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7/26/2019 Anlise Comparativa de Duas Teorias Explicativas Do Conhecimento_Descartes-textos de Apoio
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Filosofa 11ano
Anlise comparativa de duas teorias explicativas do
conhecimento:
O racionalismo cartesiano
I. Primeiro passo do mtodo: Duvidar
Assim, porque os nossos sentidos nos enganam algumas vezes, eu quis
supor que nada h que seja tal como eles o fazem imaginar. E, porque h
homens que se enganam ao raciocinar, at nos mais simples temas de
geometria, !", rejeitei como falsas, !", todas as raz#es de que at ent$o
me servira nas demonstra%#es. &E', considerando que os pensamentos que
temos quando acordados nos podem ocorrer tam(m quando dormimos,
sem que neste caso nenhum seja verdadeiro, resolvi supor que tudo o que
at ent$o encontrara acolhimento no meu esp)rito n$o era mais verdadeiro
do que as ilus#es dos meus sonhos.*!" +uporei, por isso, que h, n$o um eus verdadeiro, que a so(erana
fonte de verdade, mas um certo gnio maligno, n$o menos astuto e
enganador do que poderoso, que empregou toda a sua arte em me enganar.
Pensarei que o cu, o ar, a terra, as cores, as -guras, os sons e todas as
coisas eteriores que vemos, n$o passam de ilus#es e de enganos, de que ognio se serve para surpreender a minha credulidade.*
E+/A01E+, Meditaes Metafsicas, Porto, 0s Editora, 2334, pp. 56758
teto adaptado"
Objetos da Dvida
-Sentidos;-Demonstraes matemticas;-Sonho e viglia;-Gnio Maligno
Caracterizao da Dvida
-Metdica e provisria;-Hiperblica;-niversal e radical
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II. Armao da Existncia: o 9/ogito
!" ;as logo de seguida me dei conta de que, enquanto assim queria
pensar que tudo era falso, se impunha necessariamente que eu, que o
pensava, fosse alguma coisa. E notando que esta verdade: eu penso, logo
existo, era t$o -rme e t$o segura que as mais etravagantes suposi%#es dos
cpticos n$o eram capazes de a a(alar, julguei que a podia rece(er sem
escr+?, @?? EBC+1? verdadeira e, por conseguinte, a primeira
e a mais certa que se apresenta aquele que conduz os seus pensamentos
por ordem.
E+/A01E+, !rincpios da "ilosoa, Porto, Areal editores, 233D, p.D
O que que resiste dvida?
! a"toconsci#ncia do ser $"e d"vida da realidade% logo% o ser $"e pensa% logo% a
sada do &solipsismo';
! apreens(o int"itiva da e)ist#ncia considera o s"*eito como "ma s"bst+ncia
e)cl"sivamente pensante por$"e o corpo ainda n(o resisti" ao e)ame da d,vida
Distin(o !lma-.orpo $"e caracteri/a a d"alidade s"bstancial entre res cogitanse res extense
O que que no resista dvida?
! 0iabilidade dos sentidos como 0onte de conhecimento% logo% h "ma rec"sa do
empirismo;
! possibilidade de "m de"s enganador o" de "m gnio maligno;
! e)ist#ncia de $"al$"er realidade 0sica
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III. Eu existo, mas sou imperfeito# Deus existe, o mundo existe#? argumento ontolFgico a favor da eistGncia de eus. eus como
fundamento metaf)sico do sa(er e do ser.
Em seguida, reHetindo so(re o facto de duvidar, constatei, por
conseguinte, que o meu ser n$o era completamente perfeito, pois via
claramente que sa(er era uma perfei%$o maior do que duvidar= lem(rei7
me de procurar onde apreendera a pensar em algo mais perfeito do que
eu era, e sou(e evidentemente que devia ser de uma qualquer natureza
que fosse mais perfeita. ..." e porque nada h de mais contrrio que o
mais perfeito ser um resultado e uma dependGncia do menos perfeito,
tam(m n$o podia ter &rece(ido a ideia de um ser perfeito' de mim
mesmo. ..."
;as desde que reconheci que eiste um eus, ao mesmo tempo
compreendi tam(m que tudo o resto depende dele e que ele n$o
enganador, e da) conclu) que tudo aquilo que conce(o clara e
distintamente necessariamente verdadeiro ..." E assim vejo
perfeitamente que a certeza e a verdade de toda a ciGncia dependem
unicamente do conhecimento do eus verdadeiro ..."*
E+/A01E+, Meditaes so$re a "ilosoa !rimeira, /oim(ra, Almedina,
588, p.5I e ss.
1 pela d,vida $"e o s"*eito pensante constata a s"a imper0ei(o e pela
e)ist#ncia oposta de "m Ser per0eito $"e o s"*eito constata a e)ist#ncia de
De"s $"e origina no s"*eito a ideia de per0ei(o-prova da ca"salidade-;
2ec"pera(o da 0iabilidade e validade dos conhecimentos das demonstraesmatemticas anteriormente postas em ca"sa;
2ec"sa da 0ig"ra do gnio maligno% na medida em $"e a e)ist#ncia divina
sinnimo de per0ei(o e De"s s pode ser s"mamente bom e garantia da
ob*etividade das verdades racionais;
.onstata(o de "ma realidade 0sica s"perior e e)terior ao s"*eito
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%er a certe&a: ? conhecimento racional
1omemos, por eemplo, este peda%o de cera= !"= dura, fria, pega7se7
lhe facilmente e, se lhe (atemos com o nF do dedo, emite um som.
;as eis que, enquanto falo, a aproimamos do fogo: os vest)gios do sa(or
dissipam7se, o cheiro esvai7se, a cor muda7se, a -gura perde7se, a grandeza
aumenta, torna7se l)quida, torna7se quente, mal se lhe pode tocar, e agora,
se lhe (ateres, n$o emitir nenhum som. +u(siste ainda a mesma ceraJ !"
o que havia nela que era t$o distintamente apreendidoJ+eguramente nada daquilo que era atingido pelos sentidos, porque tudo o
que ca)a so( al%ada quer do gosto quer da vista, quer do tacto, quer do
ouvido, est agora mudado: mas a cera su(siste.
;as o que esta cera, que sF conce(ida pelo meu esp)ritoJ A mesma quevejo, que toco, que imagino e, numa palavra, a mesma que acreditei desde
o in)cio que eistia. ;as 7 o que de notar K o seu conhecimento n$o uma
vis$o, n$o um tocar, n$o uma imagina%$o, nem nunca o foi, em(ora
assim o parecesse anteriormente, mas apenas uma inspec%$o do esp)rito
que pode ser imperfeita e confusa, como antes era, ou clara e distinta,
como agora, de acordo com a menor ou maior aten%$o que presto Ls
coisas que se me apresentam. !" Agora sei que mesmo os corpos n$o s$o
propriamente perce(idos pelos sentidos, nem pela faculdade da
imagina%$o, mas apenas pelo entendimento, nem por serem tocados ou
vistos, mas apenas por serem conce(idos pelo entendimento.*
E+/A01E+, Meditaes so$re a "ilosoa !rimeira, Almedina, /oim(ra,
588, pp.52M e ss.
.rtica 3 0alibilidade dos sentidos; .rtica ao rec"rso 3 e)peri#ncia como origem do conhecimento verdadeiro e
vlido; 4orte oposi(o ao empirismo% apesar da n(o nega(o da e)ist#ncia da
e)peri#ncia; ! ra/(o e as ideias inatas como 0ontes ind"bitveis e possibilitadoras de "m
saber verdadeiro
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