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América Latina Entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria

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América Latina. Entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. A conjuntura do Pós Guerra da América Latina. O período imediato pós S.G.G. na A. L. pode ser dividido em duas fases: - PowerPoint PPT Presentation

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América Latina

Entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria

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A conjuntura do Pós Guerra da América Latina

• O período imediato pós S.G.G. na A. L. pode ser dividido em duas fases:

• 1ª. Fase: 1944-1948: caracterizou-se por 3 fenômenos distintos: democratização, tendência a esquerda e militância trabalhista – por todo o continente caíram ditadores, mobilizaram-se forças populares e realizou-se eleições com níveis de participações relativamente elevada. Pela 1ª. Ez partidos políticos reformistas e progressistas chegaram ao poder articulando com êxito as reivindicações da classe média urbana e dos trabalhadores por mudanças políticas, sociais e econômicas.

• O período do pós S.G.G. assistiu a uma onda de greves e a uma sindicalização crescente, inclusive com reivindicações de maior independência onde havia o controle exercido pelo Estado.

• Destaca-se também as vantagens obtidas pela militância de esquerda marxistas ou pelos Partidos Comunistas.

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A conjuntura do Pós Guerra da América Latina

• 2ª. Fase 1948...: a democracia, as forças populares em especial a classe trabalhadora e a esquerda amargaram uma histórica derrota na A. L.

• Para entender as ocorrências destes período do pós guerra faz-se necessário examinar a complexa interação entre as políticas domésticas e internacional, quando uma nova ordem política e econômica internacional resultou dos efeitos dessa guerra e, quase simultaneamente, quando começou a Guerra Fria.

• Aqui, o papel dos EUA, direta ou indiretamente, nos negócios latino-americanos é de fundamental relevância.

• Em 1944 podia-se dizer que das 20 repúblicas da região apenas o Uruguai, o Chile Costa Rica e a Colômbia tinham algum direito de se considerarem democracias.

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A conjuntura do Pós Guerra da América Latina

• Destes 4 países só o Uruguai dispunha de um executivo eleito livre e legitimamente pelo sufrágio universal;

• A Argentina fora democrática por 15 anos antes de 1930, década em que sua democracia foi abalada e banida por um golpe militar nacionalista em 1943.

• Os 2 anos imediatamente após a S.G.G. a democracia se consolidou os países onde já existia e houve movimentos rumo a democratização em paises não francamente ditatoriais: Equador, Cuba, Panamá, Peru, Venezuela, México, Brasil, Argentina.

• Nenhum país tomou a direção oposta; as exceções eram o Paraguai e um punhado de repúblicas da América Central

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A conjuntura do Pós Guerra da América Latina

• O principal fator por trás de tais mudanças políticas foi a vitoria dos Aliados no conflito mundial.

• No final da década de 1930 e começo de 40 todos os Estados latino-americanos, com exceção do Chile (temporariamente) e da Argentina até 1946, romperam relações com as potências do eixo. Brasil - agosto de 1942.

• 1943 derrota alemã em Stalingrado – quando ficou obvio que os EUA venceriam a Guerra , evidenciando-se a nova ordem política internacional, com a posição hegemônica dos EUA, OS GRUPOS DOMINANTES na A. L., inclusive os militares, reconheceram as necessidades de se fazer alguns ajustes políticos e ideológicos, além de concessões.

• Internamente houve pressão por parte das classes médias, dos intelectuais e dos estudantes e – nos países mais desenvolvidos industrialmente - também da classe trabalhadora.

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• Tal reivindicação enraizava-se numa cultura política de tradição liberal, defendida por alguns setores nestes países, mas também era resultado de uma extraordinária campanha de Guerra perpetrada pelos EUA. Com N. Rockefeller a frente do Office of the Coordinator os Inter-American Affairs (OCIAA).

• No inicio da 2ª. G.G. os EUA pretendiam que os países da região ficassem do lado dos Aliados, fossem estes ditaduras ou democracias, desde que se opusessem ao Eixo. A aliado mais próximo dos EUA na A. L. era o governo de Getulio Vargas. (beneficiados pela Usina de Volta Redonda)

• Ao final do conflito a política dos EUA começou a mudar de rumo, apoiando os movimentos que apostavam na democratização de seus regimes políticos.

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A conjuntura do Pós Guerra da América Latina

• Aos ditadores latino-americanos recusava-se agora assistência financeira e ajuda militar.

• Os EUA intervieram diretamente para apoiar a democracia na Argentina e no Brasil em 1945 e no Paraguai e na Bolívia em 1946.

• A missão dos embaixadores Berle no Brasil e Braden na Argentina: Braden tornou-se virtualmente o líder da oposição ao regime militar , sobretudo a Perón. Antes de partir, no mês de setembro, havia garantido um cronograma com eleições livres. Berle, no Brasil, não precisou fazer mais nada do que encorajar discretamente Vargas a liberalizar o Estado Novo, assegurando as eleições de dezembro de 1945.

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Os Comunistas• Ao longo de 1945 os EUA não se mostrava inquieto em

relação ao fato dos comunistas estarem desempenhado um papel predominante na democratização da área, ao contrario tal participação era positivamente bem vinda. Também não se incomodavam com a estreita relação entre alguns governos latino-americanos e os partidos comunistas locais – Peru, Chile, Costa Rica.

• Os Partidos Comunistas foram legalizados ou pelo menos tolerados em toda a A. L., aumentando consideravelmente as adesões.

• Alcançaram inclusive notável sucesso eleitoral, colaborando com os partidos reformistas de centro-esquerda e os políticos populistas.

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Os Comunistas• A explicação para o avanço do comunismo na A. L. neste

período deve ser buscado na própria guerra e em seu desfecho.

• Com a aliança Roosevelt-Stalin os partidos comunistas apoiaram os governos no poder embora muitos deles fossem autoritários e reacionários, simplesmente porque eram pela causa aliada.

• Ao mesmo tempo, os partidos comunistas latino-americanos que já haviam abandonado a politica revolucionário e, prol da estratégia da Frente Popular em seguida ao sétimo Congresso Mundial (1935) agora defendiam a harmonia e a colaboração em vez da luta de classe, no interesse da unidade nacional.

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Os Comunistas• Durante a 2ª. G.G. os P. C. da A. L. foram muito negligenciados por

Moscou e experimentaram uma relativa independência de ação. • Uma vez que os comunistas haviam se alinhado contra o fascismo,

estavam também entre os beneficiários da vitória da democracia e da democratização que ocorreu na A. L. no final dessa Guerra.

• O papel dos comunistas no processo de democratização foi, entretanto, prejudicado em alguns países pelas alianças feitas durante o conflito e pelos significados atribuídos aos termos “democrático” e “fascista”.

• No Br. Os comunistas apoiaram, ou tentaram uma aproximação, com Getulio Vargas em 1945, não só pq. Vargas tinha por si a classe trabalhadora, como pelo fato de seu posicionamento junto aos aliados contra o eixo, deixando de lado, deste modo, a oposição democrática.

• Já na Argentina os comunistas se posicionaram contra Perón ao lado da oposição democrática, embora ele contasse com a adesão da classe trabalhadora, já que ele havia assumido uma posição neutra ou p´roeixo durante o coflito.

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Classe Trabalhadora

• Nos anos pós guerra foi notável o progresso alcançado pela organização da classe trabalhadora na A. L.

• A S. G. deu novo ímpeto ao avanço mundial; ao mesmo tempo experimentava-se um crescimento da migração campo-cidade. A taxa de crescimento da classe trabalhadora urbana foi, de um modo geral, impressionante na A. L., pela 1ª. Vez passava a existir algo que se assemelhava a um proletariado moderno.

• Esse aumento do porte da classe trabalhadora foi acompanhado de ampla expansão da adesão sindical.

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A classe trabalhadora

• Assim como a posição comunista na democracia se complicara devido às alianças dos beligerantes durante a guerra, a atitude da força de trabalho organizada em relação à democracia ressentia-se do antagonismo de classe.

• Muitas vezes esses grupos se alinhavam ao lado de figuras pouca dadas a democracia, como Vargas e Perón, já que a oposição democrática era dominada por oligarquias conservadoras profundamente hostis a classe trabalhadora.

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Conclusão Parcial

• Apesar de os democratas, esquerdistas e militantes sindicais nem sempre estarem do mesmo lado, as 3 características da política e da sociedade latino-americanas no pós guerra imediato, qual seja – o avanço da democracia, a tendência a esquerda e a militância trabalhista – se interligavam pela maior parte e se reforçavam mutuamente.

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2ª. Fase• Em 1947 e 1948 os progressos dos trabalhadores, da

esquerda e da foram barrados e sofreram seus primeiros revezes.

• Brasil: Eurico Gaspar Dutra introduziu novos decretos-leis para controlar os trabalhadores

• Argentina: única exceção a essa tendência anti-trabalhista na América Latina. No entanto, Perón expurgou os comunistas e os esquerdistas independentes da liderança sindical.

• Os lideres trabalhistas comunistas viram-se alijados dos grandes sindicatos, apesar de terem sido eleitos e se notabilizarem pelas posições relativamente moderadas durante as greves.

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2ª. Fase

• Em um pais depois do outro – Brasil 1947, Chile 1948 –os partidos comunistas foram declarados ilegais.

• Os partidos reformistas voltaram-se para a direita, reduzindo seu compromisso com as mudanças e em certos caos abandonando os pressupostos democraticos.

• Muitos governos da região aproveitaram a oportunidade para romper relações diplomáticas com a URSS.

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2ª. Fase • Nos países em que democracia existia observou-

se entre 1947 e 1948 uma acentuada tendência a restringir ou anular a disputa política e a participação, a conter ou reprimir a mobilização popular e a frustrar as aspirações reformistas.

• Brasil – 1946 – nova Constituição – nega-se o direito de voto aos analfabetos – mais da metade da população.

• No final de 1954 havia 11 ditaduras na América Latina . Havia mais ditadura em 1954 que em 1944.

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2ª Fase• As consequências da conjuntura do pós guerra na A. L.

podem ser amplamente explicada em termos da força inabalável das classes dominantes (rurais e urbanas) bem como dos militares. Eles não se enfraqueceram, nem foram destruídos, como aconteceu em outras partes do globo, Apenas se viram temporariamente colocados na defensiva, no final do conflito e depois disso mostraram-se determinados a restaurar o controle político, ameaçado pela mobilização das “classes perigosas”, pela militância trabalhista e pelo avanço da esquerda.

• O compromisso das elites da A. L. com a democracia quando não existia era pura retórica.

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2ª. Fase

• No mínimo a Guerra Fria e a postura internacional assumida pelos EUA reforçaram as atitudes tomadas internamente, propiciando uma justificativa ideológica para a guinada a direita.

• A mobilização política popular e a atividade grevista, liderada ou não pelos comunistas, de repente eram todas orientadas por Moscou.

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Conclusão• A S.GG., representou o melhor momento das relações

interamericanas. Os EUA estreitaram laços econômicos, quanto militares. Os EUA haviam colaborado para o aumento da produção de matérias-primas estratégicas durante a Guerra.

• Passado o conflito havia a expectativa de que tais investimentos continuassem. Entretanto, a prioridade dos EUA passou a ser o reerguimento da Europa – Plano Marshal – 1947 . Alegava-se que a América Latina sofrera menos com a guerra.

• E caso a A. L. quisesse atrair investimentos privados caberia garantir certa segurança ao capital. Era preciso se comprometer com o desenvolvimento capitalista liberal, sem traços de nacionalismo ( nacionalização do petróleo no México), marginalizar os comunistas e manter a classe trabalhadora sob firme controle. Pontos estes, que não por acaso, vinham ao encontro dos interesses da elite governante vinculado com a política econômica norte-americana.

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Conclusão• Qual a importância da América Latina para os EUA após o fim da

S.G.G.?• Os EUA continuavam a prezar a manutenção e o fortalecimento

hemisférico depois da derrota;• A A. L. representava 2/5 dos votos nas Nações Unidas – 20 entre 51

– • A região continuou sendo o parceiro comercial mais destacado dos

EUA e, depois do Canadá, a área onde se faziam mais investimentos norte-americanos.

• Entretanto, doravante os EUA iriam desempenhar uma papel mundial, e não meramente hemisférico na política internacional. E a URSS sem a bomba atômica e sem um marinha de guerra eficiente não significavam uma ameaça ao domínio norte-americano na A. L.

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Conclusão• A A. L. parecia imune à agressão externa e, até certo ponto, os EUA

podia negligenciá-la. O que não quer dizer que os EUA ignorassem a possibilidade de subversão interna.

• Se eclodisse uma 3ª. Guerra Mundial os sindicatos controlados pelos comunistas na A. L. Ameaçariam os interesses dos EUA, e especial nas industrias estratégicas vitais, como o petróleo, o cobre, o açúcar e o transporte. Os sindicatos militante constituíam uma força potencialmente desestabilizadora, hostil ao desenvolvimento capitalista.

• A ameaça que os comunistas supostamente representavam para os interesses estratégicos e econômicos dos EUA tinham prioridade sobre os esforços em favor da democracia. As democracias poderiam ser preferíveis a ditadura, mas se esta última se revelassem mais eficiente na luta contra o comunismo, poderiam ser preferíveis a democracia.

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• IX Conferencia Internacional dos Estados Unidos em Bogotá. A resolução 32 do Ato Final da Conferência estabelecia que a simples existência de partidos comunistas legalizados na A. L. representava uma ameaça a segurança do hemisfério ocidental