Amplo - #3

VISÃO AMPLA, FUTURO AMPLO.

REDAÇÃO COMERCIALArthur StabileEditor-chefe de Polí[email protected] [email protected]ís AdornoEditor-chefe [email protected] RudáRepórter de Polí[email protected]

Émerson BiavaDiretor de [email protected]

Marcelo MirandaDiretor de novos negó[email protected] Antonnio BadiaDiretor de [email protected]

EXPEDIENTE

S

5Amplo / Maio 2013

EDITORIALQUE MODERNIZAÇÃONÃO VIRE PRIVATIZAÇÃO Por Arthur Stabile

No último momento, o Governo asse-gurou a aprovação da nova lei para os portos brasileiros. Deputados foram favoráveis a mudança na quinta-feira, dia 16 de maio, data limite para aceitar a medida. Com sua aplicação quase garanti-da – depende de sanção da presidente Dilma –, a lei promete grandes mudanças com apoio da iniciativa privada. Esta será a principal força no desenvolvimento da infraestrutura dos portos brasileiros, sobrecarregados pela demanda e satura-dos em seus recursos. Exemplo do atraso é o Brasil estar entre os primeiros países na lista de exportação de minério de ferro e figura apenas na 35ª posição no envio de containers. Segundo a Firjan, o país passaria para a 17ª posição em três anos com investimentos na estru-tura. Hoje, a espera para liberação de cargas é, em média, de cinco dias e meio no Porto de Santos (SP). Para deixar claro o que vai mudar daqui para frente, a Revista Amplo apresenta a perspectiva de entidades e especialistas sobre o futuro do setor portuário. Entre eles está a própria Firjan, que acredita em ganhos de curto e médio prazo.Esta opinião é compartilhada pelo Centro Nacional de Navegação, o CentroNave. Para o órgão, a abertura que a lei trará ao

Brasil renderá em mais oportunidades de emprego e, consequentemente, de renda.Já a presidenta da Confederação da Agri-cultura e Pecuária no Brasil (CNA), a sena-dora Kátia Abreu (PSD-TO), é mais otimis-ta e considera a lei uma “nova reabertura dos portos” por baratear a administração das unidades portuárias. Mesmo com avanços, a oposição não está satisfeita com a maneira que se deu a aprovação da medida. Deputados do PSDB se mobilizam para criar uma CPI para apurar a atuação do governo.Polêmicas a parte, a lei certamente trará os portos brasileiros à modernidade. Mais investimentos poderão ser vistos rapida-mente após Dilma sancionar a lei – o que, dificilmente, será diferente. Só que é necessário ter bom censo para não deixar o país na mão das empresas administra-doras, ou então é capaz destas con-cessões representarem novo período de privatizações, assim como no governo FHC. Esperamos, daqui dez anos, não com-parar a nova lei dos Portos com a abertura da telefonia nacional, hoje entre as mais ineficientes e caras do mundo.

Uma boa leitura.

EDITORIAL

8 Amplo / Maio 2013

Santa mãe dos pobres

UMÁRIOS10.

Maus tratos a crianças crescem11.

Virada da insegurança12.

Mais um “sim” ao casamento igualitário17.

Pastor enjaulado20.

28. 29. 30.

32. CAPAAs Margens em desenvolvimento

Cuidado com o leite que bebes22.24 horas de incêndio em Duque de Caxias24.

A um passo da clonagem humana26.

IMAGEM DE MAIO cotidiano

FRASESDE MAIO cotidiano

FATOSHISTÓRICOS cotidiano

Amplo / Maio 2013

Amplo entrevista: Nazareno Fonteles 37.

Análise da entrevista: choque de ingenuidade e astúcia39.

Visão de quem não sabia de nada40.

Marina em movimento41.

Holofotes em Dilma42.

Mais um integrante na festa dos ministérios44.

Não existe amor na educação em SP45.

32. CAPAAs Margens em desenvolvimento

31. 48. 49.FRASESDE MAIO política

FATOSHISTÓRICOS política

IMAGEM DE MAIO política

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10 Amplo / Maio 2013

LUÍS ADORNOSÃO PAULO (SP)

Filha de escrava e analfabeta, Francisca de Paula de Jesus, mais conhecida como Nhá Chica, é a primeira beata negra do Brasil. A "mãe dos pobres", como muitos a chamam, recebeu o título pela Igreja Católica do Brasil, no último dia 4 de maio, na cidade de Baependi, interior de Minas Gerais, onde viveu por anos. A cerimônia de beatificação contou com 40 mil devotos. Crianças, adultos e idosos acompanharam.

Leiga, Nhá Chica não pertencia a nenhuma ordem religiosa. Analfabeta, não lia a bíblia, mas levava aos seus próximos amor, carinho e compaixão. Isso resume bem a agora beata, que nasceu em São João Del Rei, também em Minas Gerais, e morreu em Baependi em 14 de

junho de 1895, aos 85 anos. Desde então, os relatos de cura por sua intercessão são vários. Segundo o bispo dom Diamantino de Carvalho, o livro de registro de Nhá Chica tem mais de 20 mil casos relatados como supostos milagres.

Mas um milagre é o cargo chefe desta beat-ificação. Trata-se da cura de uma doença cardíaca congênita, sem a necessidade de cirurgia, da professora Ana Lúcia Meirelles Leite, há 18 anos. Em 1998, o provável milagre foi enviado com Vaticano. Em janeiro de 2011, o então papa, Bento XVI, aprovou as virtudes da religiosa e designou o título de Venerável. Uma comissão, formada por sete médico do Vaticano, em outubro de 2011, reconheceu, por unanim-idade, que a cura não tem explicação científica.

SANTA MÃE DOS POBRESNhá Chica é beatificada e está a um passo de se tornar santa

Foto: divulgação

Fiéis já veneram Nhá Chica

Para se tornar santa, é necessária a comprovação de mais um milagre.

Foto: divulgação

Em referência ao Dia Internacional de Luta contra Maus-tratos a Crianças, datada em 25 de abril, a espanhola Fundação Anar (Ajuda a Crianças e Adolescentes em Risco) elaborou uma campanha public-itária simples, mas efetiva. A ideia consiste em um banner espalhado pelas ruas do país, mas que os adultos veem de uma forma e as crianças, de até 1,35 metro, de outra.Elaborado pelo Grey Group, o cartaz leva uma mensagem de conscientização aos adultos, com a frase "As vezes o maltrato infantil só é visível para a criança que sofre". Já para os menores, a imagem se modifica. O rosto da criança fica machuca-do, a frase acima continua mas há o adendo: "Se alguém está te machucando, ligue para nós e te ajudaremos", acom-panhado do número de telefone.De acordo com recente levantamento do Hospital das Clínicas, de São Paulo, os maus tratos a crianças e adolescentes aumentaram em 36%. Desse total, 75% não chegaram a completar 2 anos de vida. “Metade é menor de um ano, fase na qual a criança ainda não consegue se expressar ou se defender”, disse o pediatra Antônio Carlos Alves Cardoso, que trabalha no Instituto da Criança e no Hospital Auxiliar de Cotoxó, ligado ao HC.Em 60% dos casos, os pais são os agres-sores - sendo a figura da mãe a que mais cometeu o crime. Além dela, o pai, tios,

irmãos, padrastos e madrastas são os agres-sores mais frequentes. O abuso sexual a menores responde por 10% dos casos. "Os meninos são as maiores vítimas da chamada 'síndrome do bebê chacoalhado', porque têm mais cólicas e choram muito", relata o médico.Ainda de acordo com Cardoso, mais de 90% das crianças que sofrem agressão, vão ter sequelas físicas ou psicológicas. "Quanto mais nova for a criança agredida, maior a chance da sequela ser grave", acrescenta e alerta: "60% das vítimas voltarão a ser agre-didas", pontua.Para evitar, basta prestar atenção. Mu-danças repentinas no comportamento dos menores são fortes indícios de que eles podem estar sofrendo algum trauma. "É fundamental ficar atento a essas alterações, como dificuldades de se alimentar e dormir, ou introspecção, timidez e passividade exagerada", arremata o doutor.

Amplo / Maio 2013 11

"Se alguém está te machucando, ligue para nóse te ajudaremos", relata o anúncio aos pequenos

Foto: Fundação Anar

MAUS TRATOS A CRIANÇAS CRESCEME na Europa, fundação cria campanha contraLUÍS ADORNO

SÃO PAULO (SP)

A virada que deveria ser cultural, espalhou medo pela cinza São Paulo


VIRADA DA INSEGURANÇA

A virada que deveria ser cultural, espalhou medo pela cinza São Paulo

VIRADA DA INSEGURANÇA

900 atrações, bebidas alcoólicas, drogas pesadas, arrastões, roubos, esfaqueamentos e brigas desencadearam em duas tragédias. Duas pessoas morreram na Virada Cultural 2013, que ocorreu entre os dias 19 e 20 de maio, no centro da capital paulista. Foi a Virada mais violenta desde a sua primeira edição, em 2005.A maior parte dos crimes se concentrou entre 2h e 5h do domingo. Prefeitura e Polícia Militar admitiram o recorde de violência na edição deste ano. De acordo com eles, isso se deve ao "aumento da quantidade de pessoas dispostas a roubar". Policiais, no entanto, foram acusados de fazerem vista grossa. "A PM tem expertise em policiamento de multidões. O comporta-mento dos protagonistas dos roubos, contudo, transcende qualquer planejamento", defendeu o coronel Reinaldo Simões Rossi, comandante da PM.

Respeito é pra quem tem - "Olha que multidão, olha que exército. Por mais que a gente esteja em mil-hares, não pode faltar ninguém na volta. A falta de um é a falta de mil-hões", assim começou um discurso pacificador, Mano Brown, líder do Racionais MC's.

Para ser exato, foram 4 milhões de pessoas concentradas no centro. "Diante de uma multidão, o tumulto causado por policiais correndo atrás do ladrão pode ser pior do que o roubo em si. Há procedimentos a serem seguidos para evitar problemas mais sérios", justificou o coronel.De acordo com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), "isso não pode servir de nenhum tipo de intimidação. Ao contrário. Vamos expandir a cultura em São Paulo. É com mais cultura que isso deixará de acontecer", afirmou em coleti-va de imprensa pós-evento. "Penso que a Virada cumpriu com a missão principal, que é a de justamente promover a diversi-dade e o respeito entre as várias represen-tações artísticas", concluiu.


Em referência ao Dia Internacional de Luta contra Maus-tratos a Crianças, datada em 25 de abril, a espanhola Fundação Anar (Ajuda a Crianças e Adolescentes em Risco) elaborou uma campanha public-itária simples, mas efetiva. A ideia consiste em um banner espalhado pelas ruas do país, mas que os adultos veem de uma forma e as crianças, de até 1,35 metro, de outra.Elaborado pelo Grey Group, o cartaz leva uma mensagem de conscientização aos adultos, com a frase "As vezes o maltrato infantil só é visível para a criança que sofre". Já para os menores, a imagem se modifica. O rosto da criança fica machuca-do, a frase acima continua mas há o adendo: "Se alguém está te machucando, ligue para nós e te ajudaremos", acom-panhado do número de telefone.De acordo com recente levantamento do Hospital das Clínicas, de São Paulo, os maus tratos a crianças e adolescentes aumentaram em 36%. Desse total, 75% não chegaram a completar 2 anos de vida. “Metade é menor de um ano, fase na qual a criança ainda não consegue se expressar ou se defender”, disse o pediatra Antônio Carlos Alves Cardoso, que trabalha no Instituto da Criança e no Hospital Auxiliar de Cotoxó, ligado ao HC.Em 60% dos casos, os pais são os agres-sores - sendo a figura da mãe a que mais cometeu o crime. Além dela, o pai, tios,

Mano Brown finalizou falando:

"Eu acho que o que eu vi ontem no centro está longe de uma evolução. O rap precisa de gente de caráter, não de malandrão. Ok, chapa hall?! Obrigado", arrema-tou.

"Estive ontem de noite aqui, na madruga-da, e eu vi muita covardia nas ruas do centro. Todo mundo fala da polícia, todo mundo fala do sistema, mas vi vários malandros ramelando (sic) ontem no centro. Se roubando, se saqueando, se agredindo, se desrespeitando.", afirmou ao som de muitos aplausos.E aí veio a história que ganhou destaque na mídia no restante do mês. O tal tênis de R$ 900. "Eu vi 10 manos roubarem um Mizuno dum moleque. Tudo com a mesma cara, vestido parecido... os malandrões roubaram o Mizuno do moleque, que vai voltar pra quebrada dele mais pobre. Aquela porra daquele Mizuno é 900 pau (sic). R$ 900, R$ 900...", refletiu.

E emendou: "Quem ganha R$ 900 por mês aí, levanta a mão", interagiu com a plateia. A Praça Júlio Prestes praticamente ficou em silêncio. "Quem não ganha porra nenhuma, levanta a mão aí", e parecia que já havia saído gol na final do campeonato Paulista, que acontecera no mesmo dia. Logo depois, boquiaberto, Brown questionou: "99 tá desempregado ou vocês tão zoando com a minha cara?". Após receber a resposta do público, soltou um sonoro e dolorido "puta que pariu! Me arrependi de perguntar".E aí veio a crítica, do Mano, o macaco velho: "será que o mundão tá acelerado e o ensina-mento que nós recebemos é do século XIX? Tiradentes tinha um projeto de liberdade para o Brasil, mas não tinha um projeto de liberdade para os pretos", afirmou e foi mais uma vez aplaudidíssimo.

Foto: José Cruz / Agência Brasil

15Amplo / Maio 2013


Respeito é para quem tem mesmo? - Mano Brown, foi superaplaudi-do. Era possível ver o brilho nos olhos de quem estava ali pela a atração cultural em si. Pelas músicas do grupo. Mas o que se viu, logo após o sermão do cantor, isso sim, Mano, está longe de uma evolução. Em uma área lateral, de cerca de 200 metros, dois grupos de gangues estava prontos para arrumar confusão.Cada gangue continha de 5 a 10 pessoas, que se identificam como homens, para roubar, saquear e brigar com moleques. Quem estava sozinho era alvo. A reportagem da Amplo estava no evento. E decidiu não ficar na área destinada à imprensa, mas sim no público, ver como seria na realidade.

Em duas músicas, só naqueles 200 metros, foram dois mini-arrastões, duas brigas e três conflitos. Sempre com as mesmas pessoas envolvidas. A tática estava na cara: um encara-va e pedia o celular.

Se o moleque recusasse, outro dava um ma-ta-leão, outros 2 batiam e tinha uma pessoa para vasculhar cada bolso da calça da vítima. Covardia.E isso depois de tudo o que o Brown falou. Perspectiva de futuro - "Vejo como possibilidades de melhorar a programação e concentrá-la, durante as madrugadas, em locais mais seguros, evitando qualquer área de insegurança", afirmou ao jornal O Estado de São Paulo o secretário municipal de cultu-ra, Juca Ferreira."Eu vi muita gente popular na Daniela Mercu-ry, no Fagner. Essa turma que vem da perife-ria vem para participar da festa. Quem vem para aprontar não quer saber da pro-gramação", complementou.Contudo, Haddad afirmou na coletiva de encerramento que "sem sombra de dúvida, a cultura ganhou e ganhou muito. Uma das melhores Viradas da história de São Paulo".

Foto: Fábio Arantes / SECOMRacionais Mc's, principal show da virada, tentou dar lição de moral

17Amplo / Abril 2013

BRUNA BRASILSÃO PAULO (SP)

O mês de maio de 2013 ficará marcado para aqueles que defendem a união homoafetiva. Além de tradicionalmente ser o ‘mês das noivas’, maio passou a ser mais um marco no avanço da aceitação do casamento gay no Brasil. Desde o último dia 16, os cartórios passaram a ser obrigados a realizar a cele-bração de casamento civil ou conversão de uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo em matrimônio legal.Antes, apenas 12 estados e o Distrito Federal eram autorizados a realizar a celebração e, a partir de agora, pessoas do mesmo sexo vão poder gozar dos mesmos direitos legais que casais heterossexuais. A medida foi aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), após o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joa-quim Barbosa, apresentar a proposta.Os casais homossexuais que se casarem judi-cialmente, como prevê a medida, podem adotar o sobrenome um do outro, adotar filhos, optar pela divisão comum de bens e igualar o direito sobre herança dos outros membros da família do parceiro, como cônjuge reconhecido pelo Código Civil.No entanto, a decisão pré-determina um proje-to que ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional. O casamento igualitário ainda é um tema que não teve o “sim” oficial e, por isso, não há nada prescrito na legislação sobre o veto à recusa na realização de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

MAIS UM “SIM” AO CASAMENTO IGUALITÁRIO

Foto: Divulgação

Por não existir uma lei na constituição bra-sileira, os cartórios ainda podem se negar a realizar a cerimônia. Porém, a decisão do CNJ prevê que o juiz que se recusou a oficializar o casamento seja submetido às “providências cabíveis” determinadas pelo juiz corregedor.Suspensão da medida – À espera de uma decisão do Congresso, o CNJ “ativou” a medida e levantou uma “briga” entre o poder Legislativo e o Judiciário. “Vamos exigir aprovação de nova lei pelo Congresso Nacio-nal para dar eficácia à decisão que se tomou no Supremo? É um contrassenso”, opina Bar-bosa, relator da proposta.O Partido Social Cristão (PSC), do deputado federal Marco Feliciano, tenta suspender a medida, alegando que o voto final deve ser do supremo. Contudo, o ministro do STF, Luiz Fux, negou o pedido e alegou que "é inelutável a sua competência [do CNJ] para regular tais assuntos”.Dois anos com uniões reconhecidas por lei – Cerca de 1,5 mil casais homossexuais registr-aram suas uniões, em todo o Brasil, desde maio de 2011, quando a união estável entre homossexuais passou a ser reconhecida pelos cartórios.De acordo com estudos da Associação de Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR), divulgados ao site ‘G1’ no início deste mês, São Paulo foi o estado com maior número de registro de uniões homoafetivas, com 407, seguido pelo Rio de Janeiro que registrou 336 “casórios” entre pessoas do mesmo sexo. Segundo o estudo, muitos cartórios se recusavam a realizar o registro das uniões deste tipo por preconceito e pela falta de lei que determine a obrigatoriedade.

18 Amplo / Abril 2013

19Amplo / Maio 2013

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Foto: divulgação

LUÍS ADORNOSÃO PAULO (SP)Há cerca de um ano, o pastor evangélico Marcos Pereira, 56, da Assembléia de Deus dos Últimos Dias, é investigado por quatro homicídios, lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro, onde vive. Mas no dia 7 de maio, Pereira foi preso por dois mandatos expedidos pela Justiça que o acusam de estuprar duas mulheres, além de ser condenado por coação no curso do pro-cesso (ameaçou uma testemunha que o acusa). Ambas são fiéis da igreja que o pastor atua.

Uma das denunciantes de estupro é a ex-mul-her do pastor. A segunda contou à polícia que foi abusada dos 14 aos 22 anos.

Segundo o delegado da Delegacia Especial de Combate às Drogas (DCOD), Márcio Men-donça, o evangélico é investigado por outros quatro supostos abusos sexuais, que também envolvem fiéis da Assembléia de Deus. Dentre essas quatro, está Ana Madureira, a atual esposa do acusado.

Madureira, um dia após seu marido ser preso, divulgou um vídeo no Youtube negan-do ter sido estuprada. "Eu quero dizer que isso é mentira. E eu já estou cansada dessa galhofada da mídia", afirmou enfática. E acrescentou: "A dona mídia precisa também conhecer Jesus para aprender o caminho do céu", disparou.

PASTOR ENJAULADOMarcos Pereira é preso por estupro e evangélicos pedem sua liberdade

Foto: divulgação

Foto: divulgaçãoPastor agoraora para sair

Foto: divulgação

Marcos, inicialmente, estava preso na sede da DCOD, no Andaraí, zona norte do Rio de Janeiro. Já no dia posterior, foi transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, também no Rio. De acordo com o delegado, por não ter formação superior, Pereira está em cela comum.

Habeas corpus - No dia 27 deste mês, o juiz da 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, Richard Robert Fairclough, indeferiu o pedido de liberdade provisória feito pela defesa do pastor. O religioso ainda é investigado em outro inquérito da DCOD da Polícia Civil pelos crimes de associação ao tráfico, lavagem de dinheiro e quatro homicídios. Marcos Pereira nega todas as acusações e a defesa do pastor diz que ele é alvo de perseguição religiosa.

Marcos x Jesus? - Após a prisão do pastor, o site da igreja publicou uma nota em que Marcos Pereira é comparado a Jesus Cristo

e outros profetas. "A Bíblia ensina que não há evangelho sem perseguição. Daniel, Paulo, Pedro, Thiago, João Batista, o próprio Jesus e outros profetas foram presos, caluniados, não tiveram chance de uma ampla defesa sendo condenados por poderosos perseguidores políticos. (...) Foi através de uma prisão injusta que Deus colocou o plano de salvação, pelo amor e pelo perdão, em prática. Foi através de uma prisão injusta que a mensagem do cristian-ismo se espalhou pelo mundo", relata a nota.

Fiéis defendem - Na Marcha para Jesus, realizada no último dia 25, havia faixas espalhadas pela Cinelândia, no Rio, que exigiam a libertação imediata do pastor. Os organizadores do evento registraram 300 mil pessoas no local.

21Amplo / Maio 2013

Foto: DivulgaçãoEvangélicos pedem a libertação de Marcos



Cinco empresas de transporte de leite adul-teraram o produto no início deste mês, no Rio Grande do Sul. O Ministério Público gaúcho, desde então, desencadeou a operação 'Leite Compensado', com o cumprimento de nove mandatos de prisão e treze mandatos de busca e apreensão nas cidades de Ibirupá, Guaporé e Horizontina. A ação constatou que uma das formas de fraude identificadas é a da adição de uma substância semelhante à ureia, e que tem formol em sua composição, na proporção de 1 kg deste produto para 90 litros de água e mil litros de leite.

Na casa de um empresário que está sendo investigado, mas não teve o pedido de prisão decretado pela Justiça, a equipe do Ministério Público encontrou uma fórmula usada para adulterar o leite. Nela, continha sal, água, bicarbonato, açúcar e ureio. "Essa receita com certeza era usada para adulterar o leite. Era uma variação, uma receita nova, mas podemos afirmar que servia para adulterar o leite", disse o promotor do caso, Mauro Rock-enbach.

Segundo o Ministério Público do RS, a falsifi-cação foi comprovada por meio de análises químicas do leite cru. Foi possível identificar a presença do formol, que mesmo depois dos processos de pasteurização, persiste no pro-duto final. Com o aumento do volume do leite transportado, os "leiteiros" lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média 0,95 real por litro. As empresas investigadas transportaram aproxi-madamente 100 milhões de litros de leite entre abril de 2012 e maio de 2013. Desse montante, estima-se que 1 milhão de quilos de ureia contendo formol tenham sido adi-cionados.

"Apuramos alguns produtos químicos que estavam no local, notas fiscais que compro-vam a aquisição de ureia. Inclusive achamos rascunhado a própria fórmula da fraude que vem circulando em outras regiões do estado. Foi apreendido nos fundos da residência", acrescentou o promotor Alcindo Luz Bastos Silva Filho.

CUIDADO COM O LEITE QUE BEBESQuatro empresas têm seus leites adulterados com sal, água, bicarbonato, açúcar e ureio

Foto: divulgação

Foto: divulgação

Foto: divulgaçãoLeites adulterados no RS

23Amplo / Maio 2013

A adulteração consiste no crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios, previsto no artigo 272 do Código Penal, informa o Ministério Público gaúcho em seu site. A sim-ples adição de água, com o objetivo de aumen-tar o volume, acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia - produto que contém formol em sua composição - e é considerado cancerígeno pela Agência Interna-cional para Pesquisa sobre Câncer e pela Orga-nização Mundial de Saúde (OMS).

Italac Integral (Lotes L05KM3, L13KM3, L18KM3, L22KM4 e L23KM1)

Italac Semidesnatado L12KM1)Bom Gosto/Líder UHT Integral (lote TAP1MB)

Mumu UHT Integral (lote 3ARC)Latvida UHT Desnatado (Registro 37/661)

Latvida UHT Semidesnatado (Registro 48/661)Latvida UHT Integral (Registro 36/661)]

Latvida Semidesnatado (Registro 48/661)Latvida Integral (Registro 24/661)

Foto: divulgação - Receita apreendida, queprova a adulteração dos leites

Foto: amarildo.com.br

Confira os lotes que apresentaram adulteração:

Foto: divulgaçãoLeites adulterados no RS

24 horas de incêndio em Duque de Caxias

Chamas consumiram um quarteirão do bairro Jardim Primavera, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no último dia 23. Foram quase 24 horas em combate ao incêndio que iniciou após explosões no depósito de com-bustíveis e lubrificantes da empresa Petro-gold. O fogo se alastrou, interditou cem casas e matou um funcionário da companhia.O trabalho do Corpo de Bombeiros teve que ser rápido. Ao redor do depósito, centenas de casas estavam praticamente dentro da “bom-ba-relógio” que se formou com o fogo que consumia o combustível distribuído pela em-presa. À distância, as labaredas mostravam a dimensão do incidente.

As famílias que ali residiam saíram sem danos físicos. Porém, o empregado Gelson da Silva Corrêa, que estava na empresa quando houve a explosão, teve 90% do corpo quei-mado e não resistiu aos ferimentos.Quatro quarteirões foram isolados até que o incêndio fosse contido. Os bombeiros resfri-aram a região e combateram o fogo aos poucos. Algumas das residências da região perderam as condições de moradia devido aos danos causados pelo calor das chamas e as demais receberam seus moradores nova-mente após longas horas sob altas tempera-turas.

Italac Integral (Lotes L05KM3, L13KM3, L18KM3, L22KM4 e L23KM1)

Italac Semidesnatado L12KM1)Bom Gosto/Líder UHT Integral (lote TAP1MB)

Mumu UHT Integral (lote 3ARC)Latvida UHT Desnatado (Registro 37/661)

Latvida UHT Semidesnatado (Registro 48/661)Latvida UHT Integral (Registro 36/661)]

Latvida Semidesnatado (Registro 48/661)Latvida Integral (Registro 24/661)

Confira os lotes que apresentaram adulteração:


Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Marcos, inicialmente, estava preso na sede da DCOD, no Andaraí, zona norte do Rio de Janeiro. Já no dia posterior, foi transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, também no Rio. De acordo com o delegado, por não ter formação superior, Pereira está em cela comum.

Habeas corpus - No dia 27 deste mês, o juiz da 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, Richard Robert Fairclough, indeferiu o pedido de liberdade provisória feito pela defesa do pastor. O religioso ainda é investigado em outro inquérito da DCOD da Polícia Civil pelos crimes de associação ao tráfico, lavagem de dinheiro e quatro homicídios. Marcos Pereira nega todas as acusações e a defesa do pastor diz que ele é alvo de perseguição religiosa.

Marcos x Jesus? - Após a prisão do pastor, o site da igreja publicou uma nota em que Marcos Pereira é comparado a Jesus Cristo

Local do depósito – Após avaliar o cenário do acidente, o questionamento sobre a localização do depósito surgiu às autoridades públicas. Um depósito de combustíveis funcionando em área residencial é “inadmissível”, como define o prefeito de Caxias, Alexandre Cardo-so. “Posso garantir o seguinte: quem deu essa licença, não armazenou o risco”, afirma.

A prefeitura iniciou uma varredura em galpões da região que possam oferecer o mesmo risco, com depósitos irregulares e clandestinos de combustíveis. Cardoso afirma que, antigamente, a cidade cedia uma autor-ização especial para este tipo de reserva, mas esta permissão será reavaliada.

Segundo o secretário estadual do Ambiente Carlos Minc, em entrevista ao canal de tele-visão Globo News, o depósito teve a licença ambiental embargada em 2012, quando foi constatada irregularidade na rede de esgoto, além de adulteração de combustível. No entanto, um recurso de desembargo foi aceito, mas, de acordo com Minc, não se sabe quais foram as circunstâncias dessa alter-ação.

Nova área de lazer – Quatro dias após o in-cêndio, a prefei-tura de Caxias anunciou que o local do depósi-to da Petrogold vai ser transfor-mado em área de lazer.O futuro espaço deve receber o nome do fun-cionário de fale-ceu na ex-plosão.

25Amplo / Maio 2013


Nos debates éticos, um óvulo fecun-dado é considerado um ser humano – por isso, não pode ser descartado -- e, por produzir em embrião sem a fertil-ização humana, o estudo foge deste princípio. Ou seja, a clonagem realiza-da pelo grupo não se enquadra no tema da discussão, pois inicia a partir de um óvulo que não foi fecundado naturalmente e não carrega material genético. Mas, se a metodologia fosse continua-da e não utilizada apenas para a repli-cação de células-tronco, seria possível criar um clone humano com as técni-cas e longe da reprovação ética – afinal, nenhum ser será “descartado” durante a realização? Para alguns especialistas, a pesquisa entrega “de mão beijada” os segredos para a real-ização da cópia humana de seres vivos ou mortos. Para alguns, após a divulgação de pesquisa é necessário criar a proibição legal internacional da clonagem humana, para evitar que novas pesquisas mais aprofundadas em clonagem humana sejam realizadas.

Uma possível solução da medicina para problemas da saúde humana reacendeu as discussões sobre a clonagem dos seres. O estudo científico realizado pela Universidade de Ciência e Saúde do Oregon, nos Estados Unidos, liderado pelo cientista americano Shoukhrat Mitalipov, criou células-tronco humanas através de clonagem e abriu novas possi-bilidades para experiências de “cópia” de pessoas. O grupo de pesquisadores utilizou óvulos, cujo DNA foi removido, e ali transplan-taram o material genético do tecido humano. Após cinco dias, quando a célula sem núcleo foi estimulada e se tornou um embrião, foram produzidas célu-las-tronco correspondentes ao material genético do tecido aplicado. A descoberta representa um avanço da medicina na luta contra doenças como mal de Parkinson, esclerose múltipla e lesões na medula-óssea, pois as célu-las-tronco podem “substituir” ou se transformar em qualquer tipo de células do corpo humano, incluindo a danifica-das. Segundo os pesquisadores, esta foi a motivação dos estudos que perduraram por 15 anos.


A UM PASSO DA CLONAGEM HUMANA

RECONHECIMENTO DO ERROPor ter sido publicado às pressas, alguns dados acabaram sendo “compilados”, o que resultou em alguns “erros”, segun-do o grupo de pesquisadores de Oregon. Dos quatro erros identificados, três foram considerados “simples” e agrega-dos à compilação dos dados. O quarto erro refere-se à duplicação de imagens, mas, segundo o líder da pesquisa, este “erro” foi intencional e consciente, pois havia poucas imagens disponíveis para uso.

O estardalhaço após a divulgação da pesquisa levantou alguns descompas-sos do estudo, o que foi confirmado por Mitalipov. O cientista que liderou o estudo confirmou que houve algu-mas “inexatidões” em sua publicação, mas que não alteram o resultado apresentado.

Foto: divulgação

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27Amplo / Maio 2013

Foto: divulgação

Chamas consumiram um quarteirão do bairro Jardim Primavera, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no último dia 23. Foram quase 24 horas em combate ao incêndio que iniciou após explosões no depósito de com-bustíveis e lubrificantes da empresa Petro-gold. O fogo se alastrou, interditou cem casas e matou um funcionário da companhia.O trabalho do Corpo de Bombeiros teve que ser rápido. Ao redor do depósito, centenas de casas estavam praticamente dentro da “bom-ba-relógio” que se formou com o fogo que consumia o combustível distribuído pela em-presa. À distância, as labaredas mostravam a dimensão do incidente.

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Foto: Fábio Arantes / SECOM

Dia do trabalhadorSurge de forma forte no Brasil a partir da propa-ganda trabalhista de Getúlio Vargas. O Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Atual-mente, esta característica foi assimilada até mesmo pelo movimento sindical: tradicionalmente a Força Sindical.A data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justa-mente no dia 1º de maio daquele ano. No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto do presidente Artur Bernardes

Acaba a II Guerra MundialEm 7 de maio 1945 acabava a guerra em que cerca de 60 milhões de pessoas mor-reram, entre elas, 20 milhões de solda-dos e 40 milhões de civis. Os Aliados instauraram o Tribunal de Nuremberg para julgar os fascistas por crimes de guerra. E os nazistas responsáveis pela morte de judeus ou civis foram condena-dos à morte ou à prisão perpétua.

Primeiro santo brasileiro Galvão foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 11 de maio de 2007, tornando-se o primeiro santo nascido no Brasil. No geral, é o segundo santo católico brasileiro, já que a ítalo-brasileira Santa Paulina havia sido canonizada por João Paulo II em 2002.

PCC ataca Em 12 de maio de 2006, teve início a guerra entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Estado, na capital de São Paulo. No total, 90 ônibus foram queima-dos, 128 pessoas foram mortas, 59 ficar-am feridas e a história está, tristemente, marcada como a maior onda de violência contra forças de segurança no Brasil.

FATOSHISTÓRICOSDE MAIO

29Amplo / Maio 2013

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FRASES - COTIDIANO X FRASES - POLÍTICA

"A dona mídia precisa também conhecer Jesus para aprender o caminho do céu", afirmou, ner-vosa, a esposa do pastor Marcos Pereira, preso no início de maio, acusado de estupro.

"O que eu vi ontem no centro está longe de uma evolução", disse Mano Brown, referin-do-se à madrugada na Virada, quando viu 10 homens rou-barem um tênis que custa R$ 900 de um 'moleque'.

31Amplo / Maio 2013

FRASES - COTIDIANO X FRASES - POLÍTICA

"O objetivo do Ministério Público é selecionar casos, os que dão mídia, dão glória, saem no 'Jornal Nacional'. Não querem amassar barro", fala do ex-ministro do STF Márcio Thomaz Bastos, em apoio à medida que retira o poder de investi-gação do MP.

“Fico feliz com a perspectiva de servir ao país e de retribuir o muito que recebi. Aguardo, com serenidade, a próxima etapa, que é a apreciação do meu nome pelo Senado Federal”, comemorou Luís Roberto Barroso, indicado por Dilma para in-tegrar o Supremo na vaga do aposentado Carlos Ayres Britto.

“Mais emprego, uma das taxas de desemprego mais baixas no país. Estas conquistas, que valori-zam os direitos sociais, estão sendo inibidas em parte por ativismo judicial do Supremo”, declarou o deputado federal Nazareno Fonteles (PT-PI), em entrevista exclusiva com a Revista Amplo.

Por ter sido publicado às pressas, alguns dados acabaram sendo “compilados”, o que resultou em alguns “erros”, segun-do o grupo de pesquisadores de Oregon. Dos quatro erros identificados, três foram considerados “simples” e agrega-dos à compilação dos dados. O quarto erro refere-se à duplicação de imagens, mas, segundo o líder da pesquisa, este “erro” foi intencional e consciente, pois havia poucas imagens disponíveis para uso.

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AS MARGENS EM DESENVOLVIMENTOCongresso aprova lei para melhorar a infraestruturados portos brasileiros com apoio direto da iniciativa privada; falta apenas sanção de Dilma Rousseff

Por Arthur Stabile

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O comissário da polícia de Boston, Ed Davis, afirmou que os irmãos tinham a intenção de cometer outros atentados, depois de terem encontrado um esconderijo com armas. "Temos motivos para acreditar, com base nas evidências encontradas - as explosões ocorri-das, o material bélico explosivo achado e o poder de fogo que possuíam - que ambos planejavam cometer novos atentados", disse à CBS.

Os portos brasileiros irão mudar. Novas estru-turas, modernização dos serviços e atualização na administração das unidades portuárias são algumas das promessas do Governo. Estas mel-horias estão garantidas na nova lei dos portos, aprovada pelo Congresso Nacional na última semana de maio. O processo de votação foi demorado, somando 50 horas de discussões na Câmara e no Senado até a confirmação. No meio do caminho, a proposta inicial da então MP dos Portos rece-beu 150 alterações. Agora, depende da sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff, que tem até o dia 3 de junho para se posicionar. Depois de tanto se discutir, uma pergunta ainda insiste em permanecer: o que a nova lei irá mudar

Dzhokhar Tsarnaev foi indiciado por "uso e complô de utilização de uma arma de destruição em massa contra pessoas e bens dos Estados Unidos e destruição voluntária de bens com artefato explosivo" e poderá enfrentar a pena de morte, se for declarado como culpado, segundo o Departamento de Justiça.

no dia a dia do país? De modo geral, a intenção do Governo é aproximar a iniciativa privada no processo de administração dos conjuntos portuários. O ponto mais importante nesse sentido serão as concessões do comando dos portos para iniciativa privada, prevendo aumentar a disputa entre as administrações e baratear os custos com exportações de produtos nacionais. “A concorrência gerada com o advento dos portos privados trará ganhos de curto, médio e longo prazo para a economia nacio-nal”, define por meio de nota oficial o siste-ma Firjan, que representa as indústrias do Rio de Janeiro.

34 Amplo / Maio 2013 Foto: divulgação

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O novo formado na administração de cada uni-dade portuária pública será definido através de licitações, processo semelhante às concessões para administrar parte dos aeroportos brasile-iros, como o de Cumbica, em São Paulo. A partir da sanção da lei, os contratos para exploração terão duração de até 25 anos, com prorrogação única pelo mesmo período.O Estado prevê como critério para avaliar propostas nas licitações, que serão realizadas pela Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq), a maior capacidade de movimentação de carga com a menor tarifa possível ou o menor tempo de movimentação dos produtos. “A sociedade brasileira não tem o que temer com a abertura que a nova lei deverá criar para o setor portuário, gerando oportunidades de investimentos, emprego e renda”, explica o Centro Nacional de Navegação, o CentroNave. Segundo o órgão, a mudança acabará com os notórios gargalos estruturais e legais existentes e também com as consequentes ineficiências que “obstam o desenvolvimento do país”.

Setor privado – O avanço do setor está ligado com a criação de portos privados, chamados TUP’s. A atuação própria das empresas será garantida em “terminais indústria”, espaços que ficam fora dos portos públicos e irão movimentar cargas de qualquer empresa. “A MP é uma vitória da competitividade brasileira e fará o desenvolvimento nacional cada vez maior”, afirmou a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoff-man.

Mão de obra – Os trabalhadores também serão beneficiados com a lei. “Saímos maiores do que entramos”, avalia o diretor de administração e finanças da Federação Nacional dos Portuários, José Renato Inácio. Para o diretor, os trabalhadores portuários perdiam tudo o que foi conquis-tado ao longo de 20 anos com a proposta inicial da medida provisória.


35Amplo / Abril 2013

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Entre as novas conquistas trabalhistas asse-guradas pela nova lei estão o fim de catego-ria preponderante, a garantia de nego-ciações salariais e trabalhistas a partir de sindicatos e federações portuárias, renda mínima, benefício assistencial mensal para trabalhadores acima de 60 anos que não tenham requisitos para se aposentar, e a manutenção da guarda portuária, além de outros direitos.

Produção – Não só as indústrias vão ganhar com a nova lei dos portos. Com a modern-ização na infraestrutura para exploração, a agricultura brasileira terá avanços. “A pre-sença de capitais privados no setor portuário trará mais eficiência e redução de custos no escoamento da safra agrícola”, salientou a senadora Katia Abreu, que também é presi-dente da Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil, a CNA.Segundo ela, o poder executivo não teve condições de fazer investimentos indis-pensáveis para acompanhar a “explosão do comércio exterior”. “Em 15 anos, a expor-tação de soja cresceu 300% e a de carne bovina 785%”, afirmou. Esta visão é compartilhada pelo Consultor e Coordenador de Logística da CNA, Luiz Fayet.

“Teremos de três a cinco anos críticos até implantar os novos terminais”, garantiu em conversa com a Amplo, dizendo que o gov-erno não tem dinheiro para “fazer o que o país precisa” e, por isso, é preciso da inter-venção da iniciativa privada.

Oposição de olho – Apesar da aprovação na Casa, a oposição tenta mobilizar aliados para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, as já conhecidas CPI’s. A alegação é para investigar se a medida está agindo em benefício de determinados seto-res e causando prejuízos para outros. Isso estaria sendo feito de forma planejada e favorecendo determinados parlamentares. “O PSDB era favorável à MP dos Portos, mas as denúncias de possíveis favorecimentos jogaram uma mácula sobre a medida pro-visória, por isso fomos contra”, explicou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). São necessárias 171 assinaturas para iniciar uma CPI e Sampaio afirmou para a Amplo ter coletado 50 assinaturas até o dia 27 de maio. O PSDB integra a oposição junto com DEM e MD (Mobilização Democrática), formado pelos antigos PPS e PMN, e somam 154 deputados.

35 Amplo / Abril 2013

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PROPOSTA DE ENCHER A BOLA

Por Arthur Stabile

Criador de proposta que limita atuação do Supremo explica que divisão entre STF e Congresso está borrada, e que o equilíbrio voltará “enchendo a bola” do legislativo

AMPLO ENTREVISTA:

37Amplo / Maio 2013

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Nova ação fez balançar a fina linha que separa Congresso e Supremo Tribunal Federal. A proposta do Dep. Fed. Naza-reno Fonteles (PT-PI), conhecida como PEC 33, prevê subordinar decisões do Supremo à aceitação dos deputados e

senadores. Em pouco tempo, causou res-postas, favoráveis e ríspidas, até mesmo de ministros do STF. Em entrevista exclu-siva à Amplo, o autor explica sua intenção com a proposta e define ser preciso “diminuir a fúria do STF em legislar”.

AMPLO: Qual será o desfecho da sua proposta?NF: Nós vencemos uma primeira etapa. Acredito que vamos conseguir levar à Comissão Especial. E aí teremos o debate de mérito. A Nação vai se enriquecer, porque [a PEC] já causou tanto debate e agora é necessário quali-ficá-lo de maneira mais serena. Vamos debater. Os juristas, representando o Supremo, façam. Poder se relaciona com poder. Vamos colocar o equilíbrio de um poder decidir algo sobre outro poder.

AMPLO: O ato de o ministro Gilmar Mendes suspender a tramitação da proposta sobre novos partidos é uma resposta à aprovação da PEC?NF: Boa parte do que eu vi na imprensa considerou como uma retaliação. A PEC foi aprovada no final da manhã e o Gilmar deu um pronunciamento infeliz à tarde, que, a meu ver, jamais poderia falar como magistrado. De tarde ele soltou nota com argumento político. Ora, essa é uma decisão do Congresso, não cabe a magistrado. Não estamos ferindo nenhuma regra regimental.

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AMPLO: Você diz que a PEC tem o objetivo de manter o equilíbrio entre os poderes. Até onde vai o limite de cada um deles?Nazareno Fonteles: Esse equilíbrio é um equilíbrio dinâmico. Pensa numa imagem de três bolas de borracha juntas e coloca uma empurrando as outras duas. Teríamos duas mais murchas. É mais ou menos o que eu estou imaginando. O Supremo tem invadido a seara do legislativo e também dos executivos. A bola dele [STF] está cheia. O que a gente pre-cisa é encher as outras bolas para voltar o equilíbrio.

AMPLO: Como fazer isso?NF: Eu estou fazendo, particularmente, no caso do legislativo. Diminuir a fúria do STF de legislar ao aumentar o coro para quatro quin-tos, de seis votos para nove na hora de declarar inconstitucionalidade de leis, PEC’s, normas ou sumulas vinculantes.

AMPLO: Existe hoje uma separação clara entre a atuação do Congresso e do Supremo?NF: Não, ela está borrada. Está realmente con-fusa. Eu acho que isso é a falta do debate de uma reforma do Estado, uma reforma política mais ampla e não ficar só na reforma eleitoral. Como é que vamos controlar socialmente aquele que julga? É preciso ter deliberações, pelo menos nas matérias mais complexas.

Não é de hoje que Congresso e Supremo entram em conflito. Divergências entre os poderes sempre existiram, como esperado em uma democracia. A nova agitação, cau-sada pela PEC do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), logo foi repercutida na imprensa e virou alvo de críticas por parte de alguns ministros do STF.Gilmar Mendes definiu que os deputados “rasgaram a constituição” ao aprovar a proposta, que “fragilizaria a democracia se aprovada”, de acordo com o presidente do STF Joaquim Barbosa. Segundo a PEC, algu-mas decisões do Supremo seriam obrigadas a passar pela aprovação do Congresso, além de aumentar o coro de ministros para aprovações. “A bola do STF está cheia”, opina Nazareno, alegando que é preciso voltar o equilíbrio entre a tríade dos poderes. O deputado argumenta que o Congresso tem muito mais apoio popular que o STF, por ser eleito dire-tamente e concentrar as “diversidades e plu-ralidades do povo brasileiro”. Dessa manei-ra, Nazareno coloca o Congresso acima do Supremo.

Porém, Fonteles esquece alguns fatores. Primeiro: o Congresso não possui aprovação da população como afirma, mesmo com representantes eleitos de forma direta. Isso é notório no cotidiano de qualquer mu-nicípio. Segundo: a atuação deste poder gira em torno de diversos interesses, colocados acima de esforços que viriam a gerar o bem coletivo. Pelo contrário. A atuação congressista tem em sua essência o enfoque no individual, ou melhor, no cole-tivo de pequenas organizações, mais próxi-mas de torcidas organizadas. Torcidas em que integrantes usam seus ‘times’ para, pro-tegidos, agirem quase fora da lei. Isso se não infringem alguns artigos…Além de provocar novo desencontro entre os poderes, a proposta soa ao mesmo tempo com ingenuidade e astúcia. A esper-teza na autoria da proposta é garantir força ao Congresso frente ao confronto com o Supremo, podendo burocratizar e emperrar discussões pertinentes. O lado inocente é acreditar que o Congresso possui apoio do povo para atuar como bem entender. Esta-mos longe disso.

CHOQUE DE INGENUIDADE E ASTÚCIA

Por Arthur Stabile

39Amplo / Maio 2013


ANÁLISE DAENTREVISTA:

O ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, voltou a ocupar papel de des-taque no noticiário nacional. Lançado neste mês, o livro "Governos Pós Liberais no Brasil: Lula e Dilma" contém entrevista exclusiva onde o fundador do PT fala sobre as origens do Partido, seu mandato, a escolha de Dilma como sucessora e as ambições para o futuro do país.

Lula avaliou seu governo como positivo. "Esses anos, se não foram os melhores, fazem parte do melhor período que este país viveu em muitos e muitos anos", assegura. Entretanto, reconhece que houve erros na gestão, dizendo que "ainda falta muito a fazer para garantir ao povo brasileiro a total conquista da cidadania”.

A entrevista marca a primeira vez que o ex-presidente falou sobre o caso do Men-salão, ao definir que o governo "teve tropeços, muitos tropeços”. “O ano de 2005 foi muito complicado. Quando saiu a denúncia [do Mensalão] foi uma situação muito delica-da”, afirmou. Para ele, se a gestão não tivesse tido cuidado, não conseguiria discutir mais nada do futuro, somente o que “a imprensa queria que a gente discutisse".

O primeiro operário a alcançar a presidência da República ainda garantiu que na época da denúncia, partidos da oposição aproveit-aram-se do caso para prejudicar o governo e o PT. "Na época, tinha gente que dizia: ‘O PT morreu, o PT acabou’. Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles”, argumenta, expli-cando que DEM e PSDB estão mais fracos atualmente.40 Amplo / Maio 2013 Foto: divulgação

VISÃO DE QUEM NÃOSABIA DE NADAPor Yago Rudá

Foto:Antonio Cruz - ABr

Discursos, palestras, reuniões, pronuncia-mentos, viagens, argumentações, debates e muitas conversas. Esta é a atual rotina da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para conseguir assinaturas necessárias para criar seu novo partido, a Rede Sustentabili-dade. Marina, que na última eleição obteve mais de 19 milhões de votos para presidente, pretende se candidatar novamente em 2014.

Para que a criação da nova sigla partidária seja válida, a ex-senadora precisa conseguir 492 mil assinaturas de apoio, divididos em pelo menos nove Estados brasileiros. Quanti-dade definida na Lei (9.096/95), dizendo que “os interessados em criar um novo partido político devem obter assinaturas de apoio equivalentes a 0,5% dos votos válidos, des-considerando brancos e nulos, da eleição anterior para a Câmara dos Deputados”.

Os objetivos da Rede Sustentabilidade, divulgadas em seu site oficial, são "mu-danças políticas, sociais, culturais, éticas e humanas para o impulso da sociedade brasileira". A "valorização do patrimônio socioambiental e a valorização da remu-neração dos trabalhadores” são algumas outras propostas da Rede. Até o fecha-mento desta edição, 378.997 pessoas ass-inaram a proposta partidária da ex-sena-dora do Acre.

41Amplo / Maio 2013

MARINA EMMOVIMENTO

Por Yago Rudá

Foto:Antonio Cruz - ABr

Diversos assuntos foram centralizados na presidente Dilma Rousseff durante maio, principalmente na última semana do mês. Nada demais para uma presidente da república. O que chama a atenção é a variedade, além da repercussão dos temas.

Teve maior impacto a criação de boato sobre o Governo encerrar o Bolsa Família, programa de assistência para famílias com renda menor que R$ 70 por pessoa. Dilma não ficou nada feliz com a reper-cussão da mentira, que fez diversos bra-sileiros dentro do benefício correrem até agências da Caixa Econômica Federal para sacar parte de seu dinheiro.

Somente em um final de semana, o banco registrou o saque de R$ 152 milhões em contas de pessoas cadastradas no Bolsa família. “É absurdamente desumano o autor desse boato. E criminoso também”, esbravejou a presidente.

Pronunciamento – No início do mês, a petista foi à TV para pronunciamento do 1° de maio, dia dos trabalhadores. Nesta data, como se sabe, é comemorado mun-dialmente o dia do trabalhador. Aproveit-ando o simbolismo do dia, Dilma Rousseff apresentou dados sobre os avanços trabalhistas acumulados pelo Brasil em 10 anos, tempo que o PT está no coman-do do país.

AMPLO: O ato de o ministro Gilmar Mendes suspender a tramitação da proposta sobre novos partidos é uma resposta à aprovação da PEC?NF: Boa parte do que eu vi na imprensa considerou como uma retaliação. A PEC foi aprovada no final da manhã e o Gilmar deu um pronunciamento infeliz à tarde, que, a meu ver, jamais poderia falar como magistrado. De tarde ele soltou nota com argumento político. Ora, essa é uma decisão do Congresso, não cabe a magistrado. Não estamos ferindo nenhuma regra regimental.


HOLOFOTESEM DILMA

Por Arthur Stabile

Foto: Antonio Cruz – Abr

Não é de hoje que Congresso e Supremo entram em conflito. Divergências entre os poderes sempre existiram, como esperado em uma democracia. A nova agitação, cau-sada pela PEC do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), logo foi repercutida na imprensa e virou alvo de críticas por parte de alguns ministros do STF.Gilmar Mendes definiu que os deputados “rasgaram a constituição” ao aprovar a proposta, que “fragilizaria a democracia se aprovada”, de acordo com o presidente do STF Joaquim Barbosa. Segundo a PEC, algu-mas decisões do Supremo seriam obrigadas a passar pela aprovação do Congresso, além de aumentar o coro de ministros para aprovações. “A bola do STF está cheia”, opina Nazareno, alegando que é preciso voltar o equilíbrio entre a tríade dos poderes. O deputado argumenta que o Congresso tem muito mais apoio popular que o STF, por ser eleito dire-tamente e concentrar as “diversidades e plu-ralidades do povo brasileiro”. Dessa manei-ra, Nazareno coloca o Congresso acima do Supremo.

Segundo ela, a renda do trabalhador foi o fator que maior contribuiu na diminuição da desigualdade no país. Neste tempo, o salário mínimo cresceu 70% e se aliou à criação de 19 milhões de empregos para fazer com que 40 milhões de brasileiros “fossem para a classe média”, fez questão de lembrar.

Pressão – Ainda foi possível ver a petista pressionar o Congresso Nacional ao convocar a população a questionar os deputados. O objetivo é garantir que o dinheiro

acumulado pelos royal-ties do petróleo no Pré-Sal seja totalmente destinado para edu-cação, medida já tentada pela presidente. Um não foi dito há alguns meses, mas ela insiste.

Poderosa – Para com-pensar o estresse cau-sado pela reação popular sobre o fim do programa assistencial, Dilma foi lis-tada pela revista ameri-cana Forbes como a

segunda mulher mais poderosa do mundo. Esta lista é criada anualmente pela publicação, e apenas a líder alemã Angela Merkel ficou à frente da nossa presidente.

43Amplo / Maio 2013

A entrevista marca a primeira vez que o ex-presidente falou sobre o caso do Men-salão, ao definir que o governo "teve tropeços, muitos tropeços”. “O ano de 2005 foi muito complicado. Quando saiu a denúncia [do Mensalão] foi uma situação muito delica-da”, afirmou. Para ele, se a gestão não tivesse tido cuidado, não conseguiria discutir mais nada do futuro, somente o que “a imprensa queria que a gente discutisse".

O primeiro operário a alcançar a presidência da República ainda garantiu que na época da denúncia, partidos da oposição aproveit-aram-se do caso para prejudicar o governo e o PT. "Na época, tinha gente que dizia: ‘O PT morreu, o PT acabou’. Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles”, argumenta, expli-cando que DEM e PSDB estão mais fracos atualmente.

Uma das marcas do mandato de Dilma Rous-seff é o alto número de ministérios. Com a nomeação, nesse mês, de Guilherme Afif Domingos para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, o Governo Federal totali-za 39 ministérios. Este é o maior número da história. A nova secretaria do governo petista tem status de ministério, e irá englobar as com-petências antes realizadas pela pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Sua função será "formular políticas de apoio às micro e pequenas empresas, segmento fundamental para a geração de empregos e o desenvolvimento da econo-mia brasileira", segundo nota do Palácio do Planalto.Guilherme Afif, membro do Partido Social Democrata (PSD), sigla liderada pelo ex-pre-feito da capital paulista Gilberto Kassab, também acumula o cargo de vice-governa-dor de São Paulo, abaixo apenas de Geraldo Alckmin (PSDB). "Nesta nova jornada tenho certeza de que faremos um grande trabalho de cooperação

entre Governo de São Paulo e Governo Feder-al”, afirmou o novo ministro, explicando que em São Paulo está o maior contingente das micro e pequenas empresas do país.No entanto, a questão partidária que envolve a posse de Afif é mais abrangente e envolve as eleições presidências de 2014. O PSD é a quarta maior sigla no Congresso, se usarmos como parâmetro o número de parlamentares na Casa.A criação do ministério e a nomeação do em-presário paulista pode ser interpretada como o símbolo da aliança entre o PT e o PSD para as próximas eleições. Isso porque, com uma base aliada formada principalmente por PMDB e PSD, a campanha para a reeleição de Dilma Rousseff contaria com 61% do tempo do horário eleitoral.Para o deputado paranaense Eduardo Sciarra, líder do PSD na Câmara, a nomeação de Afif é devido ao trabalho de "políticas públicas voltadas ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas" exercidas pelo vice-gov-ernador.

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MAIS UM INTEGRANTENA FESTA DOS MINISTÉRIOS

Por Yago Rudá

Após definir a criação de maisum ministério, o governo contará com Afif Domingos (PSD-SP) como novo membro


A educação de São Paulo parou durante o mês de maio. Tanto professores do Estado como da Prefeitura deixaram suas salas de aula para reivindicar melhores condições de trabalho. As paralisações tiveram duração de 19 e 22 dias, respectivamente, e renderam pequenos avanços. “Foi uma greve difícil, houve a ameaça de cortar o pagamento”, afirmou Milton Bueno, professor da rede pública Estadual e Municipal de São Paulo. O principal motivo da greve é pedido de rea-juste salarial para a categoria. Durante sua paralisação, a Apeoesp, que representa os professores do Estado, fixou pedido de 31,74% de aumento, enquanto o governo propôs 8,1%. No final, o sindicato encerrou a greve aceitando o valor oferecido.

Com a proposta, assim como o reajuste, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) aten-deu a outras reivindicações, como o fim de prova anual para professores da cate-goria F, concurso público no segundo semestre para professores PEB II, não privatização do Hospital do Servidor Público e combate à violência nas escolas, além de outras garantias.

O último ato, no dia 10 de maio, aconte-ceu na Avenida Paulista e terminou com tumulto. Parte dos manifestantes se indignou com o fim da greve e entrou em confronto com a Polícia Militar, rendendo em dois detidos.

Por ARTHUR STABILE

NÃO EXISTE AMOR NA EDUCAÇÃO EM SPProfessores do Estado e Prefeitura vão às ruas exigir reajuste salarial e funcionalismo diz “acumular perdas” durante o governo PSDB


Mais conscientes – Segundo o professor Milton, os magistrados da metrópole retornam ao trabalho mas mantém a discussão. “Seguiremos lutando pela reposição das perdas. Um aumento real nos salários repõe todas elas”, explicou, ressaltando que a paralisação trouxe um maior grau de conscientização aos profis-sionais do município.Bueno acrescenta que essa foi uma demonstração para os políticos

“pensarem bem antes de prometer”, se referindo a fala de Haddad durante a campanha de priorizar a educação. “A administração do PT começa problemáti-ca. A greve poderia ser evitada se a pre-feitura ouvisse o trabalhador”, salienta o professor, que concorreu nas últimas eleições à prefeitura de Poá, cidade 34 km distante da capital, e propôs a criação da universidade municipal.

Município – Em seu primeiro embate com a administração do prefeito Fernan-do Haddad, os professores da prefeitura conquistaram “abonos complementares” de 10,19% neste mês e de 13,43% em maio de 2014. Os salários terão aumento de quase 11,5% em três parcelas de 3,7%, pagas em maio dos próximos três anos.“Demos o recado e o governo recebeu. Não enfrentamos governos ou partidos, lutamos pela melhora da educação”, esclareceu em conversa com a Amplo Cláudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal da São Paulo (Sinpeem). Fonseca classificou as negociações com a prefeitura como difíceis, talvez por “falta de experiência”, citando caso de intimi-dação baseado em decreto criado na época da gestão Paulo Maluf. “Houve excesso de autoridade, a prefeitura endu-receu. Assim como erros no processo de negociação”, declarou. Para ele, ainda não existe consonância entre o discurso e a prática da gestão Haddad, distante do discurso durante a fase da campanha eleitoral.

Mais cobrança – Além dos professores, os fun-cionários da educação do Estado cobram o gov-ernador Geraldo Alckmin. “A água já esta acima do nariz”, afirmou Claudinei Basso, vice-presi-dente do Sindicato dos Funcionários e Servi-dores da Educação do Estado de São Paulo (Afuse), sobre a questão salarial do funcionalis-mo.

Basso explicou com exclusividade para a Amplo que o piso salarial dos professores, de R$ 734, está abaixo do salário mínimo instituído no Estado, que é de R$ 756. “O Estado não quer profissionalizar os funcionários porque terá que pagar o piso de R$ 1.462 do governo Federal”, aponta, assegurando que ao menos 70% do fun-cionalismo de São Paulo é a favor de uma greve.

Claudinei também garante que houve achatamento do salário destes profis-sionais ao longo dos 20 anos de governo do PSDB no Estado. “Reivindicamos rea-juste de 36,74% para adequar os venci-mentos ainda em 2013”, explica e acrescenta que é preciso alcançar 147% de acréscimo para repor perdas salariais desde 2001.

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Uma das marcas do mandato de Dilma Rous-seff é o alto número de ministérios. Com a nomeação, nesse mês, de Guilherme Afif Domingos para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, o Governo Federal totali-za 39 ministérios. Este é o maior número da história. A nova secretaria do governo petista tem status de ministério, e irá englobar as com-petências antes realizadas pela pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Sua função será "formular políticas de apoio às micro e pequenas empresas, segmento fundamental para a geração de empregos e o desenvolvimento da econo-mia brasileira", segundo nota do Palácio do Planalto.Guilherme Afif, membro do Partido Social Democrata (PSD), sigla liderada pelo ex-pre-feito da capital paulista Gilberto Kassab, também acumula o cargo de vice-governa-dor de São Paulo, abaixo apenas de Geraldo Alckmin (PSDB). "Nesta nova jornada tenho certeza de que faremos um grande trabalho de cooperação

entre Governo de São Paulo e Governo Feder-al”, afirmou o novo ministro, explicando que em São Paulo está o maior contingente das micro e pequenas empresas do país.No entanto, a questão partidária que envolve a posse de Afif é mais abrangente e envolve as eleições presidências de 2014. O PSD é a quarta maior sigla no Congresso, se usarmos como parâmetro o número de parlamentares na Casa.A criação do ministério e a nomeação do em-presário paulista pode ser interpretada como o símbolo da aliança entre o PT e o PSD para as próximas eleições. Isso porque, com uma base aliada formada principalmente por PMDB e PSD, a campanha para a reeleição de Dilma Rousseff contaria com 61% do tempo do horário eleitoral.Para o deputado paranaense Eduardo Sciarra, líder do PSD na Câmara, a nomeação de Afif é devido ao trabalho de "políticas públicas voltadas ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas" exercidas pelo vice-gov-ernador.

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MÊS DA LIBERDADEMaio pode ser considerado como princi-pal mês na garantia de liberdade para populações primordiais na formação do povo tupiniquim. Tudo tem início em 1758, no dia 8 deste mesmo Maio. A data foi cravada na história nacional pela abolição da escravidão dos índios bra-sileiros – até então donos destas terras – pelos colonizadores portugueses, que os utilizaram como mão de obra em plan-tações.

Sem índios, os invasores partiram para a escravidão do povo negro. Passados 130 anos de exploração, os descendentes dos povos africanos traficados tiveram sua liberdade aprovada na Câmara Fed-eral do Brasil. Foi então que a conhecida Lei Áurea acabou sancionada pela princ-esa Isabel, no dia 13 de maio de 1888.

Amor também no papel Já se passaram dois anos desde que o Brasil garantiu o direito de casais do mesmo legalizarem sua união estável. O STF alterou o Código Civil reconhecendo a entidade familiar como a união entre duas pessoas – independente do sexo – e não somente entre um homem e uma mulher, como antes. Mesmo avançando, há espaço no tema para evoluir. Tornar a homofobia crime e aprovar o casamento entre homossexuais são pautas ainda em discussão.

Direita personificada Carlos Lacerda foi durante muitos anos a principal referência da direita brasileira, além de viver histórica rivalidade com Getúlio Vargas. Falecido em maio de 1977, o jornalista e político militou pela União Democrática Nacional (UDN) contra o ‘Pai dos pobres’ e auxiliou no Golpe Militar em 64. Aliou-se com antigas desavenças, como João Goulart e Juscelino Kubitschek, na frente contra o governo militar. Lacerda foi vereador, deputado federal e governa-dor, todos pelo Rio de Janeiro.

FATOSHISTÓRICOSDE MAIO

Mais conscientes – Segundo o professor Milton, os magistrados da metrópole retornam ao trabalho mas mantém a discussão. “Seguiremos lutando pela reposição das perdas. Um aumento real nos salários repõe todas elas”, explicou, ressaltando que a paralisação trouxe um maior grau de conscientização aos profis-sionais do município.Bueno acrescenta que essa foi uma demonstração para os políticos

“pensarem bem antes de prometer”, se referindo a fala de Haddad durante a campanha de priorizar a educação. “A administração do PT começa problemáti-ca. A greve poderia ser evitada se a pre-feitura ouvisse o trabalhador”, salienta o professor, que concorreu nas últimas eleições à prefeitura de Poá, cidade 34 km distante da capital, e propôs a criação da universidade municipal.

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