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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS ANA PAULA DIAS DE SOUZA ANÁLISE BIOMECÂNICA DO CONTROLE POSTURAL EM GINASTAS: REVISÃO DE LITERATURA VITÓRIA 2018

ANÁLISE BIOMECÂNICA DO CONTROLE POSTURAL EM …€¦ · Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

ANA PAULA DIAS DE SOUZA

ANÁLISE BIOMECÂNICA DO CONTROLE POSTURAL EM GINASTAS:

REVISÃO DE LITERATURA

VITÓRIA

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

ANA PAULA DIAS DE SOUZA

ANÁLISE BIOMECÂNICA DO CONTROLE POSTURAL EM GINASTAS:

REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Centro de Educação Física e Desportos da

Universidade Federal do Espírito Santo, como

requisito parcial para obtenção do titulo de

Bacharelado em Educação Física.

Orientadora: Prof. Drª. Natália Madalena

Rinaldi

VITÓRIA

2018

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ANA PAULA DIAS DE SOUZA

ANÁLISE BIOMECÂNICA DO CONTROLE POSTURAL EM GINASTAS:

REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Centro de Educação Física e Desportos da

Universidade Federal do Espírito Santo, como

requisito parcial para obtenção do titulo de

Bacharelado em Educação Física.

Vitória, 27 de Novembro de 2018.

COMISSÃO EXAMINADORA

Profa. Dra. Natália Madalena Rinaldi

CEFD/UFES - Orientadora

Prof. Me. Victor Hugo Gasparini

CEFD/UFES

Prof. Dr. Maurício dos Santos de Oliveira

CEFD/UFES

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que permitiu mais essa conquista. Acredito que

a fé produz perseverança, e em muitos momentos precisamos dela pra continuar nossa

caminhada sem desanimar, se mantendo forte acima de tudo.

Agradeço a minha família, e em especial minha mãe Izabete, pelo apoio durante

toda a minha vida. Além do mais, esses últimos 5 anos distante de casa, suas palavras de

motivação foram essenciais nessa jornada. Essa conquista é nossa, Izabete, Gabriela,

Dirceu Júnior, Diêgo e Pedro.

Meus amigos desde os mais próximos aos distantes, em especial minhas amigas:

Franciny Dias, Rayane Firme, Alana Moreira, que considero hoje como irmãs que a

vida me presenteou. Dividimos não apenas nossas despesas nessa vida de estudante,

mas dividimos também, emoções, sorrisos e aprendizados e amaduremos muito juntas.

Paula Cristina, mais que uma professora, uma grande amiga que me ensinou valores que

levo para vida, além de me incentivar a sonhar muito além do que parecia possível.

Agradeço minha banca por aceitar o convite. O Prof. Dr. Mauricio Oliveira, que foi

muito importante na minha formação, além de me inspirar pela sua dedicação

profissional e amor pela ginástica. E também o Prof. Me. Victor Hugo Gasparini pela

disposição nesse momento importante.

E em especial agradeço minha orientadora Prof. Drª. Natália Madalena Rinaldi,

que aceitou o convite com muito carinho, e sempre mostrou disposição e dedicação em

todo o processo, mesmo com tantas responsabilidades. Agradeço por me apresentar a

Biomecânica com clareza e incentivo, o que me levou a buscar conteúdos além da

disciplina. Tudo isso foi crucial na escolha da temática, e certamente me sinto muito

feliz por unir a Biomecânica e a ginástica no meu trabalho final.

Finalizo agradecendo a todos que torcem por mim.

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Resumo

O objetivo geral deste estudo foi investigar por meio de revisão narrativa, quais são as

variáveis biomecânicas utilizadas para descrever o desempenho do controle postural em

atletas de ginástica de alto rendimento. Além disso, almejou-se investigar quais foram

as alterações nessas variáveis e suas relações com o desempenho do controle postural

em ginastas praticantes de Ginástica Artística e Rítmica de competição. Desse modo,

foram selecionadas publicações disponíveis em periódicos, revistas e bibliotecas

virtuais, tais como scielo, pubmed e Science Direct, as quais contemplassem análises

biomecânicas para investigação do controle postural direcionados às modalidades

mencionadas. Com isso, foram selecionados 13 artigos, com 2 voltados para a Ginástica

Rítmica e 11 para Ginástica Artística, onde o tipo de análise mais adotado pelos

estudiosos foram cinéticas com variáveis relacionadas ao deslocamentos do centro de

pressão. Assim, baseando-se nos dados apresentados, verificou-se que ginastas tendem a

ter melhor habilidade de manter o equilíbrio principalmente em tarefas com maior nível

de dificuldade. Contudo, embora os autores apontarem as relações dos resultados com o

treinamento dos atletas, ainda não é elucidado questões específicas da estruturação do

treino que influenciam diretamente no equilíbrio desses atletas.

Palavras-chave: Equilíbrio, Controle Postural, Ginástica, Alto Rendimento.

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Abstract

The general aim of this review was to investigate, which are the biomechanical

variables used to describe postural performance in gymnasts experts. In addition, it was

sought to investigate the changes in these variables and their relationships with the

performance of postural control in Artistic and Rythmic Gymnasts. In this context,

publications available in journals, magazines and virtual libraries like scielo, pubmed

and Science Direct were selected, which included biomechanical analyzes for research

on postural control directed to the aforementioned modalities. 13 articles were selected,

with 2 focused on Rhythmic Gymnastics and 11 on Artistic Gymnastics. Thus, the type

of analysis most adopted by the researches was kinetic, with variables related to center

pressure displacements. Therefore, based on the presented data, was verified that

gymnasts tend to have better ability to maintain the balance mainly in tasks with greater

level of difficulty. Although the authors point out the relationship between the results

and the athletes 'training, it is not yet clear which specific training structuring issues

directly influence the athletes' balance.

Keywords: Balance, Postural Control, Gymnastics, expertise

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Sumário

1.Apresentação ............................................................................................9

2.Introdução...............................................................................................10

3.Pergunta..................................................................................................14

4.Objetivo...................................................................................................14

5.Método.....................................................................................................14

6.Resultados................................................................................................15

7.Discussão..................................................................................................21

8. Considerações Finais........................................................................................24

9.Referências Bibliográficas......................................................................26

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1. APRESENTAÇÃO

Bailarina e ex-atleta de Ginástica Rítmica, ingressei no curso de bacharelado em

Educação Física no 1° semestre de 2014. Embora ter estudado em escola técnica federal

e concluído com êxito, além de ter iniciado um curso de engenharia mecânica, a minha

afinidade com a ginástica e a dança foram determinantes na escolha do curso de

Educação Física, pois de certa forma queria dar continuidade com uma vida conectada

as práticas corporais, não necessariamente como atleta, mas como profissional de

referência.

Assim, desde o primeiro semestre, me envolvi em grupos de extensão, monitoria,

trabalho voluntário, além de participar de fóruns, congressos, festivais e oficinas. Dessa

forma, todo esse envolvimento com a universidade contribuiu na minha formação

prática e acadêmica até então. Sem contar a oportunidade marcante que pude alcançar

por esse envolvimento, que foi um intercâmbio de seis meses na “Gymnastikhøjskolen i

Ollerup” na Dinamarca. Nessa escola, pude viver mais intensamente a ginástica, dança,

além de aprender sobre várias culturas, compartilhar e desenvolver minhas habilidades,

melhorar o inglês e contatos com pessoas que vou levar para a vida.

Ao cursar a matéria optativa de Biomecânica, descobri uma afinidade com a área devido

à junção de uma parte da minha experiência na escola técnica, com a aplicação de

conhecimentos da física, além da possibilidade de aplicar no esporte, mais

especificamente a ginástica. Dessa forma se deu a escolha da temática para o trabalho

de conclusão de curso para alcançar o tão almejado diploma.

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2. INTRODUÇÃO

A ginástica, tão conhecida pelos seus movimentos complexos e exuberantes, traz em

suas diversas manifestações, características que foram atribuídas ao longo da história.

Assim, autores como Oliveira e Nunomura (2012) e Souza (1992), relatam a construção

da ginástica e suas influências de diferentes períodos, contextos sociais, econômicos,

políticos e epistemológicos. Considerando essas influências, ao observar o contexto

histórico da Europa em meados do século XIX, verifica-se o surgimento de diferentes

maneiras de abordar o exercício físico, onde se deu a idealização e a constituição de

diferentes métodos ginásticos.

Na Alemanha, por exemplo, no período entre 1778 e 1825, Friederich Ludwing Jahn

idealiza a ginástica, inserindo além dos objetivos voltados para a saúde, a moral e o

caráter militar, no intuito de formar corpos saudáveis e robustos dispostos a lutar pela

nação. Além disso, ao formular também os exercícios práticos, Jahn insere obstáculos

artificiais, o que mais tarde foram denominados “aparelhos de ginástica” (SOARES,

p.51, 2007). Em quanto isso, na Suécia, o idealizador do sistema ginástico Per Henrik

Ling, desenvolve o método sueco no intuito de encorajar e fortalecer o povo impactado

pelas guerras. Além disso, Ling não se restringiu apenas a fins militares, categorizando

o seu método em Ginástica médica, pedagógica, militar e estética (LANGLADE, P.25,

1970).

Assim, por meio do que foi desenvolvido ao longo da história, contribuiu para origem

das manifestações gímnicas atuais. Oliveira e Nunomura (2012), ainda ressalta que as

diversas modalidades podem ter sofrido processos completamente diferentes na sua

constituição, o que resultou nas singularidades das suas manifestações. Nesse sentido,

Souza (1992) se refere à ginástica, atribuindo campos de classificação de acordo com

suas diferentes demandas e objetivos, como por exemplo, Ginásticas educacional,

Ginásticas de demonstração e Ginasticas de competição.

Ao destacar o campo “Ginásticas de Competição”, podemos citar a Ginástica Artística

(GA), que segundo a federação internacional de ginástica (FIG), é caracterizada pela

combinação velocidade, força, potência, flexibilidade com habilidades acrobáticas,

todas executadas com ênfase nos estilos, sendo esses masculino e feminino. E também a

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Ginástica Rítmica (GR), no qual autores como Tibeau (1988), Caçola (2007) e Botti

(2008), caracterizam a modalidade por três quesitos básicos, que são os movimentos

corporais, o manuseio de materiais e o acompanhamento musical apropriado e é

exclusivo a mulheres.

De modo geral, ao se referir à ginástica, autores como Russel (2000), Tsukamoto e

Nunomura (2005), destacam que a modalidade apresenta repertório motor e elementos

básicos de movimentação essencialmente variados, exercícios que podem ser

combinados entre si, além das interações com os aparelhos. Além disso, Russel (2000)

aponta que a ginástica promove o controle corporal, pois ela sugere a prática de diversas

ações, como giros, saltos, balanços, deslocamentos e aterrissagens. Desse modo, ao

refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem da ginástica, corroboramos com

Porpino (2004), no qual sugere que, a obtenção da maior eficiência do movimento

ginástico com o mínimo de esforço, objetiva-se também o virtuosismo dos movimentos

realizados. Portanto, ao destacar o alcance da eficiência em movimentos e interações

variadas, pode-se evidenciar a necessidade de um bom desempenho do controle

postural, que por sua vez, é definido como a habilidade de manter a relação apropriada

entre os segmentos corporais e o ambiente (CARVALHO et al., 2009). Dessa forma,

Mochizuki (2003) pontua que, essa relação entre corpo e ambiente, consiste na

representação interna do mundo externo, que é feita através de informações sensoriais

de diferentes fontes, como o sistema visual, vestibular e somatossensorial.

Além disso, ao se referir ao controle postural, é importante considerar alguns aspectos

envolvidos, como à terminologia, métodos de análise e as implicações práticas. Nesse

contexto, Carvalho e Almeida (2008) em sua descrição, relata que o controle postural

envolve a orientação postural e o equilíbrio, onde essa orientação é definida como a

habilidade de manter a relação apropriada entre os segmentos corporais e o ambiente.

Baseando-se na descrição de Hall (1993, p. 241), compreende-se equilíbrio como a

capacidade individual para controlar a estabilidade. Essa estabilidade por sua vez,

consiste na resistência a aceleração, tanto linear quanto angular ou resistência a romper

o equilíbrio. Além do mais, ao se basear nos conceitos que englobam os métodos de

análise do controle postural, implica o estudo do movimento humano. Nesse aspecto, a

Biomecânica por se apropriar das leis da física ao estudo do movimento, possibilita

análises qualitativas para avaliações não numéricas e análises quantitativas como a

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aplicação da cinética, cinemática e eletromiograia para avaliação das forças criadoras do

movimento (HAMILL e KNUTZEN, 2008, p. 26).

Assim, dentre diversos conceitos e variáveis que envolvem o controle postural, a

tentativa de compreender os fatores intrínsecos e extrínsecos envolvidos em seus

mecanismos, tem sido base para a produção de diversos artigos nos últimos anos. Por

conseguinte, dentre diversas perguntas que norteiam as produções científicas a respeito

do controle postural, alguns autores como Asseman, Caron e Cremieux (2008), Carrick

et al (2007), Dlavin (2004) e Calavalle et al (2008), tem voltado à atenção para o esporte

de alto rendimento, mais especificamente modalidades como a Ginástica Artística e

Rítmica de competição. Desse modo, ao investigar o desempenho do controle postural

de ginastas de alto rendimento, os questionamentos que baseiam esses estudos

envolvem as relações da especialidade em ginástica com a transferência de habilidade

específica para inespecífica, nível de dificuldade das tarefas posturais e comparações

com desempenho postural de não-ginastas ou outros desportistas. Para isso, um dos

principais meios utilizadas por esses estudiosos para determinar alguns parâmetros, se

baseiam em análises Biomecânicas, viabilizando assim, a utilização de algumas

variáveis que estão diretamente relacionadas com o desempenho do controle postural.

Assim, Asseman Caron e Cremieux (2008), utilizando análise cinética com plataforma

de força, investiga a influência da especialidade em ginástica no desempenho do

controle postural. Para isso, o autor compara ginastas de elite com outros desportistas, a

partir de variáveis como amplitude de Oscilação do Centro de Pressão (OCP), e

Velocidade de Deslocamento do Centro de Pressão (VCP), para descrever o

desempenho do controle postural desses sujeitos. Assim, os dados foram coletadas

durante a execução das tarefas em postura bipedal ou inespecífica (pelo baixo nível de

dificuldade) e unipedal ou específica (pelo maior nível de dificuldade), além das

condições olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF). Dessa forma ele verifica que

atletas de GA e outros desportistas, obtiveram valores referentes ao OCP e VCP

semelhantes, o que implica em suas comparações, o mesmo desempenho do controle

postural de ginastas e outros atletas em tarefas inespecíficas. Contudo, para a postura

unipedal ou relativamente específica, observou-se diferenças significativas nos valores

referentes à amplitude de OCP, onde ginastas obtiveram valores menores, evidenciando

melhor performance postural para essa tarefa. Em sua pesquisa, Carrick et al (2007),

realizou uma análise cinética com plataforma de força, para investigar a diferença de

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equilíbrio e estabilidade entre ginastas de alto rendimento e não ginastas. Dessa forma,

ele utiliza posturografia dinâmica computadorizada, para obter escores de estabilidade,

razões de fatigabilidade e índices de adaptação, enquanto os sujeitos se mantêm em

posição bipedal na plataforma, em condições OF e superfície instável. Com isso, seus

achados aponta uma diferença significativa entre os escores de estabilidade e as taxas de

adaptabilidade observadas em seus testes, onde atletas de GA apresentaram maior

estabilidade e adaptabilidade que não ginastas. Quanto ao estudo de Dlavin (2004),

utilizou-se de análise cinemática com um estabiliômetro, para investigar a performance

do equilíbrio dinâmico de atletas de alto nível. Para tanto, registrou-se a quantidade de

tempo que os participantes conseguiam manter a plataforma móvel em posição

horizontal. Por fim, ginastas tiveram melhor desempenho na tarefa de equilíbrio

dinâmico do que todos os outros grupos. Além do mais, para o estudo de Calavalle et al

(2008), também utilizou-se de análises cinéticas com plataforma de força, no intuito de

investigar a influência na especialidade em GR no desempenho do controle postural em

uma tarefa fácil e não específica (bipedal). Assim, os participantes realizaram os testes

nas condições OA e OF, enquanto era registrado valores referentes a distância média do

centro de oscilação, média das distâncias de anteroposterior, média das distâncias de

médio-lateral e medidas no domínio da frequência. Com isso, o autor verificou

diferenças para os valores correspondentes as distâncias de médio-lateral, e por fim

sugere que a especialidade em GR permite que os ginastas se especializem no controle

postural da direção lateral.

Ao que parece por meio do que foi investigado por esses autores, o melhor desempenho

de ginastas em relação aos outros grupos pode estar relacionado com a especificidade

do teste, cujas tarefas como em posição unipedal, permitem a utilização de habilidades

previamente treinadas. Assim, alguns estudiosos como Asseman Caron e Cremieux

(2008) e Dlavin (2004), sugerem que, de acordo com os níveis de especificidade, as

tarefas e condições dos testes podem estar relacionadas com as condições de

treinamento dos ginastas, como a posição unipedal de olhos abertos e a tarefa de manter

a plataforma do estabiliômetro em posição horizontal. Contudo, ainda não é claro a

relação estabelecida entre o alto nível de especialidade dos ginastas e os resultados

desses estudos, além dos os pontos comuns entre os demais estudos biomecânicos feitos

para esse tipo de investigação.

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Desse modo, o presente estudo propõe investigar por meio de revisão de literatura, o

que os autores descrevem a respeito do desempenho do controle postural de atletas de

ginástica de alto rendimento com suas análises Biomecânicas. Além disso, o estudo

propõe comparar os métodos e variáveis biomecânicas utilizadas para avaliar o

desempenho do controle postural dos ginastas de GA e GR. Além do mais o estudo

propõe refletir a respeito das relações entre os níveis de dificuldade das tarefas e a

influência da especialidade em ginástica no desempenho do controle postural, tal como

as modalidades sugeridas, sendo elas Ginástica Rítmica e Artística de competição. Em

vista disso, além do que os autores mencionados, relataram a respeito dos benefícios de

se praticar ginástica, esse estudo busca contribuir com informações para melhor

compreender aspectos intrínsecos relacionados ao movimento nessa modalidade.

3. PERGUNTA

Quais são as alterações nas variáveis biomecânicas na análise do desempenho do

controle postural em ginastas praticantes de Ginástica Artística e Rítmica de competição

de alto rendimento?

4. OBJETIVO

O objetivo geral deste estudo é investigar por meio de revisão de literatura, quais são as

variáveis biomecânicas utilizadas para descrever o desempenho postural em atletas de

ginástica.

Os objetivos específicos são:

- Comparar as variáveis biomecânicas entre as modalidades Ginástica Artística e Rítmca

de competição.

- Investigar a relação entre os níveis de dificuldade das tarefas experimentais e as

modalidades de GA e GR.

- verificar as alterações para as análises biomecânicas cinética, cinemática e

eletromiografia.5. MÉTODO

Para o presente estudo, foi proposto a investigação de conteúdos publicados na

literatura, afim de discutir o que vem sendo encontrado em relação a temática desse

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estudo. Para tanto, optou-se por uma pesquisa bibliográfica, pois essa técnica de

pesquisa abrange bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, como

revistas, teses, monografias e outros (MARCONI, 2006, p. 183). Assim, foi feita uma

revisão narrativa afim de responder a propósitos preestabelecidos, fundamentando

teoricamente as questões envolvidas.

Assim, foram selecionadas publicações disponíveis em periódicos, revistas e bibliotecas

virtuais como scielo, pubmed e Science Direct. devido à acessibilidade aos conteúdos

que esses meios apresentam. Assim, utilizaram-se termos e diversas combinações com:

Ginástica, equilíbrio, desempenho postural, postura, controle, performance, alto

rendimento, esporte e habilidade.

Quanto ao critério de seleção da bibliografia, utilizou-se de: (1) trabalhos que

contemplam ginastas de alto rendimento nas modalidades GR ou GA; (2) variáveis

biomecânicas (cinética, cinemática e EMG), para determinar parâmetros referentes ao

desempenho postural; (3) Idade dos participantes acima de 13 anos devido aspectos de

desenvolvimento motor relacionados com a idade.

Quanto à organização dos dados, foi priorizado os métodos de análise biomecâninca

utilizados nas pesquisas, seguindo a ordem: Análises cinéticas, cinemáticas e

eletromiografia. Além disso, para cada tipo de análise biomecânica, os trabalhos

também foram organizados de acorodo com o ano de publicação.

6. RESULTADOS

Ao que se refere ao desempenho postural e a influência da especialidade em Ginástica

Artística e Rítmica de competição, a Tabela 1 apresenta os estudos selecionados a partir

da revisão de literatura. A respeito de modalidade, são mais acessíveis pelos meios de

pesquisa e critérios utilizados, estudos referentes à GA, totalizando em 11 artigos.

Quanto aos estudos com GR foram apenas 2 artigos, sendo menos acessíveis se

comparado à GA. A respeito dos tipos de análise biomecânica utilizados pelos autores,

foram mais recorrentes análises cinéticas com plataforma de força (VUILLERME et al.,

2001) (VUILLERME e NOUGIER, 2004), (ASSEMAN et al., 2004), (ASSEMAN et

al., 2005), (VUILLERME et al., 2001), (VUILLERME e NOUGIER, 2004),

(ASSEMAN et al., 2008), (CARRICK et al., 2007), (CALAVALLE, 2008),

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(GAUTIER, THOUVARECQ e LARUE, 2008), (GAUTIER, THOUVARECQ e

VUILLERME, 2008), (ISABLEU et al., 2017), seguido de análises cinemáticas com

câmera (ASSEMAN et al., 2005), (ASSEMAN et al., 2008), (GAUTIER,

THOUVARECQ e LARUE, 2008), (GAUTIER, THOUVARECQ e VUILLERME,

2008), estabiliômetro (KIOUMOURTZOGLOU et al.,1997), (DAVLIN, 2004),

acelerômetro (LAMOTH et al., 2009), além de testes ergométricos e outras análises de

habilidade motora específica como tempo de equilíbrio em “relevé”

(KIOUMOURTZOGLOU et al.,1997). Dentre os estudos selecionados, nenhum utilizou

eletromiografia (EMG) em suas análises.

6.1. Plataforma de força

Nas análises com plataforma de força, as tarefas posturais utilizadas foram: bipedal

(VUILLERME e NOUGIER, 2004), (ASSEMAN et al., 2004), (ASSEMAN et al.,

2005), (CARRICK et al., 2007), (ASSEMAN et al., 2008), (CALAVALLE, 2008)

(GAUTIER, THOUVARECQ e LARUE, 2008), (GAUTIER, THOUVARECQ e

VUILLERME, 2008) (ISABLEU et al., 2017), unipedal (VUILLERME et al., 2001),

(VUILLERME e NOUGIER, 2004), (ASSEMAN et al., 2004), (ASSEMAN et al.,

2005), (ASSEMAN et al., 2008) e em parada de mãos (ASSEMAN et al., 2004),

(ASSEMAN et al., 2005). As condições durante a execução das tarefas foram: Olhos

Abertos (ASSEMAN et al., 2004), (ASSEMAN et al., 2005), (ASSEMAN et al., 2008)

(CALAVALLE, 2008), (GAUTIER, THOUVARECQ e LARUE, 2008), (GAUTIER,

THOUVARECQ e VUILLERME, 2008), (ISABLEU et al., 2017), Olhos Fechados

(ASSEMAN et al., 2005) (ASSEMAN et al., 2008) (CALAVALLE, 2008) (CARRICK

et al., 2007) (ISABLEU et al., 2017) (LAMOTH et al., 2009) (VUILLERME et al.,

2001), superfície instável (CARRICK et al., 2007), (LAMOTH et al., 2009),

desestabilização anteroposterior (GAUTIER, THOUVARECQ e LARUE, 2008), tela de

projeção para ilusão de movimento (GAUTIER, THOUVARECQ e VUILLERME,

2008), estímulo auditivo imprevisível (VUILLERME e NOUGIER, 2004). Além disso,

pra esse método biomecânico, os autores selecionaram diferentes parâmetros para

analisar os movimentos do Centro de Gravidade (CG) e Centro de Pressão (CP). Dessa

forma as variáveis elencadas foram: Velocidade do centro de pressão (VCP)

(VUILLERME et al., 2001), (ASSEMAN et al., 2004), (ASSEMAN et al., 2005)

(ASSEMAN et al., 2008), (ISABLEU et al., 2017), oscilação do CP (ASSEMAN et al.,

2004), (ASSEMAN et al., 2005), (GAUTIER, THOUVARECQ e LARUE, 2008), área

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da superfície do centro de pressão (ASSEMAN et al., 2004), medidas de deslocamento

do CP (VUILLERME et al., 2001), (VUILLERME e NOUGIER, 2004),

(CALAVALLE, 2008), (GAUTIER, THOUVARECQ e LARUE, 2008), (GAUTIER,

THOUVARECQ e VUILLERME, 2008), (ISABLEU et al., 2017), e índices

estabilidade, fatigabilidade e adaptabilidade (CARRICK et al., 2007).

Em tarefas bipedais e em ambas às condições (OF e OA), não houve diferença

significativa para todos os estudos com GA (VUILLERME et al., 2001), (VUILLERME

e NOUGIER, 2004), (ASSEMAN et al., 2004), (ASSEMAN et al., 2005), (ASSEMAN

et al., 2008), (GAUTIER, THOUVARECQ e LARUE, 2008), (GAUTIER,

THOUVARECQ e VUILLERME, 2008), (ISABLEU et al., 2017). Contudo, nas coletas

com GR, considerando a mesma tarefa e condições, as ginastas apresentaram melhor

desempenho no controle médio-lateral, e menor frequência de oscilação no sentido

anteroposterior (CALAVALLE, 2008).

Na tarefa unipedal com OA, houve diferenças na amplitude de oscilação, onde os

ginastas apresentaram melhor desempenho (ASSEMAN et al., 2008). Nas medidas de

deslocamentos do CP tanto nas condições OA quanto em superfície instável, ginastas

também apresentaram melhor desempenho (VUILLERME e NOUGIER, 2004). Não

houve diferença na velocidade do CP (ASSEMAN et al., 2008), (VUILLERME et al.,

2001), como também, nas medidas de deslocamentos do CP em um dos estudos

(VUILLERME et al., 2001). Para a condição OF, o controle dos ginastas foi afetado,

contudo foram menos dependentes visuais que não-ginastas, apresentando diferenças

em todas as variáveis analisadas (ASSEMAN et al., 2008), (VUILLERME et al., 2001).

6.2. Câmera de vídeo

Para as análises cinemáticas com câmera de vídeo, foi utilizado um marcador na região

posterior da cabeça para detectar as variações no movimento da cabeça em relação ao

tronco (ASSEMAN et al., 2008), (GAUTIER, THOUVARECQ e VUILLERME, 2008).

Foram utilizados também, marcadores nas articulações do tornozelo, joelho, quadril e

ombro, a fim de identificar os movimentos dos segmentos no plano sagital (ASSEMAN

et al., 2005), (GAUTIER, THOUVARECQ e LARUE, 2008).

As análises cinemáticas do movimento da cabeça, mostraram que ginastas foram

afetados com a remoção da visão (ASSEMAN et al., 2005), (GAUTIER,

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18

THOUVARECQ e VUILLERME, 2008). Todavia, ainda foram mais estacionários

(GAUTIER, THOUVARECQ e VUILLERME, 2008). Também houve variações

angular entre as articulações menores que 1 grau, o que evidencia a tentativa de manter

o corpo rígido (ASSEMAN et al., 2008). Os atletas de ginástica, em relação aos

movimentos das articulações em plano sagital, exibiram mais movimentos angulares

(variações e magnitudes) na fase de desestabilização e depois diminuíram mais

rapidamente suas variações angulares. Assim, a especialidade em ginástica levou a uma

modificação no padrão postural usado para facilitar o desempenho de uma tarefa

imposta (GAUTIER, THOUVARECQ e LARUE, 2008).

6.3. Estabiliômetro

Com o estabiliômetro, foi mensurada a quantidade de tempo em que os participantes se

mantiveram na plataforma, dentro de 5 graus da horizontal em ambos os lados

(KIOUMOURTZOGLOU et al.,1997), (DAVLIN, 2004). Os ginastas tiveram melhor

desempenho na tarefa de equilíbrio dinâmico em relação aos outros grupos

(KIOUMOURTZOGLOU et al.,1997), (DAVLIN, 2004).

6.4 Acelerômetro

Em relação ao acelerômetro, apenas um estudo utilizou esse recurso. Com isso, os

participantes se posicionaram na posição tandem, nas condições OA, OF e superfície

instável (espuma). Dessa forma, os valores referentes a aceleração anteroposterior e

médio lateral foram registrados. Assim, verificou-se que, quanto maior o nível dos

ginastas, a variabilidade de aceleração diminuía, a regularidade diminuía e a

estabilidade local aumentava, indicando um controle postural mais automático e

eficiente de acordo com o nível de especialidade dos ginastas (LAMOTH et al., 2009).

Tabela 1. Descrição dos estudos que utilizaram variáveis biomecânicas para investigar o

controle postural de ginastas.

Estudo Modalidade Equipamento Tarefas Condições

Análise biomecânica e

variáveis

Resultados Relevantes

Vuillerme et al. (2001)

Ginástica Artística

plataforma de força

bipedal, unipedal e unipedal

com superfície instável

Olhos Abertos e

Olhos Fechados

cinética: Deslocamentos do Centro de Pressão

e Velocidade do Centro de Pressão

Não houve diferenças

significativas nas posturas bi e

unipedal com olhos abertos. No entanto, os ginastas parecem

ser menos dependentes de

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19

pistas visuais do que outros esportistas

para manter o equilíbrio em

posturas desafiadoras (unipedal em

superfície instável).

Asseman, Caron

e Cremieux (2004)

Ginástica Artística

plataforma de força

bipedal, unipedal,

handstand

Olhos Abertos

Análise cinética: área da superfície

do Centro de Pressão e

Velocidade do Centro de Pressão

O nível técnico de um ginasta não

correspondeu ao mesmo nível de desempenho na

realização de posturas usuais.

Vuillerme e

Nougier (2004)

Ginástica Artística

plataforma de força e um

teste de reação à estímulo

auditivo (TR).

bipedal, unipedal e unipedal

com superfície instável. E para TR posição sentada em uma cadeira

Olhos Abertos e estímulo audidivo

imprevisível

cinética: medidas de deslocamento

do Centro de Pressão; tempo de

reação ao estímulo auditivo.

Sem diferenças signicativas em

posição bipedal e Olhos Abertos.

Ginastas obtiveram melhor desempenho

nas posições Unipedais e menor dependência dos

processos atencionais na

execução das tarefas com estímulo

auditivo.

Asseman, Caron

e Cremieux (2005)

Ginástica Artística

plataforma de força e câmera

bipedal, unipedal,

handstand

Olhos Abertos e

Olhos Fechados

Cinética: Oscilação do

Centro de Pressão e Velocidade do

Centro de Pressão;

Cinemática: movimento da

cabeça em relação ao tronco

ginastas de elite não tiveram relação com

dependência da visão de acordo com nível de dificuldade;

na análise cinemática movimento da

cabeça foi mais recorrente na

ausência da visão.

Carrick et al.

(2007)

Ginástica Artística

plataforma de força

bipedal Olhos Fechados

em superfície instável

cinética: índice de estabilidade,

fatigabilidade e adaptabilidade

As ginastas são mais estáveis e possuem

maior adaptabilidade.

Asseman, Caron

e Cremieux (2008)

Ginástica Artística

plataforma de força

bipedal, unipedal

Olhos Abertos e

Olhos Fechados

Cinética: Oscilação do

Centro de Pressão,

Velocidade do Centro de Pressão;

cinemática: rigidez da postura

Para a postura relativamente

específica, unipedal, os ginastas de elite obtiveram melhores

resultados em relação à amplitude de oscilação do que outros desportistas. Análise cinemáticas mostraram variações angular menor que 1

grau. O que evidencia a tentativa de manter o corpo

rígido.

Calavalle et al.

(2008)

Ginástica Rítmica

plataforma de força

Bipedal Olhos Abertos e

Olhos Fechados

Cinética: Distância Média do Centro

de Oscilação, Média das

Distâncias de Ântero-Posterior,

Média das Distâncias de Medio-Lateral,

Medidas no Domínio da Frequência

Ginastas

apresentaram melhor desempenho no controle médio-lateral, e menor frequência de

oscilação no sentido anteroposterior.

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Davlin (2004)

Ginástica Artística

estabiliômetro manter uma

plataforma instável na horizontal por 30s

cinemática: quantidade de tempo que o participante manteve a

plataforma dentro de 5 graus da horizontal em

ambos os lados.

As ginastas tiveram melhor desempenho na tarefa de equilíbrio

dinâmico do que todos os outros

grupos.

Gautier, Thouvar

ecq e Larue (2008)

Ginástica Artística

plataforma de força e câmera

bipedal Olhos Abertos

com desestabili

zação antero-postrior

Cinética: Centro de Pressão:

latência média de Oscilação ( no tempo entre a

desestabilização e reestabilização da

postura), porcentagem de latência média

Oscilação, valor máximo do

Deslocamento, Deslocamento

Médio; cinemática: deslocamentos de joeljo tornozelo, quadril e ombro.

Não houve diferenças

significativas na análise cinética; na análise cinemática ginastas exibiram mais movimentos

angulares (variações e magnitudes) na

fase de desestabilização e depois diminuíram mais rapidamente

suas variações angulares. Assim, mostraram uma modificação no padrão postural,

usado para facilitar o desempenho de uma

tarefa.

Gautier, Thouvar

ecq e Vuillerme (2008)

Ginástica Artística

plataforma de força e câmera

bipedal Olhos Abertos com tela

de projeção (ilusão de moviment

o)

cinética: deslocamento

ântero Posterior do Centro de

Pressão; Cinemática:

movimento da cabeça em

relação ao tronco

Cinética: não houve diferenças

significativas; Cinemática: Os

ginastas tendiam a minimizar seus

movimentos corporais e eram

mais estacionários (cabeça).

Isableu et al.

(2017)

Ginástica Artística

plataforma de força

bipedal Olhos Fechados

Cinética: Centro de Pressão:

Deslocamentos, Velocidade e

Entropia

Ginastas e não ginastas

aparesentaram valores semelhantes

referentes ao controle postural. Assim, não houve

diferenças significatias entre as variáveis analisadas

Kioumourtzoglou

et al. (1997)

Ginástica Rítmica

Estabiliômetro e teste de habilidade

motora

bipedal, posição

em relevê

cinemática: Percepção de profundidade,

tempo de antecipação,

equilíbrio dinâmico,

coordenação olho-mão.

as ginastas tiveram melhor desempenho na coordenação do

corpo inteiro, no equilíbrio dinâmico e no equilíbrio estático

do que nas não atletas.

Lamoth, Lummel e Beek (2009)

Ginástica Artística

Acelerômetro tandem Olhos Abertos e

Olhos Fechados e suerfície

Instável (espuma)

cinemática: Aceleração

Anteriorposterior e Mediolateral

quanto maior o nível dos ginastas, a variabilidade de

aceleração diminuía, a regularidade diminuía e a

estabilidade local aumentava,

indicando um controle postural

mais automático e eficiente de acordo

com o nível de especialidade.

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7. DISCUSSÃO

Em primeiro momento, tendo em vista o que foi apresentado nos resultados da revisão

de literatura, discutiremos o que foi encontrado para cada tipo de análise biomecânica,

sendo elas cinética e cinemática, destacando os equipamentos e variáveis utilizadas,

seguindo com os achados relevantes nessas análises.

7.1 Análise Cinética

Nas análises cinéticas o equipamento utilizado nos estudos foi a plataforma de força.

Assim, as variáveis medidas foram estabelecidas de com o movimento do centro de

pressão, sendo elas: Deslocamento, deslocamento médio, velocidade, oscilação, área de

superfície, índices estabilidade, fatigabilidade e adaptabilidade. Nas tarefas

inespecíficas (bipedal), foram encontradas diferenças apenas em um estudo com GR,

onde as ginastas apresentaram melhor desempenho no controle médio-lateral, e menor

frequência de oscilação no sentido anteroposterior (CALAVALLE, 2008). Nesse caso, o

resultado se diverge com outros estudos feitos com GA, no qual argumentam que em

tarefas inespecíficas não à transferência de habilidades quanto ao controle postural

(ASSEMAN, CARON E CREMIEUX, 2008) (VUILLERME et al., 2001).

Por outro lado, uma das possíveis explicações relacionadas à especificidade da GR em

relação à GA seria a grande ênfase do ballet clássico na preparação das atletas. Nesse

aspecto Golomer (1999), em seu estudo contemplando variáveis relacionadas ao

deslocamento do CP, aponta que, bailarinos profissionais apresentaram maior controle

nas posições laterais em relação à anteroposterior. Esse achado pode estar relacionado

com um aspecto fundamental do ballet clássico, que é a execução dos exercícios em “en

dehors” (rotação externa do quadril, com pés posicionados para fora). Entretanto,

nenhum dos estudos selecionados contemplam simultaneamente a GA e GR nas

análises, o que fica restrita a possibilidade de estabelecer relações diretas entre as

variáveis apresentadas.

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Nas tarefas em posição unipedal, houve diferenças significativas em todos os estudos,

onde ginastas obtiveram melhor desempenho. Além disso, observou-se que com o

aumento do nível de dificuldade das tarefas, como executá-la em condições de

superfície instável ou OF, as diferenças entre os grupos foram mais acentuadas. Desse

modo, nas discussões dos autores referentes a esses resultados, é sugerido que essas

diferenças podem ser explicadas devido à preparação esportiva dos ginastas, onde as

posições e exercícios realizados no esporte contribui na transferência de habilidades na

tarefa unipedal por serem previamente treinadas na modalidade (ASSEMAN et al.,

2008) (VUILLERME et al., 2001) (VUILLERME e NOUGIER, 2004).

Em contrapartida, Verhagen et al. (2005), ao investigar os efeitos de um programa de

treinamento específico para equilíbrio unipedal de 5,5 semanas de duração, não

verificou nenhuma diferença significativa nas medidas referente aos deslocamento de

CP após o treinamento. Nesse caso, os resultados sugerem que o treinamento específico

em posição unipedal, não aferiu transferência de habilidade. Com relação aos ginastas,

nenhum dos estudos descreveu o treinamento dos mesmos a fim de estabelecer relações

com equilíbrio unipedal, o que torna necessário outros estudos para elucidar essas

questões.

7.2 Análise cinemática

Para análises cinemáticas, utilizou-se câmera de vídeo, estabiliômetro, e acelerômetro,

para medir as variações de posição entre os seguimentos, quantidade de tempo sob

equilíbrio dinâmico na plataforma, e aceleração anteroposterior e médio lateral

respectivamente.

Nas análises com câmera de vídeo, foi constatado pelo movimento da cabeça em relação

ao tronco, que ginastas tiveram o controle postural afetado devido à remoção da visão.

Contudo, foram mais estacionários em relação aos outros grupos tanto em tarefas

bipedais, quanto unipedal. Com isso, mesmo sem diferenças significativas nas análises

cinéticas com plataforma de força em posição bipedal, pode-se considerar que ginastas

reduzem a variação nos ajustes dos segmentos durante essa tarefa, como constatado nas

análises com câmera.

Outro ponto importante destacado por Assemam, Caron e Cémieux (2005), que na

tentativa de reduzir a oscilação durante as tarefas, os ginastas mantêm o corpo

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relativamente rígido. Nesse caso, ao considerar aspecto estético primordial na ginástica,

as oscilações indesejadas devem ser minimamente visíveis durante os exercícios. Por

tanto, é válido considerar que, ao falar para um ginasta que ele deve manter o equilíbrio

durante as tarefas, a sua compreensão de equilíbrio no esporte pode influenciar na sua

performance.

Referente às análises de Gautier, Thouvarecq e Larue (2008), verificaram-se as

estratégias de ajuste dos segmentos corporais para o reestabelecimento da postura após

uma desestabilização anteroposterior imprevisível. Com isso, foi observado que ginastas

exibiram mais movimentos angulares (variações e magnitudes) entre os segmentos na

fase de desestabilização e depois diminuíram mais rapidamente suas variações

angulares. Por tanto, os autores sugerem que a especialidade em ginástica levou a uma

modificação no padrão funcional do controle postural. Em contrapartida, não foi

encontrado resultados relevantes nas análises cinéticas simultâneas.

De todo modo, mesmo com apenas 3 artigos que utilizam recursos cinemáticos

simultâneos à análises cinéticas, foi possível observar dados mais completos quanto às

estratégias de controle postural dos ginastas. Dessa forma, esses estudos possibilitaram

verificar diferenças no comportamento de diferentes variáveis biomecânicas durante a

realização de uma mesma tarefa. O que mostra a limitação de estudos mais restritos a

utilização de um método apenas.

Com o estabiliômetro, os ginastas obtiveram maiores valores referentes ao parâmetro

temporal medidos nesse tipo de análise. Nesse equipamento, o fator temporal representa

o equilíbrio dinâmico, onde ao se manter por mais tempo na plataforma, implica melhor

performance. Assim, os ginastas apresentaram melhor equilíbrio dinâmico em

comparação com todos os outros grupos analisados por Kioumourtzoglou et al. (1997) e

Dlavin (2004). Embora analisarem modalidades ginásticas diferentes, sendo elas GR e

GA, os autores além de encontrarem resultados similares, também argumenta em suas

discussões pontos bem semelhantes. Desse modo, eles destacam que ginastas se

diferenciam dos outros grupos devido às habilidades específicas exigidas por seu

esporte em particular, o que sugere transferência de habilidades previamente treinadas

para execução da tarefa experimental.

Por outro lado, embora o estabiliômetro seja um equipamento viável em relação à

outros utilizados para análises posturográficas , devido ao preço e portabilidade (DVIR

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24

e TROUSIL, 1982), não é possível verificar as estratégias motoras utilizadas, tão pouco

mesurar as forças externas e internas envolvidas na manutenção do equilíbrio dinâmico.

Além disso, nenhum dos autores adotou outro método de análise simultânea à tarefa

experimental no estabiliômetro. Dessa forma, pouco foi descrito à respeito do controle

postural dos ginastas para esses experimentos.

Referente à utilização do acelerômetro, a revisão contemplou apenas o estudo de

Lamoth et al. (2009). Com esse equipamento, o autor mediu a aceleração do tronco no

sentido anteroposterior e médio-lateral dos sujeitos em posição tandem em condição

OA, constatando a variabilidade, regularidade e estabilidade nas medidas de aceleração.

Nesse estudo, o autor comparou ginastas de alto rendimento com ginastas de outros

níveis, para investigar a influencia do grau especialidade dos atletas no controle

postural. Dessa forma, verificou-se que quanto maior o nível dos ginastas, a

variabilidade de aceleração diminuía, a regularidade diminuía e a estabilidade local

aumentava, indicando um controle postural mais automático e eficiente de acordo com o

nível de especialidade.

Ainda referente ao estudo de Lamoth et al. (2009), além de ser o único a adotar o

acelerômetro para analisar o controle postural dos ginastas, também foi o único estudo

que utilizou a posição tantem nas tarefas experimentais. Contudo, embora não seja

possível relacionar diretamente o comportamento das variáveis desse estudo, com as

outras apresentadas nessa revisão, os achados de Lamoth et al. (2009), se encontra de

acordo com os demais, pois ao utilizar uma tarefa relativamente específica (posição

tantem), os ginastas foram mais eficientes como nas tarefas unipedal.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados dessa revisão, verificou-se que a maioria dos estudos que

investigaram o controle postural de aletas de GA e GR de alto rendimento, utilizou-se

de análises cinéticas com parâmetros referentes ao deslocamento de centro de pressão,

durante a realização de tarefas em posição ereta estável. Embora algumas tarefas não

tenham expressado diferenças significativas como nas medias cinéticas em posição

unipedal, foi possível verificar outras estratégias na manutenção do equilíbrio, como os

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resultados apontados nas análises cinemáticas. De modo geral, ficou evidente que

ginastas de alto rendimento apresentam melhor eficiência no controle postural quando

comparados a não ginastas, tanto na manutenção do equilíbrio estático quanto dinâmico,

além das estratégias motoras como a manutenção de uma postura estacionária e o

restabelecimento do equilíbrio após uma desestabilização anteroposterior.

Referente às diferenças entre as modalidades de GA e GR, um dos estudos apresentaram

os dados que apontam melhor eficiência das atletas de GR no controle médio lateral na

posição bipedal. Embora esse achado seja curioso pelo fato de não ocorrer e nenhum

dos estudos com GA, a diferença entre as modalidades poderia ser melhor especificada

através de estudos que contemplassem tanto GA quanto a GR. Além do mais, de acordo

com o que vem sendo produzido na literatura referente ao controle postural na GR,

demonstra a necessidade da realização de novos estudos para que a relação entre as

variáveis biomecânicas e o controle postural sejam melhor elucidada.

A respeito das relações do alto rendimento com o controle postural, nenhum dos estudos

descreveu de forma específica as características do treinamento de equilíbrio desses

atletas, o que limita o estabelecimento de relações diretas do tipo de treinamento com as

influências no controle postural. Nesse caso, ainda se mostra necessário a realização de

estudos voltados a esses aspectos.

Portanto, as questões tratadas nesse estudo, ajuda compreender o comportamento das

variáveis biomecânicas no controle postural de ginastas de alto rendimento, permitindo

visualizar suas aplicabilidades avaliativas. Dessa forma, ao compreender conceitos da

biomecânica voltados para a ginástica, os técnicos e atletas podem explorar dos recursos

dessa área da ciência no controle qualitativo e quantitativo dos treinamentos de

equilíbrio que, como discutido, é de extrema importância na ginástica.

Finalmente, os resultados desse estudo abre caminho para novos questionamentos que

podem ser verificados por meio de novas investigações, como a relação direta de um

protocolo de treino de equilíbrio no desempenho postural de atletas de ginástica, a

comparação do comportamento de variáveis biomecânicas em uma análise com atletas

de GA e GR, a relação do nível de especialidade com o desempenho postural em atletas

de GR e outros.

Page 26: ANÁLISE BIOMECÂNICA DO CONTROLE POSTURAL EM …€¦ · Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito

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