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ANÁLISE HIDROGEOLÓGICA DA SERRA DE CALDAS NOVAS – GO: CARACTERIZAÇÃO DOS AQÜÍFEROS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEOS
Rildo Aparecido Costa
Professor Faculdade de Ciências Integradas do Pontal – Universidade Federal de Uberlândia [email protected]
Flávia de Oliveira Santos
Mestranda em Geografia pela Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão [email protected]
RESUMO O presente artigo tem como objetivo principal a compreensão do comportamento do Ciclo Hidrogeológico da Serra de Caldas Novas, um relevo residual, de forma elíptica, sustentado por rochas quartziticas com topo tabular delimitada por escarpas e quebras de declive, com dimensões da ordem de 12 km de comprimento na direção meridiana, e 7 km de largura. Caldas Novas – GO, Localizada na porção sul do estado de Goiás, mais precisamente na mesorregião Meia Ponte. Essa cidade é conhecida por ser uma das maiores estâncias hidrotermais do mundo, com um grande volume d´água. Essa região representa um dos principais pólos turísticos da região Centro-Oeste do Brasil. Possuindo hoje, uma população de aproximadamente 62.000 habitantes (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2008) e uma população flutuante que pode chegar a 100 mil pessoas mês. Em vista da grande importância social e econômica que os aqüíferos dessa região representam, faz-se cada vez mais necessária a determinação de seus parâmetros (condutividade, transmissividade e coeficiente de armazenamento) bem como das áreas de recarga e do regime de fluxo, visando dessa forma, o aproveitamento racional de seus recursos hídricos. A metodologia utilizada sistematizou-se nas etapas de levantamento de dados (coleta de dados de infiltração, vazão de fontes, caracterização geológica e precipitação), análise do padrão estrutural relacionado a processos tectônicos do passado, e caracterizado por fraturas e falhas, tratamento de informações espaciais, coleta e análise granulométrica do solo da superfície de cimeira e por último a análise de todas as informações produzidas. Como resultado pode-se observar que a Serra de Caldas Novas constitui-se na mais importante área de recarga dos sistemas aqüíferos tanto do termal, que é a base econômica do município através do seu uso turístico quanto do frio, que é usado para o abastecimento doméstico.
Palavras Chave: aqüíferos – hidrogeologia – Caldas Novas – água termal ABSTRACT This article has as main objective to understand the behavior of the hydrogeological Cycle of the mountain range of Caldas Novas, a residual relief of elliptical shape, supported by quartz rocks with tabular top, bounded by cliffs and breaks of slope, with dimensions on the order of 12 km length in the meridian direction, and 7 km wide. Caldas Novas - GO, located in the southern state of Goiás, more precisely in Meia Ponte mesoregion. This city is known for being one of the largest hydrothermal offices in the world with a large volume of water. This region is a major tourist center of the Midwest region of Brazil. With a currently population of just about 62,000 inhabitants (Brazilian Institute of Geography and Statistics, 2008) and a floating population that can reach 100 thousand per month. As a result of the great social and economic importance that the aquifers of this region represent, it is increasingly necessary to determine its parameters (conductivity, transmissivety and storage coefficient) as well as of the areas of recharge and of flow regime, and this way, the rational use of hydrous resources. The methodology used was systematized in stages of data survey (data collection infiltration, water sources, geological characteristics and precipitation), analysis of structural pattern related to tectonic processes of the past, and characterized by fractures and faults, processing space information, size collection and analysis of the soil of the surface of the summit and finally analysis of all information produced. As a result we can observe that the Serra of Caldas Novas constitutes on the most important area of recharge of the aquifers of both the thermal systems, which is the economic base of the municipality through its touristic use, as of the cold, which is used to supply home.
Keywords: aquifers - hydrogeology - Caldas Novas - thermal water
INTRODUÇÃO
Por ser conhecida como a maior estância hidrotermal do mundo (em termos de volume de
água) a região de Caldas Novas – GO representa um dos principais pólos turísticos da região Centro-
oeste do Brasil. Possuindo hoje uma população de aproximadamente 62.000 habitantes, essa região é
constantemente “invadida” por uma população flutuante de cerca de 100 mil de habitantes/mês que
buscam os benefícios e prazeres proporcionados por suas águas termais.
Em relação à grande importância social e econômica que os aqüíferos dessa região
representam, faz-se cada vez mais necessário a determinação de seus parâmetros (condutividade,
transmissividade e coeficiente de armazenamento) bem como das áreas de recarga e do regime de
fluxo, visando dessa forma, o aproveitamento racional de seus recursos hídricos.
Neste contexto, portanto a presente pesquisa objetivou contribuir para um melhor entendimento
das condições gerais dos aqüíferos da região de Caldas Novas – GO, bem como entender o
armazenamento e a geologia envolvida nesses aqüíferos.
1 – LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Perfazendo um total de 399 km2 a área é definida geograficamente pelo polígono de
coordenadas UTM 757000, 8022000; 738000, 8022000; 738000, 8043000 e 757000, 8043000, o qual
abrange toda a Serra de Caldas em sua porção oeste, a cidade de Caldas Novas na porção nordeste e a
lagoa de Pirapitinga no extremo noroeste (Fig. 1).
2 – ASPECTOS FÍSICOS DA REGIÃO DE CLADAS NOVAS - GO A área objeto de estudo encontra-se inserida na Faixa de Dobramentos Brasília a qual ocupa a porção oriental da Província Estrutural Tocantins. A Província Estrutural Tocantins está situada no Escudo Brasil Central da Plataforma Sul-Americana, entre o Cráton Amazônico e o Cráton São Francisco englobando as faixas móveis Araguaia, Paraguai, e Brasília, e apresenta a formação de sua crosta como produto da orogênese Brasiliana.
Faixa Brasília A Faixa Brasília distribui-se por extensas áreas da região central do Brasil, cobrindo as regiões nordeste do Estado de Goiás, sudeste do Estado de Tocantins, o Distrito Federal e parte ocidental do Estado de Minas Gerais. É compartimentada em zona externa, zona interna, Maciço de Goiás e Arco Magmático de Goiás e constitui-se em um extenso sistema de dobramentos neoproterozóicos que ocupa a porção oriental da Província Estrutural Tocantins. Marca o limite dessa província com o Cráton São Francisco, o qual é caracterizado pela gradativa horizontalização de suas camadas, sendo balizado por falhas de empurrão eventualmente truncadas por sistemas transcorrentes (Fuck, 1994). Zona Interna e Zona Externa As zonas interna e externa da Faixa Brasília são diferenciadas pela distinta intensidade das
deformações e metamorfismo, que aumentam gradativamente do limite do Cráton do São Francisco em
direção ao interior da faixa. Essa subdivisão é decorrente do modelo que defende apenas um ciclo
tectônico gerador da faixa (Araújo & Alves 1979; Fuck et al., 1993), o qual contradiz a hipótese
original que propunha dois processos orogenéticos para sua formação (Almeida et al., 1968; In:
Schobbenhaus et al., 1984).
Englobam um conjunto litológico que evidencia uma nítida polaridade sedimentar, tectônica e
metamórfica, indicando vergência dominante em direção ao Cráton do São Francisco. Esse conjunto é
marcado, em sua porção leste, por grandes falhas inversas submeridianas e subparalelas à borda do
cráton. Dirigindo-se a oeste, as falhas inversas retilíneas são progressivamente substituídas por falhas
de empurrão de traçado irregular.
A zona interna é representada pelo Grupo Araxá, ao qual são atribuídas as unidades alóctones
de micaxistos e rochas associadas (Fuck, 1994). Apresenta acentuada deformação, caracterizada por
dobras apertadas, freqüentemente isoclinais, zonas de cisalhamento dúctil onde se desenvolvem
materiais miloníticos e falhas de empurrão. É marcada por importantíssimas manifestações
magmáticas. Distinguem-se três compartimentos tectônicos imbricados de W para E separados por
superfícies de cavalgamento: na região de Passos; pela seqüência metassedimentar de Carmo do Rio
Claro e fatias alóctones do embasamento granito-gnáissico; e pelo conjunto autóctone constituído pelo
Grupo Bambuí e seu embasamento.
A zona externa é caracterizada por rochas sedimentares e metassedimentares pertencentes aos
Grupos Araí, Paranoá, Canastra, Natividade e Serra da Mesa, e das Formações Vazante e Ibiá, além de
porções do seu embasamento. As rochas metassedimentares apresentam, de uma maneira geral, baixo
grau metamórfico, desenvolvendo-se até o fácies xisto verde. Em sua parte meridional apresenta
espesso pacote sedimentar representado por material acumulado em margem passiva, enquanto que em
sua porção setentrional é caracterizada por áreas deposicionais mais restritas com algumas exposições
de seu embasamento e ocorrência de faixas de rochas supracrustais.
As unidades que compõem a zona externa foram afetadas por um processo de deformação
progressiva que resultou na formação de duas xistosidades superpostas, com orientação aproximada
NS e com baixo mergulho para W, que culmina com o desenvolvimento de importantes superfícies de
cavalgamento. As fases tardias de deformação desenvolvem dobras abertas com planos axiais
empinados. Seu embasamento abrange os terrenos granito-gnáissicos de alto grau com associações
restritas de seqüências vulcano-sedimentares do tipo Greenstone belts.
O limite entre as zonas interna e externa da Faixa Brasília é marcado por uma sucessão de
empurrões de baixo ângulo, de oeste para leste, adquirindo características de nappes regionais.
A brusca mudança das direções estruturais que ocorre na altura do paralelo de Brasília,
denominada de Sintaxe dos Pirineus por Costa & Angeiras (1970, In: Schobbenhaus et al. 1984),
divide a Faixa Brasília em duas porções distintas (norte e sul) em relação à tectônica, estratigrafia,
magmatismo ou metalogênese (Fuck & Marini, 1979, In: Schobbenhaus et al., 1984.). Os efeitos dessa
estrutura abrandam-se gradativamente para leste.
Na porção norte as direções estruturais variam entre N e NNE com vergência para E e SE,
tendendo a direções NE e ENE, à medida que se aproximam do eixo da inflexão. Na região sul, as
estruturas dominantes apresentam direções e vergência NE, ressaltando direções WNW e vergência
SSW junto à inflexão. Essa anomalia, registrada sobre as rochas do Grupo Araxá, sugere um empurrão
do bloco norte sobre o bloco sul.
2.1 – Geologia da Região de Caldas Novas – GO
Grupo Paranoá
O Grupo Paranoá corresponde a uma seqüência psamo-pelito-carbonatada que se estende desde o
Distrito Federal, a sul, até o extremo norte do Estado de Goiás. Inicialmente esta sucessão de
metassedimentos de baixo grau metamórfico foi posicionada na base do Grupo Bambuí, sendo
considerada uma formação daquele grupo (Braun, 1968). Dardenne (1978 a, b, 1979) retira a
Formação Paranoá da base do Grupo Bambuí, individualizando-a como uma entidade estratigráfica
própria e elevando seu status estratigráfico para a categoria de Grupo Paranoá.
Encontrado na zona externa da Faixa Brasília o Grupo Paranoá ocorre na região do Distrito
Federal até Alto Paraíso de Goiás sendo caracteriza-se pelo seu caráter anquimetamórfico. Engloba
litotipos característicos como: conglomerados, ardósias, metarritmitos, calcáreos e dolomitos onde as
feições sedimentares primárias estão em geral bem preservadas. Na zona interna da Faixa Brasília, o
grupo apresenta-se mais metamorfisado, sendo denominado de Formação Minaçu a qual é
caracterizada pela presença de filitos carbonosos, quartzitos, metacalcários e metadolomitos. A
correlação entre as unidades presentes na zona externa e interna da faixa, somente foi possível devido
à presença, em ambos locais, de um típico conglomerado basal (Conglomerado São Miguel) e
seqüências carbonáticas contendo as mesmas assembléias fossilíferas (estromatólitos colunares dos
gêneros Kussiela, Colonnela e Baicalia, e cônicos dos gêneros Conophyton e Jacutophyton).
Em função de variações ambientais e paleogeográficas à época da deposição, a estratigrafia do
Grupo Paranoá apresenta variações quando comparada as várias localidades de exposição da
seqüência. Contudo, Faria (1995) propõe uma estratigrafia integrada que pode ser correlacionada
regionalmente na porção mais externa da Faixa Brasília. As unidades são denominadas informalmente
por letras-código da base para o topo: SM, R1, Q1, R2, Q2, S, A, R3, Q3, R4, PC. As principais feições
de cada litofácies são descritas a seguir:
- Unidade S1 (informalmente denominada de conglomerado São Miguel): representada por um
paraconglomerado basal com seixos, calhaus e blocos subangulosos de metassiltitos, quartzo,
quartzitos e mármores finos, cinzas, flutuantes em uma matriz síltico-argilo-carbonatada. O aspecto
maciço da rocha dificulta, em alguns casos, a observação da forma e composição dos clastos. A cor
cinza esverdeada da rocha fresca passa a tons rosados e avermelhados quando alterada. Esta unidade,
embora apresente um grande espalhamento regional, não é contínua e apresenta espessura máxima de
60 metros.
- Unidade R1: apresenta contato concordante com o unidade anterior, constituída por uma
sucessão de horizontes margosos e metassiltitos argilosos na base passando para um metarritmito com
delgadas intercalações de quartzitos finos a médios geralmente feldspáticos. Gretas de contração e
pseudomorfos de cubo de sal são freqüentemente observados próximo à base do pacote. Nas áreas-tipo
alcança 70 metros de espessura.
- Unidade Q1: é representada por quartzitos finos a médios, brancos, bem estratificados em
bancos de 30 a 40 cm, com raras intercalações de horizontes síltico-argilosos no topo e freqüentes
estratos cruzados tabulares. Apresenta até 80 metros de espessura.
- Unidade R2: apresenta passagem abrupta a partir do quartzito anterior sendo caracterizada por
bancos centimétricos de quartzitos finos rosados, intercalados com metassiltitos e níveis milimétricos
de lamitos de coloração esbranquiçada. São comuns as laminações cruzadas truncadas por ondas,
marcas onduladas assimétricas nos bancos de quartzitos, quick sand e estruturas de fluidização.
Apresenta espessura de até 150 metros.
- Unidade Q2: composta por camadas decimétricas a métricas de quartzitos amarelo-ocres de
granulação média a grossa. Em direção ao topo da sucessão, são comuns leitos e canais
conglomeráticos finos feldspáticos, com grânulos e seixos subangulosos a arredondados. As
estratificações cruzadas tabulares são comuns e nos níveis conglomeráticos ocorrem estratificações
cruzadas reviradas e do tipo espinha de peixe. Sua espessura pode alcançar 150 metros.
- Unidade S: Apresenta um conjunto de metassiltitos esverdeados homogêneos que podem conter
intercalações arenosas compondo metarritmitos ou lentes de calcários e dolomitos (estas últimas
bastante raras). O topo deste conjunto geralmente é representado por um metarritmito pelítico a
arenoso onde bancos decimétricos de quartzitos e metassiltitos intercalam-se aos metassiltitos
argilosos. Pode alcançar espessuras superiores a 500 metros.
- Unidade A: apresenta contato transicional a partir da Unidade S, sendo constituída por ardósias
homogêneas de cor cinza esverdeada, que passam a tons vermelhos característicos de alteração
intempérica. Neste conjunto, são observadas duas foliações penetrativas que representam clivagens
ardosianas. Sua espessura é de difícil estimativa em virtude do intenso dobramento, sendo considerada
da ordem de 70 metros.
- Unidade R3: corresponde a um metarritmito arenoso, caracterizado por intercalações de bancos
decimétricos a métricos de quartzitos e materiais políticos (compostos por metassiltitos e ardósias). A
espessura total deste conjunto pode alcançar 90 metros.
- Unidade Q3: composta por quartzitos brancos, finos, bastante silicificados, ricos em
estratificações cruzadas tabulares, acanaladas e do tipo espinha de peixe, além de marcas onduladas
assimétricas. A máxima espessura de 70 metros foi estimada na região de São João D'Aliança.
- Unidade R4: metarritmito argiloso, composto por intercalações de materiais sílticos e argilosos
além de delgados estratos de quartzitos finos rosados a avermelhados. Os níveis arenosos apresentam
estruturas do tipo laminações cruzadas, laminações truncadas por ondas e hummockys. Esta unidade
apresenta espessuras variando de 100 a 150 metros.
- Unidade PC: dominantemente pelítica com ardósias cinzas e metassiltitos argilosos associados
com lentes de mármores finos que podem conter estruturas algais do tipo estromatólitos colunares e
cônicos. São comuns os níveis decimétricos a métricos, lenticulares ou não, de quartzitos médios,
grossos e até conglomeráticos, apresentando tonalidades escuras. Sua espessura varia de 120 a 150
metros.
A idade do Grupo Paranoá foi estabelecida em função das relações estratigráficas com os
grupos Araí e Bambuí (respectivamente correspondentes à sua base e topo), correlações regionais e
principalmente em função das estruturas estromatolíticas, presentes nas rochas carbonáticas,
compostas por estromatólitos colunares, as quais indicam uma idade para a sedimentação entre 950 e
1350 Ma, posicionada no Meso-Neoproterozóico (Dardenne et al. 1972, Dardenne, 1979).
Os sistemas deposicionais correspondem a condições marinhas plataformais epicontinentais,
sendo a variação das proporções de materiais arenosos e argilosos relacionada a variações da
profundidade da lâmina d'água, em função de ciclos transgressivos-regressivos.
O metamorfismo, atribuído a esta sucessão, é de muito baixo grau, não sendo responsável
sequer pela recristalização de sericita e clorita a partir dos materiais sedimentares pelíticos, sendo que
na maior área de ocorrência do Grupo Paranoá, as estruturas sedimentares estão muito bem
preservadas. Apenas na região mais ocidental de ocorrência desta unidade na Faixa Brasília (ex
Niquelândia ou Minaçu - GO), esta se apresenta metamorfisada no fácies xisto verde baixo, com a
presença de clorita metamórfica.
Grupo Araxá
No âmbito da Faixa Brasília, o Grupo Araxá foi a unidade originalmente denominada para
incluir todas as rochas de caráter xistoso (em fácies xisto verde a anfibolito) distribuídas pelos estados
de Goiás, Minas Gerais e Tocantins. Inicialmente esta entidade litoestratigráfica englobava os atuais
terrenos do tipo greenstone belts, seqüências vulcano-sedimentares de idades variadas, o Grupo Serra
da Mesa e terrenos contendo xistos, micaxistos, gnaisses e migmatitos. Com o conhecimento a partir
de cartografia de maior detalhe, os terrenos de greenstone belts, os terrenos de arcos neoproterozóicos,
o Grupo Serra da Mesa mesoproterozóico e outros terrenos foram separados do Grupo Araxá, então
considerado de idade mesoproterozóica.
Nas diferentes colunas estratigráficas regionais propostas, o Grupo Araxá inicia-se por uma
seqüência de gnaisses orto e para-derivados, sobrepostos por uma seqüência imatura, com
características flyshoide, de muscovita e/ou biotita xistos, geralmente feldspáticos e granadíferos
podendo conter cianita e/ou estaurolita, gnaisses, xistos carbonosos, calcixistos e mármores (Fuck &
Marini 1981; Marini et al. 1984 a, b). Uma característica importante desse grupo é a presença, ao
longo de toda a unidade, de anfibolitos derivados de basaltos, gabros e metaultrabásicas (contendo
corpos de cromita do tipo alpino com cromitas podiformes), as quais têm sido interpretadas como
restos de crosta oceânica e seus equivalentes intrusivos, gerados em ambientes de cadeias meso-
oceânicas e/ou bacias de retroarcos (Bebert 1970; Drake Jr. 1980; Danni & Teixeira 1981; Leonardos
et al., 1990, Brod et al. 1991, 1992; Strieder 1993, Strieder & Nilson 1992 a, b).
Apenas mais recentemente o vulcanismo/plutonismo, associado ao Grupo Araxá, tem chamado
maior atenção (Pereira et al. 1981; Leonardos et al. 1990; Brod et al. 1991, 1992; Dardenne et al.
1992; Pimentel et al. 1992, 1995; Strieder, 1993; Strieder & Nilson 1992 a, b). Este fato deve-se, em
parte, a presença de extensas áreas de rochas granitóides que ocorrem entre Pires do Rio (GO) e Araxá
(MG) que foram consideradas como pertencentes ao embasamento granito-gnáissico da Faixa Brasília.
O magmatismo ácido (vulcânico e plutônico), associado ao Grupo Araxá é representado por
rochas de composição granítica predominantemente peraluminosas, subalcalinas a alcalinas, com
assinaturas geoquímicas características de rochas geradas nos estágios colisionais de cinturões
dobrados (granitóides Tipo S). Esta suíte intrusiva é sucedida por intrusões pós-colisionais com
características anorogênicas (granitóides tipo A) (Leonardos et al. 1990, Pimentel et al. 1992, 1995).
O magmatismo máfico-ultramáfico associado ao Grupo Araxá está registrado através de
inúmeros corpos de anfibolitos, serpentinitos, esteatitos, talcoxistos e clorita xistos ortoderivados,
encontrados por toda a área de ocorrência do Grupo Araxá. Estes corpos, meta-máficos, de dimensões
de até centenas de metros quadrados, têm sido interpretados, pela maioria dos autores, como
representantes de basaltos toleíticos gerados em dorsais meso-oceânicas (MORB) e/ou basaltos de
bacia de retro-arco.
A idade do Grupo Araxá tem sido um tema bastante polêmico. Pimentel et al. (1992) dataram,
através do método U/Pb (em zircão), rochas ácidas associadas ao Grupo Araxá, com assinaturas
geoquímicas sin-colisionais, interpretadas originalmente como metavulcânicas, presentes na região de
Santa Cruz de Goiás (Seqüência Maratá). Estes autores obtiveram uma idade de 790 Ma,
estabelecendo uma idade neoproterozóica para o Grupo Araxá. Recentemente, observou-se que, na
realidade, a rocha datada por Pimentel et al. (1992) foi um granito subvulcânico (Lacerda et al. 1995;
Pimentel et al. 1995). Entretanto, Pimentel et al. (1995), demonstraram a cogeneticidade dessas
intrusivas subvulcânicas com as vulcânicas associadas, não alterando, desta forma, a interpretação da
idade do Grupo Araxá. Os estudos isotópicos Sm/Nd mais recentes em metassedimentos também
indicam idades modelo neoproterozóicas, o que corrobora as idades anteriormente obtidas.
Os resultados Rb/Sr e Sm/Nd, obtidas por Bizzi (1993) em meta-vulcânicas máficas e
granitóides, da seqüência exposta na região de Monte Carmelo-Abadia dos Dourados (MG),
confirmam a idade neoproterozóica destas unidades, em concordância com a idade Rb/Sr de 76962
Ma estabelecida para os granitóides sin-colisionais desta região (Bessang, 1977).
Para a região entre Santa Cruz de Goiás e Pontalina, somam-se duas determinações Rb/Sr à
outras três anteriormente reportadas por Hasui et al. (1980). Estas cinco determinações, considerando o
erro analítico igual a 0,2%, plotam sobre uma isócrona de referência, com os cinco pontos bem
distribuídos e alinhados, fornecendo uma idade de 101998 Ma com ri = 0,70129, indicando a
cogeneticidade das amostras e conferindo confiabilidade à isócrona traçada. Ainda para a região de
Santa Cruz de Goiás, Pimentel et al. (1991) apresentam duas isócronas Rb/Sr de afloramento
(verdadeiras) de xistos do Grupo Araxá. Uma dessas isócronas forneceu uma idade de 829 82 Ma
interpretada como a idade de deposição de pelo menos parte do Grupo Araxá. A outra isócrona registra
o metamorfismo que afetou o grupo fornecendo uma idade de 691 30 Ma.
Os resultados geocronológicos, em conjunto com os dados geoquímicos, disponíveis para o
Grupo Araxá, indicam que este grupo representa uma unidade neoproterozóica com idade entre
1020l00 e 83050 Ma. As idades em torno de 69130 Ma devem representar o pico da Orogênese
Brasiliana, após a qual se seguiu uma expressiva granitogênese de caráter pós-colisional iniciada
imediatamente após o metamorfismo e deformação em tomo de 650 Ma, se estendendo até o limiar do
Paleozóico em torno de 450 Ma (Pimentel et al. 1997).
2.2 – Clima A região dos Cerrados ocupa 1.8 milhões de km2, ou cerca de 25% do Território Nacional,
estendendo-se principalmente pela região Centro-Oeste. De acordo com a classificação climática
preconizada por Köppen, o clima desta região é caracterizado como Aw, ou seja, clima de savana,
quente e úmido com longa estação seca.
A região Sul de Goiás, área onde foi realizado este estudo, está sob influência austral continental,
mais fria e seca atingindo 22ºC de temperatura média anual. Estas temperaturas do sul são, em parte,
conseqüência da maior incidência das correntes polares e pela ocorrência de áreas mais elevadas (com
extremos entre 900 e 1200m).
Em termos de radiação solar anual, os Cerrados apresentam índices que variam em torno de 475
a 500 cal.cm2.dia-1, inferiores aos valores da Caatinga (500 - 530) e superiores aos das áreas sub-
tropicais (420 - 450). Dois parâmetros devem ser especialmente destacados, uma vez que definem as
características do regime hídrico da região: a precipitação média anual, com valores entre 1200 e
1800mm, e a duração do período seco, que oscila entre 5 e 6 meses.
O caráter errático da precipitação condiciona, juntamente com certas características e propriedades
físico-químicas do solos, das plantas e do clima, o aparecimento de deficiências hídricas, mesmo
durante o período chuvoso, denominadas de "veranicos". Durante os meses de dezembro e janeiro, os
de maior intensidade pluviométrica, são comuns períodos de duas semanas sem chuvas, que,
geralmente, estão associados à alta radiação solar e alto potencial de evapotranspiração.
A ocorrência de chuvas no Estado de Goiás, durante o mês de agosto foi considerada anormal,
uma vez que ocorreram volumes de precipitação acima da média. Esta anomalia deveu-se ao avanço de
uma frente fria composta por bandas de nuvens bem desenvolvidas, acompanhadas de nuvens vindas
do sul e leste do estado que, em confronto com a grande massa de ar quente e seco existente no centro
do Brasil, fez com que ocorressem chuvas em quase todo o Estado. A temperatura máxima na região
de Caldas Novas, atingiu 28,0ºC enquanto que a mínima situou-se na casa dos 18,0ºC. Utilizando-se a
metodologia preconizada por Thornthwaite 1948, calculou-se a evapotranspiração potencial e real
acumuladas.,
2.3 – Vegetação
No Parque da Serra de Caldas Novas, a vegetação encontra-se bastante conservada, com
predomínio do Cerrado, o qual é caracterizado pela existência de árvores de baixo a médio porte, de
tronco tortuoso, com casca espessa e folhas coriáceas, medianamente distantes umas das outras,
circundadas por gramíneas. Em função da densidade da vegetação pode-se classificar o cerrado em:
campo, campo cerrado, cerrado, e cerradão. Existem ainda outros tipos de vegetação como as Veredas
e as matas ciliares ou florestas.
2.4 – Pedogênese
Os solos do Cerrado originam-se de quase todos os tipos de rocha, como arenito, ardósia,
folhelho, quartzo, quartzito, granito, xisto, mica-xisto e certas formas de gnaisse, ou de matéria de solo
depositado.
Os Latossolos são os solos mais comuns na região do Cerrado, cobrindo 46% da área.
Cambissolos e Neossolos Litólicos ocupam apenas 10%, mas têm certas particularidades que os fazem
merecedores de atenção. Os Neossolos Quartzarênicos e Argissolos, por outro lado, ocupam extensões
consideráveis - 15% da área total para cada um. Os 14% restantes do Cerrado são ocupados por
variados tipos de solo os quais preferimos por ora não mencionar.
2.5 – Geomorfologia
O estudo da Geomorfologia da área é de suma importância para o entendimento da evolução do
relevo local, bem como para a compreensão dos processos de infiltração das águas que alimentarão as
reservas subterrâneas de águas termais e mornas. A geomorfologia da área em estudo pode ser dividida
em 3 feições, de acordo com a altitude e a topografia do terreno: Área de topo de chapada - terrenos localizadas entre 950 à 1040 metros de altitude (aproximado),
é o ponto mais alto da Serra (domo). O relevo aí é suave e plano.
A ramificação dos canais de drenagem é pouco representativa: os cursos d’água em sua maioria
são de pequeno porte, córregos perenes, com fluxo predominantemente superficial. A face plana
do terreno contribui para uma infiltração mais efetiva, em detrimento ao escoamento pluvial, que
quando ocorre, limita-se à fluxos laminares em micro depressões. Outro fator que contribui para a
efetiva infiltração da água no subsolo é a porosidade do material, em sua maior parte de
granulometria arenosa, solo típico de cerrado, e que cobre a maioria do topo da Serra.
Os solos dessa área são os latossolos vermelho-amarelados pobres em nutrientes, típicos de
cerrado, o que impossibilita a manutenção de vegetação exuberante.
Em alguns pontos, em áreas mais baixas dessa feição de topo encontramos os cambissolos, de cor
amarelada, com espessuras aproximadas de 20 cm, tendo sendo seixos esparsos em uma matriz
arenosa (grosseira).
Conforme avaliação estimada de material recolhido, durante os trabalhos de tradagem para
realizar os testes de infiltração, apresenta ligeira variação textural em relação às demais amostras:
o solo desta área (Sudeste da Serra), é constituído por uma matriz de partículas finas, quando
comparada à matriz de areia do restante do topo da Serra, isto claro avaliado à grosso modo.
Área de relevo medianamente dissecado - essa feição de relevo apresenta áreas com topos
nivelados abaixo de 720 metros, com formas convexas, as vertentes apresentam baixa declividade,
e são pouco profundas. Ocupa uma extensa região interserrana, com típica denudação de relevo por
agentes climáticos, principalmente chuva.
Os solos aí, são resultantes do intemperismo da litologia do Grupo Araxá (Xisto).
A rede de drenagem é mais significativa, o que justifica a presença de vales mais erodidos, em
forma de “U” (vales abertos), onde o talvegue não é profundo. Destaca-se o domínio da rede de
drenagem do Rio Corumbá
Área de relevo dissecado – Corresponde a borda de dissecação da Serra de Caldas (do topo até a
base da Serra), entre 720 à 960 metros de altitude. O trabalho erosivo da drenagem nessa região é
intenso. A característica principal da rede de drenagem presente na escarpa é o leito abandonado,
em função do processo de erosão dar-se somente através do escoamento superficial (águas
pluviais). O entalhe do talvegue do canal está acontecendo diretamente sobre a rocha, no caso da
serra, a litologia dos quartzitos do Grupo Paranoá.
2.6 – Aspectos Hídricos
Pode se dizer que a água, na região de Caldas Novas, exerce um papel de suma importância,
pois além de servir pelo seus usos convencionais - tais como o abastecimento da população, a
agricultura e outros – ela tem um outro importante papel para a economia nessa região. Sua água
termal é a principal força motriz da economia da região por ser um importante atrativo turístico.
Na região estudada, as formas com que os recursos hídricos se apresentam podem ser
subdivididas, principalmente, em três tipos: superficiais, subterrâneos “frios” e subterrâneos termais.
Como veremos a seguir, cada uma destas formas de ocorrência se apresenta com características
distintas, apesar de estarem intimamente relacionadas entre si. Essas diferenças são relacionadas com
os solos, geologia, geomorfologia e outras características predominantes nos locais e que controlam a
hidrologia da região.
Recursos Hídricos Superficiais
Os recursos hídricos superficiais na região apresentam-se como forma de nascentes e drenagens
superficiais. As nascentes (surgências) quase sempre originam ou recarregam essas drenagens
superficiais.
Drenagens Superficiais
As drenagens apresentam diferenças bruscas nas suas morfologias, dependendo da região
geomorfológica em que se encontram, podendo ser subdivididas em diferentes zonas com
características distintas. As principais subdivisões observadas são:
Região superior da Serra de Caldas (cotas acima de 940m). Essa região caracteriza uma região
de Chapada, aonde predominam os latossolos, e os Quartzitos do Grupo Paranoá (unidade MNPoq).
As drenagens nessa região são escassas, quase ausentes.
Região de declive, localizada na borda da Serra de Caldas. Nessa região os solos,
predominantemente cambissolos e litossolos, são pouco espessos com freqüentes afloramentos de
rochas das unidades MNPqa, MNPmr e MNPpc do Grupo Paranoá. As drenagens aparecerem em
grandes quantidades dispostas radialmente ao domo. As nascentes também ocorrem sendo algumas
delas responsáveis pelo abastecimento das drenagens de fluxo perene as quais representam uma
pequena parte das drenagens totais observadas.
Região dissecada, adjacente à Serra de Caldas. Nesta região predomina o Grupo Araxá com as
litologias descritas anteriormente e predomínio de latossolos. Essa região apresenta drenagens
superficiais com maiores fluxos, quando comparadas às demais sendo os principais: Rio Corumbá,
localizado a leste da área e o Rio Piracanjuba, localizado a oeste da área, ambos fora da área estudada.
Na área estudada predominam as drenagens de menor porte. As visitadas foram o ribeirão Pirapitinga,
aonde existem ressurgências termais (UTM 8042516, 756632 - localizada a leste da área) com a Lagoa
de Pirapitinga, importante ponto turístico, com águas termais, e o córrego Água Quente onde existe o
complexo turístico da Pousada do Rio Quente, esse córrego capta e escoa várias fontes de águas
termais.
Recursos Hídricos Subterrâneos (aquíferos)
O abastecimento de água na região de Caldas Novas é quase que totalmente feito por águas
subterrâneas, captadas através de poços profundos. A cidade possui uma enorme quantidade de poços
perfurados alguns feitos para suprimento de águas termais para o turismo e outros (a grande maioria)
feitos para o abastecimento da população. A falta de um abastecimento público eficaz resulta nessa
atual configuração.
Tröger et al. (1999), distinguiram três aqüíferos baseados nas diferentes quantias de fluoretos.
Os aqüíferos foram denominados de Paranoá - de onde se observa ressurgências de águas termais;
Araxá - existência de fluoretos encontrados somente neste aqüífero; e o aqüífero freático. Concluiu-se
que o aqüífero Paranoá é isolado e confinado, visto a ausência de fluoretos, sua quantia maior de sílica
se comparada aos outros, teores baixos de HCO3-, sódio e potássio nas suas águas, o que é
contrastante, pois as águas que percolam as fraturas, e que passam também pelos micaxistos do Araxá
têm baixos teores de íons (o que se esperaria o contrário), além de todas estas características, as águas
do aqüífero Paranoá são quentes 58°. O modelo hidrológico que explica esta água quente são
grandes fraturas que vão a profundidade e ascendem, por gradiente hidráulico, por fraturas de menor
pressão calibre. O estudo “Geologia do Domo de Caldas Novas, Goiás” (2000) define a subdivisão dos
aquíferos na região de acordo com suas características químicas, condições de circulação, temperatura
e litologia, em três sistemas principais: Poroso, Araxá e Paranoá.
SISTEMA AQUÍFERO POROSO
Correspondente ao conjunto denominado de Aquífero freático de Tröger et al, 2000. São
aquíferos livres, contínuos e de ampla extensão lateral e espessura saturada muito variável. Esse
sistema tem uma grande importância na hidrologia, principalmente hidrogeológica, na região, tais
como, o funcionamento como “filtro”, favorecimento da recarga dos aquíferos na sua base e a
regulação da vazão de base das drenagens superficiais nos períodos de estiagens de cheias.
Este tipo de aquífero foi subdividido, pelo projeto caldas novas 2000, em dois tipos PI e PII.
Esta subdivisão foi em função com as características físicas das coberturas dos solos, tais como, a
textura, a espessura, a variação lateral e seus padrões dos relevos associados.
PI – confinado no platô da Serra de Caldas, composto pelos regolitos dos quartzitos da unidade
MNPpoq, com espessura variando de alguns metros até acima de 64m. Esta cobertura é composta por
solos (latossolos com textura média a arenosa e areias quartizosas) e saprolitos, com condutividade
hidráulica muito alta diretamente ligado com o seu material de origem. Essas características físicas,
associadas ao padrão de relevo (plano a suave ondulado, com cotas maiores que 1000 metros) resulta
em uma situação de recarga regional muito eficiente. Neste contexto, o volume de água retida por
infiltração é grande e o run-off se limitada apenas às bordas da serra em períodos de máximas
precipitações. Devido às grandes condutividades, esse sistema é rapidamente drenado, apresentando
uma zona vadosa muito espessa e uma zona saturada limitada ao topo rochoso.
PII – representado pelo cambissolo litólico presente nas bordas das serras e pelos solos
argilosos derivados dos xistos do Grupo Araxá. Neste caso, os aquíferos apresentam valores de
condutividade hidráulica menores que o subsistema PI associados ao relevo forte ondulado e com
declividade moderada a elevada. Essas características limita o volume da recarga natural de água para
os aquíferos. Essas águas são provenientes, predominantemente, da precipitação e são frias – com
temperaturas próximas às médias anuais locais - pouco mineralizadas. Pode-se associa-las como águas
de fluxos hidrogeológicos locais, assim, o tempo de contato entre a água de chuva e o material
geológico, a rocha alterada e o solo é restrito, por conseqüência, as taxas totais de sólidos dissolvidos
nessas águas são baixa.
O subsistema PI se caracteriza por possuir um nível estático muito profundo e se situar na parte
superior da Serra de Caldas (uma área de proteção ambiental), por isso, suas águas não são
aproveitadas diretamente pela população. Seus exutórios são predominantemente representados por
fontes naturais ou por infiltração para os aquíferos fraturados subjacentes. Já o subsistema PII se
localiza nas cotas inferiores ao subssistema PI, e suas águas são aproveitadas por poços escavados, em
áreas rurais ou na periferia das cidades.
SUBSISTEMA AQUÍFERO PARANOÁ
São aquíferos fraturados contidos nas rochas do Grupo Paranoá e podem ser livres ou
confinados, frios ou termais, anisotrópicos, heterogêneos e com extensão lateral controlada pelos
grandes lineamentos.
Eles são livres quando as zonas de fraturas estão associadas com as áreas de afloramento das
rochas psamo-pelito-carbonatadas do Grupo Paranoá no Domo de Caldas. São classificados como
confinados quando as suas fraturas são recobertas pelos xistos (aquitardes confinantes) do Grupo
Araxá. As diferenças nas reologias dos Grupos Paranoá e Araxá refletem na densidade de fraturas dos
Grupos, por isso o Grupo Araxá possui densidades de fraturas inferiores ao Paranoá confinando-o.
Pode-se subdividir por diferenças de comportamentos em aquíferos frios ou termais. Os frios
são associados às grandes zonas de fraturas com água de fluxo descendente em profundidades menores
que 400 metros, e normalmente são associados como os aquíferos classificados como livres. Os
termais são associados às fraturas ainda abertas em profundidades maiores que 450 metros quando
possuírem águas com fluxo ascendente. As águas de ambos são pouco mineralizadas, sendo que o total
de sólidos dissolvidos (TDS) do termal é um pouco maior que o do frio.
Os exutórios desses aquíferos podem ser de origem natural (fontes ou surgências) ou artificiais
como no caso dos vários poços tubulares profundos. A recarga desses aquíferos podem ser
relacionadas à drenagem do subsistema poroso PI.
Esses aquíferos apresentam excelentes condições de circulação e valores de transmissividades e
condutividade hidráulicas elevados, porém muito variável dependendo do local, isso indica uma
grande anisotropia, tudo isso podendo se propagar em grande profundidade.
O regime tectônico influente na região associado com a geologia local e com a temperatura da
água propiciam uma circulação de água em profundidades maiores que 300m, sendo que na região
existem poços muito produtivos em profundidades bem maiores, como visto no hotel Tayo (poço com
484 metros).
SISTEMA AQUÍFERO ARAXÁ
Esses são aquíferos predominantemente fraturados, livres, frios ou termais, com extensão
lateral restrita, pois são controlados por zonas de fraturamentos, muito heterogêneos e anisotrópicos.
Suas águas são quimicamente mais ricas (maiores TDS) devido ao seu contato com as rochas do Grupo
Araxá, mais mineralizável.
Podem também ser subdivididos como frios ou termais. Os frios são aqueles mais superficiais
(primeiras centenas de metros dos xistos) cuja zonas de fraturas são recarregadas diretamente pela
infiltração da precipitação captada pelo subsistema PII. Os termais ocorrem nas zonas fraturadas mais
profundas, próximas ao contato geológico entre os diferentes grupos Paranoá e Araxá e,
eventualmente, nas zonas fraturadas mais abertas em profundidades menores.
A recarga do subsistema termal se dá pelo fluxo ascendentes a partir do aqüífero termal do
Grupo Paranoá sotoposto. Como foi dito antes, em algumas áreas, o Grupo Araxá confina o sistema
Paranoá, e este último tem um carga potenciométrica elevada (provavelmente devido a sua área de
recarga elevada). Assim, quando essa águas aquecidas encontram as zonas fraturadas do Araxá elas
sobem e se misturam com as águas frias, compondo o Subsistema Araxá termal, com temperaturas
intermediárias.
Seus exutórios naturais ocorrem através de fontes e surgências, além de zonas de efluxo em
drenagens perenes. Seus exutórios artificiais ocorrem através de poços, intensamente perfurados para o
abastecimento urbano. A profundidade que separa o Grupo Araxá e Paranoá é variável e a mistura da
água é relacionada às zonas de fraturas do Araxá, que possibilita a subida do Paranoá termal, assim as
profundidades dos poços termais no subsistema termal do Araxá são variáveis. Como foi dito antes, as
águas nesse aquífero são as mais mineralizadas dos deferentes sistemas sendo relacionada à química
das rochas que reagem com a água (filossilicatos e carbonatos em zonas de segregação metamórfica).
Os parâmetros dos Aquíferos Araxá são diferentes aos atribuídos nos Aquíferos Paranoá, isto é
função de dois fatores: 1) reologia distintas, os xistos acomodam as fraturas em maiores profundidades
e; 2) atitude da foliação em baixo ângulo, o que dificulta a infiltração das águas a partir do PII.
3 – Discussão dos Resultados/Conclusões
Através dos dados de condutividade hidráulica obtidos em campo e com base nos diferentes tipos
de solo e rochas foi possível caracterizar três tipos grupos distintos de aqüíferos. Anteriormente estes
três grupos tinham sido denominados genericamente, de Sistema Aqüífero Poroso, Sistema Aqüífero
Paranoá e Sistema Aqüífero Araxá, sendo o primeiro dividido em dois subsistemas denominados PI e
PII (Geologia do Domo de Caldas Novas, Goiás. 2000). Neste trabalho ficam mantidos os três grupos
de aqüíferos, entretanto o Sistema Aqüífero Poroso é dividido em três subsistemas e não dois como
havia sido definido anteriormente, isto só foi possível graças ao grande volume de dados obtidos
durante os vários ensaios de infiltração realizados nos solos da Serra de Caldas Novas.
Sistema aquífero Poroso.
Tratam-se de aqüíferos porosos livres de águas frias e de grande extensão lateral.
Apesar de apresentarem fluxos predominantemente locais eles são de suma importância para a
hidrogeologia regional pois favorecem a recarga dos outros dois sistemas aqüíferos sotopostos,
funcionando como verdadeiros filtros que conduzem a água, efetivamente infiltrada, até o topo destes
sistemas, minimizam as perdas hídricas, principalmente através do Run Off.
Esse sistema aqüífero também regulariza as vazões de base de várias drenagens superficiais,
principalmente nas regiões de relevo dissecado, durante os períodos de seca.
Apesar de serem compostos por diferentes solos e saprolitos que recobrem a área e
apresentarem características de infiltração distintas para diferentes profundidades do perfil pedológico,
este sistema pode ser subdividido em três domínios ou subsistemas, chamados genericamente de P1,
P2 e P3. Diferenciados em função de critérios pedológicos (textura, estrutura, espessura e variação
lateral), geomorfológicos (declividades e altitudes), geológicos (material de origem) e, principalmente,
comportamento vertical da infiltração.
Todos os aqüíferos do Sistema Poroso são muito susceptíveis à contaminação, seja ela através
de agrotóxicos, derivados de petróleo, aterros sanitários, fossas, etc., fontes de contaminação
tipicamente encontradas nas áreas em crescimento urbano desordenado.
Subsistema P1 – Domínio situado em latossolos vermelhos e vermelho-amarelos, com texturas média
a arenosas recobrindo principalmente os quartzitos MNPpq do topo da serra, nas áreas de chapada.
Apresentam espessuras maiores que 15 metros, muitas vezes atingindo aproximadamente 64 metros.
Seus valores de infiltração são os maiores da região, podendo ser caracterizados como médios a altos.
Possuem importância hidrogeológica local e regional muito alta.
A variação dos valores de permeabilidade em função da profundidade, pode ser explicado pela
variação dos perfis pedológicos, devido principalmente aos processos de transformação, remoção e
translocação ocorridos nestes solos. Esses processos, favorecidos pela infiltração da água, agem em
diferentes níveis e profundidades, implicando em diferentes comportamentos de permeabilidade.
Vale ressaltar que, nessas regiões, a intensidade os processos pedogenéticos pode aumentada,
devido às características locais da região, tais como: oscilação constante do nível da água (espessura
saturada) desses aquíferos, fortes contrastes sazonais de clima e intensa infiltração.
Subsistema P2 – São representados por latossolos vermelho síltico-argilosos que recobrem
essencialmente as rochas do Grupo Araxá formando as áreas de relevo dissecado sobre a qual localiza-
se a cidade de Caldas Novas. Possuem importância hidrogeológica alta, sedo explotado basicamente
através de cisternas. Apresentam basicamente valores médios de permeabilidade, menores que a média
dos valores encontrados nos solos do subsistema P1. Apesar da granulometria fina, esses solos
apresentam condutividades maiores que o esperado, provavelmente devido a sua estruturação em
agregados que facilita a infiltração. Os dados de infiltração nestes solos revelaram que a recarga na
região de relevo dissecado é bem maior que aquela anteriormente esperada para esta região.
Subsistema P3 – Localizados nas bordas da Serra de Caldas (relevos fortemente inclinado) em
regiões caracterizadas geomorfologicamente como região de dissecação de bordas. Esse é o domínio
poroso que apresenta os mais baixos valores de infiltração. Seus solos são pouco espessos e
classificados como neossolos litólicos. São áreas em que o run off é elevado e a infiltração mínima,
caracterizadas através do aumento abrupto de drenagens. Anteriormente estes solos eram inclusos no
subsistema P2.
Estudos anteriores verificam que essa alta condutividade faz com que água de precipitação
infiltrada seja rapidamente drenada pelas fissuras do Sistema Aqüífero Paranoá sotoposto ao
subsistema P1.
Já no subsistema P2, as condições para a recarga não são tão favoráveis quanto no P1, pois seu
relevo é ondulado e seus solos são muito mais argilosos. Mesmo assim esse subsistema é de grande
importância à recarga do Sistema Aqüíferos Araxá sotoposto e são também importantes para o
abastecimento local da população através de mine poços e/ou cisternas.
O subsistema P3 não apresenta condições de recargas eficiente, pois seu relevo é fortemente
ondulado e sua infiltração é baixa. Felizmente esse subsistema é muito local, sua extensão lateral é
pequena e restrita à borda da Serra de Caldas, ocorrendo em localidades dispersas.
Sistema Aqüífero Paranoá
Composto exclusivamente pelas rochas do Grupo, são aqüíferos fissurados controlados pela
litologia e pela interconecção das fissuras. Esse sistema é anisotrópico e heterogêneo, podendo
também ser livre e frio (topo da serra, nos piezômetros) ou semiconfinado e quente (poço do hotel
Tayo).
Quando semiconfinado, o Sistema Aqüífero Paranoá encontra-se sotoposto pelas rochas do
Grupo Araxá, que funcionam como um aquitardes. Essa rochas – xistos, na maioria - apresentam maior
freqüência de fraturas que as rochas do Grupo Paranoá, porém, suas fraturas são mais fechadas e pouco
contínuas (menor interconecção entre fraturas), funcionando assim como camada semiconfinante. Os
aquíferos semiconfinados termais do Paranoá se encontram em grandes profundidades em fluxo
ascendente (como visto no hotel Tayo), suas fraturas apresentam, na maior parte, grandes aberturas
mesmo em grande profundidades o que decorre em grandes valores de vazão, condutividade hidráulica
e transmissividade. Estudos indicam que essas grandes aberturas em profundidade podem ser de
caráter meramente estrutural devido ao seu intenso neotectonismo ou de caráter químico oriundo da
dissolução da sílica, devido à maior solubilidade desta em águas quentes.
Quando livre, como acontece no topo da Serra de Caldas Novas, o Sistema Aqüífero Paranoá
normalmente é formado por fluxos descendentes de águas fria, uma vez que sua superfície
potenciométrica é a mais alta na região e suas águas drenadas a partir do subsistema P1 (água de
precipitação) poroso e livre. É através do subsistema P1 que a água pode infiltrar nas fraturas das
rochas do Grupo Paranoá, e ser direcionada para diferentes regimes de fluxos, entre eles o fluxo em
grandes profundidades que aquecem as águas geotermicamente transformando-as em termais. Nos
piezômetros foi verificada a infiltração da água nesses aquíferos e pode perceber que os seus
parâmetros de condutividade hidráulica e transmissividade são distintos daqueles verificados no hotel
Tayo. Isto porque cada fratura, mesmo no mesmo aqüífero, pode apresentar permeabilidade distinta.
Sendo assim tem mais sentido falar em condutividade hidráulica média, enquanto estivermos lidando
com aqüíferos fissurais.
Sistema Aqüífero Araxá
Este sistema é caracterizado pelos aquíferos fraturados, essencialmente livres e associados às
rochas do Grupo Araxá, sobrepostos unicamente pelos aqüíferos porosos e também livres do
subsistema P2.
Quando o sistema é frios, é composto por fluxos verticais de águas provenientes de
precipitação, que infiltram através do subsistema P2 e então drenam para as fraturas das rochas do
Grupo Araxá. Quando o sistema é termal, ele é derivado da mistura de águas dos sistemas Paranoá
(fluxos ascendentes) e Araxá (fluxos descendentes). Essa mistura acontece devido ao contato tectônico
do Grupo Paranoá com o Araxá.
O sistema Paranoá apresenta-se semiconfinado e com uma elevada carga potenciométrica.
Quando a interface Paranoá / Araxá favorece o fluxo ascendente das águas deste sistema ele tenderá a
se misturar com os fluxos descendentes das rochas dos Grupo Araxá, aumentando assim a temperatura
das águas do Sistema Araxá.
Então se observarmos o comportamento dos fluxos de água no Sistema Araxá, veremos que nas
partes em que suas águas forem descendentes, provenientes do subsistema P2, elas serão frias e
geralmente presentes no topo desse sistema. Na base dele quando a interface Paranoá / Araxá permitir
a mistura de águas, ele será um Sistema Araxá termal.
Pode-se também concluir que: o aquecimento das águas termais não tem relações com corpos
magmáticos (taxas de sais dissolvidos baixas – Zschocke 2000); as águas termais provenientes do
Grupo Araxá é resultado da mistura dela com o Paranoá termal ascendente; o sistema exclusivamente
Araxá pode se alcançar grandes profundidades pode ser aquecido por grau geotérmico; o aquecimento
de águas é atribuído a regimes de fluxos regionais (profundidades maiores que 1200m) em um região
de grau geotérmico de 25º a 30ºC/Km e; a neotectônica apresenta uma importância essencial na
termalização das águas, pois possibilita uma melhor infiltração.
De acordo com balanço hídrico também fica claro a grande importância da Serra de Caldas
Novas no que diz respeito a recarga hidrogeológica regional dos aqüíferos e principalmente na
manutenção do reservatório de águas termais. Devido as suas ótimas condições para a recarga e ao
elevado gradiente potenciométrico.
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