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ATENÇÃO
Uma Educação Integral de fato pressupõem-se semprecontemporânea, pois busca garantir o pleno desenvolvimentode crianças, adolescentes e jovens em sua integralidade,propiciando múltiplas oportunidades de aprendizagem pormeio da ampliação de tempo e do acesso a cultura, arte,esporte, ciência e tecnologia.
• Promove processos de aprendizagem que considera amultidimensionalidade dos sujeitos de forma integrada
• Reconhece que os conhecimentos desenvolvidos pelaescola, embora constituam uma parte importante dopatrimônio cultural, não esgotam o conjunto de saberesnecessários para uma participação atuante na sociedade;
• Entende que a variedade de oportunidades deaprendizagem está na diversidade dos espaços e naampliação de tempos, em articulação do Estado comorganizações da sociedade civil (OSCs), com a comunidadee a família, para construir um território educador. Não háeducação integral sem participação social.
De que Educação Integral
estamos falando?
Para além do tempo integral
Dimensões para um debate atual
As aprendizagens importamEntende-se que os processos de aprendizagem mobilizam as dimensões física, afetiva, cognitiva, ética, estética e política.
O território importaPara além da dimensão físico-espacial, o território incluium conjunto amplo de relações e representações sociais sobre ele; seus limites são definidos pelas pessoas e grupos sociais a partir de tais relações e representações
A equidade importaSituação em que todos os alunos, independentemente de sua situação de origem, atingem níveis adequados de resultados. Ou seja, alunos de todas as condições socioeconômicas, raças ou etnias, sexos, entre outras características que definem grupos sociais, acessam o que a sociedade definiu como necessário ser aprendido de modo que tenham garantida sua dignidade, autoestima e trajetória escolar menos turbulenta, diminuindo assim a correlação entre desigualdade escolar e social.
O território importa
Pesquisas revelam a existência de uma correlação entre a variação
dos níveis de vulnerabilidade social do território onde se localiza a
escola e as oportunidades educacionais oferecidas aos estudantes.
Maior vulnerabilidade social
Menos oportunidades
educacionais
Fonte: Pesquisa “Educação em territórios de alta vulnerabilidade social na metrópole”, 2011 - Cenpec
O território importaComo o território vulnerável tende a restringir as oportunidades
educacionais oferecidas pelas escolas nele situadas:
▪ Escassez de serviços privados e baixa cobertura de equipamentos públicos que visam garantir direitos sociais.
▪ Menor oferta de matrícula na educação infantil, reduzindo as possibilidades de acesso das crianças a uma importante condição para o sucesso escolar.
▪ Como padrão, as escolas de meios vulneráveis tendem a apresentar um corpo discente fortemente homogêneo no que diz respeito aos baixos recursos culturais familiares.
Fonte: Pesquisa “Educação em territórios de alta vulnerabilidade social na metrópole”, 2011 - Cenpec
O território e as políticas públicas
▪ Fortes desigualdades marcam os territórios vulneráveis e suas
escolas, o que demanda políticas específicas ou focalizadas para
assegurar o direito a uma educação de qualidade.
▪ A garantia do direito universal é dificilmente alcançada por
políticas universalistas em sociedades com acentuadas
desigualdades, por realizar distribuição idêntica de recursos e
esforços a grupos, territórios e regiões que, de partida, estão em
patamares diferentes.
▪ Os avanços nas áreas social, econômica, educacional ou cultural
nos territórios são resultado de políticas que levam em conta a
história, os valores e as características sociais, políticas,
econômicas e ambientais de cada lugar.
▪ As políticas educacionais nos territórios precisam articular as
esferas da proteção social, da saúde, da segurança e da cultura;
além de envolver efetivamente a comunidade, lideranças e
profissionais locais na construção e implementação.
O território e as políticas públicas
As políticas e a escolaPolíticas e medidas educacionais dirigidas especificamente para os territórios envolvem:
▪ Colaboração entre redes estadual e municipal de ensino; ▪ Desenvolvimento de políticas intersetoriais; ▪ Organização de processos de gestão compartilhada e colaborativa
entre escolas localizadas em áreas próximas; ▪ Criação de identidade para esse grupos colaborativos de escolas,
bem como para cada escola em particular; ▪ Ampliação do conhecimento sobre a comunidade do entorno da
escola e de sua participação na vida escolar; ▪ Desenvolvimento de processos de reorganização curricular e de
ampliação dos contextos de aprendizagem.
O protagonismo na concepção dessas políticas e medidas deve ser assumido por atores envolvidos diretamente com as escolas presentes nos territórios: os educadores comprometidos com a qualidade da educação pública.
As políticas e a escola A equipe escolar que olha, escuta e vive a cidade como territórios potencialmente educativos, tem a responsabilidade de proporcionar aos alunos experiências pedagógicas ricas e multiculturais, que possam:
▪ Promover a diversidade;▪ Discutir a sustentabilidade e a ética;▪ Aprimorar olhares sobre o entorno e as pessoas e vislumbrar
possibilidades de intervenção e de vida mais humana e equânime.
A cidade não só se apresenta como objeto e conteúdo de conhecimento para a escola e educadores, mas também como instrumento de aprendizagem dessas experiências inovadoras e multiculturais.
A Educação Integral
e o desafio da equidade
Número e percentual de matrículas de período integral na rede estadual de Pernambuco - 2007 e 2014
Fonte: MEC/Inep
A Educação Integral
e o desafio da equidade
Pesquisa Políticas para o Ensino Médio e desigualdade
escolares e sociais, realizada pelo CENPEC, em parceria
com a Fundação Tide Setubal, em 2017 analisou as
políticas de Ensino Médio em tempo integral, parcial e
noturno em nos estados do CE, GO, SP e PE.
Os dados indicam que existe uma seleção social nos
tipos de oferta, que termina por criar uma dupla rede,
de acordo com a origem social dos alunos:
• jovens de nível socioeconômico mais baixo e com
menores recursos culturais rentáveis na
escola tenderiam a se dirigir para as de tempo
parcial e noturnas;
• aqueles com nível socioeconômico mais alto e com
maiores recursos culturais tenderiam a se dirigir
para as escolas de tempo integral.
Se, por um lado, a educação em período integral
aumentou a proficiência de quem foi exposto a ela, por
outro, sabe-se que alunos de condições
socioeconômicas menos favorecidas tiveram menos
acesso a ela.
A Educação Integral e o desafio da equidade Como a escola reage a políticas que trazem
medidas dessa natureza? Há uma oferta reduzidaem escolas de maior qualidade. Quais asconsequências esperadas desse tipo de oferta?
Progressiva alteração sociodemográfica da composição discente e docente (em função dos processos diferenciados de contratação).
Busca pelas escolas de tempo parcial de refazer sua identidade, alterando práticas curriculares e sua inserção na comunidade vizinha.
Maior demanda de vagas nessas escolas por jovens e famílias com mais conhecimento sobre o sistema escolar e maiores aspirações educacionais.
Paulatina seleção oficiosa pela escola de alunos que supostamente não se adaptam às escolas de tempo integral.
Auto exclusão de alunos que não se sentem adaptados a essas escolas.
Progressiva alteração sociodemográfica das escolas de tempo parcial próximas às de tempo integral, que se tornam mais homogêneas em
sua composição social – passam a recrutar alunos de menor nível socioeconômico.
Reações e percepções das escolas
Benefícios de uma política devem ser cotejados com seus custos econômicos e valores, sejam eles o da igualdade de oportunidades ou da equidade:
• Por que não progressivamente aumentar a carga-horária de todas as escolas?
• Por que não progressivamente dar a todas as escolas as mesmas condições de trabalho dos educadores das escolas de tempo integral?
A Educação Integral e o desafio da equidade
Diálogo e engajamento das equipes• Encontros de formação para
professores e gestores escolares;• Seminários para a divulgação e
discussão, com as escolas da rede, do documento.
Dimensões necessárias para uma política de Educação Integral, segundo a experiência do CENPEC no apoio às secretarias de educação
Participação• Criações de Grupos de trabalho:
✓ nos territórios; ✓ nas Secretarias – envolvendo coordenadores,
supervisores, técnicos e diretores;✓ com professores;✓ Com alunos.
Formação de Professores• Sobre Educação Integral• Sobre a BNCC e o desenvolvimento de
competências e habilidades
Caminhos para o aprimoramento das políticas de Educação Integral
Intersetorialidade• Envolvimento de representantes das políticas
públicas de Garantia de Direitos, Assistência, Saúde, Educação, Meio Ambiente e Cultura.
Experiências exitosas de articulação entre escola e a comunidade
COM A PALAVRA: OS JOVENS!
“(...) eu fico impressionado e literalmente emocionado com o posicionamento do pessoal que esteve pensando para os próprios alunos,
não só no próprio pensamento daquilo que eles queriam, mas também para os alunos. (...)”
(Lucas)
“O que eu gostei mais foi quando o professor pediu para a gente tirar foto e
botou no mural da escola.”(Maria)
“É interessante essa questão de mudança na escola, mudança de mentalidade,
porque um grupo se reuniu para fazer uma atividade e nisso a relação e o compartilhar
de experiências dentro do grupo, isso faz com que as pessoas se soltem mais e,
apesar de ser uma coisa tão amiúde, uma coisa tão simples. mudou de mentalidade”.
(Gabriel)
“Foi uma mudança muito grande, porque eu mesmo pensava assim. Quando eu vim para dança e o teatro, eu pensei assim: ‘vou ficar nisso aqui para quê? Isso não significa nada para mim’. Mas eu estava errada
porque significou muito para mim e foi muito bom e agradeço muito ter esse projeto lá, esse projeto diferente que ajudou muitas pessoas.”
(Pedro)