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A E
V V
Página 01
RESPONSABILIDADE:Presidente da Diretoria
Executiva.Diretor do DRP - Departamento
de Relações Públicas eDivulgação
Liberdade não é sinônimo de inconsequência ouindisciplina. A Doutrina não interfere em nosso livre-arbítrio, mas lembra, com o apóstolo Paulo (1Co, 6:12),que todas as coisas nos são lícitas, mas nem todas ascoisas nos convêm.
6 – De que me vale decidir que não vou brincar noCarnaval, se isso vai me causar constrangimento? Se nãovou ficar feliz com isso?
Talvez você esteja dando demasiadaimportância para esses festejos, que nada acrescentamà nossa experiência de vida. Experimente outros valores.
7 – Uma mudança de motivação?
Essa é a palavra chave: motivação, adefinir os rumos de nossa vida. Aquele que aprecia ocarnaval é livre para desenvolver suas próprias iniciativas.Vibra, aguarda ansiosamente os festejos. Mas, à medidaque tome consciência dos objetivos da jornada humana,pensará diferente.
8 – Buscará um retiro espiritual…
Seria uma opção. Há outras maisinteressantes: o socorro a necessitados; a construção demoradias para desabrigados; o atendimento de enfermos;a instalação de serviços numa favela… Há imensaspossibilidades a serem consideradas para umaproveitamento desses dias de folga que o Carnavalenseja às pessoas interessadas em servir. Essasiniciativas lhes permitirão, de uma forma muito maiseficiente, superar tensões, sem os riscos dainconsequência, e desfrutar de alegria autêntica, semdramas de consciência nem ressacas na quarta-feira decinzas.
1 Como poderíamossituar o Carnaval?
Embora suas origensestejam nas antigasfestividades dopaganismo romano,sempre me pareceu umafesta de índio. Os foliõesr e n u n c i a m ,momentaneamente, às
conquistas da civilização e retornam à taba. É gentepulando inconsequentemente, emitindo sons que,eventualmente, lembram música. Só falta a fogueirano centro do salão.
2 – Mas não são horas preciosas de espairecimento,em que as tensões acumuladas esvaem-se ante aalegria contagiante dos corações?
Diríamos mais apropriadamentealegria do álcool e das drogas, que correm soltos nossalões momísticos. Há um clima de liberou geral, comocostuma dizer a moçada.
3 – É tão grave assim?
Basta ler o noticiário policial dessesdias. Sobem os índices de crimes e acidentes, quenão podem ser debitados a resgates cármicos. Sãomeros frutos da imprudência gerada peloentorpecimento dos sentidos e pela razãodesdenhada. E há outro problema: os ambientescarnavalescos estão repletos de Espíritosdesajustados e viciosos. Frequentemente, processosobsessivos têm ali o seu início.
4 – E a questão da sintonia? Se participo, sem fazeruso de bebidas ou drogas, conservando o equilíbriointerior, o pensamento elevado, serei afetado?
Poderia, também, para maiorgarantia, entrar no salão com o Evangelho na mão…Considere, entretanto, que com semelhantedisposição dificilmente encontraria prazer nocarnaval, que pede, undamentalmente,o clima databa.
5 – Essa condenação do Carnaval não exprime umaatitude preconceituosa, que nega a liberdade deconsciência preconizada pela Doutrina Espírita?
Aliança Espírita Varas da Videira
BOLETIM ELETRÔNICO
CONTATO:[email protected]@gmail.com
Diálogo Sobre O CarnavalRichard Simonetti
ORGANIZAÇÃO,MONTAGEM E
DIAGRAMAÇÃO: Gislaine e Leonardo
Yokomizo.
Aliança EspíritaVaras Da Videira
Endereço: Rua Bernadinode Campos 363 – Centro.
Araçatuba/SP
Aliança Espírita Varas Videira
Boletim Eletrônico AEVV - Fevereiro 2010
Ano II edição 22
Araçatuba SP
Aliança Espírita Varas da Videira
Desde 11 de junho de 1949
História de
Irma de Castro Rocha
(MEIMEI)
que esse cuidado por parte dela era devido ao passadocomplicado do marido. Chico Xavier explicara que Meimei vinhaauxiliando Arnaldo Rocha na caminhada evolutiva há muitosséculos, por isso a sua acuidade em adocicar os momentosmais difíceis e alegrar ainda mais os instantes de ventura.
Na noite da sua desencarnação, Arnaldo Rocha acorda, porvolta de duas horas da madrugada, com sua princesa rasgandoa camisola e vomitando sangue, devido a um edema agudo depulmão. O marido sai desesperado em busca de médico, poisnão tinham telefone. Ao voltar, encontra-a morta.
A amizade entre o casal, projetando juras de eterno amor, teveinício por volta do século VIII a.C. Um general do império Assírioe Babilônico, de nome Beb Alib, ficou conhecendo Mabi, belaprincesa, salvando-a da perseguição de um leão faminto. FoiMeimei quem relatou a história, confirmada depois por ChicoXavier e traduzida inconscientemente pelo escritor e ex-presidente da União Espírita Mineira, Camilo Rodrigues Chaves,no livro Semíramis, romance histórico publicado pela editoraLAKE, de São Paulo.
Essas reminiscências de Meimei eram tão comuns que, alémdesse fato contido no livro citado, há, também, uma referênciaà personagem Blandina (Meimei), no livro Ave, Cristo!Aconteceu da seguinte forma: Chico passou um determinadocapítulo do livro para Arnaldo Rocha avaliar. À medida que lia,lágrimas escorriam por suas faces, aos borbotões. Ao final daleitura, Arnaldo disse para Chico: \”Já conheço esse trecho!\”Chico arrematou: \”Meimei lhe contou, né?\” Nesse romancede Emmanuel, Blandina teria sido filha de Taciano Varro(Arnaldo Rocha), definindo a necessidade do reencontro decorações com vista à evolução espiritual.
Através da mediunidade de Chico Xavier, muitas outrasinformações chegaram ao coração de Arnaldo sobre a trajetóriaespiritual de Meimei. À guisa de aprendizado, Arnaldo foianotando essas informações e trabalhando, em foro deimortalidade, aspectos de seu burilamento.
Meimei tinha a mediunidade clarividente, conversava com osespíritos e relembrava cenas do passado. Era comum verMeimei, por exemplo, lendo um livro e, de repente, ficar com oolhar perdido no tempo. Nesses instantes, Arnaldo olhava desoslaio e pensava: \”Está delirando\”. Algumas vezes elaafirmava: \”Naldinho, vejo cenas, e nós estamos dentro delas;aconteceu em determinada época na cidade...\”. Arnaldo, àépoca materialista, não sabendo como lidar com essesassuntos, cortava o diálogo, afirmando: \”Deixa isso de lado,pois quem morre deixa de existir\”.
Em seus últimos dias terrenos, nos momentos de ternura entreo casal apaixonado, apesar do sofrimento decorrente dadoença, Meimei tratava Arnaldo como \”Sr. Duque\” e pediaque ele a chamasse de \”minha Pilarzinha\”. Achando curiosoo pedido, Arnaldo perguntou o motivo e recebeu uma respostaque, para ele, era mais uma de suas fantasias: \”Naldinho,esse era o modo de tratamento de um casal que viveu naEspanha no século XVI. O esposo chamava-se Duque de Albae a sua esposa, Maria Henríquez\”. Embevecido com a mentecriativa na arte de teatralizar da querida esposa, entrava nabrincadeira deixando de lado as excessivas perquirições.
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Irma de Castro Rocha, este encantador espírito, ficou conhecidana família espírita como Meimei.
Trata-se de carinhosa expressão familiaradotada pelo casal Arnaldo Rocha(1) e Irma deCastro Rocha, a partir da leitura que fizeram dolivro Momentos em Pequim, do filósofo chinêsLyn Yutang. Ao final do livro, no glossário,encontram o significado da palavra Meimei –\”a noiva bem amada\”. Este apelido ficara emsegredo entre o casal. Depois de desencarnada,Irma passa a tratar o seu ex-consorte por \”MeuMeimei\”. Irma de Castro Rocha não foi espíritana acepção da palavra, pois foi criada naReligião Católica. Ela o era, porém, pela práticade alguns princípios da Doutrina Codificada porAllan Kardec, tais como caridade, benevolência,mediunidade (apesar de empírica), além de umaconduta moral ilibada.
Nasceu na cidade de Mateus Leme, Minas Gerais, a 22 deoutubro de 1922 e desencarnou em Belo Horizonte, em 1º deoutubro de 1946. Filha de Adolfo Castro e Mariana Castro, tevequatro irmãos: Carmem, Ruth, Danilo e Alaíde. Aos dois anosde idade sua família transferiu-se para Itaúna – MG. Aos cincoanos ficou órfã de pai. Desde cedo se sobressaiu entre osirmãos por ser uma criança diferente, de beleza e inteligêncianotáveis. Cursou até o segundo ano normal, sendo destacadaaluna.
A infância de Meimei foi a de uma criança pobre. Eraextremamente modesta e de espírito elevado. Pura e simples.Adorava crianças e tinha um forte desejo – o de ser mãe, nãoconcretizado porque o casamento durou apenas dois anos ehouve o agravamento da moléstia de que era portadora: nefritecrônica, acompanhada de pressão alta e necrose nos rins.
Irma de Castro, na flor de seus 17 anos, tornou-se uma belamorena clara, alta, cabelos negros, ondulados e compridos,grandes olhos negros bastante expressivos e vivazes. Foi nessaépoca que se tornou grande amiga de Arnaldo Rocha, que viriaa ser o seu esposo.
Casaram-se na igreja de São José, matriz de Belo Horizonte.Na saída da igreja, o casal e os convidados viveram uma cenainesquecível. Depararam-se com um mendigo, arrastando-sepelo chão, de forma chocante, sujo, maltrapilho e malcheiroso.Meimei, inesperadamente, volta-se para o andarilho e,sensibilizada pela sua condição, inclina-se, entrega-lhe obuquê, beijando-lhe a testa. Os olhos da noiva ficarammarejados de lágrimas...
Arnaldo Rocha afirma que toda criança que passava por Meimeirecebia o cumprimento: \”Deus te abençoe\”. Havia um filhoimaginário. Acontecia vez por outra de Arnaldo chegar dotrabalho, sentar-se ao lado de Meimei e ouvir dela a seguintefrase: \”Meu bem, você está sentado em cima de meuprincipezinho\”. Meimei tinha a mediunidade muito aflorada,o que, para seu marido, à época, tratava-se de disfunçãopsíquica. Estes pontos na vida de Meimei retratam oscompromissos adquiridos em existência anterior, na corte deFelipe II, ao lado do marido Fernando Álvares de Toledo – oDuque de Alba (Arnaldo Rocha). Nessa época seu nome teriasido Maria Henríquez.
Apesar do pouco tempo de casados, o casal foi muito feliz. Elatinha muito ciúme do seu \”cigano\”. Arnaldo Rocha explica
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Apresentamos esse ângulo da vida de Meimei para suscitarreflexões acerca do progresso espiritual por ela engendradoem suas diversas reencarnações – das quais citamos apenasalgumas –, e que conduziram nossa querida amiga Meimei aobelo trabalho realizado em prol da divulgação da DoutrinaEspírita, no Mundo Espiritual, aproveitando as vinculaçõesafetivas com aqueles corações que permaneceram no planoterreno.
Em seus derradeiros dias de vida terrena, Meimei começou ater visões. Ela falava da avó Mariana, que vinha visitá-la e queem breve iria levá-la para viajar pela Alba dos céus. Depois demuitos anos veio a confirmação através de Chico Xavier. Arnaldorecebe do médium amigo, em primeira mão, o livro Entre aTerra e o Céu, ditado por André Luiz, no qual encontra umatrabalhadora do Mundo Espiritual – Blandina – vivendo no Larda Bênção, junto com sua Vovó Mariana, cuidando de crianças.Em determinado trecho, Blandina revela um pouco da sua vidaterrena junto ao consorte amado.
Arnaldo Rocha narra um fato muito importante noredirecionamento de sua vida. No romance \”Ave, Cristo!\”,que se desenvolve na antiga Gália
Lugdunense, encontra-se um diálogo entre os personagensTaciano Varro (Arnaldo Rocha) e Lívia (Chico Xavier), no qualas notas do Evangelho sublimam as aspirações humanas. Líviaconsola Taciano, afirmando que \”no futuro encontrar-nos-emos em Blandina\”. Essa profecia
realizou-se mais ou menos 1600 anos depois, na Avenida SantosDumont, em Belo Horizonte, no encontro \”casual\” entreArnaldo Rocha e Chico Xavier, após o qual Arnaldo Rocha,materialista convicto, deixa cair as escamas que lhe toldavama visão espiritual.
Graças à amizade fraterna entre Arnaldo Rocha e FranciscoCândido Xavier, reconstituída pelo encontro \”acidental\” naAv. Santos Dumont, a história de amor entre Meimei e Arnaldomanteve-se como farol a iluminar a vida dele, agora em basesdo Evangelho, que é o roteiro revelador do Amor Eterno.
Depois daquele encontro, que marcou o cumprimento daprofecia de Lívia e Taciano Varro, Arnaldo, o jovem incauto ematerialista, recebeu consolo para suas dores; presentes docéu foram materializados para dirimir sua solidão; pelasevidências do sobrenatural, incentivos nasceram para o estudoda Doutrina Espírita, surgindo, por conseqüência, novos amigosque indicaram ao jovem viúvo um caminho
diferente das conquistas na Terra.
Passando a viajar permanentemente a Pedro Leopoldo, berçoda simplicidade da família Xavier, recebeu de Meimei, suaquerida esposa, as mais belas missivas através da psicografiae da clarividência de Chico Xavier.
Faltam-nos palavras para expressar nossa ternura e respeitoao espírito Meimei que, por mais de seis décadas, tem inspiradoos espíritas a seguir o Caminho, e a Verdade e a Vida Eterna.
Ao finalizar este singelo preito de gratidão a Irma de CastroRocha, a doce Meimei das criancinhas, lembramos opensamento do Benfeitor Emmanuel, que sintetiza a amizadedos trabalhadores do Espiritismo Evangélico em todo o Brasilcom o Espírito Meimei: um verdadeiro \”sol que ilumina ostristes na senda da dor. Meimei, amor...\”.
1 - Arnaldo Rocha, ex-consorte de Meimei, é trabalhador econselheiro da União Espírita Mineira desde 1946. Amigoinseparável de Chico Xavier. Organizador dos livros InstruçõesPsicofônicas e Vozes do Grande Além, FEB. Co-autor do livro\”Chico, Diálogos e Recordações\”, UEM.
Carlos Alberto Braga Costa
Fonte: O Espírita Mineiro, nº 295
http://www.uemmg.org.br/list.noticia.php/origem/1/noticia/345/titulo/Irma_de_Castro_Rocha_MEIMEI
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Dez Maneiras de Amar a Nós Mesmos1 - Disciplinar os próprios impulsos.
2 - Trabalhar, cada dia, produzindo o melhor que pudermos.
3 - Atender aos bons conselhos que traçamos para os outros.
4 - Aceitar sem revolta a crítica e a reprovação.
5 - Esquecer as faltas alheias sem desculpar as nossas.
6 - Evitar as conversações inúteis.
7 - Receber o sofrimento o processo de nossa educação.
8 - Calar diante da ofensa, retribuindo o mal com o bem.
9 - Ajudar a todos, sem exigir qualquer pagamento de gratidão.
10 - Repetir as lições edificantes, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, perseverando no aperfeiçoamento de nósmesmos sem desanimar e colocando-nos a serviço do Divino Mestre, hoje e sempre.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Paz e Renovação.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Onde Passes
Quando cada dia se te
apresenta, em torno de
atividades a que o dever
te vincula, aparecem as
tarefas com as quais não
contavas. Geralmente,
são pequenos encargos
que a vida te propõe em
nome de Deus. É o amigo
desesperado, a mulher
vergastada pelo
Sofrimento, o
desconhecido em
dificuldade, o doente
esquecido ou a criança
sem rumo, a te pedirem
apoio e consolação.
Não passes indiferente,
diante da dor. Cede um
minuto do tempo de que
disponhas ou algo do que
possuis para diminuir o
frio da penúria e a febre
da aflição. Uma frase
iluminada de amor e
qualquer migalha
de socorro na bênção da
compreensão operam
prodígios. Pronuncia as
palavras que libertem os
corações encarcerados na
angústia, tece um véu de
esperança sobre as
feridas ocultas, improvisa
algum reconforto para os
que carregam conflitos e
lágrimas, alivia os que
choram e faze sorrir de
algum modo, aqueles que
transitam pelos caminhos
empedrados da solidão.
O tempo é uma estrada
que todos somos
compelidos a percorrer.
Segue plantando paz e
semeando alegria. Deus
não nos pede o
impossível. Tanto quanto
nos sucede, onde
estamos, a vida na Terra
te solicita, onde passes,
esse ou aquele toque de
amor, a lembrar-te que o
reino da felicidade
começa em ti. MEIMEI
www.caminhosluz.com.br/
detalhe.asp?txt=1702
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Esta é uma das muitas histórias passadas com Francisco
Cândido Xavier. Impressiona pela atitude do Chico, pela
sabedoria da personagem descrita e pelo surpreendente final,
suscitando-nos à reflexão profunda.
“Ao longo desses anos em
que tenho ido a Uberaba,
conheci muita gente. Gente
boa, gente meio boa e
gente menos boa. Algumas
o tempo vai apagando
lentamente, mas jamais
teriam força suficiente para
apagar de minhas
lembranças a figura
encantadora que vocês vão
passar a conhecer. Numa
daquelas madrugadas,
quando as sessões do Chico
se estendiam até ao
amanhecer, vi-o pela
primeira vez. Naquelas filas quase intermináveis que se
formavam para a despedida ou uma última palavrinha ainda
que rápida com o Chico, ele chamou-me a atenção pela
alegria com que expressava a sua vez. Vinha com passos
cansados, o andar trôpego, a fisionomia abatida, mas seus
olhos brilhavam à medida que se aproximava do Chico. Não
raro, seu contentamento se traduzia em lágrimas serenas,
finas, copiosas. Trajes muito pobres, descalço, pés rachados
indicando que raramente teriam conhecido um par de
sapatos. Calça azul, camisa verde, com muitos remendos;
um paletó de casemira apertava-lhe o corpo franzino. Pele
escura, cabelos enrolados, nos lábios uma ferida. Chamava-
se Jorge. Creio que deve ter tomado poucos banhos durante
toda sua vida. Quando se aproximava, seu corpo magro,
sofrido e mal alimentado exalava um odor desagradável.
Em sua boca, alguns raros tocos de dentes, totalmente
apodrecidos.
Quando falava, seu hálito era quase insuportável. Ainda
que não se quisesse, tinha-se um movimento instintivo de
recuo. Quando se aproximava, tínhamos pressa em dar-lhe
algum trocado para que ele fosse comprar pipoca, doce ou
um refrigerante, a fim de que saísse logo de perto da gente.
Jorge morava com o irmão e a cunhada num bairro muito
pobre. Urna favela, quase um cortiço. Seu quarto era um
pequeno cômodo anexado ao barraco do irmão.
Algumas telhas, pedaços de tábuas, de plástico, folhas de
latas, emolduravam o seu pequeno espaço. O irmão e a
cunhada eram bóias-frias. Jorge ficava com as crianças.
Fazia-lhes o mingau, trocava-lhes os panos, assistia-os. Alma
assim caridosa, acredito que sofresse maus tratos. Muitas
vezes o vi com marcas no rosto e ainda hoje fico pensando
se aquela ferida permanente em seu lábio inferior não seria
resultante de constantes pancadas. O Chico conversava com
ele cinco, dez, vinte minutos. Nas primeiras vezes, pensava:
Meu Deus, como é que o Chico pode perder tanto tempo
com ele, quando tantas pessoas viajaram milhares de
quilômetros e mal pegaram em sua mão? Por que será que
ele não diminui o tempo do Jorge para dar mais atenção
aos outros? Somente mais tarde fui entender que a única
pessoa capaz de parar para ouvir o Jorge era o Chico. Em
casa, ele não tinha com quem conversar; na rua, ninguém
lhe dava atenção. Quase todas as vezes em que lá estava, lá
estava ele também. Assim, por alguns anos habituei-me a
ver aquele estranho personagem, que aos poucos foi-me
cativando. Hoje, passados tantos anos, ao escrever estas
linhas, ainda choro. “A gente corre o risco de chorar um
pouco, quando se deixou cativar”, não é mesmo?
Nunca ouvimos de sua boca qualquer palavra de queixa ou
revolta. Seu diálogo com o Chico era comovente e
enternecedor. -Jorge, como é que vai a vida?
-Ah! Tio Chico, eu acho a vida uma beleza!
-E a viagem foi boa?
-Muito boa, Tio Chico. Eu vim olhando as flores que Deus
plantou no caminho para nos alegrar.
-O que você mais gosta de olhar, Jorge?
-O azul do céu, Tio Chico. Às vezes fico pensando que o
Sinhô Jesus tá me espiando.
Depois, Jorge falava da briga dos gatos, da goteira que
molhou a cama, do passarinho que estava fazendo ninho
em seu telhado. Quando pensava que tudo havia
terminado, o Chico ainda dizia:
-Agora, o nosso Jorge vai declamar alguns versos.
Eu chegava até me virar na cadeira, perguntando a mim
mesmo: onde é que o Chico arruma tanta paciência.
Jorge declamava um, dois, quatro versos. -Bem, Jorge, agora
para nossa despedida, declame o verso de que mais gosto.
-Qual, Tio Chico?
-Aquele da moça, Jorge.
-Ah! Tio Chico, já me lembrei, já me lembrei.
Naquelas horas, o Centro continuava lotado. As pessoas se
acotovelavam, formando um grande círculo em torno da
mesa. Jorge colocava, então, o colarinho da camisa parafora, abotoava o único botão de seu surrado paletó,colocava as mãos para trás à semelhança de uma criançaquando vai declamar na escola perante uma autoridade,olhava para ver se o estavam observando e sapecava
Donativo doCoração
Seja a tua palavra clarão
que ampare, chama que
aquece, apoio que
escore e bálsamo que
restaure.
Sempre que te
disponhas a sair de ti
mesmo para o labor da
beneficência, não
olvides o donativo da
coragem! Auxilia ao
próximo por todos os
meios corretos ao teu
alcance, mas, acima de
tudo, ampara o
companheiro de
qualquer condição ou de
qualquer procedência, a
sentir-se positivamente
nosso irmão, tão
necessitado quanto nós
da paciência e do
socorro de Deus.
Xavier, Francisco
Cândido. Da obra: Brilhe
Vossa Luz. Ditado pelo
Espírito Emmanuel. 4
“Os Últimos Serão os Primeiros”
FOTO DA FILMAGEM: http://www.chicoxavierofilme.com.br/site/?cat=4
inflado de orgulho:
“Menina, penteia o cabelo, joga as tranças prá cacunda.
Queira Deus que não te leve, de domingo prá segunda”.
Quando Jorge terminava, o riso era geral. Ele também sorria.
Um sorriso solto e alegre, mas ainda assim doído, pois a
parte inferior de seus grossos lábios se dilatava, fazendo
sangrar a ferida. Aí ele se aproximava do Chico, que lhe
dava uma pequena ajuda em dinheiro. Em todos aqueles
anos, nunca consegui ver quanto era. Depois, colocava o
dinheiro dentro de uma capanga, onde já havia guardado
as pipocas, os doces, dando um nó na alça de pano. Para se
despedir, ele não se abraçava ao Chico, ele se jogava todo
por inteiro em cima do Chico. Falava quase dentro do nariz
do Chico e eu nunca o vi ter aquele recuo instintivo como
eu tivera todas as vezes. Beijava a mão do Chico, que beijava
a mão e a face dele, ao que ele retribuía, beijando os dois
lados da face do Chico, onde ficavam manchas de sangue
deixadas pela ferida aberta em seus lábios.
Nunca vi o Chico se limpar na presença dele, nem depois
que ele se tivesse ido. Eu, que muitas vezes, ao chegar à
casa dele, molhava um pano e limpava o que passamos a
chamar carinhosamente de “o beijo do Jorge”. Não saberia
dizer quantas vezes pensei em levar um presente ao Jorge.
Uma camisa ...um par de sapatos ... uma blusa. Infelizmente,
fui adiando e o tempo passando.
Acabei por não lhe levar nada. Lembro-me disso com
tristeza e as palavras do Apóstolo Paulo se fazem mais fortes
nos recessos de minha alma:
“Façamos o Bem, enquanto temos tempo”. Enquanto temos
tempo. De repente, fica tarde demais. O Jorge desencarnou.
Desencarnou numa madrugada fria. Completamente só em
seu quarto. Esquecido do mundo, esquecido de todos, mas
não de Deus. Contou-me o Chico que foi este nosso irmão
de pele escura, cabelos enrolados, ferida nos lábios, pés
rachados, mau cheiro, mau hálito que, ao desencarnar,
Nosso Senhor Jesus Cristo veio pessoalmente buscar. Entrou
naquele quarto de terra batida, retirou o Jorge do corpo
magro e sofrido, envolto em trapos imundos, aconchegou-
o de encontro ao peito e voou com ele para o espaço, como
se carregasse o mais querido de seus filhos.
“ESTAREI CONVOSCO ATÉ O FIM DOS SÉCULOS”
“NÃO VOS DEIXAREI ÓRFÃOS”
Ele não faria uma promessa que não pudesse cumprir.”
Revista Espírita Mensal – Ano XXIV nº288 Outubro 2000
Retirado do livro “CHICO, DE FRANCISCO” de Adelino Silveira
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Notícia do Movimento Espírita (também disponível no blog)
INFORMAÇÕES SOBRE CHICO XAVIER O FILME
Dia 02 de abril de 2010, uma sexta-feira, irá estreiar em circuitonacional um filme de Daniel Filho, Chico XAVIER - O FILME.Site Oficial do Filme: www.chicoxavierofilme.com.br
Exatamente no dia em que se comemora o centenário de ChicoXavier, uma vez que em sua última reencarnação ele nasceuem 02 de abril de 1910. Abaixo o emocionante trailer, queprova que o FILME promete!http://www.youtube.com/watch?v=NnW_YfBVEg0&feature
Sugestão: Para aqueles que possuem orkut, adicionem o vídeodo trailer em seus vídeos favoritos, contribuindo com suadivulgação.
Sugiro também que encaminhem este e-mail para seuscontatos, para que o maior número possível de pessoas possamsaber da estréia deste filme que sem dúvidas será um marcona DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÌRITA.
O filme tem tudo para ser um grande sucesso, alcançar recordesde bilheteria e isso fará com que o nome de Chico Xavier sejamuito comentado na imprensa e consequentemente da nossaquerida e formosa Doutrina Espírita, uma divulgação em largaescala, como nos pedia o preclaro Codificador. Muitas pessoaspassarão a conhecer o Espiritismo através da repercução destefilme. Sem dizer que é uma ótima oportunidade para levarmosao cinema amigos e parentes que não conhecem o Espiritismo.Por enquanto, apenas divulguemos!!! Vamos preparar o terreno,espalhar esta informação aos nossos amigos espíritas e simpatizantes,e mesmo os não espíritas, e aí sim, no dia 02 de abril em diante,vamos lotar as salas de cinema na certeza de que
estaremos contribuindo com a maior divulgação de TODOS OSTEMPOS do Espiritismo.
Por enquanto amigo, se você repassar este e-mail, já estarácontribuindo muito. Forte Abraço a todos e Muita Paz.
Bruno RodriguesCarapicuíba - SPUma última informação:O filme possui grande ELENCO, entreeles:
NELSON XAVIER
ÂNGELO ANTÔNIOMATHEUS COSTATONY RAMOSCHRISTIANE TORLONI
GIULIA GAMLETÍCIA SABATELLAPEDRO PAULO RANGEL
GIOVANNA ANTONELLIPAULO GOULARTCÁSSIA KISS
ROSI CAMPOSANA ROSA
(Colaboração por email de Bruno Rodrigues)
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INICIO DA CAMINHADA NA PRAÇA CHICO XAVIER
Centenário De Chico Xavier é IniciadoEm Pedro Leopoldo, MG
Dentro do programa do “Projeto Centenário de Chico Xavier”, coordenado pela Federação EspíritaBrasileira, as comemorações dessa efeméride foram abertas na terra natal do médium, em Pedro Leopoldo(MG). Na manhã do dia 1º. de janeiro, a Banda da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, fez umaapresentação de alvorada, desfilando por algumas ruas da cidade, a partir da Praça Chico Xavier. Nomesmo dia, à noite houve a abertura das comemorações no Centro Espírita Luiz Gonzaga (fundado pelomédium), numa promoção conjunta da Federação Espírita Brasileira e da União Espírita Mineira, tendona coordenação da mesa a dirigente do Centro-sede Célia Diniz Rodrigues, saudações pelo presidenteda UEM Marival Veloso de Matos, e a palestra foi proferida pelo presidente da FEB Nestor João Masotti.A prece de abertura foi feita por Juselma Maria Coelho (de Belo Horizonte) e a de encerramento, commanifestações de gratidão, por Jaques Albano da Costa (diretor do Centro-sede entre 1971 e 1988).Houve também apresentação de grupo musical da UEM. Compuseram a mesa o vice-presidente da FEBAltivo Ferreira, os diretores da FEB Antonio Cesar Perri de Carvalho e João Pinto Rabelo, o presidente daFundação Cultural Chico Xavier, Wagner Gomes da Paixão, os presidentes das Alianças Municipais Espíritasdas cidades de Pedro Leopoldo e de Uberaba. Durante o evento, Wagner Gomes da Paixão psicografouas mensagens “Mediunidade Sublimada”, de Irmão X, e “Sob a Tutela de Ismael”, de Manoel Quintão, asquais foram lidas. Na manhã do dia 2 houve uma caminhada, coordenada pelo presidente da AME dePedro Leopoldo John Harley Marques, saindo da Praça Chico Xavier e visitando a Casa de Chico Xavier(onde residiu entre 1948 e 1958, e agora um museu), o Centro Espírita Luiz Gonzaga, o Centro EspíritaMeimei (também fundado por Chico Xavier). Neste local estava montada uma mostra de fotos sobre o
médium, houve saudação pelo dirigente Eugênio Eustáquio dos Santos e sobre a Campanha publicitária doCentenário e do 3º. Congresso Espírita Brasileira, feita por Ricardo Mesquita, assessor da FEB. Na noite do dia2, às 18 horas houve o comparecimento dos visitantes à reunião que habitualmente se realiza na Casa de ChicoXavier, e, às 20 horas ocorreu um sarau musical no Lar Espírita Chiquinho Carvalho, local que Chico Xavier,muitas vezes comparecia para a passagem de ano. Em vários locais compareceram sobrinhos do homenageadoe, neste último, esteve presente sua irmã Cidália Xavier de Carvalho. Informações sobre o Centenário de ChicoXavier e o 3º. Congresso Espírita Brasileiro: www.febnet.org.br; www.100anoschicoxavier.com.br
MESA DOS TRABALHOS NO C.E. LUIZ GONZAGA
AGRADECIMENTO E PRECE POR JAQUES ALBANO DA COSTA
A CAMINHADA CHEGA NA
CASA DE CHICO XAVIER
CAMINHADA CHEGA AO C.E. LUIZ GONZAGA
CAMINHADA VISITA O G.E. MEIMEI
CULTO NO LAR NA CASA DE CHICO XAVIER
SARAU LAR CHIQUINHO CARVALHO GRUPO
SERESTA
D. CIDÁLIA XAVIER CARVALHO (IRMÃ DE CHICO
XAVIER), NO SARAU
DATA TEMA FONTE ORADOR
05/02 AMAI OS VOSSOS INIMIGOS ESE CAP. XII CARMEM EMILIA RUAS ESGALHA
12/02 NÃO SAIBA A VOSSA MÃO
ESQUERDA O QUE DÊ A ESE CAP. XIII OFÉLIA GUILHERME CANDIL
VOSSA MÃO DIREITA
19/02 PALESTRA “POR QUE LIVRO EM LANÇAMENTO
ADOECEMOS?”
26/02 HONRAI A VOSSO PAI ESE CAP XIV LEILA GUERREIRO ROCHA
E A VOSSA MÃE
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Palestras Aliança Espírita Varas da VideiraFevereiro de 2010
Palestras Casa da CaridadeFevereiro de 2010
PALESTRAS VARAS DA
VIDEIRA
HORÁRIO: 20 HORAS
ENDEREÇO: RUA BER-
NARDINO DE CAMPOS,
363, ARAÇATUBA-SP
ENTRADA FRANCA
DATA TEMA FONTE ORADOR
020/02 BEM-AVENTURADOS OS ESE CAP. VIII MARIA DA GRAÇA GALETTIQUE TÊM PURO O CORAÇÃO
SEQÜÊNCIA O LIVRO DOS ESPÍRITOS ISMÊNIA GASPARINI
09/02 BEM-AVENTURADOS OSQUE SÃO BRANDOS E PACÍFICOS ESE CAP. IX LEILA GUERREIRO ROCHA
SEQÜÊNCIA O LIVRO DOS ESPÍRITOS ISMÊNIA GASPARINI
16/02 BEM-AVENTURADOS OS QUE ESE CAP. X JOSÉ SYLVIO NOBRE ÓDENASÃO MISERICORDIOSOS
SEQÜÊNCIA O LIVRO DOS ESPÍRITOS ISMÊNIA GASPARINI
23/02 AMAI O PRÓXIMO COMO A ESE CAP. XI IVANA NOBRE MÓDENA SI MESMO
SEQÜÊNCIA O LIVRO DOS ESPÍRITOS ISMÊNIA GASPARINI
PALESTRAS CASA DACARIDADE
HORÁRIO: 20 HORAS
ENDEREÇO: RUA PÉRICLESPIMENTEL SALGADO, 1010,
BAIRRO UMUARAMAARAÇATUBA-SP
ENTRADA FRANCA
ESE- O EVANGELHOSEGUNDO O ESPIRITISMO
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Nossos medos - causas e terapêuticaOsmar Marthi Filho - Fonte Revista Internacional Espiritismo Ed. Fev/2009
http://www.oclarim.com.br/index.php?id=7&tp_not=2&cod=763
Vive-se hoje “a era da ansiedade”,
afirma o psicólogo Rollo May1.
Estamos sempre empenhados em
realizar algo urgente. Parece até que
os dias estão mais curtos para
realizarmos tudo que precisamos fazer.
Mas por que corremos tanto? E o que
essa busca desenfreada pode nos
causar?
Afirma Dr. Emilio Mira y Lopes2 que
“O medo é a mais primária das
emoções humanas.”
“Herança atávica do homem primitivo, sua primeira
emoção foi de medo, diante do caos que não
entendia”, afirma nosso querido amigo Divaldo
Pereira Franco 3. É nossa defesa frente aos perigos,
portanto, normal, mas pode tornar-se patológico,
transformando-se em fobias, associado à
ansiedade, que podemos traduzir pela “ânsia por
solução, ânsia por respostas”4 , às vezes de forma
imediata e que pode nos levar a um quadro de
ansiedade exagerada. Podemos entender a
ansiedade normal como representativa de “um
estado de alerta, como o aviso de um perigo
iminente”5, portanto necessária à nossa
sobrevivência física. Afirma Rollo May que “a
presença da ansiedade significa vitalidade.”1, mas
a ansiedade exagerada, patológica se traduz por
uma “reação desproporcional ao perigo objetivo”5,
isto é, nosso psiquismo passa a aumentar de forma
exagerada e descontrolada nosso grau de
ansiedade, podendo levar a um quadro de
transtornos, como o “Transtorno do Pânico” e o
“Transtorno Obsessivo-Compulsivo” (TOC), dentre
outros.
Mas, afinal, do que temos medo? E por que temos
esses medos?
Segundo a mentora espiritual Joanna de Ângelis,
através do médium e tribuno Divaldo Franco,
“sentimos medo da morte, da velhice (proximidade
da morte), de adoecer (e em consequência, de
morrer), da pobreza, da morte de entes queridos e
da crítica alheia”3. Tais medos seriam um
sentimento de proteção e de preservação da vida
física e emocional. Podemos então estender esses
nossos medos: medo de ser assaltado, medo de
animais, medo de lugares fechados, medo de errar,
medo de amar etc.
Esses medos em alguns pacientes tornam-se
incontroláveis, desproporcionais à ameaça (fobia).
O indivíduo sente medo sem ter sequer um motivo
concreto, que toma conta de sua mente, causando-
lhe imenso pavor e insegurança. Como espíritos que
somos, precisamos fazer algumas reflexões: Afinal
o que é o mal para nós, o que é o bem, o que é o
sofrimento?
Mal, no fundo, configura-se como uma atitude
nossa prejudicial a outrem e a nós mesmos; não o
mal que recebemos, pois que este, no fundo, é um
bem, já que sabemos, pelas Leis Divinas, que só
recebemos, aquilo de que precisamos, ou
merecemos; portanto se algo de “mal” nos
acontece, isto tornar-se-á um bem, se soubermos
aproveitar as lições que esse “mal” nos traz,
suportando-o com humildade, coragem e fé. Diante
deste raciocínio o que devemos temer? Na verdade,
a nós mesmos, às nossas próprias atitudes, pois
serão elas que irão determinar em nosso futuro as
dificuldades que teremos que enfrentar como forma
de ressarcimento dessas atitudes equivocadas.
Não podemos alimentar culpas por termos errado,
pois somos alunos numa escola, como espíritos
reencarnados na Terra, e como tais, sujeitos ao erro.
A venerável mentora espiritual Joanna de Ângelis
nos afirma que “não somos culpados, somos
responsáveis, pelos bons momentos da vida e pelas
ocorrências negativas, devendo repará-las através
de nossa recuperação moral.”3
Libertemo-nos, pois, da culpa, assumindo a
maturidade moral de nos comprometer com a
correção do erro praticado, mediante a mudança
de nossa conduta, voltando-nos ao bem do próximo
e da coletividade.
Podemos entender como causas de nossos medos,
primeiramente, desta existência:
“Experiências traumáticas na infância ou
adolescência, atitudes educacionais no lar,
relacionamentos familiares agressivos”7, dentre
outros. E como causas anteriores do medo, ou seja,
de outras existências, “ a herança da culpa no
inconsciente.”8
Afirma Divaldo P. Franco: “o medo é um grito de
nosso inconsciente pedindo terapia para nos
libertarmos de nossos conflitos mediante a Terapia
do Amor, aplicada ao Bem.”3
Há ainda um fator fundamental na análise de nossos
medos, que são as influências espirituais. Vivemos
imersos num oceano de vibrações, das mentes de
encarnados e de desencarnados e, por sintonia
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vibrações, podendo então receber e impor tais
influências, conforme nossa vontade.
Podemos considerar as influências espirituais
inferiores como geradores ou agravantes dos
sintomas acima descritos. Tais influências ocorrem
através de “clichês” mentais (indução telepática)
por sintonia vibratória, com “ressonância no
inconsciente profundo, onde estão armazenadas as
experiências reencarnatórias”9, ou seja, os
“agentes” desencarnados, que na verdade são
irmãos nossos em humanidade, aos quais devemos
respeito e caridade, que atuam em nossa mente,
quando nossos pensamentos entram na mesma
faixa vibratória dos deles, atingindo nossas
experiências malogradas do pretérito, fazendo com
que estas ressoem em nosso ser. O Dr. Sérgio Felipe
de Oliveira afirma que “fobias, pânicos, são convites
para o trabalho interior, a busca de horizontes, de
escolhas, são pedras, degraus
para você se tornar melhor
pessoa do que você é hoje”4, ou
seja, estamos, pela misericórdia
Divina, tendo a oportunidade de
trabalhar nossos sentimentos
em desalinho, tendo contato
com eles e transformando-os,
através de diversas terapias,
dentre elas, as que propomos a
seguir:.
Permitir-se errar, em vista de seu estágio evolutivo,
com o compromisso de corrigir-se, quando
necessário (auto-perdão); racionalizar o medo,
percebendo o paciente que há mais de imaginação
do que de ameaça real; enfrentamento gradual de
seus medos; psicoterapia; medicação, quando
necessária, com acompanhamento médico
especializado pois “as alterações químicas do
cérebro com fobias e pânicos representativas dos
distúrbios mentais, como depressão, medo e
ansiedade, na formação fetal são reflexos/projeções
dos medos e fobias do espírito reencarnado, ou seja,
o espírito com insegurança vai formar um cérebro
construído com insegurança.”4
Associada às terapias acima mencionadas,
sabemos da eficácia da terapêutica espírita, qual
seja: transformação moral do paciente; orientação
ao agente desencarnado; prece por si mesmo e
pelos agentes desencarnados; passe; água
fluidificada; melhoraria da autoestima, lembrando-
se de que somos filhos amados de Deus e esses
enfrentamentos do medo, da ansiedade e suas
decorrências são sublimes oportunidades para
alavancarmos nosso potencial divino; cultivo de
bons pensamentos, boas
leituras; ação dignificadora e
beneficente na caridade; Fé,
confiança inabalável em Deus,
Jesus e seus mensageiros sub-
limes, lembrando-nos das
vigorosas palavras do Mestre:
“No mundo, tereis aflições, mas
tende bom ânimo, eu venci o
mundo.” (João, 16:33)
Bibliografia:
1 – O Significado de Ansiedade, in SCHUBERT, Sueli
Caldas. Transtornos Mentais, uma leitura espírita,
Cap. 3, 2ª Ed., Araguari/MG, dezembro/
2001, Minas Editora.
2 – LOPEZ, Mira Y – Os Quatro Gigantes
da Alma – J.O Ed. – 13ª ed. – 1988 in
SCHUBERT, Sueli Caldas. Transtornos
Mentais, uma leitura espírita, Cap.3, 2ª
Ed., Araguari/MG, dezembro/2001,
Minas Editora.
3 – DVD – Workshop com Divaldo Franco
– Conflitos Existenciais, realizado em 09
de outubro de 2005, Fiesta Bahia Hotel
– Salvador/BA, LEAL Editora.
4 – CD – Escola de Vida – Medos e Pânicos – Série
Patologias, Vol. 3 – Dr. Sérgio Felipe de Oliveira –
palestra realizada em 25/08/2005 – Projeto
UniEspírito.
5 – SCHUBERT, Sueli Caldas. Transtornos Mentais,
uma leitura espírita, Cap. 3, 2ª Ed., Araguari/MG,
dezembro/2001, Minas Editora.
6 – Compêndio de Psiquiatria – Harold I. Kaplan e
Benjamin J.Sadock, 6ª ed. In SCHUBERT, Sueli Caldas.
Transtornos Mentais, uma leitura espírita, Cap. 3,
2ª Ed., Araguari/MG, dezembro/2001, Minas Editora.
7 – FRANCO, Divaldo Pereira/Joanna de Ângelis
(espírito) – Conflitos Existenciais – 1ª Ed. Salvador/
BA, 2005, LEAL Editora, pág.51.
8 – Idem, pág. 49.
9 – FRANCO, Divaldo Pereira/Joanna de Ângelis
(espírito) – Autodescobrimento, Uma busca interior
– 12ª ed., Salvador/BA, 2003, LEAL Editora, pág. 119.
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