Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
AnaisR E A L I Z A Ç Ã O
A P O I O
Comissão Organizadora do 5º Colóquio Internacional da Rede Latino-americana de
Investigadores de Didática de Geografia
Coordenação Geral Profa. Dra. Lana de Souza Cavalcanti – UFG/IESA Técnica Administrativa Larissa Bárbara Borges Drumond - UFG/IESA Doutorando Leovan Alves dos Santos – UFG/IESA Acadêmica Maria Eduarda Andrade de Faria – UFG/IESA
Secretaria Profa. Dra. Eliana Marta Barbosa de Morais – UFG/IESA Profa. Dra. Lorena Francisco de Souza – UEG/Itapuranga Doutoranda Domitila Theil Radtke – UFG/IESA Mestranda Clara Lúcia Francisca de Souza – UFG/IESA Mestranda Camylla Silva Otto - UFG/IESA
Logística Prof. Dr. Vanilton Camilo de Souza – UFG/IESA Doutoranda Adriana Tenório da Silva – DINTER/UFG/UNIFAP Doutorando David de Abreu Alves – UFG/IESA Doutorando Magno Emerson Barbosa – UFG/IESA
Tesouraria Profa. Dra. Adriana Olívia Alves – UFG/IESA Doutoranda Fabiana Rodrigues Oliveira Queiroz – UFG/IESA
Cultural Profa. Dra. Miriam Aparecida Bueno – UFG/IESA Profa. Me. Lívia Reis Mendes – UFG/IESA Mestranda Janine Cordeiro Braga- UFG/IESA Acadêmica Stephani da Cruz Faria – UFG/IESA
Comunicação Prof. Dr. Denis Richter – UFG/IESA Doutoranda Lais Rodrigues Campos – UFG/IESA Doutorando Heitor Silva Sabota – UFG/IESA Mestranda Izabelle de Cássia Chaves Galvão - UFG/IESA
Sumário
GRUPO DE TRABALHO I: TEMAS, CONTEÚDOS E LINGUAGENS………………………… 6Los procesos de evaluación en la geografía escolar: notas de debate y de reflexión sobre un problema complejo. María Victoria Fernández Caso; Raquel Gurevich………… 7Pesquisando o ensino de geografia na interface com as novas tecnologias: conceitos e abordagens de um núcleo de estudos em formação. Tânia Seneme do Canto; José Augusto Faria de Araújo; Wander Guilherme Rocha Carvalho……………………………… 24Mobilidade urbana e cidadania: desafios para uma mobilidade sustentável. Elmir Jorge Schneider; Carina Copatti; Helena Copetti Callai……………………………………… 35Espacialidad de lo público en la ciudad: indagación y posibilidades para su enseñanza y aprendizaje. Nubia Moreno Lache; Alexánder Cely Rodríguez; Luis Felipe Castellanos Sepúlveda; Carlos Alberto Zambrano Barrera…………………………………………………. 47Conceitos e educação geográfica. Paula Cristiane Strina Juliasz; Livia Reis Dantas de Souza………………………………………………………………………………………………… 60
GRUPO DE TRABALHO II: FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA…………………………….…………………………………………… 72Por uma construção do raciocínio geográfico para além do pensamento espacial (spatial thinking). Patrícia Assis da Silva; Valéria de Oliveira Roque Ascenção; Roberto Célio Valadão……………………………………………………………………………………….. 73Da queda à redenção: breve história do discurso geoescolar. Bruno Nunes Batista; Antonio Carlos Castrogiovanni………………………………………………………………….. 84A competência de argumentar: contribuições para a pesquisa e ensino de geografia. Eden Correia Carli; Jerusa Vilhena de Moraes…………………………………………………. 95A importância da didática no ensino de geografia. Waldiney Gomes de Aguiar; Carla Holanda Silva……………………………………………………………………………………….. 106Contactos: neurociencia y didáctica de la geografía. Daniel Fernando Sanchez Navarro; Maristela Maria de Moraes…………………………………………………………….. 116
GRUPO DE TRABALHO III: CURRÍCULOS E POLÍTICAS…………………………………….. 128La geografía en Colombia: ausencia de un currículo y de una política educativa escolar propuesta para la implementación de un programa escolar. Mario Fernando Hurtado; Olga Lucía Romero; Luis Guillermo Torres……………………………………………………… 129Currículo e didática da geografia dialogam com a formação para a cidadania? Possibilidades formativas desenvolvidas em projetos pesquisa e extensão universitária. Silvia Aparecida de Sousa Fernandes; Andréa Coelho Lastória; Sérgio Claudino Loureiro Nunes…………………………………………………………………………. 150Os Institutos Federais de Educação e seu sentido discursivo provisório de desenvolvimento local-regional. Linovaldo Miranda Lemos; Rafael Straforini; Gustavo Teramatsu…………………………………………………………………………………………… 160
Educación para la paz: retos y posibilidades para la enseñanza de la geografía. Alejandro Pimienta Betancur; Jaime Andrés Parra Ospina…………………………………… 173Os projetos pedagógicos dos cursos de formação de professores de geografia após a aprovação das diretrizes curriculares nacionais. Eliana Marta Barbosa de Morais; Adriana Olívia Alves; Miriam Aparecida Bueno……………………………………………….. 182
GRUPO DE TRABALHO IV: CURRÍCULOS E POLÍTICAS…………………………………….. 194Ensino de geografia e as pesquisas no cotidiano escolar: contribuições para a formação inicial e em exercício dos docentes e para educação básica. Ana Claudia Ramos Sacramento; Manoel Martins de Santana Filho……………………………………….. 195Grupo de estudos da localidade: trajetória em busca da formação de professores de geografia no Brasil. Andrea Coelho Lastória; Silvia Aparecida de Sousa Fernandes; José Faustino de Almeida Santos……………………………………………………………….. 208El semillero de investigación como apuesta de formación docente. Oscar Iván Lombana Martínez; Nubia Moreno Lache; Olga Lucia Romero Castro; Liliana Angélica Rodríguez Pizzinato………………………………………………………………………………… 219Hacia el desarrollo del pensamiento crítico en la formación inicial del profesorado en geografía y ciencias sociales. María Raquel Pulgarín Silva; Rocío del Pilar Posada López; Ángela Henao Fernández…………………………………………………………………………. 233
APRESENTAÇÃO
A Rede Latino-americana de Investigadores de Didática de Geografia (Redladgeo) é formada por investigadores de didática de Geografia da América Latina e promove a cada dois anos o Colóquio da Redladgeo que tem como objetivo discutir projetos de pesquisas em andamento em parceria com alguns países da América Latina, bem como fortalecer uma rede de Educação Geográfica e Didática da Geografia no Brasil, na medida em que nosso propósito será reunir vários pesquisadores do Brasil e do exterior.
Logo, este evento tem como finalidade: consolidar as atividades do grupo de pesquisa da Rede de Investigação em Didática da Geografia – REDLADGEO; proporcionar o encontro de grupos de pesquisa de universidades brasileiras e latino americanas, tais como: Colômbia, Venezuela e Argentina, e, ainda, de pesquisadores da Espanha, Portugal e Estados Unidos, que estão em contato com a REDLADGEO; discutir as investigações científicas realizadas por professores vinculados a grupos de pesquisa que tratam do ensino e aprendizagem da Geografia Escolar; apresentar resultados das pesquisas em andamento relacionadas a Educação Geográfica tanto no Brasil como em outros países; apresentar os grupos de pesquisas de algumas universidades de ensino do Brasil e do exterior, com o intuito de avaliar como a Educação Geográfica está sendo discutida nesses centros; organizar a próxima publicação da Rede com dados das pesquisas realizadas.
Dentre as atividades programadas para o evento destacam-se mesas redondas, grupos de trabalho e atividades de campo. O público-alvo é formado por investigadores de didática de geografia pertencentes à Redladgeo e seus orientandos de pós-graduação convidados.
Os trabalhos aqui apresentados são resultados de estudos e pesquisas desenvolvidas pelos integrantes da Redladgeo e seus respectivos orientandos e grupos de pesquisas e trabalho.
Boa leitura!
6
Grupo de Trabalho 1:
TEMAS, CONTEÚDOS E LINGUAGENS
LOS PROCESOS DE EVALUACIÓN EN LA GEOGRAFÍA ESCOLAR. NOTAS DE DEBATE Y DE REFLEXIÓN SOBRE UN
PROBLEMA COMPLEJO
María Victoria Fernández Caso 1Universidad de Buenos Aires (UBA)
[email protected] Raquel Gurevich 2
Universidad de Buenos Aires (UBA) [email protected]
RESUMEN: En investigaciones anteriores hemos detectado que en las planificaciones anuales que los docentes realizan es poco significativo el lugar otorgado al componente de evaluación. En las propuestas de enseñanza planteadas y en las planificaciones de aula acotadas a una unidad didáctica o un conjunto de clases acotadas, si bien se incluye, tiene más bien un papel declarativo, de enunciado, pero de bajo impacto en las prácticas concretas de aula, ya sea como elemento orientador de la enseñanza, sea como elemento crítico para la devolución de los alumnos, en relación a rectificar sus conocimientos, aprender de las dificultades encontradas y abrir caminos alternativos de experiencias superadoras. Siguiendo con la distinción metodológica que venimos sosteniendo en proyectos anteriores, nos centramos en analizar el papel de la evaluación tanto en escuelas que atienden a sectores socialmente menos favorecidos como en aquellas instituciones de élite, a fin de observar relaciones con el proceso de selección de los contenidos escolares, la cantidad de temas enseñados, su profundización, el tiempo dedicado a cada uno de ellos y las escalas geográficas ponderadas. La propuesta de trabajo es analizar y caracterizar las principales tendencias y estilos de evaluación propuestos por docentes de geografía de escuelas secundarias de la CABA, abordando distintos terrenos de indagación que permitan ponderar y triangular aportes empíricos en materia de consistencia entre las propuestas de enseñanza y las de evaluación. PALABRAS CLAVE: geografía escolar, evaluación de los aprendizajes, escuela secundaria
PROCESSOS DE AVALIAÇÃO NA GEOGRAFIA ESCOLAR.
NOTAS DE DEBATE E REFLEXÃO SOBRE UM PROBLEMA COMPLEXO
RESUMO: Em pesquisas anteriores, descobrimos que, no planejamento anual que os professores realizam, o lugar dado ao componente de avaliação não é significativo. Nas propostas de ensino propostas e nos planos de sala de aula limitados a uma unidade didática ou a um conjunto de classes delimitadas, embora inclua, tem um papel declarativo, de declaração, mas de baixo impacto nas
Profesora en Geografía por la Universidad de Buenos Aires (UBA) y Doctora por la Universidad Autónoma de 1Barcelona. Profesora Regular del Departamento de Geografía e Investigadora del Instituto de Geografía (UBA)> Directora Proyecto UBACyT Programación 2017-2019. Contacto: [email protected]
Profesora en Geografía por la Universidad de Buenos Aires y Magister en Administración Pública (UBA) Profesora 2Regular del Departamento de Geografía e Investigadora del Instituto de Geografía (UBA).Co- Directora Proyecto UBACyT Programación 2017-2019. Contacto: [email protected]
7
práticas concretas da sala de aula, quer como um elemento orientador do ensino, quer como um elemento crítico para o retorno dos alunos, em relação à retificação de seus conhecimentos, aprendendo com as dificuldades encontradas e abrindo caminhos alternativos de experiências a superar. Seguindo a distinção metodológica que apoiamos em projetos anteriores, nos concentramos em analisar o papel da avaliação tanto em escolas que servem setores socialmente menos favorecidos e nessas instituições de elite, a fim de observar as relações com o processo de seleção da conteúdos escolares, número de tópicos ensinados, aprofundamento, tempo dedicado a cada um deles e escalas geográficas ponderadas. A proposta de trabalho é analisar e caracterizar as principais tendências e estilos de avaliação propostos pelos professores de geografia do ensino médio da CABA, abordando diferentes áreas de pesquisa que nos permitem pesar e triangular contribuições empíricas em termos de consistência entre as propostas de ensino e a de avaliação. PALAVRAS-CHAVE: geografia escolar, avaliação de aprendizagem, ensino médio
EVALUATION PROCESSES IN SCHOOL GEOGRAPHY. NOTES OF DEBATE AND REFLECTION ON A COMPLEX PROBLEM
ABSTRACT: Our previous reseach projects detected that the teacher’s annual plannings give very little attention to evaluation criteria and strategies. In the case of teaching planning of a didactical unit or set of classes, even if assessment is included, it usually has a decorative role, a statement with low impact on specific practices in the classroom, whether as a guiding idea for teaching or as a critical element for the feedback to students in order to rectify their knowledges, to learn from the mistakes and obstacles and to open new ways for overcoming experiences. Continuing with our previous methodological strategy, focus will be put on the analysis of both schools that deal with socially underpriviledged groups and schools of elite, in order to study the relationships with the selection of disciplinary contents, the amount of topics included, its depth, the time spent teaching them and the prevailing geographical scales considered. We intend to analyse the main evaluation trends and styles proposed by Geography teachers of secondary schools of Buenos Aires Autonomous City, considering different research fields that would allow us to weigh up empirical contributions with reference to consistency between teaching and assessment schemes
KEYWORDS: school geography, evaluation and assessment of learning; secondary school
INTRODUCCIÓN: UNA PRIMERA DEFINICIÓN DEL CAMPO DE ESTUDIO
En esta presentación retomamos los lineamientos conceptuales y pedagógicos que
orientan el Proyecto de Investigación UBACyT Programación 2017-2020 “Los procesos de
evaluación en la enseñanza de la geografía escolar. Un campo en debate: su sentido
formativo, propuestas de trabajo y criterios implicados”, que nos encontramos llevando a
cabo en el Instituto de Geografia, Facultad de Filosofía y Letras, UBA. Partimos de situar el
8
campo de la enseñanza de la geografía como un objeto de investigación regular y
sistemática de diversos grupos nacionales e internacionales, en particular, a partir de la
década de 1990 y con mayor énfasis en los últimos años, cuando se comenzaron a
desarrollar congresos y coloquios específicos referidos a la didáctica de la geografía. Tal
como hemos relevado en trabajos e investigaciones anteriores, los temas prevalentes de
dichas indagaciones y presentaciones se han dedicado a desarrollos curriculares, materiales
didácticos, historias de la formación del profesorado y temarios de la agenda escolar en
geografía.
Cabe puntualizar que el tema específico de la evaluación en ciencias sociales y en
particular de la geografía tiene un menor peso específico en dichas indagaciones y su
cobertura es escasa en las propuestas de enseñanza que se analizan y/o desarrollan en los
diferentes proyectos de investigación y/o intervenciones pedagógicas delineadas. Además,
si consideramos un tema aún más particular y menos indagado como es el referido al valor
agregado del uso de recursos y entornos digitales para renovar las formas, criterios y
competencias incluidas en la evaluación de la enseñanza de la disciplina, la vacancia en
investigación resulta reveladora, teniendo en cuenta las significativas transformaciones
abiertas en ese campo en los últimos tiempos. De allí, el interés académico y profesional en
ampliar, enriquecer y problematizar la temática de la evaluación, dado su papel formativo en
los procesos de enseñanza de calidad e inclusivos en geografía, y en especial, en el contexto
histórico de implementación de la obligatoriedad de la escuela secundaria en nuestro país, a
partir de mediados de la década pasada.
Con esta demarcación realizada, elaboramos un estado de la cuestión a partir de los
ámbitos de la cultura educativa que vienen sosteniendo trabajos de investigación en el
campo de la didáctica específica que nos ocupa. En el mundo europeo, los saberes teóricos
y prácticos de mayor difusión en nuestro medio proceden de trabajos españoles y en el
ámbito latinoamericano, de Brasil y de Colombia. En el marco de la Argentina, se destacan
los trabajos académicos de M. Victoria Fernández Caso (2006), Verónica Hollman (2006),
Silvina Quintero (2007), Silvia Busch (2010) y Viviana Zenobi (2012), que analizan, desde
diferentes ópticas y con preguntas temáticas específicas, los desafíos de la enseñanza de la
geografía crítica en las aulas. El tema evaluación es colateral en dichos estudios, pero
9
pueden hallarse derivas disciplinares y pedagógicas a partir de los resultados
epistemológicos y didácticos que en dichos proyectos se desarrollan. De allí su valor
conceptual y documental para avanzar en el área de vacancia, objeto de nuestro presente
trabajo.
El estado de la cuestión se nutre también de los resultados obtenidos de los propios
proyectos UBACyT del grupo INDEGEO. A través de un trabajo sostenido desde el año 2006
se desarrollaron 3 líneas de investigación educativa en Geografía en el contexto del Instituto 3
de Geografía (UBA), en estrecha relación con dos redes temáticas específicas. La primera, de
carácter internacional, REDLADGEO, que reúne a más de 15 universidades latinoamericanas
de Chile, Colombia, Brasil y Argentina dedicadas a temas de investigación en el campo que
estamos perfilando. La segunda, de carácter nacional, REDIEG, hace lo propio en
universidades nacionales y se abre a producciones académicas de docencia e investigación
en enseñanza de la geografía.
Como otro punto afín relacionado con la temática de la evaluación de los
aprendizajes, agregamos la existencia de algunos equipos de trabajo en el ámbito
profesional y académico orientados a tareas de capacitación, transferencia y trabajo
colaborativo con los docentes en ejercicio, que tienen carácter de insumos relevantes para
estudiar los procesos de evaluación. Nos referimos a documentos tales como los Diseños
Curriculares de CABA y la Provincia de Buenos Aires; los Núcleos de Aprendizaje Prioritarios
del Ministerio de Educación nacional y los Marcos de Referencia de la asignatura Geografía
para el Nivel Secundario de Ciclo Básico y Ciclo Orientado; los Proyectos de Voluntariado de
las Universidades de Luján y Buenos Aires; las capacitaciones de los equipos técnicos
territoriales de Educ.ar y CONECTAR en el campo de las políticas nacionales. También cabe
destacar el proyecto Nuestra escuela desarrollado desde el INFOD entre los años
2005-2015, y la elaboración de lineamientos y materiales sobre Educación Ambiental a nivel
Proyecto UBACyY Programación 2006-2009 F-808 “Transformaciones recientes en el temario de la geografía escolar. 3Un diagnóstico de las condiciones del cambio en las concepciones y prácticas docentes en la escuela secundaria de la Ciudad de Buenos Aires, desde mediados de la década de 1990”. Proyecto UBACyT Programación 2010-2012 , 20020090100213 “Geografía y prácticas de aula en la escuela secundaria. Un estudio sobre problemas de enseñanza y alternativas de acción educativa en el desarrollo de contenidos ambientales”. Proyecto UBACyT Programación 2013-2016 “Enfoques de la Geografía escolar y decisiones de los docentes: las planificaciones anuales como articuladoras entre la teoría y la práctica”
10
nacional . Todos ellos han abonado el terreno de las políticas de la enseñanza de la 4
geografía, de modos complementarios y solidarios. En particular, sobre el tema evaluación,
cabe señalar otro insumo de interés: los Operativos Nacionales de Evaluación ONE
desarrollados entre los años 2012 y 2015, en el ámbito del Ministerio Nacional de Educación;
así como los aportes modélicos de actividades integradoras, problematizadoras y
sintetizadoras de saberes realizados por el Ministerio de Educación de la Nación y UNICEF
Argentina, que aportan propuestas de enseñanza innovadoras en el campo, que incluyen el
componente de evaluación de los saberes aprendidos.
1. El lugar de la evaluación en los procesos de planificación de la enseñanza
A partir de estudios anteriores, hemos detectado que en las planificaciones anuales
que los docentes realizan es poco significativo el lugar otorgado al componente de
evaluación en las propuestas de enseñanza planteadas y en las planificaciones de aula
acotadas a una unidad didáctica o un conjunto de clases acotadas, si bien se incluye, tiene
más bien un papel declarativo, de enunciado, pero de bajo impacto en las prácticas
concretas de aula, ya sea como elemento orientador de la enseñanza, sea como elemento
crítico para la devolución de los alumnos, en relación a rectificar sus conocimientos, aprender
de las dificultades encontradas y abrir caminos alternativos de experiencias superadoras.
Esta hipótesis nos lleva a sostener la idea de la necesidad de centrar las evaluaciones
en consonancia una enseñanza de la geografía desde enfoques actualizados propios de las
ciencias sociales. Nos referimos a los abordajes disciplinares y didácticos que recuperen
categorías de análisis y perspectivas metodológicas acordes con los principios que dan
cuenta de la complejidad contemporánea, los conflictos y tensiones inherentes a la vida
social, la multiplicidad de actores sociales y políticos implicados, la historicidad de los
procesos socioterritoriales, entre otros. Asimismo, en abordajes didácticos que promuevan el
desarrollo de capacidades y habilidades de manera gradual y sostenida.
Incluimos los antecedentes sobre Educación Ambiental ya que, desde un enfoque crítico que enfatiza en la 4dimensión social, se realiza un abordaje de la cuestión ambiental que se nutre no sólo, y tal como sucede tradicionalmente, de los aportes de las Ciencias Naturales, sino que se centra en instalar y fortalecer conceptos y metodologías de las Ciencias Sociales
11
Para avanzar en un diagnóstico certero acerca de los procesos de evaluación en
geografía, será necesario que la indagación contemple la distinción metodológica de
centrarla tanto en escuelas que atiendan a sectores socialmente menos favorecidos como en
aquellas instituciones de élite, a fin de observar relaciones con el proceso de selección de los
contenidos escolares, la cantidad de temas enseñados, su profundización, el tiempo
dedicado a cada uno de ellos y las escalas geográficas ponderadas.
En cuanto a los contenidos a evaluar, resulta importante prestar atención al lugar de
los inventarios memorísticos de contenidos de geografía física y conocimientos
instrumentales relacionados con las representaciones cartográficas que impregnan los
temarios escolares efectivamente enseñados, porque a partir de nuestras observaciones en
el campo, estamos en condiciones de afirmar que aun cuando las prácticas escolares
incorporan innovaciones curriculares (tanto en los tópicos a tratar como en los dispositivos
nuevos de comunicación o en estrategias grupales de trabajo), estos nuevos formatos rara
vez se hacen presentes en los instrumentos de evaluación.
Esta situación disciplinar y pedagógica implica un proceso de avances y ajustes
permanentes hasta lograr una secuenciación significativa de todos los componentes del
proceso de enseñanza, desde la selección del tema elegido, la secuencia de actividades, la
elección de los materiales y recursos pedagógicos, y la propuesta de evaluación. La idea de
trabajo genuino, en términos de aprendizajes valiosos de geografía, de la evaluación dentro
de la programación anual y de las unidades didácticas o unidades parciales que se formulen
constituye una idea fuerza que guía la investigación del presente proyecto.
Esta nueva perspectiva de análisis, complementaria y compatible en términos
epistemológicos, metodológicos y pedagógicos procura contribuir a la transformación de los
enfoques naturalizantes, no reflexivos, meramente descriptivos, que persisten en las prácticas
escolares en geografía. Tal propósito se enmarca en un momento histórico del desarrollo del
nivel de enseñanza secundaria en Argentina, pues cobran plena centralidad los lineamientos
político-institucionales, los pedagógico-didácticos y los referidos a las trayectorias escolares
de los estudiantes en condiciones de igualdad y participación sancionados en la Ley
Nacional de Educación 26.206 (del año 2006). En el Artículo 16, se enuncia la obligatoriedad
escolar en todo el país, extendiéndose desde la edad de cinco (5) años hasta la finalización
12
del nivel de la Educación Secundaria y en el Artículo 29 propone la Educación Secundaria
obligatoria, constituyendo una unidad pedagógica y organizativa destinada a los/as
adolescentes y jóvenes que hayan cumplido con el nivel de Educación Primaria. Y más
adelante, en el Artículo 30, se detallan las finalidades de habilitar a los/las adolescentes y
jóvenes para el ejercicio pleno de la ciudadanía, para el trabajo y para la continuación de
estudios.
Interesa también tener en cuenta la necesidad de que las prácticas concretas de aula
asuman distintas formas y recursos para la enseñanza, atendiendo a criterios de
significatividad, flexibilidad, oportunidad, relevancia. De acuerdo con la Resolución CFE Nº
84/09 sobre Lineamientos políticos y estratégicos de la Educación Secundaria Obligatoria,
sostenemos que “la obligatoriedad pone en el centro de las preocupaciones a las
trayectorias escolares de todos los adolescentes, jóvenes y adultos. Esto implica profundos
cambios al interior de las instituciones y sus propuestas. Entre ellos, superar la fragmentación
histórica del trabajo docente en la secundaria, así como revisar los saberes pedagógicos
disponibles y las condiciones de escolarización de quienes están en la escuela, para aquellos
que deben volver y también para los que aún no llegan”. Recuperando los productos y
reflexiones surgidas de las investigaciones anteriores, la hipótesis de trabajo que orienta esta
propuesta se centra en sostener que entre los componentes que integran los procesos de
enseñanza en geografía, la evaluación es uno de los menos jerarquizados y actualizados
desde el punto de la vista disciplinar y pedagógico, en las planificaciones anuales y de las
unidades didácticas parciales que se desarrollan en el cotidiano escolar, y de escasa
contextualización en los procesos de democratización vigentes vinculados con la
obligatoriedad del nivel secundario.
2. Una indagación sobre la evaluación de los aprendizajes en geografía
Entre los principales desafíos de la investigación en didáctica de las ciencias sociales,
la pregunta acerca de cómo lograr que los resultados de la investigación y el análisis de las
prácticas de enseñanza puedan ser aprovechados para transformar de manera efectiva las
prácticas docentes, resulta central. Principalmente porque entendemos que para los
13
docentes en ejercicio la posibilidad de poner en práctica dichas transformaciones en
relación con el temario escolar y su enseñanza, incluyendo la evaluación como un
componente constitutivo, se encuentra estrechamente vinculada con la oportunidad de
encontrar en la reflexión-acción un camino de cambio y mejora de las prácticas de
enseñanza. Así, y continuando con las líneas de trabajo que venimos desarrollando en
investigaciones anteriores, esta propuesta se inscribe en la línea de producción de estudios
que analizan los procesos educativos en contextos específicos y singulares, que atienden a
las características sociales, culturales y etarias de los alumnos, a sus prácticas juveniles, a las
tensiones propias de la convivencia intergeneracional y a la necesidad de promover la
inclusión de todos los jóvenes.
En particular, lo que motiva la investigación que estamos presentando es el hecho de
que en las experiencias relevadas y analizadas, advertimos una intencionalidad y numerosos
avances en términos de la producción de planificaciones desde una visión renovada pero,
especialmente al momento de diseñar la evaluación, se retoman modelos tradicionales que
no se condicen, y hasta resultan contradictorios, con los criterios adoptados para la
elaboración de las distintas propuesta de enseñanza.
Es por ello que nuestro objetivo se focaliza en analizar y caracterizar las principales
tendencias y estilos de evaluación propuestos por docentes de geografía y poder
establecer consistencia entre las propuestas de enseñanza y las de evaluación, desde
enfoques epistemológicos y didácticos propios de la enseñanza de las ciencias sociales,
proponemos que en forma específica se aborden desde prácticas metodológicas de
indagación como las que se proponen a continuación.
Primeramente, el análisis de los criterios disciplinares y pedagógicos de elaboración
de las evaluaciones formuladas y administradas en aulas de geografía correspondientes a
diferentes años de la escolaridad del nivel secundario. Considerar el análisis de la
coherencia y consistencia entre los diferentes componentes de las respectivas propuestas de
enseñanza y las propuestas de evaluación correspondientes, a fin de detectar regularidades
y articulaciones que faciliten aprendizajes integrados, complejos y relevantes.
También la realización de lecturas reflexivas de documentos curriculares vigentes es
relevante a los fines propuestos, ya que permite revisar y actualizar enfoques
14
epistemológicos-disciplinares, e identificar ejes temáticos significativos acordes con el
contexto sociocultural, institucional y las trayectorias escolares de los alumnos.
En concordancia con lo anterior, cabe la exploración sobre el papel que ocupan los
conceptos y explicaciones de carácter social en los contenidos y problemas propuestos en
los instrumentos de evaluación elaborados por los docentes. Asimismo, los resulta oportuno
relevar y analizar las posturas de los docentes frente a los resultados de las evaluaciones, sus
decisiones pedagógicas durante el proceso y sus definiciones acerca de la calificación y
acreditación.
Por otra parte, el análisis de las relaciones existentes entre los modelos de evaluación
practicados en las aulas y el sistema de acreditación y el régimen académico en el nivel
educativo correspondiente, es otra vía de indagación que aporta evidencias acerca del
proceso evaluativo y que tiene importantes consecuencias, no solo en el plano de la
enseñanza, sino también de la institución y por supuesto en los alumnos y sus familias.
Todo ello se complementa con la recopilación y sistematización de las planificaciones
realizadas por docentes participantes en la investigación, a fin de detectar qué lugar
formativo se le otorga al componente de evaluación en las respectivas propuestas. Otro
punto de interés se refiere a la sistematización y análisis del rol que juega la tecnología en el
componente de evaluación de las planificaciones y de las propuestas de evaluación con el
objeto de revisar la coherencia con el resto de los componentes y el tipo de competencias
involucradas. Es sabido que las nuevas tecnologías de la información reconfiguran los
paisajes de la enseñanza y el aprendizaje en las aulas, de modo que resulta pertinente
indagar los usos y aprovechamientos que se hacen de ella, al momento de evaluar
aprendizajes concretos en la disciplina.
En cuanto al trabajo con los profesores participantes, la posibilidad de llevar a cabo un
dispositivo de consulta e intervención con docentes en ejercicio, a modo de grupos focales
de trabajo, resulta una oportunidad inestimable para que investigadores y docentes, sobre la
base de criterios de reflexividad y producción colaborativa, consoliden y enriquezcan
experiencias colectivas sobre la enseñanza de la geografía, y para conocer cuáles son las
principales dificultades en el diseño de evaluaciones de los aprendizajes.
15
Finalmente, tenemos pensado un proceso de socialización de los resultados de la
investigación, que presente los productos obtenidos, así como reflexiones teóricas y aportes
conceptuales sobre el tema, a modo de contribución significativa a las discusiones que
desde el campo de la didáctica específica reclaman urgentemente atención.
3. Notas metodológicas y esbozo del diseño del trabajo
En cuanto a la metodología a seguir para alcanzar los objetivos propuestos, es
importante abordar distintos terrenos de indagación que permitan ponderar y triangular
aportes empíricos en materia de consistencia entre las propuestas de enseñanza y las de
evaluación. En este sentido, detectar regularidades y articulaciones que resulten fértiles para
facilitar aprendizajes integrados, complejos y relevantes, supone obtener y sistematizar
información proveniente, por una parte, de las planificaciones de aula elaboradas por los
docentes participantes de la investigación. Se trata de avanzar en el desarrollo de una
construcción metodológica que recupere las tradiciones de las denominadas investigación-
acción e investigación participativa (Elliot, 1994; 1997; Latorre, 2003) y que por tanto
involucre a los propios docentes participantes en los procesos de reflexión y de planificación
de intervenciones innovadoras.
El análisis del lugar que ocupa la evaluación en las propuestas de enseñanza puede
continuarse buceando otro terreno constituido por el conjunto de instrumentos de
evaluación que elaboran los docentes en ejercicio de escuelas de gestión estatal y privada.
Para ello, se propone realizar entrevistas a profesores y profesoras de geografía del nivel al
que se refiera la investigación, en este caso, del nivel secundario, para recoger evidencias
que permitan analizar la coherencia y consistencia entre los diferentes componentes de las
respectivas propuestas de enseñanza y las propuestas de evaluación correspondientes.
Un tercer campo de exploración lo constituyen las propuestas de evaluación
elaboradas por estudiantes de los profesorados en Geografía que cursaron o cursan el ciclo
de graduación. Finalmente, hemos contemplado la posibilidad de acceder a los ítems de
evaluación de los operativos nacionales y/o jurisdiccionales de evaluación, como otro
importante terreno de indagación. Si bien suelen ser de carácter restringido, lo que hace que
16
este insumo sea de muy difícil acceso, puede constituirse en un propio objeto de discusión,
justamente, por la no posibilidad de contar públicamente con los ítems.
El diseño metodológico contempla diferentes instancias y etapas de trabajo, con los
siguientes propósitos: en primer lugar, organizar los dispositivos y la logística del trabajo
para el relevamiento de información y en segundo lugar, dedicarnos a la recolección y
análisis de instrumentos de evaluación, a través de entrevistas y nuevas evidencias empíricas
de instrumentos de evaluación. En esta última tarea nos centraremos en analizar los criterios
disciplinares y pedagógicos de elaboración de las evaluaciones formuladas y administradas
en aulas de geografías seleccionadas de las jurisdicciones de CABA y Provincia de Bs. As,
correspondientes a diferentes años de la escolaridad del nivel secundario. Algunos de los
analizadores seleccionados para revisar los resultados obtenidos en relación con las
decisiones prescriptas en las planificaciones, son: tipos de textos y contenidos en relación
con las posibilidades de apropiación de los alumnos, tiempos disponibles, contextos de
vulnerabilidad, cantidad de alumnos en las aulas, entre otros.
En el marco del Diseño que venimos comentando, compartimos el conjunto de
interrogantes que guiaron los Grupos de Discusión llevados a cabo en Octubre de 2017, a
modo de ilustración de las categorías de análisis abordadas . Las preguntas articuladoras de 5
las respectivas conversaciones fueron elaboradas de modo colaborativo por el conjunto de
integrantes del proyecto y refieren a:
• ¿Qué espacio y qué valor le da a la evaluación en sus prácticas de aula? • A la hora de pensar y diseñar la evaluación, ¿recupera ejemplos, recursos trabajados en
las clases?, ¿propone nuevas situaciones, casos, información? ¿Cuánto tiempo le dedica? ¿En qué momento del desarrollo del contenido?
• ¿Qué variedad de situaciones de evaluación ofrece a sus alumnos? ¿Qué tipo de consignas propone? Cerradas, abiertas, promueve ejercitaciones puntuales, capacidades complejas, ¿Cómo pondera el puntaje asignado?
• ¿Qué diferencias hace en el tipo de evaluación que se toma en distintas instancias? (Para acreditar asignaturas, previas, diagnóstico, cierre de una unidad, acreditación anual)
• ¿Qué lugar le dan al comentario/devolución/retroalimentación de los resultados?
El grupo de Investigación INDEGEO-UBA que lleva adelante esta investigación está conformado por las 5investigadoras Andrea Ajón, Lia Bachmann, Mariana Caspani, Patricia Souto y el Prof. Ivan Thiested; también por las investigadoras en formación Daniela Guberman y Maia Krakowiak.
17
A lo largo de esta experiencia de intercambio con los/as profesores/as hemos
vinculado la producción de conocimiento didáctico con las prácticas reales de aula en sus
contextos específicos, con la idea de colaborar en el desarrollo de una enseñanza inclusiva
de calidad. Esta premisa metodológica es la misma que venimos sosteniendo en la
realización de proyectos de investigación-acción, de corte participativo y plural, como punto
de partida para avanzar en la producción de una mejor comprensión de la cotidianeidad del
aula de geografía en la escuela secundaria y en la reflexión sobre las concepciones que los
sujetos tienen acerca de sus propias prácticas. En efecto, el objetivo central de los estudios
que el equipo ha desarrollado en estos años, ha sido producir una batería de propuestas
innovadoras de enseñanza de conceptos y temas socio-territoriales que se constituya en
terreno de experimentación y reflexión crítica sobre problemas de la didáctica de las ciencias
sociales.
Por ello, a partir de 2010, elegimos desarrollar un trabajo de investigación participativa
en el marco de una experiencia de formación, adoptando una perspectiva que considera a la
formación profesional como un proceso de reconstrucción y desarrollo de competencias
para una intervención autónoma y eficaz en el aula. En tal sentido, y siguiendo la literatura de
referencia en el tema, podemos afirmar que la investigación se configura como una espiral
de instancias de planificación, acción, observación y reflexión, entendiendo también que un
proceso de transformación de las prácticas de enseñanza no se lleva adelante de modo
individual, sino como un emprendimiento colectivo, para mejorar y renovar las tareas
cotidianas de aula.
Desde este enfoque, llevamos adelante experiencias de investigación que permitieron
analizar el conjunto de problemas relativos a la enseñanza de manera situada y situacional al
mismo tiempo que producir alternativas de intervención didáctica, a partir del diálogo con
las prácticas reales y favoreciendo la reconstrucción del pensamiento pedagógico del
profesor mediante el intercambio de experiencias, el contraste de ideas y el discernimiento
sobre distintas opciones éticas y políticas.
Recuperamos especialmente las contribuciones de los proyectos que antecedieron al
presente, detectando la persistencia de distintos problemas en relación con la enseñanza y la
18
evaluación en geografía desde los enfoques actualizados propios de las ciencias sociales.
Nos referimos a los abordajes disciplinares y didácticos que recuperan categorías de análisis
y perspectivas metodológicas acordes con los principios que dan cuenta de la complejidad
contemporánea, los conflictos y tensiones inherentes a la vida social, la multiplicidad de
actores sociales y políticos implicados, la historicidad de los procesos socio-territoriales,
entre otros.
Como parte sustancial del dispositivo metodológico de nuestro trabajo, concebimos
las instancias de debate y socialización de los resultados alcanzados en estas indagaciones.
En efecto, han sido presentados por las integrantes del equipo en distintas instancias
académicas nacionales e internacionales: coloquios, congresos, simposios y/o seminarios,
así como publicados en revistas y libros de la especialidad.
También ocupa un lugar significativo en nuestro trabajo de investigación el desarrollo
de actividades de transferencia de los resultados a destinatarios concretos y posibles, así
como el diseño y gestión de los procedimientos para concretar dichas actividades. En este
sentido, sabemos que entre los principales desafíos de la investigación en didáctica de las
ciencias sociales, se encuentra la pregunta acerca de cómo lograr que los resultados de la
investigación y el análisis de las prácticas de enseñanza puedan ser aprovechados para
transformar de manera efectiva las prácticas docentes. Principalmente porque entendemos
que para los docentes en ejercicio la posibilidad de poner en práctica dichas
transformaciones en relación con el temario escolar y su enseñanza, incluyendo la evaluación
como un componente constitutivo, se encuentra estrechamente vinculada con la
oportunidad de encontrar en la reflexión-acción un camino de cambio y mejora de las
prácticas de enseñanza. Así, y continuando con la línea de trabajo que venimos
desarrollando en investigaciones anteriores, el presente Proyecto se inscribe en la línea de
producción de estudios que analizan los procesos educativos en contextos específicos y
singulares, que atienden a las características sociales, culturales y etarias de los alumnos, a
sus prácticas juveniles, a las tensiones propias de la convivencia intergeneracional y a la
necesidad de promover la inclusión de todos los jóvenes.
A la luz de las nuevas orientaciones para el nivel secundario a partir de su
obligatoriedad, que además definen cambios en relación con los formatos curriculares, las
19
formas de evaluación y las estrategias de enseñanza, la meta de este Proyecto es aportar al
colectivo docente no sólo elementos descriptivos y explicativos de los procesos de
configuración pedagógica de los contenidos geográficos, sino fundamentalmente
estrategias específicas para la implementación de propuestas de enseñanza y de evaluación
socialmente relevantes, científicamente válidas y pedagógicamente significativas en la
formación integral de las futuras generaciones.
Para ello, se prevén distintas vías para la transferencia de resultados: poner a
disposición del colectivo docente los resultados alcanzados a través de la investigación, bajo
la forma de documentos de desarrollo curricular y otros materiales para la enseñanza y la
evaluación en geografía en la escuela secundaria, en forma on line y con acceso libre y
gratuito; realizar encuentros de intercambio y ateneos didácticos con docentes en ejercicio;
entre otras posibilidades.
4. Hacia una nueva apertura en la geografía escolar
Hasta aquí hemos compartido nuestro análisis e hipótesis acerca de cómo se
programan, se implementan y se comunican los procesos de evaluación en la geografía
escolar, correspondiente a cursos de la escuela secundaria. En dicho proceso se articula un
conjunto de contenidos curriculares, estrategias metodológicas y aspectos referidos a la
organización escolar, como instancias de tiempos y espacios muy regulados por la gramática
institucional en cada caso.
Nos interesa especialmente en el transcurso de la investigación y en su etapa posterior
que los aprendizajes de las temáticas previstas logren convertirse en verdaderas experiencias
formativas para los estudiantes, que se legitimen las estrategias y recursos más potentes para
aprender. Rescatamos la noción de pasar de las intenciones a la práctica, en el sentido de
que aquello que se programó para ser enseñando, pueda ser transformado y apropiado, de
modo singular y creativo, por los sujetos estudiantes hasta devenir en aprendizajes para
ellos. Los procesos de evaluación se inscribirían en ese tránsito entre la teoría y la práctica,
siempre recíprocamente enlazadas, pensados como instrumentos para apoyar y enriquecer
las trayectorias escolares de nuestros estudiantes.
20
BIBLIOGRAFÍA:
ACOSTA F. (2011): “Escuela secundaria y sistemas educativos modernos: análisis histórico comparado de la dinámica de configuración y expansión de en países centrales y en Argentina”. En Revista HISTEDBR on line, vol. 11 N° 42, junio 2011 ANIJOVICH, R. (2004): “La evaluación alternativa, develando la complejidad”. En Anijovich, R.; Malbergier, M. y Sigal, C.: Una introducción a la Enseñanza para la Diversidad. Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica BACHMANN, L. (2015). Educación Ambiental: Repensar la enseñanza de problemas ambientales. Ministerio de Educación de la Nación. Libro digital, PDF - Disponible en http://entrama.educacion.gov.ar/variaciones/secundaria-para-todos/ BINSTOCK, G. y CERUTTI, M. (2005) Carreras truncadas. El abandono escolar en el nivel medio en la Argentina. Buenos Aires: UNICEF Argentina. BUSCH, Silvia (2010) Reforma, campo académico y geografía crítica en el curriculum de la formación del profesorado en geografía. Tesis de Maestría. Directora Silvina Quintero Palacio. Universidad de Buenos Aires, FFyL,Secretaría de Posgrado, Maestría en didáctica CAMILLONI, A. (2010) “La validez de la enseñanza y la evaluación”. En Anijovich, R. (comp): La evaluación significativa. Buenos Aires, Paidós, CARR, W. y KEMMIS, S (1988) Teoría crítica de la enseñanza. La investigación acción en la formación del profesorado. Barcelona: Martínez Roca CARR, W. (1996). Una teoría para la educación. Hacia una investigación educativa crítica, Madrid: Morata. CASTELAR, S. V. Y VILHENA DE MORAES, J. (2010). Ensino de Geografia, São Paolo: Cengage Learning. CAVALCANTI, L. de S. (2011). “Ensinar geografia para a autonomia do pensamento: o desafio de superar dualismos pelo pensamento teórico crítico”, Revista de ANPEGE, 7(1), 193-203. COLS, E.; AMANTEA, A y GUERVITZ, M. (2007): “Las prácticas de evaluación en el nivel medio: problemáticas y enfoques”. Material perteneciente al CEPA a distancia. Módulo I. DIRECCION GENERAL DE CULTURA Y EDUCACION. Diseños Curriculares para la Educación Secundaria. La Plata, Provincia de Buenos Aires. www.abc.gov.ar ELLIOT, J. (1997) El cambio educativo desde la investigación-acción. Madrid, Morata. FELDMAN, D. (2010) Didáctica General Buenos Aires, Ministerio de Educación de la Nación. FERNÁNDEZ CASO, M.V. y GUREVICH, R.(dir) (2014) Didáctica de la geografía. Buenos Aires, Biblos FENSTERMACHER, Gary (1989). Tres aspectos de la filosofía de la investigación sobre la enseñanza. En Wittrock, M. La investigación en la enseñanza I. Madrid, Barcelona: Paidós, MEC. FENSTERMACHER, Gary y SOLTIS, Jonas. (1999). Enfoques de la enseñanza. Buenos Aires: Amorrortu, 1999. Capítulo 1. GARRIDO, Marcelo (editor) (2009). La espesura del lugar. Reflexiones sobre el espacio en el mundo educativo. Universidad Academia de Humanismo Cristiano. Santiago de Chile: Colección Investigación.
21
http://entrama.educacion.gov.ar/variaciones/secundaria-para-todos/http://entrama.educacion.gov.ar/variaciones/secundaria-para-todos/http://www.abc.gov.ar
GOBIERNO DE LA CIUDAD DE BUENOS AIRES. Ministerio de Educación, Dirección General de Planeamiento Educativo, Dirección de Currícula y Enseñanza. Contenidos para el Nivel Medio. Geografía. www.buenoaires.gov.ar HARGREAVES, A.; EARL, L. Y RYAN, J. (1999) Una educación para el cambio. Reinventar la educación de los adolescentes. Barcelona, Octaedro. (2da. Edición) HOLLMAN, V. (2006) La geografía crítica y la subcultura escolar: una interpretación de la mirada del profesor. Tesis doctoral FLACSO –Sede académica Argentina- Programa de doctorado en Ciencias Sociales. LATORRE, A. (2003) La investigación-acción. Conocer y cambiar la práctica educactiva. Barcelona: Grao LEY DE EDUCACION NACIONAL (2006). Ley Nro. 26.206. Honorable Senado de la Nación: Buenos Aires. MAGGIO, M. (2012) Enriquecer la enseñanza. Los ambientes con alta disposición tecnológica como oportunidad. Buenos Aires: Paidós MINISTERIO DE EDUCACION DE LA NACION (2009). Resolución Nro. 93/09. Buenos Aires: Consejo Federal de Educación PERRENOUD, P. (2008): La evaluación de los alumnos. De la producción de la excelencia a la regulación de los aprendizajes. Entre dos Lógicas. Buenos Aires. Colihue. QUINTERO, S. (2002) “Geografías regionales en la Argentina. Imagen y valorización del territorio durante la primera mitad del siglo XX”, Scripta Nova, Universidad de Barcelona, Vol VI, núm. 127. QUINTERO, S. (2007) “Los textos de geografía: un territorio para la nación”, en La Argentina en la escuela, Romero, L. A. (coord.), Siglo XXI Editores. SCHÖN, D. (1992) La formación de profesionales reflexivos. Hacia un nuevo diseño de la enseñanza y el aprendizaje en las profesiones. Barcelona: Paidós-MEC. SOUTO, P. y AJÓN, A. (2010 a) “La capacidad de resolución de problemas. Geografía: Una investigación sobre la calidad ambiental de nuestro barrio o ciudad”. En UNICEF-OEI-Educación para Todos-Ministerio de Educación. El desarrollo de capacidades según áreas de conocimiento. La capacidad de resolución de problemas (V. 4). Buenos Aires, 2010. Disponible en: http://www.unicef.org/argentina/spanish/resources_10848.htm SOUTO, P. y AJÓN, A. (2010b) “La capacidad de ejercer el pensamiento crítico. Geografía: Un problema ambiental: la deforestación. El caso de la selva misionera”. En: UNICEF-OEI-Educación para Todos-Ministerio de Educación. El desarrollo de capacidades según áreas de conocimiento. La capacidad de ejercer el pensamiento crítico (V. 6). Buenos Aires, 2010. Disponible en: http://www.unicef.org/argentina/spanish/resources_10848.htm STENHOUSE, L (1984) Investigación y desarrollo del currículum. Madrid: Morata UNESCO (2015a) Education 2030: Towards Inclusive and Equitable Quality Education and Lifelong Learning for All. Disponible en: https://en.unesco.org/world-education-forum-2015/incheon-declaration UNESCO (2015b) Evaluación del aprendizaje del estudiante y el currículo: Problemas y consecuencias para la política, el diseño y la aplicación. Disponible en: http://www.ibe.unesco.org/sites/default/files/resources/ipr1-muskin-assessmentcurriculum_spa.pdf Consulta Septiembre 2016.
22
http://www.buenoaires.gov.arhttp://www.unicef.org/argentina/spanish/resources_10848.htmhttp://www.unicef.org/argentina/spanish/resources_10848.htmhttps://en.unesco.org/world-education-forum-2015/incheon-declarationhttps://en.unesco.org/world-education-forum-2015/incheon-declarationhttp://www.ibe.unesco.org/sites/default/files/resources/ipr1-muskin-assessmentcurriculum_spa.pdfhttp://www.ibe.unesco.org/sites/default/files/resources/ipr1-muskin-assessmentcurriculum_spa.pdfhttp://www.ibe.unesco.org/sites/default/files/resources/ipr1-muskin-assessmentcurriculum_spa.pdf
ZENOBI, Viviana (2012) Los profesores de Geografía, la innovación de la Enseñanza y su profesionalización: El lugar de los materiales curriculares. Tesis doctoral. Universitat Autònoma de Barcelona.
23
PESQUISANDO O ENSINO DE GEOGRAFIA NA INTERFACE COM AS NOVAS TECNOLOGIAS: CONCEITOS E ABORDAGENS DE UM
NÚCLEO DE ESTUDOS EM FORMAÇÃO
Tânia Seneme do Canto Universidade Estadual de Campinas
[email protected] José Augusto Faria de Araújo
Universidade Estadual de Campinas [email protected]
Wander Guilherme Rocha Carvalho Universidade Estadual de Campinas
RESUMO: O trabalho busca apresentar o referencial teórico e metodológico que apoiam as pesquisas de um núcleo de estudos em formação, ligado ao Grupo de Pesquisa APEGEO, sediado na Universidade Estadual de Campinas. Conceitos e abordagens centrais ao referencial são discutidos no texto em função de sua pertinência as questões investigadas pelo núcleo. Como será possível observar, tal repertório possibilita tomar as tecnologias digitais como criadora de novas linguagens com grande potencial para a educação geográfica, cartográfica e a formação de professores.
PALAVRAS-CHAVE: novos letramentos, narrativas digitais, práticas de linguagem, cartografia e formação de professores.
INTRODUÇÃO
O presente texto visa apresentar a abordagem teórico-metodológica que tem
fundamentado as pesquisas e atividades de ensino e extensão de um núcleo de estudos
voltado à compreensão dos novos letramentos na educação geográfica contemporânea. O
24
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
núcleo, vinculado ao Grupo de Pesquisa APEGEO (Ateliê de Pesquisas e Práticas em Ensino 6
de Geografia), tem hoje quatro pesquisas em andamento que buscam, no entendimento das
tecnologias como linguagem, novas possibilidades para o ensino de geografia e para a
formação de professores.
O núcleo de estudos em questão iniciou sua formação em fevereiro de 2017 a partir
de um projeto de pesquisa financiado pela FAPESP com o título “Cartografia e Tecnologias
Digitais: novas literacias no ensino de geografia (?)” . Focado na compreensão do lugar que 7
a cartografia digital pode ocupar na educação cartográfica e geográfica, este projeto propôs
investigar a integração das tecnologias digitais nas práticas de futuros professores de
geografia no contexto de formação inicial, além de apoiar a criação de um núcleo de estudo
sobre o tema e fortalecer o Curso de Licenciatura em Geografia da Unicamp através da
aproximação entre pesquisa e ensino.
Desde então, a docente responsável pelo projeto e seus orientandos de mestrado e
iniciação científica têm empreendido ações no sentido de consolidar a abordagem teórico-
metodológica utilizada e construir caminhos de articulação entre formação docente e
pesquisa dentro da temática investigada.
Uma iniciativa que contribuiu com este movimento foi a criação e desenvolvimento de
uma disciplina no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Unicamp denominada
“Cartografia, Novas Tecnologias e Educação Geográfica”. A partir do exame de diversas
práticas de mapeamento desenvolvidas com a emergência das tecnologias digitais, a
disciplina, realizada no 2º semestre de 2017, procurou: pensar o papel da cartografia escolar
na contemporaneidade considerando a perspectiva dos novos letramentos e
multiletramentos, caracterizar e conceituar diferentes aplicações e fenômenos socioespaciais
ligados às geotecnologias e desenvolver noções e conceitos da cartografia narrativa e pós-
representacional.
Além desta ação, voltada ao aprofundamento de conceitos e abordagens que vêm
alimentando as pesquisas dos atuais integrantes do núcleo, também desenvolvemos
O grupo de pesquisa APEGEO é certificado pelo CNPq e encontra-se registrado na Plataforma Lattes neste 6endereço: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/1593691655113713
Agradecemos a FAPESP pelo financiamento da pesquisa, cujo nº do processo é: 2016/16121-07
25
http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/1593691655113713
algumas práticas no interior de disciplinas da graduação e através de uma oficina que nos
possibilitaram refletir sobre os sentidos e significados das novas tecnologias para futuros
professores de geografia, fomentando assim discussões em torno da temática investigada e
projetos de formação para a integração dos recursos digitais ao Ensino de Geografia.
AS NOVAS TECNOLOGIAS ENQUANTO LINGUAGEM
Buscar compreender as tecnologias enquanto linguagem é um dos aspectos mais
importantes das pesquisas que o núcleo vem realizando. Mais que um novo suporte ou canal
de comunicação, as tecnologias digitais são propulsoras da criação de novas formas de
expressão e linguagens. Santaella (2005) nos ajuda a compreender este movimento
comparando as linguagens aos organismos vivos, os quais estão sempre em crescimento e
transformação.
O metabolismo das linguagens, dos processos e sistemas sígnicos, tais como escrita, desenho, música, cinema, televisão, rádio, jornal, pintura, teatro, computação gráfica etc., assemelha-se ao dos seres vivos. Tanto quanto quaisquer organismos viventes, as linguagens estão em permanente crescimento e mutação. Os parentescos, trocas, migrações e intercursos entre as linguagens não são menos densos e complexos do que os processos que regem a demografia humana. Enfim, o mundo das linguagens é tão movente e volátil quanto o mundo dos vivos. (SANTAELLA, 2005, p. 27).
De acordo com a autora, o crescimento das linguagens está diretamente relacionado à
invenção de um novo veículo ou do casamento entre meios já existentes. Assim, com a
revolução digital, o surgimento de novas máquinas de escrever, de ligar, de calcular, de ver e
ouvir ampliou ainda mais o universo de linguagens no qual já estávamos imersos e, como diz
Santaella (2005, p. 28), “não há nenhum indicador de que as linguagens deverão parar de
crescer”.
As linguagens que emergem das novas tecnologias são muitas e não é o caso de
especificar cada uma delas aqui, até por que esta seria uma tarefa praticamente impossível
considerando a velocidade com que as mesmas crescem e se multiplicam. No entanto,
importa destacar que estas novas linguagens são fortemente marcadas por um processo de
26
intensa mistura e hibridização de códigos e linguagens e por uma mudança radical nos
papéis de autor e leitor, ou transmissor e receptor, das mensagens.
Ambas as características das linguagens baseadas na digitalização e na conexão em
rede são relevantes no campo da educação, pois, elas trazem consigo novos modos de
pensar, sentir e agir, configurando uma nova cultura e novo modo de ser e estar no mundo.
Desta forma, conceber as tecnologias enquanto linguagem implica em procurar entender
não somente as particularidades das novas linguagens, e como elas crescem e se
desenvolvem, mas também seus efeitos no mundo de que faz parte e nos sujeitos que as
usam.
Para tanto, uma perspectiva social e cultural das linguagens faz-se extremamente
necessária aos estudos do grupo. Lankshear e Knobel (2013, 2017), bem como Rojo (2013,
2012), são autores que nos fornecem um repertório teórico e conceitual que ajuda a realizar
esta aproximação com a temática que investigamos, especialmente pelo fato de se apoiarem
nesta perspectiva para entenderem as práticas com as tecnologias digitais e suas relações
com a escola e o conhecimento.
Pelo conceito de multiletramentos, Rojo (2013, p. 14) nos ensina, por exemplo, que as
práticas de linguagem contemporâneas envolvem tanto a “a multiplicidade de linguagens,
semioses e mídias envolvidas na criação de significação para os textos multimodais
contemporâneos”, quanto “a pluralidade e diversidade cultural trazidas pelos autores/leitores
a essa criação de significação”. Neste movimento duplo, a abordagem da autora nos permite
examinar as manifestações e expressões que nascem nas margens e no cruzamento das
culturas sem tomá-las de maneira pura e estilizada, determinando o que é e o que não é uma
prática letrada culta ou correta. Tal entendimento é fundamental para compreendermos as
várias formas de uso das novas linguagens e, consequentemente, das tecnologias.
No que se refere às formas de uso das linguagens associadas às tecnologias digitais, a
autora destaca que “elas estão relacionadas a uma nova mentalidade, que pode ou não ser
exercida por meio de novas tecnologias digitais” (ROJO, 2013, p.7). Assim, a mistura e
integração de diferentes linguagens nos suportes de hipermídia e a existência de um espaço
para autoria e interação não se reflete apenas numa mudança tecnológica, mas também de
cultura.
27
Partindo do conceito de novos letramentos, Lankshear e Knobel (2007) vão mais fundo
na ideia de uma mudança de mentalidade implicada no uso das linguagens digitais.
Conforme afirmam,
We think that what is central to new literacies is not the fact that we can now “look up information online” or write essays using a word processor rather than a pen or typewriter, or even that we can mix music with sophisticated software that works on run-of-the-mill computers but, rather, that they mobilize very different kinds of values and priorities and sensibilities than the literacies we are familiar with. The significance of the new technical stuff has mainly to do with how it enables people to build and participate in literacy practices that involve different kinds of values, sensibilities, norms and procedures and so on from those that characterize conventional literacies. (LANKSHEAR; KNOBEL, 2007, p. 7).
Assim, em relação às práticas de linguagem convencionais, dizem os autores que as
novas práticas são mais participativas, colaborativas e distribuídas. Menos dominadas por
especialistas ou profissionais, acabam apresentando normas mais fluidas e menos
duradouras. A origem destas diferenças entre as novas e tradicionais práticas, segundo
Lankshear e Knobel (2007), seriam sustentadas pelo desenvolvimento de uma nova
mentalidade pautada em princípios não materiais e pós-industriais.
Diferentemente de uma mentalidade físico-industrial que tem na escassez seu principal
paradigma, a nova mentalidade assume como valores a dispersão e a coletividade,
investindo na maximização dos relacionamentos, conversações e redes por meio da troca e
distribuição da informação. Com isso, esta nova mentalidade não abraça as novas
tecnologias para realizar de uma maneira mais “tecnologizada” as coisas que já realizava
antes; pelo contrário, ela aposta no uso dos novos meios para explorar modos originais de
se fazer as coisas. (LANKSHEAR; KNOBEL, 2007, p. 11).
Há, portanto, uma formação de identidade inteiramente nova entre a cultura juvenil e o
complexo crescentemente global da mídia, corporificado em novas formas de ser e de se
tornar humano, da ação e da subjetividade das coisas. Uma das intenções do núcleo de
estudos é entender esta subjetividade no diálogo como o Ensino de Geografia uma vez que
se pensa em conhecer os indivíduos que atuam de forma ativa nesse sistema informativo
como uma nova sensibilidade.
28
Considerando esta questão como central a todas as pesquisas que temos desenvolvido,
apresentamos abaixo alguns dos objetivos que têm acompanhado nossas práticas científicas
na medida em que as tecnologias são concebidas enquanto linguagem:
• Identificar e caracterizar práticas de linguagem com as tecnologias digitais que
possibilitam pensar sobre a cartografia e o espaço geográfico na
contemporaneidade;
• Compreender os processos, conhecimentos e sentidos envolvidos nestas práticas
a partir do engajamento e do ponto de vista de futuros professores de geografia e
jovens em idade escolar;
• Problematizar a relação dos conhecimentos, processos e sentidos, advindos das
práticas de linguagem com as tecnologias digitais, com o Ensino de Geografia e
Cartografia considerando a perspectiva dos multiletramentos e novos letramentos.
Principalmente em relação ao segundo objetivo, o grupo tem se dedicado a encontrar
caminhos metodológicos para promover o engajamento dos sujeitos apontados com as
tecnologias digitais, assim como para produzir o conjunto de informações necessárias para a
análise dos processos, conhecimentos e sentidos que buscamos compreender. Portanto, são
sobre estes caminhos que discorremos a seguir.
A NARRATIVA NA PESQUISA COM TECNOLOGIAS DIGITAIS E MAPAS
O uso de narrativas no campo da educação constitui-se como uma abordagem
metodológica de grande importância. Contar e narrar histórias possibilita aos sujeitos
produzir sentido para suas práticas cotidianas e experiências vividas. Desse modo, seja na
pesquisa em educação ou no ensino, as narrativas têm sido utilizadas tanto como fonte
histórica quanto como processo de auto-formação. Como colocam Clandinin e Connelly
(2011),
a narrativa é o melhor modo de representar e entender a experiência. Experiência é o que estudamos, e estudamos a experiência de forma narrativa porque o pensamento narrativo é uma forma-chave de experiência e um modo-chave de escrever e pensar sobre ela. (CLANDININ E CONNELLY, 2011, p.48).
29
Considerando o potencial da narrativa como recurso formativo e o interesse do núcleo
de estudos na compressão do uso das tecnologias por futuros professores de geografia,
temos nos aproximado do conceito de narrativas digitais para engajar estudantes do Curso
de Licenciatura em Geografia da Unicamp em práticas de linguagem com as novas
tecnologias e para compreender os significados e conhecimentos que eles constroem neste
processo.
De acordo com Almeida e Valente (2012, p. 02),
as narrativas que eram tradicionalmente orais ou escritas, podem ser agora produzidas com uma combinação de mídias, o que pode contribuir para que esta atividade seja muito mais rica e sofisticada, sob o ponto de vista da representação de conhecimento e da aprendizagem. [...] Além disso, novas formas de produção de texto, advindas das práticas sociais com o uso de múltiplas linguagens midiáticas, propiciam a organização de nossas experiências por meio de histórias que articulam os acontecimentos com os quais lidamos, representados por meio de texto, imagem ou som.
A produção de narrativas digitais, então, possibilitam a significação das experiências
vividas pelos estudantes por meio da mobilização de diferentes linguagens que se
encontram reunidas no ambiente digital e, muitas vezes, também em um único dispositivo.
Os celulares, por exemplo, carregam consigo câmera de vídeo, de foto, gravador de som,
processadores de texto e outros diversos aplicativos que permitem a edição de fotos, filmes,
mapas, etc. Quando conectados à internet, estes dispositivos permitem ainda o
compartilhamento das experiências narradas e a produção colaborativa das mesmas.
Ao romperem com a materialidade da escrita no papel e passarem a circular no
ciberespaço, as narrativas digitais viajam no tempo e no espaço fazendo proliferar diferentes
interpretações e novas experiências compartilhadas. Com isso, o processo de significação
das práticas cotidianas e a construção do conhecimento se dão de maneira coletiva. Prado e
outros autores (2017) informam sobre esta questão dizendo que:
A reflexão teórica sinaliza que o recurso pedagógico, por meio das narrativas digitais, torna o sujeito ativo no processo de construção, pois é capaz de tecer a sua trilha de conhecimento, interagindo com os outros atores do processo – com os seus pares, com o seu próprio conhecimento prévio, com os novos conceitos que lhe são apresentados e com o seu mediador – num processo de aprendizagem colaborativa. (PRADO et al, 2017, p. 1172).
30
Além de serviram para a compreensão do modo com as tecnologias digitais são
apropriadas pelos estudantes do curso, mais especificamente no contexto do estágio
supervisionado, em seu processo formativo, as narrativas nos dão também condições de
investigar os conhecimentos envolvidos nas praticas cartográficas contemporâneas.
A relação entre narrativas e cartografia tem sido debatida por diversos autores
(Caquard e Cartwright, 2014; Caquard, 2011; Seemann, 2014) considerando duas
perspectivas. Uma delas enfoca o potencial dos mapas para contar histórias/estórias, ou seja,
como a cartografia poderia contribuir para representar estruturas espaciais de narrativas
orais, romances e outras obras literárias e fictícias. A outra perspectiva, concebida como uma
virada processual na cartografia, questiona os mapas como representação e entende a
narrativa como uma estratégia para documentar o processo de mapeamento, isto é,
compreender o modo como os mapas se constituem como mapas através de práticas
corporais, discursivas e técnicas (KITCHIN e DODGE, 2007).
A figura abaixo busca apresentar estas duas perspectivas de maneira mais
sistematizada. Para tanto, ela ilustra as relações estabelecidas entre narrativa e cartografia
considerando as várias possibilidades de interação entre elas.
Figura 1: A aproximação entre cartografias e narrativas e seus desdobramentos em ambos os campo. Elaboração própria.
31
Nas pesquisas desenvolvidas pelo núcleo temos buscado explorar estas duas
perspectivas para refletir sobre o potencial do uso das tecnologias nas práticas de
mapeamento contemporâneas. Assim, estimulamos os sujeitos das investigações, bem como
os próprios pesquisadores que compõem o núcleo, a mapearem suas histórias e trajetórias
através das novas tecnologias e suas diferentes linguagens e, também, a escreverem
narrativas sobre suas histórias com mapas e outros recursos cartográficos digitais.
Os autores Caquard e Cartwright (2014), na publicação chamada “Narrative
Cartography: from mapping stories to the narrative of maps and mapping” são bastante
enfáticos acerca da importância da virada processual na cartografia, definida como pós-
representacional. Dizem eles que,
(…) in a postrepresentational perspective, the map is as good as the different narratives it is associated with that describes its context of appearance, and its production process, as well as all the discourses associated with the map, and the political and personal agendas it helped to push forward. In postrepresentational cartography, the narrative is essential to documenting the mapping genealogy and to tell the story of the map’s life. (CAQUARD E CARTWRIGHT, 2014, p. 105).
Concordamos com os autores e, através de alguns estudos (Canto, 2016; 2015), já
entendemos que no mundo digital a vida dos mapas é tão efêmera e volátil quanto os
materiais líquidos, os quais, de acordo com Santaella (2007), representam uma bela metáfora
para se referir à extraordinária instabilidade e mobilidade adquirida por textos, imagens e
sons [e mapas] com a digitalização e o advento do ciberespaço.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho apresentou o repertório teórico e metodológico que tem
fundamentado as pesquisas de um núcleo de estudos em formação, ligado ao Grupo de
Pesquisa APEGEO, sediado na Universidade Estadual de Campinas. O referencial em
questão foi discutido no texto buscando esclarecer os conceitos e abordagens que são
centrais ao núcleo na medida em que possibilitam tomar as tecnologias digitais como
32
criadora de novas linguagens com grande potencial para a educação geográfica,
cartográfica e a formação de professores.
Desse modo, além de discorremos sobre os novos letramentos, os multiletramentos e
as narrativas em algumas de suas modalidades e aplicações, também destacamos os
objetivos que guiam as práticas científicas do núcleo e as ações e inciativas que temos
realizado para aproximar pesquisa e ensino, a partir do uso das novas tecnologias.
Por último, vale mencionar que trabalhos relacionados às pesquisas em andamento já
têm sido publicados em eventos e revistas especializadas. E, para o presente ano, temos
como projeto a criação de um espaço na web voltado à publicação de materiais didáticos e,
principalmente, de reflexões e comentários acerca de novas práticas de linguagem que
emergem no campo da cartografia por meio de sua aproximação com as tecnologias e a
cultura digital.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M. E. B.; VALENTE, J. A. Integração currículo e tecnologias e a produção de narrativas digitais. Currículo sem Fronteiras, v. 12, n. 3, p. 57-82, set./dez. 2012. CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. Narrative Inquiry: experience and story in qualitative research. [Pesquisa Narrativa: experiências e história na pesquisa qualitativa, trans. Grupo de Pesquisa Narrativa e Educação de Professores ILEEU/UFU]. Uberlândia: EDUFU, 2011. CANTO, T. S. O mapa como linguagem líquida: novas possibilidades para a cartografia escolar. Anais do IX Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares, Goiânia: Universidade Federal de Goiás, p. 753-759, out. 2016. CANTO, T. S. Práticas de mapeamento com as tecnologias digitais: para pensar a educação cartográfica na contemporaneidade. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Geografia. Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”, Rio Claro, SP, 2014. CAQUARD, S. Cartography I: mapping narrative cartography. Progress in Human Geography, v. 37, n. 1, p. 135-144, 2013. CAQUARD, S.; CARTWRIGHT, W. Narrative cartography: from mapping stories to the narrative of maps and mapping. The Cartographic Journal, v. 51, n. 2, p. 101-106, 2014. KITCHIN, R.; DODGE, M. Rethinking maps. Progress in Human Geography, v. 31, n. 3, p. 331-344, jun. 2007. LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M.; CURRAN, C. Conceptualizing and researching “new literacies”. In: CHAPELLE, C. A. (Ed.). The Encyclopedia of Applied Linguistics, Oxford: Wiley-Blackwell, 2013.
33
LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. Sampling “the new” in new literacies. LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. (Ed.). A new literacies sampler. Nova Iorque: Peter Lang Publishing, 2007. PRADO, A. L. et al. Narrativas digitais: conceitos e contextos de letramento. RIAEE: Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 12, n. esp. 2, p. 1156-1176, ago./2017. ROJO, R. (Org.). Escola conectada: os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola, 2013. ROJO, R.; MOURA, E. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012. SANTAELLA, L. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007. SANTAELLA, L Matrizes da linguagem e pensamento: sonora visual verbal: aplicações na hipermídia. São Paulo: Iluminuras: FAPESP, 2005. SEEMANN, J. Entre mapas e narrativas: reflexões sobre as cartografias da literatura, a literatura da cartografia e a ordem das coisas. RA’E GA: O espaço geográfico em análise, Curitiba, v. 30, p. 85-105, abr. 2014.
34
MOBILIDADE URBANA E CIDADANIA: DESAFIOS PARA UMA
MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
Elmir Jorge Schneider 8Carina Copatti 9
Helena Copetti Callai 10
RESUMO: O objetivo neste artigo é propor reflexões sobre mobilidade urbana, concebendo-a enquanto uma necessidade que precisa abarcar toda a população de modo que seja sustentável e promova a cidadania. A mobilidade envolve deslocamentos no espaço e, por meio da educação e das políticas públicas, pode tornar-se um exercício de convivência possível a todos.
PALAVRAS-CHAVE: Cidadania; Espaço público; Mobilidade urbana.
INTRODUÇÃO
A mobilidade urbana trata dos deslocamentos e se manifesta no espaço geográfico
das cidades. É hoje uma das temáticas mais discutidas na administração pública e constitui
um desafio não apenas para os gestores públicos, mas também para as pessoas que realizam
diversas formas de deslocamento em seu cotidiano. Estes estão sujeitos às regras que
Doutorando em Educação nas Ciências – UNIJUI. Graduado em Direito e Mestre em Direitos Humanos – UNIJUI. 8Policial Rodoviário Federal. E-mail: [email protected]
Doutoranda em Educação nas Ciências – UNIJUI. Graduada em Geografia e Mestre em Educação – UPF. Professora 9na rede municipal de ensino, Charrua/RS. E-mail: [email protected]
Pós-doutorado pela Universidad Autónoma de Madrid (UAM). Pesquisadora do CNPq. Professora do Departamento 10de Humanidades e Educação (DHE). Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências – UNIJUÍ. E-mail: [email protected]
35
definem procedimentos de conduta e à organização do espaço público que se estabelece
através das edificações materiais como passeios, ciclovias, trilhos, ruas e avenidas. Nestes
espaços ocorrem muitos problemas, principalmente pelo grande número de veículos, cuja
capacidade de tráfego, devido à rápida urbanização e a precária infraestrutura com relação às
vias de acesso, não comportam um deslocamento efetivo. Isso também é agravado pela
escassez de investimentos em transporte coletivo no Brasil.
Na medida em que não existem soluções mágicas para problemas complexos, as
políticas de mobilidade estão cada vez mais em destaque pela necessidade de buscar
soluções eficazes para tornar a cidade mais agradável para se viver. Isso porque cada vez mais
se observa que a população urbana vem sofrendo com um trânsito caótico, e uma
mobilidade que parece não garantir uma boa qualidade de vida. Como pensar, então, uma
mobilidade urbana cidadã, que ocorra de modo sustentável? A partir desta questão, propõe-
se como objetivo refletir sobre cidade, mobilidade urbana e cidadania, enquanto elementos
que se entrelaçam e constituem a vida humana cotidiana.
Esta reflexão também leva em consideração o Plano de Mobilidade Urbana e o Plano
Diretor dos Municípios, importantes na organização de cada cidade, pois é nestes
documentos que são definidas as estratégias de crescimento urbano, de distribuição da
população e organização dos diversos setores da cidade.
A mobilidade urbana ocorre em espaço público e reflete múltiplos interesses,
atendendo às necessidades de trabalho, lazer, saúde, etc., que muitas vezes podem ser
conflitantes. No entanto, é importante destacar que as necessidades individuais e o seu
atendimento acontecem no contexto social, e portanto, está inclusive submetida a interesses
e decisões políticas. Essas podem estar referidas às condições de vida digna, mas tem forte
apelo às demandas de um mundo globalizado, que nos interessa compreender em sua
complexidade.
Nesta perspectiva, uma questão a ser considerada é avaliar os diferentes tipos de
deslocamento urbano, num sistema complexo que mantém a cidade em constante
movimento, como uma grande engrenagem responsável em mantê-la funcionando, de
maneira em que todos os deslocamentos devem estar de certa forma interligados entre si.
Interessa considerar não apenas o deslocamento dos veículos, mas de tudo que flui e se
36
conecta nos diferentes tipos de transporte; o que requer conscientização e participação de
toda sociedade como participante deste sistema, o que estamos considerando nesta
abordagem de cunho teórico, construída a partir de reflexões que envolvem os principais
temas em debate: cidade, mobilidade urbana e cidadania.
Estrutura da mobilidade urbana
Diante da importância deste tema surgiu a necessidade da criação de uma Lei que
obrigasse os municípios a definir critérios na organização da mobilidade urbana e garantia do
desenvolvimento dessa estrutura. Isso se materializou com a criação da Lei 12.587 de
3/1/2012, que trata da Política Nacional de Mobilidade Urbana, na qual o governo federal
estipulou um prazo de sete anos para que os municípios acima de 20.000 (vinte mil)
habitantes, elaborassem um Plano de Mobilidade Urbana. Este plano deverá estar integrado
e compatível com os respectivos planos diretores ou estar neles inserido até abril de 2019 , 11
com o objetivo de contemplar os diferentes modos de transporte, integrando todos os
serviços de mobilidade que ocorrem no espaço urbano.
Para tanto, cabe compreender a dinâmica das sociedades e a evolução histórica do
transporte, haja visto a importância do espaço público e dos meios de locomoção para um
transporte mais equilibrado. Isso exige projeções de investimento, que se refletirão no futuro
da mobilidade urbana como um dos fatores de desenvolvimento das cidades. Assim, os
caminhos da cidade, sejam eles calçadas, trilhos ou ruas, podem ser vistos como espaços
estruturados da vida urbana, compreendidos de formas diferentes, dependendo da posição
que ocupamos na vida cotidiana, como pedestres ou usuários de veículos.
A rua é lugar de trânsito, de circulação, de passagem para se chegar a outros lugares. A rua está carregada de história das vidas das pessoas que por ali circulam. O tempo acumulado produz marcas, mostra suas origens. As ruas revelam o passado, o presente e permitem, inclusive, que se vislumbre o futuro (CALLAI, 2010, p.125-126).
Caso algum município descumprir este prazo (que se encerra em abril de 2019), este ficará impedido de receber 11
recursos federais destinados à mobilidade urbana até o cumprimento da exigência.
37
Os diferentes caminhos que integram a mobilidade urbana fazem parte da vida nas
cidades e são essenciais para sua organização. E para tal, cabe o respeito às regras de
convivência, como por exemplo, a liberdade de circulação nas calçadas, sem obstáculos.
Porém, muitas vezes ocorre uso particular deste espaço com mesas de bar, bancas de jornal,
propagandas, obras que usam o passeio, degraus que dificultam os deslocamentos de
deficientes ou até mesmo a falta de calçada nos locais mais afastados do centro.
Assim, cabe ao pedestre uma atenção especial, principalmente onde não há passeios
de qualidade e o nivelamento com a rua para respeitar os acessos e um bom deslocamento
das pessoas. O cuidado com os passeios mostra respeito pelos pedestres, pois melhora suas
vidas quando o deslocamento ocorre livre de obstáculos. De acordo com Duarte (2017, p.
30), “as calçadas não são apenas elementos de ligação entre espaços urbanos, mas também
espaços de convivência cidadã” o que reserva o direito ao pedestre de preferência de
deslocamento neste espaço.
O espaço urbano é, portanto, lugar de convivência a ser compreendido como
território de uma coletividade, em que diferentes atitudes podem facilitar deslocamentos de
modo seguro e acessível a todos. Envolve pensar que a cidade é também “lugar do possível
– possibilidade de um projeto voltado para o futuro” (CARLOS, 2007, p.11).
Pensar e planejar o espaço das cidades requer considerar sua constituição social e
histórica, em um recorte espacial com características peculiares, permeadas por constantes
transformações que envolvem aspectos locais e globais. Nessa dimensão, a cidade enquanto
espaço de deslocamento, é constituída por diferentes intencionalidades, disputas, conflitos,
os quais se modificam de acordo com a época, com as necessidades e interesses que
emergem.
A cidade, enquanto construção humana, é um produto histórico-social e nesta dimensão aparece como trabalho materializado, acumulado ao longo do processo histórico de uma série de gerações. Expressão e significação da vida humana, obra e produto, processo histórico cumulativo, a cidade contém e revela ações passadas, ao mesmo tempo em que o futuro, que se constrói nas tramas do presente – o que nos coloca diante da impossibilidade de pensar a cidade separada da sociedade e do momento histórico analisado (CARLOS, 2007, p.11).
38
Compreender as dinâmicas de mobilidade urbana, na atualidade, demanda entender
o espaço ocupado e as interações que nele acontecem. Dentre as interações a mobilidade
de ciclistas, pedestres, motociclistas, são aspectos a serem considerados.
A bicicleta representa um meio de transporte que traz muitos benefícios ao cidadão
pela sua economia financeira e ao meio ambiente. É tida como sím