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Análise de cadeias produ0vas agroindustriais: abordagens teóricas e proposta metodológica para estudo dos arranjos interorganizacionais e
das estratégias de desenvolvimento rural Prof. Glauco Schultz
FCE/IEPE/PGDR/UFRGS
Ilhéus/BA, 28/08/2013
Prof. Glauco Schultz 1
Roteiro da apresentação
1) Arranjos interorganizacionais: emergência do fenômeno;
2) Conceitos e abordagens para estudo dos arranjos
interorganizacionais:
-‐ Agribusiness; Commodity Systems Approach; Filière; Complexo Agroindustrial; Cadeias ProduGvas Agroindustrias; Sistemas Agroindustriais;
-‐ Economia Industrial; Economia dos Custos de Transação; Aglomerados ProduGvos;
Supply Chain Management; Neoins<tucionalismo organizacional; Nova Sociologia Econômica;
3) Tendências dos mercados de alimentos por segmento das cadeias produ0vas.
Prof. Glauco Schultz 2
Debate sobre desenvolvimento econômico capitalista:
industrialização – especialização da produção -‐ divisão do trabalho.
-‐ expansão dos mercados externos com impacto na redução dos custos de produção (economias de escala); -‐ manutenção de preços no mercado interno (garanGa de lucro e do poder de compra da população).
Desenvolvimento econômico – dois caminhos: progresso técnico e comércio exterior
Prof. Glauco Schultz 3
Arranjos interorganizacionais: emergência do fenômeno
Funções básicas da agricultura para o modelo clássico de desenvolvimento econômico:
-‐ liberar mão de obra para a indústria e diminuir a pressão sobre os salários urbanos; -‐ fornecer alimentos e matérias primas para o setor urbano-‐industrial; -‐ gerar divisas externas com aumento das exportações (financiar o desenvolvimento); -‐ transferir poupança para inves0mentos na indústria e na infraestrutura econômica e social; -‐ cons0tuir mercados para bens industriais
Fonte: Souza, 1999
Prof. Glauco Schultz 4
Arranjos interorganizacionais: emergência do fenômeno
Desenvolvimento como um processo de crescimento ar0culado entre as suas partes (Souza, 1999).
-‐ uma economia é subdesenvolvida quando faltam-‐lhe algumas partes; -‐ as relações de interdependência na economia promovem crescimento,
aumentando a escala de produção e diminuindo custos; -‐ análise das (des)conexões entre setores; -‐ avaliação das aGvidades que não acessam mercados internos ou que somente
acessam mercados externos; -‐ integração verGcal e horizontal entre os setores.
Matriz Insumo-‐Produto (Wassily Leon0eff, 1941)
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Arranjos interorganizacionais: emergência do fenômeno
Pólo de Crescimento (polarização técnica) como polo de desenvolvimento: concentração industrial, economias de aglomeração, interdependência técnica (linkages) com outras indústrias e formação do complexo industrial. Fluxos de produtos e de renda que geram crescimento em outras indústrias -‐ forças centrípedas e forças centrífugas (François Perroux, 1955) Estratégia de crescimento desequilibrado: os invesGmentos devem ser efetuados em setores selecionados (setores chave) e não em diversas aGvidades econômicas – linkages, interligações ou efeitos de encadeamento (horizontais e verGcais) – compra e venda de insumos (backward effects e forward effects) (Albert Hirschman, 1958)
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Arranjos interorganizacionais: emergência do fenômeno
• análise (sistêmica) que rompe com a divisão setorial da economia entre agropecuária, indústria e serviços -‐ Teoria Geral de Sistemas (Bertalanffy, 1968);
• análise das estruturas imperfeitas de mercado (poder) e das implicações para
as estratégias e compeGGvidade das empresas que compõem uma cadeia produGva -‐ Economia Industrial – oligopólios (Marshall) diversos mercados (Sraffa, 1926); concorrência imperfeita (Robinson, 1933); concorrência monopolísGca (Chamberlin, 1933); Teoria dos Jogos (Neumann; Morgenstern, 1947; Jogos não cooperaGvos (Nash, 1950);
• consideração das insGtuições como determinantes das relações econômicas na
cadeia produGva (mecanismos de coordenação – relações contratuais e integração verGcal – e papel do Estado) -‐ Nova Economia InsGtucional e a Economia dos Custos de Transação; (Coase, 1937; Williamson, 1971)
• cooperação e relacionamentos entre os agentes de uma cadeia produGva com o objeGvo de gerar eficiência sistêmica -‐ Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos -‐ LogísGca integrada e vantagem compeGGva (Oliver e Webber, 1982; Bowersox, 1986; Stevens, 1989; Christopher, 1992).
7 Prof. Glauco Schultz
Arranjos interorganizacionais: emergência do fenômeno
Fatores explicaGvos da dinâmica de funcionamento das cadeias produGvas agroindustriais
Destaca-‐se a importância da inovação tecnológica como indutora das mudanças
Prof. Glauco Schultz 8
Aumento da produ0vidade dos fatores de produção
No período de 30 anos, entre 1975 e 2005, a produção agropecuária brasileira aumentou 208% sendo que a
produ0vidade dos fatores de produção (terra, insumos, máquinas e mão de obra) foi responsável por
72% desse crescimento.
Fonte: Gasques; Bastos; e Bacchi (2008)
Estudo sobre as esGmaGvas da produGvidade total dos fatores (PTF), para 29 produtos da lavoura temporária, 32 produtos da lavoura permanente, 6 produtos de origem animal, 3 Gpos de carnes (bovina, suína e de aves), e cálculo da produGvidade da terra, mão de obra e capital (ferGlizantes, defensivos e máquinas agrícolas).
9 Prof. Glauco Schultz
Aumento da produção agropecuária
A produção agropecuária mundial terá que crescer 70% até 2050 para suprir o aumento populacional de 38% e a quan<dade de 3.130 KgCal/per capita/dia, em comparação com 2005/2007.
A produção mundial de carnes e de cereais deverá crescer 85% e 49%,
respecGvamente, visando incrementar, até 2050, em 1 bilhão de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne, sendo que 90% desse crescimento será oriundo de um rendimento mais elevado, e somente 10% do aumento da
quanGdade de terras uGlizadas para culGvos e criações. Fonte: BRUINSMA, 2009.
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Visão desenvolvimenGsta – 1950/1970: industrialização, políGcas públicas, crescimento econômico; Estabilidade macroeconômica – década de 1980: globalização da economia, modelos flexíveis de produção, terceirização, surgimento da informáGca; no Brasil, retomada da discussão sobre a questão agrária; Novas funções para a agricultura – década de 1990
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Arranjos interorganizacionais: emergência do fenômeno
Mul0funcionalidade da agricultura
• Funções públicas exercidas pela agricultura. Bens públicos: -‐ auto-‐consumo; -‐ segurança alimentar; -‐ coesão social; -‐ herança cultural (produtos caseiros); -‐ conservação do território e da paisagem agrícola; -‐ diversidade agrobiológica; -‐ saúde sanitária.
(Carneiro, 2002; Maluf, 2002 ) Prof. Glauco Schultz 12
MulGfuncionalidade da agricultura
Debate que surgiu na França:
-‐ esvaziamento do espaço rural; -‐ deterioração do meio ambiente; -‐ preocupação com a segurança alimentar; -‐ desvio da políGca agrícola para o desenvolvimento rural;
-‐ noção que pretende romper com o viés setorial da políGca agrícola.
Prof. Glauco Schultz 13
Análise de Cadeias produ0vas
• análise do conjunto de setores que se inter-‐relacionam e se complementam com o objeGvo de atender aos mercados;
• existência de fortes vínculos intersetoriais ou entre blocos
de indústrias; • ferramenta de análise da compeGGvidade empresarial ou
setorial (especificidades produGvas, tecnológicas, econômicas e insGtucionais);
• recorte analíGco flexível: foco das análises (questões de
pesquisa); instrumental teórico; e abrangência da invesGgação;
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I N S U M O S
Processa-
mento
Agroindústria
Comerciali-zação
Atacadista
Comerciali-
zação
Varejista
MERCADO CONSUMIDOR
NOVOS MERCADOS
AMBIENTE ORGANIZACIONAL
AMBIENTE INSTITUCIONAL
Fluxo de capital e de informações Fluxo de materiais
Figura 2: Representação esquemática da cadeia produtiva Fonte: Castro et al (1995)
PROPRIEDADE AGRÍCOLA
Sistemas Produtivos
1, 2, 3, n
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Figura 1 – Caracterização sintéGca de uma cadeia produGva inserida em um ambiente insGtucional, com organizações e setores de apoio. F o n t e : a d a p t a d o d e ZYLBERSZTAJN; NEVES (2000) e BATALHA (1997)
Instrumental analí0co para formulação de estratégias empresariais e de polí0cas públicas.
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Cadeias produ0vas
Análise de cadeias produ0vas
• Relações econômicas de produção (poder de barganha); • Estágios de um sistema técnico-‐econômico (inovação); • Seqüência de etapas por onde passa um produto até chegar
ao consumidor final (logísGca); • Conjunto de aGvidades e de arranjos insGtucionais que
viabilizam as transações entre empresas e consumidores nos mercados (comercialização);
• Conjunto de relações de troca (mercados).
Prof. Glauco Schultz 18
Análise de Cadeias Produ0vas
Objetos de estudo e aportes teóricos: -‐ relações de dependência – ECD/EI -‐ localização/externalidades – CLUSTERS/DISTRITOS -‐ coordenação – NEI/ECT -‐ gerenciamento – SCM
-‐ organizações e insGtuições -‐ TI
Prof. Glauco Schultz 19
• Nível de análise (meso? micro? Macro? – unidade de análise microeconômica, como espaço de decisão dos agentes econômicos, ou uma unidade de agregação setorial (firmas, indústria) para análises macroeconômicas?
• cadeias produGvas empresariais: empresas (ou conjunto de poucas empresas) como etapas e fluxos logísGcos representaGvos dos intervalos;
• cadeias produGvas setoriais: setores econômicos (ou indústria) como etapas e os mercados como intervalos
Prof. Glauco Schultz 20
Análise de cadeias produ0vas: em síntese:
Abordagens pioneiras -‐ Agribusiness -‐ soma total das operações ... (Davis; Goldberg,
1957) -‐ Commodity Systems Approach – CSA -‐ engloba todos os
parGcipantes e inclui as insGtuições (Goldberg, 1968) -‐ Analyse de Filières -‐ sequência de operações ... (Malassis, 1968,
1979; Morvan, 1985)
-‐ Complexo Agroindustrial (CAI) – nível de agregação (complexo industrial) Haguenauer, 1984; Araujo, Wendekin, Pinazza, 1990; Possas, 1990; industrialização e modernização da agricultura (Muller, 1982, 1983, 1989; Szmrecsányi, 1983;; Guimarães, 1976; 1982; Kageyama et al, 1987; Silva, 1996;)
21 Prof. Glauco Schultz
• Teoria do oligopólio (concentração, crescimento das firmas, concorrência, diferenciação dos produtos, barreiras à entrada, economia de escala e de escopo, localização industrial);
• Análise dos condicionantes das estratégias empresariais em determinadas indústrias (setores);
• Surge com mais ênfase a parGr de 1920 com a preocupação de formular políGcas públicas econômicas (intervenção governamental) no contexto do livre mercado:
-‐ regulamentação ou desregulamentação das indústrias de u0lidade pública;
-‐ promoção da concorrência (Leis an0truste e de livre comércio);
-‐ esgmulo ao progresso tecnológico (concessão de patentes e subsídios).
Economia Industrial
Prof. Glauco Schultz 22
Economia Industrial
O que explica a heterogeneidade do desempenho das empresas em uma indústria (lucros acima da média)? -‐ concentração do mercado em poucas empresas;
-‐ diferenciação dos produtos (poder de monopólio);
-‐ barreiras à entrada; Prof. Glauco Schultz 23
Barreiras à entrada (Bain, 1956):
“[...] qualquer condição estrutural que permita que empresas já estabelecidas em uma indústria possam praGcar preços superiores ao compeGGvo sem atrair novos capitais.”(Kupfer, 2002, p. 113)
• existência de economias de escala;
• diferenciação de produto associada à promoção de vendas e publicidade;
• vantagens absolutas de custo independente de escala;
• caráter insGtucional (patentes, franquias, compras governamentais);
• integração verGcal de firmas já estabelecidas;
• necessidade de elevados invesGmentos iniciais.
Economia Industrial
Tipos de oligopólios: concentrado; diferenciado; compeGGvo.
“Qualquer fator que impeça a livre mobilidade do capital para uma indústria no longo prazo e, consqüêntemente, torne possível a existência de lucros supra-‐normais permanentes da indústria.”(Kupfer, 2002, p. 111)
Prof. Glauco Schultz 24
Aumento das fusões e aquisições QUADRO 2 - Fusões e aquisições que ocorreram no Brasil, entre 1994 (início do plano real) e 2009, nos cinco setores com maior número de transações registradas
RANKI
NG
SETOR Nº DE TRANSAÇÕES
1º Alimentos, bebidas e fumo 576
2º Tecnologia de informação (TI) 489
3º Telecomunicações e mídia 352
4º Instituições financeiras 333
5º Companhias energéticas 285
Fonte: elaborado a parGr de KPMG, 2009
25 Prof. Glauco Schultz
Concentração do faturamento 2003 2008
Entre as 3 primeiras colocadas 27% 38%
Entre as 5 primeiras colocadas 33% 41%
Entre as 10 primeiras colocadas 39% 46%
Entre as 20 primeiras colocadas 45% 52%
Entre as 50 primeiras colocadas 50% 58%
Aumento da concentração do setor varejista QUADRO 3 - Evolução da concentração do faturamento do setor supermercadista entre as primeiras colocadas no ranking brasileiro, nos anos de 2003 e 2008
Fonte: SUPERHIPER, 2009
Figura 1 – Cinco forças compeGGvas Fonte: PORTER, 2004, p. 4.
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A empresa é uma instituição econômica que participa nos mercados
comprando insumos e vendendo bens e serviços. A empresa também organiza o local de trabalho e transforma recursos escassos em produtos e
serviços que são vendidos nos mercados.
MAS POR QUE AS EMPRESAS EXISTEM?
Por que toda a produção não é realizada em uma única grande empresa?
Quais as razões que impedem o planejamento de toda a produção?
Quais os limites para o crescimento das empresas?
Economia dos Custos de Transação
Prof. Glauco Schultz
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Custos de Transação
As respostas a estas perguntas são possíveis por meio da análise dos custos burocráticos e hierárquicos, internos e externos, expandindo a
visão neoclássica de custos de produção.
As empresas buscam minimizar os custos de produção (teoria neoclássica) e os custos de transação (teoria institucional*).
Geralmente, os custos de gerenciar as transações econômicas por meio de mercados é maior do que os custos de gerenciar as transações econômicas dentro dos limites das
empresas.
Com esta definição sobre a natureza das empresas o professor Ronald Coase recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1992.
COASE, R. H. The Nature of the Firm, Economica,Vol. 4 (novembro de 1937), pp. 386-405
(Estudante de 21 anos de idade na London School of Economics)
* Nova Economia Institucional (NEI) e a Economia dos Custos de Transação (ECT) Prof. Glauco Schultz
Pressupostos da ECT: • existem custos na uGlização do sistema de preços e na condução de
contratos intra-‐firma (descoberta dos preços, negociação de contratos, fiscalização e resolução de conflitos);
• o ambiente insGtucional ( sistema de normas) interfere nos custos de transação e nos processos de transferência de propriedade;
• a racionalidade é limitada, ou seja, existe capacidade limitada de receber, estocar, recuperar e processar informações, gerando, portanto, contratos incompletos;
• os indivíduos ao buscarem o seu auto-‐interesse podem agir de forma oportunísGca.
Economia dos Custos de Transação
Prof. Glauco Schultz 28
ECT -‐ Esquema de três níveis de Williamson (1993)
• Ambiente insGtucional condiona o surgimento de formas organizacionais minimizadoras de custos de transação. Ex: garan<as legais de propriedade intelectual altera a forma eficiente de governança.
• Os indivíduos são considerados racionais, mas de forma limitada, e oportunistas ( a u t o i n t e r e s s a d o s c om a v i d e z ) , condicionando as formas organizacionais minimizadoras de custos de transação. Ex.: os contratos são incompletos devido ao comportamente aé<co.
• A estrutura de Governança é, portanto, resultado do ambiente insGtucional e dos pressupostos comportamentais dos indíviduos.
Prof. Glauco Schultz 29
• Estruturas de Governança – mercado, híbrida (dependência bilateral balizada por contratos); hierárquica (integração verGcal);
• Aspectos contratuais: flexibilidade ex-‐post; desenho contratual ex-‐ante; incenGvos; arbitragem pública/privada; confiança;
• Pressupostos comportamentais dos indivíduos: racionalidade limitada e oportunismo; • CaracterísGcas das transações: especificidades dos aGvos; frequência; incerteza;
• Ambiente organizacional: bureaus públicos e privados; associações; organizações políGcas; informação; tecnologias;
• Ambiente insGtucional: sistema legal; aspectos culturais; tradição e costumes; organizações políGcas; aspectos internacionais.
Economia dos Custos de Transação
InsGtuições são restrições construídas (regras do jogo) que estruturam e restringem a interação social, econômica e políGca. Podem ser informais (tabus, costumes, códigos de conduta, ...) ou formais (consGtuição, leis, ...) (MacroinsGtuições -‐ North, 1991, 1994)
Prof. Glauco Schultz 30
• alianças, parcerias, relações de cooperação.
Foco nos fatores relacionais. • “[...] suprimentos iniciam e dirigem as aGvidades da cadeia.” (Borrás et al,
2006, p. 29). • SCM – gerenciamento dos canais de aquisição e distribuição por empresas que
adicionam valor ao longo dos fluxos de produtos.
• SCM – relações de cooperação (horizontais e verGcais) ao longo da cadeia com o objeGvo de gerenciar os fluxos de produção e de informações voltados para minimização de custos e de adição de valor aos clientes.
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos
Prof. Glauco Schultz 31
Gerenciamento da cadeia de suprimentos
Premissa segundo a qual a cooperação entre membros da cadeia reduz os riscos individuais o que pode ocasionar uma melhor eficiência na logísGca, eliminando perdas e esforços
desnecessários.
Redes de organizações que buscam cooperar para compe0r.
Gerencimanto da cadeia de suprimentos é uma extensão da logís0ca.
Fonte: BOWERSOX (1996) apud WOOD & ZUFFO,1998
Prof. Glauco Schultz 32
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos
Três caracterís0cas predominantes:
• gestão comparDlhada; • cooperação; • contratos flexíveis e de longo prazo.
Prof. Glauco Schultz 33
Cadeia de suprimentos
“[...] rede de organizações [...] que produzem valor na forma de produtos e serviços que são entregues ao consumidor final ( MARABITO; IANNONI, 2007, p. 193)
SCM (BOWERSOX, 1998): sequência de compradores ou vendedores trabalhando em conjunto para levar o produto da origem até a casa do consumidor. Conjunto de relacionamentos. LOGÍSTICA (BALLOU, 2001): fluxos de bens e serviços e de informações, considerando as variáveis tempo, espaço e custo. Infraestrutura de transporte (modais): suporte para as aGvidades relacionadas à logísGca.
Prof. Glauco Schultz 34
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos
.
O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, ou o Supply Chain Management (SCM) “[...] é o lado operacional da
coordenação da cadeia [...]”, sendo a coordenação a forma de promover a cooperação compeGGva por meio da
interdependência entre os diferentes agentes (governança) buscando minimizar os custos de transação (FURLANETTO,
2002, p. 81).
Prof. Glauco Schultz 35
Aglomerados produ0vos
Contribuições para os estudos sobre desevolvimento econômico: papel das empresas (pequenas e aglomeradas) e do território na dinâmica econômica. • Espaço, proximidade, localização, território e territorialidade –
categorias esquecidas ao longo do século 20 (empresas globais descontextualizadas) e resgatadas no campo cien�fico a parGr da década de 70.
• Inicialmente com os estudos sobre os distritos marshallianos (externalidades e distritos industriais) na Terceira Itália (Europa em um contexto de integração).
• Posteriormente com contribuições da economia industrial, nova geografia econômica e da economia da inovação.
Prof. Glauco Schultz 36
Aglomerados produGvos
• como são abordagens que servem a diferentes i n te res ses ( a cadêmicos , empresa r i a i s e governamentais) apresentam diversas perspecGvas, dependendo de onde é aplicada e por quem é uGlizada.
• evidências sobre: geração de emprego, crescimento econômico regional, desenvolvimento tecnológico, compeGGvidade empresarial e exportações no contexto da globalização.
Prof. Glauco Schultz 37
Aglomerados produGvos
Tema considerado "espinhoso": “Alguém que tenha percorrido a literatura dessa área tem se confrontado com um tema permeado de nuances, deparando-‐se com um quadro de complexidade, parGcularmente na sua conceituação. Olha-‐se para uma determinada aGvidade econômica e defronta-‐se com um Gpo de arranjo, invesGga-‐se outra e se vê diante de algo que mostra algumas semelhanças com o primeiro, mas que também tem parGcularidades próprias. Ao se analisar uma terceira, a mesma pode em sua organização exibir uma combinação das caracterísGcas dos dois primeiros e, assim, sucessivamente.” (COSTA, 2012, p. 09) COSTA, Achyles Barcelos da. O papel dos Arranjos ProduGvos Locais, das grandes empresas e das cadeias produGvas no desenvolvimento econômico. In: BREITBACH, Áurea Corrêa de Miranda (Org.) Os desafios do desenvolvimento local. Porto Alegre: FEE, 2012
Formas de organizações industriais (entre o fordismo e a especialização flexível):
grandes empresas – cadeias produ0vas -‐ distritos industriais -‐ mercados atomizados Prof. Glauco Schultz 38
Aglomerados produ0vos
Elementos chave no processo de “clustering”: Existência de externalidades (proximidade geográfica das empresas): mercado de mão de obra; insumos especializados; difusão de informações; redução de custos de transação (confiança).
Prof. Glauco Schultz 39
Aglomerações de empresas Debate sobre desenvolvimento, considerando:
• ênfase nos arranjos �sicos/geográficos de empresas x ênfase nas pessoas, nas relações (sociais, políGcas econômicas) e entre empresas e atores;
• ênfase no local x regional, nacional;
• economias externas incidentais (eficiência coleGva passiva – resultado da localização) x economias externas intencionais (eficiência coleGva aGva – resultado das ações cooperaGvas).
Prof. Glauco Schultz 40
Abordagens teóricas
• Nova geografia econômica – CINTURÃO INDUSTRIAL
• Neo-‐marshallianos – DISTRITOS INDUSTRIAIS
• Neo-‐schumpeterianos -‐ APLs/SLPs
• Economia industrial – CLUSTERS
Prof. Glauco Schultz 41
Nova geografia econômica Efeitos da localização sobre os rendimentos crescentes (economia de escala). Objeto de estudo: influências das externalidades na concentração espacial da produção. Forças que induzem ou desesGmulam a concentração geográfica de empresas: -‐ Forças centrípedas ou economias externas – linkages (encadeamentos para
trás e para frente) e spillovers (transbordamentos);
-‐ Forças centrífugas ou deseconomias externas – congesGonamento, aluguéis, poluição;
Contribuições da Economia do Desenvolvimento (Perroux, Hirschman), da Teoria Neoclássica da Localização e das externalidades aglomeraGvas de Marshall. Prof. Glauco Schultz 42
Neo-‐marshallianos – Distrito industrial Sistema sócio-‐territorial (comunidade de pessoas, conjunto de empresas e atmosfera industrial). Especialização flexível (pequenas e médias empresas) em subsGtuição às grandes empresas. Equilíbrio entre cooperação e compeGção (coordenação/governança). Terceira Itália: pequenas e médias empresas, baixos níveis de desemprego e concentração geográfica das aGvidades.
Cooperação, confiança, reciprocidade -‐ capital social Prof. Glauco Schultz 43
Neo-‐schumpeterianos – APLs/SLPs
Os parâmetros da concorrência entre empresas se modificam ao longo do processo e são dependentes da trajetória (path dependence). Os arranjos insGtucionais estabelecidos nos sistemas produGvos localizados e a capacidade de inovação e de geração e de apropriação de conhecimentos tácitos e formalizados. Inovações surgem de processos cumulaGvos e evolucionários. Importância do ambiente insGtucional: condições históricas, culturais e cogniGvas específicas que levam a formas diferentes de gerir, acumular e disseminar conhecimentos e capcitações. O sistema de inovação e de conhecimento sinaliza a alocação de recursos para os APLs.
Prof. Glauco Schultz 44
Economia industrial -‐ Clusters Economias externas (às empresas) e internas aos clusters
(vantagens compe00vas):
• concentração geográfica: facilita o comparGlhamento de informações;
• diversidade de agentes econômicos, políGcos e sociais: facilita a inovação;
• formas de coordenação: favorece economias de escala;
• relevância da aGvidade: facilita o apoio público/estatal. Clusters – trata-‐se de um modelo normaGvo (diamante), uGlitarista (busca da compeGGvidade empresarial) e voluntarista (liberdade de cooperação) e assume uma forma menos difusa do que outras abordagens (mais intuiGvas e induGvas).
Prof. Glauco Schultz 45
Teoria Ins0tucional Precursores da escola insGtucionalista: costumes e convenções determinam o comportamento econômico. Economistas – Thorstein Veblen (1857 – 1929), John Commons (1862 – 1945) e Westley Mitchel (1874 – 1948) Sociólogos – Émile Durkheim (1858 – 1917); Max Weber (1864 – 1920); Talco� Parsons (1902 – 1979); Robert Merton (1910 – 2003) Veblen, T. The Theory of the Leisure Class, 1899. -‐ consideração da dinâmica das sociedades e não somente dos seus eventos parGculares -‐ ênfase nas relações sociais e rompimento com o individualismo metodológico do laissez-‐faire. -‐ os indivíduos deixam de ser vistos somente com moGvação econômica (maximização). -‐ as insGtuições, a cultura, os valores e a história definem a dinâmica das relações sociais. -‐ críGca aos neoclássicos e à noção de equilíbrio (sistema de preços e livre mercado). Teorias ins0tucionalistas – partem da discussão de suas diferenças com o neoclassismo e de suas afinidades com o evolucionismo (aspectos históricos). “É razoável aceitarmos que a indefinição dos limites do que se quer por insGtucionalismo acabou servindo como meio para depreciá-‐lo: afinal aquilo que vem para explicar tudo acaba nada explicando.”(Silva, 2010, p. 315) Prof. Glauco Schultz 46
Os desajustes econômicos são inerentes à vida econômica e não estão relacionados somente aos fatores de produção. Oposição às explicações (psicológicas) dos economistas neclássicos sobre o comportamento dos consumidores: ação racional e inteligente guiada pela ação e disposição de obter prazer e evitar a dor. Concepção hedonista da natureza humana.
A escola insitucionalista surge em um contexto de reação ao surgimento dos grandes empresas oligopólicas em busca de reforma social. Uma crí0ca não marxista à
consolidação capitalista.
“Em 1900, o valor total da produção de manufaturados era 40% superior ao de 1890 e sete vezes maior do o de 1860. Em menos de 40 anos os Estados Unidos tornaram-‐se a maior potência industrial do mundo. Em 1894 já eram responsáveis por cerca de um terço da produção mundial de bens manufaturados.” (Almeida, 1987, p. XI) Impactos da industrialização: • mudanças dos sistemas de valores e nos esGlos de vida; • desaparecimento das pequenas empresas; • críGca à capacidade da compeGção em proporcionar o funcionamento óGmo da
economia; • críGca à moral pecunária do sistema capitalista.
Teoria InsGtucional
Prof. Glauco Schultz 47
InsGtuição: • hábitos, regras e sua evolução; • o que os indivíduos fazem possui relação com o comportamento dos outros (coleGvo); • usos e costumes, leis, códigos de conduta, modos de pensar e agir culturalmente
sacramentados; • padrão organizado de comportamento coleGvo (universo cultural); • um padrão de ação coleGva que com o tempo se torna uma insGtuição; • portanto, as insGtuições são fenômenos sociais.
Objeto de estudo: análise dos hábitos de pensamento e dos costumes que criam ro0nas e prá0cas aceitas, sendo que o comportamrnto econômico é somente
mais uma das expresses da complexa realidade social. Do comportamento individual (individualismo metodológico) ao comportamento coleGvo (estrutura social). “O conceito de insGtuição vem sendo empregado há anos em estudos sociológicos e organizacionais. Entretanto, conGnua a ser um dos conceitos mais controversos em termos de concepção teórica e de aplicação práGca.” (Peci, 2006, p. 02)
Teoria InsGtucional
Prof. Glauco Schultz 48
PerspecGvas insGtucionalistas: PerspecGva políGca – aspectos legais e administraGvos das estruturas de governo PerspecGca econômica – críGca à noção de equilíbrio (pelos clássicos) e NEI PerspecGva sociológica – normas culturais, contextos insGtucionais e insGtucionalização Philip Selznick (1919 – 2010) -‐ pioneiro do neoins0tucionalismo sociológico aplicado às análises organizacionais Selznick, Philip. Leadership in Administra<on: a Sociological Interpreta<on, 1957.
• a organização é uma expressão dos valores sociais oriundos do ambiente em que estão inseridas; • influências dos padrões culturais nas condutas das organizações; • o insGtucionalismo sociológico recebe contribuições da ciência políGca, da sociologia e da psicologia norte
Americana, a parGr das décadas de 1950 e 1960;
Selznick propõe uma diferença analíGca entre organizações e insGtuições: Organizações: instrumento técnico para mobilização de energias humanas fazendo cumprir objeGvos já estabelecidos Ins0tuição: produto natural e das pressões e necessidades sociais; Portanto, as organizações podem tornarem-‐se insGtuições quando assumem um caráter especial e de competências singulares, mediante transformação de um ordenamento técnico para um organismo social.
Teoria InsGtucional
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Novo Ins0tucionalismo Sociológico aplicado às análises organizacionais Década de 1970 (Meyer e Rowan, 1977 e Zucker, 1977) uGlizando o conceito de insGtuição desenvolvido por Bergman e Luckman (1966): exteriorização (insitucionalização); objeGvação (legimitação); interiorização (socialização) MEYER, J. W.; ROWAN, B. Ins<tu<onalized organiza<ons: formal structure as myth and ceremony, 1977. ZUCKER, L. G. The role of ins<tu<onaliza<on in cultural persistence, 1977. BERGER, P. L.; T. LUCKMANN. Social Construc<on of Reality: A Trea<se in the Sociology of Knowledge, 1966. CaracterísGcas principais – ampliação da noção de ambiente; revisão da teoria da burocracia de Weber (os processos burocráGcos não ocorrem somente para aumentar a eficiência e a compeGção); e uGlização do conceito de estruturação de Giddens (síntese entre ação e estrutura).
“Muitos elementos da estrutura formal estão altamente insDtucionalizados e funcionam como mitos” (MEYER; ROWAN, 1999, p. 83).
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Neoins0tucionalismo organizacional Discussão sobre existência/sobreviência da organização e eficiência organizacional: A teoria neoclássica afirma que a existência das empresas é explicada pelas suas eficiência. Existência como eficiência ó0ma! A sobrevivência de uma empresa é uma explicação tecnológica e também ins0tucional.
Influência do ambiente (técnico e ins0tucional) na eficiência das empresas.
• A sobrevivência das empresas depende, também, da sua legiGmidade (aspectos simbólicos das organizações);
• As organizações buscam alinhar as suas metas com os valores sociais mais amplos para obterem
recursos escassos (Souza, 2012); • As condições do ambiente em que as organizações estão inseridas é que vão determinar de ela
necessitará de mais legiGmidade ou mais eficiência (Souza, 2012, p. 65); • As organizações sobrevivem porque comparGlham valores no campo organizacional; • As organizações não realizam somente trocas materiais para sobreviverem, mas também trocas
simbólicas; •
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Neoins0tucionalismo organizacional Dimensões do ambiente organizacional: Ambiente técnico – eficiência organizacional das ações, processos e estruturas. As organizações inseridas em ambientes mais técnicos do que insGtucionais, crescem e sobrevivem pela avaliação dos seus resultados (lucro, qualidade dos produtos, ...). Ambiente ins0tucional – legiGmidade das ações, processos e estruturas. As organizações inseridas em ambiente mais insGtucionais do que técnicos, crescem e sobrevivem pela avaliação das suas condutas (reação à pressões ambientalistas, programas sociais, ...).
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Neoins0tucionalismo organizacional As organizações não competem somente por recursos e consumidores
mas também por legiDmidade insDtucional. Tipos de legiGmidade (pilares regulaGvo, normaGvo e cogniGvo das insGtuições): • legi0midade como grau de conformidade com as regras – regulação,
monitoramento e sanção legal (diligência);
• legi0midade como conformidade moral – normas, valores sociais, cerGficação e acreditação (obrigação social);
• legi0midade como conformidade iden0tária – visões comparGlhadas da realidade e representações simbólicas (cultura).
A busca por melhor eficiência e maior legiGmidade insGtucional, ao longo do tempo, resulta no isomorfismo compe00vo e ins0tucional (ambientes compeGGvo e insGtucional, respecGvamente). Prof. Glauco Schultz 53
Contribuições da Teoria Ins0tucional
Análise do ambiente em que as organizações estão inseridas.
Ambiente insGtucional (legiGmidade) e ambiente técnico (eficiência).
-‐ perspecGva tradicional (racional) – organização e ambiente como concretos e tangíveis, mas separados. Ambiente organizacional definido pelo limite do mercado e da indústria;
-‐ perspecGva interpretaGva (relaGvista) – organização como universo cogniGvo, construção mediante
comparGlhamento de esquemas interpretaGvos. Importância das representações;
Ambiente externo – construção dos indivíduos e diferentes interpretações. Os integrantes da organização constróem e interpretam o ambiente em que estão
inseridos. A organização é uma arena social impregnada pelo ambiente (Machado-‐da-‐Silva, 2004 baseado em Granove�er, 1985). Fonte: Machado-‐da-‐Silva; Fonseca (2010); Fonseca; Machado-‐da-‐Silva (2002); Machado-‐da-‐silva (2004)
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Contribuições da Teoria ins0tucional
Estratégia – Conflito, combate, rivalidade!
Decisões técnicas e econômicas – estratégias de eficiência Decisões insGtucionais -‐ estratégias de legiGmação
Influência das redes relacionais e dos elementos culturais socialmente construídos na definição das estratégias e da compeGGvidade. Os significados externos e a interpretação da realidade norteiam a conduta organizacional.
Ins0tucionalização -‐ crenças e ações transformam-‐se em regras de conduta social (ro0nas e concepções compar0lhadas da realidade).
Relações de troca simbólica no campo organizacional -‐ comparGlhamento de valores no campo organizacional. Estabelecimento das estratégias nas organizações (processo) ocorre com o objeGvo fundamental de aGngir legiGmidade insGtucional -‐ baseada nas crenças e valores socialmente aceitos. Fonte: Machado-‐da-‐Silva; Fonseca (2010); Fonseca; Machado-‐da-‐Silva (2002); Machado-‐da-‐silva (2004)
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Contribuições da Teoria ins0tucional CompeGGvidade – desempenho (lucro, parGcipação no mercado, ...) e eficiência técnica (preço, qualidade, ...). CompeGGvidade (enfoque insGtucional) -‐ “as organizações também competem pelo alcance da legiGmidade insGtucional” – Isomorfismo (coerciGvo, miméGco, normaGvo). Fonte: Machado-‐da-‐Silva; Fonseca (2010); Fonseca; Machado-‐da-‐Silva (2002)
Definições de competitividade Indicadores de avaliação Competitividade como desempenho
ou revelada (ex-post)
Participação no mercado, lucratividade
(determinantes da demanda) Competitividade como eficiência
ou potencial (ex-ante)
Custos, produtividade e inovações
(determinantes da oferta)
Quadro 2: Definições de compeGGvidade e indicadores de avaliação Elaborado a parGr de: JANK; NASSAR, 2000, p. 141-‐142; KUPFER, 1993, p. 2-‐3; HAGUENAUER, 1989, p. 1-‐2; FARINA, 1999, p. 4; BATALHA; SOUZA FILHO, 2009, p. 6.
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Contribuições da Teoria ins0tucional Noção de compeGGvidade nas organizações -‐ se afasta da do desempenho aGngido nos processos de gestão da produção e de alcance de melhores posições no mercado. CompeGção – Conforme Serva; Andion (2006) as teorias administraGvas pouco consideram as variáveis de natureza social da compeGção empresarial. Compe0r é agir rapidamente considerando as mudanças ambientais. O problema é que os instrumentos consideram somente os aspectos técnicos e econômicos nas suas análises.
CompeGção – “compeGção é uma forma de conflito organizado e enquadrado socialmente” (Serva; Andion, 2006 mencioando Etzione, 1988). “CompeGção é uma forma de ação social orientada pela interação com outros atores” (Serva; Andion, 2006 mencionando Abofalia; Biggart, 1991)
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Nova Sociologia Econômica Ação econômica e estrutura social -‐ rede de relações sociais (Harrison White; Mark Granove�er) CríGca à sociologia estrutural e funcionalista e uGlização da noção de enraizamento social – (social embeddedness) Embeddedness – inserção, imersão, enraizamento, incrustação, imbricação. NSE – contribuições da sociologia para análise das aGvidades de produção, distribuição, troca e consumo de bens e serviços. Explicação de fenômenos econômicos a parGr de categorias da sociologia.
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NOVA SOCIOLOGIA ECONÔMICA Discussão sobre a o enraizamento (embeddedness) da economia nas estruturas sociais, políGcas, culturais e cien�ficas. Portanto, para entendimento dos mercados é necessário analisar essas estruturas sociais que influenciam a vida econômica. Sociologia Econômica – contribuições pioneiras do antropólogo Karl Polany (A grande transformação, 1944).
Relações entre economia, sociologia e cultura. Sociedade tradicional – a economia era delimitada pela regras e costumes e de organização social (enraizamento). Sociedade moderna – fenômeno do mercado auto-‐regulador -‐ ocorre o desenraizamento da economia das estruturas sociais e a sociedade fica à disposição do mercado. Prof. Glauco Schultz 59
Nova sociologia econômica – contribuição pioneira de Mark Granove�er (Ge�ng a Job, 1974) Estudo do mercado de emprego nos EUA (Boston) – oferta/demanda X redes sociais: 56% dos entrevistados conseguiram emprego mediante contatos pessoais, sendo que para 35% foram criadas ocupações novas que permi<ram as contratações. Os que conseguiram empregos por canais formais de<nham as piores remunerações. Publicações posteriores: Economics Ac<on and Social Structure – The problem of Embeddedness, 1985. Economics Ins<tu<ons as Social Construc<ons, 1992. Prof. Glauco Schultz 60
NOVA SOCIOLOGIA ECONÔMICA Afasta-‐se da noção de enraizamento (mediação do econômico pelo social) e cria a noção de construção social dos mercados (redes sociais determinam o funcionamento do mercado). • Análise do funcionamento dos mercados a parGr do entendimento das redes sociais.
• A ação econômica é condicionada pela interação social do indivíduo.
• A conduta de um grupo não é explicada pela soma dos comportamento individuais.
• O grupo influencia a racionalidade do indivíduo, devido às relações sociais.
Portanto, as estruturas e relações sociais não são determinadas pela estrutura econômica, mas sim o inverso. A realidade econômica é condicionada pela relações sociais.
Para a NSE as ações e as ins0tuições econômicas são construções sociais. A ação econômica está incrustrada ou imersa nas estruturas sociais (Granoveqer, 1985)
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Regularidade macro a ser explicada
Regularidade macro explicada
Interação e agregação
Indivíduos atomizados
Propriedade macro a ser explicada
Propriedade emergente explicada
Composição do sistema
Indivíduos socializados
Paradigma neoclássico
- escolha e comportamento racional; - maximização das funções de preferência e do lucro; - noção de equilíbrio; - não consideração das incertezas;
- relações econômicas regidas por contratos;
- agentes definidos pelas propriedades intrínsecas;
- vetor de preços compatibiliza as decisões individuais;
Microeconomia reducionista e microeconomia sistêmica -‐
Fonte: Prado, 2006
Mercado: “[...] é pensado como um espaço abstrato no qual se definem preços e quantidades d a s m e r c a d o r i a s t r a n s a c i o n a d a s p o r c o n s u m i d o r e s ( d e m a n d a ) e e m p r e s a s (oferta)” (Kupfer; Hasenclever, 2002, p. iv)
Mercados: “[...] conjunto de instituições sociais em que se verifica normalmente um grande número de trocas de mercadorias de um tipo específico, sendo essas trocas facilitadas e estruturadas por essas inst i tu ições. [ . . . ] os mercados são t rocas organizadas e institucionalizadas” (Hodgson, 1994, p. 175)
Construção social dos mercados - agentes organizados pelas estruturas sociais (redes de relações);
- agentes econômicos definidos pelas propriedades relacionais;
- indivíduos que possuem interesses próprios e também interesses sociais;
- as atividades econômicas se estruturam a partir de interações sociais;
- ação econômica como ação social e socialmente situada;
- mercados como espaço de relações humanas/trocas de conhecimentos;
- mercados como instituições (sistemas de regras estabelecidas e socialmente construídas que estruturam e restringem as interações sociais);
- governança (fatores extraeconômicos como determinantes das ações econômicas (atores coletivos e grupos de interesse);
- noção de trajetória e coevolução.
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NOVO INSTITUCIONALISMO SOCIOLÓGICO E NOVA SOCIOLOGIA ECONÔMICA Para ambas as abordagens (NIS e NSE) as insGtuições resultam das interações sociais de atores que buscam interesses coleGvos, distanciando-‐se da definição de insGtuição da NEI (restrições formais e informais – regras -‐ como estrutura de incenGvos) (Abramovay, 2004).
Ambas abordagens evitam as definições extremas sobre os mercado (Abramovay, 2004): • mercado enaltecido, como solução universal a todo e qualquer
problema de coordenação humana na sociedade, ou seja, é um mecanismo abstrato, acima da realidade social;
• mercado diabolizado, como expressão do egoísmo generalizado e que distorce, corrompe, degrada, a capacidade de cooperação humana.
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Segmentos Tendências
Consumidor (1) Aumento da demanda por alimentos e bebidas (2) Aumento da demanda por alimentos e bebidas com apelos relacionados à saúde
Distribuição (3) Aumento da concentração do setor varejista (4) Aumento da parGcipação das marcas próprias no setor varejista
Indústria de alimentos e bebidas
(5) Aumento das fusões e aquisições na indústria de alimentos e bebidas (6) Aumento das inovações na indústria de alimentos e bebidas
Agropecuária (7) Aumento da produção agropecuária (8) Aumento dos riscos de produção e de mercado
Indústria de insumos e máquinas agrícolas
(9) Aumento da produGvidade dos fatores de produção (10) Aumento da oferta de novas tecnologias de produção
Ambiente ins0tucional e organizacional
(11) Ampliação do uso de normas e regulamentos de garanGa da qualidade
Quadro 1 -‐ Tendências dos mercados de alimentos por segmento das cadeias produ0vas Fonte: WAQUIL; MIELE, SCHULTZ, 201O
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Análise de cadeias produ0vas: “nova” dinâmica concorrencial