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Almanaque de praticas sustentaveis

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  • 1. Copyright2009, by Thomas Enlazador 3 edio Recife, 2010 Edio Independente Contedo sob licena Creative Commons para Atribuio e Compartilhamento pela mesma licena (bysa, 3.0 Brasil) O contedo deste livro pode ser copiado, no todo ou em partes, compartilhado, distribudo e modificado sob as seguintes condies: 1. Sejam dados os crditos ao autor original, da forma especificada na licena 2. Caso a obra seja alterada, transformada, ou derivada em outra, a obra resultante s poder ser distribuda sob uma licena idntica a esta 3. Qualquer outro uso, cpia, distribuio ou alterao desta obra, que no obedea os termos previstos nesta licena, constituir infrao aos direitos autorais, passvel de punio na esfera civil e criminal Os termos desta licena tambm esto disponvveis em www.creativecommons.org/licenses/bysa/3.0/br Este almanaque foi totalmente produzido com Software Livre. Durante o processo de elaborao foram utilizados: Ubuntu, Slackware, Mozilla Firefox, OpenOffice.org, Scribus, GIMP e Inkscape. 574 Enlazador, Thomas E56a Almanaque de Prticas Sustentveis / Thomas Enlazador contribuies de Adriana Ayub coautoria de Adriana Ayub, Pedro Jatob e Kalinne Ribeiro. 3. ed. Recife: autores, 2010. 82 p. 1. Sustentabilidade. 2. Consumo Sustentvel. I. Ayub, Adriana. II. Jatob, Pedro. III. Ribeiro, Kalinne. IV. Ttulo. CDU 574 Bibliotecria responsvel: Caroline Ferreira CRB 4 / p1603
  • 2. FICHA TCNICA Thomas Enlazador | [email protected] autor e organizador Mestre em Gesto e Polticas Ambientais pelo Prodema UFPE, Cientista Jurdico com foco em legislao e educao ambiental. Escritor, Palestrante Internacional, Educador Ambiental h mais de 10 anos, articulador de redes sciosolidrias e culturais. Desenvolvedor de polticas pblicas e consultor nas reas de Economia Solidria e Cultura da Sustentabilidade. Coordenador do Ponto de Cultura Sustentvel Ciranda Solidria Minc e do Centro Ecopedaggico Bicho do Mato, membro da organizao do Frum Social Mundial e idealizador das Aldeias da Paz nos FSMs. Curador do Eixo Sustentabilidade na Expoidea. Adriana Ayub | ayub.adriana@gmail produo colaborativa: prticas permaculturais Bacharel em Cincias Biolgicas, educadora em Permacultura, educao ambiental e cidad e consumo sustentvel. Scia fundadora da ecoempresa CASA Criaes Alternativas pela Sustentabilidade Ambiental , artes em cosmticos naturais e assessora em gesto de negcios. Pedro Henrique Jatob | [email protected] produo colaborativa: prticas em Software Livre Bacharel em Cincia da Computao, pesquisador nas reas de ambientes cola borativos e cultura digital. Integra o Instituto Intercidadania como Diretor de Cultura e contribuiu na concepo do projeto iTEIA, onde atua na coordenao de Formao e Articulao. Kalinne Ribeiro | [email protected] produo colaborativa: bebes ecolgicos e sagrado feminino Musicista, compositora e autora do CD "Vo Mgico", licenciado em Creative Commons. Militante do Parto Natural Ecologizado, faz formao em Pedagogia Waldorf e Coordena o Circulo de Mulheres no Ecocentro Bicho do Mato. Marcelo Soares | [email protected] | marcelosoares.org produo colaborativa: xilografia Xilogravador, poeta cordelista e arteeducador h 35 anos. Mora em Timbaba, Pernambuco.
  • 3. Pedro Pereira dos Santos | [email protected] produo colaborativa: reviso Professor licenciado em matemtica e atuante na rea de projetos e trabalhos aca dmicos, tanto como orientador quanto como corretor da lngua portuguesa e da ABNT. Clia Menezes | [email protected] | encontrolivre.org produo colaborativa: projeto grfico Graduanda em Letras pela UFPE, possui pesquisas nas reas de gnero, mdia e tecnologias livres. Organiza o Encontro Livre Disseminando Cultura e Conhe cimento, evento realizado em Recife que se prope a abordar a Cultura Livre. Gustavo Sousa | [email protected] | jeporu.com produo colaborativa: projeto grfico Desenvolvedor web, trabalha com Software Livre h trs anos. Organiza o Encontro Livre Disseminando Cultura e Conhecimento, evento realizado em Recife que se prope a abordar a Cultura Livre. Mart Pet Comunicao | [email protected] produo colaborativa: capa
  • 4. A terceira edio Introduo 1. Conceitos e princpios da sustentabilidade 2. Prticas sustentveis 2.1. Reeducao sustentvel no dia a dia 2.2. gua: bem comum da comunidade 2.3. Transporte coletivo e carros 2.4. O lixo como soluo 2.5. Alimentao saudvel 2.6. Bebs ecolgicos (Ecobebs) 2.7. Solues alternativas para limpeza e higiene pessoal 2.7. A reconexo das mulheres com a Me Terra 2.8. Reforme e construa sua morada de forma sustentvel 2.9. Voc j plantou uma rvore? 2.10. Conduta consciente em ambientes naturais 2.11. Dicas para a cidadania planetria 2.12. Permacultura: caminho para a sustentabilidade em ao 2.13. Economia solidria: um instrumento para o consumo crtico e sustentvel 2.14. Software Livre & Economia Solidria: uma unio pela susten tabilidade Sugestes Anexos 06 07 10 14 15 20 25 29 33 40 44 49 51 53 55 57 61 65 67 71 76 ndice
  • 5. Prticas Sustentveis 3 edio6 A TERCEIRA EDIO O ALMANAQUE DE PRTICAS SUSTENTVEIS, agora na 3 edio, traz um aumento de prticas e uma novidade: xilogravuras do um tom regional a esta obra produ zida em Pernambuco. Com o passar dos anos, ele vem se consolidando e ocupando uma demanda latente ao apontar novos caminhos para uma mudana comporta mental, paradigmtica e metamorfoseante: a transformao individual! Oferece ferramentas para cidados e cidads que acreditam na mudana florescendo de dentro para fora. A simplicidade voluntria torna o ALMANAQUE um instrumento dirio para a prxis da sustentabilidade. Este material, escrito colaborativamente com a participao de educa dores, autores annimos, donas de casa e sugestes de rgos ambientais do poder pblico e de ONGs, prope um reorientar de prticas que fomentem valores como solidariedade, sustentabilidade, paz, amor, cooperao, conscincia, igual dade, cuidado ao prximo e ao Planeta Terra. So discutidas aqui aes cotidianas e experincias bemsucedidas aplicadas em prticas ecopedaggicas, solidrias, individuais, familiares e comunitrias. Ampliamos os 3 erres e chegamos a 7: Refletir, Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Radicalizar. Nos ltimos quatro anos de publicao e difuso, milhares de indivdu os acessaram dezenas de portais e baixaram, divulgaram e aplicaram as aes propostas. Este , sem dvida, mais um milagre da criao e organizao de uma obra com licena livre e aberta, onde todos podem baixar, copiar, utilizar, reformular e metareciclar as informaes e aes nela contidas. Convido os leitores a se apropriarem, enviarem novas dicas, criticarem, indicarem e ajudarem a incrementar o guia e suas prticas. Outra novidade a abertura para uma produo colaborativa. Novos companheiros e companheiras escreveram aes prticas valiosas e contriburam com diagramao, ilustrao e difuso. Essa ajuda foi e continua sendo funda mental para melhoria e alcance do propsito do Guia de Prticas Sustentveis: chegar a 999 dicas at 2012. Inserimos captulos sobre Software Livre e Permacul tura que ampliaro o conceito e a viso de uma Cultura Sustentvel. O ALMANAQUE foi produzido para ser metaculturalmentereciclado. Adapte se, recriese e difunda novas prticas sustentveis pela cura do planeta. Boa leitura e faa voc mesmo a diferena! Thomas Enlazador
  • 6. Prticas Sustentveis 3 edio 7 INTRODUO A chegada do novo milnio trouxe uma nova onda de reflexo e ao. O momento que nosso planeta vive mpar, crucial e sem precedentes na histria da humanidade. Somos parte dessa epopeia e possumos a rara oportunidade de mudar o rumo da nossa nave e ajudar na preservao das geraes presentes e futuras. No temos mais tempo, a contagem regressiva j comeou... Nossa atitu de deve mudar: reciclar, renovar e transcender. O comprometimento individual no AQUIAGORA vai favorecer a corrente pela sustentabilidade, e essa ao forte em rede sensibilizar a tod@s que ainda no acordaram do sono profundo e continuam maltratando nossa me natureza (Gaia, Pachamama). As Mudanas Climticas Globais e Locais (glocais) j so eminentes no so meros dados, estatsticas acadmicas e probabilidades matemticas. A cada ms temos novos furaces, novas enchentes, secas e doenas causadas por super bactrias e vrus mutantes. A necessidade de uma ao contnua e participativa, buscando solues imediatas e em longo prazo, chegou. Finalmente, a hora da implementao bateu na porta. AGORA ou AGORA! A parceria entre sociedade civil, poder pblico e setores privados a tnica principal para o enriquecimento e a materializao dos debates. Todos podem e devem se envolver com a temtica socioambiental. O meio ambiente, ecologicamente equilibrado, um bem de uso comum do povo e fundamental para a qualidade de vida dos seres vivos do Planeta. Assim diz o artigo 225 da nossa Constituio Federal que impe ao poder pblico e a coletividade o dever de defen der o meio ambiente e preservlo para as geraes presentes e futuras. Alis, voc j leu ou utilizou a Constituio Federal para pleitear seus direitos? O tempo voa e as mudanas se acu mulam. Os padres de consumo so insusten tveis. Se consumssemos como os norte americanos, precisaramos de pelo menos trs planetas para suprir essa grande demanda. Fomos e estamos direcionados a consumir, a buscar o que mais prtico, rpido, descar tvel, barato enfim, nos tornamos, de certo modo, compulsivos pelo consumo e isso causou um efeito danoso ao meio ambiente e nossa sociedade. Vivemos a Era da Artificializao, das mentes pasteurizadas, dos hbitos hamburguerizados e da ao normalizada.
  • 7. Prticas Sustentveis 3 edio8 Cuidar do meio ambiente cuidar de ns mesmos! A obrigao e a responsabilidade so coletivas, difusas, pertencentes s cidads e aos cidados coerentes na prxis ambiental: atuando, contratando, consumindo e produzindo aes produtos e servios que faam parte de um Universo Solidrio e Sustentvel. Espalhem essa semente, pois ela florescer em plena abundncia, sincronizada com uma fora superior universal que nos impulsiona a agir de forma tica e solidria. So pequenos passos que nos levam a uma grande e virtuosa jornada rumo Cidadania Planetria e a construo de uma Cultura Sustentvel.
  • 8. Prticas Sustentveis 3 edio10 1. CONCEITOS E PRINCPIOS DA SUSTENTABILIDADE A expresso desenvolvimento sustentvel surgiu em 1980, na Estrat gia Mundial de Preservao, tendo recebido posio de destaque no relatrio Brundtland na Comisso Mundial das Naes Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Foi consagrada em 1992 pela Conferncia das Naes Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO 92), realizada no Rio de Janeiro. Agora nos preparamos para o Rio + 20, vinte anos depois da maior reunio global sobre o meio ambiente. O panorama bem diferente. Pesa o compromisso de cada nao refletindo diretamente na vida de mais de sete bilhes de habitantes e em cada canto do Globo Terrestre. A definio oficial das Naes Unidas para o desenvolvimento sustentvel a seguinte: o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das geraes futuras de suprir suas prprias necessidades. Existem algumas linhas que refutam o termo desenvolvimento, alegando que o (des)envolvimento deixa de integrar, e esse conceito no inclui de forma participativa e democrtica todos os envolvidos. Ampliando esse entendimento, Foladori (2005) divide em trs linhas a sustentabilidade: sustentabilidade econmica, sustentabilidade ecolgica e susten tabilidade social. Essas trs dimenses clareiam caminhos para englobar a mirade de vertentes que envolvem a temtica ambiental e podem apontar para solues transitrias e pragmticas pscapitalistas assim como o prprio consumo solid rio, consciente e sustentvel, o comrcio justo, a agroecologia, a economia solidria e outras iniciativas. O conceito de Sustentabilidade, ou melhor, a Cultura da Sustentabilidade, ao contrrio do Desenvolvimento Sustentvel, no desconhece as razes da violncia, injustia social e fome reconhece tambm as disparidades econmicas entre ricos e pobres, os perversos efeitos da poluio do meio ambiente, a explorao dos recursos naturais em detrimento das comunidades locais e a dilapidao da biodiversidade (ENLAZADOR, 2008). Considerando a prtica da sustentabilidade, Sachs (1993) insere cinco princpios que poderiam fundamentla: o social, cujo pressuposto equidade da renda econmica (diminuio da desigualdade social) a ecolgica, para a manu teno dos recursos naturais a econmica, que seria possvel atravs da alocao do gerenciamento mais eficiente dos recursos e de um fluxo constante de investimentos a cultural, o que implica na continuidade das culturas em cada so ciedade, agregando s descobertas cientficotecnolgicas e a espacial, me
  • 9. Prticas Sustentveis 3 edio 11 lhorando a distribuio dos assentamentos humanos. Optase, aqui, pela interconexo conceitual no sentido mais amplo e poltico, como vis motivador para um consumo sustentvel, considerandoo uma alternativa eficaz de transio para uma sociedade de baixo carbono, prativa e tangvel para transformar a relao entre produtores e consumidores e, assim, construir uma base terica com novos conceitos, criando uma viso crtica do ato de consumir, subsidiando a construo de politicas pblicas ambientais para o setor, buscando respostas em referncias tericas que apontam alternativas globalizao hegemnica ou a Globalitarizao (SANTOS, 2000). Dois instrumentos importantes para a implementao de aes susten tveis so a Agenda 21 e a Carta da Terra. Eles foram gerados tambm na ECO 92. A Agenda 21 foi subscrita por 179 pases. A expresso Agenda tem o sentido de planejar a participao de toda a sociedade civil, setor privado e pblico, convo candoos a participar e assumir compromissos que visem solucionar problemas a curto, mdio e longo prazo. O Slogan da Agenda 21 : Pensar Global e Agir Local. Mesmo diante de incontveis evidncias, ainda pequeno o nmero de aes para a concretizao de polticas pblicas slidas e sistmicas e de projetos e diretrizes que fomentem essa nova conscincia. Um passo que buscamos avanar a aplicabilidade da Lei que instituiu a Poltica Nacional de Educao Ambiental. O artigo 1o da Lei 9.795/99 define o conceito de Educao Ambiental: Entendemse por educao ambiental os processos por meio dos quais o indivduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Uma tendncia global na rea ambiental a anlise da nossa pegada ecolgica. So diversos clculos que passam: pelos quilmetros que percorremos em automveis e avies, no uso racional de eletrodomsticos, na compra de alimentos orgnicos, no consumo de menos embalagens e sacolas plsticas, etc. A partir de um clculo sistmico, chegamos a um nmero X de emisso de gases do efeito estufa e a um total de rvores que devemos plantar para sequestrar o carbono emitido. Esse eco X do quanto estamos colaborando ou no para a sustentabilidade planetria e como podemos reverter e aprimorar nossa prxis diria enriquecer nosso horizonte sustentvel. As questes ambientais no so mais vistas como exageros de ONGs, ecologistas apaixonados, hippies visionrios e alternativos. Todos esto convocados
  • 10. Prticas Sustentveis 3 edio12 para agir e fazer a sua parte nessa jornada evolutiva pela cura do planeta. A adoo de prticas sustentveis pode ser entendida como uma ao ru mo a um consumo sustentvel. O termo consumo sustentvel surgiu tambm, no mbito das discusses da Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente, em 1987, quando foi proposta a seguinte definio: Consumo sustentvel o desenvolvi mento que atende s necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras geraes em atenderem s suas. (Relatrio Brundtland, 1987, p.87). Assim, observase que o consumo sustentvel est diretamente conectado s questes que envolvem as prticas cotidianas que podem ou no ser consideradas como compatveis com a capacidade de absoro dos impactos ambientais produzidos pelas atividades antrpicas e de reposio e resilincia (poder de recuperao) do planeta. O Consumo Sustentvel, dentro de uma viso planetria e sistmica de mundo, emerge como ferramenta para atuao polticacidad individual e coletiva dentro de uma sociedade cujos indivduos perderam a dimenso do que significa cidadania. Esta atuao exercida pela maioria das pessoas do planeta, apenas pelas relaes de consumo (produtos ou servios), que contribuem enormemente, direta ou indiretamente, nas condies sociais, ambientais, econmicas e culturais do mundo, sem ao menos estarem cientes de que so responsveis por isso. A responsabilidade aqui no est sendo tirada das grandes empresas, pelo contrrio: o sistema social de produo capitalista j demonstrou sua insustentabilidade em poucas dcadas de funcionamento. A mudana real nas relaes de produo e consumo cabe tambm aos cidados comuns, que so os principais afetados por tal conjuntura e, ao mesmo tempo, so os principais mantenedores de tal estrutura. Essa estrutura movida por tentculos: as Transnacionais Involutivas No Resgatveis (TINRs). Elas incorporam e manifestam o fundamentalismo capitalista. So extremas nas suas aes, no tem escrpulos, tica ou respeito ao Planeta e aos seres vivos que habitam a Biosfera cometem, dentro do seu sistema (anti) social de produo, brutalidades socioambientais, culturais e econmicas (mais informaes: ENLAZADOR, 2010). A Terra vista por muitos como um organismo vivo e em contnua evoluo, segundo a Teoria de Gaia (LOVELOCK, 2006). Ela o nosso endereo e a partir dela que promovemos a educao reeducando nosso olhar para a prtica da Cultura da Sustentabilidade. A preservao do meio ambiente depende da conscincia ecolgica, e a formao da conscincia depende da educao. aqui que entra em cena a Pedagogia da Terra, a Ecopedagogia: Ela a pedagogia de
  • 11. promoo da aprendizagem do sentido das coisas a partir da vida cotidiana. (GUTIERREZ CRUZPRADO, 1998). Lanamos aqui o desafio para que cada passo dado nesse sentido contagie, sensibilize, mobilize, articule, repense, compartilhe, doe e inicie um plano de sustentabilidade dentro da sua casa, rua, bairro, empresa, escola e univer sidade, irradiando valores e sentimentos de amor, solidariedade e respeito pela nossa grande Me Terra Pachamama.
  • 12. Prticas Sustentveis 3 edio14 2. PRTICAS SUSTENTVEIS relevante ressaltar a importncia de explorar as novas modalidades de prticas sustentveis, incentivando sua adoo por parte de cidads e cidados, rgos governamentais, associaes, setor privado e grupos que buscam formas de minimizar o impacto de suas aes dirias. Elencase o que encaramos como prticas sustentveis: a) consumo de alimentos orgnicos e agroecolgicos b) consumo de alimentos naturais (vendidos a granel e integrais) c) baixo ou nenhum tipo de consumo de carne d) boicote aos alimentos transgnicos e) fazer uso dos rgos de defesa do consumidor f) consumir produtos de empresas, cooperativas ou grupos informais sem histrico de impactos sociais e ambientais g) participar de movimentos sociais, ambientais, ONGs ou campanhas h) incentivar a economia solidria e o comrcio justo i) consumir produtos com certificado ambiental j) praticar os 7 erres: Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar, Resignificar e Radicalizar.
  • 13. Prticas Sustentveis 3 edio 15 03. 02. Impregnar o cotidiano de prticas sustentveis um dos caminhos a se rem percorridos para realizarmos, ao menos, nosso dever de casa. Simples dicas para um manejo menos impactante de lmpadas, equipamentos, meios de trans porte, papis, alimentos, resduos, gua e afins so passos importantes que contribuem para uma slida mudana pessoal, local e planetria. Geralmente ns criticamos as atitu des das outras pessoas sem nos damos conta de que, em primeiro lugar, nosso exemplo individual deve ser dado e reafirmado diariamente. 01. 2.1. Reeducao sustentvel no dia a dia Dicas para uma prxis cotidiana sustentvel Troque o ar condicionado por um bom ventilador de teto Este consome menos energia do que o arcondicionado e no incomoda como o ventilador de mesa. Racione o uso do ar-condicionado Na maioria das vezes, uma janela aberta resolve o incmodo do calor alm de ajudar na iluminao do ambiente. Quando for usar o arcondicionado, aumente a temperatura em 2 graus em relao mdia utilizada. Com essa pequena atitude, voc evita que 900 kg de dixido de carbono por ano subam para a atmosfera. Troque as lmpadas incandescentes por verses fluorescentes ou de LED, mais econmicas Elas podem gastar at 65% menos energia e durar at 10 vezes mais do que as lmpadas de filamento reduzindo, assim, a gerao de resduos. So, por tanto, muito econmicas, mas bom observar o selo Procel (dura de 10 a 15 mil horas contra durao de 800 a mil horas sem o selo). Ateno: essas lmpadas contm mercrio, substncia txica nociva ao ser humano e ao meio ambiente, e precisam ser manuseadas, descartadas e recicladas de forma correta. Para infor maes sobre reciclagem de distintos materiais no Brasil, visite a pgina: www.coletasolidaria.gov.br
  • 14. Prticas Sustentveis 3 edio16 11. 10. 09. 08. 07. 06. 05. 04. Compre apenas eletrodomsticos que tenham avaliao A no selo Procel Eles ajudam a diminuir sua conta de luz e permitem o uso mais eficiente de energia eltrica. Veja a lista dos eletrodomsticos que tm o selo Procel. Desligue o monitor do computador quando sair da sala A proteo de tela tambm gasta energia que pode ser economizada. No coloque a geladeira perto do fogo ou de uma janela que receba muito sol Ela ter de consumir mais para se manter fria. No seque meias ou outras roupas atrs da geladeira Utilize o sol para isso. Colocandose peas de roupas nesta parte, o pro cesso de conveco de ar normal do aparelho (retirada de ar quente de dentro da geladeira) cessar ou ser prejudicado, e isto dificultar muito o processo de troca de calor entre o ar e o condensador, pois peas de roupas obstruem a livre passagem do ar. Dessa forma, o interior da geladeira ficar com uma temperatura mais elevada, o que far com que o aparelho trabalhe mais, ou seja, gaste mais energia para manter a temperatura interna adequada. Feche sempre a porta da geladeira Quando aberta h um maior consumo de energia para manter a tempera tura. No deixe a porta aberta enquanto pensa no que vai tirar dela, nem a abra e feche repetidas vezes. Retire os aparelhos eletrnicos do stand-by Fique atento conta de luz da sua casa e perceba quantos aparelhos ele trnicos ficam no modo de espera (standby) constantemente. Crie o hbito e tire os aparelhos de televiso, DVDs, sons e outros da tomada. Em modo de espera eles consomem de 5 a 10 % de energia. Calcule a economia na conta! Saia por a apagando todas as luzes desnecessrias Em casa, trabalho, banheiros pblicos, shoppings, restaurantes e afins. A conta em reais nem sempre voc quem paga, mas o nus ambiental reflete em todo o planeta. Reutilize embalagens sempre que possvel Vrias embalagens que consumimos diariamente, principalmente os vidros de maionese, gelias, azeitonas e afins, podem ser reutilizados para armazenar comida e objetos.
  • 15. Prticas Sustentveis 3 edio 17 21. 20. 19. 18. 17. 16. 15. 14. 13. 12. Recicle seu lixo Mais da metade do que produzimos, tratado pela grande maioria das pes soas como lixo, pode ser reciclado. Lave e seque os resduos para facilitar a vida das cooperativas de catadores e no inviabilizar a reciclagem. Separe materiais reciclveis, lixo orgnico e o que no pode ser reciclado Consulte a prefeitura do seu Municpio ou associao de catadores para saber mais sobre os horrios e condies da Coleta Seletiva na sua cidade. Mantenha a tampa da panela fechada Simples! Assim voc concentra mais calor e economiza gs de cozinha. Trabalhe em casa alguns dias por semana Se a sua atividade profissional permitir, claro. Voc gasta menos com bustvel, fica mais prximo da famlia e diminui o estresse dos deslocamentos. Faa reunies pelo comunicador via internet J refletiu quantas reunies voc j foi que poderiam ser resolvidas por comunicao prvia, melhor planejamento ou uma simples conversa de 10 minutos pelo comunicador instantneo na internet? Dessa forma, voc economiza tempo e combustvel, poupando alguns quilos de CO2 a serem lanados na atmosfera. Racionalize o uso de pilhas, procurando usar pilhas recarregveis Dessa maneira, voc evita o descarte desnecessrio de pilhas, as quais necessitam de um acondicionamento e encaminhamento especial, alm de eco nomizar. Deposite as pilhas usadas em caixas coletoras especficas As pilhas contaminam a gua e o solo com metais pesados e a atmosfera com vapores txicos. Verifique em sua cidade os locais de coleta. Encaminhe seu lixo eletrnico para locais especializados Verifique se o fabricante do aparelho recolhe os produtos descartados. Se no, verifique os locais de coleta de sua cidade. Envie computadores e perifricos para centrais de metareciclagem Saiba mais no site: www.rede.metareciclagem.org. Opte sempre pelo papel reciclado A fabricao de mais papel estimula a derrubada de mais rvores, o que aumenta o aquecimento global e diminui a qualidade do ar e da gua. O cloro usa do para o branqueamento contaminante. Cuidado com os selos Monocultura de Eucalipto e Pinus, pois no significam que os produtos provem de reflorestamentos.
  • 16. Prticas Sustentveis 3 edio18 27. 28. 26. 25. 24. 23. 22. Imprima apenas o necessrio Sempre que puder, imprima no modo econmico e utilize os dois lados da folha. Assim voc economiza papel e tinta da impressora (modo econmico). Boicote a indstria dos descartveis Prefira o coador de pano, os alimentos fora das bandejas de isopor, fraldas de pano, o copo de vidro, a econeca (caneca durvel), as sacolas e guardanapos de pano, enfim. Lave e use novamente os produtos usados, em vez de jogar fora. Adote uma caneca Leve sempre sua sacola para fazer compras Avise ao caixa que voc carrega a sua prpria sacola e exera seu direito de reduzir para preservar. Dessa maneira voc deixa de consumir milhares de sa colas por ano. Esqueceu a sacola? Pea uma caixa de papelo e leve suas compras! Evite comprar produtos em embalagens de isopor Boicote frutas, legumes e verduras no isopor. Este material demora cerca de 400 anos para se decompor e a maioria no reciclado. Prefira compras a granel ou embalagens de papelo que so reciclveis. Troque a palha de ao e a esponja sinttica pela bucha vegetal para lavar loua O efeito o mesmo e a bucha, alm de mais barata, biodegradvel. Informaes sobre o projeto da Bucha Vegetal no site: www.nabucha.net. Faa seu prprio tira rudos das portas Se a porta estiver rangendo, faa uma mistura de raspa de grafite (ponta de lpis) e algumas gotas de leo de cozinha. Coloque aos poucos nas dobradias, fazendo um movimento de abrir e fechar a porta, para que a mistura penetre bem nas dobradias.
  • 17. Prticas Sustentveis 3 edio20 32. 31. 30. 29. 2.2 gua: bem comum da comunidade Substncia composta por duas partes de hidrognio e uma de oxignio (H2O) que forma os rios, os lagos, o mar e tambm grande parte dos organismos. A gua cobre 70% da superfcie terrestre e dela depende a vida. Mais de 50% do corpo humano constituise de gua. Ela tem vrios usos: mata a sede, cura, refresca, serve agricultura, indstria e meio de transporte. Pela lei brasileira, Em que bacia hidrogrfica voc mora? Procure se informar sobre o funcionamento do Comit de sua bacia hidrogrfica e sobre as organizaes da sociedade civil que trabalham com o tema gua. Entre em contato com essas organizaes para saber como anda a regula mentao e a cobrana pelo uso da gua, como tambm as atividades de preser vao e de recuperao dos recursos hdricos, matas ciliares e despoluio de corpos dgua. Dicas para economizar gua e reduzir a poluio No varra nada com gua, e sim com uma vassoura Diminua o tempo no banho Cerca de 75% da gua que consumimos em casa gasta no banheiro, sendo que 32% do consumo domstico de gua vem dos chuveiros: um banho de chuveiro gasta cerca de 10 litros de gua por minuto. Tenha bom senso no seu banho: deixe a torneira aberta somente para se molhar e retirar o sabonete do corpo Pense em quantos banhos voc poderia tomar com a gua que desper diada enquanto voc se ensaboa. esses usos dependem de outorga e da classe dos corpos dgua (Dicionrio de Ecologia, Lei Federal 9433/97). Apenas 0,7% do volume total de gua da Terra so formados por gua potvel, isto , pronta para o consumo humano. Hoje em dia, quase dois bilhes de pessoas no dispem de gua potvel.
  • 18. Prticas Sustentveis 3 edio 21 40. 39. 38. 37. 36. 35. 34. 33. Feche a torneira enquanto estiver escovando os dentes e fazendo a barba Com a torneira aberta, so desperdiados de 30 a 50 litros de gua en quanto se escova os dentes ou se faz a barba. Aprenda a utilizar a torneira com menos vazo possvel. Uma torneira aberta deixa correr de 12 a 20 litros de gua por minuto. Segundo a Organizao das Naes Unidas (ONU), a previso de que em 2050 mais de 45% da populao mundial estar vivendo em pases que no podero garantir a quota diria de 50 litros de gua por pessoa para suas necessidades bsicas. O Brasil tem uma posio privilegiada perante a maioria dos pases quanto ao seu volume de recursos hdricos, pois possui 13,7% da gua doce do mundo no entanto, apresenta uma disponibilidade desigual de gua. Mais de 73% da gua doce disponvel do pas encontrase na Bacia Amaznica, que habi tada por menos de 5% da populao. Portanto, apenas 27% dos recursos hdricos brasileiros esto disponveis para 95% da populao (LIMA, 2000). No use o vaso sanitrio como lixeira. Isso contribui para aumentar o gasto de gua, alm poluir nossos rios e mares com o lixo slido. Acumule roupa suja e use a mquina de lavar roupas com a capacidade mxima Voc economiza em mdia 50 litros de gua por dia, diminuindo ou acio nando dos equipamentos pela metade. Ao lavar frutas e vegetais, use bacia e escova vegetal para retirar a sujeira Concerte imediatamente os vazamentos Uma torneira pingando gasta cerca de 45 litros/dia. Em filete, so 180 a 350 litros/dia. Coloque um prato embaixo dos vasos quando reg-los Assim, voc apanha a gua em excesso e pode utilizar essa gua para molhar outras plantas. Ateno para no acumular larvas de mosquitos! Armazene o leo para depositar em coletores ou locais especializados Jogar leo no ralo ou na privada (ou na rua, onde acabar chegando ao esgoto) o mesmo que despejlo diretamente num rio ou lago. Torne-se um guardio da gua Saia por a fechando torneiras que esto pingando, estimule e mostre aos amigos e parentes a importncia de utilizar esse recurso de forma consciente.
  • 19. Prticas Sustentveis 3 edio22 Coloque trs bacias mdias em uma bancada. Enche-as de gua. Na primeira pingue 5 gotas de gua sanitria e na ltima ponha limes j espremidos para dar um odor especial. Retire todo o excesso de comida em um balde ao lado da estao. Com uma bucha vegetal e sabo neutro, esfregue e tire o excesso com a primeira bacia. J com o prato esfregado, tire o excesso de sabo com a segunda bacia e d o toque final com a ltima. As guas das bacias vo sendo substitudas gradativamente da primeira para a ltima. 47. 46. 45. 44. 43. 42. 41. Faa xixi durante o banho Antes de tomar banho, no h a necessidade de fazer xixi na bacia sanit ria e dar descarga, se voc pode fazer no banho. Faa isso e economize milhares de litros dgua por ano. Para lavar o carro utilize o balde Desperdiase muito utilizando mangueira. Crie uma estao de lavagem em casa Esta uma forma simples e efetiva para lavar louas, panelas e afins. Lavar loua gasta muita gua e quando realizamos festinhas, almoos e jantares e convidamos aquela galera toda, essa a maneira mais solidria e econmica de deixar sua cozinha tinindo. Veja a receita abaixo: Evite o consumo de gua engarrafada, no contribua para a privatizao da gua Anualmente so consumidos bilhes de toneladas de plsticos para essas garrafas. Antes de sair de casa, leve uma garrafinha de vidro com gua potvel para o seu consumo e reabastea nos bebedouros pblicos. Assita, baixe e difunda o vdeo "A histria da gua engarrafada" em http://miud.in/i83. Se puder, recolha a gua da chuva em baldes e utilize-a para diferentes fins Em nossas cidades cimentadas, sem a terra para absorvla, a gua da chuva vai para os bueiros, misturada ao esgoto. Um presente do cu desperdiado. Regue suas plantas de manh cedo Durante o dia, a evaporao da gua bem maior, o que aumenta o des perdcio, e, noite, aumenta o risco de proliferao de fungos. Prefira plantas nativas s exticas Plantas nativas consomem 54% menos de gua, so mais saudveis e no esgotam o solo. Alm disso, ao plantar uma extica, contribuise para a perda da diversidade nativa, arriscandose a disseminar uma planta invasora.
  • 20. Prticas Sustentveis 3 edio 23 52. 51. 50. 49. 48. Exija do poder pblico o saneamento bsico de sua regio A falta de gua tratada combinada com a falta de saneamento bsico (es goto, lixo) vem matando cerca de 12 milhes de pessoas por ano no mundo. Polticas pblicas para minimizar a poluio das guas Exija que o municpio mantenha um manejo adequado dos resduos txicos Proponha a instalao de uma estao de recebimento de produtos t xicos domiciliares, tais como restos de tinta, solventes, petrleo e outros. Exija das autoridades que o esgoto seja tratado em estaes apropriadas e no jogado diretamente nos rios e mares Ligue para o Servio de Atendimen- to ao Consumidor (SAC) das empresas produtoras de pilhas, baterias, lmpadas, pneus e produtos qumicos ou txicos Devese saber se as empresas publicam o Balano Ambiental, que deve conter dados sobre o destino e tratamento de efluentes e de emisses atmosfri cas, entre outras medidas preventivas de responsabilidade integral dos produtores. Exija do municpio programas de revitalizao dos rios e participe dos Comits Gestores das Bacias Hidrogrficas necessrio que as nascentes e calhas dos rios estejam bem protegidas para que continuem a fornecer gua para as cidades.
  • 21. Prticas Sustentveis 3 edio 25 57. 56. 55. 54. 53. 2.3. Transporte coletivo e carros Um dos grandes responsveis pelo aquecimento global o crescimento da frota automobilstica movida a combustveis fsseis, como o diesel e a gasolina. Com o barateamento da modeobra, o emergente mercado asitico e os financi amentos facilitados, o automvel est mais acessvel. Imaginem se todos inventas sem de ter um veculo movido a combustvel fssil? Pressione e ajude a construir polticas pblicas pela melhoria no transporte pblico, criao de ciclovias e investimento em novas frotas de carros com energias re- novveis no transporte Pratique o Eco-Drive A maneira como usamos os veculos contribui para o au mento das emisses de CO2 . Por isso, foi criado o movimento Eco Drive, que pretende ensinar os motoristas a dirigir de forma me nos impactante, diminuindo o consumo de combustvel, as e misses de poluentes e aumentando a segurana no trnsito. O movimento defen de que nos ltimos anos a tecnologia dos motores e a performance dos automveis evoluram rapidamente, mas os motoristas no adaptaram o estilo de direo. A di reo ecolgica se adapta tecnologia moderna dos motores e diminui o con sumo de combustvel de 5 a 10%. Ande mais a p Algumas distncias so curtas demais para ir de carro. Alm de diminuir a emisso de CO2 , voc ainda contribui para a promoo da sade fsica e ambiental. Locomova-se de bicicleta! Sem dvida, a forma mais ecolgica de direo a bicicleta. Sempre que possvel, utilizea. Opte pelo transporte pblico Caso haja a impossibilidade de se mover de bicicleta, opte pelo transporte pblico, moto e por ltimo o carro.
  • 22. Prticas Sustentveis 3 edio26 68. 67. 66. 65. 64. 63. 62. 61. 60. 59. 58. Diretrizes para dirigir de maneira Ecoeficiente Manter a velocidade sempre com baixo giro, usando a maior marcha possvel Portanto, mude para a marcha mais alta assim que possvel. Mantenha uma velocidade constante Faa uso dos dispositivos instalados para poupar combustvel Como computadores de bordo, econmetros e controladores de velocidade. Livre-se do excesso de peso dentro do veculo Mude as marchas da 1 para a 3 em um passo Desligue o motor em paradas curtas (1 minuto) Evite aceleraes e frenagens desnecessrias No seja um p de breque! Isso fica mais fcil se voc antecipar o trfego frente. Libere o pedal do acelerador em descidas Cheque quinzenalmente o leo, filtros e a gua do radiador Olhe semanalmente os pneus Manter os pneus calibrados pode diminuir o consumo de combustvel em mais de 3%. Cada litro economizado evita que 3 kg de dixido de carbono subam para a atmosfera. Mantenha sempre regulado seu carburador ou injeo eletrnica Essa manuteno economiza a vida til do motor, emite menos poluio e o carro fica mais econmico. Procure oficinas e mea a emisso de poluentes que sai do escapamento do seu carro. Caso esteja acima da mdia permitida, revise ou troque o catalisador do escapamento. Ele um importante filtro dos gases pre judiciais ao aquecimento global. importante que o motorista seja consciente de que a maneira como ele dirige reflete diretamente no consumo de combustvel, e que dirigir de maneira mais suave uma forma fcil para contribuir com o meio ambiente e com a paz no trnsito.
  • 23. Prticas Sustentveis 3 edio 27 76. 75. 74. 73. 72. 71. 70. 69. Use menos o carro A cada quilmetro que deixar de percorrer de carro voc evita a emisso de cerca de 300 gramas de dixido de carbono. No troque o leo do carro na rua ou em oficinas onde no saiba o destino dado a ele leo jogado no cho pode se infiltrar no solo e contaminar mananciais. Uma lata de um litro de leo para motor capaz de poluir um milho de litros de gua potvel. Opte por carros com motor flex Utilizando combustveis menos po luentes, como lcool ou gs natural, voc evita que toneladas de CO2 sejam emitidos. Pegue carona Ao se dirigir ao trabalho, eventos, seminrios, aulas ou viagens, procure saber quem vai de carro. Voc pode criar uma rede de carona solidria. Nas gran des capitais, a grande maioria dos veculos particulares circula com uma ou duas pessoas no mximo. Cadastrese na Rede Carona www.caronas.com.br. Na hora de abastecer, prefira postos de gasolina nacionais Algumas multinacionais petrolferas so grandes impactadoras ambientais mundo afora e, ainda por cima, financiam guerras. Em vez de pensar em trocar de carro todo ano, cuide do seu veculo com carinho Assim, voc no estimula o aumento da produo automotiva e os im pactos envolvidos nesse ciclo. Tenha sempre um saco de lixo no carro e nunca jogue lixo na rua ou pela janela Alm de falta de educao e cidadania, essa atitude contribui para o dese quilbrio de uma cidade com o entupimento dos bueiros e aumento de doenas causadas pelo lixo acumulado. Respeite as regras de trnsito e seja cauteloso nas ruas As ruas esto caticas devido falta de respeito s leis e ao prximo. Este um dos maiores exemplos de falta de coletividade em nossa sociedade. No con tribua para isso. Seja cauteloso e respeitoso!
  • 24. Prticas Sustentveis 3 edio 29 77. 2.4. O lixo como soluo Quanto mais rica a populao, maior a produo de lixo. O europeu, por exemplo, gera entre 1 kg e 1,4 kg de lixo por dia. J o norte americano des carta 2 kg por dia em mdia! O morador de grandes capitais brasileiras produz em torno de 900 gramas diariamente. Independentemente do quanto descartado, quase sempre 35% do lixo poderia ser reciclado, e outros 60% virariam hmus mediante compostagem. Segundo dados do IBGE, somente 14% dos municpios Resduo orgnico? Transforme-o em terra frtil j! Os restos de sobras de alimentos, conhecidos como lixo orgnico ou mi do, so compostos principalmente por gua (98% da massa de uma folha de alface gua, por exemplo). No processo de decomposio nos lixes, parte desta gua escorre para o solo, o que chamado de chorume (aquele lquido que produz um cheiro ftido e fica no fundo do saco de lixo). Este chorume se infiltra no solo, le vando consigo outros materiais que esto naquele meio (venenos, metais pesados, produtos de limpeza, etc.) at atingir o lenol fretico, o qual formar os rios de onde coletamos a gua poluda para beber. Compostagem caseira: qualquer um pode fazer? Sim! Hoje, novas tecnologias e mtodos de compostagem permitem que at um minsculo apartamento receba uma composteira eficiente e sem odores de sagradveis, de maneira higinica e, o melhor, produzindo adubo para seus vasos sem poluir os lenis freticos. Composte os resduos orgnicos em casa A compostagem um processo natural, impulsionado por bactrias aer bicas (que necessitam de oxignio) e micro organismos geradores da vida que uti liza a matria orgnica restos de vegetais (frutas, cascas, pedaos de legumes e verduras, sobras, etc.) e animais (para quem ainda come eles) e a transforma brasileiros possuem aterros sanitrios. Os ou tros 86% depositam os resduos em lixes, o que contamina o solo, a gua e tambm o ar por conta da queima de gases. Apenas 1,5% do lixo orgnico domstico vai para as com posteiras, de acordo com a ONG CEMPRE (www.cempre.org.br). Os outros 98,5% so desperdiados.
  • 25. Prticas Sustentveis 3 edio30 em hmus atravs do processo da decomposio. s seguir o exemplo da flo resta, onde observamos que cada resduo, seja ele de origem animal ou vegetal, reaproveitado pelo ecossistema como fonte de alimento para as plantas e micro organismos que sustentam a vida no Planeta Terra. Seguindo o fluxo da natureza, compostamos nossas sobras, damos continuidade formao da vida e destinamos corretamente nossos resduos. O uso de composteiras indicado para quintais, varandas de apartamen tos ou garagens, pois ocupam uma superfcie pequena quando comparadas pilha de composto aberta. COMPOSTAGEM = POSTURA + COMPOSTURA "O mais importante em uma composteira, independentemente do tamanho e forma, que ela permita a circulao de ar e comporte cerca de 1 metro cbico de resduos" afirma o professor Marcelo Jahnel, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de So Paulo. Se for muito alta (mais de 1,5 m), o peso do material deixar a base compactada demais, dificultando o revolvimento e impedindo uma aerao adequada. Se tiver menos de 1 metro de altura ou de largura, perder calor e umidade. Se a largura ultrapassar 1,5 metro, o ar no penetrar no interior do composto. Para tornar isso realidade na sua casa ou apartamento, voc pode estudar os inmeros tipos de composteiras e as formas de compostagem que podem ser feitas artesanalmente ou comprados para facilitar quem no quer colocar a mo na terra. Veja um exemplo de composteira domstica no site do Bicho do Mato: www.ecocentrobichodomato.org De acordo com as disponibilidades de materiais e a criatividade de cada um, podem ser construdos outros tipos de recipientes para compostagem. Voc pode descobrir na prtica que outras medidas tambm funcionam. Construindo a prpria composteira, voc economiza dinheiro, contribui para a sade ambiental e aproveita os materiais disponveis ou de fcil acesso na regio. O importante co mear, pois uma vez experimentados os benefcios da compostagem haver um aumento da conscincia da produo diria de resduos e voc se torna um micro produtor de adubo natural. Na prxima pgina voc pode conferir um passo a passo para produzir a sua prpria composteira.
  • 26. Prticas Sustentveis 3 edio 31 NO COMPOSTVEL Plsticos Vidros Tecido Couro Metais Papel ou madeira com tinta Isopor Pilhas, baterias, etc Primeiro, reserve um recipiente para depositar o lixo orgnico. Em seguida, monte a composteira em um canto com sombra, utilizando madeira velha ou tijolos, caixas de plstico duras ou outro material similar disponvel. Deposite em apenas um dos lados da composteira o material separado e o cubra totalmente o com folhas. Regue o monte para umedecer a camada superficial e cubra a composteira para proteg-la da chuva e do sol direto. Uma vez por semana, transfira o monte de lado para arejar. O material deve esquentar, indicando que a decomposio est de fato ocorrendo. Voc pode adicionar mais material a sempre que achar necessrio. Em aproximadamente dois meses, o composto deve estar pronto. A cor deve estar marrom caf e o cheiro agradvel de terra. COMPOSTVEL Cascas de Frutas Folhas Restos de comida Midos de animais Gravetos Papel ou papelo sem tinta Esterco Borra-de-caf
  • 27. Prticas Sustentveis 3 edio 33 82. 81. 80. 79. 78. 2.5 Alimentao saudvel Olhe atentamente o rtulo de qualquer produto comprado no mercado Veja se voc conhece os ingredientes que esto no rtulo. Na dvida do que ir ingerir, no compre! Procure saber a idoneidade da empresa que voc est comprando e, consequen- temente, financiando Lembrese: a escolha sua! Voc pode votar no ato de consumir, fazendo assim uma enorme diferena sendo um consumidor consciente. Se puder escolher, opte por produtos e servios provenientes de empresas na- cionais e, sobretudo, locais Opte sempre por produtos no refinados. Acar mascavo, sal marinho, arroz e farinhas integrais, alm de serem mais saudveis, ajudam o meio ambiente por no passarem pelo refino e clarea mento qumico. Para permitir a estocagem prolongada, o arroz branco e a farinha branca perdem, durante o processamento, a casca, o farelo e o grmen. Junto com o farelo e o grmen perdemse a vitamina E, do complexo B, fibras e outros ele mentos vitais. Prefira manteiga margarina A margarina um produto muito didtico quando queremos avaliar de que forma o poder da indstria e da mdia ligada cincia mdica consegue fazer de um produto praticamente no alimentar algo que lota as prateleiras dos super mercados e ainda se passa por alimento de incremento sade. Os seus compo nentes vem se modificando com o passar do tempo, mas foi principalmente aps a sedimentao da indstria qumica alimentar, que iniciou uma guerra santa contra a gordura saturada e os produtos de origem animal, que a margarina ganhou a composio mais prxima da atual, baseandose em extratos oleoginosos vegetais. O processo atual inclui o uso de solventes de petrleo (geralmente o hexano, que bem barato), cido fosfrico, soda. Esta mistura d origem em uma substncia marrom e mal cheirosa, que sofre novo tratamento com cidos clordrico ou sulfrico, altas temperaturas e catalisao com nquel, o que deixa o produto parcialmente hidrogenado. O resultado final um produto de timo prazo de conservao, com textura firme mesmo a temperatura ambiente, que no rana, no pega fungos, no atacado por insetos ou roedores. Enfim um no alimento. Portanto, a manteiga bem mais saudvel do que a margarina.
  • 28. Prticas Sustentveis 3 edio34 88.89. 88. 87. 86. 85. 84. 83. Prefira azeite a leo Somente o leo extrado mecanicamente, a frio, como o azeite de oliva, conserva o seu valor biolgico. Consuma alimentos orgnicos sempre Frequente as feiras agroecolgicas Crie o hbito de comprar alimentos orgnicos sem agrotxicos. Se o produto orgnico for comprado di retamente com o produtor, ele pode sair mais barato do que o produto convencional contaminado do mercado. Consulte o guia nacional de feira agroecolgicas em: www.agrisustentavel.com/feiras.htm No poupe com a sua sade alimentar Os processos modernos de agricultura e trata mento industrial destroem os elementos vitais e adicionam produtos qumicos que mesmo em pequenas doses so txicos. Invista em bons alimentos. Procure lojas, feiras e redes que comercializam produtos com certificados Os certificados devem garantir o comrcio Justo, produtos agroecolgicos e biodinmicos, e entre outras iniciativas que beneficiam o meio ambiente e respeitam a relao com o trabalhador. D preferncia s quitandas, mercadinhos e armazns do seu bairro (eles esto em risco de extino) Os grandes hipermercados padronizaram o consumo e descaracterizaram o comrcio local tradicional. Evite o consumo de carne bovina e descubra novos sabores Existem vrias razes para no se consumir carne. Se voc ainda no conseguiu abandonla, conhea a campanha mundial Segunda sem Carne. 88. Para produzir um quilo de carne bovina exigese ao longo de todo o ciclo de vida, morte e transporte do boi, cerca de 15 mil litros de gua. Se uma pessoa come 200 gramas de carne bovina por dia, estar consumindo 3 mil litros de gua. Somando com o consumo domstico, chega a 4 mil litros dirios por pessoa. Calculando o consumo de uma pessoa que vive 70 anos,
  • 29. Prticas Sustentveis 3 edio 35 88.97. 88.96. 88.95. 88.94. 88.93. 88.92. 88.91. 88.90. multiplicamos 4 mil por 365 dias, teremos 1,44 milhes de litros por ano e 100,8 milhes de litros de gua em 70 anos, a mdia de vida brasileira. Muita gua e impacto ambiental para pouco alimento. O consumo de carne bovina um dos grandes viles do desmatamento devido aos milhes de quilmetros de pastos espalhados pelo planeta. Hoje, cerca de 80% da soja produzida na Amaznia destinada para produzir rao para bois. Enquanto a floresta acaba, a soja cresce para alimentar o gado! Pratique o vegetarianismo O vegetarianismo uma opo sustentvel e pouco impactante. Compre ovos de galinha de capoeira ou caipira Galinhas e ovos de granja so contaminados com antibiticos e hormnios que os animais engaiolados recebem nas indstrias do frango qumico. Troque o refrigerante pelo suco natural da fruta. Prestigie nossas frutas tropicais frescas e evite as polpas congeladas. A fruta fresca concentra muito mais vida, minerais e vitaminas. Recuse servios de fast-food Alm do excesso de produtos descartveis, como guardanapos, copos, ca nudos, colherzinhas de plstico, pacotes de catchup, maionese, etc., eles fazem mal a nossa sade fsica e ambiental. Evite alimentos com excesso de embalagens Cultive alimentos em casa Mesmo em pequenos espaos, como apartamentos, voc pode cultivar alguns alimentos. Dessa forma, voc pode economizar no bolso, ter um hobby e ainda contribuir para a promoo de sua sade. Faa o canudinho permanente Sabe aquele mamoeiro atrs de casa ou no terreno do vizinho? Alm de produzir uma deliciosa e saudvel fruta, fundamental para o trato intestinal, seus talos podem ser cortados e serem modelados como canudinhos orgnicos e outros utenslios criativos, com razovel durabilidade. O sabor fica mais gostoso e voc e vita a produo de lixo. Opte por alimentos que no sejam transgnicos O que um transgnico? Transgnicos, ou organismos geneticamente modificados (OGM), so seres vivos criados em laboratrio a partir de cruzamentos que jamais aconteceriam na
  • 30. Prticas Sustentveis 3 edio36 No confunda transgenia com melhoramento gentico. Este um processo utilizado em plantas e animais para a obteno de indivduos ou populaes com certas caracters- ticas desejveis, sendo uma tcnica que desenvolve cruzamentos dentro da prpria espcie, ou seja, milho com milho, soja com soja, arroz com arroz, etc. natureza: planta com bactria, animal com inseto, bactria com vrus, etc. Uti lizando uma tcnica que permite cortar genes de uma determinada espcie e col los em outra, os cientistas criam organismos totalmente novos com caractersticas especficas. A soja Roundup Ready, da Transnacional Monsanto, por exemplo, rece beu genes de um vrus, duas bactrias e uma flor para se tornar resistente ao agrotxico vendido pela prpria empresa. Que tipos de transgnicos existem hoje no mundo? Desde o incio da utilizao dos transgnicos em larga escala, em 1997, apenas trs tipos foram adotados comercialmente: os transgnicos para resistir a um determinado agrotxico os transgnicos criados para terem propriedades inseticidas e os transgnicos que combinam essas duas caractersticas. Muitas pessoas acreditam que os OGMs foram criados para produzir mais, ou para ter mais nutrientes, ou ainda para resistir a chuvas, secas e temperaturas extremas. No entanto, depois de mais de 10 anos da primeira plantao comercial de transgnicos, nada disso se confirmou. Essas variedades at foram estudadas em laboratrio, mas nunca chegaram a ser comercializadas. Os 7 pecados capitais dos transgnicos 1. Contaminao gentica Agricultores que queiram se dedicar ao cultivo convencional ou orgnico j sabem: se houver alguma plantao transgnica nas redondezas, a contaminao garantida e a misso tornase impossvel. Tem sido assim nos Estados Unidos, onde tudo comeou, na Europa, Argentina e sul do Brasil. Devido contaminao, os agricultores acumulam prejuzos ao perderem o direito de vender suas safras convencionais e/ou orgnicas. 2. Ameaa biodiversidade A contaminao gentica pode ter tambm um efeito devastador na biodi versidade do planeta. Ao liberar organismos geneticamente modificados na nature za, colocamos em risco variedades nativas de sementes que vm sendo cultiva
  • 31. Prticas Sustentveis 3 edio 37 das h milnios pela humanidade. Alm disso, eles podem afetar diretamente seres vivos que habitam o entorno das plantaes, conforme indicam estudos cientficos, como o caso das borboletas monarcas, que no so alvo da planta transgnica inseticida mas so atingidas. 3. Dependncia dos agricultores A empresa de biotecnologia Monsanto hoje a maior produtora de semen tes convencionais e transgnicas do mundo. Alm disso, tambm uma das maio res fabricantes de herbicidas, com destaque para o Roundup, muito utilizado em plantaes de soja geneticamente modificada no sul do Brasil. Com essa venda ca sada semente transgnica mais o herbicida ao qual a planta resistente os a gricultores ficam presos num ciclo vicioso, totalmente dependentes de poucas empresas e das polticas de preos adotadas por elas. Outro grande problema verificado nos pases que tm adotado os trans gnicos, principalmente os Estados Unidos e a Argentina, a propriedade intelectual exercida pelas empresas sobre as sementes transgnicas. O agricultor proibido de guardar sementes de um ano para o outro, podendo sofrer pesados processos caso faa isso, e ainda corre o risco de ser processado de qualquer maneira caso a sua plantao sofra contaminao gentica de outra transgnica. 4. Baixa produtividade Os argumentos de quem defende os transgnicos como soluo para a crise alimentar que vivemos vm caindo por terra dia aps dia. Os transgnicos j se mostraram pouco competitivos economicamente e recentes estudos promovidos por universidades americanas comprovaram que variedades transgnicas so at 15% menos produtivas do que as convencionais. Confrontadas com os resultados das pesquisas, empresas de biotecnologia admitiram que seus transgnicos no foram criados para serem mais produtivos, mas sim para serem resistentes aos agrotxicos fabricados por elas mesmas. Em um primeiro momento, o cultivo dos alimentos transgnicos pode at ser mais rentvel e produtivo em re lao aos cultivos convencionais ou orgnicoecolgicos. Porm, a mdio e longo prazo, visvel uma reduo na pruoduo e um aumento significativo nos preos dos insumos como o glifo sato, principal herbicida usado neste tipo de plantao.
  • 32. Prticas Sustentveis 3 edio38 5. Desrespeito ao consumidor (rotulagem) O Brasil tem uma lei de rotulagem, em vigor desde 2004, que obriga os fabricantes de alimentos a rotular as embalagens de todo produto que usa 1% ou mais de matriaprima transgnica. No entanto, apenas duas empresas de leo de soja rotulam algumas de suas marcas do produto e apenas depois de terem sido acionadas judicialmente pelo Ministrio Pblico. H milhares de produtos nas prate leiras dos supermercados brasileiros que chegam mesa das pessoas sem a devida informao sobre o uso de substncias geneticamente modificadas, numa afronta direta lei e num claro desrespeito ao consumidor. 6. Uso excessivo de herbicida O caso da Argentina emblemtico: depois que os transgnicos comea ram a ser plantados em suas terras, o consumo de herbicida explodiu. A explicao simples: como os transgnicos so resistentes a um tipo especfico de herbicida, o agricultor o utiliza cada vez mais para proteger sua plantao contra pragas. Com o tempo, no entanto, esse uso excessivo provoca problemas no solo, nos traba lhadores e promove o surgimento de pragas resistentes ao herbicida, exigindo mais e mais aplicaes. 7. Ameaa sade humana No existem estudos cientficos que comprovem a segurana dos trans gnicos para a sade humana. Apesar de exigidos por governos de todo o mundo, as empresas de biotecnologia nunca conseguiram apresentar relatrios nesse sentido e ainda assim seus produtos so aprovados. Por outro lado, alguns estu dos independentes indicaram problemas srios, como alteraes de rgos internos (rins e fgado) de cobaias alimentadas com milho transgnico MON863 da empresa Monsanto. No Brasil, infelizmente, no existe o mesmo cuidado. A Comisso Tcnica Nacional de Biossegurana (CTNBio), responsvel pela aprovao de transgnicos no pas, vem dando sinal verde para variedades que enfrentam grande resistncia em outros pases, como no caso do milho MON810 da Monsanto, proibido na Europa e liberado no Brasil.
  • 33. Prticas Sustentveis 3 edio40 88.98. 2.6 Bebs ecolgicos (EcoBebs) Ao chegar ao Planeta Terra, os bebs j imprimem uma grande pegada ecolgica. O prprio ato de parir/nascer j se descaracteriza do natural. O Brasil possui um triste recorde: o campeo em cesarianas (um parto nada ecolgico e nada natural), atingindo cerca de 90% na rede privada a grande maioria destas desnecessria e com dia e hora marcada. Esse dado reflete o modo como nossa sociedade est inorganicamente se relacionando com o mundo. O imediatismo e a praticidade se tornaram fontes de desconexo com o sagro ato de nascer. No bastasse um nascimento intervencionista, ao longo de ao menos trs anos, o beb j chega fadado a consumir milhares de fraldas descartveis, centenas de quilos de plstico, quilmetros de latas de alumnio e vrias superficialidades empurradas para os papais e mames que vivem hoje em rit mo frentico nas cidades, aumentando os n dices do hiperconsumo insustentvel e des necessrio. Este captulo alerta para o perigo da artificializao da infncia e demonstra alter nativas para que, desde o nascimento, esses pequenos e lindos anjinhos sejam exemplos de ecobebs. Opte por fraldas de pano Dados relevantes sobre as fraldas descartveis: um beb utiliza em mdia 124 fraldas descartveis por ms, totalizando uma mdia de 3.000 (trs mil) fraldas em dois anos de vida. Existem papais e mames que abusam aumentando a mdia para 5.000 (cinco mil) fraldas! S nos EUA, vo para o lixo 18 bilhes de fraldas descartveis por ano. Uma vez utilizadas, cerca de 90% delas entram no ciclo do lixo caseiro e vo parar em lixes ou aterros, criando de imediato um problema de sade pblica. Anualmente, so desperdiadas 100.000 toneladas de plstico e 800.000 toneladas de polpa de rvores (celulose utilizada na fabricao das fraldas descartveis). So necessrios de 400 a 800 kg de pasta de papel (celulose) para sustentar um beb, em termos de fraldas, durante dois anos. Por outro lado, optando pelas fraldas de pano, utilizase 5 kg de algodo para dois anos de fraldas! Esse um meio significativo de reduzir o consumo de petrleo.
  • 34. Prticas Sustentveis 3 edio 41 88.102. 88.101. 88.99. De acordo com a CDC (Cotton Diaper Coalition), so necessrias quantidades macias de gua para transformar a polpa da madeira (celulose) em papel para descartveis. A produo de uma fralda descartvel tem um preo ambiental muito elevado em termos de gua e energia. Pense nisso antes de comprar a prxima! 88.100. Voc sabia? At o incio dos anos 80 a grande maioria dos bebs utilizava somente fraldas de pano. Hoje, devido busca de praticidade de pais e mes ocupados, as fraldas de pano esto esquecidas e as descartveis correspondem a mais de 90% das vendas no Brasil. O EcoBeb utiliza fraldas de pano. Ele diminui sua pegada ecolgica e contribui efetivamente para a diminuio dos lixes. Lembre-se que um dia, ele ir crescer e no ficar satisfeito com a pegada ecolgica que os papais e mames lhe imprimiram. Diminua o consumo de fraldas descartveis Mesmo que voc no consiga utilizar somente fraldas de pano, faa um esforo e tente usar ao menos 50% para oferecer uma melhor qualidade de vida ao seu beb e ao planeta. As fraldas de pano so a melhor opo para a sua criana porque no h contato da pele com substncias qumicas e at mesmo cance rgenas. O tecido leva 1 ano para se decompor, enquanto o plstico pode demorar at 600 anos. Amamente! O aleitamento materno um direito do beb e um dever da me. At os 6 meses alimenteo exclusivamente com o leite materno. Essa atitude o proteger de doenas e o deixar mais esperto e saudvel. Evite o pseudo leite de vaca em p! Informe-se sobre os benefcios do parto natural Se tiver condies, essa a mais linda, segura e mgica forma de trazer seu filho ao mundo. Ateno aos procedimentos padres dos hospitais Alguns procedimentos so de rotina e foram instaurados h muito tempo atrs. A maioria dos profissionais de sade no questiona a eficcia e pertinncia dos mesmos, submetendo a mulher e o beb desnecessariamente a procedimentos agressivos. A busca de informao pelo casal grvido a melhor alternativa para se evitar procedimentos desnecessrios pelo mdico.
  • 35. Prticas Sustentveis 3 edio42 88.111. 88.110. 88.109. 88.108. 88.107. 88.106. 88.105. 88.104. 88.103. Opte por parto natural A artificializao do parto/nascimento trs diversas consequncias para a me e o beb. Opte pelo nascimento orgnico, sem hora marcada, seguindo os ci clos naturais da relao me e filho. Evite as comidas industrializadas Faa voc mesmo (a) as papinhas com legumes frescos sem agrotxicos. Use o mnimo de sal e acar, tendo como base o arroz integral e leguminosas (fei jo, lentilha, ervilha, vagem). A sade do seu beb agradece! Para assaduras, utilize o amido de milho mais barato, natural e mais eficiente que os talcos vendidos nas farm cias repletos de ingredientes artificialmente cheirosos. Prefira pomadas naturais, como as de calndula ou leos essenciais puros Busque um pediatra homeopata Evite medicar seu filho com drogas qumicas. Lembrese de que o organis mo do beb sensvel e qualquer medicao deve ser ponderada. Estude e utilize os medicamentos fitoterpicos Evite fumar, zangar-se ou discutir na frente do seu filho As crianas so espelhos e refletem as aes dos seus pais. Lembrese sempre disso! Amor, carinho, dedicao, pacincia e boa educao so valores fundamentais para que seu filho se torne um cidado consciente, contribuindo para um mundo melhor Saia da rotina! O dia a dia pode desgastar um relacionamento. Passeie, viaje, v ao cine ma, faa trilhas, curta uma praia e entenda que algumas simples vivncias podem imprimir laos de afeto e carinho por toda uma vida.
  • 36. Prticas Sustentveis 3 edio44 88.118. 88.117. 88.116. 88.115. 88.114. 88.113. 88.112. 2.7 Solues alternativas para limpeza e higiene pessoal Faa as contas e veja o quanto voc gasta por ms comprando produtos de limpeza. A grande maioria deles no biodegradvel e contamina o solo, a gua e o ar. Alm disso, so prejudiciais sade quando ingeridos acidentalmente, inalados ou em contato com os olhos. Por sua vez, a maioria dos produtos de higiene pessoal tambm no bio degradvel, so testados em animais e possuem diversas substancias prejudiciais. Prefira empresas que no utiliza animais como cobaias Faa voc mesmo os seus produtos de uso dirio Receitas caseiras ecologicamente corretas de produtos de limpeza As dicas a seguir so sugestes para a substituio de alguns produtos qumicos vendidos nos mercados por receitas caseiras, econmicas e sustentveis para o planeta e para a sade humana. No comeo, pode parecer estranho, mas com o tempo e com o dinheiro economizado, essas receitas iro fazer parte do seu cotidiano e cada qual adaptar e criar receitas novas e mais ecoeficientes. Limpa tudo Soluo de quatro colheres de sopa de bicarbonato de sdio em um litro de gua fervida. Adicione uma colher de sopa de vinagre branco, ou suco de limo, para dissolver a gordura. Desentupir pia Jogue no ralo um punhado de bicarbonato de sdio, algumas colheres de vinagre branco e gua fervente. Aquele conhecido refrigerante a base de cola faz o servio, mas no nada sustentvel. Limpar vidro Passe uma soluo de gua e vinagre, e depois use jornal para dar brilho. Para encerar Misture uma parte de leo vegetal, como a linhaa, com outra de suco de limo ou vinagre. Aplique com uma flanela. Para lustrar mveis Faa uma soluo de uma parte de suco de limo e duas partes de leo vegetal. D brilho com uma flanela.
  • 37. Prticas Sustentveis 3 edio 45 88.126. 88.125. 88.124. 88.123. 88.122. 88.121. 88.120. 88.119. Desinfetante sanitrio Misture bicarbonato de sdio com vinagre, gua fervente e cascas de li mo ou laranja. Detergente Ingredientes: 500 gramas de sabo de coco, suco de dois limes, 4 colheres de amonaco e 4 litros de gua. Modo de preparar: raspe o sabo de coco e dilua em 2 litros de gua quente. Junte a gua restante, coloque o suco dos limes e o amonaco, mexa bem e guarde em garrafas de vidro escuras, tampadas e com identificao. Tirar manchas Gordura: mistura de gua quente com sabo e umas gotas de detergente (de preferncia ao biodegradvel). Lavar e, se restar algum vestgio, polvilhar talco e deixar por algumas horas esfregar um pedao de cebola tambm ajuda. Frutas, doces e tintas: esfregue lcool ou vinagre branco. Manchas de tinta de caneta devem ser lavadas com leite. Espantar moscas e mosquitos Folhas de louro, eucalipto e manjerico, maceradas em gua ou espalha das pelo ambiente sacos de plstico pendurados transparentes com gua ajudam. Evitar traas Cnfora substitui a txica e mal cheirosa naftalina: to eficiente quanto e mais sustentvel. Umidade no armrio Colocar um pedao de carvo vegetal em uma tigela de vidro no armrio. Amaciar roupas Ingredientes: 5 litros de gua, 4 colheres de glicerina, 1 sabonete ralado (quanto mais perfumado, melhor), 2 colheres de sopa de leite de rosas. Modo de preparar: ferver 1 litro de gua com o sabonete ralado at dis solver, acrescentar mais 4 litros de gua fria, as 04 colheres de glicerina e as duas de leite de rosas, mexer bem at misturar e depois engarrafar. Algumas pessoas tm utilizado somente a glicerina, a gua e uma essncia de perfume natural. Repelir insetos O leo de citronela pode ser utilizado em difusores, tendose o cuidado de apliclo algumas horas antes do ambiente ser ocupado, pois o leo ctrico e pode causar mal estar. Hoje em dia fcil encontrar sprays/incensos base de citronela.
  • 38. Prticas Sustentveis 3 edio46 88.132. 88.131. 88.130. 88.129. 88.128. 88.127. No utilize inseticidas aerossis Eles so caros, poluentes e prejudiciais sade se inalados. Resgate um costume dos nossos avs: troque o detergente pelo sabo de coco Alm de poluir menos, verstil na cozinha, no banheiro e na lavanderia. Aposente o sabo em p e experimente a Bola Mgica A Bola Mgica uma descoberta cientfica (nanotecnologia) que atua de forma natural na lavagem de nossas roupas e louas, melhorando a nossa sade, bem estar e a proteo do meio ambiente. um produto cientfico inovador e substitui o sabo em p. Informaes em: www.ecocentrobichodomato.org. Receitas caseiras ecologicamente corretas de produtos de higiene pessoal Experimente o p dental como alternativa pasta de dente Misture p de ju com p de menta, canela ou cravo. A proporo de 70% para o ju e os outros 30% ficam conforme o paladar. Essa frmula eco nmica, gostosa, no possui alumnio e flor como as pastas tradicionais. Sabonete corporal Ingredientes: base de glicerina slida, ch de ervas (a escolha), essncia (a escolha), frmas para sabonete, panela de gata e esptula. Modo de preparo: na panela de gata, dissolva 250g de base de glicerina em banhomaria. Quando derreter basta acrescentar 10 ml do ch e 3 ml da essncia. Despeje nas frmas, espere secar e desfrute! Xampu Ingredientes: 200 ml de base para xampu (ver se natural porque os comerciais so cheios de molculas aritificiais), 1 L de gua destilada, 20 ml de essncia, 5 ml de extrato vegetal, corante base de gua, embalagem de plstico ou de vidro com vlvula. Modo de preparo: coloque no copo graduado a base de xampu e mexa com a gua destilada. Em seguida, acrescente a essncia e o extrato vegetal e mexa bastante. Por fim, adicione o corante aos poucos e continue misturando. Deixe em repouso at que no tenha mais espuma na superfcie. Envase na embalagem.
  • 39. Prticas Sustentveis 3 edio 47 88.136. 88.135. 88.134. 88.133. Condicionador Ingredientes: 1 kg de base para condicionador de enxgue, 10 ml de essncia de algas marinhas, 15 ml de extrato vegetal de algas marinhas, gotas de corante cosmtico para condicionador na cor azul, potes para embalar produtos. Modo de preparo: em um recipiente, misture a base do condicionador, acrescente a essncia, o extrato vegetal e o corante (se desejar) e misture bem. Envase em potes apropriados e deixe macerar por trs dias antes de usar. Aromatizante de ambiente Ingredientes: copo graduado de vidro para 1000 ml, basto de vidro, 300 ml de gua destilada, 10 ml de lcool de cereais, 3 colheres de caf (rasas) de essncia de bergamota, 2 colheres de caf (rasas) de essncia de canela, frasco de vidro com vlvula spray. Modo de preparo: coloque a gua e o lcool em um recipiente de vidro. Acrescente as essncias mexendo at o produto ficar homogneo. Ponha no frasco com a vlvula de spray. Deixe descansar por dois dias antes de usar, para que os elementos se incorporem. leo corporal para massagem Ingredientes: 1 ampola de vitamina A, 15 ml de amndoa doce, 10 gotas da essncia de sua preferncia, leo de semente de uva, recipiente de vidro, frasco de vidro. Modo de preparo: num recipiente de vidro, despeje a ampola de vitamina A, acrescente o leo de amndoas doce, a essncia desejada, junte o leo de semente de uva e misture bem, por aproximadamente 30 minutos. Desodorante Ingredientes: 100 ml de gua deionizada, 20g de bicarbonato de sdio, 20 ml de lcool de cereais, essncia de sua preferncia. Modo de preparo: misture tudo em um frasco e agite bem antes de usar.
  • 40. Prticas Sustentveis 3 edio 49 88.137. 2.7 A reconexo das mulheres com a Me Terra Por Kalinne Ribeiro O sangue menstrual o sangue da vida, ele irriga todo o tero no mo mento da fecundao do vulo. Ao longo dos tempos, a sociedade patriarcal gerou nas mulheres uma averso ao seu prprio sangue, uma repugnncia ilusria, que se reflete tambm, na atual rejeio social maternidade. Como todas as fmeas mamferas sangram, naturalmente seguimos o fluxo da sabedoria divina do corpo humano. O sangue nos reequilibra e realinha a nossa conexo e comunicao com a Terra. A Me Terra nutre, acolhe e nos fortalece, e como mulheres ns temos o dom de poder devolver Terra, em gratido, um pouco da nutrio oferecida, entregando a Ela o nosso sangue. Os absorventes descartveis, juntandose ao time das fraldas, agravam o problema dos lixes. Certas partes do absorvente podem levar at 100 anos para se decompor. Cada mulher usa em torno de 10 mil absorventes descartveis ao longo de sua vida frtil. Haja lixo e energia para essa produo. S nos Estados Unidos so jogados fora 12 bilhes de absorventes e 7 bilhes de tampes por ano. Adote os absorventes reutilizveis, como os abiosorventes ou copo menstrual Os copos menstruais duram at oito anos, o que representa uma econo mia razovel de dinheiro que iria direto para o lixo na forma de absorventes des cartveis, financiando grandes multinacionais. Seu bolso, sua sade e a natureza agradecem! Os abiosorventes so feitos de pano como na poca da vov. So feitos de algodo, com toalhas internas e externas (presas com elstico), que absorvem o fluxo e permite uma nova relao com o corpo e com o sangue menstrual. Para saber mais detalhes, acesse o site www.fiodaterra.wordpress.com O seu uso promove a prtica da ecologia feminina com a renovao do ciclo com a energia da Terra, possibilitando criar, assim, uma conexo mais sau dvel e uma comunicao mais materna com a Terra ao devolver Ela a nutrio que ela nos oferta atravs do nosso sangue. Confira as vantagens de usar abiosorventes:
  • 41. 88.138. Para o planeta Reduzi a quantidade de lixo no reciclvel; Nutre a terra com o sangue sagrado do ventre; Boicota indstrias de absorventes descartveis que causam impacto ambiental; Evita a produo de plstico, reduzindo assim o consumo do petrleo; Diminui a pegada ecolgica pessoal. Para a sade da mulher Evita o contato da pele com substncias cancergenas; Diminui o risco de alergias e infeces na pele (devido s substncias qumicas); Reduzindo as clicas menstruais (com uma nova conexo com a Me Terra); Reduzindo a quantidade do fluxo menstrual. Experimente os copos menstruais J os copos menstruais foram desenvolvidos recentemente e so fabri cados com silicone cirrgico, o qual pode ser lavado e secado a cada troca. Super prticos e simples. Conhea e experimente essa tecnologia sustentvel feminina: www.teardoventre.wordpress.com
  • 42. Prticas Sustentveis 3 edio 51 88.148. 88.147. 88.146. 88.145. 88.144. 88.143. 88.142. 88.141. 88.140. 88.139. 2.8 Reforme e construa sua morada de forma sustentvel Antes de reformar ou construir, pesquise alternativas, como a Bioconstruo Esta forma de construo aproveita os recursos locais e recicla inmeros materiais que, em uma concepo de arquitetura convencional, no seriam aceitos. Estude sempre o fluxo dos ventos, a entrada do Sol e pesquise modelos de casas sustentveis. Pesquise empresas na sua cidade que trabalham dessa maneira. Em Pernambuco existe o Coletivo CASA: www.coletivocasa.blogspot.com Colete a gua do telhado em uma caixa dgua Voc pode utilizar essa gua para diversos fins, como regar plantas. Exija o Selo FSC (Forest Stewardship Council) ao comprar madeira Este selo comprova que a madeira proveniente de um manejo susten tvel e no do corte predatrio. No site do FSC (www.fsc.org.br) h uma lista com pleta de florestas e empresas certificadas pelo selo, confira. Instale um aquecedor solar para o chuveiro A economia de energia eltrica proporciona um retorno do investimento, em mdia de 10 anos. Deixe reas permeveis no terreno, como gramados Isso reduz a necessidade de captao de gua pluvial pela Prefeitura, alm de melhorar a recomposio dos aquferos subterrneos e reduzir os efeitos de enchentes. Adote as torneiras com presso e vlvulas automticas Elas economizam gua e limpam com maior presso as mos. Pinte os cmodos da casa com cores claras Cores escuras absorvem luz, e as claras a refletem, deixando o ambiente mais agradvel. Se possvel, instale sensores de ocupao nos cmodos Assim no h jeito de esquecer as luzes acesas ao desocupar o cmodo. Troque a descarga com vlvulas por aquelas que acompanham caixas de 6 litros de gua A descarga de vlvula gasta de 10 a 20 litros quando acionada. Instale telhas transparentes para a entrada de luz durante o dia Assim, voc evita ligar as luzes durante o dia sem necessidade.
  • 43. 88.151. 88.150. 88.149. Projete a casa com aberturas para a circulao do vento Hoje em dia, as casas so projetadas apenas se pensando no aspecto esttico. No se esquea da funcionalidade. Prefira tijolos ecolgicos, assim como os de solo cimento ou reutilizados Instale um jardim no telhado O chamado telhado vivo simplesmente um jardim no topo de sua casa. Muito utilizado mundo afora, possibilita um maior arejamento da parte interna da casa, com um resfriamento de at 5 graus, alm de dar um timo visual e uma rea para se plantar.
  • 44. Prticas Sustentveis 3 edio 53 2.9 Voc j plantou uma rvore? Uma reflexo e um convite Se cada brasileiro vier a plantar uma rvore anualmente, sero 190 mi lhes de rvores a mais por ano no pas. Se o mundo todo plantar, sero sete bilhes. Uma rvore em crescimento absorve mais dixido de carbono da atmos fera do que emite, reduzindo os gases responsveis pelo aquecimento global. Comece agora, siga os seguintes passos 1. Quando A melhor poca de plantio de mudas no incio da estao chuvosa. Se voc no pode agula, opte por esse perodo. Quando no chove, devese regar de uma a duas vezes ao dia, no incio da manh ou fim de tarde. No inverno, rega se s uma vez ao dia. 2. Onde Escolha um local adequado para a planta. Estude bem a rvore que ir plantar. D preferncia para rvores nativas. As espcies exticas invasoras so a segunda maior causa de perda de biodiversidade no Planeta. Se informe mais sobre as espcies invasoras e nativas no site: www.institutohorus.org.br. 3. Como Faa uma cova com 60 centmetros de dimetro e igual profundidade. Mis ture a terra que retirou ao composto orgnico (duas partes de terra, para uma de composto) e reserve. Em seguida, rasgue o saquinho onde est a muda (caso con trrio, a raiz no se desenvolver), retirandoa com o torro de terra sem quebrar. Dica: em vez de fazer um nico corte no saquinho, para retirlo, faa vrios, faci litando a retirada do torro. Depois coloque metade da mistura de terra e com posto de volta na cova. No momento do plantio emane energias positivas e menta lize que essa rvore gerar frutos, flores e boa sombra para todos aqueles que ali estiverem. Introduza a muda com o torro na cova e preencha o resto do buraco com a mesma mistura. Para finalizar, pressione um pouco o cho do local plantado para deixar a muda firme. Dica importante: no local da cova, o terreno deve ficar uns dois centmetros abaixo do nvel do solo. Isso facilita regas. A primeira rega j poder ocorrer logo aps o plantio. Uma boa idia cobrir o solo com folhas secas, o que ajudar a manter a
  • 45. 88.152. umidade da terra. Especialmente se o plantio for em rea urbana (numa calada, praa ou jardim) tambm vale colocar uma grade de proteo em torno da rvore, para que ningum quebre a plantinha desavisadamente. Para que a ela cresa reta interessante amarrla a um tutor. Pode at ser um cabo de vassoura ou um pedao de madeira reciclado, fixado verticalmente no cho, logo ao lado da muda. Nunca deixe que o barbante "estrangule" o tronco, atrapalhando o crescimento. Plante o mximo de rvores que puder, mas saiba qual, onde e como
  • 46. Prticas Sustentveis 3 edio 55 88.164. 88.163. 88.162. 88.161. 88.160. .159. 88.158. 88.157. 88.156. 88.155. 88.154. 88.153. 2.10 Conduta consciente em ambientes naturais Fonte: MMA (2003) Viaje em grupos pequenos de at 10 pessoas Grupos pequenos se harmonizam melhor com a natureza e causam menos impacto. Evite viajar para as reas mais populares durante feriados prolongados e frias Durante uma viajem ou passeio, certifique-se de que voc possui uma forma de acondicionar seu lixo para traz-lo de volta Diminua a quantidade de lixo, deixe em casa as embalagens desnecessrias Proteja o patrimnio natural e cultural dos locais visitados Respeite as normas existentes e denuncie as agresses observadas. Leve sempre as embalagens de volta Embalagens vazias pesam pouco e ocupam espao mnimo na mochila. Se voc pde levar as embalagens cheias na ida, no vai ter dificuldade em trazlas vazias na volta. No queime nem enterre o lixo As embalagens podem no queimar completamente, e os animais podem cavar o lixo e espalhlo. No use sabo nem lave utenslios em fontes de gua Resista tentao de levar lembranas para sua casa Deixe pedras, artefatos, flores, conchas, etc., onde voc os encontrou, para que outros tambm possam aprecilos. Ande e acampe em silncio Preserve a tranquilidade e a sensao de harmonia que a natureza oferece. Deixe rdios e instrumentos sonoros em casa. Tire apenas fotografias Deixe apenas suas pegadas, mate apenas o tempo e leve apenas suas memrias. Ande sempre nas trilhas, sem sair delas As trilhas esto ali com um propsito. Ao sair delas, voc contribui para o aumento da rea degradada e ainda impacta locais antes intocados.
  • 47. 88.166. 88.165. Em Unidades de Conservao, contrate os servios dos guias locais Alm de contribuir para a gerao de renda local, voc no corre o risco de se perder e de sair das trilhas com prejuzo para o ambiente. Colabore com a educao de outros visitantes Transmita os princpios de mnimo impacto sempre que houver oportunidade.
  • 48. Prticas Sustentveis 3 edio 57 88.173. 88.172. 88.171. 88.170. 88.169. 88.168. 88.167. 2.11 Dicas para a cidadania planetria Paulo Freire nos ensinou que mudar o mundo urgente, difcil e neces srio. Essa mudana, na construo desse outro mundo possvel lema do Frum Social Mundial passa por uma profunda mudana de conscincia de cada indiv duo. Para transformar preciso entender e ler o mundo politicamente, ao lado de conheclo cientificamente, culturalmente e, sobretudo, intervir organizadamente. A construo da Cidadania Planetria alicerada em valores como a Cultura da Paz, Sustentabilidade e Solidariedade, alm de ser, hoje, um conceito que se con trape propositivamente Globalizao, com a chamada Planetarizao. Crie o saudvel hbito de substituir o elevador pelas escadas Alm de economizar energia, voc far bem para a sua sade. Vote! Mas vote conscientemente Seu voto um forte instrumento de mudana local e global. Lembrese que elegendo pessoas preocupadas com a causa ambiental voc consegue, por consequncia, uma melhor qualidade de vida. Acompanhe, pressione e cobre os polticos que esto no poder Para que ajam de forma tica na construo de um mundo ambiental mente sustentvel e socialmente justo. Ao presenciar um crime ambiental, denuncie! Ligue para o IBAMA ou rgo ambiental do seu municpio ou estado. Ao calarse voc contribui para que esses crimes continuem acontecendo. No se omi ta, faa sua parte! Informe-se sobre a legislao ambiental e ajude para que a lei seja aplicada Saiba mais nos portais www.ibama.gov.br e www.mma.gov.br. Crie, reaviva e/ou participe de associaes no governamentais voltadas ao am- biente, sade, cidadania, cultura e direitos sociais Adote a Pr-Ciclagem Escolha produtos que no tem no seu ciclo de produo e comercializao um histrico de agresso aos recursos naturais. Incentive cooperativas, micro empresas autogestionadas e coletivas que atuam pela sustentabilidade social e am biental no seu ciclo de produo.
  • 49. Prticas Sustentveis 3 edio58 88.182. 88.181. 88.180. 88.179. 88.178. 88.177. 88.176. 88.174. 88.175. Ajude a proteger as rvores, denuncie o corte ilegal As rvores so de grande importncia para o planeta: so abrigos de in meras espcies, protegem os solos, reduzem a poluio atmosfrica e sonora. As rvores da sua rua, bairro e cidade, so patrimnios pblicos. Lembrese: para po dlas ou cortlas, necessitase de uma autorizao especial. Boicote e denuncie a venda de animais silvestres, peles ou quaisquer produtos extrados de animais Desestimule esta prtica criminosa. Exija que as escolas tratem a cidadania ambiental com seriedade Ajude a construir um modelo de Escola Sustentvel. Incentive os jovens a seguir carreiras criadas no setor ambiental Esta rea profissional auspiciosa, transdisciplinar e fundamental para o planeta. Gera novas oportunidades de trabalho que alm de render frutos financeiros podem ajudar a salvar recursos naturais importantes. Participe de audincias pblicas na sua cidade Saiba o que est acontecendo na sua cidade e saiba que voc tem o poder de mudar o que no concorda. Nessa ocasio podemos interferir, questionar e at barrar obras sugeridas por grandes empresas. Saia da normose controlada Reduza o tempo na frente da televiso, leia mais livros e programe um fim de semana alternativo. Conhea alguma unidade de conservao perto da sua cidade, faa uma trilha, curta uma cachoeira e reavive a cultura do picnic. Apoie as ciclovias Alm de promover a sade das pessoas, andar de bicicleta reduz a poluio sonora e atmosfrica dos centros urbanos. Tenha viso crtica com a publicidade e marketing O consumo estimulado pela grande mdia no sustentvel, agride o planeta e atrapalha seu poder de deciso criando necessidades desnece