Upload
jadhedh
View
216
Download
1
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Analise Primaria e Secundaria
Citation preview
Analise primária e secundáriaPROCEDIMENTOS GERAIS NO LOCAL DO ATENDIMENTO
1. Adotar as precauções universais no contato com a vítima (EPI apropriado);
2. Utilizar EPI e EPR específicos de acordo com o tipo de atendimento de bombeiro
que exijam ações de salvamento;
3. Avaliar e assegurar a cena de emergência, precavendo-se, isolando ou eliminando
riscos para si e para a vítima;
4. Avaliar a Cinemática do Trauma e prever possíveis lesões nas vítimas de trauma;
5. Prestar informações imediatas sobre a situação encontrada e solicitar o apoio
necessário para a solução da ocorrência;
CONTATO COM A VÍTIMA
Se a vítima estiver consciente o socorrista deve:
1. Apresentar-se, dizendo seu nome e que esta para ajudar a socorrer;
2. Indagar se pode ajudá-la (obtenha o consentimento).
3. Questionar sobre o ocorrido;
4. Questionar a sua queixa principal;
5. Informar que vai examiná-la e a importância de fazê-lo.
Ao avaliar a vítima observe
1. Seqüência sistemática de avaliação da vítima (Análise Primária e Secundária);
2. Sinais e sintomas específicos de emergência médica ou de trauma apresentados
pela vítima;
3. Indícios de lesão na coluna vertebral, sempre que a vítima sofrer um trauma, ou
ainda quando for encontrada inconsciente;
4. Conduta e/ou comportamento da vítima, atentando para qualquer alteração em
suas condições em quaisquer das etapas de avaliação.
ANÁLISE PRIMÁRIA
(Processo ordenado para identificar e corrigir de imediato, problemas que ameacem
a vida em curto prazo).
(A) Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e verificar
permeabilidade das vias aéreas.
(B) Verificar respiração e ministrar oxigênio.
(C) Verificar circulação e hemorragias.
(D) Realizar exame neurológico sucinto.
(E) Expor a vítima (prevenir hipotermia).
(A) Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e
verificar permeabilidade das vias aéreas.
1. Apoiar a cabeça da vítima para evitar movimentação (estabilização manual da
coluna cervical) até a colocação do colar cervical e protetor lateral de cabeça.
2. Chamar a vítima pelo menos três vezes (Ei, você está me ouvindo? Ei, você pode
me ouvir? Ei, fala comigo?) tocando em seu ombro sem movimentá-la.
Se a vítima estiver inconsciente, solicite imediatamente por apoio, no caso de
Renovias, informe ao Centro de Controle;
Observe nas figuras abaixo qual tipo de manobra deverá ser efetuada...
1. Fazer abertura das vias aéreas, por uma das manobras:
· Manobra de elevação da mandíbula;
· Manobra de tração do queixo;
· Manobra de extensão da cabeça, nos casos em que não há suspeita de trauma de
coluna cervical;
2. Fazer aspiração, caso haja vômito ou sangue nas vias aéreas;
3. Utilizar a cânula orofaríngea.
Se a vítima estiver consciente
· Verificar se as vias aéreas estão pérvias.
1. Manobra de Elevação da Mandíbula: (executada por equipe de Resgate em
vítima de trauma).
a. Posicionar-se atrás da cabeça da vítima;
b. Colocar as mãos espalmadas lateralmente a sua cabeça, com os dedos voltados
para frente, mantendo-a na posição neutra;
c. Posicionar os dedos indicadores e médios das mãos, em ambos os lados da cabeça
da vítima, no ângulo da mandíbula;
d. Posicionar os dois dedos polegares sobre o mento (queixo) da vítima;
e. Simultaneamente, fixar a cabeça da vítima com as mãos, elevar a mandíbula com
os indicadores e médios, abrindo a boca com os polegares.
Observação Esta manobra aplica-se a todas as vítimas, principalmente em vítimas de trauma, pois proporciona ao mesmo tempo liberação das vias aéreas, alinhamento da coluna cervical e imobilização.
2. Manobra de Tração do Queixo: (executada por socorrista atendendo
isoladamente uma vítima de trauma).
a. Apóie com uma das mãos a testa da vítima evitando que a cabeça se mova;
b. Segurar o queixo da vítima com o polegar e o indicador da outra mão e tracioná-lo
para cima e em seguida efetuar a abertura da boca.
ObservaçãoAssim que possível, obtenha auxílio de outro socorrista para auxiliar na manutenção da abertura das vias aéreas e na estabilização da coluna cervical.
3. Manobra de Extensão da Cabeça: (executada em vítimas em que não há
suspeita de lesão raquimedular):
a. Posicionar uma das mãos sobre a testa e a outra com os dedos indicador e médio
tocando o mento da vítima;
b. Mantendo apoio com a mão sobre a testa, elevar o mento da vítima;
c. Simultaneamente, efetuar uma leve extensão do pescoço;
d. Fazer todo o movimento de modo a manter a boca da vítima aberta.
ObservaçãoEste procedimento aplica-se apenas às vitimas que não possua indícios de ter sofrido trauma de coluna vertebral, especialmente, lesão cervical.
(B) Verificar respiração e ministrar oxigênio
Empregar técnica de “ver, ouvir e sentir”, (7 a 10 segundos de verificação):
· Se presente, ministrar imediatamente oxigênio à vítima;
· Se ausente, iniciar a ventilação artificial.
PROCEDIMENTOS GERAIS NO LOCAL DO ATENDIMENTO
TÉCNICA
1. Empregar a técnica de “Ver, Ouvir e Sentir”, através da seguinte forma:
a. Liberar as VAS da vítima através da manobra indicada;b. Aproximar o ouvido da boca e nariz da vítima voltando a face para seu tórax;c. Observar os movimentos do tórax;d. Ouvir os ruídos próprios da respiração;e. Sentir a saída de ar das VAS da vítima.
Esta verificação deve
durar de 7 a 10
segundos.
ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO
Se a vítima respira instale imediatamente uma fonte de oxigênio (máscara facial ou
cateter).
Procedimentos Operacionais
1. Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e verificar
permeabilidade das vias aéreas,
2. Ministrar, como primeira escolha, oxigênio por máscara com fluxo de 10 l/min.
2.1. nos casos de vítimas abaixo de 8 anos, ministrar oxigênio por máscara infantil
com fluxo de 10 l/min, deixando a máscara afastada cerca de 5 cm da face;
2.2. permitir que os pais segurem a máscara, se for possível;
2.3. permitir que a criança assuma posição confortável, preferencialmente vertical,
respeitando as condições nas quais é prioridade o cuidado com a coluna cervical e
com a liberação das vias aéreas.
3. Ministrar oxigênio por catéter nasal com fluxo de 3 l/min, quando a máscara não for
tolerada.
3.1. para vítimas com idade abaixo de 8 anos, não se utiliza catéter nasal;
3.2. se houver necessidade de realizar assistência ventilatória, conforme, observar o
fluxo de oxigênio da Tabela 1.
TABELA 1 Idade
abaixo de 28 diasentre 28 dias e 8 anos
acima de 8 anos
Máscara10 lpm 10 lpm 10 lpm
Ressucitador manual
c/ máscara
3 lpm 5 lpm 10 lpm
(C) Verificar circulação e hemorragias
Apalpe o pulso carotídeo em vítimas acima de 1 ano de idade
· No caso de vítimas com idade abaixo de 1 ano, palpar a artéria braquial.
Observações
Pulso carotídeo palpável indica uma pressão arterial sistólica no mínimo em 60
mmHg;
Pulso femural palpável indica uma pressão arterial sistólica no mínimo em 70 mmHg;
Pulso radial palpável indica uma pressão arterial sistólica no mínimo em 80 mmHg.
Verificar a perfusão capilar na extremidade
TÉCNICA
1. Pressione a polpa digital ou o leito ungueal (unha) e observe o retorno sanguíneo:
PERFUSÃO MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES
Retorna-se em até 2 segundos Normal
Retorna-se após 2 segundos Hemorragia intensa
Se não retorna Choque - PCR
Verificar a temperatura, coloração e umidade da pele na testa da vítima
A temperatura normal do corpo é de 36.2 a 36.8 ºC. A pele é responsável, em grande
parte, pela regulação desta temperatura, irradiando o calor através dos vasos
sangüíneos subcutâneos e evaporando água sob forma de suor.
Uma pele fria e úmida é indicativa de uma resposta do sistema nervoso simpático a
um traumatismo ou perda sangüínea (estado de choque). A exposição ao frio
geralmente produz uma pele fria e seca.
Uma pele quente e seca pode ser causada por febre, em uma doença, ou ser o
resultado de uma exposição excessiva ao calor, como na insolação.
A pele humana é a grande responsável pela regulação da temperatura. Poderá
apresentar-se: normal, quente, fria, seca ou úmida.
Utilize o dorso da mão colocada na testa da vítima. Remova parcialmente a luva de procedimento expondo o dorso da mão para a verificação. Observe a face da vítima durante a verificação:
Analise:
1. Temperatura e umidade da pele.
TEMPERATURA E UMIDADE DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕESPele fria, pálida e úmida Perda sanguínea
Pele fria e seca Exposição ao frio
Pele quente e seca Insolação
Pele quente e úmida Hipertermia (febre), intermação
Analise ainda:
2. Coloração da pele.
A cor da pele depende primariamente da presença de sangue circulante nos vasos
sangüíneos subcutâneos.
Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é vista nas vítimas em
choque ou com infarto do miocárdio. Uma cor azulada (cianose) é observada na
insuficiência cardíaca, na obstrução de vias aéreas, e também em alguns casos de
envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em certos estágios do
envenenamento por monóxido de carbono (CO) e na insolação.
Alterações na coloração da pele podem indicar patologias (doenças) ou alterações
vasculares periféricas decorrentes de traumatismos. Em pessoas de raça negra, a
cianose da pele deve ser verificada na mucosa nasal e na parte interna dos lábios.
COR DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕESPálida Choque hemodinâmico, ataque cardíaco, hemorragia.
Cianose (arroxeada)
Deficiência respiratória, arritmia cardíaca, hipóxia, doenças pulmonares, envenenamentos.
Icterícia (amarelada) Doença hepática (fígado)
Hiperemia (avermelhada) Hipertensão, insolação, alergias, diabetes, choque anafilático.
Verificar a presença de hemorragias que ameacem a vida 1. Visualizar a parte anterior do corpo da vítima;2. Apalpar a parte posterior do corpo da vítima;3. Dispensar atenção inicialmente às hemorragias intensas, direcionando o exame da cabeça em direção aos pés;4. Procurar por poças e manchas de sangue nas vestes. ATENÇÃO · Roupas grossas de inverno podem absorver grande quantidade de sangue, assim como pisos porosos, tais como terra, areia e grama onde o sangue pode ser facilmente absorvido.· Iluminar locais escuros. · Expor as vestes (EVITAR EXCESSO) (D) Realizar exame neurológico sucintoAVDINormalmente, uma pessoa está alerta, orientada e responde aos estímulos verbais e físicos. Quaisquer alterações deste estado podem ser indicativas de doença ou trauma.O estado de consciência é provavelmente o sinal isolado mais seguro na avaliação do sistema nervoso de uma pessoa. Uma vítima poderá apresentar desde leve confusão mental por embriaguez, até coma profundo, como resultado de uma lesão craniana ou envenenamento.Serve para indicar se há ou não comprometimento neurológico (como se fosse uma Escala de Coma de Glasgow simplificada) e fornecer parâmetros para o socorrista definir a gravidade do caso. · Alerta: está orientado no tempo, espaço e contexto > fornece informações corretas relativos à data e dia da semana, sabe o próprio nome, indica para onde se dirigia no momento do acidente, está ciente de que está envolvido em um acidente ou que apresenta um problema de saúde;· Verbal: responde somente quando estimulado > abre os olhos quando o socorrista determina, mesmo que torne a fechá-lo novamente; aperta a mão do socorrista quando ordenado;· Doloroso: somente responde ao estímulo doloroso > quando estimulado através de fricção no esterno apresenta respostas motoras que indicam o grau de comprometimento neurológico, em geral está inconsciente ou incapaz de se comunicar com o socorrista; · Irresponsivo: não apresenta nenhum tipo de resposta, mesmo sendo estimulado através de ordens verbais ou dor. Apresenta um nível de consciência rebaixado indicando lesão cerebral grave.
(E) Expor a vítima (prevenir hipotermia)
Procedimentos Operacionais
1. Informar antecipadamente à vítima e/ou responsável sobre o procedimento que
será efetuado.
2. Executar a exposição do corpo da vítima somente quando indispensável para
identificar sinais de lesões ou de emergências clínicas.
3. Evitar tempo demasiado de exposição, prevenindo a hipotermia.
4. Cobrir com manta aluminizada ou cobertor ou lençóis limpos.
5. Garantir privacidade da vítima, evitando expor desnecessariamente as partes
íntimas de seu corpo.
6. Respeitar as objeções da vítima, por motivos pessoais, incluindo religiosos, desde
que isso não implique em prejuízo para o atendimento com conseqüente risco de
vida.
7. Evitar danos desnecessários ao remover vestes e/ou calçados;
7.1. Quando necessário cortar vestes da vítima, utilizar tesoura de ponta romba,
evitando meios de fortuna que possam contaminar ou agravar ferimentos.
8. Relacionar os pertences do acidentado, mesmo danificados, e entregá-los no
hospital, à pessoa responsável pela vítima devidamente identificada ou à Chefia de
Enfermagem, no hospital.
ATENÇÃO
· Pertences pessoais da vítima, mesmo roupas e/ou calçados danificados, devem ser
arrolados em recibo próprio e entregues à pessoa responsável ou à Chefia de
Enfermagem no hospital.
AO TÉRMINO DA ANÁLISE PRIMÁRIA DEVE-SE:
Verificar se a situação se enquadra Transporte Imediato:
Procedimentos Operacionais
1. O chegar no local da ocorrência, adotar os procedimentos iniciais de socorro
específicos de segurança e avaliação da vítima.
2. Procurar identificar uma das situações abaixo:
2.1. Obstrução respiratória que não pode ser facilmente permeada por métodos
mecânicos;
2.2. Parada cardiorrespiratória;
2.3. Evidência de estado de choque;
2.4. Trauma de crânio;
2.5. Dificuldade respiratória provocada por trauma no tórax ou face;
2.6. Ferimentos penetrantes em cavidades;
2.7. Queimadura da face;
2.8. Parto complicado;
2.9. Envenenamento;
2.10. Acidentes com animais peçonhentos;
2.11. Sinais de lesões internas geradas por trauma violento.
3. Aplicar, sempre que necessário, o colar cervical e prancha longa, e remover a
vítima para trasnporte
4. Os procedimentos complementares de Suporte Básico deverão ser aplicados a
vítima durante o transporte.
Checar continuamente os sinais vitais e condições gerais da vítima durante o
transporte.
Aplicar o Colar Cervical, nas vítimas de trauma, com técnica adequada.
IMOBILIZAÇÃO DA COLUNA
1. Escolher o colar cervical de tamanho apropriado, da seguinte forma:
1.1. Com o pescoço da vítima em posição neutra, usando os dedos, meça da base do
pescoço (músculo trapézio) até a base da mandíbula da vítima;
1.2. O colar cervical apropriado deverá ter a medida encontrada no plástico rígido na
sua lateral.
APLICAÇÃO DO COLAR EM VÍTIMA SENTADA
1. Retirar qualquer vestimenta e outros adornos da área do pescoço da vítima.
2. Examinar pescoço da vítima antes de aplicar o colar cervical.
3. Socorrista 1:
3.1. faz o alinhamento lentamente da cabeça e a mantém firme com uma leve tração
para cima;
3.2. na vítima inconsciente, mantém as vias aéreas permeáveis, usando a manobra
de elevação da mandíbula;
3.3. na vítima consciente, realizar o apoio lateral de cabeça.
4. Socorrista 2:
4.1. escolhe o colar cervical de tamanho apropriado;
4.2. coloca o colar cervical iniciando pela parte do queixo, deslizando o colar sobre o
tórax da vítima até que seu queixo esteja apoiado firmemente sobre o colar (parte
anterior);
4.3. passa a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima até se encontrar
com a parte anterior;
4.4. ajusta o colar e prende o velcro observando uma discreta folga (1 dedo) entre o
colar e o pescoço da vítima.
5. Socorrista 1:
Mantém a imobilização lateral da cabeça.
APLICAÇÃO DO COLAR EM VÍTIMA DEITADA
1. Retirar qualquer vestimenta e outros adornos da área do pescoço da vítima.
2. Examinar pescoço da vítima antes de aplicar o colar cervical.
3. Socorrista 1:
3.1. faz o alinhamento lentamente da cabeça e a mantém firme com uma leve tração
para cima;
3.2. na vítima inconsciente, mantém as vias aéreas permeáveis, usando a manobra
de elevação da mandíbula;
3.3. na vítima consciente, realizar manualmente o apoio lateral de cabeça.
4. Socorrista 2:
4.1. escolhe o colar cervical de tamanho apropriado;
4.2. passa a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima;
4.3. coloca a parte anterior do colar cervical, encaixando no queixo da vítima de
forma que esteja apoiado firmemente;
4.4. ajusta o colar e prende o velcro observando uma discreta folga (1 dedo) entre o
colar e o pescoço da vítima.
5. Socorrista 1:
5.1. mantém a imobilização lateral da cabeça até que se coloque um recurso material
para tal (cobertor, imobilizador lateral).
ATENÇÃO
· Lembrar que mesmo com o colar cervical, a vítima pode movimentar a cabeça. A
região cervical somente estará com imobilização completa com o uso do imobilizador
lateral de cabeça.
· O colar cervical deverá ter o tamanho adequado de forma a proporcionar
alinhamento e imobilização antero-posterior da coluna cervical.
· Em toda vítima de trauma deverá ser colocado o colar cervical, mesmo que o estado
da vítima não seja grave.
ATENÇÃO
1.A Análise Primária deve ser completada num intervalo entre 15 e 30 segundos.
2.Toda vítima encontrada inconsciente e que não haja informações precisas sobre a
causa do problema que apresenta deve ser tratada como portadora de lesão
raquimedular.
3.Nas vítimas de trauma, manter a coluna cervical estável, em posição neutra, com
aplicação do colar cervical e protetor lateral de cabeça ou manual.
4.Não mover a vítima da posição que se encontra antes de imobilizá-la, exceto
quando:
· Estiver num local de risco iminente;
· Sua posição estiver obstruindo suas vias aéreas;
· Sua posição impede a realização da análise primária;
· Para garantir acesso a uma vítima mais grave.
5.Para verificar a respiração, estando de capacete, retira-lo, recolocando-o em
seguida.
Iniciar a Análise Secundária através do exame dos sinais vitais
ANÁLISE SECUNDÁRIA
Processo ordenado que visa descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não
tratados, poderão ameaçar a vida, através da interpretação dos achados na
verificação dos sinais vitais, exame físico e na entrevista. Através da avaliação dos
sinais e sintomas apresentados pela vítima o socorrista poderá determinar o tipo de
emergência e os procedimentos operacionais específicos. Uma parte da análise é
objetiva, através do exame dos sinais vitais e do corpo da vítima (exame físico) e a
outra é subjetiva, através de dados colhidos em entrevista.
SINAIS VITAIS E SINAIS DIAGNÓSTICOS
Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no
descobrimento do tipo de problema que afeta a vítima. Estes indícios são divididos em
dois grupos: os sinais e os sintomas.
Alguns são bastante óbvios, mas outros indícios importantes podem passar
despercebidos, a menos que você examine a vítima cuidadosamente, da cabeça aos
pés.
SINAIS são detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos – visão,
tato, audição e olfato – durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem
sangramento, inchaço (edema), aumento de sensibilidade ou deformação; já os sinais
mais comuns de doenças são pele pálida ou avermelhada, suor, temperatura elevada
e pulso rápido.
SINTOMAS são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Pode
ser necessário que o socorrista faça perguntas para definir a presença ou ausência de
sintomas. Pergunte à vítima consciente se sente dor e exatamente onde. Examine a
região indicada procurando descobrir possíveis lesões por trauma, mas lembre-se de
que a dor intensa numa região pode mascarar outra enfermidade mais séria, embora
menos dolorosa. Além da dor, os outros sinais que podem ajudá-lo no diagnóstico
incluem náuseas, vertigem, calor, frio, fraqueza e sensação de mal-estar.
SINAIS VITAIS
Refletem o estado atual dos sistemas respiratório e circulatório:
1. Verificar a freqüência respiratória e a qualidade da respiração;
2. Verificar a freqüência cardíaca e a qualidade do pulso;
3. Verificar a pressão arterial.
FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA E QUALIDADE DA RESPIRAÇÃO
a) A respiração normal é fácil, sem dor e sem esforço;b) Observar a expansão do tórax da vítima;c) Palpar o pulso radial para evitar que a vítima perceba que o socorrista está checando a respiração;
d. Observar os movimentos torácicos e contar durante 30 (trinta) segundos, multiplicando-se por 2 (dois),
obtendo a freqüência de movimentos respiratórios por minuto (m.r.m.)
e. Se a respiração for irregular, contar durante 1 minuto.
Observar a qualidade da respiração, avaliando se:
§ Normal;
§ Superficial;
§ Profunda;
§ Rápida;
§ Lenta.
Verificar tipo de respiração se:
§ Regular;
§ Simétrico;
§ Ruídos anormais.
FREQUENCIA RESPIRATÓRIA NORMAL
RESPIRAÇÃO EM REPOUSO
FREQÜÊNCIA
Idade acima de 8 anos
NORMAL – de12 a 20 rpm
LENTO – menor que 12 rpm
RÁPIDO – maior que 20 rpm
Idade entre 1 a 8 anos
NORMAL – de 20 a 40 rpm
LENTO – menor que 20 rpm
RÁPIDO – maior que 40 rpm
Idade abaixo de 1 ano
NORMAL – de 40 a 60 rpm
LENTO – menor que 40 rpm
RÁPIDO – maior que 60 rpm
ANORMALIDADES DE PULSO
COR DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕESPulso rápido e forte Hipertensão, susto, medo
Pulso rápido e fraco Hemorragia, desidratação
Pulso ausente Parada cardíaca, lesão arterial
PRESSÃO ARTERIAL É a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias. É constituída por duas mensurações: PA máxima (sistólica) e PA mínima (diastólica). Sistólica: é a pressão máxima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante a contração do coração (sístole)Diastólica: é a pressão mínima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante o relaxamento do coração (diástole) TÉCNICA EMPREGADA PARA AFERIR A PRESSÃO ARTERIAL 1. Expor o braço da vítima acima do cotovelo, certificando-se de que não há compressão;1. Fixar o manguito do esfigmomanômetro cerca de 04 (quatro) cm acima do cotovelo da vítima;2. Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial do mesmo braço da vítima;3. Fechar a válvula e insuflar ar pela pêra até o manômetro marcar 200 mmhg;4. Abrir a válvula lentamente, cerca de 5 mmhg no intervalo de 3 segundos;5. O som do primeiro batimento indicará a pressão arterial sistólica;6. Continuar permitindo a saída do ar;7. O cessar do som dos batimentos indicará a pressão arterial diastólica;8. Remover todo o ar, soltando o manguito, ATENÇÃO · Na impossibilidade de auscultar os batimentos, a pressão arterial sistólica poderá ser medida palpando-se o pulso radial ou no membro inferior (pulso pedioso).· Evitar verificar a PA várias vezes consecutivas no mesmo braço;· Se a vítima for hipertensa e o socorrista começar a ouvir o som dos batimentos cardíacos logo que desinflar o manguito, torne a infla-lo acima dos 200 mmhg indicados.
VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL
Idoso – acima de 50 anos
140-160/90-100 mmHg
Idade acima de 16 anos
120/80 mmHg
Idade – 16 anos 118/75 mmHg Idade – 6 anos 95/62 mmHg
Idade – 12 anos 108/67 mmHg Idade – 4 anos 85/60 mmHg
Idade – 10 anos 100/65 mmHgRN (3Kg)
52/30 mmHg
O resultado poderá apresentar-se:· Normal (normotenso);· Alterado (hipertensão ou hipotensão);· Na faixa etária adulta os valores limites de PA são: PAS 140 mmHg – PAD 90 mmHg. AVALIAÇÃO DAS PUPILAS As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares.Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas viciadas em drogas. As pupilas indicam um estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca.As pupilas desiguais são geralmente encontradas nas vítimas com lesões de crânio ou acidente vascular cerebral. Na morte, as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem à luz. · Observe: reatividade, igualdade e tamanho das pupilas. Analise as alterações:1. Observar a reação das pupilas à luz, classificando-as em: reativas ou arreativas;2. Observar a simetria entre as pupilas classificando-as em: isocóricas ou anisocóricas;3. Observar o tamanho das pupilas classificando-as em: midriáticas (midríase) ou mióticas (miose).
ALTERAÇÕES PUPILARES
TIPO MOTIVADOR DE ALTERAÇÕESMidríase paralítica Morte cerebral
Miose Uso de alguns tipos de drogas
Anisocoria Lesão cerebral localizada devido a TCE, AVC
VERIFICAÇÃO DA ESCALA DE COMA DE GLASGOWElaborada por (Teasdale, G.; Jennett, B. – 1974)( Teasdale, G.; Murray, G.; Parker, L.; Jenett, B. – 1974) Para vítimas maiores de 5 anos de idade 1. Observar as respostas, anotar e somar os pontos para obter o grau dentro da Escala de Coma de Glasgow.
ABERTURA OCULAR
Espontânea ............................................
Solicitação verbal .......................................
Estímulo doloroso ......................................
Nenhuma ....................................................
4 pontos
3 pontos
2 pontos
1 ponto
MELHOR RESPOSTA VERBAL
Orientada ...................................................
Desorientada/confusa ...............................
Palavras inapropriadas ..............................
Sons/gemidos ............................................
Nenhuma .
5 pontos
4 pontos
3 pontos
2 pontos
1 ponto
MELHOR RESPOSTA MOTORA
Obedece comandos verbais ......................
Localiza e tenta remover o estímulo doloroso ...
Reage a dor ................................................
Flexão anormal à dor (decorticação) ..........
Extensão anormal à dor ( descerebração) .
Nenhuma ..................................................
6 pontos
5 pontos
4 pontos
3 pontos
2 pontos
1 ponto
Para vítimas menores de 5 anos de idade
1. Observar as respostas, anotar e somar os pontos para obter o grau dentro da Escala de Coma de Glasgow.
ABERTURA OCULAR
Espontânea ...............................................
Ordem verbal .............................................
Estímulo doloroso .......................................
Nenhuma ........................................
4 pontos
3 pontos
2 pontos
1 ponto
MELHOR RESPOSTA VERBAL
Palavras apropriadas/sorriso/olhar acompanha
...
Choro, mas que pode ser
confortado ..............
Irritabilidade persistente ............................
Agitação ...................................................
Nenhuma ...................................................
5 pontos
4 pontos
3 pontos
2 pontos
1 ponto
MELHOR RESPOSTA MOTORA
Movimenta os 4 membros
espontaneamente ...
Localiza e retira o estímulo doloroso .........
Sente dor, mas não retira ...........................
Flexão anormal à dor (decorticação) .........
Extensão anormal à dor ( descerebração)
Nenhuma ..................................................
6 pontos
5 pontos
4 pontos
3 pontos
2 pontos
1 ponto
POSTURAS DE DECORTICAÇÃO E DESCEREBRAÇÃO
São encontradas nas lesões que afetam o tronco cerebral, com a Escala de Coma de
Glasgow variando entre 3 e 5. A rigidez de decorticação consiste na flexão dos braços,
dos punhos e dedos com adução do membro superior e extensão do inferior e são
típicas de lesões no mesencéfalo.
A rigidez da descerebração consiste em opistótono (posição ereta do corpo) com os dentes
cerrados, os braços estendidos e rígidos, aduzidos e hiperpronados e os membros inferiores
estendidos. Quando a lesão progride no sentido da medula espinhal (caudal), verificamos atonia
(fraqueza) muscular e apnéia (parada respiratória), hipotensão arterial, com comprometimento do
bulbo.
OBSERVAÇÕES
1. Provocar o estímulo doloroso, na seguinte ordem:
· 1ª opção: fechar sua mão e pressionar o esterno da vítima com a face dorsal da mão, na
altura da articulação entre a falange proximal e intermediária;
· 2ª opção: pressionar discretamente a musculatura do trapézio, ao lado do pescoço.
ATENÇÃO
· Jamais beliscar, dar tapas, espetar com agulhas ou praticar qualquer forma de agressão
à vítima para se obter um estímulo doloroso.
EXAME DA CABEÇA AOS PÉS
Refere-se à apalpação e inspeção visuais realizadas pelo socorrista, de forma
padronizada, buscando identificar na vítima, sinais de uma lesão ou problema médico.
Proceder ao exame da cabeça aos pés, observando:
1. Cabeça:
· Ferimentos ou deformidades;
· Crepitação óssea;
· Secreção pela boca, nariz e/ou ouvidos;
· Hálito;
· Dentes quebrados, próteses dentárias;
2. Pescoço:
· Ferimentos ou deformidades;
· Estase jugular, comuns no pneumotórax hipertensivo e tamponamento pericárdico;
· Desvio de traquéia, comum em lesão direta no pescoço ou pneumotórax hipertensivo;
· Resistência ou dor ao movimento;
· Crepitação óssea;
· Enfisema subcutâneo, em conseqüência de lesão nas vias aéreas.
3. Tórax e costas:
· Ferimentos e deformidades;
· Respiração difícil;
· Alteração da expansibilidade;
· Crepitação óssea;
· Enfisema subcutâneo, em conseqüência de lesão nas vias aéreas.
4. Abdome:
· Ferimentos (contusões, escoriações, etc.);
· Dor à palpação;
· Rigidez da parede abdominal (abdome em tábua).
5. Pelve e nádegas:
· Ferimentos ou deformidades;
· Dor à palpação;
· Crepitação óssea;
· Instabilidade da estrutura óssea.
6. Extremidades inferiores e superiores:
· Ferimentos ou deformidades;
· Pulso distal (extremidades superiores - artéria radial; extremidades inferiores - artéria
pediosa);
· Resposta neurológica (insensibilidade, formigamentos) para avaliar lesão de nervos;
· Avaliar a motricidade e a força muscular para verificar lesão de nervos ou músculos;
· Perfusão capilar, para avaliar lesão arterial ou sinais de choque;
· Verificar temperatura e coloração da pele, para avaliar lesão vascular.
ENTREVISTA - ANÁLISE SUBJETIVA
· Colher dados com a própria vítima, testemunhas e/ou familiares, durante o atendimento,
concomitantemente com as demais avaliações, que possam ajudar no atendimento,
usando a regra mnemônica A M P L A:
(A) Alergias: a alimentos, medicamentos, pós, gases inalados, ou qualquer substância que
saiba ser alérgico ou que tenha tido contato;
(M) Medicamentos em uso: toma medicamento regularmente, prescrito por médico ou
automedicação, tipo, destinado a que problema; use as palavras “medicação” ou
“remédio”, evite o uso da expressão “droga”, pois pode inibir a pessoa ou quem esteja
sendo questionado;
(P) Problemas antecedentes: sofre de alguma doença crônica (diabetes, cardíaco, renal
crônico)? Já teve distúrbios semelhantes? Quando? Como ocorre? Quais os sinais e
sintomas presentes? Sofreu internações hospitalares?;
(L) Líquidos e alimentos ingeridos: quando comeu pela última vez? O que comeu? (alguns
alimentos podem causar conseqüências no organismo ou agravar a condição clínica da
vítima. Além disso, se a vítima precisar ir para a cirurgia, a equipe médica que vier a
receber a vítima no hospital, precisa saber quando foi a última refeição);
(A) Ambiente, local da cena: elementos presentes na cena de emergência podem dar
indicações do tipo de problema apresentado, aplicadores de drogas, frascos de
medicamentos, vômitos, presença de gases, etc.
Complemente a entrevista pesquisando circundantes e familiares, de forma discreta, de
modo a colher mais informações pertinentes ao estado da vítima.