoas no dia-a-dia são submetidas a avaliações, sejam elas na prestação de

concursos, vestibulares ou concorrência a vagas de empregos. Avaliamos um

objeto, ao comprá-lo, a rua que vamos atravessar e até mesmo o que queremos

comer.

Na escola, ela é, com certeza mais notada, por ser o elemento classificatório

do conhecimento e, que acaba por se tornar um meio de punição, dependendo da

pratica exercida pelo educador e o conhecimento que ele tem em relação a ela.

A avaliação é uma das grandes vilãs dos estudantes, especialmente quando

ela visa à hierarquização dos saberes e dos métodos de ensino pretendido. Apesar

de os alunos a todo o momento, quando se fala em avaliação na escola o significado

difere substancialmente.

Apoiado na forma de classificar alunos, educadores podem dar à avaliação

um papel disciplinador, de punição.

De acordo com HOFFMANN (1993), a avaliação tem se caracterizado como

disciplinadora, punitiva e discriminatória, como decorrência, principalmente, sobre a

forma de o professor corrigir e os enunciados que faz a partir dessa correção. Pois

as crianças, principalmente as maiores, comparam as tarefas entre si, os números,

os décimos e os centésimos. Classificam-se eles mesmos, em burros e inteligentes,

e têm sua auto-estima abalada, a ponto de surgirem bloqueios intransponíveis.

Avaliação na prática escolar, seja qual for, possibilita conhecer o quanto o

aluno se aproximou ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem em

determinados objetivos e momentos da escolaridade.

Como diz nos PCN’s: “Avaliar a aprendizagem, portanto, implica avaliar o

ensino oferecido – se, por exemplo, não há a aprendizagem esperada, significa que

o ensino não cumpriu com sua finalidade: a de fazer aprender.” (BRASIL, 2001, p.

84).

Aí me pergunto, será que nós professores já tentamos nos avaliar, será que

fizemos o mínimo possível para auxiliar e facilitar o conhecimento dos nossos

alunos, usamos de várias metodologias para melhor compreensão do conteúdo?

O professor que não retoma do ponto de onde pôde observar que a maioria

dos alunos não está conseguindo mais assimilar o que lhe foi proposto, ele vai

continuar tendo resultados nada satisfatórios.

A insatisfação revela que há problemas a serem enfrentados, tais como a necessidade de reverter um ensino centrado em procedimentos mecânicos, desprovidos de significados para o aluno. Há urgência em formular objetivos, rever conteúdos e buscar metodologias compatíveis com a formação que hoje a sociedade reclama. (...) Soluções que precisam transformar-se em ações cotidianas que efetivamente tornem os conhecimentos matemáticos acessíveis a todos os alunos. (BRASIL, 2001, p.15).

Precisamos mudar conceitos que muitos tem na realização da prática

pedagógica em sala de aula, nós professores temos a possibilidade de fazer isso,

tentar minimizar o que está visível: os fracassos, as desistências, desânimos por

parte dos alunos. Facilitar e instigar o aluno a buscar o conhecimento auxiliando-o e

norteando para uma completa satisfação de resultados, isso é possível.

É necessário fórmulas, métodos, objetivos claros, que visam a deficiência de

aprendizagem dos alunos. Avaliando-o no seu crescimento contínuo. O aluno

precisa compreender os conceitos matemáticos fazendo correlação ao cotidiano.

Pois esta disciplina “é componente importante na construção da cidadania, na

medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos

e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar”. (BRASIL, 2001,

p.19)

Sabe-se que a aprendizagem é um processo do aluno, o conhecimento é

produzido pela interação do sujeito (aluno) com o objeto e/ou meio.

Isto significa que os recursos humanos (como um bom professor) e os

recursos materiais e didáticos (metodologia adequada) são fundamentais para que a

aprendizagem se dê, mas não a garantem. No processo ensino-aprendizagem, o

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protagonista é o aluno. Dele depende a construção do conhecimento que lhe é

oferecido pela escola.

É muito importante o raciocínio e o pensamento por parte do aluno. O

conhecimento mais importante é aquele com que o aluno raciocina.

Nosso ensino é bom na medida em que incentiva a criança a pensar e

raciocinar ao invés de imitar. A aprendizagem deve ocorrer através de descobertas

realizada pela criança.

A ênfase à atribuição de notas (medida) na avaliação tem provocado alguns

desvios significativos, dentre os quais o de lhe dar um caráter meramente comercial,

contabilístico, desconsiderando seu aspecto educacional de orientação do aluno.

Conforme diz LUCKESI (1984), as notas são comumente usadas para

fundamentar necessidades de classificação de alunos, dentro de um continuum de

posições, onde a maior ênfase é dada à comparação de desempenhos e não aos

objetivos instrucionais que se deseja atingir. O aluno é classificado como inferior,

médio ou superior quanto ao seu desempenho e muitas vezes fica preso a esse

estigma, não conseguindo desvelar seu potencial.

Esse caráter, puramente comercial, algumas vezes permeia a relação de

pais e filhos. GOLDBERG (1980), relata que, se as notas dos filhos são excelentes,

os pais oferecem presentes que podem aliciar comportamentos, fazendo com que o

aluno, em vez de estudar para aprender, estude para sair-se bem na prova.

A associação que limita o ato de avaliar ao de atribuir uma nota leva a um

desvio bastante comum: reduzir a avaliação à mera atividade de elaborar e aplicar

instrumentos de medida. Nessa perspectiva, há o grande perigo de se direcionar a

aprendizagem apenas para o domínio de conteúdos de uma prova final, de uma

unidade de ensino ou de um curso. Goldberg 1980), aponta, ainda, o problema de se

considerar a avaliação como aplicação de uma prova final. Segundo a autora, muitos

professores esquecem que é natural e espontâneo considerar, na avaliação, outros

recursos, tais como trabalhos diários, observações e registros, enfim, todas as

atividades que permitem inferir desempenhos.

Assim, é importante, ao se falar em avaliação da aprendizagem, indicar suas

funções, que, segundo GRONLUND (1979), são as de informar e orientar para a

melhoria do processo ensino-aprendizagem. Evidentemente, há uma função

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administrativa formal representada pela nota; porém, a ênfase deveria ser dada ao

aspecto educacional.

O educador moderno, DEPRESBITERIS (1989), trata os erros da criança

como hipótese, gosta de discuti-los, seleciona problemas que estimulam o

raciocínio. A avaliação deve ser uma ação compreensiva e mediadora na trajetória

do aluno, presente em toda a prática pedagógica. Ela deve ter sempre a

preocupação com a aprendizagem dos alunos. Uma avaliação como essa segundo

PERRENOUD (1999), é uma avaliação “que ajuda o aluno a aprender e o professor

a ensinar” (p. 173). Descreve a idéia-base desta avaliação, em que um indivíduo

aprenderá melhor

se o seu meio envolvente for capaz de lhe dar respostas e regulações sob

diversas formas: identificação de erros, sugestões e contra-sugestões, explicações

complementares, revisão das noções de base, trabalho sobre o sentido da tarefa ou

a autoconfiança. (PERRENOUD, 1999, p. 173).

A avaliação sempre deve estar a serviço do aluno, significando que ela não

tenha como objetivo determinar as notas a ser enviadas à secretaria, mas, segundo

DESPREBITERIS (1989), acompanhar o caminho que o aluno faz, descobrir suas

dificuldades e necessidades e alterar os números, se preciso ela é constante e pode

ser feita durante trabalhos em grupo, jogos e brincadeiras. Só que o olhar do

professor, nesses momentos coletivos, deve ser sempre para cada estudante. É

importante ter conversas individuais com os alunos, olhar o caderno e as produções,

perguntar o que aprenderam e do que gostam.

Não podemos deixar de salientar que muitos educadores refletem em seus

alunos a mágoa reprimida do tempo de educandos, ou as atitudes a que foram

submetidos no seu passado escolar.

A avaliação é parte integrante da vida escolar. Embora seja assim, segundo

HOFFMANN (1993), não se pode deixar de considerar que em geral, o sistema de

avaliação atual é parte infeliz da vida escolar.

Apoiado no poder de classificar os alunos, o educador pode dar à avaliação

um papel disciplinador. Premia ou castiga os alunos mediante testes, mais ou menos

rigorosos “dando” ou “retirando” pontos na meia, etc. Por isso, segundo HOFFMANN

(1993), todos e, principalmente os alunos, valorizam a nota e não a aprendizagem.

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Segundo LUCKESI (2000), a avaliação da aprendizagem não é e não pode

continuar sendo a tirana da prática educativa, que ameaça e submete a todos.

Chega de confundir avaliação da aprendizagem com exames. A avaliação da

aprendizagem, por ser avaliação, é amorosa, inclusiva, dinâmica e construtiva,

diversa dos exames, que não são amorosos, são excludentes, não são construtivos,

mas classificatórios. A avaliação inclui, traz para dentro; os exames selecionam,

excluem, marginalizam.

Para entender algumas práticas avaliativas devemos compreender os

conceitos de conhecimento.

Toda vez que se pergunta a alguém o que ele entende por conhecimento, a

primeira resposta normalmente se recebe é a seguinte: “conhecimento é aquilo que

aprendemos na escola, ou nos livros...” ou então: “conhecimento é aquilo que

aprendemos com os pais ou professores”.

De fato as respostas não estão de um todo inadequadas, pois que,

adquirimos conhecimento com os nossos professores, pais, e através dos livros é

real, contudo, ela é insatisfatória na medida em que nos diz de onde adquirimos

conhecimento, mas não informa o que é conhecimento.

O conceito explicativo de conhecimento, segundo HOFFMANN (1993),

nunca está pronto, ele é uma construção que o sujeito faz a partir da lógica que

encontra nos fragmentos da realidade. Para tanto utiliza recursos metodológicos, de

meios e processo de investigação.

Sabemos que não existe um único processo de ensino-aprendizagem. O que

existe, portanto é a aprendizagem onde o aluno é o sujeito. É engano, o professor

pensar que o conhecimento ao ser transmitido ao aluno chegue a ele exatamente

como o professor passou.

Cabe ao professor o dever de estar atento para compreender o caminho do

raciocínio que cada um faz em relação ao que foi ensinado, e com estas

informações, desencadear outros tipos de atividades que irão permitir o avanço do

processo de aprendizagem. O diálogo entre o professor e o aluno, segundo

HOFFMANN (1993), consiste em atividades planejadas, propostas e dirigidas com

intenção de favorecer a sua aprendizagem.

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A maneira como o professor realiza esta questão de ensino aprendizagem

está embasada em uma das três vias do conhecimento, embora muitas vezes ele

não se dê conta disso ou mesmo não tenha conhecimento delas.

A primeira via do conhecimento, segundo LIMA (2003), defendida por

Descartes, chamamos de racionalismo, a qual defende a idéia de que o

conhecimento se dá pela razão, é um processo inato. Segundo ele o conhecimento

do indivíduo se dá pela mente, e não pelos sentidos, partindo de idéias inatas.

A segunda via do conhecimento, segundo LIMA (2003), chamamos de

empirismo. Teve com fundador Locke, que discordava do racionalismo, defendendo

a idéia de que o conhecimento se dá através dos sentidos e da experiência sensível,

sendo esta a única fonte de conhecimento. Para ele o ser humano é vazio de

conhecimento, sendo preenchido pelas experiências vividas. O professor precisa ter

interesse na aprendizagem do aluno, pois este possui condições racionais para tal,

porém não pode deixar de demonstrar amor, ternura, para que a criança se sinta

segura e isto favoreça a sua aprendizagem.

A terceira via do conhecimento, segundo LIMA (2003), o interacionismo,

defendida por Kant, Hegel e mais tarde Piaget, acredita que o conhecimento é

constituído de matéria e forma, ou seja, ação do sujeito sobre o objeto. Kant

distingue dois elementos que integram o processo de conhecimento: dado empírico

“a posteriori” (conteúdo) e estrutura da razão “a priori” (categoria inata). Ele diz que o

pensamento não se adapta as coisas, ele faz as coisas. Para ele cada um tem uma

forma de ver uma mesma situação que só depende do seu olhar.

O racionalismo e empirismo, segundo LIMA (2003), depositam na avaliação

o poder de definir se a criança aprendeu ou não e, muitas vezes punir, chantagear e

amedrontá-la, valendo-se de sua autoridade para não perder o controle sobre os

educandos. Depois de um ano letivo, se a criança devolver ao menos 50% do que

lhe foi ensinado, está apta para cursar a série seguinte. Esta forma de ensino e

avaliação resulta cidadãos passivos, submissos e revoltados.

Em oposição a esta prática, segundo LIMA (2003), surge o interacionismo ou

dialética, que vê a avaliação como forma de perceber os avanços e dificuldade da

criança, e oportuniza o educador a realizar uma reflexão sobre a sua prática

docente.

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Estas tendências pedagógicas, segundo LIMA (2003), originaram-se de

movimentos sociais e filosóficos, num dado momento histórico e têm por finalidade

propiciar mudanças nas práticas didático-pedagógicas, e inclusive nas formas

avaliativas.

Avaliar, segundo LUCKESI (1998), significa: Determinar a valia ou o valor

de; apreciar ou estimar o merecimento de: avaliar um caráter; avaliar um esforço;

etc. Com esta significação, a avaliação se encerra com a determinação de um juízo

de valor sobre a realidade.

Dentro da perspectiva pedagógica, esta concepção não é suficiente, pois,

segundo LUCKESI (1998), a avaliação do aproveitamento escolar precisa ser

praticada como uma atribuição de qualidade dos resultados da aprendizagem dos

alunos e percebida como um ato dinâmico, que precisa ter como objetivo final uma

tomada de decisão que vise a direcionar o aprendizado para o pleno

desenvolvimento do educando. Essa visão é ampliada, quando se considera que

"avaliar é ser capaz de acompanhar o processo de construção de conhecimento do

educando, para ajudar a superar obstáculo"

PERRENOUD (2001), por sua vez, afirma que a avaliação tradicional, além

de produzir fracasso, empobrece o processo de ensino-aprendizagem, induzindo os

professores a utilizarem didáticas conservadoras.

De acordo com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(BRASIL, 1996), a avaliação do rendimento escolar do aluno deverá observar os

seguintes critérios: contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência

dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do

período sobre os de eventuais provas finais; possibilidade de aceleração de estudos

para alunos com atraso escolar; possibilidade de avanço nos cursos e nas séries

mediante verificação do aprendizado. (BRASIL, 1996).

O mito que ainda persiste, segundo LUCKESI (1998), é de que uma escola

que não reprova não é uma escola de qualidade. A grande resistência dos

professores em, ainda, manter a aprovação e a reprovação, e mesmo criticar novas

estratégias, como regimes seriados e escolaridade por ciclos, se explica pela

necessidade natural de uma sociedade em desenvolvimento de perceber a sua

escola como uma escola de qualidade. E a escola de qualidade que se conhece é

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aquela conservadora, tradicional, a que os pais estudaram e que as famílias

conhecem.

Por outro lado, nesse processo de mudança, muitas escolas e professores

entenderam o processo de não-reprovação como um processo de não-avaliação.

Uma das questões que encontramos freqüentemente é que os professores dizem

que agora não fazem mais provas, que, estão seguindo o processo de "avaliação

mediadora". Isso é um sério equívoco, por que, mesmo que o termo "prova" possa

nos agredir, pelo seu significado de uma "prova" terminal, o teste, a tarefa e o

exercício são extremamente necessários para o acompanhamento do aluno.

Na escola tradicional, segundo LUCKESI (1998), as avaliações são pontuais

(realizadas em determinadas datas), investigativas (pretende-se descobrir quem

aprendeu e quem não aprendeu), dependentes de exames (única fonte para

atribuição de notas), classificatórias (colocam-se os alunos em ordem decrescente

de notas obtidas) e excludentes (os alunos aprovados são promovidos, mas os

alunos reprovados são retidos ou excluídos da escola).

Em linhas gerais, a avaliação realizada em escolas tradicionais constitui,

segundo LUCKESI (1998), uma etapa estanque, posterior às etapas de ensino e de

aprendizagem, culminando com a etapa de classificação dos alunos. Na etapa de

ensino, os professores colocam-se à frente dos alunos e expõem a matéria, falando

a maior parte do tempo e, às vezes, escrevem na lousa; e os alunos ficam ouvindo,

concentrados, enquanto anotam em seus cadernos toda a matéria exposta. Na

etapa da aprendizagem, os alunos fazem os exercícios em classe, mostram as

lições feitas em casa e participam do desenvolvimento de projetos etc. Na etapa da

avaliação, ao final de cada aula e de cada bimestre, os professores submetem os

alunos a provas, exames e testes para avaliar o quanto os alunos aprenderam ou

deixaram de aprender.

Segundo pesquisas, de acordo com SOUSA (1993), ato de avaliar deve

estar fundamentado nos seguintes pontos:

1.Continuidade: a avaliação deve estar presente durante todo o processo

educacional e não somente em períodos específicos;

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2. Compatibilidade com o objetivo proposto: a avaliação deve estar em conformidade

com os objetivos definidos como norteadores do processo educacional para que

venha realmente cumprir a função de diagnóstico.

3. Amplitude: a avaliação deve estar presente em todas as perspectivas do processo

educacional, avaliando assim todos os comportamentos do domínio (cognitivo

afetivo e psicomotor);

4. Diversidade de forma: para avaliar devemos utilizar as várias técnicas possíveis

visando também todos os comportamentos do domínio.

Com base nestes pressupostos, podemos afirmar que a realidade do

processo avaliativo é completamente oposta a filosofia da educação

problematizadora necessária em nossas escolas.

Avaliar, é um ato extremamente complexo, cuja responsabilidade não é

competência única do professor, mas sim de todos os elementos integrantes do

processo educacional (alunos, pais e administradores). Essa centralização no

professor apenas consolida o modelo econômico mundial e suas relações de poder,

plenamente exercida em nossas escolas.

O sistema econômico atualnão precisa educar todos os homens, pois trata-se

de um sistema excludente, que não está preocupado com a totalidade, vendo a

educação, e conseqüentemente suas formas de avaliação e desempenho, como

meio para agilizar o desenvolvimento econômico, e não como compromisso ético

com as pessoas.

Assim sendo, segundo SOUSA (1993), a dinâmica de estrutura das

sociedades de classes dominantes utiliza a educação como um instrumento de

dominação, uma vez que essas sociedades são governadas por grupos dominantes

e a cultura é postulada conforme o interesse desses grupos, e, sobretudo enfatiza

essa influencia na escola, por sua condição de produção de saber por excelência.

Ainda com o mesmo autor, nesse contexto, a escola, a didática, o currículo

escolar e, sobretudo a avaliação, são reflexos dessa estrutura complexa de relação

de poder. A realidade então passa a ser o exercício da coação, da escola como

obrigação, do professor como autoridade máxima e incontestável, onde estar na sala

de aula é desprazer.

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Continuando com SOUSA (1993), o fracasso escolar é visto então, como

uma questão individual, próprio de cada aluno e seus problemas. No entanto, não

podemos responsabilizar somente à ele, nem tão pouco ao professor, que muitas

vezes não é preparado para esta outra função - a de avaliador. Precisamos,

sobretudo, rever os paradigmas da avaliação do desempenho escolar, bem como da

educação como um todo, para que a aprendizagem do aluno possa ir para além da

sala de aula.

O modelo classificatório de avaliação, onde os alunos são considerados

aprovados ou não aprovados, segundo SOUSA (1993), oficializa a concepção de

sociedade excludente adotada pela escola. O resultado da avaliação é considerado

portanto, como uma sentença, um veredicto oficial da capacidade daquele aluno que

fica registrado e é perpetuado para o resto de sua vida. O mais triste porém é que a

publicação dos resultados não revela o que o aluno conseguiu aprender, é um

resultado fictício, definindo um perfil, pela cristalização desse falso resultado.

Rever a concepção de avaliação, segundo SOUSA (1993), é rever,

sobretudo as concepções de conhecimento, de ensino, de educação e de escola.

Impõe pensar em um novo projeto pedagógico apoiado em princípios e valores

comprometidos com a criação do cidadão. Somente após essa consciente revolução

é que a avaliação será vista como função diagnóstica e transformadora da realidade.

A respeito disso, LUCKESI (1998), nos lembra que, por muitas vezes, o que

fazemos no nosso sistema educacional é verificação da aprendizagem,

representada por notas ou conceitos, cuja meta principal é classificar alunos em

aprovados, reprovados, ou colocá-los sob suspeita de apresentar distúrbios ou

dificuldades de aprendizagem. Para o autor, esse procedimento difere do real

sentido da avaliação, que na sua ótica é compreender os progressos, limitações e

dificuldades que os alunos encontram para alcançar os objetivos pedagógicos

propostos.

Nessa mesma linha, HOFFMANN (1998), ressalta que a avaliação, quando

praticada como uma função classificatória e burocrática revela um princípio de

descontinuidade e de fragmentação do conhecimento. Desta forma, o professor

executa apenas uma imposição burocrática e o aluno sofre com as conseqüências

desse processo avaliativo, e, nesse caso, ambos perdem nesse momento e

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descaracterizam a avaliação de seu significado básico de investigação e

dinamização do processo de conhecimento.

Portanto, segundo ESTEBAN (2002), neste modelo a avaliação

classificatória funciona na lógica da seleção e da hierarquia de saberes e de

pessoas, contribuindo para a competição, homogeneidade e exclusão dentro do

contexto escolar, pois atua no prisma da negação; negação do outro, do diferente,

de suas práticas, de seus saberes, de suas formas de vida, de seu contexto cultural,

de sua realidade social, negação do diálogo e das múltiplas possibilidades.

Por sua vez, HOFFMANN (1998), também considera fundamental a postura

questionadora do professor e percebe a avaliação como reflexão transformada em

ação, que desencadeia sempre novas reflexões. A autora identifica esse processo

como interativo, pois, através dele, educandos e educadores aprendem sobre si

mesmos, bem como sobre a realidade educacional durante a própria prática

avaliativa.

A concepção de avaliação contemplada nos Parâmetros Curriculares

Nacionais (BRASIl, 2001), é compreendida como:

Elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino; conjunto de ações cujo

objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o aluno

aprenda da melhor forma;

Conjunto de ações que busca obter informações sobre o que foi aprendido e

como;

Elemento de reflexão contínua para professor sob sua prática educativa;

Instrumento que possibilita ao aluno tomar consciência de seus avanços,

dificuldades e possibilidades ação que ocorre durante todo o processo de ensino

e aprendizagem e não apenas em momentos específicos caracterizados como

fechamento de grandes etapas de trabalho.

Para obter informações em relação aos processos de aprendizagem é

necessário considerar a importância de uma diversidade de instrumentos e

situações, para possibilitar, por um lado avaliar as diferentes capacidades e

conteúdos curriculares em jogo, e, por outro, contrastar os dados obtidos e observar

a transferência das aprendizagens em contextos diferentes.

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É fundamental a utilização de deferentes linguagens, como a verbal, a oral, a

escrita, a gráfica, a numérica, a pictórica, de forma a considerar as diferentes

aptidões os alunos. Por exemplo, muitas vezes o aluno não domina a escrita

suficientemente para expor um raciocínio mais complexo sobre como compreende

um fato histórico, mas pode fazê-lo perfeitamente bem em uma situação de

intercâmbio oral, como em diálogos, entrevistas ou debates.

Considerando essas preocupações, o professor realiza a avaliação,

conforme os PCN’s (BRASIL, 2001, p. 84-85), por meio de:

Observação sistemática: acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos, utilizando alguns instrumentos, como registro de tabelas, listas de controle, diário de classes e outros;

Análise das produções dos alunos: considerar a variedade de produções realizadas pelos alunos, para que se possa ter um quadro real das aprendizagens conquistadas. Por exemplo: se a avaliação se dá sobre a competência dos alunos na produção de textos, deve-se considerar a totalidade dessa produção, que envolvem desde os primeiros registros escritos, no caderno de lição, até os registros das atividades de outras áreas e das atividades realizadas especificamente para esse aprendizado, além do texto produzido para os fins específicos desta avaliação;

Atividades específicas para a avaliação: os alunos devem ter objetividade ao expor sobre um tema, ao responder a um questionário. Para isso, é importante, em primeiro lugar, garantir que sejam semelhantes às situações de aprendizagem comumente realizadas em sala de aula; em segundo lugar, deixar claro o que se pretende avaliar, pois, inevitavelmente, estarão mais atentos a esses aspectos.

Um professor deve ainda ter os meios de construir seu próprio sistema de

observação, interpretação e intervenção em função de sua concepção pessoal de

ensino, dos objetivos, do contrato didático, do trabalho escolar (PERRENOUD

1999).

A Teoria das Inteligências Múltiplas, organizada por GARDNER (1995),

propõe uma reestruturação significativa na forma pela qual os educadores avaliam a

aprendizagem dos alunos. Esta teoria é um modelo cognitivo que tenta descrever

como os indivíduos usam suas inteligências para resolver problemas e criar

produtos. Surgiu como uma contraposição aos testes de inteligência de Binet e

propõe a existência de um espectro de inteligências a comandar a mente humana.

GARDNER (1995), apresenta uma visão multifacetada de inteligência e uma

percepção pluralista da mente.

A teoria de GARDNER (1995), sugere múltiplas maneiras de avaliar os alunos

e assegura que os alunos devem ser capazes de mostrar competência em uma

17

determinada habilidade, assunto, área de conteúdo ou domínio em qualquer uma de

várias formas.

Essa perspectiva de avaliação da aprendizagem do aluno acredita que se os

alunos são beneficiados quando aprendem de diversos modos, também se

beneficiarão ao demonstrarem seus conhecimentos utilizando várias formas.

A teoria das Inteligências Múltiplas oferece uma estrutura tanto para o ensino

em sala de aula quanto para a avaliação. Alguns alunos acham mais fácil

compartilhar o que aprenderam através de gráficos, representações, canções,

diários, modelos ou desenhos animados, do que através do lápis e do papel.

Então, a prática avaliativa deve ser capaz dei r além de avaliar a

aprendizagem, entender o valor do aluno e propiciar o seu crescimento como

indivíduo e como integrante de uma sociedade. E que acima de tudo, seja uma

avaliação envolvida com uma prática pedagógica real, inovadora e não excludente.

Avaliação seja qual for segundo ROMÃO (2001), possibilita conhecer o

quanto o aluno se aproximou ou não da expectativa de aprendizagem que o

professor tem em determinados objetivos e momentos da escolaridade.

As avaliações de aprendizagem acontecem constantemente, sendo

realizadas com as oportunidades oferecidas no seu dia-a-dia. Devem-se prever

momentos de avaliação a curto, médio e longo prazo.

Elas subsidiam o professor com elementos importantes para a reflexão

contínua sobre a sua prática, para a criação de novos instrumentos de trabalho,

retomando aspectos para melhor adequação e ajustes.

De acordo com os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais, (BRASIL,

2001), é importante que ocorra uma avaliação investigativa no início do ano, pois

servirá para o docente obter informações necessárias para propor atividades e gerar

novos conhecimentos. Mesmo que o professor acompanhe a mesma turma de um

ano para o outro, é importante, até porque os alunos não deixam de aprender no

período de férias, e muita coisa pode ser alterada neste intervalo de período letivo.

Lembrando que este tipo de avaliação não deve ser aplicado somente no início de

ano ou de semestre; são convenientes sempre que o professor propuser novos

conteúdos ou novas sequências de situações didáticas.

18

Segundo SANTOS (1961), ensinar não é transmitir dogmaticamente

conhecimentos, mas dirigir e incentivar com habilidade e método, a atividade

espontânea e criadora do educando. Nessas condições, o ensino compreende todas

as operações e processo que favorecem e estimulam o curso vivo e dinâmico da

aprendizagem.

Conforme as leituras realizadas, segundo Marcetto (1985), apud Débora

Osório (2002, p 06), existem alguns princípios importantes a serem considerados por

todos os que se preocupam com a aprendizagem do aluno, que são:

A aprendizagem deve envolver o aluno, ter um significado com o seu contexto,

para que realmente aconteça;

A aprendizagem é pessoal, pois envolve mudanças individuais;

Objetivos reais devem ser estabelecidos para que a aprendizagem possa ser

significativa para os alunos;

Como a aprendizagem se faz um processo contínuo, ela precisa ser

acompanhada de feedback visando fornecer os dados para eventuais correções;

Como a aprendizagem envolve todos os elementos do sistema, o bom

relacionamento interpessoal é fundamental.

No entanto, na realidade das escolas, quando procuramos decodificar o

significado de ensinar, as idéias definem o professor como agente principal e

responsável pelo ensino, sendo as atividades centralizadas em suas qualidades e

habilidades. Aprender também relaciona um único agente principal e responsável, o

aprendiz (aluno), estando as atividades centradas em suas capacidades,

possibilidades e condições para que aprenda.

Diante deste contexto, percebemos que o perfil do educador não mudou

muito. Na verdade, poucos são os que fogem ao conceito de educação bancária, ou

seja, o saber não passa de uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam

que nada sabem, cabendo então aos sábios dar, entregar, transmitir o seu grande

saber. Portanto, a educação se torna um simples ato de depositar, onde os

educandos são os depositários e o educador o depositante.

Infelizmente a didática continua presa ao repasse mecânico, à aula

expositiva, para ser copiada e decorada. Depois é restituída na prova e, finalmente,

19

na "cola" é copiada com a máxima perfeição. Portanto aula, prova e cola são

sinônimos no espírito da coisa.

Segundo FREIRE (1987, p. 68), "ninguém educa ninguém, ninguém educa a

si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo", ou seja, a

educação problematizadora é como prática de liberdade; exige de seus personagens

uma nova concepção de comportamento. Ambos são educadores e educandos,

aprendendo e ensinando em conjunto, mediatizados pelo mundo.

Aprender é apenas meio. A qualidade da formação básica é o fator

modernizante mais eficaz da sociedade e da economia.

Muito embora a valorização da educação no sistema produtivo moderno não

mude a essência do capitalismo, introduz, na sombra de vantagem para o capital,

oportunidades pertinentes para o trabalhador, que incluem parâmetros menos

drásticos de exploração da mão-de-obra, sem falar no suporte para a cidadania do

trabalhador.

A educação é componente substancial de qualquer política de

desenvolvimento, não só como bem em si e como mais eficaz instrumentação de

cidadania, mas igualmente como o primeiro investimento tecnológico.

Segundo essa linha, o educador passa a ser o problematizador, que desafia

os educando que são agora investigadores críticos, permeados por constantes

diálogos, pois a educação como prática de liberdade deve negar o conceito de

isolamento e abstração do ser humano, assim como tornar o mundo uma presença

constante em seu diálogo.

A educação tem sofrido várias mudanças e as escolas estão tendo maior

autonomia para decisões, inclusive na questão da avaliação e as escolas não

podem ficar fora desse processo. A avaliação não serve para avaliar somente o

aluno, mais também serve para avaliar o professor e sua equipe pedagógica. As

escolas elaboram os procedimentos de condução de seus trabalhos. "Apesar de as

normas regimentais serem comuns aos vários sistemas, a escola pela nova LDB, é

responsável pela elaboração dos seus próprios regimentos." (ROMÃO, 2001, p. 8).

As escolas devem lutar por aberturas no sentido de terem mais espaços

para tomada de decisões. Esse processo de mudança não deve ser aceita pro uma

minoria, todos os professores e demais membros das escolas devem buscar essas

20

mudanças para que haja um ensino com qualidade e não uma mera soma de

quantidades que se resumem em notas e aprovações ou reprovações, temos que

buscar além de tudo o prazer em dar aula e o aluno o prazer por estudar.

A avaliação precisa ser analisada em dois níveis, os efeitos dentro da sala

de aula e objetivos propostos pela escola e o que essa avaliação traz de positivo e

negativo. Os educadores preocupados em vencer o conteúdo e cobra-los nas

avaliações, ocultando o debate crítico e fazem com que a avaliação não tenha

objetivo se tornando uma mera reprodução de conhecimento transmitido pelo

educador.

O planejamento é de suma importância para que o professor consiga atingir

seus objetivos, havendo uma ligação entre conteúdo e a avaliação aplicada.

Os instrumentos de avaliação da aprendizagem, também, não podem ser

quaisquer instrumentos, mas sim os adequados para coletar os dados que estamos

necessitando para configurar o estado de aprendizagem do nosso educando. Isso

implica, segundo LUCKESI (2000), que os instrumentos: a) sejam adequados ao tipo

de conduta e de habilidade que estamos avaliando (informação, compreensão,

análise, síntese, aplicação...); b) sejam adequados aos conteúdos essenciais

planejados e, de fato, realizados no processo de ensino (o instrumento necessita

cobrir todos os conteúdos que são considerados essenciais numa determinada

unidade de ensino-aprendizagem; c) adequados na linguagem, na clareza e na

precisão da comunicação (importa que o educando compreenda exatamente o que

se está pedindo dele); adequados ao processo de aprendizagem do educando (um

instrumento não deve dificultar a aprendizagem do educando, mas, ao contrário,

servir-lhe de reforço do que já aprendeu. Responder as questões significativas

significa aprofundar as aprendizagens já realizadas.).

Assim, para qualificar a aprendizagem de nossos educandos, importa, de um

lado, ter clara a teoria que utilizamos como suporte de nossa prática pedagógica, e,

de outro, o planejamento de ensino, que estabelecemos como guia para nossa

prática de ensinar no decorrer das unidades de ensino do ano letivo. Sem uma clara

e consistente teoria pedagógica e sem um satisfatório planejamento de ensino, com

sua conseqüente execução, os atos avaliativos serão praticados aleatoriamente, de

forma mais arbitrária do que o são em sua própria constituição. Serão praticados

sem vínculos com a realidade educativa dos educandos.

21

Verdadeiramente, segundo os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais,

BRASIL, 2001), a avaliação realizada continuamente ajuda a avaliação final, isto é,

se o professor acompanha o aluno ao longo do processo, pode saber se o aluno já

aprendeu sobre os conteúdos trabalhados. Esses momentos, da mesma forma, são

importantes tanto para o professor quanto para o aluno para que formalizem o que

foi ou o que não foi aprendido.

A avaliação que intenciona verificar a relação entre a construção do

conhecimento por parte dos alunos e o objetivo a que o professor se propôs,

segundo os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais, BRASIL, 2001), é

indispensável para se saber se todos os alunos estão aprendendo e quais condições

estão sendo ou não favoráveis para isso.

Os critérios de avaliação, segundo HOFFMANN (1993), têm um papel

importante, pois mostram o que se espera da aprendizagem, a partir dos objetivos e

conteúdos propostos; podendo organizar de forma lógica os conteúdos. Esses

critérios, não essencialmente, precisam expressar todos os conteúdos que foram

trabalhados, mas principalmente aqueles fundamentais para que possa considerar

que o aluno adquiriu as capacidade que se espera de forma que possa dar

continuidade num período ou ano seguinte.

A partir das avaliações, segundo HOFFMANN (1993), precisam ser tomadas

decisões pedagógicas decorrentes dos resultados obtidos, o que dá certa influencia

na aprovação ou reprovação. Trata-se de uma decisão comprometedora, uma vez

que o professor deve analisar bem a aprendizagem dos alunos para melhor

aproveitamento nas séries seguintes, sem porém manter o aluno na mesma série

injustamente.

Avaliar pode se constituir num exercício autoritário do poder de julgar ou, ao contrário, pode se constituir num processo e num projeto em que o avaliador e o avaliando buscam e sofrem uma mudança qualitativa. É nesta segunda prática de avaliação que podemos encontrar o que uns chamam de avaliação emancipadora e que, na falta de melhor expressão, eu chamaria de concepção dialética da avaliação. (DEMO, 1999, p. 1 e 2)

22

CAPÍTULO 2

A PRÁTICA AVALIATIVA DA PROFESSORA DO 2º ANO DA E.M.E.F JARDIM

DAS PALMEIRAS

Partindo do estudo sobre a avaliação, dei continuidade ao trabalho fazendo

uma comparação entre teoria que estudei e a prática exercida pela professora do 2º

ano da escola então já mencionada. Minha análise foi feita através de entrevista

oral, acompanhamento em sala de aula com observação direta sobre os alunos e

observação indireta sobre a professora mencionada.

Em nenhum momento a professora hesitou em relatar como realizava e

compreendia a avaliação de seus alunos.

Na entrevista procurei saber como a professora X via o processo de

avaliação de seus alunos, quais recursos e instrumentos utilizava e se tinha base de

conhecimento das vias: empirista, racionalista e interacionista, e se seguia alguma

delas.

A professora diz conhecer as vias do conhecimento e considera-se

construtivista, porém ressalta que de algumas vazes se faz valer de atitudes

tradicionalistas que julga necessárias em determinados conteúdos ou

planejamentos. Para ela a avaliação é uma forma de perceber o que o aluno

aprendeu, rever a própria prática pedagógica, sendo assim uma avaliação para o

aluno e para o professor ao mesmo tempo. Trata-se de um subsídio ao professor,

para que ele tenha noção do conteúdo aprendido ou não pelo aluno, se foi ou não

compreendido e, ao mesmo tempo, reparar se sua prática pedagógica está

proporcionado ao aluno condições de aprendizagem. Não é um método de aprovar,

reprovar ou ate mesmo chantagear o aluno, e sim uma forma de o professor tomar

conhecimento da caminhada do aluno. Deixou claro que a avaliação é compreendida

como um instrumento de diagnóstico do nível de aprendizagem dos alunos, em

relação ao que foi estudado e, as habilidades de raciocínio e lógica desenvolvida é

um ato continuo, pois dessa maneira pode-se perceber o conhecimento inicial do

aluno e o que vem adquirindo no decorrer dos estudo. Sendo assim, envolve

disciplina e maturidade, não para medir conhecimento, mas sim, para verificar o que

aprendeu e retomar se e quando necessário.

A professora X afirma que a avaliação em sua turma é feita diariamente

através das atividades realizadas em sala, interesse e participação, cumprimento

das atividades, compreendendo que a aprendizagem acontece num processo

contínuo então avaliação também o deve ser.

Ela, a professora, diz que a criança deve ser observada e acompanhada no

seu desenvolvimento dia-a-dia, e que ela não realiza “prova” como muito se fazia um

tempo atrás. Não é uma avaliação que vai determinar se o aluno está apto ou não a

seguir de série. Precisa-se tomar nota de tudo que acontece na sala. E é o que ela

faz, a professora X me mostrou um caderno de anotações sobre o que cada aluno

realizava e anotava quando observava que a criança por algum motivo não está

acompanhando normalmente a aprendizagem do demais, compreendendo que cada

aluno tem seu momento de aprender. Com essas anotações ela consegue colocar

para os pais quando estes participam e colaboram para/com a aprendizagem doS

seus filhos de forma clara, prática e de forma de poder cobrar dos pais uma

colaboração maior para o desenvolvimento escolar do seu filho. Pois a professora

conta que se disponibiliza duas a três horas semanais dentro da sua carga horária

de hora atividade para atender os alunos que necessitam de um reforço, com um

trabalho mais individualizado, onde ela consegue descobrir mais ainda o aluno e

consegue sanar as suas dificuldades.

A professora relata também que muitas vezes a parte que compete a família

permanece debilitada, uma vez que a grande maioria das famílias dos alunos da

escola, são desestruturadas, os pais são analfabetos e por isso não acompanham a

vida escolar dos filhos como deveriam.

Durante a observação pude ver que os alunos tem um livre acesso de forma

organizada, de perguntar, de ir até a professora, ela chama os alunos até sua mesa

quando percebe que o aluno precisa de uma ajuda, ela também vai até eles quando

vê que o aluno é muito tímido.

Nas aulas que considera um reforço que é realizado no horário contrário da

aula, os alunos tem acesso a jogos lúdicos, metodologias diferenciadas para o

despertar da aprendizagem, tendo um espaço maior para se expressar sendo que

são cinco a seis crianças com mais dificuldades que a professora chama.

2412

Segundo HOFFMANN (1993, p. 53), “um dos princípios da teoria

construtivista é fundamental à avaliação: o desenvolvimento do individuo se dá por

estágios evolutivos do pensamento e suas vivências.” E complementa sua visão com

a fala de Piaget: “os novos comportamentos cujo aparecimento define cada fase,

apresentam-se sempre como um desenvolvimento das fases precedentes”. (Piaget,

1987, p.358). Para Piaget em LIMA (2003), ao longo de sua vida, a criança passa

por fases, as quais denominou: estágios do desenvolvimento cognitivo. Esta divisão

não e rígida em termos de idade de criança, uma vês que a maturidade dos serres

humanos é características pessoal de cada um. Há uma flexibilidade quanto a essa

divisão, por se levar em conta os estímulos recebidos por cada criança, estímulos

esse vindos da pessoas que o cercam e do ambiente ao qual está inserido.

Quanto mais rico em estimulações for o ambiente, segundo HOFFMANNN

(1993), maior será o desenvolvimento da inteligência. Esse desenvolvimento é

gradual e continuo, podendo ocorres que algumas crianças acelerem e ultrapassem

estágios em idades precoces, ou também que retardem seu desenvolvimento. O que

é certo é que todas as crianças passam por todos os estágios. Os estágios do

desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget são: estágios sensório-motor, pré-

operacional, operações formais.

O estágio sensório motor, segundo Piaget em LIMA (2003), compreende a

idade de zero a dois anos e é onde a atividade intelectual da criança é de natureza

sensorial e motora. Daí a importância das estimulações ambientais para o

desenvolvimento cognitivo. O estágio pré-operacional, compreende a idade de dois

a sete anos e, caracteriza pelo desenvolvimento da capacidade simbólica da

criança. No estágio das operacionais concretas, que vai dos sete aos doze anos, a

inteligência se torna representativa, o que quer dizer que cada objeto evocado em

imagem. Não há mais necessidade da presença do objeto. Há uma mensagem

mental que permite a criança evocar esse objeto em ausência. Este estágio

corresponde ao início da adolescência e é uma fase de transmissão de mudanças e

conflitos, é também nesta fase que o adolescente desenvolve capacidades para

pensar em termos de hipóteses, probabilidades, e o raciocínio científico emerge em

sua forma mais sistemática e refinada. Enfim, chega o estágio das operações

formais, que compreende a partir dos doze anos, esta fase caracteriza por um

grande desenvolvimento da inteligência. Não podemos, porém, esquecer que o

2512

desenvolvimento intelectual é acompanhado por profundas mudanças sócio-

emocionais. É hora de incertezas, indagações e mudanças emocionais. Tal

desenvolvimento depende, da mesma forma, do meio social que pode acelerar ou

retardar esse desenvolvimento.

Segundo Piaget em LIMA (2003), o professor deve respeitar o nível de

desenvolvimento. Não se pode ir além de suas capacidades, e nem deixa-las agir

sozinhas.

É determinante para o desenvolvimento da autonomia a interação adulto-

criança, tendo respeito pelo interesse e vontade da criança em resolver, por exemplo

no ato, um atividade quando a professora pede que espere, para dizer como se faz.

É um bom começo para observar a relação de autoritarismo e controle da avaliação

e análise da postura dos professores em termos da correções das tarefas feitas

pelos alunos em todas as situações de aprendizagem.

Na visão tradicional da avaliação, segundo DEPRESBITERIS (1989), a

classificação do aluno se dá a partir do processo corretivo. Ou seja, decorrentes da

contagem de erros e acertos em tarefas, atribui-se tradicionalmente, medias finais

aos alunos, classificando-os em aprovados ou reprovados em cada período letivo.

Segundo Piaget em LIMA (2003), a avaliação tem que ser feita

individualmente, pois para avaliar, o conhecimento, não poderia ser feito de maneira

globalizada já que cada um tem sua forma de assimilação de conhecimento. Este

processo de ensinar e aprender não constitui uma prática neutra.

Ainda em HOFFMANN (1993), este processo implícito ou explicitamente,

fundamenta-se em teorias que traduzem uma aceitação de homem, de mundo,

sociedade, cultura, educação e ensino. Ao analisarmos o conhecimento do aluno

sobre forma de avaliação nós educadores não devemos levar em conta apenas os

conteúdos trabalhados, mas vários fatores que tenham peso preponderante, no

desenvolvimento das estruturas do pensamento da linguagem, ou, mesmo da

afetividade.

A avaliação que foi durante décadas um instrumento ameaçador e

autoritário, esta mudando, mas continua sendo um dos grandes desafios da

educação moderna. E que devemos antes de tudo ter em mente que não há certo e

2612

um errado quando se fala em avaliação. O ideal é mesclá-los, adaptando-os as

necessidades e realidades de cada turma e aos objetivos de cada educador.

A soma desses elementos indica a evolução dos estudantes e permite à

professora conhecer a maneira particular de cada um apreender. Quanto mais

completa for a análise sobre o conhecimento cognitivo da criança, mais chance de

ajuda-la.

Através de todas as leituras realizadas e conceitos formados posso destacá-

los em pontos, em que a avaliação deve:

Estar integrada ao ensino-aprendizagem;

Propiciar informação (para professor e aluno) sobre possíveis iniciativas para

modificar o trabalho;

Ser percebida, por alunos e professores, como instrumento de ajuda;

Ser vista pelo professor como um instrumento investigativo para retroalimentar o

seu curso;

Não ser seletiva ou classificatória, isto é, preocupada em classificar os alunos em

“bons” ou “ruins”;

Contemplar vários aspectos da aprendizagem, e não só a memorização;

Procurar discernir progressos dos alunos;

Ser um instrumento que busca refletir a qualidade de aprendizagem;

Objetivar que a maioria dos alunos consiga se sair bem;

Ser diferenciada conforme os objetivos: na avaliação inicial, busca-se reconhecer

as idéias dos alunos; na avaliação formativa, busca-se retroalimentar o ensino-

aprendizagem do curso; na avaliação somativa, busca-se o diagnóstico final;

Ser instrumento a serviço da melhora do ensino.

A avaliação e o planejamento são atividades inseparáveis; formam um

processo único, no qual devem ser definidos os objetivos, os conteúdos, as

estratégias de ensino, os critérios e as formas de avaliar.

O que acontece, porém, é que, em vez de serem valorizados em seus

aspectos educacionais, o planejamento do ensino e a avaliação da aprendizagem

são transformados em atividades burocráticas, formais.

O planejamento é o momento de refletir sobre os objetivos a serem

atingidos, sobre como alcançá-los e sobre como avaliar o que se planejou. É

2712

freqüentemente confundido com o plano de ensino, registro formal do planejamento.

A cobrança ao professor é feita quanto ao papel escrito e não quanto ao processo

de reflexão.

Como conseqüência, no lugar de guia, de orientador da ação docente, o

plano, feito quase sempre sem ter havido planejamento, passa a ser instrumento de

gaveta, sem nenhuma função pedagógica. A avaliação, por sua vez, é vista como o

registro de uma nota, tomando-se uma atividade burocrática para o professor.

2812

CONCLUSÃO

No decorrer da nossa vida percebemos que a avaliação é um processo

contínuo, tudo e todos são avaliados.

Na escola a avaliação é mais complexa, apesar de ser parte integrante do

processo ensino-aprendizagem, muitas vezes ainda a avaliação é feita de forma

tradicional, arbitrária. Devemos isto ao sistema educacional vigente que valorizam a

nota e não a aprendizagem e a maneira como fomos educados na escola e para a

escola.

Percebo que a avaliação é uma das dimensões do processo ensino-

aprendizagem, mas nem sempre resolve os problemas da mesma.

A avaliação não pode, pois, se circunscrever à aprendizagem e ao

desenvolvimento dos alunos, e sim, voltar-se também para o ensino e para as

práticas de sala de aula; para a escola e para a forma de organização do trabalho

pedagógico. Para isso, deve envolver todos os agentes escolares; alunos,

professores, equipe escolar e pais de alunos.

Avaliar consiste num processo contínuo e regular, onde o aluno expresse em

diversas atividades a aprendizagem adquirida, e não somente em determinadas

provas. A nota, somente não expressa nada. O aluno precisa participar

pessoalmente dessa construção da nota, mas no decorrer de toda e qualquer

atividade escolar. Sendo assim, são avaliados todos os aspectos do

desenvolvimento da criança, não só do cognitivo. Esta sendo um auxílio para

dúvidas mudanças, se necessária na prática do docente.

O aluno precisa ter a capacidade de entender que ele é o autor da sua

própria aprendizagem, construir sentido ao que aprende, descobrindo como é gostos

aprender.

E a avaliação se torna um dos momentos mais importantes dentro da sua

vida escolar, pois a partir dela, pensa o que precisa modificar.

Percebo que o sucesso de nossos alunos ocorrerá quando nós, professores,

através da observação do registro do dia-a-dia, da avaliação investigadora,

identificar em nossas crianças a inteligência mais desenvolvida para que através

dela, consigamos aguçar as múltiplas inteligências, assim conseguiremos que

nossos alunos se tornem agentes de sua aprendizagem e nós enquanto

professores, facilitadores da aprendizagem, para que a escola possa se tornar

estabelecimento de aprendizagem.

3012

REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS

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3212

ANEXOS

Questionamentos feitos numa conversa informal à professora observada:

Como é entendido/compreendido o processo de avaliação dos alunos pela

professora X? E como é percebido o conhecimento das crianças/alunos?

Quais critérios e instrumentos são utilizados por ela para avaliar seus alunos?

Acerca dos estudos realizados sobre as vias do conhecimento: empirista,

racionalista e interacionista, (uma vez que a professora X e eu cursamos a

faculdade de pedagogia juntas e muito aprendemos sobre as vias), perguntei

se a mesma seguia alguma delas especificamente ou não.

Até que ponto há a preocupação da professora, escola e pais, quanto a

aprendizagem das crianças? O que é feito?

Deixei livre para considerações da professora em relação ao assunto.