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ANO DE 1 965 LIVRO 8 ANAIS DO SENADO Secretaria Especial de Editoração e Publicações - Subsecretaria de Anais do Senado Federal TRANSCRIÇÃO SENADO FEDERAL

ANAIS DO SENADO - senado.leg.br · Secretaria Especial de Editoração e Publicações ... Ofício nº 1.670, de 28 de junho, ... partir do 7º (sétimo) mês da data da assinatura

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  • ANO DE 1965LIVRO 8

    ANAIS DO SENADO

    Secretaria Especial de Editorao e Publicaes - Subsecretaria de Anais do Senado Federal

    TRANSCRIO

    SENADO FEDERAL

  • 90 SESSO DA 3 SESSO LEGISLATIVA DA 5 LEGISLATURA, EM 1 DE JULHO DE 1965

    PRESIDNCIA DOS SENHORES GILBERTO MARINHO CATTETE PINHEIRO GUIDO MONDIN

    s 14 horas e 30 minutos, acham-se presentes os Srs. Senadores:

    Goldwasser Santos Edmundo Levi Arthur Virglio Zacharias de Assumpo Cattete Pinheiro Antnio Juc Jos Ermrio Dylton Costa Aloysio de Carvalho Raul Giuberti Miguel Couto Aaro Steinbruch Vasconcelos Trres Pedro Ludovico Mello Braga Irineu Bornhausen Daniel Krieger Mem de S.

    O SR. PRESIDENTE (Cattete Pinheiro): A lista de presena acusa o comparecimento de 20 Srs. Senadores. Havendo nmero legal, declaro aberta a Sesso.

    Vai ser lida a Ata. O Sr. 2-Secretrio procede leitura da Ata da

    Sesso anterior, que aprovada sem debates. O Sr. 1-Secretrio l o seguinte:

    EXPEDIENTE

    AVISOS Solicitaes do Sr. Ministro da Educao e

    Cultura, no sentido de lhe serem concedidas prorrogaes de prazo para a prestao de informaes pedidas em requerimentos do Sr. Senador Vasconcelos Trres (avisos de 28 de junho):

    N 872, com referncia ao Requerimento n 126/65; n 874, com referncia ao Requerimento n 280/65; n 875, com referncia ao Requerimento n 128/65.

    OFCIOS

    Ofcio n 1.670, de 28 de junho, do Sr.

    Primeiro-Secretrio da Cmara dos Depu-

    tados Encaminha um dos autgrafos que serviram de base sano do Projeto de Lei da Cmara n 24/65 (n 2.593-E/65, na Casa de origem), que autoriza a Eqitativa dos Estados Unidos do Brasil, Sociedade Mtua de Seguros Gerais, sob interveno do Govrno Federal, a aumentar o Fundo de que trata o Decreto-Lei n 2.063, de 7 de maro de 1940, e d outras providncias.

    Do Sr. Primeiro-Secretrio da Cmara dos Deputados, nos 1.700 a 1.702, encaminhando reviso do Senado os seguintes projetos:

    PROJETO DE LEI DA CMARA

    N 123, DE 1965

    (N 2.844-B/65, na origem)

    Autoriza o Poder Executivo a abrir, Superintendncia do Plano de Valorizao Econmica da Amaznia, o crdito especial de Cr$ 10.000.000.000 (dez bilhes de cruzeiros), para o fim que especifica.

    O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Fica o Poder Executivo autorizado a

    abrir, Superintendncia do Plano de Valorizao Econmica da Amaznia, o crdito especial de Cr$ 10.000.000.000 (dez bilhes de cruzeiros), para atender aos servios de implantao, obras de arte especiais e construo da Rodovia Belm Braslia, bem como para a continuao das obras de construo dos ramais de acesso a outros produtores da regio.

  • 2

    Art. 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 3 Revogam-se as disposies em contrrio.

    ( Comisso de Finanas, de acrdo com o art. 94-C, n 2, do Regimento Interno.)

    PROJETO DE LEI DA CMARA

    N 124, DE 1965

    (N 2.841-B/65, na origem)

    Dispe sbre financiamento de papel de imprensa, cria o Grupo Executivo da Indstria do Livro GEIL e d outras providncias.

    O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Fica o Ministro da Fazenda autorizado

    a celebrar com o Banco do Brasil S.A., ste na qualidade de Agente Financeiro do Tesouro Nacional, respeitado o limite global de Cr$ 25.000.000.000 (vinte e cinco bilhes de cruzeiros), convnio para:

    I concesso, em favor de emprsas editras de jornais, revistas e livros, que o solicitem por escrito, de financiamentos em montante correspondente a 30% (trinta por cento), no mximo, dos gastos de cada uma em aquisies de papel com linhas dgua, nacional ou estrangeiro, para uso prprio, efetuadas no perodo de 1 de janeiro de 1964 a 31 de dezembro de 1964;

    II regularizao de operaes realizadas pelo Banco do Brasil S.A., ainda que a ttulo de adiantamento ou antecipao, com apoio na Resoluo n 1/62, de 23 de maro de 1962, do extinto Conselho de Ministros, ou na Lei n 4.442, de 29 de outubro de 1964.

    Art. 2 Independentemente do nmero de publicaes ou edies, cada emprsa s poder obter um financiamento, cuja concesso, observado o teto de 30% (trinta por

    cento) estabelecido no art. 1, alnea I, ficar ainda sujeita s seguintes disposies:

    I para as emprsas que no mantiverem, na data da publicao desta Lei, responsabilidades decorrentes das operaes a que se refere o art. 1, alnea II, o financiamento no exceder Cr$ 200.000.000 (duzentos milhes de cruzeiros);

    II para as emprsas que, data da publicao da presente Lei, mantiverem quaisquer das responsabilidades de que trata o art. 1, alnea II, o limite do financiamento ser, tambm, de Cr$ 200.000.000 (duzentos milhes de cruzeiros) ou, facultativamente, o dbro do valor dos respectivos contratos, desde que as beneficirias, num ou noutro caso, renunciando expressamente prorrogao de prazo que lhes foi concedida pela Lei n 4.442, de 29 de outubro de 1964, autorizem o Banco do Brasil S.A., por escrito, a aplicar o produto da operao nos trmos do art. 9.

    Pargrafo nico Para efeito de clculo do valor do financiamento, na segunda hiptese da alnea II, acima, no sero computados os emprstimos deferidos a ttulo de adiantamento ou antecipao dos financiamentos previstos na Resoluo n 1/62, de 23 de maro de 1962, ou na Lei n 4.442, de 29 de outubro de 1964.

    Art. 3 Podero habilitar-se obteno dos financiamentos as emprsas editras de jornais, revistas e livros que comprovarem cabalmente, no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data da publicao da presente Lei, o valor do papel que, efetivamente, hajam adquirido de 1 de janeiro de 1964 a 31 de dezembro de 1964.

    Pargrafo nico Assegurado ao Banco do Brasil S.A. o direito de proceder a quais-

  • 3 quer verificaes que julgar necessrias, ser-lhe-o exibidos, para efeito de comprovao das aquisies:

    I duplicatas quitadas pelos fabricantes, revendedores ou distribuidores, acompanhadas das respectivas notas-fiscais e faturas, ou, a critrio do Banco do Brasil S.A., recibos por les firmados, de que constem, discriminadamente, a quantidade, o valor, a natureza e o preo unitrio da mercadoria;

    II documentos pertinentes a importaes diretas, inclusive despachos alfandegrios e contratos de cmbio liquidados, entendido que a data de liquidao dos ltimos ser considerada, para os fins desta Lei, como a da efetiva aquisio da mercadoria.

    Art. 4 No ser concedido o financiamento s emprsas que:

    I hajam obtido, no perodo de 1 de janeiro de 1964 a 31 de dezembro de 1964, quaisquer regalias de preos ou mais facilidades, atravs de recursos judiciais ou administrativos;

    II no providenciarem a prvia ou concomitante regularizao e adimplemento de quaisquer obrigaes e responsabilidades vencidas e exigveis junto ao Banco do Brasil S.A.;

    III no ultimarem as providncias necessrias contratao dos emprstimos, dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data do registro, no Tribunal de Contas da Unio, do convnio a que se refere o art. 1.

    Art. 5 Os financiamentos sero contratados mediante outorga de garantias reais, atendidas as normas de segurana

    usualmente adotadas nas operaes do Banco do Brasil S.A., que tambm poder exigir, subsidiriamente, garantias fidejussrias.

    Art. 6 O prazo de resgate dos financiamentos ser de 3 (trs) anos, a contar da data da assinatura dos respectivos contratos, adotados os juros e comisses de praxe cobrados pelo Banco do Brasil S.A. nas transaes de sua Carteira de Crdito Geral, reputando-se os ditos juros e comisses em favor daquele estabelecimento.

    Art. 7 Os financiamentos sero liquidados em amortizaes mensais, iguais e sucessivas, a partir do 7 (stimo) ms da data da assinatura dos contratos, observadas, quanto aos acessrios, as praxes do Banco do Brasil S.A.

    Art. 8 A falta do pontual pagamento de qualquer amortizao do financiamento ajustado ou o inadimplemento de alguma outra estipulao contratual acarretar o vencimento antecipado da dvida, constitudo de pleno direito em mora o devedor, tornando-se exigvel o respectivo saldo, inclusive juros e comisses, o qual ser transferido a dbito da conta adequada do Tesouro Nacional, assegurada a ste a cobrana por via de executivo, com a correo monetria prevista na Lei n 4.357, de 16 de julho de 1964.

    Art. 9 O produto dos financiamentos concedidos na forma do art. 2, alnea II, ser aplicado, no todo ou em parte, na liquidao dos emprstimos, vencidos ou vincendos, a que se refere o art. 1, alnea II, acrescido dos respectivos juros e comisses.

    1 O remanescente dos mencionados emprstimos que no forem integralmente absorvidos, por eventual insuficincia dos valres apurados nas condies do art. 2, alnea II, ser agregado aos novos financiamentos e com stes passar a formar, sob aplicao das normas dos arts. 5, 6, 7 e 8, um todo nico e indivisvel, para todos os fins de direito.

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    2 Na impossibilidade de prestao de garantias bastantes, na forma do art. 5, para todo o remanescente das dvidas em referncia, ficar o saldo destas, assim no coberto, sujeito ao regime de que trata o art. 10.

    Art. 10 As dvidas referidas no art. 1; alnea II, no absorvidas nas condies do art. 9, devero ser liquidadas at dezembro de 1967, mediante amortizaes mensais, iguais e sucessivas, vencendo-se a primeira 60 (sessenta) dias aps o trmino do prazo fixado no art. 4, alnea III, e ficaro sujeitas ao disposto no art. 8.

    Pargrafo nico sse regime de pagamento abranger smente o saldo de capital, excludos os juros e demais acessrios j vencidos, os quais devero ser pagos, na sua totalidade, juntamente com a primeira amortizao.

    Art. 11 O Conselho Monetrio Nacional assegurar ao Banco do Brasil S.A. recursos especficos para o atendimento dos encargos da presente Lei.

    Art. 12 Fica criado o Grupo Executivo da Indstria do Livro GEIL diretamente subordinado ao Ministrio da Educao e Cultura, com o objetivo de formular recomendaes de incentivo indstria, comercializao e expanso do livro.

    Art. 13 So integrantes natos do GEIL: I o Diretor do Instituto Nacional do Livro; II o Presidente do Banco Nacional do

    Desenvolvimento Econmico; III o Diretor do Departamento de Correios e

    Telgrafos; IV o Presidente da Academia Brasileira de

    Letras; V o Diretor da Carteira de Cmbio do Banco

    Central; VI o Diretor da Carteira de Crdito Geral do

    Banco do Brasil; VII o Presidente da Cmara Brasileira do Livro;

    VIII o Presidente do Sindicato Nacional dos Editres;

    IX o Presidente do Sindicato das Indstrias Grficas da Guanabara;

    X o Presidente do Sindicato das Indstrias Grficas de So Paulo.

    Art. 14 O GEIL ser presidido pelo Ministro da Educao e Cultura, que poder delegar suas funes ao Diretor do Instituto Nacional do Livro.

    Art. 15 Os integrantes natos do GEIL podero designar, com todos os podres, seus representantes autorizados s reunies do GEIL, mediante comunicao expressa sua Secretaria-Geral.

    Art. 16 O GEIL tem as seguintes atribuies:

    a) elaborar planos, e submet-los apreciao do Ministro da Educao e Cultura, que os encaminhar ao Presidente da Repblica, de incentivo indstria do livro e sua comercializao, inclusive estmulos negociao de direitos autorais nacionais e estrangeiros;

    b) examinar, mediante manifestao opinativa, projetos de desenvolvimento da indstria nacional do livro, sua expanso, e popularizao do mercado de leitura;

    c) propor medidas de natureza financeira ou fiscal de apoio indstria do livro e sua comercializao, qualquer que seja a sua procedncia;

    d) recomendar, s entidades oficiais de crdito e financiamento, medidas de apoio indstria nacional do livro, em especial seu reequipamento e aperfeioamento tecnolgico;

    e) promover estudos conclusivos, e recomend-los s autoridades competentes, sbre tarifas aduaneiras, cmbio, preparo de mo-de-obra especializada, suprimento de matrias-

  • 5 primas, medidas tributrias e legislativas, que estimulem a produo do livro e sua comercializao e a expanso do mercado de leitura, e outras iniciativas de intersse cultural, tcnico, financeiro ou econmico da indstria do livro;

    f) acompanhar, com podres de superviso, junto a rgos do Govrno, a execuo de quaisquer medidas, ou iniciativas, que, direta ou indiretamente, se relacionem com a indstria do livro;

    g) representar, perante rgos do Govrno, com recurso ao Presidente da Repblica, por intermdio do Ministro da Educao e Cultura, contra medidas, de qualquer natureza, que, a juzo do plenrio do GEIL, sejam lesivas indstria nacional do livro ou sua comercializao.

    Art. 17 As decises do GEIL sero tomadas por maioria de votos com o quorum mnimo da presena de seu Presidente, ou seu representante, e mais 4 (quatro) de seus integrantes.

    Art. 18 Das decises do GEIL cabe, no prazo de 15 (quinze) dias, recurso ao Presidente da Repblica.

    Art. 19 O Executivo, no prazo de 30 (trinta) dias, aprovar o regimento interno do GEIL, a ser elaborado pelo seu plenrio.

    Art. 20 O GEIL ter uma Secretaria-Geral, dirigida por funcionrio do Ministrio da Educao e Cultura, designado pelo respectivo Ministro de Estado.

    Art. 21 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 22 Ficam revogadas a Resoluo n 1/62, de 23 de maro de 1962, do extinto Conselho de Ministros, a Lei n 4.442, de 29 de outubro de 1964, e demais disposies em contrrio.

    (s Comisses de Projetos do Executivo e de Finanas, de acrdo com o disposto nos arts. 102 e 120 do Regimento Interno.)

    PROJETO DE LEI DA CMARA N 125, DE 1965

    (N 2.839-B/65, na origem)

    Dispe sbre o pagamento da gratificao

    prevista na Lei n 4.090, de 13 de julho de 1962. O Congresso Nacional decreta: Art. 1 A gratificao salarial instituda pela

    Lei n 4.090, de 13 de julho de 1962, ser paga pelo empregador at o dia 20 de dezembro de cada ano, compensada a importncia que, a ttulo de adiantamento, o empregado houver recebido na forma do artigo seguinte.

    Pargrafo nico Importar na obrigatoriedade do pagamento em dbro o no-cumprimento do prazo previsto neste artigo.

    Art. 2 Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagar, como adiantamento da gratificao referida no artigo precedente, de uma s vez, metade do salrio recebido pelo respectivo empregado no ms anterior.

    1 O empregador no estar obrigado a pagar o adiantamento, no mesmo ms, a todos os seus empregados.

    2 O adiantamento ser pago ao ensejo das frias do empregado, sempre que ste o requerer no ms de janeiro do correspondente ano.

    Art. 3 Ocorrendo a extino do contrato de trabalho antes do pagamento de que trata o art. 1 desta Lei, o empregador poder compensar o adiantamento mencionado com a gratificao devida nos trmos do art. 3 da Lei n 4.090, de 13 de julho de 1962, e, se no bastar, com outro crdito de natureza trabalhista que possua o respectivo empregado.

    Art. 4 As contribuies devidas aos Institutos de Aposentadoria e Penses, que incidem sbre a gratificao salarial referida nesta Lei, ficam sujeitas ao limite estabelecido na legislao de Previdncia Social.

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    Art. 5 Aplica-se, no corrente ano, a regra estatuda no art. 2 desta Lei, podendo o empregado usar da faculdade estatuda no seu 2 no curso dos primeiros trinta dias de vigncia desta Lei.

    Art. 6 O Poder Executivo, no prazo de trinta dias, adaptar o Regulamento aprovado pelo Decreto n 1.881, de 14 de dezembro de 1962, aos preceitos desta Lei.

    Art. 7 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 8 Revogam-se as disposies em contrrio.

    ( Comisso de Projetos do Executivo.)

    PARECERES

    PARECER N 837, DE 1965

    da Comisso de Projetos do Executivo, sbre

    o Projeto de Lei da Cmara n 122, de 1965 (Projeto de Lei n 2.840-B/65, na Cmara), que estabelece normas para o aproveitamento, como servidores civis efetivos, dos militares remanescentes das extintas Companhias de Servio Industrial.

    Relator: Sr. Mem de S Pelo Decreto n 48.057, de 6 de abril de 1960,

    foram extintas as Companhias de Servio Industrial existentes no Exrcito.

    O art. 3 dste decreto facultou s praas, pertencentes s qualificaes militares privativas das citadas Companhias, optarem pela reincluso nas qualificaes militares de origem, ou pelo retrno condio de operrios civis.

    Acontece que, dos que preferiram manter a situao de militar, um certo nmero no conseguiu habilitar-se ao engajamento, mediante a concluso dos cursos determinados em lei, e est, agora, sujeito a licenciamento.

    O Ministrio da Guerra entende, porm, que se impe o amparo dsses militares humildes, no apenas como medida de carter

    social e humano, mas tambm por necessidade de servio, tendo em vista o trabalho inestimvel que vm prestando como mo-de-obra especializada, hbil e econmica.

    O projeto de lei, ora em apro, estabelece que aqules cabos e soldados, remanescentes das extintas Companhias de Servio Industrial, que no satisfazem s condies de permanncia no servio ativo do Exrcito, sero aproveitados na classe inicial das sries de classes correspondentes sua atividade profissional, do servio de Artfice.

    Dispe o pargrafo do artigo 1 que, no aproveitamento a que se refere a proposio, se ocorrer que o total de vencimentos e vantagens, dle resultante, seja inferior retribuio ora percebida pelo servidor, a diferena constituir complemento salarial, a ser gradativamente absorvida na forma prevista no art. 33 da Lei n 4.345, de 26 de junho de 1964. Consoante esta disposio legal, o complemento salarial decrescer, progressivamente, ou se extinguir em face de futuros reajustamentos, readaptaes, promoes, acessos etc.

    Como bem se depreende do exposto, o projeto visa a adotar medida de carter social e humano, ao mesmo tempo que de intersse pblico, permitindo o aproveitamento, como Artfice, de pessoal que vem, de h muito, prestando inestimveis servios ao Exrcito.

    Sabida e conhecida a escassez de operrios qualificados em nosso Pas. Justo e conveniente, portanto, aproveitar, numa conjuntura como a que atravessamos, como operrios civis, na srie de Artfices, os remanescentes das extintas Companhias de Servio Industrial.

    Esta Comisso, vista da exposio e dos trmos cautelosos do projeto, opina pela sua aprovao.

    Sala das Comisses, em 30 de junho de 1965. Jefferson de Aguiar, Presidente em exerccio. Mem de S, Relator. Eurico Rezende Lino de Mattos Daniel Krieger.

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    PARECER N 838, DE 1965

    da Comisso de Finanas, sbre o Projeto de

    Lei da Cmara n 122, de 1965 (N 2.840-B/65, na origem).

    Relator: Sr. Mem de S Com mensagem do Sr. Presidente da

    Repblica, vem a esta Comisso o Projeto de Lei da Cmara n 122, de 1965, tendo por finalidade permitir o aproveitamento, na classe inicial das sries de classes do servio de Artfices, dos cabos e soldados que, tendo pertencido s extintas Companhias de Servio Industrial, no optaram pelo retrno condio de operrios civis e no satisfizeram as condies de permanncia no servio ativo do Exrcito.

    O aproveitamento justificado pelo intersse do Exrcito em continuar dispondo dos servios dstes trabalhadores qualificados, tendo em vista, sobretudo, a escassez dles no mercado de trabalho.

    No aproveitamento a que se refere o projeto, se ocorrer que o total de vencimentos e vantagens, dle resultante, seja inferior retribuio que ora percebem, a diferena constituir complemento salarial a ser gradativamente absorvida na forma prevista no art. 33 da Lei n 4.345, de 26 de junho de 1964, isto , sempre que se verificarem reajustamentos, aumentos de vencimentos, promoes, acessos etc.

    Do ponto de vista da Comisso de Finanas, nada h a objetar proposio, de vez que ela no aumenta despesas, no tendo, portanto, reflexo oramentrio ou financeiro.

    Parecer favorvel. Sala das Comisses, em 23 de junho de 1965.

    Irineu Bornhausen, Presidente. Mem de S, Relator. Eurico Rezende Bezerra Neto Eugnio Barros Jos Ermrio Antnio Juc Lino de Mattos.

    O SR. PRESIDENTE (Cattete Pinheiro): Est finda a leitura do Expediente.

    Sbre a mesa comunicao que vai ser lida. lida a seguinte:

    COMUNICAO Senhor Presidente: Na forma regimental, comunico a V. Ex. que

    no ms de julho, por espao de tempo no superior a 6 dias, irei Repblica Argentina, em carter particular.

    Sala das Sesses, em 1 de julho de 1965. Vasconcelos Trres.

    O SR. PRESIDENTE (Cattete Pinheiro): A Presidncia deferiu, hoje, os seguintes requerimentos, apresentados ontem:

    do Sr. Senador Aaro Steinbruch: n 401, ao Chefe do Gabinete Civil da

    Presidncia da Repblica (assunto da SUNAB); n 402, ao Sr. Ministro do Trabalho e

    Previdncia Social; do Sr. Senador Vasconcelos Trres: n 403, ao Sr. Ministro do Trabalho e

    Previdncia Social; n 404, ao Departamento Administrativo do

    Servio Pblico; n 405, ao Sr. Ministro da Sade. (Pausa.) O Sr. 1-Secretrio proceder leitura de

    projeto de lei. lido o seguinte:

    PROJETO DE LEI DO SENADO N 40, DE 1965

    Institui o Dia da Comunidade Luso-Brasileira,

    que ser comemorado no dia 22 de abril, em todo o territrio nacional.

    Congresso Nacional decreta: Art. 1 Fica institudo o Dia da Comunidade

    Luso-Brasileira, que ser comemorado, em todo o territrio nacional, no dia 22 de abril.

  • 8

    Art. 2 Para a consecuo do que se determina no artigo 1 da presente lei, o Ministrio da Educao e Cultura tomar as providncias cabveis, designando uma Comisso composta de seis (6) membros, para organizar as comemoraes.

    1 A Comisso ter a seguinte composio:

    um representante do Ministrio do Exterior;

    um representante da Associao Brasileira de Imprensa;

    um representante da Academia Brasileira de Letras;

    um representante do Real Gabinete Portugus de Leitura; e

    um representante do Ministrio da Educao e Cultura, que a presidir.

    2 Ao baixar, no prazo de noventa (90) dias, o regulamento para a execuo da presente Lei, o Poder Executivo determinar que as comemoraes constem, principalmente:

    1) de conferncias, cursos, premiao e publicao de ensaios, sbre as atividades sociais, econmicas e culturais dos portuguses, no Brasil, e que, nas universidades, escolas em geral, seja o dia 22 de abril lembrado com palestras, festas e representaes alusivas data da comunidade luso-brasileira;

    2) de conferncias, cursos, premiao e publicao de ensaios em Portugal, sob a orientao da Embaixada do Brasil, acrca do papel do nosso Pas, no seio da comunidade.

    Art. 3 A presente Lei entrar em vigor na data de sua publicao.

    Justificao

    Desde muito desejvamos incrementar as

    relaes do Brasil com Portugal, incentivando, de outro lado, o intercmbio cultural, que, sem dvida, vem, ltimamente, decrescendo.

    GUSTAVO BARROSO

    O falecido acadmico e historiador Gustavo Barroso, ex-Diretor do Museu Histrico Nacional, louvou a instituio do Dia da Comunidade Luso-Brasileira e opinou para que recasse na data do Descobrimento do Brasil. Embora salientou os lusitanos, com poderosas razes, dediquem o 10 de junho ao Dia da Raa.

    DILEMA DO REITOR

    O Reitor da Universidade do Brasil, Professor

    Pedro Calmon, em franco apoio, tambm, iniciativa, estava num dilema quanto data. Disse:

    Penso que a comunidade merece ser celebrada num dia festivo a ela consagrado. Em 10 de junho, quando se comemora a gloriosa Lusada de Lus de Cames, o que se recorda e exalta , justamente, a raa, vale dizer, o povo de fala portugusa, para quem o poeta mestre e smbolo. Mas, querendo-se outra efemride, pode-se, com muita propriedade, escolher a do Descobrimento do Brasil, pois recorda as epopias da navegao, que a grande pgina da histria lusa e a anunciao de terra nova no Mundo Nvo. Se objetarem que ambas as datas esto comprometidas com outra espcie de comemorao, indicaria, ainda, a de 12 de maio, partida do carioca Salvador de S, para a retomada de Angola, em 1548, ou 16 de agsto, quando da reincorporao da mesma.

    ALTAS RAZES

    Para o escritor Austregsilo de Athayde,

    presidente da Academia Brasileira de Letras, o Dia da Comunidade Luso-Brasileira uma oportunidade para brasileiros e portuguses considerarem as altas razes que a justificam.

    Quero, entretanto observou declarar que, de par com essas celebraes da amizade entre as duas naes, devem os seus governos realizar atos que lhes dem a neces-

  • 9 sria consistncia, sem o que sua perenidade estar ameaada, pois no lhe basta, hoje, apenas exalt-la.

    No obstante reconhea a significao do 10 de junho, o acadmico Austregsilo de Athayde pelo 22 de abril, para a assinalao do Dia da Comunidade Luso-Brasileira.

    CEM POR CENTO

    Inteiramente a favor da idia, Herbert Moses,

    ex-presidente da Associao Brasileira de Imprensa, opinou pelo dia do Descobrimento do Brasil para os festejos da Comunidade Luso-Brasileira.

    Todos os dias que vivemos no Brasil ou em Portugal disse so da Comunidade Luso-Brasileira, mas o dedicar-lhe um dia especial de tda a vantagem para o esprito, a enflorar-se como em dia de aniversrio.

    Sala das Sesses, em 1 de julho de 1965. Vasconcelos Trres.

    (s Comisses de Constituio e Justia, de Educao e Cultura, de Relaes Exteriores e de Finanas.)

    O SR. PRESIDENTE (Cattete Pinheiro): O Sr. Senador Vasconcelos Trres enviou Mesa discurso, a fim de ser publicado, na forma do disposto no art. 201, 2, do Regimento Interno.

    S. Ex. ser atendido. o seguinte o discurso enviado Mesa pelo

    Sr. Senador Vasconcelos Trres: Senhor Presidente, Tenho recebido apelos de patrcios do

    Municpio de Rio Claro, para que faa, desta tribuna, solicitao ao Senhor Diretor-Geral dos Correios e Telgrafos, no sentido de dotar a agncia postal, ali sediada, de um aparelho de telegrafia e nomear um telegrafista para operar com le.

    O que est ocorrendo, hoje, que os telegramas expedidos de Rio Claro so transmitidos pelo telefone para Barra Mansa, de

    onde, com bastante atraso, e aps quebra do sigilo, passam a percorrer longa trajetria telegrfica prpriamente dita, em direo ao ponto geogrfico a que se destinam.

    Esclarecem, ainda, os moradores de Rio Claro, que se dirigiram a mim para formular ste aplo, que a agncia postal daquela localidade apresenta volume mensal de telegramas expedidos que justifica plenamente o melhoramento pleiteado, o qual, cabe tambm ser dito, representa o mnimo a que uma coletividade pode aspirar, para resolver, de modo satisfatrio, seu problema de comunicao com o resto do Pas.

    A reivindicao dos moradores de Rio Claro situa-se, pois, no plano de um legtimo intersse pblico e merece, dessa maneira, a melhor ateno das autoridades.

    Que o Senhor Diretor dos Correios e Telgrafos considere o assunto e encontre para le, dentro da possvel urgncia, reclamada por sua natureza, soluo que se harmonize com os intersses respeitabilssimos dessa populao que para le est apelando, neste momento, por meu intermdio.

    O SR. PRESIDENTE (Cattete Pinheiro): Continua a hora do Expediente.

    Tem a palavra o Sr. Senador Aaro Steinbruch, por cesso do Sr. Senador Eurico Rezende, primeiro orador inscrito.

    O SR. AARO STEINBRUCH (l o seguinte discurso): Sr. Presidente, Srs. Senadores, setores identificados com o prprio movimento militar de 31 de maro criticam a pletora de projetos encaminhados pelo Govrno ao Congresso Nacional. Disse mesmo um dos lderes do 31 de maro que a Revoluo est se afogando num verdadeiro mar de leis. O prprio Govrno chega a atropelar-se em meio s suas proposies e s leis aprovadas pelo Congresso, vetando dispositivos por le mesmo solicitados.

    Alis, Sr. Presidente, ainda ontem, enquanto se reunia a Comisso Mista para a elaborao de um substitutivo referida pro-

  • 10 posio, acentuou, oportunamente, o ilustre Deputado Herbert Levy, ex-Presidente da Unio Democrtica Nacional, na Cmara dos Deputados, que: a aprovao dos projetos de lei que tratam dos dissdios e contratos coletivos de trabalho pretendendo no assegurar o salrio real j conquistado pelos trabalhadores significar a desmoralizao da liderana democrtica no meio sindical e a devoluo de muitos sindicatos vitais aos pseudolderes comunistas que os vinham utilizando como base de subverso.

    A retirada das vantagens j concedidas aos trabalhadores segundo o Sr. Herbert Levy contraria frontalmente a declarao do Presidente Castello Branco, no seu discurso de 1 de maio, em So Paulo: a Revoluo respeitar tdas as conquistas dos trabalhadores e s tratar de ampli-las.

    RRO SEM PERDO

    Na opinio do Deputado udenista, a idia da

    reduo dos salrios reais, a qualquer pretexto, indesculpvel:

    Admite-se que haja muitas distores salariais. Admite-se que preciso adotar medidas enrgicas de combate inflao. O que no se admite, entretanto, que o Govrno Revolucionrio reduza, sob qualquer pretexto, os salrios reais, porquanto no se pode fazer recair sbre os ombros dos que trabalham o nus da correo inflacionria.

    Admito que aqules que tenham recebido vantagens relativamente excessivas, em comparao com os de outras categorias, sejam detidos, para o efeito de que os outros venham alcan-los e se estabelea uma justia salarial. Agora, o que no pode e no deve o Govrno da Repblica retirar as vantagens j concedidas. Isto desmoraliza. Isso desprestigia. Isso contraria os princpios da Revoluo concluiu.

    Ao examinarmos, Sr. Presidente, ontem, o projeto elaborado pela Presidncia da Repblica, verificamos as inmeras inconstitucionalidades em que o mesmo incorre. Vrias delas foram apontadas e criticadas,

    especialmente a que se refere violao do princpio de independncia e harmonia dos Podres do Estado.

    Ora, o Executivo que invade rea de competncia do Judicirio (quando reduz a Justia do Trabalho a um simples agente do Departamento Nacional de Emprgo e Salrio, cujas tabelas e ndices devem ser por ela rgidamente aplicados, ou quando fixa a data de vigncia das sentenas da Justia do Trabalho).

    Contudo, a mais grave violao da Constituio Federal, resultante do texto do anteprojeto, aquela que mais ntimamente se identifica com o seu prprio contedo e a sua ostensiva destinao. Ao traar as grandes linhas de nossa ordem econmica e social, a Carta Magna estabelece o princpio bsico a que ter de subordinar-se tda poltica salarial: a satisfao das necessidades normais do trabalhador e de sua famlia. Partindo da verificao dessas necessidades que o Govrno fixar o salrio-mnimo dos trabalhadores.

    Ora, o anteprojeto, considerando j no o salrio-mnimo, mas o salrio percebido pelos trabalhadores qualificados (de qualquer forma, os colocados acima do mnimo), despreza e rejeita o preceito constitucional, para subordinar o salrio a outros fatres que, eventualmente, podero chocar-se com a exigncia formulada na Constituio, e, at mesmo, anul-la.

    Vejamos: o processo mediante o qual se pode possibilitar a existncia de um salrio capaz de satisfazer s necessidades normais do trabalhador e de sua famlia o das revises salariais peridicas, variando segundo a elevao do custo de vida. Evidentemente, se a curva do salrio no acompanha a curva ascendente do custo de vida, o trabalhador perder a capacidade de satisfazer s necessidades normais suas e de seus dependentes. Em tal caso, estaria sendo tumultuada a ordem econmica e social, uma vez que a maioria esmagadora do Pas se veria condenada a um estado de penria crescente.

  • 11

    Pois bem: o que faz o anteprojeto , de uma s penada, suprimir essa defesa constitucional dos trabalhadores e de seu salrio. Segundo o anteprojeto, as revises salariais no mais se orientariam no sentido da recomposio do poder aquisitivo face elevao verificada no custo de vida isto , no mais teriam em vista satisfazer s necessidades normais do trabalhador e de sua famlia mas se submeteriam a uma srie de outras condies, infringentes dos preceitos constitucionais, tais como a variao do nvel de produtividade das emprsas ou a chamada retribuio do capital.

    Estamos, Sr. Presidente, examinando, neste momento, os itens do projeto enviado Casa pelo Executivo. bem verdade que o mesmo sofreu modificao, em parte, substancial, atravs de um Substitutivo elaborado pelo ilustre Relator da Comisso Mista, Senador Jefferson de Aguiar. Mas, mesmo assim, no tendo sido aceitas as emendas de intersse vital para a classe trabalhadora do Pas, o Substitutivo est eivado de defeitos e vcios que, possvelmente, o Plenrio corrigir, se aprovado destaque s emendas que sero apresentadas, oportunamente, quando o projeto fr votao.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Permite-me V. Ex. um aparte?

    O SR. AARO STEINBRUCH: Com todo o prazer.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Discordo de V. Ex., como tambm discordei na Comisso Mista, porque o Substitutivo procurou dar soluo compatvel com os intersses da coletividade, dos trabalhadores e do Estado. Substitutivo equilibrado, tendo sido, inclusive, apreciado pelas classes trabalhadoras, atravs de seus lderes. O prprio Govrno no teve maiores restries a fazer, e a Comisso o aprovou plenamente. As disposies elaboradas pela Comisso denunciam o propsito de atender aos intersses maiores das classes trabalhadoras, dando-lhes garantias especiais e

    preservando a Justia do Trabalho, no seu projeto normativo, de quaisquer restries de ordem legal, porque a ordem constitucional est resguardada. Portanto, acredito que a restrio que V. Ex. faz decorre de posio pessoal, louvvel, no intuito de atender s velhas aspiraes por que pugnvamos, na Justia do Trabalho, h muitos anos, quando, no Tribunal Regional do Trabalho, da 1 Regio, no Estado da Guanabara, defendamos teses no intersse das classes trabalhadoras. Eu no as defendia to extremamente; sempre fui partidrio da posio serena, adotando ttica hbil para que os intersses dos trabalhadores fssem sufragados com tranqilidade, sem repercusses e ressonncias prejudiciais sociedade e prpria coletividade de cada um dles. O Substitutivo pode no ser ideal, mas, sem dvida, atende aos legtimos, autnticos e maiores intersses dos trabalhadores.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Realmente, nobre Senador Jefferson de Aguiar, acentuei, antes, que estava tratando das teses consubstanciadas no projeto enviado Casa pelo Sr. Presidente da Repblica. Disse mesmo que o Substitutivo corrige inmeras imperfeies do projeto, inclusive as de ordem constitucional. Mas V. Ex., Relator da matria na Comisso Mista, deve estar lembrado de que o destaque requerido pelo Deputado Herbert Levy, ex-Presidente da Unio Democrtica Nacional, para o art. 3 da Emenda n 1, no foi aprovado pela Comisso apenas por um voto. V. Ex., como Relator, acolheu a emenda.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Dei parecer favorvel. Lamentvelmente, faltou um voto, a fim de que o empate assegurasse o desempate. Acredito que o destaque de Plenrio para o art. 3 da Emenda n 1, ser consagrado pelo Plenrio, no dia 5, quando a matria fr apreciada no seu mrito, no Plenrio do Congresso Nacional.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Vejo que V. Ex. concorda comigo em nmero, grau e gnero. Realmente, o Subs-

  • 12 titutivo, embora melhore as disposies da mensagem, ressente-se de falhas que podero ser corrigidas no Plenrio.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: No prpriamente falhas. O art. 3 da Emenda n 1 acrescenta nvo critrio para reajustamento salarial, embora determinando a reiterao daquele mandamento da Consolidao das Leis do Trabalho, que s admite a reviso do dissdio coletivo depois de um ano. Assegura, ainda, uma considerao aos resduos de inflao. Portanto, mais um critrio a ser ajustado queles outros j consagrados no art. 2 do Substitutivo. No h dvida de que melhorou, em parte, o Substitutivo, mas no h falha, prpriamente. Existe uma adio ao critrio econmico previsto na Mensagem do Govrno, consagrada, em outros trmos, no Substitutivo Herbert Levy e que a Comisso adotou, para estabelecer, inclusive, normas, a fim de que a Justia do Trabalho aplique, com segurana, elementos bsicos para as majoraes salariais. De outra maneira, a Justia ficar ao sabor de convenincias do momento, para o estabelecimento de salrios dos trabalhadores. Fixando a lei critrios bsicos para esta apreciao, de acrdo com o surto inflacionrio que domina o Pas, evidentemente, melhor ser a ao da Justia na apreciao dos dissdios coletivos de natureza econmica.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Nobre Senador, ia tratar, precisamente, da alnea do art. 2, da Emenda n 1, incorporada ao Substitutivo, em que se condiciona, daqui para o futuro, tda e qualquer elevao salarial repercusso do seu reajustamento na comunidade e na economia nacional.

    Advogo a tese de que a Consolidao das Leis do Trabalho um instrumento hbil para a soluo dos dissdios, como tem sido, at agora. A Justia do Trabalho deve ser autnoma, na aplicao das sentenas normativas em dissdios desta natureza. Restringir, como ora se faz, atravs do Substi-

    tutivo, essa autonomia, essa soberania do Poder Judicirio, fato com o qual no me conformo, de maneira alguma.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Permite V. Ex.? (Assentimento do orador.) No acredito que haja intromisso, ou restrio, na soberania da Justia do Trabalho, quando se estabelecem critrios bsicos para a apreciao de determinada matria. A lei pode regular esta matria, fixar elementos, para que no fique ao arbtrio do julgador. uma segurana para os litigantes e, tambm, uma determinao louvvel, em favor dos intersses do Estado e da coletividade. O surto inflacionrio, excepcional, tem que exigir do legislador teraputica excepcional, transitria, tanto que aprovei uma emenda fixando que sses critrios teriam vigncia por trs anos.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Acredita V. Ex. que, dentro dsse prazo de trs anos, estaramos fora da inflao?

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Poderemos estar at em menor prazo. Depende de uma srie de atuaes do Poder Executivo, do Govrno, do Poder Legislativo e, portanto, da ao conjunta dos Podres da Repblica. Dos responsveis.

    O SR. AARO STEINBRUCH: V. Ex. no estipula prazo muito longo, contraditando a informao dos Ministros da Fazenda e do Planejamento de que, dentro de um ano, ou de seis meses, estaria resolvida a situao?

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Dou um prazo mximo de trs anos, mas creio que em prazo inferior o Govrno poder faz-lo. Estabeleci um prazo mximo, para que no estivesse renovando a prorrogao dos prazos, nem se admitindo que uma exceo pudesse estabelecer uma norma definitiva.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Eu estaria, tambm, nobre Senador, com V. Ex., se j tivssemos regulamentado a

  • 13 participao do operrio nos lucros das emprsas, de modo a que se evitasse a instaurao de dissdios coletivos com tanta freqncia. Se o operrio participasse do lucro das emprsas, sabendo que sses lucros seriam repartidos, no fim dos semestres ou no fim de cada ano, os dissdios no seriam to utilizados pela classe operria, porque o que determina, o que faz com que a classe recorra ao dissdio a elevao do custo de vida. E o dissdio o nico remdio, o nico meio, o nico instrumento que ela tem para reagir contra a inflao que se faz sentir na sua blsa. E mais: se ao operrio fsse dada tambm a direo, a gesto, o Conselho na administrao da emprsa, estaramos em perfeito acrdo com o Substitutivo de Vossa Excelncia, em sua integralidade, inclusive naquela subemenda em que V. Ex. determina que os empregados martimos e ferrovirios, amparados pela Consolidao das Leis do Trabalho, no deveriam ter salrio superior aos servidores pblicos quando V. Ex. sabe muito bem os primeiros so regidos por lei especfica, a Consolidao das Leis do Trabalho, e os ltimos pelo Estatuto dos Funcionrios Pblicos, deferindo a stes ltimos uma soma de vantagens no auferidas pelos primeiros. E ainda mais, V. Ex. condiciona os aumentos a essa classe inexistncia de deficit nessas emprsas. Ora, V. Ex. h-de convir, se o empregado no participa da administrao, nem a emprsa se aconselha com le na maneira da fabricao de determinados produtos, ou em assuntos de administrao, V. Ex. h-de convir, repito, em que o empregado, alheio, como est, a essa direo, no pode, absolutamente, participar dos prejuzos, j que no participa dos lucros, muito embora haja um dispositivo constitucional, de mais de vinte anos de vigncia, que determina esta participao.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Permite V. Ex. outro aparte?

    O SR. AARO STEINBRUCH: Com muito prazer.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: O pessoal da Rde Ferroviria Nacional tem um regime especial. Uma parte dsse grupo funcional se integrou no Plano de Classificao de Cargos, Lei n 3.780, porque a Lei n 3.115, art. 15, lhes assegurou amplamente uma relao estatutria, mantida inclusive no ano passado, com a sano do projeto aprovado no Congresso Nacional, oriundo de Mensagem do Sr. Presidente da Repblica.

    Ento distingui, na subemenda, a posio daqueles que esto amparados pelo Estatuto e aqules outros que esto regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho. Estabeleci que as majoraes salariais daqueles que no se integram no regime estatutrio podero ser deferidas, mas naquilo que ultrapassarem do nvel do Servio Pblico Federal.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Do nvel de vencimentos.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Do nvel de igual categoria. As categorias sero absorvidas na base de 25% anualmente. Apliquei aqule processo de reduo salarial preconizado pela Consolidao das Leis do Trabalho, quando ocorre a fra maior. Deve ser esclarecido, ainda, que, se a emprsa composta de duas categorias, dentro dos preceitos do art. 5 e 461 da Consolidao, de igualdade de salrio para funes iguais, temos de estabelecer um nvel para melhorar os vencimentos.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Embora no haja limitao de direito.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: H limitao de direito, porque, se um nvel, com um teto mximo, o do pessoal regido pelos Estatutos, aqules que percebem vencimentos fixados por lei, pelas normas consolidadas pela Constituio, tambm tero igualdade de vencimentos, de acrdo com o art. 157.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Ento o preceito perfeito, dentro do que estabelece prviamente.

  • 14

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Agora, com relao ao regime deficitrio das emprsas, bvio que nenhuma emprsa, nesse estado, poder aumentar a sua despesa, porque, se o assim fizer, ocorrer a falncia. Ento no haver salrios, frias ou vantagem de qualquer espcie. A emprsa acaba, desaparece, no pode exercer a sua funo. evidente.

    O SR. AARO STEINBRUCH: E nem precisaria estar expresso no artigo, porque a emprsa prova, saciedade, a impossibilidade do aumento salarial, e V. Ex. fixa em critrio uniforme e determina que o deficit pode ser naquele exerccio.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: V. Ex. no leu o 3 do artigo, porque eu digo que "se a emprsa estiver em regime deficitrio, no ser concedido aumento salarial, salvo se houver aumento de tarifas, ou subveno, ou auxlio especial para a majorao".

    O SR. AARO STEINBRUCH: Estava dizendo a V. Ex. que a Justia do Trabalho, em muitos casos, quando h impossibilidade de satisfazer ao aumento salarial, exclui, mas em outros casos no exclui.

    (Lendo.) No cabe ao operrio decidir quanto

    modernizao da fbrica em que trabalha, quanto introduo de mquinas que assegurem mais rapidez e maior rendimento no trabalho, quanto implantao de tcnicas mais avanadas. Tudo isso depende, apenas, do empresrio: de seus recursos, de sua viso, de seu desejo. Que resultaria prticamente do fato de os trabalhadores digamos, de uma fbrica txtil do Estado do Rio de Janeiro pretenderem modernizar os equipamentos em que operam, se a essa vontade inconseqente se ope a deciso patronal?

    Estaria em contrrio tese de V. Ex., se os seus conceitos fssem utilizados pelas

    emprsas, inclusive nesse aspecto, digamos. Hoje, alguma delas atravessam srias crises financeiras.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: um regime deficitrio. V. Ex. no pode aumentar a despesa, modernizando a emprsa, ou ento leva a emprsa falncia.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Vamos dizer que se resolveu no modernizar; pelo contrrio, houve ganho, fortuna. Num dissdio, de operrios da Amrica Fabril, como advogado, provei que, s num ano, houve um lucro de 2.000%. Mas utilizaram o lucro obtido em exercidos anteriores, em outras atividades, que no a de modernizar o equipamento. Isso ocorreu com muita freqncia em fbricas situadas no Norte e no Nordeste, que auferiram lucros fabulosos durante a Segunda Guerra Mundial parece-me e os desviaram para atividades outras, na opinio dles, muito mais lucrativas.

    Da por que preciso, primeiramente, modificar o sistema, fazer com que o operrio participe do lucro da emprsa; fazer com que, atravs da regulamentao dsse dispositivo, tambm seja possvel fiscalizar os lucros, uma vez que os balanos podem ser apresentados de uma ou de outra forma; aconselhar tambm a adoo de medidas outras visando a melhor produtividade.

    (Lendo.) No existe qualquer princpio, de nenhuma

    ordem, seja econmica, seja moral, ou simplesmente humana, que deixe de condicionar o salrio ao critrio geral de que necessrio recompor o poder aquisitivo dos trabalhadores, para submet-lo a critrios arbitrrios, pessoais e aleatrios, tais como o acrscimo da produtividade.

    Porque essas no dependem, muitas vzes, do operrio, mas, sim, dos mtodos imprimidos pela administrao ou gerncia do estabelecimento. Muitas vzes uma simples modificao de gerncia ou de administrao, no estabelecimento, implica no aumento

  • 15 da produtividade. Mas, se o operrio no participa, no ouvido, por que razo dever le sofrer em virtude da m administrao da emprsa?

    O SR. ANTNIO JUC: V. Ex. permite um aparte?

    O SR: AARO STEINBRUCH: Pois no. O SR. ANTNIO JUC: Nobre Senador, o

    problema da produtividade deve ser encarado com maior cuidado. Se compararmos o progresso da Humanidade, desde a fundao de Roma at meados do sculo passado, com o progresso dste sculo, veremos que a elevao do nvel de vida das coletividades se deve, exclusivamente, tecnologia, isto , ao aumento da produtividade. A Justia do Trabalho nada vale, se no houver tecnologia. Se o indivduo no dispe de um trator, de mquinas para as colheitas, de meios para tecnizar sua produo, de nada adianta dar a sse homem salrios iguais aos que so pagos noutra regio, onde a tecnologia mais avanada. Karl Marx j acentuava que tanto a justia, como a cultura e o bem-estar social dependem da produtividade, e esta conseqente da melhoria da tcnica. Portanto, ste o ponto principal. Justia do Trabalho, sem aumento da produtividade, como alis j acentuou o prprio Govrno, de nada vale. O patro no poder acudir o seu operrio, com salrios maiores, sem que haja aumento da produtividade. O homem s pode desenvolver-se, material e culturalmente, quando seus ganhos pecunirios excedem o simples salrio de subsistncia. Quando tal ocorre, h melhoria fsica, cultural e social.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Muito obrigado a V. Ex.. Estou de acrdo com as consideraes expendidas. Entendo, porm, que a produtividade est intimamente relacionada com a eficiente administrao empresarial e essa produtividade s atingida quando a direo de uma emprsa imprime rumos acertados aos seus

    negcios, muito embora no participem, nem sejam ouvidos os seus operrios.

    O SR. ANTNIO JUC: No mundo ocidental, o operrio no tem participao nas emprsas.

    O SR. AARO STEINBRUCH: V. Ex. est equivocado. Conheo casos nos Estados Unidos da Amrica, e tambm na Alemanha Ocidental, em que o Conselho Sindical ouvido.

    O SR. ARTHUR VIRGLIO: Em quase todos os pases europeus.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Exato. O SR. ANTNIO JUC: Mas os operrios

    no so scios das emprsas. O SR. ARTHUR VIRGLIO: Tanto participam

    intimamente das atividades das emprsas, que muitos operrios descobrem meios e inventos que possibilitam a melhoria da produtividade, com real benefcio para todos.

    O SR: ANTNIO JUC: Mas isso no quer dizer que o operrio seja scio da emprsa.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Mas les participam ativamente das atividades das emprsas, inclusive atravs do Conselho Sindical.

    Hoje, so os prprios patres que reconhecem a necessidade de os salrios se ajustarem realidade econmica e social, como indica uma das concluses a que se chegou no encontro preliminar havido entre os dirigentes da Confederao Nacional das Indstrias, tendo frente o seu Presidente, General Macedo Soares, e os da Confederao Nacional dos Trabalhadores na Indstria.

    Realmente, auferindo a classe trabalhadora maior salrio, haver maior consumo, porque dispor de maior numerrio,

  • 16 para despender na aquisio de bens de consumo. Elevando-se os salrios, e, se o povo brasileiro aumentar a sua renda per capita, poder comprar mais; comprando mais, o varejo vende mais, e, se o varejo vende mais, a indstria fabrica mais. O que preciso aumentar o poder aquisitivo do povo brasileiro.

    O SR. ARTHUR VIRGLIO: Permite V. Ex. um aparte?

    O SR. AARO STEINBRUCH: Com prazer. O SR. ARTHUR VIRGLIO: Isso claro,

    lgico. No se poder pensar na expanso do nosso incipiente parque industrial, se no dermos capacidade aquisitiva ao povo. No adiantar fabricar tratores, se no tivermos quem os compre; no adiantar fabricar tecidos, se no houver quem os compre; no adiantar fabricar calados, se no houver quem os possa comprar. A poltica atual do Govrno, fazendo recair sbre o ombro dos assalariados em geral funcionrios, trabalhadores e operrios o maior nus do combate inflao, est aumentando, no Pas, o nmero dos que no podem comprar. Calculam os estudiosos que temos crca de dezoito milhes de indivduos vivendo neste Pas em regime de economia, isto , no sabem o que comprar, so pesos mortos desta Nao; no contribuem nem participam do seu desenvolvimento. E, a par disso, o Govrno congela salrios de funcionrios, de trabalhadores, enquanto, paralelamente, o preo das utilidades continua subindo. H, portanto, uma diminuio da capacidade aquisitiva daqueles que ainda tinham a possibilidade de comprar, e se fala em deter a inflao e resolver o problema econmico-financeiro dste Pas! Num programa de televiso, em So Paulo, declarei, e aqui repito: com tda a sapincia estadunidense do Sr. Roberto Campos, com tda a sapincia do Sr. Ministro da Fazenda, homens a quem no acuso na sua honestidade pessoal, mas na sua formao intelectual so homens

    intelectualmente alienados, que procuram aplicar uma filosofia que no se enquadra na realidade brasileira lano-lhes um desafio: que levem 10 anos no poder disseram que permanecero no poder por 10 anos no resolvero os problemas do Pas pela forma por que vm conduzindo a poltica econmico-financeira. Sabe o Sr. Roberto Campos, inegvelmente homem de cultura, que h causas monetrias e h causas estruturais determinando a inflao, isto , o aviltamento da nossa moeda. At agora, s medidas monetrias foram tomadas. Certo que essas medidas monetrias foram atingidas, em parte, com a conteno do crdito. Mas a poltica atual do Govrno encaminha-se apenas para o deficit oramentrio, que procura combater, e para a conteno salarial. No pode o Sr. Roberto Campos apontar uma s providncia, uma s, que v buscar as suas causas fundamentais de estrutura, sem as quais ser impossvel a soluo de qualquer problema econmico-financeiro dste Pas. Sero baldados os seus esforos, se insistir nos mtodos atuais que vm sendo postos em prtica. Repito a V. Ex. apenas uma discusso terica esta que estou ouvindo, porque tanto V. Ex., como os aparteantes, so conhecedores do problema considero essa discusso perfeitamente incua. Pode ser votado sse projeto em estudo; podem ser votados outros projetos semelhantes: o trabalhador brasileiro continuar marginalizado, ganhando apenas o mnimo para a sua subsistncia; a grande maioria, ganhando menos do que a necessidade impe, e o funcionalismo pblico, que constitui a classe mdia, continuar nas mesmas condies, sem ganhar, sequer, o necessrio para viver quinze dos trinta dias do ms.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Sem dvida, nobre Senador Arthur Virglio, o aparte de V. Ex. enriquece, sobremodo, o meu modesto discurso.

    V. Ex. acentuou, muito bem, ao dizer que, se fsse maior o poder aquisitivo do povo

  • 17 brasileiro, haveria maior nmero de fbricas funcionando e de casas de venda a varejo.

    Uma estatstica levantada por rgos oficiais informa que, de sete pessoas que vivem no Brasil, s uma possui calados. Veja V. Ex. admitamos para argumentar que, se todos calassem, haveria certamente sete vzes mais o nmero de casas que venderiam calados e sete vzes mais o nmero de fbricas.

    O SR. ANTNIO JUC: Permita-me? Acho que o nobre colega botou a carroa adiante dos bois. No adianta aumentar salrios, porque, se aumentarmos os salrios sem aumentarmos a produtividade, como muito bem acentuou o Sr. Senador Jefferson de Aguiar, as emprsas iro falncia. Se compararmos a populao do Brasil, que vive marginalizada, hoje, com a populao do mundo inteiro, verificamos que esta, at o fim do Sculo XVIII, viveu marginalizada e que o progresso da humanidade s se fz sentir nos ltimos 150 anos. Por qu? Por causa da mquina. Precisamos produzir mais. S aumentando os salrios, sem produzirmos mais, nada faremos.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Na atual conjuntura poltica, mesmo a prazo, no se consome mais por falta de poder aquisitivo. Tanto que esto fechando fbricas. Ainda h pouco, os jornais anunciavam liquidaes totais de estoques.

    O SR. ANTNIO JUC: Aumentar salrios sem aumentar a produtividade um caminho certo para a inflao.

    O SR. AARO STEINBBUCH: O operrio no parte nessa produo, de vez que le recebe ordens empresariais e no ouvido atravs de conselho sbre a maneira de aumentar a produtividade; le no pode ficar marginalizado, como vem acontecendo muito mais ltimamente.

    Concluindo, Sr. Presidente... O SR. EURICO REZENDE: Permita-me V.

    Ex., antes de terminar, j que teve o seu discurso enriquecido...

    O SR. AARO STEINBRUCH: Devo bondade de V. Ex. estar proferindo ste discurso, porque permutou comigo a sua vez. V. Ex. era o primeiro na ordem de inscrio.

    O SR. EURICO REZENDE: Eu que agradeo a V. Ex. ter-me dado a oportunidade de ser til e gentil. J que V. Ex. teve o seu discurso enriquecido com o aparte do ilustre Senador Arthur Virglio, desejo depositar no seu pronunciamento, em contrapartida, a pobreza de um argumento.

    O SR. ARTHUR VIRGLIO: V. Ex. muito modesto.

    O SR. EURICO REZENDE: No apoiado. V. Ex., Senador Aaro Steinbruch, no tem

    lido bem os documentos pblicos dste Pas ou, se os tem lido bea, os tem interpretado com preveno ou m vontade...

    O SR. AARO STEINBRUCH: Ainda ontem li o discurso que V. Ex. proferiu, e me ofereceu, sbre o ensino.

    O SR. EURICO REZENDE: V. Ex. no deve perder tempo em ler os documentos por mim produzidos. V. Ex. deve dedicar um tro de seu calendrio til para captar a realidade das realizaes que, nesse perodo de sacrifcio, de transio, vem levando a efeito o Govrno Federal.

    O SR. AARO STEINBRUCH: No acha V. Ex. muito pouco tempo, um tro?

    O SR. EURICO REZENDE: Se V. Ex. estiver cansado, trate de acomodar-se numa poltrona, porque um Pas

  • 18 de enfermidades centenrias e que s no sucumbiu, na seqncia de maus governos, graas bravura e valentia da iniciativa particular, um, dois, trs anos, para obra redentora e salvadora, no perodo longo. V. Ex., mesmo, como parlamentar, j vem, de h muitos anos, reclamando providncias contra a tacanhez salarial, contra a falta de desenvolvimento, contra o sofrimento, a amargura e o padecimento de nosso povo. Mas devo dizer que a realidade bem outra. Ela s no apareceu ainda, em tda a sua plenitude, em virtude, de um lado, da complexidade dos nossos problemas, e, de outro, da diversificao das nossas regies geo-econmicas. V. Ex., parlamentar que , presume-se que tem obrigao de conhecer a programao scio-econmica do Govrno federal.

    O SR. AARO STEINBRUCH: No sou, talvez, to capaz quanto V. Ex..

    O SR. EURICO REZENDE: V. Ex. talvez no se interesse muito por sse tipo de leitura, porque no iria jamais descer sinceridade dos seus elogios. Ento no os l, para no perder tempo. Mas ns outros, lemos bastante e interpretamos demais, at. V. Ex. ignora que o Govrno, desde abril, est executando um esquema de investimentos federais da ordem de um trilho e novecentos bilhes de cruzeiros? V. Ex. ignora que os investimentos estaduais e municipais, nessa programao, atingem a novecentos bilhes de cruzeiros? Povoa o desconhecimento de V. Ex. o fato de, nos investimentos particulares, a amortizao estar sendo cifrada em mais de dois trilhes e duzentos bilhes de cruzeiros? Totalizando uma mobilizao de recursos da ordem de cinco trilhes de cruzeiros, esquema jamais no digo executado tentado neste Pas? V. Ex. deve compreender que a poltica da conteno salarial no executada pelo prazer de ser executada. porque, realmente, para ns, seria muito cmodo estar a votar mensagens do Govrno Federal aumentando salrios constantemente. Seria agradvel, seria a poltica dos

    atrativos fceis. Mas, vejo V. Ex. a dizer que a indstria est passando dificuldades e, de envolta com esta afirmativa, vejo V. Ex. a reclamar aumento de salrios. Evidentemente uma contradio de V. Ex., na boa companhia do nobre Senador Arthur Virglio. De modo que, nobre Senador Aaro Steinbruch, h necessidade de ter pacincia. Antes, tnhamos o sacrifcio sem remdio; hoje, temos sacrifcio reprodutivo.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Remdio para matar, talvez.

    O SR. EURICO REZENDE: Queiram, ou no queiram, os pessimistas e derrotistas, ste Pas, daqui por diante, marchar em busca de sua emancipao econmica. J que V. Ex., diante do relgio ou, ento, da minha interveno, se est mostrando to incomodado e impaciente, encerro aqui meu aparte, para dizer que no representaram nenhuma surprsa para mim as crticas de V. Ex. ao Executivo. Surprsa enorme e, mais do que isto, surprsa erigida em estupefao, ser quando o Senado ouvir de V. Ex. algum gesto de louvor, alguma palavra de enaltecimento a ste Govrno, que, no dorso de uma impopularidade injusta e transitria, est procurando consertar ste Pas, to degradado pelos governos passados e que se colocou nas cercanias do caos e na vigilncia estupefaciente do mercado internacional. De modo que desejo ver, nesse esfro de todos os dias e de tdas as horas, se coloco um pouco de esperana no corao de V. Ex., para que, no instante em que critica, aponte a soluo correspondente. Ns no podemos salvar ste Pas com a palha das palavras: poderemos salv-lo, sim, com o gro dos fatos, traduzido no trabalho de todos os dias.

    O SR. AARO STEINBRUCH: V. Ex. diz que os Governos anteriores degradaram ste Pas. Pois o que causa estranheza que V. Ex.as sempre colaboraram atravs de ilustres membros do seu partido com sses Governos. E V. Ex.

  • 19 fala em esquemas do Govrno. Realmente, reconheo que existem esquemas, mas at agora, na prtica, no vemos nenhum resultado da aplicao dsses famosos esquemas governamentais, a ponto de hoje se reunirem, no s as classes trabalhadoras, como as prprias classes empresariais, contra tal estado de coisas.

    O SR. ARTHUR VIRGLIO: Permite V. Ex. um aparte?

    O SR. AARO STEINBRUCH: Com prazer. Alis, V. Ex. foi envolvido, tambm, no aparte do nobre Senador Eurico Rezende.

    O SR. ARTHUR VIRGLIO: Desejo acentuar que s a aplicao de recursos no resolve, em absoluto, o problema angustiante do povo brasileiro. Cito um exemplo marcante: em determinado perodo da nossa vida administrativa no tenho, de memria, a data precisa foi aplicado, de cada cinco cruzeiros arrecadados em todo o Pas, um cruzeiro no Nordeste. Por a V. Ex. calcula a soma fabulosa de recursos, carreada para aquela regio. E nem por isso houve modificao das condies sociais do povo nordestino, que continua um dos povos mais miserveis do mundo. Portanto, o argumento do Senador Eurico Rezende, de que foi feita a aplicao de 3 trilhes de cruzeiros...

    O SR. AARO STEINBRUCH: A serem aplicados ainda.

    O SR. EURICO REZENDE: J esto sendo aplicados.

    O SR. ARTHUR VIRGLIO: ...no vlido para dizer que ser resolvido o problema brasileiro, porque nem sempre a aplicao de recursos se coaduna, se submete a condies capazes de solucionar o problema brasileiro. Mas, passando de relance por sse aspecto do aparte do preclaro colega e amigo, desejo ressaltar tambm uma contradio de S. Ex., e contradio gritante do ponto de vista poltico.

    Vejamos, por exemplo, a nossa posio: estou aqui repetindo, e com muito menos veemncia, com muito menos agressividade, em trmos nos quais no se encontra uma s palavra que possa ser considerada um doesto, o que o candidato do Senador Eurico Rezende a Presidente da Repblica tem dito, incontestvelmente, por sse Pas afora. Veja que contradio: eu, do Partido Trabalhista Brasileiro, adversrio intransigente do Sr. Carlos Lacerda, estou seguindo um rumo pelo menos paralelo ao do Sr. Carlos Lacerda, ao apreciar a poltica financeira do Govrno. O Sr. Eurico Rezende, membro da Unio Democrtica Nacional, que h pouco reiterou, em conveno, o seu apoio ao candidato Presidncia da Repblica, est em contradio com o seu candidato em face da poltica financeira dste Pas. Vamos convir que essa contradio muito pior do que nossa conduta, quando apreciamos a situao da nossa indstria, em face da apertura em que vivem, nesta hora, os trabalhadores.

    O SR. EURICO REZENDE: V. Ex., nobre Senador Aaro Steinbruch, vai-me permitir um aparte, a latere, para tentar responder a esta usina de simpatia, que o preclaro Senador Arthur Virglio. S. Ex. viu, no meu aparte anterior, uma contradio. No, Excelncia. Nesse ponto de agressividade ao atual Govrno, considero o Sr. Carlos Lacerda o Arthur Virglio do Senado, tanto quanto considero a Senador Arthur Virglio como candidato da UDN Presidncia da Repblica.

    O SR. ARTHUR VIRGLIO: Mas a que ressalta a contradio: se a Unio Democrtica Nacional apia o atual Govrno, se se diz, assim, o sustentculo poltico V. Ex. usou no s poltico, mas sustentculo poltico, psicolgico, econmico e mais um trmo que, agora, no me ocorre memria do atual Govrno...

    O SR. EURICO REZENDE: Senador Arthur Virglio, vamos encerrar o debate que ns dois travamos: a Casa e

  • 20 a Nao, naturalmente, esto ansiosos por tomar conhecimento das solues dos problemas brasileiros que o eminente Senador Aaro Steinbruch vai apontar, agora, na sua magnfica perorao, se no fr piorao.

    O SR. ARTHUR VIRGLIO: A menos que V. Ex. se tenha sentido inseguro para prosseguir nos debates.

    O SR. EURICO REZENDE: No, Senador. Ouvimos as crticas; agora, vamos ouvir as solues!

    O SR. ARTHUR VIRGLIO: de acentuar, repito, que, enquanto sse Partido se diz o sustentculo, o apoio poltico do Govrno, tem um candidato Presidncia da Repblica que, se fsse eleito, iria fazer a derrocada da poltica econmico-financeira que le vem combatendo com veemncia.

    O SR. PRESIDENTE (Guido Mondin) (faz soar a campainha)

    O SR. EURICO REZENDE: O ilustre Presidente vai-me permitir dar um penltimo aparte, porque nunca se trata do ltimo, quando o Senador Aaro Steinbruch est na tribuna. Mas o Senador Arthur Virglio sabe, e no quer dizer, que o sistema que defendo, hoje, no de festa no arraial, que so essas eleies diretas programadas para ste ano. Defendo a eleio indireta e, defendendo a eleio indireta, no estou fazendo referncia a candidato dste ou daquele partido. Agora uma retificao: quem defende e quem forma a sustentao poltico-parlamentar do Govrno Castello Branco no apenas a UDN, so os ilustres correligionrios do PSD e os bravos companheiros do PTB, companheiros do eminente Senador Arthur Virglio. H um condomnio de fras partidrias prestigiando o Govrno de salvao nacional e, nesta obra ciclpica, estar tambm a colaborao do nobre Partido Trabalhista Brasileiro.

    O SR. AARO STEINBRUCH: Sr. Presidente, devo dizer que a temtica do meu discurso no foi eleies diretas

    ou indiretas, de vez que o meu pensamento conhecido: quero eleies diretas para todos os postos, e no eleies indiretas, para a prorrogao de mandatos, inclusive de parlamentares ou do Presidente da Repblica.

    O SR. EURICO REZENDE: No defendo a prorrogao de mandato de ningum, muito menos de V. Ex., porque no quero ver V. Ex. criticando o Govrno. (Riso.)

    O SR. AARO STEINBRUCH: Disse, no incio do meu discurso, que estava tratando apenasmente do Projeto n 7, de 1965, remetido atravs de mensagem do Poder Executivo a esta Casa.

    Devo dizer que, realmente, o Substitutivo aprovado, ontem, na Comisso Mista, corrige, em muito, as falhas, os erros, as imprecises e o aspecto inconstitucional dessa mensagem, com algumas retificaes que o Plenrio aprovar, quando fr chamado votao, e se reparar, ento, mais uma injustia que se pretende fazer contra as classes trabalhadoras brasileiras. (Muito bem! Muito bem!)

    O SR. PRESIDENTE (Guido Mondin): Tem a palavra o nobre Senador Edmundo Levi, nos trmos do art. 163 do Regimento Interno. S. Ex. dispe de dez minutos.

    O SR. EDMUNDO LEVI (sem reviso do orador): Sr. Presidente, Srs. Senadores, inicialmente agradeo a gentileza do Sr. Presidente em me advertir de que disponho de tempo limitado para os breves comentrios que, neste instante, pretendo proferir.

    H, no Pas, atualmente, duas palavras que circulam como moeda de curso forado pelo regime que as imps. Essas palavras so: corrupo e subverso.

    Abandonemos a palavra corrupo e examinemos, neste instante, embora perfunctriamente, a subverso.

  • 21 A todo instante, estamos lendo e ouvindo

    acusaes a cidados, das mais variadas classes, de que so subversivos.

    Que , afinal, um homem subversivo? todo aqule que se rebela contra a ordem, que pretende destruir os princpios estabelecidos, enfim, que se ope ordem constitucional, que desrespeita as leis.

    O Correio da Manh, de domingo, traz duas cartas, assinadas por dois cidados brasileiros, escritores segundo o jornal Srs. Joel Rufino dos Santos e Pedro de Alcntara Figueira. sses homens se dirigiram ao eminente Sr. Presidente da Repblica, numa linguagem semelhante do salmo 129, ou 130, no sei bem, que diz: "De profundis clamavit domine"! das profundezas eu clamo por Ti, Senhor!

    sses homens desesperados dirigem-se mais alta autoridade do Pas, pedindo-lhe socorro, pedindo proteo contra as arbitrariedades, contra as violncias a que tm sido submetidos pelos Torquemadas dos famosos IPMs.

    O cidado brasileiro Joel Rufino dos Santos endereou ao Exmo. Sr. Presidente da Repblica carta, que vou ler, para que figure nos Anais do Senado:

    (L.) "Escrevo de uma cela de 2x3 metros,

    absolutamente escura, mesmo de dia. H, aqui, apenas um colcho desnudo, caminho de baratas. Estou no Batalho de Guardas.

    Desde o dia 7 de junho, quando fui prso, tem-se passado o seguinte: ao responder ao IPM do ISEB, fui insultado e minha filha pelo Tenente Gustavo, daquele IPM. Dias antes, ste Tenente foi casa de minha me ameaando-a de priso. Do IPM do ISEB fui, no mesmo dia, levado prso ao IPM da Imprensa Comunista, onde fui recebido aos berros e palavres (prto comunista, cafeto, etc.). Antes de falar, recebi, do Major Bonecker, um tapa e o

    aviso de que "estava ali para dizer o que le queria", pois "ste inqurito de homem". Durante o interrogatrio, fui ameaado de ser mandado para a Ilha Grande, de no poder dormir, de receber ordem unida de madrugada, de ser recolhido ao xadrez da PM, onde seria violentado. Minha mulher foi ameaada de ser demitida do emprgo (estadual) por ser minha esposa. Tarde da noite fui levado a um quarto, onde fiquei at o dia 23 de onde fui trazido para aqui. Depois da inquisio no quartel da polcia, recebi bom tratamento, diferente do que se passou com os outros indiciados. Isso era para nos dividir.

    Esta carta-denncia, na certa, vai provocar represlias. As violncias agora so pblicas e do conhecimento do Presidente Castello Branco. Tudo que me acontecer daqui para frente s tem, portanto, um responsvel direto o Chefe supremo do Exrcito, que me encarcerou aqui (sem luz e emparedado), Presidente Humberto Castello Branco. Tenho mulher e filho e no sou criminoso, mas estou sendo maltratado, h 19 dias."

    O segundo "De Profundis" de autoria do cidado Pedro de Alcntara Figueira.

    Diz le na sua carta dirigida ao eminente Presidente da Repblica:

    (L.) "Gostaria que V. Ex. tomasse na mxima

    considerao os fatos que a seguir vou narrar: no dia 31 de maio dirigi-me ao Ministrio da Educao para responder a um inqurito sob a responsabilidade do Coronel Grson de Pina. Dali fui conduzido ao quartel da PM, no Mier, presena do Major Bonecker. ste oficial ameaou-me usar de violncia, caso eu no abrisse a bca, usando, para tal, palavras de baixo calo, as quais julgo difcil repetir aqui. Pretendia ste oficial fazer-me confessar ati-

  • 22

    vidades que nunca tive, pois as minhas atividades como escritor podem ser julgadas pblicamente. Nem sequer respondi s perguntas do inqurito, pois ste foi ditado pelo citado oficial.

    Desde o dia 31 de maio, encontro-me prso no Batalho de Guardas, sem nenhuma acusao formal, ficando, nas primeiras semanas, totalmente incomunicvel, numa cela sem luz, nem banheiro, com apenas um colcho para dormir. Era obrigado a comer com as mos, pois nem sequer recebia talheres. Tenho uma filha recm-nascida, com pouca mais de um ms, e minha mulher no tem outro meio de subsistncia, seno o que lhe dou, e nesta situao, no fsse a solidariedade de amigos, estaria passando privaes. Acrescenta-se a isto tudo o fato de que estou ameaado de perder o meu emprgo. Depois de duas semanas de total incomunicabilidade, posso receber, apenas por 30 minutos, minha espsa e minha me. No posso receber jornais e revistas. Deixo nas mos de V. Ex. a soluo do meu caso e dos dois colegas em igual situao, e se esta denncia acarretar-me alguma molestao a responsabilidade ser de V. Ex.. Espero poder contar com a ateno de V. Ex..

    Rio, 25-6-65 a) Pedro de Alcntara Figueira." Vem, portanto, os Srs. Senadores que so

    dois brasileiros que, do fundo de suas masmorras, se dirigem ao Supremo Mandatrio da Nao, pedindo apoio, pedindo justia, que no se permita sofram tantas injustias e que sbre suas pessoas no se pratiquem tanta ignomnia, o que, em verdade, constitui vergonha para o Brasil.

    Sr. Presidente, subverso isto: o desrespeito pessoa humana, violentar um cidado, ameaar de priso sua espsa e no se ter considerao a sse direito normal na ordem internacional, que, como sobredireito, se sobrepe prpria ordem

    nacional o respeito humano. sse Major Bonecker, que aplica o seu "tratamento psicolgico", parece que um frustrado no seu instinto mavrtico e pretende extravasar a sua fria em dois prisioneiros que clamam ao Senhor Supremo da Nao contra as suas arbitrariedades.

    No podia eu, como ser humano, como homem temente a Deus, como homem que procura observar os ensinamentos de Cristo, como brasileiro, calar diante de tanta ignomnia, diante de ato que envergonha o Pas perante as demais naes.

    O Brasil entrou numa guerra, sacrificou inmeros filhos seus, para que a tirania nazista no prevalecesse. Estamos, outra vez, envolvidos numa luta, para que no predomine no mundo a tirania comunista. Pois bem, no ser com atos de tal jaez, no ser com procedimento de tal natureza que conseguiremos erradicar as esparsas sementes ou atitudes totalitrias, comunistas ou nazistas, que pretendem medrar neste Pas. Se algum cidado tem idias totalitrias, por isso mesmo, deve sofrer as restries da sociedade. Se encontrados em crime, devem ser punidos. No deve, entretanto, sofrer o processo humilhante que envergonha a Nao. Se so totalitrios, no podemos combat-los, praticando os mesmos atos; no podemos defender a democracia, praticando o totalitarismo.

    O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Permite V. Ex. um aparte?

    O SR. EDMUNDO LEVI: Com prazer. O SR. JEFFERSON DE AGUIAR: Acredito

    que o Coronel Gerson de Pina se no me engano ste o nome a que se referiu o missivista dar explicaes s imputaes que lhe so feitas. No acredito que, na poca atual, algum possa praticar os mtodos do nazismo e do comunismo. Desejamos que os direitos do homem sejam respeitados. Almejamos que a Constituio tenha aplicao permanente. Cre-

  • 23

    mos que os que lutam pela liberdade e pela democracia do o exemplo dentro de uma filosofia capaz de aglutinar e promover o proselitismo, em prol do nosso regime. Acredito que o Coronel, referido na missiva, explicar a V. Ex. e Nao a respeito de tudo aquilo que lhe imputado. No creio, sinceramente, que algum possa, legtimamente, atravs de processo de corrupo, agir de tal maneira. procedimento que no pode prevalecer. Sou dos que acreditam na realidade do imprio da lei e na sobrevivncia do regime democrtico. Creio, portanto, que S. S. explicar o procedimento, e dar cabal demonstrao de que no praticou tais atos e, se os praticou, em menor escala, sem dvida, promover a reparao adequada, para que a justia se faa dentro da nossa organizao jurdico-constitucional.

    O SR. EDMUNDO LEVI: Nobre Senador Jefferson de Aguiar, V. Ex. expressa o desejo de todos ns: queremos, justamente, que se apurem responsabilidades. Quem fr encontrado em crime, deve ser punido, mas no por sses mtodos.

    Que os cidados que aqui clamam ao Sr. Presidente da Repblica tenham julgamento decente, digno de sres humanos, no de monstros, de bichos. At os animais merecem tratamento de respeito, pois so sres viventes.

    H, inclusive, sociedades de proteo aos animais, creio que o Sr. Josu Cludio de Souza, nosso colega, presidente de uma sociedade dessas. Os prprios animais merecem respeito, quanto mais um ser humano, um semelhante nosso, a quem fomos mandados amar como a ns mesmos.

    Se sses homens forem encontrados em crime, sejam punidos legalmente, no pelo processo monstruoso aqui descrito. Espero, no do Sr. Gerson de Pina, nobre Intendente reformado que dirige sse inqurito, espero do eminente Sr. Presidente da Repblica, em cuja inteireza de carter confio, que a Nao seja desagravada por sse insulto que ora se lhe faz.

    No se pode esperar que o povo brasileiro aplauda quem quer que seja que proceda da maneira por que expem essas duas cartas. Se algum conserva, no Brasil, sses instintos bestiais, deve ser banido da sociedade, para que o mau exemplo no frutifique, e tenhamos a correo dos criminosos que, sob o motivo, sob o pretexto de apurar corrupo ou subverso, praticam os mais ferrenhos atos subversivos, em revoltante desrespeito pessoa humana, lei e, finalmente, ordem constituda.

    De sorte que, Sr. Presidente e Srs. Senadores, embora no conhea sses homens, nunca tinha lido seus nomes, at desconhecendo que sejam escritores, mas como brasileiro, como ser humano, formulo aplo ao Senhor Presidente da Repblica, para que Sua Excelncia leia essas cartas e mande apurar o que de fato ocorre, responsabilizando e punindo aqules que, em nome da Lei, da ordem, vm praticando os mais ignbeis crimes. (Muito bem!)

    Comparecem mais os Srs. Senadores: Jos Guiomard Josu de Souza Lobo da

    Silveira Sebastio Archer Joaquim Parente Jos Cndido Menezes Pimentel Wilson Gonalves Dix-Huit Rosado Dinarte Mariz Ruy Carneiro Barros Carvalho Hermann Trres Jos Leite Aurlio Vianna Gilberto Marinho Benedicto Valladares Nogueira da Gama Lino de Mattos Jos Feliciano Filinto Mller Milton Menezes Guido Mondin.

    O SR. PRESIDENTE (Guido Mondin): Conforme os Srs. Senadores verificaram pela leitura do expediente, o Sr. Ministro da Educao e Cultura solicita a prorrogao do prazo para a prestao de informaes pedidas pelo Sr. Senador Vasconcelos Trres, em trs requerimentos deferidos pela Presidncia.

    Se no houver manifestaes em contrrio, a Mesa oficiar a S. Ex., o Sr. Ministro da Educao e Cultura, concedendo a prorrogao solicitada de trinta dias. (Pausa.)

  • 24 O SR. PRESIDENTE (Guido Mondin): O Sr.

    1-Secretrio ir proceder leitura de Mensagem do Sr. Presidente da Repblica.

    lida a seguinte:

    MENSAGEM N 230, DE 1965

    (N 479/65, na origem)

    Excelentssimos Senhores Membros do

    Senado Federal: Na forma do art. 22, 2, da Lei n 4.595, de 31

    de dezembro de 1964, tenho a honra de submeter aprovao de Vossas Excelncias a reconduo do Sr. Ernane Pinto de Barros, para integrar o Conselho Administrativo da Caixa Econmica Federal do Maranho, em face do trmino de seu mandato.

    Braslia, em 29 de junho de 1965. H. Castello Branco.

    "CURRICULUM VITAE"

    Ernane Pinto de Barros Nascido a 26 de abril

    de 1927 Caxias Estado do Maranho Filho de Eugnio Barros e de Rosalina Pinto de Barros Solteiro.

    Fz o curso primrio em Caxias e o ginasial em So Lus, no Colgio So Lus, Estado do Maranho;

    Cursou at o 2 ano da Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro;

    Em 1953 foi contratado pelo Itamarati, para trabalhar na Embaixada brasileira em Paris, onde permaneceu at dezembro de 1954;

    Foi eleito Deputado estadual, no Maranho, pela legenda do PSD, de 31 de janeiro de 1955 a 31 de janeiro de 1959;

    Exerceu a funo de membro da Comisso de Superviso dos rgos Autnomos, no Rio de Janeiro, de 1959 a 1960;

    Nomeado em 2 de julho de 1960, para exercer o cargo de Diretor da Caixa Econmica Federal do Maranho, cargo no qual permanece at esta data.

    ( Comisso de Finanas.)

    O SR. PRESIDENTE (Guido Mondin): Sbre a mesa projeto de lei que vai ser lido.

    lido o seguinte:

    PROJETO DE LEI DO SENADO N 41, DE 1965

    Autoriza o Poder Executivo a doar um terreno

    ao Humait Atltico Clube de Niteri, Estado do Rio de Janeiro, e d outras providncias.

    O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Fica o Poder Executivo autorizado a

    doar, ao Humait Atltico Clube, o terreno situado no lote nmero 676 do local denominado Maru Pequeno, em Niteri, Estado do Rio de Janeiro, medindo 14.260,00 m2 e confrontando com o Cemitrio de Maru.

    Art. 2 Uma vez aprovada a presente lei, fica o Humait Atltico Clube isento do pagamento de quaisquer quantias atrasadas, que, porventura, esteja a dever Unio Federal ou organizao pertencente ao seu patrimnio, por efeito do arrendamento ou aluguel do terreno a que se refere o artigo I desta lei.

    Art. 3 Revogam-se as disposies em contrrio.

    Justificao

    O Humait Atltico Clube, sociedade civil

    devidamente registrada, fundado em 8 de janeiro de 1933, no bairro do Barreto Niteri, Estado do Rio de Janeiro, tem por objeto congregar, sem preconceito de qualquer espcie, as famlias residentes no Barreto, de modo que se preserve, na comunidade, o patrimnio moral, espiritual, social e religioso de nossa Ptria.

    Nesse objetivo, evidentemente, se inclui no s o cuidado que se deve dispensar juventude, evitando-se os descaminhos a que poderia ser levada, se no encontrasse meio adequado s expanses naturais da idade, como o dever de assegurar aos jovens, pela sadia convivncia social, pela prtica de des-

  • 25

    portos e pela promoo de divertimentos de carter social, uma base slida sbre que se forme a sua futura personalidade, de cidado til e consciente.

    Tal programa de atividade vem sendo, assim, executado pelo H.A.C. h 28 anos, e os resultados colhidos constituem o melhor atestado de sua contribuio aos podres pblicos, na tarefa de manter a paz social, sob o princpio, universalmente proclamado, da mens sana in corpore sano.

    Todavia, o H.A.C. lutou sempre, desde o incio, com a falta de uma sede nutica: a sua maior e mais urgente aspirao que, apesar de pacientes esforos, ainda no se concretizou.

    Visa o presente projeto, justamente, a sanar falha to grande.

    Apesar das suas benemritas atividades no campo da cultura fsica, no logrou ainda o Humait Atltico Clube qualquer favor dos podres pblicos.

    Com a adoo dste projeto, que atende a um imperativo constitucional, pois proteger a juventude obrigao do Estado, cremos ter cumprido nosso dever.

    Nunca demais salientar, e o fazemos agora, os benefcios que ste grande clube tem prestado mocidade niteroiense, servindo de motivao para as chamadas atividades educacionais de cunho extra-escolar.

    to grande e relevante o acervo de servios prestados causa do desenvolvimento fsico e mental da nossa mocidade pelo Humait, que, embora sem querer relacionar todos, no possvel deixar de efetuar uma resenha de suas atividades no campo da educao fsica, tdas elas tendentes ao aprimoramento da raa. Sem titubeios e sem desfalecimentos, embora sem possuir uma praa de esportes, le pode apresentar o seguinte rol de vitrias:

    Em 1952, tomando parte, pela 1 vez, conquistou o Diploma de Campeo de Atletismo da Classe de Estreantes e Campeo de 1952 Vice-Campeo de Atletismo de 1953

    Campeo da Rstica Santo Antnio, promovida pelo Flu de Natao e Regatas Campeo da 1 Rstica Humait A.C., patrocinada pelo mesmo classificou-se em 4 lugar geral, entre as equipes do Distrito Federal, na Rstica 15 de Novembro, promovida pelo C.R. Flamengo em 4 lugar geral por equipe entre os atletas do Distrito Federal, Niteri e So Gonalo, na IV Corrida Rstica da Bandeira, promovida pela ento Associao Atltica Arar Campeo do III Circuito de Icara de 1953 classificou-se em 4 lugar, por equipe, na Rstica 15 de Novembro, promovida pelo C.R. Flamengo, de 1953 Tomou parte integrante na equipe do Estado do Rio, 4 (quatro) atletas, representando a F.F.D., no Campeonato Brasileiro de Atletismo, realizado em 1953, em Curitiba-Paran No dia 21 de abril de 1953, sagrou-se Campeo da III Rstica Tiradentes, promovida pelo Martimo F.C. Campeo do Estado do Rio, em maio de 53, na Rstica do Estado do Rio, em maio de 53, na Rstica Santo Antnio, promovida pelo Flu de Natao e Regatas em junho de 53, classificou-se em 5 lugar por equipe na tradicional Corrida da Fogueira, realizada no Distrito Federal, patrocinada pelo "A Noite" Campeo pela 2 vez da Rstica Humait A.C. Campeo da 1 Corrida Rstica de Duque de Caxias, promovida pela Liga Gonalense de Desportos, realizada em agsto de 53 3 colocado por equipe na famosa Rstica "Dia do Marinheiro", em 13 de dezembro de 53 Campeo por equipe da Preliminar de So Silvestre de 53, promovida pelo "O Estado" tomou parte com 5 (cinco) atletas na Corrida Internacional de So Silvestre, em So Paulo, em 53, classificando-se sua equipe entre os 370 primeiros colocados, numa turma de 2.140 atletas nacionais e estrangeiros.

    Em 1954: Campeo da Rstica 10 de abril, promovida pelo Carioca F.C. de So Gonalo Campeo da Rstica Humait A.C. Campeo do "Trofu Imprensa" (Campeonato de Atletismo) Campeo individual e por equipe, da Preliminar de So Silvestre, realizada em Niteri classificou- se em 5 lugar por equipe na Corrida da

  • 26

    Fogueira (Distrito Federal) Vice-Campeo de Atletismo da Cidade e Campeo Fluminense de Atletismo de 1954.

    Em 1955: Campeo das Rsticas 10 de Abril, Tiradentes, realizadas em Niteri 5 colocado na Corrida da Fogueira (D.F.) Vice-Campeo de Decatlon, promovido pela F.F.D., entre os Clubes de Niteri 1 lugar no Estado do Rio, na III Rstica Duque de Caxias, em So Gonalo Vice-Campeo de Atletismo da Cidade (Niteri) Campeo da Preliminar de So Silvestre, em dezembro, realizada em Niteri, sob os auspcios de "O Estado".

    Em 1956: Campeo da Rstica da Primavera, em Petrpolis (1 lugar do Estado) Campeo da Rstica Tiradentes, em Niteri Campeo da Preliminar de So Silvestre por equipe e individual, em dezembro.

    Em 1957: Campeo da Rstica Humait A.C. Campeo da Rstica 10 de Abril Campeo da Rstica Dom Bosco F.C. Campeo do Estado, da Rstica de Olinda Campeo da Rstica Duque de Caxias, tdas realizadas em Niteri, So Gonalo e Olinda, neste Estado Vice-Campeo de Atletismo, na categoria de Estreantes pela F.F.D. Campeo do Centenrio da Cidade, em Petrpolis, na tradicional Corrida Rstica da Primavera Vice-Campeo da Classe de Jnior (Atletismo), promovido pela F.F.D. Vice-Campeo da Cidade (Atletismo) Campeo da Preliminar de So Silvestre, em Niteri Campeo da Rstica Tiradentes Tomou parte na corrida internacional de So Silvestre, realizada em So Paulo, no dia 31 de dezembro. Entre os atletas do Humait, destacaram-se Oldemar Loureno e Manoel Bonfim Trindade, classificando-se em 50 e 71 lugares, respectivamente, entre 400 atletas nacionais e estrangeiros. O atleta Oldemar Loureno venceu os representantes do Uruguai, Peru, Alemanha, Inglaterra e Paraguai.

    Em 1958: Campeo da Rstica Humait A.C. Campeo do 1 Circuito de So Gonalo, promovido pelo E.C. Vidrobrs Campeo da Rstica 10 de Abril Vice-

    Campeo da Rstica de Aniversrio do Flu Natao e Regatas, Niteri Campeo do I Circuito da Alameda, promovido pelo Vianense F. C. Campeo da Rstica Duque de Caxias, em So Gonalo Campeo da 1 Rstica Duque de Caxias, em So Gonalo Campeo da 1 Rstica Araribia, promovida pela ltima Hora Campeo da preliminar de So Silvestre, em Niteri Tomou parte na Corrida Internacional de So Silvestre, em So Paulo, no dia 31 de dezembro, com uma equipe de 5 (cinco) atletas, conseguindo o atleta Ary Malheiro da Graa, do Humait A.C., vencer 3 estrangeiros.

    Em 1959: Vice-Campeo da Rstica 10 de Abril, So Gonalo Vice-Campeo da 1 Corrida Rstica "Vinte de Junho", promovida pelo Clube dos Tenentes e Sargentos do Exrcito da Guarnio de Niteri e So Gonalo Vice-Campeo da Rstica Duque de Caxias, So Gonalo Campeo de Atletismo, na categoria de Estreantes pela F.F.D. Vice-Campeo do Campeonato de Atletismo "II Qualquer Classe" Campeo do Campeonato de Atletismo da Classe de Jnior pela F.F.D. e estve inscrito para tomar parte no Campeonato de Atletismo da Cidade (Niteri), promovido pela F.F. Desportos.

    Quem j militou nos desportos amadoristas, onde tudo falta, pode avaliar o sacrifcio dste clube para levar avante seu desideratum.

    chegada, pois, a ocasio de vir ao encontro dstes abnegados, dando ao clube benemrito um terreno que o mesmo j ocupa e, certamente, s a le interessa, em face de tratar-se de um pedao de terra acidentado, servindo apenas s atividades esportivas. Estando certo que o Senado Federal saber avaliar o esfro e a abnegao de Mrio da Costa Saraiva, Graciliano da Costa Guimares, Jos Luiz dos Santos Leite, Deocleciano Alves Pinto, Alberto Leckar Coelho Filho, Walter Pinto Vieira, Guilherme Ramos, Jovany D'Arc Quaresma, Mrio Moreira Simas, Joo Paulo Moreira, Machir Paulo Moreira, Eldo Pereira Costa, Francisco Braslio da Silva, Armando Francisco da Silva, Jos

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    Juvenal de Mello, Pedro Sacramento da Silva, Mrio de Almeida, Julio Verne Pacheco, Clsio Coelho Gomes, Hernane Siqueira Macedo, Joaquim Francisco Barros, Nilton Alves da Cunha, Walfrido Jos Pires, Joo Ceclio Fares, Joo Pereira Lira, Ruysdael Freitas Maia, Jarbas Rocha de Castro, Jos Fernando Freitas Chaves, Alcir Alves Gameiro, Antnio Monteiro, Pedro Pereira Mouco, Iris Sena Maia, Antnio Barahona, Wilson Gonalves de Oliveira, Joo Batista Cavalcante Albuquerque, Afonso Viana Barros, Belarmino Miranda Filho, Doutor Palmir Silva, Hlio J. Vianna, Alfredo Vivas e Nelson de Souza Geris, esperamos ver nosso projeto aprovado, a fim de tornar-se realidade o sonho deste pugilo de abnegados: um Brasil forte moral, fsica e intelectualmente.

    Sala das Sesses, em 1 de julho de 1965. Vasconcelos Trres.

    (s Comisses de Constituio e Justia e de Finanas.)

    O SR. PRESIDENTE (Guido Mondin): H sbre a mesa requerimentos de informaes que vo ser lidos pelo Sr. 1 Secretrio.

    So lidos os seguintes:

    REQUERIMENTO N 416, DE 1965

    Sr. Presidente, De conformidade com a letra regimental,

    requeiro informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Agricultura Superintncia Nacional de Abastecimento se do conhecimento da SUNAB a cobrana de taxas absurdas aos fruticultores fluminenses pelos intermedirios e atravessadores de frutas do centro produtor ao consumidor, cujos produtores se julgam vtimas de explorao e que ameaam no mais negociar seus produtos com os grandes mercados do Rio e de Niteri.

    Sala das Sesses, em 1 de julho de 1965. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 417, DE 1965

    Sr. Presidente, De conformidade com a letra regimental,

    requeiro informe o poder Executivo, atravs do Ministrio da Indstria e do Comrcio, se a Companhia Siderrgica Nacional continua cobrando dos seus funcionrios a taxa de servios mdicos, aps a assinatura de um convnio com o I.A.P.I.

    Sala das Sesses, em 1 de julho de 1965. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 418, DE 1965

    Sr. Presidente, De conformidade com a letra regimental,

    requeiro informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Viao e Obras Pblicas Comisso de Marinha Mercante Super