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Amortização do ágio na aquisição
de investimentos e efeitos fiscais –
o “ágio interno”.
Paulo Roberto Riscado Junior
Maio/2016
O que é o “ágio”?
DL 1598/77, redação dada pela Lei 12.973/2014
“Art. 20. O contribuinte que avaliar investimento pelo valor de patrimôniolíquido deverá, por ocasião da aquisição da participação, desdobrar o custo deaquisição em:
II - mais ou menos valia, que corresponde à diferença entre o valor justodos ativos líquidos da investida, na proporção da porcentagem da participaçãoadquirida, e o valor de que trata o inciso I do caput; e
III - ágio por rentabilidade futura (goodwill), que corresponde à diferençaentre o custo de aquisição do investimento e o somatório dos valores deque tratam os incisos I e II do caput.
(...)
§ 3º O valor de que trata o inciso II do caput deverá ser baseado em laudoelaborado por perito independente que deverá ser protocolado na Secretaria daReceita Federal do Brasil ou cujo sumário deverá ser registrado em Cartório deRegistro de Títulos e Documentos, até o último dia útil do décimo terceiro mêssubsequente ao da aquisição da participação.
Ganho e ágio na aquisição de investimentos
DL 1598/77, nova redação
§ 5º A aquisição de participação societária sujeita à avaliação pelovalor do patrimônio líquido exige o reconhecimento e amensuração:
I - primeiramente, dos ativos identificáveis adquiridos e dospassivos assumidos a valor justo; e
II - posteriormente, do ágio por rentabilidade futura (goodwill) oudo ganho proveniente de compra vantajosa.
§ 6º O ganho proveniente de compra vantajosa de que trata o § 5º,que corresponde ao excesso do valor justo dos ativos líquidos dainvestida, na proporção da participação adquirida, em relação aocusto de aquisição do investimento, será computado nadeterminação do lucro real no período de apuração da alienação oubaixa do investimento.
Ganho e ágio na aquisição de investimentos
1)“Investimento avaliado a valor de PL”: controlada,
coligada (entidade sobre a qual o investidor possui
influência significativa), joint venture (controle comum). Art.
248 L S/A e CPC 18. Não se aplica o CPC 15.
2) “Mais ou menos valia”: vide CPC 46 – “preço que seria
recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação não
forçada entre participantes do mercado na data de
mensuração” . Preço entre partes independentes.
Ganho e ágio na aquisição de investimentos
3) “Goodwill”: Vide CPC 15 - Ágio por expectativa de
rentabilidade futura (goodwill) é um ativo que representa
benefícios econômicos futuros resultantes de outros ativos
adquiridos em uma combinação de negócios, os quais não são
individualmente identificados e separadamente reconhecidos.
Característica - inseparabilidade, ou seja, não é possível
separar o goodwill da empresa, ou mesmo identificá-lo em uma
máquina, ou em um imóvel, pois assim já deixaria de sê-lo. O
goodwill é gerado pela sinergia dos ativos. Objeto de impairment.
4) Laudo preparado por perito independente, apresentado até
o décimo terceiro mês subsequente à operação.
Ganho e ágio na aquisição de investimentos
5) Ganho na compra vantajosa: valor pago é inferior ao
valor justo dos ativos da investida. Esse ganho é tributado
na alienação ou baixa do investimento (inclusive sua
incorporação , nesse caso a taxa de 1/60 – art. 20 da MP).
6) Redução da mais ou menos valia e do goodwill (teste de
recuperabilidade) não produzem efeito no lucro real (art.
25 do DL 1598/77, com remissão ao art. 20)
7) Alienação do investimento: ganho ou perda de capital
(art. 33 do DL 1.598/77)
Ganho de capital na subscrição de ações
8) Ganho ou perda de capital na avaliação a valor justo de
bem do ativo (inclusive participação societária)
incorporado ao patrimônio de outra pessoa jurídica (arts.
17 e 18 da Lei 12.973/2014).
a) Ganho não é tributado se evidenciado em subconta.
Mas, pode ser tributado em determinadas hipóteses, por
exemplo, a incorporação do investimento pela investida
(Art. 17 par. 4 e 5).
b) Perda não pode ser deduzida da base de cálculo do
IRPJ, exceto se evidenciada em subconta, e na ocorrência
de determinadas hipóteses (art. 18).
Ganho de capital na subscrição de ações
Lei 12.973/2014,
Art. 17 (...)
§ 4o Na hipótese de a subscrição de capital social de que tratao caput ser feita por meio da entrega de participação societária,será considerada realização, nos termos do inciso III do § 1o, aabsorção do patrimônio da investida, em virtude deincorporação, fusão ou cisão, pela pessoa jurídica que teve ocapital social subscrito por meio do recebimento daparticipação societária.
§ 5o O disposto no § 4o aplica-se inclusive quando a investidaabsorver, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, opatrimônio da pessoa jurídica que teve o capital socialsubscrito por meio do recebimento da participação societária.
Incorporação de investimento adquirido com ágio ou
deságio
Incorporação, Fusão ou Cisão - Mais-Valia
Art. 20 da Lei 12973/2014. Nos casos de incorporação,
fusão ou cisão, o saldo existente na contabilidade, na data
do evento, referente à mais-valia de que trata o inciso II
do caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
decorrente da aquisição de participação societária entre
partes não dependentes, poderá ser considerado como
integrante do custo do bem ou direito que lhe deu causa
para efeito de determinação de ganho ou perda de capital e
do cômputo da depreciação, amortização ou exaustão.
Incorporação do investimento adquirido
com ágioIncorporação, Fusão ou Cisão - GoodwillArt. 22 da Lei 12973/2014. A pessoa jurídica que absorverpatrimônio de outra, em virtude de incorporação, fusão oucisão, na qual detinha participação societária adquirida comágio por rentabilidade futura (goodwill) decorrente daaquisição de participação societária entre partes nãodependentes, apurado segundo o disposto no inciso III docaput do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, poderáexcluir para fins de apuração do lucro real dos períodos deapuração subseqüentes o saldo do referido ágio existente nacontabilidade na data do evento, à razão de um sessenta avos,no máximo, para cada mês do período de apuração.
Incorporação do investimento adquirido
com ágio
1) Na incorporação do investimento, a mais valia paga
referente a bens do ativo da investida avaliados a valor
justo, deverão ser agregados ao custo dos bens, para fins
de amortização, depreciação e cômputo na apuração do
ganho ou perda de capital na sua alienação. O goodwill
poderá ser amortizado a taxa de 1/60 (benefício fiscal, já
que o goodwill não é amortizado na contabilidade)
2) Ágio não pode ser amortizado em operação entre
partes dependentes (art. 25).
Incorporação do investimento adquirido
com ágioLei 12973/2014, art. 25
Art. 25. Para fins do disposto nos arts. 20 e 22, consideram-se partes dependentes quando:
I - o adquirente e o alienante são controlados, direta ou indiretamente, pela mesma parte ou partes;
II - existir relação de controle entre o adquirente e o alienante;
III - o alienante for sócio, titular, conselheiro ou administrador da pessoa jurídica adquirente;
IV - o alienante for parente ou afim até o terceiro grau, cônjuge ou companheiro das pessoas relacionadas no inciso III; ou
V - em decorrência de outras relações não descritas nos incisos I a IV, em que fique comprovada a dependência societária.
Parágrafo único. No caso de participação societária adquirida em estágios, a relação de dependência entre o(s) alienante(s) e o(s) adquirente(s) de que trata este artigo deve ser verificada no ato da primeira aquisição, desde que as condições do negócio estejam previstas no instrumento negocial.
Ágio interno
A
B
A empresa A
é
controladora
da empresa
B.
Ágio interno
A empresa A
adquire
participação
societária de uma
terceira empresa
(empresa veículo),
cujo capital social,
via de regra, é
irrisório.
A
B V
CS = R$ 1.000,00
A V
B
QUOTAS DE V
EMPRESA B
AA empresa A
(controladora)
transfere para a
empresa V
(empresa
veículo/controlada)
a empresa B,
recebendo, em
troca, participação
societária da
empresa V. ÁGIOG. DE CAP.
vide art. 36 da
Lei 10637/2002
A empresa A faz um investimento
em V com a participação que
possui da B.
A
B V
Ágio interno
A
B
V ÁGIO - BBV
A empresa B
incorpora a empresa
V (ou vice e versa),
absorve o ágio que
foi pago sobre sua
própria participação
societária (ágio de si
mesmo), e passa a
deduzir sua
amortização na
apuração do IRPJ e
da CSLL.Direito à dedução
da amortização do
ÁGIO – B.
A
B
Ágio interno
O filme completo
A
B
A
B V
A
V
B V
Direito à
dedução
de ágio.
A
B
Ágio interno
A
B
A
B V
A
V
B V
Direito à
dedução
de ágio.
Não há negociação
de qualquer
investimento.
Não há participação
de terceiros.
Preço é definido de
forma unilateral
(negócio nulo – art.
489 do CCB).
A situação final é
igual à inicial, com
exceção do direito à
dedução do ágio.
A
B
Ágio interno
A
B
A
B V
A
V
B V
Direito à
dedução
de ágio.
Não há alteração de
controle societário do
investimento que é
negociado.
Em nenhum momento
a empresa A deixa de
ter controle sobre B.
A vontade declarada
diverge da vontade
real.
A negociação da
empresa B é um
negócio simulado.
A simulação é
absoluta, uma vez
que a aquisição
declarada é desfeita
ao final.
Ágio interno
CPC 15 (Combinação de negócios)
B1. Este Pronunciamento não se aplica a combinação de
negócios de entidades ou negócios sob controle comum.
A combinação de negócios envolvendo entidades ou
negócios sob controle comum é uma combinação de
negócios em que todas as entidades ou negócios da
combinação são controlados pela mesma parte ou partes,
antes e depois da combinação de negócios, e esse controle
não é transitório.
Ágio interno
Mas, ainda que se entenda que o ágio, para fins fiscais,
pode nascer em operação entre empresas dependentes, há
outros elementos que implicam em seu artificialismo:
a) ausência de preço de mercado (preço definido
unilateralmente),
b) utilização de estruturas societárias fraudulentas
(empresa veículo),
c) ausência de comutatividade, “venda fantástica”
(o bem vendido retorna para o vendedor, ausência de
efetivo substrato econômico).
E o ágio?
Perguntas:
1) Se a lei 12973/2014 proíbe o registro do ágio em uma
operação entre empresas dependentes (ágio interno), então
para as operações anteriores à lei o registro do ágio era
permitido?
2) Se as novas regras contábeis, prevêem o registro do ágio
em função da “substância econômica” da operação, então
para as operações anteriores à lei 12973/2014 a pesquisa
da “substância econômica” seria inadequada, bastando ao
contribuinte a observância dos requisitos formais para o
registro do ágio?
Ágio interno?
Admitindo que existam diferenças entre a legislação fiscal e
a contábil sobre o ágio, o fato é que consoante o DL
1598/77 o ágio deve decorrer da apuração do valor de
mercado de ativos (tangíveis ou intangíveis) ou o valor de
rentabilidade futura apurado em uma situação normal de
mercado.
Isso justifica o recurso ao regramento e doutrina contábil já
existente antes da entrada em vigor dos CPCs, que fixa os
requisitos para que se possa dizer que o ágio foi apurado em
condições de mercado. A operação entre dependentes, sem
que tenha havido verdadeira negociação, não corresponde
a operação de mercado.
Ágio interno?
É falso o raciocínio de que para o cumprimento da norma
tributária bastaria a observância das formalidades do
negócio jurídico. A contradição entre forma e substância
pode corresponder a simulação. Por outro lado a norma
tributária incide sobre a aquisição de investimento sem se
limitar a uma forma jurídica. Ou seja, incide sobre a
operação econômica subjacente ao negócio jurídico.
Ou seja, a vedação ao ágio interno já podia ser extraída
da legislação anterior, cabendo ao aplicador,
entretanto, verificar as especificidades do caso
concreto.
Jurisprudência CARF – ágio interno
Caso Gerdau. Acórdão n° 1101-00.709
ÁGIO INTERNO. A circunstancia da operação
ser praticada por empresas do mesmo grupo
econômico não descaracteriza o ágio, cujos efeitos
fiscais decorrem da legislação fiscal. A distinção
entre ágio surgido em operação entre empresas do
grupo (denominado de ágio interno) e aquele surgido
em operações entre empresas sem vinculo, não é
relevante para fins fiscais.
Jurisprudência CARF – ágio interno
Premissas do acórdão:
Lei tributária não faz distinção entre o ágio interno
(operação entre empresas do mesmo grupo) e o ágio na
operação entre independentes.
“Por meio desses enganos e da leitura incompleta de
autoridades da área contábil, a fiscalização criou uma falsa
distinção entre um ágio autêntico, que desfruta do amparo
dos arts. 7 e 8 da lei na 9.532, de 1997, e um ágio artificial,
que deixaria de ser alcançado pelos dispositivos citados.
Mas, como se vê essa distinção não existe para fins fiscais,
nem é admitida pela legislação, e sequer é aceita pelos
autores citados no que tange à tributação.”
Jurisprudência CARF – ágio interno
Premissas do acórdão:
Não cabe à fiscalização negar efeitos ao ágio quando o
contribuinte realiza atos sem propósito negocial.
- “O único sentido que se pode atribuir a essas menções
(ágio artificial ou artificio contábil) é que a operação toda é
feita intencionalmente para obter o resultado final, que é a
amortização do ágio em "B". “Enfim, desde que o
contribuinte atue conforme a lei, ele pode fazer seu
planejamento tributário para reduzir sua carga tributária.
O fato de sua conduta ser intencional (artificial), não traz
qualquer vício”.
Jurisprudência CARF – ágio interno
Resumo dos “equívocos da autuação”, apontados nocaso Gerdau:
1°) Confundir fundamento econômico do ágio compagamento de compra ou entrega de ações, porterceiros estranhos ao grupo.
2°) Impor para fins fiscais percepções de cunhoexclusivamente contábil.
3°) Condicionar a amortização do ágio a existência depropósito negocial, sendo que o contribuinte pode seorganizar com a finalidade exclusiva de obtereconomia tributária.
Jurisprudência CARF – ágio interno
Acórdão 9101002301 1ª Turma da CSRF, sessão de abrilde 2016EmentaCONDIÇÕES PARA AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO.TESTES DE VERIFICAÇÃO. A cognição para verificar se aamortização do ágio passa por verificar, primeiro, se os fatosse amoldam à hipótese de incidência dos arts. 385 e 386 doRIR/99, segundo, se requisitos de ordem formal estabelecidosencontram-se atendidos, como arquivamento da demonstraçãode rentabilidade futura do investimento e efetivo pagamentona aquisição, e, terceiro, se as condições do negócio atenderamos padrões normais de mercado, com atuação de agentesindependentes e reorganizações societárias com substânciaeconômica.
Jurisprudência CARF – ágio interno
Acórdão 9101002301 1ª Turma da CSRF, sessão de abril de 2016EmentaAMORTIZAÇÃO DO ÁGIO. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA.INVESTIDOR E INVESTIDA. MESMA UNIVERSALIDADE. Os arts. 7º e8º da Lei nº 9.532, de 10/12/1997 se dirigem às pessoas jurídicas (1) realsociedade investidora, aquela que efetivamente acreditou na mais valia doinvestimento, fez os estudos de rentabilidade futura, decidiu pela aquisição edesembolsou originariamente os recursos, e (2) pessoa jurídica investida. Deve-seconsumar a confusão de patrimônio entre essas duas pessoas jurídicas, ou seja, olucro e o investimento que lhe deu causa passam a se comunicar diretamente.Compartilhando do mesmo patrimônio a controladora e a controlada oucoligada, consolida-se cenário no qual os lucros auferidos pelo investimentopassam a ser tributados precisamente pela pessoa jurídica que adquiriu o ativocom mais valia (ágio). Enfim, toma-se o momento em que o Contribuinte seaproveita da amortização do ágio, mediante ajustes na escrituração contábil e noLALUR, para se aperfeiçoar o lançamento fiscal com base no regime detributação aplicável ao caso e estabelecer o termo inicial para contagem do prazodecadencial.
Jurisprudência CARF – ágio interno
Acórdão 9101002301 1ª Turma da CSRF, sessão de abril de2016- Lei não autoriza a amortização do ágio quando há ainterposição de uma pessoa jurídica entre o verdadeiroinvestidor e a verdadeira investida.Trecho do voto: “Fala- se insistentemente se haveria impedimentopara se admitir a construção de fatos que possam se amoldar àhipótese de incidência de norma de despesa. O ponto é que,independente da genialidade da construção empreendida, dareorganização societária arquitetada e consumada, a investidoraoriginária prevista pela norma não perderá a condição deinvestidora originária. Quem viabilizou a aquisição? De onde vieramos recursos? Quem efetuou os estudos de viabilidade econômica dainvestida? Quem decidiu adquirir um investimento comsobrepreço? A investidora originária”.
Acórdão do TRF3 sobre o ágio interno
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0017237-12.2010.4.03.6100/SP
7 de agosto de 2014
INCORPORAÇÃO DE EMPRESA COLIGADA E DE ÁGIO
FUNDADO NA EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE
FUTURA ("GOODWILL"). INCORPORAÇÃO COM
INDÍCIOS DE FRAUDE COM A FINALIDADE DE
GERAÇÃO ARTIFICIAL DO ÁGIO, VISANDO FUTURAS
AMORTIZAÇÕES E REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO
DO IRPJ E CSL. AUTUAÇÃO FISCAL. LEGITIMIDADE.
DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA.
Acórdão recente do TRF3 sobre o ágio interno
9. É inegável que, do ponto de vista contábil, a impetrante respeitou
os art. 7º e 8º da Lei 9.532/97 (assim como os art. 385 e 385 do
RIR/99), inclusive porque não havia impedimento, à época, para o
aproveitamento de ágio entre empresas coligadas, controladas ou
integrantes do mesmo grupo econômico, vedação que somente
passou a existir com a Lei 11.638/07.
10. No entanto, a questão trazida aos autos vai além do
formalismo contábil, em função do princípio contábil da
primazia da essência sobre a forma.
12. É indispensável que a integralização tenha ocorrido com
base no valor real de mercado, o que não ocorre quando o
"valor do negócio" é artificialmente estabelecido dentro do
mesmo grupo econômico.
Acórdão recente do TRF3 sobre o ágio interno
15. A fiscalização verificou que a operação contábil jamais implicou
em qualquer desembolso ou investimento pela LTSA, tendo havido
somente uma reavaliação de seus ativos, baseado em informações
da própria interessada, com o único intuito de gerar despesas
com a amortização do ágio, reduzindo ou eliminando o
pagamento de IRPJ e CSL durante o período de amortizações
mensais.
16. A elisão tributária somente tem lugar quando os benefícios
legais são pautados em fatos reais.
17. Faltando esta veracidade, a elisão se convola em evasão
fiscal, insuscetível de convalidação judicial.
Ágio Interno
- Contribuinte pode se organizar visando a economiatributária, desde que a operação realizada possuasubstância fática (justificativa da operação).
- Liberdade de contratar limitada pela finalidadeeconômico/social do direito, pelo princípio da capacidadecontributiva, pela interpretação da norma visando alcançara substância econômica da operação.
- Necessidade de evitar a desmoralização da norma e,consequentemente, mais insegurança jurídica.
- Interpretação da norma para estabelecer relação justa, deboa fé e confiança recíproca entre Estado e contribuintes.
OBRIGADO