AMBULATÓRIO ZONA RURAL

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Senac So PauloAlfredo Anabelk Ferreira da Silva Laudo Nattel Gomes de Oliveira Aparecida Rosangela Gomes Fabiana Cleusa dos santos Shirley Jimenez

Ambulatrio Mdico em uma Empresa de Produo Aucareira

Trabalho de Concluso do Mdulo III Apresentado ao SENAC So Paulo, como exigncia do curso de especializao Tcnico de Enfermagem do Trabalho. Docente:MariaLuiza

So Paulo

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Set/2007

Sumrio Introduo NR 31 Organizao de Servios de Medicina do Trabalho nas Empresas Planta Fsica Modelo de Planta Fsica Organizao Equipamentos OTrabalhador Rural Exames Peridicos Realizados pela Empresa Doencas Tpicas da Zona Rural Riscos de Acidentes Calor Efeitos do excesso do Sol sobre a Pele e os Olhos Medidas Preventivas Risco de Acidentes Uso de EPI's Riscos na Aplicao de Agrotxicos Alternativas Risco de Acidente Trator Riscos de Picadas de Animais Peonhentos Consideraes Gerais Risco Ergonmico O que Ler? Tratamento da LER Primeiros Socorros Sinais Vitais Transporte do Acidentado Anexos Bibliografia

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Introduo Este trabalho tem como objetivo planejar, instalar e equipar um ambulatrio mdico de uma empresa de produo aucareira e identificar e prevenir os riscos sade dos cortadores- de-cana, que por estarem expostos a produtos agrotxicos, rudos, calor e posturas inadequadas, so submetidos a exames peridicos.

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NR 31 Norma Regulamentadora de Sade e de Trabalho na Agricultura

5 Esta NR tem como objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organizao e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatvel o planejamento e o desenvolvimento das atividades na agricultura. Organizao de Servios de Medicina do Trabalho nas Empresas Situao do Servio de Medicina do Trabalho no organograma da Empresa Antes de se decidir a instalao e organizao de um Servio de Medicina Ocupacional numa empresa, necessrio que a alta direo dessa mesma empresa manifeste a real inteno de instituir, na estrutura empresarial de sua organizao, uma poltica de preveno, cujos mecanismos devero ser dinmicos e funcionantes para que possam alcanar os objetivos desejados, ou seja, proteger a sade de seus trabalhadores, e no manter tal estrutura para to somente cumprir determinao legal. Subordinao do Servio de Medicina do Trabalho na Empresa Decidida a implantao do Servio Especializado de Medicina do Trabalho devese, a priori, definir-se a sua subordinao hierrquica no contexto da estrutura organizativa da empresa. Preconiza-se como ideal a vinculao do Servio de Medicina do Trabalho diretamente Gerncia. Melhor ainda Presidncia da empresa dado que muitas decises devem ser de efeito imediato e que seriam facilitadas por essa subordinao.

Chefia do Servio de Medicina do Trabalho

6 A chefia do Servio de Medicina do Trabalho de competncia de um profissional mdico com especializao em Medicina Ocupacional.

Equipe Profissional Tcnico de Segurana doTrabalho Engenheiro de Segurana do Trabalho Auxiliar / Tcnico Enfermagem do Trabalho Enfermeiro do Trabalho Mdico do Trabalho Identificao e entrosamento do Servio de medicina do Trabalho junto aos diversos setores da Empresa. O xito dos programas estabelecidos pelo Servio de Medicina do Trabalho depende, entre os vrios fatores a considerar, de um bom e harmonioso entrosamento com os diferentes setores da empresa que esto comprometidos e vinculados direta ou indiretamente com as atividades e programas do Servio. Assim o Departamento de Preveno de Acidentes, o Departamento de Seleo e Recrutamento e o Departamento de Pessoal fazem parte integrante de dois importantes programas do Servio de Medicina do Trabalho, ou seja, o relativo a preveno dos acidentes e das doenas profissionais, e o referente ao exame mdico admissional. Da mesma forma contatos e entrosamentos com o Servio Social, de Benefcios e de Desenvolvimento do Pessoal so importantes, dado que muitos programas podero ser desenvolvidos em conjunto com os referidos setores.

Planta Fsica

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O local onde se pretende instalar o Ambulatrio deve atender as seguintes exigncias: * Deve estar em local central e de fcil acesso; * Sua construo deve ser em sentido horizontal para facilitar a movimentao de macas e de pacientes; * Deve ser localizado junto das sadas ou entradas da empresa, prxima das vias pblicas e das ruas internas, objetivando a movimentao livre e rpida de ambulncias; * Deve estar protegido contra rudos, poeiras, vapores, fumaas, odores, etc. Atendidas as exigncias referidas, devemos considerar agora a rea total do terreno que dever ser utilizada para a construo do edifcio. Propomos que a rea mnima total para a planta fsica poder ser calculada de 15 metros quadrados para cada grupo de 100 trabalhadores. Determinada a rea total, o passo seguinte ser o de selecionar as dependncias necessrias, ficando, entretanto a escolha critrio do responsvel pelo Servio que, a priori, levar em considerao as suas reais necessidades e os recursos colocados sua disposio. Por se tratar de uma empresa de Mdio Porte e com total de 500 trabalhadores, propomos a seguinte planta fsica:

Modelo de Planta Fsica

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Organizao

9 da organizao que depender o bom andamento do Servio e a conseqente eficincia do mesmo. Por esse motivo todos os detalhes devem ser previstos a fim de serem evitadas as improvisaes. Relacionamos a seguir as providncias preliminares que a nosso ver devero ser adotadas: Elaborao de rotinas referentes a cada setor e a cada tipo de atividade que basicamente o Servio pretende realizar. Enquadram-se neste caso as rotinas para a realizao do Exame mdico admissional, do Exame peridico de sade, dos Exames especiais de sade e de demisso, para a Administrao do Servio e para cada setor que compe o Servio e cada atividade que se pretenda desenvolver. necessria a elaborao de um Manual de Procedimentos especificamente destinado aos profissionais da enfermagem. Da mesma forma um Regimento Interno do Servio serviria para uma eficiente coordenao de todo o pessoal, delegando responsabilidades e mantendo a indispensvel disciplina hierrquica, particularmente quando o Servio dotado de numeroso efetivo mdico, paramdico e administrativo. A criao de um Banco de Dados indispensvel, constituindo-se em importante atribuio do Servio, devido a que, graas ao registro completo dos dados inerentes a todas as suas atividades, poder-se- elaborar programas e manter indicadores que serviro para medir a eficincia desses mesmos programas. Por outra parte serviro tambm para a elaborao das estatsticas anuais e dos clculos dos custos. Neste Banco de Dados devero constar todos os registros das atividades dirias, tais como os diferentes tipos de atendimentos mdicos e de enfermagem, o consumo de medicamentos, os curativos, as radiografias efetuadas, o nmero de acidentes do trabalho ou particulares ou ainda por doenas no profissionais etc.

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No registro dirio dos acidentes do trabalho dever constar: o nome e o setor de trabalho do acidentado, a data e a hora do acidente, a data e a hora do atendimento mdico e a descrio da leso. De posse desses dados, poder-se- tambm registrar diariamente, para fins estatsticos e em formulrio especfico, os seguintes elementos: a data, a hora e o dia da semana que ocorreu o acidente e as regies do corpo afetadas pelas leses. Assim procedendo, teremos anotados os acidentes do trabalho que ocorreram durante os dias dos meses do exerccio considerado, cujos registros serviro para a elaborao anual de grficos e de informaes estatsticas que permitiro identificar as regies do corpo mais atingidas pelas leses provenientes dos acidentes, bem como detectar o perodo do dia cuja incidncia de acidentes maior, e finalmente verificar o ms e o dia da semana que ocorreram o maior nmero de acidentes. Tambm, por meio do registro dirio dos acidentes, poderemos identificar o setor de trabalho da empresa mais incidente em acidentes do trabalho e inclusive reconhecer nestes mesmos setores o tipo de leses mais freqentes. Tendo em mos estes dados dirios, podero ser realizadas mensalmente estatsticas numricas e grficas com demonstrativos da evoluo do Servio, assim como a elaborao das estatsticas epidemiolgicas, e a determinao dos diferentes coeficientes, taxas e ndices rotineiramente utilizados em Medicina ocupacional, ou seja, os Coeficientes de Morbidade, de Mortalidade, de Freqncia e de Gravidade, alm de poder efetuar o controle estatstico do ausentismo. Mediante todos os registros mencionados, o Servio dever elaborar um relatrio anual demonstrando estatisticamente todo o seu desenvolvimento, o

11 que permitir uma anlise comparativa dos dados coletados com os do ano anterior.

A previso do pessoal mdico, paramdico e administrativo baseia-se no risco oferecido pelas atividades desenvolvidas nas empresas e do efetivo numrico de trabalhadores. Com relao ao pessoal administrativo, o seu efetivo numrico depender da amplitude do Servio de Medicina do Trabalho que ser instalado (recepo, arquivo, secretaria, auxiliares, etc.). Segundo o Dimensionamento do SESMT, uma empresa com 500 funcionrios exige: Engenheiro de segurana Mdico do Trabalho Tcnico de Segurana do Trabalho Enfermeira do Trabalho Auxilia/Tcnico do Trabalho 1 1 2 1 1

Outra providncia que dever ser adotada desde o incio a da elaborao e confeco de impressos (formulrios, fichas etc.) que serviro para agilizar e permitir o registro de tudo o que ocorrer no Servio. boa norma projetar os formulrios de tal modo que podero, ao mesmo tempo, servir para diferentes usos. De modo geral sero indispensveis para permitir as atividades do Servio os seguintes formulrios:

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Formulrio para registro dos dados referentes ao exame mdico admissional, peridico, de sade e especiais de sade. Sugerimos nestes casos planejar os formulrios contendo todos os dados mdicos para registro, de modo a induzir o mdico examinador a procur-los e registr-los durante a anamnese e o exame clnico. Tais formulrios no devero ser demasiados simples e nem muito complexos. Da mesma forma devero ser prticos e no exigindo do examinador que se escreva os dados obtidos, mas sim utilizando-se o sistema de sinais (mais ou menos, sim ou no, presente ou ausente); Formulrio para comunicao interna e externa: Formulrio para registro dirio de acidentes de trabalho; Formulrio para a tubulao e anlises dos dados registrados durante o exame peridico de sade; Formulrio para a anotao e registro dos dados das provas funcionais e dos perfis profissiogrficos; Formulrio para o controle mdico de pr-natal e para o encaminhamento da gestante ao hospital e de seu retorno ao trabalho; Formulrio para registro dos dados referentes s consultas mdicas realizadas. Ser indispensvel a organizao de um Arquivo Mdico que se constituir na memria do Servio. Nele devero constar, devidamente arquivados, todos os dados de cada trabalhador consultado referente ao exame mdico admissional, exames peridicos e especiais de sade e os resultados dos exames subsidirios laboratoriais e radiolgicos. de boa norma entregar a cada trabalhador o resultado de seus exames subsidirios, uma vez devidamente registrados no seu respectivo pronturio. Tal medida, alm de cumprir o expresso na NR-7 da Secretaria de Segurana e Medicina do Trabalho do Ministrio do Trabalho, evitar o acmulo de documentos nos pronturios.

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Cada pronturio dever constar basicamente dos seguintes documentos: * Formulrio do exame mdico admissional; * Formulrio do exame peridico de sade; * Formulrio de seguimento mdico: Equipamentos A quantidade e os tipos de equipamentos para o Servio de Medicina do Trabalho depender da amplitude do Servio e das necessidades profissionais. Recepo e Sala de Espera Arquivo de ao para fichas mdicas com 5 gavetas; Furador pequeno; Grampeador; Cadeira giratria estofada tipo secretria; Cesto de lixo; Cadeiras estofadas fixas com 3 lugares; Mesa de escritrio Clnica Mdica

1 mesa com 3 gavetas; 1 cadeira estofada giratria com brao;

14 1 negatoscpio de parede de 1 corpo; 1 div clnico adulto com suporte para lenis de papel; 1 escadinha com 2 degraus; 2 cadeiras estofadas simples sem brao; 1 esfigmomanmetro adulto manual; 1 estetoscpio adulto; 1 lanterna tipo lapiseira; 1 cesto de lixo branco com tampa; 1 otoscpio adulto; 1 toalheiro de papel; 1 saboneteira para sabonete lquido; 1 recipiente para guardar termmetro; 1 recipiente abaixador de lngua; 1 almofada para carimbo; 1 termmetro. Sala de Enfermagem 1 balana adulto; 1 div adulto com suporte para lenol de papel; 1 escadinha com 2 degraus; 1 estufa pequena; 1 termmetro para estufa; 1 foco parablico 1 mesa Mayo; 1 armrio vitrine com 1 porta 2 cubas rim; 1 bandeja inox mdia; 1 chave torpedo O2; 1 bacia inox pequena; 1 suporte de brao; 3 toalheiros de papel (sendo 2 para os sanitrios);

15 3 saboneteiras para sabonete lquido (sendo 2 para os sanitrios); 10 caixas plsticas para medicao; 1 recipiente plstico para algodo; 1 recipiente plstico para esptula; 1 recipiente plstico para inalador grande; 1 recipiente plstico para termmetro; 1 recipiente plstico para gaze; 1 estetscopio adulto; 1 esfigmomanmetro adulto manual; 1 cesto de lixo com pedal e tampa 60 litros; 1 mesa auxiliar com rodinha; 1 cadeira estofada sem brao; 3 marmitas de alumnio; 10 almotolias; 3 kelly reta 14cm; 2 kelly curva 14cm; 3 porta-agulhas Mayo 14 cm; 3 pinas Pean; 3 tesouras ris reta 3 tesouras Metzembaw reta; 1 pina kelly reta 11,5 cm; 3 pinas dente de rato 14cm; 1 pina dente de rato de 11,5 cm; 3 pinas anatmicas de 14cm; 1 pina anatmica de 11,5 cm; 2 caixas de inox pequenas; 1 balde de inox com tampa pequeno para a esterilizao de gazes; 1 suporte de soro mvel; 1 cadeira de rodas; 1 frasco umidificador para O2; 1 torpedo de O2;

16 4 mscaras para inalao; 1 fluxmetro; 1 cobertor adulto solteiro; 2 garrotes ltex 204; 6 pilhas mdias; 2 espelhos sanitrios; 1 Porta copos: 1 Suporte para galo de gua; Materiais Diversos Abaixador de lngua; Agulhas descartveis 13x3,8 / 13x4,5; Agulhas descartveis 25x7 / 25x8 / 30x7; Algodo hidrfilo 500g; Ataduras de crepe 3cm / 6cm / 10 cm / 20cm Band-aid; Fio mononylon 4.0 com agulha 2,4 1164T; Fio mononylon 6.0 com agulha 1,5 1160T; Compressas de gaze 7,5x7,5 pacote com 500; Cotonetes; Esparadrapo 10x4,5; Fita crepe 16mmx50m; Hipoclorito de sdio; Lenol descartvel 50x50; Lminas de bisturi nmeros 11 / 15 / 22 /; Luvas cirrgicas 7,5 / 8,0 / 8,5; Luvas de procedimento mdia; Malha tubular 20 cm; Micropore 12x10; Povidine tpico; Scalp nmeros 19 / 21;

17 Seringa descartvel 1/ 3 / 5 / 10 / 20 ml; Tala de alumnio pequena (para dedo) Termmetro clnico Papel toalha.

Equipamentos do carrinho de urgncia: Carrinho de emergncia; 1 Amb adulto; 1 Laringoscpio com lminas curvas n 2, 3 e 4; 1 Mandril para entubao adulta; Cnula de entubao (uma de cada) nmeros 6,5 / 7,0 / 7,5 / 8,0; 3 fios guia para entubao; 2 cnulas de guedel nmeros 1 e 3; 5 campos fenestrados 30x30; 1 aparelho para tricotomia (tipo prestobarba); 1 torpedo de 02 porttil. O Trabalhador Rural

A maioria vem da Regio Nordeste do Pas. As viagens duram 3 dias e 3 noites e so feitas em nibus comerciais, fretados para este fim. Durante o percurso sentem o efeito da diferena climtica entre os estados e muitos j chegam com a sade abalada e so frequentemente acometidos por infeces das vias areas superiores, devido a variaes climticas incomuns em suas regies.

18 So contratados por perodo temporrio. Como o tempo quase totalmente absorvido pelo trabalho seus hbitos e costumes so pouco alterados. A empresa disponibiliza alojamentos adequados e alimentao saudvel. O atendimento mdico realizado no ambulatrio da empresa durante 4 dias da semana, ficando os demais dias sob superviso da enfermeira com auxlio tcnico de enfermagem, treinados para emergncia e remoo quando necessrios. O ambulatrio possui uma ambulncia bem equipada que realiza o deslocamento de pacientes at o hospital mais prximo. O atendimento odontolgico prestado uma vez por semana.

Exames Peridicos Realizados pela Empresa Dosagem de Colinesterase (enzima que aparece em muitos casos de intoxicao), exames audiomtricos, exames laboratoriais/ alimentao e exames clnicos gerais. Doenas Tpicas da Zona Rural

Entre as principais endemias rurais, destacam-se as seguintes: 1 - Bcio (papo): deficincia de iodo no organismo

19 2 - Bouba (leses da pele e ossos): causada por verme 3 - Brucelose: transmitida pelo boi 4 - Cisticercose: transmitida pela carne de porco 5 - Doena de Chagas: transmitida por um percevejo 6 - Esquistossomose: transmitida por caramujo 7 - Leishmaniose: transmitida por mosquito 8 - Lepra: transmitida por um bacilo 9 - Malria: transmitida por mosquito 10 - Oncocercose (cegueira dos rios): transmitida por mosquito 11 - Peste: transmitida pela pulga 12 - Raiva: transmitida por morcegos hematfagos 13 - Tracoma: transmitida por um vrus 14 Verminoses (vrias): causas diversas

Riscos de Acidentes na Zona Rural - Calor So trs a principais fontes de calor a que o trabalhador est sujeito em seu ambiente de trabalho: a) Temperatura do ar, vento e umidade; b)Radiao do sol, das mquinas; c)Trabalho muscular.

20 O trabalho sob o sol uma rotina comum nas atividades agrcolas. O desconforto trmico em ambientes quentes responsvel pela perda de: produtividade, motivao, velocidade, preciso, continuidade e o conseqente aumento da incidncia de acidentes e doenas. Cerca de 75% da radiao solar recebida durante a vida, ocorre nos primeiros 20 anos, portanto, quanto mais cedo comear a se proteger do sol, melhor. Os efeitos da radiao solar ultravioleta (UV), em geral, s se manifestam com o passar do tempo, pois vo se acumulando no organismo. As leses comeam a aparecer, na maioria das vezes, por volta dos 40 anos de idade. O diagnstico precoce muito importante para se obter a cura. O cncer de pele pode e deve ser tratado. A grande maioria dos cnceres de pele localizam-se na face logo, proteja-a sempre. EFEITOS DO EXCESSO DE SOL SOBRE A PELE E OS OLHOS EFEITOS/DOENAS SINTOMAS / OBSERVAES: 1. Foto envelhecimento Pele ressecada; 2. Fitofotodermatite (pelo trabalho com plantas, tintas e ceras) Prurido e hiperemia na pele; 3. Queimaduras solares Eritemas de vrios graus; 4. Dermatites de contato (pelo uso de inseticidas e fungicidas) Prurido e hiperemia na pele; 5. Cncer de pele (carcinoma e melanoma) Leses hipercrnicas na pele; 6. Insolao Tonturas, vertigens, tremores, convulses e delrios; 7. Prostrao trmica Dor de cabea, tonturas, mal estar, fraqueza e inconscincia; 8. Cibras de calor Espasmos dolorosos violentos; 9. Reduo da defesa imunolgica Infeces de repetio, leucopenia; 10. Catarata Perda de viso (cristalino opaco); 11. Ptergio Conjuntivite solar;

21 12. Pindcula Tumor na plpebra;

Os raios ultravioletas (UV) penetram na pele de forma diferente: os tipo A so mais penetrantes e os tipo B mais superficiais.

Radiao UVA Os raios ultravioletas tipo A (UVA) compem a maior parte do espectro ultravioleta (formado por raios tipo A, B e C) e possuem intensidade constante durante todo o ano, atingindo a pele praticamente da mesma forma durante o inverno ou o vero. Sua intensidade tambm no varia muito ao longo do dia, sendo pouco maior entre 10 e 16 horas que nos outros horrios do dia. Tm comprimento de onda entre 320 a 400 nm (a luz visvel vai de 400 a 700 nm) e no so absorvidos pelo vidro. Penetram profundamente na pele (vide figura acima), sendo o principal responsvel pelo foto envelhecimento. Tem importante participao nas foto alergias e tambm predispe o indivduo ao surgimento do cncer de pele.

22 Radiao UVB Os raios ultravioletas tipo B (UVB) tm comprimento de onda entre 290 e 320 nm, penetram superficialmente na pele e so absorvidos pelo vidro das janelas. Sua incidncia aumenta muito durante o vero, especialmente nos horrios entre 10 e 16 horas, quando a intensidade dos raios atinge o seu mximo. So os responsveis pelas queimaduras solares e pelo cncer de pele. Inicialmente vamos ver o rosto de uma pessoa com queimaduras solares:

Em seguida vejamos alguns sinais, tambm no rosto, do chamado foto envelhecimento:

Agora vejamos um dos cnceres de pele mais comuns, conhecido como Carcinoma basocelular. Apesar de ser o mais freqente, o menos perigoso de todos. Seu crescimento lento e muito raramente se espalha. Pode se manifestar de vrias maneiras. Feridas que no cicatrizam ou leses que sangram com facilidade quando nelas se esbarra, podem ser um carcinoma basocelular.

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O segundo cncer de pele mais comum o Carcinoma espinocelular. Apresenta um crescimento mais rpido que o basocelular e as leses maiores podem se espalhar pelo corpo. Tambm conhecido como carcinoma epidermide, bem menos freqente que o basocelular. Aparece mais na boca, lbios e reas de mucosa.

E, finalmente, o temvel Cncer de pele maligno ou melanoma. um tumor muito grave que se origina das clulas que produzem o pigmento da pele: melancitos. Frequentemente se espalha para outros rgos (crebro, inclusive), sendo de extrema importncia o diagnstico precoce para a sua cura. Pessoas que possuem sinais escuros na pele devem se proteger dos raios ultravioletas do sol, que podem estimular a sua transformao. A figura abaixo mostra um melanoma em fase inicial, ainda restrito camada mais superficial da pele, podendo ser retirado por cirurgia.

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Efeitos combinados com outros agentes podem agravar o trabalho sob o sol: agrotxicos, gua salgada, claridade excessiva ou ofuscamento (fadiga visual), o calor das mquinas (o trator, por ex.), umidade relativa do ar elevada (dificulta a evaporao do suor), obesidade (dificulta a manuteno da temperatura corporal normal), o uso de medicamentos como a sulfa e a tetraciclina (so sensibilizantes a alergias), a proximidade dos trpicos (maior incidncia dos raios solares), a altitude elevada (aumenta a incidncia de radiaes ultravioletas), etc. Medidas Preventivas: CHAPU ADEQUADO, de preferncia com aba larga (>8 cm) FILTRO SOLAR (creme de proteo) com fator de proteo alto (FPS>15) ROUPAS APROPRIADAS, leves, de cor branca e tecido de algodo CULOS DE SOL, escuros e com proteo contra raios UV ABRIGOS com sombra (entre 11 e 13h) GUA POTVEL em abundncia ALIMENTAO leve e balanceada PAUSAS freqentes e sob a sombra PROGRAMAR atividades noturnas (irrigao, p.ex.), quando possvel

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reconhecer manchas e outros sinais na pele que coam ou estejam aumentando de tamanho; Risco de Acidentes No corte manual da cana-de-acar, por exemplo, o trabalhador rural sujeita-se a uma srie de riscos de acidentes, prprios da operao, dos quais destacamos: cortes nas mos, pernas e ps, provenientes da utilizao do faco, foice ou podo. Alm de lombalgias, dores musculares, leses oculares, irritao da pele, quedas e ferimentos. Uso de EPI's Uso de equipamentos de proteo cresce mesmo com mecanizao. luvas com proteo anticorte e de caneleiras para cortadores de cana, dois dos mais importantes acessrios de uso obrigatrio pelo trabalhador. Apesar de o nmero de cortadores de cana ter diminudo nos ltimos anos, devido ao avano da mecanizao da colheita, o mercado de equipamentos de proteo para o trabalhador rural tem registrado forte crescimento. (Segundo a Nexus EPI fabricante de equipamentos de proteo individual). Hoje, temos tecnologia e uma srie de acessrios, todos aprovados pelo Instituto de Pesquisas Tecnolgicas (IPT). No passado, minha me usava meias como luvas e pedaos de calas como perneiras", disse ele. Riscos na Aplicao de Agrotxicos

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Agrotxicos so produtos qumicos usados na lavoura, na pecuria e mesmo no ambiente domstico: inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas, herbicidas, bactericidas, vermfugos; alm de solventes, tintas, lubrificantes, produtos para limpeza e desinfeco de estbulos, etc. Existem cerca de 15.000 formulaes para 400 agrotxicos diferentes, sendo que cerca de 8.000 formulaes encontram-se licenciadas no Pas. (O Brasil um dos 5 maiores consumidores de agrotxicos do mundo !). O agricultor brasileiro ainda chama o agrotxico de remdio das plantas e no conhece o perigo que ele representa para a sua sade e o meio ambiente. Uma pesquisa realizada pela Organizao Pan-Americana de Sade - OPAS, em 12 pases da Amrica Latina e Caribe, mostrou que o envenenamento por produtos qumicos, principalmente o chumbo e os pesticidas, representam 15% de todas as doenas profissionais notificadas. O ndice de 15% (mostrado acima) parece pouco, entretanto, a Organizao Mundial de Sade - OMS afirma que apenas 1/6 dos acidentes so oficialmente registrados e que 70% dos casos de intoxicao ocorrem em pases do 3o. mundo, sendo que os inseticidas organofosforados so os responsveis por 70% das intoxicaes agudas.

27 O manuseio inadequado de agrotxicos assim, um dos principais responsveis por acidentes de trabalho no campo. A ao das substncias qumicas no organismo humano, pode ser lenta e demorar anos para se manifestar. O uso de agrotxicos tem causado diversas vtimas fatais, alm de abortos, fetos com m-formao, suicdios, cncer, dermatoses e outras doenas. Segundo a OMS, h 20.000 bitos/ano em conseqncia da manipulao, inalao e consumo indireto de pesticidas, nos pases em desenvolvimento, como o Brasil.

Os principais assuntos relativos aos riscos na aplicao de agrotxicos, dizem respeito a: escolha e manuseio transporte armazenamento aplicao destino das embalagens legislao O Brasil supera em 7 vezes a mdia mundial de 0,5 kg/hab de veneno. Nossa mdia, no incio dos anos 80, era de 3,8 kg/hab, nmero esse que ficou maior em 1986, com a injeo temporria de recursos do Plano Cruzado. Ento, o consumo saltou de 128.000 t para 166.000 t/ano. O consumo cresceu, de 1964 para 1979, de 421%, enquanto que a produo das 15 principais culturas brasileiras, no ultrapassou o acrscimo de 5%. ALTERNATIVAS:

28 armadilhas para insetos, sacos para frutas ainda no p, aviao agrcola, plasticultura, manejo integrado de pragas, plantio direto, uso de plantas resistentes, culturas trangnicas, e agricultura ecolgica.

Pereira, em tese apresentada ECA/USP em 2003, listou 8 causas importantes relacionadas com a intoxicao por agrotxicos: 1 - Falta de treinamento; 2 - No uso de roupa protetora (EPI); 3 - No uso do Receiturio Agronmico; 4 - Uso excessivo do produto; 5 - Uso de produtos proibidos; 6 - Presena de crianas e adolescentes; 7 - No fiscalizao da aviao agrcola; e 8 - Ausncia de articulao institucional. Riscos com Trator O trator presta servios inestimveis ao homem do campo, mas tambm fonte de muitos acidentes, alguns dos quais conduzem a morte do operador e de terceiros.

29 O uso indevido do trator agrcola pode ocasionar riscos de acidentes de trs

naturezas: relacionados ao terreno onde opera (AMBIENTE); provocados pelo trator em si (AGENTE); e/ou pela impercia ou desconhecimento do operador (HOMEM). FATORES HUMANOS NOS ACIDENTES Na maioria das ocorrncias o acidente a evidncia do erro humano. Quase sempre o erro humano resulta em custosos danos ao equipamento e na perda de tempo para os reparos. Uma mquina pode ser reparada ou substituda; o que nem sempre possvel quando o erro causa um dano ao corpo humano. Os principais fatores que causam esses erros so: falta de ateno fadiga

30 preocupao falta de treinamento incompatibilidade homem-mquina outros As limitaes humanas que influem nos acidentes podem ser classificadas em: Fsicas Fisiolgicas e Psicolgicas. Fatores Fsicos: As caractersticas fsicas ou as limitaes de uma pessoa, podem ser comparadas s especificaes de projeto de uma mquina --- seu tamanho, peso, potncia, voltagem, etc. --- coisas que no so mudadas facilmente. Se voc reconhece as suas limitaes fsicas e trabalha dentro delas, voc ter menos acidentes do que algum que tenta trabalhar alm dos seus limites. Assim voc ter melhor controle do ambiente e da mquina que voc opera. Voc ser capaz de evitar acidentes mais facilmente.

Fora

31 Algumas pessoas so mais fortes do que outras. Um homem pode ser capaz de mover uma escada pesada com segurana, mas isso pode ser perigoso para algum mais baixo ou mais fraco, com o risco de atingir uma segunda pessoa. Conhea os seus limites de fora e pea ajuda se precisar ! Os msculos representam cerca de 45% do peso do corpo. Quando em trabalho, eles convertem a energia qumica dos alimentos em energia mecnica. A quantidade de energia utilizada, depende do tamanho e estado atual dos msculos, do suprimento de sangue, temperatura, respirao e do tipo de trabalho executado. Uma estimativa prtica da habilidade humana de trabalhar continuamente de cerca de 1/10 a 1/5 HP (cavalos de fora = Horse Power, em Ingls). Precisa-se de 1/10 HP para acender uma lmpada incandescente de 75 watt. Para trabalhar com segurana, evite a fadiga muscular: 1 - Trabalhe em posio confortvel. Quando o assento est alto, a presso nos msculos da coxa podem provocar cimbras. 2 - Opere dentro das suas limitaes. No exija demais dos seus msculos. As mquinas simples, como as alavancas e chaves de boca, foram criadas justamente para multiplicar a fora do homem: use-as sempre que precisar. 3 - Mantenha-se em movimento constante. O movimento do corpo no trabalho dinmico ajuda a circulao sangunea, exercita uma grande variedade de msculos e mais indicado do que o trabalho parado ou com menos movimento. 4 - Faa pausas freqentes e curtas. Elas so mais eficazes na recuperao das energias, do que as longas e raras.

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Tempo de reao O tempo de reao ou reflexo do indivduo tem incio com uma mensagem enviada ao crebro e termina quando o corpo executa uma resposta ou reao fsica. Por exemplo, quando o tratorista avista um obstculo (a mensagem), isso registrado no crebro e resulta numa reao ao perigo: numa freiada, desvio do obstculo ou outra manobra apropriada. Para que o crebro receba a mensagem e diga ao corpo para executar uma ao leva tempo --- o tempo de reao. O melhor tempo de reao do homem lento, quando comparado com a alta velocidade da mquina. O tempo de reao humana de cerca de 1/3 de segundo, sob condies ideais. Vide a figura abaixo:

Da ilustrao acima conclumos que: a) a reao do tratorista sbrio dar tempo para evitar o perigo, parando tempo;

33 b) no caso do tratorista cansado, o longo tempo de reao, far com que pare o trator quase em cima do obstculo; e c) o tratorista doente, embriagado ou intoxicado, no evitar um acidente (s vezes) grave. Pense em como voc reagiria s vrias situaes de emergncia, antes que seja submetido a elas. Isso pode ajud-lo a reagir mais rpido nessa emergncia. Sabendo que o cansao e o lcool, por exemplo, diminuem o seu tempo de reao, evite-os quando for dirigir o trator. Peso e tamanho A estatura de uma pessoa geralmente determina os tipos de trabalho que ela pode realizar com segurana. Considere as diferenas em tamanho do corpo de um jquei e de um jogador de basquete. Embora esses sejam os casos extremos, ningum se ajusta exatamente s dimenses mdias. por isso que os assentos de muitas mquinas so ajustveis. Esteja certo de manter o seu ajustado --- para voc. Assim voc ficar mais confortvel, eficiente e alerta. O painel de controle e a localizao dos comandos tm um efeito significativo no seu desempenho e segurana na conduo da mquina. Idade As habilidades fsicas variam com a idade, atingindo geralmente o ideal entre 25 e 30 anos e, a partir da, diminuindo progressivamente. Assim, a viso, a audio e a fora fsica diminuem com a idade. Em estudo realizado nos Estados Unidos, ficou provado estatisticamente que, entre os jovens menores de 16 anos e os idosos maiores de 65 anos de idade, ocorrem a maioria dos acidentes com equipamento agrcola.

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Viso Mais de 90% do nosso trabalho controlado pelos olhos. Contudo ela tem as suas limitaes e necessita de proteo e de cuidados. A boa viso depende: da intensidade de luz adequada ao tipo de trabalho do tamanho visvel do objeto focalizado da cor e contraste do objeto e o fundo da estabilidade do objeto focalizado e da claridade e nitidez do objeto. Fatores Fisiolgicos: Nosso corpo tem certas caractersticas e limitaes de ordem fisiolgica. Algumas delas so: tono muscular e fora; eficincia metablica (quanto de alimento usado para faz-lo funcionar); sua resistncia a certas doenas; e as horas de sono e de descanso que so exigidos pelo seu corpo. Limitaes fisiolgicas como essas so comparveis ao desempenho de uma mquina: quanto de combustvel ela consome; a temperatura de operao; as ligaes do sistema eltrico; etc. Estas limitaes variam muito entre as diferentes pessoas e podem variar, na mesma pessoa, de dia para dia. Os limites fisiolgicos so afetados por: fadiga drogas, lcool e fumo produtos qumicos (agrotxicos) doenas e condies ambientais: temperatura, umidade, vibrao, rudo, poeira, etc.

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Fatores Psicolgicos: A segurana e o desempenho pessoal dependem grandemente dos fatores psicolgicos. Neste aspecto, as pessoas so muito diferentes das mquinas. O homem tem emoes e sentimentos --- as mquinas no. Os problemas psicolgicos resultam de uma srie de situaes: conflitos pessoais --- confuso e incerteza na mente do indivduo tragdia pessoal --- a perda de um amigo ou parente problemas interpessoais --- problemas em casa, atrito entre pessoas problemas profissionais --- dificuldades no servio dificuldades financeiras a insegurana (ou introverso) --- impede o indivduo de solicitar informaes que seriam teis preveno de acidentes. Os resultados dos problemas emocionais --- que causam reaes de clera, retaliao, desateno a detalhes, como no observar avisos importantes (as placas de sinalizao, por exemplo) --- criam situaes de acidentes. Riscos das Picadas de Animais Peonhentos Jararaca (Bothrops) Tambm conhecida como jararacuu, urutu, cotiara, caiara, boca-de-sapo, etc. Existem em todo o Brasil e em todo tipo de terreno e vegetao. Sua picada causa inchao e perda de sangue, inclusive pelas gengivas. Como tratamento, usa-se o soro antiofdico, o soro anti-botrpico (especfico), ou ainda o soro antibotrpico-laqutico. Na Amaznia, se d o nome de surucucu s jararacas e s

36 picos-de-jaca, enquanto que no Sul do Pas, o nome surucucu s dado para as picos-de-jaca. Picos-de-jaca (Lachesis) Os sintomas de sua picada so os mesmos da picada da jararaca: inchao e hemorragia. O soro especfico a ser usado o soro anti-laqutico, porm na Amaznia, dada a dificuldade para diferenciar as picos-de-jaca das jararacas, deve ser usado o soro antibotrpico-laqutico, que serve para os dois tipos de cobra. As picos-de-jaca so encontradas na Amaznia e na Mata Atlntica, do Rio de Janeiro at a Paraba. Cascavel (Crotalus) A cascavel identificada pelo chocalho caracterstico em sua cauda. Os sintomas da sua picada so a dificuldade de abrir os olhos, a viso dupla, a chamada "cara de bbado" e a urina cor de coca-cola. O tratamento consiste na aplicao do soro anti-crotlico ou do soro anti-ofdico polivalente. Encontram-se nas regies de campo do Centro, Sul, Nordeste e da Amaznia. Nunca so encontradas, entretanto, no interior das florestas. Coral-verdadeira (Micrurus) Sua picada causa dificuldade em abrir os olhos e viso dupla e "cara de bbado" (como a cascavel) mas, alm disso, sufocao. O tratamento consiste na aplicao do soro anti-elapdico e apenas este. As corais verdadeiras existem em todo o Brasil, e em qualquer terreno. A diferena da falsa-coral que nesta, os anis no contornam todo o corpo da cobra. Aranha armadeira (Phoneutria) Esta aranha mede at 5 cm de corpo e at 15 cm de envergadura de pernas. Vive em folhagens, bananeiras e dentro de casa. Sua picada causa dor muito intensa. O tratamento, na maioria dos casos, s para a dor, com um

37 anestsico tipo xilocana Em crianas e ocorrncias graves com adultos, aplicar o soro antiaracndico, depois de prova de alergia.

Tarntula (Lycosa) Conhecida tambm como aranha de jardim e aranha de grama (inclusive da Rural), tem at 3 cm de corpo e 5 cm de pernas. uma das mais venenosas conhecidas e causa at necrose do tecido picado. Possui no dorso do abdmen um desenho parecido com uma ponta de flecha. No existe tratamento especfico para casos da sua picada. Aranha marrom (Loxosceles) Esta aranha mede 1 cm de corpo e tem pernas longas e finas. encontrada em pilhas de tijolos, telhas, barrancos e nas residncias. uma das mais perigosas, de picada traioeira, pois na hora quase no causa dor e s vezes a pessoa nem sabe que foi picada. A partir de 12 horas aps a picada, porm, surge a dor local, inchao, mal-estar geral, nuseas e febre. Pode levar gangrena e necrose. Deve-se ministrar o soro antiloxosclico, pois no basta tratar apenas a dor. Caranguejeira (Grammostola) So aranhas cabeludas e de grandes dimenses, com ferres grandes, responsveis por picadas extremamente dolorosas. A dor no causada pelo veneno e sim pela simples picada. No existe tratamento especfico. Pode-se aplicar no local da picada um anti-histamnico, sob recomendao mdica. So comuns na Amaznia e em outras partes do Brasil. Escorpio preto (Tityus bahiensis) e Escorpio amarelo (Tityus serrulatus O escorpio preto, tambm conhecido como escorpio marrom, tem cor escura e cauda avermelhada. De hbitos noturnos, esconde-se durante o dia sob madeiras ou pedras, ou em cupinzeiros. Tambm freqenta casas. Sua picada

38 causa dor muito intensa, sendo necessrio aplicar anestsicos do tipo xilocana. Em crianas ou, nos casos graves aplicar soro antiescorpinico ou o soro antiaracndico, que polivalente. O escorpio amarelo, apresenta esta cor e uma mancha escura no fim da cauda, bem como uma serrilha. Tem os mesmos hbitos noturnos do escorpio preto. Sua picada provoca uma dor muito forte e, normalmente, o tratamento s para eliminar a dor, com um anestsico do tipoxilocana. As recomendaes para crianas e adultos, de aplicar soro, tambm vlida aqui. Consideraes Gerais Como foi visto acima, dos animais ditos "peonhentos", a cobra, de longe, o mais perigoso para o homem do campo. A maioria sendo de hbitos noturnos e possuindo movimentos lentos, a maior chance de ser picado por uma cobra venenosa quando pisamos nela. Portanto, olhe por onde pisa . Esta a razo porque a maioria dos acidentes com picadas de cobras acontece na perna, at a altura do joelho. Assim sendo, o Equipamento de Proteo Individual (EPI) mais indicado uma bota de cano alto, como a que pode ser vista na foto ao lado. Observou-se, tambm, que h um soro especfico para cada espcie de cobra. Isso nos conduz necessidade de sabermos identific-las ou, pelo menos, distinguir entre uma cobra venenosa e outra no venenosa. Todas as cobras que tm um orifcio (chamado fosseta) entre os olhos e a narina, so venenosas. A coral-verdadeira a nica que no tem. Se tiver essas fossetas e chocalho na cauda, cascavel. Se tiver fosseta mas no tiver chocalho, jararaca; a no ser que tenha pele com escamas, como a jaca, sendo nesse caso identificada como picos-de-jaca .Como vimos, a coralverdadeira a nica cobra venenosa que no tem fossetas. Entretanto, o seu padro de cores e desenhos anelados inconfundvel: anis vermelhos

39 alternados com anis claros e escuros, em volta de todo o corpo.Alm disso, possui dois dentes salientes, na frente da boca. Outra caracterstica das cobras venenosas a cabea triangular, quando vista de cima. Mais uma vez, a cobra coral verdadeira faz exceo, pois sua cabea no possui a forma triangular. A forma relativamente brusca como a cauda se afina, outra caracterstica marcante das cobras venenosas. Aqui as corais verdadeiras, tambm, fogem regra. COMO IDENTIFICAR UMA COBRA VENENOSA CABEA OLHOS FOSSETA DAS ESCAMAS CAUDA DENTES PICADA triangular pequenos tem irregulares afina rapidamente 2 presas 2 marcas mais profundas orifcios NO VENENOSA arredondada grandes no tem simtricos afina gradativamente dentes pequenos e iguais pequenos e iguais

Risco Ergonmico Dentre os distrbios dolorosos que afetam a humanidade, a dor lombar (lombalgia, dor nas costas ou dor na coluna) a grande causadora de

40 morbidade e incapacidade para o trabalho, s perdendo para a cefalia ou dor de cabea; e afeta mais os homens do que as mulheres. Aos 30 anos de idade, inicia-se um processo de dessecao progressiva dos discos da coluna vertebral, que sofrem maior risco de rompimento e arrancamento, por perda de elasticidade e resistncia. Hrnia de disco e "bico de papagaio" so doenas comuns da coluna lesada. A postura no desenrolar de tarefas pesadas a principal causa de problemas de coluna, mais precisamente na hora de levantar, transportar e depositar cargas, ocasio em que os trabalhadores mantm as pernas retas e "dobram" a coluna vertebral. Pode ocorrer tambm outro movimento perigoso, o giro do tronco, quando a carga for pega ou depositada mais para o lado e no necessariamente sua frente. Quanto maior o peso da carga, maior ser a presso sobre cada vrtebra (vide figura ao lado) e cada disco. Quanto mais distante do corpo, maior ser a presso. Cargas que representam o equivalente a apenas 10% do peso do corpo, j causam problema coluna. Quanto posio de trabalho em p ou sentado, diz a Norma nmero 17 do Ministrio do Trabalho - MTE que: "sempre que o trabalho puder ser executado na posio sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posio." O trabalho em p favorece a incidncia do alargamento das veias das pernas (varizes) e causa edemas dos tecidos dos ps e das pernas. A penosidade da posio em p pode ser agravada se o agricultor tiver ainda que manter posturas inadequadas dos braos (acima do ombro, p.ex., como na

41 colheita do cacau mostrada na foto ao lado), inclinao ou toro do tronco (como na colheita da laranja) ou de outras partes do corpo. Assim, sempre que a atividade agrcola o permitir, a alternncia de posturas (em p-sentado-em p) deve ser sempre buscada, pois permite que os msculos recebam seus nutrientes e no fiquem fatigados. Movimentos repetitivos A histria do trabalho repetitivo to longa quanto a do prprio trabalho, visto que na agricultura primitiva e no comrcio antigo, j existiam tarefas altamente repetitivas. J em 1713, Ramazzini (apud Kroemer, 1995) atribuiu as L.E.R.s aos movimentos repetitivos das mos, s posturas corporais contradas e ao excessivo estresse mental. Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS (1993), a principal conseqncia da L.E.R. a perda da capacidade de realizar movimentos, o que interfere diretamente sobre a condio social e psicolgica do indivduo. Isso se verifica quando a leso impede temporria ou permanentemente o homem de realizar trabalho, j que este ato passa a ser um elemento de degradao fsica e emocional. A literatura mostra que 61,4% dos pacientes com L.E.R. desenvolvem incapacidade parcial permanente, enquanto que 38,6% apresentam incapacidade temporria (Hoefel, 1995). Prieto et al (1995) tambm cita a mudana de humor, a irritabilidade, a insnia e o nervosismo, os quais so conseqncias da dor, como fatores que refletem diretamente na vida familiar do portador de L.E.R. Couto (1997), tambm afirma que a relao custo x benefcio de uma empresa sofre dficit, acarretados desde a perda com funcionrios afastados devido L.E.R., at aspectos mais complexos de comprometimento do resultado financeiro da organizao.

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O que a L.E.R. ? L.E.R. = Leses por Esforos Repetitivos. Browne et al (apud Assuno, 1995) definiram esta terminologia como: "doenas msculo-tendinosas dos membros superiores, ombros e pescoo, causadas pela sobrecarga de um grupo muscular particular, devido ao uso repetitivo ou pela manuteno de posturas contradas, que resultem em dor, fadiga e declnio no desempenho profissional". J nos Estados Unidos, utiliza-se com freqncia os termos "Cumulative Trauma Disorders" (CTD) e "Repetitive Trauma Disorders" (RTD) e so denominadas como "leses do tecido mole devidas a movimentos e esforos repetitivos do corpo" (Armstrong, 1986). Alguns autores contestam essa nomenclatura e Couto (1996), afirma que L.E.R. um termo superado, usado apenas pela Austrlia e Brasil. O mais correto seria "Sndrome Dolorosa nos Membros Superiores de Origem Ocupacional", pois esta uma denominao que segue uma construo mais especfica da doena. As L.E.R.s so consideradas como acidente de trabalho, pois de acordo com o 2, art. 132 do Decreto N2.172 de 05/06/97, "constatando-se que a doena resultou de condies especiais em que o trabalho executado e com ele se relaciona diretamente, a previdncia social deve equipar-la a acidente de trabalho". Neste contexto, a empresa ou rgo competente, ficam obrigados a emitir a CAT (comunicao de acidente de trabalho), quando da ocorrncia do acidente de trabalho, no caso, as L.E.R.s, conforme art. 134 do Decreto N2.172 de 05/06/97 (DOU, 06/03/97). Sorock & Courtney (1996) consideram que os fatores de trabalho como: excessiva exposio a movimentos repetitivos por demanda da tarefa; posturas

43 incorretas; emprego de fora; baixa temperatura; vibrao e fatores

psicossociais como o estresse, esto intimamente relacionados aos distrbios msculo-esquelticos em grupos ocupacionais expostos a essas situaes de trabalho. Upfal (1994) tambm considera que os fatores de risco para o aparecimento da L.E.R. incluem movimentos repetitivos (repetio de tarefas por muitas horas), movimentos fortes (como agarrar ou apertar), posturas estressantes (desvio lateral do punho, extenso do pescoo), impacto mecnico de tecidos moles (bordos de ferramentas que pressionam a palma da mo), vibrao e ocasionalmente, baixas temperaturas. Attaran (1996) afirma ainda que a L.E.R. causada por ambientes de trabalho pobremente projetados que no contemplam uma relao harmnica entre homem e trabalho. De acordo com Higgs & Mackinnon (1995) a manuteno de posturas anormais so as principais causas de L.E.R. por provocarem desequilbrio muscular e compresso dos nervos. Relatam que se certos grupos musculares so subutilizados, h indicao de que outros esto sofrendo de sobreuso, sendo que esta situao leva a um ciclo vicioso postural e do equilbrio muscular. Certas posies tambm aumentam a presso ao redor do nervo ou o distendem, podendo levar a uma condio crnica de compresso. Oliveira (1991) afirma que o quadro sintomatolgico da L.E.R. muitas vezes complexo e de difcil identificao, pois o paciente pode no apresentar nenhum sinal fsico inicialmente, mas suas queixas so persistentes e sempre relacionadas com a massa muscular envolvida em tenso esttica, em decorrncia de posio forada ou viciosa ou mais utilizada no exerccio da funo. Em vista disso, Guidotti (1992) conclui que o diagnstico da L.E.R. sugerido por dor msculo-esqueltica persistente e recorrente dentro de seis semanas, sem causa traumtica imediata e influenciada por situao de trabalho. O prprio INSS (1993), expe que a caracterizao da L.E.R. no

44 depende de dados laboratorias, mas apenas da correlao entre a leso e o exerccio do trabalho. No Brasil, apesar de haver um guia para o reconhecimento da incapacidade provocada pela L.E.R. (INSS, 1993), difcil estipular verdadeiramente em que grau de comprometimento encontra-se o doente, visto que a problemtica relacionada ao diagnstico complexa e envolve a credibilidade em dados peculiares e intrnsecos do prprio paciente. Um agravante que sendo a dor a principal queixa, e o paradigma do diagnstico ser baseado quase que unicamente em dados objetivos que possibilitem a visualizao da leso, este torna-se mais complicado ainda em virtude de no haver exames que meam a dor objetivamente e tornem visvel este sintoma. Sendo assim, o diagnstico baseado no apenas em esquemas visuais, mas tambm na anlise do trabalho, na prpria queixa do trabalhador e no bom senso mdico vital para o diagnstico precoce e para evitar o agravamento da leso. Outro aspecto relevante que muitos trabalhadores no tm acesso s informaes sobre as conseqncias do trabalho repetitivo para a sade, sendo assim, desconhecem a origem da dor, retardando a ajuda mdica. Isso pode trazer conseqncias negativas para o tratamento da L.E.R., pois as microleses continuadas tornam o grupo muscular susceptvel a novas leses, o que d oportunidade ao quadro clnico de assumir um carter extremamente recidivante e invalidante. De acordo com Higgs & Mackinnon (1995), apesar de quase duas dcadas de estudos, a L.E.R., continua sendo o maior e o mais freqente problema das extremidades superiores relativo ao trabalho.

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Causas da Doena Em reviso mais recente, Pereira & Lech (1997), baseados nos fatores biomecnicos, organizacionais e psicossociais, listam as variveis contributivas mais importantes na origem da L.E.R., a saber: Fora Repetitividade Posturas viciosas dos membros superiores: principalmente as de contrao muscular constante. Compresso mecnica dos nervos por posturas ou mobilirio. Vibrao: pode gerar microtraumas. Frio: pela vasoconstrio que pode levar dficit circulatrio. Sexo: maior incidncia em mulheres. Posturas estticas do corpo durante o trabalho: durante a contrao esttica o suprimento sangneo para o msculo fica prejudicado, podendo favorecer a produo de cido lctico que capaz de estimular os receptores da dor, desencadeando-a, mantendo-a ou agravando-a. Tenso no trabalho: exigncias de produtividade e de ritmo de trabalho podem aumentar a tenso muscular, prejudicando a nutrio sangnea dos msculos com possibilidade de ocorrncia de dor muscular, fadiga e predisposio L.E.R. Desprazer: o sentir prazer desencadeia a liberao de endorfina (analgsico interno), devido a isso, pessoas insatisfeitas no trabalho podem ter maior tendncia a sentir dor do que as que trabalham prazerosamente. Traumatismos anteriores predispem o indivduo L.E.R. e so fatores importantes na sua incidncia.

46 Atividades anteriores: pelo fato da L.E.R. ser causada por traumas cumulativos necessrio a anlise da atividade exercida anteriormente e Perfil psicolgico: as pessoas de personalidades tensas, as negativistas e as que no toleram trabalho repetitivo so mais predispostas a L.E.R. Entretanto, quanto ao estabelecimento da atividade causal da leso, diversos autores (Armstrong,1986; Upfal, 1994; Assuno, 1995; Higgs & Mackinnon, 1995; Attaran, 1996) relatam que h uma ntima relao dos distrbios de origem ocupacional que atingem as extremidades (L.E.R.) com a inadequao do trabalho ao ser humano que trabalha. Essa questo se fortalece se levarmos em conta que o homem passa quase trs/quartos de sua vida trabalhando, e que as exigncias da produtividade somam-se a muitas condies de trabalho desfavorveis. O caso do corte da cana Em relao incidncia por grupos de pessoas, estudos realizados por Sato et al (1993), mostram a ocorrncia de maior acometimento de L.E.R. nas mulheres; trabalhadores em idade produtiva entre 18 e 25 anos; em atividades do setor bancrio, prestao de servios, bem como de metalurgia. Mas tambm ocorrem na agricultura. Relatamos abaixo, como exemplo, o caso do corte manual da cana-de-acar. O desenvolvimento da L.E.R. em algumas categorias profissionais tem relao com os estudos cientficos de Armstrong (apud Oliveira, 1991), o qual demonstrou que o risco de tendinite de mos e punhos em pessoas que executam tarefas altamente repetitivas e foradas 29 vezes maior do que em pessoas que executam tarefas lentas, pouco repetitivas e foradas. A postura corporal do cortador de cana de constante flexo de tronco, e intensa utilizao da musculatura dos braos e punho. A contrao abrupta e desordenada das grandes massas musculares podem originar foras de grandes

47 intensidades que causam leses nas estruturas do corpo, levando ao aparecimento de dores e conseqentemente inflamaes que levam o funcionrio a adoecer ( Procana.com). O conjunto de medidas como o uso dos equipamentos de proteo, alimentao no campo, alojamentos em condies favorveis, higiene, participao dos resultados e ginstica laboral fazem do cortador de cana um funcionrio motivado para desenvolver sua funo, com isso melhorando a qualidade da mo de obra e do produto. Tratamento da L.E.R A conduta de tratamento da L.E.R. depende do estgio da doena, e quanto mais cedo for feito o diagnstico e a interveno, menos invasivo ser o tratamento. Hoefel (1995) ressalta que essa doena preocupante pois o tratamento dificilmente tem resultado aps a sua cronicidade, que ocorre pelas recidivas dos episdios de retorno ao trabalho do empregado, o qual se expe novamente aos mesmos riscos ocupacionais que a determinaram. O objetivo fundamental do plano de tratamento eliminar ou minimizar a intensidade dos fatores fsicos que causaram ou agravam a L.E.R., pois uma vez eliminados, do lugar ao processo natural de recuperao do organismo. Este, freqentemente, requer longo perodo, durante o qual deve haver restries atividade normal. Geralmente o tratamento envolve uma combinao de mtodos conservadores, como medicamentos e terapia fsica. Quando estes mtodos no apresentam resultados positivos, a conduta provavelmente cirrgica (Higgs & Mackinnon, 1995). Inicialmente, qualquer que seja o mtodo, este requer a educao do doente quanto s posturas a serem adotadas tanto nas atividades de trabalho como nas de no-trabalho. Esta proposta surge na tentativa de evitar maiores danos e

48 diminuir os j instalados. A restrio de movimentos e o repouso da regio afetada so critrios importantes que devem ser obedecidos, pois trata-se da primeira e talvez da mais importante conduta para o portador de L.E.R. A imobilizao, quando necessria, feita atravs do uso de splints ou talas que mantm as articulaes em posio neutra, minimizando desse modo, o estresse local e prevenindo traumas adicionais. Alm da imobilizao e repouso, pode-se tambm lanar mo do uso do calor e do gelo para alvio da dor; e da compresso e elevao para melhor drenar o edema local, quando este se fizer presente. Entretanto, podem ser utilizados outros mtodos de tratamento fisioterpico, sendo que a finalidade sempre ser de reduzir a dor, o edema e a inflamao, proporcionando assim uma situao em que se possa normalizar a fora muscular e o retorno s atividades, quando possvel. Quanto ao tratamento medicamentoso, este inclui a prescrio de drogas com potentes efeitos antiinflamatrios mas que, eventualmente, podem levar irritao gstrica, o que pode restringir seu uso queles doentes que no tm problemas gstricos ou os tm em pequena proporo. Neste caso, necessrio o uso adicional de medicamentos anticidos. Este mtodo de tratamento importante porque no reduz somente a dor, mas tambm reduz a inflamao (Upfal, 1994). Assuno (1995) tambm recomenda o afastamento temporrio do trabalho para o sucesso teraputico e relata que o tratamento deve obedecer 5 fases de acordo com a sintomatologia da L.E.R. Com relao a ginstica laboral, o principal objetivo preparar o corpo para trabalhar, prevenir o aparecimento de leses msculo-ligamentares, diminuindo os acidentes de trabalho causados pelos movimentos repetitivos e posturas inadequadas, diminuindo o absentesmo e custos com atestados mdicos, minimizando custos trabalhistas e melhorando a imagem da empresa no que se refere a qualidade de vida.

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Para evitar a L.E.R., pois por sua natureza conduz a quadros agravantes, a conduta mais efetiva continua sendo a preveno. Mudanas de natureza ergonmica, organizacional e comportamental podem reduzir ou eliminar a ao ofensiva, pois segundo Thompson & Phelps (1990), a preveno diminui mais a incidncia de L.E.R. do que o tratamento mdico. Primeiros Socorros - SINAIS VITAIS Os primeiros minutos que se sucedem a todo acidente, principalmente nos casos mais graves, so importantssimos para a garantia de vida da vtima, principalmente se forem bem aproveitados pelo Socorrista. As chances de sobrevivncia diminuem drasticamente para as vtimas de trauma que no recebem cuidados mdicos especiais dentro de uma hora aps o acidente. Se o acidentado tiver a sorte de ter um Socorrista por perto, que possa prestarlhe os Primeiros Socorros, aumentam as suas chances de recuperao. Da parte de quem presta o auxlio, h uma verdadeira corrida contra o tempo, onde os seus conhecimentos tcnicos (de primeiros socorros) tm de ser praticados com rapidez e eficincia. O autocontrole fundamental pois, sem ele, atitudes irresponsveis podem por em risco a vida do paciente e a sua prpria. Dentre tantas providncias que se fazem necessrias nesses casos, o Socorrista deve ter bem clara em sua mente, aquelas realmente produtivas. A seqncia lgica a ser seguida pelo Socorrista, na maioria das situaes de acidentes, pode ser resumida nas cinco (5) etapas seguintes:

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Primeiros Socorros Entrevista Sinais Vitais Exame da Cabea-aos-ps e Transporte do acidentado.

Primeiros Socorros importante que se conheam os mecanismos da injria. Certas leses so "comuns" a certos tipos de acidentes: fraturas so associadas a quedas e colises; queimaduras so freqentes em incndios e exploses; perfuraes dos tecidos moles do corpo, costumam ser provocadas por ferimentos bala; e assim por diante. Assim, as leses decorrem, em geral, de coliso de veculos, quedas, incndios, exploses, assaltos (coronhadas, navalhadas, tiros, etc.), afogamentos e acidentes de barco, arma de fogo, envenenamentos, acidentes com mquinas, eletricidade (inclusive raios), picadas e mordidas de animais, e outras causas. Acontece que, muitas vezes, o acidente ocorre quando a vtima est sozinha e, chegando auxlio, o Socorrista depara-se com aquela pessoa inconsciente e no sabe, de imediato, a causa da leso e/ou da gravidade da mesma. Na prestao dos Primeiros Socorros, convm observar: Local: seguro ou perigoso ? perto ou longe do Posto Mdico ou Hospital ? h necessidade e meios de remover dali o acidentado ?

51 Acidentado: est consciente ? tentando dizer-lhe algo ou apontando para alguma parte do seu (dele) corpo ? est sozinho ? (se h vrios corpos, pode-se suspeitar, por exemplo, de envenenamento por Monxido de Carbono). Curiosos: escute o que dizem. Pea ajuda. Afaste os que estiverem s atrapalhando. Agente causador: caiu algo sobre o paciente ? h fumaa ? est prximo de um trator tombado ? Ferimentos: o acidentado est cado numa posio anormal (com o brao torto, por ex.) ? h sangue ? Sintomas: o Socorrista deve apurar os seus sentidos, de modo a poder ver, ouvir e cheirar, procura de sintomas. O vmito, por exemplo, indicativo de algumas leses especficas; urinar sangue sinal de fratura de bacia; etc. Observar se o acidentado apresenta sintomas como: nusea, sede, fraqueza, inquietao, medo, etc. Esses sintomas sero muito teis ao serem passados, posteriormente, ao Mdico que atender o acidentado. Verificar: pele (fria, viscosa, quente ?) olhos (embaados ? pupilas dilatadas ?) face (plida ou rubra ?) lbios (azuis ou descolorados ?) pulso (rpido ou fraco ?) respirao (ofegante ou quase inexistente ?) outras.

52 Nvel da vtima, verificar: A = alerta (acordado) F = fala D = dor I = inconsciente (no responde) Entrevista Se no local do acidente, estiverem outras pessoas (alm do acidentado e do Socorrista), importante que se obtenha(m) dela(s) as informaes e a ajuda de que necessita, para o melhor atendimento da vtima. As informaes a serem obtidas pelo Socorrista nesta "entrevista" rpida, podem estar relacionadas a: causas e hora do acidente conhecimento ou parentesco da vtima indicao de antdotos e endereos teis idade, hbitos, doenas e remdios usados pelo acidentado conhecimento prvio de Primeiros Socorros etc. A ajuda que se pode obter dos "curiosos" presentes, diz respeito a: transporte do acidentado; sada procura de auxlio e/ou de materiais; captura do animal peonhento que causou o acidente; direo da viatura de socorro (no caso de carro particular); etc.

53 Sinais Vitais So indicativos do funcionamento normal do organismo e diz respeito a: pulso respirao presso arterial temperatura corporal nvel de conscincia dilatao das pupilas cor da pele. Pulso O que se chama comumente de "pulso" est associado s pulsaes ou s batidas do corao, impulsionando o sangue pelas artrias, e que podem ser sentidas ao posicionarmos as pontas dos dedos em locais estratgicos do corpo. As pulsaes devem ser contadas durante 30 segundos, e o resultado multiplicado por 2, para se determinar o nmero de batidas por minuto. Ou, como mostra o texto da figura acima, contam-se os batimentos durante 15 segundos e multiplica-se por 4. A interpretao deste resultado, nos adultos, mostrada a seguir: Batimentos Cardacos em Adultos (No./min) Nmero interpretao: 60 a 80 Normal < 60 Lento (bradicardia) >= 100 Rpido (taquicardia) 100 - 150 Emergncia (acidentado) > 150 Procurar Mdico rpido

54 Como regra geral, sempre que os batimentos cardacos forem menores que 50 ou maiores que 120 por minuto, algo seriamente errado est acontecendo com o paciente. possvel que haja a necessidade de se proceder massagem crdiorespiratria e respirao boca-a-boca. Respirao A respirao, na prtica, o conjunto de 2 movimentos normais dos pulmes e msculos do peito: 1 - inspirao (entrada de ar pela boca/nariz); e 2 - expirao (sada de ar, pelas mesmas vias respiratrias). Nota-se a respirao pelo arfar (movimento de sobe e desce do peito) ritmado do indivduo. A respirao normal e alterada, mostrada abaixo: Respirao em Adultos (No./min) Nmero interpretao: 12 -20 Normal 28 Sria emergncia Presso Arterial A presso arterial a fora com que o corao bombeia o sangue para as artrias. medida (por Mdicos e Enfermeiros), por meio do aparelho de presso (almofada inflvel, com manmetro, em volta do brao), em unidades de milmetros de mercrio.

55 A presso arterial dada por 2 nmeros: 12 por 8 a normal (ou 120 mmHg para a alta, mxima ou sistlica e 80 mmHg para a baixa, mnima ou diastlica --- na linguagem dos Mdicos). Problemas muito srios podem acontecer se a presso atinge os valores abaixo: Presso Arterial Anormal (mmHg) Mxima e Mnima: > 180 > 104 < 90 < 60 Uma forma expedita de calcular o que deveria ser a presso mxima normal de adultos at 40 anos de idade mostrada abaixo: HOMENS = idade + 100. Exemplo: 36 anos + 100 = 136 mmHg = presso 14, aproximadamente. MULHERES = idade + 90. Exemplo: 36 anos + 90 = 126 mmHg = presso 13, aproximadamente. Temperatura Corporal A temperatura corporal medida em termmetros (de mercrio ou digitais) colocados, durante alguns minutos, com a extremidade que contem o bulbo (no primeiro caso) nas axilas ou na boca do paciente. A temperatura corporal normal 36,8oC. A partir de 37,5oC j se configura a febre. Normalmente, as temperaturas elevadas, indicam algum tipo de infeco no organismo.

56 Nvel de Conscincia Alguns traumas provocados por acidentes, podem alterar o nvel de conscincia do indivduo. A verificao desse nvel pode ser checada do seguinte modo: A = Alerta. Se o acidentado estiver alerta (ou acordado), provavelmente no deve ter sido alterado o seu nvel de conscincia. F = Fala. Deve-se procurar fazer perguntas ao acidentado, neste caso, para saber se sua fala foi afetada e qual o seu nvel de conscincia. D = Dor. Um terceiro estgio do nvel de conscincia, ainda mais grave, quando o acidentado no fala, mas geme de dor. N = No fala. Este o caso extremo ou o mais perigoso. Possivelmente o paciente est desacordado (desmaiado) ou em estado de coma. Dilatao das Pupilas A dilatao das pupilas (ou da menina dos olhos) uma reao normal do organismo diminuio da luz incidente no globo ocular. Quando a intensidade luminosa aumenta, ela se contrai. Alteraes nesse mecanismo so provocadas por certas leses, como por exemplo, as do crnio. O Socorrista deve observar, inicialmente, se os dimetros ou as aberturas das pupilas so iguais nos dois olhos. Em seguida, com uma lanterninha, verificar se elas se contraem com a incidncia do foco.

57 Cor da Pele Alteraes na cor da pele, normalmente rosada nas pessoas de cor branca, podem ser usadas para diagnosticar certos tipos de acidentes. Seno vejamos: Cor vermelha: presso alta, ataque cardaco, lcool, queimaduras, sol excessivo, doena infecciosa, CO2, etc. Cor branca: choque, ataque cardaco, anemia, distrbios emocionais, desmaio, etc. Cor azul: asfixia (sufocao), hipxia (falta de oxignio), dispnia, ataque cardaco, envenenamento, etc. Cor amarela: doena do fgado. Cor preta e azul: derramamento de sangue abaixo da superfcie da pele. Exame da Cabea-aos-ps: Uma vez verificados os sinais vitais, o Socorrista deve proceder a um exame minucioso do acidentado, literalmente da cabea aos ps. Neste exame: OLHE: para possveis descoloraes da pele, deformidades, penetraes, ferimentos, aberturas no pescoo e qualquer movimento anormal do trax. OUA: mudanas no ritmo da respirao, sons estranhos ao respirar e rudos de ossos quebrados. CHEIRE: odores estranhos vindos do corpo do paciente, hlito e roupas.

58 SINTA: as deformaes, flacidez, pulsaes, endurecimentos ou maciez anormais, espasmos e temperatura da pele. Transporte do Acidentado O transporte do acidentado, dependendo do tipo de acidente, dispensa at algumas das 4 etapas anteriores, ou seja, se o caso for muito grave, deve ser providenciado de imediato. Muito cuidado deve ser dado ao ferido com suspeita de fratura da coluna cervical pois, neste caso, movimentos indevidos podem agravar a leso. Alguns mtodos de transporte so mostrados a seguir:

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60 Concluso : Para o excelente desempenho das atividades exercidas pelo SESMET e especificamente pelo Auxiliar/ Tcnico de enfermagem se faz necessria a organizao do Servio Ambulatrio, refletido na qualidade do atendimento prestado empresa e aos funcionrios, o treinamento deste profissional e a efetiva programao de projetos preventivos, os quais viabilizaro condies salutares de trabalho ao cortador de cana.

61 Referncias: MARANO, V.P. Organizao de servios de medicina do trabalho nas empresas. So Paulo: LTr, 1989. www.cipanet.com. Acesso em: 7 out.2007.

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Anexos: