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Manual dos Direitos do Cidadão - Edição Revista e Ampliada

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MANUAL DOS DIREITOS

DO CIDADÃO

LUCAS DE SOUZA LEHFELD LUIZ GONZAGA MEZIARA JÚNIOR

MARILDA FRANCO DE MOURA

Edição Revista e Ampliada

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Manual dos Direitos do Cidadão - Edição Revista e Ampliada

Lucas de Souza Lehfeld, Luiz Gonzaga Meziara Júnior, Marilda Franco de Moura (Orgs.) Manual dos Direitos do Cidadão - Edição Atualizada. - Ribei-rão Preto: Centro Universitário Barão de Mauá – Centro de Cidadania “Dr. Hélio Bicudo”, 2014. 80 f.; 21 cm.

1. Direitos. 2. Cidadania.

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Manual dos Direitos do Cidadão - Edição Revista e Ampliada

LUCAS DE SOUZA LEHFELD

LUIZ GONZAGA MEZIARA JÚNIOR,

MARILDA FRANCO DE MOURA

(ORGANIZADORES)

MANUAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO

CENTRO DE CIDADANIA “DR. HÉLIO BICUDO”

CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ

RIBEIRÃO PRETO

2014

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Manual dos Direitos do Cidadão - Edição Revista e Ampliada

Comissão EditorialLucimara Cristina dos SantosMarcelo BraghiniNathan Castelo Branco de Carvalho

Editoração e Impressão:

Editora e Gráfica Padre Feijó Ltda.R. Carlos Chagas, 306 - Jd. Paulista - Fone: (16) 3632 2131

CEP: 14090-190 - Ribeirão Preto - SP

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APRESENTAÇÃO

O “Centro da Cidadania Dr. Hélio Bicudo” e o “Núcleo de Práticas Jurídicas” são órgãos do curso de Direito que têm por responsabili-dade o desenvolvimento de projetos de extensão junto à comunidade local, bem como promover e coordenar práticas e estudos relaciona-dos às atividades complementares e estágio supervisionado do curso, visando ao aprimoramento nas áreas jurídico-profissionais e sociais. Eles permitem a interlocução na iniciação à pesquisa e na extensão, da teoria com a prática, buscando orientar, solucionar problemas emergentes da esfera social e atender às demandas da comunidade.

A orientação jurídica tornou-se um fator significativo para a esfera social, porquanto, muitas vezes, os cidadãos não têm conhecimento dos seus direitos e deveres o que pode acarretar-lhes inúmeros da-nos, bem como à comunidade no qual está inserido.

Com efeito, o Manual dos Direitos do Cidadão - Edição Atualizada busca incentivar a pesquisa jurídica pelos alunos e professores do Curso de Direito do “Centro Universitário Barão de Mauá” e, ao mes-mo tempo, prestar assessoria jurídica à sociedade, orientando sobre a garantia dos direitos dos cidadãos.

Os temas foram selecionados, portanto, a partir de experiências no atendimento jurídico à população carente, desenvolvidos no “Cen-tro da Cidadania Dr. Hélio Bicudo” e no “Núcleo de Práticas Jurídicas” do “Centro Universitário Barão de Mauá”, considerando-se ainda a re-alidade cultural da região de Ribeirão Preto.

Além da finalidade pedagógica e científica, destaca-se, também, o aspecto da aproximação do conteúdo da legislação do seu público, o cidadão. Isso porque, devido à dificuldade de acesso à informação e ao próprio formalismo característico da área jurídica, constata-se um distanciamento entre o cidadão e o direito, o que é um grande contra censo, já que o direito existe para servir ao cidadão e não o contrário.

Dessa forma, os alunos foram incentivados a desenvolver seu es-tudo, levando em consideração temas jurídicos que fazem parte do cotidiano dos cidadãos, bem como as principais dúvidas que são apre-sentadas por eles quando procuram pelo atendimento jurídico. Mais do que um projeto acadêmico, o Manual é um projeto social que vem prestar um verdadeiro serviço informativo à população de Ribeirão Preto e região, para diminuir a distância entre a lei e os sujeitos aos quais ela se refere.

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Em razão disso, os artigos selecionados contêm informações rele-vantes para o exercício da cidadania, consciência dos direitos e deve-res a ela inerentes. Além disso, as unidades editadas serão distribuí-das para a população no “Centro da Cidadania Dr. Hélio Bicudo” e em escolas públicas do município de Ribeirão Preto.

Não raro, deparamo-nos com atitudes antissociais, motivadas pela desinformação e pelo descaso com o próximo, estimulados, ainda, pe-los sentimentos de impunidade que emergem da sociedade brasileira.

Identificadas essas atitudes, cabe às instituições de ensino jurídi-co a responsabilidade social de motivar os alunos à prática e à pes-quisa jurídica e a sua interação com a sociedade, na qual vai atuar, visando uma sociedade justa e solidária. Enfim, este manual prioriza a informação, a integração e a justiça.

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SUMÁRIO

DIREITO À SAUDE: COMO OBTER MEDICAMENTOS NÃO ESPECIFICA-DOS NAS DIRETRIZES TERAPEUTICAS PELO SUSAlana Capuzzo Biliatto Lopes .................................................................... 13

A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FRENTE AOS DIREITOS DO CIDADÃOPaulo Rogério Marcussi .............................................................................15

COBRANÇAS INDEVIDASLucimara Cristina dos Santos .................................................................... 18

TEORIA DA PERDA DO TEMPO LIVREIsadora Garavine Furlan ............................................................................. 20

ABUSOS COMETIDOS PELOS SEGUROS DE VIDACaroline Totoli Vital ................................................................................... 21

PUBLICIDADE ENGANOSA E ABUSIVA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDORJair Rodrigo Viaboni .................................................................................. 23

ASPECTOS QUE ENVOLVEM A FIXAÇÃO JUDICIAL DE ALIMENTOSFernanda Araújo Guedes Cândido ............................................................ 25

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E CLÁUSULAS ABUSIVASKatia Helena Zerbini Palmeira de Morais .................................................. 27

PENSÃO ALIMENTÍCIA: UM DIREITO DOS PAISRubens Albanezi dos Santos .................................................................... 29

O TRANSPORTE COLETIVO URBANO E O INSTITUTO DA PERMISSÃOKerton Nascimento e Costa........................................................................ 31

O BEM IMÓVEL DE FAMÍLIA PODE SER PENHORADO?Aline Pratali RibeiroLaís Alessandra de Oliveira........................................................................ 33

A COBRANÇA DE PEDÁGIO FERE O DIREITO DE IR E VIR?Jefferson da Silva Mattos ........................................................................... 35

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O CASAMENTO E A UNIÃO ESTÁVELKellen Patrícia Rodrigues ........................................................................... 37

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DIVÓRCIO: ALTERAÇÕES LEGAIS E MODALIDADESJonathan Willy Lopes Ramalho Michelle Toratti Mazarini L. Ramalho ......................................................... 39

IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL, O QUE É, PARA QUE SERVE? Adriano Romanini de Andrade ................................................................... 41

DA GRATUIDADE PARA EMISSÃO DE DOCUMENTOSRafael Fernando Ireno Guerreiro ............................................................... 43

A GRATUIDADE DAS ESCRITURAS PÚBLICAS DE INVENTÁRIOCamila Teixeira Machado ........................................................................... 45

SEGURO DPVATNatália Aparecida Lattaro de Castro .......................................................... 47

ESCLARECIMENTOS SOBRE INJÚRIA RACIAL E RACISMONathan Castelo Branco de Carvalho e Priscila Aprile ................................ 49

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO, COMO DECTAR? Priscila Botelho Lima e Amanda Botelho Lima .......................................... 51

DESMISTIFICANDO A VELHICE COM AUXÍLIO DA LEIClaudimilson Bonardi Gonçalves ............................................................... 53

DIVÓRCIO OU SEPARAÇÃO?Elisangela Batista da Silva ......................................................................... 55

A LEI MARIA DA PENHA E O APARATO PROTECIONISTA À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIARMaria Auxiliadora Gorita dos Santos .......................................................... 57

EXIGÊNCIA DE GARANTIAS PARA ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR Jéssica Claudino Leal Talão ...................................................................... 59

MANIFESTAÇÕES POPULARES: “BLACK BLOC’S” X “CARAS PINTADAS”João Rafael MiãoGuilherme Lima Jordão Nahas .................................................................. 61

PERDA DO PODER FAMILIAR E ALIENAÇÃO PARENTALLetícia Zorzi ............................................................................................... 63

DIREITOS DOS IDOSOS: UMA NOVA REALIDADE SOCIALDelber de Carvalho Ribeiro ....................................................................... 65

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DIREITOS E DEVERES DO PROPRIETÁRIO NA HORA DA TRANSFE-RÊNCIA DO VEÍCULOLeandro Francisco de Oliveira ................................................................... 67

DIREITO DE ACESSO À SAÚDE PÚBLICA – DE QUEM É A RESPONSA-BILIDADE?Ana Claudia Messias Camillo .................................................................... 69

O EMPREGADO DOMÉSTICO(A) TEM DIREITOS GARANTIDOS POR LEIAlex Rafael GonçalvesDênio Furlanetti Nasser ............................................................................. 71

DESMISTIFICANDO A ADOÇÃO NO BRASILCristiane Aparecida Ribeiro ....................................................................... 73

CARTÓRIOS: SAIBA QUAL UTILIZARSigrid Eduarda da SilvaSônia Aparecida Lopes Ramalho .............................................................. 75

O SEGURO DESEMPREGO E SUAS MUDANÇASLilian de Menezes San MartinoMaíra Angélica dos Santos ........................................................................ 77

REGRAS DE TRÂNSITO EQUIVOCADASAdriano Vitor TeodoroFátima Monteiro Pimenta ........................................................................... 79

A INEFICÁCIA DAS POLÍTICAS HABITACIONAIS EM RIBEIRÃO PRETOKatia Helena Zerbini Palmeira de MoraisPatricia Gomes AbreuTalita Augusta Araújo da Silva .................................................................. 80

DIREITO DO CIDADÃO NA FILA BANCÁRIALaura de Paula Spanó ............................................................................... 82

Guia de Endereços Úteis no Município de Ribeirão Preto ........................ 84

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DIREITO À SAUDE: COMO OBTER MEDICAMENTOSNÃO ESPECIFICADOS NAS DIRETRIZES TERAPÊUTICAS PELO SUS

Alana Capuzzo Biliatto Lopes

Há de se destacar que a Carta Magna, em seu artigo 6º, afirma que “são direitos sociais à educação, à saúde (...)”, complementando com o artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado (...)”. Tem-se, desta forma, que o Estado possui obrigação constitucional de garantir políticas públicas que visem a real efetividade do direito a saúde.

Como consequência desta obrigação, o Estado, por meio do Sistema Úni-co de Saúde (SUS), elaborou um manual com os Protocolos Clínicos e Dire-trizes Terapêuticas, que regulamenta a atuação dos profissionais da saúde em vários casos de diagnósticos. Neste manual, encontram-se os sintomas, os estudos e, principalmente, qual o tipo de tratamento que deva ser utilizado.

Entretanto, o grande problema está quando o médico vê possibilidade de tratamento com medicamentos que não estão inclusos nesta listagem. O que fazer nestes casos?

A resposta veio com o advento da resolução 54/2012 da Comissão de Farmacologia da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo que instituiu o procedimento administrativo para a requisição deste tipo de medicamento. A resolução determina que o paciente deva seguir os seguintes procedimentos para a obtenção:

1- Anexar cópias de seus documentos pessoais, como CPF, documento de identidade e comprovante de residência;

2- Anexar cópias de exames que justifiquem a necessidade do medicamento;3- Solicitar ao médico que preencha, assine e carimbe o Laudo de Avaliação

de Solicitação de Medicamento;4- Preencher a Solicitação de Medicamento por Paciente;5- Enviar toda documentação, em duas vias, para a Comissão de Farmacologia,

da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, que deverá responder em até trinta dias.

Tanto o endereço da Comissão, quanto os modelos do Laudo e da Solicitação de Medicamento encontram-se disponíveis no endereço www.saude.sp.gov.br, na guia da Comissão Farmacologia.

Para os casos em que houver a negativa pela Secretaria da Saúde Pau-lista, ou ainda para os Estados onde não houver regulamentação, a solução é a via judicial. Neste caso, deverá ser observado o valor do medicamento no período de 12 meses – caso não ultrapasse sessenta salários mínimos, pode-rá ser proposta a ação pelo próprio paciente, no Juizado Especial da Fazenda Pública; caso ultrapasse, será na Vara da Fazenda Publica, onde será neces-sária também a presença do advogado ou do defensor publico.

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Deste modo, percebe-se, como de prima importância, o pedido adminis-trativo do medicamento antes do ingresso judicial, o que faz com que o prazo de resposta seja mais curto, além de evitar centenas de ações judiciais des-necessárias.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL . Constituição Federal. Vade Mecum . São Paulo: Saraiva 2014.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Manual de Orien-tação ao Paciente. Disponivel em : http://www.saude.sp.gov.br/content/as-sistencia_farma ceutica.mnp

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Resolução 54 / 2012.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Brasil. Protocolo Clinico e diretrizes terapêuti-cas. Volume I. Brasília: ed. Pallotti 2010.

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A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FRENTEAOS DIREITOS DO CIDADÃO

Paulo Rogério Marcussi*

Com a Constituição Federal de 1988, o Ministério Público foi desvinculado do Poder Executivo, passando a integrar com autonomia a instituição do Mi-nistério Público e adquirindo “status de quarto Poder”, frente aos já existentes Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, uma vez que o legisla-dor constituinte inseriu o Ministério Público dentro do título IV da Carta Magna denominado Da Organização Dos Poderes.

Segundo Alexandre de Moraes (2007),

O direito constitucional contemporâneo, apesar de permanecer na tradi-cional linha da idéia de tripartição de poderes, já entende que esta fórmula, se interpretada com rigidez, tornou-se inadequada para um estado que assumiu a missão de fornecer a todo o seu povo o bem estar, devendo, pois, separar as funções estatais, dentro de um mecanismo de controles recíprocos, deno-minado “freios e contrapesos”.1

Assim, em análise ao artigo 127 caput, bem como em seu § 1º, ambos

da Constituição Federal, encontramos alicerçados as funções precípuas e os princípios que regem o Ministério Público. Já o artigo 129 da Constituição Federal dispõe que são funções do Ministério Público:

I- promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;II- zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevân-

cia pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patri-mônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competên-

cia, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei comple-mentar, mencionada no art. anterior;

* Graduando do 5º ano do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Email: [email protected] MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 21 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007. p.389.

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VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consul-toria jurídica de entidades públicas.

Dentre estas funções as que serão destacadas, no presente texto, são as previstas no inciso I, III e VII, pois estão diretamente ligadas aos interesses diretos dos cidadãos, seja na proteção dos seus direitos do patrimônio público ou na fiscalização das atividades das autoridades policiais.

Assim sendo, diante da ocorrência de um crime, o Estado-acusação (re-presentado pelo Ministério Público) promove a ação penal pública, objetivan-do que o Estado-juiz (representado pelo Poder Judiciário) aplique a punição adequada àquele que transgrediu a norma penal incriminadora, conforme menciona o inciso I do artigo 129 da Constituição Federal de 1988.

Ressalta-se que nem todos os crimes dependem da manifestação do Mi-nistério Público para que se promova a ação penal, pois, em alguns casos, cabe ao particular (cidadão) manifestar ou não seu interesse em promover a ação penal, que, neste caso, será privada.

É importante lembrar que o particular (cidadão) terá o prazo de 6 (seis) meses a partir da data que conheceu a autoria do crime, para manifestar seu interesse em promover a ação penal privada, o que se dará por meio da quei-xa crime ou representação.

Por sua vez, com o objetivo de proteger o patrimônio público e social, o meio ambiente e outros de interesses difusos e coletivos, o Ministério Público, representado pelo Promotor de Justiça, se vale da ação civil pública para res-ponsabilizar àqueles que de alguma forma causaram prejuízo ao patrimônio público, dano ao meio ambiente ou qualquer atividade que fira aos interesses difusos e coletivos, conforme dispõe o inciso III do artigo 129 da Constituição Federal.

Por fim, o inciso VII do artigo 129 da Constituição Federal, dispõe que o Ministério Público exerce o controle externo da atividade policial, cujo objetivo é reprimir abusos de autoridade bem como responsabilizar, junto às Correge-dorias de Polícia, àqueles policiais que, no exercício de suas atividades ou em razão dela, cometeram desvios funcionais.

Com a letra da lei, o doutrinador Júlio Fabbrini Mirabete assim dispõe sobre este controle:

Deverá ser regulada a fiscalização da polícia judiciária, não em todas as suas atividades, pois não se permite pelos dispositivos citados poderes gerais de tutela nem ascendência hierárquica ou disciplinar do ministério público sobre as polícias federal, civil ou militar, mas para se prever mecanismos de controle ‘in genere’ no sentido de assegurar a colheita de elementos seguros, de forma lícita, para a instauração do devido processo legal. Esse controle externo deve se orientar no sentido de se verificar se estão sendo corretamente apurados os fatos materiais e empregados os métodos legais para a sua completa elucidação2.

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Contudo, a partir da Constituição Federal de 1988, a Instituição do Minis-tério Público passou a exercer papel fundamental dentro do contexto nacional, pois ao mesmo tempo em que representa os interesses difusos e coletivos, age como defensor da criança e do adolescente, defensor dos idosos e, sobre-tudo, como fiscal da lei, um verdadeiro depositário natural de tais interesses.

Portanto, à luz do texto constitucional, o Ministério Público é Instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, e uma das principais ferramentas para a promoção da democracia de um povo, legalmente inserido nos direitos do cidadão.

BIBLIOGRAFIA

MIRABETE, Júlio Fabrini. Código de processo penal interpretado. 11 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.

MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 21 ed. São Paulo: Atlas, 2007.

2 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado. 11 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008, p. 88.

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COBRANÇAS INDEVIDAS

Lucimara Cristina dos Santos*

Verifica-se, hoje em dia, as cobranças indevidas, que, por vezes, expõem o consumidor ou a pessoa a situação constrangedora e vexatória, quando, ao tentar auferir crédito, se deparam com seus CPFs incluídos nos órgãos de proteção ao crédito.

Na prática, são três as hipóteses mais frequentes: as cobranças por dé-bitos jamais efetuados pela pessoa; as cobranças por dívidas já quitadas; e, principalmente, cobranças de cheques emitidos há vários anos repassados às empresas de cobrança, as denominadas “factorings” que compram ativos financeiros.

Na primeira hipótese, ao serem vítimas de cobrança totalmente indevida, a solução jurídica será o ajuizamento de uma Ação Declaratória de Inexistên-cia/Inexigibilidade de débito. Caso haja a necessidade da imediata exclusão do nome do rol dos maus pagadores, deverá conter um pedido de tutela an-tecipada para que o Judiciário autorize esta exclusão de imediato, enquanto transcorrer a discussão sobre a legalidade da dívida, podendo ainda ser plei-teados, nesta ação, os danos materiais (desde que comprovados) e danos morais, caso tenham ocorrido, dependendo do caso concreto.

Nas cobranças indevidas por dívidas integralmente quitadas, a medida judicial será a mesma, com a peculiaridade que poderá ser pleiteada, ainda, a devolução em dobro daquilo cobrado indevidamente, conforme artigo 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor.

Na última hipótese, quando ocorre o protesto indevido de cheques, muitas vezes, prescritos, há duas alternativas: ajuizar ação cautelar para a imediata suspensão dos efeitos do protesto, ou ainda, ajuizar a ação de conhecimento competente com pedido de tutela antecipada para a suspensão dos efeitos do protesto.

Tanto na ação cautelar como na principal, faz- se necessário a consigna-ção do valor protestado, devidamente atualizado ou oferecimento de caução idônea, pois, têm entendido os Juízes que, para a concessão da tutela (sustar/ suspender o protesto), é indispensável a prestação de caução, além do que o procedimento encontra-se amparado pela Súmula n°. 16 do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que diz: “Insere-se na discrição do Juiz a exigência de caução e análise de sua idoneidade para sustação de protesto”.

A prescrição do crédito do cheque ocorre em 05 (cinco) anos contados da data em que perder a eficácia executiva, nos moldes do artigo 206, § 5º, inci-so I, do Código Civil, portanto, ao ter o cheque protestado com sua emissão

* Especialista em Direito Processual Civil na Universidade de Ribeirão Preto. Advogada atuante na área da Direito do Consumidor, Cível e Família e no Núcleo de Práticas Jurídicas do Centro Univer-sitário Barão de Mauá.

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há mais de 06 (seis) anos, necessário o ajuizamento da ação declaratória de inexigibilidade de débito, pautada na prescrição do título.

Cumpre ainda informar, que nestas ações o dano moral apenas será de-vido se não houver outra inserção lícita, pois, é sumulado que “Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito de cance-lamento” (Súmula 385 STJ). Portanto, terá direito da exclusão do nome, mas, sem o ressarcimento pelos danos morais sofridos.

Sendo assim, caro leitor, se possuir problemas com cobranças indevidas, é necessária a valia de seus direitos, tendo em vista que a lei põe a salvo a integridade do nome que é considerado hoje direito da personalidade. Con-forme visto, há medidas judiciais para cessar a cobrança e, dependendo do caso concreto, a empresa que irresponsavelmente a realizou estará obrigada no ressarcimento de todos os danos materiais e morais experimentados, tanto nas relações de consumo quanto nas relações civis.

BIBLIOGRAFIA

FILOMENO. José Geraldo Brito. Curso fundamental de Direito do Consu-midor – São Paulo: Atlas, 2007.

NERY JR. Nelson. Código Civil Comentado – 5ª Ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007.

NUNES. Luiz Antonio Rizzatto. Curso de Direito do Consumidor: com exer-cícios. São Paulo: Saraiva, 2004.

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TEORIA DA PERDA DO TEMPO LIVRE

Isadora Garavine Furlan

Diariamente, deparamo-nos com situações em que somos obrigados a utili-zar serviços para a solução de pequenos problemas que, ao final, se tornam gran-des “dores de cabeça”. Esperas demoradas, filas incansáveis e principalmente serviços de telefonia, os chamados call centers, que deveriam conter opções claras e solucionar problemas de maneira rápida e eficaz, mas são, na maioria das vezes, demorados, desperdiçando grande parte do tempo livre dos consumi-dores, que são transferidos repetidas vezes a outros atendentes. Por outro lado, os momentos de lazer e diversão são cada vez mais escassos e, por este motivo, têm ganhado tanto valor que a Justiça vem concedendo indenizações de natu-reza moral a clientes que tiveram uma boa parte de seu tempo livre disperdiçado na tentativa de solucionar questões que exigem maior eficiência das prestadoras de serviços. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo tem decidido no sen-tido de indenizar por dano moral decorrente da perda do tempo livre clientes que realizaram inúmeras tentativas em solucionar sua situação, por considerar que o tempo livre de uma pessoa é um bem cujo valor ultrapassa sua esfera econômica, sendo precioso e irrecuperável. A globalização e consequente massificação dos serviços exigem que estes sejam prestados de maneira mais eficiente, já que as responsabilidades e o trabalho nos ocupam muito mais tempo do que as raras ati-vidades e momentos dedicados à família e amigos. No entanto, importante desta-car que as decisões proferidas, neste sentido, se referem aos casos intoleráveis, em que o consumidor é obrigado a sair de sua rotina na busca pela solução de um problema, e não quando há um mero aborrecimento, de ocorrência comum. Para aplicação da Teoria da Perda do Tempo Livre, para o recebimento de indenização por dano moral, necessita que o consumidor tenha sofrido frustração, irritação e se sinta ignorado pela empresa que lhe presta o serviço em absoluto desrespeito às normas do Código de Defesa do Consumidor.

BIBLIOGRAFIA

GUGLINSKI, Vitor. Danos morais pela perda do tempo útil: uma nova moda-lidade. Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3237, 12 maio 2012. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/21753>. Acesso em: 6 set. 2014.

Apelação cível n° 991.07.053250-5, Décima nova Câmara de Direito Priva-do, Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Relator: Ricardo Negrão, julgado em 23/11/2010.

FERFOGLIA, Iara; CECCATO, Marco Aurélio. Tribunais reforçam a tutela do tempo do consumidor. Migalhas, 18 ago. 2014. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI206056,101048-Tribunais+reforcam+a+tutela+do+tempo+do+consumidor>. Acesso em 07 set. 2014.

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ABUSOS COMETIDOS PELOS SEGUROS DE VIDA

Caroline Totoli Vital

Na sociedade contemporânea, a criminalidade, as imprudências no trânsito e a pouca efetividade da saúde pública fazem parte do cotidiano dos cidadãos. Assim sendo, a busca por meios que possam “garantir” uma vida tranquila e prote-gida aumenta cada vez mais. Nessa senda, pode-se destacar o papel dos planos de seguro de vida, que vem com a promessa de soluções imediatas e seguridade ante aos riscos que a vida em sociedade remete, e ainda àqueles que estão fora do controle do ser humano, como por exemplo, as doenças e tudo que advém.

Manter a família do segurado amparada em um momento de total fragili-dade é o principal objetivo de tais seguros, porém esta finalidade está longe de ser alcançada. A famosa burocracia afasta os beneficiários do que foi pro-metido na apólice, colocando todos os tipos de obstáculos para que o prêmio tão almejado não seja efetivamente entregue.

Parte dessa burocracia envolve a solicitação de vários documentos para efe-tivar o pagamento como, por exemplo, prontuários médicos, declarações assina-das pelo médico assistente, e até exames realizados no tratamento. Estes docu-mentos são extremamente desnecessários tendo em vista que a comprovação de uma morte consiste apenas em sua certidão de óbito e nada além disso. Ante a esta afirmação, o CFM - Conselho Federal de Medicina, em contrapartida ao abuso cometido pelas seguradoras tanto para com os beneficiários quanto para com os médicos dos segurados que veem seu trabalho sendo explorado ao terem de preencher longos formulários, publica a resolução nº 1997/2012 que altera o artigo 77 do Código de Ética Médica, que prevê o seguinte:

É vedado ao médico: Art. 77. Prestar informações a empresas seguradoras sobre as circuns-

tâncias da morte do paciente sob seus cuidados, além das contidas na decla-ração de óbito”

[...] CONSIDERANDO que não há razão jurídica para que as seguradoras e planos de saúde exijam cópia do prontuário médico para pagar benefício ou quaisquer valores aos familiares do paciente falecido, conforme entendimento pacífico do STJ [...].

Entretanto, mesmo com a transformação da atitude em crime ético, as seguradoras continuam com o feito de solicitar tais documentos impossíveis de serem adquiridos, deixando os familiares à deriva, sem qualquer tipo de amparo e ainda com o sentimento de impotência em exigir seus direitos. Este comportamento é extremamente ABUSIVO, mostrando um verdadeiro des-respeito para com os que efetivamente pagaram pela prestação deste serviço. Diante dessa malsinada situação, a única maneira dos beneficiários percebe-rem seus créditos é de forma judicial, o qual os autores instituem uma ação de cobrança em face das referidas seguradoras.

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Recorrer ao socorro judicial é o meio efetivo para o devido cumprimento dos deveres a serem ali requisitados. Além disso, mais uma preocupação a ser analisada, é quanto ao tempo de prescrição para extinção do direito de agir dos beneficiários. Quanto a isso, os autores devem se atentar ao artigo 206 do Código Civil § 1º, II que prevê o seguinte:

Art. 206. Prescreve:§ 1º Em um ano:[...] II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; [...].

Isso significa que, passado-se um ano da data da ocorrência que levou ao acionamento do seguro (data da morte, por exemplo), se os beneficiários não buscarem formas judiciais para perceberem seus créditos quanto as segura-doras, automaticamente, os referidos, perdem o direito de recorrer à justiça para o feito, o que reflete no não pagamento do prêmio desejado.

Diante do exposto, pode-se constatar que todos os cidadãos devem ficar extremamente atentos e, ainda, tirar todas as dúvidas no momento da con-tratação deste serviço para que futuramente possam evitar dores de cabeça.

O intuito deste artigo é informar ao cidadão das formas para fazer valer um DIREITO que, por conta de estar vinculado a um momento frágil, muitas vezes, não é exercido plenamente.

BIBLIOGRAFIA

Aprova o Código de Ética Médica, In: Resolução CFM nº 1997/2012. Disponí-vel em: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2012/1997_2012.pdf, acesso em 11.09.2014.

Seguradora não pode pedir documentos desnecessários para indeni-zação. Disponível em: http://www.espacovital.com.br/consulta/noticia_ler.php?id=22520, acesso em 11.09.2014.

Agora é lei, médico assistente está proibido de preencher formulários de seguradoras. Disponível em: http://www.perito.med.br/2012/08/agora-e--lei-medico-assistente-esta.html, acesso em 11.09.2014.

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PUBLICIDADE ENGANOSA E ABUSIVA NO CÓDIGODE DEFESA DO CONSUMIDOR

Jair Rodrigo Viaboni*

A criação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) visa proteção do consumidor como parte mais frágil nas relações de consumo, ocasionada pela falta de informação dos consumidores quanto aos seus direitos e diante da grande capacidade econômica-política das empresas. Portanto, o CDC busca não somente a proteção de direitos violados, mas também se antecipa à vio-lação, como nos casos da propaganda enganosa.

Ao realizar a propaganda, a empresa cria um vínculo obrigacional com o consumidor, devendo cumprir o prometido, sob penas de multas previstas em lei.

O anúncio de determinada matéria publicitária proporciona ao consumi-dor, ou seja, ao destinatário final do produto, a possibilidade de exigir o anun-ciado, resguardando-lhe a boa-fé, pois, em regra, o consumidor acreditou no que foi proposto e buscará tal produto para a satisfação de sua necessidade. Com o intuito, portanto, de resguardar esta boa-fé o CDC proíbe a publicidade enganosa e abusiva.

Segundo a lei, é enganosa: (...) qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados so-bre produtos e serviços.

E abusiva:(...) dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamen-to e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

Caso muito comum de publicidade enganosa é a diferença de preço entre o anunciado e o preço de venda ou a falta de mercadoria anunciada. No caso de diferença de preço, deve-se notificar durante o pagamento, no caixa, a existência da diferença entre o anunciado e o valor que será pago, para que se faça o abatimento. Caso já se tenha comprado a mercadoria e posterior-mente notado a diferença de preço, deve-se levar a nota fiscal onde adquiriu o produto com o encarte da propaganda, no prazo de até sete dias após a data de compra, para que seja ressarcida a diferença.

Na falta da mercadoria anunciada, caso não tenha sido especificado que a promoção seria válida enquanto durassem os estoques, deverá a empresa vendedora substituir a mercadoria faltante por outra de igual qualidade sem

*Graduando do 3º ano do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Email: [email protected].

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nenhuma cobrança adicional. Vale lembrar que, caso ocorra algum desrespeito ao consumidor, este

que foi desrespeitado deve procurar o PROCON ou ajuizar ação de reparação de danos, procurando um advogado para fazer valer seus direitos.

No caso de pessoas hipossuficientes, ou seja, com pequena renda men-sal que passam por situação financeira a qual não permita pagar à custa pro-cessual e os honorários advocatícios, sem comprometer o seu sustento e da sua família, terá o consumidor direito ao acesso a Justiça por meio da Defen-soria Pública.

BIBLIOGRAFIA

ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação Penal Especial. 7ª edição. Edi-tora Saraiva, 2010.

NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Comentários ao Código de Defesa do Con-sumidor. Editora Saraiva, 5ª edição.São Paulo, 2010.

SANSEVERINO, Paulo de Tarso Vieira. Responsabilidade Civil no Código do Consumidor e a Defesa do Fornecedor. Editora Saraiva, 3ª Ed. 2010.

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ASPECTOS QUE ENVOLVEM A FIXAÇÃO JUDICIAL DE ALIMENTOS

Fernanda Araújo Guedes Cândido

A ação de alimentos está amparada tanto pelo Código Civil como pela Lei nº 5.478/1968. No Código Civil, tem previsão nos artigos 1.694 a 1.710, além da Lei já mencionada, promulgada especialmente para regulamentar a ação de alimentos.

Mas quem pode pleitear alimentos? Os parentes, cônjuges ou compa-nheiros, pais e filhos.

O direito à prestação de alimentos é extensivo aos ascendentes, ou seja, na falta do pai ou da mãe, os filhos necessitados poderão pleitear alimentos em desfavor dos avós maternos ou paternos.

Na fixação dos alimentos, o juiz deverá sempre respeitar a proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. Isso signi-fica que a pessoa obrigada deve prestar alimentos sem que seja prejudicada em sua própria subsistência.

Desde o primeiro momento em que o alimentando ingressa com ação judicial para pleitear alimentos, o juiz pode, e deve, fixar os alimentos provisó-rios, que deverão ser pagos a partir da citação. Os alimentos provisórios são fixados porque servem para o sustento e manutenção de quem os pleiteia e, por ser causa de urgência, não pode aguardar o provimento final para ser fixado, sob pena de causar prejuízos ao sustento, criação e manutenção de quem os pleiteia.

O direito aos alimentos é imprescritível, podendo ser modificado a qual-quer tempo. Assim, se o alimentante modificar sua situação financeira e se deparar com dificuldades em suprir as prestações alimentícias, ele deverá ingressar com ação judicial de revisão de alimentos para diminuir o valor fi-xado, ou requerer a exoneração dos alimentos, no caso de o alimentando ter atingido a maioridade civil, não estar estudando ou exercendo qualquer tipo de atividade laboral.

Da mesma forma, se o alimentando verificar que houve melhoria na si-tuação financeira do alimentante, poderá ingressar com a mesma ação para solicitar a majoração, o aumento da pensão alimentícia.

A partir do momento que a pensão alimentícia for devidamente fixada pelo juiz competente, a obrigação alimentar passa a ser legal. Assim, se a pensão alimentícia não for paga após a fixação do juiz, o alimentando pode se valer da ação de execução de alimentos para cobrar a quantia que não foi paga.

A ação de execução de alimentos possui dois ritos específicos que po-dem ser adotados dependendo do caso concreto: 1) Previsto no artigo 733

Advogada do Núcleo de Práticas Jurídicas do Centro Universitário Barão de Mauá e conciliadora integrante dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) da Comarca de Ribeirão Preto, estado de São Paulo

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do CPC, para a cobrança das três últimas pensões alimentícias e onde a cobrança dos valores ocorre sob pena de prisão do executado; 2) Previsto no artigo 732 do CPC, para a cobrança das demais pensões alimentícias e onde a cobrança dos valores ocorre sob pena de penhora de bens.

BIBLIOGRAFIA

COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2012.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2012.

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* Graduanda do 2º semestre do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Email: [email protected].

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E PRÁTICAS ABUSIVAS

Katia Helena Zerbini Palmeira de Morais*

Em vigor desde 1990, o Código de Defesa do Consumidor demonstra a importância que o sistema jurídico tem nos dado como consumidores nas últimas décadas, fornecendo-nos poderes para exercer com eficiência o papel de fiscais e agentes reguladores do mercado.

Portanto, de acordo com o CDC, o consumidor não será obrigado a com-prar produtos ou serviços, condicionados à aquisição de outro, podendo, as-sim, escolher livremente o que for de seu interesse, ou seja, não será obrigado a submeter-se à vendas casadas para aquisição do produto desejado. Além disso, o fornecedor não poderá limitar a quantidade de produtos que o con-sumidor queira comprar, para mais ou para menos, a não ser num momento de crise de abastecimento para evitar que alguns façam estoques e outros fiquem sem determinado produto. Mas, essa limitação deverá ser fiscalizada por algum órgão de defesa do consumidor.

Também não poderá o fornecedor enviar qualquer produto ou fornecer quaisquer serviços sem sua solicitação prévia, ou mesmo aproveitar da fra-queza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhe-cimento ou condição social, para forçar a compra de produtos ou serviços. Tampouco é permitido ao fornecedor executar serviços sem a prévia elabora-ção de orçamento e autorização do consumidor, sendo que aquele que assim proceder não terá direito a pagamento e os produtos ou serviços prestados serão considerados amostras grátis. Além disso, mediante pronto pagamento, o fornecedor está proibido de recusar a venda de bens ou serviços, exceto nos casos regulados em leis especiais, pois o fornecedor não pode escolher quando e para quem vender. Não poderá também elevar os preços de suas mercadorias ou serviços sem justificativa, ou mesmo aplicar fórmula ou índice de reajuste ilegal ou diferente do que está estipulado no contrato.

O CDC também garante a qualidade, segurança e a eficiência dos pro-dutos e serviços, determinando ao fornecedor a estipulação de um prazo de entrega ou realização dos mesmos, e aplicando normas expedidas por órgãos oficiais competentes para colocar esses produtos ou serviços no mercado.

Além disso, proporciona ao consumidor o equilíbrio contratual, para que o fornecedor não possa utilizar de sua condição de superioridade econômica para causar prejuízos a ele, proibindo o repasse de informação depreciativa acerca de ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos, como, por exemplo, a formulação de queixa nos órgãos de defesa (PROCON) e o ajuizamento de demanda.

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Essas práticas estão expressas no art. 39 do CDC que as denomina de abusivas e, conforme já mencionado, são proibidas sujeitando o fornecedor à sanções. Todavia, para a aplicação da lei, o consumidor deve agir com fiscal das condutas ilegais dos fornecedores, denunciando-as aos órgãos compe-tentes. O que realmente nos falta é o conhecimento das determinações legais para que possamos, de uma maneira mais plena, gozar de nossos direitos e exigir que a lei seja cumprida na sua integridade.

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, João Batista de. Manual de direito do consumidor. Saraiva, São Paulo, 2006.

LAZZARINI, Marilena. Código de defesa do consumidor comentado. Globo Livros, 2001.

MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do direito. Revista dos Tri-bunais, São Paulo, 2005.

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PENSÃO ALIMENTÍCIA: UM DIREITO DOS PAIS

Rubens Albanezi dos Santos3

A pensão alimentícia tem como fundamento o princípio da dignidade da pessoa humana e o da solidariedade social. Baseia-se essa afirmação no fato de ter a obrigação alimentar o objetivo precípuo de suprir as necessidades vitais da pessoa, quando esta não tem condições de prover, pelo seu trabalho, o próprio sustento.

Em regra, a pensão é cobrada dos pais, ou quando estes abandonam o lar, ou, quando o filho nascido é fruto de relação que não a do matrimônio.

O que nem todas as pessoas sabem, todavia, é que, em alguns casos, são os pais quem poderão cobrar dos filhos os alimentos.

Nesse sentido, o atual Código Civil prevê em seu art. 1696, no âmbito do Direito de Família, que “o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos [...]”.

Trata-se do princípio da reciprocidade do direito à prestação de alimentos.Essa prestação será cumprida conforme o disposto no art. 1695 do Códi-

go Civil: “São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento”.

Diante disso, é possível verificar que, ao serem cobrados os alimentos, deverão ser observadas as possibilidades de quem deverá pagá-los. Não fos-se assim, tal cobrança seria contraproducente, uma vez que satisfaria o direito de um em detrimento do sustento de outrem.

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) também prevê um capítulo que ver-sa sobre os alimentos, tratando, nos arts. 11 a 14, da forma como estes deve-rão ser ao idoso prestados, sendo os filhos, em regra, os principais obrigados.

Por fim, cabe mencionar o art. 229 da Constituição Federal, no qual está contido o princípio da solidariedade nas relações familiares. Esse dispositivo embasa o que até agora fora dito quando preceitua: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”.

3 Graduando do 3º ano do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. E-mail: [email protected]

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BIBLIOGRAFIA

CAHALI, Yussef Said. Dos alimentos. 5.ed. São Paulo: Revista dos Tribu-nais, 2006.

DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil, 5º volume: direito de família. 22.ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

VELOSO, Zeno. Código Civil comentado: direito de família, alimentos, bem de família, união estável, tutela e curatela: arts. 1.694 a 1.783, volume XVII; coordenador Álvaro Villaça Azevedo. São Paulo: Atlas, 2003.

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4 Aluno do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá.

O TRANSPORTE COLETIVO URBANO E O INSTITUTO DA PERMISSÃO

Kerton Nascimento e Costa4

O transporte coletivo, no Brasil, remonta o século XIX, sendo que o pri-meiro veículo recebeu o nome de espiral, transportava até duas pessoas e era carregado por escravos. Com a evolução tecnológica, o trabalho braçal não é mais necessário, porém, o transporte coletivo se mostra essencial em uma sociedade que tem cada vez mais afazeres.

Ao Estado, cabe prestar um serviço de transporte coletivo urbano de qualidade e quantidade para atender à população, e, na busca pela melhor efetivação dessa importante obrigação, faz uso do instituto da permissão, ou seja, permite que um particular preste um serviço que é de responsabilidade estatal. Importante frisar que a permissão não exclui a responsabilidade do Estado na regulamentação e fiscalização dos serviços prestados.

A Constituição, em seu artigo 30, inciso V, atribui ao município a compe-tência para “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”.

Como visto no texto da lei, a essencialidade do transporte coletivo urbano confere a este serviço uma importância ímpar. Cabe lembrar que a permissão dada pelo Estado vincula a prestação do serviço público aos princípios da administração pública, e nesse caso ganha destaque o princípio da eficiência, que exige um serviço de boa qualidade, e o princípio da modicidade, que im-põe uma tarifação justa ao serviço prestado.

Diante de notórias queixas dos usuários, parece não haver a união dos mencionados princípios nas permissões do serviço de transporte coletivo ur-bano. A participação ativa do Legislativo e do Executivo municipais na defesa dos usuários, buscando sempre a melhoria no transporte, somado a voz da sociedade, é o caminho mais seguro e eficiente para garantir o pleno exercício da cidadania com a dignidade que lhe é inerente, afinal, todo o poder emana do povo, e por ele deve ser exercido, por meio de seus representantes eleitos.

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BIBLIOGRAFIA

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 25ª edição, São Pau-lo: Editora Malheiros, 2009.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Se-nado Federal, 1988.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12ª edição, São Paulo: Saraiva, 2008.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2010.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 33ª Edi-ção, São Paulo: Editora Malhei

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O BEM IMÓVEL DE FAMÍLIA PODE SER PENHORADO?

Aline Pratali Ribeiro¹Laís Alessandra de Oliveira²

Um dos objetivos da legislação brasileira, principalmente no Direito Civil, é a proteção da família. Nesse sentido, a Lei 8009 de 1990 e o Código Civil regulamentam a impenhorabilidade do bem imóvel de família, que é o prédio destinando a domicílio desta, mesmo para pagamento de dívidas de seu pro-prietário. Dispõe o artigo 1º desta lei: “O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza. Mesmo que contraída pelos cônjuges, pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta Lei.” Parágrafo único: “A impe-nhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.”

Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, possuir mais de um imóvel utilizado como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor va-lor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70, CC. O valor da propriedade que será registrada como bem de família não pode superar um terço do valor total do patrimônio da pessoa.

Essa impenhorabilidade do bem de família, no entanto, tem suas exce-ções.

*Dívida de financiamento imobiliário que permitiu a compra ou a constru-ção da própria residência;

*Dívidas trabalhistas com os empregados domésticos do próprio imóvel;*O proprietário do imóvel deixar de pagar pensão alimentícia aos filhos; *Dívidas tributárias relativas ao próprio imóvel, como IPTU, ITR, taxas,

contribuições de melhorias; *Imóvel é oferecido como garantia de uma dívida, como em uma hipoteca; *Imóvel foi comprado com dinheiro ilícito;*O imóvel do fiador quando ele se compromete a garantir os pagamentos

do inquilino em contrato de aluguel de um bem imóvel destinado a comércio ou residência;

Quanto à penhora de propriedade de luxo, há divergências, uma vez que o valor da propriedade pode tanto quitar a dívida quanto comprar um novo imóvel para a família. Ainda assim, o Superior Tribunal de Justiça derrubou as decisões dos juízes e negou a penhora.

Aluno do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá.

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BIBLIOGRAFIA

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Direito das Coisas. v.5. São Paulo: Saraiva, 2010.

MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro. 21ª. ed., Rio de Janeiro: FORENSE.

TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito Civil. Vol. 4. 2 ed. São Paulo: GEN/Método, 2009.

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Aluno do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá.

A COBRANÇA DE PEDÁGIO FERE O DIREITO DE IR E VIR?

Jefferson da Silva Mattos5

Nossa Constituição Federal de 1988, em seu art. 150, impõe vedações ao poder de tributar do Estado, assegurando determinadas garantias aos ci-dadãos, mas em seu inciso V, autoriza a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público, e o art. 175, por sua vez, autoriza a prestação do serviço público indiretamente, sob a forma de concessão ou permissão, sempre por meio de licitação, sendo, aliás, a regra desde a déca-da de 90, do século passado, pois o Estado está preferindo “terceirizar” seus serviços.

Deve-se ressaltar, contudo, que esta prestação deve ser adequada ao pleno atendimento dos usuários, entendido como aquele “que satisfaz as con-dições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, gene-ralidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas”, nos termos do art. 6º, § 1º, da lei 8987/95. (g. n.)

O dicionário Silveira Bueno define pedágio como: “tributo de passagem por uma ponte ou estrada”, sendo também conhecido como imposto de barreira, devido ao fato de haver uma barreira no meio da estrada, pela qual não se passa sem antes pagar o valor estipulado.

O termo, porém, provém do latim que significa “o direito de por o pé”, “onde se põe o pé” [1], preferindo Aliomar Baleeiro [2] e Sacha Calmon [3] chamá-lo de “ro-dágio” que traduz a imposição pela circulação pela via pública mediante veículos.

Embora não haja “expressa” previsão legal a respeito da necessidade de existir estrada alternativa e gratuita disponível ao usuário, a doutrina mais abalizada entende que sim, como Hely Lopes Meireles [4] que diz que:

No caso particular do pedágio de rodovia, exige-se que a estrada apresente con-dições especiais de tráfego (via-expressa de alta velocidade e segurança), seja bloqueada e ofereça possibilidade de alternativa para o usuário (outra estrada que o conduza livremente ao mesmo destino), embora em condições menos vantajo-sas de tráfego, requisitos considerados indispensáveis pela doutrina rodoviária estrangeira e nacional.

Pelo exposto, que a cobrança de valores exorbitantes e a falta de estrada alternativa e gratuita disponível ao usuário, age como fator limitador ao direi-to de ir e vir constitucionalmente assegurado a nós cidadãos, nos causando verdadeiro embaraço com oneração desproporcional, nos tolhendo o poder de escolha.

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BIBLIOGRAFIA

BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 10ª ed. RJ: Forense, 1991. p. 333.

COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário. 6ª ed. RJ: Forense, 2002. p. 83.

MEIRELLES, Hely Lopes. Pedágio – condições para sua cobrança. Revista dos Tribunais, v. 430, 1971. p. 33-39.

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PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O CASAMENTO E A UNIÃO ESTÁVEL

Kellen Patrícia Rodrigues

A Constituição Federal, em seu artigo 226, define o Casamento e a União

Estável como entidades familiares, protegendo ambos, uma vez que a família é a base da sociedade. No entanto, no que pese a equiparação da União Es-tável ao casamento, tais institutos são diferentes, uma vez que da constituição de um ou outro decorrerão consequências jurídicas diversas, além do próprio texto constitucional estabelecer que a lei deverá facilitar a conversão da união estável em casamento.

O casamento é negócio jurídico, por meio do qual se criam deveres aos cônjuges. É um procedimento solene realizado em cartório devendo ser ob-servadas formalidades para que seja conferido aos nubentes uma certidão que os tornará aptos a se casarem, caso não seja cumprida alguma formali-dade, este poderá ser declarado nulo ou anulável.

Já a União estável se constitui de maneira informal, bastando que se con-figure a finalidade de constituição familiar, não sendo exigido lapso temporal, não modificando o estado civil dos companheiros, que permanecerão soltei-ros. Em decorrência disso, a prova de sua existência é complexa, se dando no plano dos fatos, em contraposição ao casamento por meio do qual existirá uma certidão que o prove.

Contudo, a principal discrepância entre os dois institutos se dará no cam-po do direito sucessório. O cônjuge é herdeiro legal e necessário, cabendo-lhe em todos os regimes, a exceção da separação obrigatória de bens, herdar os bens particulares do cônjuge falecido, ou seja, aqueles bens adquiridos antes do casamento, ou por doação ou herança. Concorrendo este com descenden-tes e ascendentes, sendo-lhe garantido o direito de permanecer no imóvel em que residia o casal.

Em situação diversa, o companheiro herdará apenas os bens adquiridos de forma onerosa na constância da união, concorrendo com ascendentes, descendentes e parentes na linha transversal. Não sendo reconhecido ao companheiro sobrevivente o direito de permanecer no imóvel onde vivia com seu companheiro falecido.

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BIBLIOGRAFIA

CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat. Diferenças: Contrair Casa-mento e constituir União Estável. Disponível em: < http://www.mpce.mp.br/orgaos/CAOCC/dirFamila/artigos/08_contrair.casamento.e.constituir.uniao.estavel.pdf> Acesso em: 10 maio 2014.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 17 ed. São Paulo: Saraiva 2002. v. 5.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 7 ed. São Paulo: Sa-raiva 2013. v. 7.

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DIVÓRCIO: ALTERAÇÕES LEGAIS E MODALIDADES

Jonathan Willy Lopes Ramalho Michelle Toratti Mazarini L. Ramalho

O instituto do divórcio visa dissolver a sociedade conjugal (que são os direitos e deveres recíprocos) e o vínculo matrimonial (que é o casamento considerado válido, sem qualquer nulidade).

Em decorrência das alterações contempladas no ordenamento jurídico, atualmente, o divórcio pode ser feito de forma judicial (por meio do ajuizamen-to de ação própria, buscando sua decretação ao Estado-juiz) ou extrajudicial (diretamente no Cartório, quando presentes alguns requisitos).

O divórcio extrajudicial foi introduzido pela Lei nº 11.441/2007, autorizan-do este ser feito diretamente no Cartório quando não há filhos menores ou incapazes do casal, ocasião em que será lavrada escritura pública, devendo as partes estarem assistidas por advogado.

Quanto ao divórcio judicial (de competência do Poder Judiciário), antes da alteração em questão, se dividia em divórcio direto (que poderia ser re-querido após 2 anos da separação de fato do casal) e em divórcio indireto (que decorria da conversão em divórcio após 1 ano da separação judicial). Porém, a Emenda Constitucional nº 66/2010 retirou do texto legal a exigência do requisito temporal e da prévia separação, permanecendo, nos dias atuais, apenas o divórcio direto.

Assim, não há nada que proíba o divórcio do casal que instituiu o matrimô-nio há alguns dias, não precisando inclusive demonstrar tempo do casamento, motivo do divórcio, etc. Apenas deverá obedecer a forma consensual (que decorre do acordo do homem e da mulher) ou litigiosa (que apenas um do casal quer, sendo que o outro resiste), admitindo-se, também, a discussão de questões sobre guarda dos filhos, alimentos, partilha, utilização do sobreno-me, etc., apenas para fins próprios, sem prejudicar a decretação do divórcio.

Destarte, o fundamento trazido pela anterior existência do requisito de prévia separação se justifica pelas questões morais e religiosas, na base da possibilidade de arrependimento pela separação, caso em que, os cônjuges poderiam voltar ao estado civil anterior por meio de uma simples petição ao juiz. Diferentemente ocorre com os divorciados que, se restabelecerem o ca-samento, terão que fazer novo processo de habilitação, ou seja, poderão se casar novamente.

Aluno do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá.

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BIBLIOGRAFIA

DINIZ, Maria Helena. Manual de Direito Civil – São Paulo: Saraiva, 2011.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6: direito de família – 8ª Ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2011.

NEGRÃO, Theotônio, José Roberto F. Gouvêa e Luis Guilherme Aidar Bon-dioli. Direito Civil – 30 ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.

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IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL, O QUE É, PARA QUE SERVE?

Adriano Romanini de Andrade*

Dispõe a Constituição Federal, artigo 5º, inciso LVIII, que a pessoa civil-mente identificada não deverá ser submetida à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.

Identificar criminalmente alguém consiste em reunir informações acerca de uma pessoa envolvida em uma prática criminosa, com objetivo de se criar uma identidade criminal (registros policiais e folha de antecedentes) para di-ferenciá-la dos demais indivíduos no âmbito penal. Assim, é por meio dessa identificação que se levantam dados válidos e confiáveis das características do provável autor de um ilícito penal, uma vez que dele são extraídas infor-mações peculiares (qualificação, características e sinais físicos, modo de agir, etc.), dentre outras de interesse policial. Os dados são coletados por ocasião da prisão em flagrante ou indiciamento em inquérito policial (ato pelo qual a autoridade policial atribui a alguém a prática de uma infração penal, baseado em indícios de autoria) e, posteriormente, inseridos nos bancos de dados dos Estados, para auxiliar os órgãos policiais e o Poder Judiciário.

Importa mencionar que, em havendo dúvida sobre a identidade da pessoa que está sendo identificada criminalmente, a autoridade policial poderá proce-der à colheita de suas impressões digitais (método datiloscópico) e fotografá-lo.

Contudo, para que não haja prejuízo e constrangimento desnecessários à pessoa, a lei determina, em respeito à norma constitucional, que o processo datiloscópico e o fotográfico somente ocorrerão nas hipóteses arroladas na Lei nº 12.037/2009. São elas: o documento apresentar rasura, haver indício de falsificação, estar mal conservado ou for insuficiente para identificar a pes-soa; o indiciado portar documentos de identidade com informações conflitan-tes entre si; a identificação criminal for essencial às investigações policiais; constar de registros policiais o uso de outros nomes. Afora essas hipóteses, bastará à pessoa apresentar documento de identidade (cédula de identidade ou outro documento público que permita a identificação) para não ser sub-metida à identificação criminal. Ao contrário, haverá desrespeito à garantia constitucional que poderá ser sanado por meio de Hábeas Corpus, uma vez que a pessoa sofrerá violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.

* Graduando do 4º ano do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Email: [email protected].

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BIBLIOGRAFIA

ALFERES, Eduardo Henrique. Novamente a Velha Identificação Criminal. São Paulo: Boletim IBCCrim, nº 17, fev. 2010.

BONFIM, Edílson Mougenot. Curso de Processo Penal. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

CAPEZ, Fernando. Prática Forense. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

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DA GRATUIDADE PARA EMISSÃO DE DOCUMENTOS

Rafael Fernando Ireno Guerreiro ¹

Para que a administração pública preste um bom serviço à população, por vezes, faz-se necessário a cobrança de taxas. Esta cobrança pode ser realizada também quando o cidadão necessita da emissão de seus documen-tos pessoais. Entretanto, a Constituição Federal, determina em seu artigo 5º, inciso LXXVII que “são gratuitos (...) os atos necessários ao exercício da ci-dadania”.

Deste modo, é possível a solicitação de vários documentos, de forma não onerosa. Alguns destes já o são por força de lei; outros podem ser por reque-rimento do solicitante.

A lei 6015/73 e suas posteriores alterações dispõem sobre a gratuidade da emissão da certidão de nascimento: o cidadão se dirige até o Cartório de Registro Civil, levando a documentação do médico e solicita o registro e a respectiva certidão de nascimento, sem custo algum.

De forma análoga, a mesma lei trata da certidão de óbito, devendo ser preenchido o mesmo requisito, ou seja, a apresentação de documentação médica.

A referida lei se aprofunda um pouco , quando em seu artigo 30 , pará-grafos 1º e 2º, rege que, aqueles que se forem declarados pobres por duas testemunhas, ou se auto-declararem, estarão isentos da cobrança das demais vias das certidões.

Para a certidão de casamento, sua não cobrança é prevista no Código Civil (lei 1046/2002), em seu artigo 1512, onde os nubentes devem declarar sua pobreza para o exercício deste direito.

Saindo da seara das certidões, passa-se para breve síntese de documen-tos como a Carteira de Trabalho e Previdência Social, o Titulo de Eleitor e o Certificado de Dispensa de Incorporação. Todos estes já apresentam a não onerosidade como característica na emissão, não sendo necessário nenhum pedido ou comprovação pelo solicitante.

Já para a emissão gratuita do CPF (Cadastro de Pessoa Física), junto à Secretaria da Receita Federal, é necessário o acesso ao site desta e a soli-citação por formulário digital. Há a possibilidade de solicitação em entidades conveniadas, mas a Receita não especifica quais são essas entidades.

No caso da Carteira de Identidade, popularmente conhecido como RG, sua gratuidade dependia de leis estaduais, podendo variar de um ente fede-rativo para outro. Entretanto, após a lei 12687/2012 ser sancionada, tornou-se obrigatório para os Estados a emissão da primeira via da Carteira de Identi-dade de forma gratuita.

Aluno do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá.

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No estado do Rio de Janeiro, existe a lei 3051/98 garante o direito a emis-são de segunda via da Carteira de Identidade em caso de furto ou roubo; lei análoga existe em outros Estados, incluindo São Paulo, onde a instrução consta da página na internet do Poupatempo.

Em São Paulo, existe também a lei 10952/2001, que afirma que desem-pregados, homens com mais de 65 anos e mulheres com mais de 60 anos, possuem direito de solicitar a segunda via gratuitamente.

BIBLIOGRAFIA

LEHFELD, MEZIARA e MOURA et al. Manual dos Direitos do Cidadão. Vo-lume 2. A importância dos registros públicos na vida do cidadão. P 39.Centro Universitário Barão de Mauá. Ribeirão Preto: 2013________Cartórios: saiba qual utilizar. P 58.Centro Universitário Barão de Mauá. Ribeirão Preto: 2013http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9534.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6015compilada.htmhttps://www.receita.fazenda.gov.br/aplicacoes/ssl/atcta/cpf/inscricaopublica/ inscricao.asphttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htmhttp://www.priberam.pt/DLPO/http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoafisica/cpf/perguntasrespostas/ perguntasrespostas.htmhttp://www.jfsp.jus.br/assets/Uploads/administrativo/NUCS/decisoes/2012/120725 cpfgratis.pdfhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12687.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7116.htmhttp://www.alerj.rj.gov.br/http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2001/lei-10952-07.11.2001.html

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7 Disponível em http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627412/paragrafo-2-artigo-982-da-lei-n-5869--de-11-de-janeiro-de-1973 Acesso em 15 maio 2014.

A GRATUIDADE DAS ESCRITURAS PÚBLICAS DE INVENTÁRIO

Camila Teixeira Machado

A gratuidade do ato extrajudicial é um tema bastante delicado, já que o tabelionato de notas atua como empresa privada e visa lucros. Porém, judi-cialmente, as partes poderiam requerer o benefício da assistência judiciária gratuita, sendo assim, este modelo deve ser prolongado à modalidade extra-judicial.

A previsão de que a escritura pública e demais atos notariais serão gra-tuitos àqueles que se declararam pobres sob as penas da lei encontra-se no §2º do artigo 982, do Código de Processo Civil, incluído pela Lei nº 11.965/09.

Art. 982. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e a partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o registro imobiliário. (Redação dada pela Lei nº 11.441, de 2007).§ 2º A escri-tura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que se declararem pobres sob as penas da lei. (Incluído pela Lei nº 11.965, de 2009).

As previsões de isenção de custas estão previstas também na Resolução nº 35 do CNJ, em seus artigos 6º e 7º.

Contudo, o que o necessitado deixará de pagar são as custas, emolumen-tos notariais e registrais para realização do ato, não se confunde a lavratura do ato com a isenção tributária, pois o particular deverá obrigar-se a recolher todos os tributos incidentes sobre o ato, tais como ITCMD e/ou ITBI.

Para proceder-se a realização do ato extrajudicial, as partes deverão ser assistidas por advogado particular de sua confiança, o que não impede a ob-tenção da gratuidade.

Portanto, o necessitado deverá apresentar declaração da sua falta de condição, mas não será exigido pelo tabelião comprovação de miserabilidade, somente com a declaração que as partes não possuem recursos financei-ros para lavrar o ato, o mesmo deverá ser feito sem recolhimentos de taxas, excluindo-se os tributos, pois estes deverão ser recolhidos.

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BIBLIOGRAFIA

CAHALI, F. J. et al. Escrituras públicas: separação, divórcio, inventário e partilha consensuais: análise civil, processual civil, tributária e notarial. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009.

CASSETTARI, C. Separação, divórcio e inventário por escritura pública: teoria e prática. 6. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉ-TODO, 2013.

PINHO, R. R. Separação, divórcio e inventário em cartório: aspectos ju-rídicos e práticos da nova lei 11.441/2007. São Paulo: Quartier Latin, 2008.

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SEGURO DPVAT

Natália Aparecida Lattaro de Castro*

O Seguro DPVAT é um seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores. Esse seguro é pouco conhecido pelos cidadãos, muitos o pagam sem ao menos saber de seus benefícios.

O DPVAT foi criado em 1974 pela Lei 6.194/74, a qual determina que to-dos os proprietários de veículos automotores de via terrestre, sem exceção, paguem-no. A obrigatoriedade do pagamento garante às vítimas de acidentes com veículos o recebimento de indenização, ainda que os responsáveis pelos acidentes não arquem com sua responsabilidade, sendo tais benefícios cus-teados pelo Estado.

O DPVAT é um seguro que indeniza vítimas de acidentes causados por veículos, que têm motor próprio e circulam por terra ou por asfalto. Em caso de acidente, as situações indenizadas são morte, invalidez permanente e re-embolso de despesas médico-hospitalares.

Na indenização por morte, os beneficiários são os herdeiros da vítima, recebendo o valor de R$13.500,00 por vítima (valor válido no ano de 2010), podendo esta ser motorista, passageiros ou pedestres.

Na indenização por invalidez, o beneficiário é a própria vítima do acidente, mas apenas é indenizado se a impossibilidade de reabilitação for atestada em laudo pericial. O Valor da indenização pode chegar até a R$13.500,00 por vítima, variando conforme a gravidade das sequelas e de acordo com a tabela do Seguro de Acidentes Pessoais.

Já nos casos de reembolso de Despesas Médico-Hospitalar (DAMS) o beneficiário também será a própria vítima que poderá receber o valor de até R$ 2.700,00, valor este que irá variar de acordo com a soma das despesas cobertas e devidamente comprovadas, considerando-se, ainda, os limites de-finidos nas tabelas autorizadas pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Conforme informações do site oficial do DPVAT:

(...) nos casos de serem menores de 16 anos (incapazes), a indenização será paga ao representante legal. Se for menor entre 16 e 18 anos (relativamente in-capazes), a indenização será paga ao menos desde que assistido por represen-tante legal. Em caso de tutor, é necessária a apresentação de Alvará Judicial.

Conforme se verifica a partir da análise acima, o DPVAT destina-se ex-clusivamente a cobertura de danos pessoais decorrentes de acidentes com

*Graduanda do 2º semestre do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Email: naty_castro90@hotmailcom.

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veículos automotores terrestres, ocorridos dentro do território nacional, não prevendo a cobertura dos danos materiais, nem tampouco de acidentes fora do país.

BIBLIOGRAFIA

O que é e quem pode usar? In: Seguro DPVAT – Seguro de Danos Pesso-ais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre. Disponível em: http://www.dpvatseguro.com.br/conheca/oquee.asp. Acesso em: 19 out 2010.

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* Advogado. Professor do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Especialista em Direito Público. Mestrando em Direito Processual Coletivo pela Universidade de Ribeirão Preto.* Advogada atuante na área de direito criminal e no Núcleo de Práticas Jurídicas do Centro Univer-sitário Barão de Mauá.

ESCLARECIMENTOS SOBRE INJÚRIA RACIAL E RACISMO

Nathan Castelo Branco de Carvalho*Priscila Aprile*

Com a repetição de episódios de preconceito, a exemplo do caso Grafite, jogador de futebol insultado durante uma partida em razão da cor de sua pele, muita confusão foi feita a respeito do crime cometido por aquele que profere a ofensa racial.

Esses casos são sempre noticiados pela imprensa como racismo, o que nem sempre é correto, dando margem a interpretações errôneas pela socie-dade.

Para esclarecer o equívoco, é importante tratar, em primeiro lugar, do crime de injúria. A injúria é crime contra a honra que consiste em ofender um sujeito, proferindo contra a vítima palavras que atentam contra sua dignidade. E a lei entendeu que quando esta ofensa estiver relacionada com elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem, o crime de injúria merece uma punição mais grave, tornando-se qualificado, sendo prevista uma pena de um a três anos de reclusão, justamente com a finalidade de coibir este tipo de comportamento.

Feitos esses esclarecimentos iniciais, é importante ressaltar que não se confunde esse crime de injúria qualificada pelo preconceito com o delito de racismo, previsto na Lei nº 7.716/89.

Enquanto na injúria preconceito, como visto, o agente atribui qualidade negativa à vítima, no racismo o agente segrega a vítima do convívio social em razão de sua cor, raça etc. Seria exemplo o dono de estabelecimento comer-cial que nega a entrada de cliente em razão de sua cor.

O racismo é crime de gravidade maior, ao qual a lei atribui um tratamento mais duro ao autor. De fato, enquanto o crime de injúria preconceito é pres-critível, afiançável e de ação penal pública condicionada (Lei nº 12.033/09) o racismo é imprescritível, inafiançável e de ação penal pública incondicionada.

E é importante ressaltar as diferenças entre estas duas modalidades de delito, que constantemente são confundidas diante de fatos trazidos pela mí-dia, como o exemplo citado ocorrido com o jogador Grafite, a fim de evitar críticas infundadas pela sociedade.

Isto porque o crime de injúria por preconceito possui um tratamento e uma pena mais branda que o de racismo e, embora possa ocasionar a prisão em flagrante do agente, dificilmente esta pena será mantida ao final do processo, já que a lei prevê a possibilidade de substituição por uma restritiva de direitos.

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Diante da confusão terminológica feita em exemplos como o do caso cita-do, as pessoas passaram a criticar a suposta impunidade do agente que teria ofendido o jogador e foi logo solto, quando, na realidade, ele não cometeu o crime de racismo, que ensejaria prisão mais longa, e sim o de injúria qualifi-cada.

Mas deixando de lado as conceituações dos delitos, nota-se que a socie-dade anseia por um tratamento mais duro contra os autores de crimes que envolvem preconceito.

Mesmo concordando com esse entendimento, concluímos que a atual le-gislação prevê essa diferença mais acentuada de tratamento entre o crime de racismo e de injúria racial, sendo recomendável uma alteração legislativa para conferir uma punição mais severa àquele que pratica delito motivado em preconceito de raça, ainda que com uma mera ofensa, sobretudo, numa sociedade orientada por uma Constituição que, no seu art. 3º, determina que é objetivo do Estado “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

BIBLIOGRAFIA BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, vol. 1, 15ª ed., São Paulo: Saraiva, 2010.

GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal - Parte Geral. 12ª ed., Niterói: Im-petus, 2010.

MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Vol I. 16ª ed., São Pau-lo: Atlas, 2010

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ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO, COMO DETECTAR?

Priscila Botelho Lima*Amanda Botelho Lima*

Diferentemente do que se possa pensar, o assédio moral não é novo. Ele é tão antigo quanto às relações de trabalho, atualmente ele está mais em evidência devido à difusão de conhecimento pelos vários veículos de comu-nicação, divulgando casos levados à Justiça, bem como pelos Sindicatos de Classes.

Segundo Mara Vidigal Darcanchy, o assédio caracteriza-se pela exposi-ção de trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, geralmente em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, que denotam condutas negativas, relações desumanas de longa duração, desestabilizando a relação da vitima com o ambiente de trabalho.

Muitos trabalhadores suportam esse tipo de ofensa – assédio - por medo de perder o emprego ou porque, na grande maioria das vezes, não conhecem seus direitos.

Existem, basicamente, três tipos:

a) Assédio Vertical Descendente:É o mais comum, é aquele que se dá de forma vertical nas relações de

emprego, ou seja, exige uma hierarquia na distribuição de poder, de cima (proprietário, chefes, diretores), para baixo, (subordinados/empregados).

b) Assédio Vertical Ascendente:É mais raro, dá-se de forma vertical, portanto, exige que exista hierarquia,

contudo, desta vez, de baixo (subordinados/empregados) para cima (proprie-tários, chefes, diretores), geralmente é praticado por um grupo de emprega-dos contra a chefia ou em casos excepcionais, quando um único empregado descobre algum segredo do seu superior, que pode lhe causar sérios proble-mas se revelado, e faz exigências utilizando a chantagem como arma para alcançar seu objetivo.

c) Assédio horizontal Paritário:Ocorre de forma horizontal, portanto, não existe diferença de poder de

mando ou decisão. Acontece quando um grupo determinado isola, por qual-quer motivo, um colega de trabalho.

* Graduanda do 2º semestre do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Gestora em Micro e Pequenas Empresas pelo Centro Universitário Barão de Mauá. Especializando em Re-des de Atenção Básica, pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio Libanês. Email: [email protected].* Graduanda do 2º semestre do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Gestora em Micro e Pequenas Empresas pelo Centro Universitário Barão de Mauá. Email: [email protected].

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Não é tarefa fácil comprovar o assédio moral, por se tratar de uma vio-lência psicológica. Embora possa parecer que submeter a pessoa a suportar trabalhos além da sua condição física, de idade, sexo ou formação, seja vio-lência física, na verdade, o cerne da questão reside no fato de se tentar obter o resultado que se sabe impossível sub-julgando o psicológico da vítima, por exemplo, fazer chacota com uma mulher que não suportou carregar o mesmo peso que seu colega de trabalho do sexo oposto, dizendo que se arrependeu de tê-la contratado, que ela não serve para nada, senão, limpar o chão ou coisa parecida.

Isso cria na vítima um sentimento de submissão que a fará se esforçar cada vez mais para tentar agradar o seu superior e isso lhe causará desgaste físico e mental, que se não tratado a tempo, pode lhe trazer sequelas perma-nentes.

Então, é importante se assegurar de guardar todas as provas do assédio, quando forem escritas, ou por meio de e-mail´s, gravações de fita magnética ou testemunhas, quando os ataques forem públicos e verbais, que é o mais comum.

Não sendo possível comprová-lo, o melhor é buscar auxílio profissional de um advogado, Delegacia do Trabalho, Ministério Público do Trabalho ou Sindicato.

Quando comprovado, a vítima pode entrar com uma ação de reparação de danos morais, pleiteando uma indenização.

Devemos estar sempre atentos contra esse mal que nos ronda e atinge trabalhadores de forma invisível, mas que prejudica seriamente a vida dos que são assediados.

BIBLIOGRAFIA

DARCANCHY, Mara Vidigal. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. Revis-ta Justiça do Trabalho. Ano 22, N. 262. Porto Alegre: HS Editora, outubro de 2005.

UNIÃO, Escola Superior do Ministério Publico, Ed.Raiz da Terra Ltda., Ano 2003 ; Assédio Moral no Trabalho: Chega de humilhação! In: Assédio Moral. Disponível em: <http://www.assediomoral.org/>. Acesso em: 19 out 2010

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DESMISTIFICANDO A VELHICE COM AUXÍLIO DA LEI

Claudimilson Bonardi Gonçalves*

Velhice não é doença, ela é apenas uma das fases da vida, mas, até então, ela não era vista por este ângulo, pois, à medida que envelhecemos, sofremos uma série de mudanças que podem nos tornar mais frágeis, neces-sitando de cuidados especiais, ocasionando uma interpretação errônea sobre a verdadeira condição, uma vez que saúde não é ausência de doenças, mas um estado de bem estar biológico, psicológico e até mesmo social. Daí a necessidade de reflexão e revisão dos pré conceitos estabelecidos ao longo dos anos.

Decorrente disso, para garantir os direitos dos idosos, foi instituído pela Lei n.º 10.741, de 1º de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a ses-senta anos, dentre os quais, encontra-se o DIREITO À SAÚDE, que também é assegurado pela Constituição Federal que diz: “Saúde é direito de todos e dever do Estado”. Ademais, haja vista que as leis advêm dos anseios de um povo, com o referido instrumento legal vigente, resta, então, uma preocupa-ção por parte da sociedade com esta parcela da população que cresce a cada dia, justificando-se, assim, a necessidade de salvaguardar e regulamentar os direitos mais importantes e essenciais daqueles que alcançam e ultrapassam a faixa dos 60 anos.

Todavia, não há de se falar em lei sem falar nos direitos e obrigações elencadas por ela, ou seja, faz-se necessário trazer à luz do conhecimento geral todos os seus preceitos. No entanto, para esta ocasião, discorreremos de forma simples e direta sobre os relacionados à saúde.

De um lado, estão os direitos que, conforme determina o Estatuto, é obri-gação do Estado fornecer de forma gratuita aos idosos todos os medicamen-tos, bem como órteses, próteses e demais recursos destinados ao proces-so de restabelecimento de sua saúde. Importante ressaltar que a lei não faz distinção de classe social, uma vez que, segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a grande maioria dos que possuem mais de 60 anos estão classificados como sendo baixa renda, ou seja, apenas uma pequena parcela possui situação econômica privilegiada. Também, ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito à acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral. Os direitos não param por aí, pois, os planos de saúde estão proibidos de fazer reajustes, levando-se em conta a cobrança diferenciada por idade; e no Sistema único de Saúde – SUS, o atendimento, obrigatoriamente, deverá ser preferencial.

* Graduando do 2º semestre do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. Tradutor de inglês. Servidor Público do Município de Ribeirão Preto/SP. Email [email protected].

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Por outro, encontram-se as sanções, ou seja, as penalidades aplicadas àqueles que desobedecem às normas contidas no Estatuto, para garantir o cumprimento da norma, dispondo penalidades que podem variar de seis me-ses e três anos de prisão às famílias que abandonarem idosos em hospitais e casas de saúde ou detenção de seis meses a um ano àqueles que deixarem de prestar assistência a idoso sem justa causa, por exemplo. Contudo, é pre-ciso fazer valer os direitos, buscando informações nas Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social ou até mesmo, através do Ministério Público.

Logo, resta claro que a sociedade está caminhando, evoluindo, oferecen-do uma devida e justa contrapartida, instituindo esta importante conquista da cidadania em nosso País, conferindo mais dignidade àqueles que foram os precursores na luta dos direitos que temos hoje.

BIBLIOGRAFIA

ABREU, H.F; ABREU, A.H. (et al.) (ORG). Comentários sobre o Estatuto do idoso. Secretaria dos Direitos Humanos, 2004.

BRAGA, Pérola Melissa Vianna. O idoso tem direito a receber gratuitamen-te seus medicamentos. Disponível em: http://direitodoidoso.braslink.com/pdf/Artigo_5direitogratuidademedicamentos.pdf. Acesso em: 20 jun. 2010.

MINISTÉRIO DA SAÚDE – Estatuto do Idoso - Série E. Legislação de Saú-de, 1.ª edição, 2.ª reimpressão, Editora MS, Brasília/DF, 2003.

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DIVÓRCIO OU SEPARAÇÃO?

Elisangela Batista da Silva*

O presente artigo irá abordar as mudanças introduzidas nos institutos ci-vis que visam dissolver a sociedade conjugal, em razão da entrada em vigên-cia da Emenda Constitucional n. 66.

Até pouco tempo, para se obter a dissolução da sociedade conjugal, havia a necessidade da ocorrência da separação judicial, que é causa terminativa da união entre o homem e a mulher a qual, todavia, não tem o condão de extingui-la. Essa separação poderia ser feita pela via consensual e litigiosa, exigindo a princípio a propositura de ação judicial para a sua realização. Pos-teriormente, em 2007, foi permitida através de legislação específica, a possi-bilidade da separação judicial consensual administrativa, via cartório, quando o casal não tinha filhos menores ou incapazes, evitando a necessidade de propositura de uma ação com esta finalidade.

O divórcio, por sua vez, é que apresenta a finalidade de extinguir a so-ciedade conjugal, podendo ser direto ou indireto. O divórcio direto exigia a comprovação da separação de fato de dois anos, podendo ser consensual ou litigioso. O divórcio indireto exigia a prévia separação judicial, também, poden-do ser consensual ou litigioso.

O divórcio, portanto, se apresentava de quatro maneiras: a) o divórcio consensual indireto, que autorizava o pedido de conversão da prévia separa-ção judicial consensual ou litigiosa em divórcio, após o transcurso do prazo de 1 ano da separação judicial; b) o divórcio litigioso indireto, quando se tinha a separação judicial há mais de um ano, e havia recusa do outro em consentir com ele, postulando a conversão judicial em divórcio; c) o divórcio direto con-sensual, quando transcorrido 2 anos da separação de fato e as partes con-sentiam com a extinção do casamento; d) divórcio direto litigioso, na mesma situação relatada anteriormente, mas com uma das partes não concordando com a sua ocorrência.

Agora, tudo isso é passado. Com a Emenda Constitucional n. 66 de 2010 foi modificado o artigo 226, §6 da Constituição da República Federativa do Brasil o qual passou a ter a seguinte redação: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”, enquanto o texto anterior à Emenda Constitucional n. 66 de 2010, dizia: “o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio consensual ou litigioso na forma da lei”. (grifo nosso)

Verifica-se que houve duas mudanças significativas:a) O fim da exigência da prévia separação judicial (quer dizer que para o

desfazimento do casamento será as partes poderão requerer diretamente o divórcio);

* Graduanda do 5° Ano Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. E-mail: [email protected].

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b) Extinção do prazo mínimo estipulado para dissolução do vínculo conjugal do casamento (não fazendo qualquer menção à separação de fato do casal).

A partir da promulgação da Emenda Constitucional, há alguns estudiosos do Direito que defendem que desapareceu de nosso sistema o instituto da se-paração judicial, pois toda a legislação que a regulava, teria sido revogada por esse dispositivo constitucional. No entanto, há entendimento que, somente após a revogação expressa da legislação que regulamentava a dissolução do casamento, se vai ter realmente extinto o instituto da separação.

O que importa é que o cidadão tem a oportunidade de fazer o divórcio direto sem muita intervenção do Estado, o que implica na economia proces-sual e na desburocratização do Poder Judiciário. A Emenda Constitucional que deu ensejo à modificação do artigo 226 § 6º da Constituição Federal foi sugerida pelo instituto Brasileiro de Direito de Família, atendendo à antiga reivindicação da sociedade brasileira que trouxe para o nosso ordenamento jurídico uma forma mais viável de facilitar o divórcio e até mesmo de facilitar um novo matrimônio.

BIBLIOGRAFIA

AMARAL. Do Mendonça Maria Sylvia. O fim da separação judicial. Dispo-nível em: http://www.ibdfam.org.br/?artigos&artigo=358> Acesso em 18, abril. 2010, 19:34:15.

AZEVEDO, Álvaro Villaça. Dever de Coabitação: inadimplemento- 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

BRASÍLIA. DF. Serviço De Redação Da Secretária Da Mesa Do Senado Fe-deral. Quadro Comparativo entre a Constituição Federal e a Proposta de Emenda à Constituição nº 28, de 2009 (nº 413, de 2005, na Câmara dos Deputados). Brasília, 2010. Disponível em: http://www.senado.gov.br/sf/ativi-dade/materia/getPDF.asp?t=74839> Acesso em 17, abril. 2010.

GAGLIANO, Pablo Stoze; Filho, Rodolfo Pamplona. O novo Divórcio- São Paulo: Saraiva, 2010.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro/ Direito de Família. 7. Ed. rev. e atual- São Paulo: Saraiva 2010.

LEITE, Eduardo de Oliveira. Monografia Jurídica- 8. Ed. rev. – São Paulo: Editora dos Tribunais, 2008.

MAMEDE, Gladston. Mamede. C. Eduarda. Separação, Divórcio na partilha de bens: simulações empresariais e societárias. São Paulo: Atlas, 2010.

PAULO, Filho Pedro. Paulo, Rangel Castro de A. Guiomar. Divórcio e Sepa-ração - 3ª Ed. Leme, SP: J. H. Misuno, 2008.

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A LEI MARIA DA PENHA E O APARATO PROTECIONISTA À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Maria Auxiliadora Gorita dos Santos*

A Lei 11.340/06, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, criou mecanismos de prevenção e repressão à violência doméstica e familiar contra a mulher, prevendo a atuação articulada dos entes federativos e integração operacional entre o Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, visando garantir ampla proteção na defesa dos direitos da mulher.

Segundo essa lei, configura-se violência doméstica e familiar contra a mu-lher qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

A lei também especifica a figura do agressor, podendo este ser qualquer pessoa com quem a mulher conviva nas dependências de sua residência ou com quem mantenha ou tenha mantido relação íntima de afeto, independen-temente de coabitação.

Além disso, a lei prevê diversas medidas de caráter protetivo à vítima deste tipo de violência, dando-lhe toda assistência e amparo estatal para po-sicionar-se contrariamente a essa ocorrência.

Deste modo, se você mulher sofrer qualquer agressão do gênero acima apresentado, deverá dirigir-se a uma Delegacia de Polícia e registrar Boletim de Ocorrência (BO), relatando a agressão sofrida e manifestar, por oportuno, o interesse em ver seu agressor processado criminalmente.

Uma vez registrado o BO, a Autoridade Policial procederá a investigações com o objetivo de reunir provas da ocorrência do delito, bem como de sua au-toria. Em seguida, serão remetidas ao Ministério Público que poderá oferecer denúncia em face do agressor, ocasião na qual se inicia o processo criminal.

O processo criminal se materializará por meio de uma série de atos co-ordenados, dentro do qual o agressor terá oportunidade de se defender. Ao final, o juiz analisará as provas produzidas e, se o caso, condenará o agressor nas penas do delito praticado, como, por exemplo, em se tratando de lesão corporal de natureza grave (CP, art. 129, § 1º, e incisos), na pena de reclusão de um a cinco anos, sendo-lhe, inclusive, vedada a hipótese de aplicação de pena de entrega de cesta básica ou outras de prestação pecuniária.

Insta registrar que, durante todo este procedimento, a mulher poderá, se o caso, ser amparada por uma série de medidas que têm por objetivo assegurar sua integral proteção, bem como de sua família e testemunhas.

Assim sendo, diante de todo esse arcabouço jurídico, cabem às mulheres lutar pelos direitos e não permitir a ocorrência ou perpetuação da violência no seio da família.

*Graduanda do 4º Ano do Curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá [email protected].

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BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

GOMES, Luiz Flávio, e BIANCHINI, Alice. Aspectos Criminais da Lei de Violência Contra a Mulher. Disponível em www.lfg.com.br, acessado em 18/06/10.

GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume III. 2ª. ed. Niterói: Impe-tus, 2006.

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Alunos do Centro Universitário Barão de Mauá

EXIGÊNCIA DE GARANTIAS PARA ATENDIMENTOMÉDICO-HOSPITALAR

Jéssica Claudino Leal TalãoJulia Vieira de Andrade

Há momentos pelos quais somos pegos desprevenidos como o caso de algum ente querido ou pessoa próxima encontre-se padecido por sintomas de qualquer doença, critica ou não, e o mesmo não possui plano de saúde para ampará-lo. No instante de súbito pânico, é compreensível o transporte da pes-soa que padece de atendimento junto ao Hospital mais próximo, independente da posse ou não de um plano que resguarde a vida do doente.

As fendas que distanciam os direitos primordiais defendidos pela Consti-tuição Federal Brasileira, como o direito a vida, e o sistema de saúde brasileiro tornam-se evidentes a olhos nus logo na entrada do Hospital particular. Os recepcionistas, visando repassar os resultados das ordens que lhes foram atribuídas, informam que para ser possível a internação do paciente, é neces-sário o preenchimento de documentos como notas promissórias, formulários administrativos e demais garantias financeiras. Supondo o caso no qual o paciente esteja com dificuldades de realizar movimentos ou com grande tre-mor nos membros por conta da moléstia, surge a necessidade de questionar: como este poderia satisfazer a burocracia exigida pelo hospital, sendo ele vítima de perda do próprio controle corporal, e garantidor de suas despesas?

Em reconhecimento a emergências com naturezas similares, entrou em vigor, no dia 29 de maio de 2012, uma alteração do art. 135-A do Código Pe-nal: “Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para atendimento médico-hospitalar emergencial”. Sendo assim tipificou-se, a par-tir da data citada, a exigência de quaisquer garantias para internações, sendo tão e, somente, em casos de urgência médica. Em decorrência da novidade, os hospitais particulares devem deixar cartazes e avisos sobre tal direito, a fim de garantir que a lei não seja estranha ou absolutamente desconhecida aos terceiros.

Procurando gerar segurança no quesito saúde, o Legislador garantiu pe-nalidades às instituições de saúde que tentarem de alguma forma burlar a Lei. A nova medida diz que o ato de exigir garantias será punido, na forma de omissão de socorro. Com a Lei 12.653, o Código Penal estipula uma pena de detenção que vai de três meses a um ano aos responsáveis pela prática de atos que colidam com a norma, podendo inclusive haver aumento de pena caso decorram de tais atos lesão corporal de natureza grave ou morte.

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O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou: “Nada pode estar à frente de salvar a vida das pessoas. Estamos dando um passo adiante ao di-zer que a simples exigência de qualquer pagamento ou documento, antes do atendimento, é crime. A assistência ao paciente das emergências é prioridade absoluta”.

Na busca por melhores condições a fim de zelar pela integridade física e moral, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplemen-tar, iniciaram feitos mirando a melhoria permanente do atendimento na saúde privada. Prazos para atendimentos de consulta, exames e cirurgias. As insti-tuições que frustrarem as expectativas estarão sujeitas à pena de multa que pode variar de R$ 80,00 (oitenta reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), tendo em vista o dano causado.

A partir da declaração do Ministro da Saúde, partimos rumo às melhorias, com políticas de bem estar social e de certa forma segurança, pois nada deve ser mais importante que a vida, como em casos que é eminente o risco de morte, que geram a situação onde os meios para salvar uma vida deve supe-rar os meios econômicos. Aos que se questionam que, com tal medida ficará fácil ser atendido em um hospital particular de forma a não garantir nenhuma forma de pagamento, há outras formas de fazer tal cobrança. Após o aten-dimento, os procedimentos burocráticos serão feitos normalmente e, caso o hospital não venha a receber a quantia correspondente aos serviços presta-dos, fará jus do total direito de ingressar com uma ação de cobrança em face do devedor, portanto, tal medida, não favorece de maneira alguma qualquer impunidade, independente de sua natureza.

Medidas dessa natureza quando levadas a sério, nos vislumbram-nos um futuro do Brasil onde o direito à vida e à saúde não passam apenas de bonitas palavras escritas na Constituição da Republica Federativa do Brasil.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Constituição Federal (1998). 9 ed. São Paulo: Rideel, 2011.

BRASIL. Lei Complementar nº 5.889, de 08 de julho de 1973. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 jun. 1973.

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MANIFESTAÇÕES POPULARES:“BLACK BLOC’S” X “CARAS PINTADAS”

João Rafael Mião1

Guilherme Lima Jordão Nahas2

Recentemente, o país foi tomado por inúmeras manifestações populares, principalmente nas grandes metrópoles, onde seus participantes reivindica-vam mudanças no cenário político e externalizavam suas insatisfações. Os protestos eram tantos que interromperam tráfegos em rodovias, impediram o trânsito em avenidas, e os cidadãos que, na maioria das vezes, apoiavam os movimentos, acabaram por recriminar a atuação de alguns “baderneiros” que cerceavam o seu direito de ir e vir e destruíam o patrimônio alheio. Estes são os chamados “Black Bloc’s”, indivíduos mascarados, vestes pretas que, ao invés de lutarem por ideais em prol da coletividade, partiam para bandalhei-ra total, quebrando patrimônio alheio, não expondo opiniões, e sim, expondo agressividade, insanidade, violência, desinteligência, para não dizer ausência total desta.

De fato, o país precisa de inúmeras mudanças na saúde, educação, sa-neamento básico, evolução no cenário político e social, mas nada disso dá o direito ao manifestante de destruir o patrimônio alheio, impedir a circulação de pessoas, ferir a liberdade da parcela da população que, apesar de também pactuar dos mesmos ideais, optaram por continuarem a protagonizar suas próprias vidas sem participarem de qualquer ato em público. É como diz o velho ditado: “O direito de um termina a partir do momento em que começa o direito do outro”.

E esse é o caminho, pois, inúmeros direitos, como os descritos no arti-go 5° da Carta Magna são garantidos constitucionalmente, onde todos têm o direito à manifestação, liberdade de pensamento e opiniões, reunir-se em público, entretanto, existe também, a vedação ao anonimato, a proteção ao patrimônio, à manutenção da ordem, etc. Todos não só podem, como devem se manifestar da maneira que melhor entenderem, porém, para o exercício de um direito não está pressuposta a infração de outro. Inclusive, ao indivíduo deve ser respeitado o direito de se manifestar mascarado ou não, pois desde que pacificamente, as pessoas não só podem como devem protestar da for-ma que escolherem. Agora, a discussão da temática não deve ser em tomo do uso ou não da máscara, e sim da boa fé, da intenção e da passividade do movimento.

1Aluno do 9° Semestre do curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. E-mail: [email protected] do 9° Semestre do curso de Direito do Centro Universitário Barão de Mauá. E-mail: [email protected].

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Há quase 22 anos os brasileiros deram uma verdadeira aula de como lu-tar por algum ideal sem, entretanto, usarem da violência e da insanidade para atingirem os seus objetivos. Este movimento ficou conhecido como, os “caras pintadas”. Composto, em sua maioria, por jovens Estes se vestiam como os “Black Bloc’s”, com roupas pretas, simbolizando luto, porém, pintavam os ros-tos de verde e amarelo, em alusão ao patriotismo. Não usavam da violência, embalados por emblemáticas canções da MPB, lutavam, também, por mudan-ças na cena política da época, e tiveram corno ápice o fatídico dia 25/08/1992, onde 200 mil pessoas se reuniram numa imensa passeata na cidade de São Paulo. Frisa-se, não há registros na história, de violência alguma praticada, nas manifestações da época.

Como a ordem natural das coisas é a evolução dos acontecimentos, e ainda, dificilmente ideias novas surgem, prevalecendo às inspirações em algo que deu certo, ou que se quer aperfeiçoar, as recentes manifestações popu-lares, protagonizadas pela minoria “Black Bloc’s” demonstram um viés das manifestações das “Diretas Já”, dos “caras pintadas, mas será que houve evolução de pensamentos e ações? Será que gozar do direito à liberdade de expressão, livre manifestação de pensamento e opiniões respeitando o seme-lhante não cabe no cenário atual? É apenas desta maneira que a juventude atual, com possibilidades culturais infinitamente maiores do que os indivíduos da década de 90, talvez, “anos luz” à frente das oportunidades que os indiví-duos do final da década de 80 dispunham, consegue se expressar?

Exerçam os direitos constitucionais fundamentais à liberdade de expres-são, livre manifestação de pensamento, de reunião, etc. Entretanto, respon-sabilizem-se pelas opiniões e ações manifestadas, afim de que terceiros não sejam lesados. Evoluam-se! Exerçam seus próprios direitos sem infringirem direitos alheios.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Bra-sil. Brasília, DF: Senado Federal;

DIAS, Luiz Antônio. Política e Participação Juvenil: os “caras-pintadas” e o movimento pelo impeachment. Disponível em: <http://www.historia-gora.com/dmdocuments/poltica_e_participao_juvenil_cp.pdf> Acesso em: 24/04/2014;

SOLANO, Esther e ALCADIPANI Rafael. Violência “Black Bloc” visa cha-mar atenção de um Estado ausente. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.brlfsp/cotidiano/134346-violencia-black-bloc-visa-chamar-atencao--de-um-estado-ausente.shtml> Acesso em: 24/04/2014.

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PERDA DO PODER FAMILIAR E ALIENAÇÃO PARENTAL

Letícia Zorzi

Poder familiar é o poder inerente aos pais em relação aos filhos menores. O Estado é quem fixa as regras para o exercício do poder familiar, fazendo deste um instituto irrenunciável, não podendo os pais transferi-lo a outra pes-soa.

Antigamente era chamado de “pátrio poder”, mas sua nomenclatura mu-dou devido à necessidade de maior alcance deste instituto, pois este deixou de ser absoluto e hoje está vulnerável à perda, suspensão ou extinção. Estas formas de perda do poder familiar podem ocorrer em diferentes momentos e de diversas formas.

A suspensão ocorre por meio de sentença judicial, como consequência de um comportamento abusivo praticado pelos pais, bem como se estes dei-xarem de cumprir com suas obrigações e deveres perante os filhos menores e seus bens. No entanto, não é definitiva, podendo ser reestabelecida a qual-quer tempo. A extinção acontece meio de fatos naturais, de pleno direito ou por decisão judicial. Suas causas podem ser: a morte dos pais ou dos filhos, emancipação, maioridade, adoção ou sentença judicial nos casos de perda do poder familiar.

A perda também é chamada de destituição do poder familiar, é definitiva e a mais grave. O artigo 1638 do Código Civil prevê as possibilidades de per-da, como por exemplo o castigo imoderado, abandono material e intelectual, prática de atos contrários a moral e aos bons costumes e repetição das faltas que causam a suspensão.

A perda do poder familiar é uma das consequências mais graves da alie-nação parental. Esta consiste no ato por meio do qual um dos pais ou respon-sável faz com que a criança ou adolescente desenvolva sentimentos perver-sos como rancor e até mesmo ódio em relação ao outro genitor.

Independentemente de cor, raça, sexo, religião ou classe social, relacio-namentos são complicados e podem acabar. E nem sempre o término de uma relação pode ocorrer de forma amigável. Assim sendo, a pessoa abandonada tenta punir aquela que abandonou o lar transmitindo à criança ou adolescente a mágoa e a raiva advindas com fim da relação.

No início, a alienação pode ocorrer de formar sutil, com o alienador mos-trando fraquezas e defeitos do genitor. A intenção sempre será de desmerecer todas as qualidades do outro. Mas, com o tempo, a alienação pode tomar uma grande proporção, com o alienador quebrando vínculos familiares e afastando até fisicamente a criança ou adolescente da outra parte.

É importante ressaltar que a criança é a parte mais afetada com a alie-nação, pois irá crescer em um ambiente familiar desestruturado, podendo desenvolver desde atitudes agressivas até traumas mais graves, como uma depressão.

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Como forma de punição, o alienador poderá inclusive perder a guarda do filho.

Portanto, o assunto deve ser tratado com muito cuidado e com ajuda de profissionais preparados para diagnosticar a ocorrência de fato da alienação, a fim de que uma preocupação real não seja banalizada.

Não obstante ao exposto, é necessário dizer que o abuso de qualquer direito sobre os filhos menores poderá caracterizar crime, podendo o pai ou mãe responder criminalmente pelos atos praticados.

BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, Rosimeire. Poder familiar. Viajus. Disponível em <http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=2927&idAreaSel=5&seeArt=yes> Acesso em 03 set. 2014.

FRIGATO, Elisa. Poder familiar – conceito, característica, conteúdo, causas de extinção e suspensão. Direitonet. Disponível em <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6447/Poder-Familiar-Conceito-caracteristica-conteudo--causas-de-extincao-e-suspensao> Acesso em 03 set. 2014

STRAZZI, Alessandra Prata. Alienação parental: você pode perder a guar-da do seu filho! Jusbrasil. Disponível em <http://alestrazzi.jusbrasil.com.br/artigos/136147516/alienacao-parental-voce-pode-perder-a-guarda--do-seu-fi lho?utm_campaign=newsletter-daily_20140828_34&utm_medium=email&utm_source=newsletter> Acesso em 03 set. 2014

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* Graduando do primeiro período A do curso de Direito, Centro Universitário Barão de Mauá. Email: [email protected].

DIREITOS DOS IDOSOS: UMA NOVA REALIDADE SOCIAL

Delber de Carvalho Ribeiro*

A população brasileira, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística), envelhece em ritmo acelerado e a legislação brasileira acompanha gradativamente esta nova realidade social, concedendo garantias e direitos a essa classe emergente.

Muito se tem discutido acerca dos direitos conferidos aos idosos e, muitas vezes, não se tem ideia de como as pessoas com idade superior a 60 anos podem valer dessas garantias oferecidas pela lei. Os direitos da pessoa idosa estão estabelecidos no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) que, com efeito, visa ao bem-estar e atender às necessidades desta categoria, dentre outros benefícios, concede:

(...) atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos ór-gãos públicos e privados prestadores de serviços à população (agên-cias bancárias, p.ex.), bem como nas redes de atendimento médico--hospitalar público (SUS); gratuidade na utilização do transporte público coletivo aos idosos com 65 anos completos e desconto de 50% quando o transporte coletivo é privado e de uso interestadual e, quanto ao último, reserva ainda dois assentos para transporte gratuito, desde que o utilitário tenha renda individual igual ou inferior a dois salários--mínimos; gratuidade para remédios de uso continuado (diabetes, hi-pertensão, etc.); concessão de 50% de desconto para ingressar em atividades culturais, de lazer e esporte.

Todavia, o que fazer quando esses direitos são violados ou não são res-peitados pelos serviços prestados em nossa sociedade?

Conforme o art. 6º desse diploma, “caberá a todo cidadão comunicar au-toridade competente por qualquer violação as garantias firmadas em lei” e ao Poder Público, segundo seu art. 52, “fiscalizar o cumprimento efetivo des-sas garantias”. Igualmente, fica ressalvado ao idoso comparecer, por si só ou por meio de pessoa legalmente capacitada, perante o Conselho Municipal (estadual, distrital ou nacional) do Idoso – órgão permanente, composto por representantes do Poder Público e da sociedade civil, responsável por repre-sentar todo tipo de violação aos direitos oferecidos à pessoa idosa junto às autoridades competentes.

Em Ribeirão Preto/SP, esse órgão fica vinculado à Secretaria Municipal de Governo. Restando-lhes, ainda, recorrer ao Ministério Público (MP) para re-clamar a efetivação de seus direitos e, se necessário, incumbirá à Promotoria

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de Justiça acionar o Poder Judiciário para exigir o respeito às garantias e aos direitos conferidos a esses cidadãos.

BIBLIOGRAFIA

MARINS, Vinicius. Apontamentos sobre o Estatuto do Idoso. Jus Navigan-di, Teresina, ano 8, n. 179, 1 jan. 2004. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4619>. Acesso em: 16 mai. 2010.

SIMONE, Ladeira; TERRAZAS, Fernanda Vargas. Idosos e Direitos Huma-nos. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/dados/cartilhas/a_pdf/902_cartilha_cdh_sp_idosos.pdf>. Acesso em: 16 mai. 2010.

IBGE, Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores So-ciais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. População brasileira envelhece em ritmo acelerado. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1272&id_pagina>. Acesso em: 16 jun. 2010.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: ESTATUTO DO IDOSO, banco de dados. Disponível em : <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em 16 mai. 2010.

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Alunos do Centro Universitário Barão de Mauá

DIREITOS E DEVERES DO PROPRIETÁRIO NA HORADA TRANSFERÊNCIA DO VEÍCULO

*Leandro Francisco de Oliveira

De acordo com matéria publicada7 no jornal “O Estado de São Paulo”, no Brasil, a cada cinco pessoas uma possui veículo próprio, segundo os dados do jornal estadão. Com inúmeros veículos rodando pelas ruas, o governo im-põe uma fiscalização rígida por meio do Código de Trânsito Brasileiro que tem a função de educar, conscientizar e até punir aos condutores e proprietário.

A maneira de fiscalizar submete ao DETRAN que regulariza o documento do proprietário informando, devidamente, a venda de seu veículo por meio da atualização do DUT ao novo proprietário, pois assim que este novo dono pos-sa se responsabilizar impostos atuais e infrações possa vir cometer.

Segundo o Artigo 134 do Código de Trânsito Brasileiro,

No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidên-cias até a data da comunicação. (CTB, Art. 134).

O mérito deste artigo é efetuar conscientização do cidadão que, após a venda de seu veículo, é fundamental o protocolo do Documento Único de Transferência (DUT), já com a transferência e os danos do novo proprietário, em cópia autenticada no DETRAN, procedimento este que tem a função de informar a venda e, principalmente identificar o atual proprietário, que terá o prazo de trinta dias para regularizar dos documentos em seu nome.

Por fim, ao entregar o DUT, ao novo proprietário sem antes apresentar uma copia autenticada ao DETRAN, permanecerá o vendedor responsável por todos os transtornos futuros decorrentes de multas, IPVA, licenciamento e crimes de trânsito, pois somente com a comunicação ao DETRAN o antigo dono se isenta de problemas, transferindo o problema ao novo proprietário no caso de sua não transferência, para seu nome, acarretando processos por indenização moral multa e o veiculo bloqueado.

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BIBLIOGRAFIA

1 Seção “Economia & Negócios”, publicado na edição de 14 de abril de 2012. 2 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/2329888/art-134-do-codigo--de-transito-brasileiro-lei-9503-97 - Acessado em 16/05/2012.

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9Bacharel em Administração pelo Centro Universitário Barão de Mauá, Bacharel em Ciência da Informa-ção Documentação e Biblioteconomia pela USP-RP e graduanda do 2º semestre em Direito no Centro Universitário Barão de Mauá. Escrevente no 1º Cartório de Registro Civil de Ribeirão Preto. Agente de Registro para Certificados Digitais Rede ICP-Brasil. E-mail: [email protected].

DIREITO DE ACESSO À SAÚDE PÚBLICA – DE QUEM É ARESPONSABILIDADE?

Ana Claudia Messias Camillo9

Diariamente, os jornais divulgam tristes notícias sobre pessoas que per-dem a vida aguardando atendimento em filas de hospitais, sobre o descaso com a vida humana, corrupção e falta de gerenciamento do dinheiro público. Mas o que assegura o direito do cidadão a ter acesso a serviços públicos de saúde? De quem é a responsabilidade?

A Declaração Universal Dos Direitos Humanos da Organização das Na-ções Unidas, de 10 de dezembro de 1948, na resolução 217, em seu artigo XXV, § 1º diz:

“... Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar..., cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis...” (JUSTIÇA, 2012).

Na Constituição Federal brasileira as leis de número 196 a 200, asse-guram o direito à saúde e sua regulam o serviço de saúde. A rede de saúde privada também é regulada pelo código de defesa do consumidor (MANTO-VANINI E MARTINI, 2006).

O direito à saúde está garantido, em especial, na LEI 196 da Constituição Federal Brasileira publicada em 1988:

“... A saúde é direito de todos e dever do Estado garantido mediante políti-cas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e acesso universal igualitário ás ações e serviços para sua proteção e recuperação...” (SARAIVA, 2012)

Apesar dos problemas que o Brasil tem apresentado, é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de ter um sistema de saúde universal, público e gratuito. O SUS é hoje a única porta aberta na urgência e emergência para 145 milhões de brasileiros. Uma população bem maior é beneficiada com ações de vigilância sanitária como, por exemplo, as campanhas de vacinação (BRASIL, 2012).

Mesmo contando com uma Constituição Federal que garante acesso á saúde pública, o Brasil ainda tem muito para desenvolver porque é um país de grandes abismos sociais. Alguns cidadãos têm acesso a tratamento de última geração e a medicamentos gratuitos, há aqueles que precisam acionar judicialmente o Estado para ter acesso e outros que ficam totalmente excluí-dos: Muitos sequer possuem documentação pessoal básica como Certidão de

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nascimento e Registro Geral (R.G.) e por isso não existem oficialmente para o Estado, nem para estatísticas e muito menos para as os programas gover-namentais de benefícios sociais básicos e essenciais como acesso à saúde.

Portanto, o acesso à saúde no Brasil é um direito de todos que deve ser garantido pelo Estado. Cabe também aos cidadãos ter consciência do seu pa-pel neste Estado democrático em vários momentos: desde a hora de escolher através do voto eleitoral quem representará os interesses da população, no acompanhamento ativo das ações públicas e desempenho de seus eleitos e até mesmo simplesmente não faltando a uma consulta médica agendada, pois este horário improdutivo da equipe de saúde, com certeza fará falta a outro paciente.

BIBLIOGRAFIA

JUSTIÇA, Ministério da. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Dis-ponível em: <:http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_uni-versal.htm>. Acesso em: 08 ago. 2012.

SARAIVA, Editora. Vade Mecum. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 1920 p.MANTOVANINI, Marcelo; MARTINI, Reni Osvaldo. Agência Nacional de Saúde Suplementar: Técnico em Regulação de Saúde Complementar. São Paulo: Apostilas Opção, 2006.

BRASIL, Governo do. Saúde Pública é tema da Campanha da Fraterni-dade. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noti-cia/4328/162/saude-publica-e-tema-da-campanha-da-fraternidade.html>. Acesso em: 08 ago. 2012.

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Alunos do Centro Universitário Barão de Mauá

O EMPREGADO DOMÉSTICO(A) TEM DIREITOS GARANTIDOS POR LEI

Alex Rafael GonçalvesDênio Furlanetti Nasser

A categoria dos trabalhadores domésticos é de vital importância para o mercado de trabalho brasileiro, no entanto ela nem sempre teve o devido re-conhecimento, situação essa que felizmente vem sendo alterada.

Mas quem é considerado empregado doméstico? Considera-se empregado(a) doméstico(a) aquele(a) maior de 16 anos que presta serviços de natureza contínua (frequente, constante) e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Assim, o traço diferencia-dor do emprego doméstico é o caráter não-econômico da atividade exercida no âmbito residencial do(a) empregador(a). Nesses termos, integram a ca-tegoria os(as) seguintes trabalhadores(as): cozinheiro(a), governanta, babá, lavadeira, faxineiro(a), vigia, motorista particular, jardineiro(a), acompanhante de idosos(as), entre outras.

E quais são os direitos desses trabalhadores? A Lei nº 5.859, de 11/12/1972, regulamentada pelo Decreto nº 71.885/73 e alterada por leis im-portantes como a Lei nº 10.208/01 e Lei n.º 11.324/06, dispõe sobre a profis-são do(a) empregado(a) doméstico(a), conceituando e atribuindo-lhe direitos. A Constituição Federal de 1988, por sua vez, concedeu outros direitos sociais aos(as) empregados(as) domésticos(as), no entanto, apesar da evolução os trabalhadores domésticos não gozavam de todos os direitos garantidos aos demais trabalhadores brasileiros.

Situação que foi solucionada de vez com a promulgação da Emenda Cons-titucional n° 72 de 2013, em vigor a partir de 02/04/2013, garantindo à classe dos domésticos os mesmos direitos dos demais trabalhadores brasileiros.

Mas que direitos são esses? Além de todos os direitos que já haviam sido conquistados os empregados domésticos passam a ter os seguintes di-reitos: Jornada de trabalho diária de 8 horas e caso haja hora-extra, o limite é até mais duas horas diárias. O valor da hora-extra deve ser no mínimo 50% superior ao valor da hora normal. Por semana, o limite é de 44 horas. Torna--se obrigatória a contribuição para o FGTS. O empregador deve indenizar o trabalhador em 40% do montante de todos os depósitos realizados durante a vigência do contrato de trabalho, caso faça uma demissão sem justa causa. O salário mínimo passa a ser a base do salário dos empregados domésticos. Não se pode ganhar menos que o mínimo. É crime reter indevidamente o salário do empregado doméstico. Pelo trabalho noturno o empregado passa a receber 50% a mais sobre o valor do trabalho diurno. Direito ao salário-família, seguro-desemprego caso seja demitido e direito ao auxílio-creche.

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Importante ressaltar que a maioria dos direitos passa a valer imediata-mente, no entanto alguns como o recebimento de salário-família, do auxílio--creche, do seguro-desemprego e trabalho noturno ainda precisam da aprova-ção de leis ou de regulamentação para poderem valer.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972. Dispõe sobre a profissão de empregado doméstico e dá outras providências.Congresso promulga hoje emenda sobre trabalho doméstico. Jornal do Sena-do - Brasília, terça-feira, 2 de abril de 2013, p.4.

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Aluno do Centro Universitário Barão de Mauá*Bacharel em Serviço Social pela UNESP/Franca, Graduanda do Curso de Direito do Centro Uni-versitário Barão de Mauá.

DESMISTIFICANDO A ADOÇÃO NO BRASIL

Cristiane Aparecida Ribeiro*

A palavra adotar vem do latim “adoptione” que traduz o sentido de esco-lher, acolher, assumir. O ato da adoção é voluntário. Em nosso contexto bra-sileiro, a adoção sempre foi tratada como um assunto delicado e merecedor das atenções de juízes, promotores, assistentes sociais, e demais autorida-des competentes.

Com o advento do ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8069/1990, e, com a publicação da nova Lei da Adoção, Lei 12010/2009, a idade mínima para o adotante é de 21 (vinte e um) anos. Não importa mais o estado civil do adotante e assim, abre-se a possibilidade da adoção conjunta por casais que se divorciaram, se separaram judicialmente e ex-companhei-ros, desde que concordem com o regime de guarda e demonstrem vínculo com o adotado, além dos solteiros, e pessoas com união estável.

Apesar de a legislação reconhecer como união estável somente aquela havida entre o homem e a mulher, atualmente lidamos com notícias de deci-sões judiciais que superam este entendimento e autoriza a adoção por pesso-as em união homoafetiva.

Para as pessoas que desejam adotar, os procedimentos legais a serem seguidos são:

• Comparecer a uma Vara da Infância e da Juventude portando documen-to RG e comprovante de residência, além daqueles autenticados solicitados como: certidão de casamento ou nascimento e agendar uma entrevista com o setor técnico desta Vara, que tem por finalidade verificar a intencionalidade, motivação e expectativas do adotante;

• São ainda necessários documentos que atestem: a renda mensal, sani-dade física e mental, antecedentes criminais, e idoneidade moral;

• Preencher ficha de triagem que especifica as características da criança/adolescente pretendida (sexo, cor, por ex.).

Na nova Lei da Adoção, notamos então que a atual legislação tenta pre-servar a convivência familiar, mas traz algo inovador no que se refere a ace-lerar todo o processo de busca de uma família para a criança ou adolescente, preservando seus direitos fundamentais dispostos na Constituição Federal de 88 e no ECA.

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BIBLIOGRAFIA

Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 2ª Edição, 1986.BRASIL. Constituição Federal, 1988._______. Código Civil Brasileiro. 2002._______. Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. 1990.CÓDIGO Civil de 1916 LEI 3071/1916. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103251/codigo-civil-de-1916-lei-3071-16>. Acesso em: 09 ago. 2012.COSTA, Nina Rosa do Amaral; ROSSETTI-FERREIRA, Maria Clotilde. Tor-nar-se Pai e Mãe em um Processo de Adoção Tardia. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(3), 425-434.. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prc/v20n3/a10v20n3.pdf>. Acesso em: 06 fev. 2007.

MORAES, Rosalina Rocha Araújo. Adoção no Brasil. Disponível em: <http://www.infoescola.com/sociologia/adocao-no-brasil/>. Acesso em: 09 ago. 2012.LEI 12012/2009. Adoção. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-vil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm>. Acesso em: 09 ago. 2012.

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Alunos do Centro Universitário Barão de Mauá10Bacharel em Ciências da Informação e da Documentação (Biblioteconomia) – USP;Bacharel em Direito - Centro Universitário “Barão de Mauá”;Preposta do Oficial de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica de Ribeirão Preto - SP. E-mail: [email protected] 11Bacharel em Direito - Centro Universitário “Barão de Mauá”;Corretora de Imóveis da Sociedade “Imobiliária Sônia e Ramalho”. E-mail: [email protected]

CARTÓRIOS: SAIBA QUAL UTILIZAR

Sigrid Eduarda da Silva 10 Sônia Aparecida Lopes Ramalho 11

Os serviços dos chamados “cartórios” são muito utilizados pela sociedade brasileira, contudo, as funções de cada um deles são confundidas pelos usu-ários. Atualmente, há seis tipos de cartórios extrajudiciais, sendo subdivididos em quatro espécies de registro e dois tabelionatos.

O primeiro e o mais antigo deles é o TABELIÃO DE NOTAS, o qual tem atribuições de lavrar escritura, procurações, abrir e reconhecer firmas e au-tenticar documentos.

O segundo é o TABELIÃO DE PROTESTO DE LETRAS E TÍTULOS, responsável por apontar e protestar títulos de crédito, como é um cheque não compensado por falta de fundo.

O terceiro, já da área registral, é o OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS, ou seja, registra os principais fatos da vida de uma pessoa, tais como o nascimento, casamento e o óbito. Entretanto, ressalta-se que, somente no Estado de São Paulo, por força de lei, esta natureza car-torária tem possibilidade de executar três serviços que são de competência originária do Tabelião de Notas. A saber: lavratura de procurações, abertura e reconhecimento de firmas e, autenticação de documentos.

O quarto é OFICIAL DE REGISTRO DE IMÓVEIS, órgão que, como o próprio nome define, registra os imóveis e todos os atos relacionados a eles. Pois não basta ter uma escritura correspondente à aquisição de determinado imóvel, se não requerer o registro, não será dono.

O quinto e o sexto cartórios funcionam no mesmo local. O OFICIAL DE REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS responde, comumente, pelos registros dos instrumentos de contratos de financiamentos em geral, atas correspondentes a assembleias de condomínios e cumprimento de notifica-ções. Ao OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DE PESSOA JURÍDICA compete os arquivamentos dos atos das sociedades simples e das entidades sem fins lucrativos, como é caso das associações e das fundações.

Por fim, as atividades, registral e notarial, são delegações públicas, es-senciais à manutenção da paz social e merecem uma maior divulgação de seus serviços e utilidades.

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BIBIOGRAFIA

GARCIA, Rubem. Protesto de Títulos: procedimento - incidentes. São Paulo: Revista Dos Tribunais, 1981.

KONNO, Aline Yumi. Registro de imóveis: teoria e prática. São Paulo: Me-mória Jurídica Editora, 2010.

MAGALHÃES, Luiz. De onde vieram os cartórios?. Jornal Tribuna do Brasil - DF. Disponível em: <http://www.tribunadobrasil.com.br>. Acesso em: 01 fev. 2006.

REZENDE, Afonso Celso Furtado de; CHAVES, Carlos Fernando Brasil. Ta-belionato de Notas e o Notário Perfeito. Campinas, SP: Millennium Editora, 2010.

SANTOS, Reinaldo Velloso dos. Registro civil das pessoas naturais. Porto Alegre, RS: Sergio Antonio Fabris Ed., 2006.

SIVIERO, José Maria. Títulos e Documentos e Pessoa Jurídica: seus re-gistros na prática. São Paulo: edição do autor, 1983.

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Aluno do Centro Universitário Barão de Mauá

O SEGURO DESEMPREGO E SUAS MUDANÇAS

Lilian de Menezes San MartinoMaíra Angélica dos Santos

O seguro desemprego foi criado em 1.986 e está previsto em nossa Cons-tituição Federal, na parte dos Direitos Sociais, no artigo 7º, inciso II. Foi re-gulamentado em 11 de janeiro de 1.990 com a Lei 7.998 (lei do programa do seguro desemprego). Este benefício garante ao trabalhado um auxilio finan-ceiro, contudo, deve somar as seguintes condições:

1- Ter trabalhado na mesma empresa por mais de 6 (seis) meses com carteira assinada;

2- Ser demitido sem justa causa;3- Não ter recebido nenhum beneficio de prestação da Previdência Social,

exceto nos casos de pensão por morte e auxilio acidente.Estima-se que cerca de 6 (seis) milhões de brasileiros são beneficiados

pelo seguro desemprego. O valor deste auxílio financeiro pode variar de acor-do com a faixa salarial e poderá ser pago em até 05 parcelas. O Estado forne-ce este benefício para que o desempregado possa manter uma estabilidade enquanto procura um novo trabalho. Contudo, diante das inúmeras fraudes, já que muitos atuam na informalidade e, ao mesmo tempo, recebem o seguro desemprego, o Ministério do Trabalho e Emprego criou, em 2011, mudan-ças relacionadas à concessão deste benefício. Dentre elas, para que possa ser concedido este beneficio, o desempregado deverá se cadastrar no portal “Mais Emprego”, onde serão cruzados alguns dados de suas qualificações profissionais com uma banca de empregos disponíveis no mercado. Se hou-ver alguma vaga disponível, o desempregado será obrigado a participar da entrevista de emprego, porém, poderá recusar a vaga de emprego mediante uma justificativa. Se esta justificativa for aceita, o desempregado poderá reti-rar o seu seguro desemprego, mas se em algum momento for solicitado uma nova vaga de emprego, ele deverá participar das entrevistas. O Estado admi-te as seguintes justificativas - motivo de doença, salário inferior, qualificação diversa do antigo emprego, choque cultural ou se o desempregado estiver fa-zendo curso de qualificação profissional. Vale lembrar que a recusa das vagas oferecidas sem nenhuma justificativa não dará direito ao seguro desemprego.

Dentre as mudanças citadas, podemos ainda incluir: se em 10(dez) anos o trabalhador for dispensando por 03 (três) vezes do serviço, deverá fazer um curso de qualificação profissional pago pelo governo, para que possa receber o seguro desemprego.

Tais mudanças permitem aos trabalhadores mais opções de empregos e não depender exclusivamente do Estado para manter-se financeiramente.

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Ademais, facilitam a procura de um novo emprego e evita as fraudes que vinham acontecendo.

BIBLIOGRAFIA

Seguro Desemprego – Quem tem Direito. Disponível em: http://segurodesempregopro.com/. Acesso em: 11 ago 2012.Seguro Desemprego – Disponível em: www.portal.mte.gov.br/ Acesso em: 11 ago 2012.Do Programa de Seguro-Desemprego – Lei 7.998 de 11 de Janeiro de 1990.

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Alunos do Centro Universitário Barão de Mauá

REGRAS DE TRÂNSITO EQUIVOCADAS

Adriano Vitor Teodoro*Fátima Monteiro Pimenta*

Algumas pessoas de má fé estão se utilizando da internet para veicular informações falsas de mudanças nas regras de trânsito. Segue e-mail que ilustra a prática desrespeitosa:

“A CNH só poderá ser renovada no máximo 30 dias após o seu venci-mento. Findado este prazo, a CNH será cancelada, automaticamente, e o condutor se sujeitará a prestar os exames de praxe novamente. As mudanças começaram a valer após dia 01/01/2012.”

O DOU publicou em 22/11/2009 uma resolução do CONTRAN, que altera as regras para quem vai tirar a CNH. Entre as mudanças está a carga horária do curso teórico de 30 para 45 h/aula e a do prático, de 15 para 20 h/aula. E mais: retirar com urgência a embalagem de plástico do extintor.”

Tais informações não são verídicas.De acordo com o CONTRAN, “a CNH será renovada durante o prazo

máximo de 30 dias, após o vencimento. Caso contrário, se dirigir, estará co-metendo uma infração gravíssima, cabendo multa, 7 (sete) pontos na carteira, retenção do veículo e recolhimento da mesma. Concluído este prazo, a CNH não será cancelada, automaticamente, e o condutor não será obrigado a pres-tar os exames”.

Quanto aos extintores permanece a fiscalização, verificando os seguintes itens:

• O indicador de pressão não deve estar na faixa vermelha;• Integridade do lacre;• Selo do INMETRO;• Durabilidade da validade e teste hidrostático do extintor de incêndio não

devem estar vencidos;• Aparência geral externa em perfeitas condições ;• Local da instalação do extintor de incêndio.

É importante a conscientização do cidadão sobre fontes seguras de in-formações.

BIBLIOGRAFIA:

• CTB - Código de Trânsito Brasileiro• CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito

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A INEFICÁCIA DAS POLÍTICAS HABITACIONAIS EM RIBEIRÃO PRETO

Katia Helena Zerbini Palmeira de MoraisPatricia Gomes Abreu

Talita Augusta Araújo da Silva

Com a evolução dos direitos coletivos, consagrada com o advento da Constituição Cidadã, a Constituição de 1988, nada mais justo a preocupação do nosso Município em instituir em sua Lei Orgânica responsabilidades peran-te a sociedade.

Uma dessas preocupações vem expressa no artigo 153 do diploma já mencionado, em que é demonstrado o interesse em se melhorar as condições de moradia das coletividades caracterizadas como favelas e erradicar as sub--habitações.

Sendo assim, o Município se compromete em incentivar e apoiar iniciati-vas comunitárias e populares, destinadas a resolver os respectivos problemas habitacionais, além de estimular a autoconstrução, a construção em sistema de mutirão e a criação de cooperativas habitacionais, bem como promover a urbanização das referidas favelas, garantindo também, a gratuidade no forne-cimento de plantas para construção de casas operárias.

O momento e o assunto não poderiam ser mais oportunos, pois após um ano do trágico episódio que chocou a cidade de Ribeirão Preto, onde, cerca de 700 pessoas, integrantes de mais de 230 barracos, que tiveram suas mora-dias e pertences demolidos, ainda aguardam uma iniciativa do poder público. Alguns regressaram para suas cidades de origem, porém os que resolveram ficar, desamparados, ocuparam um antigo campo de futebol, mantendo as-sim a mesma situação anterior, de ocupação irregular, vivendo em condições precárias.

Desta forma, cabe ressaltar, que há expresso na Lei Orgânica de nosso Município um compromisso em promover o bem estar da população carente, assim, para que essas pessoas deixem de residir em lugares, muitas vezes, inabitáveis e tenham uma moradia digna. Por este emotivo, nada mais lógico cobrarmos que esse compromisso seja revertido em realidade por nossos re-presentantes.

Sem desmerecer todo o trabalho que vem sendo realizado nos últimos anos em Ribeirão Preto, ou seja, a urbanização de algumas favelas, seja por iniciativa do poder público, como por esforços de particulares, não podemos fechar os olhos para o grande problema habitacional que assola grande parte de nossa população, espalhadas em mais de 30 favelas de nosso Município.

Certamente que, nos últimos tempos, o povo brasileiro deixa de ser um povo que aceita tudo o que lhe é imposto, para um povo que expressa sua

Alunos do Centro Universitário Barão de Mauá

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opinião e demonstra sua desaprovação por meio de grandes manifestações, como os movimentos Sem Terra, Sem Teto, greves de servidores públicos e privados, e diversos outros tipos de manifestações, que vão desde as Diretas Já, os Caras Pintadas (Impeachment do Collor), até as mais recentes, como a dos caminhoneiros, motoqueiros, CPIs abordando diversos temas, como a do “Mensalão”, pedofilia, entre outras.

É a transição da Ditadura para a Democracia. E a democracia plena ocor-rerá de fato, quando a sociedade, ciente de seus direitos, exercer o seu po-der de voto, ou seja, confirmando a Democracia Participativa que rege nossa Constituição. Portanto, nada mais justo que o conhecimento acerca dos di-reitos e deveres do cidadão deixe de ser apenas privilégio de uma pequena classe.

BIBLIOGRAFIA

Lei Orgânica do Município de Ribeirão PretoConstituição da República Federativa do Brasil de 1988LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011

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DIREITO DO CIDADÃO NA FILA BANCÁRIA

Laura de Paula Spanó12

Tuane Costa Mello13

O usuário dos serviços bancários tem direito a atendimento de qualida-de, com presteza. Não é admissível que uma pessoa fique uma hora na fila de um banco. Toda instituição bancaria, ao celebrar contrato de prestação de serviços com seus clientes, deve contratar pessoa suficiente para o bom atendimento.

Mas isso nunca acontece, e são muitas as pessoas que sofrem com filas longas e demoradas no atendimento das instituições bancárias.

Diante disse, surge a Lei Municipal 13.948/2005 que em seu art. 2º nos diz:

Para os efeitos desta lei, entende-se como tempo hábil para o atendimen-to o prazo de até:

I – 15 (quinze) minutos em dias normais;II – 25 (vinte e cinco) minutos às vésperas e após os feriados prolongados;III – 30 (trinta) minutos nos dias de pagamento dos funcionários públicos

e municipais, estaduais e federais, não podendo ultrapassar esse prazo, em hipótese alguma.

A lei relacionada ao tempo de espera na fila do banco prevê, também, punição para a instituição bancária que desrespeitar o prazo espera.

Somente o cidadão pode fazer a lei ser cumprida através de denúncias fundamentadas e documentadas com base na sua experiência. Desta manei-ra, pode-se fazer valer o seu direito com relação ao tempo de espera na fila do banco.

Aqui vão algumas dicas de ações e atitudes que os cidadãos podem e devem tomar com relação a essa situação que além de “roubarem” o tempo das pessoas ainda deixam estressadas ao passarem momentos difíceis de espera, gastando um tempo enorme na fila do banco, o que muitos fazem várias vezes por semana.

Guardar a senha do atendimento e o comprovante da operação realizada no caixa porque todos os dois contém o horário e pode ser comprovado o ho-rário da sua chegado e do atendimento. Tire xerox dos mesmos e apresente uma queixa junto ao PROCON da sua cidade. Com toda certeza você gastará muito menos tempo no PROCON do que nas filas dos bancos.

Solicite, junto ao Legislativo Municipal, a criação de uma lei que venha beneficiar os cidadãos proporcionando-lhes mais respeito e dignidade na utili-zação dos serviços bancários de qualquer espécie.

12 Aluna do curso de Direito no Centro Universitário Barão de Mauá13 Aluna do curso de Direito no Centro Universitário Barão de Mauá

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O direito do cidadão está assegurado na Constituição Federal, mas cabe ao povo exigir seu cumprimento.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. 25. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 27. Ed. São Paulo: Malheiros, 2006. www.portalmariana.org.br

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GUIA DE ENDEREÇOS ÚTEISNO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO

Câmara Municipal de Ribeirão PretoAvenida Jerônimo Gonçalves, 1.200, CentroF: (16) 3607-4000

CIRETRANAv. Mogiana, 1.701F: (16) 3628-2600

Conselho Municipal da Assistência SocialRua Marcondes Salgado, 1.221, CentroF: (16) 3941-0119

Conselho Municipal da Mulher VitimizadaRua Gonçalves Dias, 299, Vila TibérioF: (16) 3610-1523

Conselho Municipal do Direito da Criança e do AdolescenteRua Barão do Amazonas, 143, CentroF: (16) 3941-01-18

Conselho do Municipal do IdosoRua Flávio Uchoa, 1.180, Campos ElíseosF: (16) 3961-2024 / 3961-2272

CREMESP – Conselho Regional de MedicinaDelegacia de Ribeirão PretoRua Chile, 1.711 6º andar, salas 600, 601 e 603Santa CruzF: (16) 3911-6306

Conselho Tutelar Dos Direitos da Criança e do Adolescente:- Região Centro OesteRua Visconde do Rio Branco, 653, CentroF: (16) 3635-9449 / 0800 7717210- Região NorteRua Pará, 437, SumarezinhoF: (16) 3963-2211 / 0800 7717220- Região SulAvenida Pio XII, 1.015, Vila VirgíniaF: (16)3637-0811 / 08000 7717230

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Defensoria PúblicaRua Alice Além Saadi, 1.256, 1º andarNova RibeirâniaF: (16) 3965-4151

Delegacia de Defesa da MulherRua Piracicaba, 217, Campos ElíseosF: (16) 3610-1770

DIG – Delegacia de Investigações GeraisRua Duque de Caxias, 1.048 , CentroF: (16) 3610-1770

Delegacia Regional do TrabalhoRua Afonso Taranto, 500, Nova RibeirâniaF: (16) 3617-1636

Fórum EstadualRua Alice Aléem Saad, 1.010, Nova RibeirâniaF: (16) 3629-0004

Fórum FederalRua Afonso Taranto, 455, Nova RibeirâniaF: (16) 3629 8000 / 3603 1726

Fórum TrabalhistaRua Afonso Taranto, 105, Nova RibeirâniaF: (16) 3625-3016

INSS – Instituto Nacional de Seguridade SocialRua Amador Bueno, 786, CentroF: (16) 3632-5222

Juizado de MenoresRua Alice Aléem Saad, 950, Nova RibeirâniaF: (16) 3629-0004

Juizado Especial Cível COCRua Abrahão Issa Halack, 980, F: (16) 3603-9800

Juizado Especial Cível Moura LacerdaRua Capitão Salomão, 1.384, Campos ElíseosF: (16) 2101-1010

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Juizado Especial Cìvel UNIPAvenida Carlos Consoni, 10, Jardim Nova AliançaF: 0800 109000

Juizado Especial CriminalRua Alice Aléem Saad, 1.010, Nova RibeirâniaF: (16) 3629-0004Justiça EleitoralRua Cerqueira César, 333, CentroF: (16) 3610-2623

Ministério Público do Estado de São PauloRua Otto Benz, 1.070, Nova RibeirâniaF: (16) 3629-2596

Núcleo de Práticas Jurídicas do Centro Universitário “Barão de Mauá”Rua Aureliano Garcia de Oliveira, 218, Nova Ribeirânia F: (16) 3625-2489

Ordem dos Advogados do Brasil 12ª Subsecção de Ribeirão PretoAv. Cavalheiro Torquato Rizzi, 215, Jardim São LuísF: (16) 3623-0370

Polícia AmbientalAvenida Fábio Barreto, 42, CentroF: (16) 3931-1070

Prefeitura Municipal de Ribeirão PretoPraça Barão do Rio Branco, s/n., CentroF: (16) 3977-9000 / 0800 7719856

POUPATAMPOAvenida Presidente Kennedy, 1.500, Novo Shopping CenterF: 0800 7723633

PROCONRua Minas, 353, Campos Elíseos F: (16) 3636-7391 e 08007723633

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