35
PREÇOS: No Rio $500 Nos Estados. . . . §600 O TICO-TICO ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1.260 O Dinheiro da Vovó _- Minlia avó tem um cofre cheio de pratas. Mas hoje o cofre quasi vasio. ²Porque? ²E' que eu tenho um pedaço de arame com uma pontinha virada ¦|III!llll!llllll!l!lillli!!ÍIIIIillllHllllllil [Tiiiitt.tiiii-ti.t-im.1 li;!l!lllllllllll!l»._ll!ll__lllllll!!!!l!ll!l!l!lli;illli!!li!;il!!lll!llllllllll!illliill!!lÍSl.IIIIiniIIllIlUni.llimir O 'Almanach "d90 Tico-Tico para 1930 safasrá em __.e__.dos de Dezembro

ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

PREÇOS:

No Rio $500Nos Estados. . . . §600O TICO-TICO

ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1.260

O Dinheiro da Vovó_- Minlia avó tem um cofre cheio de pratas. Mas hoje o cofre tá quasi vasio.

Porque?E' que eu tenho um pedaço de arame com uma pontinha virada

¦|III!llll!llllll!l!lillli!!ÍIIIIillllHllllllil [Tiiiitt.tiiii-ti.t-im.1 li;!l!lllllllllll!l»._ll!ll__lllllll!!!!l!ll!l!l!lli;illli!!li!;il!!lll!llllllllll!illliill!!l ÍSl.IIIIiniIIllIlUni.llimir

O 'Almanach "d90 Tico-Tico para 1930 safasrá em __.e__.dos de Dezembro

Page 2: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICO — 2 — 27 — Novembro — 1929

ÍÍfc^SÍ^^" ^£^jf^!MlJr\AL^ ^^^^MMMmm^k9HHUnb— «y; ¥ Ij El 1 |jL «¦¦«'llHffH

^^^^^mM^^^ ^-«*a^_í(* T__T M| I ÉP^M 1 M MT ^^^^*MMMM """W.^^1

^^^**^****¥B[Çj|j

PiilXUOSA PUBLICAÇÃO ANNUAL wR I-TOGRAPHICA BRASILEIRA., || IlwES ESGOTADAS EM 6 ANNOS SEGUIDOS k^| j-W^ta collecção de retratos de artistas de ambos os sexos. P__^H Br.A VENDA EM TODO O BRASIL 1&^

M m ÉÊi A un'ca publicação nacional do seu gênero e com as mais deslumbrantes tr> fiaV^Sf àm chromias. 8k 5S

Mm.ORIGINALIDADE - ARTE - BOM GOSTOFaça desde já o pedido do seu exemplar, enviando-nos 9$000 em dinheiro eacarta registrada, cheque, vale postal ou em sellos do correio.

SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO"TRAVESSA DO OUVIDOR, 21 — Rio;

s

Page 3: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929 — 3 — O TICO-TICO

OS MYSTERIOS DE PARIS -- Eugênio Sue ~> Romancede aventuras próprio para rapazes.

THEATRO DA INFÂNCIA -- Peças religiosas, Operetas,Comédias, Diálogos, Apólogos, Monólogos, etc

PS EXPLORADORES DA LUA — H.G. JVell -- Ro-mance infantil de viagens e explorações.

A CAÇADA DA ONÇA -- Monteiro Lobato -- Novasaventuras de Narizinho e de Rabicó e demais compa-nheiros, acompanhado com diversos desenhos.

O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e defadas, com figuras.

HISTORIA PARA CREANÇAS — Contos tradicionaesportuguezes, muito illustrados.

IVETER-PAN (Pedro, o Voador) — Verdadeiro livro para.creanças, com illustrações.

CONTOS INFANTIS — Pequeno empório de contos im-tructivos, com figuras.

ALADINO E A LÂMPADA MYSTERIOS A —* Contospara creanças, com figuras a cores.

SINDBAD, O MARINHEIRO — Verdadeira jóia da3creanças, com figuras coloridas.

HISTORIAS INFANTIS —. Com 30 bonitas illustraçõescoloridas, o encanto das creanças.

THEATRINHO INFANTIL — Contendo pequenos dra-mas, comédias, monólogos, scenas cômicas e dramáticas,poesias cômicas, etc

D. QUIXOTE DE LA MANCHA —> Tradicional historiaadaptada para creanças.

HISTORIA DA CAROCHINHA — E de João Ratão, quemorreu no caldeirão, com figuras.

OS MEUS BRINQUEDOS —i Figueiredo Pimentel *-Contos do berço, uma verdadeira maravilha paracreanças.

O MUNDO EOS MEUS BONITOS — Poemas de Augustode Santa Rita — Bonecos de cott. Teimo, lindos poemas.

UNS AMORZINHOS DE CREANÇAS-- Optima colle-cção para pequerruchos, com lindos desenhos.

HISTORIETAS OUVIDAS A' LAREIRA — Obra pM-trada com 10 gravuras.

HISTORIAS DE JOÃO RATÃO *- Vasco Lima — Lmdolivro de historias illustradas que faz a alegria dameninada. • _

OS MELHORES TRECHOS DA LÍNGUA FORTU-GUEZA — Compêndio de trechos com Camillo, Eça,Júlio Diniz, Fialho, etc.

TUDO ISSO VENDE-SE NA "CASA LAURIA", AMELHOR FORNECIDA EM LIVROS DE CREANÇAS.

Rima 'Ooíiçalves Dâa§9 7B

ILLUSTRAÇÃO BRASILEIRA — Órgão dá alta culturaliterária do paiz, publicando em cada edição quatro repro-

ducções de pinturas de autores nacionaes.

y,rwvsfuvvvv%-aivwa%ruv-vsflJ^^ íSI cada sócio enviasse á Radio Sociedade uma ¦

proposta de novo consocio, eifl pouco tempo ella po-deria duplicar os serviços que vae prestando aos quevivem no Brasil»

_d8SES^vK( atsnm )>|ls\ * - ' Pt

^..fodos os lares espalhados peto !°me°^,!re.r-ritorio do Brasil receberão livremente o confortomoral da sciencia e da arte. a»

RUA DA CARIOCA, 45 - 2* Anbm.^^^

XALQCPEGCMEIMOL

£ VERDADEIROEIPECIFICO_icccieuiche: ,

O ANJO AGUARDADAS GD1AMCA5I

formula do d? mnmpo i/iatiMFabes. e Depsj F. JANNARELLI — Rua das Palmeiras, 12

São Paulo.

ROUPAS BRANCAS,VESTIDINHOS, TERNI-NHOS, CALÇAS PARA

BRINCARe o que mais precisam as

Creançasiencontrarão tudo na

CASA L E MJCJC_ESão Paulo, 36 — Rua Lib.: Badarõ,

Santos, 13—Rua 'do Commercio.

Leiam O TICO-TICOA melhor revista das crianças., /

LEIAM

ESPEUÜO DE LOJA1 DE —-

AlfJ a de MelloNAS LIVRARIAS

Page 4: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICO -4 — 27 — Novembro — 1929

(

»

ALMANACH^DE -¦¦_¦_

rA edição de 1930, a sahir em meiados de dezembro, conterá•— contos, novellas, historias illustradas, sciencia elementar, his-toria e brinquedos de armar, e Chiquinho, Carrapicho, Jagunço,Benjamin, Jujuba, Goiabada, Lamparina, Pipoca, Kaximbown,Zé Macaco e Faustina a completarão, tornando essa publicaçãoo maior e mais encantador livro infantil.,

Nos annos anteriores muitos me-tiinos deixaram de obter o Alma-nach d'0 Tico-Tico por não o te-rem mandado reservar a tempo.

Sociedade Anonyma"O MALHO"

Envie-nos desde já Rs. S$500 em cartaregistrada, cheque, vale postal ou emeellos do correio, para que lhe reserve-

mos o seu exemplar-

IVavessa do Ouvidor, 2Í

RIO DE JANEIRO

Page 5: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

*—-"-r- *rr-

O TICO -TICO

(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO")RedactorXhefe: Carlos Manhães — Director Gerente: Antônio A. de Souza e Silva

Assignatura — Drasil: 1 anuo, 25$000; 6 mezes, 13$000 — Estrangeiro: 1 anno, G0$000; 6 mezes, 855000As assignaturas começam sempre no dia 1 do mes em que (orem tomadas e serão acceltas annual oo semestralmente. TODA ACORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dlnaeii-o, (que pôde ser íelta por vale postal ou carta registrada oom valor d*.clarado), deve ser dirigida & Sociedade Anonyma O MALHO — Iravessa do Ouvidor, 21. Endereço telegraphioo: O MALHO —

filo, Telephones: Oerenola: Central, 0518. Escrlptorlot Central, 10ST. Redacção: Central. 101Í. OKlolnasi VUla, 6217.Succursal em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plínio Cavalcanti ¦— Rua Senador Feijó n. 27, 8* andar, Salas 88 e 87.

CicoQf^SÊm^woANIMAES INDUSTRIO S O S

Meus netinnos: vt

A abelha, como vocês sabem, é considera-da o mais industrioso dos insectos. 0 mel, queella pacientemente fabrica, é um nectar deli-cioso de grande consumo e de maior utilidadepara o homem. Além da abelha, porém, meusnetinhos — outros insectos existem, muito in-dustriosos, que passam a vida a trabalharutilmente para o homem, fabricando tal ouqual artigo de consumo commum. Ha um in-secto na índia que fabrica o verniz com quese lustram os assoalhos. Logo assim que essesinsectos põem os ovos, agarram-se aos galhosde arvores e começam a revestil-os de uma ca-mada de resina que é colhida e purificada paraser moida.

A tinta da mesa de trabalho onde vocêsestudam também provém de insectos e algu-mas vezes de peixes. Na Ásia, o insecto-galhadeposita tinta nos carvalhos em baixo da cor-tiça. Montesinhos de galha crescem sobre osovos e são raspados da arvore, mettidos demolho na água, depois misturados em vitrioloverde e ácidos. Em resultado se tem a melhor

tinta. A tinta para a caneta reservatório éfeita com uma tintura artificial para ser flui-da e não engrossar.,

O verniz da cadeira onde vocês se sentamé feito com seiva endurecida por ter estado ar-mazenada na terra milhares de annos.

O giz que as creanças usam nas escolas é ¦feito com esqueletos de animaes do mar queviveram ha milhares de annos antes. Póde-sevel-os examinando o giz com ^m forte micros-copio. Esses pequeninos animaes morrera-m,e os seus ossos se accumularam no fundo cal-careo do mar. Os terremotos elevaram o fun-do do mar e seccaram esses reziduos forman-do minas de cal composta de esqueletos tão pe-quenos que é preciso um milhão desses parafazer uma pollegada cúbica de cal.:

A esponja, que vocês tão bem conhecem,é um agglomerado de animaes. E tantos ou-tros objectos existem, meus netinhos, degrande utilidade para o homem, que são pro-dueto dos pequeninos seres do mundo animal.

VOVÔ

Page 6: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICO ^-6 — 27 — Novembro — 1929

OTICOTICONASCIMENTOS

? Está em festa o lar do Sr. Domingos de Car-valho e de sua esposa, Sra. D. Olga de Carvalho, por me-tivo do nascimento de sua primogênita, que na pia baptismalreceberá o nome de Elsie.

? Acha-se augmentado o lar ò"o^Sr Sylverio Ro-drigues, funecionario do Ministério da Marinha e da Sra.D. Flordulina Rodrigues, com o nascimento do menino Walter.

? Acha-se enriquecido o lar do Sr. José Arruda,com o nascimento de Lúcia Lilian.

<S> O lar do casal Oscar de Meira Lins-Irene MeiraLins acha-se em festas com o nascimento da menina Myrian.

?.*? O Sr. e a Sra. Joaquim Alves de Brito, annunciamo nascimento de seu filho Joa-quim Carlos. •.-.-_-

NO P O M A R . >: .^ •$ Hontem tive ò prazer de offerecer á minha boa'

avó algumas fructas que colhi no meu pomar: Alfredo, umcajá-manga; Aida, uma maçã; Cláudio, um kaki; Cylene,um cacho de uvas; Alexandre, um pecego; Cybéle, uma man-ga; Altair, um caju; Áurea, uma ameixa; Mariazinha, umapera; Noemia, uma amora; Francisco, um sapoti; Dorothéa,uma tangerina; Jurema, uma avelã; Alfredo M., um morango,e eu, a cesta que conduz estas gostosas fructas. — L. H. C.

EM L E I L A O x ... :.,

'.-.-.-.-.-.¦W WJWWWWVWJWW

ANNIVERSARIOS

¦AíVW

cs

99

? Faz annos hoje o me-nino Paulo, filho do Sr. Ar-naldo de Almeida.

? Completou hontem seisannos o menino Jayme, filho doSr. Adalberto Vieira de Lemos.

* Maria Amélia, gracio-sa filhinha do Sr. Mario deLima, viu passar hontem a datade seu anniversario natalicio.

* Passou-a 20 deste meza data natalicia da graciosaEdith, filhinha do Dr. Zeferinode Almeida Lopes.

$ Depois de amanhã, dia 29, faz annos o nossoprezado leitor e intelligente amiguinho Américo Eliseu.

NA BERLINDA',.,

3> •$ Estão na berlinda os seguintes meninos e me-ninas da Escola Republica Peru: Alcides, por ser querido;Adozinda, por ser "chie"; Antônio P., por ser desenhista;Arnaldo, por ser obediente; Arlette, por ser volúvel; Creusa,por ser elegante; Elza, por ser gorda; Ruth, por ser muitoalta; [Yedda, por ser morena; Pedro, por ser estudioso;Zoé, por ser meiga; Rita, por ser estimada; Tapyr, por sermeigo; Diamantina, por ser florista; Nair, por ser gentil;

Orsina, por ser bondosa;Misael, por ser risonho;Ary, por ser engraçado;Antônio, por ser alegre;Auzemiro, por gostar decinema; Adaltiva, por seramável; Custodia, por sertriste; Conceição, por setmuito esperta.

? * Berlinda de me-ninas e meninos de VillaIsabel: Juracy, por ser bo-nita; Carlos, por ser ama-vel; Ruth, por ser graciosa;Pedro, por ser alto; Glori-nha, por ser pianista; Ma-rio por gostar de dansar;Isaura, por ser loura.

lindos 'brinquedos de. sir

Wt".V.\%W.VÍW.,.W.V.V.VAWWJ'.'AV

^ ^ Leilão das senhoritas e rapazes da Rua Aracaty,estação de Ramos: Quanto dãopelos cabellos da Ruth? pelosocego da Palmyra ? pelosóculos da Judith? pela gordurada Corina? pelo comprimentodos vestidos da Maria? pelouniforme da Yolanda? pelo sor-riso da Diva? pela delicadezada Irene? pela linda côr daBertha? pela sinceridade da Da-lila? pela elegância da Elza?pelo andar da Arthurina? pelaingenuidade do Berto? pelo en-thusiasmo do Mario Pimenta?pela graça do Miguel? pela ta-garelice do Luiz Saraiva? peloretrahimento do Henrique? pelascalças do Arlindo P.? pelasdiscussões do Raul? pela ama-

bilidade do Álvaro Saraiva? e pela distineção da Corina?

, versos,etc.

l

j

I Jt,r -» j. - T ii —.ãa^kaaáS^^mmm

I rir li <ifê) '*'^--t^*-^jjr*$wfÍM$

NO CINEMA,:K ,® ^ Para organizar o film intitulado "Suzy Saxopho-

ne", convidei os seguintes amigunhos de Petropolis: NoemiaAlves, a Anny Ondra; Annibal, Maurtua, o Buster Keaton;Lygia Holding, a seduetora Dolores dei Rio; Luiz Bueno,o Conrad Nagel; Graziela M., a Lia Tora; Aminthas Go-mes, o Chuca-Chuca; Virginia Gomes Netto, a Dorothy Gui-liver; Adriano Amorim, o endiabrado Chiquinho; Henri-queta Cunha, a Mary Barker; Dalila Pinto, a Pola Negri;Innocencia Teixeira, a yil-ma Banky.

^ 3> Foram contracta-dos para tomar parte numfilm os seguintes meninose meninas: Milton, o Char-Ies Farrell; Annita, a An-nita Page; Decio, o JohnGilbert; Maria da Gloria,a Joan Crawford; Juqui-nha, o Richard Dix; Diva,a Bessie Love; Luiz, oHarold Lloyd; Marina, aJanet Gaynor; Manoel, oLon Chaney; Maragrida,a Betty Compson; Arthur,o D. Alvarado; Eliza, aDolores Costello; Jayme, oRamon Novarro,

—•* ~mmmWí.L—W *^~ 1^**^~, ¦-! .IP»**—•¦—"**^*

Page 7: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929 ~z O TICO-TICO

fefe^^fr0" Sis£_ÍL___S3 [Efffl^^Ep

ARCA DE NOÉ

El JfJF miI»

te)

*— Já vem chegando o Natalj

*— Diz, muito alegre, o Bébé,

E eu vou ganhar de presenteUma arca de Noé.j

Ha muito tinha o desejo

De possuir uma arca,

t— Uma casa bem bonita

Feita em cima de uma barca.:

Lá dentro, o dono é um velhinho,

^- Que zangado que elle él *r*¦Tem umas barbas compridas:Todos o chamam Noé.

Pois esse velho zangado,

Ha muitos e muitos annos.

Salvou os bichos da Terra

Da fúria dos oceanos.

P bom Deus, para castigdDos maus, embora com maguas,

Cobriu a Terra inteirinha

Pe ventos, tufões e aguas^

No meio de tanta gentePerversa e sem coração,

Deus fez salvar um velhinho

Da tamanha inundação.

CARLOS

— Faze uma barca, velhinho,E embarca, para salvação,Teus filhos, genros é netos,Teu cavallinho e teu cãol

E cumpriu logo ò velhinho,A ordem que lhe foi dada: -**— Noé construiu uma arcaPara toda a bicharada.

O boi, a cabra, ò gatinho.Q leão e o jacaréForam então embarcadosNa arca do bom Noé.;

Pe bichos cheia a barquinháNas águas logo vogou,Por muitos e muitos diasí_Vté que a chuva parou,;

E quando as águas desceramPa relva á verde mansão..Estava salva e contentePe bichos uma porção.,,

Se não fosse o bom velhinho,Que nós chamamos Noé,Ninguém conhecia agora;Nem onça, nem jacaré.:

M A N. H Ã E S

. - _-; Km»*' ^rry^^F^s^.

_J^rtéatesr^^£_â

Page 8: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

U IICO-TICO -8- 27 — Novembro — 1929

^¦^^^^^¦^^MÉ__LX__E_________________________________________________I ____^___C_______________^_______

If^ÊejtJJ -Hwi-. ^riZ jBrf^y^^^^JrV"* ^¦">^=:::^É-r*rt?'--_rl_ T\ ir'?' \r\^X^*"^ iJ *' **'_/^\ vi^f-^iJ'^'''ryí^ i._r j^^^^^T-L!?

__—¦¦ —— I ' • —.. M—....— . .„¦

HISTORIAS DE

NOSSA PÁTRIA O Boi do Melchior Conto infantil de

VI RI ATO CORRÊA

Tanta gente passou de uma margem á outraque, só naquella tarde, a ponte rendeu 1.800 florins,ao preço de dois spldos — ida e volta, por cabeça.

A' beira da praia ergueram-se palanques paraas damas e gente grada; musicas tocavam em core-tos; sob toldos multiccres distribuiam-se refrescos eguloseimas.

O Capiberibe fulgia, reflectindo as luminárias.O vôo do boi do Melchior era o ultimo numero

do programma. iA's dez horas da noite sentia-se o rumor da an-

siedade do povo.:— O boi! o boi!E o boi não apparecia.,Eram quazi onze horas quando se ouviu na mui-

tidâo um longo clamor. Era o Melchior que appare-cia seguido do bovino manso, f

A onda popular deslocou-se, fervilhando.O Melchior parou á porta de um sobrado.y'' v-A multidão acompanhou-o. Era dali que o boi

- _-_ > *ia voar. O povo acotovelava-se. O Melchior entrou.O animal, a um signal do dono, entrou também. A.porta fechou-se. Lá em cima na janella do sobrado,o Melchior surgiu olhando para o alto, como que a-sondar os ares em que o seu boi ia voar. E sumiu-se.Em baixo a multidão silenciosa esperava, premida.

Passam-se muitos minutos. Nas varandas dosobrado não apparece mais ninguém.

O povo inquieta-se.— O boi! o boi!O Melchior torna a vir á janella, espalmando a

mão direita para baixo. Que esperassem, era uminstante!

Momentos depois os chavelhos de uir^ boi surdi-ram na janella e depois dos chavelhos o pescoço edepois do pescoço o resto. Toda a gente reconheceu:era o bovino do Melchior. E o diabo do bicho foi su-bindo e caminhando devagarinho no ar, como si esti-vesse voando na direcção do sobrado fronteiro.

A multidão, de olhos erguidos, silenciara numestatelamento. Mas de súbito, uma gargalhada es-talou. Uma outra e outra e, num segundo toda a rujae toda gente eram um gargalheiro desabalado. To-dos tinham comprehendido o trüc. O boi voador nãoera o do Melchior, era um boi empalhado, admirável-mente feito, imitando na côr e no tamanho o boi ga-roto e bohemio. Voava, mas preso por arames invi-siveis de noite.

E foi uma pândega aquillo. Não houve um des-gosto naquella noite. Nássau saboreou o prazer deter dado uma festa tão ao gosto do povo, q povo aalegria de a ter gosado, o Melchior a ventura de pas-sar a historia com o seu boi.

FIM)

Page 9: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

A_____P^^^^T»''"';

¦

¦

JmmWW¦

"

J/^bner Cordeiro

INFANIH

AI

-ES_B'. 7* jbi..sem m JC________________! B* f _J

&**¦- ' 1_L p«5!___ í' -' *¦-**¦ Iii

l^_l____^___ JK.

BÉ-M*^*VBf '-"' ^B

Maria Julia e Carlínda Coelho

Itldaderaiva

^Pv>«s^--_pwinB-_______3_---__Pp_---H_______B <** - ¦' JI^H^HHHÜHH

Page 10: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

HELENA, ~H flflflH!- LAIS MARIA>filha do Dr. J. B. de Freitas Mello. ^una do Sr. Affonso de Magalhães Jr.

F' 'Ti m\'*& v*^ "'fam

fl ¦BB ~

-¦* WW '-*amm^mm\ mmW '

r * çS K5 / *U

j

L 4V':j^LÉflT v // '-'&' '»» i -^V-f 'íài/^^^^SC <Íl ^j&^ ¦R'/l^^aflW

ELZA e RUTH. H Wflfl AA—-Ülfilhos do Sr. Mario Bastos. H 1

I ¦ ... v N***ftflfl flfl^ y* *

*.**aT*B**aBa»|."*fF***akV. ^*^^H ^^^Êr y^^^aw^mw^^-

MARIO,filho do Sr. Bernardino Torres. NOSSOS

 M fl G U 1 N H O SHENRIQUETA. NADIR e MARINA,

filhas do Sr. Domingos G. de Mello.

Page 11: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

!7 — Novembro — 1929 — 11 — O TICO-TICO

rwwfiWj y^fÁwék^^^' _________======-;

Fapla Extraordinária fle um ímlm

— Servindo-se de uma taboa como remo opequeno, depois. ¦

JAPITULO II — (Continuação)

Aborrecido, sahi do sitio e dirigi-me para a villapróxima. Quando passava pela situação que fica vizi-nha, o seu proprietário, um tal Antonio Roldão, homemcom quem eu não sympathizava, estava na porteira edirigiu-me a palavra sobre assumpto que não ouvi bem...

Afflicto como estava, não lhe dei resposta e, longe,de parar, ainda acelerei a marcha cio meu cavallo.

Só voltei á minha fazenda, ao anoiteeer; já estavaescuro quando cheguei á porteira. Um homem que ahimo • esperava, entregou-me uma carta, dizendo ser daparte de Manoel Pedro. Quando bati o isqueiro para vêra physionomia do portador, este já ia longe! Extranheiaquelles modos; mas como estava intrigado com aquel-Ja carta, não liguei maior importância

Entrando em casa, a primeira cousa oue fiz. foiabrir a carta.

Não se pôde calcular qual foi o meu espanto, de-parando com o conteúdo da estranha missiva.

Era o documento, pelo qual eu dera a Manoel Pe-drc a opção*de venda sobre a minha fazenda!,

CAPTTULO III

A minha transferencia para a prisão foi uma scenaterrivel!

O povo que estacionava na praça, que fica defror.-te, recebeu-me com insultos... e os mais exaltados,aos gritos de lyncha! tentaram arrebatar-me dasmães das autoridades, para exercerem ali mesmo uma

justiça summaria.A custo, attravessámos a praça, e afinal fecharam-

se sobre mim as postas da cadeia, talvez para toda avida!...

Luiz, que assistira desappercebido a toda esta sce-na, notara que um dos mais exaltados, e o que mais alto

gritava exigindo que eu fosse summariamente executa-do, era um individuo alto e acabôclado, que não residiano logar. í.ernardo, era o nome do sújeito,'appareci3 na

A. A. DERONOELE Brasileiro Desenho de

Cícero Valladares

Villa de quando em quando, com algumas cabeças d.gado que vinha vender.

Sua attitude despertou a attenção do pequeno.A nossa Villa fica ás margens do grande rio São

Francisco, e dc outro lado é o Estado da Bahia, onde apequena cidade de S. Pedro fica quasi fronteira á nos-sa Villa.

Depois que o povo se dispersou o caboclo bebeu unitrago em uma venda e, dirigindo-se á margem do rio,tratou com um pescador a sua passagem para o outrolado. Luiz, que o seguira até ali, ficou um momento semsaber o que fazer, mas, vendo mais adiante uma pequenacanoa abandonada, resolveu continuar sem saber mesmePor aue, a seguir o caboclo Bernardo...

Servindo-se.de uma taboa como remo,'o pequeno,depois de grandes esforços, arriscando-se mais de umavez a sossobrar, conseguiu abordar também a outra mar-irem, embora quasi duas horas depois daquelle que se-•nua. Perto do logar em que abordara ficava umavenda, e Luiz, espiando pela janella, viu no in-temi- o caboclo, que bsbia encostado ao balcão.

Algum tempo depois, elle sahia. e percorreu asmargens do rio, indagando dos pescadores quandopassava algum barco rio á cima, com destino a Pira-póra. Isto. o peoueno que o seguia cautelosamente,coube depois ao interrogar os pescadores.

Mais tarde, o caboclo voltou á venda onde almo-çou. bebendo vinho. Lui? oue, extenuado e faminto,não desistia daquella perseguição, viu pela janella queelle trazia comsigo '•muifco

(Continua)

Luiz, queo seguiraaté ali„c

Page 12: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICO — 12 — 27 — Novembro — 1929

Era uma tarde triste de Dezembro.De pesadas nuvens se cobrira o céo,

que assim nublado, tinha o aspecto lu-gubre da mansão dos mortos.

Quem naquelle dia fosse um observa-dor escrupuloso, que olhasse para o céo,notaria que aquellas cinzentas nuvens,tocadas por um vento frio e imperti-nente que soprava do noroeste, era oprenuncie do inverno.

Em puco, ellas se englobaram, e,apezar de ser ainda dia, formaram umanoite artificial, treda, medonha, queenchia de pavor os habitantes de umapequena villa, distante algumas milhasde Cettinhe.

As nuvens se arrastavam medonhas,tenebrosas, cada vez mais compactas,emquanto aquelle vento frio que ascompellia, zunia, terrível, implacável,nos frágeis tectos das pequenas casasda aldeia.

Foi um instante; uma faixa branca,ncandescente, magnética, illuminou asuperficie plúmbea — purpura do céo,e um estrondo cavernoso, acompa»nhado de um urro medonho do fragordo vento, arrebentou, estremecendo todaa aldeia, e ecoando de calada em calada,até perder-se ao longe, nos alpes Dina-ricos, nas margens do rio Drina.

Trazido no fragor do vento, um mon-tão de neve, arrojou-se sobre toda aaldeia, e acompanhando o uivar dovento, e o bramir do trovão, elevavam-se no espaço as preces ao Deus, as pre-ces á Virgem.

Numa" tosca choupana, de um humildelenhador, distante algumas mlhas da ai-deia e no limite da floresta, reinava adesolação.

Por descuido, o lenhador não se pre--cavera, e deixara a lenha que tinha cor-tado durante o dia, no meio da floresta(elle não pensava que o inverno viess:tão cedo este anno) a duas milhas dacabana. '. •

A tempestade estava no auge: pa-recia que das entranhas da terra, se-melttante ao das lendas que lhes con-tr.vam seus antepassados, ,surgira umterrível gigante, habitante das cryptasda terra, soltando urros, vomitandofogo.

Naquella cabana,..moravam: o lenha-dor, sua mulher, que estava doente, eseu filho, um menino dc seus doze annos.

A escuridão atigmentou; os tres,abraçados, tremiam de medo, entorpeci-dos dc frio, cortante e gélido.

O lenhador abriu a janella e con-templou um instante de leste a oeste, Oterreno tuie apparecia á frente. A" pia-nicie nua, era um lençol alvissimo deneve. Na hora em que o lenhadorabrira a janella, a tempestade amai-nara, c cedera á impetuosidade ao ventocortante, que voava veloz, arrastandotudo na carreira, como o jovaü daquellasflorestas, quando acossado pelos caça-dores, nada 'intercepta-lhe os passos,

_K_wlM_lwPllll mWMílflílllllIlÊÈ

wggàI a . - jrxBà- jí__W'' ¦ 1H '' __r ^f____ àW T___~r«—_¦I ' ___^*ar_B___li___l-*S__

¦~*-*m^^^^^__^i^mm^_m—^T^^^^ ^_

Mu ni ¦iiiiMMiimTiiiiTl ilm¦ >-._...» _ y U. J. Cj'¦.,._..

AMOR DE- MÃE_á' Sra. Maria R. dc Almeida.

nada o impede de «passar, não haobstáculo que não seja transposto, nãoha serro, não ha alagadiço, não haemmaranhado de selva, que elle nãotransponha, pois elle é como o vento,possante e iracundo, que naquella hora,corria naquellas solidões geladas...

O lenhador novamente 'fechou a ja«nella, quando não longe, um uivo lu-gubre, jactou-se na solidão da noite.Sua mulher, quasi petrificada pelo frioreinante, supplicou ao marido, que ar-ranjasse um pouco de lenha paraaquecel-a.

— Impossível! mulher — disse o le-nhador, commovido. Os lobos a essahora, já sahiram dos covis!

Seu filho ouviu perfeitamente elledizer a palavra impossível, e viu ogesto de desespero que fez a mãe.

A tempestade cessara de todo; só ovento, si bem que mais frio e maiscortante, gemia de lufada em lufada,mais brando, menos impetuoso.

Pediu licença ao pae, para ir á ja-nella e d'ali contemplou um instante océo, onde pallida, a lua, reverberavauma luz morta, mas pacificante; era ostygma singelo da bonança.

Job, chamava-se elle, apanhou numinstante o machado afiadissimo e, deum salto, galgou a porta, desapparccen-do na escuridão da noite, po:s que alua fora encoberta por unia espassanuvem.

Elle ouviu ainda, distinetamente. ogrito de horror de sua mãe, mas partiu

sem se voltar, correndo na direcção dafloresta enorme^ de pinheiros, que aolonge, apparecia negra, mysteriosa,cheia de terriveis encantos. Machadoem riste, prompto para qualquer ataque,elle corria, corria, e em pouco, chegouá floresta. y

No seu rosto de creança, appareciaindelével, serena, a coragem innafa dagente afoita ao perigo, acostumada áluta. Com um golpe certo derribou umpequeno pinheiro; mais golpes foramdados, e mais pinheiros tombaram.

Fez um feixe delles e dispunha-se avoltar para casa, quando um uivo hor-rendo estalou na floresta inteira, e sibem que elle fosse corajoso, um calefriomedonho, perpassou-lhe pela «espnhacomo que sua alma quizesse separar-sedo seu corpo, antes que a morte horrívelque elle iria ter, ferisse a si mesma. "

Job esperou impassível, calmo, o ata*que das temíveis feras, sedentas desangue. Um momento: e a dez passosdelle, faiscam como brazas, os olhosdas tres feras solitárias, que o iriamatacar.

Job soltou um grito surdo de pavor,e ao mesmo tempo, .Jevantando o ma-chado, avançou resoluto para a pri-meira fera que se atirou a elle. Era umespectaculo horrível.

O machado que zunira alto, foi cer-teiro de encontro ao craneo do lobo queprimeiro avançara, que abateu sobre simesmo, escancarando as horriveis fau-ces „mas sem poder atrticular o uivoque ia dar, que ficou paralysado nagarganta.

O golpe fora fulminante; Job conti-nuando a brandir 0 machado, arrojou-ode encontro ao outro lobo que se tinhaagachado para dar o salto decisivo Omachado bateu-lhe na perna da frente ecortou-a de uma vez, e um bramidoferoz do lobo ferido, ecoou mais umavez na floresta inteira.

O outro lobo ficou perto de seu com-panheiro (um lobo sozinho não ataca),emquanto Job partira para casa, a pas-sos apressados, mas indifferente aosuivos das duas feras. •

Mal chegou á casa, exhausto, mas fe-liz por poder aquecer os pães, princi-palmente a mãe, a floresta em peso,ecoou, dir-se-ia um terrível cataclismaque desabava, mas não, era o grito deguerra de toda a alcatéa, que só agoraviera aos chamados dos companheiros.A floresta reboou, era a maldição queos lobos faziam a Job.

Mais tarde, o nome de Job eraacclamado na aldeia e em torno dellecrearam-se lendas e contos.

Comprehendercis agora, caros le'to«res, que por amor de nossa mãe e tam-bem por amor de nossa pátria tudofaremos, até o impossível.

r \SYLVIA PEREIRA DA SILVA

Page 13: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929 — 13 — O TICO-11CQ

QUE BOM2SgpXZ

LOGAR ARA CAS X IO

VB|V wiii i. mu— nu invtininrr ........—a íjt—to _ _

1) José, o alumno mais peralta, disse: — Nós estamos fazendo muito barulho; desobedecemos o mestre!...,O Mestre : —¦ Já, seus levados, vão para ali, para traz d'aquelle muro. E elles foram e metteram-se dentro de um auto-caminhão. 2) O Mestre: —- Vou vêr o que elles estão fazendo... Meu Deus, disse elle espantado, não os vejo aqui,o que terá acontecido... 3) Mas, qual não foi a surpreza, quando os viu dentro do auto e a gritarem para elle:"Até logo, nós vamos buscar alguns bolos para o seu chá\l

00000<><>C>CK>CK>0^^ 0OCK>CKXX>CK>C>O0O0<X>0<XXK>0

Como és feliz, que, assim naareia, brincas com um nada todaa manhã.

Eu estou atarefado com as mi-nhas contas, lido todo o dia comalgarismos.

E rio-me de teu brinquedo comesses gravetos. '

Mas talvez, olhando-me de sos-laio, tu digas de mim: "Que es-tupido divertimento gastar assimas suas manhãs"!

Menino, esqueci a arte de dis*trahir-me com páozinhos e castel-Ios de areia.

Os meus brinquedos são custo-sos; busco montes de ouro e prata.

Tu, com o que achas, fazes logoum alegre folguedo. Mas eu gastomeu tempo e minhas forças atrazde cousas que nunca alcanço.

Numa barqudnha frágil, lutopor atravessar o oceano dos de-sejos e esqueço-me de que eutambém estou» brincando um briiv»quedo,

Rabindranatii Tagore

—, ¦ — ¦»¦— ;m-—""¦ ' "* - ¦¦» *

A c s ã

O berço em que, adormecido,Repousa um recém-nascido.Sob o cortinado e o vêo,Parece que representa,

¦ Para a mamãe que o acalenta,Um pedacinho do céo.

Que 'júbilo, quando, um dia,

A creança principia,Aos tombos, a engatinhar...Quando, agarrado ás cadeiras,Agita-se horas inteirasNão sabendo caminharl

Depois, a andar já começa,E pelos moveis tropeça,Quer correr, vacilla, cae...'Depois, a bocca entreabrindo,Vae pouco a pouco sorrindo, vDizendo: mamãe... papae.,.,

Vae crescendo. Forte e bella,Corre a casa, tagarella,Tudo escuta, tudo vê...Fica esperta e intelligente...-E dão-lhe, então, dc presenteUma carta de A. D. C...„

OLAVO BILAC

O

Elles bravejam e lutam, hesitame se desesperam, em disputas quenão acabam.

Leva-lhés a tua vida, creança,como um raio de luz calmo e puro,e dá-lhes a alegria.

Elles são cruéis na cobiça ena inveja; suas palavras sãocomo lâminas oceultas, sedentas desangue.

Vae e penetra em seus tòrvoscorações, e poisa sobre elles a gra-ça do teu olhar, cemo a pazacariciadora da tarde após a agita-ção do dia.

Deixa que te contemplem a face,creança, e conheçam, assim, a me-diocridade de todas as cousas;deixa que te amem e aprendamassim a amarem-se uns aos outros

Ao alvorecer, abre e eleva teucoração, qual flor que desabrocha,e ao pôr do sol, curva a tua ca-beca e termina, em silencio, oculto do dia.

Rabindranath Tacore

T*-

Page 14: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929

AS AVENTURAS- DE FAll ST IN A E.ZE MACACO

AS 'D ES CO BE¦ /OU FAZEP UMA

£X.PERlEClA^SENSACiO-mm \ MCE NA

RT-AS DO ZE MACACO

1-

¦' M¦. ¦

ESTAS VENDO?SAÕ OVOS PE G A LU NHA

UM PROVA Extraor. \ MAS [ I" \ PICARIA . VOU COLLOCAft 0 TENHO* CALE SE ' ÇALÜ-

GELADEIRA > estes ovos numa JJLa&S_ Gt-AUUK/ VA£ --•_;!ln(.fi_^//?„,£Myg| /^ LAR0S 1 UHA NAO 5E MA-

$ilÍil___llll J_S____ ^^ c^ INf ^W í^eus filhos! niffs ta .'

m m—

l

r&íAGORA VAMOS VERIFICAR A CJRANDE FK

—-^PERIErtC/A > SAÒ PASSADOSLADEIRA lm**hy/NT£ e DO's

D/AS '

QUE DESAFÒRof

Soccesso completo/ a geladeiraGEROU PiNÇcS/NS POLARES POR

Page 15: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

Novembro — 1929 - 15 — 0 TICO-TICO

UM CONTO INTRADUZIVELCONTO DE MALBA TAHAN

OUVE outrioraem Khorassan,na. Pérsia, umrei chamadoKhara Abdula-zim que se tor-nou famoso emrazão da estra-^vagante maniaque sempre odominou: que-ria ter em sua

corte interpretespara todos osidiomas falados

no mundo. Para isto mantinha uma grande e dispen-diosa Academia denominada "Razilda Baclyne Da-lambo" — que quer dizer "Casa dos Interpretes doRei", onde se reuniam sábios doutores e polyglottasfamosos, que se dedicavam, exclusivamente, ao estu-do de todas as línguas e dialectos estrangeiros, des-de os roucos e arrevezados sons dos thibetanos até ofalar cantante dos negros selvagens de Kcdjam. (i)

Ora um dia o rei Abdulazim ouviu contar queexistia no interior da Pérsia, para além das frontei-ras de seus domínios, uma pequena cidade chamadaSemnan (2) cuja população falava um idioma tão dif-ficil e complicado que jamais sabío algum fora capazde aprendel-o.

Diante de tão extraordinária noticia, que punhasensível falha no saber de sua famosa Academia, or-denou o rei a um dos mais illustres membros da "Ra-zilda Badyne Dalambo", o illustre Anazid-beg, quesabia falar 32 línguas differentes, fosse sem demoraao paiz dos Semnamitas e de lá só voltasse quandosoubesse falar fluentemente o idioma e estivesse aptoa contar uma historia em "mazalez" — que assim sedenominava o ignoto falar de Semnam. O grandemírza, (3) em obediência á ordem do rei, partiu paraSemnan onde durante dez annos consecutivos estudouininterruptamente o mazalez. Quando se julgou, afi-nal, em condições de comprehender e falar o idiomavoltou a Khorassan e apresentou-se ao rei.:

Perguntou-lhe o monarcha:Senhores! Que Allah, (4- o Exaltado, nos

uma historia no impenetrável dialecto dos semnami-tas?

E' verdade, ó rei poderoso! — respondeu osábio -»è Julgo-me agora apto a narrar uma lenda ouum conto em mazalez!

Nesse mesmo dia mandou o soberano persa reu-nir, com a maior pompa, a famosa "Razilda BadyneDalambo" (Casa dos Interpretes do Rei) e convidou,igualmente, para assistir á solennidade todos os no-bres, ministros, vizires e altos funecionaríos da corte.

A "Casa dos Interpretes do Rei" estava luxuosa-mente ornamentada; o rei Abdulazim recommendou

aos seus auxiüares que a prova de erudição do philo-sopho Anazib-beg fosse brilhantemente festejada.

A'' hora marcada para a grande ceremonia, quan-do já se achavam presentes todos os convidados, ia-clusive os embaixadores estrangeiros, o rei assimfalou:

—¦ Senhores! Que Allah, (4) o Exaltadado, nosproteja e abençoe! Vou apresentar-vos uma das maissensacionaes provas da nossa brilhante intelligencia cgrande cultura! O sábio philosopho Anazid-beg, opresidente da "Casa dos Interpretes do Rei", depoisde longo e cuidadoso estudo, aperfeiçoou-se no intrin-cado idioma mazalez, para o qual não havia até ago-ra interprete algum no enundo, e vae exhibir-nos asua admirável habilidade, narrando-nos uma historiaem puro dialecto semnamita!

Houve, no grande e riquíssimo salão da Academia,um movimento geral de surpresa e admiração. Osdoutores julgavam impossível que houvesse alguémcapaz de aprender uma língua, deante de cujas diffi-culdades desanimaram os philologos mais pacientes

e mais cultos do mundo.;Ante o profundo silencio que reinava no sumptuo-

so cenaculo o sábio Anazid-beg assim falou:Rei Magnânimo! Que o Altíssimo vos conser-

ve feliz até o ultimo século da Eternidade! Vou con-tar-vos, no singular dialecto dos semnamitas, uma bis-toria intitulada "Sharak salmbala jak duari", que éuma das lendas mais formosas desse páiz curioso on-de vivi por espaço de dez annos!

E ante o pasmo do rei e de todos os illustres ou-vintes, o sábio Anazid-beg mandou que lhe trouxes-sem uma lata de forma alongada dentro da qual de-positou cinco pedras de differentes tamanhos. Feitoo que, entrou a sacudil-a, ora de vagar, ora mais de-pressa, produzindo, assim, um ruido desagradável emonótono.

O poderoso rei fitava o sábio com os olhos esbu-galhados de espanto; ou doutores da Academia mur-muravam assustados como se temessem pela integri-dade mental do illustre collega.

Depois de sacudir a lata durante algum tempo, osábio collocou-a cuidadosamente a seu lado e, dirigin-do-se respeitoso ao monarcha, disse-lhe:

E assim fica contada, ó Rei Venturoso! nosingular dialecto dos semnamitas a bellissima historia'Sharak salmbala jak dusari"!~- O' cão miserável! — gritou o rei esbravejan-do colérico, o olhar fuzilante, os punhos crispados —

illlISllBSjB^ ^5\>_ ——r~"' "* "jC^T^r "cflêfe^^^^ •"

Page 16: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICO — 16 — 27 — Novembro — 1929

Julgas, então, que por seres sábio podes zombar im-punemente do teu rei. Onde já se viu contar-se histo-ria substituindo-se a voz humana pelos ruidos de pe-dras sacudidas dentro de uma lata? Vaes pagar caroa tua ousadia e pilhéria descabida com que me insul-taste!

E, voltando-se para o chefe de seus guardas, dis-se o soberano;

— Ordeno que este atrevido sej'a immediatanien-te degollado!

Essa inesperada sentença de morte foi ouvida comindizivel assombro por todos os presentes. Ninguémpoderia acreditar que q rei Abdulazim mandasse sa-cri ficar um sábio cuja culpa única fora, talvez, a dehaver enlouquecido ao tentar estudar uma lingua repu-tada impossível de ser aprendida por um estrangeiro.;

Nesse momento, porém, o venerando Kaleh Mal-dan — primeiro vizir do rei — homem muito estima-do -e respeitado no paiz pelas suas invejáveis quali-dades de caracter e coração, dirigindo-se ao exalta-do soberano, assim falou:

Certo estou, o rei! de que se Vossa Magesta-de mandar degollar o sábio Anazid-beg commetteráinqualificável injustiça!

¦— Injustiça? — exclamou o rei — Onde ha in-justiça tm castigar-se um subdito que teve a ousadiade escarnecer de seu próprio rei em presença de todasua illustre corte?

Respondeu o digno ministro de Khoran.Vejo-me forçado a revelar um segredo que du-

.ante cincoenta annos guardei nu mais recôndito demeu coração! Sou natural da cidade de Semnan, e co-nheço portanto, o complicado linguajar denominado"mazalez".; Sabeis vós todos (appello para o teste-munho de todos os presentes!) que jamais proferiuma mentira ou uma falsidade. Pois bem: posso ju-rar que o mazalez é tão complicado, tão áspero e dis-sonante, que faz lembrar o ruido de pedras sacudidasdentro de uma lata afunilada! E não tenho palavrascom que exprimir a minha admiração pelo que acabode ouvir, graças ao esforço e habilidade do nosso il-lustre Anazid-beg! Pois devo dizer (embora pareçaincrivel!) que esse sábio extraordinário conseguiuuma coisa realmente espantosa: sacudindo na lata ascinco pedras, imitar perfeitamente todos os sons do

mazalez, reunil-os formando palavras que, por suavez, reproduziram uma das lendas mais curiosas demeu paiz natal! Beijo, como sincera homenagem, asmãos a esse grande e admirável Anazid-beg pelo ta-lento que revelou, praticando uma proeza que devecansar assombro ao mundo inteiro!

Meu caro ministro — disse o rei —> vou revo-igar a teu pedido a sentença de morte que ha poucoproferi, pois sei que és honrado e serias incapaz, sobpretexto algum, de proferir uma mentira! Confesso,porém, que a incrivel proeza philologica praticada pe-lo sábio Anazid-beg (Allah porém é mais sábio!) mecausa menos espanto do que curiosidade! Gostaria queme dissesses, agora, como poderias traduzir não só otitulo como também a historia contada por tão origi-nal processo!

Infelizmente, ó rei I— respondeu o illustre mi-nistro — não posso attender ao justo pedido de Vos-sa Magestade. O titulo da lenda de Semnan é intradu^zivel! não ha nem em persa, árabe, syriaco, indu\turco, chinez, ou em qualquer outro idioma falado pormussulmanos, christãos ou idolatras, palavras capazesde expressar o sentido da phrase

"Sharak salm-balajak dusari", por conter vários trocadilhos feitos emtorno de costumes inteiramente fora do nosso entendi-mento. Qualquer tentativa de traducção seria infiele desageitada que pareceria obra de um demente! Esem o sentido exacto do titulo é impossível a com-prehensão da historia!

O rei Khara Abdulazim, era face de tão impressi-vas palavras do austero ministro, convenceu-se de queos mysterios da Philologia são taes e tantos, que to-do cabedal humano é insufficiente para desvendarsequer uma pequena paxcella de seu grande campo.; .

O sábio Anazid-beg recebeu como recompensa deseu esforço, talento e tenacidade, a mesma lata de quese utilizara para "contar" a lenda, cheia, porém, debrilhantes e pérolas de grande valor.

(*) Região do interior da África.(*) Cidade, outr'ora famosa, do interior da Pérsia,

hoje reduzida a ruinas.(*) Homem illustre; sábio niusulmano.(*) fieus,.

fÈÊÈ&k. *sA-^AmWwc^wam .^S___-___d_____9i.'* ^fW""' __ferm>i

j-£^% __-_ni P^*#ç£ ¦#! as&__. ^^^¦^^4_________T^v~8_Hç-i'-v^vT*í^*iíá** <*• jf>' ^wM _________^?víWBí|fe'_!§£-._íÇ?-ci_______ H^__^l___^-t;,,^i"^:^'í_^**-#j? ^Zam WÊfèSS^k. _.»

/^^•¦•i-i^^"""™"™""-? m 'iVt ¦mar^^wssssgsk^^^^^

rf-rSrV JQ__r__ ^"dmWÊMJL^^^jSS^^

Page 17: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929 — i? O TICO-TICO

U M BANHO DE CHUVA

Os meninos acabaram de ceiar e mamãe lhes dis- Os meninos, em vez de procurarem as camas parãüserá que subissem para o dormitório. Era hora de dormir, puzeram-se a jogar bola e, taes diabrurasrepousarem. As creanças devem deitar-se cedol **-» fizeram que acabaram quebrando o vidro da clara-dizia mamãe.. , boia.

.^==3/ (!

—tW—1 i{| j

— Que maravilha! — disseram quando estavam Mas uns instantes depois, a chuva começou a ca-no leito — Agora vamos dormir quasi ao ar livre, res- hir e a molhar a cama dos meninos que tão mal anda-pirando o ar puro e vendo o luzir das estrellinhas! ram quebrando o vidro da claraboia.

f

míf 1 —#fe—f

Um dos meninos arranjou um guarda-chuva, v.-. .aos meninos que toda acção má recebe o pre-abriu-o mas a água, cada vez mais abundante, cahia mio de um castigo. Os meninos travessos são sempresem cessar, como se estivesse a dizer.... mal queridos.;

CK>0<X><>OOCr<>CK>CXX}0 000<>0<>Cr<>0<><>C>C>C>0^^

Ésn oneiados 'de Dezembro apparecerá o Almamiãch <aP© Tico-Tico.'para 1930.

CK>C«^C!<>0<>COO<>0<X^ c«>o<>c<*>CrO<>ooc<*^

Page 18: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

o P RE S E P E D O Na T A L - (Pagina n. 13)

^xx.7/ Ip"" : *

0TT~ ^ "^Tt

^^^

/te^ffS -ã=V^—' r X.XX^h^"'/x £ ^jlfxlr

"-s^sL "=~=§rí < / ~~~~ — x"^--^ v *' /"N 'xKr^ /T '

Jt ^* *¦¦ ' ,11 I —^ - II1 I 11 ™ '' ' /f^ I. III I* I .1. I . I ,_ I I . I I, .11,1 _¦¦__« ' "_*~^ - /

de91 tilfColletn as peças em cartolina, recortem o ag",r __. ,,ll03 números. — {Continua no próximo numero)

Page 19: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICO — 20 — 27 — Novembro — 1920

O GAFANHOTO O B O IEm nm campo abandonado,.Vivia um boi cego e nuui.o.Queixando-se, amargurado,

Do seu destino íatal.Per elle estar cego e' doente,E nio poder trabalhar,O seu patrão inclementeEn_ot_ra-o do curral;Abandonando-o na estradaSem abrigo e sem conforto IFGra outr.ra bello e fone.Era o cheio da boiada.Com um só berro seu tremiaToda a campina, assustada:•— "Hoje, velho e despresado.Ando no mundo sem rumo;Sou como o leão da fábula...Alvo de Injurias, escarneo;Tenho fome, sede, frio...'Igual a um judeu errante...Ninguém tem pena de. mim!"Contando a trista odysseaPunha-se o boi a Chorar.Passava n'csse momentoSobre o galho de um salgueiro.Leve e esguio gafanhoto.Ouvindo o triste lamentoDiz ao boi o verde insectoEm tom gravo e protector:íião te amotines, meu velho,Vou dar fim ã tua dOr.Eu posso te acompanhar.Levar-te ã. maior alturaSou ágil como ninguém,Sei alar-me atC ás nuvens!Eu sou quasi igual aos anjoa,Pois tenho asas tambem!Meus affazeres são leves;Vivo no ar a flanar.O meu trabalho consisteEm Vêr, ouvir e contar!.. .Sou eu o correio alado,Mais ligeiro que o tufão!Sou o Lyee da floresta,Almanach do sertão IAos meus olhos nada escapa,Pois sou espera sagaz.>— D'isso, posso me ufanar.Como eterno vigilante,Sou o Jovert da cidade.Por todos sou respeitado.Asseguro sem vaidade IMeu talento _ proclam.ido.Trago sempre novidades,Mil cousas a relatar IA's vezes, tambem me npraz— Penetrar pelas janellasEm qualquer habitação.Esvoaço, então, curioso,Nas alcovas, no salão!Mas corro sírios perigos:As donzellas casadourasDizem que dou felicidade!,..-

Pretendem caçar-me então I"Que precio.'» amuleto!"33 avançam todas p'ra mimiFugindo a sanha amorosa.Ponho tudo em polvorosa;Por urr.a brecha do; tecto.Passo rápido _ varanda,E vOo para o jardim!

O boi. deslumbrado ouvira,Toda a longa prelecçãoE, prazentelro, acceltavaDe tão alta personagem,Grato, a honrosa protecção»Sacudindo as finas asas,Diz ao boi o gafanhoto,Com impafia c convicção:¦— ">Tâ«j tenhas medo, meuVou guiar-te com cuidado.Com respeito o com amurlLevar-te-el ao regato,Comerüs a fresca relva,Sob as arvores írondopas,Te abrigarãs do calor.Serei o teu Cyreneo,Teu dedicado mentor!

Mas, desse dia em dianteO boi não teve socego.O gafanhoto esqueceraQue o boi era manco e cego.Pelas mantanhas e vallesEsfalfado o boi corria.— Sempre atraz do seu mentor.Fazia esforços ingentes.Mas o alado Itinerante,Vendo-o sempre a tropeçar,Dizia-lhe a cada InstanteEm tom áspero, arrogante:«—.. "Corre, salta, toca a andara

_3 o pobre do ruminante,Respondia em voz chorosa:— Tu bem sabes que não vejo.,E, posso eu acompanharíía sua velocidadeAs tuas asas ligeiras?Ali tem de mim piedade!Deixa-me emfim descansar!"Com a alma dc dOr transida,Chorava o boi com saudade,A liberdade perdida...Porém, o insecto inconstante,Sem siquer ouvir a vozDo seu velho companheiro,Iai lépido, velozSempre contente, lampeiro.Pelos bosques a vOar!

Um dia, porfm a serraFoi fortemente varridaPor terrível vendaval.Uma rajada impiedosa.Levou, n'um redemoinho,O indefeso gafanhoto >Com as frágeis asas pallida.Quasi exangue, desmaiado,Foi cahir sotre o relvado.

Affrontando a ventania,E valendo-se da ausênciaDo seu aligeiro guia,O boi no prado pastavaA herva rasa, humida e fria.De repente, o boi afflictoSolta um mugido de dOr!.. ••Oh! cêos! que horrivel dellcto! •.— De envolta com a verde relva,

Comera o seu bemfeitor!!!...

VISCONDESSA DE SANDE

Page 20: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929 — 21 — O TICO-TICO

ff-~W4P*_J _.!." I*g_..i_!g_ft-M."^ ¦ i -¦¦iiiiwmwmj *

)\ filha dafeiticeira

F^^t^^^^^^^^s===^^Perdidas na immensidão do oceano, sete pequenas

ilhas cobertas de florestas verdejantes, constituíam oreino de Simão I, que por isso era chamado o Rei dasSete Ilhas.

Simão I e sua esposa, a formosa prineezà Eleonor,eram adorados por seus subditos, pela sua bondade epela justiça com que os governavam.

O Real casal tinha, para cumulo de sua felicidade,um filho, o principe Jacintho, que além de sêr um jo-ven formoso e esbelto, era tambem dotado das mesmasqualidades de coração e caracter, que tanto faziam seuspaes estimados por seus vassalos.

Das sete ilhas que compunham o reino do bondosoRei Simão, seis eram habitadas por uma populaçãolaboriosa, que cultivava o solo fertilissimo e delle tira-va todas as riquezas da natureza.

A sétima, no emtanto, apesar de sêr esplendidamen-te situada, de ter bons portos e ricas florestas, era com-pletamente deshabitada.

A sua vizinhamça mesmo era "temida

pelos pesca-dores, que evitavam as proximidades, apesar de suaságuas serem extraordinariamente piscosas.

A Ilha da Feiticeira, como era conhecida, era habi-tada pela bruxa Rôchánegra, feiticeira perversa e ma,á qual eram attribnidos toda a sorte de malefícios.

Diziam os pescadores que aquelle que tivesse a des-graça de pisar o solo da ilha amaldiçoada, era immedia-tamente transformado em lobo, urso, ou outra fera, eia povoar as florestas da bruxa.

O que diziam era realmente verdade. Sempre quealguma tempestade se desencadeiava, formidável, earrojava ás costas da ilha algum frágil barquinho, cujostripulantes, depois de luta tremenda com o mar enrai-vecido, pensavam encontrar a salvação naquellas praias,surgia-lhes derepente a bruxa Rôchánegra, que comum gesto os transformava em animaes, que corriampara a floresta urrando e grunhindo.

Esta feiticeira tão deshumana, tinha no emtantouma filha que ella adorava; chamava-se Noite, traum verdadeiro monstrengo.

Pequena, com pouco mais de um metro de altura,corcunda, a filha da feiticeira tinha só quatro dedosem cada mão, terminadas em garras como as-das águias,os cabellos roxos encarapinhados e os olhos eram ver-melhos como os dos coelhos. . .

Tão forte é o amor materno, mesmo nas feiticeiras,

que a bruxa adorava sua horrenda filha, e empregavatodo o poder de sua magia, em satisfazer-lhe todas asvontades. . .- _

Na Corte de Simão I vivia uma joven prineezà, suasobrinha, que fora criada com o principe Jacintho. usdois jovens se dedicavam mutua affeição, e o desejo ooRei e da Rainha era de casal-os algum dia, pois ei.es

queriam a prineezà Branca como si fosse sua própria-ilha.

Quiz o destino que o principe Jacintho, passeiandono mar com alguns amigos, passasse junto de altos pen-hascos que formavam a costa occidental da ilha maldita.

A feiticeira e a filha debruçadas sobre os rochedos,espiavam todos os movimentos do elegante barquinhoreal, na esperança que os seus tripulantes abordassemfem algum ponto da ilha.

Mal a filha da bruxa avistara o principe, e logoapaixonara-se furiosamente!

— Mamãe eu quero casar com aquelle principetão lindo, tão formoso!...

A bruxa começou a se abanar com um grandeleque de plumas de condor, e logo um vento fortíssimoimpelliu o barco para a praia.

A um gesto da bruxa, no lugar onde o principe eseus amigos saltaram em terra, surgiu uma immensamacieira coberta de fruçtos vermelhos como rubis.

Todos os jovens se atiraram com avidez ás fructasdeliciosas, excepto Luiz, um joven principe irmão daprineezà Branca, noiva do principe Jacintho. Depoiscaminharam pela ilha a dentro, e derepente appareceu oantro da feiticeira; mas Jacintho e seus companheiros,que haviam comido as maçãs, viram nelle um paláciomagnífico. No emtanto Luiz, que se abstivera dosfruetos mágicos, só via o que elle era realmente: umantro negro e profundo.

Entrando no tal palácio, encontravam por todos oslados cortezãos ricamente vestidos, que aos olhos deLuiz não passavam de carangueijos..

Em uma grande sala, sentadas em thronos de mar-fim, estavam a bruxa e a filha.

Jacintho não poude conter um grito de espanto,deante da belleza que seus olhos contemplavam, masLuiz soltou uma gargalhada ao ver a horrenda filha dabruxa.

_ Taes encantamentos fez a bruxa, que o principeJacintho resolveu immediatamente casar-se com suafilha.

No mesmo dia Luiz e os outros companheiros dopríncipe, voltaram para á capital do reino, deixandoJacintho ao lado da horrenda Noite. Ao pisar em terra,o encantamento cessou e todos ficaram horrorisados, aolembrarem-se do que tinha acontecido."O principe Jacintho, enfeitiçádo, casára-se comuma bruxa pavorosa!"

O rei Simão, furioso, equipou uma esquadra, queelle em pessoa commandava, e partiu decidido a liber-tar o filho das bruxarias de Rôchánegra; mas a bruxacercou a ilha de altos penhascos, e todas as tentativaspara a abordar foram inúteis.

O Rei voltou desolado, e toda a corte chorou oprincipe como se elle tivesse morrido.

A prineezà Branca, a noiva do principe, todas asmanhãs montava a cavallo e sozinha, cheia de tristeza,internava-se na floresta, até ás margetís de um peque-

Page 21: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

22 27 — Novembro — 1H29

F O C A D A F ECanuniiHvú um árabe por uma estrada deserta, que

conduzia á cidade Santa, quando se lhe deparou umancião estendido no solo e coberto de chagas. Appro-ximou-se delle e perguntou:

Bom velho, necessitacs de meu auxilio?O ancião ergueu para elle os olhos encovados pelo

sofrimento e murmurou á meia voz:O auxilio que me poderias prestar era o de cu-

rar-mc desta terrível lepra.De que força sagrada sou dotado para fazer

semelhante cousa? Não é possível, bom velho.Essa força, meu filho, tqdos nós a possuímos.

A força de que fallo é a força de fé. Rias antes de tudo,para onde te diriges?

Vou para Mecca, respondeu o rapaz, fitando tns-temente os olhos no pobre lázaro.

Fazer o que?Pagar uma promessa a Allah!

E na volta pássaras por aqui?E' evidente!Pois bem. Dirigc-te ao templo e pede a Allah

que me cure desta morphéa. Faze isto que me prestarásum grande auxilio.

Assim farei, mas não posso comprchender essemilagre.

Has de comprehendel-o logo que me vires com-pietamente são.

Oh, se isso fosse possível!...Crês em Allah, meu filho?Creio!

Bem, então promettes o que te pedi?Prometto!

O árabe continuou a andar e meia hora depois che-gava em Mecca. Após ter percorrido varias ruas da ci--dade penetrou num templo consagrado o Allah e prin-cipiou a rezar.

A' tardinha, quando regressava da cidade, passoupelo lugar onde encontrara o leproso: porém, no seulugar estava outro ancião de extraordinário vigor e deaspecto bondoso.

Então, filho, a tua fé curou-me ou não? excla-mou o velho.

O joven contemplou-o admirado.Por Mahomet! Ereis vós então o leproso que

aqui se achava?. — Sim, era eu. Quando me offerecestc o teu auxi-

lio, acceitei-o logo, porque sabi aque meu mal dependiaapenas da oração de um joven crente e piedosocomo tu.

Mas quem vos disse que eu era crente e piedoso?A fé, meu filho. É ella que nos faz adivinhar,

cousas que julgamos impossíveis e cu te abençôo pelaboa vontade e trabalho que tiveste.

O árabe abaixou humildemente a cabeça, emquantode seus lábios escapavam uma prece cm agradecimentoa Allah.

Wilson João Nisti

wmmmmmmmsiimmmmmmmmmmss: iif-fflmifflBii!!^no regato perdido na matta, e ahi, isolada do mundo,chorava a sua grande desgraça!

Um dia em que a princeza, sentada nas pedras ábeira do regato, lastimava-se como sempre, do meio daságuas appareceu uma moça lindissima, que lhe faloubondosamente:

Não te espantes, princeza, eu sou uma das trezfadas que existem no mundo; eu e as minhas irmãs, re-solvemos auxiliar-te para desencantar o principe Ja-cintho.

A fada, então, deu á princeza, uma cereja dizendo:Leva ao principe esta frueta, e depois que elle a

comer voltem ambos para aqui.Mas exclamou a princeza, como poderei eu ir

onde elle está, si a ilha maldita é inabordavel?!A fada não respondeu, mas, batendo na princeza

co ma sua varinha mágica, esta transformou-se emuma linda pombinha branca, que tomando a cereja nobico, voou em direcção á ilha da feiticeira.

O principe, esquecido de tudo pelo feito mágicodas maçãs que comera, passeiava alegremente num jar-

dim coberto de flores, quando deparou com uma pom-binha que trazia no bico uma cereja. A avezinha, semmostrar medo, saltou-lhe no hombro offereccndo-lhe afruta. O principe, espantado, comeu a cereja e logotambém transformou-se em um pombo branco. Asduas aves, sempre juntas, alçaram o vôo, e algumtempo depois pousavam nas margens do regato myste-rioso da floresta.

Logo que beberam algumas gottas de agua, as duasavezinhas voltaram a ser realmente o que eram, a prin-ceza Branca e o principe Jacintho estavam livres, agora,do encantamento que o subjugara.

Grande foi a alegria do Rei Simão, da Rainha, detoda corte, e do povo.

O Rei, então, resolveu celebrar sem demora o casa-mento, que se realizou com extraordinária pompa. Dabruxa, encerrada na sua ilha cercada de penhascos, nin-guem mais teve noticias.

Gemma d'Alba

r^^^m

Page 22: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

— Novembro — 1929 M— U TICO-TICO

MODA INFANTIL

1-2 — Ramos para bordar, ser-

vem para diversas applicações.

3-4-5 — Tres lindos costumes

para meninos: no primeiro, ve-

mos uma calça com suspensorlos

de gabardine. com blusa de seda.

No segundo, um costume de li-

nho azul, na blusa, uma golla fes-

tonada.

3 — Costume de brim.

6-7 — Os maninhos arranjaram

um lindo vestidinho de linho

branco com bolsos bordados e

uma "garçonet" de linho estam-

pado com cinto e golla branca.

Page 23: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICO — 24 — 27 — $evembro — 1929

ENTÃO VAMOS TER BASTANTE MEL

ensinar a criarelle ainda não

nhô-nhô, e elleabelhas accres-

Sérgio passeava agitado, de um para outro ladoda varanda.

De vez em quando, olhava para a estrada, abri-gando os olhos com as mãos, e resmungava...

«— Tratante! Você me pagaiOuviu-o o Justino e perguntou-lhe:¦— Por que é que

"seu moço" está tão bravo?Quem sabe se eu posso dar um geito nisso.

•— Não adianta, Justino com gente tratante não sepôde! O Baby, filho de "seu inglez" prometteu virpassar esta tarde commigo para meabelhas, mas já são duas horas echegou.

Mais um pouco de paciênciaestará ahi. Depois lembrando-se dascentou:

i— Eu não sabia da novidade! Então, logo vamoster bastante mel?

E o caboclo poz-se a lamber os beiços fazendo mi-cagens e indagando do assumpto para distrahir o ra-paz. Mas numa nuvem de poeira, na curva do cami-nho surge o vulto de um cavalleiro, que rapidamentese approximava, crescendo como a impaciência dorapaz.

Allô! Exclamou alegremente o visitante, desdeque poude ser ouvido, e agitou no ar uma caixa quextrazia com cuidado.

Sérgio esqueceu a zanga e abraçou agradecido oseu amigo:

Trouxe as abelhas? perguntou ansioso.i— Não; mas trouxe a "rainha"

que é o quantobasta.

Como assim; não o entendoI<—i E' simpes: numa colmeia, quem bota os ovos,

é só. a "rainha" e as outras abelhas, são as obreiras,isto é: fazem todo o serviço de fora e de dentro, co-lhem pollen, defendem o cortiço, criam as larvas, en-fim...

Ih! então como vae ser? se você só trouxe á"rainha"?

'— Não se preoccupe. Você mesmo me disse ter nopomar um enxame, cujo mel não era muito bom,pois desse ninho substituimos a "rainha" e as obrei-:ras vão fazer o favor de criar estes ovos.

E depois ellas não brigam?Não, porque a espécie indigena logo se acabará

por falta de ovos.; '—* Ah! isso não tem importância, mas vamos logo

cuidar delia.O Justino acompanhou os dois estudantes que se

dirigiram ao pomar, e ficou muito espantado com oque ia vendo e ouvindo:

—' Estas abelhas indígenas não prestam para nada,explicou o Baby, emquanto cuidadosamente introdu-zia a nova rainha na colmeia. Agora em pouco tempovocê terá outra espécie de abelhas e bastante mel.

Isso não é justiça, nhô-nhô, defendeu o cabo-cio, essas abelhas do matto são* muito preguiçosas sófazem o mel que precisam, mas o gosto delle é muitobão! Quando eu vou caçar, muitas vezes colho melde: Mandassaia, Jatahy, Tuyuva Irussú... e outras,e bem que me regalo!

'—¦De mel, ou de.... ferroadas? perguntou o fu-turo apicultor.

«—• Ih! nhô-nhô, bem se vê que nunca lidou comabelhas! Essas que eu disse, não tem ferrão.

E a que vou criar? perguntou examinando arainha.

-— Tem, sim, mas é mansa e docíl, pode ficar,tranquillo.

E voltando-se para o Justino observou-lhe:-»— Você citou justamente as mais bravas que,

aliás são tambem as de melhor mel. Em geral as es-pecies sylvestres não picam senão quando são ata-cadas.

•-- Baby, porque se chamam "do reino" essa abe-lha que vou criar?

Porque foi importada do reino pelos nossosdescobridores que beni lhes conheciam as vantagens:facilmente se aclimatam e enxameiam muito, por issoproduzem muito mel e cera.

—> Que pena, lastimou Sérgio, não podermos pro-teger as nossas espécies e precisar recorrer ás estran-*geirasj

TIO NQUGUI.

""

Page 24: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 —• Novembro — it)29 25 Ü TICO-TICOrAS 77 DESGRAÇAS dbPIPOCA"¦"I

QUE, E'QUEvocê ©Ase

I FAT-é"*- ?

__BE VEZ EM QUANDO ESTOU. SIM SENHORA . EU \ (*~**\ „/AQUI A VER NAVIOS . VOU & Çfa£9" TU00-' W Qt_3 >#^WVER SE ARRANJO UM EM- PA«€A~ _mett^£.<£/ Z *gK/

PftECrO GE COP-lftO .PELO PIAMO.PWMTARí ,. SAT ò- '^V,MENOS HAVERÁ QUE COMErJi BATATAS- X>i> W??*^ Tv\T /^N

1 UMA CASCA DE 6ANA- ____ NA-A&ORA MOU ^. -^_^^

("^h-r^^^^f LEVAR. UM TOM60- /^^ *>•**•-* ^^"^

"X

„ N^* WlSÊÊMA$ N*° V0U // íCt^ÊZ^^-^ \)b^".g___líl§?JQUECMlAft.NADA¦ // ^ *\/~^* ^^^íi^V-

\

\ \ \ ^- ~^tr l[ oor>ri0 3gnosWC -^ I / ./ / /

______________________________________________¦BRAMOS , PIPOCA , LEVOU UM •«„"«.,_* ' /•,..-.- . ~-

TOKBO E NAOA OU1BR.OU '. ORA.BOU.. CArtlRAM-ME,

____.fc\ >1££*ÍEA ^^JfV /-íS^X (----^----—-"

Cc5> | ^^ <i -s^1-^- ^^J ]oíla!C7***tji____—u.i_._ii ..i H*i .li •• • —¦———•* li l— i-i. . i • ' ' iJ*r~

j

Page 25: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

o rico-Tico — 26 27 — Novembro — 192Í)

O DOIS sNas montanhas sempre geladas, cobertas de neve,

da Groenlândia foi, um dia, apanhado, em bem feitaarmadilha por astuciosos caçadores, um grande e bellourso branco.

Acorrentado e açaimado, foi elle, depois, vendidoao proprietário de um circo eqüestre que tinha umacollecção de feras e de animaes adestrados.

Por serem da mesma raça, o bello urso branco daGroenlândia foi mettido na janla de um possante urs.onegro da Hungria.

O contraste ainda fazia realçar mais a alvura deneve do ex-habitante das montanhas geladas que fi-ceu furioso com a companhia que lhe deram.

E' um desaforo! grunhia elle desapontado echeio de despeito! Eu devia ter um "quarto" separa-do e não junto com esse detestável negro!. ..

O urso preto comprehendeu logo a antipathia doseu companheiro, mas não deixou perceber, isso. Aocontrario, o tratava com a gentileza de que pode dis-por um, urso p\to ou branco, ensinando-lhe algunstrabalhos de equilíbrio que havia aprendido e faziadeante do publico nas noites de espectaculo no circo,recebendo muitos applausos de todos.

O urso branco mal agradecia aquellas attençÕes esó procurava fazer mal ao companheiro, deixando-o,ás vezes, sem comida por devorar depressa e primei-ro do que o' outro a ração de carne que era posta najaula pelo domador para os dois.

O urso preto, pacientemente, não se queixava, equando o branco, por pilhéria, lhe perguntava:

Como?!... Não quiz jantar hoje !..,Elle, embora, com fome, respondia:

Não. Estou indisposto. Você pode comer a ra-ção que era para mim, porque si ha de apodrecer' acarne, você a aproveita, porque está um pouco fraco...

Fraco, eu ?!...¦— Sim. Precisa se alimentar mais.

Não! Eu tenho mai. força do que você. Querver?

Não vale a pena...Tem medo, então, de ser vencido em uma luta?Não, porque não serei vencido.Então é covarde...Não; sou prudente e não quero expôl-o ao ri-

diculo de uma derrota.Mas quem o vae derrotar sou eu e agora

mesmo.E antes que o outro tivesse tempo de se pôr em

guarda, atirou-se a elle, deitando-o por terra.O urso preto reagiu, então, erguendo-se, rápido, e

dominando, completamente, o adversário que era mui-to mais fraco do que elle.

O domador aceudiu attrahido pelos urros do ursebranco e, com algumas chicotadas, evitou que o ou-tro o matasse.

Separaram-n'os, então, e o urso branco jurou vin-gar-se do ex-companheiro.

Certa vez em que se esqueceram de lhe fechai ajaula, elle sahiu e habilmente abriu a jaula do ursenegro que dormia roncando.

Depois abriu a jaula de uma hyena muito feroz,Vendo-se livre a hyena atirou-se contra o urso bran-co que correu a se refugiar na jaula do urso negro,attrahindo-a, assim, para ali.

A hyena o acompanhou, penetrando na jaula comelle e, quando o urso branco quer sahir para deixal-apresa ali com o urso negro, a hyena atira-se-lhe aopescoço, deitando-o ao chão.

Com o urro de dor que elle soltou o urso negrodesperta e, por sua vez, ataca a hyena, ferindo-a mor-talmente com os seus fortes dentes e aguçadas garras.

Desvencilhando-se, por fim, da fera o urso bran-co se ergue e comprehende que devia a vida ao ex-companheiro a quem desejara a morte.

Arrependeu-se do que fizera; e resolveu ser seuamigo, dando-lhe, então, como agradecimento, umapertado abraço que, pela primeira vez, não foi "abra-

ço dc amigo-urso"...Aí. MAIA.

•!sr~^Mv'<i^ \r^

Page 26: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

NO ESTADIUM DO FLUMINENSE.

-'

A PARADA SPOR-

TIVA DOS COLLE-

GIOS DESTA CA-

PITAL PARA FES-

TEJAR O DIA DA

CREANÇA

_-• .mwnm

>!»..il«ppi«pi«Mia*Pl| i^wm^kin

^¦Jto^ £V_ ^^pQ^UlHÉâ^ rt" ' " -*¦- f- '-¦ uiO&af^^^lsi m\^mMs\i *• m ^ÈwQMMlmm^ssm\sss\w^sm\ v^vflV ^ \*" *iV.' "~

w*«*>*>

inT' \£1 " '9"*xÈ^-r r S**^**JP^ JUBi^HMWWww^wijffrTyiy*^ ¦¦? * . ^ S^Jíi\iÍm>AFJfJRkimw^jèt-MawttiMLmàMÍ^^MMMm

Page 27: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

'J___WÊ__T'_W

*2Ü í_V

Anna Gomesde Abreu.São JoãoNepomuceno,Minas.

,-_~"St I

1 '

~ %'* Ç^z*"'

Guiomar Knop Cabetti.Guaratinguetá — S. Paulo.

, -_~"St I

n^v*I1M iÈúuS_W_w^í/

I H_iMartinho, filho do Sr. Capitão

Arlindo Gonçalves de Mello.

'^f J^-v

Ítf _m fl

Charles HenryMiot

Grasser.Nictheroy.

:<;k,

<< arai

\\

i_áfi_csuVf':¦AU *yyfir'

n,' .'¦• ^

.Winiila. filha <ii> fr. \ iriato daTliilii:uU». Incsia Gonçalves liotelho.

Júlio César, filho do Sr. PasriioalVerlanguieri. — São Paulo.

Page 28: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929 — 29 — O TICO-TICO

OS A N Õ E Z I NHO SLindberg, o grande aviador, de renome, universal, e que se tomou notável no vôo di.

recto de Nova York a Paris, diz um telegramma, que ao voar sobre o Arctico viu num local

deserto e coberto de gelo, pequeninas cousas que se mexiam. Curioso, desceu o appareiho, atébem próximo, para verificar o que era, pois, julgava que fossem pingüins, mas, qual nãofoi a sua surpreza quando viu pequeninos anões semelhantes aos nossos tão conhecidos gnomosdos contos de fadas, que em. multidão, habitava aqueilas paragens de gelo.

Viu que elles tinham lindos jardins e que habitavam em pequeninas grutas ou tocas se-

melhantes ás que tinham os nossos indigenas.

Lindberg teve tempo de annotar no seu caderno o local, fazendo tenção de voltar paraestudos ulteriores e mais detalhados.

i

Reparou elle que os anõesinhos usavam longas barbas, calçavam botas e tinham umrespécie de tanga de pelles. Eram interessantes!

Assim, as creanças da época presente podem ficar crentes de que existem anõesinhos nomundo e que o conto de "Branca de Neve" é authentico!

Outras descobertas interessantes, foram as que Lindberg assignalou com o descobrimentode lindas ddades em ruinas, para os lados do México. Como os meninos sabem, é por meiodas escavações que se conhece do gráo de civilização a que chegaram os. povos antigos. Paraos pesquizadores uma cidade soterrada offerece um campo vasto de pesquizas quer scienti ficas,

quer artísticas.

E cabe á aviação, que tantas vidas tem sacrificado para o seu exío, essa descoberta da

gente meudinha, perdida num canto do mundo onde o frio apavora. E quantas novas e sur-

prehendentes descobertas não farão no futuro, os aviadores ?

R H R

AS AVENTURAS DE TARTARUGA E PÉRÉRÉCA

vs^^g^-7^^ J l^ r-X^pff"^©-- '*"

>

. \**$í| í - _

k*©-^-IJ^ "*» -O»** )

' Péréréca estava sentado á beira do ... Péréréca não lhe deu attenção por- ...saltou para dentro do cesto querio, pescando, quando chegou Tartaru- que ia tirar de dentro d'agua um bello Tartaruga trazia ás costas. E Prèrécaga e começou a conversar. Mas... peixe. Mas quando isso fez, o peixe... ficou sem o peixe, pois Tartaruga fugiu.

Page 29: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICO --30-* 27 — Novembro — 1929

Flor '(Rio

de Janeiro) — Sua letra ainda não tem ca-ract.r definido. Nota-se uma certa indecisão, acanha-mento, dissimualção, receio, medo, timidez.,

Ha tambem um pouco de bondade e delicadeza.O horóscopo das pessoas nascidas a 19 de Junho é o

seguinte: "Têm muito orgulho do seu nome de familia esão exaggeradas em tudo, principalmente na mesa, o queas faz soffrer do estômago e dos intestinos. Amigas de

-viajar, ficaram ricas depois dos 30 annos.Têm aptidão para a medicina e para a oratória, não

estando, porém, jamais satisfeitas com p que fazem, oucom o que lhe fazem".

Eugenia (Rio 'de

Janeiro)' — O horóscopo das pes-Boas nascidas a 25 de Junho é o mesmo que foi dado acima& Flor.. E quanto ao anniverasrio da amiguinha MariaStella Noronha Marques, ficou registrado e ella desde járeceba os nossos parabéns muito cerdiaes.

Borboleta Dourada (Itatiba) — Letra miúda, ver-tical, redondinha e fina: economia, firmeza, bondade, deli-cadeza. Vejo, além disso, ordem, senso artístico, exacti-dão, um pouco de fantasia e pouco cultivo literário. Quantoao horóscopo das pessoas nascidas a 21 de Maio é este:"São generosas, leaes, porém, pouco felizes em vista doseu genio violento, deixando-se levar pela ira. Têm umainvejável memória, intelligencia lúcida, bastante habilidademanual e gosto pelas grandezas e commodidades".

Para Os que nascem em 13 de Junho veja o que digoantes á Flor e que serve tambem para o Antoninhò.-..

Cancãe (Aymorês) — Obrigado pelas elogiosas re-ferencias feitas ao "Tico-Tico". O presepe

'do Natal Se-verá ficar prompto, isto ê: ser publicado a ultima pagi-na no dia 4 de Dezembro, para Haver tempo de ser armadopara o dia 24. O Horóscopo dos que nascem a 26 de Abrilé este: "São nervosos e impacientes, dotados de muita in-telligencia e com especial vocação para as artes, especial-mente a musica, de que serão bons professores.;

Espirito irrequieto è volúvel, não sabem cultivar asamizades, passando de uma para outra com facilidade.:Egoístas e ciumentos, acabarão soffrendo dos nervos". '

Maria do Carmo Freitas (S. Paulo) — Sua letrarevela vivacidade, fantasia, espirito maleavel, accommoda-ticio, pouco amor a verdade, estouvamento, loquacidade.Dizer "estudo grapHologico da letra" é redundância; bas-íariá dizer: estudo graphologico.

O Horóscopo dos nascidos a 3 de Janeiro é este: "SãoDobre è leaes nas amizades, tendo ainda grande tino Siplo-matico è altas aspirações na vida. Com facilidade ficarãoticos, dedicando-se ao commercio.

Os que nascem em 13 de Julho são "intelligentes, do-lados de coração generoso e com muita habilidade para dl-rigir grandes empresas. Gostam da fama e de ganhar di-hheiro. Com espirito critico, fazem froça dos defeitos _'faltas 'dos outros; porém, se zangam quando alguém lhesaponta os seus".

Os nascidos em 20 de Setembro "são milíto reserva-Hos, guardando avaramente seus segredos e os dos outros;isso não os impede de ser amáveis, delicados, joviaes. Temtastante vocação para a musica e conseguem se manter pormuito tempo sempre jovens, vivendo longos annos. Seu'defeito é o exasperado gosto que têm pelos jogos de&___"__*"

Armando M. Filho (Recife) — Recebi o "peque-no" soneto que mandou. Não ha sonetos pequenos nemgrandes. Todos devem ter 14 versos"; estes é que podemter maior ou menor numero de syllabas, o que, aliás, nãoaugmenta nem diminue o tamanho da composição poéticaque ha de ter sempre 14 versos para ser soneto, e ser bemfeito para merecer, de facto, esse titulo.;

E_ Solitário (Jardim do Serido) — Sua letra revelaactividade, franqueza, lealdade, ambição, enthusiasmo, ai-guma reserva nos negócios, certo de que o segredo é a almados mesmos. Firmeza de opiniões, poder de lógica e de-dução.

Assimilação fácil. Quanto ao horóscopo das pessoasnascidas em Julho tenha a bondade de ler o que digo antesá Maria do Cammo Freitas.

Alcea (Pombal) — Leia o que digo antes á Yayá,quanto ao estudo graphologico. Sobre o horóscopo daspessoas nascidas a 17 de Agosto ha o seguinte: "Dei-xam sempre para amanhã o que podem fazer hoje, fa-zendo tudo á ultima hora, ás pressas, embora o façamcom relativa perfeição. Inspiram grande sympathia pe-Ia força natural de attração que irradia de sua pessoa.;São generosas e affectívas.-

Morrerão velhas, soffrendo um pouco de dores decabeça resultantes da dyspepsia". <

Joaquim Braga (Recife) — São, realmente, muitofracos os versinhos que mandou. Procure estudar maiso nosso idioma para escrever com correcção. Quanto aoestudo graphologico que pede aqui yae elle:

Letra um tanto indecisa, caracter em formação, ven-do-se, porém, nervosismo, timidez, acanhamento que pro-cura dissimular com attitudes que, ás vezes, o expõem aoridículo. Têm alguma força de vontade que deve apro-yeitar para corrigir esses pequenos defeitos. Espiritoobservador e critico, deve se observar bem e fazer suaauto-crítíca no intuito de se aperfeiçoar.;

Dr. Sabe-Tudo«

___Sfs^i_li_ _S_i .] fe../K&fi^mrK. ò£>&£. i^emm amAl'l.. I'

ã^^^^^m^J^^^S^k^^^l'' I__L-l_SS5^S_sl___S_f. .- /_>>-.'^J

\t y-*$.' $_F^È____

Page 30: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929 — 31 — O TICO-TICO

mm 7^hS- JÜtó^ -aOK-Bk

" Vi mmW 3--mummm$

RESULTADO DO CONCURSO n» 3.385

Solução exacta: O caçador i3a direita ma-tou os pássaros de ns» 2 e 4 e o da cs-querda os de ns. 1 e Sa

Solucionistas: Orlando Kahtalian, LuizaCrespo Tavares, Osar Barbosa Filho, FranyFreire, João! Maurício Cardoso, Álvaro Be-vilacqua, Celso Emilio Figueiredo Damazio,Ricardo G. Macedo, Epilacio Aexandre dasiNevés, Affonso Gomes Barbosa, WilsonGarzon, Ignez Oliveira da Silva, FernandoOctavio Gonçalves, Pedro Gomes, GeraldoB. dos Santos, Ivan Castilho, Carlos LuizScherer, Helena de Miranda, Sosthenes deMiranda, Annita Marcondes Salgado, Em-manuel Ribeiro, Lino Eugênio da CunhaBrandão, Yedda Regai Possolo, Ney Mo-raes Fernandes, Maria Llcia da Cunha Ro-drigues, Alexandrete Moreira, Jorgecy Fer-reira Lisb6a, João Paulino Carvalho, Jacyra1F. Meirelles, Rogerto Jaimques, Pedro Al-leluia, Dylson Drummond, Elamne da Ml-randa, Amaury das; Neves, Sherley Barbo-sa, Isaura Alves Rosa, Nilda de CerqueiraLeite, Moema Fabricio de Barros, João Jor-Be de Barros, Tuyuty Paiva de Araújo, ElyBraga, Ophelia Rezende Reis, Maria da Con-ceição Moraes, Maria Pereira, Yelzo VieiraLorega, Cyro Raymundo de Freitas, JoséBucco, Walter Moura, Paulo Lessa de Wal-dech, Maria Rodriguez de Santa Anna, JoséAulirino, Alberto Prinz, Fábio homem deMello, Octavio Bubiêr de Almeida, WillyMeyer, João Gilberto Camargo Olyntho, Al-lino Manoel Gomes Queiroz, Maria FloraBarroso, Hudson Ferrão, Octaviano Galvao-,José Guimarães, Irene Chagas, TalithaSampaio) da Fonseca, Ananias Santos Sou-za, Nestor Lyra, Waldemar Rodrigues; JoséAvarez, Celso Lima de Carvalho, Cyro Cha-naan, Luiza Costa, Eddio José Fedrigo; Ma-ria Motta, Nadyr Hugo de Jesus, ZenaidaHugo de Jesus, Jayme Pinheiro Jobim, Le-

oncio Lopes Penna, Jesus de Mattos Cha-ves Penna, Alfredo Maby, José Ferraz; Nil-za Mendes, Webster Fritsch, Durval líamosde Alvarenga, Antônio José Machado, Ellyei-te P. Rasteiro, Maria da Conceição Moura,Ionne Peixoto de Almeida, Murillo Lins Mal-let Soares, Edméa Ferreira Lage, Diroeu deMiranda Cordilho Dinorah Amaral Guedesde Mello, Cláudio Godinho Maylor, AntônioCândido Seixos, Arlovaldo G. Domingues,Mario Britto de Barros, Philomena Pires,

Walter Rego, Gilberto Dutra, João MathiasDino, Ângelo Mofi, Maria Fonsec?. Figuüi-xêdo, Octavio Secundino Júnior, WilsonVeado, Miguel Saade, Paulo Affonso dl GesuMarques, Juracy de Souza, Nelson ThomCdos Santos, Julio de Oliveira Soares, Mariada Penha Ramos, Nathan Raisman, RaineioBim, America A. Muniz, Leny Carneiro de>Sã, Magdalena Machado, Maria Pires Tel-xeira, Josô Schor, Cerirê Gurgel Valente:Acrylino Carvalho, Raymundo Sancez, SI-

HMp - . WSí tjmumbBm^mmmiÊmmwiimmimmmmm^

Page 31: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICU — 32 — 27 — Novembro — 1929

mião Barbosa, Viciai Rocha, Rubem DiasLeal, Jonas Correia Santos, Marina Fer-nandes, Sérgio Xavier cTOliveira, Zuleyde Ra-malho Feitosa, Charles Henry, Anna Au-gusto Cordeiro de Mello, Aluizio Martins,Maria de Lourdes, Maria de Lourdes Portod'Ave, Antônio Rufino, José de Oliveira Ra-bello, Paulo Amaro Cavacanti Caracas,Philomena Gomes, Diva Bastos Coelho, ElzaCândida Candal, Manoel dos Santos Gui-marães, Álvaro Gomes, Hélio da Fonse-ca Rodrigues Lopes, Adhemar de AlmeidaTavares, Antônio Rodrigues, Tolanda Pa-rente Rodrigues, Júlio Romano, Fidelio dosSantos Amaral, Ezio Mascarenhas, Pas-choal Gimenez, Gilberto Leite de Barros,José da Silva Mangnalde, Mivolan AntônioTorlone, Dinah Lucas, Tellda Mello; Myr-tis C. Pina, Michal Aragão, Hermilio Fra-ga da Silva, Aberto Bastos Botelho, Faustoda Silva Patoilo, Francisco de Assis, A. R.R. P. Teixeira Mendes, Aulite .Faria, Luizde Andrade Maia, Roberto de Olrveira,Aurélio Wilches, Aldino Reis, Mathias deCampos, Romulo Pereira Machado, WaldyrDantas de Brito, Ayrtos Sá dos Santos,Carlos Jorge C. Aluados, Florentina Bon-mi, Waldemar Luwlg, Nelson Ganley;Michal Aragão, Cicero Foz, Alderico deAraújo Bispo, Nilo Ramos, Francisco Victo-rio Rizzo, Archlbaldo Bello Galvão, AndréMatarazzo, Cezar Leal Machado, João Car-doso, Rubens Assupção, Zelda J. Lopesda Cruz, Newton dos Santos, CarmelitaCPasseri, João Monettl Desiderati, LutHBorgeth César, Silvestre Metto, Dalva Re-zende, Juracy Lopes, Theopompo Johnson,Theocrito Johnson, Antônio Pedro de Sou-za o Silva.

Foi o seguintel o resultado final do con-curso:

1» Premio:

MICHAL ARAGÃO

de 12 annos dei idade e morador â Avenl-da Joaquim Leite n» 162, em Barra Mansa.

2» Premio:

RAYMUNDO SANCHEZde 11 annos de idade e residente & rua Pas-sos n" 67, em Belemzinho, São Paulo.

RESULTADO DO CONCURSO N» 3.39.

Respostas certas:

1* — Governador .i2« _ Sol.

Wmmalm)0mmWnmmm0mfmw1m^»mmmPm^0mm^

'AMEACA^K M_á«!BpvossosVv W|\

fO£AfOM^£$\ \motnillina!lltllCO REMÉDIO QUE EVITAR

e cura as doenças da dentipao.leomotGASTRO-ENTERITE.FeBR-.-jlnsomnia,Diarrh__,(_oliwsjtlcJP_j

_________________ ' PTCriJtM TODASl I_H________PI__r "*__ío ° T ¦ *s t'./__ -VHMIU' ¦ J**yjç.,-ff-lf_.'"twaoM \_-r___l' _______^^*^^jnr^ííí!ltmV-t-í-t ___¦_¦

" _¦ !>£%r^"______lS_lmmUTrK-íJTx-JJ t-~~*mm•"_ TV*

^V ¦**«&/ ,__¦__..

TENDES FERIDAS, ESPINHAS,MANCHAS. ULCERAS, ECZEMAS,emfim qualquer moléstia de origem

SYPHILITICA?usae o poderoso

Elixir de Nogueira

do Pharm(_*.

Joio da

¦fíeiiss-xTJ¦ *""____J*Í__ Chimico

SHra Silve»»

GRANDEDEPURATIVO DO SANGUE

'iv-A#^#^A-^A/^¦^»_^-#^.^*v^A«\/w^A^A^<^<^#^/->\A<^^»w^ww

Vinho CreosotadoDO PHA8J-. CHIM.

João da Silva SilveiraPO DE RO SO FORTIFI.CANTE PARA OS ANE-MICOS E DEPAUPE-

RADOS.11 Empregado com .-.cesso nu|! Tosse» BronchM* • Fra-

_futia GeralmmmWtmmw

<VW-_AM_>_^VV\i*VV-/V*A/-/S<VV\Ai^VVAWA_*VysW

A' venda em todas as riiarmacias

3« — Cigarra — Cigarro.4» — Uma gata.5" — A letra CJ.

Solucionistas: Ruth Almeida Corrêa, Le-dio Sócrates de Amorim, Mara Villas BPas,Elyane Verni, Paulo Affonso di Gesu Mar-quês. Celso Emilio de Figueiredo Damazio,Nilda Souza Lucas, Maria Stella ArantesDix, Aluizio Martins, Hélio Villanova Tor-res, Dina Maria das Neves, Carlos Mos-taert Seixas, Wanda Moura, Álvaro Gomes,José Franco, Albertina de Oliveira San-tos, Cremilda Gongalves Sapucaia, Fernan-do Octavio Gonçalves, Mauro Antônio For-Jaz, Gerson Penna, Djalma Robertson, Ar-lette da S. Duarte. Alcides Ramos Lo-pes,. Mario Britto de Barros, Ilarcy Gon-çalves de Oliveira, Theopompo Johnson,Lourdes Marques Santos, Lino Eugênio daCunha Brandão, Cláudio Godinho Mayhor,Ir_r.3 Fernandes, Benedicto Roque SerôaAugusta de Andrade, Wanda Agapilo daiVeiga, Ednéa Reis (Pequenina) MariaStella Soares, Marita de Carvalho, Geny-Xavier, Noemia Francisca Muniz, Walce-ma Werneck, Ananias Santos Souza, Or-lando de Almeida Senna, Leny Carneiro deSá, Jarbas Rohweder, João Meira; OttoEduardo Vizeu de Andrade Gii, Zelda I.Lopes da Cruz, João Jorge de Barros.Lais Novaes Perdigão, Nathan Roizman,,Yedda Regai Possollo, Moacyr Teixeira daSilva, Maria da Conceição Moura, Stael

Bittencourt Abreu, Amaury das Neves, An-tonio Rodrigues, Sebastião de Moraes Tei-xeira, José Schor, Theocrito Johnson, Jo-sé da Silva Mangnalde. Annibal Gonçalves.Leda Pagani Filicio dos Santos, Maria daConceição Moraes, Egberto Paschat, GibsonRainho, Gipora Basilio, Stael Cavalcante;Lúcia Capelletti Brito, Willy Meyer, Ber-thelot Cardoso, Aldino Reis, Enoch de Mel-Io e Silva, Maria Laura Camargo Olyn-tho, Maria Flora Barroso, Nilza Pagani:Abrahão Cohen, Simiâo Barbosa, WaldyrDantas de Brito, Marilia Martins Amaral,Hélio da Fonseca Rodrigues Lopes, Violeta.Wumchi, Lilia Ávila, Hudson Ferrão;Yára Guedes da Cunha, Zuleifa Brasilien-se, Ignacio Espindola, Maria Augusta Mo-reira, Wilson Menon, Rosa Teitel; DéaGonçalves, Joaquim Loureiro Júnior, Ray-mundo Sancez, José Alvarez, Michal Ara-gão, Helvia Barbosa Lima, Maria PiresTeixeira, Regina Novaes Chaves, Cyro Ca-naan, Alderico de Araújo Bispo, SalomãoPachazevsky, Maria Appbfecida Lacorte,Áurea Brandão Pereira; Nelson da Gama oSouza, Eundes do Carmo Weimelingez.Florinda Pereira, Waldemar Ludwig, JoséAlberto Werneck, Talitha Sampaio da Fon-soca, Heitor Moraes Barros, Iaria Dias dr»Almeida, Idel de Oliveira, Geraldo Vere-diano Pereira, Sylvio Thomê d03 Santos,Antônio Ribeiro, Ley de Buxbaum, ElzaElza Ferreira da' Silva, Nelson Thomê dosSantos, José de Oliveira Rabello, Josí Pe-reira Dias, Álvaro Alves de Faria, José-phina Cerqueira Leite; Inah Paes de Fi-gueiredo, Muriüo Lins Mallet Soares, Dur-

.ai Ramos de Alvarenga, Rubem DiasLeal, Marina Fernandes, Dirceu de Mi-randa Cordilho, Ayrton Sá dos Santos, Pau-Io Amaro Cavalcanti Caracas, Antônio Pe-dro de Souza e Silva.

Foi premiada a solucionista:

WANDA AGAPITO DA VEIGA

de 10 annos de idade e residente .1 ruaCarlos de Campos n° 7, nesta Capital.

CONCURSO N 4 0 0

Para os leitores desta capital a dosEstados próximos

Perguntas:

1» — Qual o paiz eur.peu que ê sobre-nome?

(2 syllabas)Júlio França

P I E U V A S

^^í^^«5____S-5"__5^^ %êmP ^^^BtTtlmmr'

(PÍLULAS DE PAPAINA E PODO-PHYLINA)

Empregadas com suecessõ nas mo-lestias do estômago, figado ou intestinos.Essas pílulas além de tônicas, slo indi-çadas nas dyspepsias, dores de cabe-ca, moléstias do figado e prisão de Yen*tre. S5o tim poderoso digestivo! e regu-larisador das funcções gastro- intesti-naes.

A' Venda cm todas as pharmacias. Depositarios: Jo_o Baptista da Fonseca,Rua Acre, 38 — Vidro 2$500. pelo cor-reio 3JO0O — Rio de Janeiro.

Page 32: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929 — 33 O TICO-TICO2» — Qual o animal cujo nome ê for-

«nado pelo advérbio 6 pelo sobrenome?(3 syllabas)

Do mesmo

3* — Qual o oceano que arfirma estarmostrando?

(3 syllabas)Julia Ferreira

4» — Qual o animal cujo nome, trocadaa inicial, ê vestimenta?

<2 syllabas)Raul Mendes

E* — Com P sou capital europêaCom N sou parte do corpoCom M sou sobrenome.

(2 syllabas)Lourdes Vieira

As soluções devem ser enviadas & ra-Hacção d'0 Tico-Tico devidamente assigna-das, acompanhadas do vale n. 3.400.

Para este concurso, que será encerradono dia 17 da Dezembro próximo, daremoscomo premio, por sorte, entre r.s soluçõescertas, um rico livro de historias.

CONCURSO 3.399Paba os leitoees desta capitai, _ dos Estados rnoxmos

I CABELLOS BRANCOS!!!Conlra a CASPA e CALVICiE

O MAIS PODEROSO TÔNICO DOS CA8EU.0S

JUVENTUDEALEXANDRE

TRATA E EMBELLEZA OS CABELLOSREJUVENESCE OS CABELLOS BRANCOS

¦ lo • tintara n*n_ con Um _»-• A* pr-t*. CASA ALEXANDRE I V._r», ., . _. M , „ 4(000l.« Ouvidor 148 • me | Paio ITlHhü _',_!_, 8S-400

Resliiue â cCr natural os cabellos txanccs

O Presepe dT660 Jico-t

A Companhia Dr. SchoH S. A., tioseu luxuoso estabelecimento de artigospara tratamento dos pés, na rua doOuvidor, 162, continua a expor o ma-ravilhoso Presepe de Natal do O Tico-Tico. Assim é que, numa de suas bemorganizadas vitrines, o magestoso pre-sepe constitue curiosidade, aliás iusti-ficada, de quantos transitam pela aris-tocratica via publica.

Ha alguém em sua casacem dõr de dentes!

CompreCera

Dr. Lustosa

r™ i 3^7

O burro que se vê na gravura junta, es-pantou-se porque viu o carroceiro. Masonde está esse carroceiro? Procurem-n'o,pois ê esse único trabalho da vocCs paraencontrar a solução do presente concurso.

As soluções devem se? enviadas £L reda-cçâo d'0 Tico-Tico, devidamente assigna-das, separadas das de outros quaesquer con-currentes e acompanhadas, nâo sô da decla-ração de Idade e residência do concurren-te, como também do vale, que vae pu-blieado a seguir e tem o n. 8.399.

Para este concurso, que será encerra-do no dia 26S de Dezembro vindouro, dare-

mos como premio, de 1« • 2"> logares, porsorte, entre as soluções certas, dois ricoslivros illustrados para a infância.

_r yi vr___i liO^ír^.I \^y*~rT^:^^^rl'i^l

*M_*)CONODEf©-'

.£ 3.399

CK>OOOOCK>0<>0<-<X>CK>CK>000<>^

Leitura para todos InfantilidadeUm magazine mensal que publica Em casa, alegre, brincando.

um pouco de tudo e que, portan- Laurita assim se entretinhato, a todos interessa, sendo o prefe- Com o seu irmãozinho Armandorido dos viajantes pelas suas lindas E a sua prima Estellinha.novellas.

Novidade

SÃ MATERNIDADECONSELHOS E SUGGESTÕES

PARA FUTURAS MÃES(Premio Mme. Durocher, da

Academia Nacional de Medicina)— Do Prof. *—

DR. ARNALDO DE MORAESPreço: 10$00O •

LIVRARIA PIMENTA DEMELLO & C

Rua Sachet, 34 — Rio.

De vez em quando soltavam,Ditinhos, risos, piadas,E juntamente contavamBonitos contos de fadas.

Quando, porém, de repente,Assoma á porta da frenteUm preto velho mendigo.

Elles então perturbados.Correm dizendo assustados:— Mamãe, olhe o papa-figol

Wilson Ribeiro

Page 33: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

O TICO-TICO 34 —

I PâlDEHlHfil 1- ir27 — .Novembro — 1929

>I^.Í^8-_31S«_ÍREgW

í

As creanças magras, com o rosto descarnado, osbraços, o pescoço -e o peito emaciados, são tristesobjectos que se apresentam á vista, mesmo nascidades mais prosperas e ricas. Que pena deixarsoffrer assim os pequenos, quando o Dr. Richardsgarante que todo o menino que tomar as PASTI-LHAS BACALAOL engordará, pelo menos 2 kilosem 30 dias. Lembrem-se, que cada PASTILHABACALAOL contém vitaminas concentradas, cujovalor nutritivo eqüivale ao duma colheradinhacheia de óleo de figado de bacalhau e meio pão delevedura. Comprehende-se assim, que os pequenosengordam e ficam fortes tomando estas partilhas.

?

ío,l

11aJUOKL/

' ECONÔMICOPRESENTE

§I MA»"'

MAIS |ÚTIL iBRINQUEDO I1OTKOTICO „

^#a_0_Í$_aHK__*Y^^^

valor nutritivo eqüivale ao duma colheradinha *ifá^____\ HVl ^____Jh ^__fe_fl__ ^Wr _áS() cheia de óleo de figado de bacalhau e meio pão de W \r S__W^^^B__w^^5 mm- Ami

levedura. Comprehende.se assim, que os pequenos » ^M A MHM |_Bk lx_a\ B 18engordam e íicam fortes tomando estas partilhas. $%_^P | VT^B B Min B JB

Únicos depositários: Q. lpw*M-flAlB_HAHHlk_tf_S9-n_B9

SOCIEDADE AN.ONYMA LAMEIRO, — RIO j? [ O MELHOR DOS MELHORES II^«---^-NH-M-M«_-_-_--_-M•t-t«t-t_M_H_H__^H_-«M___an_0ar«tVi

PO DE ARROZl '

¦Bi «A M H__af!_W --¦

E S íáiyt2R E NAO E 0 MAiS CARO, SUPERIOR AOS ESTRANGEIROS

A VENDA EM TODO O BRASIL E NASAV RIO BRANCO W

,RUAURUGIIAYANA44'PRAÇA ílRADENTES-3<í-3fJ

PERFUM«m i

Page 34: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

27 — Novembro — 1929 O TfCO-TICO

EDIÇÕESPIMENTA DE MEMiO & C.

TRAVESSA DO OUVIDOR (RUA SACHET), 34

I

Próximo ã Küà 3o Ouv-ãõrBibliotheca Scientifica Brasileira

[{dirigida, pelo prof. Dr, Pontes de Mirandafl .'¦

INTRODUCÇÂO A SOCIOLOGIA GERAL,1* prêmio da Academia Brasileira, pelo.prof. Dr. Pontes do Miranda, broch.16$, ene. ....-r. 20$000

TRATADO DE ANATOMIA PATH0L0-GICA, pelo prof. Dr. Raul Leitão daCunha, Cathedradico de Anatomia Pa-thologica na Universidade do Rio deJaneiro, broch. 85$, ene. 40$00Q

TRATADO DE OPHTHALMOLOGIA, peloprof. Dr. Abreu Fialho, Cathedratico deClinica Ophthalmologica na Universidadedo Rio de Janeiro, 1* • 2* tomo do 1*vol., broch. 25$ cada tomo, ene. cada tomo 50$000

THERAPEUTICA CLINICA ou MANUALDE MEDICINA PRATICA, pelo prof.Dr. Vieira Romeira, l*e2* volumes, l"toI. broch. 80$000, ene 85$, 2* voL broch.25$, ene a 80$000

CURSO DE SIDERURGIA, pelo prof. Dr.Ferdinando Labourian, broch. 20$, ene. . 25$000

FONTES E EVOLUÇÃO DO DIREITQCIVIL BRASILEIRO, pelo prof. Dr.Pontes] de Miranda (6 este o livro emqne o autor tratou dos erros e lacunasdo Código Civil), broch. 25$, ene. S0?000

IDÉAS FUNDAMENTAES DA MATHE-MATICA, pelo prof. Dr. Amoroso Costa,broch. , ene «'

TRATADO DE CHIMICA ORGÂNICA, pelcjprof, Dr. Otto Roth, broch, _...,., enç.

LITERATURAS

O SÁBIO E O ARTISTA, de Pontes dê*Miranda, edição de luxo i

O ANNEL DAS MARAVILHAS, texto ofiguras de João do Norte 2$000

CASTELLOS NA AREIA, versos de Ole*gario Marianno. .. « 6$000

COCAÍNA..., novella de Álvaro Moreyra.) 4$000PERFUME, versos de Onestaldo de Peu-

nafort . .; «000BOTÕES DOURADOS, chronicas sobre a

vida intima da Marinha Brasileira, deGastão Penalva. 63000

LEVIANA, novella do escriptor portuguêsAntônio Ferro 5Ç000

ALMA BARBARA, contos gaúchos de Alei-des Maya. 6?000

OS MIL E UM DIAS, Miss Caprice, 1 voLbroch. 75000

A BONECA VESTIDA DE ARLEQUIM,Álvaro Moreyra, 1 vol. broch. 5?000

ALMAS QUE SOFFREM, Elisabeth Bastos,1 voL broch 6$000

TODA A AMERICA, de Ronald de Car-valho « 8?000

ESPERANÇA — epopéa brasileira de Lin-dolpho Xavier. 8$000

DESDOBRAMENTO, de Maria Eugenia!(Celso, broch. ....•.,,.•••••.»•••--••>.< 6$00Q

RIO DE JANEIROCONTOS DE MALBA TAHAN, adaptação

da obra do famoso escriptor árabe AliMalba Tahan, cart 4$000<

HUMORISMOS INNOCENTES, de Areimor 5?000

DIDÁTICAS:FORMULÁRIO DE THERAPEUTICA IN-

FANTIL, A. A. Santos Moreira, 4* edição 20J000CHOROGRAPHIA DO BRASIL, texto é

mappas, para os cursos primários, porClodomiro R. VasconcelloB, cart 10$000CARTILHA, Clodomiro R. Vasconcellos, XvoL cart , 1$500CADERNO DE CONSTRUCÇÕES GEO- v

MÉTRICAS, de Maria Lyra da Süva.. £$500QUESTÕES DE ÀRITHMETICA theoricú

• praticas, livro officialmente indicadono Collegio Pedro II, de Cecil Thiré.... 10$000

APONTAMENTOS DE CHIMICA GERAL•— pelo Padre Leonel de Franca 8. J.— cart 6$000

LIÇÕES CÍVICAS, de Heitor Pereira (2*edição). S$000ANTHOLOGIA DE AUTORES BRASILEI-

ROS, Heitor Pereira, 1 vol. cart 10$000PROBLEMAS DE GEOMETRIA, de Fer-

reira de Abreu....,,.**,*....,.......» B$0OQ

YARIASJO ORÇAMENTO, por Agenor de Boure,

1 voL broch. 1B$000OS FERIADOS BRASILEIROS, de Reis

Carvalho, 1 vol. broch. 18Í00OTHEATRO DO TICO-TICO, repertório de

cançonetas, duettos, comédias, farças,poesias, diálogos, monólogos, obra far-tamenta {Ilustrada, de Eustorgio Wan-derley, 1 vol. cart i $$000

HÉRNIA EM MEDICINA LEGAL, po_|Leonidio Ribeiro (Dr.), 1 voL broch. ..

PROBLEMAS DO DIREITO PENAL EDE PSYCHOLOGIA CRIMINAL, Eva-risto de Moraes, 1 vol. ene 20$, 1 vol,broch. 16$000

CRUZADA SANITÁRIA, discursos deAmaury Medeiros (Dr.). 6$000

UM ANNO DE CIRURGIA NO SERTÃO,de Roberto Freire (Dr.) 10$000

ÍNDICE DOS IMPOST03 EM 1926, deVicente Piragibe. 10$000

PROMPTUARIO DO IMPOSTO DE CON-SUMO EM 1925, de Vicente Piragibe.« §{000

COMO ESCOLHER UMA BÔA ESPOSA.de Renato Kehl (Dr.) 4$000

BÍBLIA DA SAÚDE, ene 16$000MELHOREMOS E PROLONGUEMOS A

VIDA, broch. 6$00OEUGENIA E MEDICINA SOCIAL, broch. 5$000A FADA HYGIA, ene 4$000COMO ESCOLHER UM BOM MARIDO,ene 6$000

FORMULÁRIO DA BELLEZA, ene ,.„,. 14ÇD00

Page 35: ANNO XXV ^10 DE JANER0. 27 OE NOVEMBRO DE 1929 NUM. 1memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01260.pdf · O REINO DAS MARAVILHAS s-. Contos de gênios e de fadas, com figuras. HISTORIA

AS "AVENTURAS

DO . CHIQüOTOn O. QATO"ÂTRAZ. DO RATO...

Chiouinho apanho*! sa ratoeira uma grande ratazana, dizendo qu»(a matal-a. Benjamin veiu em favor do rato, pedindo'para não matal-o,qne o bichinho tinha direito i -rida. — E* lei de Dens: Não matarást

Chiquinho não attesdeu ás snpplicas do amigo. Jagunço e Chamim esta*vam muito attentos para a ratoeira e, em dado momento atiraram-se aella. Chiquinho com o susto cahia e o tato aproveitou-se do momento.

O gato • o cio sahiram-lhe atraz. Saltos por todos os la-dos, latidoj, miadot • guinchos. Tudo em confusão. Havia«una meta • «obra alia duo»,.. ,

pilhas de pratos. O rato via ali a sua salvaçãoe para li co atirou procurando esconder-se •atirou...

**m************** Wl f " ir *f ¦•* i ******«¦—****•—i in •'•!>' '• III mt*m**m* I li ' ¦' ' ***f*—**********—

..com os pratos ao chio, quebrando-os. Por fim o gatomata o rato • o cão mata o gato. Epilogo: Chiquinho tciiitouza castigo.