21
Alexandre O’Neill

Alexandre o'neill

  • Upload
    marcio

  • View
    223

  • Download
    1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Alexandre o'neill

Alexandre O’Neill

Page 2: Alexandre o'neill

Alexandre O’Neill

Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões GOSE

 Nasceu em Lisboa, dia 19 de dezembro de 1924 e morreu, dia 21 de agosto de 1986

Foi considerado um importante poeta do movimento surrealista português.

Era descendente de Irlandeses.

Page 3: Alexandre o'neill

O'Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publicou a sua primeira obra, foi um volume de colagens, intitulada “A Ampola Miraculosa” mas o grupo rapidamente se desdobra e acaba.

Page 4: Alexandre o'neill

As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua ação à publicidade. É da sua autoria o lema publicitário «Há mar e mar, há ir e voltar». Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE.

Page 5: Alexandre o'neill

Por volta de 1948, fundou o Grupo Surrealista de Lisboa com Mário Cesariny, José-Augusto França, António Domingues, Fernando Azevedo, Moniz Pereira, António Pedro.

Mário Cesariny

Page 6: Alexandre o'neill

José-Augusto França

Page 7: Alexandre o'neill

António Domingues

Page 8: Alexandre o'neill

Fernando Azevedo

Page 9: Alexandre o'neill

Moniz Pereira

Page 10: Alexandre o'neill

António Pedro

Page 11: Alexandre o'neill

Em 1958, com a edição de No Reino da Dinamarca, Alexandre O’Neill viu-se reconhecido como poeta.

Page 12: Alexandre o'neill

PoemasNa década de 1960, provavelmente a mais produtiva literariamente, foi publicando livros de poesia, antologias de outros poetas e traduções.

Page 13: Alexandre o'neill

Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca. 

Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto; Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto

Poema: Há Palavras que Nos Beijam

De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas inesperadas Como a poesia ou o amor. 

(O nome de quem se ama Letra a letra revelado No mármore distraído No papel abandonado) 

Palavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte, Ao silêncio dos amantes Abraçados contra a morte.

Page 14: Alexandre o'neill

Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca. 

Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto; Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto. 

Poema: Há Palavras que Nos Beijam

Esquema Rimático: ABCB/ADED

Page 15: Alexandre o'neill

De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas inesperadas Como a poesia ou o amor. 

(O nome de quem se ama Letra a letra revelado No mármore distraído No papel abandonado) 

Palavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte, Ao silêncio dos amantes Abraçados contra a morte. 

Poema: Há Palavras que Nos Beijam (Continuação)

Esquema Rimático: FGHG/IJLJ/MNON

Page 16: Alexandre o'neill

Analise Poética: Há Palavras que Nos Beijam

O poema é constituído por: 5 estrofes com 4 versos ( Quadras)

Esquema Rimático: ABCB/ADED/FGHG/IJLJ/MNON

Linhas Temáticas: Normalmente escrevia mais sobre, o Humor, Sátira, Paródia, Blasfémia, Ironia, Nonsense, Metáforas Insólitas Sátira: Construção poética, livre e repleta de ironia que se opõe aos costumes, ideias ou instituições da época

Blasfémia: palavra proferida, que ofende fortemente uma divindade, insulta uma religião ou tudo que pode ser considerado sagrado

Ironia: Linguagem através da qual se expressa exatamente o oposto daquilo que se diz

Nonsense: Comportamento, discurso ou frase sem coerência, desprovido de sentido

Page 17: Alexandre o'neill

1ª EstrofeHá palavras que nos beijam Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca.

Na primeira estrofe do poema é possível crer que existe palavras que são como verdadeiros beijos, de esperança porque chegam de pessoas sinceras. Aqui, sim, “As palavras de amor, de esperança louca” é transmitido uma ideia de que estas palavras de amor e de esperança estão a apoiar-nos, dão-nos uma determinada força para seguir em frente em momentos em que nos sentimos desmotivados. O adjetivo “louca” reforça essa mesma ideia, realçando então o poder das palavras de que de certa forma são encorajadoras;Desta forma podemos ver que o poeta, comparando as palavras ao beijo e á esperança, esta a demonstrar a verdadeira força que estas apresentam. Por um lado como o beijo, elas acalmam, sossegam-nos, acarinham e confortam, por outro lado como esperança elas permitem acreditar e seguir em frente e a enfrentar os obstáculos;

Page 18: Alexandre o'neill

2ª EstrofePalavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto; Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto. 

Já na segunda estrofe o poeta orienta mais os seu versos ás pessoas infelizes, referindo-se que as palavras detêm um poder de conseguirem ajudar a superar a infelicidade dos maus momentos presentes nas vidas dessas pessoas, “ Quando a noite perde o rosto”. Esta ajuda, muitas vezes não passa só de uma tentativa, pois é em grande parte se sentido, pois estes momentos de mágoa e tristeza transportam-nos para um outro mundo, uma outra realidade em que a única perceção é que tudo é impossível e inalcançável, “Palavras que se recusam/Aos do teu desgosto”.

Page 19: Alexandre o'neill

3ª EstrofeDe repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas inesperadas Como a poesia ou o amor. 

Na terceira estrofe é feita uma comparação entras as palavras com a poesia e o amor, “Como a poesia ou o amor”. Isto porque tanto a poesia como o amor, erguem-se a qualquer momento, e geralmente são bastante imprevisíveis, trazendo co elas esperança de dar cor á vida, “De repente coloridas/Entre palavras sem cor”.

Page 20: Alexandre o'neill

4ª Estrofe(O nome de quem se ama Letra a letra revelado No mármore distraído No papel abandonado) 

Na quarta estrofe, o sujeito poético quer essencialmente dar a entender que, quando estamos apaixonados, temos uma vontade louca de escrever o nome da nossa amada, “Letra a letra”, em qualquer sitio. Quer isto dizer que não importa onde vamos escrever, se é num papel rasgado de um caderno ou mesmos na mesa, o importante é transmitir, através da palavra, o nome da pessoa que amamos.O fato de a estrofe surgir entre parêntesis pode representar um único momento do poema, e significa que apesar de uma pequena ação, como escrever um nome num papel, o significado para a pessoa que escreve é grandioso

Page 21: Alexandre o'neill

5ª EstrofePalavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte, Ao silêncio dos amantes Abraçados contra a morte. 

Na ultima e quinta estrofe, o autor mostra que as palavras podem ser também partilhadas em silencio, ou seja, as palavras são ditas, mas não se ouvem, pois os amantes não precisam de falar para saber o que o seu parceiro pensa ou sente, “Ao silêncio dos amantes”