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Fechamento: 07/02/2017 às 23h58 Ano: XXV - Nº 6042 Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017 A falta de isenção e a ausência completa de credibilidade – além das contradições e dos escândalos nos quais Alexandre de Moraes já esteve envolvido no passado – demonstram que o indicado de Mi- chel Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) não reúne condições para exercer o cargo de ministro. Essa é a avaliação de vários parlamentares da Bancada do PT na Câmara, ao se manifestarem nas redes sociais e no plenário sobre a indicação do atual ministro da Justiça para a Suprema Corte. Para o deputado Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ), o nome de Alexandre de Moraes é uma “péssima escolha porque não reúne as qualidades exigidas para um ministro do STF”. Segundo ele, Moraes não tem isenção para ser o futuro revisor da Lava Jato no Supremo e nem de julgar integran- tes do governo, como o próprio presidente Temer e seus aliados políticos, como os tucanos Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves. “Além de notório filiado e militante do PSDB, Ale- xandre de Moraes é um formulador de políticas públicas de governos tucanos, como quando atuou como secretário de Segurança Pública de Geraldo Alckmin, em São Paulo. Só por esse fato, ele deveria declinar do convite para ser ministro do STF. Como ele poderia julgar pessoas como o próprio Alckmin, o presidente do partido dele, o Aécio Neves, ou mesmo o presidente Temer, todos envolvidos na Lava Jato?”, questionou Damous. Sobre a falta de isenção do indicado de Temer ao STF, o deputado Leo de Brito (PT-AC) Leo de Brito (PT-AC) Leo de Brito (PT-AC) Leo de Brito (PT-AC) Leo de Brito (PT-AC) lembrou em sua conta no Twitter que “até a Globo reconhece que o Temer está afrontando a todos com essa indica- ção”. O parlamentar acreano se referiu a um comen- tário postado pela jornalista Miriam Leitão em seu blog, no qual critica a indicação de Moraes. A jorna- lista da Globo afirmou que “Temer erra ao indicar para o STF pessoa tão próxima a ele e ao PSDB”. Alexandre de Moraes não tem isenção e credibilidade para ser ministro do STF A página oficial do Partido dos Trabalhadores no Facebook é a única página de partido político entre os maiores sites de notícia do Brasil com mais compar- tilhamentos na rede social. A informação foi divulgada pelo jornalista Pedro Burgos, do The Marshall Project, que realizou levantamento com as maiores páginas de notícias nessa rede social. A pesquisa é atualizada semanalmente e busca os conteúdos mais compar- tilhados na rede. “O que os brasileiros andam compartilhando no Facebook? Quais páginas fazem mais sucesso?”, explica o jornalista. PT tem a maior página política do Brasil no Facebook, aponta pesquisa No levantamento divulgado no último sábado (4), a página de Facebook do Partido dos Trabalhadores aparece à frente de veículos tradicionais e com estrutura maior, como El País, Yahoo, Época e Valor. Atualmente, o PT tem 1.169.786 seguidores no Facebook. Somente em 2016, até novembro, foram feitos 6,5 mil posts. Além disso, a página tem, em média, 50 milhões de visualizações men- sais em timelines. Em março de 2016, o recorde histórico foi de 132 milhões de visualizações. A deputada Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) também criticou a indicação ao questionar a falta de isenção de Moraes para julgar a Lava Jato no STF. “Em qual país um presidente ilegítimo poderia indicar ministro do seu governo para a Suprema Corte para revisar um processo em que ele mesmo é investigado?”, questionou. Pelo Twitter, o deputado Pepe V epe V epe V epe V epe Vargas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) lembrou que o presi- dente ilegítimo e golpista Michel Temer havia prometido uma nomeação técnica para a vaga aberta no STF com a morte de Teori Zavascki. “E sobre Temer dizer que a indicação para o STF seria técnica e não política? A não ser que a desfiliação do PSDB despolitize a escolha”, ironizou. Escândalos Escândalos Escândalos Escândalos Escândalos – Em outra postagem, Leo de Brito questio- nou se Alexandre de Moraes pretende “repetir o feito do ex- presidente FHC (Fernando Henrique Cardoso) que (confron- tado com o que havia escrito no passado) disse: ‘esque- çam o que eu escrevi’”. O parlamentar do Acre se referiu à tese de doutorado defendida por Alexandre de Mora- es na Universidade de São Paulo (USP), em julho de 2000. No trabalho, Moraes argumentou que, na esco- lha de nomes para a Corte, fosse vedada a indicação daqueles que “estiverem no exercício ou tiveram exerci- do cargos de confiança no Poder Executivo” para que se evitasse “demonstração de gratidão política”. Também no Twitter, Erika Kokay postou um ‘card’ relem- brando o envolvimento de Alexandre de Moraes em vários es- cândalos noticiados pela mídia. Entre eles, responder a proces- so por acusar um policial militar de assassinato; acusação de montar tática para esconder estatística de homicídios na Gran- de São Paulo; acúmulo de patrimônio milionário no serviço público; acusação de coagir um procurador federal; de atuar como advogado de uma cooperativa ligada à organização criminosa PCC; e de ter negado pedido de ajuda a Roraima para envio da Força Nacional de Segurança. Leia mais na página 3 Leia mais na página 3 Leia mais na página 3 Leia mais na página 3 Leia mais na página 3

Alexandre de Moraes não tem isenção e credibilidade ...ptnacamara.org.br/documentos/PT NA CAMARA - 6042 - QUARTA-FEIRA 08... · Fechamento: 07/02/2017 às 23h58 Quarta-feira, 8

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Fechamento: 07/02/2017 às 23h58

Ano: XXV - Nº 6042Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A falta de isenção e a ausência completa de credibilidade – alémdas contradições e dos escândalos nos quais Alexandre de Moraes jáesteve envolvido no passado – demonstram que o indicado de Mi-chel Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) não reúne condiçõespara exercer o cargo de ministro. Essa é a avaliação de váriosparlamentares da Bancada do PT na Câmara, ao se manifestaremnas redes sociais e no plenário sobre a indicação do atual ministroda Justiça para a Suprema Corte.

Para o deputado Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ), o nome deAlexandre de Moraes é uma “péssima escolha porque nãoreúne as qualidades exigidas para um ministro do STF”.Segundo ele, Moraes não tem isenção para ser o futurorevisor da Lava Jato no Supremo e nem de julgar integran-tes do governo, como o próprio presidente Temer e seusaliados políticos, como os tucanos Geraldo Alckmin e osenador Aécio Neves.

“Além de notório filiado e militante do PSDB, Ale-xandre de Moraes é um formulador de políticas públicasde governos tucanos, como quando atuou como secretáriode Segurança Pública de Geraldo Alckmin, em São Paulo.Só por esse fato, ele deveria declinar do convite para serministro do STF. Como ele poderia julgar pessoas como opróprio Alckmin, o presidente do partido dele, o AécioNeves, ou mesmo o presidente Temer, todos envolvidos naLava Jato?”, questionou Damous.

Sobre a falta de isenção do indicado de Temer aoSTF, o deputado Leo de Brito (PT-AC) Leo de Brito (PT-AC) Leo de Brito (PT-AC) Leo de Brito (PT-AC) Leo de Brito (PT-AC) lembrou emsua conta no Twitter que “até a Globo reconhece queo Temer está afrontando a todos com essa indica-ção”. O parlamentar acreano se referiu a um comen-tário postado pela jornalista Miriam Leitão em seublog, no qual critica a indicação de Moraes. A jorna-lista da Globo afirmou que “Temer erra ao indicarpara o STF pessoa tão próxima a ele e ao PSDB”.

Alexandre de Moraes não tem isenção

e credibilidade para ser ministro do STF

A página oficial do Partido dos Trabalhadores no Facebook é a única páginade partido político entre os maiores sites de notícia do Brasil com mais compar-tilhamentos na rede social. A informação foi divulgada pelo jornalista PedroBurgos, do The Marshall Project, que realizou levantamento com as maiorespáginas de notícias nessa rede social.

A pesquisa é atualizada semanalmente e busca os conteúdos mais compar-tilhados na rede. “O que os brasileiros andam compartilhando no Facebook?Quais páginas fazem mais sucesso?”, explica o jornalista.

PT tem a maior página política do Brasil no Facebook, aponta pesquisa

No levantamento divulgado no último sábado (4), a página de Facebookdo Partido dos Trabalhadores aparece à frente de veículos tradicionais e comestrutura maior, como El País, Yahoo, Época e Valor.

Atualmente, o PT tem 1.169.786 seguidores no Facebook. Somente em2016, até novembro, foram feitos 6,5 mil posts.

Além disso, a página tem, em média, 50 milhões de visualizações men-sais em timelines. Em março de 2016, o recorde histórico foi de 132 milhõesde visualizações.

A deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF) também criticou a indicaçãoao questionar a falta de isenção de Moraes para julgar a Lava Jato noSTF. “Em qual país um presidente ilegítimo poderia indicar ministro

do seu governo para a Suprema Corte para revisar um processo em queele mesmo é investigado?”, questionou.

Pelo Twitter, o deputado PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS) lembrou que o presi-dente ilegítimo e golpista Michel Temer havia prometido uma nomeação

técnica para a vaga aberta no STF com a morte de Teori Zavascki.“E sobre Temer dizer que a indicação para o STF seria técnica

e não política? A não ser que a desfiliação do PSDB despolitize aescolha”, ironizou.

EscândalosEscândalosEscândalosEscândalosEscândalos – Em outra postagem, Leo de Brito questio-nou se Alexandre de Moraes pretende “repetir o feito do ex-

presidente FHC (Fernando Henrique Cardoso) que (confron-tado com o que havia escrito no passado) disse: ‘esque-

çam o que eu escrevi’”. O parlamentar do Acre se referiuà tese de doutorado defendida por Alexandre de Mora-es na Universidade de São Paulo (USP), em julho de2000. No trabalho, Moraes argumentou que, na esco-

lha de nomes para a Corte, fosse vedada a indicaçãodaqueles que “estiverem no exercício ou tiveram exerci-do cargos de confiança no Poder Executivo” para que seevitasse “demonstração de gratidão política”.

Também no Twitter, Erika Kokay postou um ‘card’ relem-brando o envolvimento de Alexandre de Moraes em vários es-cândalos noticiados pela mídia. Entre eles, responder a proces-so por acusar um policial militar de assassinato; acusação demontar tática para esconder estatística de homicídios na Gran-de São Paulo; acúmulo de patrimônio milionário no serviçopúblico; acusação de coagir um procurador federal; de atuarcomo advogado de uma cooperativa ligada à organizaçãocriminosa PCC; e de ter negado pedido de ajuda a Roraima

para envio da Força Nacional de Segurança.Leia mais na página 3Leia mais na página 3Leia mais na página 3Leia mais na página 3Leia mais na página 3

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08/02/201708/02/201708/02/201708/02/201708/02/2017 PT NA CÂMARA2

Líder da Bancada: Deputado Carlos Zarattini (SP)

Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto

Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel Sousa

Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka, Jocivaldo Vale, Crisvando Queiroz e Rafael Carlota

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças e Eva Gomes

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

PE

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Os deputados Wadih Damous (PT-RJWadih Damous (PT-RJWadih Damous (PT-RJWadih Damous (PT-RJWadih Damous (PT-RJ) ePPPPPaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RSaulo Pimenta (PT-RS) protocolaram representa-ção na Procuradoria-Geral da República contra a no-meação de Moreira Franco para a Secretaria-Geral daPresidência feita pelo presidente ilegítimo MichelTemer na última semana. O ato garante ao nomeadostatus de ministro e foto privilegiado.

A medida judicial é necessária, segundo os par-lamentares, porque Moreira Franco foi citado por maisde 30 vezes nas delações premiadas obtidas na Ope-ração Lava Jato, como receptor direto de valores pecu-niários a título de propina. Em apenas uma delas, porexemplo, foi acusado por um ex-diretor da empreitei-ra Odebrecht de ter recebido R$ 30 milhões para aparalisação de determinada obra.

Para os deputados, a comparação com o caso deLula, quando a presidenta eleita Dilma Rousseff oescolheu para a Casa Civil, é inevitável. Recordamainda que Lula sequer era réu em qualquer ação penale, politicamente, havia justificativa para a sua nome-ação, uma vez que a sua presença era uma demandaforte do então governo Dilma, que enfrentava diversasdificuldades na articulação política.

“É necessário, no mínimo, que agora se trate comisonomia o caso da nomeação de Moreira Franco”, afir-mou Wadih Damous. E Paulo Pimenta acrescentou queespera que o procurador-geral, Rodrigo Janot, adote asmedidas judiciais cabíveis para anular a nomeação feitapor Michel Temer para “blindar Moreira Franco”.

É necessário, reforçaram os deputados, no míni-

MANOBRA GOLPISTA

Wadih Damous e Paulo Pimentaprotocolam representação na PGR

contra a nomeação de Moreira Franco

mo, que agora se trate com isonomia o caso da nome-ação de Moreira Franco. “Há que se reconhecer, tam-bém, que a nomeação do Moreira Franco (ao contrá-rio da nomeação de Lula) está sim eivada de ilegali-dade por desvio de finalidade e não está baseada emjustificativa política. Moreira Franco já ocupava umcargo que não lhe dava status de ministro, permitindoque ele fosse julgado pela Justiça Federal de 1ª ins-tância”, argumentam os deputados na representação.

Paulo Pimenta disse ainda que espera que Rodri-go Janot encaminhe uma ação ao Supremo TribunalFederal (STF) questionando a nomeação. “Aí vamospedir que o caso seja analisado pelo ministro GilmarMendes, que em março de 2016, suspendeu a possedo ex-presidente Lula na Casa Civil, sob argumento deobstrução da Justiça”. Literalmente, na época, GilmarMendes afirmou que a “nomeação de Lula era parafugir da investigação que se faz em Curitiba, deixandoesse tribunal muito mal”.

Ação popularAção popularAção popularAção popularAção popular – O deputado João Daniel (PT-João Daniel (PT-João Daniel (PT-João Daniel (PT-João Daniel (PT-

SESESESESE) também ajuizou uma ação popular, na Justiça Fe-deral de Sergipe, pedindo a suspensão da posse deMoreira Franco como ministro da Secretaria-Geral daPresidência. A nova pasta foi criada a partir da MedidaProvisória 768 e passou a ter status de Ministério. Parao deputado João Daniel, a nomeação de Moreira Francoé um ato imoral. “Esta é uma clara manobra parapresentear com o foro privilegiado uma pessoa citada34 vezes numa única delação e que deve atingir osprincipais nomes do atual governo”, afirmou.

Na ação popular, o deputado questiona ainda ofato de a nomeação ter ocorrido na mesma semanaem que o STF homologou as delações da Odebrecht.Segundo João Daniel, a criação de um ministériovai na contramão do que vinha pregando este gover-no em termos de cortes de pastas e redução degastos. “Não há justificativa para o ato, senão umamanobra dissimulada para, ao menos, retardar otrabalhado da Justiça”, destacou.

AdvogadosAdvogadosAdvogadosAdvogadosAdvogados – Na Justiça Federal, já tramitatambém uma ação popular questionando o ato. Osadvogados Ricardo Amin Abrahão Nacle e HenriqueFerreira Campos, do escritório Nacle Advogados, pe-dem que a nomeação seja anulada por não atender aointeresse público e ferir a ética e a moralidade que oposto de ministro pede. Para os advogados, o curtoespaço de tempo entre a divulgação da delação, ocor-rida no fim do ano passado, e a nomeação para minis-tro “sem nenhuma urgência” mostra que o objetivo édar foro por prerrogativa a ele.

DIVULGAÇÃO

O plenário da Câmara aprovou ontem o regime

de urgência para a tramitação do PL 4424/16, que

revoga o direito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

expedir instruções para a execução da Lei dos Par-

tidos Políticos (Lei 9.096/95) e busca garantir mais

autonomia às legendas partidárias.

O deputado José Guimarães (PT-CE) , l íder da

Minoria, af irmou que o projeto “ratif ica” o que

está previsto na Constituição sobre autonomia e

funcionamento dos part idos pol í t icos. “Há um

vácuo aí e, por isso, toda vez que não há uma

Plenário aprova urgência para PL que dá autonomia a

partidos político; Guimarães destaca que Constituição será respeitadadefinição clara, o TSE baixa uma regra. Nós te-

mos que evitar essa judicial ização, inclusive no

funcionamento dos partidos. Então, essa é uma

matéria relevante que vai assegurar a autono-

mia dos partidos polít icos”, disse.

Pelo texto, fica permitido que os partidos te-

nham órgãos provisórios com vigência indetermi-

nada e que as legendas mantenham o registro

partidário mesmo quando tiverem as contas jul-

gadas como “não prestadas” ou desaprovadas.

Por meio da Resolução 23.465/15, o TSE exi-

giu que os órgãos internos dos partidos políticos

fossem definitivos em todas as esferas e deter-

minou a suspensão do registro para as agremia-

ções quando a Justiça entender que as informa-

ções sobre as contas não forem prestadas.

Comissão Externa – Foi adiada para a ses-

s ã o d e s t a q u a r t a - f e i r a ( 8 ) , a a p r e c i a ç ã o d a

proposta, de autor ia do deputado Givaldo Vi-

eira (PT-ES) , para a cr iação de uma comissão

e x t e r n a p a r a a v a l i a r a c r i s e d e s e g u r a n ç a

públ ica no Espír i to Santo.

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08/02/201708/02/201708/02/201708/02/201708/02/2017PT NA CÂMARA 3

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara ma-nifestaram ontem indignação e perplexidade com aindicação do atual ministro da Justiça, Alexandre deMoraes, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Fe-deral (STF) com a morte de Teori Zavascki. Pelasredes sociais, os petistas acusaram o presidente ilegí-timo e golpista Michel Temer de querer, com a indica-ção, obter proteção na Suprema Corte para ele e váriosde seus ministros, citados em delações na Lava Jato.

Segundo as delações da Lava Jato que vazarampara a imprensa, estariam envolvidos o próprio Temer(citado 43 vezes em apenas uma dessas delações) eos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha; da Secreta-ria Geral da Presidência da República, Moreira Fran-co, ambos do PMDB; e o ministro das Relações Exte-riores, José Serra, do PSDB.

Já os ministros da Saúde, Ricardo Barros (PP); daEducação, Mendonça Filho (DEM); das Cidades, Bru-no Araújo (PSDB); e da Defesa, Raul Jungmann (PPS),têm seus nomes citados na planilha de “contribui-ções” da Odebrecht, apreendida na sede da empresapela Polícia Federal durante a 23ª fase da Lava Jato.

Para o deputado PPPPPaulo Taulo Taulo Taulo Taulo Teixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP), Ale-xandre de Moraes foi indicado “com o objetivo deestancar as investigações na Lava Jato contra o PMDBe o PSDB” no STF. “Eu espero que o Senado rejeite

Entre os dias 3 e 6 de fevereiro, a defesa deDilma Rousseff e da Coligação com a Força do Povoapresentou duas petições ao Tribunal Superior Eleito-ral (TSE), apontando falhas na perícia contábil e norelatório feito pela Polícia Federal. A defesa pediunovas diligências ao tribunal.

Em relação aos trabalhos da perícia contábil, aindaem andamento, a defesa apontou que não foram con-siderados os documentos fiscais e de conhecimentode transporte. Tais documentos atestam, de formainquestionável, que todo o material produzido pelasempresas Focal, VTPB e Red Seg foi entregue e utili-zado pela campanha de Dilma Rousseff e Michel Te-mer à Presidência da República em 2014.

A defesa apresentou ainda requerimento ao ministro

JUSTIÇA

Defesa de Dilmaaponta falhas daperícia e da PolíciaFederal e pede aoTSE novas diligências

Indicação de Alexandre de Moraes ao STF pretende“estancar a sangria” da Lava Jato, denunciam petistas

essa indicação e que outra pessoa mais qualificadapossa ser indicada para o cargo”, cobrou.

Na mesma linha, a deputada Benedita daBenedita daBenedita daBenedita daBenedita daSi lva (PT-RJ) S i lva (PT-RJ) S i lva (PT-RJ) S i lva (PT-RJ) S i lva (PT-RJ) e o deputado Rubens OtoniRubens OtoniRubens OtoniRubens OtoniRubens Otoni(PT-GO)(PT-GO)(PT-GO)(PT-GO)(PT-GO) rechaçaram a indicação. A parlamentarcarioca disse em sua conta no Twitter que “Ale-xandre de Moraes no STF é uma imoralidade”. Jáo deputado goiano afirmou que “é inaceitável queo presidente indique alguém da sua própria equi-pe para o STF”. “Isso colocará sob suspeita a pró-pria ação do Tribunal”, observou.

Os deputados Valmir Prascidelli (PT-SP)almir Prascidelli (PT-SP)almir Prascidelli (PT-SP)almir Prascidelli (PT-SP)almir Prascidelli (PT-SP) ePPPPPedro Uczai (PT-SC) edro Uczai (PT-SC) edro Uczai (PT-SC) edro Uczai (PT-SC) edro Uczai (PT-SC) também destacaram a sus-peita de que a indicação tenha como único objetivoproteger o governo Temer da Lava Jato. “Alexandre deMoraes para a vaga de Teori Zavascki no STF, pareceser apenas mais uma peça para blindar o governo deTemer”, disse Prascidelli. Por sua vez, o parlamentarcatarinense ressaltou que “cada vez mais avança aoperação ‘estancar a sangria’ [da Lava Jato]”.

O deputado Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA) disse que “a indi-cação de Alexandre de Moraes para o Supremo é o ápice dadesfaçatez de um governo ilegítimo e nebuloso!”.

O deputado PPPPPaulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS)aulo Pimenta (PT-RS) obser-vou ao longo de várias postagens no Twitter que aindicação de Alexandre de Moraes é uma consequên-

cia do golpe desferido contra a presidenta Dilma Rous-seff e que “o STF será ferido por morte” caso a suges-tão seja acatada. “Não restará nenhuma confiança,segurança e respeito por qualquer decisão tomadapela Suprema Corte, contaminada pela indicação gol-pista”, destacou o deputado gaúcho.

Durante pronunciamento no plenário, o deputadoMarcon (PT-RS) Marcon (PT-RS) Marcon (PT-RS) Marcon (PT-RS) Marcon (PT-RS) disse estranhar o silêncio de par-te da sociedade que, até bem pouco tempo, saía àsruas ou batia panelas contra a corrupção. Segundoele, a indicação para a Suprema Corte de um ministroda Justiça de um governo com tantos envolvidos emcorrupção deveria ser motivo mais do que suficientepara novas manifestações.

“E os que surtaram quando Dilma nomeou Lulapara ministro agora se calam. Um dia é Moreira Fran-co (investigadíssimo que ganha o prêmio de ser mi-nistro). Agora, falam em Renan Calheiros para assu-mir a pasta da Justiça. A mídia faz vista grossa. Cadêas panelas? Cadê as manifestações?”, cobrou.

Também se manifestaram nas redes sociais contraa indicação de Alexandre de Moraes os deputados petis-tas Ana PAna PAna PAna PAna Perugini (SP)erugini (SP)erugini (SP)erugini (SP)erugini (SP), Caetano (BA)Caetano (BA)Caetano (BA)Caetano (BA)Caetano (BA), Enio Vnio Vnio Vnio Vnio Verrierrierrierrierri(PR)(PR)(PR)(PR)(PR), Jorge Solla (BA)orge Solla (BA)orge Solla (BA)orge Solla (BA)orge Solla (BA), Luiz Couto (PB)Luiz Couto (PB)Luiz Couto (PB)Luiz Couto (PB)Luiz Couto (PB),Luizianne Lins (CE)Luizianne Lins (CE)Luizianne Lins (CE)Luizianne Lins (CE)Luizianne Lins (CE), Robinson Almeida (BA)Robinson Almeida (BA)Robinson Almeida (BA)Robinson Almeida (BA)Robinson Almeida (BA) eValmir Assunção (BA)Valmir Assunção (BA)Valmir Assunção (BA)Valmir Assunção (BA)Valmir Assunção (BA).

Herman Benjamin, do TSE, para que os peritos analisema totalidade dos documentos e façam os esclarecimentosnecessários. A defesa ainda solicita que sejam ouvidos osassistentes técnicos, em futura audiência.

No que se refere ao relatório feito pela PolíciaFederal, a defesa de Dilma Rousseff levantou exem-plos de inconsistências sobre matéria eleitoral. A pe-rícia não considerou o valor pago pela campanha Dil-ma-Temer, mas toda a movimentação financeira dasempresas, que envolve outros clientes – até o PSDB–, além de desconsiderar a subcontratação de servi-ços por outras empresas.

A defesa pleiteou ao TSE que determine à PolíciaFederal que esclareça os pontos questionados, bemcomo requereu que sejam feitas diligências comple-

mentares em empresas subcontratadas – Grafitec,Margraf, Ultraprint, Vitalia, Paperman e CRLS – ecolhidos os depoimentos de Rodrigo, Rogério e EdsonZanardo (da Red Seg), Beckembauer Rivelino (VTPB)e Carlos Cortegoso (Focal).

Por último, a defesa de Dilma sustenta queestá demonstrado no processo, com inúmeros do-cumentos, que as gráficas produziram e entrega-ram todo o material contratado para a campanhade Dilma e Michel Temer.

Eventuais questões referentes à estrutura socie-tária, relações comerciais e trabalhistas, ou de enge-nharia tributária-fiscal das gráficas periciadas, devemser objeto de ações autônomas, em instância própria,que não a Justiça Eleitoral.

RICARDO STUCKERT FILHO

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08/02/201708/02/201708/02/201708/02/201708/02/2017 PT NA CÂMARA4

A Comissão de Direitos Humanos e Mino-rias (CDHM) da Câmara recebeu ontem a visi-ta de Amerigo Incalcaterra, representante naAmérica do Sul do Alto Comissariado das Na-ções Unidas para os Direitos Humanos (AC-NUDH). Participaram do encontro o presiden-te da CDHM, deputado PPPPPadre Joãoadre Joãoadre Joãoadre Joãoadre João(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG), o vice-presidente do colegiado,Nilto TNilto TNilto TNilto TNilto Tatto (PT-SP)atto (PT-SP)atto (PT-SP)atto (PT-SP)atto (PT-SP), e a coordenadora daFrente Parlamentar em Defesa dos DireitosHumanos, deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF).

Os parlamentares apresentaram ao represen-tante da ONU o conjunto de projetos que tramitamna Câmara e que ameaçam a efetivação dos direi-tos humanos no Brasil. O relatório “40 ameaçaslegislativas aos direitos humanos” que a CDHMelaborou e divulgou em janeiro passado tambémfoi entregue a Incalcaterra.

Segundo Padre João, a conversa apontou a neces-sidade de aproximação dos organismos internacionaisdo sistema ONU – de direitos humanos e de outrasáreas – do Parlamento brasileiro e das entidades emovimentos sociais que atuam pela garantia de direi-

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)parabenizou, em pronunciamento na Tribuna, a estu-dante Bruna Sena, primeiro lugar no vestibular daFuvest, considerado um dos mais difíceis para o in-gresso no curso de medicina. “Não são todos os diasque temos um registro dessa natureza para fazer. Essamenina, nossa querida Bruna Sena, que é negra, po-bre, uma estudante da escola pública, cuja mãe tra-balha no caixa de um supermercado, demonstrou que,quando se tem a oportunidade e qualidade no ensino,pode-se, sim, alcançar os seus objetivos”, afirmou.

Para a parlamentar petista, a estudante Bruna

DIREITOS HUMANOS

ONU precisa monitorar violações cometidas pelogoverno golpista no Brasil, defendem parlamentares

Conquista de Bruna Sena fortalece luta pelos direitos do povo negro

Sena representa o fortalecimento da luta pelos direi-tos do povo negro. “Como é uma menina muito escla-recida, como ela disse claramente que não abre mãodo seu cabelo, que não abre mão de defender osdireitos da sua raça, nem de defender as políticas de

cotas e a pluralidade na convivência, essa meninatem se destacado para fortalecer a luta e a esperançado povo negro em ter acesso àquilo que lhe é dedireito. Ela chega a um espaço em que apenas 1% dapopulação negra frequenta – e isto é importante dizer–, que é o curso de Medicina”, ressaltou.

Recentemente, acrescentou Benedita da Silva,“a minha bisneta formou-se em Medicina e eu seimuito bem o que representou isso para ela na sualuta, e sei muito bem o que verdadeiramente a BrunaSena vai enfrentar, mas vão aqui os meus parabéns”,finalizou a parlamentar do PT.

tos previstos na legislação brasileira e nos tratados eacordos internacionais dos quais o Brasil é signatário.“Foi muito importante esse encontro porque defini-mos que precisamos desenvolver uma forma de traba-lhar de modo permanente a questão do monitora-mento das violações e descumprimentos da legisla-ção de promoção dos direitos humanos”, afirmou opresidente da CDHM.

A deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF) considerouo encontro “muito produtivo” e apontou ser necessá-rio “estreitar as relações com todos os organismosque defendem direitos” no Brasil e no mundo. “OBrasil é signatário de uma série de tratados interna-

cionais, e esses tratados possuem recomen-dações que precisam ser cumpridas. Comoestamos vivendo um processo de intenso re-trocesso, precisamos estabelecer o máximode parcerias possíveis para que os direitos noBrasil possam ser preservados e assegurados”,disse a parlamentar.

Para o deputado Nilto TNilto TNilto TNilto TNilto Tatto (PT-SP)atto (PT-SP)atto (PT-SP)atto (PT-SP)atto (PT-SP),a reunião foi importante para alertar o envia-do da ONU a respeito do que está acontecen-

do no Brasil em matéria de direitos humanos. “Pude-mos mostrar que estamos vivendo no Brasil, com essaconjuntura do golpe, um grave processo de perda dedireitos conquistados e construídos pela sociedadecivil, pelos movimentos sociais nos últimos vinte,trinta anos. São vários direitos que hoje correm sériosriscos, e um encontro como esse serve até para nosajudar a furar o cerco imposto pela grande mídia, queestá apoiando o governo golpista e não está nem aípara o que esse governo está fazendo em termos deataques aos direitos humanos, especialmente daspopulações mais vulneráveis como indígenas, qui-lombolas e outras”, argumentou Tatto.

ROGÉRIO TOMAZ JR/PTNACÂMARA

ANTONIO AUGUSTO/CÂMARA

Embora tenha sido cancelada após ser alvo depolêmica, a campanha “Gente boa também mata”custou caro para a população brasileira. Docu-mentos obtidos pelo vice-líder do PT, deputadoPPPPPaulo Pimenta (RS)aulo Pimenta (RS)aulo Pimenta (RS)aulo Pimenta (RS)aulo Pimenta (RS), via Lei de Acesso à Infor-mação, e divulgados na segunda-feira (6), reve-lam que o governo Temer jogou fora R$ 16,9milhões em recursos públicos, entre produção (R$1,1 milhão) e mídia (R$ 15,8 milhões), com acampanha publicitária “Gente boa também mata”.

De acordo com relatório da Secom da Presi-dência da República, a TV Globo, sozinha, rece-beu R$ 3,2 milhões, fatia que representa 20%

Temer rasga R$ 16,9 milhões com campanha “Gente boa também mata”do total gasto pelo Planalto com mídia, e 50%de todo o valor destinado aos canais de televi-são. Outros veículos do grupo Globo, como Glo-boNews, Globo FM, CBN e Revista Época, abo-canharam, aproximadamente, mais meio milhãode reais. Na categoria Revista, Veja ficou com amaior quantia, embolsando R$ 203 mil; já nosegmento Rádio, a Jovem Pan, somando AM eFM, levou R$ 220 mil.

Autor do pedido de informação sobre o di-nheiro jogado fora pelo governo Temer, o depu-tado Paulo Pimenta anunciou que vai à Justiçapedir ressarcimento aos cofres públicos. Segun-

do Pimenta, por trás da polêmica, há uma sus-peita de que essas campanhas publicitárias dogoverno Temer estejam sendo feitas “às pressase sem qualquer critério”, apenas para injetarmilhões nos meios de comunicação, como formade comprar o silêncio da mídia diante do desas-tre do atual governo, e ainda como pagamentopelo apoio ao golpe.

A campanha “Gente boa também mata” foiveiculada entre o fim de dezembro de 2016 eretirada do ar logo nos primeiros dias de janei-ro, após gerar revolta entre os brasileiros, e tervirado motivo de protesto e piadas na internet.

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CONTRA O DESMONTE

O movimento de Mulheres reúne-se nestaquarta-feira (8), às 10h, no plenário 13 daCâmara, para debater os retrocessos impostospela Reforma da Previdência (PEC 287). A reu-nião foi convocada pela Secretaria de Mulhe-res, Comissão de Mulheres, Frente Parlamentarem Defesa dos Direitos Humanos das Mulherese Frente Parlamentar em Defesa dos DireitosHumanos da Câmara e pela Procuradoria da Mu-lher do Senado Federal.

A luta contra a reforma da Previdênciaserá o centro das mobilizações da Frente BrasilPopular no mês de março. Em reunião emSão Paulo, na segunda-feira (6), foi definidoum cronograma com três grandes mobiliza-ções contra a retirada de direitos propostapor Michel Temer e em defesa da democra-cia. A primeira delas será no dia 8 de março,data que se comemora o Dia Internacional daMulher. Em 15 de março, será o Dia Nacio-nal de Luta contra a Reforma da Previdência e em 31de março, data do golpe militar de 1964, o chamadoserá com a bandeira “Fora Temer”.

“A proposta de reforma da Previdência é umaparte da fatura do golpe que Michel Temer tem quepagar aos empresários que ajudaram no processo deimpeachment”, afirmou a presidenta da União Naci-onal dos Estudantes, Carina Vitral, em sua exposiçãono debate sobre o cenário político atual.

Tudo isso faz parte de um cenário de crise institu-

Terá início amanhã, com seminário na Câ-mara dos Deputados, o ciclo de debates “O des-monte da Previdência pública brasileira”, pro-movido pela Bancada do PT no Congresso Naci-onal para informar a sociedade a respeito da gra-vidade do ataque à Previdência Social. O objeti-vo é mobilizar a população para barrar a propos-ta de desmonte do setor, que tramita na formada PEC 287/2016.

A abertura do evento, marcada para as 9h30,será feita pelo líder do PT na Câmara, deputadoCarlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP). Os expositores convida-dos deste primeiro debate – “Fortalecer a Previ-dência social” – serão Leonardo Rolim Guimarães,

Frente Brasil Popular fará mobilizaçãopara evitar retrocessos na Previdência

cional aguda, com elevado índice de desemprego,resultado também da ofensiva que desnacionaliza aeconomia com o boicote às empresas nacionais en-volvidas na Operação Lava Jato.

CUTCUTCUTCUTCUT – Reforçando a mobilização, a Central Úni-ca dos Trabalhadores, que integra a Frente BrasilPopular, aprovou e divulgou nesta semana o calendá-rio de lutas da central para o primeiro semestre de2017. A agenda é de resistência e de luta contra asreformas apresentadas pelo governo ilegítimo de Mi-

chel Temer, que na avaliação dos sindicalis-tas vai produzir desemprego, precarizar o tra-balho, enfraquecer os sindicatos, diminuir arenda da classe trabalhadora e criar, na outraponta, uma enorme concentração de rendanas mãos de uma minoria.

“Mas, em toda a parte, há a resistênciados trabalhadores e dos povos contra essapolítica do governo golpista, e é nessa resis-tência contra a perda de direitos e conquistas

sociais que a CUT se apoia”, afirma a central em notacom o calendário de atividades.

A central fará campanha nacional contra asreformas trabalhista e previdenciária e em defesado emprego. O objetivo da campanha é atingir omaior número possível de municípios mostrandoque se trata de uma antirreforma que impedirá ostrabalhadores de se aposentarem, ao contrário dapropaganda do governo ilegítimo divulgada am-plamente pela a mídia.

Bancada do PT organiza semináriospara mobilizar sociedade contra desmonte

que foi secretário de Políticas de Previdência Socialdo governo Dilma Rousseff, e Eduardo Fagnani, pro-fessor do Instituto de Economia da UniversidadeEstadual de Campinas (Unicamp).

Na quinta-feira (16) da próxima semana, otema será “Nenhum direito a menos na Previdên-cia”, e os convidados serão a economia Laura Ta-vares, professora da Universidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ), e Carlos Eduardo Gabas, quefoi ministro da Previdência Social nos governosLula e Dilma.

“Não vamos dar trégua na luta para barrar essareforma, que na verdade é um desmonte completo daprevidência social, e esses debates serão fundamen-

tais para que possamos informar e mobilizar a socie-dade para essa batalha”, afirmou Zarattini.

O evento desta quinta-feira será no plenário 1 daCâmara e vai ser transmitido ao vivo pelo portal e-Democracia (https://edemocracia.camara.leg.br/au-diencias) e pelo Facebook do PT na Câmara(www.fb.com/ptnacamara). Através das plataformas,os internautas poderão enviar perguntas sobre o temaaos palestrantes e parlamentares.

No dia 9 de março, também em Brasília, serárealizado um seminário destinado a parlamentares egestores petistas: vereadores, deputados estaduais efederais, senadores, prefeitos e governadores serãoconvidados.

Movimento de Mulheres promove hoje debate sobre reformaDelaíde Alves Miranda Arantes, ministra do

Tribunal Superior do Trabalho (TSE); Clemen-te Gans Lúcio, do Departamento Intersindicalde Estatística e Estudos (Dieese); Natália Mori,do Centro Feminista de Estudos e Assessoria(CFemea); e Ana Claudia Rodrigues, da Associ-ação Nacional dos Procuradores do Trabalho(ANPT), são convidadas para o debate.

Participam, ainda, a senadora VanessaGrazziotin (PCdoB-AM), da Procuradoria Es-

pecial da Mulher do Senado Federal; a depu-tada Ana PAna PAna PAna PAna Perugini (PT-SP)erugini (PT-SP)erugini (PT-SP)erugini (PT-SP)erugini (PT-SP), da Frente Par-lamentar Mista em Defesa dos Direitos Hu-manos das Mu lhe res ; a depu tada E r i kaE r i kaE r i kaE r i kaE r i kaKokay (PT-DF)Kokay (PT-DF)Kokay (PT-DF)Kokay (PT-DF)Kokay (PT-DF), da Frente Parlamentar Mistaem Defesa dos Direitos Humanos; a deputadaGorete Pereira (PR-CE), da Comissão de De-fesa dos Direitos da Mulher; e a deputadaDâmina Pereira (PSL-MG), Secretária da Mu-lher da Câmara dos Deputados.

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INTERESSE PÚBLICO

Os deputados Zé Carlos (PT-MA)Zé Carlos (PT-MA)Zé Carlos (PT-MA)Zé Carlos (PT-MA)Zé Carlos (PT-MA) e LuizLuizLuizLuizLuizCouto (PT-PB)Couto (PT-PB)Couto (PT-PB)Couto (PT-PB)Couto (PT-PB) avaliaram como positiva a decisão doministro Luís Roberto Barroso, do Supremo TribunalFederal (STF), que atendeu a pedido de senadores daoposição e determinou que o projeto de lei comple-mentar 79/16, que altera a Lei Geral das Telecomuni-cações, retorne ao Senado para nova apreciação. Comisso, o presidente ilegítimo Temer não poderá sancio-nar o projeto que transfere para as empresas telefônicasum patrimônio público de mais de R$ 100 bilhões.

De acordo com Zé Carlos, esse projeto foi “umgrande presente de natal” que o governo Temer quisdar no ano passado para as empresas privadas. “Essevultoso presente que soma mais de R$ 105 bilhõesde patrimônio público veio para cá em um projeto delei complementar que não passou por votação nosplenários da Câmara e do Senado, que foi trabalhadoem um dia em comissões terminativas e mandadopara a sanção presidencial. Mas, não para por aí.Além de repassar para as empresas patrimônio públi-co, o governo Temer quer com esse projeto concederanistia de mais R$ 35 bilhões, aproximadamente, demultas devidas pelas empresas”, explicou.

Para o deputado Luiz Couto, este “presente” dogoverno Temer para as empresas de telecomunica-ções é uma afronta ao interesse público e à Constitui-ção. “Os preceitos constitucionais já não parecem

Zé Carlos e Luiz Couto elogiamliminar do Supremo que impede

entrega de patrimônio público às teles

valer muita coisa frente aos absurdos que temos tes-temunhado nos últimos meses. Entre tantas afrontasao interesse público, aprovou-se, no apagar das luzesde 2016, um projeto que transfere bilhões de reaisem patrimônio público para a propriedade dessas em-presas. Entre elas, a Oi, que acumula dívidas de 64bilhões de reais e enfrenta um processo de recupera-ção judicial”, destacou.

Esse governo ilegítimo de Temer, acrescentou odeputado Zé Carlos, não preza pelo interesse dos tra-balhadores. “E não preza porque pretende arrecadar– e precisa – mais. Mas ele quer arrecadar tirandodireitos dos trabalhadores, como é o caso da propostade reforma da Previdência. Na contramão disso, eledá de graça mais de R$ 140 bilhões para a iniciativaprivada, o que é um absurdo”, afirmou.

MotivoMotivoMotivoMotivoMotivo – O deputado Luiz Couto explicou o que

está por trás deste “presente” que o governo ilegítimode Temer quis dar às empresas privadas. “Em 1998,quando as telecomunicações foram privatizadas noBrasil, as empresas vencedoras dos leilões pagarampelo direito de prestar o serviço de telefonia, mas nãopagaram pelo patrimônio público que desde entãoelas passaram a gerir, os chamados bens reversíveis:são imóveis, cabos e diversos equipamentos de pro-priedade da União. O contrato vale até 2025 e prevêa devolução desses bens, que, já naquela época, vali-am R$ 32 bilhões”, disse.

Agora, disse ainda Luiz Couto, “o governo Temer querentregar todos esses bens para as empresas de telecomu-nicações, em troca de uma mera promessa de investimen-to em banda larga. Subitamente, o governo dos cortes eajustes se torna dadivoso e oferece para empresas priva-das um patrimônio público que o Tribunal de Contas daUnião estimou em mais de R$ 100 bilhões. Além disso,transforma o contrato de concessão em autorização, o queimpede o controle sobre as tarifas cobradas do usuário edesaparece com a obrigatoriedade de universalização dosserviços”, ressaltou o petista.

Com a determinação do ministro do STF, o proje-to só poderá ser enviado ao Executivo novamente apósjulgamento final do mandado de segurança impetra-do pelos senadores da oposição ou após tramitaçãoformal no Senado.

Homenagem: 6º Congresso do PT seráintitulado Marisa Letícia Lula da Silva

A missa de sétimo dia da ex-primei-ra-dama Marisa Letícia Lula da Silva serárealizada nesta quinta-feira (9) na Igre-ja Matriz de São Bernardo do Campo, às19h30. O anúncio foi feito pelo ex-pre-sidente Lula, em suas redes sociais.

Marisa, 66 anos, morreu na sexta-feira (3), às 18h57, um dia após o Hos-pital Sírio Libanês, em São Paulo, cons-tatar morte cerebral em decorrência deum Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Mar i sa v i rou es t re la , uma es t re laigual àquela que alinhavou sobre tecidovermelho para criar a primeira bandeirado Partido dos Trabalhadores. Uma es-trela que, como a outra, jamais deixaráde brilhar.

O 6º Congresso Nacionaldo Partido dos Trabalhadoresserá intitulado de Marisa Le-tícia Lula da Silva, em home-nagem à ex-primeira dama. Adecisão foi aprovada durantereunião da Executiva Nacionaldo PT, ontem, em Brasília.

O 6º Congresso Nacionaldo PT será realizado nos dias1, 2 e 3 de junho de 2017,com a participação de 600delegados e delegadas, observando a paridadede gênero e as cotas étnicos raciais e de juven-tude, conforme o artigo 22 do Estatuto do PT.

Marisa Letícia faleceu na última sexta-feira (3),aos 66 anos, um dia após o Hospital Sírio Libanês,em São Paulo, constatar morte cerebral em decor-rência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Missa de sétimodia de Marisa

Letícia será amanhãConjunturaConjunturaConjunturaConjunturaConjuntura – O 6º Con-gresso Nacional tratará de ce-nário internacional e nacional,balanço dos governos nacio-nais petistas, estratégia polí-tica e programa, funcionamen-to do PT e organização parti-dária. O Congresso pode serdividido em duas fases.

Em 9 de abril, será reali-zado um Processo de EleiçõesDiretas (PED) municipal que

renovará as direções municipais e escolherá osdelegados e delegadas estaduais, que serãoeleitos através de chapas.

Depois do PED Municipal, haverá o processo decongressos, no qual os delegados e delegadas elei-tos escolherão as direções estaduais, a delegaçãopara o Congresso Nacional e a Direção Nacional.

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RECESSÃO GOLPISTA

O governo ilegítimo de Michel Temer continua fir-me no desmonte das políticas públicas. O ministro daEducação, Mendonça Filho, anunciou uma redução de29% nos investimentos do Fundo de FinanciamentoEstudantil (Fies). A medida passou a valer partir deontem, quando começaram as novas inscrições para ofinanciamento. A deputada Margarida SalomãoMargarida SalomãoMargarida SalomãoMargarida SalomãoMargarida Salomão(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG), ex-reitora da Universidade Federal de Juizde Fora, criticou os cortes. Em sua conta no twitter, elalamentou que o governo golpista, além de cortar asvagas do Fies em 40%, limita o teto de financiamento.

Também na sua rede social, o deputado PPPPPepeepeepeepeepe

Agora, sob o comando tucano que integra o governogolpista, a política elitista do BNDES está sendo reto-mada. Prova disso é que os desembolsos para as regiõesNorte e Nordeste caíram 62% em 2016. “Esse resul-tado do BNDES no ano passado é uma demonstração deque o golpe veio para aprofundar as desigualdadessociais, oferecendo para a sociedade e para o setorprodutivo a recessão econômica”, afirma o senadorHumberto Costa (PE), líder do PT no Senado. O governa-dor do Piauí, Wellington Dias (PT), sempre cobrou umolhar amplo da instituição, devendo não se concentrarapenas nas regiões Sul e Sudeste, mais desenvolvidas.

Recuperação econômica para os integrantes dogoverno golpista só existe nas planilhas. Na vida real,os indicadores divulgados diariamente comprovam quea economia vai mal. Pior do que isso, só a estratégiado governo Temer de acabar com a política de desen-volvimento inaugurada por Lula a partir de 2003 quandoempoderou o BNDES. Agora, sob a presidência datucana Maria Silvia Bastos, a instituição passa a serapenas um banco qualquer, sem musculatura e sempolítica, abandonando o significado das letras “DES”,de desenvolvimento econômico e social.

Em 2016, o total de desembolsos do BNDES foide R$ 88,3 bilhões. Essa notícia está nos jornaisdesta semana, onde alguns encobrem a verdade eapontam que esse volume foi suficiente para os seto-

Reduzir 29% nos investimentos do Fies é descaso com a educação

BNDES derruba em 62% investimentos para Nortee Nordeste e aprofunda as desigualdades sociais

res produtivos. Uma mentira deslavada, porque foi odesempenho mais fraco desde que a série históricafoi iniciada, em 1996, exatamente durante o governoneoliberal de FHC.

Vale lembrar que Lula pegou o BNDES e logo em2003 o montante de desembolso foi de R$ 33,1bilhões, 6,4% acima do volume de 2002. De lá atéjaneiro de 2015, sob o mandato de Dilma Rousseff, oBNDES desembolsou mais de R$ 175 bilhões para aindústria, comércio e serviços. Lula sempre repete omantra de que a retomada da economia só é possívelcom a indução do investimento pelo Estado, e o BN-DES cumpria essa missão, principalmente para asregiões Norte e Nordeste.

A política inclusiva e distributiva dos investimentosdo BNDES finalmente vingou para essas regiões. Em2005, implantou o sistema de financiamento por mi-crorregiões e não mais por grandes áreas e segmentos.A partir de 2009, para minimizar os efeitos da criseeconômica mundial, optou por uma política anticíclica,coordenada pelo governo Lula, com o BNDES ajudandoos 27 estados brasileiros com financiamentos em áreasestratégicas de infraestrutura que geraram milhões deempregos. Como resultado, tais regiões verificaram oefeito positivo com o crescimento econômico, a manu-tenção da renda e do bem-estar social.

PSI cai 86%PSI cai 86%PSI cai 86%PSI cai 86%PSI cai 86% - Todos os setores foram prejudi-

cados pela gestão tucana no BNDES, em atendimentoà política de desmonte do governo Temer. O Programade Sustentação do Investimento (PSI), lançado em2009, operado pelo BNDES e pela Finep, por exem-plo, registrou queda de 86% dos desembolsos em2016 na comparação com 2015.

Esse desmonte do BNDES é confirmado pelo eco-nomista tucano e hoje superintendente da instituição,Fábio Giambiagi, quando ele revela que não há expec-tativa de se retomar ao patamar de R$ 100 bilhõesdesembolsados como se experimentou a partir de 2009.

Para a economista Esther Dweck, o BNDES come-çou a andar na contramão. “Todos os países defendempolíticas de subsídios para incrementar a indústria naci-onal. O BNDES está fazendo o contrário”, denuncia. Ofato é que os números do banco comprovam o que Estherafirma: o desembolso para o setor químico e petroquí-mico caiu 54% em 2016 ante 2015.

E a atual política de desmonte de Temer deveráser notada em outros setores por causa do fim dapolítica de conteúdo nacional. O aumento das impor-tações de máquinas e equipamentos vai quebrar seto-res como o da indústria mecânica e de metalurgia; decelulose e papel, de alimento e bebidas. O desembol-so para a indústria mecânica e de metalurgia, em2016, por exemplo, caiu 31% e o setor de infraestru-tura, como um todo, registrou queda de 53%.

Vargas (PT-RS)Vargas (PT-RS)Vargas (PT-RS)Vargas (PT-RS)Vargas (PT-RS) criticou os cortes e frisou que amedida “é um indicativo do que é ou não é prioridadepara este governo ilegítimo”.

Com as novas regras, o MEC diminui o teto globalde financiamento por curso de R$ 42 mil para R$ 30mil por semestre. Com isso, cada aluno poderá receberno máximo R$ 5 mil por mês. Até o último processoseletivo, esse teto era de R$ 7 mil por mês.

As mudanças, segundo o MEC, valem somente paranovos financiamentos, não atingindo cerca de 1,5 milhãode estudantes que já firmaram contratos com o Fies.

O Fies oferece financiamento a estudantes em cur-

sos de instituições privadas de ensino superior. A taxaefetiva de juros do programa é de 6,5% ao ano. Ocandidato deve ter uma renda mensal de até 3 saláriosmínimos por pessoa.

A oferta de vagas do Fies prioriza os cursos de enge-nharias, formação de professores e áreas de saúde. Alémdas áreas prioritárias, o Fies valoriza os cursos com me-lhores índices de qualidade em avaliações do MEC.

As inscrições, no site do programa na internet, po-derão ser feitas até o dia 10. Para participar é preciso tertirado pelo menos 450 pontos na média das provas doEnem e não ter zerado a redação.

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Nessa terça-feira (7), começaram, de fato, ostrabalhos legislativos do Congresso Nacional. Apauta encaminhada pelo Palácio do Planalto e en-campada pelas presidências das duas casas con-gressuais dá uma profunda sensação da continui-dade de 2016. A começar pela eleição dos presi-dentes, dois declarados apoiadores do golpe deestado instalado no Brasil.

O conjunto de matérias em tramitação, nas duascasas, não deixa dúvidas quanto ao que a sociedadebrasileira vai enfrentar contra a supressão de direi-tos e a redução do Estado ampliado, indutor dodesenvolvimento da nação.

Este ano, os partidos de esquerda não terãoassento na Mesa Diretora da Câmara dos Deputa-dos. O bloco parlamentar da situação e a sua basede apoio têm a maioria dos votos. São razõespelas quais se torna imprescindível a presençamassiva da população, em todas as comissões esessões plenárias. Ou isso, ou até maio, quandomuito em junho, todo o arcabouço jurídico de Es-tado de bem-estar social estará acabado.

Entre outros atrasos sociais e econômicos, tra-mita na Câmara dos Deputados a Medida Provisória752, que prorroga e relicita contratos do Programa

Artigo/Enio Verri (PT-PR)

Enio Verri alerta para

necessidade de mobilização

popular contra pauta do atraso

social e econômico de TemerEm artigo publicado em seu site, o deputado Enio Verri (PT-PR) falou ontem sobre as expectativas para a retomada oficial dos

trabalhos na Câmara, com votações em plenário. Entre outros pontos, ele aproveitou para criticar a pauta prioritária do governo

golpista de Michel Temer, que em sua avaliação “não deixa dúvidas quanto ao que a sociedade brasileira vai enfrentar contra a

supressão de direitos e a redução do Estado ampliado, indutor do desenvolvimento da nação”. Leia abaixo a íntegra do artigo.

O novo brado brasileirode Parceria de Investimentos (PPI). O referido pro-grama nada mais é que a reedição das privatizaçõesdo governo Fernando Henrique Cardoso. À época, aempresa Vale do Rio Doce foi vendida por R$ 3,3bilhões, quando valia cerca de R$ 93 bilhões.

Com uma concepção de governo e de Estadoalinhada com a de FHC, Temer está com a mesmadisposição para entregar o patrimônio brasileiro,a troco de bananas. A primeira medida foi tirar daPetrobras a primazia de ser a operadora exclusivado pré-sal. Em seguida, o governo golpista entre-gou à empresa francesa de petróleo Total, 22,5%do campo de Iara e 35% do campo de Lapa, porUS$ 2,2 bilhões. O custo de exploração para aTotal ficará entre US$ 1,75 a US$ 2,4. Abaixo dospraticados US$ 2,55.

A MP da entrega do patrimônio brasileiro éapenas um dos desafios para a população brasi-leira. Na agenda governamental estão, além dareforma da Previdência e a trabalhista, a MP754, que transfere aos parlamentares a compe-tência de reajustar preços de medicamentos,quando se sabe da influência da trilionária in-dústria farmacêutica no Congresso Nacional.

Não existe pauta governamental favorável à po-

pulação. Como não bastassem as medidas desuma-nas contra aposentados e pensionistas, com a reti-rada de direitos seculares, a MP 767 oferece umbônus de desempenho para perito médico previden-ciário, no intuito de identificar, entre os pensionis-tas de salário mínimo, aqueles que podem ter aaposentadoria ou outro benefício suspenso.

Enquanto Temer corre atrás de aposentado po-bre, para retirar-lhe o pouco que recebe, não temolhos para os cerca de R$ 530 bilhões sonegadosem 2016. Valor suficiente para cobrir duas vezes odéficit de R$ 150 bilhões. Segundo o SindicatoNacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sin-profaz), cerca de 80% do valor sonegado são oriun-dos de esquemas de lavagem de dinheiro.

A pauta de maldades é extensa e o espaço épequeno para relatar com detalhes os prejuízos ànação. Faz-se urgente a organização e articulaçãodos movimentos sociais, de todos os segmentos,para ocuparem, diuturnamente, o Congresso Nacio-nal. A ausência da população acarretará a brasilei-ras e brasileiros a perda do acesso a serviços bási-cos, bem como o fim do patrimônio material produ-tivo, construído ao longo de mais de 60 anos. Ocu-pação, ou retrocesso, esse é o novo brado brasileiro.

O deputado Zé Geraldo (PT-PA) culpou, em pronun-

ciamento no plenário, o governo ilegítimo de Temer pelo

“desequilíbrio social” que vive o País. “Depois que o

governo golpista assumiu e começou a exercer, com o

presidente Temer, o seu projeto de poder no País, a paz

social que estava sendo construída desestabilizou-se e

a tendência é aumentar a violência no Brasil por conta

do desequilíbrio social”, alertou.

“A violência no Brasil não é só a mortandade anun-

ciada pela imprensa, principalmente a dos presídios,

como em Manaus, em Roraima e outras cidades, virou

uma ação permanente. No Pará, morrem todas as se-

manas mais pessoas do que na guerra da Síria. O de-

semprego é crescente. Não sei se a situação está me-

lhor nas regiões Sul e Sudeste, mas no Norte do Brasil,

Zé Geraldo culpa governo golpista de Temerpelo desequilíbrio social que o Brasil vive

especialmente no Pará, a insatisfação é generalizada.

Ela está presente no pequeno e no médio empresário,

no empresário de uma maneira geral e no servidor pú-

blico”, reiterou o parlamentar petista.

Para o deputado do PT, o discurso do golpe já não

convence mais ninguém. “Este governo que está aí deu

o golpe falando da crise que existia. E o que é que me-

lhorou neste País? Mostrem-me uma coisa que tenha

melhorado no Brasil neste tempo de governo Temer?

Pelo contrário, tudo está piorando. Buscar um financia-

mento bancário é uma burocracia terrível. Buscam-se

os programas sociais, e os programas estão sendo re-

duzidos. Alguns vão desaparecer”, lamentou.

Zé Geraldo também criticou a postura de alguns

parlamentares que diziam que havia uma crise no País

e agora, no governo Temer, se calaram. “Alguns deputa-

dos não sobem mais à tribuna para reclamar que o pre-

ço do petróleo está subindo ou que o custo da energia

é alto. Agora, está todo mundo quieto. Parece que está

tudo bem, parece que o Brasil está melhorando, parece

que não existe crise”, enfatizou.

GUSTAVO LIMA/AGÊNCIA CÂMARA

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA