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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: PREVENÇÃO DE DOENÇAS E CUIDADOS COM A SAÚDE
Rejane Andreoli1
Franciele A. C. Follador2
RESUMO
O presente artigo teve como proposta refletir e discutir, juntamente com os alunos, sobre uma alimentação saudável e equilibrada, considerando que os mesmos vêm mudando significativamente seus hábitos alimentares ao ingerirem mais alimentos industrializados que naturais. Assim, neste trabalho estabeleceu-se como problema de pesquisa: é possível sensibilizar os alunos sobre a importância de se adotar uma alimentação saudável e equilibrada para a prevenção de doenças e uma melhor qualidade de vida? Teve como objetivo desenvolver metodologias para proporcionar ao aluno conhecimentos sobre uma alimentação saudável e equilibrada para a manutenção da saúde e prevenção de doenças, contribuindo de forma significativa na formação de novos hábitos alimentares e melhorando sua aprendizagem. A abordagem do tema incluiu atividades práticas, questionário, textos, elaboração de cartazes, pesquisas, debates e vídeos. Os resultados mostraram-se satisfatórios, pois após a conclusão dos estudos, os alunos demonstraram estar mais atentos na escolha e consumo dos alimentos, buscando alimentar-se adequadamente numa tentativa de evitar doenças e melhorar sua qualidade de vida.
Palavras-chave: Alimentação saudável; prevenção de doenças; obesidade.
INTRODUÇÃO A importância de desenvolver o presente estudo se deve ao fato,
principalmente, da interferência da mídia, que influência muito na escolha de
alimentos; a carência de conhecimento sobre nutrição e sua importância no
organismo e a falta de informações adequadas sobre os aditivos presentes nos
alimentos, que interferem na nossa saúde.
Estudos recentes sobre a alimentação e o estado nutricional de crianças
e adolescentes mostram que o sobrepeso e a obesidade crescem cada vez
mais nesta parcela da população, que cada vez mais cedo vem desenvolvendo
doenças que antes eram comuns somente em adultos, isso é resultado dos
confortos oferecidos pela vida moderna, associados a uma dieta alimentar com
alto valor calórico e baixo consumo de frutas, leguminosas e hortaliças,
considerando que nesta faixa etária a alimentação saudável e equilibrada é
1 Professora PDE 2016 – 2017. Graduada em Ciências com Habilitação em Matemática. 2 Orientadora PDE. Professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
indispensável, pois o organismo está em intenso desenvolvimento físico,
mental e cognitivo, além de satisfazer as necessidades nutricionais, também é
importante para desenvolver e manter bons hábitos alimentares para a vida.
Por isso é fundamental destacar a importância da alimentação saudável
para que os alunos façam suas escolhas de maneira consciente e que
contribuam para uma melhoria na sua qualidade de vida.
A escola é o espaço ideal para desenvolver ações voltadas à promoção
da alimentação saudável, incentivar a incorporação de novos hábitos
alimentares, além de desenvolver o conhecimento, valores e atitudes. É tarefa
do professor, orientar os alunos, especialmente na disciplina de Ciências.
Uma boa alimentação é fundamental para o desenvolvimento do aluno,
tanto para o crescimento, quanto para o desenvolvimento intelectual, a
realização de refeições com alimentos de alto valor nutricional apresenta-se
como fator de proteção para o excesso de peso entre adolescentes.
A mídia exerce grande influência na alimentação da população, com
propagandas de alimentos industrializados, que a cada dia estão mais
presentes em nossas casas, com o intuito de facilitar nossa vida e torná-los
mais acessíveis.
Estabelecemos o seguinte problema, visando que os alunos passem a
ingerir mais alimentos saudáveis, ao invés de industrializados, é possível
sensibilizá-los sobre a importância de se adotar uma alimentação saudável e
equilibrada para a prevenção de doenças e uma melhor qualidade de vida?
Desta forma, o objetivo geral do trabalho foi desenvolver metodologias
para proporcionar ao aluno, conhecimentos sobre uma alimentação saudável e
equilibrada para a manutenção da saúde e prevenção de doenças, contribuindo
de forma significativa na formação de novos hábitos alimentares e melhorando
sua aprendizagem. Ainda como objetivos específicos buscou-se sensibilizar os
alunos a consumir alimentos com elevada quantidade de nutrientes, produzidos
muitas vezes no local onde mora, que são saudáveis e necessários para o bom
funcionamento do organismo; reconhecer as funções de cada tipo de nutriente
que compõem os alimentos que ingerimos; identificar quais são os alimentos
mais consumidos nas refeições diárias dos alunos do 8º ano matutino do
Colégio Estadual de Marmeleiro; discutir os benefícios e os riscos à saúde de
suas escolhas alimentares.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A alimentação saudável é importante para o crescimento,
desenvolvimento e manutenção da saúde. É preocupação constante na rotina
das pessoas, seja para obter um estilo de vida saudável, seja para perder
peso, melhorar a saúde ou satisfazer uma necessidade fisiológica. Existe uma
relação direta entre nutrição, saúde e bem-estar físico e mental das pessoas.
Uma boa alimentação tem um papel fundamental na prevenção e no
tratamento de doenças. O equilíbrio na dieta é um dos fatores que permitiu ao
homem maior expectativa de vida.
Uma alimentação saudável possui três princípios: variedade,
moderação e equilíbrio. É importante comer diferentes tipos de alimentos
pertencentes aos diversos grupos, a qualidade dos alimentos deve ser levada
em conta, não se deve comer nem mais nem menos do que o organismo
precisa, é importante estar atento à quantidade certa dos alimentos, o ideal é
consumir alimentos variados, respeitando as quantidades de porções
recomendadas para cada grupo de alimentos, comer um pouco de tudo. A falta
de nutrientes é um problema, o excesso também é, em se tratando de
alimentação, equilíbrio é fundamental, comer bem não é comer muito, é comer
de modo equilibrado, é ingerir alimentos variados, é cuidar da própria saúde
(BRASIL, 2014).
A nossa alimentação deve conter todos os tipos de nutrientes, carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas e sais minerais, porque todos eles possuem funções vitais para o bom funcionamento do nosso corpo. Refeições que contenham todos os grupos de alimentos em proporções adequadas à idade, ao sexo e ao tipo de atividade física da pessoa garantem uma boa saúde e previnem uma série de doenças (TRIVELATO, 2008, p. 43).
Não adianta apenas saber da importância ou do significado de uma boa
alimentação, é necessário fazer uma reeducação alimentar, trocar os maus
hábitos alimentares por bons hábitos alimentares. Ter um novo estilo de vida,
ampliar conceitos, mudar costumes, a única saída é a educação alimentar.
(DUTRA, 1998).
Observa-se que um grande número de alunos está enfrentando
problemas relacionados a hábitos alimentares inadequados, isso também é
visto na maioria da sociedade e é resultado dos confortos oferecidos pela vida
moderna. Essas crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo em
frente à televisão ou ao computador, que acabam se tornando suas únicas
atividades de lazer. Os costumes alimentares inadequados são prejudiciais e
interferem no desenvolvimento das crianças e adolescentes, além de ser fator
de risco para o surgimento de doenças crônicas.
A escola é o espaço privilegiado para o estudo da alimentação
saudável. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o
Ensino de Ciências, os conteúdos de ciências devem promover conhecimento
científico, para além do senso comum, e o professor deve inter-relacionar o
sujeito e o objeto de estudo da disciplina, permitindo ao aluno, compreender as
condições socioeconômicas para adotar ações preventivas com relação ao seu
estilo de vida, em suas atitudes e em seu comportamento, como fatores para a
manutenção, não somente da sua própria como da saúde coletiva. Considerar
a importância de uma alimentação adequada, equilibrada e saudável e a
produção de alimentos livres de produtos químicos e apontar as contradições
existentes na sociedade atual com relação a este conteúdo, é tarefa do
professor (PARANÁ, 2006).
É importante que os alunos reflitam, discutam e conscientize-se que os
benefícios em relação à saúde é preocupação constante e só terá resultados
positivos se a preocupação for de todos, principalmente no que diz respeito a
hábitos alimentares saudáveis na prevenção de doenças.
Na escola, a criança ou o adolescente devem ser orientados sobre a
importância de uma alimentação saudável e nutritiva que fortalece as defesas
próprias e naturais do organismo. Sabemos que essa responsabilidade não é
só da escola, a família também deve fazer sua parte no que diz respeito a
fornecer e orientar seus filhos quanto a uma alimentação saudável e adequada,
os pais devem ficar atentos aos possíveis riscos relacionados às escolhas e
consumo de alimentos de seus filhos.
Sendo a escola um espaço ideal para o desenvolvimento de
conhecimentos, é papel do professor, orientar os alunos e atuar na busca e
desenvolvimento de metodologias e ações para a mudança de hábitos
alimentares e promoção da saúde. Nas Diretrizes curriculares da Educação
Básica para o Ensino de Ciências, fica bem claro que:
No ensino de Ciências se faz necessário ampliar os encaminhamentos metodológicos para abordar os conteúdos escolares de modo que os estudantes superem os obstáculos conceituais oriundos de sua vivência cotidiana (PARANÁ, 2008, p. 57).
Isso nos leva a pensar que devemos fazer uso de diferentes
abordagens, estratégias e recursos, utilizar práticas pedagógicas inovadoras,
dinâmicas e que despertem o interesse e a curiosidade dos alunos, motivando-
os a aprender e que possam se apropriar do conteúdo, de forma mais simples
e clara, contribuindo para uma aprendizagem significativa.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais, o
aluno precisa ter a capacidade de entender o alimento como fonte de matéria e
energia para o crescimento e manutenção do organismo, diferenciando os
diversos tipos de nutrientes, suas funções na constituição e na saúde do corpo,
conforme suas necessidades básicas e reconhecer fatores socioculturais
relacionados à alimentação humana. Para que os alunos tenham condições de
tomar decisões conscientes, que levem ao rompimento de hábitos alimentares
inadequados, reconhecendo os alimentos que fazem bem e os que devem ser
evitados ou consumidos com cautela, é necessário prepará-los com
conhecimentos aprofundados sobre o assunto (BRASIL, 1998).
De acordo com o Ministério da Saúde, a alimentação diz respeito:
A ingestão de nutrientes, mas também aos alimentos que contém e fornecem os nutrientes, a como alimentos se combinam entre si e preparados, a características culturais e sociais das práticas alimentares. Todos esses aspectos influenciam a saúde e o bem-estar (BRASIL, 2014, p. 15).
A alimentação propicia a ingestão de nutrientes essenciais para a saúde.
Os alimentos são fundamentais para saúde, mas também devemos considerar
importantes as combinações entre eles, a forma de preparo, o modo de comer,
os aspectos sociais e culturais das práticas alimentares.
Os efeitos benéficos dos nutrientes sobre a prevenção de doenças vêm
do alimento em si e das combinações de nutrientes e outros compostos
químicos encontrados nos alimentos, mais do que de nutrientes isolados, e
esses efeitos positivos sobre a saúde são atribuídos ao conjunto de alimentos e
a forma como são preparados e consumidos.
Os padrões alimentares estão mudando rapidamente, essas mudanças
envolve um aumento no consumo de alimentos industrializados determinando
desequilíbrio na oferta de nutrientes e a ingestão exagerada de calorias. O
consumo de alimentos industrializados deve ser limitado a pequenas
quantidades, pois os métodos de processamento usados na fabricação alteram
de modo desfavorável a composição nutricional e a adição de sal, açúcar ou
gordura, transforma o alimento cujo consumo excessivo está associado a
doenças do coração, obesidade e outras doenças crônicas. No caso de seu
consumo é importante verificar o rótulo dos produtos para dar preferência
àqueles com menor teor de sal, açúcar e gordura (BRASIL, 2014).
No Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério
da Saúde, encontra-se os dez passos para uma alimentação adequada e
saudável:
1-Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação. 2-Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. 3-Limitar o consumo de alimentos processados. 4-Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados. 5-Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível em companhia. 6-Fazer compras em locais que oferecem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados. 7-Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias. 8-Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece. 9-Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora. 10-Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais (BRASIL, 2014, p. 125 a 128).
Quando se opta por hábitos alimentares saudáveis, é necessário que se
tome algumas atitudes, como reduzir o consumo de doces, frituras, lanches e
refrigerantes, além de consumir mais verduras, legumes, frutas, carnes magras
ou grelhadas, grãos e fibras.
As frutas, verduras e legumes devem estar presentes todos os dias nas
refeições dos brasileiros. São alimentos muito saudáveis, excelentes fontes de
vitaminas, minerais e fibras. A combinação destes nutrientes auxilia na
manutenção do peso adequado, além de prevenir uma série de doenças.
Devemos dar preferência por frutas, legumes e verduras da época, pois estes
estarão mais baratos e frescos. O guia alimentar para a população brasileira
recomenda um mínimo de três porções diárias desse grupo de alimentos cuja
ingestão deve ser balanceada e variada ao longo da semana.
Quando falamos em alimentação saudável uma questão que não
podemos deixar de mencionar é a segurança alimentar. Os alimentos devem
ser seguros para o consumo, ou seja, não devem apresentar contaminações de
natureza biológica, física ou química ou outros perigos que comprometam a
saúde da população. Medidas preventivas e de controle, incluindo as boas
práticas de higiene, devem ser adotadas em toda a cadeia de alimentos, desde
a sua origem até o preparo para o consumo em domicílio, em restaurante e em
outros locais que comercializam alimentos (BRASIL, 2005).
Segundo o relatório do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (CONSEA), o Brasil é o maior comprador de agrotóxicos do mundo;
existe um risco ainda não avaliado com a liberação das sementes transgênicas;
instalou-se uma epidemia da obesidade; e houve o aumento do consumo de
alimentos com alto teor de sal, gordura e açúcar, com o preocupante aumento
do consumo de bebidas adoçadas e refeições prontas, e redução de alimentos
como arroz, feijão, peixe, frutas e hortaliças, entre outros alimentos saudáveis
(CONSEA, 2010).
Ao final da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional, realizada em Brasília, no mês de novembro de 2015, o documento
concluído e divulgado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (CONSEA), destaca, que comida de verdade começa com o
aleitamento materno, é produzida pela agricultura familiar, com base
agroecológica, é livre de agrotóxicos, de fertilizantes e de todos os tipos de
contaminação e que deve promover hábitos alimentares saudáveis em todos
os lugares (CONSEA, 2015).
Os agrotóxicos são vistos por muitos como uma solução para o aumento
da produção de alimentos, mas eles são tóxicos para o homem, causando
danos à saúde, tanto na exposição direta durante o uso, quanto na ingestão de
alimentos contaminados.
Nos últimos anos, o Brasil passou por várias mudanças políticas,
econômicas, sociais e culturais que promoveram alterações no modo de vida
da população. O aumento de políticas sociais na área da saúde, educação,
trabalho e emprego e assistência social contribuiu para mudanças importantes
no padrão de saúde e consumo alimentar da população. As doenças que
acometiam a população deixaram de ser agudas e passaram a ser crônicas.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil a frequência do sobrepeso e
da obesidade vem aumentando rapidamente e outras doenças crônicas como a
hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer está
aumentando em todas as faixas etárias e classes sociais. A importância da
obesidade como fator de risco para a ocorrência de doenças cardiovasculares
torna-se cada dia mais evidente, e o fato ganha mais importância quando se
considera que a prevalência da obesidade vem aumentando no mundo
(BRASIL, 2014).
A obesidade tem consequências econômicas, à medida que interfere no
desempenho da população, diminuindo a produtividade e aumentando os
gastos públicos com saúde.
De acordo com Claudino:
A obesidade é uma doença orgânica, crônica, de origem multifatorial, resultante da combinação de fatores genéticos, dietéticos, ambientais, psicológicos e comportamentais. (...) é definida como aumento da quantidade de gordura corpórea ou do tecido adiposo. A obesidade é amplamente influenciada pelo meio ambiente, que disponibiliza quantidades excessivas de alimentos altamente calóricos e redução da atividade física (CLAUDINO, 2005, p. 259).
Observa-se que, além dos fatores genéticos, as grandes porções
alimentares, o consumo de alimentos gordurosos e calóricos e a redução de
atividade física, estão entre as causas que contribuem para o aumento da
obesidade.
Estudos demonstram que a perda de peso diminui várias complicações
clínicas associadas à obesidade, embora não existam evidências de que o
tratamento da obesidade aumente a sobrevida, mas, a maioria desses
benefícios também pode prevenir ou retardar o início de outras doenças
relacionadas à obesidade. Atualmente a minoria das pessoas tem alimentação
equilibrada, devido à industrialização, as transformações econômicas e a
excessiva mecanização nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Há
aumento do consumo de energia pela grande oferta de alimentos rico em
calorias, muito saborosos, e crescente consumo de gorduras saturadas,
superando os 30% recomendados. Não se alterou o consumo de cereais, mas
o de carboidratos refinados aumentou. Essas mudanças no padrão alimentar
juntamente com a vida sedentária pode ser as principais causas do surgimento
de doenças crônicas, incluindo a obesidade (CLAUDINO, 2005).
A obesidade é reconhecida como um problema de saúde pública. A
obesidade epidêmica não mostra sinais de regressão, e existe consenso entre
os cientistas de que o ambiente, mais que a biologia, é que conduz ao aumento
desta epidemia. O rápido aumento do peso corporal observado nas últimas
décadas resulta de mudanças de hábitos e torna-se urgente a adoção de
medidas como o aumento de atividades físicas e uma redução de pelo menos
100 kcal/dia para todas as pessoas, o que em longo prazo deveria evitar o
aumento de peso corporal (ANGELIS, 2006)
Na adolescência, o aumento do índice de massa corporal tem se
mostrado associado principalmente aos comportamentos sedentários e a um
padrão alimentar pouco saudável, devido ao consumo de alimentos
industrializados com baixa densidade nutricional.
O peso na adolescência é um bom preditor de peso na idade adulta. Mas, embora o peso na infância e na adolescência seja importante, fica claro que a maioria das pessoas desenvolve obesidade na idade adulta. (CLAUDINO, 2005, p. 196)
O aumento de gordura corporal durante o crescimento acarreta fatores
de risco cardiovascular na vida adulta, além de acarretar efeitos psicológicos
negativos, relacionados à formação da imagem corporal, depressão e
problemas comportamentais.
A adoção de medidas de prevenção da obesidade em adolescentes tem
sido reconhecida como de enorme importância no cenário da abordagem das
doenças que surgem em decorrência desta patologia. As medidas sugeridas
para essa faixa etária se concentram na adoção de hábitos saudáveis e
atividade física regular, evitando-se o excesso de calorias, sal, gordura
saturada e colesterol. Nesse sentido, medidas educacionais de saúde focadas
na busca de um padrão alimentar saudável, atividade física regular e melhoria
do estilo de vida em geral devem ser direcionadas não só para os
adolescentes, mas também para seus familiares.
METODOLOGIA
Este estudo relata atividades realizadas durante o desenvolvimento do
projeto de implementação pedagógica na escola o qual foi aplicado aos alunos
do 8º ano A matutino, do ensino fundamental do Colégio Estadual de
Marmeleiro – EFM, no município de Marmeleiro – PR, no 1º semestre de 2017,
perfazendo um total de 32 horas/aula.
A metodologia utilizada neste artigo foi a pesquisa bibliográfica e o relato
das atividades realizadas pelos alunos em conjunto com a professora com os
resultados destas. Foi desenvolvida uma unidade didática, a qual compreendeu
as atividades propostas dentro da carga horária de aplicação das mesmas
(32h/a).
Inicialmente, a primeira atividade proposta dentro da unidade foi a
apresentação do projeto aos professores, funcionários e direção, na semana
pedagógica, com o objetivo de divulgar as atividades.
Em seguida, foram desenvolvidas atividades (ações) com os alunos, as
quais estão listadas abaixo. A abordagem do tema incluiu atividades práticas,
questionário, textos, cartazes, pesquisas, debates e vídeos.
Ações desenvolvidas na implementação pedagógica na escola:
1- Apresentação do projeto de intervenção para os alunos do 8ºano,
informando objetivos e atividades a serem realizadas.
2- Aplicação de um questionário (pesquisa) para identificar hábitos
alimentares dos alunos, após tabulação de dados, com os alunos, no
laboratório de informática e discussão dos resultados.
3- Discussão e reflexão sobre as decisões na escolha de uma
alimentação saudável, a partir do vídeo Dietas saudáveis – O que comer e
comprar no supermercado?
4- Leitura e informações sobre alimentos e nutrientes, após pesquisa no
laboratório de informática sobre os sais minerais e as vitaminas, suas funções,
fontes e manutenção para o organismo (preenchimento de tabelas) e
discussões.
5- Estudo da pirâmide alimentar, conceitos e como os alimentos estão
distribuídos nela; Vídeo: Nutrição; trabalho em grupo: confecção da pirâmide
alimentar em forma de cartaz, maquete ou painel, após apresentação dos
trabalhos realizados para socialização e discussão com a turma.
6- Leitura e interpretação das informações contidas nos rótulos e
embalagens de alimentos. Trabalho em grupo.
7- Trabalhos em grupo, sobre alimentos naturais e industrializados.
Pesquisa no laboratório de informática, confecção de cartazes, apresentação
para a classe e discussão sobre a importância de ingerir alimentos naturais.
8- Estudo sobre algumas doenças causadas pela má alimentação.
Pesquisa em dupla e apresentação.
9- Debate com os alunos sobre o uso de agrotóxicos na produção de
alimentos. A partir do vídeo (documentário): O Veneno está na Mesa II.
10- Seleção de receitas de alimentos saudáveis trazidas pelos alunos e
elaboração do caderno de receitas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O projeto aplicado no Colégio Estadual de Marmeleiro – EFM, com uma
pesquisa sob a forma de questionário teve os seguintes resultados, os quais
são mostrados nas tabelas abaixo. Este foi aplicado na turma do 8º ano A do
ensino fundamental no período da manhã, para 29 alunos.
A Tabela 1 mostra os resultados relativos ao hábito de tomar café da
manhã.
Tabela 1 – Hábito sobre café da manhã.
Respostas Número de alunos
Sim 20
Não 09
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Analisando os resultados mostrados na Tabela 1 verificou-se que
68,97% dos alunos tomam café da manhã todos os dias. Almeida (2009), em
pesquisa semelhante observou que 54% dos alunos tomam café todas as
manhãs, em nossa pesquisa obtivemos um resultado maior e percebemos que
a qualidade de vida melhora bastante, os alunos ficam mais dispostos e
animados para iniciar o dia de estudo, e só assim se percebe a importância
dele para a saúde.
A Tabela 2 mostra os resultados relativos a preferência de alimentos no
café da manhã.
Tabela 2 – Preferência de alimentos no café da manhã.
Alimentos Número de alunos
Pães 18
Bolos 8
Café com leite 18
Chás 2
Geleia 1
Biscoitos 7
Leite com chocolate 5
Café preto 5
Frutas 2
Outros 3
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Na Tabela 2 observou-se a preferência por pães e café com leite. Com
relação ao tipo de alimento consumido nas refeições, Rocha (2010) em
pesquisa semelhante destacou: pães, leite com chocolate e bolo para o café da
manhã. A preferência por pães, portanto fica evidente.
A Tabela 3 mostra os resultados relativos as vezes que o aluno almoça
durante a semana.
Tabela 3 – Frequência em relação ao almoço.
Quantidade de vezes Número de alunos
Todos os dias 28
Não almoça uma vez por semana 0
Não almoça mais que duas vezes por semana 1
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Na Tabela 3 observou-se que 96,55% dos alunos almoçam todos os
dias. Almeida (2009), em sua pesquisa encontrou como resultado 97%,
resultado praticamente idêntico. O almoço deve ser uma refeição completa,
contendo todos os nutrientes que o organismo necessita.
A Tabela 4 mostra qual o alimento mais consumido na hora do almoço.
Tabela 4 – Alimento mais consumido no almoço.
Alimentos Número de alunos
Arroz 27
Massas 20
Carne vermelha 24
Legumes cozidos 6
Feijão 18
Saladas 13
Peixe 4
Outros 4
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Na Tabela acima observou-se que a preferência é por arroz, massas,
carne vermelha e feijão. Rocha (2010), em sua pesquisa destacou: arroz,
feijão, carne vermelha e saladas como alimentos preferidos pelos alunos no
almoço. Observamos que a ingestão de saladas e legumes não é comum para
nossos alunos, por isso que é essencial para tornarem-se conscientes as boas
práticas nutricionais.
A Tabela 5 ilustra quantas vezes o aluno ingere frituras na semana.
Tabela 5 – Ingestão de frituras semanalmente.
Quantidade de vezes Número de alunos
Nenhuma 4
De 1 a 2 vezes por semana 13
De 2 a 4 vezes por semana 8
Mais de 4 vezes por semana 4
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Na Tabela 5, notou-se que 44,82% dos alunos ingerem frituras de 1 a 2
vezes por semana, 27,58% ingerem frituras de 2 a 4 vezes por semana e
13,79% ingerem fritura mais de 4 vezes por semana. Rocha (2010), em
pesquisa semelhante encontrou 48,38% dos alunos que ingerem frituras 2
vezes por semana, 32,25% ingerem 4 vezes por semana e 19,35% ingerem
mais de 4 vezes por semana. Observamos que os resultados encontrados por
Rocha (2010) foram superiores em porcentagem aos encontrados em nossa
pesquisa.
A Tabela 6 mostra quantas vezes por semana o aluno faz o lanche da
tarde.
Tabela 6 – Frequência de lanche da tarde
Quantidade de vezes Número de alunos
Nenhuma 0
De 1 a 2 vezes por semana 6
De 2 a 4 vezes por semana 8
Mais de 4 vezes por semana 16
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
A Tabela 6 mostrou que 20,58% dos alunos realizam o lanche da tarde
de 1 a 2 vezes por semana e 55,17% mais de 4 vezes na semana. Rocha
(2010), encontrou 35,48% dos alunos que realizam o lanche da tarde de 1 a 2
vezes na semana e 41,93% mais de 4 vezes na semana, a maioria dos alunos
costumam se alimentar neste período, portanto, os benefícios deste hábito
incluem o aumento da imunidade, perda de peso, melhora do humor e mais
energia para terminar bem o dia.
A Tabela 7 ilustra os alimentos preferidos no lanche da tarde.
Tabela 7 – Alimentos preferidos no lanche da tarde.
Alimentos Número de alunos
Frutas 10
Chás 4
Café 11
Biscoitos 13
Queijos 3
Sucos 13
Leite 10
Pães 18
Bolos 14
Outros 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
No resultado acima os alimentos preferidos para o lanche da tarde são:
pães, biscoitos, bolos e sucos. Rocha (2010), encontrou como alimentos
preferidos pelos alunos: pães, café e leite com chocolate. Destacamos a
preferência por pães no lanche da tarde.
A Tabela 8 mostra as vezes por semana que o aluno costuma jantar.
Tabela 8 – Frequência de jantar.
Quantidade de vezes Número de alunos
Nunca 2
De 1 a 2 vezes por semana 2
De 2 a 4 vezes por semana 3
Mais de 4 vezes por semana 22
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Na Tabela 8 pode-se observar que 75,86% dos alunos jantam mais de 4
vezes por semana. Almeida (2009), em sua pesquisa encontrou 58% dos
alunos com o mesmo hábito. O jantar é tão importante quanto qualquer outra
refeição.
A Tabela 9 mostra o alimento preferido no jantar.
Tabela 9 – Alimento preferido no jantar.
Alimentos Número de alunos
Arroz 24
Massas 18
Carnes vermelha 22
Legumes cozidos 5
Sopas 8
Feijão 24
Saladas 16
Peixe 6
Outros 8
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Analisando os resultados da Tabela 9 verificou-se que o consumo de
carne vermelha, arroz, feijão e massas no jantar são os alimentos que
aparecem como preferência dos alunos. Rocha (2010), em sua pesquisa
encontrou: arroz, feijão, carne vermelha e saladas como alimentos preferidos
pelos alunos no jantar. Observamos que os alimentos preferidos no almoço e
no jantar são os mesmos.
A Tabela 10 refere-se ao costume de ingerir líquido durante as refeições.
Tabela 10 – Ingestão de líquido nas refeições.
Respostas Número de alunos
Sim 24
Não 4
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Analisando os dados da Tabela acima, observou-se que a maioria dos
alunos tem o hábito de ingerir líquidos durante as refeições, isso não é
recomendado, pois pode causar um certo desconforto, atrapalhar a digestão
ocasionando ganho de peso e, consequentemente, poderá contribuir para o
aumento da gordura abdominal.
A Tabela 11 mostra se os alunos costumam substituir refeições por
lanches.
Tabela 11 – Substituição de refeições por lanches.
Respostas Número de alunos
Sim 1
Não 10
Ás vezes 18
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Na Tabela acima notou-se que 62,07% dos alunos, às vezes substituem
refeições por lanches. Taveira (2014), em sua pesquisa observou que 17% dos
alunos substituem refeições por lanches diariamente.
A Tabela 12 indica com que frequência costumam comer salgadinhos,
balas, chicletes e pirulitos.
Tabela 12 – Frequência de consumo de salgadinhos, balas, chicletes e pirulitos.
Quantidades de vezes Número de alunos
Nunca 2
De 1 a 2 vezes na semana 10
De 2 a 4 vezes na semana 9
Mais de 4 vezes na semana 8
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Observou-se que a maioria dos alunos está optando por alimentos
industrializados, com grande quantidade de sal, gordura e açúcar e que
fornecem pouco ou nenhum nutriente, podendo desenvolver no futuro
obesidade e constituindo fator de risco para outros problemas de saúde.
Taveira (2014), observou que 50% dos alunos consomem salgadinhos,
pirulitos, balas e chicletes diariamente.
A Tabela 13 mostra o que os alunos consideram como uma alimentação
saudável.
Tabela 13 – Alimentação saudável.
Respostas Número de alunos
Aquela que nunca se deve comer doces ou
gorduras.
2
Aquela que deve conter todos os alimentos
necessários para o bom funcionamento do
organismo.
17
Comer tudo o que gosto. 6
Comer somente frutas, verduras e legumes. 4
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Observou-se que a maioria dos alunos tem um conceito correto sobre
como deve ser uma alimentação saudável.
De acordo com os resultados da pesquisa (questionário) e relatos
durante a implementação do projeto na escola, notou-se que os alunos têm o
hábito de realizar as três refeições básicas, café da manhã, almoço e jantar,
porém, não contemplam todos os grupos de nutrientes, priorizando as frituras,
doces e os alimentos industrializados; em relação ao lanche da manhã,
realizado na escola, a maioria consome alguma guloseima trazida de casa ou
comprada nos comércios próximos, poucos consomem o lanche fornecido pela
escola; já no lanche da tarde, realizado em casa, a maioria come pão com
algum doce ou embutido.
É importante que os professores de Ciências, orientem os alunos quanto
ao prejuízo de uma alimentação inadequada. A leitura e a análise dos rótulos
dos alimentos industrializados, a seleção e a preferência por alimentos
naturais, pode contribuir para uma vida mais saudável e com qualidade.
Estudos mostram que a alimentação com baixa quantidade de nutrientes, com
excesso de açúcar e sal podem influenciar na aprendizagem dos alunos. É
muito comum observar na hora do lanche na escola, o consumo de guloseimas
e raramente observa-se o consumo de frutas ou alimentos mais saudáveis
(DUPCHAK, 2014).
Com a realização das atividades das ações: 2; 3; 7 e 10, foi possível
observar que a maioria dos alunos traziam alguns conceitos corretos sobre
como deve ser uma dieta alimentar saudável e equilibrada, por exemplo: deve-
se evitar o consumo de doces, frituras, salgadinhos e refrigerantes em excesso
e devemos consumir mais frutas, verduras e legumes. Entretanto, apesar de ter
noção dos malefícios, muitos deles, exageram no consumo desses alimentos.
Embora apresentassem um conceito satisfatório sobre alimentação saudável e
equilibrada, a maioria não põe em prática esse conhecimento.
Estudos sobre a alimentação de grupos de adolescentes brasileiros,
indica ocorrência de inadequação alimentar com carência de ingestão de
produtos lácteos, frutas e hortaliças e excesso de açúcar, sal e gordura
(GAMBARDELLA, 1999).
Segundo o Ministério da Saúde, óleos, gorduras, sal e açúcar são
produtos alimentícios com alto teor de nutrientes cujo consumo pode ser
prejudicial à saúde. O consumo excessivo de sódio e de gorduras saturadas
aumenta o risco de doenças do coração, enquanto o consumo excessivo de
açúcar aumenta o risco de cárie dental, diabetes, obesidade e de várias outras
doenças crônicas. Além disso, óleos, gorduras e açúcar têm elevada
quantidade de calorias por grama. Óleos e gorduras têm 6 vezes mais calorias
por grama do que grãos cozidos e 20 vezes mais do que legumes e verduras
após cozimento. O açúcar tem 5 a 10 vezes mais calorias por grama do que a
maioria das frutas. (BRASIL, 2014).
Nas atividades relativas às ações 4; 8 e 9, observou-se que os alunos
demonstraram bastante interesse sobre quais doenças estão sujeitos a
desenvolver devido à má alimentação, como a falta de vitaminas e sais
minerais, os alimentos mais citados foram: arroz, feijão, massas, carnes e
embutidos; em contrapartida, entre os alimentos dos quais os alunos afirmam
não gostar estão as frutas, as verduras e os legumes; o que caracteriza uma
alimentação rica em carboidratos, lipídios e proteínas e pobre em vitaminas e
sais minerais. Pretendeu-se fazer com que os alunos compreendessem que
muitas das doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, obesidade,
hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, câncer, doenças renais e
outras) que acometem a população mundial poderiam ser evitadas ou
amenizadas com hábitos de alimentação saudável.
As comprovações epidemiológicas estão constantemente apontando
recomendações para que as pessoas aumentem o consumo de frutas e
verduras como medida preventiva para reduzir os riscos de diversas doenças
degenerativas. Existem relações de efeitos benéficos de nutrientes essenciais,
ou não, que podem modificar processos celulares, com efeitos fisiológicos
protetores. Muitos compostos encontrados nos alimentos são responsáveis por
efeitos benéficos observados em indivíduos que os consomem (ANGELIS,
2001).
Nas atividades da ação 5, sobre o estudo da pirâmide alimentar, foi
trabalhado conceitos e como os alimentos estão distribuídos nela; o vídeo:
Nutrição; com o objetivo de analisar e discutir os grupos de alimentos, de
acordo com os principais nutrientes, as necessidades nutricionais diárias e
também a importância da pirâmide para ter uma alimentação saudável e
equilibrada. Em seguida os alunos utilizaram alguns materiais para a confecção
da pirâmide alimentar em forma de cartaz, maquete ou painel. Construir a
pirâmide alimentar, significa reconhecer os alimentos e os grupos aos quais
pertencem, de forma a permitir a elaboração de um cardápio de acordo com as
necessidades alimentares para o desenvolvimento saudável. Após houve
apresentação dos trabalhos realizados para socialização e discussão com a
turma.
Durante o desenvolvimento dessa atividade muitos alunos comentaram
que não tinham por hábito ou que não gostavam de alguns alimentos,
principalmente quando se trata de verduras e legumes, que as suas
preferências são pelos alimentos do topo da pirâmide como doces, salgadinhos
e refrigerantes, mas que com o auxílio da pirâmide fica mais fácil entender o
significado da expressão alimentação saudável e equilibrada.
A representação gráfica dos alimentos na forma de pirâmide deve ser
dinâmica, considerando-se a especificidade do grupo populacional com o qual
se trabalha (crianças, adultos, adolescentes, idosos e outros). É importante que
a pirâmide alimentar seja sempre avaliada e adaptada em função dos objetivos
a que se destina, da população a ser atingida, respeitando-se a disponibilidade
de alimentos e os hábitos alimentares locais, mantendo-se como um guia
prático de orientação nutricional (PHILIPPI, 1999).
De acordo com o Ministério da Saúde, legumes, verduras e frutas são
alimentos muito saudáveis. São excelentes fontes de várias vitaminas e
minerais e, portanto, muito importantes para a prevenção de deficiências de
micronutrientes. Além de serem fontes de fibras, fornecem, de modo geral,
muitos nutrientes em uma quantidade relativamente pequena de calorias,
características que os tornam ideais para a prevenção da obesidade e das
doenças crônicas associadas a esta condição, como o diabetes e doenças do
coração. A presença de vários antioxidantes em legumes e verduras justifica a
proteção que conferem contra alguns tipos de câncer (BRASIL, 2014).
Com a realização das atividades da ação 6 referentes à leitura e
interpretação dos rótulos de produtos industrializados, observou-se que muitas
informações importantes contidas nos rótulos de produtos alimentícios que
podem ajudar as pessoas nas escolhas de alimentos mais saudáveis
passavam despercebidas, ora por desconhecimento, pois as embalagens
trazem muitos termos que as pessoas desconhecem ou não sabem a função
no organismo. Acabam escolhendo o alimento porque gostam e não se
importam com os benefícios ou malefícios ao organismo. A partir das
atividades, os alunos perceberam a importância das informações contidos nos
rótulos, que são conhecimentos que permitem aos consumidores a escolha de
alimentos mais saudáveis.
O consumo alimentar é um determinante da saúde, de caráter positivo
ou negativo que depende de informações adequadas, sendo fundamental
intervenções de educação nutricional que auxiliem a população na escolha de
alimentos mais saudáveis. A rotulagem nutricional é destinada a informar o
consumidor sobre as propriedades nutricionais de um alimento,
compreendendo a declaração de valor energético e os principais nutrientes.
Estas informações devem ser compreendidas por todos aqueles que as
utilizam, de forma clara e com especificação correta de quantidade,
composição e qualidade, bem como sobre os riscos que possam apresentar no
consumo (CAVADA, 2012).
Saber o que cada produto tem em sua composição nos ajuda a ter uma
dieta mais saudável. Segundo Manual da ANVISA, (BRASIL, 2008). O rótulo é
uma forma de comunicação entre produtos e consumidores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste estudo pode-se afirmar que os objetivos traçados no
projeto de intervenção pedagógica na escola foram atingidos, ou seja, foi
proporcionado aos alunos, conhecimentos sobre uma alimentação saudável e
equilibrada para a manutenção da saúde e prevenção de doenças, contribuindo
de forma significativa na formação de novos hábitos alimentares e melhorando
sua aprendizagem.
Os alunos participaram ativamente das atividades propostas e
posteriormente as ações pedagógicas implementadas, manifestaram-se mais
críticos e atentos na escolha e consumo dos alimentos, buscando alimentar-se
adequadamente numa tentativa de evitar doenças e obter melhor qualidade de
vida.
Constatou-se um maior interesse dos alunos em consumir alimentos
naturais, alguns manifestaram interesse em introduzir frutas e verduras na dieta
alimentar, entretanto, não houve diminuição no consumo de doces, salgadinhos
e refrigerantes, demonstrando que a formação de hábitos alimentares
saudáveis demanda exercício de paciência, persistência e tempo, com
estratégia de ações constantes, para que mudanças significativas ocorram.
Evidenciou-se mudança de atitude com relação aos rótulos dos produtos
industrializados, agora as informações são mais observadas e analisadas.
Após todas as atividades realizadas é possível afirmar que o resultado
foi positivo, pois, a implementação do projeto na escola, contribuiu para a
discussão, reflexão e a construção de vários conceitos sobre o tema.
REFERÊNCIAS
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