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GÉNEROS REDACTORIAIS
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Universidade do Algarve
Escola Superior de Educação e Comunicação
1
Trabalho orientado pela Docente Filipa Cerol M. no âmbito da disciplina Discurso dos
Média.
Faro, 19 de Maio de 2009.
Curso: Ciências da Comunicação
Discentes:
Grethel Ceballos Nº34034
Vanessa Costa Nº34051
Índice
Introdução
A Revista
o Breve nota histórica
o Categorias
o Principais diferenças entre jornais e revistas
o A Capa de revista
- Evolução
- Funções
Revista de Imprensa – Análise de capas:
Sábado
o Contextualização
o Descrição geral e interpretação de textos verbais
Visão
Conclusão
Fontes Bibliográficas
Fontes online
Introdução:
Vivemos em uma era de imagens. Sermos capazes de interpretá-las e exercer o nosso espírito crítico torna-se cada vez mais vital, num sistema informativo que nos emaranha e persuade nas suas vastas teias.
No âmbito da disciplina de Discurso dos Média, os alunos da licenciatura de Ciências da Comunicação realizaram revistas de imprensa, que analisaram, com metodologias diferentes, vários temas actuais debatidos nos meios de comunicação.
O presente documento destina-se a congregar os principais tópicos e conclusões da revista de imprensa realizada na semana de 19 de Maio de 2009. A análise foi realizada às capas de duas importantes revistas informativas nacionais: Sábado e Visão.
Optamos por analisar capas de revistas, por compreendermos que tais
sintetizam satisfatoriamente o discurso de suas correspondentes matérias, e enriquecem a discussão através da possibilidade de análise das montagens fotográficas. Outro motivo deveu-se a que este tipo de género informativo ainda não tinha sido abordado em aula.
Este registo escrito divide-se em duas partes. O primeiro capítulo destina-se a contextualizar de forma genérica o género de revista, enfatizando e enfatizar a importância e funções da capa.
O segundo capítulo expõe a análise das edições em estudo, edição Nº263 da revista Sábado e a edição Nº845 da revista Visão.
A metodologia de análise baseou-se numa já utilizada pelas discentes no âmbito da disciplina de Semiótica (leccionada pela Docente Marina Graça no primeiro semestre do ano lectivo 200872009). A análise apresenta uma proposta das muitas possíveis de realizar (tendo em conta diversos critérios específicos).
Assim, podemos trabalhar na análise das relações entre imagem e texto verbal, e o discurso como uma forma de acção social.
A Revista
Breve nota histórica
Embora já existissem publicações semelhantes até ao século XVIII, o termo “revista” (magazine) só começou a ser utilizado após a publicação de The Gentleman’s Magazine em 1731 na cidade Londres que teve como editor Edward Cave. Esta revista tinha como principais temas o crime e o romance. Rapidamente a revista se tornou num sucesso e algum tempo depois foi publicada a The Lady’s Magazine.
As primeiras revistas publicadas não eram de lazer como acontece hoje em dia, mas sim de temáticas políticas e religiosas. Com o crescente interesse do público na leitura e com as novas técnicas de impressão, estes fizeram com que a revista passasse a ter uma produção massiva em todo o mundo.
Revistas de interesse geral como Answers e Home Chat tiveram grande sucesso. O século XX trouxe consigo novos estilos de revistas tais como a Reader’s Digest que incluía versões de artigos e história e que ainda hoje existe.
A revista Life foi das primeiras a vingar pela qualidade das suas fotografias num período em que a fotografia passou a ser aceite como uma forma de arte. Muitas revistas seguiram os passos de Life tais como a Picture Post e a Illustrated no Reino Unido, e a Paris Match e a Stern no resto da Europa.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial houve uma maior expansão de mercado e começaram a surgir revistas técnicas, assim como de lazer. Nos tempos mais recentes, com o boom da internet, são cada vez mais as revistas que optam também pela sua edição online, como são os casos da Sábado e da Visão.
A revista mais antiga que ainda é publicada é a The Scots Magazine, publicada pela primeira vez em 1739.
Categorias
(vavá aqui a proff disse-te uma cena sobre as categorias altera
o quadro q tava no documento consoante o q ela te disse
Alguns géneros de revistas Revistas femininas Revistas de actualidades Revistas de lazer Revistas de sociedade Revistas de desporto Revistas infantis e juvenis Revistas pornográficas Revistas de colaboração internacional
Fig. 1 Revista Life
Principais características/diferenças entre revistas e jornais
Embora cada vez mais as revistas e jornais tenham ambos edições online, as edições em papel apresentam diferenças entre os dois tipos de imprensa. O papel usado nas revistas é mais espesso e apresenta mais qualidade do que o papel de jornal.
Enquanto as revistas têm uma periodicidade geralmente semanal, quinzenal ou mensal, os jornais têm maioritariamente uma periodicidade diária ou semanal.
Os jornais apresentam essencialmente um conteúdo noticioso. De outro modo, as revistas são compostas na sua maioria por reportagens. A revista pode tratar de assuntos sobre um só tema, dependendo da própria temática da revista.
Ainda que cada vez mais os jornais façam uso de fotografias, ilustrações e textos a cores, as revistas são ainda o tipo de imprensa que recorre mais ao uso destas características.
A capa de revista
Pode-se entender a capa de revista como um género discursivo e um tipo específico de texto não literário, com uma organização retórica recorrente, que possui uma função específica (variável no campo).
As capas de revistas são produzidas por profissionais da comunicação, normalmente designers gráficos, subjugados a um editor. Tem como função principal levar ao consumo das ideias da revista que chegam aos leitores por meio da capa, e/ou da própria revista, em si, como produto cultural.
Ao longo da história da imprensa a estrutura da capa de revista sofreu várias alterações. De seguida, expomos um exemplo esquematizado da evolução desse género discursivo: desde uma proximidade com o livro, através da emergência da capa como cartaz pela integração da tipografia como e com arte, até a ploriferação e miscigenação de códigos no século XXI.
Fig. 2/3 Capa da Revista Time e Rolling Stone
Funções
A «capa funciona como uma das mais importantes propagandas da revista» (Heberle 2004, p.91). Este tipo de discurso é muito proeminente nas sociedades contemporâneas. As capas de revistas têm várias finalidades:
Funcionam como Identificação e montra da revista, sendo em simultâneo, um apelo e estímulo à leitura.
Promovem o consumo e a venda de ideias promovidas pela revista.
Funcionam como uma interpretação da edição. «O título, os tons, as cores, as imagens de beleza e sucesso servem para posicionar as leitoras favoravelmente ao conteúdo da revista” 1
São compostas por textos verbais e não verbais que se complementam, este arranjo produz sentido ao leitor levando a compreensão do que encontrará na edição.
1 In McCRACKEN, 1993, apud HEBERLE, 2004, pag. 102
Revista de Imprensa: Análise de capas
Revista Sábado
Contextualização: Revista de informação geral/ de
actualidade.
Periodicidade: semanal (apesar do nome, sai nas bancas à quinta-feira).
A Sábado concorre no exigente mercado português das revistas generalistas, que tem como caso de maior sucesso a Visão. Apesar de ter surgido mais tarde, a Sábado
conseguiu, através de uma estratégia agressiva de marketing, ultrapassar de imediato as concorrentes Focus e Tempo).
Maior accionista: Grupo Cofina-Investec (99,46%).
Propriedade/ Editora: Presslive - Imprensa Livre AS.
Director: Miguel Pinheiro.
Tiragem média de Abril de 2009: 117.480 exemplares.
Em análise: Edição Nº263 (14 a 20 de Maio de 2009).
Fig. 4/5 Capas de edições da revista Sábado
Fig. 6 Capa da edição em análise da revista Sábado
Descrição geral e interpretação de textos verbais:
Imediatamente na parte superior da capa encontramos o nome da revista em destaque (imagem que também funciona como seu logótipo). O nome da revista tem a fonte em branco e está inserida numa caixa em vermelha. O tamanho da fonte é maior em relação aos demais textos. Isto deve-se ao intuito de destacar e levar a identificação imediata da revista.
No canto superior direito, abaixo do título, numa linha horizontal branca, encontra-se: - Nº da edição - 263; - Data de circulação: 14 a 20 de Maio de 2009 - O preço: 2,85€ - Área de distribuição: Continente.
Na parte superior, acha-se uma caixa publicitando o livro em oferta desta edição: Terra de neve (por apenas 1€).
- Caixa: amarela
- Fonte: azul-escuro (anúncio);
- Título do livro: Vermelho;
- Imagem do livro: 3D (canto superior direito);
- No canto superior esquerdo (do ponto de vista do leitor) encontra-se um “Selo” com o slogan publicitário: Peça na sua banca (branco) hoje (fonte difere em tipo e cor, em amarelo, e está sobreposta ao resto do slogan com a intenção de destacar).
Fig. 7
Fig. 8
Fig. 9
De seguida ao título da revista encontra-se o elemento central da capa: a manchete de destaque para a reportagem principal com o título: BRASIL 9 PARAÍSOS POR DESCOBRIR.2
Fonte do título: Maiúsculas; com o objectivo de destacar (título centrado à esquerda e contorna as formas presentes na fotografia central).
- BRASIL 9 PARAÍSOS POR DESCOBRIR3
Ao contrário das outras palavras do título, Brasil encontra-se em amarelo, símbolo de luz, iluminação e alegria (características alusivas a um país tropical, neste caso o Brasil,). Também pode simbolizar o luxo, alusivo aqui a ideia do paraíso por descobrir só acessível a determinadas classes sociais. Também tem o intuito do destaque visual.
O resto texto em branco do título remete para a ideia de paz e calma (características
de um paraíso inóspito. Também serve para destacar-se do fundo azul da fotografia.
Super lead: a manchete é acompanhada de um super lead alusivo ao artigo (em branco e minúsculas). O lead visa dar uma ideia imediata do que trata o artigo.
Fotografia: A fotografia pode ser considerada como o elemento visual principal da capa (disposta ao centro da capa). Alusiva à manchete da reportagem em destaque. Retrata um bungalow luxuoso com piscina e inserido num local privado situado num sítio tropical.
- O título da manchete situa-nos no Brasil e num local paradisíaco por descobrir. A fotografia torna-se fundo da capa, e encontra-se depois do título da revista (característica de outras edições da revista). (fotografia fotojornalistica).
- Não está concebida por montagem, mantendo, assim, a naturalidade da cena. Uma vez que representará a ideia de um local inóspito para passar férias.
2 A reportagem O Brasil que não vem nos roteiros, mostra ao leitor nove paraísos
turísticos desconhecidos. Ilhas, pousadas paradisíacas, piscinas que entram nos quatros, praias com quilómetros de areal e ilhas privativas, de acesso restrito são algumas das sugestões apresentadas.
Fig. 10
Na base da revista encontram-se um conjunto de três chamadas de capa (relacionadas com artigos da revistas das secções Portugal e Dinheiro): Quatro dias nas taças e em campanha4; Os 3 presos na origem dos motins de Bela Vista e BPP5: João Rendeiro mantém vida de luxo.6
- Dispostas em 3 colunas e inseridas em caixas semitransparentes pretas com distanciamento igual entre elas, são formadas por um título (branco e em negrito) e uma linha de texto com a especificação do tema do artigo (amarelo e maiúsculas para destacar). As chamadas de capa dos cantos inferiores são acompanhadas por duas fotografias das entidades relativas ao artigo Santana Lopes e João Rendeiro.
Os textos verbais que compõem a capa estão todos construídos com a mesma fonte (com excepção do título da revista e da palavra «hoje» no selo do anúncio do livro) que varia em cor e tamanho.
Os títulos das chamadas de capa não correspondem exactamente aos títulos dos artigos da edição com que estão relacionados, o que confere uma certa dinâmica à leitura da revista. O tipo de fonte é característico da mensagem visual da capa desta revista.
Manchetes com discurso breve simples e objectivo (característico do registo da revista em análise), sem recorrência a figuras de estilos.
Do lado esquerdo na vertical encontramos o código de barras, que em termos semióticos simboliza que a informação é um produto comercial.
4 A reportagem Saem duas Minis para ser como o povo, acompanha o quotidiano do candidato
à Câmara Municipal de Lisboa, Santana Lopes, durante quatro dias. Os planos da candidatura e o passado político do ex-primeiro ministro e a fama que o acompanha são alguns dos tópicos abordados. 5 O artigo Tudo começou com Quinito, Titi e Calhotas aborda os conflitos no violento bairro da
Bela Vista em Setúbal, e relata o historial de crimes dos principais líderes de gangues na margem sul do Tejo. 6 A reportagem A vida discreta de rendeiro mostra a rotina de Rendeiro desde que abandonou
o BPP, os hábitos luxuosos que mantém, como viagens restaurantes e carros.
Fig. 11
Fig. 12
Elementos plásticos7:
Cores:
Predominância de cores quentes
Amarelo: luz, iluminação, alegria, luxo (aplicação da simbologia já vimos anteriormente.)
Azul celeste: aéreo do céu, calma e tranquilidade (céu e piscina da fotografia).
Azul-marinho: simboliza descontracção e calma. Se encontra na publicidade do livro e refere-se ao «livro... por apenas 1€
Vermelho: No título da revista, pode simbolizar força, poder e vitalidade. É usualmente utilizado com o objectivo de salientar.
Branco: cor do frio, da neve, do Norte, calma, paz e pureza.
Verde: apaziguador, cor das plantas frondosas, natureza. Alusivo aos paraísos da reportagem.
Iluminação:
Proveniente do canto superior direito (do ponto de vista do leitor) (indicação dada pelas sombras na fotografia).
Luz oblíqua da tarde.
Texturas:
Textura visual lisa (também denominada "gelada").
Nitidez/Movimento:
Não há sinal de movimento o que confere uma boa nitidez às imagens da capa.
As disposições dos elementos da capa conferem-lhe um certo dinamismo visual, como por exemplo: o livro em 3d e o titulo da manchete em destaque que contorna as formas da fotografia central.
Suporte:
Suporte Físico: Papel semi-brilhante (formato revista).
7 A interpretação das cores, da luz etc., é antropológica. A sua percepção é cultural, e varia
consoante as fontes consultadas (FRUTIGER, Adrian (2001). Sinais e Símbolos, desenhos,
projecto e significado. São Paulo: Martins Fontes).
Fig. 13
Suporte perceptivo: longitudinal (ver o q é?)
Moldura e recorte (fora -de -campo):
A capa não está circunscrita por nenhuma moldura, mas a fotografia parece cortada, interrompida, pelos limites da página.
Há tendência de confundir a moldura com os limites do suporte, isto leva «ao espectador a construir imaginariamente aquilo que não vê o campo visual da representação, mas que no entanto o completa: o fora-de-campo.»8.
Fora -de -campo:
Actua como um factor de tensão, levando a uma construção imaginária complementar.
Encontra-se em fora - de –campo:
- Parte inferior do corpo dos fotografados em ambos os cantos da capa (Santana Lopes e João Rendeiro);
- Resto do espaço físico (fotografia central);
- Fotógrafo(s) das fotografias da capa.
Ângulo e espaço tridimensional:
Profundidade de campo
Fotografia central: apresenta muita profundidade de campo, dando a conhecer ao espectador vários detalhes do local físico, que por meio do título da chamada de capa /manchete nos situa no Brasil.
Fotografias secundárias (cantos inferiores da capa): apresentam pouca profundidade de campo. Este é um modo de transformar a imagem num "lugar" que pode pertencer a qualquer sítio.
Perspectiva
A fotografia central e as secundárias (cantos inferiores) são planas (de duas dimensões). Seguem a tradição da representação "em perspectiva"
8 JOLY, MARTINE, Introdução à análise da imagem (1909). Lisboa, Edições 70. pag97.
Fig. 14/15
utilizada no Renascimento pelos pintores do Quattrocento: «Arte de representar os objectos sobre uma superfície plana de modo a que esta representação seja semelhante à percepção visual que podemos ter dos objectos.»9 A fotografia do livro em oferta encontra-se em três dimensões (precisamente para dotar de dinamismo perceptivo à capa).
Plano:
Fotografia central : Plano geral
Fotografias secundárias: Plano americano
Paginação:
A paginação serve para valorizar o texto e para incitar à leitura. A apresentação gráfica esforça-se por conseguir a atenção do leitor. Pressupõe uma maqueta prévia, que deve respeitar as três palavras de ordem:
Simplicidade: Evitar paginações complexas ou muito subtis.
Unidade: Não deve explorar demasiadas ideias ao mesmo tempo, e não deve misturar estilos.
Harmonia: Nasce essencialmente de uma boa repartição entre textos e espaços vazios. Margens, intervalos e parágrafos são importantes, porque permitem que a vista descubra a página inteira.10
Arranjo gráfico
A composição ou a geografia interior da mensagem visual tem um papel essencial na hierarquização da visão, e portanto na orientação da leitura da imagem.
«O olho sempre segue o caminho que lhe fora preparado na Obra.» - George Péniou
Construção focalizada: as linhas de força (traço, cores, iluminação, formas) convergem para um ponto da capa que tem o papel de montra e que se torna o "produto" a promover. O olhar é como que atraído na direcção de um ponto estratégico do anúncio onde se encontra o produto: a reportagem em destaque.
Direcções de olhar/ Linhas de fuga
Devido ao tipo de construção da capa, o olhar do espectador focaliza-se
9 JOLY, MARTINE, Introdução à análise da imagem (1909). Lisboa, Edições 70, pag99.
10
CRATO, Nuno, (1989). Comunicação Social e Imprensa. Lisboa: Editorial Presença.
no artigo em destaque (estrategicamente centralizado na página).
Fotografia central: O olhar direcciona-se para fora do enquadramento, devido a ausência de moldura, e ao facto desta confundir-se com os limites da fotografia.
Fotografias secundárias: O olhar dos fotografados “sai” da capa e “chama” o observador, captando assim a sua atenção para o visionamento da mesma, funcionando como linha de fuga. Estabelece-se, assim, uma relação interpessoal instaurada entre um eu (o fotografado) e um tu (o espectador) - técnica muito usual em publicidade.
Revista Visão
Contextualização: Revista de Informação/actualidade
Periodicidade: semanal (nas bancas à quinta-feira)
Maior accionista: Impresa Publishing, SA (100%)
Propriedade/ Editora: Medipress – Sociedade Jornalistica e Editorial, Lda.
Director: Pedro Camacho
Tiragem média - Março: 137.500 exemplares
Em análise: Edição Nº845 (14 a 20 de Maio de 2009)
Descrição geral e interpretação de textos verbais:
O nome da revista/logótipo encontra-se em destaque na parte superior.
O nome “Visão” apresenta-se em maiúsculas a cor encarnada com um
pequeno rebordo a branco. O nome da revista está “cortado” pela
cabeça da modelo da fotografia central.
Fig. 16/17 Capas de edições da revista Visão
Fig.18 Capa da edição em análise da revista Visão
Mais abaixo encontra-se a manchete da
capa para a reportagem
principal/destaque que tem como título
Melhores praias antes do Verão escrito
a branco com maiúsculas. Este título
está acompanhado de uma caixa
vermelha com um breve texto a branco
também em maiúsculas. No fundo
vemos a fotografia principal retratando
uma rapariga numa praia.
O artigo As melhores praias antes do Verão, faz parte da
divisão temática “Sociedade” da revista. A reportagem
apresenta-nos um roteiro com 12 praias de toda a costa
portuguesa que oferecem todas as condições para um
bom dia de praia antes da chegada da época mais quente
do ano – o Verão. Como excelentes praias a visitar, são nos então
apresentados os seguintes areais: Praia do Creiro na Arrábida, Praia de
São Pedro em Cascais, Praia da Arrifana em Aljezur, Praia da Santa
Eulália em Albufeira, Praia da Tocha em Cantanhede, Praia da Marinha
em Lagoa, Praia da Manta Rota em V. R. Stº António, Praia da
Comporta em Grândola, Praia do Forte de Paçô em Viana do Castelo,
Praia dos Salgueiros em Vila Nova de Gaia, Praia de São Lourenço na
Ericeira e Praia da Torreira em Murtosa.
Na parte superior esquerda encontra-se uma manchete para um
exclusivo (esta palavra está escrita a vermelho e com maiúsculas). Tem
também um subtítulo: “As revelações do antigo dono” escrito a preto e
novamente com maiúsculas, e um título a branco, a maiúsculas e a
negrito: “Os casos obscuros da Independente”. Há também um lead:
“Chantagem a Sócrates, esquemas financeiros da universidade e
negócios com Angola” que se encontra escrito a branco. Ao lado destes
três linhas, ao canto, há uma pequena foto com uma pequena legenda
que identifica o fotografado (Amadeu Lima de Carvalho).
Fig.19
Fig.20/21
Fig.22
No canto superior direito vemos uma
caixa na diagonal amarela com
o título: “Bela Vista” com letras
maiúsculas e escritas a vermelho e
com um subtítulo: “Como se vive no
bairro ‘maldito’” a preto e também
com maiúsculas. Tomando a forma
do canto da página encontra-se uma
fotografia triangular que ilustra os
ataques no bairro da Bela Vista em
Setúbal.
Logo por baixo da manchete da Bela Vista, vê-se do lado direito do título
da revista o url do website da revista: “www.visão.pt” (a negrito), o
número da edição: 845, a data de circulação: de 14 a 20 de Maio de
2009, o preço: €2,85 e a área de distribuição: Continente e ilhas. Toda
esta informação concentra-se em três linhas escritas a negro.
No canto inferior direito, encontra-se uma caixa branca
posicionada na vertical com o código de barras e o logótipo
da entidade proprietária (IMPRESA).
Do lado esquerdo da caixa com o código de barras e o
logótipo, por baixo da rapariga na fotografia da capa,
encontra-se uma chamada de capa com uma caixa vermelha
com o subtítulo a branco e maiúsculas: “Plano Chumbado”.
Sob esta caixa, encontra-se o título da notícia a branco e com
letras maiúsculas: “BPP sem salvação”. Sob o título, o lead
está escrito a branco: “Só depósitos a prazo são garantidos
aos clientes”.
Fig.24
Fig.23
Fig.25
No canto inferior esquerdo encontra-se uma publicidade a uma
promoção lançada pela revista. Há um rectângulo semi-arredondado
amarelo com a palavra “grátis” impressa a vermelho com maiúsculas.
Por baixo está outro rectângulo arredondado maior com a linha que
delimita com efeito picotado, sem fundo, com a informação da promoção
escrita no centro a branco e maiúsculas. Por cima desse rectângulo vem
colado o cartão da promoção.
Elementos plásticos:
Cores: falta por simbologia ve na net menos akelas q já tenho
castanho
cor de laranja (vários tons)
branco
verde (vários tons)
azul
cor de pele
cor de areia
amarelo
vermelho
Iluminação:
Parece proveniente do canto superior direito, embora toda a fotografia esteja bem iluminada
Fig.26
Fig.27/28
Texturas:
Textura visual lisa.
Nitidez/Movimento:
Apesar da nitidez em primeiro plano (a agua aparece-nos com efeito de
“congelamento”), é possível presumir movimento devido à “pose” da
modelo e à paralisação no ar dos elásticos do biquíni. Parece que a foto
foi tirada enquanto ela estava a correr.
Suporte:
Suporte Físico: Papel semi-brilhante (formato revista)
Suporte perceptivo: Longitudinal.
Plano:
Fotografia central: plano geral
Fotografias secundárias: Plano geral e close-up
Moldura e recorte (fora -de -campo)
A capa não está demarcada por nenhuma moldura, mas a fotografia parece cortada pelos limites da página.
O fora-de-campo age como factor de tensão, pois não sabemos
exactamente em que local foi tirada a fotografia central o que leva à
imaginação do espectador.
A expressão facial da modelo da fotografia central também se pode
considerar como factor de tensão, pois leva ao leitor a imaginar que
pensamentos passam na cabeça dela.
Fora de campo:
Parte inferior do corpo de Amadeu Lima de Carvalho na foto do canto superior esquerdo;
Resto do espaço físico (praia e bela vista);
Fotógrafo.
Ângulo e espaço tridimensional:
Profundidade de campo
Fotografia central: tem pouca profundidade de campo, dando apenas a entender ao leitor que se trata de uma praia e não de que praia especifica se trata (o leitor subentende que será uma das praias que fazem parte do roteiro apresentado na reportagem principal)
Fotografias secundárias: a fotografia de Amadeu Lima de Carvalho apresenta pouca profundidade de campo, o que transforma a imagem num "lugar" que pode pertencer a qualquer sítio. Já a fotografia da Bela Vista, tem muita profundidade de campo e através do título temos conhecimento do local específico em que a cena se desenrola.
Perspectiva
A fotografia central e as secundárias são planas (de duas dimensões).
Paginação:
Arranjo gráfico
Todo o processo de montagem da capa parece ter levado a uma construção axial da mesma, ou seja, trata-se de uma construção “que coloca o produto exactamente no eixo do olhar, em geral exactamente no centro do anúncio”11. Podemos concluir assim que o produto desta capa seria a modelo fotográfica que se apresenta no centro da página.
Direcções de olhar
O olhar do espectador focaliza-se no centro da capa, onde se encontra a modelo fotográfica, desviando-se depois para o título da reportagem principal.
Linhas de Fuga
Fotografia central e fotografia de Amadeu Lima de Carvalho: O olhar dos retratados “ausenta-se” da fotografia (a modelo olha para cima e Amadeu Lima de Carvalho olha para a esquerda) o que chama a atenção do observador para o que poderá ter ficado de fora da imagem
Fotografia da Bela Vista: Devido à ausência de moldura e aos limites da fotografia se confundir com os limites da página, pode-se considerar como linha de fuga a direcção que o fogo toma, da esquerda para a direita.
11
in Joly, Martine “Introdução à análise da imagem”, pág. 101
Conclusão
A capa de uma revista é de grande importância na imagem visual e
consumo da mesma. Nada é elaborado ocasionalmente, mas seguimos o
caminho que nos é preparado.
Ambas as revistas analisadas, com temas bastante semelhantes em
destaque, primam por uma a paginação que respeitam as 3 palavras de ordem:
Simplicidade, Harmonia e Unidade. Utilizam a fotografia e a topografia como
elementos essenciais e apelativos para que o leitor descubra a edição,
incentivando, assim, à leitura e compra da revista.
A Sábado com uma construção focalizada, opta por promover um estilo
de vida de sonho (através da fotografia do bungalow num local paradisíaco)
para vender a revista por meio da reportagem em destaque. A revista exibe na
capa temas nacionais: políticos, sociais e relacionados com entidades da
economia (casos polémicos e actuais que interessam os leitores alvo).
A Visão, com uma construção axial, apela às sensações de pré-verão
encarnados na figura de uma bela jovem) vende assim a essencialmente a
beleza. Destaca dois temas coincidentes com os apresentados na revista
Sábado: Caso BPP e os incidentes na Bella Vista. Neste âmbito, difere ao
apresentar o caso da Universidade Nova de Lisboa.
Este tipo construção visual (a capa de revista) é de tal forma rica, que instaura-se uma relação, em que os participantes desta prática social e discursiva (leitura) são os leitores e o produtor da capa. Há um grau de controlo do autor em relação ao leitor, pois é esse que condiciona a leitura que este realizará.
As imagens estão em um ângulo frontal, conferido envolvimento total com o espectador.
Quanto ao valor de informação, notamos que o local da informação, neste caso da imagem, é central, pois as imagens são o núcleo da informação e o texto verbal está relacionado a ela e vice-versa.
Quanto à saliência, a hierarquia de importância se dá ao tamanho das fontes dos textos verbais, em que a de maior tamanho é o nome da revista.
A posição do elemento não-verbal é central, o que atrai imediatamente a atenção do espectador/leitor.
Identifica-se a imagem e logo após associa-se ao texto verbal, construindo o significado expresso pela capa. Entre a imagem e o texto verbal anterior a ela não existem planos de estruturação, já que as duas linguagens pertencem ao mesmo campo de sentidos.
As leituras e interpretações textuais apresentadas neste documento apontam a recorrência de constituintes das capas confirmando-as como géneros discursivos; os diversos discursos/textos e o arranjo entre os textos (verbais e não-verbais) asseguram a proposta da revista.
Fontes bibliográficas
Fontes on-line
ALAIN, Gheerbrant e CHEVALIER, Jean (1994). Dicionário dos símbolos / mitos, sonhos, costumes,
gestos, formas, figuras, cores, números. Lisboa: Teorema.
ARCARI, Antonio (1980). A Fotografia – as formas, os objectos, o homem. Lisboa: Edições 70.
BARTHES, Roland (1980). A Câmara Clara. Lisboa: Edições 70
FREUND, Gisele (1995). Fotografia e Sociedade (2ª edição). Lisboa: Edições 70.
FRUTIGER, Adrian (2001). Sinais e Símbolos, desenhos, projecto e significado. São Paulo: Martins Fontes.
JOLY, Martine (1994). Introdução à Análise da Imagem. Lisboa: Edições 70.
MUNORI, Bruno (2001). Artista e Designer. Lisboa: Ediçoes 70.
CRATO, Nuno, (1989). Comunicação Social e Imprensa. Lisboa: Editorial Presença.
Gerry Connor, Magazines, http://www.mediaed.org.uk/posted_documents/Magazines.html
, 2001 (consulta em: Maio de 2009)
Visao.pt – A Visão Online, http://www.visao.pt/ (consulta em: Maio de 2009)
Wikipedia – Visão (Revista), http://pt.wikipedia.org/wiki/Vis%C3%A3o_(revista), (consulta em 2009)
10 differences between a newspaper and a Magazine, http://www.stumblerz.com/10-differences-
between-a-newspaper-and-a-magazine/, 31 de Janeiro de 2009 (consulta em: Maio de 2009)
Referências
10 differences between a newspaper and a Magazine, http://www.stumblerz.com/10-differences-
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Gerry Connor, Magazines,
http://www.mediaed.org.uk/posted_documents/Magazines.html, 2001 (consulta em:
Maio de 2009)
Visao.pt – A Visão Online, http://www.visao.pt/ (consulta em: Maio de 2009)
Wikipedia – Visão (Revista), http://pt.wikipedia.org/wiki/Vis%C3%A3o_(revista),
(consulta em 2009)
http://209.85.129.132/search?q=cache:5Z7xry_XS5EJ:www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/Port/59.pdf+Importancia+da+capa+de+revista&cd=1&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt http://www.eca.usp.br/njr/espiral/papiro33b.htm (tíúlo Roman Jakobson e o Discurso da Revista Veja em Xeque, autor Ricardo Régener)
HEBERLE, Viviane M. Revistas para mulheres no século 21: ainda uma prática
discursiva de
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