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A revisão lingüística e ortográfica, assim como o enquadramento às regras da ABNT é de responsabilidade dos autores e coautores.
ISBN 978-85-63728-28-9
6º CBEU
Programa de Extensão: Repressão e resistência à ditadura civil-militar no Tocantins.
RESUMO
O objetivo deste programa de extensão é contribuir para a recuperação da memória
popular sobre a repressão e a resistência no estado do Tocantins, antigo norte goiano,
evidenciando as violações dos direitos humanos e a estrutura repressiva do período.
Temos como objetivo expor algumas ações do projeto já executadas, tais como: ciclos de
cinema na universidade, minicursos e capacitações, apresentação de pesquisa em eventos
nacionais e interno. Realizamos o primeiro seminário de ditadura militar no Tocantins,
discutindo experiências femininas na luta contra a ditadura e a exposição AI-5. Em 2014,
demos início a organização e digitalização do acervo da ComSaúde, local que guarda um
rico acervo sobre a violência contra os camponeses na época, estamos preparando ciclos
de cinema sobre a ditadura nas escolas de Porto Nacional, nas comunidades, e ao longo
do ano de 2014, visitaremos diversas cidades no estado do Tocantins a fim de coletar
depoimentos de atingidos pela ditadura. Visamos garantir à sociedade interessada o
conhecimento desse período fazendo parceria com o Comitê Estadual pela Memória,
Verdade e Justiça do Tocantins, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, a Ordem
dos Advogados do Brasil secção Tocantins, o Centro de Direitos Humanos de Palmas e o
Centro de Direitos Humanos de Porto Nacional.
Palavras-Chaves:
Ditadura militar, memória, repressão, direitos Humanos
Com o objetivo de divulgar o conhecimento a extensão insere-se no meio acadêmico para a
formação de profissionais conscientes da realidade social, além de contribuir na
disseminação de saberes à população que não dispõe de meios/possibilidades para sua
aquisição.
Neste contexto se encontra o NOBECA - Núcleo do Observatório Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente, iniciativa do Governo Federal, instalado na Universidade
Estadual de Santa Cruz - UESC, localizada no município de Ilhéus-Bahia.
Com o intuito de reunir e acompanhar informações e indicadores a respeito das políticas
públicas focadas na redução da violência contra crianças e adolescentes, buscando
promover o fortalecimento da participação cidadã e do protagonismo juvenil e
institucional, nos espaços de discussão, elaboração, decisão, monitoramento e gestão de
políticas públicas.
Através de palestras e cursos de formação de multiplicadores para disseminação do
conhecimento, com a utilização de material informativo, vídeos e questionários para coleta
de dados, o projeto implantado pelo NOBECA, em fase inicial de execução, traz como
resultado parcial a necessidade da população na identificação e denúncia dos casos de
agressão e violência perpetrados contra crianças e adolescentes.
TRAJETÓRIA DO PROJETO DE EXTENSÃO FORMAÇÃO SOCIAL
CONTINUADA PARA ADOLESCENTES E JOVENS: UMA EXPERIÊNCIA
EXITOSA, RESULTANTE DA INSERÇÃO NO PROGRAMA PET-CONEXÕES
DE SABERES/COMUNIDADES URBANAS
Direitos Humanos e Justiça
Juliane Oliveira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Juliane Valéria Oliveira da Silva1; Mércia Maria Silva Ferreira2; Íris Maria de Oliveira3
RESUMO
Promover e potencializar o protagonismo social e político de adolescentes e jovens, na
atualidade, não tem sido uma tarefa nada fácil. Sobretudo, quando vivenciamos em uma
conjuntura que dissemina, via mídia e outros mecanismos de reprodução ideológica, a
criminalização e a desqualificação de qualquer movimento de reivindicação e
questionamento da ordem societária vigente. No entanto, apesar dos limites e desafios postos
pelo tempo presente é possível, e necessário, construir e potenciar espaços que se proponham
a resgatar o papel e o lugar das juventudes na luta e defesa de uma ordem societária sem
dominação e exploração. Logo, é partindo desse pensar a relevância política da juventude na
contemporaneidade que o presente trabalho se propõe a socializar uma experiência exitosa,
realizada junto a adolescentes e jovens, durante o ano de 2012 na Fundação Fé e Alegria,
instituição localizada no Loteamento Boa Esperança em Natal/RN. Para tanto, utilizou-se a
metodologia de roda de conversa e de dinâmicas participativas. Apesar das dificuldades
enfrentadas, ao longo da operacionalização do projeto, os resultados atingidos foram
significantes e de extrema riqueza prático-política, pois, para além, da objetivação do
objetivo do projeto, que consistiu em: contribuir para a formação de uma consciência crítica
dos participantes, também foi possível reafirmar, através deste, as dificuldades e
possibilidades existentes na atualidade no processo de formação sociopolítica de
adolescentes e jovens.
Palavras chave: formação social continuada, protagonismo e juventude.
___________________
1 Graduanda do curso de Serviço Social e bolsista do PET- Conexões de Saberes - Grupo Comunidades Urbanas da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. 2 Graduanda do curso de Serviço Social e bolsista do PET- Conexões de Saberes - Grupo Comunidades Urbanas da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. 3 Tutora do PET- Conexões de Saberes - Grupo Comunidades Urbanas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Área Temática: Direitos Humanos e Justiça
Gênero e Cidadania: Debatendo Formas De Violência Na Escola
Autora: Darly Vieira Linhares
Orientadora: Elizabeth Sousa Abrantes
A sociedade brasileira tem passado por várias mudanças e avanços na questão dos direitos
humanos, especialmente nas questões de gênero. A escola é um lócus privilegiado para o
debate das questões que envolvem gênero, cidadania e direitos humanos, uma vez que é o
espaço sociocultural em que as diferentes identidades se encontram, se constituem se
formam e se produzem, portanto, é o lugar estratégico para se educar com vias ao respeito
à diferença. O projeto “Gênero e Cidadania” tem o objetivo de debater no meio escolar os
conteúdos transformadores das culturas discriminatórias de gênero e possibilitar um maior
conhecimento desse tema à luz dos direitos humanos, com temáticas que fazem parte do
cotidiano dos estudantes, contribuindo para o esclarecimento do que seja violência de
gênero e para o combate das formas de discriminação envolvendo gênero. Foram
realizadas palestras junto ao público alvo a fim de incentivar o debate e a reflexão sobre as
questões de gênero, cidadania e direitos humanos, além de oficinas, com exibição de
filmes/ documentários, exposição de imagens. No contato inicial com a comunidade
escolar foi possível perceber o interesse dos educadores com a temática e o incentivo ao
projeto, assim como o reconhecimento de que a escola tem um papel fundamental na
desconstrução das desigualdades de gênero, o que implica na necessidade de ser um espaço
privilegiado para o combate de quaisquer formas de discriminação.
Palavras-chave: Gênero, Mulher, Violência.
Territórios silenciados: efeitos da política de segurança pública no cotidiano das
favelas de uma cidade “olímpica”.
Apresentação e antecedentes do projeto
A nossa proposta de apresentação para esta “roda de conversas”
consiste numa das dimensões de atuação do projeto “Reprodução sócio
territorial em comunidades de baixa renda” vinculado, até fevereiro de 2013, à
Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
desenvolvido no Morro dos Prazeres, favela situado em Santa Teresa, entre os
anos de 2010 e 2013. Este projeto iniciou-se a partir de uma demanda
encaminhada pela Associação de Moradores do Morro dos Prazeres à UFRJ
em decorrência da tragédia provocada pelas chuvas de abril daquele ano que
castigaram severamente a favela com deslizamentos de terra, ocasionando a
morte de vários moradores e a perda de casas e pertences. Esse projeto, já
atuante em outras favelas do Rio de Janeiro, articulou suas atividades com as
áreas de Serviço Social, Arquitetura, Psicologia, Direito e Geologia.
A demanda encaminhada pela Associação de Moradores consistia num
pedido de suporte para elaborar um laudo sobre as condições de risco das
moradias remanescentes na favela. Isto porque a Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro, através da Geo Rio1, tinha procedido à condenação total da
comunidade e expedido inúmeros “autos de interdição” colocando a
comunidade inteira sob ameaça de remoção.
Após vários estudos em parceria entre unidades da UFRJ e outros
institutos técnicos vinculados a movimentos sociais e a órgãos de categorias
profissionais foi construído um laudo técnico que limitava o risco a uma área
muito circunscrita do morro, na qual não havia barreiras de contenção de
encostas. Porém, a situação de remoção total foi mantida e esse fato manteve
os moradores muito mobilizados e articulados a várias entidades de apoio.
Muitos foram os autos de interdição distribuídos pela Prefeitura aos moradores
sem nenhum critério objetivo que atestasse situação de risco das casas ou do
1 Fundação Instituto de geotécnica é um órgão da Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura do Rio de
Janeiro.
local onde estas se encontram. Alguns moradores amedrontados e coagidos
saíram do Morro e ficaram a mercê de um aluguel social, outros permaneceram
com suas casas pichadas pela SMH (Secretaria Municipal de Habitação) sem
nenhum tipo de esclarecimento ou informação sobre o futuro das intervenções
na área, descaso e abandono, além de ameaças constantes de remoções,
truculência policial, entre outras formas de abuso e desrespeito.
A conjuntura era favorável à remoção de moradias em favelas do Rio de
Janeiro. Várias comunidades estavam sofrendo os embates das obras de
urbanização necessárias para criar as condições infra estruturais com vistas
aos mega eventos esportivos a serem sediados na cidade. Finalmente a cidade
“olímpica” tinha a justificativa para erradicar a desordem urbana, reconquistar
territórios tomados pelo tráfico de drogas e valorizar áreas degradadas da
cidade. Assim “choque de ordem”, unidades de polícia pacificadora e mercado
imobiliário, fecharam uma aliança legitimada por um sentimento coletivo de
“euforia e patriotismo”, com o cometido de construir a ponte que unisse,
definitivamente, o morro e o asfalto, levando “a paz” e trazendo a mais preciosa
mercadoria, terra urbanizável e valorização imobiliária em espaços seguros,
limpos, ordeiros e silenciados.
A pacificação da favela e os impactos na sociabilidade
A problemática que trazemos à discussão diz respeito à participação dos
moradores diante dos acontecimentos e a capacidade de sustentar níveis de
participação e organização para além do momento agudo da crise (e do medo)
vivenciado diante da ameaça de remoção.
A construção do Fórum Comunitário dos Prazeres constituiu uma das
ações estratégicas do projeto de extensão para dar consistência e organicidade
às reivindicações dos moradores por maior segurança e pela defesa da
moradia como um direito fundamental, que ainda precisa ser compreendido e
abordado como tal por parte das instâncias que exercem o poder público.
O Fórum foi sendo construído a partir de uma “agenda coletiva” na qual
eram pautadas as demandas e contribuições de uma multiplicidade de atores
sociais, como um meio, um instrumento de socialização de atividades e
coordenação de esforços, que através de encontros plenários mensais criava
um espaço propício ao fortalecimento de todas as atividades desenvolvidas
naquele território, assim como também um espaço catalizador de demandas da
comunidade por serviços públicos a serem encaminhadas aos órgãos
correspondentes.
Este espaço se mostrou um veículo eficaz para resolução de alguns
problemas da comunidade e um instrumento importante para a comunicação
entre a universidade, à sociedade civil e os movimentos atuantes no local.
Porém, a instalação da UPP nos últimos meses de 2010 e a consolidação da
“nova” política de segurança territorial no ano seguinte, trouxe outra dinâmica
de relações sociais entre os moradores e com as instâncias do poder público. A
hierarquia militar não admite horizontalidades e as ações complementares à
política de segurança (teoricamente a serem desenvolvidas pela UPP social)
não contaram nem com apoio, nem com recursos para responder às
expectativas da população local. O propósito do Fórum Comunitário foi sendo
diluído por uma estratégia imediatista do comandante “todo poderoso” capaz
de resolver (o complicar) boa parte dos problemas da comunidade em poucos
minutos. Outra série de problemas se acrescentou às tradicionais demandas
dos moradores, tais como a proibição de festas (casamentos, aniversários,
batizados), bailes funk, entre outros que mudaram o convívio e as formas de
sociabilidade na favela, deixando em segundo plano as reivindicações que
deram inicio ao movimento aglutinador. Tal como sinalizam Baumam et al
(2011:53 ):
“O acesso aos programas sociais e iniciativas de inclusão social, que tendem a se desenvolver nas áreas de UPP, fica assim subordinado a uma espécie de desconstrução da favela como locus por excelência da criminalidade. Assim é que a agenda de acesso a direitos dos moradores de favelas passa a se confundir com o discurso da “pacificação” promovida pela policialização de territórios populares”.
Esta situação, que acompanhamos desde 2010, não é isolada. Ela se
repete em quase todas as favelas incrustadas nas áreas mais valorizadas da
cidade, principalmente na Zona Sul da cidade.
No intuito de forjar formas de possível diálogo entre as favelas que
possuem os mesmos problemas e buscando o fortalecimento para seu
enfrentamento, surge um movimento de resistência, que tem como eixo central
a discussão dos temas comuns: remoções, falta de saneamento básico – valas
abertas – truculência policial, proibições de festas culturais, prisões, mortes
arbitrárias. O movimento “Favela Não Se Cala”, inicia-se no morro da Babilônia
e estende-se às outras favelas, suas ações estão centradas em organizar
reuniões que tratem dos assuntos acima elencados, as quais acontecem em
favelas alternadas, geralmente em casas de moradores que são ameaçados de
remoção.
Junto a este movimento, genuinamente popular, se agregam setores
organizados da sociedade civil, são lideranças comunitárias, representantes de
ONG’S, atores de Universidades Públicas como UNIRIO e UFRJ (Professores
e estudantes) Rede Contra Violência, defensores públicos, Secretaria de
Direitos Humanos, que somam apoios às iniciativas de enfrentamento
desenvolvidas por parte dos moradores. A resistência é reivindicada por
sujeitos políticos e organizada, a luta por moradia é inerente a estes sujeitos,
que ocuparam estes espaços desprezados pelo mercado e pelo Estado,
fizeram dali seu lar, sua moradia, suas histórias de vida se misturam com a
existência do próprio espaço.
Iniciamos o acompanhamento deste movimento entendendo que ele
pode reforçar a sociabilidade esgarçada das favelas, dando voz e coesão aos
moradores na defesa dos seus legítimos direitos, e buscando, também,
incentivar a participação do Morro dos Prazeres nessa instância
“supracomunitária”. Porém, nenhuma liderança comunitária desta favela se
sentiu mobilizada a assistir as reuniões, e a participação dos moradores foi
sendo canalizada aos projetos (na sua maioria esportivos) impulsionados pela
UPP, que também limita e regulamenta as atividades sociais e culturais dos
moradores.
Resultados preliminares da ação extensionista
O campo de extensão e as ações desenvolvidas no âmbito do projeto
“reprodução sócio territorial” no Morro dos Prazeres teve desdobramentos
significativos para a academia. Tanto na perspectiva da interdisciplinaridade,
favorecendo o diálogo e a perspectiva operacional de um amplo conjunto de
saberes e disciplinas, como também das articulações com o ensino, na
graduação e pós graduação, e com a pesquisa. Porém, os esforços
direcionados no sentido de fortalecer a organicidade das lutas e reivindicações
legítimas dos moradores estão, por enquanto, submetidas aos critérios de
segurança e ordem interpostos pela presença da polícia, e diante do futuro
incerto quanto à permanência dessa instância pública na favela. Os processos
em voga em diferentes favelas cariocas, evidenciam a existência de sujeitos
coletivos que apesar das dificuldades em fazer que suas vozes sejam ouvidas
não se calam diante das ações arbitrárias que usam o silencio como estratégia
de impossibilitar a continuação de espaços de discussão.
Referências bibliográficas
Baumann, Marcelo B. et al; Desigualdade & Diversidade – Revista de Ciências Sociais
da PUC-Rio, nº 11, ago/dez, 2011, pp. 49-98.
Icasuriaga, Gabriela Lema; O cotidiano e suas barreiras, In: M. F. C. M. Gomes et al,
Renovação urbana, mercantilização da cidade e desigualdades sociespaciais, Rio de
Janeiro, Mauad X, 2013.
Pimenta, Deise; Favela no se cala, CONEX/UFRJ, 2013.
Santana, Caroline; O que aconteceu com o Fórum Comunitário dos Prazeres?
CONEX/UFRJ, 2013.
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: UMA PARCERIA COM O PROGRAMA DE
ALFABETIZACAO DE JOVENS E ADULTOS DA UFRJ E COM O COLEGIO MUNICIPAL TENENTE
GENERAL NAPION
Apresentação e Antecedentes do Trabalho
O presente trabalho trata-se de iniciativa do Núcleo de Educação em Direitos Humanos
(NEDH), que vem sendo desenvolvido pelo Núcleo Interdisciplinar de Ações para a
Cidadania (NIAC), que configura-se em um programa de extensão, que compõe a
Divisão de Integração Universidade Comunidade (DIUC), vinculada à Pró-Reitoria de
Extensão (PR5), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Criado em 2011, o
NEDH busca implementar ações de ensino, pesquisa e extensão visando à formação e
promoção de políticas e projetos acadêmicos no campo da Educação em Direitos
Humanos. Atualmente o NEDH esta desenvolvendo três atividades específicas no
âmbito da extensão universitária: participação no Programa de Alfabetização de Jovens
e Adultos da UFRJ (PAJA) junto aos alfabetizadores, com o objetivo de realizar cursos
de Educação em Direitos Humanos com os alfabetizadores, trabalhando principalmente
com questões relacionadas com Direitos Humanos, presentes nas turmas do Programa, e
que influenciam no processo de aprendizado; Reuniões trimestrais com os pais do
Colégio Municipal Tenente General Napion, localizado no Bairro Maré, onde pretende-
se aplicar três oficinas que abordem questões relativas à Educação em Direitos
Humanos e o respeito a diversidade cultural principalmente no espaço escolar, focando
na importância da parceria escola-família; e Reunião com os professores e a direção do
Colégio Municipal Tenente General Napion, objetivando desenvolver, com os
educadores, dinâmicas que tratem de questões cotidianas presentes no contexto escolar,
como diversidade sexual, questão de identidade e processos de vulnerabilização social.
Essas atividades buscam trocar com a população da Maré a produção de conhecimento
desenvolvida na universidade, pensando a temática da Educação em Direitos Humanos
e desenvolvendo estratégias para promoção do saber no campo dos Direitos Humanos e
sensibilização dos sujeitos para o respeito e disseminação desses direitos. Vale ressaltar
que a parceria com o Colégio Municipal Tenente General Napion é resultado de
atividades realizadas em 2011 e 2012, avaliadas como bem sucedidas pela equipe do
Colégio, com uma turma de aceleração, a época. A proposta de trabalhar com os pais e
os educadores desse Colégio veio da própria equipe do Colégio em reuniões com a
equipe do NEDH. O mesmo processo aconteceu com o PAJA, já que em 2011 o NEDH
realizou atividades de Educação em Direitos Humanos com uma turma da Vila
Residencial da UFRJ (uma das turmas do Programa) e a partir dessa experiência,
pensando o maior alcance das oficinas, pensou-se em uma atividade do mesmo teor com
os alfabetizadores, considerando-os multiplicadores do saber. O momento atual da
experiência conta com a elaboração e aprovação dos projetos por parte do Colégio e do
PAJA, além de realização de reuniões com o PAJA e com o Colégio Municipal Tenente
General Napion para definição de cronograma das experiências. Pretende-se ter todas as
atividades concluídas no momento da apresentação do trabalho.
Resultados preliminares da ação extensionista.
Como resultados preliminares pode-se destacar o interesse e o esforço da parceria por
parte do Colégio e do PAJA com a equipe do NEDH em busca de orientações para
questões concernentes aos Direitos Humanos, possibilitando desencadear um processo
de mudanças significativas para o respeito à diversidade, além de contribuir para uma
cultura de promoção dos Direitos Humanos nos espaços educacionais (formais e
informais) com pais, alunos e professores, funcionários e alfabetizadores. Importante
reiterar o caráter de continuidade das propostas, que visam não findar o processo de
reflexões a respeito dos Direitos Humanos nos encontros da equipe do NEDH com os
sujeitos, mas sim faze com que esses encontros desencadeiem processos reflexivos e de
analise acerca de questões cotidianas nas vidas dos sujeitos participantes do processo
dialético de viver em sociedade, possibilitando mudanças mais significativas para o
respeito às diferenças, além de contribuir na promoção de uma cultura de promoção dos
Direitos Humanos.
CONTRIBUIÇÕES PARA ATUAÇÃO NO CAMPO DOS DIREITOS HUMANOS A PARTIR DA
ANÁLISE INSTITUCIONAL E DO PERFIL DA POPULAÇÃO USUÁRIA DO NÚCLEO
INTERDISCIPLINAR DE AÇÕES PARA A CIDADANIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO.
Apresentação e Antecedentes do Projeto.
O presente trabalho parte de nossa inserção enquanto estagiárias do Programa de Extensão
Núcleo Interdisciplinar de Ações para a Cidadania – NIAC/ UFRJ e objetiva analisar este
espaço institucional no qual o Serviço Social está inserido, problematizando a atuação
profissional dos diferentes atores envolvidos no programa buscando identificar o perfil da
população usuário e suas demandas. O NIAC foi criado em julho de 2006 e busca implantar
ações interdisciplinares de ensino, pesquisa e extensão visando à formação, promoção de
políticas e programas acadêmicos no campo da educação e promoção dos Direitos Humanos
e do acesso à justiça. Tem como característica a atuação interdisciplinar das equipes do
Direito, da Psicologia e do Serviço Social no atendimento a comunidade do entorno da UFRJ,
especialmente da Maré. Partimos do pressuposto que, ao analisarmos objetivamente o campo
de estágio no qual estamos inseridos é possível pensar a atuação profissional do Assistente
Social no campo da Educação, apreendendo as dimensões do ensino, pesquisa e extensão,
sua relevância na observação e na sistematização da prática profissional, problematizando a
interlocução com diferentes áreas na busca pela efetivação do acesso às políticas sociais e
direitos humanos. Utilizamos como metodologia a observação participante no campo de
estágio, com orientação acadêmica e profissional, além da análise dos registros de
atendimento e de entrevistas sociais realizadas no NIAC, bem como desenvolvemos uma
revisão bibliográfica sobre o tema.
Resultados Preliminares da Ação Extensionista.
Observarmos em nossa análise que a atuação interdisciplinar impõe inúmeros desafios,
especialmente no que diz respeito às formas de compreensão da realidade a partir dos
diferentes projetos profissionais. Apesar disso, a interlocução entre o Direito, a Psicologia e o
Serviço Social apresenta um potencial enriquecedor no atendimento às demandas que são
postas neste espaço institucional. Neste sentido, o atendimento interdisciplinar e/ou social tem
contribuído para desvelar os processos e relações sociais que envolvem estas demandas.
A população usuária é composta basicamente de moradores da Maré e do entorno da Ilha do
fundão, em sua maioria mulheres (mas não exclusivamente), com grande predominância de
adultos de 25 a 55 anos, porém atendendo usuários de todas as idades, ainda que em menor
número. Estes usuários apresentam demandas das mais variadas, e geralmente chegam ao
NIAC com um direcionamento de sua principal questão para uma determinada área. No
entanto, o primeiro atendimento (acolhimento), e especialmente a entrevista social realizada
pelo Serviço Social, tem o papel de desvelar as demandas implícitas, para além do que de
mais imediato é colocado pelo usuário. Acreditamos que a análise e o levantamento que
realizamos contribui para uma melhor compreensão da atuação no campo dos direitos
humanos e acesso ajustiça, possibilitando identificar os principais atores envolvidos e a
população que demanda este tipo de atendimento.
DIÁLOGOS ADOLESCENTES
Nesta Roda de Conversa pretendemos debater a experiência do Projeto “Diálogos
Adolescentes” desenvolvido pela UEMG que tem por objetivo promover o diálogo entre
diferentes expressões juvenis contemporâneas e o universo acadêmico, estabelecendo canais
de reflexão e cooperação entre estas partes em um processo dinâmico de construção do
conhecimento. O público são jovens, inseridos em coletivos ou movimentos, membros de
associações, grupos culturais e sociais que integram a região metropolitana de Belo
Horizonte, a comunidade acadêmica da UEMG, atores do Sistema de Garantia de Direitos
de crianças e adolescentes organizações da sociedade civil e poder público e demais
interessados na temática. A metodologia envolve a realização de encontros mensais em
diversos territórios com o público envolvido no projeto. Os encontros são planejados,
executados e avaliados com o efetivo envolvimento dos jovens na ação. Como ambientes
dos encontros são utilizados os espaços das unidades da UEMG e dos coletivos envolvidos.
Durante as rodas de conversa os jovens debatem e se expressam sobre o tema escolhido em
diferentes perspectivas. As ações já desenvolvidas demonstram que as reflexões e ações
estão estreitando os laços e o diálogo entre a Universidade e os coletivos juvenis e ainda
aproximando estes. Percebe-se a aproximação entre os coletivos e movimentos sociais
juvenis, compartilhando experiências, questionamentos e dilemas sobre seus territórios e as
políticas sociais.
PROGRAMA UFF SOS COMUNIDADE: A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA PREVENÇÃO DE RISCOS E DESASTRES
O Programa UFF SOS Comunidade da Universidade Federal Fluminense (UFF) surgiu em 2010 após a tragédia que atingiu Niterói e, em 2011, a Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Tem por objetivo capacitar e qualificar uma equipe inter/multidisciplinar para atuar junto à população atingida por desastres e àquelas em situação de risco. Através de ações que realiza em comunidades, abrigos e escolas, busca colaborar na prevenção de novos desastres e na redução dos impactos causados, por meio da mobilização, esclarecimento e conscientização da população, visando aumentar o grau de percepção de riscos dessas pessoas. Para tanto, adotou uma metodologia interativa, que envolve a participação de membros da comunidade acadêmica, poder público, população atingida e da sociedade em geral. Em parceria com Ações Extensionistas da UFF e atividades externas, procura identificar ferramentas eficazes e soluções para os problemas apresentados, considerando as experiências da população, que auxiliem nas decisões que precisam ser tomadas em situações de emergência. Essas ações contam com atuação de docentes/discentes de diversas áreas do conhecimento, potencializando a relação entre a teoria e a prática e a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Atualmente, realiza palestras e cursos de extensão que abordam a promoção e proteção à saúde, aspectos sociais, culturais, educacionais, ambientais e econômicos, a fim de garantir os direitos humanos e efetiva transformação social.
CINE ESCOLA: ANALISANDO A DITADURA MILITAR NO BRASIL
ATRAVÉS DO CINEMA
RESUMO
O Programa de Pesquisa e Extensão “Repressão e resistência à ditadura civil-militar no
Tocantins” tem como objetivo contribuir para a recuperação da memória popular sobre a
repressão e a resistência no estado do Tocantins, antigo norte goiano, evidenciando as
violações dos direitos humanos e a estrutura repressiva do período, além de dar ampla
divulgação pública sobre temáticas do período. Nesse sentido, o presente trabalho tem
como objetivo expor umas dessas ações, o “Cine Escola”, que busca levar o debate às
escolas de ensino fundamental e médio. A ação se desenvolve através da organização de
sessões de filmes, seguidas de debate, que tratam de temáticas ligadas à ditadura no país
e estão sendo realizadas em algumas escolas públicas no município de Porto Nacional no
Tocantins. Trata-se de uma ação que visa trabalhar junto ao público estudantil temas
como a violência institucional e o Terrorismo de Estado, os mortos, desaparecidos
políticos e a tortura durante a ditadura, a censura aos meios de comunicação, entre outros.
Busca-se, assim, promover um debate reflexivo junto aos estudantes, de forma a recuperar
relevantes aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais da época, contribuindo para
a educação em direitos humanos, para o resgate da memória e para o entendimento dos
resquícios e permanências da ditadura na atualidade.
Palavras – Chaves: Ditadura militar, cinema, ensino
¹Coordenador do Projeto de Extensão Incubadora Tecnológica de Empreendimentos de Economia
Solidária e professor do Centro de Ciências Humanas e Naturas da Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES).
² Bolsistas do Projeto de Extensão Incubadora Tecnológica de Empreendimentos de Economia Solidária e
Graduandas em Greografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Barraca Agroecológica na UFES
MICHELATO-GHIZELINI, A. A.¹
DELPUPO, M. J. O. de.²
GASPERAZZO, S. D.²
A “Barraca Agroecológica” surge em 2011 como atividade do Grupo de Trabalho de
Comercialização da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida no
Espírito Santo. Fruto da parceria entre Coletivo Casa Verde, Movimento dos Pequenos
Agricultores (MPA) e o Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Agroecologia
(NEPEA 2011-2013), tem como objetivo divulgar a Campanha, discutir com a
comunidade universitária sobre os impactos da utilização dos agrotóxicos nos alimentos
e apresentar a produção agroecológica como alternativa. Atualmente, somando-se a
esses objetivos, em parceria com o projeto de Extensão Incubadora Tecnológica de
Empreendimentos e de Economia Solidária, propõe-se construir a Certificação
Participativa. Procura-se estabelecer uma relação de aproximação e solidariedade entre
os produtores\as e consumidores\as de alimentos. Somando-se à atividade da Barraca,
iniciou-se a entrega das “Cestas de Alimentos Agroecológicos” produzidas por famílias
ligadas ao MPA, do município de Domingos Martins, e adquiridas por moradores\as da
região da Grande Vitória. A cesta surge do diálogo entre a Associação de Geógrafos
Brasileiros seção local Vitória (AGB) e o MPA. Outra atividade realizada é o
intercâmbio de saberes entre as famílias produtoras e as famílias que consomem o
alimento da Barraca e/ou da Cesta de Alimentos. Há, no momento atual, a perspectiva
de inserir a Barraca em outros espaços e ampliar a entrega das Cestas, agregando novas
companheiras e companheiros.
Palavras-chaves: Agroecologia; Economia Solidária; Intercâmbio de Saberes.
1- Graduanda da Universidade Estadual do Maranhão do curso de Letras, bolsista PIBEX (Titular) do projeto: Combatendo racial na escola;
2- Graduanda da Universidade Estadual do Maranhão do curso de Direito, bolsista PIBEX (Titular) do projeto: Combatendo o preconceito racial na escola;
3- Graduanda da Universidade Estadual do Maranhão do curso de Letras, bolsista PIBEX (voluntária);
4- Professora Mestre da Universidade Estadual do Maranhão do Curso de Letras, coordenadora do projeto PIBEX: Combatendo o preconceito racial na escola.
Mary Cristina Rodrigues Diniz (UEMA)1
Keyciane Nunes (UEMA)2
Keyla Dias (UEMA)3
Lucimar Ribeiro Soares (UEMA)4
O projeto de extensão PIBEX “Combatendo o preconceito racial na escola”
propõe questionamentos e reflexões que visam à representação do negro em situações
constrangedoras, humilhantes e sofridas na literatura, livros didáticos, textos
publicitários, letras de música, etc., partindo da tomada de consciência da realidade do
preconceito às manifestações afro enraizadas no Brasil através de um processo social e
histórico que contribua para uma educação geradora de cidadania, favorecendo a criação
de um ambiente propício ao respeito das diferenças e à valorização da identidade e
diversidade da cultura negra. Tem-se, como válvula, a participação de alunos e
professores, de algumas escolas da rede pública maranhense, para assim dar ênfase, com
maior exatidão, à cultura afro-brasileira, destacando sua contribuição para a riqueza e
diversidade cultural do Brasil, combatendo o preconceito racial no que diz respeito aos
estereótipos negativos direcionados ao negro infundido na mente do corpo discente e
docente do ensino fundamental e médio da rede pública. Toda a comunidade envolvida
lerá textos teóricos e literários para que os estereótipos sejam desconstruídos e a auto-
estima dos excluídos promovida. Coloca-se em discussão o preconceito, em especial, o
racial, da sua origem aos dias atuais, elencando as consequências que esse fenômeno
ideológico causa nos indivíduos de uma comunidade e da sociedade como um todo,
bem como as leis que sugiram em prol da dignificação dessa classe social.
PROGRAMA UFF MULHER: CONVERSANDO SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA MENINAS
Em 2010, a Coordenação de Difusão e Fomento à Extensão da PróReitoria de Extensão da Universidade Federal Fluminense criou o Projeto UFF Mulher com atividades comemorativas para o Dia Internacional da Mulher. Em 2013, passou a contemplar a temática gênero, transformandose em Programa. Busca desenvolver, junto às comunidades interna e externa à UFF, atividades voltadas para a reflexão, prevenção e capacitação de questões relativas a gênero, proteção social a grupos vulneráveis e direitos humanos, entre outros. Como um processo de longa permanência histórica a violência infantil atinge todas as raças e todas as classes sociais. Manifestase de diversas formas maus tratos físicos, psíquicos, sexuais, negligência, exploração sexual, entre outros. Crianças e adolescentes do sexo masculino são os que mais sofrem violência física; já do sexo feminino as que mais sofrem violência sexual e intrafamiliar no âmbito doméstico. Objetivos desta Roda de Conversa: 1) descrever, analisar e identificar os tipos de violência infantil em relação ao contexto de gênero de acordo com as experiências trocadas pelo grupo de trabalho; 2) questionar o papel efetivo da universidade, principalmente da Extensão Universitária, como um instrumento de mudança social em direção à justiça, à democracia e à igualdade na sociedade brasileira, por meio de ações que atendam aos grupos vulneráveis e que superem das desigualdades sociais existentes.
Título: Processo metodológico - Do serviço social à arquitetura, da
arquitetura ao serviço social.
Autores: Anna Lúcia dos Santos Vieira e Silva, Frederico Leite
Gonçalves, Vitor Vieira Araújo.
O Canto, Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da UFC, desenvolveu nos dois
últimos anos quatro projetos junto à comunidade Lauro Vieira Chaves. A LVC existe há
quarenta anos nas proximidades do aeroporto de Fortaleza, cidade sede da Copa do
Mundo 2014. A implantação do Veículo Leve sobre Trilhos – VLT ameaçava de
remoção cerca de quatrocentas famílias do local. Nesse contexto, o Canto foi solicitado
e agiu inicialmente com o projeto Regularização Fundiária da Comunidade LVC.
A construção de laços com a comunidade permitiu o surgimento de novas demandas
que foram levadas para discussão no Seminário Nacional de Escritórios Modelo de
Arquitetura e Urbanismo em 2012. O evento trabalhou na comunidade em três eixos:
Espaços Públicos; Arte e Resistência Urbana; Comunicação Comunitária.
Como continuidade dos dois primeiros eixos, o projeto Se Essa Rua Fosse Nossa
trabalhou com intervenções co-criativas e participativas no intuito de qualificar o espaço
público, potencializando sua visibilidade no contexto local e nacional, e a resistência às
imposições dos órgãos públicos.
A comunidade conseguiu desviar o trajeto do VLT e apenas 66 famílias foram
removidas. Desta conquista, surgiu a vontade de documentar e publicar todo o processo
de modo a permitir que a trajetória política e social pudesse ser apropriada em situações
similares. Este é o atual projeto: Nossa Rua.
O objetivo da atividade é expor os processos metodológicos propostos no
desenvolvimento dos projetos e a reflexão sobre suas expectativas e conquistas.
A criminalidade e a violência têm assumido contornos assustadores nos últimos anos.
Muitas pesquisas apontam a família como um fator fundamental no denominado
processo de ressocialização dos encarcerados. Neste sentido, temos desenvolvido um
projeto de extensão na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC)
da cidade de Ituiutaba/MG, com o objetivo de contribuir no fortalecimento dos laços e
na aproximação dos presos da instituição (chamados de recuperandos) e suas
respectivas famílias. A execução do projeto tem se dado por meio de palestras, debates,
ações comunitárias, trabalho em grupo, visitas domiciliares, tendo em vista a
aproximação do recuperando e sua família. A metodologia de trabalho está ancorada no
paradigma dialético. Acreditamos que este paradigma nos permite analisar a
criminalidade estabelecendo uma articulação analítica com as mutações da sociedade
contemporânea, suas contradições e historicidade produzidas pelo atual ciclo do capital.
Nesta perspectiva, por meio da roda de conversa temos o objetivo de apresentar os
resultados do projeto e trocar ideias e saberes entre os diversos extensionistas, tendo em
vista o aprofundamento de reflexões sobre o fenômeno da criminalidade, abordando a
família como um importante fator no denominado processo de ressocialização, e
consequentemente, na redução da reincidência criminal.
A EXPERIÊNCIA DE ATUAÇÃO DO BOLSISTA-TUTOR NO PROGRAMA
ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA: SAÚDE E DIREITOS HUMANOS
Área temática: Direitos Humanos e Justiça
Helena Terezinha Hubert Silva1
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Helena Terezinha Hubert Silva1 ,Camila Bassani Bozzetto2, Andressa Cyrre3
Palavras-chave: Educação a Distância; Tutor; Violência.
1Doutor, Coordenadora da Ação de Extensão e Docente do Departamento de Patologia e
Medicina Legal, [email protected].
2Discente-bolsista, Curso de Fisioterapia, UFCSPA
3Discente-bolsista, Curso de Psicologia, UFCSPA
Resumo
As consequências das violências sofridas pelos indivíduos geram agravos
biológicos, psicológicos, morais e sociais caracterizando um problema de saúde pública.
Políticas de enfretamento às diferentes formas de violência têm sido empregadas, e
dentre elas, destacamos a importância de capacitar os profissionais e acadêmicos para
lidar com a problemática. Entretanto, quando se ausenta para a capacitação o
profissional está deixando de exercer sua atividade em momentos de necessidade da
possível vítima. A capacitação através da educação a distância permite ao profissional
realizar sua capacitação e permanecer no exercício da atividade. O Programa
Enfrentamento à Violência objetiva capacitar profissionais pela educação a distância
(EaD), a fim de aprimorar os conhecimentos sobre violência, saúde e direitos humanos,
para que atuem no enfrentamento à violência em seus diversos tipos. Ofereceu curso e
disciplina eletiva na modalidade EaD para profissionais e acadêmicos da UFCSPA,
respectivamente, buscando instrumentalizá-los no reconhecimento e denúncia das
diversas formas de violência do ciclo da vida. Capacitou 18 acadêmicos-bolsistas
selecionados entre todos os cursos oferecidos pela universidade, através de oficinas
específicas. Como resultados os tutores-bolsistas desenvolveram habilidades para o
exercício da tarefa de tutoria permitindo-lhes a reflexão e aprendizado sobre o tema; a
responsabilidade de ser tutor em EaD; o contato direto com profissionais no contexto da
educação a distância; o exercício da cidadania; contato com vivências desenvolvidas em
sua graduação e o fortalecimento do eixo ensino-pesquisa e extensão através da
apresentação de seus resultados em eventos científicos.
Introdução
Vive-se um contexto social onde a individualidade se sobrepõe aos interesses e
princípios coletivos, especialmente com o aumento da violência. Tal fenômeno atinge as
diferentes classes sociais e faixas etárias demonstrando a importância da educação
social e moral no processo de formação do ser humano com resgate e estímulo da
cidadania e da promoção de direitos humanos. Nesse âmbito, cabe preparar os
profissionais que frequentemente se deparam com os mais diversos tipos de violência
no seu dia a dia laboral, objetivando a transmissão das condições necessárias para que
possam conduzir suas ações de enfrentamento.
O Programa Enfrentamento à Violência: Saúde e Direitos Humanos,
contemplado com recursos pelo edital nº 4 Proext-MEC/SESu 2011, tem o objetivo de
capacitar profissionais pela educação a distância (EaD), a fim de aprimorar os
conhecimentos sobre violência, saúde e direitos humanos, para que atuem no
enfrentamento à violência em seus diversos tipos. Busca promover a responsabilidade
social e a formação cidadã dos profissionais, alunos e universitários-tutores envolvidos
no projeto, instrumentalizando-os no reconhecimento e denúncia das diversas formas de
violência no ciclo da vida, causando reflexão e aprendizado sobre o tema.
Por meio das diversas ações dentro da universidade e na comunidade, o
Programa de Enfrentamento à Violência demonstra a sua relevância socioeducativa.
Com as ações desenvolvidas, tanto alunos e professores colaboradores pertencentes à
comunidade acadêmica da UFCSPA, quanto às pessoas da comunidade, atingidas pelo
Programa, tornam-se multiplicadores, colaborando para a quebra do silêncio e redução
do problema.
Material e metodologia
O Programa oferece curso na modalidade EaD destinado a profissionais da área
da saúde, educação e direito, de todas as regiões do pais; fórum de saúde e direitos
humanos; oficinas sobre o tema bullying e identificação de sinais de violência
doméstica, destinada a professores de escolas da rede pública, cartilha de enfrentamento
a violência e disciplina eletiva na modalidade à distância, oferecida aos alunos de todos
os cursos da UFCSPA. Para tal, 18 acadêmicos-bolsistas, de diferentes cursos de
graduação, foram capacitados para participarem ativamente de todas as atividades do
Programa: preparação, execução, tutoria e avaliação do curso e disciplina EaD,
organização do fórum, desenvolvimento da cartilha e atuação nas oficinas e capacitação
com a equipe multidisciplinar de docentes da UFCSPA. O processo de construção de
conhecimento como bolsista-tutor se deu através de capacitações para que se pudesse
exercer a tarefa com qualidade e eficiência compostas por aulas e exercícios sobre a
plataforma Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment),
conceitos em EaD, condução da tutoria, bem como aulas sobre os diferentes tipos de
violência no ciclo da vida. O curso EaD se compunha de 12 módulos, sendo assim, cada
bolsista se responsabilizava por um, juntamente com a professora-conteudista. Para cada
módulo foi desenvolvido o material que seria visualizado e utilizado pelos alunos, de
acordo com a sua temática - constituído por vídeos, power point, leituras em PDF
(Portable Document Format), atividades avaliativas, pré e pós-testes. Todas as
atividades de extensão desenvolvidas foram avaliadas pelos participantes, coordenação
e bolsistas do Programa ao longo de seu desenvolvimento. Reuniões semanais foram
realizadas entre os bolsistas e a coordenação para acompanhamento, alinhamento sobre
as atividades desenvolvidas e tratar de assuntos diversos referentes ao Programa, com
atenção especial ao acompanhamento da tarefa de tutoria. A avaliação dos alunos
bolsistas foi mensal e através do desempenho das tarefas designadas. A realização do
Fórum exigiu articulação com o DCE da universidade e procura de palestrantes ao nível
do evento, bem como organização de escalas, inscrições e confecção de lista dos
palestrantes para posterior certificado. O mesmo se deu com as oficinas para os
professores de escolas públicas na capacitação sobre a violência. Após todas as
atividades do Programa, foi elaborado um banco de dados para posterior avaliação do
desempenho dos alunos, tutores e atividades, para fins de pesquisa e melhorias das
diversas ações do Programa.
Resultados e discussão
Após o encerramento do curso e mesmo durante a realização do mesmo, o
feedback dos alunos era ao mesmo tempo a confirmação de que se estava exercendo a
tutoria de forma correta e um estímulo para continuar agindo e trabalhando de tal forma.
De certo modo esse retorno criou vínculos, a troca de mensagens possibilitou
sentimentos de alegria, dever cumprido, satisfação com a tarefa bem feita e a
gratificação de atuar na base, modificando formas de agir que farão diferença em todo o
processo. Contatos simplesmente agradecendo a atenção recebida demonstram que essa
era o ponto de partida para que os profissionais não abandonassem o curso, uma vez que
se sentiam amparados por seus tutores. Mensagens relatando casos vivenciados no dia a
dia, resolvidos com sucesso em decorrência de aprendizados com os módulos do curso
eram recebidas, bem como relatos de casos e pedidos de ajuda em como proceder. Já
outras eram de agradecimento pelo curso estar ajudando a modificar a postura
profissional para melhor diante das adversidades. As reuniões semanais permitiram
trocar experiências e dificuldades, oportunizando um maior aprendizado
interdisciplinar, melhorando a qualidade do trabalho como tutor e o desenvolvimento
individual.
“Para que um curso seja veiculado a distância, mediado pelas novas tecnologias,
é preciso contar com uma infra-estrutura organizacional complexa. O ensino a distância
requer a formação de uma equipe que trabalhará para desenvolver cada curso, e definir a
natureza do ambiente online em que será criado” (Alves; Nova, 2003). Com base nisso
entra em cena o tutor, tendo atribuições específicas de acompanhamento do
desenvolvimento que é de total importância em cursos EaD, já que é quem acompanha o
aluno desde o desenvolvimento do processo de aprendizagem e também em questões
pedagógicas quando estas estão ao seu alcance. A tutoria é o método mais efetivo para
interação pedagógica, além de servir como marcado de avaliação do sistema de ensino.
Trazendo o contexto da tutoria e as experiências vivenciadas em consequência
dela para a vida estudantil, percebe-se a grande maturidade adquirida tanto para
adversidades acadêmicas do dia a dia quanto para o convívio social, que tornou-se mais
leve por conta da maneira diferente de se ver e enfrentar o cotidiano.
Mais do que o olhar, adentrou-se e mergulhou-se para aprender, compreender e
repassar conhecimento. Foi percebido que os problemas sociais as vezes estão mais
perto do que a imaginação pode ditar – e que a solução também pode estar. A forma de
ver o mundo em que se vive, a cidade, o país e os problemas enfrentados pela sociedade
foi modificada, já que foi possível ao longo do Programa entender o problema em sua
raiz.
A violência não deixa de ser um problema de saúde pública, visto os danos que
ela causa, psíquica e fisicamente - e como bolsistas e primordialmente estudantes da
saúde, este conhecimento foi repassado para as salas de aula, seminários e discussões,
bem como para a visão pessoal de cada tutor sobre o tema e a sociedade. É gratificante
ter o reconhecimento e a certeza de se atuar em uma área nobre e que merece
reconhecimento, cuidado e investimentos.
Considerações finais
Segundo o Livro Verde (SocInfo, 2000), para que o ensino a distância alcance o
potencial de vantagem que pode oferecer, é preciso investir no aperfeiçoamento do tutor
e, sobretudo, regulamentar a atividade, além de definir e acompanhar indicadores de
qualidade (Alves; Nova, 2003). O Programa ofertou aos bolsistas capacitação
diferenciada para atuar no processo em seus diversos âmbitos, proporcionando-lhes
assim uma experiência única, com a responsabilidade de ser tutor e ter o contato direto
com profissionais, além do incentivo à pesquisa, engrandecendo o ser extensionista na
sua raiz. As ações extensionistas desenvolvidas demonstraram que o tema tem trazido
ao Programa amplo interesse da comunidade - discentes, docentes e população em geral
-, demonstrando a articulação da universidade com seus pares e com a comunidade no
enfrentamento à violência através do fazer extensionista.
O contato com alunos do curso, estes já profissionais, por meio da tutoria foi
essencial para a troca de experiências, ideias, saberes e cultura, pois o envolvimento -
praticamente diário - possibilitou que a educação e o saber transpusessem barreiras
físicas promovendo a transcendência dos ensinamentos da graduação, através da
experiência de bolsista de extensão e agregando ao desenvolvimento de um saber
diferenciado ao futuro profissional.
Referências Bibliográficas
ALVES, L.; NOVA, C. Educação a distância: uma nova concepção de aprendizagem e
interatividade. São Paulo: Futura, 2003.
SÁ, I.M.A. Educação a distância: processo contínuo de inclusão social. Fortaleza:
C.E.C., 1998.
SOCINFO. Ministério da Ciência e Tecnologia. Programa Sociedade da Informação –
SocInfo. Brasília, DF, 2000. Disponível em: <http://www.mct.gov.br>. Acesso em: 20
mar. 2014.
EXTENSÃO POPULAR EM SAÚDE MENTAL E
DIREITOS HUMANOS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Direitos Humanos e Justiça
Ludmila Cerqueira Correia
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Ludmila Cerqueira Correia1; Murilo Gomes Franco
2; Olívia Maria de Almeida
3
RESUMO
O Grupo de pesquisa e extensão “Loucura e Cidadania” iniciou suas atividades em
2012, no âmbito do Centro de Referência em Direitos Humanos da Universidade
Federal da Paraíba, reunindo professores e estudantes dos cursos de Graduação em
Direito, Enfermagem, Psicologia e Serviço Social. Nos anos de 2012 e 2013, observou-
se que a atuação dos estudantes no projeto de extensão corrobora com o entendimento
de que a extensão universitária, sobretudo a partir dos projetos que se identificam com
demandas populares, mostra-se como eficaz na política de diálogo entre a Universidade
e a sociedade, onde existem conflitos reais, não necessariamente valorizados quando se
entende que a educação se faz apenas dentro da sala de aula. Essa prática diferenciada
propõe a possibilidade de ressignificação da educação, trabalhando de forma
interdisciplinar e junto aos grupos e sujeitos historicamente vulnerabilizados. A presente
roda de conversa tem como objetivos: discutir a integração da extensão popular às
atividades de ensino e pesquisa; compartilhar a metodologia utilizada pelo grupo nas
oficinas temáticas realizadas; discutir a necessidade de integrar a experiência da
extensão popular em saúde mental e direitos humanos às práticas de ensino dos cursos
de graduação; analisar a contribuição da extensão popular para os debates no campo da
garantia dos direitos das pessoas em sofrimento mental, da conquista de novos direitos e
da ampliação da cidadania desse grupo social.
1 Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professora Assistente do
Centro de Ciências Jurídicas da UFPB, assessora de extensão do Departamento de Ciências Jurídicas da
UFPB, coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB e do Grupo de Pesquisa e
Extensão Loucura e Cidadania. Doutoranda em Direito no Programa de Pós-Graduação em Direito da
Universidade de Brasília. 2 Graduando em Direito (UFPB) e extensionista do Grupo de Pesquisa e Extensão Loucura e Cidadania.
3 Graduanda em Direito (UFPB), extensionista do Grupo de Pesquisa e Extensão Loucura e Cidadania e
bolsista do PROEXT 2014.
Autora: Jéssica Becker Moraes
Resumo:
O projeto de extensão “A Mediação como Ferramenta de Empoderamento” visa o desenvolvimento da prática da Mediação no atendimento de conflitos de pessoas em situação de vulnerabilidade, além do fomento da cultura de paz. O projeto surgiu no SAJU/UFRGS a partir identificação da insuficiência e da ineficiência do Poder Judiciário na resolução de conflitos. Frequentemente, as pessoas delegam o poder de decisão a outros: os pais, os professores, o juiz. A mediação tenta retomar esta autonomia perdida, estimulando a autocomposição, pois apenas os envolvidos saberão encontrar a resposta que melhor atende a seus objetivos. Os mediadores são capacitados para o atendimento de casos individuais, visando facilitar o diálogo para encontrar soluções baseadas nos interesses comuns. Além disso, são elaborados projetos de mediação escolar e comunitária, no propósito de difundir uma cultura de paz e incentivar o empoderamento das pessoas na resolução de seus conflitos. Os resultados obtidos, tanto do âmbito individual, quanto nos projetos sociais, indicam que é possível a obtenção de acordos duradouros e o enfrentamento positivo dos conflitos, o que devolve aos envolvidos a autonomia sobre as suas decisões.
O Programa de Assessoria Jurídica Estudantil, P@JE, atua junto ao assentamento 10 de abril do MST no Cariri cearense desde 2012. As nossas ações com o grupo de jovens assentados tem como base a educação popular freireana, logo todos nossos momentos são construídos
coletivamente em consonância com as demandas por eles apresentadas. Um desses espaços foi quando tratamos da transexualidade, que se deu da seguinte forma:
iniciamos com a exibição do curta "Eu te desafio a me amar" que traz o depoimento de Marcelo Caetano, um homem trans, em que ele conta como foi sua vida, a escolha do seu nome e como conheceu a transexualidade. Em seguida foi lido o texto “João e Maria” de Samie Carvalho, onde
conta a vida de uma mulher trans, Maria, que tinha recebido o nome de João e o que ela teve de passar por ter o nome errado na sua certidão de nascimento. Conta desde a escola até depois da
faculdade, na procura de um emprego, mostrando a insuficiência do nome social. Debatemos sobre a conceituação dos termos utilizados, as opressões que as pessoas trans* sofrem e a falta de visibilidade.
Passamos mais um curta que faz parte da campanha da Visibilidade Trans*, da UNESCO, que tinha o depoimento de Ivana Spears, falando sobre as problemáticas que rodeiam a questão,
como também sobre os direitos que lhes cabem e os deveres da sociedade. Terminamos a noite com a dinâmica do "Patinho Feio", em que todos receberam uma placa na testa onde tinha ordens de interação. Nas placas tinha escrito: "Aperte minha mão", "Beije minha
bochecha", "Dance comigo", "Me faça um elogio", entre outras. Haviam três pessoas que tinham a placa "Me ignore". Como não sabíamos o que tinha nas nossas próprias plaquinhas, os que ficaram
com essas se sentiram estranhos, até chegaram a falar no debate q ue preferiam ter tido outros comandos em sua testa. Conversamos mais um pouco o que é se sentir excluído, não só durante uma música de três minutos, mas ao longo de toda sua vida.
Apesar da necessidade de se discutir a transexualidade, foi perceptível a dificuldade de compreender a diversidade existente no outro. Ao longo do momento, surgiram piadas, comentários,
chacotas que tentavam ridicularizar o tema. Mesmo com todas as dificuldades que tivemos no momento, ele proporcionou ao P@je o saldo positivo: percebemos a individualidade do grupo com o qual trabalhamos e enxergamos a
lentidão dos resultados do trabalho de extensão popular. Isso nos deu força para continuarmos na construção dessa relação.
Título: Processo metodológico - Do serviço social à arquitetura, da arquitetura ao serviço
social.
Orientadora: Prof. Dra. Anna Lúcia dos Santos Vieira e Silva
Autor: Leonardo David Ribeiro
Co-autora: Júlia Brito Mafaldo
O Canto, Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará
(EMAU-UFC), é um programa de extensão que realiza assistência técnica para
comunidades e grupos organizados que não podem arcar com o custo do profissional
arquiteto urbanista. Em 2013 foi elaborado a Chamada Pública de Projeto, com o objetivo
de democratizar para sociedade o acesso ao escritório e ao serviço por ele prestado. Após
análise das propostas recebidas, foi selecionado o projeto para construção da Praça
Ecológica da Comunidade Garibaldi, localizado no bairro Serrinha, em Fortaleza.
Iniciou-se a partir de dois diagnósticos: o social e o projetual. Este primeiro momento
trata-se do levantamento da comunidade e de suas relações com os espaços públicos
existentes; foi realizado no ano de 2013 e elaborado em parceira com o grupo de extensão
“Troca de Saberes”, do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará. O
segundo diagnóstico refere-se ao levantamento das demandas e ao desenvolvimento do
projeto arquitetônico/urbano em parceria com o curso de Design da UFC e com
participação ativa da comunidade nas etapas de projeto.
O objetivo da atividade é expor o processo metodológico para o desenvolvimento do
projeto, a interdisciplinaridade entre Arquitetura, Serviço Social e Design, os resultados
obtidos no diagnóstico social, o andamento do projeto arquitetônico/urbano e os
desdobramentos do projeto dentro do curso de Arquitetura e Urbanismo e Design.
O Programa Institucional de Assistência e Integração Estudantil (PROAIS) da
Universidade Federal do Pará (UFPA), sob a coordenação a Diretoria de Assistência e
Integração Estudantil (DAIE) da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), se operacionaliza por
meio de programas, projetos e editais. A assistência estudantil se desenvolve por meio do
Programa Permanência na concessão de auxílios financeiros, aos estudantes de graduação
em vulnerabilidade socioeconômica, para o custeio de despesas com alimentação, moradia,
transporte e material didático, em todos os Campi da UFPA. O Programa Permanência
também custeia bolsas, aos discentes que atuam como bolsistas em projetos de apoio
pedagógico e saúde, que contribuem para melhorar o desempenho acadêmico dos
estudantes, além de outras bolsas acadêmicas, em caráter de ação afirmativa. Ainda como
parte do PROAIS, a DAIE/PROEX desenvolve projetos de Integração Estudantil, quais
sejam: 1) Programa Moradia Estudantil que coordena todas as moradias universitárias nos
Campi da UFPA; 2) Programa de Cursos de Nivelamento da Aprendizagem, que assiste aos
estudantes que apresentam déficit de aprendizagem e dificuldades relacionadas ao percurso
acadêmico; c) Programa Estudante Saudável, que coordena ações de promoção à saúde e
atenção integral biopsicossocial dos estudantes. Apoia também a participação de discentes
que aprovam trabalhos acadêmicos em eventos científicos, com passagens e ajuda de custo, além de
realização de eventos acadêmicos.
Com o Decreto 7.234/2010 houve à regulamentação do Programa Nacional de
Assistência Estudantil (PNAES), com fins de ampliar as condições de permanência dos
jovens na educação superior pública federal, com ações de assistência estudantil a serem
desenvolvidas em várias áreas, incluindo a moradia estudantil, que já era uma prática
em algumas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), inclusive na Universidade
Federal do Pará (UFPA), que criou a Casa de Estudantes Universitários (CEUS) no
Campus de Belém em 1966. A trajetória exitosa desta moradia serviu de direção para
que, posteriormente, a Diretoria de Assistência e Integração Estudantil (DAIE) da Pró-
Reitoria de Extensão (PROEX) apoiasse a criação das CEUS nos Campi de Altamira,
Breves, Castanhal e Tucuruí. As CEUS/UFPA tem como prioridade o atendimento dos
alunos em condições de vulnerabilidade social, principalmente, daqueles provenientes
de outros municípios e estados da federação. Visando apoiar ações de assistência
estudantil que viabilizem a igualdade de oportunidades e que contribuam para a
melhoria do desempenho acadêmico, a diminuição da retenção e evasão dos estudantes
é que a DAIE/PROEX desenvolve o Programa Institucional Moradia Estudantil da
UFPA (PROMEST) objetivando proporcionar o acolhimento e condições habitacionais
adequadas ao desenvolvimento acadêmico, impulsionando a inserção social dos
estudantes que se encontram em condições de vulnerabilidade socioeconômica ao pleno
exercício de sua cidadania.
A Oficina Pedagógica como forma de ressignificação da medida socioeducativa no
CREAS
Quando um jovem se envolve com práticas de atos infracionais, ele é responsabilizado
através da aplicação de medidas socioeducativas, as quais consideram crianças e
adolescentes como sujeitos em desenvolvimento, constituídos histórico e socialmente a
partir de suas relações. Neste sentido, nosso objetivo é apresentar as experiências
adquiridas juntamente com profissionais e usuários que compõem o Centro de
Referência Especializado na Assistência Social (CREAS) da cidade de João Pessoa-PB.
Inicialmente houve um período de territorialização e reuniões com a equipe de
funcionários para a construção da ação. O projeto desenvolveu-se através de oficinas
pedagógicas, elaboradas e executadas por extensionistas e profissionais, semanalmente,
com os jovens em cumprimento de medida socioeducativa e com seus familiares, que
serviam como espaço de debates e construção do protagonismo juvenil, facilitando a
reflexão acerca do resgate e garantia de seus direitos, incluindo os familiares na
execução das medidas, como orienta o SINASE. Havia também encontros mensais com
a equipe do serviço para discussão e acompanhamento das atividades dos
extensionistas. Como resultado concreto para o serviço, podemos citar a consolidação e
sistematização das oficinas com os jovens e a criação de oficinas com os familiares. De
modo geral, ressaltamos que os usuários participaram das oficinas e avaliaram-nas de
forma positiva, destacando mudanças ocorridas desde o seu início.
REFLEXÕES ACERCA DAS PRINCIPAIS VIOLAÇÕES DE DIREITO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
Esta roda de conversa visa discutir sobre a metodologia do projeto de extensão “Violação de
direitos de crianças e adolescentes e a terapia ocupacional”, o qual utilizou um recurso
metodológico quali-quantitativo, sendo o projeto desenvolvido no Conselho Municipal de
Direitos das Crianças e Adolescentes (CMDCA) e Conselhos Tutelares (CT) do município de
Belém. Realizaram-se estudos sobre a estrutura e funcionamento dos órgãos descritos, para
investigar a dinâmica das instituições; Procurou-se fazer a Identificação das principais
violações de direitos das crianças e adolescentes através de uma coleta de dados. A partir dos
dados coletados foi construído um diagnóstico das principais violações de direitos das
crianças e adolescentes, através de estudo dirigido com os discentes participantes do projeto,
além de uma pesquisa documental nas bases de dados existentes que agreguem valor
quantitativo às informações colhidas. Após o mapeamento das principais violações, será
realizado o planejamento de ações de terapia ocupacional voltadas para o público infanto-
juvenil, que foi vítima de violações de direitos, escolhendo-se um local de atendimento,
objetivando a continuidade do projeto com ações interventivas da Terapia Ocupacional no
campo social. A divulgação dos dados obtidos na pesquisa está ocorrendo por meio de
eventos científicos regionais e nacionais, o que culminará com a organização do Fórum sobre
Violação de direitos e Terapia Ocupacional.