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São Miguel do Gostoso/RN Mar. / Abr. 2012 Ano I - N. 2 JORNAL Proibido o trânsito de veículos motorizados na Praia do Gostoso O Projeto Orla, de acordo com informações do Portal do Patri- mônio da União, é um projeto desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente e Ministério do Planejamento e Gestão, através da Secretaria de Patrimônio da União que tem como finalidade elaborar e implementar um Plano de Gestão Integrada (PGI) da Orla dos Mu- nicípios brasileiros localizados nas orlas marítima e fluvial. Na gestão do projeto orla tam- bém existe o comitê gestor da orla. O Comitê Gestor da Orla é consti- tuído no núcleo de articulação e de- liberação do Projeto em nível local, especialmente junto aos diferentes atores e à sociedade. Sua atribui- ção é divulgar, discutir, articular, acompanhar, monitorar, fiscalizar, avaliar e deliberar a respeito da implantação do conjunto de ações pertinentes ao Projeto, assim como propor adequações e realinhamen- to das mesmas ao longo do tempo. O Comitê Gestor da Orla de São Miguel do Gostoso é formado por 11 membros representantes da so- ciedade civil, Patrimônio da União, Idema e do Poder Público Muni- cipal, órgão responsável pelas ar- ticulações que chegaram à rea- lização desta audiência pública juntamente com a iniciativa da Prefeitura Municipal. Participaram da audiên- cia representantes de todos os setores da sociedade local, como Prefeitura, Câmara Mu- nicipal, Associação de Empre- endedores de Gostoso (AEGosto- so), ONGs, bugueiros, mototaxis, além do Idema, Patrimônio da União, o comando da Policia Mi- litar e moradores. São Miguel do Gostoso sai na frente e será exemplo no Rio Gran- de do Norte na proibição do trânsi- to na orla urbana, diz Yeda Cunha de Medeiros Pereira, Superinten- dente do Patrimônio da União no RN. A decisão vale para todo o tipo de veículos automotivos, como motos, triciclos, quadriciclos, bu- gues, carros tracionados e não tra- cionados, exceto automotivos em exercício do serviço público, como em eventuais necessidade de am- bulância e de policiamento. O trânsito na orla urbana de São Miguel do Gostoso sempre apresentou enormes riscos de atro- pelamentos para as pessoas que frequentam as praias, especial- mente crianças e, por este motivo, muitas pessoas se manifestaram a favor dessa proibição. Ruy Mazurek, presidente da Associação de Empreendedores de São Miguel do Gostoso (AEGosto- so) em entrevista ao Alô Galera diz: “Primeiramente estou totalmente a favor como cidadão de São Miguel do Gostoso. Há seis anos eu não quero que aconteça um acidente ou atropelamento de um banhista como já aconteceu em outros mu- nicípios costeiros do RN e do Bra- sil. Para ele, poupar vidas é a gran- de conquista desse movimento”. Para Rubens Eduardo, Co- ordenador do Comitê Gestor da Orla de São Miguel do Gostoso e Coordenador de Turismo da Se- cretaria Municipal de Turismo o trânsito de veículos também deve ser proibido. E diz: “Sou a favor da proibição. Eu vejo como vantagem a liberdade das pessoas ao usar a praia, a preservação dos ani- mais, da vegetação e etc”. Várias placas de ad- vertência serão coloca- das nas praias, informa Rubens, em especial na Ponta do Santo Cristo – para o trânsito que vem de Touros e Natal – e na praia do Maceió, para os veículos que vem das cidades do li- toral norte. De acordo com encami- nhamentos da audiência pública, o Detran deve colocar placas padrão na cidade dizendo que o trânsito só é permitido nas vias internas. Esse movimento e seus resul- tados tem como fundamento a Lei Federal nº 7.661/88. O policiamen- to das praias será feito por policiais do comando da Polícia Militar de Natal que fiscalizarão a orla em motos. Em uma primeira aborda- gem o motorista será advertido e orientado a se retirar. Se insistir em trafegar na praia, o motorista será preso e seu veículo apreendido. proibição do trânsito na orla urbana de São Miguel do Gos- toso começa a valer a partir de 1º de abril com policiamento em todas as praias. Essa foi à decisão tomada na audiência pública do último dia 27 de março realizada no Centro de Múltiplo Uso da cidade, uma ação realizada na gestão do Projeto Orla. A Abner Venâncio Caravana dos Direitos Humanos. Pag. 2 Encontro Municipal de Adolescente (EMA). Pag. 7 Turismo em São Miguel do Gostoso. Pag. 3 Comunidade em foco: a história do Reduto. Pag. 8 Entrevista com Sargento Sidney. Pag. 4 Tocando no assunto: O Brasil foi descoberto aqui! Pag. 11 Foto: Heldene Santos

Alô Galera n. 2

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Jornal desenvolvido por jovens de São MIguel do Gostoso / RN. 2012

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São Miguel do Gostoso/RN Mar. / Abr. 2012Ano I - N. 2

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Proibido o trânsito de veículos motorizados na Praia do Gostoso

O Projeto Orla, de acordo com informações do Portal do Patri-mônio da União, é um projeto desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente e Ministério do Planejamento e Gestão, através da Secretaria de Patrimônio da União que tem como finalidade elaborar e implementar um Plano de Gestão Integrada (PGI) da Orla dos Mu-nicípios brasileiros localizados nas orlas marítima e fluvial.

Na gestão do projeto orla tam-bém existe o comitê gestor da orla. O Comitê Gestor da Orla é consti-tuído no núcleo de articulação e de-liberação do Projeto em nível local, especialmente junto aos diferentes atores e à sociedade. Sua atribui-ção é divulgar, discutir, articular, acompanhar, monitorar, fiscalizar, avaliar e deliberar a respeito da implantação do conjunto de ações pertinentes ao Projeto, assim como propor adequações e realinhamen-to das mesmas ao longo do tempo.

O Comitê Gestor da Orla de São Miguel do Gostoso é formado por

11 membros representantes da so-ciedade civil, Patrimônio da União, Idema e do Poder Público Muni-cipal, órgão responsável pelas ar-ticulações que chegaram à rea-lização desta audiência pública juntamente com a iniciativa da Prefeitura Municipal.

Participaram da audiên-cia representantes de todos os setores da sociedade local, como Prefeitura, Câmara Mu-nicipal, Associação de Empre-endedores de Gostoso (AEGosto-so), ONGs, bugueiros, mototaxis, além do Idema, Patrimônio da União, o comando da Policia Mi-litar e moradores.

São Miguel do Gostoso sai na frente e será exemplo no Rio Gran-de do Norte na proibição do trânsi-to na orla urbana, diz Yeda Cunha de Medeiros Pereira, Superinten-dente do Patrimônio da União no RN. A decisão vale para todo o tipo de veículos automotivos, como motos, triciclos, quadriciclos, bu-gues, carros tracionados e não tra-cionados, exceto automotivos em exercício do serviço público, como

em eventuais necessidade de am-bulância e de policiamento.

O trânsito na orla urbana de São Miguel do Gostoso sempre apresentou enormes riscos de atro-pelamentos para as pessoas que

frequentam as praias, especial-mente crianças e, por este motivo, muitas pessoas se manifestaram a favor dessa proibição.

Ruy Mazurek, presidente da Associação de Empreendedores de São Miguel do Gostoso (AEGosto-so) em entrevista ao Alô Galera diz: “Primeiramente estou totalmente a favor como cidadão de São Miguel do Gostoso. Há seis anos eu não quero que aconteça um acidente ou atropelamento de um banhista como já aconteceu em outros mu-nicípios costeiros do RN e do Bra-sil. Para ele, poupar vidas é a gran-de conquista desse movimento”.

Para Rubens Eduardo, Co-ordenador do Comitê Gestor da Orla de São Miguel do Gostoso e Coordenador de Turismo da Se-cretaria Municipal de Turismo o trânsito de veículos também deve ser proibido. E diz: “Sou a favor da proibição. Eu vejo como vantagem

a liberdade das pessoas ao usar a praia, a preservação dos ani-

mais, da vegetação e etc”.Várias placas de ad-

vertência serão coloca-das nas praias, informa Rubens, em especial na Ponta do Santo Cristo – para o trânsito que vem de Touros e Natal – e na praia do Maceió, para os

veículos que vem das cidades do li-toral norte. De acordo com encami-nhamentos da audiência pública, o Detran deve colocar placas padrão na cidade dizendo que o trânsito só é permitido nas vias internas.

Esse movimento e seus resul-tados tem como fundamento a Lei Federal nº 7.661/88. O policiamen-to das praias será feito por policiais do comando da Polícia Militar de Natal que fiscalizarão a orla em motos. Em uma primeira aborda-gem o motorista será advertido e orientado a se retirar. Se insistir em trafegar na praia, o motorista será preso e seu veículo apreendido.

proibição do trânsito na orla urbana de São Miguel do Gos-toso começa a valer a partir de 1º de abril com policiamento

em todas as praias. Essa foi à decisão tomada na audiência pública do último dia 27 de março realizada no Centro de Múltiplo Uso da cidade, uma ação realizada na gestão do Projeto Orla.

AAbner Venâncio

Caravana dos Direitos Humanos. Pag. 2 Encontro Municipal de Adolescente (EMA). Pag. 7

Turismo em São Miguel do Gostoso. Pag. 3 Comunidade em foco: a história do Reduto. Pag. 8

Entrevista com Sargento Sidney. Pag. 4 Tocando no assunto: O Brasil foi descoberto aqui! Pag. 11

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Grupo de Escoteiros Lobos do Mar faz educação para a cidadania

m São Miguel do Gostoso mais uma ação educativa voltada para crianças e adolescentes se destaca. Uma proposta para o

desenvolvimento dos jovens, por meio de um sistema de valores que prioriza a honra baseada na promessa e nas leis escoteira, que é o Escotismo, um movimento mundial, educacional, voluntário, apartidário e sem fins lucrativos.

O Grupo de Escoteiros Lobos do Mar - 33º/RN, foi fundado no dia 08 de outubro de 2009 vincu-lado à Escola Estadual Olímpia Teixeira. Isso aconteceu através da iniciativa de Elba Teixeira que arti-culou junto à União dos Escoteiros

do Brasil (UEB) a implantação do movimento no município.

Segundo conta Francisco dos Anjos, chefe de escoteiros, para iní-cio, foi realizada uma reunião com a presença de alguns moradores da comunidade que contou com a vi-sita de um representante da UEB, Abraão Campelo Gomes Silva, e um presidente de grupo Escoteiros do Mar Humberto Lutosa - 05º/RN, de Natal, o Senhor Maquir Moreira da Silva, para explicar sobre o Pro-jeto Escotismo nas Escolas.

O grupo já participou de 04 acampamentos, conta Francisco dos Anjos, e se reúne uma vez por sema-

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Gostoso debate Direitos HumanosNo dia 10 de dezembro de

2011 aconteceu em São Miguel do Gostoso a Caravana dos Direitos Humanos. O evento foi organizado pelo Coletivo de Direitos Huma-nos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC), Ong responsável pelo Espaço Tear de São Miguel do Gos-toso. As atividades da caravana, como palestras e discussões, foram ministradas por membros de ór-gãos que pesquisam e desenvolvem ações relacionadas aos direitos hu-manos no estado do Rio Grande do Norte, o Centro de Estudos, Pes-quisa e Ação Cultural (CENRTE)/DHnet em parceria com o Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP), o Centro de Educação e Assessoria Herbert de Souza (CEAHS), a Pastoral Carce-rária e o MNDH-RN, com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos – SDH, segundo nos fala Ariclenes Silva, coordenador do CDHEC.

Em entrevista ao Alô Galera, Ariclenes diz: “Em 2008 fomos contemplados pela caravana, e nomeados como Cidade Univer-sal dos Direitos Humanos, onde tivemos cortejo pelas ruas, entrega de kits de livros para as bibliotecas

municipais e para a biblioteca do Espaço Tear. Alguns desses mate-riais continha os artigos Universais dos direitos humanos, oficinas para socializar, debater questões e ações que poderiam ser desenvolvidas na comunidade para efetivar os direi-tos da população. Para Ariclenes, a participação da sociedade de São Miguel foi muito boa. Segundo ele, a caravana deixou vários frutos para a continuidade de trabalhos sociais voltados para a preservação da igualdade dos direitos na comu-nidade.

No dia 10 de dezembro de 2011 a caravana foi realizada novamen-te em São Miguel do Gostoso. Se-gundo explicou Ariclenes Silva, o

Valdilene Gomes

Valdilene Gomes

Jornal Alô Galera N.2 - Mar. / Abr. 2012

Redação: Abner Venâncio Pinheiro, Amara Gomes da Silva Aldo Cézar Souza dos Santos, Gercinara Silva, José Édson de Souza Gomes, Luiz Eduardo Santos de Melo, Renny Nascimento de Castro, Valécia Gomes, Valdilene Gomes, Walter Jefferson da Silva.

Revisão: Heldene Santos.

Projeto Gráfico: Alessandro Amaral

Impressão: Gráfica Moura Ramos

Tiragem: 2.000 exemplares

Adolescentes responsáveis pelo Projeto Alô Galera!: Abner Venâncio Pinheiro, José Édson de Souza Gomes, Luiz Eduardo Santos de Melo, Valécia Gomes, Valdilene Gomes.

E-mail: [email protected]

Endereço: Avenida dos Arrecifes, s/n - Centro - São Miguel do Gostoso/RN

EXPEDIENTE

na, aos sábados, quando desenvol-vem atividades diversas como jogos, habilidades e técnicas escoteiras, cerimônias e se preparam para os acampamentos e outras aventuras. Também participam de atividades comunitárias em parceria com as ONGs locais, como ASGDEC , OA-SIS, o TEAR, e a AMJUS na defesa do meio ambiente.

O Grupo de Escoteiros é dividi-do por quatro ramos de acordo com a idade, que são os Lobinhos, com ida-de de 07 a 10 anos, os Escoteiros, de 11 a 14 anos, os sêniors, com 15 a 17 anos e os pioneiros, com idade de 18 a 21 incompletos. No total conta com

42 crianças e adolescentes e 6 escotis-tas, também chamados de chefes.

O Chefe Francisco dos Anjos explica que na atividade escotista as crianças e adolescentes são pre-parados para exercer o seu papel de um bom cidadão, adquirem vários conhecimentos importantes para a vida e desenvolvem muitas habilida-des. Aprendem a conviver em grupo, ajudar ao próximo com boas ações, sobreviver em situações adversas, etc. Para Francisco, também co-nhecido como Tiquinho, só assim é possível ter jovens participantes em ações que venham a colaborar com o desenvolvimento da comunidade.

intuito da caravana sempre está associada ao desenvolvimento de ações, planejamentos, distribui-ções de materiais e informações para a conhecimento da sociedade na luta pelas causas que envolve o conjunto de direitos humanos, sem as distinções de raça, cor ou reli-gião. No ano anterior, explica Ari-clenes, o encontro teve como linha de referência o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos e a construção do Plano Estadual de Educação em Direitos no Rio Grande Norte, com a preocupação no âmbito local, de desenvolver ações e atividades que divulguem e propaguem as diretrizes e metas dos referidos Planos.

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Edson Gomes

Gercinara Silva

Como é feito o Alô Galera! OASIS em São Miguel do Gostoso, conta com um co-

letivo de jovens organizados em grupos onde cada grupo resolve desenvolver um projeto social, em defesa de qualquer causa que ache importante. A nossa causa, depois de muita discussão, foi a criação desse jornal que você está lendo.

A ideia de se criar o jornal Alô Galera, surgiu depois de algumas reuniões, pois o grupo achava ne-cessário que na cidade de São Mi-guel do Gostoso tivesse um meio de comunicação que levasse in-formação para toda comunidade, relatando assuntos que fosse de interesse e preocupação de toda população. Até porque essa havia sido proposta de vários grupos de jovens, inclusive nossa, no III En-contro Municipal de Adolescentes realizado pela AMJUS desde 2010.

Para que as informações che-gassem até o público desejado, o grupo precisou criar uma equipe de redação formada por 10 mem-bros, onde 5 são membros do gru-po criador do jornal e mais alguns jovens colaboradores para comple-

tar os 10 jovens jor-nalistas. Depois de completar a equipe, o grupo participou de uma oficina de produção de textos e jornalismo reali-zado por estudantes da UFRN, para que a equipe tivesse uma visão mais ampla em relação ao mun-do jornalístico.

A partir daí nasce o Jornal Alô Galera. Mas e como é feito o Alô Galera?

Bom! Primeiramente, o grupo de redatores se reúne e faz uma seleção de assuntos para a pauta. Elaborada a pauta recorremos ao orientador social Heldene Santos, pedagogo, que nos ajuda orientan-do às pesquisas, indicando infor-mações importantes que podem conter naqueles assuntos, sugere fontes, e aí os jovens jornalistas caem em campo para dá conta das suas matérias.

Depois, as matérias são divi-didas entre a equipe, e os jovens jornalistas começam suas pesqui-

sas. As duvidas são tiradas com o orientador, onde ele revisa e mos-tra onde está faltando informação, se necessário as matérias são devol-vidas e uma nova pesquisa é feita, pois a preocupação não é terminar as matérias o mais rápido possível e sim a qualidade da informação. Cada um quer o melhor para seu texto.

Concluídas as matérias, é mo-mento da revisão dos textos. Mais uma vez recorremos ao nosso orientador que nos aponta neces-sidades de correção nos textos e então voltamos para corrigir, uma vez, duas vezes... Até ficar pron-tinho para publicação. Aí com os

textos prontos, definimos seu títu-lo, fotos e entregamos para que seja feita a diagramação do Jornal.

Para que o Alô Galera fos-se possível ainda buscamos uns apoios, como da Associação de Meio Ambiente, Cultura e Justiça Social (AMJUS), que apóia com as despesas da arte e diagramação, e da Prefeitura de Gostoso, que tem apoiado o Jornal com o pagamento da impressão. A diagramação está sendo realizada pelo jornalista e diagramador Alessandro Amaral que, após está pronto o arquivo é enviado para a gráfica que realiza a impressão e nos entrega, pronto para realizarmos a distribuição.

O turismo em São Miguel do Gostoso

Na pequena comunidade de São Miguel do Gostoso o turismo é destaque. Apesar de ser uma pequena cidade em desenvolvimento abriga nela grandes pontos turísticos e um destes pontos turísticos que se destaca, até

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mesmo internacionalmente, é a praia, que combinada com o vento, é propícia para a prática de esportes aquáticos do tipo kitesurf e windsurf.

O turismo na realidade apresenta dife-rentes faces que, a comunidade precisa está preparada para dá conta. Por um lado, pode

trazer muitos benefícios, pois com o crescente número de turistas a cidade precisa de uma infraestrutura melhor. Com isso é preciso aumentar a quantidade de hospedarias e isso gera mais empregos para os moradores do lu-gar.

Mas, por outro lado, também pode apre-sentar alguns prejuízos do ponto de vista tam-bém econômico, como por exemplo, o que vem do comércio fica mais cara, elevando o custo de vida, já que os turistas tem mais ren-das que a maioria dos nativos, e o comércio se prepara para esse público de turistas.

A temporada na qual aparece mais turis-tas em São Miguel do Gostoso, a também cha-mada alta estação, começa no mês de outubro e vai até, mais ou menos, o mês de março do ano seguinte, onde o preço das diárias das hospedagens, acompanhados de café da ma-nhã, variam entre R$ 150,00 e R$ 300,00.

Com o rápido crescimento e o destaque turístico dado por sites renomados e revistas importantes, como IG, Quatro Rodas e Veja, entre outras, a comunidade ganhou fama, e com isso, hoje em dia, a comunidade de São Miguel do Gostoso é conhecida e visitada por turistas de todos os cantos do mundo.

Centro da cidade de São Miguel do Gostoso

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Acássio Melo

Paullinelle Sidney Campos Silva3º Sargento, comandante do destacamento da

Polícia Militar de São Miguel do Gostoso

Entre

vista

Sargento, o que a policia militar vem realizando para melhorar a segurança da cidade de São Miguel do Gostoso?

Nós estamos realizando ativi-dades na cidade como a inten-sificação de blites itinerantes, isto é blites móveis. Nós es-tamos realizando esta medi-da com o intuito de coibir as ações dos meliantes na cidade.

Que medidas a polícia vem tomando para inibir o trânsito de veículos prati-cado por adolescentes?Nós estamos realizando tam-bém, ações para intensificar a fiscalização no trânsito e coibir essa prática feita por

crianças e adolescentes, orientando e conscientizando os pais ou responsáveis.

Como a policia pretende lidar com a proibição do trânsito na praia do Gostoso?Nós não temos condições de realizar a fiscalização do transito na praia, pelos seguintes motivos: pequeno número de policiais que trabalham no município e por não dispormos de um veiculo apro-priado para este tipo de ação. Sendo as-sim, é impossível realizar este trabalho, se nem mesmo se tem um veiculo para auxiliar na fiscalização.

Tem sido feita alguma ação para ini-bir ou prevenir a exploração sexual de crianças e adolescentes?Nós não realizamos este trabalho dire-cionado à exploração sexual de crianças e adolescentes, mas, no entanto, sempre que identificamos ações delituosas que envolva crianças e adolescentes, com-batemos de forma imediata, inclusive, comunicando aos órgãos competentes

como a promotoria e o conse-lho tutelar.

Quais tem sido as maiores di-ficuldades enfrentadas no tra-balho da policia?As dificuldades que enfrenta-mos são a falta de estrutura, quantidade pequena de poli-ciais e falta de equipamentos como equipamentos de uso

pessoal, armas não letais e um prédio em boas condições de uso para atender melhor a população.

Quais as maiores conquistas alcan-çadas pela polícia militar em São Mi-guel do Gostoso?Tivemos o aumento de policiais, assim aumentando o número para oito poli-ciais, mas a maior conquista mesmo foi transmitir a sensação de segurança para a comunidade. Também a melho-ria nas instalações do destacamento, como instalação de grades, construções de alojamentos para policiais, pintu-ra do prédio, instalação de uma caixa d’água e a construção de sala climatiza-da para receber a população.

Que ações mais ousadas a Polícia Mi-litar vem desenvolvendo?Vem combatendo o trafico de drogas com o fechamento de 4 bocas de fumo e a prisão dos traficantes; Prisão dos maiores arrombadores de residência da cidade com a recuperação dos itens subtraídos; Prisão da dupla que ater-rorizava as praias da cidade, pratican-do vários assaltos aos turistas; Temos o policiamento trabalhando de forma móvel e ostensiva; Hoje o telefone fun-ciona e recebe apenas uma média de 2 ligações por dia, reduzindo quase a zero as ocorrências.

A nossa maior conquista mesmo

foi transmitir a sensação de

segurança para a comunidade

Acássio Melo durante entrevista com o sargento Sidney em seu local de trabalho

RESTAURANTE MARAZULAmbiente familiar com uma variedade de

pratos com frutos do mar

Avenida dos Arrecifes, sn - Centro São Miguel do Gostoso/RN

Tel.: 9141-4635

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Políticos o voto em plebiscitos e referendos, movimentação popu-lar e organização e participação em partidos políticos. Entretanto, cada país pode apresentar disposições específicas sobre a formulação do conjunto dos Direitos Políticos dos cidadãos. O que, lamentavelmente, ainda acontece, diz Padre Fábio, é que em regimes autoritários per-sistentes no mundo, a população não goza dos Diretos Políticos, não possui o poder de participar do processo seletivo e, tampou-co, de alterar os destinos da re-presentatividade política.

O Brasil passou por mo-mentos graves nos quais a população teve seus Direitos Políticos violados, explica Hel-dene Santos. Na Primeira Repúbli-ca, apenas uma pequena parte da população tinha direito ao voto, diz Heldene, porém as eleições eram fraudadas e os eleitores eram repetidamente ameaçados e força-dos na escolha de seus votos.

A década de 1930 permitiu uma ampliação do número de eleitores no Brasil, diz Heldene Santos, ex-pandindo o direito ao voto à grande parte da população. Só que em 1937 Getúlio Vargas, presidente do Brasil na época, iniciou uma ditadura e suspendeu as eleições até 1945.

Edson Gomes

Edson Gomes

Drogas: prevenir é o melhor remédio

s drogas, segundo o Info Escola, são definidas como toda substância, natural ou

não, que modifica as funções nor-mais de um organismo. Também são chamadas de entorpecentes ou narcóticos. A maioria das drogas, de acordo com o site, são produ-zidas à partir de plantas (drogas naturais), como por exemplo a ma-conha, que é feita com Cannabis sativa, e o Ópio, proveniente da flor da Papoula.

Outras drogas são produzidas em laboratórios (drogas sintéticas), como o Ecstasy, o LSD e o Crack, uma composição química simples-mente horripilante e estarrecedora. A maioria causa dependência quí-mica ou psicológica, e podem levar

Os Direitos Políticos, segundo o educador Heldene Santos, são uma conquista tardia da socieda-de, tendo em vista que os Estados e reinos sempre foram governa-dos por alguém, mas nem todos podiam decidir ou opinar sobre quem seria a liderança. Heldene conta que na Idade Moderna, in-clusive, o problema do voto era ainda mais grave, pois tratava-se de uma representação de grupos privilegiados. Conta ainda que foi a Revolução Francesa, iniciada em 1789, que questionou a igualdade dos homens e a possibilidade de cada indivíduo dar sua opinião e participar de decisões.

Os Direitos Políticos envolvem um conjunto de regras, explica Hel-dene Santos, que regulam a partici-pação da população de um país no processo político do mesmo. Mas o importante mesmo é que eles per-mitam a participação do indivíduo na vida pública, concedendo-o o voto secreto, o poder de escolha e também a capacidade de se candi-datar para cargos públicos.

De acordo com Pe. Fábio dos Santos, além dessas condições, que são básicas na participação políti-ca, também integram os Direitos

à morte em caso de overdose. Exis-tem exames médicos que conse-guem detectar a presença de várias drogas no organismo – são chama-dos de Exames Toxicológicos.

As pessoas que tentam aban-donar as drogas podem sofrer com a Síndrome de Abstinência, que são reações do organismo à falta da droga. Já o tráfico de drogas é chamado de narcotráfico. Algumas dessas substâncias são utilizadas em medicamentos (drogas lícitas), outras são proibidas em quase o mundo todo (drogas ilícitas).

As drogas causam atualmente um grande problema na sociedade. Algumas iniciativas importantes são criadas para evitar que a juven-tude entre nesse mundo, na maio-ria das vezes, sem volta.

Em São Miguel do Gostoso,

por iniciativa da Prefeitura Muni-cipal passa a ter o Programa Edu-cacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD), desenvol-vido pela Polícia Militar nas esco-las, principalmente com os alunos entre 9 e 12 anos. O Programa dura um semestre, no qual um policial militar voluntário, treinado para a tarefa, realiza atividades educativas com a ajuda de um professor.

O PROERD, que é Coordena-

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Direitos políticos: saiba o que é e como exercerDepois desta data, até 1964,

o Brasil viveu um período demo-crático, no qual a população pode votar, participar politicamente, se organizar em partidos e movi-mentos sociais, mas com o Golpe Militar, mais uma vez os brasileiros tiveram seus Direitos Políticos afe-tados. Por mais de 20 anos, a po-pulação brasileira ficou alheia ao

do no Estado pela Tenente Coro-nel Margarida Brandão, também é desenvolvido junto à família, em um curso específico para pais ou responsáveis, durante um mês, com atividade uma vez por sema-na e duração de duas horas para cada encontro e para a educação infantil, composto por lições com atividades orientadas para a pré--escola e anos iniciais do ensino fundamental.

processo de decisão do Presidente do país, o que só voltou a ser as-

segurado com a Constituição de 1988, sen-do assegura-do até hoje.

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Agricultura familiar: uma grande oportunidade

Novas opções de profissionais foram capacitados em Gostoso

Walter Jefferson da Silva

Valécia Gomes

ntende-se por agricultura familiar o cultivo da ter-ra realizado por pequenos

proprietários rurais, tendo como mão-de-obra, essencialmente o núcleo familiar, em contraste com a agricultura patronal - que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou temporários, em propriedades mé-dias ou grandes.

A agricultura familiar é responsá-vel pela produção dos principais ali-mentos consumidos pela população brasileira: 84 % da mandioca, 67 % do feijão; 54 % do leite; 49 % do milho, 40 % de aves e ovos e 58 % de suínos. Vale frisar que algumas outras atividades são equiparadas a agricultura familiar como: pesca, extrativismo, aqüicultu-ra, apicultura, avicultura, pecuária e outras; com tanto que sejam realiza-das pelos membros da família.

No passado muitos dos habi-tantes da nossa comunidade sobre-viviam basicamente da agricultura familiar, as famílias tinham “roça-dos” onde cultivavam manga, caju, melancia, feijão, milho, macaxeira, batata, melão, etc. O cultivo era fei-to de forma rudimentar e a produ-ção era relativamente pequena, afi-nal, as pessoas não tinham recursos para manter uma grande produção, a mesma era, em maior parte, para consumo da família, caso a produ-ção fosse um pouco maior, parte dessa era comercializada.

De acordo com as exigên-cias do mercado de trabalho, as novas opções de profissionais capacitados pelo Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Comercial (SENAC), se referem a pessoas qualificadas, que apresentam compromisso e desenvoltura na sua atuação. Profissionais que procuram se reciclar, especiali-zar e que buscam o conhecimen-to e o aprender constante no seu trabalho.

Segundo a coordenadora pedagógica, Celi Menezes, o Programa de Qualificação Pro-fissional, destinado a São Miguel do Gostoso está dividido em dois módulos. O primeiro mó-dulo foi executado no período de agosto à dezembro de 2011 e o segundo módulo será executado no período de Fevereiro a Junho de 2012.

De acordo com o programa, os mó-

Mas com o passar do tempo fo-ram surgindo outras fontes de ren-da (turismo, por exemplo) e mui-tos não tinham acesso a programas de financiamento para o produtor rural, logo a agricultura tornou-se menos expressiva em nossa cidade. Fomentando o desenvolvimento econômico da comunidade rural, desde a década de 90, o governo passou a oferecer crédito para pe-quenos e médios agricultores. O Programa Nacional para Agricul-tura Familiar (PRONAF) é a prin-cipal linha de financiamento para o setor, oferecendo créditos para custeio da produção e compra de máquinas, entre outros.

Este crédito é uma boa opor-tunidade para quem pretende im-plantar ou ampliar um agronegó-cio, pois as taxas de juros são muito pequenas. Outra forma de também obter sucesso com este tipo de ne-gócio, seria a criação de cooperati-vas onde as safras de vários produ-tores poderiam ser comercializadas juntas, possibilitando assim a ven-da para grandes compradores, ou quem sabe até a exportação.

Segundo alguns estudiosos da área, a criação das cooperati-vas é a oportunidade de tornar a economia da agricultura familiar ainda mais forte e mais competi-tiva no país. Então fica a dica pra quem pretende seguir ou conhece alguém que se interesse por ativi-dades agroindustriais.

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Valecia Gomes

Antigamente a população não tinha como comprar remédios, en-tão para curar da gripe ralava-se o coco e espremia até ficar só o leite bem grosso, já que na época não havia liquidificador. Quando ama-nhecia, a pessoa pegava o leite do coco, misturava com água do mar e tomava. Depois de alguns dias a gripe ia embora.

De primeiro quando as mu-lheres estavam perto de dar a luz, guardavam numa mochila de pano uma certa quantidade de farinha de mandioca e goma. Quando o filho nascia, as mães davam papa de farinha de mandioca e goma a seus filhos. Como não podiam comprar leite, pois era muito caro,

Você sabia? então, em vez de leite, a papa era feita com chá de ervas.

Antigamente quando as crian-ças ficavam com o nariz entupido as mães colocavam um copo de chá de Eucalipto em baixo da rede da criança, enquanto ela dormia. Acreditavam que sentindo o chei-ro do mato o incômodo ia embora.

Contam pessoas mais antigas, que antes quando alguém estava com dor de cabeça, era colocado um pano com folha de mandioca na cabeça. Minutos depois, o pano era retirado e a dor de cabeça era curada.

Antigamente quando na casa de alguém chegava pessoas indese-jadas, a dona da casa colocava uma vassoura com os pelos para cima atrás da porta. Acreditavam que a pessoa ficava tão agoniada que ia embora.

dulos são classificados por: Pri-meiro Módulo: Cozinheiro Bá-sico, Garçom Básico, Bartender, Camareira em Meios de Hos-pedagem, Recepcionista em Meios de Hospedagem, Gestor de Pequenos Hotéis e Pousadas, Auxiliar Turístico Pontual, Or-ganizador de Eventos, Artesa-nato. Segundo Módulo: Inglês, Espanhol, Relações Humanas, Qualidade no Atendimento, Manipulação Segurança de Ali-mentos e Informática.

O Programa de Qualificação Profissional é uma iniciativa do Ministério do Turismo (MTuR), com parceria com o Governo do Estado do RN (PRODETUR) e SENAC. O SENAC é o órgão responsável pela execução des-se projeto, a nível pedagógico. Conta também com o apoio da Prefeitura Local de São Miguel do Gostoso.

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Walter Jefferson da Silva

EMA: adolescentes debatem sobre protagonismo e participação social

Opinião:

Turismo sexual, um assunto a se pensar

Associação de Meio Am-biente, Cultura e Justiça Social (AMJUS) promoveu

no dia 3 de dezembro o V Encon-tro Municipal de Adolescentes de São Miguel do Gostoso e mais uma vez foi um sucesso de participação juvenil. O Encontro aconteceu com a participação de grupos juvenis de diferentes áreas do município num total de 112 adolescentes.

O objetivo do encontro foi o de promover o diálogo em torno do tema “Protagonismo Juvenil e Par-ticipação Social” e a construção de

A cada dia que passa São Mi-guel Do Gostoso vem se tornando mais visado e um dos principais destinos turísticos do Rio grande do Norte. Isso vem transformando a cidade em vários aspectos como infra-estrutura, economia e até mesmo a cultura, entre outros. Mas devemos estar atentos também aos malefícios advindos deste cresci-mento super acelerado. Que alguns deles estão relacionados à explora-ção sexual.

O turista interessado em sexo pode viajar por conta própria ou assessorado por umas das mui-tas redes organizadas existentes - agências de turismo em países desenvolvidos promovem viagens para fins sexuais, e há também ser-viços de agenciamento nos países

propostas que culmine na elaboração da Carta Jovem de Gostoso. Os deba-tes foram realizados em quatro ofici-nas que tiveram estratégias focaliza-das na arte e na cultura: dança, teatro, música e literatura de cordel, com todas as propostas “verbalizadas”, no final do encontro. Os trabalhos artís-ticos culturais desenvolvidos nas ofi-cinas fora norteados pelo debate que girou em torno de dois pontos:

1) “Como posso ser protagonista”.2) “Como as organizações nãogo-

vernamentais e o Poder Público podem contribuir com o meu protagonismo”.

O EMA, além de uma ação po-lítica, também tem é uma ação cul-

em que acontecem os programas. Pode haver prostituição explícita ou uma relação romantizada, em que o turista presenteia a parceira ou o parceiro.

Geralmente, situações como estas ocorrem com mais freqüên-cia em regiões onde existe, de for-ma conjugada, atividade turística e população carente, logo vemos que nosso município torna-se um alvo para este tipo de turista.

O turismo sexual pode ser considerado um crime quando envolve menores de idade ou rede de exploração da prostituição. Mas sendo ou não crime, o fato é que o turismo sexual pode trazer más conseqüências para os locais onde ele é praticado, umas delas é a re-dução da demanda tu-rística de outros tipos de turismo, e o fato de muitas vezes este, está ligado a práticas ilícitas como tráfico internacional de pessoas e tráfico de drogas.

A l g u -mas pesso-as defendem esta prática por gerar renda para os “pres-tadores de serviço”, mas pense bem: será que isso vale mesmo a pena? Se levar-mos em consideração os impactos

Acomo nove vereadores e prefeito, que nomeou seus secretários por áreas de saúde, educação e comunicação.

O EMA foi realizado com a par-ceria do Espaço Tear, Projeto OASIS de Intervivência Universitária com o apoio da Prefeitura de São Miguel do Gostoso, através da Secretaria Municipal de Educação, e da Fun-dação Luterana de Diaconia com a colaboração de Empresários locais.

tural, onde os jovens tem a oportunidade de promover as características de seus gru-pos e também ter acesso ou contato com a cultura mani-festada por outros grupos.

No desenvolver-se do encon-tro, além das atividades das ofici-nas, diversas intervenções artísti-co-culturais foram realizadas por grupos infanto-juvenis como gru-pos de teatro, banda de música, hip hop e tambor-de-crioula.

O V Encontro Municipal de Adolescentes foi administrado por uma equipe de jovens que, no início do evento, foram eleitos pela plateia

socioculturais gerados por esta prática, eu diria que não. Há várias formas de se ganhar dinheiro com o turismo sem que se precise ven-der o corpo.

O intuito deste artigo não é cri-ticar as pessoas que se “relacionam” com os turistas sexuais, mas sim alertar a comunidade, principal-mente os jovens, sobre os impactos causados por esse tipo de turísta. Uma medida preventiva para que este tipo de turismo torne-se me-nos frequente, já que há indícios de que o turismo sexual ocorra em nossa cidade, mesmo discreta-mente ou com pouca frequência, é divulgar a nossa hospitalidade, a nossa cultura, gastronomia e be-lezas naturais ao invés da beleza

física de nativos. Isso provavelmente não despertará o interesse dos possíveis turistas

sexuais em visitarem nossa cidade.

Por últi-mo, mas não

menos im-por tante , é preciso

conscienti-zar as pesso-as da nossa comunidade,

principalmente os jo-vens, para que desen-

volvam uma visão crítica em relação a este assunto que é tão polêmico.

Valécia Gomes

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Edson Gomes

Do reduto militar ao Reduto do povoComunidade em foco:

comunidade do Reduto é localizada há 8 quilômetros da sede do município, ligando a cidade a um dos pontos tu-rísticos mais visitados de nossa cidade, a praia de Touri-

nho. Reduto é também conhecido por ter uma grande quantidade de artesãs, que dedicam uma boa parte do seu tempo a criação do labirinto, peça artesanal que ainda é comum encontrar em São Miguel do Gostoso. Reduto ainda conta com um grupo de apicul-tores, formado por adultos e jovens do Reduto, gerando uma pe-quena renda para os atuantes no grupo.

A

Diz Stephany Menezes Miranda, adolescente e moradora de reduto, que antigamente o lugar era situado onde hoje é a praia de Tourinho, numa rua chamada rua das ovelhas. Com o passar do tempo as famílias foram se re-organizando e aproximando-se para o local onde se encontram hoje. Stephany ainda diz que o local antigamente era bem mais tranquilo, mas com a abertura da estrada até a praia de Tourinho, a tranqüilidade diminuiu, pois o tráfego de veículos em alta velo-cidade aumentou, trazendo sé-rios riscos para os moradores da comunidade.

Reduto foi formado pelas fa-mílias Nunes Torres e os Mateus, gerando toda descendência que hoje habita no local. A principal renda dos moradores vem da agricultura e da pesca, sendo esses os principais meios de renda da comunidade.

Segundo informações do livro São Miguel do Gostoso, or-ganizado por Wilson Honorato Aragão, o Reduto conta com

uma igreja católica, construída em 1990 pela irmã Aloisia Gerhadinger onde hoje um grupo de adolescentes participantes do coral da igreja e da legião de Maria (Pas-toral da Igreja Católica), são responsáveis por cuidar e organizar algumas ações co-munitárias como a festa de São Sebastião, comemorada no dia 20 de janeiro, onde es-ses adolescentes com ajuda de adultos or-ganizam e comemoram essa data especial para a comunidade.

Contam os mais antigos, que o nome da comunidade tem origem na palavra es-conderijo, abrigo, por assim ter servido aos soldados na segunda guerra mundial. Na linguagem militar, reduto é uma pequena área de fortificação isolada e há indicações

de que por haver sido usada dessa forma pelos militares, assim ter sido chamada por eles, de Praia do Reduto, foi que a comu-nidade herdou esse nome como é chamada até hoje.

O nome da comunidade tem origem na palavra esconderijo, abrigo, por assim ter servido aos soldados na segunda

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Como anda o OASIS OASIS é um projeto de extensão e pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) junto ao Conselho

Nacional de Pesquisas (CNPq) e acontece em São Miguel do Gos-toso por adesão da Prefeitura Municipal. O nome OASIS é a sigla de Organização de Aprendizagens e Saberes em Iniciativas Sociais Solidárias. Tem a coordenação geral do Profº Dr. Washington José de Souza, em São Miguel do Gostoso tem a tutoria da assistente so-cial Cíntia Gomes e do pedagogo Heldene Santos, como orientador social dos grupos de estudantes.

Como já foi mencionado nesse Jornal, o OASIS conta com cinco grupos de adolescentes e jovens com idade entre 14 e 29 anos, e cada grupo, ao mesmo tempo que recebem capacitações pela Universi-dade e a orientação permamente de um profissional, realiza, como parte prática da gestão social, um projeto na comunidade, originado de suas próprias escolhas, ou seja, cinco projetos sociais são desen-volvidos ao mesmo tempo através do OASIS. Um é o Jornal Alô Ga-lera, seguido dos demais projetos citados a seguir.

O

Projeto Nossa PraiaA principal preocupação do Proje-to Nossa Praia é a preservação da vegetação nativa das dunas que se localizam entre a Praia da Xêpa e a Praia do Maceió. Segundo Acássio Melo, líder do grupo, os mesmos já fizeram a identificação das plantas nativas com a ajuda de profissio-nais da Incubadora OASIS e esta-rão catalogando para divulgar as informações sobre essa vegetação nativa. Segundo Edmilza Karla, membro do grupo, a prefeitura estará confeccionando placas edu-cativas para uso do projeto e já solicitaram da AMJUS apoio para a desenvolvimento do material impresso educativo. Acássio conta que fazem visitas a duna uma vez por semana e que a duna vive em risco constante, pois já foi podada diversas vezes e que a cada mo-mento isso pode ocorrer, o que é crime ambiental. Acássio ressalta ainda, que a duna é Patrimônio Público da União e não pode sofrer alterações pelo homem sem auto-rização do Patrimônio da União e que cabe a todos e todas as pessoas

ficarem de olho nessa faixa de ter-ra que protege a cidade do avanço do mar. O grupo responsável pelo Projeto Nossa Praia é formado por Acássio Melo, Edmilza Karla, Pâ-mela da Silva, José Carlos da Silva, Sávio Mariano e Larissa Gomes.

Projeto Bem ViverO Projeto bem Viver é realizado na perspectiva da promoção da qualidade de vida e da reinclusão social dos idosos no Assentamen-to Novo Horizonte pelo grupo de adolescentes Amara Gomes, Cecí-lia Vieira, Joseane Melo, Iana Ta-vares e Amanda Ricardo. O grupo está fazendo visitas quinzenais na comunidade. Iana Tavares, líder do grupo, contou-nos que o grupo vai nas casas das pessoas, com atenção especial os mais idosos, articulam reuniões, fazem atividades dinâ-micas, articulam profissionais e interagem com a comunidade de modo a motivar os idosos a parti-ciparem da comunidade. Segundo Amanda, membro do grupo, estão se articulando, tanto com a secreta-

ria de educação, que tem garantido o transporte para que cheguem até a comunidade, como com a secre-taria municipal de saúde, que tem dado atenção especial ao projeto.

Projeto Esporte JovemRealizado pelos jovens Potira, Rafael, Kívia Milena, Roberto e Pedro Ferreira, o Esporte Jovem é desenvolvido no Assentamento Paraíso. O público alvo é jovens da comunidade, propiciando o acesso ao esporte e a novas modalidades esportivas. Nos meses de janeiro, fevereiro e março as atividades do projeto estiveram suspensas, conta Rafael, por falta de alguns materiais. Segundo Pedro, o lí-der do grupo, já estão articulados com profissionais da Universida-de, como de educação física, para desenvolver algumas atividades de capacitação em esportes e saúde, na volta das atividades. A prefeitu-ra estará fornecendo os materiais esportivos necessários a realização

do projeto, previsto para a retoma-da em abril.

Gostoso Cidade LimpaEsse projeto consiste numa cam-panha educativa em educação am-biental. Através das atividades do projeto o grupo já realizou cami-nhadas, mutirões e atividades edu-cativas em algumas escolas. Segun-do Ermelinda Câmara, integrante do grupo, o grupo tem articulado parcerias com ONGs locais e gru-po de escoteiros, além do apoio da Prefeitura. Para esse novo período, o grupo passará por algumas ofici-nas de capacitação e desenvolverão atividades educativas com crianças e adolescentes. Há um material im-presso que o grupo disponibiliza, folders e cartazes da campanha, que foi financiado com apoio da Associação de Meio Ambiente, Cultura e Justiça Social (AMJUS), que é utilizado nas atividades edu-cativas. Os jovens Renny Castro, Ermelinda Câmara, Aldo Câmara e Gercinara Conceição, são os res-ponsáveis por este projeto.

Integrantes do Projeto Oasis durante reunião informal na Praia da Xêpa

Foto: Abner Venâncio

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Luiz Eduardo

Um Dia de Caçador

pesar da caça ser ilegal, o número de pessoas que desafiam a lei surpreende.

Alguns caçam por diversão, falam que é uma aventura a busca de animais de mata adentro. Sentem prazer em montar armadilhas, cavar profundos buracos, pas-sar a noite toda dentro do mato procurando uma presa. Outros caçam por necessidade, por não ter o que comer, o que dá para os filhos, é uma situação que faz par-te da rotina de algumas famílias.

As caças acontecem em qual-quer horário, mas é na noite o me-lhor momento, dizem o caçado-res. Isso acontece nos horários que vai das 19h até ás 05h da manhã.

O caçador veste calças, ca-misas de manga comprida, botas e se armam com facas, facões e espingardas, levam com eles sempre um cachorro que ao latir intimidam o animal, ação que as caçadores chamam de na ‘‘acoar’’ o bicho.

Eles dizem que o cachorro “acoa” o animal. Isto é, deixa ele assustado e fácil para a captura. Sem o cão a caça seria bem mais difícil, apesar de que ainda exis-tem as armadilhas como o quixó e a arapuca, tipos de armadilhas muito usadas pelos caçadores.

Também é comum o uso da lamparina a querosene. A lanter-na a pilhas também é utilizada, pois segundo os caçadores, com ela é possível ver melhor o rastro da presa, e até reconhecer se é de um animal velho, novo, pequeno ou grande. A lanterna hoje é mais utilizada, por suprir melhor as necessidades dos caçadores.

Seu José, caçador há muitos anos, conta que o uso da lampa-rina existe ainda hoje, principal-mente por ser mais econômica, pois com o valor gasto para com-prar uma carga de pilhas para menos de uma noite, é possível comprar querosene para mais de uma semana.

Seu Zé conta que na caça nem tudo é bom. Ele diz: “Passa-mos a noite acordados, comemos qualquer coisa que dê pra levar, é suco, rapadura, bolacha, e mui-tas vezes não conseguimos pegar nada na mata, e às vezes outros caçadores roubam o animal que caiu no nosso quixó, e acabamos sem nada. Tenho pena de quem caça pra ter o que comer, já que às vezes não pegamos nada.

Seu Zé explica que o núme-ro de pessoas que caça ainda é alto, devido o valor de venda dos animais que vai de R$ 20,00 che-gando a R$ 150,00. O que varia do tipo do animal e do tamanho.

A

Aldo Cézar

Renny Castro

Amara Gomes

Era uma vez um senhor que era muito conhecido por entre as pes-soas... E sabe por quê? Porque ele era muito mão de vaca e guardava todo dinheiro que tinha escondido para que ninguém pegasse. Não dava nem esmolas.

Ele era tão ruim que certo dia enterrou todo seu dinheiro num baú e marcou o lugar com uma ár-vore bem longe de sua casa e dentro do baú com os seus tesouros colo-cou também uma cobra muito ve-

O forno a lenha é um instru-mento muito antigo, pouco usado hoje em dia mas tem um grande significado. Ele tem uma estrutura parecida com uma cabana de ín-dio e normalmente é feito de taipa, usando varas, barro e água.

Dona Judilita conta um pouco da história desse instrumento para nós. Ela nos conta que o forno a le-nha já existe há muito tempo, des-

Nascido no Canto da Ilha em São Miguel do Gostoso, Seu Mauro Pereira dos Santos, 55 anos, era um menino de família humilde. Parou de estudar ainda criança para tra-balhar.

Ele conta que trabalhou na agricultura, guiava carroça de boi, transportava produtos em burro com cangalhas usando par de caço-ar, uma espécie de cesta feita com cipó de plantas.

Foi também pescador, diz que pescava nas pedras de corais da Praia dos Marcos, carregou água de cacimba em galão, que é como é chamado quando se monta dois

Lenda das minas encantadas

O forno a lenha

Seu MauroNossa gente

nenosa, porque se alguém achasse seria picado pela cobra e morreria.

Uma certa noite o velho senhor morreu e os vizinhos ambiciosos foram a sua casa para ver se encon-travam algo de valor deixado pelo velho. Mais não encontraram nada.

Dias depois a alma do velho começou a aparecer para alguns dos seus vizinhos, que dizia assim nos seus sonhos:

- Você deve ir até a árvore que vou indicar e desenterrar o tesou-ro que escondi lá. Estou sofrendo muito e só depois de alguém de-

de quando ainda não tinha forno a gás. O forno a lenha era onde se assava todos os tipos de bolos , bo-lachas de diversos tipos, raivinhas e etc.

Ela também conta que no forno a lenha para se cozinhar é preciso ser muito inteligente, para distinguir as diversas temperaturas para não estragar a comida. Quem construiu o forno de Dona Judilita foi ela mesma há 10 anos atrás e ele é utilizado até hoje.

baldes presos as duas pontas de um pau para carregar nos ombros.

Seu Mauro conta que traba-lhou muito de campinadeira e que na infância ele brincava na lagoa com seus colegas e andava muito de jumento.

Seu Mauro estudou alfabeti-zação para adultos. Hoje trabalha como vigia e realiza serviço como coveiro, limpa o cemitério e faz as tumbas mais não é sempre que ele faz isso. Só quando é chamado.

senterrar o tesou-ro que poderei me libertar.

Logo que re-cebia a mensagem a pessoa ficava muito feliz, é claro, pois ficaria rico, até ele explicar um deta-lhe:

- Deverá ir você e mais outra pessoa, porque dentro do baú tem uma cobra que hoje está muito grande e quando o baú for aberto ela matará um dos dois.

Ao saber desse detalhe ninguém tinha coragem de ti-rar a mina que até hoje conti-nua encantada

nos arredores da Baixinha dos Fran-

ça, e o homem conti-nua como alma penada esperando que um dia a mina seja retirada de lá. Dizem que nunca se deve ser tão mesquinho e jamais deixar rique-zas guardadas.

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Gercinara Conceição

Tese mostra que o Brasil foi descoberto em São Miguel do Gostoso e não em Porto Seguro

Brasil foi descoberto onde hoje é São Miguel do Gostoso e não em Porto Seguro, o Monte Pascoal na verdade é o Pico Cabugi e o marco [da Praia do

Marco] na verdade foi chantado no dia 30 de abril de 1500, durante a segunda missa na Terra de Vera Cruz. A tese de que o Brasil nasceu aqui, no Rio Grande do Norte, defendida pelo pesquisador Lenine Pinto, demonstra uma série de dados a se-rem contestados na história oficial.

O

Réplica do marco na Praia do Marco em São Miguel do GostosoQuando estava pesquisando para seu livro Natal USA, lançado em 1965, descobriu um dado interes-sante, o comandante americano da força tarefa no Recife, na década de 40, Jonas Inghram, deixou escri-to que escolheu Recife como base em função da proximidade com o Cabo de São Roque, que é o ponto mais estratégico no Atlântico Sul. Com relação a Salvador ele diz que teria uma melhor base, mas a dis-tância de 400 milhas a mais fazia uma grande diferença.

“Como é que estas 400 milhas não iam fazer diferença para navio-zinhos a vela, cheios de gente e de-pendendo de vento?”, indaga Lenine.

A partir de várias pistas levan-tadas numa pesquisa de quatro anos, já na década de 90, ele es-creveu “Reinvenção do Descobri-mento” publicado em 1998. Com a proximidade da data comemo-rativa dos 500 anos, o pesquisador foi muito procurado pela imprensa nacional. Sua tese vem ganhan-do adeptos pelo País. Hoje, ele já não se emociona quando descobre

mais um dado que esclarece sua tese.

A última informação deste tipo foi a da caravela Boa Es-perança que saiu de Portugal e está se dirigindo ao Brasil, refa-zendo o caminho de Cabral nas co-memorações dos 500 anos. A em-barcação teve de ligar os motores na travessia do Equador por falta de vento.

Segundo Lenine, Cabral tam-bém teve este problema. O navio estava praticamente parado. O tem-po estimado da travessia de Cabo Verde ao porto seguro, onde anco-rou Cabral, são 30 dias. Ele deve ter ficado um ou dois dias no mar pa-rado em função do desaparecimen-to da nau de Vasco de Ataíde. “Na realidade ele fez a travessia em 28 ou 29 dias como é que ele poderia ter ido até o sul da Bahia?”, adianta.

No ano seguinte, em 1501 João da Nova, fez a travessia do Atlânti-co e levou 30 dias do Cabo Verde ao Cabo de São Roque, o que Leni-ne entende como mais um respaldo para o tempo da viagem feita por Cabral. “D. Manuel numa carta enviada ao Rei da Espanha explica

que ele mandou João da Nova para procurar Cabral e eles já sabiam da rota. João da Nova não foi para o sul da Bahia e sim para as imedia-ções do Cabo de São Roque”, expli-ca o pesquisador.

Lenine defende que os portu-gueses já haviam passado pela terra de Vera Cruz. Uma das provas é que a carta do rei D. Afonso V da-tada de 1470, proíbe os comercian-tes portugueses que negociavam na Guiné de explorar o pau-brasil. “Por que o pau -brasil? Não tinha o pau brasil lá”, questiona o pesqui-sador.

AGUADA — Em 1498 ha-via peste na ilha de Cabo Verde, o arquipélago estava seco e já se presenciava a seca provocadora do esgotamento de suas reservas hídricas. Este era o local para rea-bastecimento de água das embar-cações. Vasco da Gama, lembra Lenine, passou por lá e também fez estas observações, depois de

Cristovão Colombo. Nas ins-truções a Cabral diziam que se ele tivesse água para mais quatro meses não era preci-so parar em Cabo Verde.

A aguada - que era o sistema de abastecimento das naus, incluindo caça, a reposição de lenha dos na-vios e o descanso para os portugueses - aconteceu em Vera Cruz e não em Cabo Verde. “O ponto fundamen-tal da carta de Caminha são as notícias das águas. Ele diz que as águas são muitas, encontraram lagoa de água doce e fala muito nos rios”, menciona Lenine.

O pesquisador afirma que a água era tão importante que a na-veta de mantimentos foi mandada de volta para Portugal com as no-tícias sobre este verdadeiro tesou-ro para a navegação portuguesa: a água. As coincidências históricas apontam mais uma questão que leva o descobrimento ao Rio Gran-de do Norte. O mapa de Cantino, em 1502, mostra que a ponta litoral do Estado era chamada de São Jor-ge, exatamente o santo do dia 22 de abril. Era praxe entre os navegantes batizar os achados como o nome do santo do dia.

O MARCO — Segundo Leni-ne, era normal os colonizadores chantarem um marco no ponto onde chegavam e ao alcançarem o mar chantavam o segundo marco. “O Brasil tinha dois padrões (mar-cos), um na Praia do Marco, em São Miguel do Gostoso, e outro em Cananéia, em São Paulo”, ressalta Lenine. Em documentos há relatos de que Cabral percorreu duas mil milhas na costa brasileira. “Duas mil milhas é exatamente a distância entre esse ponto do RN e Cananéia”, afirma. Ele lembra que o marco da Praia do Marco, também conhe-cido por Marco de Touros, por na época de achado a Praia pertencer a este município, foi chantado por Cabral, na segunda missa no Bra-sil, no dia 30 de abril, junto à cruz onde foi celebrado o rito católico e tomada a posse oficialmente da terra. O local onde foi encontrado o marco ficou sendo chamado de Praia dos Marcos, no plural mesmo, pois acreditava-se que haveriam outros marcos no local.

Fonte: www.amjus.org.br

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Faça parte: preservar a duna é preciso

Um projeto da:

São Miguel do Gostoso

Apoio ao Projeto Alô Galera:Parceiros na realização do OASIS:

Além disso, também é berço de diversos exemplares da vegetação nativa, como por exemplo, a Cana-valia, conhecida popularmente por feijão da praia, a ipomeia cairica, co-nhecida popularmente por salsa e a porophilum rudelare, conhecida pelo nome popular cravo-de-urubú, entre outras que estão sendo catalogadas pelo OASIS.

A mesma duna já sofreu danos em algumas áreas pelo trânsito de au-

tomóveis, pela substituição de vegetação e também por po-dações da própria duna, feita

por moradores que se sentem

prejudicados pela sua altura que enco-bre a luxuosa visão do mar.

Segundo Yeda Cunha, da Supe-rintendente do Patrimônio da União, em reunião do Comitê Gestor da Orla de São Miguel do Gostoso, “... A duna é um patrimônio público, é bem de todos e é proibida a sua exploração sem autorização do pa-trimônio público. Qualquer alteração humana na duna é considerado, pela lei federal, crime

Acássio Melo

zona costeira de São Miguel do Gostoso é habitat natural de diversos tipos de seres vivos. E Na duna que se localiza no espaço entre a Praia da Xêpa e Praia do Maceió, há

um ecossistema de grande riqueza que precisa ser preservado. Lá se encontra animais nativos como o maçarico, calangos e a maria--farinha, uma espécie de caranguejos branco que, segundo conta os pescadores, já estão desaparecendo, pois pouco se ver, mas o grupo de estudantes do Projeto Nossa Praia já confirmou sua exis-tência na duna.

A

ambiental. A comunidade precisa de-nunciar!”.

Natália Boccardi, bióloga da UFRN, explica que a duna tem uma função de grande importância, por-

que além de ser morada de diversas formas de vida, também é a grande responsá-vel por proteger a cidade do avanço do mar e é a vege-tação que garante a sua sustentação. Muitas cidades já sofrem os efeitos

de não terem preser-vado suas dunas e Gos-

toso precisa preservar as suas.O código florestal vigente diz

ainda que, a vegetação sob dunas constitui Área de Preservação Per-manente (APP) e, segundo a mesma Lei, a supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, mangues e dunas somente poderá ser autoriza-da pelo poder público federal e em caso de utilidade pública.

Agressão às dunas, denuncie:

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