Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
ALESSANDRA TOURINHO MAIA
ANÁLISE SETORIAL DAS CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS E DO NÍVEL DE EFETIVIDADE DOS PROCESSOS GERENCIAIS DE
EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
DISSERTAÇÃO
CURITIBA 2014
ALESSANDRA TOURINHO MAIA
ANÁLISE SETORIAL DAS CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS E DO NÍVEL DE EFETIVIDADE DOS PROCESSOS GERENCIAIS DE
EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil, do programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de Concentração: Construção Civil.
Orientador: Prof. Dr. Alfredo Iarozinski Neto.
CURITIBA
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
M217a Maia, Alessandra Tourinho
2014 Análise setorial das características organizacionais e
do nível de efetividade dos processos gerenciais de
empresas de construção civil / Alessandra Tourinho Maia.--
2014.
271 f.: il.; 30 cm
Texto em português, com resumo em inglês.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Civil, Curitiba, 2014.
Bibliografia: f. 243-253.
1. Indústria de construção civil - Curitiba (PR) -
Administração. 2. Eficiência organizacional. 3. Efetividade.
4. Planejamento estratégico. 5. Levantamentos sociais
- Métodos estatísticos. 6. Análise fatorial. 7. Análise
multivariada. 8. Análise por conglomerados. 9. Engenharia
civil - Dissertações. I. Iarozinski Neto, Alfredo, orient.
II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Programa
de Pós-graduação em Engenharia Civil. III. Título.
CDD 22 -- 624
Biblioteca Central da UTFPR, Câmpus Curitiba
“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso (ou Programa)”.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, professor Dr. Alfredo Iarozinski Neto, pela compreensão,
dedicação, incentivo e diretrizes dadas para o desenvolvimento desta dissertação.
Aos professores Dr. José Alberto Cerri e Dr. Rodrigo Eduardo Catai pelo apoio
dado durante o curso.
Ao professor Cesar Augusto Taconeli, do Laboratório de Estatística Aplicada da
UFPR, e sua equipe.
À Associação Brasileira de Cimento Portland, Regional Sul, aos profissionais e às
empresas que participaram desta pesquisa.
Aos meus estimados: Ângela Rosi de Alencar, Jacqueline Colucci Stella, Marco
Antônio Sbalqueiro, Renato B. Coelho Neto, Rosemara Deniz Amarilla e Rosemeri
Ribeiro, pela sua importante contribuição.
RESUMO
MAIA, Alessandra Tourinho. Análise setorial das características organizacionais e do nível de efetividade dos processos gerenciais de empresas de construção civil. 2014. 271f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2014.
As características organizacionais e o nível de efetividade dos processos gerenciais são algumas das variáveis que determinam a eficiência do funcionamento de uma empresa. Se existem lacunas nestes aspectos, a empresa terá dificuldades em executar suas atividades de forma competente. Devido à importância da estrutura organizacional no desempenho das empresas, a presente pesquisa tem como objetivo apresentar uma análise das características organizacionais e dos principais processos de negócio de empresas de construção civil, de cinco diferentes setores de atividade, localizadas na região de Curitiba, no Estado do Paraná. Para tanto foi desenvolvida uma pesquisa aplicada, descritiva e de natureza quantitativa. O Método Survey foi escolhido como procedimento principal para este estudo, permitindo a obtenção de dados primários de forma sistematizada. Os dados foram analisados por intermédio da estatística descritiva e inferencial, com a aplicação de técnicas multivariadas de análise fatorial, análise discriminante e análise de clusters. De forma geral, observa-se que a estrutura organizacional destas empresas é caracterizada pelo atraso do tradicionalismo do setor, em que predomina a existência de organizações hierarquizadas, com alto nível de centralização, baixo investimento na qualificação dos funcionários e pouca preocupação com os impactos ambientais. Por outro lado, em função do dinamismo do mercado, estas empresas procuram investir em novas tecnologias e diferentes formas de organização como meio de superar suas deficiências, buscar a competitividade e a preferência dos clientes. Os resultados da pesquisa indicam ainda não existirem diferenças significativas nas características organizacionais e no nível de efetividade de processos entre os setores avaliados. Palavras-chave: Empresas de Construção Civil; Características Organizacionais; Processos Gerenciais; Análise Multivariada.
ABSTRACT
MAIA, Alessandra Tourinho. Sectorial analysis of the organizational characteristics and the level of effectiveness of the management processes of construction companies. 2014. 271 p. Dissertation (Master in Civil Engineering) - Post Graduate Program in Civil Engineering, Federal Technological University of Paraná. Curitiba, 2014.
The organizational characteristics and the level of effectivity of management processes are some of the variables that determine the efficiency of running a company. If there are gaps in these aspects, the company will have difficulties in performing its activities competently. Due to the importance of organizational structure on company’s performance, this research aims to present an analysis of the organizational characteristics and the principal management processes of construction companies, of five different sectors of activity, located in the region of Curitiba, in the state of Paraná. Therefore and applied, descriptive and quantitative research was developed. The Survey Method was chosen as the basic procedure for this study, allowing the obtaining of primary data systematically. The data were analyzed using descriptive and inferential statistics, with the application of multivariate techniques of factorial analysis, discriminant analysis and cluster analysis. In general, it is observed that these companies are characterized by the delayed traditionalism of the sector, which predominates the existence of hierarchical structures with a high level of centralization, low investment in the training of staff and little concern for environmental impacts. On the other hand, due to the market dynamism, companies seek to invest in new technologies and different forms of management as a way to overcome its shortcomings, seek competitiveness and customer preference. The research results indicate that there is no significant differences in the organizational characteristics and in the level of development processes among the evaluated sectors. Keywords: Civil Construction Companies; Organizational Characteristics; Management Process; Multivariate Analysis.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Distribuição das publicações por ano ......................................................... 62
Gráfico 2 – Distribuição das publicações por autor ...................................................... 62
Gráfico 3 – Classificação das publicações por insituição de origem dos autores ......... 63
Gráfico 4 – Distribuição das publicações por país de origem dos autores .................... 63
Gráfico 5 – Distribuição das publicações por periódico ................................................ 64
Gráfico 6 – Distribuição das citações por autor ............................................................ 66
Gráfico 7 – Setor de atuação ..................................................................................... 119
Gráfico 8 – Ano de fundação das empresas .............................................................. 120
Gráfico 9 – Ano de fundação das empresas: análise setorial ..................................... 120
Gráfico 10 – Tipo de constituição ............................................................................... 121
Gráfico 11 – Tipo de constituição: análise setorial ..................................................... 121
Gráfico 12 – Tipo de administração ............................................................................ 122
Gráfico 13 – Tipo de administração: análise setorial .................................................. 122
Gráfico 14 – Número de funcionários ......................................................................... 123
Gráfico 15 – Número de funcionários: análise setorial ............................................... 124
Gráfico 16 – Número de certificações ........................................................................ 124
Gráfico 17 – Número de certificações: análise setorial ............................................... 125
Gráfico 18 – Número de empreendimentos executados: análise setorial ................... 126
Gráfico 19 – Número de empreendimentos em execução: análise setorial ................ 127
Gráfico 20 – Área de atuação do respondente ........................................................... 127
Gráfico 21 – Área de atuação do respondente: análise setorial ................................. 128
Gráfico 22 – Cargo ocupado pelo respondente .......................................................... 129
Gráfico 23 – Cargo ocupado pelo respondente: análise setorial ................................ 129
Gráfico 24 – Tempo em que o respondente atua na organização .............................. 130
Gráfico 25 – Tempo em que o respondente atua na organização: análise setorial ..... 131
Gráfico 26 – Nível de centralização da estrutura organizacional ................................ 132
Gráfico 27 – Nível de formalização dos cargos e funções .......................................... 132
Gráfico 28 – Estilo de gestão da empresa .................................................................. 133
Gráfico 29 – Quantidade de horas de treinamento ..................................................... 134
Gráfico 30 – Nível de formalização das atividades e processos ................................. 134
Gráfico 31 – Grau de autonomia dos funcionários ..................................................... 135
Gráfico 32 – Grau de especialização dos funcionários ............................................... 136
Gráfico 33 – Nível de departamentalização ................................................................ 136
Gráfico 34 – Nível de integração entre os processos ................................................. 137
Gráfico 35 – Taxa de crescimento da empresa nos últimos três anos ........................ 138
Gráfico 36 – Nível de formação dos funcionários ....................................................... 138
Gráfico 37 – Nível de cooperação entre os funcionários ............................................ 139
Gráfico 38 – Nível de interação entre os funcionários ................................................ 139
Gráfico 39 – Nível de controle exercido sobre as atividades e/ou funcionários .......... 140
Gráfico 40 – Nível de investimento em tecnologias e equipamentos .......................... 141
Gráfico 41 – Posição da empresa em relação aos seus concorrentes ....................... 141
Gráfico 42 – Tempo de resposta da empresa às demandas do mercado................... 142
Gráfico 43 – Capacidade da empresa em se adaptar às mudanças .......................... 143
Gráfico 44 – Características do mercado em que a empresa atua ............................. 143
Gráfico 45 – Comportamento da empresa frente às tendências do mercado ............. 144
Gráfico 46 – Nível de formalidade nas relações entre os funcionários ....................... 145
Gráfico 47 – Nível de conhecimento dos funcionários em relação às estratégias ...... 145
Gráfico 48 – Posição da empresa em relação à redução de custos ........................... 146
Gráfico 49 – Nível de preocupação em relação à adoção de melhorias ..................... 147
Gráfico 50 – Nível de preocupação em relação à prevenção de problemas ............... 147
Gráfico 51 – Avaliação das habilidades necessárias aos funcionários ....................... 148
Gráfico 52 – Nível de alinhamento das características dos produtos X estratégia ...... 149
Gráfico 53 – Nível de preocupação com a diferenciação X concorrentes ................... 149
Gráfico 54 – Evolução do quadro de funcionários nos últimos três anos .................... 150
Gráfico 55 – Análise do ambiente de atuação da empresa ........................................ 151
Gráfico 56 – Análise setorial do ambiente de atuação da empresa ............................ 152
Gráfico 57 – Análise das necessidades dos clientes .................................................. 152
Gráfico 58 – Visão e posicionamento estratégicos ..................................................... 153
Gráfico 59 – Análise do desempenho interno com base em indicadores e/ou metas . 154
Gráfico 60 – Desenvolver visão e estratégia .............................................................. 154
Gráfico 61 – Desenvolver visão e estratégia: análise setorial ..................................... 155
Gráfico 62 – Análise de desempenho dos produtos X oportunidades de mercado ..... 156
Gráfico 63 – Existência de processo formal de elaboração e desenvolvimento ......... 156
Gráfico 64 – Utilização de processos integrados com uso de TI ................................ 157
Gráfico 65 – Análise setorial da utilização de processos com uso de TI .................... 158
Gráfico 66 – Execução do planejamento e gestão do cronograma físico-financeiro ... 158
Gráfico 67 – Desenvolver e gerir produtos e serviços ................................................ 159
Gráfico 68 – Desenvolver e gerir produtos e serviços: análise setorial ....................... 160 Gráfico 69 – Processo de marketing .......................................................................... 161
Gráfico 70 – Processo de vendas .............................................................................. 161
Gráfico 71 – Ofertar produtos e serviços .................................................................... 162
Gráfico 72 – Ofertar produtos e serviços: análise setorial .......................................... 163
Gráfico 73 – Existência de plano formal para aquisição de materiais e serviços ........ 163
Gráfico 74 – Gestão de estoques de matéria-prima ................................................... 164
Gráfico 75 – Impacto da matéria-prima nos custos do empreendimento/produto ....... 164
Gráfico 76 – Integração entre o planejamento dos setores comercial e de produção . 165
Gráfico 77 – Existência de planejamento, programação e controle de produção ....... 166
Gráfico 78 – Planejamento X disponibilidade de recursos materiais e mão-de-obra .. 167
Gráfico 79 – Existência de procedimentos formais para a fabricação de produtos ..... 167
Gráfico 80 – Análise setorial da existência de procedimentos formais de execução .. 168
Gráfico 81 – Desenvolver empreendimentos, produtos e serviços ............................. 168
Gráfico 82 – Desenvolver empreendimentos, produtos e serviços: análise setorial ... 169
Gráfico 83 – Procedimentos de atendimento ao cliente ............................................. 170
Gráfico 84 – Níveis de serviço para o atendimento ao cliente .................................... 170
Gráfico 85 – Gerir o atendimento ao cliente ............................................................... 171
Gráfico 86 – Gerir o atendimento ao cliente: análise setorial...................................... 171
Gráfico 87 – Estratégias e políticas efetivas de gerenciamento de RH ...................... 172
Gráfico 88 – Programa de remuneração variável ....................................................... 173
Gráfico 89 – Desenvolver e gerir capital humano ....................................................... 173
Gráfico 90 – Desenvolver e gerir capital humano: análise setorial ............................. 174
Gráfico 91 – Sistema de gestão de informações compatível com a estratégia ........... 175
Gráfico 92 – Uso de TI nas relações com fornecedores e clientes ............................. 175
Gráfico 93 – Gerenciar tecnologia da informação ...................................................... 176
Gráfico 94 – Gerenciar tecnologia da informação: análise setorial ............................. 176
Gráfico 95 – Execução de planejamento e controle orçamentário .............................. 177
Gráfico 96 – Adoção da contabilidade de custos como fonte de informação .............. 178
Gráfico 97 – Gestão da performance financeira com base em dados confiáveis........ 178
Gráfico 98 – Gerir recursos financeiros ...................................................................... 179
Gráfico 99 – Gerir recursos financeiros: análise setorial ............................................ 180
Gráfico 100 – Estratégia de gerenciamento de bens imóveis ..................................... 180
Gráfico 101 – Políticas de manutenção contínua de ativos produtivos ....................... 181
Gráfico 102 – Análise e gestão dos riscos físicos associados à operação ................. 182
Gráfico 103 – Adquirir, construir e gerir bens e equipamentos ................................... 182
Gráfico 104 – Adquirir, construir e gerir bens e equipamentos: análise setorial ......... 183
Gráfico 105 – Avaliação dos impactos ambientais resultantes dos processos ........... 184
Gráfico 106 – Gestão de programas de saúde, segurança e meio ambiente ............. 184
Gráfico 107 – Gerir saúde, segurança e meio ambiente ............................................ 185
Gráfico 108 – Gerir saúde, segurança e meio ambiente: análise setorial ................... 185 Gráfico 109 – Gestão das relações com os stakeholders ........................................... 186
Gráfico 110 – Gestão das questões legais, éticas e jurídicas..................................... 187
Gráfico 111 – Gerir as relações com o mercado ........................................................ 187
Gráfico 112 – Gerir as relações com o mercado: análise setorial ............................... 188
Gráfico 113 – Gestão da estratégia de desempenho organizacional.......................... 189
Gráfico 114 – Existência de programa de gestão do conhecimento ........................... 189
Gráfico 115 – Gerir o conhecimento, a melhoria e as mudanças ............................... 190
Gráfico 116 – Gerir o conhecimento, a melhoria e as mudanças: análise setorial ...... 190
Gráfico 117 – Posição dos centróides - variáveis organizacionais ............................. 214
Gráfico 118 – Posição dos centróides - variáveis de processo ................................... 220
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Cronologia dos estudos da Teoria Organizacional ..................................... 35
Quadro 2 – Tipos de decisão x aspectos a considerar .................................................. 39
Quadro 3 – Vantagens e desvatagens da centralização e da desecentralização .......... 41
Quadro 4 – Vantagens e desvantagens dos critérios de departamentalização ............. 46
Quadro 5 – Palavras-chave ........................................................................................... 60 Quadro 6 – String de busca .......................................................................................... 60
Quadro 7 – Principais obras referenciadas ................................................................... 67
Quadro 8 – Seções da CNAE ....................................................................................... 81 Quadro 9 – Valores do Teste KMO ............................................................................. 100
Quadro 10 – Variáveis independentes das características organizacionais ................ 191
Quadro 11 – Variáveis independentes do nível de efetividade dos processos ............ 193
Quadro 12 – Fatores organizacionais x variáveis ........................................................ 200
Quadro 13 – Fatores de processo x variáveis ............................................................. 207
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Número de estabelecimentos por grupos de atividade econômica .............. 32
Tabela 2 – Tamanho do estabelecimento por empregados ativos................................. 32 Tabela 3 – Empresas ativas x pessoal acupado ............................................................34 Tabela 4 – Teste Alfa de Cronbach - variáveis organizacionais .................................. 194
Tabela 5 – Testes KMO e Esfericidade de Bartlett - variáveis organizacionais ........... 195
Tabela 6 – Comunalidades - variáveis organizacionais .............................................. 196
Tabela 7 – Variância total explicada - variáveis organizacionais ................................. 197
Tabela 8 – Matriz de componentes rotacionados - variáveis organizacionais ............. 199 Tabela 9 – Teste Alfa de Cronbach - variáveis de processo........................................ 202
Tabela 10 – Testes KMO e Esfericidade de Bartlett - variáveis de processo ............... 203
Tabela 11 – Comunalidades - variáveis de processo ................................................. 203
Tabela 12 – Variância total explicada - variáveis de processo .................................... 204
Tabela 13 – Matriz de componentes rotacionados - variáveis de processo ................. 206
Tabela 14 – Teste de normalidade - variáveis organizacionais ................................... 209 Tabela 15 – Teste M de Box - variáveis organizacionais ............................................. 210
Tabela 16 – Correlação - variáveis organizacionais ................................................... 210
Tabela 17 – Teste de igualdade entre as médias - variáveis organizacionais ............. 211
Tabela 18 – Funções discriminantes - variáveis organizacionais ................................ 212 Tabela 19 – Lambda de Wilks - variáveis organizacionais .......................................... 213
Tabela 20 – Matriz estrutural - variáveis organizacionais ............................................ 213
Tabela 21 – Probabilidades de classificação - variáveis organizacionais .................... 214
Tabela 22 – Classificação da amostra - variáveis organizacionais .............................. 215
Tabela 23 –Teste de normalidade - variáveis de processo ......................................... 216 Tabela 24 –Teste M de Box - variáveis de processo ................................................... 216
Tabela 25 – Correlação - variáveis de processo ........................................................ 217
Tabela 26 – Teste de igualdade entre as médias - variáveis de processo................... 217
Tabela 27 – Funções discriminantes - variáveis de processo ...................................... 218 Tabela 28 – Lambda de Wilks - variáveis de processo ................................................ 219
Tabela 29 – Matriz estrutural - variáveis de processo ................................................. 219
Tabela 30 – Probabilidades de classificação - variáveis de processo ......................... 220
Tabela 31 – Classificação da amostra - variáveis de processo ................................... 221
Tabela 32 – Sumário de casos - variáveis organizacionais ......................................... 223
Tabela 33 – Coeficientes de aglomeração - variáveis organizacionais ........................ 224
Tabela 34 – Número de iterações - variáveis organizacionais ..................................... 224 Tabela 35 – Inclusão dos sujeitos nos clusters - variáveis organizacionais ................ 225
Tabela 36 – Distância final entre os centróides - variáveis organizacionais ................ 225 Tabela 37 – ANOVA one way - variáveis organizacionais ........................................... 226
Tabela 38 – Composição dos clusters - variáveis organizacionais .............................. 226
Tabela 39 – Número de casos em cada cluster - variáveis organizacionais ................ 227
Tabela 40 – Sumário de casos - variáveis de processo ............................................. 228
Tabela 41 – Coeficientes de aglomeração - variáveis de processo ............................. 229
Tabela 42 – Número de iterações - variáveis de processo .......................................... 230 Tabela 43 – Inclusão dos sujeitos nos clusters - variáveis de processo ...................... 230
Tabela 44 – Distância final entre os centróides - variáveis de processo ...................... 231
Tabela 45 – ANOVA one way - variáveis de processo ................................................ 231
Tabela 46 – Composição dos clusters - variáveis de processo ................................... 232
Tabela 47 – Número de casos em cada cluster - variáveis de processo .................... 232
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fatores condicionantes da estrutura organizacional ..................................... 48
Figura 2 – Síntese dos componentes e condicionantes da estrutura organizacional ..... 51 Figura 3 – Arquitetura PCF (Process Classification Framework) ................................... 58
Figura 4 – Rede de citações ......................................................................................... 65
Figura 5 – Etapas da metodologia da pesquisa............................................................. 77
Figura 6 – Identificação do perfil da organização .......................................................... 85
Figura 7 – Características da organização .................................................................... 86
Figura 8 – Nível de efetividade dos processos .............................................................. 87
Figura 9 – Modelo de escala de diferencial semântico .................................................. 88
Figura 10 – Modelo de escala de intensidade ............................................................... 89 Figura 11 – Etapas para análise dos dados no SPSS ................................................... 95
Figura 12 – Regra do cotovelo – variáveis organizacionais ......................................... 198
Figura 13 – Regra do cotovelo – variáveis de processo .............................................. 205
LISTA DE SIGLAS
ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland
ANOVA Análise de Variância
APQC American Productivity & Quality Center
BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil
CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas
ERP Enterprise Resource Planning
FNQ Fundação Nacional de Qualidade
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IETEC Instituto de Educação Tecnológica
MEG Modelo de Excelência da Gestão
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NIGEC Núcleo de Inovação e Gestão da Construção
PCF Process Classification Framework
PIB Produto Interno Bruto
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
RH Recursos Humanos
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
TI Tecnologia de Informação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 23
1.1 CONTEXTO DO PROBLEMA ........................................................................ 24
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA .......................................................................... 26
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................... 26
1.3.1 Objetivo geral ..................................................................................... 26
1.3.2 Objetivos específicos ......................................................................... 26
1.4 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................. 27
1.5 QUESTÕES ORIENTADORAS ...................................................................... 27
1.6 JUSTIFICATIVAS .......................................................................................... 28
1.7 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ....................................................................... 29
1.8 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ................................................................. 29
2 ESTADO DA ARTE ............................................................................................... 31
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 31
2.1.1 Caracterização do mercado da construção civil ................................. 31
2.1.2 O estudo das organizações ................................................................ 34
2.1.3 Organizações ..................................................................................... 35
2.1.4 Estrutura organizacional ..................................................................... 36
2.1.5 Processos gerenciais ......................................................................... 56
2.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 59
2.2.1 Análise bibliométrica dos dados ......................................................... 61
2.2.2 Análise das publicações ..................................................................... 68
2.2.3 Outras fontes bibliográficas ................................................................ 71
2.3 CONSIDERAÇÕES ....................................................................................... 76
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 77
3.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA ............................................... 78
3.2 ESTADO DA ARTE ........................................................................................ 78
3.3 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................. 78
3.4 COLETA DE DADOS ..................................................................................... 79
3.4.1 Desenvolvimento da ferramenta de coleta de dados .......................... 80
3.4.2 Definição da amostra ......................................................................... 89
3.4.3 Pré-teste do questionário ................................................................... 92
3.5 TRATAMENTO DOS DADOS ........................................................................ 93
3.5.1 Estratégia para a análise dos dados .................................................. 93
3.5.2 Ferramentas de análise ...................................................................... 94
3.5.3 Análise fundamentada em estatística descritiva ................................ 95
3.5.4 Análise fundamentada em estatística inferencial ................................ 95
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .................................................... 117
4.1 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS ................................................... 117
4.2 ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS ......................................................... 118
4.2.1 Perfil da amostra .............................................................................. 118
4.2.2 Características organizacionais ........................................................ 131
4.2.3 Nível de efetividade dos processos .................................................. 150
4.3 ANÁLISE INFERENCIAL DOS DADOS ....................................................... 191
4.3.1 Análise fatorial ................................................................................. 194
4.3.2 Análise discriminante ....................................................................... 208
4.3.3 Análise de clusters ............................................................................. 222
4.4 CONSIDERAÇÕES ..................................................................................... 233
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......... 234
5.1 CONCLUSÕES ............................................................................................ 234
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ...................................................................... 241
5.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................ 242
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 243
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO ............................................................. 255
APÊNDICE B – OUTPUTS DO SPSS .........................................................................262
23
1 INTRODUÇÃO
As estratégias organizacionais e seus fatores condicionantes têm sido objeto de
estudos desenvolvidos com o propósito de ampliar o conhecimento acerca dos elementos
determinantes do desempenho organizacional, usualmente mensurados em termos
financeiros e de participação de mercado (GONÇALVES et al., 2008).
Contudo, a análise de uma estrutura organizacional deve também ser realizada
com base nos aspectos de delimitação da atividade, na escolha dos critérios de
departamentalização, na definição do grau de formalização, na decisão quanto à
amplitude de controle e cadeia de comando, na determinação do nível de
descentralização da autoridade e no sistema de comunicação (VASCONCELLOS e
HEMSLEY, 2002; PELLICER et al., 2014).
As empresas são organizações criadas pelo homem e adaptadas ao meio ante
determinadas circunstâncias, visando atingir objetivos específicos tais como: lucro
econômico, sobrevivência do negócio, turnover e bem-estar de seus funcionários, através
da produção de bens ou serviços (ISIK et al., 2010; PELLICER et al., 2014).
Muito tem sido dito sobre a indústria da construção civil. Suas características
particulares e a influência que exerce sobre a economia, em todo o mundo, são claras.
Segundo Horta e Camanho (2014), a indústria da construção global representa cerca de
9% do PIB mundial. Este setor é o maior empregador industrial na maioria dos países,
contabilizando cerca de 7% do emprego total em todo o mundo. Porém as
particularidades deste mercado são um grande desafio para todos os participantes desta
cadeia, sobretudo quando as atuais crises da economia global têm um impacto muito
forte sobre este setor, especialmente nos países em desenvolvimento (YOUNG, 2008).
O contexto de um ambiente caracterizado pela complexidade, turbulência e
volatilidade, em que as organizações precisam aprender a esperar o inesperado, as
impele em busca de maior agilidade, eficiência e de uma postura mais responsiva frente
à sociedade contemporânea, mais complexa, diversificada e dinâmica. Este momento,
relacionado à busca pela perenidade, requer das empresas, o alinhamento entre os
24
objetivos organizacionais e os objetivos do mercado, bem como à busca pela melhoria
contínua dos processos de gestão (GRAETZ, 2006; PRADELLA, 2013).
1.1 CONTEXTO DO PROBLEMA
As empresas de construção civil seguem um complexo processo de planejamento,
caracterizado pela produção descontínua de bens heterogêneos e altamente
diferenciados, que acontece em diversos lugares e em circunstâncias diversas, com
métodos que geralmente não são sujeitos à mecanização, apesar do uso de elementos
pré-fabricados. Em muitos casos, trabalhando sob demanda, como resultado de novos
contratos sendo constantemente acrescentados. Os preços são geralmente
determinados pelo mercado, de acordo com as circunstâncias locais e o grau de
empreendedorismo da concorrência (NAM e TATUM, 1988; PELLICER et al., 2014).
O planejamento estratégico de longo prazo depende do ciclo político-econômico,
cuja demanda é irregular e de difícil previsibilidade. O planejamento operacional (curto
prazo) é intricado, uma vez que os projetos estão sujeitos a atrasos e alterações impostas
pelos próprios clientes ou por agentes externos (PELLICER et al., 2014).
Há uma forte correlação entre as políticas econômicas e os ciclos de produção na
indústria da construção. Durante os períodos de boom econômico, o setor é considerado
um dos principais agentes de condução da economia, com indicadores que se destacam
acima da média, produzindo o efeito de puxar a economia como um todo. Porém durante
as depressões, o setor tende a se posicionar claramente abaixo desta média,
especialmente em relação aos investimentos privados (ISIK et al., 2010; PELLICER et
al., 2014).
Apesar de estar sendo negativamente afetada pelos indicadores
macroeconômicos brasileiros, a construção civil, um dos setores mais relevantes da
economia nacional, com mais de 172 mil empresas atuantes no mercado, ainda
apresenta sinais de crescimento. Fruto do forte desenvolvimento dos últimos dez anos, a
maior demanda por atividades do setor tem trazido alguns desafios para o ramo, que
tenta se adaptar às exigências do mercado atual, estruturado em ciclos de negócios
25
extensos. Apesar da importância deste setor na economia, sua evolução e modernização
não acontecem na mesma intensidade em que os outros segmentos industriais (IETEC,
2014; PRESCOT, 2014).
Enquanto a maioria das empresas vivencia um processo de enxugamento intenso,
procurando a agilidade e eliminando o desperdício, fatais para a sua sobrevivência, a
construção civil ainda engatinha em questões básicas. Escassez de mão-de-obra
qualificada, de infra-estrutura de tecnologia industrial básica, de serviços tecnológicos
para inovação e competitividade, de inovações relacionadas ao processo de gestão, à
tecnologia da informação, à tecnologia de produtos e processos construtivos, assim como
a carência de gestão qualificada de recursos humanos, são alguns dos exemplos
(SCHWARK, 2006; MELLO e DE AMORIM, 2009).
Com um mercado cada vez mais dinâmico e exigindo maior flexibilidade de
adaptação dos processos de negócio, as empresas têm procurado alcançar maior
eficácia em suas estruturas de modo a sustentar os fatores críticos de sucesso em seus
ambientes de competição (SANTOS, 2002).
Assim sendo, o aumento da complexidade e da competição no ambiente de
atuação das organizações, no final do século XX e início do século XXI, tem impelido a
ciência das organizações a buscar o desenvolvimento e o aprimoramento dos processos
de gestão. As organizações, em geral, ultimamente têm sido projetadas e aprimoradas a
partir de múltiplos pontos focais como: mercado, clientes, segmento de atuação, funções,
canais, soluções, dentre outros (SANTOS, 2002).
Em meio a tal diversidade e em razão da dinâmica do ambiente de atuação das
empresas de construção civil, torna-se essencial analisar as características
organizacionais e os processos gerenciais adotados pelos diferentes setores de atividade
deste mercado, visando criar capacidades e competências que propiciem às empresas a
obtenção de vantagens competitivas.
26
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
Diante do exposto, pretende-se responder à seguinte pergunta de pesquisa: Como
se caracterizam as empresas de construção civil que atuam em diferentes setores de
atividade sob o enfoque das características organizacionais e do nível de efetividade dos
processos gerenciais?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Esta dissertação tem como objetivo geral analisar as principais características
organizacionais e o nível de efetividade dos processos gerenciais de empresas do ramo
de construção civil, de diferentes setores de atividade, localizadas na região de Curitiba,
no Estado do Paraná.
1.3.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos propostos para esta dissertação são:
Identificar os principais fatores componentes e condicionantes da estrutura
organizacional bem como os principais processos gerenciais das empresas de
construção civil;
Descrever as características organizacionais e o nível de efetividade dos
processos gerenciais das empresas que compõem os diferentes setores de
atividade;
Avaliar a possibilidade de reduzir o número de variáveis analisadas, sem perda
significativa das informações contidas nos dados originais;
27
Verificar a presença de variáveis de destaque na caracterização dos diferentes
setores;
Verificar a existência de padrões que possam indicar a formação de agrupamentos
específicos na amostra.
1.4 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Para efeito desta dissertação, optou-se por delimitar a investigação das
características organizacionais e do nível de efetividade dos processos gerenciais de
empresas de construção civil, localizadas na região de Curitiba, Estado do Paraná, que
têm como atividade principal um dos seguintes setores: incorporação de
empreendimentos imobiliários, execução obras residenciais, edificações industriais e
comerciais, obras de infra-estrutura, serviços especializados para a construção civil,
fabricação de estruturas pré-moldadas em concreto armado ou fabricação de artefatos
de cimento para uso na construção.
1.5 QUESTÕES ORIENTADORAS
O presente estudo procurou responder às seguintes questões orientadoras:
Quais as características organizacionais e processos gerenciais que mais se
destacam entre os setores pesquisados?
Quais os processos gerenciais menos desenvolvidos?
É possível identificar os diferentes setores de atividade por meio das
características organizacionais e/ou em função do nível de efetividade dos
processos gerenciais?
28
1.6 JUSTIFICATIVAS
A empresa apresenta um sistema complexo, cujo funcionamento é de
responsabilidade de vários departamentos ou unidades de negócios (JIMENEZ, 2009).
Para as organizações, os processos de negócio são fundamentais e podem ser
numerosos, requerendo uma análise pormenorizada para descrever seu comportamento
e desempenho (LODHI et al., 2009).
As mudanças no ambiente administrativo têm criado tanto oportunidades, quanto
incertezas (HAIR JR. et al., 2005a). Um mercado como o da construção civil, com uma
grande variedade de ofertas, onde o cliente é responsável por uma parcela significativa
do sucesso da empresa, tem colocado os gestores e acadêmicos diante de novos
desafios quanto às formas de organização.
A globalização, a necessidade de gerenciar adequadamente o conhecimento com
o objetivo de gerar inovação e aumentar a competitividade, assim como a formação de
redes através de alianças e parcerias são alguns dos grandes temas com que se
defrontam as empresas dos mais variados portes e segmentos, motivando as pesquisas
acadêmicas em busca de novas alternativas organizacionais e de gestão (PETTIGREW
e FENTON, 2000).
Segundo Romano (2006), as empresas de construção civil, em sua grande
maioria, não estão preparadas para o gerenciamento de seus processos de negócio e
continuam a conduzir suas atividades sem uma estrutura organizacional adequada,
conservando práticas que são causadoras de significativos impactos em todo o processo.
As características organizacionais e o nível de efetividade dos processos
gerenciais são algumas das variáveis que determinam a eficiência do funcionamento de
uma empresa. Se existem lacunas nestes aspectos, a empresa terá dificuldades em
executar suas atividades de forma eficaz.
A evolução que vem ocorrendo nos processos de negócio e aspectos relativos à
estrutura organizacional de empresas de construção civil tem apontado fortemente para
a priorização dos interesses dos clientes. Entretanto, na comunidade acadêmica, o
entendimento de como ocorrem as pesquisas relacionadas a este tema ainda é precário,
29
necessitando de uma melhor compreensão das tendências existentes e diretrizes para
estudos posteriores (DE VASCONCELOS et al., 2013).
Assim sendo, devido à importância da estrutura organizacional no desempenho
das empresas, esta pesquisa propõe reflexões acerca dos fatores determinantes das
características organizacionais e do nível de efetividade dos processos gerenciais
adotados pelas empresas que atuam em diferentes setores da construção civil.
1.7 ESTRATÉGIA DE PESQUISA
Esta pesquisa pode ser classificada como de natureza aplicada, de objetivo
descritivo e abordagem quantitativa. O Método Survey foi escolhido como procedimento
principal, permitindo a obtenção de dados primários de forma sistematizada. O estudo foi
realizado em corte-transversal e o procedimento técnico adotado foi observacional.
O desenvolvimento desta pesquisa foi estruturado de acordo com as seguintes
etapas:
Formulação do problema de pesquisa;
Pesquisa bibliográfica acerca do tema a ser estudado;
Aprimoramento da ferramenta de coleta de dados;
Coleta de dados em fontes apropriadas;
Tratamento e análise dos dados por meio de estatística descritiva e multivariada.
1.8 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação está estruturada em cinco capítulos, a saber:
O primeiro capítulo objetiva introduzir o assunto a ser tratado, destacando a
relevância do tema e ressaltando a necessidade do desenvolvimento de estudos
relacionados a esta área de conhecimento. Este capítulo contempla o contexto do
problema, os objetivos, a delimitação do tema, as questões orientadoras, a estratégia de
pesquisa e a estrutura da dissertação.
30
O segundo capítulo apresenta o referencial teórico e a revisão da literatura. O
referencial teórico aborda os conceitos e definições encontrados na literatura que são
relevantes para este estudo. A revisão bibliográfica apresenta um breve levantamento
daquilo que já foi publicado em pesquisas relacionadas ao tema desta dissertação.
O capítulo três descreve o desdobramento da proposta metodológica através da
definição do problema de pesquisa, da abordagem metodológica, da estratégia para a
coleta e tratamento dos dados.
O capítulo quatro contempla a análise e a interpretação dos dados através de
técnicas de estatística descritiva e multivariada.
O quinto capítulo apresenta as conclusões deste estudo, as limitações
encontradas e estabelece algumas recomendações para pesquisas futuras.
31
2 ESTADO DA ARTE
O presente capítulo tem como objetivo principal apresentar a fundamentação
teórica desta pesquisa, dividida em duas partes: o referencial teórico e a revisão
bibliográfica.
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Zanella (2006), o referencial teórico deve abordar diferentes correntes
teóricas e pontos de vista de vários autores com o objetivo de ampliar e sedimentar a
posição que o pesquisador pretende adotar em sua investigação.
Nesta pesquisa, consolida assuntos relacionados ao Mercado da construção civil,
à Teoria das organizações e Estruturas organizacionais, aos Tipos e modelos de
estruturas, às Características organizacionais e ao PCF (Process Classification
Framework), modelo baseado em processos.
2.1.1 Caracterização do mercado da construção civil
De acordo com os dados apresentados pela Câmara Brasileira da Indústria da
Construção Civil (CBIC), o Brasil possui 223 mil estabelecimentos na construção civil.
Segundo as estatísticas da RAIS 2013 (Relação Anual de Informações Sociais),
publicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), deste total, 20.583
estabelecimentos estão localizados no Estado do Paraná e 4.042, em Curitiba e Região
Metropolitana (CBIC, 2014).
O número de estabelecimentos classificados por grupos de atividade econômica,
de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), está
representado na Tabela 1.
32
Tabela 1 – Número de estabelecimentos por grupos de atividade econômica L
ocali
da
de
Inco
rpo
ração
de
em
pre
en
dim
en
tos
imo
biliá
rio
s
Co
nstr
ução
de
ed
ifíc
ios
Co
nstr
ução
de r
od
ovia
s,
ferr
ovia
s,
ob
ras u
rban
as e
ob
ras d
e a
rte e
sp
ecia
is
Ob
ras d
e in
fra
-estr
utu
ra
para
en
erg
ia e
létr
ica,
ág
ua,
tele
co
mu
nic
açõ
es, e
sg
oto
e
tran
sp
ort
e p
or
du
tos
Co
nstr
ução
de o
utr
as
ob
ras
de in
fra-e
str
utu
ra
Dem
olição
e p
rep
ara
ção
do
terr
en
o
Insta
laçõ
es e
létr
icas,
hid
ráu
licas e
ou
tras
insta
laçõ
es e
m c
on
str
uçõ
es
Ob
ras d
e a
ca
bam
en
to
Ou
tro
s s
erv
iço
s
esp
ec
ializa
do
s p
ara
co
ns
tru
çã
o
To
tal
Paraná
1.410
8.639
710
299
895
871
2.049
2.370
3.340
20.583
Região Sul
4.627
23.494
1.986
779
2.189
2.438
5.874
5.768
7.789
54.944
Brasil
16.913
97.410
8.060
4.086
13.206
9.234
24.769
22.629
27.466
223.773
Fonte: CBIC (2014).
A Tabela 2 ilustra a relação entre o tamanho dos estabelecimentos e o número de
empregados ativos, no ano de 2010, segundo a RAIS 2010, publicada pelo MTE.
Tabela 2 – Tamanho do estabelecimento por empregados ativos
Tamanho do estabelecimento por empregados ativos
Construção Civil
Regiões Geográficas
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste TOTAL
0 empregados 1.541 6.308 18.105 9.996 4.081 40.031
Até 4 empregados 2.369 9.615 32.181 18.329 6.124 68.618
De 5 a 9 empregados 1.043 3.707 11.485 5.970 2.272 24.477
De 10 a 19 empregados 728 2.800 8.222 3.680 1.548 16.978
De 20 a 49 empregados 672 2.525 6.351 2.453 1.191 13.192
De 50 a 99 empregados 268 1.158 2.369 740 435 4.970
De 100 a 249 empregados 192 809 1.410 336 259 3.006
De 250 a 499 empregados 70 241 466 80 58 915
De 500 a 999 empregados 26 89 158 25 30 328
1.000 ou mais vínculos ativos 7 48 106 12 15 188
TOTAL BRASIL 6.916 27.300 80.853 41.621 16.013 172.703
Fonte: CBIC (2014).
33
Outra importante fonte de dados publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) tem por objetivo
identificar as características estruturais básicas do segmento empresarial da atividade da
construção no Brasil e suas transformações ao longo do tempo, tomando como base uma
amostra de empresas de construção. Segundo os dados desta pesquisa, em 2012, o
universo de empresas com uma ou mais pessoas ocupadas na indústria da construção
abrangia em torno de 104 mil empresas ativas que empregaram cerca de 2,8 milhões de
pessoas (PAIC, 2012).
O setor de construção de edifícios foi o que apresentou maior crescimento no
período (2007-2012), tanto para valor nominal de incorporações, obras e serviços
(20,9%), como para o número de empresas (32,2%). O segmento de obras de infra-
estrutura foi o segundo em termos de crescimento para valor nominal de incorporações,
obras e serviços (15,5%) e em número de empresas (13,8%). Por sua vez, o setor de
serviços especializados apresentou uma relativa estabilidade no número de empresas
(-0,2%), contudo obteve o menor crescimento para valor nominal de incorporações, obras
e serviços (7,3%) dentre os setores da indústria da construção (PAIC, 2012).
A Tabela 3 destaca o número de empresas ativas em 2012, o número de pessoal
ocupado e a participação de cada um dos principais setores, segundo a Classificação
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), sobre o total de empresas (PAIC, 2012).
34
2.1.2 O estudo das organizações
São muitas as teorias sobre o estudo das organizações. Alguns autores focam
seus conceitos no campo social e político, outros na compreensão e solução dos
problemas da sociedade. Isto indica que o campo de estudo das organizações vem se
tornando bastante fragmentado ao longo dos anos, não compartilhando o consenso que
caracteriza as disciplinas paradigmaticamente mais desenvolvidas (PFEFFER, 1993).
Com base nessa diversidade conceitual, o desenvolvimento do campo de estudo
organizacional é caracterizado não por uma crescente convergência sobre um corpo de
conhecimento aceito, mas por uma crescente divergência de enfoques e perspectivas de
pesquisa. Neste sentido, os autores são motivados a criar novas teorias e seguir
diferentes paradigmas, resultando na fragmentação dos estudos organizacionais. Essa
análise revela que o rompimento com o passado se deu a partir da década de 1960,
conforme demonstrado no Quadro 1 (RODRIGUES FILHO, 1998).
35
Época Enfoque
Pós-1890 Administração científica
Teoria da administração
Pós-1920 Relações humanas
Pós-1945
Comportamento organizacional
Teoria dos sistemas
Teoria da decisão
Pós-1960
Recursos humanos
Desenvolvimento organizacional
Desenho organizacional
Pós-1970 Cultura organizacional
Teoria organizacional alternativa
Quadro 1 – Cronologia dos estudos da Teoria Organizacional Fonte: Rodrigues Filho (1998).
A velocidade elevada com que as mudanças ocorrem representa um desafio para
a capacidade do homem de se organizar. Este desafio torna-se ainda maior
considerando-se as grandes dimensões das organizações. As estruturas tradicionais já
demonstraram sua insuficiência para lidar com a elevada taxa de mudança do mundo em
que vivemos. Nas últimas décadas, várias tentativas têm sido feitas para delinear formas
estruturais que possam operar com a necessária flexibilidade organizacional
(VASCONCELLOS e HEMSLEY, 2002).
2.1.3 Organizações
É importante destacar a diferença entre organização e estrutura organizacional. A
organização é um artefato que pode ser abordado como um conjunto articulado de
pessoas, métodos e recursos materiais, projetado para um dado fim e balizado por um
conjunto de imperativos determinantes como crenças, valores, culturas, dentre outros
(MEIRELES, 2003).
De acordo com Hall (2004), uma organização é uma coletividade com uma
36
fronteira relativamente identificável, uma ordem normativa (regras), níveis de autoridade
(hierarquia), sistemas de comunicação e sistemas de coordenação dos membros
(procedimentos). Esta coletividade existe em uma base relativamente contínua, está
inserida em um determinado ambiente e toma parte das atividades que normalmente se
encontram relacionadas a um conjunto de metas.
2.1.4 Estrutura organizacional
O estudo das estruturas organizacionais constitui um dos pontos centrais da
Teoria Geral da Administração e foi tratado de diferentes formas ao longo dos últimos
séculos. Os modelos conceituais, desenvolvidos para a sua compreensão, evoluíram
muito com o passar do tempo, porém, mesmo assim, os primeiros estudos realizados
com foco nesta problemática apresentam muitas ideias que se tornaram a base das
teorias mais modernas (VIVANCOS, 2001; OZAKI, 2003).
Stoner e Freeman (1999) definem estrutura organizacional como a forma pela
qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas. Na
mesma direção, Mintzberg (2003), afirma que a estrutura organizacional pode ser
entendida como a soma total das maneiras pelas quais o trabalho é dividido em tarefas
distintas e como é feita a coordenação entre essas tarefas.
Para Vivancos (2001), a estrutura organizacional representa a forma como são
agrupados e coordenados os recursos (humanos, físicos e financeiros), empregados nos
diferentes processos desenvolvidos na organização, com o intuito de atingir seus
objetivos.
Segundo Vasconcellos e Hemsley (2002), a estrutura de uma organização pode
ser definida como o resultado de um processo através do qual a autoridade é distribuída.
As atividades, desde os níveis mais baixos até a alta administração, são especificadas e
um sistema de comunicação é delineado permitindo que as pessoas realizem as
atividades e exerçam a autoridade que lhes compete para atingir os objetivos
organizacionais.
De acordo com Hall (2004), a estrutura organizacional atende a três funções
37
básicas. Em primeiro lugar, objetiva realizar produtos organizacionais e atingir metas. Em
segundo lugar, destina-se a minimizar, ou no mínimo, regulamentar a influência das
variações individuais sobre uma organização. E por fim, as estruturas são os contextos
onde o poder é exercido, onde as decisões são tomadas e as atividades de uma
organização são executadas.
Ao se buscar por uma compreensão sobre a ideia de estrutura organizacional,
encontra-se em Hatch e Dayer (2006) uma definição bastante ampla, sendo o conceito
concebido de forma sistêmica, como o relacionamento entre as partes de um todo
organizado.
Estrutura organizacional, de acordo com Cury (2007), é o arranjo dos elementos
constitutivos de uma organização, ou seja, é uma forma mediante a qual estão integrados
e se apresentam os elementos que compõem uma entidade.
Por sua vez, Bowditch e Buono (2012) admitem que a estrutura organizacional
pode ser definida como padrões de trabalho e disposições hierárquicas que servem para
controlar ou distinguir as partes que compõem uma organização.
Observa-se que as definições não são uniformes, porém pode-se destacar que
para os autores supracitados dois fatores são preponderantes: a divisão de trabalho e a
hierarquização com sua respectiva distribuição de autoridade.
Cummings e Worley (2008) definem a estrutura organizacional como um
instrumento gerencial utilizado para atingir os objetivos organizacionais. Tal estrutura é
resultado do processo de divisão do trabalho e da definição de meios para coordenar o
trabalho. Estes meios de coordenação da divisão do trabalho são definidos por diversos
autores como componentes, características ou dimensões da estrutura organizacional.
2.1.4.1 Fatores componentes da estrutura organizacional
Ao longo dos anos, diferentes autores procuraram identificar os fatores
componentes das estruturas organizacionais. Em 1972, Vasconcellos propôs um modelo
com os principais elementos que integram uma estrutura organizacional:
Formas de estrutura: correspondem ao tipo de departamentalização;
38
Divisões de estrutura: correspondem aos níveis hierárquicos que compõem a
estrutura;
Sistemas de comunicação;
Amplitude administrativa: relacionada ao número de subordinados que um
chefe pode supervisionar;
Responsabilidade e autoridade: identifica quem tem autoridade para executar
determinada tarefa e quem responde pelo seu trabalho (OZAKI, 2003).
Mintzberg (1983) entende a estruturação organizacional como um processo de
desenho, onde os elementos que influenciam a divisão do trabalho e os mecanismos de
coordenação desta divisão são dispostos e combinados de forma a modelar uma nova
estrutura, a saber:
Especialização do trabalho;
Formalização do comportamento;
Treinamento e doutrinação;
Agrupamento das unidades;
Tamanho das unidades;
Sistemas de planejamento e controle;
Dispositivos de ligação;
Descentralização vertical;
Descentralização horizontal.
Alguns anos depois, em 1989, Vasconcellos e Hemsley condensam alguns itens e
sugerem um novo modelo no qual a estrutura organizacional é composta por
subsistemas de autoridade, comunicação e atividades. Ou seja, segundo os autores, a
análise de uma estrutura organizacional deve ser realizada com base nos aspectos de
definição de atividade, escolha dos critérios de departamentalização, definição quanto à
centralização versus descentralização, decisão quanto à amplitude de controle e níveis
hierárquicos, definição do nível de descentralização da autoridade, sistemas de
comunicação e definição quanto ao grau de formalização (PERROTTI, 2004; ALVES,
2010).
39
No ano de 1999, Stoner e Freeman propuseram outro modelo organizacional
definido por cinco elementos, descrito a seguir:
A especificação de tarefas, que se refere à distinção de atividades individuais
ou de grupos em toda a organização (divisão do trabalho) e ao agrupamento
destas tarefas em unidades de trabalho (departamentalização);
A padronização das tarefas, ou seja, a definição de procedimentos a serem
realizados para garantir a previsibilidade das tarefas;
A coordenação das atividades, composta pelos procedimentos realizados de
forma a integrar as funções das subunidades da organização;
A centralização e a descentralização das decisões, que se referem à
localização do poder decisório;
O tamanho das unidades de trabalho, que se refere ao número de empregados
que compõem os grupos de trabalho.
Para Pinto (2002), o estabelecimento de uma estrutura organizacional pressupõe
a definição da divisão do trabalho em um sistema de responsabilidades, a definição de
um sistema de autoridade e de um sistema de comunicação. Segundo o mesmo autor,
o processo decisório deve levar em conta diversos aspectos referentes a estas três
categorias de decisão.
O Quadro 2 expõe os principais aspectos a serem considerados em cada uma
destas três categorias.
Tipo de Decisão Aspectos Principais a Considerar
Divisão do trabalho (Sistema de responsabilidades)
- Definição do grau de especialização;
- Definição de responsabilidades e tarefas;
- Definição das unidades de trabalho.
Sistema de autoridade
- Definição dos tipos de autoridade;
- Definição dos níveis hierárquicos;
- Definição das amplitudes de controle;
- Definição dos graus de centralização e descentralização.
Sistema de comunicação - Definição dos meios de comunicação;
- Definição dos tipos de comunicação.
Quadro 2 – Tipos de decisão x aspectos a considerar Fonte: Pinto (2002).
40
Em 2003, Vasconcellos aprimora o modelo conceitual adotando como
componentes principais da estrutura organizacional o nível de formalização, a
departamentalização e as atribuições (PERROTTI, 2004).
Para Hall (2004) a estrutura organizacional deve levar em conta, além do grau de
centralização ou descentralização a formalização e a complexidade do negócio, ao que
se chama de funções da organização.
Os componentes da estrutura organizacional mais destacados pelos autores
supracitados estão detalhados nos subitens a seguir.
2.1.4.1.1 Centralização
Um componente importante da estrutura organizacional é a centralização ou a
distribuição do poder. A forma como o poder é distribuído dentro das organizações é
contextualizada como o grau de centralização (HALL, 2004).
Segundo Vasconcellos e Hemsley (2002), a centralização é a forma mais antiga
de todos os arranjos, caracterizada pela concentração do poder de decisão e da
responsabilidade em um único indivíduo ou em um pequeno grupo.
De acordo com Pinto (2002) a definição dos graus de centralização e
descentralização refere-se ao grau em que a autoridade está concentrada em um cargo
ou em um departamento. Tanto uma como a outra apresentam vantagens e
desvantagens, de maneira que a escolha deve levar em conta o contexto em que a
organização está inserida. O Quadro 3 resume as vantagens da centralização e da
descentralização.
41
Vantagens Desvantagens
Centralização
- Produz uniformidade e facilita o controle; - Os gerentes tem acesso rápido à informação e podem cuidar dos problemas à medida que ocorrem; - Reduz a duplicação de esforços.
- A avaliação de desempenho sempre depende de critérios estabelecidos pela hierarquia superior; - A busca da uniformidade desfavorece a competição; - Tende a inibir a iniciativa e desestimular a criatividade.
Descentralização
- Permite avaliar os gerentes com base em sua capacidade de tomar decisões e resolver problemas; - Tende a aumentar a satisfação dos gerentes através do sistema de controle e resultado; - Produz um clima de competitividade positiva dentro da organização; - Favorece a criatividade e a engenhosidade na busca de soluções para os problemas.
- O controle e o tratamento uniformizado de problemas são difíceis neste tipo de sistema; - Pode diminuir as vantagens da especialização devido à tendência à auto-suficiência.
Quadro 3 – Vantagens e desvatagens da centralização e da desecentralização Fonte: Pinto (2002).
Para efeito desta dissertação adotou-se o entendimento de Perrotti (2004), em que
a centralização diz respeito à distribuição do poder na organização, no que se refere ao
processo de tomada de decisões e à parcela de influência que cada um dos indivíduos
que compõem a organização detém.
2.1.4.1.2 Nível de formalização
Miranda (1977) conceitua que o tipo de estrutura adequada, o tipo de exercício de
autoridade convivente e o sistema de agrupamento de atividades são condizentes com a
norma básica da ação. Esses elementos são unidos por meio de normas, acrescidos de
regras de trabalho, administração de pessoal, de material, etc. constituindo a chamada
estrutura formal. Portanto, a estrutura formal pode ser entendida como o complexo
resultado da união desses elementos, disciplinadora das pessoas, dos meios, dos
métodos para a consecução dos objetivos da organização.
De acordo com Wagner III e Hollenbeck (2000), a formalização é o processo de
planejar regulamentos e padrões que possam ser utilizados para controlar o
42
comportamento organizacional. O termo também se refere à documentação produzida
pelo processo de planejamento. Logo, formalização é o meio de desenvolver padrões
escritos necessários para a coordenação via padronização.
Segundo Hall (2004), as regras e os procedimentos criados para lidar com as
contingências enfrentadas pela organização constituem parte daquilo que é denominado
formalização.
Nesta dissertação, adotou-se o entendimento de Vasconcellos e Hemsley (2002),
em que a estrutura formal é aquela explicitada nos manuais das organizações que
descrevem o nível de autoridade e responsabilidade dos diversos departamentos e
seções.
Os mesmos autores consideram o grau de formalização como um elemento
fundamental no delineamento da estrutura, pois se a formalização for muito elevada
produzirá burocratização e falta de agilidade na organização. Por outro lado, se for
excessivamente baixa, levará a conflitos, ansiedade, duplicações de esforços e
ineficiência.
Muitas vezes, porém, a organização opera de forma diferente daquela
estabelecida, dando origem à estrutura informal. Um exemplo disso é fato de ser
praticamente impossível elaborar um conjunto de normas que cubra todas as possíveis
situações (WAGNER III e HOLLENBECK, 2000).
Para Miranda (1977), a estrutura informal é o resultado da evolução e do
ajustamento da estrutura formal, ou seja, da autoridade, dos órgãos, dos meios e
métodos de trabalho, sob a influência dos grupos sociais que fazem parte do
empreendimento. Ela pode ser compreendida como aquela que vigora no cotidiano face
às mutações estruturais, às alterações de tipo de exercício de autoridade, às alterações
de desempenho de atividades, às transformações operadas nos meios e métodos de
trabalho e, essencialmente, considerando-se as injunções de grupos sociais que operam
a entidade.
Para efeito desta dissertação, adotou-se o entendimento de Oliveira (2000) que
considera a estrutura informal como uma rede de relações sociais e pessoais que não é
estabelecida ou requerida pela estrutura formal. Surge da interação social entre as
pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se
43
reúnem, apresentando, portanto relações que não aparecem nos organogramas.
Do ponto de vista de administradores, a estrutura informal é um empecilho que
regularmente oferece resistência às ordens formais, ou as altera, ou ainda, as cumpre
por um procedimento diferente do desejado. Independentemente de ser útil ou prejudicial,
a primeira característica da estrutura informal é o fato dela não poder ser extinta
(OLIVEIRA, 2000).
2.1.4.1.3 Liderança autocrática e democrática
Liderança, segundo Montana e Charnov (2000), é um processo pelo qual um
indivíduo influencia outros a realizar os resultados desejados. Pensando desta forma
Araújo (2006) destaca que existem alguns estilos de liderança que o líder pode utilizar,
sendo os principais: o autocrático, o democrático e o laissez-faire, também denominado
de liberal.
Hall (2004) cita que as organizações podem ser autocracias, nas quais o poder é
detido por um indivíduo ou um pequeno grupo com controle absoluto, ou então, podem
ser burocracias, nas quais as regras são escritas e as relações de poder claramente
especificadas.
De acordo com Araújo (2006), no estilo autoritário ou autocrático, o nível de
intervenção do líder é alto. Neste caso, o líder toma as decisões sem consultar o grupo,
fixa as tarefas de cada um e determina o modo de concretizá-las. Já no estilo democrático
ou participativo, o nível de intervenção do líder é mediano. Ou seja, ele compartilha com
os empregados sua responsabilidade de liderança, envolvendo-os no processo de
tomada de decisão. Desta forma, o grupo participa da discussão da programação do
trabalho, da divisão das tarefas e as decisões são tomadas a partir das discussões em
conjunto.
Para efeito desta dissertação, adotou-se o entendimento de Andrade (2006), em
que o estilo autocrático descreve um líder que normalmente tende a centralizar a
autoridade limitando a participação dos subordinados. Este líder toma decisões
unilaterais e determina os métodos e a forma de trabalho. Geralmente o tipo de reação
do grupo frente a esse estilo de gestão é de forte tensão, frustração, falta de
44
espontaneidade e iniciativa.
O autor estabelece, ainda, que, o estilo democrático de liderança descreve um
líder que tende a envolver os subordinados na tomada de decisão, delega a autoridade,
incentiva a participação na decisão dos métodos e usa o feedback como forma de
treinamento. Geralmente, na ausência do líder o trabalho flui normalmente e há o
desenvolvimento do senso de responsabilidade e comprometimento do grupo.
2.1.4.1.4 Autonomia
Segundo Kovács (2006), a autonomia no trabalho compreende um espaço de
decisão e intervenção nos processos de trabalho, que abrange também a possibilidade
de autocontrole e auto avaliação, e ainda, a participação na organização e no
funcionamento da empresa, bem como a oportunidade de influenciar as decisões sobre
mudanças na organização do trabalho e nas condições de trabalho em geral.
Nesta dissertação adotou-se o entendimento de autonomia como o grau em que é
fornecida substancial liberdade, independência e discrição para o indivíduo programar
seu trabalho e determinar os procedimentos a serem utilizados em sua realização. A
autonomia também proporciona ao indivíduo um sentido de propriedade e controle sobre
os resultados do trabalho (BREAUGH, 1985; DU BRIN, 2003; CUMMINGS e WORLEY,
2008; ARMSTRONG, 2014).
2.1.4.1.5 Especialização
Para Oliveira (2000), as atribuições das unidades organizacionais das empresas
têm como base a especialização do trabalho. O grau de especialização refere-se ao quão
variadas se pretende que sejam as tarefas e responsabilidades das unidades de trabalho.
Vivancos (2001) refere-se à divisão do trabalho, também denominada
especialização funcional, como a prática de se dividir um trabalho maior, em partes
menores, menos complexas e mais rotineiras.
A especialização do trabalho faz com que uma atividade, em vez de ser realizada
inteiramente por uma pessoa, seja dividida em certo número de etapas que serão
45
realizadas por indivíduos diferentes. Essa especialização pode acontecer em relação a
uma área técnica, região, fase de um processo produto ou tipo de cliente. As pessoas
tendem a aprender bem suas tarefas e realizá-las de forma contínua, tornando-se cada
vez mais conhecedoras dos problemas que podem surgir, assim como das respectivas
soluções (VASCONCELLOS e HEMSLEY, 2002; ROBBINS, 2002).
Nesta dissertação, adotou-se o entendimento de Wagner III e Hollenbeck (2000),
onde a especialização é o modo pelo qual o trabalho de uma organização é dividido em
tarefas individualizadas. Segundo os autores, existem dois tipos distintos de
especialização: a especialização horizontal é o modo pelo qual o trabalho executado em
cada nível hierárquico de uma organização é dividido em trabalhos individualizados. A
especialização vertical diz respeito ao grau em que uma organização é dividida em níveis
hierárquicos.
Pinto (2002) comenta que, dentro de certos limites, a especialização é necessária
para que se torne possível lidar de forma adequada com as demandas que se impõem à
organização. No entanto, o autor menciona que diferentes estudos têm demonstrado que
um elevado grau de especialização induz ao aparecimento de fenômenos indesejados
como a redução da satisfação com o trabalho, o baixo comprometimento e a alienação.
2.1.4.1.6 Critérios de departamentalização
De acordo com Vasconcellos e Hemsley (2002), departamentalização é o
processo de agrupar indivíduos em unidades para que possam ser administrados. Essas
unidades são a seguir agrupadas em unidades maiores, sucessivamente até o nível mais
alto da organização. Há vários critérios que podem ser utilizados para este fim, sendo os
mais comuns: funcional, geográfico, por processo, por clientes, produtos ou serviços,
período e pela amplitude de controle dentre outros.
Para Robbins (2002), a base para o agrupamento das tarefas é a
departamentalização. Nesta dissertação adotou-se o entendimento de Oliveira (2000),
que conceitua departamentalização como o agrupamento, de acordo com um critério
46
específico de homogeneidade, das atividades e correspondentes recursos (humanos,
financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organizacionais.
Para Pellicer et al. (2014), departamentalização é a base na qual as tarefas são
agrupadas, a fim de atingir os objetivos da organização. Cada organização tem sua
própria maneira de classificar e agrupar as atividades.
O Quadro 4, apresentado por Pinto (2002), resume algumas das principais
características, vantagens e desvantagens dos diferentes critérios de
departamentalização.
(continua)
Critérios de Departamentalização
Principais Características Vantagens Desvantagens
Por função
- Cada unidade tem um conjunto singular de responsabilidades; - Alto nível de especialização.
- Concentração de competências focalizadas; - Agrupamento de pessoas com as mesas competências; - Ênfase na qualidade técnica.
- Inadequada para ambientes em rápido processo de mudança; - Pouca propensão à cooperação interdepartamental.
Geográfico
- Cada unidade tem responsabilidade por uma área geográfica ou território; - Cada unidade tem uma estrutura própria.
- Extremamente adequada para operações comerciais; - Proximidade com o mercado e com o cliente; - Possibilita lidar adequadamente com as diferenças entre os territórios.
- Duplicação de esforços entre diferentes territórios; - Prejuízo na competência técnica generalista.
Por período
- Cada unidade tem responsabilidade pela operação de uma unidade produtiva em determinado período de tempo.
- Não pode se falar em vantagens uma vez que não há alternativa.
- Não pode se falar em desvantagens uma vez que não há alternativa
Por cliente
- Cada unidade tem responsabilidade pelo atendimento de um segmento de clientes.
- Possibilita lidar eficazmente com as necessidades especificas de cada cliente.
- Duplicação de esforços entre diferentes clientes; - Prejuízo na competência técnica generalista.
Quadro 4 – Vantagens e desvantagens dos critérios de departamentalização Fonte: Pinto (2002).
47
(conclusão)
Critérios de Departamentalização
Principais Características Vantagens Desvantagens
Por disciplina
- Cada unidade é composta por especialistas da mesma área de conhecimento.
- Facilita o desenvolvimento de competências técnicas; - Favorece o acúmulo de conhecimentos.
- Dificuldade em realizar projetos interdisciplinares.
Por produto
- Cada unidade tem responsabilidade sobre um produto, projeto ou programa; - Cada unidade tem uma estrutura própria.
- Ênfase no desempenho técnico, financeiro e comercial do produto; - Facilidade para inovar, adequada para ambientes turbulentos.
- Dispersão dos especialistas; - Prejuízo para a competência técnica; -Duplicação de recursos.
Por quantidade
- Cada unidade tem responsabilidade por uma parcela do volume de trabalho que deve ser realizado.
- Não pode se falar em vantagens uma vez que não há alternativa.
- Não pode se falar em desvantagens uma vez que não há alternativa.
Por fases - Cada unidade tem responsabilidade por uma fase do processo produtivo.
- Permite maior especialização.
Dificuldade de lidar com problemas sistêmicos do processo produtivo.
Quadro 4 – Vantagens e desvantagens dos critérios de departamentalização Fonte: Pinto (2002).
Vasconcellos e Hemsley (2002) mencionam que diretamente ligado ao problema
da departamentalização tem-se a amplitude de controle, isto é, o número máximo de
subordinados que um chefe pode supervisionar de forma eficiente. A amplitude pode
variar de caso para caso dependendo de fatores tais como a natureza da atividade.
Oliveira (2000) menciona que à medida que uma pessoa sobe em uma estrutura
organizacional, sua amplitude de controle torna-se menor. Portanto, inversamente
relacionado à amplitude de controle tem se o número de níveis hierárquicos. Ou seja,
quanto maior a amplitude, menor o número de níveis hierárquicos e vice-versa, porém, é
importante ressaltar que variações consideráveis na amplitude administrativa podem
ocorrer em um mesmo nível hierárquico.
De acordo com Pellicer et al. (2014), a cadeia de comando é a linha ininterrupta
de autoridade que flui a partir dos níveis mais altos para os mais baixos níveis da
organização. A hierarquia da organização envolve três conceitos fundamentais:
48
autoridade, responsabilidade e comando unitário.
Vasconcellos e Hemsley (2002) ressaltam que, embora no passado, alguns
autores tenham acreditado haver uma amplitude de controle ideal, estudos atuais indicam
que não há uma amplitude de controle ótima e sim a mais ajustada à determinada
situação.
Pellicer et al. (2014) entendem que a amplitude de controle e, consequentemente,
o número de níveis de autoridade, deve ser suficiente para garantir uma estrutura
organizacional simples, flexível o suficiente para se adaptar às mudanças das condições
do mercado.
2.1.4.2 Fatores condicionantes da estrutura organizacional
Segundo Castro e Corrêa (2005), os fatores condicionantes da estrutura
organizacional são fatores externos ao desenho de uma estrutura e, portanto, não podem
ser administrados em condições de certeza.
Ozaki (2003) apresenta um modelo proposto por Vasconcellos, em 1972, (Figura
1) contendo os principais fatores condicionantes da estrutura organizacional: tecnológico,
humano, ambiente externo e objetivos/estratégias.
Figura 1 – Fatores condicionantes da estrutura organizacional Fonte: Adaptado de Ozaki (2003).
49
Maximiano (2000) considera como fatores condicionantes o grau de diversificação
de produtos e clientes, a ênfase nos planos e objetivos e alocação de recursos. Já
Robbins (2002) adota o tamanho da organização, a estratégia, a tecnologia e o ambiente,
como fatores condicionantes.
As estruturas organizacionais, assim como a divisão do trabalho, as formas de
coordenação, formalização e descentralização, variam de acordo com o que Mintzberg
(2003) denomina como fatores situacionais: ambiente, tamanho da organização,
tecnologia ou processos produtivos utilizados.
O fator humano, ambiente externo, sistema de objetivos e estratégias e tecnologia
são, de acordo com Oliveira (2000), os fatores que condicionam o estabelecimento das
estruturas organizacionais.
Dentre os autores pesquisados, os fatores mais citados (ambiente,
estratégia/objetivos, tecnologia e humano) são interacionais, e, portanto devem
combinar-se para que a organização atinja níveis mais elevados de desempenho (DE
PAULA, 2007).
De acordo com o entendimento de Ozaki (2003), a tecnologia influi sobre a
estrutura à medida que permite maior ou menor descentralização, rigidez de tarefas,
dentre outros. O ambiente externo causa influência conforme a sua dinamicidade.
Em relação aos objetivos, a estrutura deve ser elaborada visando sempre a sua
consecução. Por fim, no tocante ao fator humano, a estrutura organizacional precisa se
adaptar aos recursos humanos disponíveis internamente ou no mercado. Algumas
definições dos fatores estratégia/objetivos, ambiente, tecnologia e humano são
apresentadas a seguir.
2.1.4.2.1 O fator ambiente
A compreensão do ambiente no qual está inserida uma organização é um
importante fator de análise. Mintzberg (2003) afirma que o delineamento da estrutura
ocorre a partir do efeito que o ambiente causa na organização.
Para Cummings e Worley (2008), por se tratar de um sistema aberto, a
organização efetua transações e intercâmbios com seu ambiente, de modo que tudo o
50
que ocorre externamente a este ambiente passa a influenciar, direta ou indiretamente, no
comportamento da organização.
2.1.4.2.2 O fator estratégia/objetivos
Os objetivos de uma organização e a forma como eles são atingidos constituem
um importante fator de influência para o desenho da estrutura administrativa (PERROTTI,
2004).
Segundo De Paula (2007), a estratégia parte da premissa de que, em um ambiente
de constantes mudanças, a contínua reformulação e avaliação de objetivos, baseada na
troca de informações entre o ambiente e a organização são fundamentais para o sucesso
da organização.
Portanto, para Mintzberg (2003), cabe à organização identificar as oportunidades
e ameaças existentes no ambiente e assim formular ou adequar suas estratégias a este
cenário.
2.1.4.2.3 O fator tecnológico
De Paula (2007) entende a tecnologia organizacional como um conjunto de
conhecimentos sobre o desempenho das atividades que levam a organização a atingir
seus objetivos. Segundo o entendimento do autor, a tecnologia permeia toda a atividade
industrial, uma vez que as organizações usualmente empregam alguma forma de
tecnologia para executar operações e realizar tarefas. As inovações tecnológicas,
portanto, podem influenciar as decisões das empresas e provocar a reestruturação dos
processos da empresa.
Atualmente, como um resultado da descentralização operacional de empresas de
médio e grande porte, o uso adequado de ferramentais tecnológicos, tais como smart-
phones, laptops, tablets, e-mail, internet, intranet, extranet, etc., se tornou um fator
determinante na transmissão de informações entre os stakeholders (PELLICER et al.,
2014).
51
2.1.4.2.4 O fator humano
Oliveira (2000) conceitua que, dentro de uma organização, as pessoas são
responsáveis por realizar os trabalhos que permitem que os objetivos sejam alcançados.
Portanto, no desenvolvimento de uma estrutura organizacional deve-se considerar o
comportamento e o conhecimento das pessoas que irão desempenhar as funções que
lhes serão atribuídas, sendo fundamental para o alcance dos objetivos organizacionais,
a existência da compatibilidade entre a estrutura administrativa e as pessoas que a
compõem (PERROTTI, 2004).
2.1.4.3 Síntese dos fatores componentes e condicionantes da estrutura organizacional
A Figura 2, elaborada por Perrotti (2004) representa uma síntese dos principais
fatores condicionantes e componentes de uma estrutura organizacional, com base nas
teorias de Vasconcellos (2003).
Figura 2 – Síntese dos componentes e condicionantes da estrutura organizacional
Fonte: Adaptado de Perrotti (2004).
52
2.1.4.5 Abordagens para as estruturas organizacionais
De acordo com Hall (2004) a estrutura organizacional é dinâmica. Organizações
podem alterar de tamanho, adotar novas tecnologias, defrontar-se com ambientes e
culturas internas e nacionais em mudança, adotar novas estratégias ou identificar antigas
e ajustar-se a outras organizações em seu tempo.
Existem várias alternativas organizacionais, desde as mais tradicionais (funcional,
geográfico, por processo, por clientes, por produtos, por período, pela amplitude de
controle) até as mais inovadoras (por projeto e matriz) (VASCONCELLOS e HEMSLEY,
2002).
2.1.4.5.1 Estruturas tradicionais
De acordo com Vasconcellos e Hemsley (2002), a estrutura de uma organização
deve estar em contínua sintonia com a natureza da atividade e seu ambiente. Atividades
repetitivas e ambientes estáveis favorecem as estruturas tradicionais, que possuem as
seguintes características:
Alto nível de formalização;
Unidade de comando;
Especialização elevada;
Comunicação vertical;
Utilização de formas tradicionais de departamentalização.
O conceito de estrutura “simples” é adotado por Robbins (2002) como forma de
caracterizar esta abordagem mais primitiva de organização. Segundo o autor, este tipo
de organização possui baixo grau de departamentalização, grande amplitude de controle,
autoridade centralizada e pouca formalização. O principal ponto favorável a este tipo de
abordagem consiste na agilidade, flexibilidade e na forma clara de atribuição das
responsabilidades. Seu principal ponto fraco é o fato de dificilmente poder ser adotada
por empresas de maior porte.
53
Galhano e Nakata (2011) referem que as organizações tradicionais são
caracterizadas por adotar uma perspectiva tradicional mecanicista acerca da estrutura,
pois operam em mercados mais estáveis e com uma tecnologia cujo foco é mais rotineiro
e previsível. Esta forma estrutural é burocrática, hierárquica, com comunicação vertical
(do topo para a base). A autoridade é centralizada e a coordenação é formal e impessoal.
A especialização é valorizada. O conhecimento organizacional está concentrado na base
da hierarquia e, uma vez que é ameaçado pelas mudanças e pela incerteza, tal desenho
prefere a previsibilidade e a manutenção do status quo.
2.1.4.5.2 Estruturas inovativas
As mudanças ocorridas no ambiente externo e que interferem na estrutura
organizacional são citadas por vários autores. Para Vasconcellos e Hemsley (2002), o
ambiente tornou-se mais incerto, mudanças tecnológicas passaram a ocorrer de forma
contínua, a internacionalização dos negócios aumentou, além da maior influência do
papel do governo na economia, da evolução de sindicalismo, da preocupação com a
ecologia e o aparecimento de organizações de proteção ao consumidor, assim como o
tamanho e a complexidade das próprias organizações, entre outras.
Segundo os autores, observou-se também uma tendência à burocratização e à
estagnação com redução na eficiência e eficácia, à medida que as organizações
aumentavam de tamanho. Com o aumento da complexidade do ambiente observado nas
últimas décadas, tornou-se necessário realizar mudanças organizacionais para melhorar
a competitividade da organização perante as mudanças ambientais.
Porém, não só as mudanças são importantes, a velocidade com que elas
acontecem também interfere na sua competitividade. Isso implica competir e inovar de
várias formas na organização, criar novas maneiras de projetar e implementar novas
arquiteturas organizacionais com mais agilidade e com as vantagens do planejamento e
participação (GALHANO e NAKATA, 2011).
Assim, pode-se perceber que na organização do futuro, o desenho deve permitir
que as mudanças sejam institucionalizadas (NADLER e TUSHMAN, 2000). Essas novas
formas de estruturas organizacionais são citadas em Vasconcellos e Hemsley (2002),
54
como unidades inovativas. As características estruturais destas organizações são
inversas àquelas apresentadas pelas organizações tradicionais:
Baixo nível de formalização;
Multiplicidade de comando;
Diversificação horizontal e diagonal;
Utilização de formas avançadas de departamentalização (por centros de lucro,
projetos, matricial, por estrutura celular e estrutura para novos
empreendimentos, dentro outros).
Cunha e Santos (2005) apresentam algumas características básicas relacionadas
às empresas inovadoras: predomina uma formação de redes de fornecedores,
concorrentes e clientes trabalhando em parceria para garantir a sobrevivência no
mercado. Os limites organizacionais são imprecisos, resultado de uma intenção
estratégica e são construídos com muita ponderação e habilidade. Os sistemas de
trabalho são voltados para o alto desempenho e orientados para os processos. Percebe-
se a formação de equipes em todos os níveis. São criadas subunidades e equipes com
relativa autonomia em comparação com estruturas organizacionais tradicionais.
Segundo os mesmos autores, com o surgimento das equipes autônomas para a
realização do trabalho, normas e valores (no lugar de regras e supervisão direta)
proporcionam a coesão necessária ao estabelecimento de direção e coordenação ativas.
As formas organizacionais se tornam fluídas e transitórias. A ênfase das organizações
está no aprendizado em nível de sistema, no desenvolvimento de pessoas que
compreendam tanto as questões estratégicas mais amplas como as tarefas específicas
em todas as áreas da organização.
2.1.4.5.3 Estruturas Matriciais
De acordo com Vasconcellos e Hemsley (2002), quando duas ou mais formas de
estrutura são utilizadas simultaneamente sobre os mesmos membros de uma
organização, a estrutura resultante é denominada matricial. Um aspecto particular desta
estrutura é a dupla ou múltipla subordinação. Na mesma linha, de acordo com Semler
55
(1988), estrutura matricial é a utilização simultânea de dois ou mais tipos de
departamentalização sobre o mesmo grupo de pessoas.
A forma matricial surgiu como uma solução devido à inadequação da estrutura
funcional para as atividades integradas, ou seja, aquelas que para serem realizadas
exigem interação entre as áreas funcionais. A matriz, portanto, é uma forma de manter
as unidades funcionais criando relações entre elas; uma forma de estruturar recursos
provenientes de várias fontes com o objetivo de desenvolver atividades comuns: projetos
ou produtos (VASCONCELLOS e HEMSLEY, 2002).
Segundo Ferreira et al. (2013), a estrutura matricial passou a ser considerada
mais eficiente em ambientes inovadores pois tem por premissa autonomia dos
responsáveis pela operação de determinadas atividades, levando à concentração dos
altos executivos nas decisões estratégicas.
Nesse sentido, Dunn (2001) chama a atenção para a configuração do poder e da
autoridade às quais estão submetidos os participantes de estruturas matriciais em que
gerentes funcionais e gerentes de projeto compartilham o tempo e as competências dos
times de trabalho no que o autor denomina situação de “subordinação-dupla”.
Enquanto o gerente funcional é conhecido pelo controle e pelo zelo das pessoas
que integram seu time, o gerente de projetos preocupa-se somente com a entrega
definida na concepção do projeto. Ou seja, o gerente de projetos é definido como alguém
responsável pelo planejamento, organização, direção e controle dos recursos da
organização por um período específico de tempo que foi estabelecido como necessário
para entrega do propósito do respectivo projeto (DUNN, 2001).
Vasconcellos e Hemsley (2002) observam que a estrutura matricial possui
características marcantes que a diferenciam das demais. Um dos tipos mais comuns de
estrutura matricial resulta da fusão de estruturas funcionais e estruturas por projetos.
A estrutura funcional consiste em agrupar os profissionais por área de
especialização. Na estrutura por projetos, cada novo empreendimento é considerado um
projeto. Neste caso, a equipe de profissionais seria reunida especificamente para
desenvolver o projeto e diluída quando terminasse.
Quando comparada com a estrutura por projetos, a estrutura funcional apresenta
as seguintes vantagens:
56
Maior especialização;
Aumento da capacitação técnica pela troca de experiências e formação de uma
memória técnica;
Maior preocupação com o aperfeiçoamento dos profissionais;
Melhor qualidade técnica dos trabalhos;
Maior satisfação dos profissionais por estarem junto com elementos da mesma
área;
Maior estabilidade do grupo;
Melhor utilização de recursos humanos e materiais;
Administração mais fácil e eficiente em cada área funcional (VASCONCELLOS
e HEMSLEY, 2002).
2.1.5 Processos gerenciais
Nos últimos anos o termo processo tem estado cada vez mais presente nos textos
e nas discussões sobre administração de empresas. Na concepção mais frequente,
processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona
valor a ele e fornece um output a um cliente específico. Segundo Gonçalves (2000), um
processo típico também envolve endpoints, transformações, feedback e repetibilidade.
Em alguns casos, as atividades essenciais, consideradas críticas para que os
objetivos da empresa sejam atingidos, podem ser chamadas de processos. Elas
envolvem um conjunto de atividades operacionais, diversos níveis organizacionais e
práticas gerenciais (GONÇALVES, 2000).
Segundo Paim et al. (2009), a estrutura organizacional influencia sobremaneira a
forma como os processos de uma organização são gerenciados, uma vez que representa
o modo como uma organização divide e coordena o trabalho para atingir um determinado
propósito. Portanto, melhorar processos torna-se uma ação básica para as organizações
57
responderem às constantes mudanças em seu ambiente de atuação, visando manter a
competitividade do sistema produtivo.
Os sistemas de avaliação de desempenho são conjuntos articulados de
indicadores de desempenho que permitem realizar a gestão, a partir do seu
acompanhamento, e a consequente tomada de ações gerenciais (PAIM et al., 2009).
2.1.5.1 A Arquitetura Process Classification Framework
As organizações modernas dependem da medição e da análise contínua de seus
negócios para bem administrá-los. As informações necessárias para a avaliação do
comportamento das organizações e a melhoria do desempenho incluem, entre outras,
aquelas relacionadas a clientes, produtos e serviços, operações, mercado e também a
realização de comparações com concorrentes tidos como referenciais de excelência, ou
seja, as chamadas empresas benchmarkings (SILVA et al., 2002).
Devido à importância destas técnicas de gestão, as empresas procuram capturar
as melhores práticas em bases de conhecimento e experiências já indexadas, através do
uso de ontologias ou taxonomias (O’LEARY, 2009).
Uma das principais estruturas ontológicas para a classificação de processos é o
modelo de Classificação de Processos, ou Process Classification Framework (PCF),
desenvolvido pelo American Productivity & Quality Center (APQC) no início da década
de 1990 (MULLER, 2003).
Este modelo desempenha o papel de uma taxonomia de processos de negócios
que permite que as organizações controlem seus objetivos e comparem seu
desempenho, interna e externamente, com organizações de qualquer setor. Dentre
outras aplicações, o PCF também serve de base para o APQC’s Open Standards
Benchmarking, considerado o maior banco de dados sobre métricas de performance do
mundo (APQC, 2014).
As organizações podem usar a terminologia comum do PCF para nomear,
organizar e mapear seus processos. Esta taxonomia também é útil como uma ferramenta
para explicar um negócio em termos de processos horizontais em vez de funções
verticais. Por ser projetado como uma estrutura e padrão global, o PCF pode ser
58
personalizado para uso em qualquer organização (APQC, 2014).
Para Valle e Oliveira (2009), o PCF é uma arquitetura que possibilita a
compreensão das atividades internas de uma organização através de uma visão
sistêmica, e não de forma tradicional, ou seja, do ponto de vista funcional e hierárquico.
Com esta arquitetura, as 12 categorias de processos, representadas na Figura 3,
se decompõem em grupos de processos; os grupos de processos, em processos e os
processos em atividades, conforme descrito a seguir.
Figura 3 – Arquitetura PCF (Process Classification Framework) Fonte: Adaptado de APQC (2014).
O nível 1 - Categoria de processos - representa os macroprocessos das
organizações, tais como desenvolver visão e estratégia e gerir relações externas.
O nível 2 - Grupos de processos - indica o próximo nível de processos e representa
um grupo de processos, como por exemplo, definir o conceito do negócio e visão de longo
prazo.
59
O terceiro nível - Processos - inclui uma série de atividades inter-relacionadas que
convertem insumos (inputs) em resultados (outputs), como por exemplo, avaliar o
ambiente externo.
Por fim, o nível 4 - Atividades - indica os principais eventos realizados durante a
execução de um processo, tais como: analisar e avaliar a concorrência, identificar
tendências econômicas, avaliar inovações tecnológicas, dentre outros (ELO GROUP,
2014).
Para efeito desta dissertação, o nível de efetividade dos processos gerenciais foi
avaliado em função dos 12 grupos de processos propostos pela arquitetura PCF.
2.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Gil (2009), a revisão da literatura contempla a seleção dos
principais trabalhos já concretizados, revestidos de importância por fornecer dados
relevantes ao tema da pesquisa.
Uma das ferramentas mais utilizadas para realizar estudos de levantamento e
análise de produção científica é a abordagem bibliométrica, que consiste na aplicação de
técnicas estatísticas e matemáticas para descrever aspectos da literatura através da
análise quantitativa da produção escrita (ARAÚJO, 2006; DE VASCONCELOS et al.,
2013).
A principal diferença entre a tradicional análise bibliográfica e a bibliometria é que
esta utiliza mais métodos quantitativos do que discursivos na busca por uma avaliação
objetiva da produção científica (PEREIRA et al., 2013), sendo assim, a análise de
publicações através da pesquisa bibliométrica permite a identificação de padrões na
literatura, ao detectar, por exemplo, as áreas mais relacionadas à temática da pesquisa
(ARAÚJO, 2006).
A análise bibliométrica desenvolvida no presente estudo tem por objetivo
verificaras publicações e os estudos acadêmicos, já realizados, referentes às
características da estrutura organizacional e ao nível de efetividade de processos
gerenciais de empresas que atuam no ramo da construção civil.
60
A amostra foi extraída da Scopus, considerada a maior base de dados de pesquisa
de resumos e citações da literatura científica mundial (SCOPUS, 2014). A busca nesta
base de dados foi efetuada com base em um conjunto de palavras-chave diretamente
relacionadas ao tema desta pesquisa: características organizacionais e nível de
efetividade de processos de gerenciais de empresas de construção civil (Quadro 5).
Temas de referência
Termos em inglês Similares ou sinônimos
Gestão, administração
Management
“Administration”, “Control”, “Governance”, “Operation”
Indústria da Construção Civil
Construction Building industry
“Construction Industry”, “Building construction”, “Civil construction”
Características organizacionais e estrutura de negócios
Organizational characteristics,Business Structure
"Organizational characteristics", "Organizational climate", "Organizational structure", "Organizational commitment, "Organizational behavior", "Organizational development", "Organizational performance", "Business Model", "Business Structure”
Empresas, organizações
Companies “Companies”,“Establishment”,“Company”,“Business”,“Organization”,“Firm”
Quadro 5 – Palavras-chave Fonte: Autor (2014).
Este grupo de palavras-chave deu origem ao string de busca utilizado como
ferramenta de investigação na base de dados Scopus (Quadro 6).
String de busca
((“Management” OR “Administration” OR “Control” OR “Governance” OR “Operation”) AND (“Construction Industry”
OR “Building construction” OR “Construction Building industry” OR “Civil construction”) AND ("Organizational
characteristics" OR "Organizational climate" OR "Organizational structure" OR "Organizational commitment" OR
"Organizational behavior" OR "Organizational development" OR "Organizational performance" OR "Business
Model" OR "Business Structure") AND (Companies OR Establishment OR Company OR Business OR Organization
OR Firm)).
Quadro 6 – String de busca Fonte: Autor (2014).
61
Aplicadas as devidas limitações em relação às áreas de pesquisa, a busca inicial
resultou em 1045 artigos publicados entre 1981 e Junho de 2014. Para se obter um perfil
das publicações, foram geradas as seguintes análises descritivas de frequência:
distribuição das publicações dos artigos por ano e por autor, classificação das
publicações por instituição de origem dos autores, distribuição das publicações por país
de origem dos autores e distribuição das publicações por periódico.
2.2.1 Análise bibliométrica dos dados
2.2.1.1 Análise das características das publicações
Do total geral de publicações avaliadas, 67% correspondem a artigos de
periódicos, 28% são artigos publicados em congressos e os outros 5% são artigos de
revisão.
O Gráfico 1 compreende as 1045 publicações selecionadas, indicando que a
frequência de publicações que abordam os temas de referência desta pesquisa vem
crescendo na última década. Observa-se que no ano de 2005 ocorre um salto em relação
ao número de publicações. A partir deste ano, estabeleceu-se um novo patamar de
crescimento, sugerindo maior interesse pelo tema. A tendência mostra que 2014 será o
ano com o maior número de publicações desde 1981.
62
Gráfico 1 – Distribuição das publicações por ano Fonte: Scopus (2014).
A amostra total é constituída por 152 autores, que possuem no mínimo três
publicações. Os trinta autores que mais se destacaram neste período estão
representados no Gráfico 2.
Gráfico 2 – Distribuição das publicações por autor Fonte: Scopus (2014).
Estes autores pertencem a 160 instituições de ensino de diferentes origens. As 15
mais importantes, que correspondem a 9,3% do total das instituições declaradas,
63
encontram-se representadas no Gráfico 3, com destaque para a Loughborough
University, do Reino Unido e para as universidades de Hong Kong.
Gráfico 3 – Classificação das publicações por insituição de origem dos autores Fonte: Scopus (2014).
Em relação ao país de origem dos autores das publicações analisadas, o Reino
Unido apresenta a maior frequência de ocorrência, com 240 publicações, seguido da
Austrália e dos Estados Unidos. O Gráfico 4 ilustra a relação dos vinte principais países
em termos de número de publicações pertinentes ao tema desta pesquisa.
Gráfico 4 – Distribuição das publicações por país de origem dos autores Fonte: Scopus (2014).
64
Dos 62 países que possuem publicações referentes ao tema em estudo, o Brasil
figura em 27º lugar, com apenas sete publicações no período, de acordo com a base de
dados Scopus.
O Gráfico 5 apresenta a distribuição das publicações entre os dez principais
periódicos, sendo os de maior destaque o Construction Management and Economics, do
Reino Unido, seguido pelo Journal of Construction Engineering and Management, dos
Estados Unidos.
Gráfico 5 – Distribuição das publicações por periódico Fonte: Scopus (2014).
2.2.1.1 Análise das referências que fundamentaram as publicações
Após a análise das características das publicações, a base de dados foi exportada
para o software BibExcel que identificou uma rede de citações cujo objetivo é distinguir
os principais autores que fundamentam as pesquisas dos outros 152 autores citados
nesta análise bibliométrica. Os autores que possuem ao menos uma obra citada mais de
trinta vezes compõem a rede de citações representada na Figura 4. Aqueles com o maior
número de citações, encontram-se destacados, em amarelo, no centro da rede, onde
ocorre o maior número de interligações.
65
Figura 4 – Rede de citações Fonte: BibExcel (2014).
66
O Gráfico 6 apresenta um resumo dos autores mais citados.
Gráfico 6 – Distribuição das citações por autor Fonte: BibExcel (2014).
O destaque incide sobre John Egan, citado 98 vezes. Em sua principal obra
Rethinking Construction, de 1998, o autor identifica cinco fatores impulsionadores de
mudanças, necessários para melhorar o nível de satisfação dos clientes e aumentar a
rentabilidade da construção civil do Reino Unido. A saber: comprometimento da
liderança, foco no cliente, integração de processos e equipes, criação de uma agenda
orientada para a qualidade (produtos e processos) e compromisso com as pessoas.
Na mesma linha, Michael Latham é referenciado por suas obras ao abordar temas
polêmicos enfrentados pela indústria da construção civil do Reino Unido durante um
período de lapso de crescimento. O autor faz 53 recomendações com o objetivo de mudar
as práticas da indústria, visando aumentar a eficiência e reduzir o desperdício.
Nicholas Marshall e Mike Bresnen têm seus estudos voltados para os sistemas de
parcerias e alianças na construção civil, enquanto Oliver E. Williamson avalia os aspectos
da economia ligados às organizações públicas e privadas.
Geer Hofstede e Edgar Schein são frequentemente citados por suas pesquisas
desenvolvidas na área de cultura organizacional. Já Martin Loosemore é reconhecido por
suas publicações na área de gestão de recursos humanos na construção civil.
67
Jum Nunally é um autor repetidamente referenciado pelos pesquisadores que
utilizam a análise fatorial ou a teoria de resposta ao item em seus estudos.
Por sua vez, Antony Walker e Graham Winch são mencionados em estudos que
abordam o tema gerenciamento de projetos na construção civil.
Robert K. Yin e Joseph Hair Jr, são considerados, nesta ordem, “autores clássicos”
no desenvolvimento de estudos de caso e em pesquisas que utilizam as técnicas de
análise multivariada de dados.
Outros dois importantes autores na área de estratégia organizacional,
referenciados ao longo desta dissertação, também destacam-se na rede de citações:
Henry Mintzberg e Jeffrey Pfeffer.
Dentre os autores nomeados, as obras mais citadas estão listadas, por ordem de
importância, no Quadro 7.
(continua) Autor Principais obras
Egan, J. - Rethinking Construction. London: HMSO, 1998; - Accelerating Change. Strategic Forum for Construction, London, 2002.
Hofstede, G. - Culture's Consequences: International Differences in Work-related Values. London: Sage, 1980; - Cultures and Organizations: Software of the Mind. London: McGraw-Hill, 1991.
Latham, M. - Trust and Money. London: HMSO, 1993; - Constructing the Team. London: HMSO, 1994.
Yin, R.K. - Case Study Research: Design and Methods. London: Sage, 1994.
Marshall, N.; Bresnen, M.
- Building partnerships: Case studies of client-contractor collaboration in the UK construction industry. Construction Management, 2000; - Partnering in construction: A critical review of issues, problems and dilemmas. Construction Management and Economics, 2000; - Motivation, commitment and the use of incentives in partnerships and alliances. Construction
Management and Economics, 2000.
Schein, E.H. - Organizational Culture and Leadership. San Francisco: Jossey-Bass, Inc.,1992.
Williamson, O.E.
- Markets and Hierarchies: Analysis and Antitrust Implications. New York: Free Press, 1975; - Comparative economic organization: The analysis of discrete structural alternatives.
Administrative Science Quarterly, 1991; - The Economic Institutions of Capitalism. New York: The Free Press, 1985.
Mintzberg, H.
- The design school: reconsidering the basic premises of strategic management. Strategic
Management Journal, 1990; - Learning 1, Planning 0. Strategic Management Journal, 1991; - Power in and Around Organizations. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1983; - Structure in Fives: Designing Effective Organizations. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1983.
Hair, Jr. et al. - Multivariate Data Analysis,6th ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2006.
Walker, A. - The positive use of power on a major construction Project. Construction Management and
Economics, 2000; - Evaluation of project outcomes. Construction Management and Economics,1998; - Project Management In Construction, 4th ed. Oxford: Blackwell, 2002.
Nunnally, J.C. - Psychometric Theory, 3rd. New York: McGraw-Hill, 1994.
Quadro 7 – Principais obras referenciadas Fonte: BibExcel (2014).
68
(conclusão) Autor Principais obras
Winch, G.M. - Governing the project process: A conceptual framework. Construction Management and
Economics, 2001; - Models of manufacturing and the construction process: The genesis of re-engineering construction. Building Research & Information, 2003; - Institutional reform in British construction: Partnering and private finance. Building Research &
Information, 2000; - How innovative is construction? Comparing aggregated data on construction innovation and other sectors - a case of apples and pears. Construction Management and Economics, 2003.
Loosemore, M.
- Human Resource Management in Construction Projects: Strategic and Operational Approaches.
London: Spon Press, 2003; - Gender differences in occupational stress among professionals in the construction industry.
Journal of Management in Engineering, 2004; - Genderlect and conflict in the Australian construction industry. Construction, Management and
Economics, 2008; - An investigation into communication problems with ethnic minorities in the construction industry.
International Journal of Project, 2002.
Pfeffer, J. - The External Control of Organizations: A Resource Dependence Perspective. New York: Harper
& Row, 1978; - Power in Organizations. Marshfield: Pitman Publishing Inc., 1981.
Quadro 7 – Principais obras referenciadas Fonte: BibExcel (2014).
2.2.2 Análise das publicações
O título de cada uma das 1045 publicações indexadas na Scopus foi avaliado e
deste montante, selecionaram-se 132 publicações consideradas pertinentes ao tema
desta pesquisa. Deste total, obteve-se acesso a 93 publicações, das quais 34 foram
integralmente analisadas. Os 14 artigos mais relevantes em relação ao tema desta
dissertação estão comentados no subitem a seguir.
2.2.2.1 Análise das publicações referentes ao tema da pesquisa
Os estudos referentes à organização das empresas da construção civil
começaram a ser publicados em meados dos anos 1980. Entre eles, o mais relevante é
o trabalho de Chang e Choi (1988) que relaciona o impacto da estratégia adotada e os
tipos de estruturas organizacionais no desempenho de empresas Coreanas do setor da
construção.
Durante os anos 1990 e início dos anos 2000 houve um aprofundamento das
69
pesquisas com foco em temas específicos relacionados à Teoria das Organizações. O
trabalho de Lansley (1994) é um dos primeiros a se destacar na aplicação dos conceitos
da Teoria das Organizações, no entendimento e na análise do funcionamento de
empresas da construção civil. O autor aborda o impacto dos estilos de liderança e da
estrutura organizacional no desempenho global da empresa.
Shirazi et al. (1995) sugerem uma maior descentralização da estrutura de gestão
em função da complexidade das atividades da construção civil. No mesmo sentido Kim
(1997) apresenta um estudo que mostra a necessidade de descentralização e
flexibilização das estruturas organizacionais das empresas de construção em face da
complexidade dos projetos e exigências do ambiente concorrencial.
Cabe destacar, também, o trabalho de Handa e Adas (1996), um dos pioneiros
nas pesquisas que relacionam as características organizacionais e a eficácia
organizacional. Este estudo utiliza um modelo de 14 variáveis com o objetivo de predizer
o nível de eficácia organizacional nas empresas de construção. As variáveis destacadas
pelos autores são: a atitude em relação à mudança organizacional, a capacidade de
gerenciamento de projetos, o nível de planejamento, a qualidade da gestão, a força da
cultura organizacional e o nível de participação dos trabalhadores na tomada de decisões
(descentralização).
Outro estudo de destaque neste tema é o apresentado por Dikmen et al. (2005).
Esta pesquisa, fundamentada em dados coletados em 116 empresas de construção
localizadas na Turquia, a partir de uma pesquisa Survey, procura identificar os principais
parâmetros relacionados à eficácia organizacional. As características mais significativas,
de maior para o menor impacto na eficácia organizacional foram: a capacidade de
aproveitar as oportunidades de mercado, a experiência, a frequência de parcerias, a força
da cultura, o nível de aprendizagem organizacional, os recursos técnicos/capacidade, os
recursos financeiros, a flexibilidade e a eficácia do fluxo de informações.
O trabalho de Cheung et al. (2005) apresenta o impacto da estrutura
organizacional no incremento dos fluxos de informações e na comunicação para melhorar
o desempenho das empresas de construção Australianas. Os autores citam que a
influência da cultura e da organização sobre o desempenho das empresas de construção
está se tornando um tema cada vez mais relevante para o estabelecimento de parcerias.
70
Wethyavivorn et al. (2009) desenvolveram um estudo com objetivo identificar os
ativos estratégicos que dirigem e reforçam as capacidades organizacionais das empresas
de construção na Tailândia. Com o uso da análise fatorial, 106 características foram
reduzidas a 14 fatores estratégicos, classificados de acordo com sua influência sobre as
capacidades organizacionais.
Os resultados indicam que as empresas de construção tailandesas se concentram
principalmente no desenvolvimento de uma excelente reputação, criando forte poder de
barganha com fornecedores e subcontratados e na estabilidade financeira de seus
negócios. Contraditoriamente, não dão muita importância ao risco efetivo, à gestão de
investimentos, bem como ao desenvolvimento contínuo e inovação e à gestão
estratégica.
Alinaitwe et al. (2009) avaliam os atributos que levam a indústria da construção de
Uganda a uma melhor eficácia organizacional. Uma pesquisa survey, realizada com base
em 34 atributos, concluiu que o atributo mais importante do ponto de vista organizacional
é a satisfação com a recompensa financeira. O estudo mostrou ainda haver um
baixíssimo investimento em qualificação de mão de obra, além pouca participação dos
funcionários nos processos de planejamento e na definição dos objetivos da organização.
Benson (2010) investiga a gestão da flexibilidade organizacional de empresas de
construção em Cingapura. Segundo o autor, a flexibilidade pode ser influenciada, em
diferentes graus, pelos seguintes fatores determinantes: cultura de aprendizagem
organizacional, estrutura organizacional, aptidões e comportamento dos trabalhadores,
capacidades da cadeia de suprimentos e estratégias de negócios.
Pesquisas mais recentes procuram relacionar as características organizacionais e
as características do mercado (KIM e REINSCHMIDT, 2011), com a cultura da
organização (CHEUNG et al., 2011) e as decisões estratégias adotadas (ISIK et al., 2010)
com o desempenho da empresas.
O trabaho de Zayed et al. (2012) analisa, através de redes neurais artificias, o
desempenho das organizações de construção civil através de um conjunto de 18 fatores,
que vão além dos aspectos financeiros. Listados por ordem de significância, os dez
primeiros fatores, considerados críticos de sucesso são: disponibilidade de
71
conhecimento, clareza da visão, missão e objetivos, estrutura organizacional, avaliação
de feedback, experiência no negócio, condições políticas, pesquisa e desenvolvimento,
cultura dos funcionários e estratégia de competição. Os demais atributos considerados
são: condições de mercado, horas de treinamento, número de funcionários em tempo
integral, manutenção do produto, uso de tecnologia de informação, ativos líquidos,
sistemas de Gestão da Qualidade Total, uso de normas internacionais (ISO) e programas
de remuneração.
2.2.3 Outras fontes bibliográficas
O presente subitem tem o propósito de analisar outras fontes bibliográficas não
indexadas na base de dados Scopus. Para tanto, pesquisou-se as bases de dados
SCIELO (The Scientific Electronic Library Online), a Biblioteca Digital Brasileira de Teses
e Dissertações (BDTD) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
(EBICT), o Portal de Periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior) e o Google Acadêmico. As mesmas palavras-chave do string de busca,
em português, foram empregadas como ferramenta de pesquisa nestas outras fontes de
dados.
Das mais de 1700 publicações listadas, identificou-se um pequeno número de
dissertações e artigos que tangenciam o tema desta pesquisa, abordando determinadas
características organizacionais e processos gerenciais de empresas de construção civil
igualmente contemplados no escopo deste estudo. Tais referências bibliográficas são
exploradas a seguir.
Vivancos (2001) avalia, através de quatro estudos de caso, as características das
estruturas organizacionais de pequenas e médias empresas construtoras de edifícios,
localizadas no estado de São Paulo. O autor conclui que, via de regra, tratam-se de
estruturas centralizadas nas quais predomina a comunicação formal no sentido vertical
descendente. Entretanto, dado o pequeno porte das empresas pesquisadas, verifica-se
a ocorrência de estruturas informais com canais de comunicação direta,
independentemente da existência de ligação hierárquica formal entre os departamentos.
72
Observa-se ainda que estas empresas possuem estruturas flexíveis, tornando-as
capazes de rever as estratégias de ação e se adaptarem às variações de demanda que
ocorrem frequentemente no setor.
Formoso et al. (2003) propõem a adequação do conceito das prioridades
competitivas na construção de edificações, com base na avaliação de três pequenas
empresas de construção de edificações do Rio Grande do Sul. Levando em consideração
as peculiaridades deste setor produtivo, os autores apresentam uma proposta das novas
prioridades competitivas com base seguintes critérios, reconhecidos e valorizados pelos
clientes: custo, desempenho na entrega, conformação com os projetos, qualidade de
execução dos processos construtivos, flexibilidade de sistema, inovação, serviços,
atendimento e assistência técnica.
Através do estudo de caso de cinco empresas de pequeno e médio porte da
construção civil da região de Porto Alegre, Costa (2003) propõe um conjunto de diretrizes
para a concepção, implementação e uso de sistemas de indicadores de desempenho que
possibilitem tornar transparentes os vínculos entre os indicadores, os objetivos, as ações
estratégicas e os processos gerenciais em empresas de construção civil. A autora
identificou a inexistência de estratégias ou então a falta de comunicação destas para os
demais níveis da empresa, resultando na centralização de tomada de decisões. Além
disso, observou-se que as empresas não utilizam o planejamento estratégico formalizado
e tampouco indicadores, como forma de aplicação, monitoramento das estratégias e
suporte na tomada de decisões.
Cortez (2004) pesquisou o comportamento adaptativo organizacional de três
empresas do subsetor de edificações da cidade de Santa Maria (RS). O autor concluiu
que nas organizações estudadas é destacada a influência do isomorfismo mimético
(quando tecnologias organizacionais são pobres, quando objetivos são ambíguos ou
quando o ambiente cria incertezas simbólicas, levando as organizações a modelarem-se
em outras) e que a maioria das estratégias desenvolvidas surgiu através de estratégias
emergentes. Além disso, o estudo demonstrou que os líderes das empresas dirigem seus
negócios de forma autocrática, centralizada e fundamentados em uma estrutura
organizacional simples. Os campos organizacionais são avaliados segundo as crenças,
valores e ideologia dos líderes, que assim definem as estratégias de suas organizações.
73
Contemplando quatro empresas do segmento de construção de edificações
comerciais e residenciais, localizadas em Lajeado (RS), a pesquisa de Kollet (2006) dá
sua contribuição para o desenvolvimento do tema alinhamento estratégico na construção
civil, na medida em que, através de um estudo exploratório de casos múltiplos, procura
identificar o alinhamento entre os objetivos de negócio e os objetivos dos sistemas de
informação. Como resultado deste estudo, o autor observou que a semelhança mais
marcante entre as empresas refere-se à pouca importância dada aos sistemas de
informação, conclusão evidenciada pela ausência de planejamento e pelo papel
secundário desempenhado pela área de tecnologia de informação. A convergência dos
resultados mostrou ainda, que somente dois elementos se destacaram com alto grau de
importância: as informações referentes às margens de lucro e controle logístico e
gerenciamento de retrabalho.
O estudo de Mello e De Amorin (2009) tem como objetivo principal comparar o
desempenho da construção europeia e da norte-americana, tomadas
como benchmarking internacional, em relação à situação brasileira. Os autores listam
algumas características peculiares da construção civil do Brasil: intensa geração de
empregos, sobretudo de mão-de-obra desqualificada, pequena participação do emprego
formal, dificuldades quanto ao cumprimento de normas técnicas e de padronização,
níveis de competitividade e produtividade abaixo do padrão existente nos países mais
desenvolvidos e sobretudo pouca atualização nos aspectos tecnológicos e de gestão,
quando comparados aos padrões dos países desenvolvidos.
Schiavo (2010) desenvolveu uma pesquisa cujo objetivo era identificar as práticas
de trabalho e o processo de aprendizagem de trabalhadores da construção civil à luz da
estética organizacional. Os dados foram coletados em uma construtora de pequeno porte
no Município de Santa Maria (RS) e revelaram que o processo de aprendizagem dos
trabalhadores é essencialmente informal. A formação e aprendizagem para a execução
das práticas de trabalho ocorrem dentro do próprio trabalho, através da experiência
prática, da interação com colegas e pessoas mais experientes e da observação.
A pesquisa de Garcia (2010) busca avaliar um grupo de dez construtoras de
grande porte, com foco em obras residenciais ou comerciais, de acordo com os critérios
estabelecidos no Modelo de Excelência da Gestão (MEG), da Fundação Nacional de
74
Qualidade (FNQ). Os dados foram avaliados segundo os critérios: clientes, sociedade,
liderança, estratégias e planos, pessoas e processos e informações e conhecimento.
Os resultados mostraram que as empresas pesquisadas possuem um bom nível
de gestão da qualidade, tendo aquelas que atuam no segmento comercial, um
desempenho levemente superior, contudo o autor conclui que há um desbalanceamento
das ações quanto aos critérios do MEG, havendo uma supervalorização dos critérios de
processos e reduzida valorização das ações à sociedade.
Entretanto, a busca nas bases de dados apontou outras quatro dissertações
diretamente associadas ao tema deste estudo. Estas pesquisas, mencionadas a seguir,
foram desenvolvidas por autores relacionados ao grupo de pesquisa “Núcleo de Inovação
e Gestão da Construção” (NIGEC), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
liderado pelo professor Dr. Alfredo Iarozinski Neto, igualmente orientador desta
dissertação.
A pesquisa de Yuki (2011) mostrou que existe uma correlação entre o nível de
desenvolvimento dos processos gerenciais e a estrutura organizacional de empresas de
construção civil do ramo de elaboração de projetos, gerenciamento e execução de obras,
situadas na cidade de Curitiba e região. Além disto, a pesquisa procurou identificar,
através da Correlação de Pearson, quais características interferem diretamente na
gestão destas empresas.
Em 2012, Mainardes desenvolveu um estudo com o objetivo de identificar como
as variáveis associadas aos processos de implantação, gerenciamento e desempenho
do sistema ERP (Enterprise Resource Planning) interferem nas variáveis associadas à
maturidade organizacional em empresas de construção civil, espalhadas pelo Brasil.
A análise dos resultados foi desenvolvida por meio das técnicas multivariadas de
análise discriminante e correlação de Pearson. Contatou-se que a implantação do ERP
impacta nas variáveis da maturidade organizacional nos seguintes aspectos: visão
estratégica, relacionamento com cliente, gerenciamento de recursos humanos, gestão de
TI e gestão financeira. As organizações que utilizam o sistema apresentam maior taxa de
crescimento, número de clientes, reconhecimento da marca, alto nível de formação do
corpo gerencial, integração entre os processos e departamentos, melhor fluxo de
75
informação, maior formalização de atividades e processos, maior planejamento de
atividades e melhor gerenciamento de recursos humanos.
O estudo de Amarilla (2013) teve como objetivo identificar e analisar
comparativamente os principais processos de negócio de empresas de pequeno porte do
subsetor de edificações da construção civil, localizadas na cidade de Curitiba. A avaliação
comparativa entre as empresas destacou um conjunto de processos comuns, a saber:
prospecção de novas obras e negócios, coordenação e planejamento de projetos,
elaboração e análise de orçamento, processo de compras, comercialização e vendas,
além da gestão financeira, gestão de recursos humanos, gestão de obras e gestão
serviços terceirizados como serviços contábeis, jurídicos e de segurança do trabalho.
Os resultados indicaram que os processos e as atividades das empresas deste
setor apresentam características comuns, facilitando assim, a padronização das
melhores práticas. Este estudo mostrou ainda que é possível a elaboração de um modelo
gestão que represente as melhores práticas, pautado no modelo PCF (Process
Classification Framework), porém adequado e compatível com as particularidades das
organizações que atuam no subsetor de edificações.
Por fim, a pesquisa desenvolvida por Krainer (2013), teve por objetivo analisar as
práticas de gestão do conhecimento facilitadoras, dificultadoras ou inibidoras da criação
e captura do conhecimento nas empresas de incorporação e edificação de Curitiba e
Região Metropolitana. Os resultados indicam que as construtoras pesquisadas têm
processos e características medianamente associados à gestão do conhecimento,
tratando-se de “Empresas Tradicionais”.
Segundo o autor, a dimensão da cultura organizacional foi a que apresentou
processos e características mais associados à gestão do conhecimento, dando indícios
de que o ambiente organizacional tende a ser agradável, prevalecendo a liberdade, a
confiança e o respeito. A autonomia dos colaboradores, as metas desafiadoras, as
conversas formais e informais, a receptividade e a acessibilidade da alta administração
são alguns dos principais facilitadores à criação do conhecimento identificados pela
pesquisa.
Dentre as barreiras identificadas pelo autor, destacam-se: a ausência de uma
estratégia direcionadora do conhecimento, falhas na comunicação entre departamentos
76
e pessoas, foco no sistema construtivo, disponibilidade de tempo e hierarquia, receio de
consequências negativas, não fiscalização e exigência da utilização das ferramentas de
registro e armazenamento de informações e de conhecimento. Os resultados obtidos, de
modo geral, revelaram a existência de iniciativas informais e desorientadas, não
condizentes com verdadeiras práticas formais de gestão do conhecimento.
A análise da literatura acerca do tema mostra que o aspecto comum a estas
publicações é a clara relação existente entre as variáveis organizacionais e o
desempenho das empresas de construção civil.
Além do autores e publicações anteriormente citados, outros autores de destaque,
relacionados aos temas estrutura organizacional e processos de gestão, foram
mencionados ao longo deste capítulo, a saber: Wagner III e Hollenbeck (2000),
Vasconcellos e Hemsley (2002), Pinto (2002), Ozaki (2003), Perrotti (2004) e Pellicer et
al. (2014), dentre outros.
2.3 CONSIDERAÇÕES
O referencial teórico apresentado neste capítulo contribuiu para o desenvolvimento
desta pesquisa, possibilitando o entendimento dos conceitos e definições relacionados
ao Estudo das organizações, à Teoria das organizações, à Estrutura organizacional, seus
principais fatores componentes e condicionantes, às diferentes abordagens estruturais e
ao PCF (Process Classification Framework). A revisão bibliográfica, complementada pela
análise bibliométrica dos dados, permitiu verificar as publicações e pesquisas
acadêmicas já realizadas, bem como posicionar este trabalho em relação a tais estudos.
O capítulo seguinte apresenta a metodologia proposta para esta pesquisa.
77
3 METODOLOGIA
No decorrer deste capítulo são apresentados os diversos aspectos relativos aos
métodos e procedimentos de pesquisa adotados nesta dissertação. A Figura 5 descreve
as oito etapas da metodologia empregada nesta pesquisa.
Figura 5 – Etapas da metodologia da pesquisa Fonte: Autor (2014).
78
3.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA
Conforme abordado no Capítulo 1, esta pesquisa procura analisar como se
caracterizam as empresas de construção civil que atuam em diferentes setores de
atividade sob o enfoque das características organizacionais e do nível de efetividade dos
processos gerenciais.
3.2 ESTADO DA ARTE
O estado da arte, desenvolvido no capítulo 2, contempla o embasamento teórico
do desenvolvimento desta pesquisa, sendo dividido em duas etapas: o referencial teórico
e a revisão bibliográfica.
O referencial teórico teve como objetivo definir os conceitos e as variáveis
empregadas na pesquisa. A revisão bibliográfica procurou identificar os principais autores
e pesquisas relacionadas ao tema desta dissertação. A análise destas referências
contribuiu para o aprimoramento da ferramenta de coleta de dados utilizada como base
nesta pesquisa, descrita no item a seguir.
3.3 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa é definida como um procedimento racional e sistêmico que visa obter
respostas aos problemas apresentados, sendo desenvolvida mediante a contribuição dos
conhecimentos disponíveis e o emprego de métodos e técnicas (GIL, 2009).
Esta pesquisa pode ser classificada como de natureza aplicada. De acordo com
Gil (2009), pesquisas aplicadas têm como ponto de interesse a aplicação, a utilização e
as consequências práticas dos conhecimentos gerados.
Quanto aos objetivos, é categorizada como descritiva. Gil (1999) cita que
propósito deste tipo de pesquisa é descrever as características de determinadas
79
populações ou fenômenos através da utilização de técnicas padronizadas de coleta de
dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
De acordo com a forma de abordagem do problema, a pesquisa possui
características de origem quantitativa, o que significa traduzir em números as opiniões e
informações coletadas, através de um questionário, para posteriormente classificá-las e
analisá-las. Para Terence e Escrivão Filho (2006), nos estudos organizacionais, a
pesquisa quantitativa permite a mensuração de opiniões, reações, hábitos e atitudes em
um universo, por meio de uma amostra que o represente estatisticamente.
Os principais tipos de pesquisa quantitativa empregados são a survey, a
correlacional, a causal-comparativa e a experimental (VERGARA, 2005). A técnica
survey caracteriza os estudos transversais e pode ser descrita como a obtenção de dados
ou informações primários sobre características, ações ou opiniões (descrições
quantitativas) de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma
população alvo, por meio de um instrumento de pesquisa pré-definido, normalmente um
questionário. As surveys são utilizadas quando o projeto de pesquisa envolve a coleta de
informações de uma grande amostra de indivíduos, como é o caso desta pesquisa
(FREITAS et al., 2000; HAIR JR. et al., 2005a).
A coleta de dados foi efetuada em corte-transversal. De acordo com Hair Jr. et
al. (2005a), este procedimento visa descrever e analisar o estado das variáveis em um
determinado momento, que posteriormente serão sintetizadas estatisticamente.
O procedimento técnico abordado foi observacional. Segundo Marconi e Lakatos
(2010), esta é uma técnica de coleta de dados que não consiste em apenas ver e ouvir,
e sim, obriga o investigador a estabelecer um contato mais direto com a realidade,
visando examinar os fatos ou fenômenos que deseja estudar.
3.4 COLETA DE DADOS
Esta seção subdivide-se em três etapas: o desenvolvimento da ferramenta de
coleta de dados, a definição da amostra e a coleta de dados propriamente dita.
80
3.4.1 Desenvolvimento da ferramenta de coleta de dados
O tipo e a quantidade de dados a serem coletados dependem da natureza e dos
objetivos da pesquisa. De acordo com Hair Jr. et al. (2005a), quando o estudo é de
natureza descritiva, será necessária uma quantidade relativamente grande de dados
obtidos através de surveys de questionários de grande abrangência.
Isto posto, a ferramenta de coleta de dados utilizada nesta dissertação é um
questionário. De acordo com Amaro et al. (2005), um questionário é um instrumento de
investigação que visa coletar informações fundamentadas, geralmente, na inquisição de
um grupo representativo da população em estudo. Para tal, coloca-se uma série de
questões que abrangem um tema de interesse para os investigadores, sem haver
interação direta entre estes e os inquiridos.
O questionário empregado nesta dissertação é uma versão aprimorada dos
questionários apresentados nas dissertações de Yuki (2011) e Mainardes (2012). O
objetivo principal desta modificação visou a redução do número de questões através do
agrupamento de algumas questões referentes às características organizacionais e ao
nível de efetividade dos processos de empresas de diferentes segmentos da construção
civil.
Estes segmentos, que representam os grupos de empresas que estão diretamente
envolvidos com as atividades de execução de obras de construção civil, foram
estabelecidos com base na Classificação Nacional de Atividades Econômicas – versão
2.0 (CNAE) (2007), proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
3.4.1.1 A CNAE
A Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, é a classificação
oficialmente adotada pelo Sistema Estatístico Nacional na produção de estatísticas por
tipo de atividade econômica, e pela Administração Pública, na identificação da atividade
econômica em cadastros e registros de pessoa jurídica (IBGE, 2007).
De acordo com o IBGE (2007), as classificações de atividades econômicas são
elaboradas com o objetivo de organizar as informações das unidades de produção, com
81
o objetivo de produzir estatísticas dos fenômenos derivados da participação dessas
unidades no processo econômico. Servem para classificar as unidades de produção de
acordo com a atividade que desenvolvem, em categorias definidas como segmentos
homogêneos quanto à similaridade de funções produtivas (insumos, tecnologia,
processos), características dos bens e serviços, finalidade de uso, dentre outros, e, em
alguns casos, quanto às características dos bens e serviços ou, ainda, à finalidade de
uso dos bens e serviços.
A CNAE 2.0 é uma classificação estruturada de forma hierarquizada em cinco
níveis, com 21 seções, 87 divisões, 285 grupos, 673 classes e 1301 subclasses. As 21
seções que compõem esta estrutura são apresentadas no Quadro 8.
Seção Denominação
A Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura
B Indústrias extrativas
C Indústrias de transformação
D Eletricidade e gás
E Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação
F Construção
G Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas
H Transporte, armazenagem e correio
I Alojamento e alimentação
J Informação e comunicação
K Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados
L Atividades imobiliárias
M Atividades profissionais, científicas e técnicas
N Atividades administrativas e serviços complementares
O Administração pública, defesa e seguridade social
P Educação
Q Saúde humana e serviços sociais
R Artes, cultura, esporte e recreação
S Outras atividades de serviços
T Serviços domésticos
U Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
Quadro 8 – Seções da CNAE Fonte: IBGE: CNAE 2.0.
Três hierarquias principais - construção de edifícios, obras de infraestrutura e
serviços especializados para a construção - são adotadas pelo IBGE, desde 1996, como
82
critério de classificação de empresas na publicação da Pesquisa Nacional de Construção
Civil (PAIC). Esta pesquisa constitui uma importante fonte de informações estatísticas
sobre o segmento empresarial da construção, fornecendo aos órgãos governamentais e
privados subsídios para o planejamento e aos usuários, em geral, informações para
estudos setoriais mais aprofundados (IBGE, 2011).
Porém, com o objetivo de aprofundar a análise, para efeito desta dissertação,
foram adotadas além destas três hierarquias principais, que integram a Seção F, outras
duas subclasses da CNAE 2.0, que compõe a Seção C. Estas cinco classificações estão
descritas a seguir:
Construção de edifícios – Divisão 41 – Seção F: Construção;
Obras de infraestrutura – Divisão 42 –Seção F: Construção;
Serviços especializados para a construção – Divisão 43 – Seção F:
Construção;
Fabricação de estruturas de concreto armado, em série, sob encomenda –
Divisão 23 – Seção C: Indústria de transformação – Subclasse 2330-3/01;
Fabricação de artefatos de cimento para uso na construção – Divisão 23 –
Seção C: Indústria de transformação – Subclasse 2330-3/02.
De acordo com a CNAE 2.0, a construção de edifícios compreende a construção
de edifícios para usos residenciais, comerciais, industriais, agropecuários e públicos.
Também estão compreendidas nesta seção as reformas, manutenções correntes,
complementações e alterações de imóveis; a montagem de estruturas pré-fabricadas in
loco para fins diversos de natureza permanente ou temporária.
A construção de obras de infraestrutura engloba a construção de autoestradas,
vias urbanas, pontes, túneis, ferrovias, metrôs, pistas de aeroportos, portos e redes de
abastecimento de água, sistemas de irrigação, sistemas de esgoto, instalações
industriais, redes de transporte por dutos (gasodutos, minerodutos, oleodutos), linhas de
eletricidade, instalações esportivas, etc.
Nesta seção incluem-se também as atividades de incorporação de
empreendimentos imobiliários que promovem a realização de projetos de engenharia civil
provendo recursos financeiros, técnicos e materiais para a sua execução e posterior
venda.
83
A divisão serviços especializados para a construção compreende a execução de
partes de edifícios ou obras de infraestrutura, tais como: a preparação do terreno para
construção, a instalação de materiais e equipamentos necessários ao funcionamento do
imóvel e as obras de acabamento. Esta divisão engloba ainda as atividades de
gerenciamento e execução de obras através de contrato de construção por administração
e as atividades de direção e a responsabilidade técnica da obra, além da execução de
fundações diversas para edifícios e outras obras de engenharia civil, inclusive a cravação
de estacas.
Em geral, as unidades classificadas nesta divisão são especializadas em um
determinado tipo de serviço para a construção civil, comum a diferentes tipos de
estruturas e que requer a utilização de técnicas e equipamentos especiais para a sua
execução.
Também está compreendida nesta divisão a construção de estruturas de aço,
sempre que esta atividade não seja realizada pelo próprio fabricante das partes metálicas
da estrutura (vigas, colunas, lajes, etc.).
A Seção F – construção – não compreende a produção de materiais de
construção ou de elementos mais complexos destinados a obras de edifícios e de infra-
estrutura, tais como estruturas metálicas (divisão 25), elementos pré-fabricados de
madeira (divisão 16), cimento ou outros materiais pré-moldados (divisão 23). Estes
serviços estão classificados como: fabricação de produtos de minerais não metálicos –
Divisão 23 – Seção C: Indústria de transformação. Dentro desta Divisão, destacam-se as
subclasses 2330-3/01 e 2330-3/02:
Subclasse 2330-3/01 – Fabricação de estruturas de concreto armado, em série,
sob encomenda - que compreende a fabricação de estacas, postes, dormentes,
vigas, aduelas, estruturas pré-moldadas e móveis de cimento.
Subclasse 2330-3/02 – Fabricação de artefatos de cimento para uso na
construção, que compreende a fabricação de tijolos, lajotas, guias, bloquetes,
meios-fios, canos, manilhas, tubos, conexões, ladrilhos e mosaicos de cimento,
dentre outros.
84
3.4.1.2 Estrutura do questionário
O questionário, denominado Diagnóstico das empresas de construção civil,
disponível no APÊNDICE A desta dissertação, está segmentado em três partes. A parte
um, ilustrada na Figura 6, compreende a identificação do perfil da organização e do perfil
do entrevistado.
A identificação do perfil da organização engloba os seguintes dados: razão social,
localização, endereço eletrônico e site, ano de fundação, região de atuação, número de
funcionários, tipo de constituição (Limitada, S/A capital aberto, S/A capital fechado,
capital misto, Estatal ou outra) e tipo de administração (familiar, profissional, mista ou
outra), número de certificações, produção anual (m2, m3, metro linear, unidades,
toneladas, etc.).
Com base na classificação CNAE, o ramo de atuação das organizações foi
segmentado de oito formas distintas, prevalecendo como critério de classificação a
atividade principal de cada uma das organizações:
Incorporação de empreendimentos imobiliários;
Obras residenciais;
Edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais;
Obras de infra-estrutura (rodovias, ferrovias, obras de arte, água, esgoto,
transporte por dutos, linhas de eletricidade, etc.);
Serviços especializados (demolição e preparação do terreno, instalações elétricas
e hidráulicas, obras de acabamento, fundações, administração de obras, etc.);
Fabricação de estruturas pré-moldadas em concreto armado (estacas, postes,
dormentes, vigas, aduelas, galerias e estruturas pré-moldadas);
Fabricação de artefatos de cimento para uso na construção (blocos, lajotas, guias,
bloquetes, meio-fios, manilhas, tubos, pavers, etc.);
Outro.
Por fim, o perfil da organização ainda buscou identificar o número de
empreendimentos que a empresa já executou desde o início de suas atividades e o
número de empreendimentos que a empresa está executando atualmente.
85
Na continuidade da parte um, o perfil do entrevistado compreende as seguintes
questões: cargo ocupado (diretor, gerente, coordenador, chefe, supervisor, assessor,
analista, operador, auxiliar, engenheiro, técnico, trainee, estagiário ou outro), tempo em
que trabalha na empresa, área em que trabalha (administrativa, comercial, marketing,
financeira, contábil/custos, recursos humanos, produção, meio ambiente,
engenharia/desenvolvimento, logística, qualidade, tecnologia da informação ou outra) e
área de formação (Figura 6).
Figura 6 – Identificação do perfil da organização Fonte: Autor (2014).
A segunda parte do questionário (Figura 7), fundamentada no questionário
desenvolvido por Yuki (2011), procurou identificar as características das organizações
através de 29 questões desenvolvidas a partir do estudo da teoria das organizações, da
estrutura organizacional, dos tipos e modelos de estruturas e das características das
organizações. Estas questões pretenderam refletir o estilo de gestão, o nível de
formalização, o grau de integração entre funcionários, o investimento em qualificação dos
funcionários, o nível de integração desenvolvimento e controle de processos, o grau de
investimentos e as políticas adotadas pelas empresas, dentre outras características.
86
Figura 7 – Características da organização Fonte: Autor (2014).
A terceira parte do questionário teve como objetivo identificar o nível de efetividade
dos processos gerenciais. Este grupo de 34 questões, igualmente fundamentado no
questionário desenvolvido por Yuki (2011), foi desenvolvido com base na arquitetura PCF
(Process Classification Framework), uma taxonomia de processos de negócios
multifuncionais destinado a permitir uma comparação objetiva de desempenho dentro e
entre organizações, dividida em 12 classificações, sendo os processos de operação:
desenvolver visão e estratégia, desenvolver produtos e serviços, ofertar produtos e
serviços, entregar produtos e serviços e gerir o atendimento aos clientes (Figura 8).
Os processos de gestão e suporte contemplam: desenvolver e gerir pessoas, gerir
tecnologia da informação, recursos financeiros, adquirir, construir e gerir bens e
equipamentos, gerir segurança, saúde e meio ambiente, relações externas e, por fim,
gerir conhecimento, melhoria e mudanças.
87
Figura 8 – Nível de efetividade dos processos Fonte: Autor (2014).
3.4.1.3 Mensuração e escalas do questionário
A mensuração é um aspecto fundamental nas pesquisas em gestão. Envolve a
atribuição de números para uma variável de acordo com certas regras. Tais números
atribuídos devem refletir as características do fenômeno que está sendo mensurado
(HAIR JR. et al., 2005a).
O uso de escalas é a ferramenta comumente utilizada para a mensuração de
dados. Os diferentes níveis de mensuração podem ser representados por quatro tipos de
escalas: nominal, ordinal, intervalar e de razão. Variáveis mensuradas no nível nominal
ou ordinal são chamadas de categóricas ou não-métricas. Já as variáveis medidas no
nível intervalar ou de razão são denominadas de quantitativas ou métricas (HAIR JR. et
al., 2005a).
Para aplicação nesta dissertação foram escolhidas escalas do tipo intervalar. Este
tipo de escala utiliza números para classificar objetos ou eventos de modo que a distância
entre estes números seja a mesma, permitindo que se compare a diferença entre os
88
objetos. Conforme citam Hair Jr. et al. (2005a), a utilização de escalas intervalares
permite medir conceitos como atitudes, percepções, sentimentos, opiniões e valores
através das escalas de classificação. Estas escalas de classificação tipicamente
envolvem o uso de afirmações em um questionário, acompanhadas de categorias pré-
codificadas, uma das quais, selecionada pelo respondente para indicar até onde
concorda ou discorda de determinada afirmação.
A mensuração das respostas da parte dois (características organizacionais) do
questionário empregado nesta pesquisa se deu através da adoção de uma escala de
diferencial semântico. De acordo com Aguiar et al. (2011), escalas de diferencial
semântico são aquelas onde cada item avaliado é polarizado em dois adjetivos (ou frases
descritivas) opostos e contrários.
Esta escala é composta por sete graus, valorados de um a sete (podendo ter seus
valores explícitos ou não no questionário), postos entre dois adjetivos ou frases
descritivas antônimas, com os termos negativos na coluna mais à esquerda e os positivos
na coluna mais à direita. O respondente deve escolher o valor que melhor representa sua
opinião (quanto mais próximo de um dos termos, mais ele concorda com o referido termo
(AGUIAR et al.; 2011). A Figura 9 é um exemplo da escala adotada no questionário desta
pesquisa.
Figura 9 – Modelo de escala de diferencial semântico Fonte: Autor (2014).
Já a mensuração das respostas da terceira parte do questionário, que avalia o
nível de efetividade dos processos, ocorreu por meio da adoção de uma escala de
intensidade. De acordo com Malhotra (2010), em uma escala de intensidade, os
entrevistados devem fazer uma marca no local que consideram mais adequado, em uma
linha que vai de um extremo ao outro da variável critério. A Figura 10 ilustra a escala
adotada neste questionário.
89
Figura 10 – Modelo de escala de intensidade Fonte: Autor (2014).
3.4.2 Definição da amostra
Uma população pode ser definida como o total de elementos que compartilham
algum conjunto comum de características.
De acordo com Hair Jr. et al. (2005a), uma amostra é um subconjunto
relativamente pequeno de uma população, que pode ser extraída utilizando-se
procedimentos probabilísticos ou não probabilísticos.
Amostras representativas podem ser obtidas seguindo-se um conjunto de
procedimentos que incluem os cinco passos a seguir:
Definição da população alvo;
Seleção da estrutura da amostragem;
Seleção do método de amostragem;
Determinação do tamanho da amostra;
Implementação do plano de amostragem.
3.4.2.1 Definição da população alvo
De acordo com Hair Jr. et al. (2005a), a população alvo é o grupo completo de
objetos ou elementos relevantes para o projeto de pesquisa. São relevantes por
possuírem informações que o projeto de pesquisa se dispõe a coletar.
Para efeito desta dissertação, a população alvo foi definida como sendo as
empresas situadas em Curitiba/PR e Região Metropolitana cujo ramo de atuação está
diretamente ligado à execução de obras de construção civil, ou seja, empresas que
90
constroem edifícios, obras de infra-estrutura, prestam serviços especializados para a
construção civil, fabricantes de estruturas de concreto armado e de artefatos de cimento
para uso na construção.
3.4.2.2 Seleção da estrutura da amostragem
A estrutura da amostragem é uma lista abrangente e o mais completa possível dos
elementos da população de onde a amostra é retirada (HAIR JR. et al., 2005a).
No caso desta dissertação, a coleta de dados foi efetuada com o apoio dos alunos
dos cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-PR) que
integravam o quadro funcional de empresas que se encaixaram na descrição da
população alvo. Outra parte da amostra foi obtida através de questionários enviados, por
meio eletrônico, às diversas empresas de construção civil localizadas em Curitiba e
Região Metropolitana e que constituíam a base de dados da Regional Sul da Associação
Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
3.4.2.3 Seleção do método da amostragem
Os métodos de amostragem tradicionais podem ser divididos em probabilísticos e
não probabilísticos. Os probabilísticos baseiam-se na premissa de que cada elemento da
população alvo tem uma probabilidade conhecida, mas não necessariamente igual, de
ser selecionado para uma amostra. Neste caso, os elementos são selecionados
aleatoriamente e a probabilidade de ser selecionado é determinada antecipadamente
pelo pesquisador (HAIR JR. et al., 2005a).
No caso de amostras não probabilísticas, a inclusão ou a exclusão dos elementos
de uma amostra fica a critério do pesquisador, ou seja, nem todo elemento da população
alvo tem chance de ser selecionado para a amostra. Ao contrário, o pesquisador usa
métodos subjetivos, tais como sua experiência profissional, conhecimento especializado,
conveniência, etc. para selecionar os elementos da amostra. Neste caso, a probabilidade
91
de um elemento da população ser escolhido é desconhecida e, além disso, não existem
métodos estatísticos que possam determinar o erro de amostragem.
Isto posto, o pesquisador não pode generalizar as descobertas para a população
alvo com um grau mensurado de segurança, porém, segundo Hair Jr. et al. (2005a), um
processo de seleção habilidoso pode resultar em uma amostra razoavelmente
representativa da população alvo.
Para efeito desta dissertação, em função das características da população alvo,
optou-se por adotar o método de amostragem não probabilística por conveniência. Este
tipo de amostra envolve a seleção de elementos de amostra que estejam mais
disponíveis para tomar parte no estudo e que podem oferecer as informações
necessárias (HAIR JR. et al., 2005a).
3.4.2.4 Determinação do tamanho da amostra
Conforme Hair Jr. et al. (2005a), determinar o tamanho adequado de uma amostra
é um procedimento que depende de diversos fatores como a variabilidade dos elementos
na população alvo, o tipo de amostra exigido pela pesquisa, o tempo e o orçamento
disponíveis, o nível de precisão desejada, a intenção de se generalizar ou não as
descobertas e o grau de segurança desta generalização. Algumas fórmulas estatísticas
podem ser utilizadas para determinar o tamanho das amostras, considerando o grau de
segurança, o nível de precisão especificado e a variabilidade.
Fink (1995) considera que o tamanho da amostra deve ser estabelecido de acordo
com alguns aspectos: se o universo é finito ou infinito, o nível de confiança estabelecido
(usualmente 95%), o erro permitido (normalmente não superior a 5%) e a proporção em
que a característica foco da pesquisa se manifesta na população.
Contudo, em função de restrições de ordens pragmáticas, como orçamento e
tempo, de acordo com Hair Jr. et al. (2005a), métodos alternativos são frequentemente
adotados, como por exemplo: tamanhos de amostra baseados em regras práticas, em
estudos anteriores semelhantes, na própria experiência do pesquisador ou simplesmente
ditados pelo que se tem à disposição.
92
Segundo Hair Jr. et al. (2005a), o tamanho ideal da amostra que possibilita a
obtenção das respostas necessárias ao atendimento dos objetivos da pesquisa deve ser
igual ou maior do que 100. Freitas et al. (2000), ressaltam que as chances de obtenção
de valores ou resultados alinhados com a realidade aumentam consideravelmente com
cem observações.
Portanto, para efeito desta dissertação, tendo como referência os autores citados
e os trabalhos de Yuki (2011) e Mainardes (2012), estipulou-se o tamanho mínimo da
amostra em 100 empresas. A amostra total obtida é composta por 118 empresas.
3.4.2.5. Implementação do plano de amostragem
O plano de amostragem foi implementado depois de haver um consenso em
relação a todos os detalhes da amostragem, ou seja: a definição da população alvo, a
escolha da estrutura de amostragem, a seleção do método de amostragem e a
determinação do tamanho da amostra (HAIR JR. et al., 2005a).
3.4.3 Pré-teste do questionário
De acordo com Gil (1999), um pré-teste é a aplicação de um questionário, ainda
preliminar, a uma amostra de indivíduos, com o objetivo de identificar potenciais falhas,
tais como: complexidade das questões, imprecisão na redação, modificações
necessárias no formato de apresentação, dentre outros.
Para efeito desta dissertação, o pré-teste do questionário foi realizado em dez
empresas. Foram detectadas falhas no lay-out do ramo de atuação das empresas e foi
dado destaque às palavras chave de cada uma das questões, com o objetivo de facilitar
o entendimento dos respondentes.
93
3.5 TRATAMENTO DOS DADOS
O propósito fundamental da análise de dados é organizá-los de tal forma que
permitam responder ao problema colocado e decidir se as hipóteses levantadas foram
confirmadas ou rejeitadas. Para tanto, os dados obtidos devem ser interpretados à luz do
referencial teórico da pesquisa para finalmente poder-se chegar a uma generalização dos
resultados, para além dos limites dos dados utilizados na análise (BISQUERRA et al.,
2007).
3.5.1 Estratégia para a análise dos dados
Os conjuntos de dados geralmente necessitam de um resumo de suas
informações, ou seja, algo que sintetize e descreva os números que eles contêm. Uma
série de técnicas estatísticas pode ser utilizada para testar hipóteses. A análise descritiva
e a estatística multivariada são algumas das ferramentas desenvolvidas para este
propósito.
Segundo Bisquerra et al. (2007), a estatística descritiva refere-se apenas aos
dados observados e compreende sua coleta, tabulação, apresentação, análise,
interpretação, representação gráfica e descrição, a fim de torná-los mais manejáveis,
podendo assim, compreendê-los e melhor interpretá-los.
Porém, quando é necessário avaliar muitas variáveis simultaneamente para
representar o mundo real e explicar as relações existentes entre os dados é necessário
aplicar as técnicas estatísticas multivariadas. A estatística multivariada permite o estudo
de fenômenos complexos, pois processa o tratamento de diversas variáveis
simultaneamente, mesmo quando não se conhece o modelo teórico das relações entre
estas variáveis (BAKKE et al., 2008).
A escolha de uma determinada técnica multivariada deve considerar, além do
objetivo principal da análise, o número de variáveis, a escala de mensuração, o tamanho
da amostra e as propriedades de distribuição das variáveis. A regressão múltipla, a
94
análise fatorial, a análise de componentes principais, a análise de regressão linear, a
análise discriminante e a análise de clusters são alguns exemplos destas técnicas (HAIR
JR. et al., 2005a).
3.5.2 Ferramentas de análise
Como ferramentas de apoio para efetuar a transformação dos dados e as análises
estatísticas, adotou-se o aplicativo Microsoft Excel 2010 e o software Statistical Package
for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0.
A análise descritiva da amostra foi desenvolvida com o auxílio do aplicativo
Microsoft Excel 2010. Este aplicativo é descrito como um software de planilha eletrônica
cujos recursos incluem uma interface intuitiva e capacitadas ferramentas de cálculo que
permitem criar tabelas, calcular e analisar dados e construir gráficos (MICROSOFT
CORPORATION, 2014).
Para o desenvolvimento da análise multivariada a ferramenta adotada nesta
dissertação foi o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), o software de análise
estatística e tratamento de dados mais utilizado no Brasil e o mais frequentemente citado
em artigos científicos das áreas de conhecimento que utilizam a estatística.
No SPSS, a análise de dados ocorre em quatro etapas conforme sugerido por
Maroco (2003), na Figura 11.
95
Figura 11 – Etapas para análise dos dados no SPSS Fonte: Adaptado de Maroco (2003).
3.5.3 Análise fundamentada em estatística descritiva
De acordo com Ferreira (2005), existem essencialmente dois tipos de
procedimentos em estatística: a estatística descritiva e a estatística indutiva ou inferência
estatística.
A estatística descritiva, ou dedutiva, tem por objetivo descrever e analisar
determinada população, sem, com isso, pretender tirar conclusões de caráter mais
genérico (CASTANHEIRA, 2010).
Para esta etapa da análise foram utilizados gráficos. De acordo com Guedes et al.
(2005) os gráficos são formas de apresentação dos dados, cujo objetivo principal é
produzir uma impressão mais rápida e viva do fenômeno em estudo.
3.5.4 Análise fundamentada em estatística inferencial
A estatística indutiva, ou inferência estatística, é a parte da estatística que,
baseada em resultados obtidos a partir da análise de uma amostra da população, procura
96
inferir, induzir ou estimar as leis de comportamento da população da qual a amostra foi
retirada, ou seja, refere-se a um processo de generalização de conclusões sobre as
fontes de dados (CASTANHEIRA, 2010).
O escopo deste item é avaliar, por meio de técnicas de análise multivariada, como
se comportam as 118 empresas que compõem a amostra em relação à combinação das
29 variáveis referentes às características organizacionais e das 34 variáveis relacionadas
ao nível de efetividade de processos.
Com o propósito de reduzir o número de variáveis, se deu início à análise
inferencial com o emprego da técnica de análise fatorial, isto porque, ao invés de se
analisar o comportamento das 63 variáveis observacionais, procurou-se entender o
comportamento das empresas através de uma quantidade reduzida de fatores latentes,
por meio do comportamento dos seus escores fatoriais.
A utilização da análise fatorial neste caso foi adotada com o propósito de identificar
de forma objetiva, categorias independentes de variáveis (escores fatoriais) que
incorporando ao modelo um reduzido número de variáveis representativas de tais
categorias, evitem a redundância informativa e os problemas que a existência da
multicolinearidade pode provocar no resultado das análises (MAROCO, 2003).
Por meio destes escores fatoriais, com o objetivo de identificar as variáveis que
mais discriminam os grupos (setores) e verificar a existência de padrões que possam
indicar a formação de conglomerados específicos na amostra, adotaram-se,
respectivamente, as técnicas de análise discriminante e análise de clusters.
A análise de clusters é o reverso da análise fatorial. Considerando-se que a análise
fatorial reduz o número de variáveis estudadas, agrupando-as em um conjunto menor de
fatores, a análise de clusters reduz o número de observações ou casos agrupando-os em
um conjunto menor de clusters (BURNS e BURNS, 2008).
De acordo com Belfiore et al. (2005), a análise de conglomerados envolve técnicas
que produzem classificações por meio de dados que não estejam inicialmente
classificados, e portanto não deve ser confundida com a análise discriminante, onde,
inicialmente, já se tem um prévio conhecimento sobre a divisão dos grupos existentes.
97
3.5.4.1 Análise fatorial
De acordo com Vicini e Mendonça (2005), a análise fatorial é formada por um
conjunto de técnicas estatísticas e possui como objetivo reduzir o número de variáveis
iniciais com a menor perda possível de informação. Pode-se dizer que a análise fatorial
é aplicada à busca de identificação de fatores em um conjunto de medidas realizadas,
sendo que os fatores identificados pela análise fatorial são uma descoberta feita pelo
pesquisador.
A análise fatorial é uma técnica que pode ser utilizada de outras duas maneiras:
de forma exploratória, quando se procura identificar uma estrutura em um conjunto de
variáveis, ou ainda, de uma perspectiva confirmatória, quando se tem uma idéia
preconcebida sobre a estrutura real dos dados e se deseja testar uma hipótese (HAIR
JR. et al., 2005).
Este tipo de análise pode ser aplicada quando há um grande número de variáveis
correlacionadas entre si, com o objetivo de identificar um número menor de novas
variáveis alternativas, não correlacionadas, e que, de algum modo, sumarizem as
informações principais das variáveis iniciais, sem perda significativa da informação
contida nos dados originais (BAKKE et al., 2008).
O resultado é obtido analisando-se os inter-relacionamentos entre as variáveis, de
tal modo que elas possam ser descritas convenientemente por um grupo de categorias
básicas, em número menor que as variáveis originais, denominadas de fatores ou
variáveis latentes (VICINI E MENDONÇA, 2005).
Na análise destes fatores comuns, as variáveis são agrupadas em função de suas
correlações. Isto significa que as variáveis que compõe um determinado fator devem ser
altamente correlacionadas entre si e fracamente correlacionadas com as variáveis que
compõem o outro fator. O modelo de análise fatorial estima os fatores e as variâncias, de
modo que as covariâncias ou as correlações previstas estejam o mais próximo possível
dos valores observados (RODRIGUES, 2002; BISQUERRA et al., 2005).
Para efeito desta dissertação adotou-se um dos métodos mais conhecidos para a
extração dos fatores: a análise de componentes principais. Segundo Vicini e Mendonça
(2005), esta análise baseia-se no pressuposto que se pode definir “X” vetores
estatisticamente não correlacionados a partir de combinações lineares dos ρ indicadores
98
iniciais. A análise de componentes principais permite transformar um conjunto de
variáveis iniciais, correlacionadas entre si, em outro conjunto de variáveis não
correlacionadas (ortogonais) que resultam das combinações lineares do conjunto inicial.
3.5.4.1.1 Pressupostos da análise fatorial
De acordo com Bakke et al. (2008), um fator crucial que deve anteceder a
aplicação da análise fatorial é a análise de confiabilidade interna do constructo
(instrumento de coleta de dados), utilizado na obtenção dos dados. A confiabilidade é o
grau em que uma escala produz resultados consistentes entre medidas repetidas ou
equivalentes de um mesmo objeto, relevando-se a ausência do erro.
Maroco e Garcia-Marques (2006) citam que dentre os diferentes métodos que
fornecem estimativas do grau de consistência de um instrumento, destaca-se o índice
Alfa de Cronbach, um modelo sugerido como conservador especialmente nos casos em
que os itens da escala são heterogêneos, dicotômicos ou definem estruturas
multifatoriais, e que trata da consistência interna da escala baseada na correlação média
entre os itens. O Alfa de Cronbach fornece uma subestimativa da verdadeira fiabilidade
da medida, ou seja, refere-se à capacidade desta medida ser consistente. A equação
proposta por L. J. Cronbach, em 1951, é:
∝ = 𝑘 (
𝑐𝑜𝑣
𝑣𝑎𝑟)
1+(𝑘−1)(𝑐𝑜𝑣
𝑣𝑎𝑟) (Eq. 01)
Onde k representa o número de variáveis consideradas, cov é a média das
covariâncias e var, a média das variâncias. Segundo Nunnally (1994), Maroco e Garcia-
Marques (2006) e, o índice α pode assumir valores entre 0,000 e 1,000, e quanto mais
próximo de 1,000, maior a fidedignidade das dimensões do constructo. Há divergências
em relação ao valor mínimo aceitável para o Alfa de Cronbach; no entanto, estes autores
sugerem o mínimo ideal de 0,700 para pesquisas aplicadas e 0,600 para pesquisas
exploratórias.
99
Belfiore et al. (2005) citam que antes de iniciar a análise fatorial é importante que
se explore individualmente cada uma das variáveis em termos de outliers (resultados
discrepantes/valores extremos) e do enviesamento da distribuição. Embora a
normalidade não seja um pressuposto necessário na análise fatorial, tanto as
distribuições muito enviesadas como os outliers podem distorcer os resultados, uma vez
que alteram as estimativas das médias e desvios padrões, modificando as estimativas
das covariâncias e das correlações.
Para efeito desta dissertação, a avaliação da adequação amostral se deu através
das seguintes análises: matriz de correlações, Teste KMO, Teste de Esfericidade de
Bartlett, matriz anti-imagem e comunalidades. Em seguida foram analisados o número de
fatores retidos e a matriz de componentes, antes e após a rotação e obtidos os escores
fatoriais. As principais estatísticas-chave associadas à análise fatorial estão descritas a
seguir.
Para poder se aplicar o modelo de análise fatorial, deve haver correlação entre as
variáveis. Se estas correlações forem pequenas, é pouco provável que as variáveis
partilhem fatores comuns. Assim, um valor de correlação pode ser considerado aceitável
se estiver acima de 0,300. O triângulo inferior da matriz de correlações exibe as
correlações simples entre todos os pares possíveis de variáveis incluídos na análise. Os
elementos da diagonal, que são todos iguais a 1,000 em geral, são omitidos (BELFIORE
et al., 2005; BAKKE et al., 2008).
Segundo os mesmos autores, o teste KMO (Kaiser-Meyer-Olkin), com intervalo
variando entre 0,000 e 1,000, testa a adequação da amostra quanto ao grau de
correlação parcial entre as variáveis, que deve ser pequeno. O KMO perto de 1,000 indica
coeficientes de correlação parciais pequenos, enquanto valores próximos de 0,000
indicam que a análise fatorial pode não ser adequada, pois existe uma correlação fraca
entre as variáveis. A interpretação dos valores do KMO está apresentada no Quadro 9.
100
Valores de KMO Classificação da Análise fatorial
0,900 – 1,000 Muito boa
0,800 – 0,900 Boa
0,700 – 0,800 Média
0,600 – 0,700 Razoável
0,500 – 0,600 Má
< 0,500 Inaceitável
Quadro 9 – Valores do Teste KMO Fonte: Belfiore et al. (2005).
O Teste de Esfericidade de Bartlett é uma estatística utilizada para examinar a
hipótese de que as variáveis não sejam correlacionadas na população, ou seja, a matriz
de correlação da população é uma matriz identidade, onde cada variável se correlaciona
perfeitamente com ela própria (r=1), mas não apresenta correlação com as outras
variáveis (r=0).Neste teste, a hipótese inicial (H0) é que a matriz de correlação é uma
matriz-identidade, o que indica que o modelo é inadequado. Se, por exemplo, para um
nível de significância definido em 0,050 a significância (α) encontrada for menor que 0,05,
deve-se rejeitar H0 e concluir, que o modelo é adequado em razão das associações
verificadas (BELFIORE et al., 2007; BAKKE et al., 2008).
A matriz anti-imagem é uma medida da adequação amostral de cada variável
representada pelos valores encontrados na diagonal principal da matriz, e, quanto
maiores, melhor será a análise fatorial. Os valores inferiores a 0,500 são considerados
muito pequenos para análise e nesses casos indicam variáveis que podem ser retiradas
da análise. Por sua vez, os valores fora da diagonal representam o simétrico da matriz
de correlações e deverão ser pequenos para a aplicação do modelo das componentes
principais (BELFIORE et al., 2007; BAKKE et al., 2008).
De acordo com Hair Jr. et al. (2005b), no modelo de análise fatorial, cada uma das
variáveis pode ser definida como uma combinação linear dos fatores comuns que irão
explicar a parcela da variância de cada variável, mais um desvio que resume a parcela
da variância total não explicada por estes fatores. A parcela explicada pelos fatores
101
comuns recebe o nome de comunalidade, e a parcela não explicada é chamada de
especificidade.
As comunalidades iniciais são iguais a 1,000 e, após a extração, variam entre
0,000 e 1,000 sendo 0,000 quando os fatores comuns não explicam nenhuma variância
da variável e 1,000 quando explicam toda sua variância. Para a manutenção da variável
na análise, o valor da comunalidade extraída deve ser razoável, pelo menos acima de
0,500 (RODRIGUES, 2002; BEZERRA E CORRAR, 2006).
Alguns critérios básicos podem ser seguidos para a extração do número de fatores
retidos mais relevantes. Pelo critério de Kaiser, escolhe-se o número de fatores a reter,
em função do número de valores próprios (Initial Eigenvalues) maiores que 1,000. Os
valores próprios são ordenados por tamanho. No método de extração de componentes
principais, a soma dos valores próprios se iguala ao número de variáveis (RODRIGUES,
2002; BELFIORE et al., 2007).
Outro critério é a “Regra do cotovelo”, visualizada através do Scree Plot ou gráfico
dos autovalores, ordenados do maior para o menor, versus os respectivos fatores (i), em
que i=1, 2, 3, j, ..., por ordem de extração. A determinação do número apropriado de
fatores corresponde ao fator i=j, definido no ponto onde o gráfico apresenta uma curva
acentuada, à semelhança de um cotovelo. Assim, os fatores i< j são os que apresentam
autovalores relevantes; já os fatores i>j são aqueles que detêm autovalores relativamente
pequenos e todos são aproximadamente do mesmo tamanho (RODRIGUES, 2002).
Um terceiro critério consiste em adotar os fatores que representam a variância
acumulada igual ou acima de 70% (RODRIGUES, 2002). Para efeito desta dissertação
adotou-se o critério de Kaiser e a “Regra do cotovelo”.
Segundo Vicini e Mendonça (2005), a base fundamental para a análise fatorial
consiste no fato de que as variáveis escolhidas podem ser transformadas em
combinações lineares de um conjunto de componentes (fatores) hipotéticos, ou
despercebidos. Os fatores podem ser associados a uma variável individual (fatores
únicos), ou a duas ou mais das variáveis originais (fatores comuns).
O modelo de análise fatorial estima os loadings (cargas, coeficientes ou pesos) e
as variâncias, de modo que as covariâncias ou as correlações previstas pelo modelo
estejam o mais próximo possível dos valores observados. A matriz de componentes inicial
102
(Component Matrix) apresenta os loadings que correlacionam as variáveis com os fatores
antes da rotação. Nesta matriz de componentes, a soma (em coluna) dos quadrados dos
loadings das variáveis para cada fator é o valor próprio dos componentes (RODRIGUES,
2002; BELFIORE et al., 2007).
Segundo Rodrigues (2002), com o objetivo de obter-se uma melhor visualização
das variáveis, representando cada fator com mais acerto, é realizada uma rotação nos
eixos - uma vez que a análise fatorial busca colocar os fatores em uma posição mais
simples, em relação às variáveis originais - de forma a auxiliar na interpretação dos
resultados. Esta rotação coloca os fatores em posições em que serão associadas
somente às variáveis distintamente relacionadas a um fator.
Tais métodos de rotação podem ser ortogonais ou oblíquos. Os métodos
ortogonais produzem fatores que não estão correlacionados entre si, interpretados a
partir de seus loadings. Na rotação oblíqua, os fatores estão correlacionados, e, para a
interpretação da solução, torna-se necessário considerar simultaneamente a matriz das
correlações e os loadings. As rotações Varimax, Quartmax e Equamax são exemplos de
rotações ortogonais, enquanto o Direct Oblimin e o Promax são exemplos de rotações
oblíquas (BELFIORE et al., 2007).
Segundo o autor, a matriz de componentes após rotação ortogonal (Rotated
Component Matrix) tem o objetivo de extremar os valores dos loadings, de modo que
cada variável se associe apenas a um fator. Quanto menos iterações forem necessárias,
melhor os dados se adequam ao modelo.
Dentre todos os modelos ortogonais, a rotação Varimax, empregada nesta
dissertação, é a mais utilizada, pois busca minimizar o número de variáveis com elevados
loadings em um fator, ou seja, maximiza a variância da carga. Em geral, consideram-se
significativos os loadings maiores ou iguais a 0,500 por serem responsáveis por pelo
menos 25% da variância (BELFIORE et al., 2007).
Segundo Carvalho et al. (2007), a escolha das variáveis que compõem cada um
dos fatores é obtida através da observação das cargas fatoriais de cada variável, da
esquerda para direita, ao longo de cada linha e elegendo-se a carga fatorial de maior
valor absoluto.
Por fim, de acordo com Rodrigues (2002), os escores fatoriais são os valores
103
assumidos pelo fator latente para cada unidade observacional. Os valores dos escores
fatoriais resultam da combinação linear entre cada um dos valores das variáveis
observacionais e os respectivos coeficientes do score fatorial. O autor aconselha o uso
dos escores fatoriais, ao invés das variáveis originais, em análises ou interpretações
subsequentes das variáveis, como é o caso da análise discriminante e da análise de
clusters.
3.4.5.2 Análise discriminante
O método de análise discriminante tem por objetivo determinar as variáveis que
diferenciam ou discriminam grupos, permitindo assim, a identificação de grupos similares
e a classificação de novos casos, onde a inserção destes elementos ocorre no grupo em
que o elemento tem a maior probabilidade de pertencer (SOUZA, 2006).
Assim, é possível obter uma função discriminadora por meio de combinações
lineares de variáveis independentes, a partir das quais seja possível classificar os
elementos em cada uma das categorias da variável dependente (BELFIORE et al., 2005).
Esta técnica multivariada é fundamentada na análise de um modelo em que a
variável dependente, que em muitos casos consiste em dois ou múltiplos grupos de
classificação, é categórica, ou seja, qualitativa (não métrica) e as variáveis independentes
são métricas (quantitativas) ou de natureza intervalar (GONÇALVES et al., 2008). Para
sua aplicação é necessário que os grupos nos quais cada elemento amostral pode ser
classificado, sejam predefinidos, considerando-se suas características gerais
(NÓBREGA, 2010).
Para um dado problema de análise discriminante, uma combinação linear de
variáveis independentes é determinada, resultando em uma série de escores
discriminantes para cada objeto, em cada grupo. Estes escores são computados
conforme a regra estatística de maximizar a variância entre os grupos e minimizar a
variância dentro deles (HAIR JR. et al., 2005b).
A análise discriminante pode ser empregada com as seguintes finalidades:
104
Testar a integridade de agrupamentos;
Verificar se existem diferenças significantes entre os grupos, com base na
posição dos centróides desses grupos;
Determinar quais variáveis independentes têm real poder de discriminação
entre os grupos;
Determinar o número de funções discriminantes necessárias para descrever o
modelo de agrupamento;
Com base nas variáveis, estabelecer funções discriminantes que melhor
discriminem as categorias de variável dependente;
Verificar a validade de classificações prévias;
Construir regras para a alocação de novos elementos amostrais nos grupos
existentes;
Extrair informações sobre os relacionamentos entre as variáveis e os grupos
(SOUZA, 2006; GONÇALVES et al., 2008; NÓBREGA, 2010).
Vale ressaltar que a técnica de análise discriminante foi adotada nesta dissertação
com o objetivo identificar as variáveis que mais discriminam os diferentes setores,
portanto não faz parte do escopo deste estudo o detalhamento das equações que
determinam as funções discriminantes, e sim identificar o impacto de cada variável na
discriminação.
3.5.4.2.1 Pressupostos da análise discriminante
De acordo com Hair Jr. et al. (2005b), para que a técnica de análise discriminante
possa ser empregada, condições como a seleção das variáveis dependentes e
independentes e o tamanho da amostra devem ser observadas. Segundo Burns e Burns
(2008), o número de variáveis dependentes pode ser dois ou mais, desde que estes
grupos sejam mutuamente excludentes, cubram todos os casos e todos estes casos
possam ser colocados em um único grupo.
As variáveis podem ser dicotômicas (envolvendo dois grupos) ou multicotômicas,
abrangendo vários grupos. A seleção das variáveis independentes envolve a
105
identificação de variáveis a partir de pesquisa prévia ou de modelo teórico, que é a base
inerente da questão desta pesquisa (HAIR JR. et al., 2005b).
Burns e Burns (2008) destacam ainda que as observações devem partir de uma
amostra aleatória e que os atributos adotados para separar os grupos devem discriminar
claramente entre os grupos de modo que as sobreposições sejam inexistentes ou
mínimas.
Para efeito desta dissertação, adotou-se como variáveis dependentes os cinco
setores nos quais a amostra foi segmentada (residencial, industrial e comercial, infra-
estrutura, serviços especializados e construção industrializada) e como variáveis
independentes, os fatores resultantes da análise fatorial das características
organizacionais e do nível de efetividade dos processos.
A análise discriminante é bastante sensível à proporção entre o tamanho da
amostra e o número de variáveis independentes, portanto não é adequado haver uma
grande variabilidade de dimensões entre os grupos. O tamanho mínimo da amostra total
recomendado pelos dois autores supracitados é de cinco observações por variável
independente. Porém, segundo Hair Jr. et al. (2005b), além do tamanho da amostra total,
deve-se considerar o tamanho da amostra de cada grupo. Como regra, no mínimo, o
menor grupo deve exceder ao número de variáveis independentes.
O segundo passo no exame dos dados envolve o teste das suposições relativas à
análise multivariada, a saber: a normalidade multivariada das variáveis independentes, a
homogeneidade das matrizes de variância e covariância e a ausência de
multicolinearidade e linearidade das variáveis.
A suposição mais fundamental em estatística multivariada é a normalidade
multivariada das variáveis explicativas, que se refere à forma de distribuição de dados
para uma variável métrica individual e sua correspondência com a distribuição normal,
que é o padrão de referência para os métodos estatísticos (HAIR JR. et al., 2005b).
Porém, na prática, a normalidade multivariada é difícil de ser obtida uma vez que
se torna necessário verificar as distribuições de cada uma das variáveis independentes,
bem como todas as combinações lineares destas variáveis (DANCEY e REIDY, 2013).
De acordo com Maroco (2003), não existem testes específicos para verificar o
pressuposto da normalidade multivariada, contudo, de maneira geral, aceita-se que cada
106
uma das “p” variáveis que compõe uma amostra possui distribuição normal e a
distribuição destas “p” variáveis é multivariada apesar de, nem sempre esta extensão da
normalidade univariada para a multivariada ser válida.
Posto isto, com o objetivo de verificar se as variáveis que compõem amostra são
aproximadamente normais, empregam-se os testes paramétricos de normalidade de
Kolmogorov-Smirnov (KS) e Shapiro-Wilk (SW) (MAROCO, 2003).
O teste de Kolmogorov-Smirnov (com a correção de Lilliefors) verifica o grau de
concordância entre a distribuição de um conjunto de valores (escores) e alguma
distribuição teórica, ou seja, verifica se os dados seguem a distribuição normal. Este teste
admite que a distribuição da variável em teste seja contínua. Para tanto, utiliza a
distribuição de frequência acumulada, que ocorreria dada a distribuição teórica, e a
compara com a distribuição de frequência acumulada observada (SCUDINO, 2008).
O teste de Shapiro-Wilk, desenvolvido especialmente para a lei normal, calcula
uma variável estatística (W) que investiga se uma amostra aleatória provém de uma
distribuição normal. Para amostras de dimensão superior ou igual a 30 aconselha-se a
adoção do teste de Kolmogorov-Smirnov, com a correção de Lilliefors. Para amostras de
dimensão mais reduzida, o mais indicado é o teste de Shapiro-Wilk (DANCEY e REIDY,
2013).
Os testes K-S e S-W fornecem o parâmetro valor de prova p-value (sig.), que pode
ser interpretado como a medida do grau de concordância entre os dados e a hipótese
nula (H0), sendo H0 correspondente à distribuição normal. Portando, quanto menor for o
p-value, menor é a consistência entre os dados e a hipótese nula. Então, a regra de
decisão adotada para saber se a distribuição é normal, é não rejeitar H0. Ou seja, se o
valor p-value (sig.)> nível de significância α = 0,050, não se rejeita H0, ou seja, a
distribuição normal é uma distribuição possível para o conjunto de dados em questão
(TORMAN et al., 2012; DE MESQUITA LOPES et al., 2013).
O output Tests of Normality apresenta os resultados do teste de Kolmogorov-
Smirnov com a correção de Lilliefors e ainda o teste de ajustamento de Shapiro-Wilk.
Segundo Nóbrega (2010), caso ocorra uma violação do pressuposto da
normalidade multivariada, a análise discriminante poderá causar distorções na avaliação
dos resultados, sobretudo se a amostra que compõe cada grupo for pequena. Contudo,
107
se esta violação ocorrer somente pela existência de assimetria da distribuição, a decisão
sobre a aplicação desta técnica não sofrerá alteração.
O segundo pressuposto a ser avaliado, que pode ser verificado com o emprego do
teste M de Box, refere-se à existência de homogeneidade das matrizes de variância e
covariância entre os grupos. O resultado deste teste pode ser observado no output Test
Results. De acordo com Hair Jr. et al (2005b),se o p-value (sig.) for maior que o nível de
significância (α) de 0,050, então a igualdade das matrizes encontra sustentação; se for
menor a suposição é violada. Logo, o objetivo é não rejeitar a hipótese que as matrizes
são homogêneas. As hipóteses a serem verificadas são as seguintes:
H0 = matrizes homogêneas;
H1 = matrizes não homogêneas.
Esta estatística também é sensível ao tamanho da amostra e ao não atendimento
da hipótese de distribuição normal multivariada (Hair Jr. et al., 2005b). Porém, é
importante ressaltar que, segundo Maroco (2003), a análise discriminante é uma técnica
bastante robusta à violação destes dois pressupostos, desde que a dimensão do menor
grupo seja superior ao número de variáveis em estudo e que as médias dos grupos não
sejam proporcionais às suas variâncias, ou seja, caso a homogeneidade das matrizes
seja violada. Neste caso, ocorrerá um aumento da probabilidade de classificar
observações no grupo que possuir a maior dispersão (HAIR JR. et al., 2005b; NÓBREGA,
2010).
A multicolinearidade das variáveis explicativas indica que duas ou mais variáveis
independentes estão altamente correlacionadas, de modo que uma variável pode ser
altamente explicada ou prevista por outra variável (ou outras variáveis), acrescentando
pouco ao poder explicativo do conjunto (HAIR JR. et al., 2005b). O output Pooled Within-
Groups Matrices apresenta o nível de correlação entre as variáveis. Valores baixos de
correlação validam a permanência das variáveis na análise (BURNS e BURNS, 2008).
Quanto à linearidade das variáveis, Hair Jr. et al. (2005b) cita que, em qualquer
técnica multivariada que emprega uma função estatística, esta é uma suposição implícita,
uma vez que as relações não lineares não são refletidas na função discriminante, a
menos que transformações específicas de variáveis sejam executadas para representar
108
efeitos não lineares. Além destas suposições é pertinente ressaltar que a existência de
outliers também pode afetar os resultados de uma análise discriminante.
Portanto, depois de verificados todos os pressupostos acima referidos, o passo
seguinte consiste em efetuar a análise preliminar das variáveis independentes, com o
objetivo de verificar a existência de diferenças entre as médias. Segundo Maroco (2003),
a estatística Lambda de Wilks testa a hipótese de que as médias das amostras são iguais,
de forma que entre as variáveis, pelo menos em um grupo as médias sejam diferentes.
O objetivo é não aceitar H0, pois as médias devem ser significativamente diferentes para
melhor discriminar os grupos. Dessa forma, as hipóteses a serem testadas são as
seguintes:
H0 = média dos dois grupos são iguais;
H1 = média dos grupos são diferentes.
O resultado desta análise pode ser visualizado no output Tests of Equality of Group
Means, identificando-se as variáveis que não rejeitam a hipótese nula (H0), ou seja, onde
o p-value (sig) é maior que o α (nível de significância) de 0,050. As variáveis que
apresentarem α > 0,050 não passam no pressuposto da igualdade das matrizes de
variância e covariância, portanto não são significantes na diferenciação entre os grupos.
Neste output também é possível verificar a estatística F. Os valores do p-value F
propiciam a avaliação da existência de diferenças entre as médias dos grupos, onde os
valores que se aproximam de zero indicam médias mais distintas entre si (NÓBREGA,
2010).
Os autovalores (Eigenvalues), segundo Maroco (2003), representam uma medida
relativa de quão diferente os grupos são na função discriminante. O resultado pode gerar
uma ou mais funções, cada qual correspondendo a um percentual da variância explicada
em termos de diferenças entre grupos. Quanto mais afastados de 1,000 forem os
autovalores, maiores serão as variações entre os grupos explicadas pela função
discriminante.
Este output também apresenta a correlação canônica, que é a correlação múltipla
entre as variáveis preditoras e a função discriminante (BURNS e BURNS, 2008).
109
A correlação canônica corresponde à razão entre a variação entre os grupos e a
variação total e mede o grau de associação entre os escores discriminantes e os grupos,
ou seja, testa se as médias entre os grupos são diferentes (NÓBREGA, 2010). Valores
próximos de 1,000 indicam que a função tem uma boa capacidade de discriminação
(BURNS e BURNS, 2008). Para se utilizar este indicador como o percentual da variável
dependente explicada pelo modelo, de acordo com Hair Jr. et al. (2005b), deve-se elevar
o resultado da correlação ao quadrado.
O próximo teste de hipótese é o de Lambda de Wilks. Segundo Maroco (2003)
esta verificação é empregada com o objetivo de testar a significância das funções
discriminantes e é calculada a partir do determinante da matriz da soma dos quadrados
e produtos cruzados dentro dos grupos e do determinante da matriz da soma dos
quadrados e total dos produtos cruzados. As hipóteses a serem experimentadas são:
H0 = média populacional dos dois grupos são iguais;
H1 = média populacional dos dois grupos são diferentes.
O objetivo é não aceitar H0, pois as médias devem ser significativamente diferentes
para melhor discriminar os grupos. O resultado deste teste pode ser constatado no output
Wilks' Lambda, onde o p-value (sig.) deve ser menor que o α (nível de significância) de
0,050. Com isso, rejeita-se H0, concluindo-se que a função discriminante é significativa.
Além disto, esta estatística fornece a percentagem de variabilidade total não explicada,
ou seja, é o inverso da correlação canônica ao quadrado (BURNS e BURNS, 2008).
Os coeficientes estruturais de Pearson, agrupados de acordo com a correlação
dentro dos grupos, entre as variáveis explicativas e as funções discriminantes canônicas
padronizadas, estão representados no output Structure Matrix.
A matriz de estrutura auxilia na interpretação da contribuição que cada variável
forneceu para cada função discriminante. As variáveis cujos valores são destacados por
um asterisco estão ordenadas pelo grau absoluto de correlação dentro da função e
representam a maior correlação absoluta entre cada variável e a função discriminante
(HAIR JR. et al., 2005b; NÓBREGA, 2010). Tal como na análise fatorial, o valor de 0,300
é visto como o ponto de corte entre as variáveis importantes e as menos importantes
(BURNS E BURNS, 2008).
110
Outra maneira de interpretar os resultados da análise discriminante é descrever
cada grupo em termos de seu perfil, utilizando o valor médio do escore discriminante para
uma determinada categoria de variável. Estes coeficientes, denominados centróides, são
representados graficamente em um mapa territorial ou através do output Canonical
Discriminant Functions (MAROCO, 2003).
Os dois últimos outputs a serem avaliados são o Prior Probabilities for Groups e o
Classification result. O primeiro output apresenta um sumário das probabilidades
calculadas a priori a partir da amostra para a obtenção do ponto de corte crítico. O
segundo permite verificar a eficácia da classificação das observações originais
(NÓBREGA, 2010).
A análise das matrizes de classificação é uma das maneiras de se avaliar a
validade da análise discriminante, segundo Andreassi e Sbraga (2001). Uma vez obtida
a função discriminante, calculam-se os escores discriminantes para cada observação, e,
através da comparação com os valores dos centróides, reclassificam-se os elementos a
partir das variáveis dependentes. O passo seguinte consiste em comparar a variável
reclassificada com seu valor original, obtendo-se um percentual de casos “corretamente
classificados”. Este percentual pode ser visualizado na diagonal da matriz de
classificação (Classification result).
Com o intuito de verificar se o percentual de elementos classificados corretamente
é satisfatório, ou não, podem-se aplicar alguns testes estatísticos visando verificar o
poder discriminatório da matriz de classificação, quando comparada a um modelo de
classificação aleatória.
Em função das características da amostra adotada nesta dissertação, o teste
estatístico que melhor se aplica é o Q de Press. Esta medida compara o número de
classificações corretas com o tamanho da amostra total e o número de grupos. O valor
resultante é então comparado a um valor crítico (o Qui-quadrado para um determinado
grau de liberdade, no nível de confiança desejado). Se o resultado exceder a este valor
crítico, a matriz de classificação pode ser considerada estatisticamente melhor do que a
classificação ao acaso (HAIR JR. et al., 2005b).
111
A estatística Q é calculada pela Equação 2:
𝑄 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠 = [𝑁− (𝑛𝐾)]2
𝑁(𝐾−1) (Eq. 02)
Onde:
N – tamanho da amostra total
n – número de observações corretamente classificadas
K – número de grupos
Conforme recomendado por Hair Jr. et al. (2005b), para efeito desta dissertação,
adotou-se o valor crítico tabelado da distribuição do Qui-quadrado, χ2n=13,277, para
quatro graus de liberdade (k-1), em um nível de significância de 0,010, apresentado em
Gujarati (2006).
3.5.4.3 Análise de clusters
Em alguns estudos, torna-se necessário conhecer algumas características que se
destacam em determinados grupos que fazem parte de um conjunto de elementos
amostrais. Segundo Maroco (2003), a análise de agrupamentos, ou clusters, é uma
técnica exploratória de análise multivariada de interdependência, que permite agrupar
indivíduos ou variáveis em grupos homogêneos ou compactos que possuam uma ou mais
características em comum.
Dado um grupo de “n” indivíduos, para os quais há informação sob a forma de “p”
variáveis, o método de análise de clusters procede ao agrupamento dos indivíduos em
função da informação existente, de tal modo que os indivíduos pertencentes a um mesmo
grupo sejam tão semelhantes quanto possível e sempre mais semelhantes aos
elementos do mesmo grupo do que a elementos dos demais grupos, objetivando propor
classificações (VICINI, 2005; PEREIRA, 2008).
A análise de agrupamentos estuda todo um conjunto de relações interdependentes
e procura reconhecer agrupamentos naturais usando diversas variáveis, sem fazer
distinção entre as variáveis dependentes e independentes. Ou seja, neste tipo de análise
não há nenhum conhecimento prévio sobre quais elementos pertencem a quais grupos.
112
Os clusters são definidos através da análise multivariada dos dados (VICINI, 2005;
BURNS e BURNS, 2008). A identificação destes agrupamentos permite avaliar a
dimensionalidade da matriz dos dados, identificar possíveis oultliers multivariados e
levantar hipóteses relativas às relações estruturais entre as variáveis (MAROCO, 2003).
De um modo geral, segundo Maroco (2003), os sujeitos ou indivíduos são
agrupados segundo algum tipo de distância métrica, enquanto o agrupamento das
variáveis é baseado em medidas de semelhança (proximidade) ou dissemelhança
(distância) entre, inicialmente duas variáveis, e posteriormente entre dois clusters,
através de técnicas hierárquicas ou não hierárquicas de agrupamento.
Para que ocorra a identificação de agrupamentos naturais de sujeitos ou variáveis,
é necessário que a semelhança entre os agrupamentos seja medida. De acordo Marco
(2003), diversas medidas de semelhança e distância podem ser adotadas para o
agrupamento de sujeitos, sendo a Distância Euclidiana, a Distância de Minkowski, a
Distância de Mahalanobis¸ a Medida de semelhança do Co-seno, o Coeficiente de
Jaccard, Russel e Rão e as Medidas de associação binária, as mais utilizadas em análise
de clusters. Quando a análise tem por objetivo o agrupamento de variáveis, as medidas
de semelhança mais apropriadas são os coeficientes de correlação amostrais, como
Pearson, Spearman e Phi.
Definida a métrica a ser utilizada na análise, diferentes métodos de agrupamento
hierárquicos e não hierárquicos podem ser empregados para a obtenção dos clusters. O
primeiro método permite a obtenção de clusters para sujeitos ou variáveis, enquanto o
segundo é válido somente para a análise de sujeitos (CARVALHO et al., 1997; MAROCO,
2003).
Estes métodos podem ser ascendentes, nos quais o algoritmo de cálculo começa
com tantos grupos quantos elementos e termina ao reagrupar todo o conjunto, ou
descendentes, em que o conjunto inicial de objetos vai sendo subdividido em
aglomerados cada vez menores. Os métodos aglomerativos são empregados com maior
frequência (CARVALHO et al., 1997; MAROCO, 2003).
Consoante com Maroco (2003), os métodos hierárquicos de agrupamentos
diferem essencialmente no modo como as distâncias, após o passo inicial do algoritmo,
são calculadas. Os métodos mais comumente utilizados são: Menor distância, Maior
113
distância, Distância média entre clusters, Distância média do centro dos Clusters,
Distância mediana, Método do centróide e Método de Ward.
Nos métodos hierárquicos, um diagrama hierárquico em formato de árvore,
denominado dendrograma, pode ser produzido para representar uma síntese gráfica do
trabalho desenvolvido. Embora aconteça uma perda de informação devido ao processo
de síntese dos dados, este gráfico é de utilidade para a classificação, comparação e
discussão de agrupamentos (VICINI, 2005).
Os métodos não hierárquicos destinam-se a agrupar sujeitos em um conjunto de
clusters cujo número é pré-definido pelo pesquisador. O procedimento geral destes
métodos é a partição interativa em k grupos, utilizando critérios que diminuam a variância
intragrupos e maximizem a variância intergrupos. Adicionalmente, estes métodos são
capazes de reagrupar os sujeitos em um cluster diferente daquele em que foram
inicialmente incluídos, portanto a probabilidade de classificação errada de um
determinado sujeito em determinado agrupamento é menor. Um dos métodos mais
utilizados para este fim pela maioria dos softwares estatísticos é o k-means, por
apresentar bom desempenho quando o número de grupos é pequeno em comparação
com o número de sujeitos (CARVALHO et al., 1997; MAROCO, 2003; BURNS e BURNS,
2008).
Para Maroco (2003), a classificação de sujeitos em clusters é de um modo geral
mais rigorosa nos métodos hierárquicos, portanto é aconselhável, em um problema a ser
solucionado através da análise de agrupamentos, iniciar o processo com a adoção de um
método hierárquico, a título exploratório, e proceder a análise com o emprego de um
método não hierárquico com o objetivo de refinar e interpretar a solução dada pelos
clusters.
Conforme observado, existem diversos algoritmos e critérios que podem ser
empregados na formação dos agrupamentos. Para efeito desta dissertação adotou-se,
para a análise de sujeitos, a combinação de um método hierárquico aglomerativo (Método
de Ward) e do método não hierárquico k-means, conforme proposto por Maroco (2003) e
Burns e Burns (2008). Como medida de dissemelhança assumiu-se a distância
Euclidiana ao Quadrado (Squared Euclidean distance).
114
De acordo com Burns e Burns (2008), a maneira mais simples e geralmente aceita
de se medir distâncias entre objetos em um espaço multidimensional é o cálculo das
Distâncias Euclidianas. Esta medida de dissemelhança métrica mede o comprimento de
reta que une duas observações em um espaço p-dimensional. A Distância Euclidiana ao
quadrado é empregada com mais frequência do que a simples uma vez que coloca
progressivamente maior peso sobre os objetos que estão mais distantes (MAROCO,
2003).
O Método Ward é diferente dos outros métodos hierárquicos porque utiliza uma
análise de variância para avaliar as distâncias entre os agrupamentos. Em cada um dos
passos do algoritmo, os clusters retidos são aqueles, de todos os possíveis, com a menor
soma de quadrados dos erros (BURNS e BURNS, 2008).
O método de agrupamentos não hierárquico k-means é muito divergente do
agrupamento hierárquico e do Método de Ward, sendo aplicado quando não existe
qualquer conhecimento prévio do número de agrupamentos a serem formados ou da sua
composição. Portanto, o Método de Ward é usado previamente com o objetivo de
identificar o número de clusters a se reter e em seguida, o agrupamento é executado
novamente com o número ideal de clusters identificado através do Método k-means.
Um dos maiores problemas com a análise de cluster é identificar o número ideal
de clusters a se reter. À medida que o processo de fusão continua novos e diferentes
grupos são formados, tornando a classificação mais artificial a cada passo. A decisão
sobre o número ideal de agrupamentos é em grande parte subjetiva, embora a análise
do dendrograma possa auxiliar no processo de decisão.
Segundo Burns e Burns (2008) os clusters devem ser interpretados apenas em
função das variáveis que os compõem. Porém, para serem considerados significativos,
os agrupamentos devem conter pelo menos quatro elementos. Maroco (2003) sugere que
o emprego dos métodos Distância entre clusters ou Critério do R Quadrado permitem
avaliar de forma menos heurística o número de agrupamentos a reter. Nesta dissertação,
adotou-se o critério de Distância entre Clusters.
O principal resultado da análise hierárquica de clusters é apresentado através do
output Agglomeration Schedule. Segundo Maroco (2003), este output indica a ordem de
agregação dos sujeitos nos respectivos clusters. A análise hierárquica, na verdade,
115
calcula todas as possibilidades entre todos os sujeitos formando seu próprio grupo e
todos os sujeitos pertencendo ao mesmo grupo, formando um intervalo neste conjunto
de dados, de um a 118 grupos. O dendograma representa, graficamente, o esquema de
aglomeração apresentado neste output, porém neste caso os coeficientes de
aglomeração (distância entre dois clusters) são reescalonados.
A distância entre os agrupamentos pode ser obtida na coluna Coefficients deste
output e representa a medida de proximidade usada para unir os clusters. Se a distância
entre dois clusters for pequena, eles devem ser agregados. Já se a distância for grande,
devem permanecer separados (MAROCO, 2003).
Burns e Burns (2008) sugerem que a coluna Coefficients seja lida de baixo para
cima. O número de clusters a reter é identificado na etapa onde o valor dos coeficientes
de aglomeração dá o maior “salto numérico”. Com este número definido, parte-se para o
emprego do método de agrupamentos não hierárquico k-means.
De acordo com Maroco (2003), cinco outputs são utilizados para descrever o
resultado do método não hierárquico k-means. O output Iteration History indica a variação
do centro dos clusters em cada passo da iteração. A coluna Distance do output Cluster
Membership permite avaliar quão semelhante, ou dissemelhante, é cada observação do
centro do respectivo agrupamento, bem como identificar a presença de cada sujeito a
cada um dos clusters. Os outputs, Distances beetween Final Cluster Center e ANOVA,
apresentam, respectivamente, a distância entre os centróides dos clusters e a tabela da
ANOVA one-way para cada um dos fatores.
A finalidade da ANOVA (análise de variância) na análise de agrupamentos é
identificar qual ou quais variáveis (representadas pelos fatores resultantes da análise
fatorial) permitem a separação dos clusters. Neste caso, o p-value (sig.) obtido não é um
parâmetro a ser considerado no resultado da análise. O objetivo é avaliar se uma variável
discrimina bastante entre os clusters, ou seja, se a variabilidade representada na coluna
Cluster Mean Square (QMC) é elevada.
De forma contrária, a variabilidade dentro do cluster, dada pelo Error Mean Square
(QME), deve ser pequena. Deste modo pode-se afirmar que as variáveis que mais
contribuem para a definição dos clusters são aquelas com maior valor de F=QMC/QME.
Por fim, o output Final Clusters Centers permite identificar e classificar cada um dos
116
clusters. As variáveis que apresentam os maiores valores nominais são utilizadas para
caracterizar os clusters. (MAROCO, 2003).
117
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
O presente capítulo tem por objetivo apresentar a análise dos dados obtidos a
partir da amostra considerada nesta pesquisa. Este estudo está segmentado em duas
partes: a análise fundamentada em estatística descritiva e a análise fundamentada em
estatística inferencial.
4.1 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS
No período compreendido entre Novembro de 2013 e Julho de 2014 foram
coletados 134 questionários que representam as empresas localizadas em Curitiba e
Região Metropolitana, no Estado do Paraná, cuja atividade principal está diretamente
ligada à execução de obras de construção civil.
Os dados coletados foram examinados, certificados de sua validade e codificados
para posterior ingresso no banco de dados. As respostas em branco também foram pré-
codificadas e inseridas no banco de dados. Questionários divergentes dos padrões
estipulados para esta pesquisa foram descartados.
Conforme citado no Capítulo 3, para efeito de categorização inicial, as empresas
foram ordenadas em oito segmentos distintos, prevalecendo como critério de
classificação sua atividade principal. Porém durante a consolidação dos dados,
constatou-se que nenhuma das empresas avaliadas caracterizava-se por exercer
exclusivamente a atividade de incorporação de empreendimentos imobiliários, sendo
esta uma atividade secundária das empresas de construção residencial, portanto as
respostas destes dois segmentos foram agrupadas no setor nominado residencial.
De acordo com Couto e Couto (2007), a construção com elementos pré-fabricados
caracteriza-se pela realização, mediante processos industrializados, isto é, mediante
qualquer processo que tem como base a mecanização e a organização programada de
elementos construtivos funcionais produzidos em série, cujo objetivo principal é imprimir
ganhos de produtividade e qualidade às construções, reduzindo ao máximo as operações
nos canteiros de obra.
118
Em virtude deste conceito, da similaridade entre a forma de operação das
empresas de fabricação de estruturas pré-moldadas em concreto armado e as empresas
de fabricação de artefatos de cimento para uso na construção e do fato de um percentual
das empresas avaliadas nesta pesquisa atuarem nas duas categorias, nesta dissertação
optou-se por agrupar estes dois segmentos no setor denominado construção
industrializada.
Da amostra inicial, quatro questionários foram descartados por apresentarem
padrão de resposta divergentes daqueles estipulados para esta pesquisa. Nove
empresas, inicialmente enquadradas na categoria “outro”, também foram preteridas da
amostra por se tratarem de órgãos públicos ou atuarem em segmentos distintos,
tornando-se inexequível o seu agrupamento em uma única categoria.
Posto isto, a amostra final, composta por 118 empresas, foi segmentada em cinco
setores denominados: residencial, industrial e comercial, infra-estrutura, serviços
especializados e construção industrializada.
4.2 ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS
Neste subitem será apresentado o perfil da amostra da pesquisa “Diagnóstico das
empresas de construção civil”, com o objetivo de contextualizar o entendimento acerca
dos resultados desta pesquisa.
4.2.1 Perfil da amostra
O setor de atuação das empresas pesquisadas está representado no Gráfico 7.
Do total, 43% da amostra correspondem a construtoras que atuam no segmento
residencial, 14% de construtoras que atuam no ramo de infra-estrutura, 12% de empresas
que atuam nos ramo de execução de edificações industriais, comerciais e outras
edificações não residenciais. 18% das empresas atuam no ramo de serviços
especializados, que compreende os serviços de demolição e preparação do terreno,
119
instalações elétricas e hidráulicas, obras de acabamento, fundações, administração de
obras, dentre outros.
Os outros 12% da amostra são representados pelas empresas classificadas como
construção industrializada, responsáveis pela fabricação de estruturas pré-moldadas em
concreto armado (estruturas pré-moldadas, vigas, estacas, postes, dormentes, aduelas
e galerias) e/ou pela fabricação de artefatos de cimento para uso na construção (blocos,
pavers, lajotas, guias, bloquetes, meio-fios, tubos e manilhas, etc.).
Gráfico 7 – Setor de atuação Fonte: Autor (2014).
Considerando a classificação principal adotada pela CNAE 2.0 que segmenta o
mercado em empresas de construção de edifícios, obras de infra-estrutura e serviços
especializados para construção, a amostra desta pesquisa é composta por 63% de
empresas construtoras de edifícios, 16% por empresas que executam obras de infra-
estrutura e 21% por empresas que atuam no setor de serviços especializados.
Em relação ao ano de fundação, pode-se dizer que 25% da amostra é composta
por empresas fundadas até 1980. 46%, por empresas fundadas no período
compreendido entre os anos de 1980 e 2000 e 29% por empresas relativamente novas,
fundadas a partir de 2001. 18 empresas avaliadas não informaram o ano de fundação
(Gráfico 8).
120
Gráfico 8 – Ano de fundação das empresas Fonte: Autor (2014).
Os setores de infra-estrutura e residencial destacam-se por conter empresas
fundadas antes de 1950. 47% das empresas do setor de infra-estrutura iniciaram suas
atividades no mercado na década de 80. O pico de abertura de novas construtoras
residenciais ocorre entre os anos de 1991 e 2000 (Gráfico 9).
Gráfico 9 – Ano de fundação das empresas: análise setorial Fonte: Autor (2014).
Para a questão relativa ao tipo de constituição, os resultados da amostra indicam
que 78% das empresas são do tipo Limitadas, 10% são S/A de capital fechado, 5% S/A
121
de capital aberto, 1% S/A de capital misto e os 7% restantes são classificadas como
outros (Gráfico 10).
Gráfico 10 – Tipo de constituição Fonte: Autor (2014).
Através do Gráfico 11 pode-se observar que em todos os setores predominam
empresas de constituição limitada. Já o grupo classificado como S/A contempla
empresas dos setores residencial, industrial e comercial e infra-estrutura. O setor
industrial e comercial é o mais heterogêneo, apresentando empresas de todos os tipos
de constituição.
Gráfico 11 – Tipo de constituição: análise setorial Fonte: Autor (2014).
122
Quanto ao tipo de administração, a amostra pode ser classificada da seguinte
forma: 41% das empresas são consideradas familiares, 50% possuem administração
profissional e os 9% restantes, administração mista (Gráfico 12).
Gráfico 12 – Tipo de administração Fonte: Autor (2014).
Percebe-se através da análise do Gráfico 13 que a administração familiar
predomina nos setores de infra-estrutura e construção industrializada, enquanto nos
demais setores, predomina a administração profissional.
Gráfico 13 – Tipo de administração: análise setorial Fonte: Autor (2014).
123
A Comissão de Economia e Estatística da Câmara Brasileira da Indústria da
Construção (CBIC, 2013), classifica as empresas de construção brasileira em pequena,
média e grande porte, segundo três critérios: número de funcionários, receita operacional
bruta e faturamento anual. Utilizando os critérios da CBIC (2013), são microempresas as
que possuem até 19 funcionários, pequenas empresas de 20 a 99 funcionários, médias
empresas de 100 a 499 funcionários e grandes empresas mais de 499 funcionários.
Na abordagem referente a número de funcionários das organizações pesquisadas,
os resultados mostram que 37% da amostra é composta por microempresas (até 19
funcionários), 25% por pequenas empresas (de 20 a 99 funcionários), 18% por empresas
de médio porte (de 100 a 499 funcionários) e 20% por grandes empresas (acima de 499
funcionários). 19 empresas não foram classificadas devido à falta de informação (Gráfico
14).
Gráfico 14 – Número de funcionários Fonte: Autor (2014).
Nesta amostra as micro, pequenas e médias empresas figuram em todos os
setores conforme pode-se observar no Gráfico 15. Empresas de grande porte
predominam no setor de infra-estrutura (64%).
124
Gráfico 15 – Número de funcionários: análise setorial Fonte: Autor (2014).
Para avaliar o número de certificações que as empresas que compõem a amostra,
foram consideradas as seguintes certificações: ISO 9000, ISO 14000, QS 9000, ISO TS
16949, ROHS 18000 e outras. O critério avaliado indica o número de certificações que a
empresa possui.
A análise do Gráfico 16 permite identificar que 66% das empresas não possuem
qualquer tipo de certificação, 18% possuem apenas uma certificação, 10% duas
certificações e 6% três ou mais certificações. Apenas uma das empresas avaliadas não
respondeu a esta questão.
Gráfico 16 – Número de certificações Fonte: Autor (2014).
125
Empresas que não possuem qualquer tipo de certificação figuram em todos os
setores, com maior concentração nos setores de construção industrializada e serviços
especializados. 24% das empresas do setor de infra-estrutura e 25% das empresas
residenciais possuem uma certificação. O setor de infra-estrutura destaca-se por
apresentar 29% das empresas com três ou mais certificações (Gráfico 17).
Gráfico 17 – Número de certificações: análise setorial Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 18 apresenta o número de empreendimentos executados desde o início
das operações das empresas. Em todos os setores avaliados, predomina a faixa de mais
de 100 empreendimentos executados, destacando-se os setores de infra-estrutura,
serviços especializados e construção industrializada, sendo que as empresas destes dois
últimos setores consideram o número de obras de terceiros para as quais forneceram
seus produtos e/ou serviços.
126
Gráfico 18 – Número de empreendimentos executados: análise setorial Fonte: Autor (2014).
Já em relação ao número de empreendimentos em execução no momento em que
a pesquisa foi realizada, a amostra se caracterizou da seguinte forma: nos setores
industrial e comercial, residencial e serviços especializados predomina a faixa de dois a
cinco empreendimentos.
No setor de infra-estrutura, o número é maior, variando entre seis e dez obras,
realidade condizente com o momento atual de mercado, onde ocorre grande investimento
em obras de infra-estrutura. Por fim, o setor de construção industrializada apresenta a
maior faixa, com número de obras entre 11 a mais de 20. Fato que também condiz com
a realidade do setor de construção civil, uma vez que este setor atua como fornecedor
de estruturas e artefatos para as construtoras dos demais setores (Gráfico 19).
127
Gráfico 19 – Número de empreendimentos em execução: análise setorial Fonte: Autor (2014).
Quanto à área de atuação do respondente na estrutura da organização a amostra
ficou concentrada nas áreas de engenharia e desenvolvimento (65%), administrativa
(17%) e produção (6%). É importante destacar que um elevado número de profissionais
atua de forma polivalente em algumas empresas, sobretudo nas microempresas e
organizações de pequeno porte (Gráfico 20).
Gráfico 20 – Área de atuação do respondente Fonte: Autor (2014).
128
Nos setores industrial e comercial, infra-estrutura, residencial e serviços
especializados, destaca-se a área de engenharia/desenvolvimento, já no setor de
construção industrializada ocorre uma maior concentração na área administrativa
(Gráfico 21).
Gráfico 21 – Área de atuação do respondente: análise setorial Fonte: Autor (2014).
Em relação ao cargo ocupado pelo respondente, a maior concentração é de
engenheiros (31%), seguida dos diretores (19%) e gerentes das empresas (14%),
representando um total de 64% da amostra. Em seguida vêm os estagiários (7%),
arquitetos (7%) e os coordenadores (7%). Auxiliares, trainees, assessores, analistas,
técnicos, operadores e outros somam 16% da amostra (Gráfico 22).
129
Gráfico 22 – Cargo ocupado pelo respondente Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 23 mostra que nos setores industrial e comercial, infra-estrutura e
residencial destaca-se a presença significativa de engenheiros, enquanto nos outros dois
setores a concentração ocorre nos cargos de direção e gerência.
Gráfico 23 – Cargo ocupado pelo respondente: análise setorial Fonte: Autor (2014).
Concluindo-se a identificação do perfil do entrevistado, é importante analisar o
período de tempo em que os profissionais pesquisados trabalham nas organizações. 79%
das respostas concentram-se no intervalo que varia entre menos de um ano até seis
130
anos, o que permite concluir que há uma elevada rotatividade de mão-de-obra no setor,
com tempo médio de permanência de três anos. Porém, também é possível admitir que
este número seja consequência do crescimento das empresas nos últimos anos, que
impacta diretamente na taxa de contratação de novos funcionários.
Em 8% das empresas avaliadas, o tempo de atuação do respondente na
organização varia entre sete e dez anos, em 3% entre 11 e 15 anos, 6% entre 16 e 20
anos e apenas 4% dos respondentes trabalham na empresa a mais de 20 anos. 20 dos
respondentes não informaram a resposta desta questão (Gráfico 24).
Gráfico 24 – Tempo em que o respondente atua na organização Fonte: Autor (2014).
Um dos intervalos mais longos de permanência (entre 16 e 20 anos) figura no setor
de construção industrializada onde há uma maior concentração de respondentes que
atuam nos cargos de direção e gerência. Já o setor de serviços especializados é o que
apresenta a maior rotatividade de mão-de-obra (Gráfico 25).
131
Gráfico 25 – Tempo em que o respondente atua na organização: análise setorial Fonte: Autor (2014).
4.2.2 Características organizacionais
O objetivo deste subitem é analisar as características organizacionais das
empresas que compõem a amostra. As considerações efetuadas a seguir refletem as
características organizacionais (questões de 29 a 57) obtidas através do uso de escalas
de diferencial semântico, com intervalo variando entre um e sete.
O nível de centralização das estruturas organizacionais está ilustrado no Gráfico
26. A análise deste Gráfico permite verificar que as empresas que compõem a amostra
possuem um elevado nível de centralização. Apenas no setor de infra-estrutura destaca-
se uma certa tendência à descentralização.
132
Gráfico 26 – Nível de centralização da estrutura organizacional Fonte: Autor (2014).
Para Quinn (1996), toda organização apresenta algum grau de centralização,
assim como de descentralização, a fim de atender às contingências contemporâneas,
principalmente quando associadas às atividades e negócios ligados à tecnologia e à
inovação.
A análise do nível de formalização dos cargos e funções da empresa permite
concluir que as empresas pesquisadas tendem a aumentar o nível de formalização dos
cargos e funções em sua estrutura (Gráfico 27).
Gráfico 27 – Nível de formalização dos cargos e funções Fonte: Autor (2014).
133
O inverso ocorre no setor de serviços especializados, composto em sua maioria
por micro e pequenas empresas. Neste caso, 64% da amostra apresenta baixos níveis
de formalização.
Perrotti (2004) afirma que a maioria dos autores que abordam este tema admitem
a existência de uma estrutura informal nas organizações, independentemente do tipo de
estrutura formal adotada.
De acordo com a classificação do estilo de gestão da empresa, é possível verificar
que há uma tendência das empresas que compõe os setores de construção
industrializada, industrial e comercial e infra-estrutura atuarem de forma mais
democrática. Já nos setores residencial e de serviços especializados predomina a
tendência de gestão autocrática em mais de 50% da amostra (Gráfico 28).
Gráfico 28 – Estilo de gestão da empresa Fonte: Autor (2014).
Na análise referente à média anual de horas de treinamento (Gráfico 29), nota-se
que há pouco investimento no nível de qualificação dos funcionários. Nos setores
industrial e comercial, infra-estrutura e residencial destacam-se poucas empresas que
facultam médias superiores a 12 dias/ano de treinamento a seus funcionários.
134
Gráfico 29 – Quantidade de horas de treinamento Fonte: Autor (2014).
De maneira oposta diversas empresas do setor industrial e comercial (33%),
residencial (15%) e serviços especializados (32%) não disponibilizam qualquer
treinamento a seus funcionários.
Em relação ao nível de formalização das atividades e processos, de acordo com
os dados coletados, a maioria das empresas respondentes possui um alto nível de
formalização dos processos, destacando-se o setor industrial e comercial (Gráfico 30).
Gráfico 30 – Nível de formalização das atividades e processos Fonte: Autor (2014).
135
De acordo com o Gráfico 31, que representa o grau de autonomia dos funcionários
na empresa, pode-se verificar que há uma distribuição equilibrada entre os índices quatro
e seis, o que sugere uma variação entre médio e alto nível de autonomia. O extremo,
autonomia total, não figura nos setores de infra-estrutura e residencial. Entretanto pode-
se sugerir que, no geral o grau de autonomia dos funcionários que compõem esta
amostra é elevado.
Gráfico 31 – Grau de autonomia dos funcionários Fonte: Autor (2014).
Analisando-se o Gráfico 32, referente ao grau de especialização dos funcionários,
é possível observar que há uma forte tendência dos funcionários das empresas que
compõe a amostra realizarem diversas atividades.
136
Gráfico 32 – Grau de especialização dos funcionários Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 33 mostra o nível de departamentalização das empresas. Através da
análise dos dados é possível concluir que as empresas possuem um nível de
departamentalização variando entre médio e elevado. Níveis mais elevados figuram nos
setores industrial e comercial e infra-estrutura que contêm empresas de médio e grande
porte, normalmente mais departamentalizadas.
Gráfico 33 – Nível de departamentalização Fonte: Autor (2014).
137
De acordo com Galhano e Nakata (2011), o grau de especialização está vinculado
ao grau de formalização da estrutura e aos critérios de departamentalização. Quando
uma estrutura é mais formal, tende a facilitar a especialização e o critério de
departamentalização.
Na análise do nível de integração entre os processos, demonstrada no Gráfico 34,
verifica-se que, as organizações pesquisadas apresentam um alto nível de integração
entre os processos, com destaque para o setor de construção industrializada.
Gráfico 34 – Nível de integração entre os processos Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 35 ilustra a taxa de crescimento das empresas pesquisadas nos últimos
três anos. Em todos os setores verifica-se uma elevada taxa de crescimento, condizente
com o aquecimento do setor da construção civil nos últimos anos, com destaque ímpar
para o setor industrial e comercial.
138
Gráfico 35 – Taxa de crescimento da empresa nos últimos três anos Fonte: Autor (2014).
O nível de formação dos funcionários está ilustrado no Gráfico 36. A análise dos
dados permite concluir que os funcionários apresentam um nível de formação variando
de médio a baixo, condizente com as características do setor de construção civil.
Gráfico 36 – Nível de formação dos funcionários Fonte: Autor (2014).
A partir da análise do Gráfico 37 é possível identificar que há um elevado nível de
cooperação entre os funcionários das empresas de todos os setores avaliados.
139
Gráfico 37 – Nível de cooperação entre os funcionários Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 38 mostra que o nível de interação - troca de informações formais e
informais - entre os funcionários das empresas é elevado, destacando-se as empresas
do setor industrial e comercial e residencial. Constata-se ainda que apenas no setor
residencial figuram empresas onde não ocorre troca de informações.
Gráfico 38 – Nível de interação entre os funcionários Fonte: Autor (2014).
Em relação ao nível de controle exercido sobre as atividades e/ou funcionários
(Gráfico 39), observa-se a predominância de um elevado nível de controle. No setor
140
residencial verifica-se que há uma distribuição aparentemente do tipo normal para os
resultados, com concentração para os níveis mais intensos de controle. Esta tendência
sugere que as empresas avaliadas ainda utilizam muita mão-de-obra (processos pouco
automatizados), logo os controles são necessários para garantir a boa execução dos
serviços prestados.
Gráfico 39 – Nível de controle exercido sobre as atividades e/ou funcionários Fonte: Autor (2014).
No Gráfico 40 está representado o nível de investimentos em tecnologias e/ou
equipamentos realizado pelas empresas avaliadas nos últimos três anos. Identifica-se
uma tendência de elevado a muito elevado de investimento em tecnologia, condizente
com a taxa de crescimento destas empresas no mesmo período.
141
Gráfico 40 – Nível de investimento em tecnologias e equipamentos Fonte: Autor (2014).
A posição das empresas avaliadas em relação aos seus concorrentes está
representada no Gráfico 41. Pode-se concluir que estas empresas se consideram bem
posicionadas em relação aos seus concorrentes.
Gráfico 41 – Posição da empresa em relação aos seus concorrentes Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 42 representa o tempo de resposta das empresas avaliadas às
demandas de mercado (novos produtos, certificações, tecnologias diferenciadas, etc.).
Percebe-se que as empresas pesquisadas apresentam um tempo resposta de que varia
142
de médio a rápido, com maior destaque ao setor de infra-estrutura. Esta tendência pode
ser justificada pelo aumento da competitividade entre empresas concorrentes e pela
entrada de novos players no mercado frente aos antagônicos movimentos do mercado
da construção civil.
Gráfico 42 – Tempo de resposta da empresa às demandas do mercado Fonte: Autor (2014).
A capacidade das empresas em se adaptar às mudanças do seu
mercado/ambiente está representada no Gráfico 43. Em todos os setores observa-se que
as empresas apresentam muito boa capacidade de adaptação às mudanças do ambiente
em que atuam. Esta tendência pode ser uma consequência do tempo de resposta das
empresas às demandas do mercado.
143
Gráfico 43 – Capacidade da empresa em se adaptar às mudanças Fonte: Autor (2014).
A análise do Gráfico 44 demonstra que as empresas avaliadas nesta pesquisa
consideram o mercado em que atuam bastante dinâmico. Esta tendência é uma
característica marcante do mercado da construção civil, que oscila devido a uma série de
fatores como oferta de crédito, carga tributária, inadimplência dos clientes, preço dos
insumos e matérias-primas, condições climáticas, falta de mão-de-obra qualificada,
dentre outros.
Gráfico 44 – Características do mercado em que a empresa atua Fonte: Autor (2014).
144
O Gráfico 45 ilustra como as empresas respondem ao mercado. Empresas do
setor de construção industrializada caracterizam-se por seguir as tendências do mercado,
fato esperado uma vez que seu mix de produtos é bastante padronizado e em sua
maioria, normalizado.
Gráfico 45 – Comportamento da empresa frente às tendências do mercado Fonte: Autor (2014).
As mudanças neste setor são resultado do desenvolvimento de novas tecnologias
e soluções adotadas pelas empresas dos demais setores. Já as empresas do setor
industrial e comercial e infra-estrutura tendem a se antecipar às mudanças, o que também
é esperado uma vez que buscam atender às diferentes necessidades de seus clientes
finais. As empresas dos demais setores apresentam comportamento intermediário entre
os dois extremos.
A forma como se estabelecem as relações entre os funcionários das empresas
avaliadas está representada no Gráfico 46. Os dados permitem concluir que em todos os
setores as relações ocorrem de forma muito mais informal do que formal.
145
Gráfico 46 – Nível de formalidade nas relações entre os funcionários Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 47 ilustra o nível de conhecimento dos funcionários em relação às
estratégias de gestão adotadas pelas empresas. Observa-se uma maior concentração
das respostas entre os níveis dois e quatro, o que sugere que o nível de conhecimento
dos funcionários varia entre baixo e intermediário.
Gráfico 47 – Nível de conhecimento dos funcionários em relação às estratégias Fonte: Autor (2014).
A análise da posição da empresa em relação à redução de custos nas atividades
ou processos das empresas está representada no Gráfico 48.
146
Gráfico 48 – Posição da empresa em relação à redução de custos Fonte: Autor (2014).
Observa-se que em todos os setores predomina uma maior preocupação em
relação a este ponto, exceto no setor de serviços especializados, cuja amostra é
composta em sua maioria por empresas que exercem a atividade de gerenciamento de
obras, especialidade que envolve basicamente capital humano.
O Gráfico 49 ilustra o nível de preocupação da empresa em relação à adoção de
melhorias nos processos de trabalho. Observa-se que em todos os setores há um
elevado nível de preocupação com este tema. Neste quesito, destaca-se o setor de
construção industrializada, onde 53% das empresas respondentes se consideram muito
preocupadas com a melhoria dos processos, característica inerente das empresas mais
industrializadas.
147
Gráfico 49 – Nível de preocupação em relação à adoção de melhorias Fonte: Autor (2014).
Analogamente ao Gráfico 49, o nível de preocupação das empresas em relação à
prevenção de problemas na execução de seus empreendimentos, produtos ou serviços
também é muito elevado em todos os setores avaliados (Gráfico 50).
Gráfico 50 – Nível de preocupação em relação à prevenção de problemas Fonte: Autor (2014).
Da mesma forma destaca-se o setor de construção industrializada. O setor de
serviços especializados é o que apresenta os maiores percentuais nos níveis mais baixos
148
de preocupação, provavelmente por concentrar um elevado nível de empresas que
trabalham com a prestação de serviços conforme ressaltado no Gráfico 48.
A avaliação das habilidades necessárias aos funcionários para a execução de
suas atividades é ilustrada no Gráfico 51. Destaca-se positivamente o setor de construção
industrializada, caracterizado por um maior nível de industrialização dos processos. O
setor industrial e comercial também se distingue neste tópico, provavelmente por
compreender a execução de obras com um maior nível de diferenciação técnico.
Gráfico 51 – Avaliação das habilidades necessárias aos funcionários Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 52 avalia o nível de alinhamento das características dos
empreendimentos, produtos ou serviços com a estratégia adotada pela empresa.
Observa-se de modo geral que as empresas possuem um nível intermediário de
alinhamento. Nos setores de infra-estrutura e residencial destaca-se a tendência de maior
nível de alinhamento.
149
Gráfico 52 – Nível de alinhamento das características dos produtos X estratégia Fonte: Autor (2014).
O nível de preocupação das empresas com a diferenciação de seus
empreendimentos, produtos ou serviços em relação aos seus concorrentes pode ser
visualizado no Gráfico 53.
Gráfico 53 – Nível de preocupação com a diferenciação X concorrentes Fonte: Autor (2014).
Observa-se que em todos os setores as empresas apresentam um elevado nível
de preocupação com a diferenciação. É possível que esta característica tenha se
150
acentuado nos últimos anos devido ao aumento da competitividade entre empresas
concorrentes, em cada um dos setores.
O Gráfico 54 mostra o crescimento do quadro funcional das empresas nos últimos
três anos. Acompanhando a taxa de crescimento das empresas nos últimos três anos
(Gráfico 35), observa-se que o quadro de funcionários também aumentou de forma
significativa no mesmo período.
Gráfico 54 – Evolução do quadro de funcionários nos últimos três anos Fonte: Autor (2014).
4.2.3 Nível de efetividade dos processos
O escopo deste terceiro subitem é avaliar o nível de efetividade dos processos das
empresas que compõe a amostra. As considerações efetuadas a seguir refletem as
respostas das questões de 58 a 91, segmentadas dentro doze classificações originadas
na arquitetura PCF (Process Classification Framework). As respostas são avaliadas
através do uso de escalas de intensidade, com intervalo variando entre um e sete.
151
4.2.3.1 Desenvolver visão e estratégia
O Gráfico 55 demonstra a forma como as empresas pesquisadas analisam o
ambiente em que atuam (mercado, concorrentes e fornecedores) visando obter
vantagens competitivas. A análise dos dados permite dizer que em 51% da amostra este
processo varia entre inexistente a pouco desenvolvido. 21% das empresas consideram o
processo desenvolvido e nas outras 27% o processo varia entre bem desenvolvido e
altamente desenvolvido.
Gráfico 55 – Análise do ambiente de atuação da empresa Fonte: Autor (2014).
No setor residencial verifica-se uma tendência de distribuição aparentemente do
tipo normal indicando processo em fase de desenvolvimento. Processos altamente
desenvolvidos são encontrados nos setores industrial e comercial, infra-estrutura e
construção industrializada (Gráfico 56).
152
Gráfico 56 – Análise setorial do ambiente de atuação da empresa Fonte: Autor (2014).
Através do Gráfico 57 é possível avaliar se as empresas fazem sistematicamente
a análise das necessidades de seus clientes. Observa-se que este é um processo em
desenvolvimento em todos os setores.
Gráfico 57 – Análise das necessidades dos clientes Fonte: Autor (2014).
Nos setores industrial e comercial e infra-estrutura pode-se considerar que o
processo está mais desenvolvido do que nos outros segmentos, porém ainda em um
número relativamente pequeno de empresas, mostrando que a preocupação com as
153
necessidades dos clientes não é uma característica marcante do segmento de
construção civil.
O Gráfico 58 avalia se as empresas analisadas possuem visão e posicionamento
estratégicos bem definidos. De acordo com os dados é possível concluir que este é um
processo em fase de desenvolvimento em todos os setores. No setor de serviços
especializados o processo ainda é muito pouco desenvolvido. Já no setor industrial e
comercial o processo já está consolidado e tende a se aprimorar. Nos outros três setores
o processo ainda está em processo de consolidação.
Gráfico 58 – Visão e posicionamento estratégicos Fonte: Autor (2014).
Na análise do Gráfico 59 é possível identificar se as empresas fazem
sistematicamente a análise de seu desempenho interno com base em indicadores e/ou
metas estratégicas. Nota-se uma concentração de todos os setores nos três primeiros
níveis, indicando um baixo nível de desenvolvimento deste processo.
154
Gráfico 59 – Análise do desempenho interno com base em indicadores e/ou metas Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 60 demonstra, de maneira geral, o nível de implementação dos
processos de desenvolvimento de visão e estratégia das empresas avaliadas.
Gráfico 60 – Desenvolver visão e estratégia Fonte: Autor (2014).
A análise dos dados aponta que em 11% das empresas o processo é inexistente.
Em 13%, minimamente desenvolvido e em 22%, pouco desenvolvido. Em 22% das
empresas, o processo é considerado desenvolvido, isto é, implementado e funcionando.
155
Em outros 16%, bem desenvolvido, em 9% muito desenvolvido e em 8%, altamente
desenvolvido.
A distribuição destaca, em todos os setores, uma maior concentração entre
processo pouco desenvolvido e processo desenvolvido, demonstrando que este é um
conceito que ainda precisa ser melhor aprofundado, contudo é um processo que está
sendo difundido entre as empresas do ramo de construção civil (Gráfico 61).
Gráfico 61 – Desenvolver visão e estratégia: análise setorial Fonte: Autor (2014).
4.2.3.2 Desenvolver e gerir produtos e serviços
A forma como as empresas analisadas fazem a gestão do seu portfólio, através
da análise de desempenho dos seus produtos ou empreendimentos versus as
oportunidades de mercado está ilustrada no Gráfico 62. Observa-se que este também é
um processo com baixo nível de desenvolvimento, sendo que em média, apenas 20%
das empresas que compõe a amostra consideram o processo considerado desenvolvido.
156
Gráfico 62 – Análise de desempenho dos produtos X oportunidades de mercado Fonte: Autor (2014).
Os resultados desta análise se assemelham aos resultados do Gráfico 57,
demonstrando a baixa preocupação das empresas com as necessidades dos clientes e
com as oportunidades do mercado.
Através do Gráfico 63 é possível avaliar a existência de um processo formal de
elaboração e desenvolvimento de novos empreendimentos, produtos ou projetos.
Gráfico 63 – Existência de processo formal de elaboração e desenvolvimento Fonte: Autor (2014).
157
De forma análoga ao Gráfico 62, este é um processo pouco desenvolvido em todos
os setores, destacando-se uma concentração de 70% de empresas de construção
industrializada e serviços especializados nesta faixa de baixo nível de desenvolvimento
O Gráfico 64 avalia se as empresas utilizam processos integrados de
desenvolvimento de projetos ou produtos com tecnologia de informação. De acordo com
os dados apresentados conclui-se que este é um processo inexistente em 37% das
empresas e com baixo nível de desenvolvimento em 30% da amostra. Em 15% da
amostra o processo é desenvolvido e em 18%, está sendo aprimorado.
Gráfico 64 – Utilização de processos integrados com uso de TI Fonte: Autor (2014).
Neste caso, o setor de construção industrializada se destaca por apresentar o
processo inexistente em 47% das empresas que compõe a amostra. Figuram empresas
com processo muito desenvolvido nos setores industrial e comercial e de infra-estrutura,
caracterizado por conter empresas de médio e grande porte, onde este tipo de processo
geralmente é mais desenvolvido (Gráfico 65).
158
Gráfico 65 – Análise setorial da utilização de processos com uso de TI Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 66 evidencia a forma como as empresas fazem o planejamento e a
gestão do cronograma físico-financeiro de cada empreendimento, projeto ou lote de
produção. Observa-se que nos setores de construção industrializada e serviços
especializados predomina o nível de desenvolvimento deste processo entre inexistente e
pouco desenvolvido.
Gráfico 66 – Execução do planejamento e gestão do cronograma físico-financeiro Fonte: Autor (2014).
159
De forma oposta, os setores de industrial e comercial, residencial e de infra-
estrutura destacam-se por apresentar empresas onde o processo é altamente
desenvolvido. Esta análise se mostra alinhada com as características operacionais
destes três grupos de empresas. Obras industriais, comerciais, residenciais e de infra-
estrutura são comumente planejadas e gerenciadas com o uso de cronogramas físico-
financeiros, característica que não se aplica à maioria das empresas de construção
industrializada e de serviços especializados.
O nível de efetividade dos processos de desenvolvimento e gestão de produtos
das empresas está representado, de forma geral, no Gráfico 67. Observa-se que em 51%
das empresas o processo varia entre inexistente e pouco desenvolvido. Em apenas 19%
das empresas o processo é considerado desenvolvido. Em 12%, bem desenvolvido, em
10% muito desenvolvido e nos 9% restantes, altamente desenvolvido.
Gráfico 67 – Desenvolver e gerir produtos e serviços Fonte: Autor (2014).
No nível de processo altamente desenvolvido destacam-se os setores industrial e
comercial e infra-estrutura (Gráfico 68). Conclui-se, portanto que esta é uma prática que
ainda precisa ser melhor disseminada entre as empresas de construção civil.
160
Gráfico 68 – Desenvolver e gerir produtos e serviços: análise setorial Fonte: Autor (2014).
4.2.3.3. Ofertar produtos e serviços
Através do Gráfico 69 é possível avaliar se as empresas possuem um processo
de marketing consolidado (Ex.: posicionamento de mercado, políticas de preço,
desenvolvimento de marca, ações de comunicação, etc.). Observa-se que este é um
processo pouco desenvolvido em todos os setores, ou seja, as empresas avaliadas não
têm preocupação ou não realizam a gestão de marketing de seus empreendimentos,
produtos ou serviços de forma efetiva.
161
Gráfico 69 – Processo de marketing Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 70 demonstra se as empresas possuem um processo de vendas
consolidado (Ex.: previsão de vendas, orçamento de vendas, gestão dos dados dos
clientes, programas de relacionamento, etc.). Analogamente ao tópico anterior, observa-
se que o processo é pouco desenvolvido em todos os setores.
Gráfico 70 – Processo de vendas Fonte: Autor (2014).
162
O nível de efetividade dos processos de oferta de produtos e serviços das
empresas (processos de marketing e vendas) está representado, de forma geral, no
Gráfico 71.
Gráfico 71 – Ofertar produtos e serviços Fonte: Autor (2014).
Observa-se que em 48% das empresas o processo varia entre inexistente e pouco
desenvolvido. Em 23% das empresas o processo é considerado desenvolvido. Em outras
12% o processo é bem desenvolvido, em 9%, muito desenvolvido e nas 8% restantes,
altamente desenvolvido.
No nível de processos altamente desenvolvidos, se destaca o setor industrial e
comercial (Gráfico 72). Com base nos resultados conclui-se que a maioria das empresas
analisadas possuem processos implementados de gestão de marketing e vendas de seus
empreendimentos, produtos ou serviços.
163
Gráfico 72 – Ofertar produtos e serviços: análise setorial Fonte: Autor (2014).
4.2.3.4 Desenvolver empreendimentos, produtos e serviços
O Gráfico 73 avalia se as empresas possuem um plano formal de aquisição de
materiais e serviços. Constata-se que este é um processo pouco desenvolvido nos
setores de construção industrializada e serviços especializados, em desenvolvimento nos
setores de infra-estrutura e residencial e com um bom nível de desenvolvimento nas
empresas do setor industrial e comercial.
Gráfico 73 – Existência de plano formal para aquisição de materiais e serviços Fonte: Autor (2014).
164
Através do Gráfico 74 é possível avaliar a forma como as empresas gerenciam
seus estoques de matéria-prima.
Gráfico 74 – Gestão de estoques de matéria-prima Fonte: Autor (2014).
Observa-se que este é um processo um pouco mais desenvolvido em todos os
setores, com concentração das respostas entre os níveis três e seis, demonstrando que
há uma maior preocupação com este quesito, uma vez que o custo com matérias-primas
tem um impacto significativo no valor final dos empreendimentos ou produtos, conforme
demonstrado no Gráfico 75.
Gráfico 75 – Impacto da matéria-prima nos custos do empreendimento/produto Fonte: Autor (2014).
165
O Gráfico 76 demonstra a existência de integração entre o planejamento dos
setores comercial e de produção/execução visando melhorar os resultados das empresas
avaliadas. As respostas demonstram que este também é um processo com um nível
maior de desenvolvimento em todos os setores. Em média, em 67% das empresas o
processo varia entre desenvolvido e altamente desenvolvido, com destaque para o setor
de infra-estrutura.
Gráfico 76 – Integração entre o planejamento dos setores comercial e de produção Fonte: Autor (2014).
A maneira como as empresas efetuam o planejamento, a programação e o controle
da produção/execução de empreendimentos, produtos ou serviços está representada no
Gráfico 77.
166
Gráfico 77 – Existência de planejamento, programação e controle de produção Fonte: Autor (2014).
Conclui-se que tanto no setor residencial como de serviços especializados, o
Gráfico 77 evidencia uma distribuição aparentemente normal com concentração em
processo pouco desenvolvido e/ou desenvolvido. Nos demais setores também observa-
se uma maior concentração de respostas entre os níveis três e cinco, o que caracteriza
o processo em desenvolvimento.
O Gráfico 78 considera se o planejamento leva em consideração a disponibilidade
momentânea de recursos materiais e mão-de-obra. Analogamente observa-se que no
setor residencial e no setor de serviços especializados, os dados evidenciam uma
distribuição aparentemente normal com concentração em processo pouco desenvolvido
e/ou desenvolvido. Em média, em 59% das empresas dos setores de construção
industrializada, industrial e comercial e infra-estrutura o processo varia entre bem
desenvolvido e altamente desenvolvido.
167
Gráfico 78 – Planejamento X disponibilidade de recursos materiais e mão-de-obra Fonte: Autor (2014).
Através dos Gráficos 79 e 80 é possível avaliar se as empresas estabelecem
procedimentos formais para a execução de serviços ou fabricação de produtos. Constata-
se que, de forma geral, há um equilíbrio percentual entre todos os níveis de efetividade
do processo, com evidência para o nível de processo desenvolvido.
Gráfico 79 – Existência de procedimentos formais para a fabricação de produtos Fonte: Autor (2014).
Nesta análise destaca-se o setor de infra-estrutura, com uma maior concentração
de empresas entre os níveis desenvolvido e altamente desenvolvido (Gráfico 80).
168
Gráfico 80 – Análise setorial da existência de procedimentos formais de execução Fonte: Autor (2014).
O nível de efetividade dos processos de desenvolvimento de empreendimentos,
produtos e serviços está representado, de forma geral, no Gráfico 81.
Gráfico 81 – Desenvolver empreendimentos, produtos e serviços Fonte: Autor (2014).
Observa-se que em 8% das empresas o processo é inexistente. Em 11%, o
processo é minimamente desenvolvido e em 17% o processo pode ser considerado como
pouco desenvolvido. 22% das empresas tem o processo desenvolvido, 17%, bem
169
desenvolvido e outros 13%, muito desenvolvido. Nas 12% restantes, o processo é
considerado altamente desenvolvido.
Pode-se concluir que, na maioria das empresas avaliadas, este é um processo
com um bom nível de desenvolvimento, com tendência de aperfeiçoamento em todos os
setores (Gráfico 82). Ressalta-se que na maior parte das questões que compõem esta
classificação, as empresas do setor residencial apresentaram uma distribuição
aparentemente do tipo normal para os resultados, com concentração no nível de
processo desenvolvido.
Gráfico 82 – Desenvolver empreendimentos, produtos e serviços: análise setorial
Fonte: Autor (2014).
4.2.3.5 Gerir o atendimento ao cliente
A maneira como as empresas definem os procedimentos de atendimento ao
cliente está representada no Gráfico 83. Conclui-se que, em todos os setores ocorre uma
maior concentração de respostas no nível de processo desenvolvido, porém pode-se
dizer que ocorre um equilíbrio percentual entre todos os outros índices.
170
Gráfico 83 – Procedimentos de atendimento ao cliente
Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 84 avalia se as empresas estabelecem níveis de serviço para o
atendimento ao cliente. Conclui-se que este é um processo com nível de efetividade
intermediário em todos os setores.
Gráfico 84 – Níveis de serviço para o atendimento ao cliente
Fonte: Autor (2014).
O nível de efetividade dos processos de gestão de atendimento ao cliente está
representado, de forma geral, no Gráfico 85.
171
Gráfico 85 – Gerir o atendimento ao cliente
Fonte: Autor (2014).
Observa-se que em 15% das empresas o processo é inexistente. Em 9%, o
processo é minimamente desenvolvido e em 13% o processo pode ser considerado como
pouco desenvolvido. 22% das empresas tem o processo desenvolvido, 16%, bem
desenvolvido e outros 14%, muito desenvolvido. Nas 11% restantes, o processo é
considerado altamente desenvolvido.
Pode-se concluir que em mais de 60% das empresas avaliadas, este é um
processo com um bom nível de desenvolvimento, com tendência de aperfeiçoamento em
todos os setores (Gráfico 86).
Gráfico 86 – Gerir o atendimento ao cliente: análise setorial
Fonte: Autor (2014).
172
4.2.3.6 Desenvolver e gerir o capital humano
O Gráfico 87 evidencia se as empresas possuem estratégias e políticas efetivas
de gerenciamento de recursos humanos. A análise dos dados permite constatar que esta
é uma prática pouco desenvolvida em todos os setores, com destaque para o setor de
serviços especializados onde 55% das empresas avaliadas não possuem qualquer
estratégia de gerenciamento de recursos humanos. Em média, 43% das empresas dos
demais setores têm o processo variando entre pouco desenvolvido e desenvolvido.
Gráfico 87 – Estratégias e políticas efetivas de gerenciamento de RH
Fonte: Autor (2014).
Através do Gráfico 88 é possível avaliar se as empresas possuem um programa
de remuneração variável. De forma similar ao gráfico anterior, os dados permitem concluir
que esta também é uma prática pouco desenvolvida em todos os setores.
173
Gráfico 88 – Programa de remuneração variável
Fonte: Autor (2014).
O nível de efetividade dos processos de desenvolvimento e gestão do capital
humano está representado, de forma geral, no Gráfico 89.
Gráfico 89 – Desenvolver e gerir capital humano
Fonte: Autor (2014).
Nota-se que em 55% das empresas o processo varia entre e pouco desenvolvido.
17% das empresas têm o processo desenvolvido, 12%, bem desenvolvido, 10%, muito
desenvolvido e em 6%, altamente desenvolvido.
174
Portanto pode-se concluir que este é um processo pouco desenvolvido em todos
os setores, destacando-se o setor de infra-estrutura com um percentual em torno de 40%
de processos variando entre bem desenvolvido e altamente desenvolvido (Gráfico 90).
Gráfico 90 – Desenvolver e gerir capital humano: análise setorial Fonte: Autor (2014).
4.2.3.7 Gerenciar tecnologia de informação
O Gráfico 91 avalia se as empresas possuem um sistema de gestão de
informações compatível com a estratégia de seus negócios Observa-se que este é um
processo em desenvolvimento em todos os setores avaliados.
175
Gráfico 91 – Sistema de gestão de informações compatível com a estratégia Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 92 exibe a forma como as empresas utilizam a tecnologia de informação
nas relações estabelecidas com seus fornecedores e clientes. Percebe-se que este é um
processo pouco desenvolvido, principalmente no setor de serviços especializados, que
não possui nenhuma empresa nos níveis seis e sete.
Gráfico 92 – Uso de TI nas relações com fornecedores e clientes Fonte: Autor (2014).
O nível de efetividade dos processos de gestão de tecnologia de informação está
ilustrado de forma geral, no Gráfico 93. Nota-se que em 15% das empresas o processo
é inexistente. Em 18%, o processo é minimamente desenvolvido e em 14% o processo
pode ser considerado como pouco desenvolvido. Em 18% das empresas o processo está
desenvolvido, em 17%, bem desenvolvido e em 9%, muito desenvolvido. Nas 9%
restantes, o processo é considerado altamente desenvolvido.
176
Gráfico 93 – Gerenciar tecnologia da informação Fonte: Autor (2014).
Destaca-se positivamente o setor de infra-estrutura, com 73% das empresas com
processo variando entre desenvolvido e altamente desenvolvido (Gráfico 94).
Gráfico 94 – Gerenciar tecnologia da informação: análise setorial Fonte: Autor (2014).
4.2.3.8 Gerir recursos financeiros
A maneira como as empresas efetuam o planejamento e o controle orçamentário
(previsão de custos e receitas) está demonstrada no Gráfico 95. No geral, este processo
pode ser considerado desenvolvido nas empresas avaliadas. Nesta análise destacam-se
177
os setores industrial e comercial, infra-estrutura e residencial com maior concentração de
empresas com processos variando entre o nível bem desenvolvido e altamente
desenvolvido.
Gráfico 95 – Execução de planejamento e controle orçamentário Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 96 avalia se as empresas utilizam a contabilidade de custos como fonte
de informação para o planejamento e controle de seus negócios. De forma análoga ao
processo anterior, destacam-se os setores industrial e comercial, residencial e infra-
estrutura com processos variando entre o nível bem desenvolvido e altamente
desenvolvido.
178
Gráfico 96 – Adoção da contabilidade de custos como fonte de informação Fonte: Autor (2014).
Através do Gráfico 97 é possível avaliar se as empresas gerem sua performance
financeira com base em dados confiáveis. De forma similar ao gráfico anterior, os dados
permitem concluir que esta também é uma prática bem desenvolvida em todos os
setores, exceto no setor de serviços especializados.
Gráfico 97 – Gestão da performance financeira com base em dados confiáveis Fonte: Autor (2014).
O nível de efetividade dos processos de gestão de recursos financeiros está
ilustrado de forma geral, no Gráfico 98.
179
Gráfico 98 – Gerir recursos financeiros Fonte: Autor (2014).
Através dos dados é possível observar que em 3% das empresas o processo é
inexistente. Em 9%, o processo é minimamente desenvolvido e em 12% o processo pode
ser considerado como pouco desenvolvido. Em 19% das empresas o processo está
desenvolvido, em 23%, bem desenvolvido e em 16%, muito desenvolvido. Nas 18%
restantes, o processo é considerado altamente desenvolvido.
Pode-se concluir, portanto, que este é um processo consolidado na maioria das
empresas avaliadas, onde se sobressaem as empresas dos setores industrial e comercial
e infra-estrutura com concentração média de 47% das empresas com os processos
variando entre o nível bem desenvolvido e altamente desenvolvido (Gráfico 99).
180
Gráfico 99 – Gerir recursos financeiros: análise setorial Fonte: Autor (2014).
4.2.3.9 Adquirir, construir e gerir bens e equipamentos
O Gráfico 100 identifica se as empresas possuem uma estratégia de
gerenciamento de seus bens imóveis. No setor de serviços especializados o processo
ainda é pouco desenvolvido. Nos demais setores, em média em 75% das empresas o
processo varia entre desenvolvido e altamente desenvolvido, destacando-se o setor
industrial e comercial.
Gráfico 100 – Estratégia de gerenciamento de bens imóveis Fonte: Autor (2014).
181
Através do Gráfico 101 é possível avaliar se as empresas desenvolvem políticas
de manutenção contínua de seus ativos produtivos. De forma similar ao gráfico anterior,
exceto no setor de serviços especializados, as empresas apresentam um bom nível de
desenvolvimento deste processo.
Gráfico 101 – Políticas de manutenção contínua de ativos produtivos Fonte: Autor (2014).
No setor residencial verifica-se que há uma distribuição aparentemente do tipo
normal para os resultados, com concentração no nível de processo desenvolvido.
A forma como as empresas fazem a análise e gestão dos riscos físicos associados
à sua operação está representada no Gráfico 102.
182
Gráfico 102 – Análise e gestão dos riscos físicos associados à operação Fonte: Autor (2014).
Nota-se que nos setores de artefatos, industrial e comercial e infra-estrutura e
residencial a maioria das empresas possui este processo bem desenvolvido, com
destaque para o setor de infra-estrutura. No setor residencial ocorre uma distribuição
bastante equilibrada entre todos os níveis e no setor de serviços especializados o
processo é ainda pouco desenvolvido.
O nível de efetividade dos processos de aquisição, construção e gestão de bens e
equipamentos está representado de forma geral, no Gráfico 103.
Gráfico 103 – Adquirir, construir e gerir bens e equipamentos Fonte: Autor (2014).
183
Observa-se que em 8% das empresas o processo é inexistente. Em 12%, o
processo é minimamente desenvolvido e em 15% o processo pode ser considerado como
pouco desenvolvido. Em 21% das empresas o processo está desenvolvido, em 20%, bem
desenvolvido e em 13%, muito desenvolvido. Nas 11% restantes, o processo é
considerado altamente desenvolvido.
Pode-se concluir, portanto, que este é um processo consolidado na maioria das
empresas avaliadas, onde se sobressaem as empresas dos setores de construção
industrializada, industrial e comercial, infra-estrutura e residencial com processos bem
consolidados. O inverso ocorre no setor de serviços especializados, onde 48% das
empresas se concentram na faixa de processo inexistente a pouco desenvolvido (Gráfico
104).
Gráfico 104 – Adquirir, construir e gerir bens e equipamentos: análise setorial Fonte: Autor (2014).
4.2.3.10 Gerir saúde, segurança e meio ambiente
Através do Gráfico 105 pode-se analisar a forma como as empresas avaliam os
impactos ambientais resultantes da execução de seus empreendimentos, processos,
produtos e/ou serviços. Observa-se que nos setores de construção industrializada e infra-
estrutura o processo é bem desenvolvido. Nos demais setores predominam empresas
com este processo pouco desenvolvido.
184
Gráfico 105 – Avaliação dos impactos ambientais resultantes dos processos Fonte: Autor (2014).
O Gráfico 106 demonstra se as empresas avaliam, desenvolvem e executam
programas de saúde, segurança e meio ambiente. Observa-se que em todos os setores,
exceto o de serviços especializados, este é um processo em desenvolvimento efetivo.
Gráfico 106 – Gestão de programas de saúde, segurança e meio ambiente Fonte: Autor (2014).
O nível de efetividade dos processos de gestão saúde, segurança e meio ambiente
está ilustrado de forma geral, no Gráfico 107.
185
Gráfico 107 – Gerir saúde, segurança e meio ambiente Fonte: Autor (2014).
Constata-se que em 14% das empresas o processo é inexistente. Em 14%, o
processo é minimamente desenvolvido e em 17% o processo pode ser considerado como
pouco desenvolvido. Em outros 14% das empresas o processo está desenvolvido, em
17%, bem desenvolvido e em 12%, muito desenvolvido. Nas 12% restantes, o processo
é considerado altamente desenvolvido.
Pode-se concluir que há um equilíbrio percentual entre todos os níveis de
desenvolvimento, sobressaindo os setores de construção industrializada e infra-estrutura
(Gráfico 108).
Gráfico 108 – Gerir saúde, segurança e meio ambiente: análise setorial Fonte: Autor (2014).
186
4.2.3.11 Gerir as relações com o mercado
O Gráfico 109 exibe a forma como as empresas planejam, constroem e gerem
suas relações com os stakeholders: credores/investidores, analistas de mercado,
acionistas, mídia, órgãos do governo, comunidade, grupos industriais ou de serviços.
Gráfico 109 – Gestão das relações com os stakeholders Fonte: Autor (2014).
Nota-se que exceto nos setores de construção industrializada e infra-estrutura,
este é um processo pouco desenvolvido nas empresas avaliadas. Esta característica é
pertinente aos dois setores que se sobressaem, por estarem diretamente envolvidos com
a execução de obras públicas.
Através do Gráfico 110 é possível avaliar se as empresas fazem a gestão das
questões legais, éticas e jurídicas. Observa-se que há um equilíbrio no percentual das
respostas nas empresas dos setores de construção industrializada, infra-estrutura e
serviços especializados, com tendência ao nível de processo desenvolvido nos dois
primeiros setores e pouco desenvolvido nas empresas de serviços especializados.
187
Gráfico 110 – Gestão das questões legais, éticas e jurídicas Fonte: Autor (2014).
O nível de efetividade dos processos de gestão das relações das empresas com
o mercado está representado de forma geral, no Gráfico 111.
Gráfico 111 – Gerir as relações com o mercado Fonte: Autor (2014).
Percebe-se que em 11% das empresas o processo é inexistente. Em 13%, o
processo é minimamente desenvolvido e em 19% o processo pode ser considerado como
pouco desenvolvido. Em outros 16% das empresas o processo está desenvolvido, em
188
18%, bem desenvolvido e em 14%, muito desenvolvido. Nas 9% restantes, o processo é
considerado altamente desenvolvido.
Portanto pode-se concluir que há um equilíbrio percentual entre os níveis de
desenvolvimento, sobressaindo os setores de construção industrializada e infra-estrutura
(Gráfico 112).
Gráfico 112 – Gerir as relações com o mercado: análise setorial Fonte: Autor (2014).
4.2.3.12 Gerir o conhecimento, a melhoria e as mudanças
O Gráfico 113 avalia se as empresas gerenciam suas estratégias de desempenho
organizacional através de processos de avaliação de desempenho e benchmarking.
Observa-se que esta é uma prática pouco desenvolvida em todos os setores,
destacando-se positivamente o setor de infra-estrutura, com 53% das empresas com o
processo variando entre bem desenvolvido e altamente desenvolvido.
189
Gráfico 113 – Gestão da estratégia de desempenho organizacional Fonte: Autor (2014).
Através do Gráfico 114 é possível avaliar se as empresas possuem um programa
de gestão do conhecimento. De forma similar ao gráfico anterior, os dados permitem
concluir que esta também é uma prática pouco desenvolvida em todos os setores
analisados, destacando-se apenas o setor de infra-estrutura.
Gráfico 114 – Existência de programa de gestão do conhecimento Fonte: Autor (2014).
O nível de efetividade dos processos de gestão do conhecimento, melhorias e
mudança está representado de forma geral, no Gráfico 115.
190
Gráfico 115 – Gerir o conhecimento, a melhoria e as mudanças Fonte: Autor (2014).
Percebe-se que em 21% das empresas o processo é inexistente. Em 19%, o
processo é minimamente desenvolvido e em 16% o processo pode ser considerado como
pouco desenvolvido. Em outros 19% das empresas o processo está desenvolvido, em
11%, bem desenvolvido e em 8%, muito desenvolvido. Nas 6% restantes, o processo é
considerado altamente desenvolvido.
Portanto pode-se concluir que este é um processo com um nível baixo de
desenvolvimento em todos os setores, sobressaindo-se apenas o setor de infra-estrutura
(Gráfico 116).
Gráfico 116 – Gerir o conhecimento, a melhoria e as mudanças: análise setorial Fonte: Autor (2014).
191
4.3 ANÁLISE INFERENCIAL DOS DADOS
O propósito deste subitem é analisar as relações existentes entre as variáveis que
compõem os grupos características organizacionais e nível de efetividade de processos.
Por meio do emprego das técnicas de análise fatorial, análise discriminante e
análise de clusters, pretende-se identificar as variáveis independentes que mais
contribuem para as diferenças entre os setores, analisar a existência de diferenças
estatisticamente significantes entre estes setores e, ainda, sem que haja uma relação
causal entre as variáveis, agrupar tais variáveis em conglomerados homogêneos ou
compactos que possuam uma ou mais características comuns.
As três técnicas de análise multivariada empregadas nesta dissertação
consideraram a amostra composta por 118 empresas. As 29 variáveis independentes
que compõem o grupo das características organizacionais estão representadas no
Quadro 10. Com o objetivo de facilitar o entendimento dos resultados, as variáveis foram
nomeadas de acordo com o número da questão a que se referem no questionário.
(continua)
N. Denominação das variáveis independentes
das características organizacionais
X29 Nível de centralização da estrutura organizacional
X30 Nível de formalização dos cargos e funções
X31 Estilo de gestão da empresa
X32 Média de horas de treinamento/ano
X33 Nível de formalização das atividades e processos
X34 Grau de autonomia dos funcionários
X35 Grau de especialização dos funcionários
X36 Nível de departamentalização
X37 Nível de integração entre os processos
X38 Taxa de crescimento da empresa nos últimos três anos
X39 Nível de formação dos funcionários
X40 Nível de cooperação entre os funcionários
X41 Nível de interação entre os funcionários
X42 Nível de controle exercido sobre as atividades e/ou funcionários
Quadro 10 – Variáveis independentes das características organizacionais Fonte: Autor (2014).
192
(conclusão)
N. Denominação das variáveis independentes
das características organizacionais
X43 Nível de investimento em tecnologias e equipamentos, realizado nos últimos três anos
X44 Posição da empresa em relação aos seus concorrentes
X45 Tempo de resposta da empresa às demandas do mercado
X46 Capacidade da empresa em se adaptar às mudanças do seu mercado/ambiente
X47 Características de dinamismo do mercado em que a empresa atua
X48 Comportamento da empresa em relação às tendências do mercado
X49 Nível de formalização nas relações entre os funcionários
X50 Nível de conhecimento dos funcionários em relação às estratégias de gestão
X51 Posição da empresa em relação à redução de custos em suas atividades ou processos
X52 Nível de preocupação da empresa em relação à adoção de melhorias nos processos
X53 Nível de preocupação da empresa em relação à prevenção de problemas
X54 Avaliação das habilidades necessárias aos funcionários para a execução de suas atividades
X55 Nível de alinhamento das características dos empreendimentos, produtos ou serviços com a estratégia adotada pela empresa
X56 Nível de preocupação com a diferenciação de seus empreendimentos, produtos ou serviços em relação aos seus concorrentes
X57 Evolução do quadro de funcionários nos últimos três anos
Quadro 10 – Variáveis independentes das características organizacionais Fonte: Autor (2014).
As 34 variáveis independentes que compõem o grupo nível de efetividade dos
processos, encontram-se nomeadas conforme o questionário, e seguem representadas
no Quadro 11.
193
N. Denominação das variáveis independentes do
nível de efetividade dos processos
X58 Ambiente de atuação da empresa
X59 Análise das necessidades dos clientes
X60 Visão e posicionamento estratégicos
X61 Análise do desempenho interno com base em indicadores e/ou metas estratégicas
X62 Análise de desempenho dos produtos/ empreendimentos X oportunidades de mercado
X63 Existência de processo formal de elaboração e desenvolvimento de novos empreendimentos, produtos ou projetos
X64 Utilização de processos integrados de desenvolvimento de projetos ou produtos com tecnologia de informação
X65 Execução do planejamento e gestão do cronograma físico-financeiro
X66 Processo de marketing
X67 Processo de vendas
X68 Existência de plano formal para aquisição de materiais e serviços
X69 Gestão de estoques de matéria-prima
X70 Integração entre o planejamento dos setores comercial e de produção/execução
X71 Existência de planejamento, programação e controle de produção/execução de empreendimentos, produtos ou serviços
X72 Planejamento X disponibilidade de recursos materiais e mão-de-obra
X73 Existência de procedimentos formais para a execução de serviços ou fabricação de produtos
X74 Procedimentos de atendimento ao cliente
X75 Níveis de serviço para o atendimento ao cliente
X76 Estratégias e políticas efetivas de gerenciamento de recursos humanos
X77 Programa de remuneração variável
X78 Sistema de gestão de informações compatível com a estratégia de negócios
X79 Uso de tecnologia de informação nas relações estabelecidas com fornecedores e clientes
X80 Execução de planejamento e controle orçamentário
X81 Adoção da contabilidade de custos como fonte de informação de planejamento e controle
X82 Gestão da performance financeira com base em dados confiáveis
X83 Estratégia de gerenciamento de bens imóveis
X84 Políticas de manutenção contínua de ativos produtivos
X85 Análise e gestão dos riscos físicos associados à operação
X86 Avaliação dos impactos ambientais resultantes dos processos
X87 Gestão de programas de saúde, segurança e meio ambiente
X88 Gestão das relações com os stakeholders
X89 Gestão das questões legais, éticas e jurídicas
X90 Gestão da estratégia de desempenho organizacional
X91 Existência de programa de gestão do conhecimento
Quadro 11 – Variáveis independentes do nível de efetividade dos processos Fonte: Autor (2014).
194
4.3.1 Análise fatorial
Conforme citado anteriormente, a análise fatorial foi elaborada com o propósito de
identificar, de forma objetiva, as categorias de variáveis independentes que, incorporando
ao modelo um número reduzido de variáveis representativas de tais categorias, evitem a
redundância informativa e os problemas que a existência da multicolinearidade pode
provocar no resultado da análise (MAROCO, 2003).
A análise das características organizacionais e do nível de efetividade dos
processos foi desenvolvida de acordo com os pressupostos da análise fatorial,
pormenorizados no Capítulo 3.
4.3.1.1 Análise fatorial das características organizacionais
Analisando-se o conjunto das 29 variáveis utilizadas para obtenção dos dados,
através do modelo de Alfa de Cronbach, percebe-se que o constructo e a escala adotados
apresentam boa confiabilidade interna, uma vez que o valor obtido é de 0,886, muito
superior ao mínimo ideal sugerido de 0,600. Posto isto, conclui-se que os dados são
adequados para o propósito para o qual foram designados (Tabela 4).
Tabela 3 – Teste Alfa de Cronbach - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
195
Através da análise da matriz de correlações (Correlation Matrix), apresentada no
APÊNDICE B desta dissertação, percebe-se que todas as variáveis apresentam
correlação linear entre si, mesmo que em poucos casos o valor seja inferior a 0,300.
O resultado do Teste KMO, apresentado na Tabela 5 sugere que há boa
adequação da amostra quanto ao grau de correlação parcial entre as variáveis, uma vez
que ofereceu um valor de 0,824, sendo ratificado pelo Teste de Esfericidade de Bartett
que tem associado um nível de significância de 0,000, valor muito inferior a 0,050, o que
leva a rejeitar a hipótese de a matriz das correlações entre as variáveis ser a identidade,
mostrando, portanto, que existe correlação entre as variáveis, ratificando, desta forma, o
emprego da análise fatorial.
Tabela 4 – Testes KMO e Esfericidade de Bartlett - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
A matriz anti-imagem (Anti-image Matrices), apresentada no APÊNDICE B desta
dissertação, apresenta todos os valores da diagonal superiores a 0,500, o que mantém a
permanência de todas as 29 variáveis na análise fatorial.
O resultado das comunalidades, extraídas através do método da análise de
componentes principais, está apresentado na Tabela 6. Como pode-se observar, todas
as variáveis extraídas apresentaram valor superior a 0,500, sendo, portanto, mantidas na
análise.
196
Tabela 5 – Comunalidades - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Concluída a validação da amostra à análise fatorial, o próximo passo foi obter o
número de fatores a reter para a análise dos dados. Para tanto, adotou-se o critério de
Kaiser, em que se escolhe o número de fatores a reter em função do número de valores
próprios (Initial Eigenvalues) maiores que 1,000.
Na situação inicial, utilizando-se o método de extração das componentes
principais, a soma dos valores próprios iguala o número de variáveis, que neste caso são
29. Para explicar 100% da variância dos dados foram necessárias as 29 componentes,
assim, a proporção da variância total explicada por cada componente corresponde ao
quociente entre cada valor próprio e a variância total.
Dado que existem sete valores próprios maiores que 1,000 segundo o critério de
Kaiser, retêm-se então sete fatores que serão utilizados na análise discriminante e
análise de clusters, já que conseguem explicar 63,211% da associação total entre as
variáveis (Tabela 7). Pode-se concluir ainda, que o fator 1 é o que mais se destaca, por
ser derivado do maior autovalor, com uma explicação de 28,503%.
197
Tabela 6 – Variância total explicada - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
A “Regra do cotovelo”, visualizada através da Figura 12, ratifica o número de
fatores a reter, sinalizando graficamente que sete desses fatores explicam a maior parte
da variância, uma vez que a linha começa a endireitar após o Fator 7. Os demais fatores
explicam uma proporção muito pequena, e provavelmente sem importância, da variância.
198
Figura 12 – Regra do cotovelo – variáveis organizacionais Fonte: SPSS (2014).
A Tabela 8 demonstra a matriz de componentes dos fatores rotacionados pelo
método Varimax (Rotated Component Matrix). A escolha das variáveis que compõem
cada um dos sete fatores se deu através da observação das cargas fatoriais de cada
variável, da esquerda para direita, ao longo de cada linha, elegendo-se a carga fatorial
de maior valor absoluto. Em geral, consideram-se significativos os fatores maiores ou
iguais a 0,500 por serem responsáveis por pelo menos 25% da variância. Estas variáveis
encontram-se destacadas nesta Tabela.
199
Tabela 7 – Matriz de componentes rotacionados - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
De acordo com os dois critérios citados, o Quadro 12 sintetiza o conjunto de
variáveis que representa cada um dos sete fatores.
200
Fator Variáveis
1 - Nível de controle exercido sobre as atividades e/ou funcionários (X42); - Capacidade da empresa em se adaptar às mudanças do seu mercado/ambiente (X46); - Nível de preocupação da empresa em relação à prevenção de problemas (X52); - Avaliação das habilidades necessárias aos funcionários para a execução de suas atividades (X53); - Nível de alinhamento das características dos empreendimentos, produtos ou serviços com a estratégia adotada pela empresa (X54); - Nível de preocupação com a diferenciação de seus empreendimentos, produtos ou serviços em relação aos seus concorrentes (X55); - Evolução do quadro de funcionários nos últimos três anos (X56).
2 - Nível de cooperação entre os funcionários (X40); - Nível de interação entre os funcionários (X41); - Nível de conhecimento dos funcionários em relação às estratégias de gestão (X50).
3 - Nível de formalização dos cargos e funções (X30); - Média de horas de treinamento/ano (X32); - Nível de formalização das atividades e processos (X33); - Nível de departamentalização (X36).
4 - Taxa de crescimento da empresa nos últimos três anos (X38); - Posição da empresa em relação aos seus concorrentes (X44); - Evolução do quadro de funcionários nos últimos três anos (X57).
5 - Nível de centralização da estrutura organizacional (X29); - Estilo de gestão da empresa (X31); - Grau de autonomia dos funcionários (X34).
6 - Nível de formação dos funcionários (X39); - Nível de formalização nas relações entre os funcionários (X49); - Posição da empresa em relação à redução de custos em suas atividades ou processos (X51).
7 - Características de dinamismo do mercado em que a empresa atua (X47).
Quadro 12 – Fatores organizacionais x variáveis Fonte: Autor (2014).
Os fatores determinados pela análise fatorial indicam a existência de um conjunto
de características que mais se destacam dentro do grupo de variáveis avaliadas. Tais
fatores foram renomeados de acordo com as características comuns das variáveis que
os representam.
O primeiro fator, responsável por 15,195% da variância explicada, composto por
sete variáveis positivamente relacionadas, dentre as quais se destacam a X52, X53, X54
e X55 com cargas fatoriais mais elevadas, foi nomeado “Estratégias de melhoria”.
Observa-se que na composição deste fator, as variáveis que representam o nível de
preocupação das empresas em relação à adoção de melhorias nos processos e à
prevenção de problemas, bem como das habilidades dos funcionários para a execução
201
de suas atividades e o nível de alinhamento das características dos produtos com a
estratégia adotada pelas empresas, estão positivamente relacionadas e são as que mais
se destacam, demonstrando que a necessidade de melhoria é um componente de
destaque nas características das organizações de construção civil.
O fator dois, designado “Comportamento do indivíduo no trabalho” é responsável
por 10,650% da variância e é composto por três variáveis positivamente relacionadas,
ressaltando o nível de cooperação e interação entre os funcionários.
O terceiro fator, também representando 10,650% da variância total, é identificado
como “Estrutura de funcionamento” e destaca alguns dos principais fatores
condicionantes da estrutura organizacional através dos níveis de formalização de cargos
e funções, atividades e processos e dos critérios de departamentalização das empresas,
caracterizando a estrutura de funcionamento das empresas. Este fator é composto por
quatro variáveis que se relacionam positivamente.
O fator 4, “Dinâmica de crescimento”, representado por três variáveis
positivamente relacionadas é responsável por 8,453% da variância, e destaca a dinâmica
de crescimento das empresas através da correlação positiva entre a taxa de crescimento
da empresa e a evolução do quadro de funcionários nos últimos três anos, bem como a
atuação das empresas frente à seus concorrentes.
O quinto fator, com 6,745% de representação da variância total, também é
constituído por três variáveis relacionadas positivamente com o fator. Indica o “Estilo de
gestão” das empresas através da composição de outros três importantes fatores
condicionantes da estrutura organizacional: as características de centralização, o estilo
de gestão e o grau de autonomia dos funcionários.
O sexto fator é composto por três variáveis, duas das quais se relacionam
negativamente com o fator, demonstrando que quanto maior o nível de formação dos
funcionários, menor o nível de formalização entre suas relações interpessoais. Este fator
denominado de “Relações interpessoais” é responsável por 6,684% da variância.
Por fim, o fator 7, composto apenas por uma variável, responde por 4,833% da
variância e foi nomeado “Posicionamento perante o mercado”, indicando as
características de dinamismo do mercado em que as empresas estão inseridas.
202
Os escores fatoriais resultantes da combinação linear entre os valores das
variáveis observacionais e os respectivos coeficientes do score fatorial estão listados no
APÊNDICE B desta dissertação.
4.3.1.2 Análise fatorial do nível de efetividade dos processos
Através da avaliação do conjunto das 34 variáveis empregadas na obtenção dos
dados referentes ao nível de efetividade dos processos, percebe-se, por meio do modelo
de Alfa de Cronbach, que o constructo e a escala adotados apresentam alta
confiabilidade interna e, portanto, também são adequados para a aplicação da técnica de
análise fatorial (Tabela 9).
Tabela 8 – Teste Alfa de Cronbach - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
A análise da matriz de correlações (Correlation Matrix), apresentada no
APÊNDICE B desta dissertação, indica que todas as variáveis apresentam correlação
linear entre si, mesmo que em poucos casos o valor seja inferior a 0,300.
O resultado do Teste KMO de 0,938 (entre 0,900 e 1,000), apresentado na Tabela
10 sugere que há muito boa adequação da amostra quanto ao grau de correlação parcial
entre as variáveis. O Teste de Esfericidade de Bartett tem associado um nível de
significância de 0,000, levando à rejeição da hipótese nula, ratificando, portanto, que
existe correlação entre as variáveis.
203
Tabela 9 – Testes KMO e Esfericidade de Bartlett - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
A matriz anti-imagem (Anti-image Matrices), apresentada no APÊNDICE B desta
dissertação, assinala todos os valores da diagonal acima de 0,900, retendo as 34
variáveis na análise fatorial.
A Tabela 11 indica o valor das comunalidades, extraídas através do método da
análise de componentes principais. Como todas as variáveis extraídas apresentaram
valor superior a 0,500, permanecem na análise.
Tabela 10 – Comunalidades - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
204
Dada a validação da amostra à análise fatorial, o próximo passo foi obter o número
de fatores a reter para a análise dos dados. Para tanto, adotou-se o critério de Kaiser,
em que se escolhe o número de fatores a reter em função do número de valores próprios
(Initial Eigenvalues) maiores que 1,000.
Utilizando-se o método de extração das componentes principais, a soma dos
valores próprios se iguala ao número de variáveis, que neste caso são 34. Para explicar
a totalidade da variância dos dados foram necessárias as 34 componentes, assim, a
proporção da variância total explicada por cada componente corresponde ao quociente
entre cada valor próprio e a variância total.
Como existem seis valores próprios maiores que 1,000, de acordo o critério de
Kaiser, deve-se reter seis fatores que serão utilizados na análise discriminante e análise
de clusters, já que conseguem explicar 75,558% da associação total entre as variáveis
(Tabela 12).
Tabela 11 – Variância total explicada - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
205
O número de fatores a reter é confirmado pela “Regra do cotovelo”, visualizada
através da Figura 13. Graficamente pode-se verificar que seis dos fatores explicam a
maior parte da variância.
Figura 13 – Regra do cotovelo – variáveis de processo Fonte: SPSS (2014).
A Tabela 13 representa a matriz de componentes dos fatores rotacionados com o
emprego do método Varimax (Rotated Component Matrix). A escolha das variáveis que
compõem cada um dos seis fatores se deu através da observação das cargas fatoriais
de cada variável, da esquerda para direita, ao longo de cada linha, elegendo-se a carga
fatorial de maior valor absoluto. Usualmente consideram-se significativos os fatores que
apresentam valores maiores ou iguais a 0,500. Estas variáveis encontram-se destacadas
na tabela a seguir.
206
Tabela 12 – Matriz de componentes rotacionados - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
De acordo com os dois critérios citados, o Quadro 13 sumariza o conjunto de
variáveis que representam cada um dos seis fatores.
207
Fator Variáveis
1 - Execução de planejamento e controle orçamentário (X80); - Adoção da contabilidade de custos como fonte de informação de planejamento e controle (X81); - Gestão da performance financeira com base em dados confiáveis (X82); - Estratégia de gerenciamento de bens imóveis (X83); - Políticas de manutenção contínua de ativos produtivos (X84); - Análise e gestão dos riscos físicos associados à operação (X85); - Gestão das questões legais, éticas e jurídicas (X89).
2 - Análise do desempenho interno com base em indicadores e/ou metas estratégicas (X61); - Estratégias e políticas efetivas de gerenciamento de recursos humanos (X76); - Sistema de gestão de informações compatível com a estratégia de negócios (X78); - Avaliação dos impactos ambientais resultantes dos processos (X86); - Gestão de programas de saúde, segurança e meio ambiente (X87); - Gestão das relações com os stakeholders (X88); - Gestão da estratégia de desempenho organizacional (X90).
3 - Existência de processo formal de elaboração e desenvolvimento de novos empreendimentos, produtos ou projetos (X63); - Processo de marketing (X66); - Processo de vendas (X67); - Procedimentos de atendimento ao cliente (X74); - Níveis de serviço para o atendimento ao cliente (X75); - Programa de remuneração variável (X77); - Existência de programa de gestão do conhecimento (X91).
4 - Existência de plano formal para aquisição de materiais e serviços (X68); - Gestão de estoques de matéria-prima (X69); - Integração entre o planejamento dos setores comercial e de produção/execução (X70); - Existência de planejamento, programação e controle de produção/execução de empreendimentos, produtos ou serviços (X71).
5 - Análise do ambiente de atuação da empresa (X58); - Análise das necessidades dos clientes (X59); - Visão e posicionamento estratégicos (X60).
6 - Análise de desempenho dos produtos/empreendimentos X oportunidades de mercado (X62); - Planejamento X disponibilidade de recursos materiais e mão-de-obra (X72); - Existência de procedimentos formais para a execução de serviços ou fabricação de produtos (X73).
Quadro 13 – Fatores de processo x variáveis Fonte: Autor (2014).
Estes fatores determinados representam as características que mais se destacam
dentro do grupo de variáveis avaliadas. Tais fatores foram renomeados em função das
características comuns das variáveis que os representam.
O fator 1, representando 16,974% da variância explicada é identificado como
“Gestão de recursos e bens” e constituído por oito variáveis, relacionadas positivamente
com o fator. Destacam-se as variáveis X80, X81 e X82 com cargas fatoriais mais altas.
O segundo fator, intitulado “Gestão de indicadores de performance”, com 16,688%
de representação da variância total, é composto por sete variáveis positivamente
208
relacionadas, dentre as quais destacam-se aquelas relacionadas aos processos de
gestão de saúde, segurança e meio ambiente.
Já o terceiro fator, com 14,775% % de representação da variância total, nomeado
“Gestão de processos comerciais” é formado por sete variáveis, relacionadas
positivamente com o fator.
O fator 4 é responsável por 9,818% da variância. Composto por quatro variáveis
de correlação positiva, está relacionado com os processos de “Planejamento e
execução” .
O quinto fator, identificado como “Gestão da estratégia”, responde por 9,352% da
variância e contempla três variáveis positivamente relacionadas.
O fator 6, “Procedimentos de melhoria”, igualmente formado por três variáveis de
correlação positiva, é responsável por 7,950% da variância.
Os escores fatoriais resultantes da combinação linear entre os valores das
variáveis observacionais e os respectivos coeficientes do escore fatorial estão
apresentados no APÊNDICE B, desta dissertação. Com base nestes escores, inicia-se a
análise discriminante dos dados.
4.3.2 Análise discriminante
De acordo com Gimenes e Uribe-Opazo (2003), a análise discriminante é uma
técnica multivariada que permite descobrir as ligações que existem entre um caráter
qualitativo, a ser explicado, e um conjunto de caracteres quantitativos explicativos.
Porém em algumas situações o número inicial de variáveis independentes é muito
elevado e pode não haver uma correta proporção entre o tamanho da amostra (total e
por grupos) e o número de variáveis, provocando distorções no resultado da análise
discriminante. Neste caso, torna-se desejável selecionar um número relativamente menor
de variáveis que contenha tanta informação quanto a coleção original.
Por estes motivos, a análise discriminante foi desenvolvida a partir dos escores
resultantes da análise fatorial das características organizacionais e do nível de
efetividade dos processos. Desta forma, a amostra avaliada, previamente segmentada
209
em cinco grupos (variáveis dependentes) é composta por 118 empresas. O número de
variáveis independentes para a análise das características organizacionais é de sete
(número de escores fatoriais) e seis para o nível de efetividade de processos. Assim
sendo, todas as recomendações referentes ao tamanho da amostra foram atendidas.
As análises apresentadas a seguir foram desenvolvidas de acordo com os
pressupostos da análise discriminante, detalhados no subitem 3.5.4.2.1 desta
dissertação, com o objetivo de identificar os fatores associados às características
organizacionais e ao nível de efetividade dos processos que mais diferenciam os cinco
setores de atividade em que a amostra está segmentada.
4.3.2.1 Análise discriminante das características organizacionais
A avaliação da normalidade univariada das variáveis independentes está
representada na Tabela 14. Em função do tamanho da amostra, segue-se a
recomendação de Dancey e Reidy (2013), adotando-se os resultados do teste de
Kolmogorov-Smirnov, com a correção de Lilliefors.
Tabela 13 – Teste de normalidade - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Como todos os sete fatores do teste de Kolmogorov-Smirnov apresentam p-value
(sig.) > 0,050, não se rejeita H0, subentendendo-se que a distribuição normal é uma
distribuição possível para o conjunto de dados em questão.
210
A existência de homogeneidade das matrizes de variância e covariância entre os
grupos é verificada através do Teste M de Box, observado na Tabela 15. Os resultados
indicam que a hipótese de igualdade das matrizes de variância e covariância encontra
sustentação, uma vez que o p-value (sig.) > 0,050.
Tabela 14 – Teste M de Box - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Pela análise das correlações entre as variáveis, apresentada na Tabela 16,
conclui-se que não há problemas de multicolinearidade entre as variáveis independentes,
uma vez que todos os valores listados abaixo da diagonal são baixos.
Tabela 15 – Correlação - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Portanto, depois de verificados todos os pressupostos da análise discriminante, o
próximo passo consiste em efetuar a análise preliminar das variáveis independentes. O
teste de igualdade entre as médias revela o potencial de cada variável para separar os
grupos. Desta maneira, os fatores que apresentam α < 0,050, destacados na Tabela 17,
211
passam no pressuposto da igualdade das matrizes de variância e covariância, sendo,
portanto, significantes na diferenciação entre os grupos.
Tabela 16 – Teste de igualdade entre as médias - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Contudo, este teste não considera as correlações entre as variáveis explicativas,
logo a interpretação do nível de significância associado a cada variável não obriga a
mantê-la ou removê-la do modelo. Porém, a não rejeição da hipótese de igualdade da
média de uma variável nos grupos aumenta a probabilidade desta variável ser
classificada incorretamente em outro grupo (BELFIORE et al.,2005).
Posto isto, os fatores que mais se distinguem nesta análise são: “Estrutura de
funcionamento”, “Relações interpessoais”, “Posicionamento da empresa perante o
mercado” e “Estratégias de melhoria”. Este último fator, apesar de não ser não
significativo a 0,05 apresenta elevado valor de F, sendo, portanto considerado como
discriminante das características organizacionais.
Entretanto, de acordo com Belfiore et al. (2005), a estatística Lambda de Wilks,
apresentada na Tabela 17 oferece informações referentes às diferenças entre os grupos.
O índice é obtido pela razão da variação dentro dos grupos (variação não explicada)
sobre a variação total. O resultado varia entre 0,000 e 1,000, sendo que pequenos valores
indicam a existência de grandes diferenças entre os grupos, enquanto valores elevados
indicam ausência de diferenças entre os mesmos. Como todos os valores representados
pelo Lambda de Wilks são próximos de 1,000, conclui-se que o nível de diferenciação
dos fatores é baixo.
212
A importância das funções discriminantes geradas pode ser visualizada na Tabela
18. Os valores próprios (eigenvalues) são a razão da variação entre os grupos pela
variação dentro dos mesmos. Quanto mais afastados de 1,000, maior será a variação
entre os grupos explicada pela função discriminante (BELFIORE et al., 2005).
Tabela 17 – Funções discriminantes - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Como os eigenvalues resultantes desta análise estão muito afastados de 1,000,
conclui-se que a variação entre os grupos explicadas pela função discriminante é alta.
Contudo, o resultado da correlação canônica apresenta valores afastados de 1,000,
demonstrando que as quatro funções discriminantes obtidas pela análise possuem baixo
poder de discriminação.
A primeira função contribui com 43,3% do total da variância entre os grupos, sendo
a que tem o maior poder de separação. A segunda função explica 37,5% da variância
intergrupal e a terceira e a quarta funções explicam somente 10,0% e 9,1% da variância.
Com o propósito de determinar o número de funções a serem retidas emprega-se
o teste de hipótese de Lambda de Wilks, cujos resultados são exibidos na Tabela 19. Os
resultados da significância indicam que apenas as funções discriminantes um e dois são
estatisticamente significantes.
213
Tabela 18 – Lambda de Wilks - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
O output Structure Matrix apresenta, através da Tabela 20 os coeficientes
estruturais. Os valores destacados representam a maior correlação absoluta entre cada
variável e a função discriminante. Quanto maiores forem os coeficientes, em valor
absoluto, mais a função discriminante detém a informação contida nestas variáveis.
Tabela 19 – Matriz estrutural - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Verifica-se, portanto que o fator “Dinâmica de crescimento” faz parte da primeira
função e os fatores “Estrutura de funcionamento” e “Posicionamento perante o mercado”,
compõe a segunda função. Os fatores “Estilo de gestão” e “Relações interpessoais” são
destacados na terceira função discriminante e por fim, o fator “Estratégias de melhoria”
integra a quarta função. Através destas funções discriminantes, ocorre a classificação
das empresas nos setores de atividade.
O Gráfico 117 indica a posição do centróide de cada um dos cinco setores.
Percebe-se que há uma proximidade muito grande entre os centróides, especialmente
aqueles que representam os setores residencial, industrial e comercial e infra-estrutura,
214
indicando que não há uma diferenciação significativa das características organizacionais
entre os setores.
Gráfico 117 – Posição dos centróides - variáveis organizacionais Fonte: SPSS (2014).
A Tabela 21 apresenta o sumário das probabilidades de classificação calculadas
a priori a partir da amostra para a obtenção do ponto de corte crítico.
Tabela 20 – Probabilidades de classificação - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
215
A conclusão desta análise discriminante é obtida através da verificação da eficácia
da classificação das observações originais. O percentual de cada setor classificado
corretamente pode ser identificado na diagonal da matriz. A análise da Tabela 22
demonstra que 50,8% dos casos foram corretamente classificados.
Tabela 21 – Classificação da amostra - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Com o intuito de verificar se o percentual de elementos classificados corretamente
é satisfatório, aplica-se o Teste Q de Press.
𝑄 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠 = [𝑁− (𝑛𝐾)]2
𝑁(𝐾−1) =
[118− (60𝑥5)]2
118(5−1) = 70,18 (Eq. 04)
Onde:
N – tamanho da amostra total
n – número de observações corretamente classificadas
K – número de grupos
Como o resultado obtido para Q de Press é superior ao valor crítico tabelado da
distribuição do Qui-quadrado, χ2n=13,277, para quatro graus de liberdade, admite-se que
a precisão da classificação para a amostra em análise excede em um nível
estatisticamente significante a classificação ao acaso, validando o uso da análise
discriminante para as características organizacionais.
216
4.3.2.1 Análise discriminante do nível de efetividade dos processos
A avaliação da normalidade univariada das variáveis independentes do nível de
efetividade dos processos é exibida na Tabela 23. Em função do tamanho da amostra,
segue-se a recomendação de Dancey e Reidy (2013), adotando-se os resultados do teste
de Kolmogorov-Smirnov, com a correção de Lilliefors.
Tabela 22 –Teste de normalidade - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
Como todos os seis fatores apresentam p-value (sig.) > 0,050, a hipótese nula (H0)
é validada, ou seja, subentende-se que o conjunto de dados em questão possui
distribuição normal.
O resultado do teste M de Box, apresentado na Tabela 24 indica que a hipótese
de homogeneidade das matrizes de variância e covariância é verdadeira.
Tabela 23 –Teste M de Box - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
217
A análise das correlações de Pearson existente entre as variáveis, apresentada
na Tabela 25, permite concluir que não há problemas de multicolinearidade entre os
fatores, uma vez que todos os valores listados abaixo da diagonal são considerados
baixos (próximos de 0,000).
Tabela 24 – Correlação - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
Depois de verificados todos os pressupostos da análise discriminante, a próxima
etapa contempla a análise preliminar das variáveis independentes. Neste caso, o teste
de igualdade entre as médias dos grupos destaca apenas o fator “Gestão de indicadores
de performance”, como significante na diferenciação entre os grupos (Tabela 26).
Tabela 25 – Teste de igualdade entre as médias - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
218
Da mesma forma que na análise das características organizacionais, o output
Lambda de Wilks apresenta valores próximos de 1,000 levando-se a concluir que o nível
de diferenciação destes fatores também é muito baixo.
A relevância de cada uma das funções discriminantes geradas está representada
na Tabela 27. Observa-se que quatro funções discriminantes foram obtidas pela análise.
A primeira função contribui com 64,4% do total da variância entre os grupos, e, portanto
tem o maior poder de classificação. A segunda função explica 20,6% da variância. A
terceira função explica 9,8% e a quarta, somente 5,2% da variância.
Tabela 26 – Funções discriminantes - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
Os eigenvalues determinados por esta análise são muito afastados de 1,000.
Portanto conclui-se que a variação entre os grupos, explicada pela função discriminante
também é elevada. Já o resultado da correlação canônica exibe valores afastados de
1,000, demonstrando que as quatro funções discriminantes obtidas pela análise possuem
fraco poder de discriminação.
O teste de hipótese de Lambda de Wilks é aplicado com o objetivo de determinar
o número de funções a serem retidas. Os resultados da significância, apresentados na
Tabela 28 indicam que apenas a primeira função discriminante é estatisticamente
significante.
219
Tabela 27 – Lambda de Wilks - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
A Tabela 29 ilustra os coeficientes estruturais da matriz.
Tabela 28 – Matriz estrutural - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
Os valores destacados representam a maior correlação absoluta entre cada
variável e a função discriminante. Identifica-se que o fator “Gestão de indicadores de
performance” integra a primeira função; os fatores “Procedimentos de melhoria”, “Gestão
da estratégia” e “Gestão de recursos e bens” fazem parte da segunda função. O fator
“Gestão de processos comerciais” compõe a terceira função e o fator “Planejamento e
execução” é destacado na quarta função discriminante.
A posição do centróide dos cinco grupos (setores) está representada graficamente.
Observa-se que também há uma proximidade muito grande entre todos os centróides,
indicando que há um baixo nível de diferenciação do nível de efetividade dos processos
entre os setores (Gráfico 118).
220
Gráfico 118 – Posição dos centróides - variáveis de processo Fonte: SPSS (2014).
O sumário das probabilidades de classificação calculadas a priori a partir da
amostra para a obtenção do ponto de corte crítico é apresentado na Tabela 30.
Tabela 29 – Probabilidades de classificação - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
221
A análise da Tabela 31 representa a verificação da eficácia da classificação das
observações originais. Conclui-se que 53,4% dos casos foram classificados corretamente
de acordo com os cinco setores.
Tabela 30 – Classificação da amostra - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
Com o intuito de verificar se o percentual de elementos classificados corretamente
é satisfatório, aplica-se o Teste Q de Press.
𝑄 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠 = [𝑁− (𝑛𝐾)]2
𝑁(𝐾−1) =
[118− (63𝑥5)]2
118(5−1) = 70,18 (Eq. 05)
Sendo:
N – tamanho da amostra total
n – número de observações corretamente classificadas
K – número de grupos
O valor resultante de Q de Press é 82,22, e, portanto superior ao valor crítico
tabelado da distribuição do Qui-quadrado, χ2n=13,277, para quatro graus de liberdade.
Logo, admite-se que a precisão da classificação da amostra em análise excede em um
nível estatisticamente significante a classificação ao acaso, ratificando o uso da análise
discriminante.
222
4.3.3 Análise de clusters
Finalizada a análise discriminante, parte-se para o método multivariado de análise
de conglomerados ou clusters. Este tipo de técnica visa o agrupamento não mais de
variáveis, mas de indivíduos, ou unidades observacionais, segundo determinados
critérios de distância entre os respectivos vetores de dados (BELFIORE et al., 2007).
Uma característica importante neste tipo de análise é o fato de não haver qualquer
tipo de dependência entre as variáveis, ou seja: os grupos definem-se por si mesmos,
sem que haja uma relação causal entre as variáveis (PEREIRA, 2008).
A análise de agrupamentos é, portanto, uma ferramenta de descoberta de
associações reveladoras em uma estrutura de dados que, embora não tenham sido
previamente evidentes, são sensíveis e úteis quando descobertas (BURNS E BURNS,
2008).
A análise cluster foi elaborada a partir dos escores resultantes da análise fatorial
das características organizacionais e do nível de efetividade dos processos,
apresentados no APÊNDICE B desta dissertação.
Os resultados apresentados a seguir foram desenvolvidos de acordo com a
sequência proposta no subitem 3.5.4.3 desta dissertação, com o objetivo de identificar se
os agrupamentos naturalmente formados a partir dos fatores associados às
características organizacionais e ao nível de efetividade dos processos que mais se
destacam, tendem a discriminar os cinco diferentes setores de atividade.
4.3.3.1 Análise cluster das características organizacionais
A Tabela 32 mostra o número de sujeitos computados na análise das
características organizacionais, neste caso, 118 empresas.
223
Tabela 31 – Sumário de casos - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Conforme descrito no Capítulo 3, a análise de clusters tem início com a aplicação
do Método de Ward, cujo objetivo principal é determinar o número de clusters a serem
retidos.
Através do output Agglomeration Shedule, apresentado no APÊNDICE B desta
dissertação, além de observar-se a ordem de agregação dos sujeitos nos respectivos
clusters, é possível determinar o número de clusters a reter com base nos coeficientes
de aglomeração (distância entre dois clusters).
A Tabela 33 reproduz, de forma parcial e reformulada, os coeficientes de
aglomeração. Observa-se por meio do output Change que a maior diferença entre os
coeficientes de aglomeração subsequentes (“salto numérico”) ocorre entre os estágios
111 e 110 (output Stage), destacados na cor cinza. Portanto têm-se sete clusters a reter.
224
Tabela 32 – Coeficientes de aglomeração - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Após a determinação do número de clusters, inicia-se a análise não hierárquica.
O primeiro output obtido está representado na Tabela 34 e mostra que nove iterações
foram efetuadas.
Tabela 33 – Número de iterações - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
225
A coluna Distance do output Cluster Membership, apresentada na Tabela 35
permite avaliar quão semelhante, ou dissemelhante, é cada observação do centro do
respectivo agrupamento, bem como identificar a presença de cada sujeito em cada um
dos sete clusters formados.
Tabela 34 – Inclusão dos sujeitos nos clusters - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
O próximo output apresenta a distância final entre os centróides dos clusters
formados (Tabela 36).
Tabela 35 – Distância final entre os centróides - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
226
Através da Tabela 37 pode-se afirmar que as variáveis que mais contribuem para
a definição dos clusters são aquelas com maior valor de F, ou seja, nesta ordem: “Estilo
de gestão”, “Dinâmica de crescimento”, “Estratégias de melhoria” e por último,
“Comportamento do indivíduo no trabalho”.
Tabela 36 – ANOVA one way - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
Para finalizar a análise, o output Final Clusters Centers (Tabela 38) permite
identificar e classificar cada um dos clusters com base nos fatores que mais se destacam
nas empresas que os compõem.
Tabela 37 – Composição dos clusters - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
A Tabela 39 mostra o número de empresas que compõem cada um destes
clusters.
227
Tabela 38 – Número de casos em cada cluster - variáveis organizacionais
Fonte: SPSS (2014).
A seguir são apresentados os resultados da análise da validação cruzada das
Tabelas 38 e 39, com a avaliação de cada uma das empresas que compõem os
respectivos clusters.
Os três primeiros agrupamentos são formados por um pequeno número de
indivíduos, representando 11% da amostra. O primeiro cluster é representado por um
grupo de micro e pequenas empresas que atuam no setor residencial e tem em comum
a baixa preocupação com as “Estratégias de melhoria”.
No segundo cluster destacam-se empresas de médio e grande porte, com atuação
nos segmentos residencial de alto padrão e industrial e comercial, que possuem foco nas
“Relações interpessoais” e contraditoriamente, baixa preocupação com o
“Comportamento do indivíduo no trabalho”, ou seja, elevado nível de formalização nas
relações entre os funcionários e baixo nível de cooperação e interação entre os
funcionários.
O terceiro grupo, formado por empresas que atuam no setor de serviços
especializados, apresenta o comportamento inverso ao primeiro. Neste caso, os
indivíduos apresentam certa preocupação com as “Estratégias de melhoria” e se
destacam pela baixa “Dinâmica de crescimento”.
O quinto cluster concentra a maior parte das empresas de médio e grande porte
que atuam nos setores residencial, industrial e comercial e infra-estrutura e que se
destacam por apresentar foco no “Estilo de gestão”.
Os agrupamentos de número quatro e seis, que, somados, correspondem a 43%
228
da amostra, além de serem compostos por empresas que atuam nos cinco segmentos,
não se distinguem por nenhum dos fatores organizacionais.
O sétimo cluster, composto por microempresas, empresas de pequeno e médio
porte que atuam nos setores residencial e de serviços especializados, além de poucas
empresas dos setores industrial e comercial e construção industrializada, destaca-se pelo
“Comportamento do indivíduo no trabalho” e pela baixa “Dinâmica de crescimento”.
4.3.2.2 Análise cluster do nível de efetividade dos processos
O número de empresas que integram a análise do nível de efetividade dos
processos está representado na Tabela 40.
Tabela 39 – Sumário de casos - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
O output Agglomeration Shedule, apresentado no APÊNDICE B desta dissertação,
destaca a ordem de agregação dos sujeitos nos respectivos clusters. Observa-se por
meio do output Change (Tabela 41) que o “salto numérico” ocorre entre os estágios 116
e 115 (output Stage), destacados na cor cinza. Portanto neste caso têm-se dois clusters
a reter.
229
Tabela 40 – Coeficientes de aglomeração - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
Definido o número de clusters prossegue-se com a análise k-means. O primeiro
output obtido, representado na Tabela 42, mostra que dez iterações foram efetuadas.
230
Tabela 41 – Número de iterações - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
Através da coluna Distance do output Cluster Membership, apresentada na Tabela
43, é possível identificar a composição de cada um dos dois clusters.
Tabela 42 – Inclusão dos sujeitos nos clusters - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
O output da Tabela 44 ilustra a distância final entre os centróides dos clusters
formados.
231
Tabela 43 – Distância final entre os centróides - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
O cálculo da ANOVA one way, apresentado na Tabela 45 permite concluir que
as variáveis que mais contribuem para a definição dos clusters são “Gestão da
estratégia”, com significativa contribuição, seguida de “Procedimentos de melhoria” e
“Gestão de processos comerciais”.
Tabela 44 – ANOVA one way - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
O output Final Clusters Centers representado na Tabela 46 identifica e classifica
cada um dos clusters com base nos fatores que mais se destacam nas empresas que os
compõem.
232
Tabela 45 – Composição dos clusters - variáveis de processo
Fonte: software SPSS (2014).
A Tabela 47 contempla o número de empresas que compõem cada um dos
clusters.
Tabela 46 – Número de casos em cada cluster - variáveis de processo
Fonte: SPSS (2014).
A validação cruzada do resultado das Tabelas 46 e 47 versus a análise individual
de cada uma das empresas que compõem os respectivos clusters permite concluir que o
primeiro agrupamento contempla 36% das empresas avaliadas e o segundo cluster, as
64% restantes. Empresas dos cinco setores compõem os dois agrupamentos.
No primeiro cluster destaca-se de como fator de classificação, de forma sutil, a
“Gestão da estratégia”, enquanto no segundo agrupamento nenhum dos fatores que
representa o nível de efetividade dos processos se sobressai. Nenhum outro critério de
diferenciação pode ser identificado uma vez que os dois agrupamentos apresentam
características bastante homogêneas.
233
4.4 CONSIDERAÇÕES
Este capítulo apresentou a análise das características organizacionais e do nível
de efetividade dos processos das empresas de construção civil. A análise apoiada na
estatística descritiva compreendeu a caracterização do perfil da amostra, o estudo das
características organizacionais e a mensuração do nível de efetividade dos processos
das empresas avaliadas. Já a análise fundamentada na estatística inferencial teve por
objetivo inferir as características da população alvo a partir dos dados observados na
amostra coletada, por meio do emprego das técnicas estatísticas de análise fatorial,
análise discriminante e análise de clusters. O Capítulo 5 exprime as conclusões desta
pesquisa.
234
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Neste capítulo são apresentadas as conclusões desta pesquisa, as limitações
encontradas e algumas recomendações para trabalhos futuros.
5.1 CONCLUSÕES
O presente estudo se propôs a analisar os principais setores da construção civil,
sob o enfoque das características organizacionais e do nível de efetividade dos processos
gerenciais.
Assim sendo, primeiramente, pretendeu-se situar o leitor acerca dos conceitos e
definições relevantes ao tema, encontrados na literatura, bem como apresentar um
conciso levantamento daquilo que já foi publicado em pesquisas relacionadas ao tema
desta dissertação. A composição do Estado da Arte foi fundamental para o
aprimoramento do questionário, utilizado como base para esta pesquisa, bem como para
o entendimento e definição dos fatores, organizacionais e de processos, priorizados
neste estudo.
A abordagem metodológica definida mostrou-se apropriada para o desdobramento
da análise das características organizacionais e do nível de efetividade dos processos
gerenciais das empresas de construção civil. Tais características e processos foram
analisadas por meio do emprego da estatística descritiva e inferencial, através das
técnicas multivariadas de análise fatorial, análise discriminante e análise de clusters.
A análise descritiva teve por objetivo caracterizar a amostra e descrever as
características organizacionais e o nível de efetividade dos processos gerenciais dos
cinco diferentes setores. Já a análise fundamentada na estatística inferencial procurou
compreender as características da população alvo a partir dos dados observados na
amostra coletada.
A amostra desta pesquisa contempla 118 empresas, que atuam no segmento
residencial (43%), infra-estrutura (14%), execução de edificações industriais, comerciais
e outras edificações não residenciais (12%), serviços especializados (18%) e construção
235
industrializada (12%). O critério de classificação considerou a atividade principal
desempenhada por cada uma das empresas, uma vez que 35% delas analisadas
atuavam em mais de um setor.
Quanto ao tipo de administração, 41% das empresas são administradas pela
própria família, 50% possuem administração profissional e os 9% restantes,
administração mista. Observa-se que a administração familiar predomina nos setores de
infra-estrutura e construção industrializada, enquanto nos demais se destaca a
administração profissional.
Em relação à forma de constituição, 78% das empresas são do tipo Limitada, 15%
são S/A, em que prevalecem empresas dos setores residencial, industrial e comercial e
infra-estrutura de médio e grande porte. As 7% restantes são classificadas como outros.
O setor industrial e comercial é o mais heterogêneo, contendo empresas de todos os
tipos de constituição.
Na abordagem referente ao número de funcionários, os resultados mostram que
37% da amostra é composta por microempresas (até 19 funcionários), 25% por pequenas
empresas (de 20 a 99 funcionários), 18% por empresas de médio porte (de 100 a 499
funcionários) e 20% por grandes empresas (acima de 499 funcionários). As micro,
pequenas e médias empresas notabilizam-se em todos os setores. Empresas de grande
porte distinguem-se nos setores residencial e de infra-estrutura.
Outro destaque é o baixo número de certificações. A pesquisa identificou que 66%
das empresas pesquisadas não possuem qualquer tipo de certificação. Já 18% possuem
apenas uma certificação, 10% duas certificações e 6% três ou mais certificações.
Empresas que não possuem qualquer tipo de certificação revelam-se em todos os
setores, com maior concentração nos setores de construção industrializada e serviços
especializados. Em 24% das empresas do setor de infra-estrutura e 25% das empresas
residenciais possui uma certificação. Apenas nos setores residencial e de infra-estrutura
destacam-se empresas com três ou mais certificações.
A análise das características organizacionais mostra certo conservadorismo na
estrutura organizacional de todos os setores, com a gestão caracterizada por elevados
níveis de centralização, departamentalização, formalização de cargos e funções,
atividades e processos.
236
Observa-se que os maiores níveis de centralização destacam-se nos setores
residencial e de serviços especializados, onde também se sobressai a gestão autocrática.
Apenas no setor de infra-estrutura distingue-se uma tendência à descentralização e
democratização da gestão, apesar de predominar a administração familiar.
Do ponto de vista do nível de formalização dos cargos e funções, atividades e
processos conclui-se que as empresas pesquisadas tendem a ser mais formais. O
inverso ocorre no setor de serviços especializados, composto em sua maioria por micro
e pequenas empresas, geralmente pouco departamentalizadas. Neste caso, 64% da
amostra apresentam baixos níveis de formalização.
Em relação às características de departamentalização, nota-se que as empresas
analisadas possuem um nível de departamentalização variando entre médio e elevado.
Níveis mais elevados figuram nos setores industrial e comercial e infra-estrutura que
contêm empresas de médio e grande porte, normalmente mais departamentalizadas e
formalizadas.
Entretanto, no nível operacional percebe-se alto grau de integração entre os
processos e elevado nível de cooperação e interação entre os funcionários. Outro
aspecto positivo é o investimento em novas tecnologias e/ou equipamentos. Os dados
apontam para um elevado patamar de investimentos, realizados nos últimos três anos,
condizente com a taxa de crescimento destas empresas no mesmo período. Porém,
contraditoriamente, a análise referente à média anual de horas de treinamento aponta
para um baixo nível de investimento na qualificação dos funcionários, uma das
características mais marcantes do mercado de construção civil.
O nível de efetividade do processo de gestão do capital humano ratifica que esta
é uma prática pouco desenvolvida em todos os setores, com destaque negativo para o
setor de serviços especializados, onde 55% das empresas avaliadas não possuem
qualquer estratégia de gerenciamento de recursos humanos.
A análise destaca ainda, o grau de desenvolvimento de três importantes
processos: gestão do cronograma físico-financeiro, gestão de aquisição de
materiais/serviços e gestão financeira. Este tripé está diretamente relacionado ao ganho
financeiro pretendido, portanto, era de se esperar a importância dada pelas empresas a
estes processos no sentido de garantir o retorno sobre seus investimentos.
237
Observa-se, porém, que nos setores de construção industrializada e serviços
especializados predomina um baixo índice de desenvolvimento dos processos de gestão
do cronograma físico-financeiro e aquisição de materiais/serviços. De forma oposta, os
setores industrial e comercial, residencial e de infra-estrutura destacam-se por apresentar
empresas onde o processo tende a ser altamente desenvolvido. Estes resultados se
mostram alinhados com as características operacionais destes dois grupos de empresas.
Obras industriais, comerciais, residenciais e de infra-estrutura são comumente
planejadas e gerenciadas com o uso de cronogramas físico-financeiros, característica
que não se aplica à maioria das empresas de construção industrializada e de serviços
especializados.
Em relação à gestão dos recursos financeiros, no geral, este processo pode ser
considerado consolidado nas empresas avaliadas. Nesta análise destacam-se as
empresas dos setores industrial e comercial e infra-estrutura com concentração média de
47% das empresas com os processos variando entre o nível bem desenvolvido e
altamente desenvolvido.
Além disso, é possível identificar uma maior preocupação com processos que
impactam diretamente no desempenho da organização como um todo. Por exemplo, há
uma tendência de desenvolvimento dos processos de planejamento, programação e
controle do desenvolvimento de produtos e serviços, detectados em todos os setores.
Por outro lado, as deficiências mais marcantes em termos de desenvolvimento
estão concentradas nos processos de gestão de vendas, marketing e tecnologia da
informação. A insuficiência na gestão de vendas e marketing leva a uma falta de
comunicação com o mercado, impedindo o entendimento mais preciso das necessidades
dos clientes, base para o aprimoramento e desenvolvimento de produtos e serviços e
mudanças de estratégia.
Esta lacuna é comprovada pela baixa preocupação das empresas com a análise
de desempenho dos seus produtos/empreendimentos versus as oportunidades de
mercado e pela forma deficitária como avaliam o ambiente em que atuam visando obter
vantagens competitivas perante o mercado, os concorrentes e fornecedores. Nos setores
industrial e comercial e infra-estrutura pode-se considerar que este processo está mais
desenvolvido comparativamente aos outros segmentos, porém ainda em um número
238
relativamente pequeno de empresas, mostrando que a preocupação com as
necessidades dos clientes não é uma característica que se destaca na construção civil.
O baixo nível de desenvolvimento em gestão da tecnologia da informação tem um
efeito ainda mais danoso, pois este aspecto impacta de forma significativa na
produtividade sistêmica da organização. Em 47% das empresas, o processo varia entre
inexistente e pouco desenvolvido. Novamente destaca-se positivamente o setor de infra-
estrutura, com 73% das empresas com processo variando entre desenvolvido e
altamente desenvolvido. Da mesma forma, o emprego de processos integrados de
desenvolvimento de projetos/produtos com o uso da tecnologia de informação é
inexistente em 37% das empresas e com baixo nível de desenvolvimento em 30% da
amostra.
A gestão dos impactos ambientais resultantes da execução dos empreendimentos,
processos, produtos e/ou serviços também é um processo com baixo índice de
desenvolvimento nos setores residencial, industrial e comercial e de serviços
especializados. Por outro lado, a análise demonstra que as empresas de todos os
setores, exceto o de serviços especializados, avaliam, desenvolvem e executam
programas de saúde, segurança e meio ambiente.
Tendo em vista o abrangente estudo descritivo dos dados, a segunda etapa da
análise dos resultados procurou identificar as variáveis que mais se destacam na
caracterização dos diferentes setores. Os resultados do Teste de Alfa de Cronbach
indicaram que o constructo adotado nesta pesquisa apresentou boa confiabilidade
interna, sendo, portanto adequado para o propósito para o qual foi designado.
A análise fatorial foi desenvolvida com o propósito de reduzir o número de variáveis
independentes a um número menor de variáveis alternativas, não correlacionadas entre
si e que condensaram as principais informações das variáveis iniciais, sem perda
significativa da informação contida nos dados originais.
As 63 variáveis observacionais foram sintetizadas em treze fatores determinantes,
sendo “Estratégias de melhoria”, “Comportamento do indivíduo no trabalho”, “Estrutura
de funcionamento”, “Dinâmica de crescimento”, “Estilo de gestão”, “Relações
interpessoais” e “Posicionamento perante o mercado”, os fatores que representam as
características organizacionais.
239
O nível de efetividade dos processos foi traduzido pelos fatores: “Gestão de
recursos e bens”, “Gestão de indicadores de performance”, “Gestão de processos
comerciais”, “Planejamento e execução”, “Gestão da estratégia” e “Procedimentos de
melhoria”.
Com isso, deu-se prosseguimento à análise discriminante, cuja finalidade era
identificar quais destes treze fatores tinham o potencial de diferenciar ou discriminar os
cinco setores de atividade. Os resultados da análise evidenciaram quatro dos sete fatores
organizacionais: “Estrutura de funcionamento”, “Relações interpessoais”,
“Posicionamento da empresa perante o mercado”, “Estratégias de melhoria” e apenas
um fator de processos, “Gestão de indicadores de performance”, como discriminantes.
Não obstante, apesar de todos os pressupostos da análise discriminante terem
sido validados do ponto de vista das estatísticas F, Lambda de Wilks, Eigenvalues e
Correlação Canônica, os resultados mostraram que o poder de discriminação das
funções geradas, ratificado pelo baixo percentual de classificação das empresas nos
respectivos setores, é irrelevante, indicando não haver diferenciação significativa entre
os setores.
Esta constatação é também corroborada pela proximidade entre centróides de
cada um dos cinco setores. Na análise das características organizacionais o
posicionamento gráfico dos centróides é bastante contíguo, quase havendo sobreposição
daqueles que representam os setores residencial, industrial e comercial e infra-estrutura.
No caso dos que denotam os setores de serviços especializados e de construção
industrializada, a distância é mínima. Na análise do nível de efetividade dos processos,
esta proximidade entre os centróides se repete, porém de forma um pouco mais
proporcional entre os setores.
A análise de clusters foi então desenvolvida com o propósito de estudar o conjunto
das relações interdependentes, visando a formação de agrupamentos naturais das
variáveis, sem fazer qualquer distinção entre as variáveis dependentes (setores) ou
independentes, e desta forma, levantar hipóteses relativas às relações estruturais entre
estas variáveis. Os fatores organizacionais que mais se destacam na composição
dos clusters - “Estilo de gestão”, “Dinâmica de crescimento”, “Estratégias de melhoria” e
“Comportamento do indivíduo no trabalho” - são justamente aqueles que não
240
apresentaram significância na análise discriminante, indicando novamente não haver
diferenciação entre os setores. Estes quatro fatores promoveram a divisão da amostra
em sete agrupamentos naturais. Os três primeiros foram formados por um número muito
pequeno de empresas, não sendo possível generalizar qualquer resultado. Nos outros
quatro clusters, compostos por empresas de todos os setores, a principal característica
comum encontrada foi o número de funcionários.
Em relação ao grupo de variáveis que compõem o nível de efetividade dos
processos, o fator mais evidenciado foi “Gestão da estratégia”, com significativa
contribuição, seguido de “Procedimentos de melhoria” e “Gestão de processos
comerciais”. Neste caso, apenas dois clusters foram formados, não sendo possível
discernir qualquer característica comum de destaque. Além disto, verificou-se que a
distância entre os centróides, da ordem de 1,631, é muito pequena, indicando não haver
diferenciação entre os dois agrupamentos.
Portanto, ao se analisar apenas as características organizacionais e o nível de
efetividade de processos, entende-se que não é possível distinguir os cinco setores de
atividade estudados nesta dissertação. Esta conclusão é sustentada pelas constatações
da análise descritiva dos principais fatores componentes e condicionantes da estrutura
organizacional e dos processos gerenciais, que mostram não haver diversidade
significativa entre os cinco setores.
A análise global dos dados mostra que, de forma geral, as empresas do setor da
construção civil da região de Curitiba, Estado do Paraná, caminham em duas
velocidades: uma caracterizada pelo atraso do tradicionalismo do setor, em que
predominam a existência de estruturas hierarquizadas, com alto nível de centralização,
baixo investimento na qualificação dos funcionários e pouca preocupação com os
impactos ambientais decorrentes de suas atividades. E a outra, que em função do
dinamismo do mercado, as compele a investir em novas tecnologias e diferentes formas
de organização como meio de superar suas deficiências, buscar a competitividade e a
preferência dos clientes.
241
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Ao longo do desenvolvimento desta dissertação algumas limitações foram
observadas, a saber: do mesmo modo que ocorre em outros estudos, a coleta de dados
desta dissertação esteve fortemente condicionada a fatores como subjetividade,
dificuldade de comunicação, honestidade dos respondentes e sua disposição em
compartilhar experiências. Tem-se ainda o fato de que os temas em estudo nem sempre
encontraram respaldo teórico nos respondentes, o que pode, eventualmente, ter causado
desvios no entendimento das questões.
Além disso, em alguns casos, destacados na análise descritiva do perfil da
amostra, os respondentes não souberam ou não puderam fornecer todas as informações
solicitadas com a profundidade desejada. Estas lacunas foram contempladas na base de
dados e estão representadas nos gráficos pelo termo “não responderam”.
Apesar do resultado da classificação dos setores pela análise discriminante
apresentar percentuais estatisticamente significantes, os valores obtidos da ordem de
50% são considerados relativamente baixos. Segundo Hair Jr. et al. (2005b), nos casos
em que o tamanho das amostras são desiguais, o que ocorre no caso desta pesquisa,
em que o grupo denominado residencial é composto por 52 empresas, enquanto os
outros quatro grupos possuem em média 16 empresas, a função discriminante desafia
as desigualdades, podendo classificar indivíduos no(s) grupo(s) maiores(es).
Outra questão que se destaca consiste no fato de que as empresas foram
previamente classificadas de acordo com sua atividade principal, sem considerar os
outros setores de atuação. Esta diversidade no setor de atuação pode ter dificultado a
efetividade das classificações estatísticas.
É prudente finalizar este item relembrando que, por se tratar de um estudo
descritivo, fundamentado em uma amostra não probabilística, a generalização dos
resultados alcançados nesta pesquisa deve ser avaliada com critério.
Considerando-se a amplitude e a importância do tema desta dissertação,
sugerem-se algumas recomendações para trabalhos futuros.
242
5.3 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Tendo em vista, a diferenças no número de empresas que compõem cada um dos
setores, sugere-se equalizar a amostra de modo que todos os cinco setores contenham
um número similar de empresas, de no mínimo vinte, conforme recomendado por Hair Jr.
et al. (2005b), de forma a se alcançar maior robustez nos resultados.
Outra sugestão seria seguir o padrão de classificação adotado pela PAIC e reduzir
a classificação para três setores: Construção de edifícios, Obras de infra-estrutura e
Serviços especializados para construção. ainda, reclassificar a amostra em apenas dois
segmentos: Construção de edifícios e Construção Industrializada, buscando identificar os
fatores que mais se destacam em cada um destes setores.
Recomenda-se também reduzir significativamente o número de variáveis
independentes, de modo a diminuir o tempo de resposta do questionário e melhorar a
eficácia da análise multivariada. Esta redução pode ser feita com base nos fatores
resultantes da análise fatorial.
Aconselha-se estender esta pesquisa para as empresas localizadas em todo o
Estado do Paraná, na Região Sul e/ou no Brasil de modo a se obter uma análise regional
das características das empresas de construção civil e verificar se existem diferenças
entre os setores de atividade.
Por fim, sugere-se efetuar a segmentação das empresas com base em outros
critérios, como por exemplo, número de funcionários, produção anual, faturamento,
número de certificações, ano de constituição, de modo a identificar caraterísticas não
destacadas pela função discriminante ou pela análise de clusters.
243
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Bernardo; CORREIA, Walter; CAMPOS, Fábio. Uso da Escala de Diferencial Semântico na Análise de Jogos. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Salvador, 2011. ALINAITWE, Henry; MWAKALI, Jackson A.; HANSSON, Bengt. Organizational effectiveness of Ugandan building firms as viewed by craftsmen. Journal of Civil Engineering and Management, v. 15, n. 3, p. 281-288, 2009. Disponível em: <http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.3846/1392-3730.2009.15.281-288>. Acesso em 13 fev. 2014. ALVES, Valeria O. Estrutura organizacional: relação entre a formalização da estrutura e o controle existente em uma unidade informal. Brasília, 2010. AMARILLA, Rosemara S. D. Identificação e análise dos processos de negócio de empresas de pequeno porte do setor da construção civil. 2013. 159f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2013. AMARO, Ana; PÓVOA, Andréia; MACEDO, Lúcia. A arte de fazer questionários. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Porto, 2005. ANDREASSI, Tales; SBRAGIA, Roberto. Fatores determinantes do grau de inovatividade das empresas : um estudo utilizando a técnica de análise discriminante. Working Paper N. 01/004. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2001. ANDRADE, George A. R. Cultura de confiança organizacional – Diferencial das melhores empresas para se trabalhar. III SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Rio de Janeiro, 2006. AMERICAN PRODUCTIVITY & QUALITY CENTER. Disponível em: <http://www.apqc.org> Acesso em: 25 jun. 2014. ARAUJO, Luiz Cezar. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 2006. ARAÚJO, Carlos Alberti. Bibliometria: evolução histórica e questões atuais. Em Questão, Porto Alegre, v. 12, n. 1, p. 11-32, jan./jun. 2006. Porto Alegre, 2006. ARMSTRONG, Michael. Armstrong's Handbook of Human Resource Management Practice. 13. ed. London: Koganpage, 2014. BAKKE, Hanne A.; DE MOURA LEITE, Alexandre S.; DA SILVA, Luiz B. Estatística multivariada: Aplicação da análise fatorial na engenharia de produção. Revista Gestão Industrial, v. 4, n. 4, 2008. Ponta Grosa, 2008.
244
BECEGATO, Adriana C. Análise da correlação entre maturidade e níveis de desenvolvimento dos processos. 2009. 104f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas). Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba, 2009. BELFIORE, Patrícia P.; FÁVERO, Luiz Paulo L.; DE ANGELO, Claudio F. Análise multivariada para avaliação do comportamento de grupos supermercadistas brasileiros. Revista Administração em Diálogo (RAD). ISSN 2178-0080, v. 7, n. 1, 2005. São Paulo, 2005. BELFIORE, Patricia P.; FÁVERO, Luiz Paulo L.; NÉLO, Ana Maria. Formação de conglomerados no setor de lojas de departamento de eletrodomésticos no Brasil: uma aplicação de análise multivariada em indicadores econômico-financeiros. Gestão & Regionalidade - Vol. 23 - Nº 66 - jan-abr/2007. São Paulo, 2007. BENSON, Lim Teck H. Organizational flexibility management in construction. Thesis. National University of Singapore, 2010. BEZERRA, Francisco A.; CORRAR, Luiz J. Utilização da análise fatorial na identificação dos principais indicadores para avaliação do desempenho financeiro: uma aplicação nas empresas de seguros. Revista de Contabilidade e Finanças–USP, São Paulo, 50-62. São Paulo, 2006. BIBEXCEL. Disponível em: <http://www8.umu.se/inforsk/Bibexcel/> Acesso em 28 nov. 2014. BISQUERRA, Rafael ; SARRIERA, Jorge C. ; MARTÍNEZ, Francesc. Introdução à estatística. Enfoque informático com o pacote estatístico SPSS. Porto Alegre: Artmed, 2007. BOWDITCH, James L.; BUONO, Anthony F. Elementos do comportamento organizacional. São Paulo: Cencage Learning, 2012. BREAUGH, James A. The Measurement of Work Autonomy. Human Relations, v. 38, n. 6, p. 551-570, Missouri, 1985. BURNS, Robert; BURNS, Richard. Business Research Methods and Statistics using SPSS. London: Sage Publications, 2008. COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Portal de Periódicos. Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em 19 Mai. 2014. CARVALHO, David F.; SANTANA, Antônio C.; NOGUEIRA, Ana Karlla M.; MENDES, Fernando A.T.; CARVALHO, André C. Análise do desempenho competitivo da indústria de móveis de madeira do estado do Pará. Amazônia: Ciência& Desenvolvimento, 2007. Belém, 2007.
245
CARVALHO, Marília S.; CRUZ, Oswaldo G.; NOBRE, Flávio F. Perfil de risco: método multivariado de classificação socioeconômica de micro áreas urbanas – os setores censitários da região metropolitana do Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, 13(4):635-645, out-dez, 1997. Rio de Janeiro, 1997. CASTANHEIRA, Nelson P. Estatística aplicada a todos os níveis. Curitiba: IBPEX, 2010. CASTRO, Luiz A. M. H. M.; CORRÊA, Hamilton L. Delineamento de uma estrutura organizacional: O caso da IMSA Indústrias Mecânicas. SEMEAD - Seminário em Administração, 2005, São Paulo. Anais do VIII SEMEAD. São Paulo: FEA/USP, 2005. v. 1. p. 1-15. São Paulo, 2005. CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Definição de pequena e média empresa no setor da Construção Brasileira. Disponível em: <http://www.cbicdados.com.br/files/textos/011.pdf>. Acesso em: 29 mai. 2013. ______. Estabelecimentos na construção. Disponível em: <http://www.cbicdados.com.br/menu/empresas-de-construcao/estabelecimentos-na-construcao. Acesso em: 01 nov. 2014. CHANG, S. J.; CHOI, U. Strategy, Structure and Performance of Korean Business Groups: A Transactions Cost Approach. The Journal of Industrial Economics, p. 141-158, 1988. CHEUNG, S. O.; WONG, P. SP.; WU, A. WY. Towards an Organizational Culture Framework in Construction. International Journal of Project Management, v. 29, n. 1, p. 33-44, 2011. CHEUNG, Y. K. F.; ROWLINSON, S.; JEFFERIES, M. A Critical Review of the Organisational Structure, Culture and Commitment in the Australian Construction Industry. p. 347-354. 2005. CORTEZ, Alexandre S. O comportamento adaptativo organizacional da indústria da construção civil: estudo multicaso. 2004. 142f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2004. COSTA, Dayana B. Diretrizes para concepção, implantação e uso de sistemas de indicadores de desempenho para empresas da construção civil. 2003. 174f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2003. COUTO, Amanda M.; COUTO, João P. Os benefícios ambientais e a racionalização do efeito de aprendizagem na indústria de pré-fabricação. Congresso Construção 2007. Coimbra, 2007.
246
CUMMINGS, Thomas G.; WORLEY, Christopher G. Organization, Developement & Change. Cengage Learning: Stanford, 2008. CUNHA, Neila C. V.; SANTOS, Silvio A. As práticas gerenciais e a inovação empresarial: estudo de empresas líderes em inovação. Revista Alcance - UNIVALI - Vol. 12 - n.3 p. 353 - 372 - Set / Dez, 2005. Itajaí, 2005. CURY, Antonio. Organização e métodos: uma visão holística. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. DANCEY, Christine P.; REIDY, John. Estatística sem matemática para psicologia. 5. Ed. Porto Alegre: Penso, 2013. DE MESQUITA LOPES, Manuela; BRANCO, Verônica T. F. C.; SOARES, Jorge B. Utilização dos testes estatísticos de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk para verificação da normalidade para materiais de pavimentação. Revista Transportes, v. 21, n. 1, p. 59-66. São Paulo, 2013. DE PAULA, Geraldo N. Estruturas organizacionais: o papel do gestor de nível intermediário. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade FUMEC. Belo Horizonte, 2007. DE VASCONCELOS, Iuri A.; SOARES, Marcella F.; HEINECK, Luiz Fernando M.; BARROS NETO, José de Paula. Análise da produção científica de área de conhecimento específico: caracterização do tema requisitos do cliente do mercado da construção civil. Revista Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 1, p. 95-108, jan./mar. 2013. Porto Alegre, 2013. DIKMEN, Irem; BIRGONUL, M. Talat; KIZILTAS, Semiha. Prediction of Organizational Effectiveness in Construction Companies. Journal of Construction engineering and Management, Feb. 2005. 131:252-261, 2005. DU BRIN, Andrew J. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Thomson, 2003. DUNN, S. C. Motivation by project and functional managers in matrix organizations. ABI/INFORM Engineering Management Journal, v. 13, n. 2, jun 2001. EGAN, J. Rethinking Construction. London: HMSO, 1998. ELO GROUP. Disponível em: <http://www.elogroup.com.br/>. Acesso em: 12 jul. 2014. FERREIRA, Marcos A.; VALENTE, Renata M; BARROS, José F. S.; DUTRA, Joel S. Estrutura organizacional e os impactos de sua mudança no modelo de negócio e no modelo de gestão de pessoas: um estudo de caso no setor financeiro. Rev. Eletrônica Gestão e Serviços v.3 n.2/v.4 n.1, Jan./Jun. 2013. São Paulo, 2013.
247
FERREIRA, Pedro L. Estatística descritiva e inferencial. Faculdade de Economia. Universidade de Coimbra. Coimbra, 2005. FINK, Arlene. How to sample in surveys. The Survey Kit, v. 6. Thousand Oaks: Sage Publications, 1995. FORMOSO, Carlos T. B. Neto, FENSTERSEIFER, José de Paula; EVALDO, Jaime. Os critérios competitivos da produção: um estudo exploratório na construção de edificações. Rev. Adm. Contemp., Mar 2003, vol.7, no.1, p.67-85. Rio de janeiro, 2003. FREITAS, Henrique; OLIVEIRA, Mírian; SACCOL, Amarolinda. Z; MOSCAROLA, Jean. O método de pesquisa survey. Revista de Administração da USP, RAUSP. São Paulo. v. 35, n. 3, p.105-112, jul-set. 2000. São Paulo, 2000. GALHANO, Patrícia P.P.; NAKATA, Lina E. Gestão do Conhecimento em Estruturas Inovativas: Um Estudo de Caso. Dimens. empres. - Vol. 9 No. 2, Julio - Diciembre de 2011, págs. 35-47. São Paulo, 2011. GARCIA, Marcelo M. Excelência em gestão na construção civil: um estudo exploratório. 2010. 92f. Dissertação (Mestrado em Administração). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2010. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Altas, 1999. ______. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. GIMENES, Régio M. T.; URIBE-OPAZO, Miguel A. Modelos multivariantes de insolvência em cooperativas agropecuárias: uma comparação entre a análise discriminante e de probabilidade condicional – Logit. Contab. Vista & Ver. Belo Horizonte, v. 14, n. 3, p. 45-63, dez. 2003. Belo Horizonte, 2003. GOOGLE ACADÊMICO. ©2011 Google. Disponível em: http://scholar.google.com.br/. Acesso em 03 mar. 2013. GONÇALVES, Carlos A.; DIAS, Alexandre T.; MUNIZ, Reynaldo M. Análise discriminante das relações entre fatores estratégicos, indústria e desempenho em organizações brasileiras atuantes na indústria manufatureira. RAC, Curitiba, v. 12, n. 2, p. 287-311, Abr./Jun. 2008. Curitiba, 2008. GONÇALVES, José E. L. As Empresas são Grandes Coleções de Processos. RAE-Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 40, N. 1, p. 6-16, 2000. GRAETZ, Fiona. Critical perspectives on the evolution of new forms of organizing. Int. J. Strategic Change Management, Vol. 1. Nos. 1/2, 2006, Bowater School of Management and Marketing. Melbourne, 2006.
248
GUEDES, Terezinha A.; MARTINS, Ana Beatriz T.; ACORSI, Clédina R.; JANEIRO, Vanderly. Projeto de ensino. Aprender fazendo estatística. Maringá, 2005. GUJARATI, Damodar N. Econometria básica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. HAIR, JR., Joseph F.; BABIN, Barry; MONEY, Arthur H.; SAMOUEL, Phillip. Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman, 2005a. HAIR, JR. Joseph F.; ANDERSON, Rolph E.; TATHAM, Ronald L.; BLACK, William C. Análise multivariada de dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005b. HALL, Richard H. Organizações. Estruturas, processos e resultados. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. HANDA, V.; ADAS, A. Predicting the Level of Organizational Effectiveness: a Methodology for the Construction Firm. Construction Management & Economics, v. 14, n. 4, p. 341-352, 1996. HATCH, Nile; DYER, Jeffrey H. Relation-specific capabilities and barriers to knowledge transfers: creating advantage through network relationships. Strategic Management Journal. Volume 27, Issue 8, pages 701–719, August 2006. HORTA, I.M.; CAMANHO, A. S. Competitive positioning and performance assessment in the construction industry. Expert Systems with Applications Volume 41, Issue 4, Part 1, Pages 974–983, March 2014 INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Disponível em http://www.ibict.br/bddt>. Acesso em 08 jun. 2014/ INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa anual da indústria da construção. V.21. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://loja.ibge.gov.br/pesquisa-anual-da-industria-da-construc-o-2011.html>. Acesso em 25 ago. 2013. ______. Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Rio de Janeiro, 2007. Versão 2.0. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/classificacoes/cnae2.0/cnae2.0.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2013. INSTITUTO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA. Construção Civil: mercado cresce no país e aponta grandes desafios no setor. Comunicação IETEC. Disponível em: Http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1157. Acesso em 24 mar. 2014.
249
ISIK, Zeynep.; ARDITI, David; BIRGONUL, M. Talat. Impact of Resources and Strategies on Construction Company Performance. Journal of Management in Engineering, v. 26, n. 1, p. 9-18, 2010. JIMENEZ, G.; Business Process Engineering. Handbook of research on business process modelling (pp. 366-383). Hershey: Information Science Reference, 2009. KIM, S. Organization and Managerial Environment of the Korean Construction Industry. Construction Management & Economics, v. 15, n. 5, p. 409-419, 1997. KIM, H.J.; REINSCHMIDT, K. F. Market Structure and Organizational Performance of Construction Organizations. Journal of Management in Engineering, v. 28, n. 2, p. 212-220, 2011. KOLLET, Joel. Alinhamento entre os objetivos de negócio e os objetivos de sistemas de informação: estudos de caso em construtoras de Lajeado (Rio Grande do Sul). 2006. 146f. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2006. KOVÁCS, Ilona. Novas formas de organização no trabalho. Sociologia, problemas e práticas, n.º 52, 2006, pp. 41-65. Lisboa, 2006. KRAINER, Jefferson A. Gestão do conhecimento em empresas de incorporação e edificação de Curitiba e Região Metropolitana. 2013. 221f. Dissertação (Mestrado em Ciência, Gestão e Tecnologia da Informação). Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2013. LANSLEY, P. Analysing construction organizations. Construction Management and Economics, v. 12, n. 4, p. 337-348, 1994. LODHI, Azeem; KASSEM, Gunter; RAUTENSTRAUCH, Claus. Modeling and Analysis of Business Processes Using Business Objects. Computer, Control and Communication, 2009. Karachi, 2009. MAINARDES, Cristiane W. Análise do impacto de sistemas integrados de gestão na maturidade organizacional em empresas de construção civil. 2012. 283f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2012. MALHOTRA, Naresh.N. Pesquisa de marketing – uma orientação aplicada. 6. Ed. São Paulo: Bookman, 2010. MARCONI, Marina de A.; LAKATOS, Eva M. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MAROCO, João. Análise Estatística com Utilização do SPSS. Lisboa: Edições Sílabo, 2003.
250
MAROCO, João; GARCIA-MARQUES, Teresa. Qual a fiabilidade do alfa de Cronbach? Questões antigas e soluções modernas? Lisboa, 2006. MAXIMIANO, Antonio C. A. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000. MEIRELES, Manuel. Teorias da administração: clássicas e modernas. São Paulo: Futura, 2003. MELLO, Luiz Carlos B. B.; DE AMORIM, Sérgio R. L. O subsetor de edificações da construção civil no Brasil: uma análise comparativa em relação à União Europeia e aos Estados Unidos. Revista Produção, vol.19 no.2. São Paulo, 2009. MICROSOFT EXCEL 2010. © 2014, Microsoft Corporation. MINTZBERG, Henry. Criando Organizações Eficazes: estrutura em cinco configurações. São Paulo: Atlas, 2003. ______. Structure in Five Designing Effective Organizations. Prentice Hall, 1983. MIRANDA, Geraldo I. M. P. Organização e método. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1977. MONTANA, Patrick J; CHARNOV, Bruce H. Administração. São Paulo: Saraiva, 2000. MULLER, Cláudio José. Modelo de Gestão Integrando Planejamento Estratégico, Sistemas de Avaliação de Desempenho e Gerenciamento de Processos (MEIO – Modelo de Estratégia, Indicadores e Operações). 2003. Tese (Doutor em Engenharia – Ênfase em Gerência da Produção) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2003. NADLER, David A. e TUSHMAN, Michael L. A organização do Futuro. Revista HSM Management nº 18, Janeiro-Fevereiro. São Paulo: HSM do Brasil, 2000. NAM, C.H.; TATUM, C.B. Major characteristics of constructed products and resulting limitations of construction technology. Constr. Management and Economics, Vol 6, 133-147, 1988. NÓBREGA, Diogo M. Análise discriminante utilizando o software SPSS. Campina Grande, 2010. NUNNALLY, Jum C. Psychometric Theory. 3rd. New York: McGraw-Hill, 1994. O’LEARY, Daniel E. A Comparative Analysis of the Evolution of a Taxonomy for Best Practices. Intelligent Systems in Accounting, Finance and Management. Intell. Sys. Acc. Fin. Mgmt, 2009. OLIVEIRA. Djalma, P.R. Sistemas, organização e métodos – uma abordagem gerencial. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2000.
251
OZAKI, Adalton M. Estrutura organizacional para a realização de negócios eletrônicos em empresas tradicionais: um estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. PAIM, Rafael;. CARDOSO, Vinícius; CAULLIRAUX Heitor; CLEMENTE, Rafael. Gestão de Processos: Pensar, Agir e Aprender. Porto Alegre: Bookman, 2009. PASW STATISTICS DATA EDITOR 17.0. @ IBM Corporation, 2014. PELLICER, Eugenio; YEPES, Victor; TEIXEIRA, José C.; MOURA, Helder P.; CATALÁ, Joaquín. Construction Management. Oxford: Wiley Blackwell, 2014. PEREIRA, Alexandre. SPSS – Guia prático de utilização. Análise de dados para ciências sociais e psicologia. 7. ed. Lisboa: Edições Sílabo, 2008. PEREIRA, Cristina. E. C.; MASCENA, Keysa. M. C.; PILLI, Luiz.Eduardo.; MAZZON, José Afonso. Análise das publicações internacionais sobre vantagem competitiva em clusters: uma pesquisa bibliométrica. XVI SEMEAD- Seminários em Administração, outubro de 2013. São Paulo, 2013. PERROTTI, Edoardo. Estrutura organizacional e gestão do conhecimento. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2004. PETTIGREW, Andrew M.; FENTON, Evelyn M. The innovating organization. London: Sage Publications, 2000. PFEFFER, Jeffrey. Barriers to the advance of organizational Science: paradigm development as a dependent variable. The Academy of Management Review, Vol. 18, No. 4, pp. 599-620, 1993. PRESCOT, Roberta. Em alerta: o baixo crescimento do PIB e os indicadores macroeconômicos vem afetando a construção civil, mas isto não significa que o setor esteja diante de uma crise. Revista Construção e Mercado. São Paulo. N. 156 – Julho 2014. São Paulo: PINI, 2014. PINTO, Ricardo L. Evolução da estrutura organizacional ao longo do ciclo de vida do projeto: um estudo de caso. Tese de Doutorado, FEA/USP, São Paulo, 2002. PRADELLA, Simone. Gestão de Processos: uma Metodologia Redesenhada para a Busca de Maior Eficiência e Eficácia Organizacional. Revista Gestão & Tecnologia, Pedro Leopoldo, v. 13, n. 2, p. 94-121, mai./ago. 2013. Pedro Leopoldo, 2013. ROBBINS, Stephen. Comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2002. RODRIGUES FILHO, José. Desenvolvimento de diferentes perspectivas teóricas para análise das organizações. 21º Encontro da ANPAD. Rio de Janeiro, 1998.
252
RODRIGUES, Maria Cecília P. Potencial de desenvolvimento dos municípios fluminenses: uma metodologia alternativa ao IQM, com base na análise fatorial exploratória e na análise de clusters. Caderno de Pesquisas em Administração, v. 9, n. 1, p. 75-89, 2002. São Paulo, 2002. ROMANO. Fabiane V. Modelo de referência para o gerenciamento do processo de projeto integrado de edificações. Revista Gestão & Tecnologia de Projetos. Vol. 1, No 1, Novembro 2006. São Paulo, 2006. SANTOS, Rafael P. C. Engenharia de processos: análise do referencial teórico-conceitual, aplicações e casos. Tese (Doutor em Ciências em Engenharia de Produção) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002. SCIELO – The Scientific Electronic Library Online. Disponível em: <http://www.scielo.br/>. Acesso em 21 jun. 2014. SCOPUS. Copyright © 2014 Elsevier B.V. SCHIAVO, Sílvia R. As práticas de trabalho e o processo de aprendizagem de trabalhadores da construção civil à luz da estética organizacional. 2010. 114f. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010. SCHWARK, Martin Paul. Inovação – Porque o desinteresse na indústria da construção civil. Inovação em construção civil. Coletânea 2006. Instituto UNIENP. Coleção UNIENP Inovação. São Paulo, 2006. SCUDINO, Patricia A. A utilização de alguns testes estatísticos para análise da variabilidade do preço do mel nos Municípios de Angra dos Reis e Mangaratiba, Estado do Rio de Janeiro. Seropédica, 2008. SEMLER, Ricardo F. Virando a própria mesa. São Paulo: Best Seller, 1988. SHIRAZI, B.; LANGFORD, D. A.; ROWLINSON, S. M. Organizational Structures in the Construction Industry. Construction Management & Economics, v. 14, n. 3, p. 199-212, 1996. SILVA, Claudete T.A.; MARCHI, Jamur J.; ROCHA, Rudimar A. Benchmarking: excelência em gestão e competitividade. Santa Maria, 2002. SANTOS, Rafael P. C. Engenharia de processos: análise do referencial teórico-conceitual, aplicações e casos. Tese (Doutor em Ciências em Engenharia de Produção) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002. SCIELO – The Scientific Electronic Library Online. Disponível em: <http://www.scielo.br/>. Acesso em 21 jun. 2014.
253
SCOPUS. Copyright © 2014 Elsevier B.V. Disponível em: <http://www.elsevier.com/online-tools/scopus.> Acesso em 05 jun. 2014. SOUZA, Agostinho L. Notas de aula da disciplina ENF 796 – Problemas Especiais III (Técnicas Multivariadas Aplicadas em Manejo de Florestas). Análise discriminante aplicada a engenharia florestal. DEF/UFV. Viçosa, 2006. STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 56. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. TORMAN, Vanessa B. L; COSTER, Rodrigo; RIBOLDI, João. Normalidade de variáveis: métodos de verificação e comparação de alguns testes não-paramétricos por simulação. Revista HCPA, v. 32, n. 2, p. 227-234. Porto Alegre, 2012. VALLE, Rogerio; OLIVEIRA, Saulo B. Análise e modelagem de processos de negócio: Foco na notação BPMN (BusinessProcess Modeling Notation). São Paulo: Atlas, 2009. VASCONCELLOS, Eduardo; HEMSLEY, James R. Estrutura das organizações. 4. ed. São Paulo: Cengage Learning Edições, 2002. VERGARA, S. C. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2005. VICINI, Lorena; MENDONÇA, Adriano. Análise multivariada da teoria à prática. Santa Maria, 2005. VIVANCOS, Adriano G. Estruturas organizacionais de empresas construtoras de edifícios em processo de implementação de sistemas de gestão de qualidade. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. WAGNER III, John A.; HOLLENBECK, John R. Comportamento organizacional: criando vantagem competitiva. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. WETHYAVIRON, Piyanut; CHAROENNGAM, Chotchai; TEERAJETGUI, Wasan. Strategic Assets Driving Organizational Capabilities of Thai Construction Firms. Journal of Construction Engineering and Management. Volume 135, Issue 11, 2009. YOUNG, N. K. Key trends in the European and US construction marketplace. Smart Market report. Design and construction intelligence. Supported by CIOB, in Partnership with University of Reading and CRC; 2008. YUKI, Wagner S. Análise das relações entre as características da estrutura organizacional e o nível de desenvolvimento dos processos gerenciais de empresas de construção civil. 2011. 256f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2011. ZANELLA, Liane C. H. Metodologia de pesquisa. SEAD/UFSC. Florianópolis, 2006.
254
ZAYED, Tarek; ELWAKIL, Emad; AMMAR, Mohammad. A framework for performance assessment of organizations in the construction industry. International Journal of Architeture, Engineering and Construction. Vol 1, No 4, 199-212. December, 2012.
255
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO
256
Diagnóstico das empresas de construção civil Data ___/___/____
Parte 1.1 – Identificação do perfil da organização
Razão Social:
Endereço: Telefone / Fax: E-mail:
Bairro: CEP: Cidade/UF: Site:
Ano de fundação: Região de atuação: Número de funcionários:
Tipo de constituição:
( ) Limitada ( ) S/A Capital fechado ( ) S/A Capital aberto
( ) Capital misto ( ) Estatal ( ) Outra _____________
Tipo de administração:
( ) Profissional ( ) Familiar ( ) Mista
( ) Outra _______________________
Produção anual: _________________ (m2,m3,metro
linear, unidades, toneladas)
A empresa possui algum tipo de certificação?
( ) Não possui certificação ( ) ISO 9000 ( ) ISO 14000 ( ) QS 9000 ( ) ISO TS 16949 ( ) Rohs 18000 ( ) Outras __________________________________
Qual o ramo de atuação da empresa? (Selecionar mais de uma alternativa, se for o caso)
( ) Incorporação de empreendimentos imobiliários
( ) Obras residenciais
( ) Edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais
( ) Obras de infra-estrutura (rodovias, ferrovias, obras de arte, água, esgoto, transporte por dutos, linhas de eletricidade, etc.)
( ) Serviços especializados (demolição e preparação do terreno, instalações elétricas e hidráulicas, obras de acabamento, fundações, administração de obras, etc.)
( ) Fabricação de estruturas pré-moldadas em concreto armado (estruturas pré-moldadas, vigas, estacas, postes, dormentes, aduelas e galerias)
( ) Fabricação de artefatos de cimento para uso na construção (blocos, pavers, lajotas, guias, bloquetes, meio-fios, manilhas e tubos, etc.)
( ) Outro _____________________________________________________________________________________________________
Quantos empreendimentos/projetos a empresa já executou desde o início de suas atividades?
( ) Menos de 10 ( ) De 11 a 20 ( ) De 21 a 40 ( ) De 41 a 60 ( ) De 61 a 99 ( ) Mais de 100
Quantos empreendimentos/projetos a empresa está executando atualmente?
( ) 1 ( ) De 2 a 5 ( ) De 6 a 10 ( ) De 11 a 20 ( ) Mais de 20
Parte 1.2 – Identificação do perfil do entrevistado
Cargo que você ocupa na empresa:
( ) Diretor ( ) Gerente ( ) Coordenador ( ) Chefe ( ) Supervisor ( ) Assessor ( ) Analista
( ) Operador ( ) Auxiliar ( ) Engenheiro ( ) Técnico ( ) Trainee ( ) Estagiário ( ) Outro ______________
Há quantos anos você
trabalha nesta empresa:
Em qual área você trabalha?
( ) Administrativa ( ) Comercial ( ) Marketing ( ) Financeira ( ) Contábil/Custos ( ) Recursos humanos ( ) Produção ( ) Meio ambiente
( ) Engenharia / Desenvolvimento ( ) Logística ( ) Qualidade ( ) Tecnologia da informação ( ) Outra ___________________________________
Qual a sua área de formação? Para receber os resultados desta pesquisa, informe seu email:
257
Parte 2 – Características da organização Uma série de características organizacionais é apresentada a seguir. Para cada uma destas características classifique o ambiente em que a empresa atua, de acordo com a escala de intensidade. 29 Qual o nível de centralização da estrutura organizacional da empresa?
Centralizada 1 2 3 4 5 6 7 Descentralizada
30 Qual o nível de formalização dos cargos e funções da empresa?
Sem formalização 1 2 3 4 5 6 7 Totalmente formalizada
31 Como você classifica o estilo de liderança da empresa?
Autocrática 1 2 3 4 5 6 7 Democrática
32 Qual a quantidade de horas de treinamento que os funcionários recebem durante um ano?
Sem treinamento 1 2 3 4 5 6 7 Média superior a 12 dias/ano
33 Qual o nível de formalização das atividades e processos?
Sem formalização (realizada de maneira intuitiva)
1 2 3 4 5 6 7 Totalmente formalizada (padronização total dos processos)
34 Qual o grau de autonomia dos funcionários?
Sem autonomia 1 2 3 4 5 6 7 Autonomia total
35 Qual o grau de especialização (polivalência) dos funcionários?
Realiza uma única atividade
1 2 3 4 5 6 7 Multi-atividades
36 Qual o nível de departamentalização da empresa?
Pouco departamentalizada
1 2 3 4 5 6 7 Muito departamentalizada
37 Qual o nível de integração entre os processos?
Baixo 1 2 3 4 5 6 7 Muito alto
38 Qual a taxa de crescimento da empresa nos últimos três anos?
Zero 1 2 3 4 5 6 7 > 20% a.a.
39 Qual o nível de formação dos funcionários?
Sem formação 1 2 3 4 5 6 7 Maioria com nível superior e pós-graduação
40 Qual o nível de cooperação entre os funcionários? Sem cooperação 1 2 3 4 5 6 7 Cooperação total
41 Qual o nível de interação entre os funcionários (troca de informações formais e informais)? Sem troca de informações
1 2 3 4 5 6 7 Intensa troca de informações
42 Qual o nível de controle exercido sobre as atividades e/ou funcionários?
Sem nenhum controle
1 2 3 4 5 6 7 Controle Intensivo
43 Qual o nível de investimentos em tecnologias e equipamentos realizados nos últimos três anos? Nenhum 1 2 3 4 5 6 7 Muito elevado (reconfiguração total produtos, processos e equipamentos) 44 Qual a posição da empresa em relação aos seus concorrentes? Entre as últimas do
mercado 1 2 3 4 5 6 7 Entre as líderes do mercado
45 Qual o tempo de resposta da empresa às demandas do mercado (novos produtos,
certificações, tecnologias diferenciadas, etc.)?
Muito lento 1 2 3 4 5 6 7 Muito rápido
258
Parte 2 – Características da organização Uma série de características organizacionais é apresentada a seguir. Para cada uma destas características classifique o ambiente em que a empresa atua, de acordo com a escala de intensidade. 46 Qual é a capacidade da empresa em se adaptar às mudanças do seu mercado/ambiente? Nenhuma 1 2 3 4 5 6 7 Forte capacidade de adaptação
47 Como você considera o mercado em que sua empresa atua?
Muito estático 1 2 3 4 5 6 7 Muito dinâmico
48 Com relação a sua empresa você diria que: Segue a tendência do mercado
1 2 3 4 5 6 7 Antecipa-se às mudanças
49 As relações entre funcionários ocorrem com mais freqüência de forma: Formal 1 2 3 4 5 6 7 Informal
50 O nível de conhecimento dos funcionários em relação às estratégias de gestão adotadas pela empresa é:
Baixo 1 2 3 4 5 6 7 Alto
51 Qual a posição da empresa em relação à redução de custos nas suas atividades ou processos?
Sem preocupação 1 2 3 4 5 6 7 Muito preocupada
52 Qual o nível de preocupação da empresa em relação à adoção de melhorias nos processos? Sem preocupação 1 2 3 4 5 6 7 Muito preocupada
53 Qual o nível de preocupação da empresa em relação à prevenção de problemas na execução de seus empreendimentos, produtos ou serviços?
Nenhuma 1 2 3 4 5 6 7 Muito preocupada
54 É feita uma avaliação das habilidades necessárias aos funcionários para a execução de suas atividades?
Sem avaliação 1 2 3 4 5 6 7 Continuamente
55 Existe um alinhamento das características dos empreendimentos, produtos ou serviços com a estratégia adotada pela empresa?
Sem alinhamento 1 2 3 4 5 6 7 Bem alinhada
56 A empresa se preocupa com a diferenciação de seus empreendimentos, produtos ou serviços em relação aos seus concorrentes?
Sem preocupação 1 2 3 4 5 6 7 Muito preocupada
57 O quadro de funcionários dos últimos três anos:
Diminuiu muito (<50%)
1 2 3 4 5 6 7 Aumentou muito (>50%)
259
Parte 3 – Nível de efetividade dos processos Neste bloco são apresentados os principais processos de gestão de uma organização empresarial. Estes processos devem ser classificados de acordo com o nível de desenvolvimento em que se encontram atualmente, de acordo com a escala de intensidade.
1 2 3 4 5 6 7
Processo inexistente
Processo minimamente desenvolvido
(ou em fase de implantação)
Processo pouco desenvolvido
(ou parcialmente utilizado)
Processo desenvolvido (implantado e funcionando)
Processo bem desenvolvido (implantado e funcionando plenamente)
Processo muito desenvolvido (funcionando plenamente e estabilizado)
Processo altamente desenvolvido (funcionado plenamente,
estabilizado e sendo constantemente aperfeiçoado)
1. DESENVOLVER VISÃO E ESTRATÉGIA
58 A empresa faz sistematicamente a análise do ambiente em que atua (mercado, concorrentes e fornecedores) visando obter vantagens competitivas?
1 2 3 4 5 6 7
59 A empresa faz sistematicamente a análise das necessidades de seus clientes?
1 2 3 4 5 6 7
60 A empresa possui visão e posicionamento estratégicos bem definidos?
1 2 3 4 5 6 7
61 A empresa faz sistematicamente a análise de seu desempenho interno com base em indicadores e/ou metas estratégicas?
1 2 3 4 5 6 7
2. DESENVOLVER E GERIR PRODUTOS E SERVIÇOS
62 A empresa faz a gestão do seu portfólio, através da análise de desempenho dos seus produtos ou empreendimentos versus as oportunidades de mercado?
1 2 3 4 5 6 7
63 Existe um processo formal de elaboração e desenvolvimento de novos empreendimentos, produtos ou projetos?
1 2 3 4 5 6 7
64 A empresa utiliza processos integrados de desenvolvimento de projetos ou produtos com tecnologia de informação como o BIM - Building Information Modeling?
1 2 3 4 5 6 7
65 A empresa faz o planejamento e a gestão do cronograma físico-financeiro de cada empreendimento, projeto ou lote de
produção/?
1 2 3 4 5 6 7
3. OFERTAR PRODUTOS E SERVIÇOS
66 A empresa possui um processo de marketing (Ex.: posicionamento de mercado, políticas de preço, desenvolvimento de
marca, ações de comunicação, etc.)?
1 2 3 4 5 6 7
67 A empresa possui um processo de vendas (Ex.: previsão de vendas, orçamento de vendas, gestão dos dados dos
clientes, programas de relacionamento, etc.)?
1 2 3 4 5 6 7
260
4. DESENVOLVER EMPREENDIMENTOS, PRODUTOS E SERVIÇOS
68 A empresa possui um plano formal para aquisição de materiais e serviços?
1 2 3 4 5 6 7
69 A empresa gerencia seus estoques de matéria-prima?
1 2 3 4 5 6 7
70 Existe uma integração entre o planejamento dos setores comercial e de produção/execução visando melhorar os resultados da empresa?
1 2 3 4 5 6 7
71 A empresa efetua o planejamento, a programação e o controle da produção/execução de empreendimentos, produtos
ou serviços?
1 2 3 4 5 6 7
72 Este planejamento leva em consideração a disponibilidade de recursos materiais e mão-de-obra?
1 2 3 4 5 6 7
73 A empresa estabelece procedimentos formais para a execução de serviços ou fabricação de produtos (Ex.: instruções
para execução de reboco, produção de blocos de vedação)?
1 2 3 4 5 6 7
5. GERIR O ATENDIMENTO AO CLIENTE
74 A empresa define procedimentos de atendimento ao cliente?
1 2 3 4 5 6 7
75 A empresa estabelece níveis de serviço para o atendimento ao cliente?
1 2 3 4 5 6 7
6. DESENVOLVER E GERIR CAPITAL HUMANO
76 A empresa possui estratégias e políticas efetivas de gerenciamento de recursos humanos?
1 2 3 4 5 6 7
77 A empresa possui um programa de remuneração variável?
1 2 3 4 5 6 7
7. GERENCIAR TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
78 A empresa possui um sistema de gestão de informações compatível com a estratégia de seus negócios?
1 2 3 4 5 6 7
79 A empresa utiliza a tecnologia de informação nas relações estabelecidas com seus fornecedores e clientes?
1 2 3 4 5 6 7
8. GERIR RECURSOS FINANCEIROS
80 A empresa efetua o planejamento e o controle orçamentário (previsão de custos e receitas)?
1 2 3 4 5 6 7
81 A empresa utiliza a contabilidade de custos (Exp.: custeio dos produtos, variações entre orçado e realizado) como fonte
de informação para o planejamento e controle do seu negócio?
1 2 3 4 5 6 7
82 A empresa gere sua performance financeira com base em dados confiáveis? 1 2 3 4 5 6 7
261
9. ADQUIRIR, CONSTRUIR E GERIR BENS E EQUIPAMENTOS
83 A empresa possui uma estratégia de gerenciamento de seus bens imóveis (planejar, projetar, construir, adquirir e
manter)?
1 2 3 4 5 6 7
84 A empresa desenvolve políticas de manutenção contínua de seus ativos produtivos (veículos, máquinas, equipamentos,
etc.)?
1 2 3 4 5 6 7
85 A empresa faz análise e gestão dos riscos físicos associados à sua operação? 1 2 3 4 5 6 7
10. GERIR SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE
86 A empresa avalia os impactos ambientais resultantes da execução de seus empreendimentos, processos, produtos e/ou serviços?
1 2 3 4 5 6 7
87 A empresa avalia, desenvolve e executa programas de saúde, segurança e meio ambiente?
1 2 3 4 5 6 7
11. GERIR AS RELAÇÕES COM O MERCADO
88 A empresa planeja, constrói e gere suas relações com os stakeholders: credores/investidores, analistas de mercado,
acionistas, mídia, órgãos do governo, comunidade, grupos industriais ou de serviços? 1 2 3 4 5 6 7
89 A empresa faz a gestão das questões legais, éticas e jurídicas (Ex.: políticas de ética, governança corporativa,
resolução de disputas e litígios, negociação de acordos e contratos, proteção de propriedade intelectual)?
1 2 3 4 5 6 7
12. GERIR O CONHECIMENTO, A MELHORIA E AS MUDANÇAS
90 A empresa gerencia sua estratégia de desempenho organizacional (Ex.: mensuração de produtividade, custo, eficiência) através de processos de avaliação de desempenho e benchmarking?
1 2 3 4 5 6 7
91 A empresa possui um programa de gestão do conhecimento? 1 2 3 4 5 6 7
APÊNDICE B – OUTPUTS DO SPSS
ESCORES FATORIAIS – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS
FAC1_1 FAC1_2 FAC1_3 FAC1_4 FAC1_5 FAC1_6 FAC1_7
0,74552 -1,48879 -0,76243 0,18915 0,78636 -0,82646 -0,98636
0,73432 0,28704 0,04961 1,14981 -0,58807 -0,53558 -0,47423
1,06709 0,58482 0,24374 0,17447 1,42725 -1,3441 -0,58909
-0,34889 -1,81696 1,07736 -0,61987 -0,89032 0,25125 -1,31902
0,60242 0,05086 -1,71568 0,41561 2,23789 -1,54851 0,70691
1,86628 -1,1668 -0,8853 0,38125 0,92734 -0,18178 -0,96197
-0,69867 -0,80685 -1,09968 -0,13367 0,68057 0,36504 -0,86025
1,59177 -0,6107 -0,25747 -0,05365 1,37613 0,0366 -1,43635
-0,17303 1,17953 -0,7518 0,32113 0,35382 -1,2879 -1,07973
1,00675 0,2927 0,8937 0,20538 1,07274 -0,02025 1,12569
0,2231 -0,70286 -0,39262 1,1964 -0,01401 -0,87224 -0,27763
0,36666 -0,96515 0,44725 0,49806 -0,69373 -1,11087 -1,35897
2,02271 1,84991 -1,50874 0,42797 0,73785 1,51734 -1,20513
0,81517 -0,31883 0,59828 -1,28033 0,17416 0,41085 -0,00403
-0,70813 1,55363 -1,46558 -2,39083 -1,84628 -1,01039 0,56708
-0,28878 -0,02572 -1,33787 1,19274 0,31375 0,1367 0,23622
0,71005 1,24362 0,77798 -0,29849 -0,79617 0,10037 1,467
1,08345 0,14283 0,13255 -0,77064 1,09777 0,43371 -0,04596
0,44017 -0,08035 -1,84842 0,37358 -0,82948 -1,38748 1,64339
0,43466 -0,12876 0,99649 1,30183 -0,46972 -0,17208 1,1887
-0,17143 0,36501 -0,16199 0,9552 1,04052 0,87577 0,44639
0,61829 0,67313 0,83151 0,5087 0,12502 -0,25144 -0,3526
1,46484 0,51148 0,34245 0,01762 1,21462 0,66409 0,00572
1,19728 -1,39485 -1,03864 0,89328 -1,54653 1,83734 1,68364
-0,52621 -1,26389 1,de164 -0,20147 -0,16137 -0,59798 -0,57685
-1,74941 -0,92697 1,4886 0,50567 -1,73887 2,53981 1,75159
0,19172 -1,70247 0,54618 0,12072 1,25086 0,55869 -0,32593
-0,61156 -0,03276 -0,1267 1,15443 -1,60276 -1,5631 1,61677
0,7266 1,13789 1,00715 -1,83775 0,37633 0,79211 0,27995
-0,61292 -0,01273 0,71961 -0,0347 0,7943 0,17588 -0,30929
-1,1796 -0,79435 0,34793 -0,89116 -0,86596 0,71117 -0,02176
0,54505 0,55965 0,48717 -0,31803 0,96547 -0,72415 0,37259
-1,052 -0,34525 -0,09365 1,10314 0,66968 -1,01019 -1,23541
0,89669 1,12198 -0,13014 1,16118 0,62957 0,33055 0,58167
-1,13085 -0,69403 0,7616 -0,71268 -0,43923 -0,80216 -1,95946
0,3559 -0,70372 -0,05709 0,64023 -0,50132 1,25536 0,36311
-1,02157 0,07447 1,12173 -0,04439 2,2045 0,1907 0,43924
0,20095 -0,7589 0,84432 0,96897 0,10603 -1,29569 0,1647
0,13762 -0,25925 1,12235 -0,95971 1,44495 -0,14714 -0,83273
0,56713 -0,78185 -1,17465 -0,28341 -0,57015 -0,20672 0,29562
0,51425 1,33027 0,79873 1,13114 0,4632 0,30583 -0,8221
-0,74688 -0,30121 -0,65358 -0,36846 -0,25174 -0,85342 0,64117
-0,38745 0,15079 0,83761 1,07323 -1,27578 0,56772 -0,90018
-1,00138 -0,71196 1,45379 -0,31902 0,9351 -0,17683 1,28087
0,382 0,38469 0,26324 0,49784 -0,70464 0,0057 0,56486
0,37841 -0,8005 2,5217 -0,61456 0,08056 2,64713 -0,97901
-0,00763 -0,26952 0,67584 -0,27451 2,32385 1,0742 0,8166
-0,8106 -0,31709 0,6433 0,24919 -0,99107 -0,66235 1,33499
-0,13628 -0,56876 -1,6735 -0,01687 -0,16704 -0,83295 -0,37171
0,57303 -0,38111 -0,33126 2,15268 0,25902 0,68679 0,88956
-1,66142 0,38157 0,01545 1,29577 0,1577 -0,53066 0,84869
-0,40448 -1,64623 -1,62024 -1,04153 -0,46887 1,41897 -2,17608
0,31548 0,10148 1,77371 1,05815 1,17105 -1,54063 -0,61519
0,06156 -1,83544 0,89851 -0,43359 1,03576 -0,13435 0,1472
0,70777 -0,49443 -0,08545 -0,51384 -0,45853 -0,3548 -1,11079
-0,77439 -0,4725 1,35451 0,46791 1,32561 -0,77998 0,715
-0,39115 0,6067 1,2743 0,73577 -0,80818 -1,14044 0,44423
-1,54947 -1,68 -1,9639 1,01652 -0,32208 -1,6725 -1,63071
-0,60165 0,99796 -0,30388 0,86811 -0,97355 0,67101 -0,86935
-0,66226 0,8013 0,9602 0,98074 -0,39398 0,07401 -0,53144
1,02942 0,06612 -0,56734 1,26373 1,27276 -1,19058 0,16865
-0,7565 1,6169 -0,17871 1,42698 -1,12377 0,64982 1,94096
0,46402 0,60045 1,32366 0,91817 -0,2996 0,5654 -0,33038
0,46354 -0,54238 -0,16464 -0,3362 -1,62835 -0,31126 0,45388
-0,55855 0,32984 0,25441 0,15017 0,55455 0,95761 0,17117
0,77862 -0,72177 0,03208 1,54468 0,92881 1,43702 -0,01689
-0,0155 0,64704 0,66826 -2,11533 0,84284 0,60972 -0,02257
1,09245 1,46487 0,94738 -0,14252 -1,05119 -0,42326 -0,75856
-0,53991 1,28495 -1,03536 -1,00428 -0,59358 -1,90537 -1,16954
-3,03572 -0,87 -1,25577 -1,90302 2,03605 0,99887 1,22992
-1,17826 1,8451 -2,59632 0,10973 -0,14332 -0,14315 0,49366
0,29092 0,21182 -0,79728 -1,19226 2,27994 -0,71224 2,03381
-1,1621 -0,56452 0,46253 -1,49599 0,35492 -2,60474 2,01884
0,07106 -1,0011 1,08901 1,49598 -0,77001 -0,89213 1,16956
0,91295 -0,11509 0,09371 0,89703 -0,64917 -2,02353 0,64716
0,25383 0,69301 0,70132 -1,52416 -1,18992 -2,09335 0,76137
-0,45467 0,34406 0,53146 -0,96236 -0,04453 -0,01065 -0,09045
1,29226 0,542 -1,43255 -0,0323 -1,03921 0,02953 0,33899
0,4483 1,21838 0,06199 -1,00208 -0,79659 0,91341 -0,13049
0,26511 1,86405 -0,92849 -0,07572 1,28338 0,9885 1,5957
1,77099 -0,35504 0,48265 -0,63141 -0,78081 -0,46317 0,24745
-1,12211 0,85268 0,06757 -0,03321 0,23757 0,22197 0,59872
-0,35144 -0,59348 0,57737 0,13531 -0,1289 -0,40893 0,11109
-2,7287 -1,4927 0,68315 -0,21782 -0,58564 0,02809 0,16241
1,6053 -2,72741 -1,96687 0,78487 -0,27922 1,91125 1,88211
1,50025 -2,41231 -0,61753 -0,23263 -0,754 0,18636 -0,60011
0,24818 0,23449 0,27704 1,48305 0,34645 -0,18992 -0,21145
0,05949 0,92693 0,6479 0,03141 1,11516 0,01756 0,5821
1,46172 0,10593 1,82745 0,35007 -0,96644 -0,15896 -0,74769
-1,33548 0,35812 0,29855 -0,44309 -1,11837 -0,37208 -1,98689
-0,15073 -0,97494 -0,69673 1,09407 -1,3236 -0,96465 -0,53217
0,66371 0,69824 -0,29738 -0,00192 0,14038 0,876 -0,06528
-1,62955 0,64824 0,93936 -0,04092 0,68475 -0,94468 0,11019
0,11653 0,90995 0,67314 0,38138 0,0073 -0,12614 -0,74246
0,45796 0,64661 1,48373 -1,4935 -0,11109 0,75531 0,24244
0,25158 -0,53958 -0,45029 -1,29452 -1,07986 -1,8632 -2,96316
0,01233 0,5284 0,08831 -0,25417 -0,92568 0,19014 0,12085
0,28843 -0,41911 0,54633 0,18636 -0,22626 0,33461 -0,79295
0,19107 0,64345 0,41639 0,84503 1,57298 0,43784 -1,68713
-2,43417 0,68307 -1,77002 1,4782 -0,95871 1,0046 -0,53521
0,10129 0,67048 -1,00602 -0,07478 -0,30191 0,91509 -0,03983
-0,7963 1,29122 -0,83837 -1,22607 0,37257 0,94841 -1,95639
1,1064 -0,39332 -1,6917 -1,53181 0,13271 -0,45399 1,35197
-0,01518 -0,87944 1,02589 0,60146 -1,62005 1,6993 0,45303
-2,3543 -1,72595 -0,34233 -2,16417 2,23456 -0,59174 0,40101
-0,48569 1,8331 1,6267 -0,18155 -0,16512 0,46399 -0,2991
-1,35171 2,26833 -0,64011 -0,18593 -0,98684 0,61253 0,1225
-0,59423 1,9532 -0,70618 -0,0422 -0,49844 0,1351 0,7106
-0,25309 -0,67464 -0,22439 0,09826 -0,15385 -0,4318 1,76043
-0,55679 -0,15701 -1,07253 -0,3979 0,41907 2,06306 -1,56001
-0,81509 -1,01382 -0,88477 -1,72054 -0,41569 2,44985 0,35933
-1,10107 -0,60033 0,11034 1,01776 -1,22127 0,01212 -0,58447
0,77608 0,56192 -1,68365 0,09792 1,67959 -0,31715 -0,09763
-0,27482 0,00384 0,55658 -1,32941 -0,85532 0,59131 0,24035
2,91607 -1,38817 -0,48306 -3,12594 -1,87192 -0,46891 1,48078
-0,73988 -0,00443 -1,88198 2,03863 0,49072 1,41911 -1,03906
0,58543 2,06191 -0,84812 -1,65395 -0,88321 0,53055 -0,95931
1,17968 0,43606 0,59443 -1,33698 -0,8355 0,05198 -0,4417
ESCORES FATORIAIS – NÍVEL DE EFETIVIDADE DE PROCESSOS
FAC1_1 FAC1_2 FAC1_3 FAC1_4 FAC1_5 FAC1_6
-1,06345 1,20484 -1,44875 0,1823 0,24995 -0,33898
0,40605 -1,46314 -0,10098 -1,00126 0,84711 -1,17342
0,24982 1,11955 -0,11103 1,12437 0,55932 1,11927
-0,02813 0,69354 -1,25619 0,66684 -0,93195 0,81034
-0,78999 0,58676 -0,28875 -0,5649 -0,53741 -0,14486
-0,15363 0,79294 1,26622 -0,09783 -0,08069 -1,47074
-1,78285 -0,16883 -0,5637 -1,14263 -0,7636 -0,80153
0,02499 0,23364 0,13712 -0,47271 -1,16461 -0,75338
-1,0251 2,69282 -2,53201 2,73173 1,16587 -1,68451
0,62415 1,36674 0,24739 0,42684 1,6272 -0,55291
-0,65131 -1,10516 0,71051 1,0718 -0,24486 0,78936
0,39134 -0,01469 0,14357 1,463 -0,72382 -0,74546
0,58515 0,9611 0,76361 1,27175 1,54971 0,45367
0,94597 1,35124 0,0906 0,22871 -0,95019 0,21913
0,94633 -1,02537 -1,70087 0,07536 -1,30868 0,18047
-0,76715 -1,0928 -0,68227 -0,09658 0,82593 -0,35855
0,9472 -0,83827 0,33804 -0,19458 0,28435 0,98861
0,36466 0,03287 -0,94371 1,21616 -0,0204 -0,04042
-1,0328 -0,07939 0,65507 -0,01495 -1,07279 -0,10997
0,93977 0,38936 0,94906 0,39386 1,65047 0,49042
-0,56982 0,45756 -0,24137 0,03027 -0,53051 0,2324
-0,79793 1,20299 0,81259 0,58385 -0,75153 1,56824
0,60596 0,85149 1,25678 1,18705 0,14184 0,52234
2,4594 0,03044 -3,60463 2,2534 1,32063 0,38193
0,67584 -1,41593 -0,39662 -0,47665 -0,72104 0,65205
0,8411 -0,19868 -0,23963 -0,54773 -0,47257 2,26107
-0,62841 0,19434 -0,02816 -0,68585 0,99103 -0,14831
-0,85626 -0,97621 -1,56027 0,9583 -0,57518 0,58316
0,35301 1,75208 -0,91967 -0,51703 0,32586 -0,10264
-0,22403 -0,96983 0,17152 -0,31169 0,1242 1,27318
-0,62548 -0,23517 -0,3641 0,01608 -0,16399 0,20816
2,23687 0,64145 -2,05095 -1,20456 0,40288 -0,33329
0,66042 1,29029 -0,62717 -0,40333 -0,93861 -2,26123
0,83283 1,15269 -0,27699 0,23746 1,1707 1,92172
-1,19276 1,03575 -1,5012 -1,1078 -0,12896 -1,36972
1,30641 -0,84133 -0,18569 0,11194 1,06088 -0,47286
0,2268 1,3723 1,08159 0,75501 1,41863 0,94156
0,06017 0,37349 -1,45881 1,72821 1,2274 -0,56985
1,30502 0,15671 0,62289 0,95906 -1,60814 0,16496
0,83149 1,31679 0,16479 -3,01241 1,76261 2,96746
-0,90917 0,68529 -1,1741 -0,05485 -0,99394 -1,56614
-0,10628 1,60262 -0,45943 0,53047 -0,79759 0,20648
0,52025 1,26096 -0,28356 -1,7014 1,64929 1,29115
-0,56785 1,49411 -0,1701 -0,24093 -0,26885 0,10079
-1,34422 0,88721 0,51613 0,66884 -0,1713 0,09359
0,55527 1,49809 1,14583 0,82987 -1,18626 1,05871
-0,91702 0,92025 0,7862 -0,23165 -0,65038 -0,37183
-0,15121 -1,00309 -1,68058 -0,75414 0,21476 0,28045
0,21047 -0,65687 1,06897 -1,02678 1,85728 0,14982
-0,81768 -0,3459 0,94578 -1,06913 1,09434 -0,1329
-1,5374 -0,57711 -0,95193 -0,58035 -0,38545 0,17735
0,53182 1,19595 1,31443 0,87852 0,72578 0,79894
-0,37632 -0,12297 0,77973 -0,79326 -0,10223 0,23867
1,48864 0,57867 -1,10354 -0,90703 -1,02245 -0,0487
-0,70327 0,18563 1,24914 -0,06638 1,28571 -0,0492
1,28748 -0,29758 1,83577 0,47 0,41004 -0,06458
-1,25002 -0,61104 -0,66942 -1,25757 -0,37562 -0,71275
-1,21297 -0,97074 0,5211 0,11346 0,34178 0,63768
0,05307 0,23714 0,57687 0,54548 0,47599 1,06381
-0,08815 0,14398 -0,10042 0,50377 -0,07634 0,62424
0,20656 -2,19909 -0,77743 0,3449 3,77145 -1,12765
0,68506 0,63907 1,32186 0,1615 0,76152 0,7856
-0,70063 0,04402 0,3436 -0,01584 0,38493 -1,69465
-0,4203 0,70504 0,7913 0,16662 0,446 0,40028
-0,9477 -0,31227 0,9151 0,35511 1,03547 0,24218
-1,88946 -0,33703 1,1556 -1,04474 -0,69122 0,83736
1,05949 -2,22815 1,4144 1,54656 -0,62363 -0,18503
-0,10152 -1,1748 0,52658 -1,22589 0,59477 0,56863
-1,18793 -1,21186 -0,34529 0,2875 -1,38703 -0,01663
-0,90988 -1,14104 -0,60175 -0,76931 -0,74678 -0,33896
-0,09815 -0,00931 1,16408 -0,96519 -1,34103 -1,05506
-1,11577 -0,64568 -1,74021 1,08084 0,14051 0,46925
-0,33271 0,19033 0,55882 0,52993 -1,05047 -1,36072
-0,2708 -0,62444 0,08947 0,2127 -0,19492 -0,31361
-1,07269 -0,79641 0,26147 0,06045 0,16776 -1,25469
0,33111 -0,08699 0,68494 0,65527 0,09546 -0,22996
3,05565 -3,27054 0,14353 0,85811 0,59273 -0,31346
0,92333 0,25384 0,40692 0,37115 -0,39068 0,85318
-0,09782 -1,55825 -0,91988 -0,42925 2,41919 -0,03303
0,91939 -0,43777 -0,13351 -2,46352 0,15381 -1,53999
1,52276 -0,75662 -0,25567 0,40951 0,40992 -0,60595
-1,39874 1,26573 -0,17049 0,10627 0,81808 -0,46016
0,69152 1,30343 0,85131 -0,69139 -0,28052 -0,10905
-1,76143 -0,55834 -1,90181 1,18196 0,45442 0,60934
-0,43359 1,73528 1,61671 -1,40132 1,79085 -1,87121
2,33596 -0,87088 1,35483 -1,02491 -0,40359 -1,50732
-0,23887 -0,15552 0,81061 0,43768 -0,28217 1,37816
0,30467 0,3566 0,46457 0,4814 -0,441 1,19134
-0,17094 0,80638 -0,05198 -0,01391 -0,38588 1,67827
-0,43379 -0,98587 -0,11968 -1,17113 1,38485 -0,04664
0,05258 -0,24465 -0,12983 -0,33597 -0,42648 0,71127
0,76926 -0,12895 -1,11654 -0,73323 -0,59585 -0,49383
1,30265 0,58482 -1,81625 0,64943 -0,52748 0,51623
0,69733 -0,58009 2,57436 1,67622 0,76229 -2,10889
-0,02795 -0,7175 0,99899 2,48183 -0,9012 0,29219
0,69878 -0,50058 -0,53255 -2,37889 -1,94986 2,15847
0,79246 -0,01176 -0,31506 0,05743 -0,44073 -0,23277
0,09097 0,16783 0,36961 -0,84727 0,18975 0,13136
0,15371 0,48163 1,09418 0,04525 -0,60943 1,72497
-0,53713 -1,89433 -1,70275 0,03181 -0,50015 2,47016
0,58929 0,70161 -0,26157 -1,84598 0,40323 -1,95772
1,11618 -1,15333 -0,13352 -1,5024 -0,34644 0,51754
-0,88938 -0,44333 0,15685 -1,54922 0,21334 -0,22086
-0,45689 -0,33005 1,32925 1,2238 1,08756 -1,65377
-1,55469 -0,48998 -0,25519 -0,99977 -0,79001 0,15377
0,13344 1,12835 0,66842 -0,12079 -1,53867 -1,19241
0,65729 -2,27782 1,15936 1,76753 -2,22139 -0,71819
-0,34793 -0,72923 1,04553 -0,77761 -0,61376 -0,35555
-1,07507 -0,50119 -0,04232 0,2028 -0,1219 -0,40537
-2,72217 -0,28526 1,02085 1,26593 -0,31198 1,5085
-0,72116 -0,62554 -0,21421 -1,22582 -0,41253 -1,34879
-1,0074 -0,76892 -0,73069 1,72699 -0,04854 -1,26593
0,03646 -0,24999 -0,40256 0,20461 -1,49721 -0,23905
-0,6493 0,36187 0,28834 -0,07158 0,40755 0,14901
0,40702 1,04259 -0,48847 -0,23304 -1,32861 -0,59039
-0,95886 -1,07884 0,12781 0,46754 -0,04224 0,38825
0,86541 0,33728 -1,13842 -0,56518 0,76385 -0,74482
2,83527 1,33293 0,11367 -0,3233 -2,84754 -1,21569
X58 X59 X60 X61 X62 X63 X64 X65 X66 X67 X68 X69 X70 X71 X72 X73 X74 X75 X76 X77 X78 X79 X80 X81 X82 X83 X84 X85 X86 X87 X88 X89 X90 X91
X58 1,000 ,732 ,709 ,557 ,548 ,562 ,445 ,469 ,469 ,439 ,412 ,400 ,445 ,486 ,456 ,381 ,464 ,388 ,496 ,457 ,535 ,536 ,477 ,461 ,486 ,457 ,426 ,456 ,479 ,402 ,525 ,420 ,505 ,430
X59 ,732 1,000 ,706 ,541 ,475 ,562 ,451 ,556 ,582 ,568 ,472 ,460 ,628 ,613 ,481 ,324 ,508 ,476 ,500 ,500 ,497 ,607 ,521 ,500 ,534 ,544 ,463 ,476 ,470 ,463 ,511 ,460 ,452 ,432
X60 ,709 ,706 1,000 ,729 ,540 ,631 ,467 ,606 ,590 ,567 ,469 ,448 ,573 ,614 ,568 ,463 ,594 ,600 ,632 ,611 ,648 ,594 ,589 ,525 ,524 ,611 ,489 ,559 ,525 ,464 ,562 ,487 ,614 ,590
X61 ,557 ,541 ,729 1,000 ,647 ,640 ,609 ,635 ,530 ,536 ,509 ,574 ,565 ,647 ,574 ,489 ,537 ,595 ,788 ,674 ,769 ,632 ,468 ,541 ,486 ,654 ,609 ,624 ,612 ,602 ,636 ,511 ,704 ,636
X62 ,548 ,475 ,540 ,647 1,000 ,762 ,577 ,519 ,614 ,563 ,432 ,474 ,469 ,570 ,490 ,530 ,469 ,518 ,565 ,505 ,642 ,496 ,378 ,498 ,504 ,452 ,445 ,482 ,414 ,496 ,503 ,485 ,646 ,540
X63 ,562 ,562 ,631 ,640 ,762 1,000 ,631 ,684 ,616 ,580 ,533 ,490 ,517 ,639 ,537 ,601 ,596 ,630 ,599 ,585 ,637 ,603 ,528 ,543 ,516 ,642 ,507 ,536 ,482 ,491 ,562 ,490 ,648 ,607
X64 ,445 ,451 ,467 ,609 ,577 ,631 1,000 ,462 ,463 ,425 ,424 ,457 ,442 ,510 ,523 ,459 ,378 ,450 ,622 ,540 ,663 ,590 ,332 ,442 ,401 ,455 ,382 ,483 ,515 ,529 ,550 ,382 ,570 ,580
X65 ,469 ,556 ,606 ,635 ,519 ,684 ,462 1,000 ,527 ,493 ,530 ,524 ,534 ,603 ,543 ,429 ,547 ,589 ,512 ,492 ,540 ,554 ,617 ,609 ,586 ,616 ,528 ,582 ,472 ,453 ,534 ,498 ,544 ,536
X66 ,469 ,582 ,590 ,530 ,614 ,616 ,463 ,527 1,000 ,784 ,426 ,455 ,538 ,459 ,366 ,326 ,509 ,641 ,516 ,485 ,602 ,541 ,453 ,509 ,462 ,499 ,401 ,415 ,316 ,349 ,454 ,464 ,548 ,547
X67 ,439 ,568 ,567 ,536 ,563 ,580 ,425 ,493 ,784 1,000 ,487 ,499 ,546 ,500 ,347 ,294 ,450 ,518 ,534 ,553 ,550 ,493 ,417 ,513 ,437 ,479 ,403 ,381 ,297 ,319 ,383 ,382 ,474 ,479
X68 ,412 ,472 ,469 ,509 ,432 ,533 ,424 ,530 ,426 ,487 1,000 ,741 ,641 ,607 ,557 ,523 ,448 ,452 ,544 ,519 ,443 ,530 ,463 ,454 ,389 ,426 ,490 ,504 ,473 ,406 ,534 ,399 ,475 ,460
X69 ,400 ,460 ,448 ,574 ,474 ,490 ,457 ,524 ,455 ,499 ,741 1,000 ,683 ,607 ,549 ,518 ,483 ,514 ,627 ,594 ,559 ,590 ,447 ,544 ,461 ,550 ,586 ,566 ,544 ,477 ,570 ,340 ,502 ,454
X70 ,445 ,628 ,573 ,565 ,469 ,517 ,442 ,534 ,538 ,546 ,641 ,683 1,000 ,770 ,641 ,513 ,590 ,583 ,594 ,598 ,570 ,604 ,586 ,586 ,601 ,612 ,606 ,659 ,534 ,565 ,611 ,582 ,534 ,438
X71 ,486 ,613 ,614 ,647 ,570 ,639 ,510 ,603 ,459 ,500 ,607 ,607 ,770 1,000 ,809 ,630 ,561 ,515 ,591 ,535 ,579 ,606 ,634 ,554 ,612 ,573 ,559 ,628 ,476 ,499 ,593 ,519 ,555 ,463
X72 ,456 ,481 ,568 ,574 ,490 ,537 ,523 ,543 ,366 ,347 ,557 ,549 ,641 ,809 1,000 ,681 ,445 ,449 ,566 ,413 ,574 ,592 ,597 ,544 ,579 ,563 ,509 ,639 ,585 ,564 ,617 ,571 ,573 ,518
X73 ,381 ,324 ,463 ,489 ,530 ,601 ,459 ,429 ,326 ,294 ,523 ,518 ,513 ,630 ,681 1,000 ,580 ,552 ,514 ,395 ,496 ,475 ,446 ,595 ,525 ,572 ,462 ,577 ,494 ,484 ,524 ,503 ,616 ,484
X74 ,464 ,508 ,594 ,537 ,469 ,596 ,378 ,547 ,509 ,450 ,448 ,483 ,590 ,561 ,445 ,580 1,000 ,832 ,595 ,549 ,516 ,552 ,497 ,601 ,551 ,563 ,492 ,503 ,459 ,372 ,475 ,490 ,583 ,498
X75 ,388 ,476 ,600 ,595 ,518 ,630 ,450 ,589 ,641 ,518 ,452 ,514 ,583 ,515 ,449 ,552 ,832 1,000 ,673 ,564 ,652 ,651 ,548 ,628 ,524 ,618 ,559 ,586 ,532 ,476 ,519 ,526 ,676 ,606
X76 ,496 ,500 ,632 ,788 ,565 ,599 ,622 ,512 ,516 ,534 ,544 ,627 ,594 ,591 ,566 ,514 ,595 ,673 1,000 ,783 ,777 ,694 ,480 ,546 ,486 ,630 ,571 ,587 ,663 ,595 ,633 ,488 ,710 ,679
X77 ,457 ,500 ,611 ,674 ,505 ,585 ,540 ,492 ,485 ,553 ,519 ,594 ,598 ,535 ,413 ,395 ,549 ,564 ,783 1,000 ,719 ,600 ,489 ,450 ,473 ,565 ,495 ,545 ,563 ,505 ,579 ,500 ,578 ,557
X78 ,535 ,497 ,648 ,769 ,642 ,637 ,663 ,540 ,602 ,550 ,443 ,559 ,570 ,579 ,574 ,496 ,516 ,652 ,777 ,719 1,000 ,742 ,514 ,605 ,592 ,613 ,613 ,651 ,643 ,639 ,657 ,553 ,694 ,676
X79 ,536 ,607 ,594 ,632 ,496 ,603 ,590 ,554 ,541 ,493 ,530 ,590 ,604 ,606 ,592 ,475 ,552 ,651 ,694 ,600 ,742 1,000 ,562 ,634 ,597 ,631 ,629 ,625 ,593 ,580 ,632 ,480 ,605 ,569
X80 ,477 ,521 ,589 ,468 ,378 ,528 ,332 ,617 ,453 ,417 ,463 ,447 ,586 ,634 ,597 ,446 ,497 ,548 ,480 ,489 ,514 ,562 1,000 ,708 ,771 ,674 ,584 ,675 ,411 ,396 ,516 ,580 ,521 ,428
X81 ,461 ,500 ,525 ,541 ,498 ,543 ,442 ,609 ,509 ,513 ,454 ,544 ,586 ,554 ,544 ,595 ,601 ,628 ,546 ,450 ,605 ,634 ,708 1,000 ,811 ,739 ,641 ,675 ,484 ,533 ,568 ,589 ,625 ,509
X82 ,486 ,534 ,524 ,486 ,504 ,516 ,401 ,586 ,462 ,437 ,389 ,461 ,601 ,612 ,579 ,525 ,551 ,524 ,486 ,473 ,592 ,597 ,771 ,811 1,000 ,645 ,670 ,647 ,439 ,470 ,538 ,616 ,548 ,456
X83 ,457 ,544 ,611 ,654 ,452 ,642 ,455 ,616 ,499 ,479 ,426 ,550 ,612 ,573 ,563 ,572 ,563 ,618 ,630 ,565 ,613 ,631 ,674 ,739 ,645 1,000 ,682 ,714 ,510 ,559 ,607 ,586 ,652 ,577
X84 ,426 ,463 ,489 ,609 ,445 ,507 ,382 ,528 ,401 ,403 ,490 ,586 ,606 ,559 ,509 ,462 ,492 ,559 ,571 ,495 ,613 ,629 ,584 ,641 ,670 ,682 1,000 ,732 ,589 ,655 ,632 ,570 ,593 ,432
X85 ,456 ,476 ,559 ,624 ,482 ,536 ,483 ,582 ,415 ,381 ,504 ,566 ,659 ,628 ,639 ,577 ,503 ,586 ,587 ,545 ,651 ,625 ,675 ,675 ,647 ,714 ,732 1,000 ,637 ,680 ,697 ,701 ,640 ,528
X86 ,479 ,470 ,525 ,612 ,414 ,482 ,515 ,472 ,316 ,297 ,473 ,544 ,534 ,476 ,585 ,494 ,459 ,532 ,663 ,563 ,643 ,593 ,411 ,484 ,439 ,510 ,589 ,637 1,000 ,840 ,713 ,555 ,575 ,545
X87 ,402 ,463 ,464 ,602 ,496 ,491 ,529 ,453 ,349 ,319 ,406 ,477 ,565 ,499 ,564 ,484 ,372 ,476 ,595 ,505 ,639 ,580 ,396 ,533 ,470 ,559 ,655 ,680 ,840 1,000 ,678 ,650 ,641 ,538
X88 ,525 ,511 ,562 ,636 ,503 ,562 ,550 ,534 ,454 ,383 ,534 ,570 ,611 ,593 ,617 ,524 ,475 ,519 ,633 ,579 ,657 ,632 ,516 ,568 ,538 ,607 ,632 ,697 ,713 ,678 1,000 ,646 ,614 ,529
X89 ,420 ,460 ,487 ,511 ,485 ,490 ,382 ,498 ,464 ,382 ,399 ,340 ,582 ,519 ,571 ,503 ,490 ,526 ,488 ,500 ,553 ,480 ,580 ,589 ,616 ,586 ,570 ,701 ,555 ,650 ,646 1,000 ,642 ,497
X90 ,505 ,452 ,614 ,704 ,646 ,648 ,570 ,544 ,548 ,474 ,475 ,502 ,534 ,555 ,573 ,616 ,583 ,676 ,710 ,578 ,694 ,605 ,521 ,625 ,548 ,652 ,593 ,640 ,575 ,641 ,614 ,642 1,000 ,776
X91 ,430 ,432 ,590 ,636 ,540 ,607 ,580 ,536 ,547 ,479 ,460 ,454 ,438 ,463 ,518 ,484 ,498 ,606 ,679 ,557 ,676 ,569 ,428 ,509 ,456 ,577 ,432 ,528 ,545 ,538 ,529 ,497 ,776 1,000
ANÁLISE FATORIAL - NÍVEL DE EFETIVIDADE DE PROCESSOS
Correlation Matrix
Corr
ela
tion
X29 ,607a -,096 -,356 -,012 -,145 -,174 -,071 ,064 -,041 ,164 ,167 ,055 ,020 ,109 -,068 -,062 -,083 ,081 -,094 -,139 -,061 ,081 ,023 -,036 ,057 -,061 ,054 ,130 -,074
X30 -,096 ,886a -,030 -,052 -,284 -,045 ,026 -,250 -,105 -,044 -,134 ,142 -,093 -,019 -,041 -,099 -,108 ,078 -,104 -,039 ,096 ,087 -,204 ,157 -,198 -,034 ,058 ,008 -,051
X31 -,356 -,030 ,847a ,023 -,013 -,192 -,027 -,036 ,081 -,039 ,052 -,120 -,012 ,005 ,032 -,122 -,028 -,178 ,024 ,077 -,022 -,060 ,081 -,221 ,109 -,094 ,059 ,051 ,092
X32 -,012 -,052 ,023 ,896a -,295 -,105 ,064 -,049 ,019 ,048 ,063 ,084 -,062 ,003 -,039 -,015 -,198 ,013 ,035 -,071 -,146 -,035 ,076 -,153 ,006 -,187 ,120 ,046 -,003
X33 -,145 -,284 -,013 -,295 ,867a -,035 -,027 -,099 -,033 -,063 -,054 ,022 -,054 -,212 -,043 ,008 ,113 -,129 ,033 ,048 ,152 -,191 ,015 -,010 ,186 ,156 -,029 -,032 ,057
X34 -,174 -,045 -,192 -,105 -,035 ,716a -,095 ,041 -,032 -,150 -,203 -,192 ,126 ,041 -,055 ,044 ,159 ,056 -,010 ,091 ,209 -,176 -,096 ,257 -,169 -,006 -,083 -,077 ,125
X35 -,071 ,026 -,027 ,064 -,027 -,095 ,537a ,144 -,064 -,107 -,165 ,054 -,134 ,188 ,127 ,068 -,005 -,140 -,126 ,129 -,217 ,027 -,027 ,139 -,187 ,014 -,051 ,022 ,058
X36 ,064 -,250 -,036 -,049 -,099 ,041 ,144 ,758a -,147 ,170 -,026 ,151 -,087 ,044 ,000 -,046 -,041 -,103 ,087 -,038 -,161 ,239 -,104 ,020 ,087 ,189 -,232 -,103 -,086
X37 -,041 -,105 ,081 ,019 -,033 -,032 -,064 -,147 ,875a ,012 -,042 -,111 ,045 -,222 ,036 -,071 -,093 ,169 ,141 -,217 ,017 -,148 ,089 -,218 ,029 ,099 -,053 ,036 ,139
X38 ,164 -,044 -,039 ,048 -,063 -,150 -,107 ,170 ,012 ,812a -,129 ,037 ,040 ,091 -,102 -,147 -,149 -,056 ,209 -,088 -,162 ,154 -,037 -,203 ,132 ,078 -,098 -,015 -,366
X39 ,167 -,134 ,052 ,063 -,054 -,203 -,165 -,026 -,042 -,129 ,732a -,253 ,084 ,045 -,056 ,048 -,255 ,207 -,093 -,066 ,068 -,165 ,313 -,151 ,212 -,123 ,043 -,026 ,005
X40 ,055 ,142 -,120 ,084 ,022 -,192 ,054 ,151 -,111 ,037 -,253 ,788a -,585 -,108 -,026 -,059 ,087 -,139 ,000 -,060 -,081 ,063 -,068 ,086 -,175 ,068 ,013 ,045 -,111
X41 ,020 -,093 -,012 -,062 -,054 ,126 -,134 -,087 ,045 ,040 ,084 -,585 ,807a -,076 -,049 ,107 -,152 ,099 -,056 ,107 -,080 -,227 ,023 -,137 ,102 ,033 -,130 ,031 ,048
X42 ,109 -,019 ,005 ,003 -,212 ,041 ,188 ,044 -,222 ,091 ,045 -,108 -,076 ,828a -,033 ,055 ,090 -,249 -,040 ,282 -,162 -,004 ,097 -,052 -,275 -,314 -,073 ,130 -,110
X43 -,068 -,041 ,032 -,039 -,043 -,055 ,127 ,000 ,036 -,102 -,056 -,026 -,049 -,033 ,952a -,118 -,195 -,049 -,053 -,038 -,036 ,127 -,016 -,083 ,004 -,139 ,011 -,041 ,082
X44 -,062 -,099 -,122 -,015 ,008 ,044 ,068 -,046 -,071 -,147 ,048 -,059 ,107 ,055 -,118 ,879a -,211 ,027 ,107 ,257 -,048 ,037 ,084 ,032 -,004 -,059 -,242 -,227 -,273
X45 -,083 -,108 -,028 -,198 ,113 ,159 -,005 -,041 -,093 -,149 -,255 ,087 -,152 ,090 -,195 -,211 ,841a -,394 ,018 ,098 ,239 -,182 ,016 ,169 -,165 ,066 ,021 ,125 ,051
X46 ,081 ,078 -,178 ,013 -,129 ,056 -,140 -,103 ,169 -,056 ,207 -,139 ,099 -,249 -,049 ,027 -,394 ,866a ,024 -,281 ,071 -,071 -,013 -,152 ,150 -,021 -,041 -,079 ,062
X47 -,094 -,104 ,024 ,035 ,033 -,010 -,126 ,087 ,141 ,209 -,093 ,000 -,056 -,040 -,053 ,107 ,018 ,024 ,522a -,143 -,029 ,111 ,071 -,144 ,013 ,117 -,077 -,172 -,110
X48 -,139 -,039 ,077 -,071 ,048 ,091 ,129 -,038 -,217 -,088 -,066 -,060 ,107 ,282 -,038 ,257 ,098 -,281 -,143 ,762a ,012 -,087 ,206 ,022 -,129 -,150 -,255 -,097 -,250
X49 -,061 ,096 -,022 -,146 ,152 ,209 -,217 -,161 ,017 -,162 ,068 -,081 -,080 -,162 -,036 -,048 ,239 ,071 -,029 ,012 ,606a -,173 -,154 ,162 -,100 ,043 ,216 -,053 ,098
X50 ,081 ,087 -,060 -,035 -,191 -,176 ,027 ,239 -,148 ,154 -,165 ,063 -,227 -,004 ,127 ,037 -,182 -,071 ,111 -,087 -,173 ,811a -,236 ,074 ,020 ,034 -,016 -,088 -,248
X51 ,023 -,204 ,081 ,076 ,015 -,096 -,027 -,104 ,089 -,037 ,313 -,068 ,023 ,097 -,016 ,084 ,016 -,013 ,071 ,206 -,154 -,236 ,734a -,439 -,015 -,209 ,034 -,019 -,017
X52 -,036 ,157 -,221 -,153 -,010 ,257 ,139 ,020 -,218 -,203 -,151 ,086 -,137 -,052 -,083 ,032 ,169 -,152 -,144 ,022 ,162 ,074 -,439 ,817a -,389 ,049 -,002 -,173 ,043
X53 ,057 -,198 ,109 ,006 ,186 -,169 -,187 ,087 ,029 ,132 ,212 -,175 ,102 -,275 ,004 -,004 -,165 ,150 ,013 -,129 -,100 ,020 -,015 -,389 ,810a ,081 -,115 -,248 -,054
X54 -,061 -,034 -,094 -,187 ,156 -,006 ,014 ,189 ,099 ,078 -,123 ,068 ,033 -,314 -,139 -,059 ,066 -,021 ,117 -,150 ,043 ,034 -,209 ,049 ,081 ,846a -,328 -,105 -,004
X55 ,054 ,058 ,059 ,120 -,029 -,083 -,051 -,232 -,053 -,098 ,043 ,013 -,130 -,073 ,011 -,242 ,021 -,041 -,077 -,255 ,216 -,016 ,034 -,002 -,115 -,328 ,883a -,094 ,207
X56 ,130 ,008 ,051 ,046 -,032 -,077 ,022 -,103 ,036 -,015 -,026 ,045 ,031 ,130 -,041 -,227 ,125 -,079 -,172 -,097 -,053 -,088 -,019 -,173 -,248 -,105 -,094 ,905a -,010
X57 -,074 -,051 ,092 -,003 ,057 ,125 ,058 -,086 ,139 -,366 ,005 -,111 ,048 -,110 ,082 -,273 ,051 ,062 -,110 -,250 ,098 -,248 -,017 ,043 -,054 -,004 ,207 -,010 ,735a
Anti-image Correlation
An
ti-im
ag
e C
orr
ela
tio
nANÁLISE FATORIAL - CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS
X58 X59 X60 X61 X62 X63 X64 X65 X66 X67 X68 X69 X70 X71 X72 X73 X74 X75 X76 X77 X78 X79 X80 X81 X82 X83 X84 X85 X86 X87 X88 X89 X90 X91
X58 ,915a -,484 -,277 -,004 -,198 -,072 ,003 ,065 ,034 ,043 ,011 -,043 ,048 ,175 ,020 -,049 -,202 ,322 -,041 ,132 -,131 -,070 -,148 -,025 ,063 ,115 -,046 -,038 -,158 ,198 -,084 -,020 -,138 ,084
X59 -,484 ,929a -,226 ,097 ,058 ,043 -,110 -,063 -,143 -,060 -,064 ,019 -,095 -,276 ,137 ,187 ,019 -,045 ,020 ,011 ,201 -,181 ,126 ,051 -,141 -,191 ,090 ,082 -,042 -,149 ,069 -,059 ,114 ,001
X60 -,277 -,226 ,956a -,335 ,071 ,001 ,158 -,027 -,063 -,095 ,016 ,193 -,050 ,087 -,183 -,083 -,065 -,066 ,111 -,164 -,049 ,069 -,159 ,057 ,054 -,004 ,037 -,035 -,010 ,024 -,034 ,176 -,027 -,097
X61 -,004 ,097 -,335 ,943a -,232 ,202 -,119 -,283 ,024 ,013 -,069 ,032 ,135 -,287 ,126 ,112 -,020 ,073 -,277 ,025 -,214 ,061 ,174 -,002 ,131 -,250 -,137 -,015 -,079 ,037 ,013 -,025 -,107 ,062
X62 -,198 ,058 ,071 -,232 ,923a -,507 ,041 ,099 -,154 -,039 ,089 -,181 ,038 -,022 -,040 -,036 ,097 -,059 -,051 ,036 -,043 ,139 ,173 -,015 -,241 ,281 ,116 -,069 ,210 -,192 ,019 -,051 -,126 ,080
X63 -,072 ,043 ,001 ,202 -,507 ,919a -,266 -,334 -,038 -,090 -,167 ,227 ,148 -,200 ,155 -,203 -,096 -,025 ,125 -,112 -,023 -,082 -,109 ,165 ,142 -,371 -,090 ,136 -,092 ,016 -,026 ,075 ,028 -,050
X64 ,003 -,110 ,158 -,119 ,041 -,266 ,964a ,031 -,047 ,040 ,018 ,021 -,013 ,060 -,144 -,008 ,052 ,038 -,086 -,070 -,121 -,077 ,096 -,070 -,041 ,123 ,158 -,106 ,060 -,085 -,097 ,144 -,036 -,076
X65 ,065 -,063 -,027 -,283 ,099 -,334 ,031 ,958a -,020 ,052 -,108 -,130 ,100 -,015 -,105 ,246 -,002 -,125 ,149 ,015 ,105 ,064 -,046 -,118 -,136 ,015 ,088 -,071 -,019 -,004 -,004 -,027 ,060 -,072
X66 ,034 -,143 -,063 ,024 -,154 -,038 -,047 -,020 ,931a -,532 ,053 -,105 -,127 ,153 ,015 ,049 ,072 -,257 ,056 ,188 -,154 -,032 -,082 ,100 ,000 ,005 ,074 ,099 ,133 ,029 -,150 -,141 -,008 -,082
X67 ,043 -,060 -,095 ,013 -,039 -,090 ,040 ,052 -,532 ,933a -,117 -,003 -,029 -,129 ,032 ,128 ,077 ,055 -,065 -,185 ,014 ,077 ,125 -,291 ,064 ,012 -,072 ,033 -,014 ,061 ,160 -,009 ,044 -,019
X68 ,011 -,064 ,016 -,069 ,089 -,167 ,018 -,108 ,053 -,117 ,918a -,417 -,222 ,094 -,040 -,238 ,035 ,102 -,057 -,026 ,175 -,118 -,179 -,055 ,216 ,354 -,166 ,024 ,008 ,108 -,059 -,118 ,040 -,180
X69 -,043 ,019 ,193 ,032 -,181 ,227 ,021 -,130 -,105 -,003 -,417 ,933a -,181 -,031 -,074 -,066 ,014 -,001 ,009 -,229 -,007 -,009 ,086 -,114 ,079 -,161 -,155 -,050 -,159 ,103 -,039 ,348 -,012 ,028
X70 ,048 -,095 -,050 ,135 ,038 ,148 -,013 ,100 -,127 -,029 -,222 -,181 ,958a -,379 -,002 ,136 -,101 -,087 ,012 -,091 -,002 ,072 ,105 ,058 -,124 -,171 ,064 -,106 ,047 -,171 -,014 -,085 ,011 ,133
X71 ,175 -,276 ,087 -,287 -,022 -,200 ,060 -,015 ,153 -,129 ,094 -,031 -,379 ,920a -,496 -,186 -,155 ,115 -,003 -,004 -,006 -,020 -,248 ,101 ,003 ,260 -,051 -,043 ,236 -,049 -,094 ,137 ,013 ,045
X72 ,020 ,137 -,183 ,126 -,040 ,155 -,144 -,105 ,015 ,032 -,040 -,074 -,002 -,496 ,927a -,254 ,056 ,139 -,127 ,334 -,082 -,157 -,122 ,129 -,030 -,108 ,113 ,040 -,215 ,056 ,012 -,223 ,017 -,084
X73 -,049 ,187 -,083 ,112 -,036 -,203 -,008 ,246 ,049 ,128 -,238 -,066 ,136 -,186 -,254 ,928a -,099 -,129 ,031 ,029 ,021 ,134 ,283 -,184 -,142 -,200 ,163 -,109 -,056 ,001 ,032 -,016 -,152 ,107
X74 -,202 ,019 -,065 -,020 ,097 -,096 ,052 -,002 ,072 ,077 ,035 ,014 -,101 -,155 ,056 -,099 ,923a -,644 -,019 -,180 ,215 ,055 ,252 -,142 -,166 ,035 ,003 ,081 -,056 ,148 ,025 -,085 ,013 ,002
X75 ,322 -,045 -,066 ,073 -,059 -,025 ,038 -,125 -,257 ,055 ,102 -,001 -,087 ,115 ,139 -,129 -,644 ,913a -,164 ,175 -,180 -,201 -,239 -,033 ,253 ,073 -,113 -,079 -,154 ,106 ,088 -,023 -,122 -,033
X76 -,041 ,020 ,111 -,277 -,051 ,125 -,086 ,149 ,056 -,065 -,057 ,009 ,012 -,003 -,127 ,031 -,019 -,164 ,965a -,389 -,053 -,088 -,017 -,014 ,047 -,109 -,015 ,108 -,141 ,054 -,019 ,119 -,108 -,108
X77 ,132 ,011 -,164 ,025 ,036 -,112 -,070 ,015 ,188 -,185 -,026 -,229 -,091 -,004 ,334 ,029 -,180 ,175 -,389 ,926a -,281 -,037 -,164 ,267 -,090 -,052 ,169 -,004 -,044 ,014 -,039 -,226 ,002 ,040
X78 -,131 ,201 -,049 -,214 -,043 -,023 -,121 ,105 -,154 ,014 ,175 -,007 -,002 -,006 -,082 ,021 ,215 -,180 -,053 -,281 ,962a -,242 ,091 -,076 -,142 ,108 -,057 -,069 -,033 -,037 -,016 ,017 ,085 -,140
X79 -,070 -,181 ,069 ,061 ,139 -,082 -,077 ,064 -,032 ,077 -,118 -,009 ,072 -,020 -,157 ,134 ,055 -,201 -,088 -,037 -,242 ,972a ,062 -,110 -,065 -,027 -,073 -,029 ,073 -,076 -,070 ,148 ,008 ,035
X80 -,148 ,126 -,159 ,174 ,173 -,109 ,096 -,046 -,082 ,125 -,179 ,086 ,105 -,248 -,122 ,283 ,252 -,239 -,017 -,164 ,091 ,062 ,918a -,176 -,383 -,186 ,073 -,216 -,040 ,113 ,074 -,044 -,081 ,125
X81 -,025 ,051 ,057 -,002 -,015 ,165 -,070 -,118 ,100 -,291 -,055 -,114 ,058 ,101 ,129 -,184 -,142 -,033 -,014 ,267 -,076 -,110 -,176 ,938a -,440 -,275 ,167 -,032 ,080 -,178 -,071 ,023 -,070 ,085
X82 ,063 -,141 ,054 ,131 -,241 ,142 -,041 -,136 ,000 ,064 ,216 ,079 -,124 ,003 -,030 -,142 -,166 ,253 ,047 -,090 -,142 -,065 -,383 -,440 ,912a ,116 -,402 ,107 -,051 ,176 ,048 -,124 ,084 -,148
X83 ,115 -,191 -,004 -,250 ,281 -,371 ,123 ,015 ,005 ,012 ,354 -,161 -,171 ,260 -,108 -,200 ,035 ,073 -,109 -,052 ,108 -,027 -,186 -,275 ,116 ,925a -,200 -,136 ,193 -,028 -,057 -,030 ,011 -,142
X84 -,046 ,090 ,037 -,137 ,116 -,090 ,158 ,088 ,074 -,072 -,166 -,155 ,064 -,051 ,113 ,163 ,003 -,113 -,015 ,169 -,057 -,073 ,073 ,167 -,402 -,200 ,938a -,226 ,054 -,259 -,090 ,044 -,122 ,211
X85 -,038 ,082 -,035 -,015 -,069 ,136 -,106 -,071 ,099 ,033 ,024 -,050 -,106 -,043 ,040 -,109 ,081 -,079 ,108 -,004 -,069 -,029 -,216 -,032 ,107 -,136 -,226 ,973a -,029 -,055 -,090 -,230 ,055 -,058
X86 -,158 -,042 -,010 -,079 ,210 -,092 ,060 -,019 ,133 -,014 ,008 -,159 ,047 ,236 -,215 -,056 -,056 -,154 -,141 -,044 -,033 ,073 -,040 ,080 -,051 ,193 ,054 -,029 ,914a -,666 -,256 ,073 ,173 -,065
X87 ,198 -,149 ,024 ,037 -,192 ,016 -,085 -,004 ,029 ,061 ,108 ,103 -,171 -,049 ,056 ,001 ,148 ,106 ,054 ,014 -,037 -,076 ,113 -,178 ,176 -,028 -,259 -,055 -,666 ,914a ,070 -,228 -,184 -,020
X88 -,084 ,069 -,034 ,013 ,019 -,026 -,097 -,004 -,150 ,160 -,059 -,039 -,014 -,094 ,012 ,032 ,025 ,088 -,019 -,039 -,016 -,070 ,074 -,071 ,048 -,057 -,090 -,090 -,256 ,070 ,977a -,222 -,010 ,042
X89 -,020 -,059 ,176 -,025 -,051 ,075 ,144 -,027 -,141 -,009 -,118 ,348 -,085 ,137 -,223 -,016 -,085 -,023 ,119 -,226 ,017 ,148 -,044 ,023 -,124 -,030 ,044 -,230 ,073 -,228 -,222 ,938a -,182 ,047
X90 -,138 ,114 -,027 -,107 -,126 ,028 -,036 ,060 -,008 ,044 ,040 -,012 ,011 ,013 ,017 -,152 ,013 -,122 -,108 ,002 ,085 ,008 -,081 -,070 ,084 ,011 -,122 ,055 ,173 -,184 -,010 -,182 ,961a -,467
X91 ,084 ,001 -,097 ,062 ,080 -,050 -,076 -,072 -,082 -,019 -,180 ,028 ,133 ,045 -,084 ,107 ,002 -,033 -,108 ,040 -,140 ,035 ,125 ,085 -,148 -,142 ,211 -,058 -,065 -,020 ,042 ,047 -,467 ,951a
Anti-i
mag
e C
orr
ela
tion
ANÁLISE FATORIAL - NÍVEL DE EFETIVIDADE DE PROCESSOS
Anti-image Matrices